Células-tronco embrionárias e aplicação na Terapia celular

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Terapias com células-tronco embrionárias humanas.

Folhetim produzido como parte da disciplina da pósgraduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão preto - FMRP

Várias doenças, como a Doença de Parkinson e o Diabetes Mellitus Juvenil, são resultantes da morte ou disfunção de um ou alguns tipos celulares. Assim, a reposição dessas células por tecidos produzidos a partir das CTs embrionárias humanas poderia proporcionar uma terapia duradoura.

Autores: Maristela Delgado Orellana, Everton Costa e Rodrigo Guarischi.

A capacidade das CTs embrionárias humanas de se diferenciarem em diversos tipos celulares in vitro permite que essas células sejam vistas como uma fonte quase ilimitada para a produção de tecidos que poderiam ser utilizados no transplante e tratamento de diversas doenças.

Casa da Ciência - 2011

Diagramação: Gisele Oliveira Disciplina de Pós-Graduação: Terapia Celular e Citogenômica: Avanços e Perspectivas Prof. Dr. Dimas Tadeu Covas, Dra. Aparecida Maria Fontes e Dr. Fabio Morato Oliveira. Referências Bibliográficas ZAGO, MA; COVAS, DT. Células-tronco: a nova fronteira da medicina. São Paulo: Atheneu, 2006.

No entanto, ainda não são realizadas terapias com células-tronco embrionárias. Estas células devem ser cultivadas e diferenciadas in vitro por longos períodos antes de serem transplantadas, uma vez que se injetadas em sua forma indiferenciada podem se multiplicarem e se diferenciarem de forma descontrolada dando origem a tumores, em vez do tecido terapêutico desejado.

Produção:

Pesquisas com células-tronco embrionárias humanas no Brasil. No Brasil, apenas recentemente foi aprovado o projeto de lei para a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias humanas, mas ainda muitas questões éticas permeiam o assunto. Como essas células, até o momento, são obtidas apenas a partir da massa celular interna do blastocisto, ou seja, de um embrião, e é necessária a destruição desses embriões para a obtenção dessas células, alguns conflitos entre ciência e religião são inevitáveis. A maioria das pesquisas é realizada com linhagens de CTs embrionárias humanas, isto é, essas células já foram obtidas e expandidas in vitro para serem comercializadas. No Brasil, existem apenas dois centros de pesquisa autorizados a estabelecer linhagens de CTs embrionárias que podem ser utilizadas por outros centros de pesquisa, sendo, portanto, um procedimento regulamentado e controlado.

Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto Rua Tenente Catão Roxo, 2501 Campus Universitário - Monte Alegre Ribeirão Preto - SP (16) 2101-9308 http://hemocentro.fmrp.usp.br/casadaciencia e-mail: casadaciencia@hemocentro.fmrp.usp.br

Apoio:

Nº 009


Vocês sabiam que alguns pesquisadores já conseguiram diferenciar células-tronco embrionárias humanas em células do sangue? No Hemocentro de Ribeirão Preto são realizadas pesquisas a partir das células-tronco (CTs) embrionárias humanas. Seguindo metodologias específicas, essas células podem ser diferenciadas em hemácias, granulócitos, megacariócitos, células “matadoras” naturais (Natural Killer) e linfócitos. As células produzidas por alguns grupos de pesquisa são muito semelhantes às células sanguíneas encontradas no organismo adulto, mas elas ainda apresentam características muito semelhantes às das fases embrionária e fetal. Essas descobertas constituem modelos para o estudo dos mecanismos genéticos envolvidos na produção das células sanguíneas e na origem de doenças do sangue. É preciso considerar também que as condições utilizadas na produção in vitro dessas células não são idênticas às do organismo in vivo. Desse modo, questiona-se se essas células seriam realmente capazes de desempenhar as mesmas funções das células encontradas naturalmente no organismo humano. Atualmente, muitos estudos estão sendo realizados para responder a essa dúvida. A produção de células do sangue para uso clínico ainda depende da solução de alguns problemas, como: o risco de formar tumor quando injetadas in vivo, a instabilidade cromossômica destas células ao longo do cultivo, a presença de contaminações derivadas de produtos de origem animal utilizados no estabelecimento, cultivo e diferenciação das CTs embrionárias, produção em grande escala e baixo custo, e a incompatibilidade entre as células geradas e as do receptor.

O que são células-tronco e quais são os tipos? São células ainda sem função específica, com alto potencial de multiplicação, que se diferenciam e se especializam originando células maduras e funcionais dos tecidos adultos.

As células-tronco são divididas em: embrionárias e somáticas. Embrionárias: como o próprio nome já diz, são células encontradas ainda no período embrionário. Elas são pluripotentes, pois são capazes de se multiplicarem ilimitadamente e se diferenciarem em todas as células que compõem o indivíduo adulto, mas são incapazes de formar a placenta e os anexos embrionários. Somáticas: são encontradas nos tecidos de um indivíduo adulto e são capazes de se diferenciarem em apenas alguns tipos celulares específicos.

Mas como surgem e onde são encontradas as células-tronco embrionárias humanas? Você se lembra do desenvolvimento embrionário? Então, após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, há a formação de uma célula com 46 cromossomos, chamada de célula-ovo ou zigoto, início do desenvolvimento embrionário. A divisão mitótica do zigoto em duas células-filhas chamadas blastômeros, começa poucos dias depois da fertilização (acompanhe o esquema ao lado – figura 1). Nas fases iniciais desse processo, as múltiplas divisões celulares dos blastômeros levam a um estágio conhecido como mórula, que consiste de uma estrutura maciça de células. Em seguida, Figura 1: Esquema da origem das células-tronco há a formação do blastocisto ou blástula, embrionárias o qual possui uma massa celular interna e uma camada externa de células. As células da massa celular interna são as que vão formar o feto e alguns tecidos extra-embrionários, como o âmnio e o alantóide. Além disso, elas possuem um potencial ilimitado de proliferação e podem diferenciar-se em todos os tipos celulares que compõem um organismo adulto, são, portanto, chamadas CTs pluripotentes ou embrionárias. Já as células que constituem a camada externa do blastocisto vão dar origem aos tecidos relacionados à placenta. Em 1998, pela primeira vez, James Thomson e pesquisadores colaboradores conseguiram retirar células da massa celular interna de blastocistos humanos e cultivá-las in vitro, dando origem à primeira linhagem de CTs Figura 2: Colônias de células-tronco embriembrionárias. onárias cultivadas in vitro


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