1 minute read
MEMORIA E IDENTIDADE
Acredito que todos um dia já se perguntaram “quem sou?”. Em mim, essa pergunta pairou por muito tempo e minha curiosidade sempre me instigou a ir além do questionamento. Nunca pretendi responder rigidamente à questão, mas sempre quis discutir e pesquisar sobre. Se estamos mudando constantemente, entendo que é impossível encontrar uma resposta fixa e concreta.
Entretanto, através deste vídeo pretendo ao menos registrar a identidade em inúmeros “agoras”.
Advertisement
Minha família, até virmos para São Paulo em 2014, nunca se fixou em um lugar por mais de 5 anos. Na maioria das vezes o período que nos fixávamos era de, no máximo, 2 anos. Era muito difícil manter uma amizade por muito tempo e me sentir pertencente de um grupo. Dessas mudanças, a que mais me marcou foi o período em que nos mudamos para o Japão, onde vivemos por 6 anos, dos meus 11 aos 17 anos. Sim, todo o período da minha adolescência, talvez a fase que mais suscitam as famosas crises de identidade.
Durante minha estadia no Japão, minha família e eu sofremos muitas vezes preconceito por sermos brasileiros. Quando voltei para o Brasil, percebi que aqui as pessoas tinham costume de me identificar como “japonesa”. Meu dilema é ínfimo, e apesar de hoje eu não me importar, eu dizia: “Sou brasileira, nasci no Brasil, então sou brasileira”. Nem se passava pela minha cabeça que, sim, sou brasileira, mas sou japonesa, sou mestiça, sou um emaranhado de acontecimentos e experiências. Outra questão que sempre me fiz também foi: “Será que sou o que os outros pensam sobre mim, ou sou o que eu penso sobre mim?”. A resposta que tenho hoje, pois amanhã posso mudar de ideia, é a mesma, sou um pouco dos dois. Toda e qualquer experiência que temos, seja física, virtual, emocional ou mental, é capaz de nos moldar. Nossa identidade está, então, em constante mudança no contato com cada corpo, cada objeto e cada espaço.
Entre todas essas mudanças de residências, devo dizer também que sempre mudei muito de ideia, gostos, hobbies e até escolha de profissão. Foi após muitas pesquisas e testes vocacionais que decidi cursar algo que me possibilitaria continuar investindo meu tempo em muitas coisas e poder ter dinamismo na vida profissional. Nunca desisti de nada, mas sempre tive períodos de foco em coisas diferentes. E essa constante mudança justifica o cenário com a diversidade de objetos adquiridos ao longo do tempo. Praticamente um Tudo em todo lugar ao mesmo tempo. Neste caso, tudo no mesmo lugar.
IMAGEM 6
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
IMAGEM 5
Vejo plano
Fonte: Acervo da Autora
Minha lembrança É preto É branco
Meu coração
Sincero, mente Meus lábios falam Em pleno silencio”
Carol Yukie
IMAGEM 7
O Semeador e o
Sol Poente
Fonte: wahooart.com