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DESPEDIDA
DESPEDIDA
Na charneca adormecida canta o melro, a cotovia, e nessa terra parida, nascem searas de vida ao romper de cada dia.
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Alentejo, esse horizonte que se perde na distância, é água fresca da fonte que, um dia, correu do monte, no tempo da nossa infância.
A faina traz os cantares dos ganhões, nas caminhadas, que com todos os vagares, enchem de cantos os ares em cadências compassadas.
Atrás, vai seguindo, terna, nesse calor tão intenso, a mulher de calma eterna, com a saia atada à perna e o chapéu cobrindo o lenço.
Gotas caídas no chão, como chuva descabida, são surpresas de verão quando a minha comoção as chora na despedida.
Assim, por onde passar, seja estrada, seja atalho, se alguém me vir a chorar, eu digo, sem me voltar: – lágrimas? – Não, é orvalho!