Desta forma vimos que existem vários meios de datação para avaliar a idade dos materiais. Mas ainda temos uma dúvida, o método é o mesmo para datar o fóssil de um dinossauro, uma rocha do início da formação da Terra ou uma múmia do antigo Egito? Sim, entretanto, o que muda é o elemento químico, já que cada um apresenta um período de meia-vida específico. Então, para obter a idade de algo que sabidamente ocorreu a um período de tempo relativamente curto, como datar uma múmia, usaremos o método do carbono 14, já que sua meia vida é de 5,7 mil anos. No entanto, se precisamos saber a data de um fóssil, poderemos usar o método do potássio–argônio que tem uma meia-vida de 1,275 bilhão de anos. Devemos também lembrar que é preciso que o material examinado apresente o elemento químico, pois de que adiantaria você querer usar o método do carbono 14 se o material não apresenta carbono? É importante saber, que devido às características de movimentação da crosta, é praticamente impossível termos rochas do início da formação do nosso planeta, pois como a crosta se encontra em constante movimento as rochas mais antigas são pressionadas de encontro ao magma do interior da crosta, se liquefazendo.
Autor: Vinicius Moreno Godói Produção: Casa da Ciência Diagramação: Gisele S. Oliveira
Casa da Ciência - 2011
Bibliografia: EICHER, D. L. (1964). Tempo Geológico. Série Textos Básicos de Geo - Ciências. Edgard Blucher Ltda (ed.). 173p FARJALLAT, J. E. S. (1969). Tempo geológico/ Editora Edgard Blücher.
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Quando o assunto é fóssil a dúvida comum é saber quantos anos aquele animal ou rocha possui. Uma vez que o aluno obtenha a resposta, uma pergunta é inevitável: “mas como é que você sabe se não estava lá quando ele nasceu?”.
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Essa pergunta é aparentemente inocente, e também fervilhou a mente de pensadores da antiguidade até o presente, onde tentavam realizar estas datações com o material e a ciência que era disponível na época. No entanto, um ponto “quase” final só foi colocado nesta questão a partir do momento que a ciência tomou conhecimento dos compostos radioativos e o seu processo de decaimento. Mas o que seria isso e como essa descoberta da ciência pode nos ajudar? Muitos tipos de átomos que existem na natureza possuem núcleos que se desintegram
Núcleo do elemento-pai
Partícula Alfa
Decaimento Alfa Partícula Beta
espontaneamente para um estado de menor energia. Estes isótopos radioativos são caracterizados por terem núcleos com um excesso de energia que os torna instáveis. Para atingir a estabilidade, esses núcleos desprezam essa energia extra, emitindo radiação eletromagnética (raios gama) ou partículas do tipo alfa (núcleos do elemento químico hélio, ou seja, dois prótons mais dois nêutrons) e beta (elétrons energéticos). O fenômeno pelo qual o núcleo se livra do excesso de energia é denominado decaimento radioativo. Ao decair, com a emissão de partículas, um núNúcleo do Alterações cleo sofre modificaelemento-filho atômicas ção em seu númeNúmero Número ro de massa (soma atômico de massa dos prótons e nêutrons) e/ou número atômico (soma -2 -4 dos prótons), transformando-se no núcleo de outro elemento químico. A liberação de energia, no entanto, não ocorre de forma +1 0
Decaimento Beta
desordenada. Cada núcleo radioativo de um mesmo tipo tem uma probabilidade bem definida de emitir radiação em um intervalo de tempo finito. Essa probabilidade de decaimento pode ser expressa de várias formas. Uma delas é a chamada meia-vida do isótopo radioativo. A meia-vida corresponde ao tempo necessário para que um conjunto contendo inicialmente núcleos radioativos de um mesmo tipo tenha sua população reduzida à metade. As meias-vidas dos diferentes isótopos radioativos naturais e artificiais variam por diversas ordens de grandeza. O isótopo do carbono com número de massa 14 (14C) tem, por exemplo, uma meia-vida de 5,7 mil anos, enquanto o isótopo de potássio com número de massa 40 (40K) tem uma meia-vida de 1,275 bilhão de anos. Este processo não ocorre somente em material “morto” ou rochas, o iodo-131, utilizado em Medicina Nuclear para exames de tireóide, possui a meia-vida de oito dias. Isso significa que, decorridos 8 dias, a atividade do iodo-131 ingerida pelo paciente será reduzida à metade. Passados mais 8 dias, cairá à metade desse valor, ou seja, ¼ da atividade inicial e assim sucessivamente. Após 80 dias (10 meias-vidas), atingirá um valor cerca de 1000 vezes menor.
Elétron
-1
0
Captura do elétron
Próton
Nêutron Elétron
Tempo
Para entendermos melhor, imagine que você tem uma vela que, se acesa, dura uma hora. Você encontra essa vela pela metade, você não precisava estar lá para ver ela queimar para saber que ela permaneceu acesa por meia hora.