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DEU BRANCO
DEU BRANCO
Hoje amanheci em branco; mente vazia.
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E agora? O escritor Pedro Mattar sugeriu-me: escreva sobre atualidade, crônicas com cerca de quatro mil caracteres. Tá. E daí? Como farei já que sumiu tudo da minha cachola? Não posso entrar em desespero. Política? Corrupção? Saúde? Futebol? Segurança Pública? Meu Deus! Não sei! Não consigo pensar!
Isso me faz lembrar um texto que escrevi aos dezessete anos de idade, intitulado Futuro Poeta, que transcrevo a seguir: “Não sei sobre o QUE escrevo. Talvez fale das matas e dos rios. Também não sei se devo Falar do verde e do ar puro. Será que todo mundo viu? Não sei PORQUE escrevo. Talvez para desabafar, Talvez um pouco de medo Que tudo irá acabar. Não sei ONDE escrevo. Será em casa, na rua, No quintal, no arvoredo? Minha cabeça não é a mesma. Será melhor a tua? Não sei QUANDO escrevo. Ao clarear ou entardecer? Será tarde ou será cedo? Será antes do padecer? Não sei COMO escrevo. Será em verso ou em prosa? Não quero parecer um peso, Nem quero ficar famosa. Não sei o QUANTO escrevo. Verso muito ou verso pouco? Demais não sei se devo;
Serei considerado um louco. Tentarei de várias maneiras Escrever, pois estarás lendo. Cuidarei não sairá besteira, Pois gentil estarás sendo.”
Naquele tempo de minha juventude até poderia dar a desculpa de não escrever por não ter muito conhecimento da vida, e o pouco que havia vivido baseava-se apenas no trabalho durante o dia num escritório de advocacia e a noite cursando Faculdade de Letras na FURG, em Rio Grande-RS.
Hoje em dia isso não procede. Não posso mais usar esse pretexto, já que este “corpitiu” tem vasta experiência de vida. Espero sinceramente que esse marasmo de pensamentos seja breve, apenas um lapso, uma preguiça no pensar, um descanso para o cérebro, um ócio para a mente.
Tudo isso por causa de quê? Aflição causada pela estreia num jornal! Afe! Quero escrever muito e sobre tudo, mas nada vem! Desejo que as idéias repentinas e espontâneas venham com furor, brotem com exaltação, entusiasmo e frenesi!
Sendo assim, “vambora pro computa trabaiá”! Ops! Traduzo: Vou rapidamente para o computador deixar a indolência e a lentidão de um lado; a moleza e a morosidade para o outro e, em frente: uma crônica construída com rapidez e diligência; um texto produzido com cuidado e sensibilidade; uma atividade elaborada com ânimo, coragem e vontade. Em breve nas melhores casas do ramo! Aguardem-me! Volto logo!