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1 Introdução

1 Introdução

A capacidade de os professores orientarem os alunos na aprendizagem das explicações científicas é considerada como uma das maiores competências do processo de ensino e como parte essencial do perfil do professor de ciências (Figueiroa, 2016). Neste sentido, os professores devem dar destaque ao processo de construção de ciência em vez da mera apresentação de conteúdos científicos porque considera-se que os alunos conseguem construir conhecimentos científicos com maior autonomia quando percebem esse processo, em detrimento da simples memorização (Dias, 2004). Por essa razão, uma forma de melhorar a formação científica dos alunos é através da dinamização de pequenas investigações desde os primeiros anos de escolaridade, devido à multiplicidade de atitudes investigativas que contemplam (Figueiroa, 2012). Esta perspetiva é reforçada por Afonso (2008) quando refere que “as experiências de aprendizagem deverão permitir aos alunos compreender a natureza da ciência em si, do inquérito científico e do seu papel central na ciência e saber como usar as capacidades e processos de inquérito científico” (p. 28). O inquiry (atividades investigativas) está na base da aprendizagem, na medida em que a aprendizagem parte da identificação de uma área desconhecida e visa a procura do conhecimento em falta, novas ideias ou hipóteses (Hutchings, 2007). É um processo centrado no aluno, promotor do pensamento crítico, reflexão, autoavaliação, cooperação, autonomia e da literacia científica (Hutchings, 2007), que concebe a aprendizagem através do questionamento. O potencial educativo das atividades investigativas assenta numa “metodologia vantajosa e impulsionadora do desenvolvimento nos alunos de um raciocínio científico e de pensamento crítico através do recurso a investigações simples que os auxiliarão a saber, a planear e a compreender a natureza da ciência” (Vasconcelos & Almeida, 2012, p. 123). Por outro lado, a importância da articulação disciplinar é reforçada quando se assume que as experiências de aprendizagem proporcionadas pelos professores devem incluir proposta de trabalho interdisciplinares. Nesse enquadramento, propomos-lhe a realização de uma atividade investigativa que visa a articulação interdisciplinar entre as Ciências Naturais e a Matemática do 3.º ciclo e que promove o desenvolvimento de competências nas seguintes áreas de competências do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (Martins, 2017): ● Linguagens e textos, através do uso de vocabulário próprio das ciências e da matemática, pelos alunos; ● Informação e comunicação, porque irão pesquisar, selecionar e partilhar informação; ● Raciocínio e resolução de problemas, na medida em que irão interpretar informação, planear e conduzir pesquisas e desenvolver processos conducentes à resolução de problemas e à construção de conhecimento usando recursos diversificados; ● Pensamento crítico e pensamento criativo, porque terão oportunidade de, partindo da observação de fenómenos relativos à hereditariedade e da mobilização de conhecimentos de diversos tipos, conduzir experiências, analisar e criticar a informação obtida. Os alunos irão criar modelos para solucionar problemas que lhes são colocados relativos à hereditariedade e no contexto do processo evolutivo; ● Relacionamento interpessoal, porque vão trabalhar em grupo e cooperar no sentido de resolver as situações problemas que lhe são colocados. ● Saber científico, técnico e tecnológico, no sentido em que vão compreender processos e fenómenos científicos e ter a oportunidade de manipular e manusear materiais e instrumentos diversificados.

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