Oficina de Projectos de Fridão - Tecelagem

OFICINA DE PROJECTOS DE FRIDÃO

TECELAGEM

CAIXA DE MITOS AGÊNCIA PARA A INOVAÇÃO SOCIAL

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PROGRAMA

A-­‐ A TECELAGEM

1. A TECELAGEM COMO ARTE E PRODUÇÃO 2. CONHECER OS MATERIAIS – O LINHO, O ALGODÃO 3. A CRIAÇÃO DE MOLDES – DESENHOS E A SUA UTILIZAÇÃO 4. A QUALIDADE NA REALIZAÇÃO DAS PEÇAS – A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 5. A MARCA E A EMBALAGEM 6-­‐ A COMERCIALIZAÇÃO

B-­‐ COMO ORGANIZAR A ACTIVIDADE

1. A Organização colectiva e individual 2. O projecto 3. O Plano de Investimentos 4. O Plano de Financiamento 5. Dossiê para negociação

C. PROJECTO COLECTIVO E COMUNITÁRIO

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Objectivos: O objectivo da Oficina de Projectos é apoiar o desenvolvimento dos Projectos

Pessoais

e

Profissionais

dos

seus

participantes,

activos

desempregados ou empregados em situações precárias. Deverá apoiar a criação de novas pequenas empresas.

Metodologias: Depois do levantamento, pelas equipas de projecto, de necessidades e potencialidades na área do emprego e dos micronegócios em cada localidade do qual decorre o desenvolvimento dos instrumentos a aplicar e das metodologias de intervenção, proceder-se-á à apresentação pública da Oficina de Projectos.

A apresentação pública da OP1 consiste na realização de uma sessão de informação

relativamente

ao

funcionamento

e

objectivos

deste

dispositivo. Servirá a sessão como momento de inscrição dos potenciais

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OP – Sigla utilizada para a designação Oficina de Projectos

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participantes,

possibilitando

simultaneamente

a

implicação

e

a

participação da população nos projectos que aqui serão desenvolvidos e mais especificamente, nos projectos comunitários lançados na e pela Oficina.

As actividades da Oficina na vertente “projectos colectivos e individuais” iniciam-se

efectivamente

quando

os

processos

de

portefólio

de

competências tiverem sido concluídos e existirem ideias sobre projectos profissionais e empresariais.

Portefólio Individual de Competências A intervenção ao nível do Portefólio de Competências apresenta-se como potenciadora das competências de cada participante nas actividades da Oficina; a tomada de consciência dos seus saberes, ao nível pessoal bem como ao nível social permite partir dos saberes de cada um para os poder potenciar e serve de base para a aquisição de novas competências essenciais para cada projecto, em particular, e para o projecto formativo na sua globalidade. A opção metodológica pelo Portefólio Individual de Competências, processo orientado por um Animador de Balanço de Competências

baseia-se

num

maior

enfoque

na

aplicabilidade

das

competências aos projectos em construção, que irão no seu conjunto enriquecer social e economicamente as localidades que os acolhem, sejam eles projectos empresariais, projectos de reconversão ou projectos de qualificação.

Em casos muito específicos será promovido um processo individual de Balanço Social de Competências com ligações à comunidade local no plano técnico-profissional.

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A avaliação de competências para o projecto pessoal A reflexão ao nível das competências pessoais e profissionais transferíveis para

o

projecto,

assim

como

a

identificação

de

obstáculos

ao

desenvolvimento do mesmo e eventuais soluções tem um papel central como elemento impulsionador de posturas pró-activas dos participantes no próprio processo de desenvolvimento e concretização de um projecto.

Das experiências de aplicação desta metodologia

e pela experiência do

Balanço de Competências na OP, a avaliação de competências é especialmente reveladora e confere aos participantes um cariz de empowerment bastante significativo e determinante na consecução dos seus

projectos.

Assiste-se

em

muitos

destes

casos

a

alterações

significativas dos projectos a desenvolver.

Reforço motivacional Para além de contribuir para a avaliação das competências para o projecto pessoal de cada participante, a participação neste processo constitui um reforço significativo na valorização pessoal e profissional. O Portefólio Individual de Competências reveste-se como um reforço positivo nas motivações de cada participante: através do acompanhamento individual, as motivações para a construção do próprio projecto são descritas, o que em muitos casos permite desocultar competências pessoais e profissionais menosprezadas pelos participantes e valorizá-las, assim como transferilas para o projecto empresarial.

Preparação para a constituição de um projecto O processo de Portefólio Individual de Competências permite desenvolver nos participantes um conceito e uma percepção das suas características

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pessoais e profissionais como estruturais ao seu próprio projecto, não obstante

todas

as

ferramentas

teórico-práticas

a

“construir”,

nomeadamente na formação subsequente proporcionada, ou seja, sessões individuais de definição do Projecto e sessões colectivas em áreas de competências-chave. competências

Este

pessoais

e

processo

possibilita

profissionais

não

determinantes

só na

identificar postura

empreendedora fundamental para a consecução do projecto, mas também identificar possíveis obstáculos (pessoais, familiares, entre outros) e soluções no seu confronto.

A OP começa a funcionar com actividades autónomas através de sessões individuais entre animador OP e participante para definir o projecto que aquele pretende desenvolver.

Só essa definição permitirá perceber as necessidades formativas e o contexto das questões a abordar nas sessões colectivas em áreas de competências-chave, dinamizadas pela equipa. Articuladas com estas sessões existem as sessões individuais de apoio ao projecto de forma a possibilitar ao adulto trabalhar as suas competências e o seu projecto paralela e articuladamente. Destacamos o peso significativo das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação no leque de áreas de competências a desenvolver. O domínio das Tecnologias é tido como indispensável para a prossecução dos projectos dos participantes, que carecem, na sua maioria, de contacto com estes meios de comunicação e cuja utilização é desconhecida.

Um outro aspecto inovador na OP é a introdução de sessões colectivas em temas especializados, dinamizadas por especialistas das áreas dos projectos em oficina e estratégicas para o desenvolvimento sustentável das localidades; os promotores que necessitem poderão ainda participar em sessões de reforço nas áreas de competências-chave. Todos os grupos integrantes das Oficinas de Projectos desenvolverão, paralelamente às

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actividades formativas ou até em sequência das mesmas, Projectos Colectivos para os quais irão chamar as suas comunidades a participar.

Há várias pessoas que lamentam o desaparecimento de eventos festivos característicos das suas localidades; há outras que reivindicam espaços para promoveram iniciativas comunitárias; ora é nas pessoas que está a dinâmica das localidades. Através da participação num projecto que é de todos e para todos e da vontade em imprimir uma maior dinâmica às localidades que se poderá partir para o adensar do espírito e do projecto comunitário.

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LEVANTAMENTO DOS ELEMENTOS DE POTENCIAL ENDÓGENO Tecelagem em Fridão A Freguesia Fridão é uma freguesia do concelho de Amarante com 863 habitantes, que se situa nas abas da Serra do Marão. Para além da sua beleza paisagística e da variedade biológica de diferentes ecossistemas, Fridão tem ainda obras que se ergueram e que servem de referência, para quem vem visitar esta maravilhosa freguesia, como a Casa das Choussas, a Casa de S. Faustino (onde funciona uma estância de turismo rural) e, ainda a Casa da Ponte, a Casa da Costa e a Casa da Zindinha de Parachã. Igualmente dignas de reconhecimento são as típicas casas tradicionais em xisto castanho da Meia Via, cobertas com a telha portuguesa de meio cano e a Central Hidroelétrica do Rio Olo, sonhada pelo então presidente da Comissão Executiva Municipal Republicana, Dr. António do Lago Cerqueira. Terra de Nunes Ferreira e António Cândido da Costa, Fridão é uma freguesia com vários costumes e tradições. O artesanato é uma delas e, a arte de bem tecer é sem dúvida aquela que mais promove. Realizada por mulheres, a tecelagem ainda tem um grande peso para a economia local. As mantas de Coroa de Rei tecidas com o mais natural linho revelam a excelência desta tradição, que “não tem segredos, para a mulher de Fridão…”, que “… cria com a ponta dos dedos, obras de arte e coração”.

O levantamento Com o objetivo de verificar a atividade de tecelagem em Fridão, foi efetuado um levantamento exaustivo dos elementos de potencial endógeno, onde se procurou perceber o número de tecedeiras no ativo, o número de tecedeiras que deixaram a atividade, o número de equipamentos existentes (tear, urdideira, caneleiro, etc.), o número de pessoas a trabalhar o linho (também há quem trabalhe apenas com algodão), o número de pessoas que sabem urdir, tear e tramar. Através deste levantamento, tentou ainda perceber-se quais eram/são os produtos com mais saída e os produtos mais raros (quer pelo preço, quer pela dificuldade de elaboração). Os dados obtidos podem não estar completos, porque, embora o levantamento tenha sido exaustivo e por toda a freguesia, não foi possível contactar todas os residentes, uns por não se encontrarem em casa, outros por residirem no estrangeiro.

No que diz respeito aos resultados obtidos (tabela 1), verificou-se que em Fridão existem 21 tecedeiras no ativo e 41 tecedeiras que já deixaram a atividade. Aquando da visita, as 21 tecedeiras que ainda exercem

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atividade, revelaram que o negócio está em extinção. Já não produzem como antigamente, e temem pelo fim desta atividade. As 41 tecedeiras que sessaram atividade, fizeram-no por motivos económicos e pela falta de trabalho. No total de 62 tecedeiras abordadas, 51 afirmaram trabalhar ou terem trabalhado o linho, 24 saberem urdir e 59 saberem tear/tramar.

Tabela 1 – Tecedeiras no ativo, tecedeiras que já não exercem e trabalhos elaborados.

Trabalhar linho Urdir Tear/tramar No ativo Já não exercem

51 24 59 21 41

Relativamente aos equipamentos existentes na freguesia de Fridão, através deste levantamento ficou a saber-se da existência de 78 teares, 10 urdideiras manuais, 52 caneleiros, 23 teares de frocos, 12 restilhos e 46 dubadouras. De realçar que estas quantidades se referem ao número total de equipamentos no ativo e equipamentos em não funcionamento (desmontados).

Tabela 2 – Equipamentos existentes.

Tear Urdideira Manual Caneleiro Tear de frocos Outro Restilho Dubadoura

78 10 52 23 12 46

Relativamente aos produtos com mais saída, as tecedeiras afirmaram unanimemente que as colchas foram e são o produto mais requisitado.

Relativamente aos produtos mais raros, afirmaram que os panos, os jogos de quarto e todos os produtos compostos por 100% linho (devido ao custo associado), são os produtos que são menos requisitados.

Tabela 3 – Produtos elaborados.

Produto com maior saída Produto raro

Colchas Panos, conjuntos de quarto

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O instrumento de registo / questionário

TRABALHO DE CAMPO – PROJECTOS COLECTIVOS LEVANTAMENTO DOS ELEMENTOS DE POTENCIAL ENDÓGENO Tecelagem em Fridão

Operador: Data: _____/______/_____

1. Identificação NOME DA FAMÍLIA ___________________________________________________________ ___________ NOME DO/A ENTREVISTADO/A _______________________________________________________ MORADA ___________________________________________________________ ______________________ CONTACTO(S) ___________________________________________________________ ________________ 2. Equipamentos Tear

Urdideira manual

Outro

Urdir

Tear /tramar

3. Pessoas Trabalhar Linho

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4. Produtos (Toalhas, colchas, lenços, ) Produto com maior saída Produto raro ou especial

FOTO CASA / OFICINA

FOTO PESSOA (S)

FOTO EQUIPAMENTO

FOTO PRODUTO

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