2 minute read
Vegetarianismo é um tabu Espírita?
Vegetarianismo é um tabu Espírita?
Sim, sobretudo por ser considerado uma prática extremista e afugentadora de novos fiéis, já que mexe com valores arraigados na cultura brasileira, isto é, o consumo de carne.
Advertisement
Muitos Espíritas preferem negar as diversas orientações contundentes da espiritualidade e protelar a busca de uma compreensão própria sobre o tema, isso quando não menosprezam a decisão de ser vegetariano, vegano ou mesmo o trabalho de assistência espiritual aos animais.
Esse assunto, inclusive, foi capa da Revista Internacional de Espiritismo de janeiro de 2017 e da Revista Reformador, também de janeiro de 2017.
Chico Xavier, orientado por Emmanuel, já nos sinalizava sobre o consumo de carne em 1971, durante o Programa Pinga-Fogo: “Se nós estamos ainda subordinados à necessidade de valores proteicos que recebemos da carne, nós não devemos entrar em regimes vegetarianos de um dia para outro e sim educar o nosso organismo para realizarmos essa adaptação […]. Para dispensarmos este tipo de concurso dos animais, precisamos tempo[…]"
Será que esse tempo não é chegado? Em A Gênese, a Espiritualidade traz a Kardec no Capítulo III Item: Destruição dos seres vivos uns pelos outros, o seguinte contexto:
"Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa essa necessidade. O homem ganha horror ao sangue (item 24)" "Só à custa de sua atividade que o Espírito adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes (item 24)" .
Como se vê, o consumo de carne ainda é um traço da nossa animalidade! A busca pelo entendimento e o desejo de mudar nossos hábitos fará com que progridamos na seara do bem e, sobretudo, que paremos de matar nossos semelhantes (irmãos animais). Em mundos superiores, como Júpiter, não se come carne, um amoroso exemplo de abstenção que paira sobre as discussões acerca do tema na Terra, haja vista o momento de transição que vivemos. O esforço individual é importante na contribuição coletiva, mas a cada um será dado conforme as suas obras (Rom 2:6).
Bernard Palissy, o célebre oleiro do século XVI, habita Júpiter e trouxe detalhes à Kardec na Revista Espírita de abril de 1858, sobre a vida lá.
23. Qual a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal, como aqui?
Resposta: Puramente vegetal; o homem é o protetor dos animais [...] A alimentação está em relação com essa organização etérea; [...] compõe-se de frutos e plantas; de alguma sorte, aliás, a maior parte eles a haurem no meio ambiente, cujas emanações nutritivas aspiram.