Folhetins - Salve a coagulação

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Você sabia? - Algumas espécies de vertebrados não possuem plaquetas, neles a coagulação se inicia por fatores liberados pelos tecidos lesados. - O sangramento pode reiniciar se retirarmos a casquinha antes de o tecido lesado regenerar, pois ela funciona como um tampão. - Ao furar as orelhas, apenas a vasoconstrição é suficiente para evitar a hemorragia.

8 ou

A Trombose é uma doença caracterizada pela capacidade excessiva de formar coágulos sanguíneos no interior dos vasos, os quais podem obstruir potencialmente o fluxo de sangue.

Por outro lado, a Hemofilia é uma doença sanguínea caracterizada pela deficiência ou ausência das proteínas Fator VIII ou Fator IX da coagulação. A falta dessas proteínas causa a perda da capacidade de formação de coágulo, provocando uma hemorragia excessiva em pessoas

Pesquisadores de vários países, inclusive do Brasil, buscam alternativas de tratamento para melhorar a qualidade de vida dos portadores de hemofilia. No Hemocentro de Ribeirão Preto há equipes multidisciplinares especializadas no tratamento, que pesquisam novas técnicas terapêuticas.

Casa da Ciência - 2011

Autores: Alícia Greyce Turatti Pessolato Andrielle de Castilho Fernandes Revisão: Profa. Dra. Marisa Ramos Barbieri Diagramação: Gisele Oliveira

Produção:

80

portadoras da Hemofilia A ou B.

Curiosidade

O primeiro relato de hemofilia foi na rainha Victoria da Inglaterra (1837-1901). A hemofilia é uma doença hereditária ligada ao cromossomo X que se espalhou pelo mundo e ainda não tem cura. Ela era conhecida como doença da realeza, pois como era costume o casamento entre parentes, permaneceu por muito tempo entre os membros da família real inglesa.

Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto Rua Tenente Catão Roxo, 2501 Campus Universitário - Monte Alegre Ribeirão Preto - SP (16) 2101-9308 http://www.hemocentro.fmrp.usp.br/casadaciencia e-mail: casadaciencia@hemocentro.fmrp.usp.br

Apoio:

Por que não sangramos até morrer?

Nº 008


Você já deve saber que quando sangramos é porque houve o rompimento de um vaso sanguíneo!

O tampão é suficiente para cessar um sangramento pequeno. No entanto, quando a lesão vascular é grande, entra em ação uma segunda linha de defesa do organismo, que são proteínas denominadas Fatores da Coagulação. Grânulos de plaquetas liberados

Mas por que em poucos minutos paramos de sangrar?

Vaso retraído

Tampão de plaquetas ativadas

Porque nosso organismo, e também de outros vertebrados, realiza um complexo processo denominado coagulação sanguínea.

Fig. 1 - Mão com corte

E por quanto tempo o coágulo fica em nosso vaso sanguíneo? Após a reparação do vaso danificado, a proteína plasminogênio é transformada em plasmina (representada pela tesoura na fig. 5), a qual irá degradar os filamentos de fibrina. Dessa forma, o coágulo sanguíneo é dissolvido e o fluxo sanguíneo volta ao normal (fig. 6). Plasminogênio

Fig. 3 - Vasoconstrição e ativação plaquetária Coágulo

Fig. 5 - Coágulo dissolvido pelo plasminogênio Fibrina

Hemácias Vaso sanguíneo

Plaquetas

Fig. 4 - Formação do coágulo estável

Fig. 2 - Vaso sanguíneo rompido

Após uma lesão, como um corte das figuras 1 e 2, o vaso sanguíneo se contrai - vasoconstrição, resultando na diminuição do fluxo de sangue nele. Tentando tampar o “buraco” causado pela lesão, imediatamente as plaquetas se incham e aderem na parede. Uma vez ativadas, elas começam a liberar proteínas que acionam as plaquetas vizinhas. Então todas elas se unem e formam um tampão plaquetário (fig. 3).

Fig. 6 - Vaso sanguíneo reparado e fluxo reestabelecido

As proteínas atuam em forma de “cascata”, ativando seqüencialmente umas às outras até que se obtenha uma substância conhecida como trombina. A trombina “transforma” o fibrinogênio em fibrina, a qual é compactada e gera o coágulo estável (fig. 4). O coágulo, nada mais é do que uma “massa” que retém o sangue e forma aquela crosta que chamamos de “casquinha”.

Você imaginava tudo isso acontecendo o tempo todo em nosso organismo? Se não houvesse um processo como esse morreríamos facilmente de hemorragias e infecções.


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