Revista de Poesia Apócrifa Nº4

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Бузлуджа - Buzludzha - House-Monument of the Bulgarian Communist Party, Bulgaria

The Spomeniks


PREFÁCIO Deixo à vossa complacência esta revista destinada a morrer pois não tem lombada. Ter um traseiro eminente parece ser condição necessária para figurar nas estantes, ser denotado entre os demais, ascender à atenção do outro. Ser um troféu de caça para os que confundem enciclopédias com manuais de saber e que gostam de se deixar fotografar perto de armazenadores de livros. Por outro lado, dada a sua escassa finura também não poderá ser útil para ajudar às mesas mancas ou para educar as criancinhas a comer com modos*. E ainda, muitos se riram da história de um velho médico que fugiu da terriola onde trabalhava quando deitaram fora o carro velho dele e lhe ofereceram um novo. No miolo da revista, como informará o impressor, reaparecem novos nomes e desaparecem alguns antigos. O tema é Cerberus já que se fala em centenário da Orpheu. Agradecimentos a todos os que nos ajudam e ajudaram: vemo-nos na Antologia. Vasco Macedo

*diz-se que na foz do Douro algumas mães obrigam os seus filhos a comer à mesa com enciclopédias debaixo dos braços para que aprendem a postura correcta para se ter: recta e elegante

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ELEGIA A HERBERTO. 23-3-2015 eu que sou o mágico eu que criei a magia resultante de uma câmara de tochas que eu mesmo bafejei a custo de lhe absorver morrendo o gás molécula após molécula nas noites distantes do cemitério Laeken entre o mistério e as cervejas, o mijo escorre de putas com fome nas sanitas em estiolamento vivo, abrigos sob descargas da polícia nas |fronteiras a lua imanentemente imersa nas raízes fornece a corrente diária do meu relógio em erosão sequencialmente |abjecta eu que bafejei a custo, de lhe adsorver morrendo o gás não de bilhas mas do mal que se conserva sempre nos olhos dos outros que receio eu? nunca receei nada de impuro nada que me estremecesse depois dum livro ímpar: um canto do retorno ao espelho lírico da |infância do homem que se curva na máxima posição fetal e no fim come as própria fezes numa antologia de bocas comunicantes que desta ilha fugiu e arvorou, vivendo às golfadas num tempo de merda. recuso não ser eu a enterrar-me, nenhuma morte alheia desejo nenhum mestre invasor, um intelectual desses que me ostentam em delírio |errante de sovaco e eco e que em baba se fanam eu que criei a magia quero reduzi-la a pó, só eu o posso fazer. Eu disse: - O estilo é criação da dignidade. a mesma dignidade que nunca poderei abandonar

André Alves

em vida ainda mas já no patamar da morte, onde os ventos são frios e o calor da vagina final me martela as frontes, lapidando-as na certeza do |útero primordial encontro o molde da magia de outrora que jaz no barro da terra última essa magia que eu próprio quero destruir decepando com ela a árvore do estilo, no acto da poda do juízo, eu corto a mim mesmo o cabelo no último |domingo e encerro em mim toda a obra com uma bofetada que queima o meu poema continuo, fragmentando a vida da obra numa roleta atroz oval e sefardita uma ratoeira de paio editorial do supermercado

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André Alves

porque a minha vida a ninguém interessa porque da minha vida maldita nada interessa nada a quem, a quem a quiser nenhum grão de arroz aos da fome podre e profana e que dum reflexo solar ardam todos os que em mim repudiam o meu insaciável ímpeto experimental, até o de me matar em vida e |obra porque os filhos são só os poemas e nessa aglutinação adjacente do |amido cerebral sonho uma palavra que nunca usei: Amén.

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[SEM TÍTULO] perder tudo e do osso fazer uma roda e com ela uma câmara para presenciar a dor tu serás o público no júbilo infernal onde o medo é uma esfera entre aberta um vale à espera azul serei o último cego que revela o negro mais que preto a ausência mais que luto a luta no seu fim atmosférico rarefeito sem qualidade.

André Alves 7


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UMA FRESTA DE SILÊNCIO uma fresta de silêncio e os ecos da cidade no quarto como um tambor metálico que invade as paredes bolorentas. os carros. a sirene aquosa a diluir-se no escuro. a televisão sem andar a rasgar tudo com a publicidade a esticar a perna a dobrar-se. sobre o chão a janela os lençóis pintados de candeeiros e azul vermelho: a sirene da ambulância da polícia dos bombeiros que não passam. e não há fogos à noite. tudo arde em saliva seca sobre o céu da boca. a língua descansa sem gritar – e grita: os carros bolorentos a vadiarem no couro cabeludo no corpo nas veias as artérias estradas de fumo.

Aquele

e não há saliva à noite. tudo ar puro na caixa de cartão infestada de pó e ali talvez haja silêncio. mas está aberta.

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os ecos invadem horda de desespero sobre a casa e não oiço ninguém a gritar não grito: bolorento

no corpo nas veias

azul vermelho. um lugar igual ao mundo e eu ouvidos a mais para ele.

Aquele 9


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TRÍPTICO I ofereces a garganta à lâmina breve da luz as sombras mastigam a cadência da humidade e o silêncio entre elas como uma infiltração escura dilata-se pelas paredes brancas do quarto calam-se os dedos que suaves pressionaram a tua traqueia com beijos de orvalho medrados na serenidade fresca da penumbra lá fora a chuva a chuva e a cidade trucidada que colapsa sob o peso insustentável de uma revolução fundada em nojo

Beatriz de Almeida Rodrigues

o poeta rasgou a barriga das coisas durante a noite e pendurou-as esvaziadas à entrada dos templos modernos

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escritas a sangue saneadas a néon duas palavras intermitentes sob a chuva é urgente é urgente é urgente quando amanhece regressas a uma casa onde repousa o homem morto e ofereces a garganta à lâmina breve da luz multiplicas-te

II primeiro ruiu a casa acordaste uma manhã com ela desfeita sobre o teu peito e tu magro um pouco triste


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não a tentaste compor de novo ao partir levaste contigo um tijolo como se carregasses entre as mãos alvas o peso inteiro de um céu despudorado virgem sôfrego de perscrutar a textura incerta da tua carícia mas pela segunda vez os teus dedos sangraram e logo outra até que o sangue deixou de ser teu escorria pelo crânio aberto de um homem contra quem abdicaste do tijolo é urgente é urgente e o homem esvaía-se anónimo com a boca a contorcer-se de palavras convulsas imundas de medo como são as dos poetas

levaste-a contigo para uma casa ainda erecta e quando pela segunda vez a casa ruiu deixaste-te dormir

III sempre que chove uma cidade cai desaba enquanto sonhas que ela desaba como se a chuva fizesse brotar do teu peito a carnívora flor que devora os sustentáculos da ordem com que encobres o pudor da beleza

Beatriz de Almeida Rodrigues

não te lembravas que a linguagem era assim uma intimidade partilhada com brutos e cobardes e de imediato o esqueceste para que subsistisse somente a imagem de um crânio exposto às veleidades do teu olhar

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Beatriz de Almeida Rodrigues

quando o fulgor do ĂŞxtase resplandece na pele os teus dedos refractam-se em promessas difusas de eternidade

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SONOPLASTIA DA AUSÊNCIA Dias depois, o zumbir de cactos fascinados. a memória salta cavalos lógicos esmagando a água das histórias e eu fico-me um eixo tresloucado com o sol a crescer nas garras retrácteis da dor. Sento-me num prazer duplicado pela diferença dos corpos lambo a língua às paredes do meu corpo pela diferença das vozes trucido os gatos no estômago pela igualdade da seiva que vulcaniza pelo mel de banhar invernos a dois. Há um estar plasmático que foge numa atrocidade indiferente. as mãos vazias a tocar a luz vazias de entendimento memória em delírio fragmentada. um homem vivo, tu, na minha garganta a semicerrar as pálpebras do mundo a segregar afectos em salivas transformadas e os sons inventados pela ternura das velas.

Elsa Oliveira

Só o verbo cura as crisálidas que não morrem. não te preocupes: no caleidoscópio da ausência, a atenção extasiada a permeabilidade dos morcegos à noite a liquefacção real dos suores mentais a osmose na polpa dos olhos. E nas mãos da memória – orgasmo de dedos partidos, na pele intermitente e cruel das lembranças, crianças desaguam no refúgio das veias odores soltam o rodopio de uma onda livre que desdobra a infância escarlate e o brilho das flores Tuvalu.

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Elsa Oliveira

Digo: não te preocupes… há a corda intermédia que torna invisíveis os nomes, trapos de nomes que nos ardem nas lanternas dos pés. em ombros solidamente pousados nas paredes que voam a erogenia de um sonho nu um barco sem fronteiras num mapa de ilhas líquidas que trans_bordas(te).

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VÉNUS II lívidas, as madressilvas estalam sobre o fulgor dos teus seios e menstruadas rosáceas tatuam-se nos flancos como sintomas bestiais digo: dá-me a água ambivalente dos teus olhos atravessados de pavor o sonolento estremecer dos teus dentes ou o sombrio eco das âncoras o balouçar dos barcos dardou de sangue a melancolia das manhãs perscrutámos em abandono o pó calcário das dunas e pousámos na curvatura dos cabelos desanelados búzios verdes e esqueléticas medusas mas se tu respirasses sobre o torpor encapelado das espumas se com teus dedos molhados envolvesses o meu rosto e amparasses o meu medo e rasgasses as gelatinosas conchas puras onde o meu corpo se |revolve ocluso lustroso aflito de sangue e violentado luto eu amansaria as feras que sobre os meus joelhos se agrilhoam as claustrofóbicas cadelas e ao lado das aquáticas crianças perseguiria os teus peixes, abrindo as pálpebras pesadas à luz recurva das esquinas como um cometa enfim liberto ou uma estrela fluorescente

Luiza Nilo Nunes 19


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DANÇA DA CHUVA Afinal, Estes últimos anos foram uma dança da chuva Coroada com sucesso Agora, Encharcado até aos ossos Vou saindo pouco a pouco desse Transe da Tristeza Creio que me transviei em dimensões paralelas E face a tudo aquilo que poderia ser dito

Marco Galrito

Fazer um voto de silêncio seria extrema redundância

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INTIFADA Hoje esteve frio Tu estavas de saia Atentamente, A Tua Cona

Miguel Pires 27


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Patricia Úbeda

MORTA ME COMEM

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Morta me comem Os olhos comem-me Os gatos comem-me Os homens comem-me, invertebrada O meu coração pertence a uma geração invertebrada. O meu coração cresce como uma árvore limpa de infecções O meu coração não é uma cidade hipocondríaca Mas os homens comem-me incinerados de neve os peixes comem-me com a doçura de uma matança os peixes comem-me para saber onde está a minha vagina os peixes não querem o coração os homens não querem a minha garganta de libélula eles não procuram multiplicar-se na literatura eles não querem procurar a ferida no meu peito de sereia eles sonham com seres imigrantes da doença os gatos traçam-me a loucura os gatos traçam-me a melancolia como um dom da existência primitiva eles limpam-me a garganta com pedaços de um continente despejado eles afastam-me da etimologia da minha mãe eles sujam-me com símbolos forenses eles deixam-me crescer com a morte obesa de pássaros os pássaros não sabem ser símbolos e os símbolos não sabem que são pássaros Morta os pássaros me comem eles comem-me lentamente perto dos infanticidas de um poema eles comem-me sã num colchão de pregos alecrim e nenúfares de sangue amarelado comem-me reconhecendo que em meu corpo existiu o mar antes da palavra comem-me quando a lua não reconhece a cria que matou sua mãe quando a amnésia é uma traça em meus olhos míopes quando a amnésia é uma jaula de olhos que ardem as traças comem-me e são sabem ser artistas da morte as traças comem o meu sexo para que os meus filhos sejam soldados do verbo as traças comem o meu corpo como se fosse uma catedral de andorinhas com fendas |na nuca as traças não me querem porque os meus olhos degolaram o meu sexo quero que a sinestesia me afogue quero que me afogue até matar os meus filhos d’água.


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A SIMETRIA DO FRIO ninguém me disse que ao nascer odiaria tanto a linguagem como sonhar que a janela teria meu rosto o meu sangue e o amor de criar o teu corpo cinzas, barras, jaulas, besouros, vespas um museu nublado de ventres alheios Roubaram-me ao nascer a cor urina a cor lágrima a cor inocência Os meus pulmões prematuros cravam a cor da doença e teu amor de tatuar-me espelhos onde a criança confunde os pês com os de anjos da guarda. ninguém me disse que era uma tradução do frio ninguém me ensinou o cadáver que havia nos olhos das papoilas. poderias tatuar-me crostas de cicatrizes que mentem sobre o tempo. poderias tatuar-me máscaras em lugares que não sabemos ser actores das |feridas. poderia fazer de teu ventre um cemitério de tubarões vivos. poderia depurar o que derramas sobre a noite depurar a sua contemplação, o olho derramou a pergunta que dói aqueceu a mão que dorme no espelho. ninguém me disse que era uma tradução de um espelho. repeti tanto a cor que me esqueci que o cadáver estava ameno nos olhos da papoila. poderias tatuar-me rostos cegos de chuva ácida, estão já tão mudos já que intentam encontrar a simetria do frio.

Patricia Úbeda

tradução de Kévin Antoine Guimet e Vasco Macedo

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dispersos

VIII

para a Beatriz

o teu corpo falta-me como um buraco na língua como a pressão dos feixes nas estruturas tão prontos a contorcer tudo o que se lhes rodeia para que possam beber liquefeitos o mundo ainda assim por amargura póstuma contra a indelével revolta mansa das janelas a luz estilhaça-as no chão da manhã solitária onde tu vais passas enquanto encenas um ritual sanguíneo erigindo reflexos como lírios brancos nas margens das autoestradas límpidas de fumo fumadas enfurecidas o teu níveo peito como um chão que caminhamos sem pisar por onde passamos numa louca velocidade medida pelo sôfrego anzol que lançamos com as mãos na ânsia de tocar o que foge à passagem do automóvel. o ferrão da abelha escuta o canto das praias tu caminhando nos meus poemas num imenso prazer carnal só invasão sobre o espaço em volta do espaço o negro fantasma antigo da família habituado à dança das carraças quando a estação muda e o pensamento estanca

pura

Vasco Macedo

tu és a ferrugem nos pátios dos peregrinos aquela moradia amarela onde as memórias habitavam-se num chá nupcial o dedo fervendo por dentro das imensidões grotescas dos seus silêncios de conveniência tão respeitosos para com os códigos dos |trilhos eles que circundam a imensa selva seca e inconquistável rios de lágrimas justapostas impondo um rastilho limítrofe para a condução voraz do incêndio na matéria poética

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entretanto os bichos voltam a descobrir a passagem oculta desenhada pelos filisteus debaixo das saias do mar eu que escolhi a rocha para poder observar a debandada do que não sou eu que só existo nesta voz que reduz o real a um código binário entre parente único e o estrangeiro


dispersos

os delírios narcísicos as convulsões de êxtase as possessões indígenas são anseios diluídos nesta apátrida terra manifestações esporádicas e infrutíferas no cal limado dos incessantes úteros que continuam sua perpétua opressão ordinária sobre o húmus duma terra ressequida de espanto e ainda assim esta voz te procura

Vasco Macedo 31


dispersos

XIX por uma nuvem de fumo emerge o meu crânio calvo de olhos as luzes da cidade projectam-se-lhe na face às estaladas rasgões repentinos e frenéticos contaminados por sombras homens curvados como bestas insaciáveis que paulatinamente progridem para uma certa erecção na postura sorrindo repletos de merda na boca julgamos poder viver aí prostitutas baratas obrigados a assistir a todos os milagres da representação agradecendo com todos os louvores a enfermeiras-serpentes que faziam da nossa velhice um momento para cuidar da nossa demência com o medicamento por longos tempos fermentado debaixo de uma língua sem palavras Aborrecemo-nos nas estantes do tédio até que uma outra raiva se levantou dentro de nós como um pedido por Deus perdido no meio deserto E gritámos de felicidade quando nos ofuscaram com um clarão contínuo a imagem perfeitamente estanque duma terra inteligível onde pudéssemos enfim suportar as paredes da cara

Vasco Macedo

mas assim que aproximámos as mãos das coisas três vultos terríficos apareceram num ápice manifestações de um subconsciente oculto que nos aprisionava cada vez que a nossa boca balbuciava a palavra carne

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percebemos que fôramos feitos da costela de um patriarca ascético e por isso sem gula mordemos convictamente todas as maçãs queríamos à fina força plantar no chão raízes que nos ligassem ao húmus mas elas apenas nos arrastaram vertiginosamente para a nossa condição prévia de tela passiva profanados pela difusão constante de um enredo estrangeiro e ordinário e não só os cães nos confundiram com bocas-de-incêndio quando nos ajoelhámos no meio das estradas olhos fechados e boca semi-aberta a esperar o cair da primeira gota de chuva sobre a nossa testa


TEMA

Cerberus


cerberus

[SEM TÍTULO]

Beatriz de Almeida Rodrigues

o silêncio escorre pelas paredes infiltra-se nas canalizações, desliza pelos corredores, cresce como uma silhueta húmida vestida da mais fina tessitura de nojo o silêncio alastra-se pelas divisões contíguas, pelas manhãs frias, pelas noites vazias do palácio, impregnando os espaços por onde passa com o cheiro estéril da virgindade é um manto que vestes para te fingires soberano da tua servidão pois sabes que um só vislumbre do reflexo no espelho e o teu corpo sucumbiria ao arrepio vertiginoso do escuro afinal habitas um reino estranho que habita em ti fundes-te com as raízes da penumbra, três crânios secos onde germinou uma árvore de ossos os seus ramos estrangulam os gritos que se assomam como aranhas e morrem insidiosos sob a superfície da tua pele será este o lugar dos horrores inomináveis? e contudo cabe na garra feroz e pura de uma criatura magoada houvesse uma lira no limiar da eternidade para expurgar da tua carne a insónia

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cerberus

CERBERUS Monstro da solidão o da fome. não me podes eleger. meu coração é um cão de três cabeças. uma delas tem as sobrancelhas mal depiladas, não posso ser ao mesmo tempo foice e pele. as outras cabeças não sobram servem para me arrancar os olhos, para arrancar o céu, para mastigar mais do que sou. não posso com a minha saliva, com a solidão do meu estômago. lambo-me os joelhos e a águas limpas afundam o silêncio. as minhas unhas moles os meus dedos enrugados são amostra do tempo que não quero ver.

Patricia Úbeda

tradução de Kévin Antoine Guimet

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POSFÁCIO

[ Aos que juraram que hão de salvar isto pela literacia Dêem-me as vossas azias cubro-as de cimento quente Esvazio-vos as barrigas, se havemos de nos ler todos Por mãos gitanas ] Raquel Nobre Guerra, Groto Sato, Mariposa Azual

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Índice Prefácio Dispersos: André Alves Elegia a Herberto [sem título] Aquele Uma fresta de silêncio Beatriz de Almeida Rodrigues Tríptico Elsa Oliveira Inter(sol)stício A uma árvore Sonoplastia da ausência Giovanni Collazos Carrasco La muerte Ojal Luíza Nilo Nunes Vénus - II Marco Galrito Dança da chuva Marta Esteves Devoluto Duas Revoluções Miguel Pires Intifada Patrícia Úbeda Morta me comem Simetria do frio Vasco Macedo VIII XIX

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Tema Cerberus: Beatriz de Almeida Rodrigues [Sem Título] Patrícia Úbeda Cerberus Vasco Macedo III Posfácio

3 5 7 8 10 13 14 15 17 18 19 20 25 26 27 28 29 30 32

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Exemplar Nº _ / 250 Escolha dos textos: Vasco Macedo

Distribuição, Divulgação e Revisão: Beatriz de Almeida Rodrigues

Design e Paginação: Carolina Prata

Fotografias (por ordem): The Spomeniks:

Бузлуджа - Buzludzha - House-Monument of the Bulgarian Communist Party,

Bulgaria (capa) Spomenik Podgarić, Croácia Бузлуджа - Buzludzha - House-Monument of the Bulgarian Communist Party, Bulgaria Бузлуджа - Buzludzha - House-Monument of the Bulgarian Communist Party, Bulgaria

Apoios:

Tiragem 250 Exemplares Lisboa, Março de 2015

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