Poesia sobre os conhecimentos Xakriabá

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Poesia sobre os conhecimentos Xakriabá Cleuza Cavalcante Luzineide Freire Maria Aparecida Evaristo Maria Neuza Alkimin Nelza Gonçalves Alkimin Quitéria Farias Mota Rosânia Gonçalves dos Santos



Poesia sobre os conhecimentos Xakriabá


Presidência da República Ministério da Educação Secretaria Executiva Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Diretoria de Políticas para Educação do Campo , Indígena e para as Relações Étnico-Raciais Universidade Federal de Minas Gerais Reitor: Clélio Campolina Diniz Vice-Reitora: Rocksane de Carvalho Norton Faculdade de Letras Diretor: Luiz Francisco Dias Vice-Diretora: Sandra Maria Gualberto Braga Bianchet Núcleo Transdisciplinar de Pesquisas Literaterras Coordenadora: Maria Inês de Almeida Orientação Sônia Queiroz | Cristina Borges (monitora) Ilustrações As autoras Preparação dos originais Priscila Justina - Labed/ Fale/ UFMG Projeto gráfico e diagramação Ana Carvalho - Fernando Ancil | Casa Paraisópolis Coordenação Editorial Maria Inês de Almeida


Cleuza Cavalcante Luzineide Freire Maria Aparecida Evaristo Maria Neuza Alkimin Nelza Gonçalves Alkimin Quitéria Farias Mota Rosânia Gonçalves dos Santos

Poesia sobre os conhecimentos Xakriabá

Literaterras | Fale | UFMG Belo Horizonte 2013


Escrevemos este livro com bastante alegria falando do passado e do nosso dia a dia. Este livro é para nós um jeito de regitstrar os nossos conhecimentos do povo Xakriabá. Queremos com este livro poder incentivar o cuidar da natureza pra saúde melhorar. Fizemos com muito amor e muita força de vontade. Foi uma experiência lá da universidade. E também experiência que tivemos do lado de cá, junto dos nossos sábios do povo Xakriabá


Nós, autoras deste trabalho, alunas da UFMG, professoras na aldeia Sumaré I, da etnia Xakriabá, dedicamos este livro a todas as pessoas (crianças, jovens e adultos) com muito amor e carinho.



Agradecemos a todas as pessoas que colaboraram na valorização deste trabalho, passando os conhecimentos tradicionais do povo Xakriabá, ajudando na digitação, na revisão dos textos escritos, na gravação das cantigas e das poesias e na produção das imagens.



Esta pesquisa foi feita para não nos esquecermos que os costumes do povo nós não podemos esquecer



SUMÁRIO

Apresentação

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Histórias

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Histórias reinventadas O lenhador A pedra de ouro, laço do diabo O rabo dos cachorros (Por que os cachorros cheiram o rabo quando se encontram?) O cachorro, o gato e o rato O sapo, o boi e o gavião O bicho do pilão O galo e a raposa O compadre da Morte A veada que cochichou Louro e Maria O caçador O encontro do homem com a onça A festa na floresta O joão-de-barro Na terra de São Suruê

19 21 25 27 29 30 32 35 37 42 43 45 47 49 50 51


Histórias acontecidas O feijão come calado Maria do Jequitibá

55 56 58

Histórias das grutas Gruta do jacaré Gruta do sapato Lapa do finado Rifino Gruta do Rubertão Gruta do tabuleiro Gruta do pau d’óleo Gruta do Candim

61 64 66 68 70 72 74 76

Histórias sobre os sinais do céu Sinal no céu Estrela em forma de uma pedra de ouro Estrela zelação Lua nova Sol e lua Estrela cadente Sete estrelas As Três Marias Cova de Adão e Eva Lua nova O caminho de Santiago

79 82 84 86 88 90 92 94 96 98 100 102

Cantigas de roda A roseira Despedida de amor Ô quebra o coco Sereia Gariroba Belém, Belém Minha sabiá

115 117 118 119 121 123 125 127


Letra J Não vai não, meu bem Meu balão Bananeira Minha saudade Mariana Plantas Plantas medicinais e suas utilidades Plantas comestíveis e suas utilidades

128 129 130 131 132 133 139 141 261

Sobre as autoras

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E por fim

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APRESENTAÇÃO

Este livro traz histórias em poesias, cantigas de roda, histórias sobre os sinais no céu, plantas medicinais e plantas comestíveis que buscamos com o povo Xakriabá. Para fazer esse trabalho, reunimos várias pessoas da comunidade em julho de 2008, na aldeia Sumaré I, cantamos cantigas de roda e algumas pessoas contaram histórias. Parte do grupo foi em algumas casas pesquisar histórias sobre o céu, sobre as grutas e sobre plantas medicinais e plantas comestíveis. A partir desses materiais que foram pesquisados, reunimos e transformamos em poesia as histórias contadas em forma de prosa. Pois achamos uma forma mais criativa, mais bonita e mais fácil de ensinar e aprender os conhecimentos Xakriabá. A nossa proposta com este livro e CD é que nós possamos contribuir para os povos indígenas e não indígenas. Para que os alunos possam aprender o nosso conhecimento, por exemplo, como cuidar da saúde com as plantas. Nós estamos resgatando o que estava ficando para trás. Porque hoje as pessoas estão buscando muito mais fora, com os não índios, e estão deixando o que faz parte do nosso conhecimento. Esse livro vai ajudar muito a conhecer a nossa forma de explicar o mundo. Esperamos que ele enriqueça muito os conhecimentos dos alunos e professores em relação a nossa cultura Xakriabá, porque foi com muito carinho que fizemos este trabalho, para ser divulgado. E esperamos que todos que peguem nele gostem.



Histórias



Histórias reiventadas



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O lenhador

Certa vez, um homem saiu para trabalhar perto de um ribeirão, olha o que aconteceu lá. Na primeira machadada, seu machado escapuliu, caindo diretamente no fundo daquele rio. O homem ficou muito triste e começou a chorar, surgiu um gênio da água e começou a perguntar: — Por que chora lenhador? Em que posso te ajudar? — Quero meu machado que acabou de afundar. O gênio mergulhou dentro do ribeirão e trouxe três machados na palma da sua mão. Um era de ouro, o outro era de prata, o último era de ferro para trabalha na mata. O gênio animado, para o homem perguntou: — Qual desses é o seu machado, meu caro lenhador? O homem respondeu, sem ter medo de errar: — Meu machado é o de ferro, o senhor pode confiar.


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O gênio então falou: — Fiquei muito agradecido, chegando em sua casa, você faça três pedidos. O homem chegou em casa e acabou com a pobreza. Ele e sua mulher pediram muitas riquezas. Até aí seu compadre que nada entendia, como um pobre ficou rico da noite para o dia? Compadre invejoso, mandou a mulher ir lá perguntar o que aconteceu pra poder enricar. O homem contou tudo do jeito que aconteceu, na beira do ribeirão o invejoso apareceu. Mesmo porque ele quis jogou seu machado no rio. De dentro da água, o mesmo gênio surgiu. O gênio foi perguntando: — Por que você está chorando? — É porque meu machado rio abaixo vai rolando. O gênio pensou muito, veja o que ele fez: trouxe do fundo do rio três machados de uma só vez. O gênio pegou os machados e para o invejoso perguntou: — Qual desses é o seu machado? Pode pegar meu senhor.


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O homem mentiroso, respondeu sem pensar: — Já perdi muitos machados aqui nesse lugar. O gênio falou assim: — Vai, desonesto, bandido, chegando em sua casa, você faça três pedidos. O invejoso ficou ansioso, você sabe como é. Foi chegando em sua casa e contando pra mulher. Para ver se funcionava, a mulher começou a falar: — Vou querer uma salsicha vermelhinha pro jantar! A salsicha apareceu, a mulher ficou maluca: — Será que é verdade ou coisa da minha cuca? O homem ficou enraivado por um pedido ser gasto. Mandou que a salsicha no nariz dependurasse. A salsicha saiu voando como uma fada atriz. Chegou perto da mulher e grudou no seu nariz. Só tinha o terceiro pedido, o homem então preocupou. Tinha que usar ele e a salsicha desgrudou. O homem falou — Que besteira que eu fiz! Gastei o último pedido pra salsicha sair do nariz.


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O homem invejoso continuou na pobreza. E para o homem honesto: cada vez mais riqueza. A inveja é um defeito que não traz felicidade. Infelizmente está presente em várias sociedades.


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A pedra de ouro, laço do diabo Morava em uma casa um velho e três rapazes. Os rapazes cuidavam do pai que já era velho não trabalhava mais. Certo dia em que os rapazes estavam trabalhando, chegou um homem estranho e pra eles foi falando: — Vocês ficam trabalhando pra seu pai? Vocês têm mais é que sair, dar umas voltas ao mundo, pra alguma coisa conseguir. Assim fizeram os rapazes. Sumiram pelo deserto procurando melhorias, sem saber do lugar certo. Já no meio do deserto, escutaram alguém gritar, os rapazes foram depressa e chegaram no lugar. Lá estava o mesmo homem quem mandou eles viajar. Ele disse: Esse ouro é de vocês, pode agora arrancar. Os rapazes esforçaram mas não conseguiram arrancar, pensaram tomar uma pinga pra força poder chegar. Um ficou olhando a pedra e dois foram pra cidade um pensava em matar o outro pois havia falsidade.


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Um parou pra ir no mato, o outro comprou veneno pôs na pinga e deu ao irmão que foi bebendo e foi morrendo. Chegando de volta à pedra, pensando só maldição, o que ficou escondido foi logo matando o irmão. Então ele pensou: – O ouro agora é só meu. mas estava enganado e bebeu a pinga e morreu. Isso que aconteceu não pode acontecer mais, foi um castigo pros filhos que desobedeceram os pais. Essa pedra de ouro era o laço do Satanás.


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O rabo dos cachorros

(Por que os cachorros cheiram o rabo quando se encontram?)

Certa vez, teve uma festa no palácio do rei e para os cachorros dançar com o rabo era feio. Então todos os cachorros resolveram deixar os rabinhos guardados todos em um só lugar. Os cachorros nesta festa dançavam sem parar mas quando deu meia-noite começou um bafafá. Teve uma cachorrinha que resolveu não dançar seu par era um cachorrão e começou a confusão. A briga foi forte de facas e balas erraram no quarto saíram na sala. Dentro de um balaio estavam os rabos mas com medo da briga pegaram trocados. Por isso até hoje é que ficou assim quem tinha um rabão pegou um rabinho. Quando se encontram começam a cheirar o rabo do outro querendo encontrar.


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Querendo encontrar o seu rabo certo ah, esses marmanjos são muito espertos.


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O cachorro, o gato e o rato Certa vez, um cachorro achou um papel e deu para o gato guardar como troféu. Mas assim pensou o gatinho: — Eu pego o papel e dou ao ratinho. E o ratinho, contente ficou pegou o tal papel e espedaçou. Um dia, o cachorro pediu para o gato o gato sabido saiu exibido pra casa do rato. – Olá, amigo rato, cadê o papel que o cachorro me deu igual um troféu? Disse o cachorro com raiva e medo aquele papel era um segredo. O cachorro e o gato não são combinados quando um vê o outro já fica assustado. Por isso, até hoje tem esse segredo o gato e rato do cachorro tem medo.


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O sapo, o boi e o gavião

Certa vez, um boi estava no cercado pisou no sapo que ficou esbugalhado. O gavião perguntou ao sapo: — O que você faz amiguinho? Respondeu o sapo: — Estou peando um boizinho. O gavião perguntou: — Para que esses olhos esbugalhados? E essa goela cheia de veia? — É pra poder enxergar o nó da peia. O boi andou um pouco, o gavião sorriu. Coitado do boi nem o sapo viu. O gavião perguntou ao sapo: — Por que você está amarelo? — É porque faz muito tempo que eu não melo. O gavião: E sapo mela? O sapo: Mela dentro e mela fora só pra arrumar bela senhora. O gavião agarrou o sapo, bateu as assas e voou e um passarinho triste lhe perguntou: — Você ainda volta, sapinho querido? Respondeu o sapo: — Com unhas no pé da goela e no pé do ouvido ou cagado ou cuspido.


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No alto de uma árvore, o gavião pousou. E para o sapinho ele perguntou: — Essas suas costas estão tão durinhas, o que aconteceu com as suas costinhas? Tornou a beliscar: — Hum, como está dura! Respondeu o sapo: — É que comer ela pouco atura. O gavião ficou assustado, soltou o sapo que caiu esborrachado. E até hoje, sapos são horrorosos, coitados dos sapos, ficaram feiosos! Ficaram feiosos e esborrachados com as pernas abertas e os olhos esbugalhados.


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O bicho do pilão Certa vez, um homem saiu com sua família, seguiu sua viagem levando uma novilha. No meio do caminho, a novilha amuou de longe uma fumaça o homem enxergou. Matou a novilha no meio do sertão mandou o menino ir pedir um tição. O menino andou de carreirão chegou na casa do bicho do pilão. O menino assustado Foi abrindo o jogo: —Meu pai está pedindo um tição de fogo. Ele também mandou falar que se o senhor puder, fosse lá. O menino ia na frente com medo da hora de seu pai ver o bicho e gritava: Me vale minha Nossa Senhora! O bicho perguntou: — O que foi anão? O menino respondeu: É o peso do tição.


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O bicho chegou na mesma hora foi logo gritando: — Me despacha eu quero ir embora. O homem jogou toda carne no pilão, mas o bicho não queria assim não. Não queria assim não, você sabe como é entrou dentro do pilão o homem, os filhos e a mulher. Dentro do pilão, o homem pensou bem, pensou mal espendurou a mulher e os filhos nos galhos dos paus. Mais na frente, conseguiu e escapou num galho de pau ele também espendurou. Quando o bicho chegou lá no seu ranchão deu uma espreguiçada e virou o pilão. Só caiu a carne, foi o que ele viu ficou sem saber pra onde o resto sumiu. O bicho disse: —Se caísse nas folhas, fazia chuá, mas eu não ouvi nem uma folha chiá. Se caísse na terra, fazia pofe, o que eu mais queria era comer o bofe.


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Se caísse na água, fazia tibum, mas eu não ouvi nem um zum zum zum. O bicho ficou muito enraivado, saiu procurando por todos os lados Dentro de uma moita, o homem ficou, o bicho chegou na moita e cagou. A mulher e os filhos saíram correndo e o homem coitado, foi quem ficou sofrendo. Ficou sofrendo melado de bosta. Uma história dessa todo mundo gosta. O homem nunca viu bosta fedida assim, o jeito que teve foi espetar o butuim. Espetou o butuim do grande bicho que pensou que a faca era um espinho de carrapicho. Aqui termina minha longa canção, a história de um homem e o bicho do pilão.


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O galo e a raposa Certo dia, um galo encontrou uma raposa, o galo era solteiro não tinha esposa. A esposa do galo é a galinha mas o coitadinho essa sorte não tinha. A raposa falou de um jeito atrevido: — Bom dia, senhor galo. Você está comido. O galo com medo não respondeu, naquele momento algo aconteceu. A raposa perguntou ao galo: — Quem está com você? O galo respondeu: — É tio cachorro, você quer ver? — Pra onde ele foi? Perguntou a raposa sabida O galo respondeu: — Ele está no mato com dor de barriga. A raposa falou: — Será que ele demora, aquele vagabundo? Disse o galo: — Acho que não, porque ele caga e não limpa a bunda. De repente a raposa saiu de fininho, deixando o galo no mato sozinho.


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No mato sozinho o galo ficou e o tio cachorro foi ele quem inventou. Ele inventou essa mentira forte quem é que não mente com medo da morte.


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O compadre da Morte

Quando o nenê a mulher acabou de ganhar ao marido perguntou: — Quem é que vai batizar? Seu marido respondeu com uma voz muito forte: — Pode ser quem aparecer, pode ser até a Morte. No mesmo momento, alguém chegou na porta da casa e lhe chamou. O homem saiu e começou contar que tinha um nenê sem batizar. Então o homem lhe perguntou: — Quem é você, mulher forte? Ela respondeu ligeiro: — Não me conhece, sou a Morte. Então seu nenê eu vou batizar, o senhor de comadre já pode me chamar. De hoje em diante, vai ganhar muito dinheiro eu vou te ensinar a ser curandeiro. Mas tem um problema, tem que ter fé quando eu estiver na cabeceira do doente o senhor fica nos pé.


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Tem outra coisa, não se esqueça: o senhor fica nos pés se eu estiver na cabeça. Quando eu estiver na cabeceira não vá se preocupar, porque este doente eu vou ter que levar. E assim fizeram a comadre e o compadre. Viveram muitos tempos com grande amizade. Com isso o compadre ganhou muito dinheiro e a fama foi longe do bom curandeiro. Um dia, um rico doente ficou não havia esperança, quem o curasse ficava com a herança. Quando o compadre da Morte chegou, ficou muito assustado, não sabia como o velho poderia ser curado. Então os filhos mandaram lhe chamar, o compadre pensou: — Agora vou enricar. Quando o homem chegou já eram 12 horas olhou na cabeceira, viu a Morte: — É mesmo a senhora? A Morte falou: — Sim sou eu sim. E este doente não tem remedinho.


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Mas o compadre não importou, pegou o doente e a cabeça para os pés da cama virou. Virou o doente para os pés da cama e para a cabeceira mas foi grande a besteira. Até que a Morte de raiva saiu e o velho doente levantou e sorriu. O compadre curandeiro ficou muito rico, mas com medo da Morte nem abria o bico. Passou muito tempo para se encontrar até que um dia, na casa do compadre a comadre Morte foi passear. Ela foi passear na casa do compadre pois fazia muito tempo que não via o afilhado. Chegou e cumprimentou e falou assim: — O senhor compadre não seguiu direitinho. Não seguiu direitinho a nossa promessa. Hoje eu te levo, estou com pressa. O compadre falou: — Marca outro dia, eu juro que vou com bastante alegria.


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Ela marcou mais alguns anos e o compadre falou: — Eu ainda te engano. O tempo passou e o compadre começou a falar: — Mulher mata galinha bem gorda, faz uma farofa que amanhã eu vou viajar. O homem saiu sumindo pelo mundo. Andou muitos dias contando os segundos. Até que chegou numa casinha, pediu dormida já era tardinha. —Ô, de casa, me dê um agasalho já estou molhado de orvalho. Quando então alguém abriu a porta batendo forte, ele levou um susto, era a Morte. A Morte falou: — Como o senhor advinha! Eu já ia te buscar mesmo agora agorinha. Mas foi melhor o senhor vim cá, ficou melhor para te matar. Passou-lhe a foice no seu pescoço e o compadre teimoso morreu sem fazer alvoroço.


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A mulher do homem nunca mais soube de nada, ainda espera o marido na velha morada.


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A veada que cochichou

Certa vez, um homem saiu para caçar entrando dentro da mata sem sequer se preocupar. Esqueceu que era dia de São Bartolomeu, no meio do mato veja o que aconteceu. Ele subiu em uma árvore e ficou a esperar que animais de caça apareceriam por lá. De repente uma veada apareceu com um veadinho o homem atirou nos dois e escutou um barulhinho. A veada cochichou no ouvido do filhinho: — O tiro não pegou em mim. Pegou em você manezinho? O veadinho falou: — A senhora pode confiar se o tiro não me pegou nunca mais vai me pegar. O homem quase desmaia com o que aconteceu, porque é proibido caçar no dia de São Bartolomeu.


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Louro e Maria

Aqui começa a história de Louro e Maria que viviam com o pai viúvo com bastante alegria. Por a mãe não ser mais viva o pai resolveu casar, mas sua madrasta era uma mulher muito má. Louro saía com seu pai para ir vaquejar Maria ficava em casa para sua madrasta ajudar. Então a madrasta falou bem assim: — Vai olhar os pássaros pretos para não comerem o capim. Maria ficava o tempo todo sem comer às vezes até sentia que poderia morrer. Debaixo de uma árvore Maria adormeceu. Sua madrasta a enterrou viva pensando que ela morreu. Colocou uns pés de capim em cima da sepultura Maria era bonita era uma formosura. Quando ao pai dela chegou por Maria perguntou, a madrasta respondeu: — Da casa da amiga não chegou.


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O pai mandou Louro tira capim para os cavalos. Chegando no cercado ele teve um abalo. Ele viu uma moita de capim bem verdinho quando ele rumou o facão uma voz cantou assim: — Ô, nego do meu pai, não me corte meu cabelo. no tempo da minha mãe ela penteava ele. Marchou, marchou, marchou canarinho do amor o nego foi embora e para o pai dela contou. Uma missa para Maria foi celebrada e a madrasta malvada foi morta e arrastada.


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O caçador

Uma vez, um homem saiu com seus cachorros procurando caça pertinho de um morro. Chegando lá no mato, o homem espantou porque seus cachorros no morro afundou. O homem começou a ficar com sede, estava cansado morrendo de medo. Quando ele chegou lá dentro do morro, os cachorros presos pediam socorro. O homem foi entrando em curvas tortas a todo o momento abria a porta. Quando ele olhou, viu um clarão estava chegando num grande salão. Lá mais na frente tinha muito animal que estava preso num grande curral. Quando ele viu os cachorros amarrados o homem ficou triste e muito espantado.


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Foi aí que apareceu alguém bem a seu lado, o homem ficou com medo e ficou muito gelado. Esse que apareceu falou bem assim: — Você pegou minhas caças agora não fuja de mim. Você fica esperto que eu vou te prender. O homem com medo começou a correr. As portas fecharam ficou um buraquinho coitado do homem saiu de fininho. Passou de fininho numa gruta funda acabou arrancando um pedaço da bunda. Ele correu tanto que ficou assombrado chegou em sua casa muito machucado. Ele prometeu nunca mais caçar pois tinha uma herança: a bunda curar. Então sua mulher foi logo preparar um remédio para sua bunda melhorar. Toda gente caça cheia de engano porque os animais todos têm seus donos.


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O encontro do homem com a onça

Havia um homem gostava de caçar andava sozinho dá pra imaginar. Por onde passava, a onça aparecia ela não via ele pois ele escondia. Até que um belo dia, escutou ela turrar. Ele não teve tempo nem mesmo pra chorar. Ela tava pertinho e fingiu que morreu, pegou ele nas costas e pro mato correu. Chegando numa árvore, ela subiu no topo jogando o homem bem dentro do oco. Dentro desse oco estavam os filhotes grandes e valentes dando cambalhotas. Esses filhotinhos só queriam comer, o homem pensou que poderia morrer. O homem deu uns gritos para a onça correr grudou no rabo dela quando ela ia descer.


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A onça espantou do jeito que ele fez voltando para trás mais de uma vez.


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A festa na floresta

Houve uma festa para todos os animais no meio da floresta o tatu que dançou mais. Ele dançou mais com a dona gambá que soltou o seu perfume até o dia clarear. Os bonitos bichos ficaram perfumados uns fumavam cachimbo outros davam torrado. Amanheceu o dia com bastante alegria via todos os bichos E gambá e cutia! Gambá e cutia foram namorar a cutia é ciumenta mas adora o gambá. Veio a coruja com um namorado que não queria ela com olho regalado. Lá no meio da floresta todos bichos são queridos só ficou dona coruja procurando um marido


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O joão-de-barro

Nosso joão-de-barro é um passarinho pequeno e alegre e bem bonitinho. Com bolinhas de barro ele faz sua casinha pra criar os filhotes junto c’a Joaniquinha. De barro trançado a casa é resistente quando a chuva cai eles ficam contentes. Eles ficam contentes lá no seu abrigo tentando evitar os grandes perigos. Um grande perigo é o mau gavião quando ele ataca chama atenção.


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Na terra de São Suruê

Lá no São Suruê sempre foi assim existe porcão e também porquinho. São sessenta e três palmos dá rabada no focinho os porcos têm pouca carne e muito toucinho. Lá no São Suruê há um uso feio de contar as mulheres têm os filhos os homens dão de mamar. Lá no São Suruê tem pimenta de cheiro que é muito gostosa e serve de tempero. Lá no São Suruê lá é bom demais à noite nasce menino cedinho já é rapaz. Lá no São Suruê pratica a cultura planta laranja cedo logo já é madura. Lá no São Suruê tem muita fartura morro de requeijão serra de rapadura. Não acredite nisso pois é a mentira pura se tu não acredita vai viver na amargura.


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Não acredite nisso corra como quiabo é pura mentira é coisa dos diabos.




Histórias acontecidas


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O feijão come calado Certa vez, um velho na reserva Xakriabá que vendia feijão pra família sustentar. Chegou em uma casa na hora da comida então ele pensou: — Agora eu faço a vida. Eu faço a vida almoço um pratão não importa o que seja todo alimento é o pão. Mas o povo da casa ficou desconfiado, um entrava e comia e saía calado. Saía calado pra não dar comida e o coitado do velho secou a barriga. Até nessa hora ninguém comprou feijão e o velho pensava: há um canjicão. O dono da casa lhe perguntou: — Como chama o feijão, meu bom senhor? O velho falou de um jeito assustado: — O nome do feijão é come-calado.


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Um comprava um copo, um prato ou um litro pois achou o nome do feijão muito bonito. O velho despediu antes de sair uma história dessa quem é que não ri?


58

Maria do Jequitibá Havia três mulheres foram buscar pequi levaram uma cachorrinha danada para latir. Começou a grunhir e de medo correu atrás das mulheres a cachorra escondeu. Naquela mesma hora começou a passar uma fila de porco grande para danar. Elas encostaram na beira do carreiro e os porcos passaram passaram ligeiros. Passaram bem ligeiros eram assombração quando elas viram tinha um porcão. Vinha um porcão com muito cabelo e um homem pelado montado em pelo. Era porco grande muito orelhudo o homem era vermelho todo cabeludo. Ah, esse homem esquisito não maltrate ele não se machucar a caça tá ferindo seu coração.


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Então não podemos maltratar jamais ele é o Caipora dono dos animais. A dona me falou que ficou velhinha e no mato ela não anda sozinha.



Histórias das grutas


Escolhemos pesquisar as grutas porque é um patrimônio de grande valor para nosso povo Xakriabá. Elas devem ser muito respeitadas e preservadas, pois é um lugar que muitos dos nossos antepassados utilizaram. Além disso, queremos conservar esses lugares para que, no futuro, nossos filhos e netos possam conhecer também e cuidar desses maravilhosos patrimônios que hoje, para nós, são uma das memórias que os nossos velhos nos deixaram.


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As grutas para nós têm um grande valor eram morada dos nossos velhos com alegria e amor. Gruta é uma palavra de admirar um retrato do passado do povo Xakriabá.


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Gruta do jacaré Conta seu Gino que um dia andando pela mata, encontrou um morro e logo resolveu dar uma olhada. Foi aí que ele encontrou uma gruta nesse morro. Essa gruta tem uns três metros de largura e seis de profundidade. Além disso, dentro dela, tinha água e muitos jacarés. Segundo ele, é muito bonito lá. Mas dessa época para cá, ele não voltou lá mais. Só que ele pretende voltar para ver o que aconteceu.


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Seu Gino nos contou da gruta do jacaré essa gruta fica perto da aldeia Sumaré.


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Gruta do sapato Conta seu José que o morro do finado Bião tem uma pequena gruta e que dentro dela sempre aparece uma coisa diferente da outra. Um dia, ele saiu para caçar e encontrou dentro dela um pé de chinelo. Passou tempo, ele tornou ir lá, mas já não tinha o chinelo, e sim um sapato preto. Ele contou para sua família e então todos ficaram curiosos. Então, no ano seguinte, ele foi lá perto dela tirar uns faixos para as noites de Santa Cruz e foi com mais dois netos deles. Resolveram acabar de chegar nela de novo. E, quando chegou lá, já não tinha o sapato preto, e sim um pé de bota. Ele acredita que é algum bicho do mato que pega nas casas e leva para essa gruta.


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A gruta do sapato é no morro do Bião dentro dela aparece objetos lá no chão.


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Lapa do finado Rifino Conta seu José Gonçalves que o finado Rifino falava sempre dessa lapa. Então, um dia, seu José saiu pela mata à procura dessa maravilhosa lapa. Até que encontrou. Segundo ele, a lapa fica em frente à casa de dona Inês e não tem entrada, devido ser uma mata bem fechada. Lá é um morro baixo com um pé de coco na boca dela. Dentro dela tem uma valeta e, mais à frente, um salão. Nesse salão não tem pedras no chão. Além disso, quando chove lá, se forma uma lagoa. Lá tem saída dos dois lados. Seu José conta que essa lapa antes era usada pelo finado Rifino. Um dia, o finado Rifino escondeu um carote de pinga nessa lapa e essa pinga ficou escondida mais ou menos cinco anos. Um dia, ele escutou um barulho de raposa. Quando ele chegou lá, as raposas tinham bebido a pinga tudo. Nessa lapa existem muitos pés de garrafas e pé de serra (bichos encantados).


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A gruta do Rifino tem um grande salão quando chove forma lagoa não tem pedra no chão. Um carote de pinga lá ele escondeu por lá apareceu uma raposa e bebeu. Essa gruta é um lugar muito assombrado tem pé de garrafa e outros bichos encantados.


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Gruta do Rubertão Conta seu Arvelino que perto da casa de dona Sivirina, tem uma gruta que serve de moradia pro senhor Rubertão e a família. Ele mora lá há mais de trinta anos. Ele sai de dentro dela só pra trabalhar e arrumar o que comer. Seu Arvelino fala que dentro da gruta, o Rubertão dorme com sua família, acende fogo para cozinhar e esquentar na época do frio. Hoje ele fez uma cozinha perto da gruta, mas, mesmo assim, ele fica mais é dentro dela.


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Seu Avelino nos contou da gruta do Rubertão ele mora nessa gruta aqui no nosso chão. Faz parte do passado também do nosso presente elas mostram pinturas dos nossos parentes.


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Gruta do tabuleiro Conta o senhor nativo que no tabuleiro tem uma gruta que antes muitas pessoas que iam caçar passavam a noite dentro dela, e lá dentro, eles acendiam fogo para assar os animais que eles matavam. E que hoje, só existem cinzas de lembranças. Além disso, dentro da gruta tem algumas pedras em forma de imagens. Fora dessa lapa, aparece assombração. Segundo ele, um dia, a sua esposa e sua nora foram catar feijão e, de repente, apareceu um cavalo que começou a correr atrás delas. Logo, elas perceberam que não era apenas um cavalo, era uma assombração. E o cavalo desapareceu.


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Gruta do tabuleiro é de admirar tem umas imagens nas pedras de lá.


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Gruta do pau d’óleo A gruta do pau d’óleo fica perto da casa da Sebastina, na aldeia Vargem. Nessa gruta, muitas pessoas já moraram. E dentro dela trempe e cinza, onde eles cozinhavam os seus alimentos. Além disso, quando chovia, as pessoas entravam dentro dela para não se molhar. A gruta tem esse nome porque lá tem uma árvore de onde se tira óleo para fazer remédio.


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A gruta do pau dói é coisa de admirar tem trempe e cinza que os velhos deixaram lá.


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Gruta do Candim Conta dona Natalina que um dia ela entrou dentro da lapa do Candim, e que, lá dentro dela, tem alguns objetos em forma de sela, mesa e uma pedra em forma da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ela conta também que, antigamente, lá foi moradia de algumas pessoas mais velhas. Segundo ela, os mais velhos falam que, se entrar na gruta, não pode pegar em nada. Se pegar, a gruta fecha. E se fechar, precisa chamar um padre para celebrar uma missa na frente da gruta. Essa gruta fica na aldeia Sumaré I, perto da casa do senhor Velozo.


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A gruta do Candim tem coisa de admirar só tem um problema: que ninguém pode tocar.



Histórias sobre os sinais do céu


Escolhemos pesquisar sobre os sinais do céu, porque isso nos interessa muito. É bem valorizado pelos nossos mais velhos. Os mais velhos contam que antigamente apareciam muitos sinais no céu. Hoje, além de aparecerem pouco, as novas gerações não sabem interpretar os sinais da natureza com aquele olhar dos nossos antepassados. Por isso queremos resgatar: para que nossas futuras gerações possam entender e valorizar tudo que a natureza nos oferece.


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Sinal no céu Há alguns anos atrás, apareceu no céu uma espécie de peixe, todo iluminado, soltando faísca de fogo por todo lado. Separava em pedaços e tornava a se juntar. Dona Senhorinha e a família ficaram observando até que ele desapareceu. Na hora que ele desapareceu, teve um grande estrondo.


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Antigamente os nossos velhos só tirava o chapéu quando aparecia alguns sinais no céu.


84

Estrela em forma de uma pedra de ouro Na casa de dona Senhorinha, tem um pé de jatobá, onde, antigamente, passava um objeto tipo uma estrela que sempre sentava nessa árvore e ficava todo iluminado. Depois de alguns minutos, ele saía e sumia na serra.


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Nos galhos do jatobá uma coisa vou falar um tipo de estrela sempre sentava lá.


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Estrela zelação Quando uma estrela passa, brilhando e rápida, dizem que ela está mudando de lugar. E os mais velhos chamam esse tipo de estrela de zelação.


87

Os sinais sobre o céu nos dá animação contando um pouco mais da estrela zelação.


88

Lua nova No primeiro dia de lua nova, os mais velhos têm o costume de salvar ela. Como salvar a lua: Deus te salve lua nova. Minha joia que vi hoje me livre de fogos ardentes e língua de má gente. Vai pras onda do mar, onde não vê galo nem galinha cantar. Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém. Em seguida, reze uma Salve Rainha.


89

Dia de lua nova devemos observar como os mais velhos costumam te salvar.


90

Sol e lua Os mais velhos contam que se o sol encontra com a lua, o mundo acaba. Porque os dois só andavam brigando, devido o sol ser quente e a lua fria. Por isso, o sol não quer friagem nem a lua quentura.


91

O sol e a lua não podem se encontrar segundo os mais velhos o mundo pode acabar.


92

Estrela cadente Os mais velhos falam que quando a estrela cadente sai do lugar onde estava, em grande velocidade, a gente não pode falar nada nem apontar o dedo. Quando ela passa, a pessoa tem que rezar três Ave-Marias. Além disso, quando ela muda é sinal que um casal está para se separar (largar ou morrer).


93

A estrela cadente é coisa de preocupar se muda a posição um casal vai separar.


94

Sete estrelas Quando o Cruzeiro do Sul está na cumeeira da casa, é porque uma moça daquela casa está para casar. Se ele estiver do lado, é porque vai acontecer uma coisa de ruim naquela casa.


95

Cruzeiro do Sul é um modo de falar se esta na cumeeira uma moça vai casar.


96

As Três Marias Quando estão as três estrelas juntas e uma sai, é porque está perto de chover. Quando desaparecem todas é porque vai começar o inverno.


97

Vou contar uma história das Três Marias que cuidam do nosso céu cobrindo nossa etnia.


98

Cova de Adão e Eva Existem duas manchas escuras no céu chamadas de cova de Adão e cova de Eva. Quando a cova de Eva desaparece se diz que ela foi buscar chuva. Quando a cova de Adão desaparece se diz que alguém irá ficar viúvo (a). Só é possível ver essas manchas à noite.


99

A cova de Adão e Eva é uma adivinhação contam os mais velhos com muita dedicação.


100

Lua nova Quando a lua nova está pendente é porque vai chover. E quando está reta vai ser sol.


101

Quando a lua estava nova os velhos costumava salvar fazendo elogios para ela nos abençoar.


102

O caminho de Santiago O caminho de Santiago é quando tem aquela estradona de estrela. Quando ele está todo manchado de nuvens no meio é porque vai morrer uma pessoa.


103

O caminho de Santiago passa no céu de comprido rapaz velho pra casar precisa ficar lutrido. O caminho de Santiago passa no céu de travessa moça velha pra casar precisa fazer promessa.



A pedra de ouro laço do diabo


A pedra de ouro laço do diabo


O rabo dos cachorros (Por que os cachorros cheiram o rabo quando se encontram?)


O cachorro, o gato e o rato


O sapo, o boi e o gavião


O bicho do pilão


O galo e a raposa


O feijão come calado


Maria do jequitibá



Cantigas de Roda



117

A roseira

Refrão (todos)

A roseira da folha dourada lá no tronco da roseira rosa branca é desprezada.

Verso jogado (jogador)

Menino camisa branca talhada de melancia o beijo que tu me dá me sustenta quinze dias.

Refrão (todos)

A roseira da folha dourada lá no tronco da roseira rosa branca é desprezada.

Verso jogado (jogador)

Eu não sou varão de cerca pra viver atravessado eu não sirvo de remédio pra rapaz apaixonado.

Refrão (todos)

A roseira da folha dourada lá no tronco da roseira rosa branca é desprezada.

Verso jogado (jogador)

Plantei um pé de rosa nasceu um pé de jasmim gosto tanto do seus pais que fez você pra mim.

Refrão (todos)

A roseira da folha dourada lá no tronco da roseira rosa branca é desprezada.

Verso jogado (jogador)

Fui na fonte pegar água numa folha de capim não foi sede não foi nada foi pra ver o meu benzinho.

Refrão (todos)

A roseira da folha dourada lá no tronco da roseira rosa branca é desprezada.

Continua jogando verso


118

Despedida de amor Refrão (todos)

Despedida de amor Faz chorar, faz chorar Despedida de amor faz chorar Faz soluçar

Verso jogado (jogador)

O anel que tu me deste Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou.

Refrão

Despedida de amor Faz chorar, faz chorar Despedida de amor faz chorar Faz soluçar

Verso jogado (jogador)

A laranja só e boa Para quem sabe descascar O namoro só é bom Pra quem sabe namorar

Refrão

Despedida de amor Faz chorar, faz chorar Despedida de amor faz chorar Faz soluçar

Verso jogado (jogador)

Eu mandei fazer um vestido De 25 babados Toda vez que eu visto ele 25 namorados

Refrão

Despedida de amor Faz chorar, faz chorar Despedida de amor faz chorar Faz soluçar

Continua jogando verso


119

Ô quebra o coco

Refrão (todos)

Ô quebra, ô coco, gabiroba quero ver quebrar quebra lá, que eu quebro cá quero ver quebrar

Verso jogado (jogador)

O cabelo do meu bem

Todos:

Quero ver quebrar

Verso jogado (jogador)

Não penteia com gordura

Todos:

Quero ver quebrar

Verso jogado (jogador)

Só penteia com brilhantina

Todos:

Quero ver quebrar

Verso jogado (jogaor)

Pra cheirar rosa madura

Todos:

Quero ver quebrar

Refrão (todos)

Ô quebra, ô coco, gabiroba quero ver quebrar quebra lá, que eu quebro cá quero ver quebrar

Verso jogado (jogador)

Ô, lelê, quem ama sofre!

Todos

Quero ver quebrar

Verso jogado (jogador)

Ô, lalá, quem sofre sente

Todos

Quero ver quebrar

Verso jogado (jogador)

Ô, lelê, quem sente luta.

Todos

Ô, lalá, quem luta vence

Verso jogado (jogador)

Quero ver quebrar


120

Refrão

Continua jogando verso

Ô quebra, ô coco, gabiroba quero ver quebra quebra lá, que eu quebro cá quero ver quebrar


121

Sereia

Refrão (todos)

Sereia pisou na areia, sereia lá no rio de Jordão, sereia aprendi a namorar, sereia foi com um aperto de mão ô, sereia!

Verso jogado (jogador)

Quem quiser pegar rapaz

Todos

Sereia

Verso jogado (jogador)

Arma um laço no jirau

Todos

Sereia

Verso jogado (jogador)

Ontem mesmo eu peguei um

Todos Verso jogado (jogador) Todos Refrão

Sereia Lambendo a colher de pau Ô, sereiá! Sereia pisou na areia, sereia lá no rio de Jordão, sereia aprendi a namorar, sereia foi com um aperto de mão ô, sereia!

Verso jogado (jogador)

Em cima daquela serra

Todos

Sereia

Verso jogado (jogador)

Passa boi, passa boiada

Todos

Sereia

Verso jogado (jogador)

Também passa meu benzinho

Todos

Sereia


122

Verso jogado (jogador)

Do cabelo cacheado

Todos

Ô, sereiá!

Refrão

Sereia pisou na areia, sereia lá no rio de Jordão, sereia aprendi a namorar, sereia foi com um aperto de mão ô, sereia!

Continua jogando verso


123

Gariroba

Refrão (todos)

Marchou, marchou Gariroba (todos) Lá no bebedouro Gariroba (todos) Meu chapéu caiu Gariroba (todos) Meu amor pegou Gariroba (todos)

Verso jogado (jogador)

Se amar fosse pecado Gariroba (todos) Minha vida era perdida Gariroba (todos) Mas como não é pecado Gariroba (todos) Te amo pra toda vida Gariroba (todos)

Refrão (todos)

Marchou, marchou Gariroba (todos) Lá no bebedouro Gariroba (todos) Meu chapéu caiu Gariroba (todos) Meu amor pegou Gariroba (todos)

Verso jogado (jogador)

Minha mãe me deu uma surra Gariroba (todos) Ninguém soube ninguém viu Gabiroba (todos) Por causa de um copo d’ água Gariroba (todos) Que um moreno me pediu Gabiroba (todos)


124

Refrão (todos)

Continua jogando verso

Marchou, marchou Gariroba (todos) Lá no bebedouro Gariroba (todos) Meu chapéu caiu Gariroba (todos) Meu amor pegou Gariroba (todos)


125

Belém, Belém

Refrão (todos)

Belém, Belém, Belém Belém namorador Belém deu uma risada ô, ah, ah! namorar com seu amor

Verso jogado (jogador)

Esta noite tive um sonho que não me saiu da lembrança sonhei que vi a saudade

Todos

Ô, ah, ah!

Verso jogado (jogador)

Abraçando a esperança.

Refrão

Belém, Belém, Belém Belém namorador Belém deu uma risada ô, ah, ah! namorar com seu amor

Verso jogado (jogador)

Com A escrevo amor com P escrevo paixão com J escrevo Jesus

Todos

Ô, ah, ah!

Verso jogado (jogador)

No fundo do meu coração.

Refrão

Belém, Belém, Belém Belém namorador Belém deu uma risada ô, ah, ah! namorar com seu amor

Verso jogado (jogador)

Subi na caixa d’água para ver um peixinho nadar avistei um rapaz lindo

Todos

Ô, ah, ah!


126

Verso jogado (jogador)

Com quem eu vou me casar.

Refrão

Belém, Belém, Belém Belém namorador Belém deu uma risada ô, ah, ah! namorar com seu amor

Continua jogando verso


127

Minha sabiá

Refrão 2x (todos)

Minha sabiá, minha zabelê toda madrugada eu sonho com você se você não acreditar vou sonhar pra você ver

Verso jogado pelo (jogador)

Eu visto o preto por luto o branco por alegria o verde por esperança de você ser meu um dia

Refrão (todos)

Minha sabiá, minha zabelê toda madrugada eu sonho com você se você não acreditar vou sonhar pra você ver

Verso jogado pelo (jogador)

Atravessei o oceano por um fio de barbante arriscando a minha vida por um lindo estudante

Refrão (todos)

Minha sabiá, minha zabelê toda madrugada eu sonho com você se você não acreditar vou sonhar pra você ver

Continua jogando verso


128

Letra J

Refrão (todos)

Amei, amei, amei até demais namorei a letra J escondida do meu pai namorei, deixei não quero mais

Verso jogado (jogador)

Eu quero ser poeta poeta não posso ser poeta pensa em tudo eu só penso em você

Refrão

Amei, amei, amei até demais namorei a letra J escondida do meu pai namorei, deixei não quero mais

Verso jogado (jogador)

Meu benzinho comeu pimenta pensando que não ardia namorou com minha amiga pensando que eu não sabia

Refrão

Amei, amei, amei até demais namorei a letra J escondida do meu pai namorei, deixei não quero mais

Continua jogando verso


129

Não vai não, meu bem

Refrão (todos)

Não vai não, meu bem que lá tem ladeira você escorrega e cai e quebra o galho da roseira.

Verso jogado (jogador)

Vou embora para São Paulo nem que seja de joelho vou tirar meu cravo roxo no mei’ dos cravos vermelhos

Refrão

Não vai não, meu bem que lá tem ladeira você escorrega e cai e quebra o galho da roseira.

Verso jogado (jogador)

Eu mandei fazer um barco da raiz da manga rosa pra tirar o meu amor dos olhos das invejosas

Refrão

Não vai não, meu bem que lá tem ladeira você escorrega e cai e quebra o galho da roseira.

Continua jogando verso


130

Meu balão

Refrão (todos)

É assim, é assim, é assim, meu balão é assim que eu sei dançar é assim, é assim, é assim, meu balão é assim que eu sei namorar

Verso jogado (jogador)

Evém a lua saindo sai, meu bem, e venha ver não tem quem empate a lua nem o nosso bem querer

Refrão

É assim, é assim, é assim, meu balão é assim que eu sei dançar é assim, é assim, é assim, meu balão é assim que eu sei namorar

Verso jogado (jogador)

Do que vale um pingo d’água no fundo de uma bacia do que vale eu ter amor mas não vejo todo dia

Refrão

É assim, é assim, é assim, meu balão é assim que eu sei dançar é assim, é assim, é assim, meu balão é assim que eu sei namorar

Continua jogando verso


131

Bananeira

Refrão (todos)

Chora, bananeira! Bananeira chora! Chora bananeira que amanhã eu vou embora

Verso jogado (jogador)

Alecrim de beira dágua ele seco cheira mais bem assim cheira meu bem quando chega de viagem

Refrão

Chora, bananeira! Bananeira chora! Chora bananeira que amanhã eu vou embora

Verso jogado (jogador)

Meu benzinho foi pra São Paulo pra ganhar muito dinheiro pra comprar um pentim de ouro pra pentear meu cabelo

Refrão

Chora, bananeira! Bananeira chora! Chora bananeira que amanhã eu vou embora

Continua jogando verso


132

Minha saudade

Refrão (todos)

Ô leva eu, minha saudade eu também quero ir, minha saudade quando chego na ladeira tenho medo de cair ô leva eu, minha saudade

Verso jogado (jogador)

Joguei meu chapéu pra cima sem olhar onde caiu eu não sou eu nem cigarra pra cantar durante o dia

Refrão

Ô leva eu, minha saudade eu também quero ir, minha saudade quando chego na ladeira tenho medo de cair ô leva eu, minha saudade

Verso jogado (jogador)

Da Bahia me mandaram um vidro de água de cheiro na tampa estava escrito casamento em janeiro

Refrão

Ô leva eu, minha saudade eu também quero ir, minha saudade quando chego na ladeira tenho medo de cair ô leva eu, minha saudade

Continua jogando verso


133

Mariana

Refrão (todos)

Olha a saia dela, Mariana eu estava olhando, Mariana ela faz assim, Mariana outra vez assim, Mariana

Verso jogado (jogador)

Estrelinha miudinha dá juízo quem não tem dá juízo aquele ingrato pra tornar a me querer

Refrão

Olha a saia dela, Mariana eu estava olhando, Mariana ela faz assim, Mariana outra vez assim, Mariana

Verso jogado (jogador)

Fui na fonte beber água não foi pra água beber foi pra ver as piabinhas no fundo d’água beber

Refrão

Olha a saia dela, Mariana eu estava olhando, Mariana ela faz assim, Mariana outra vez assim, Mariana

Continua jogando verso


A roseira


Cantiga de roda


Cantiga de roda


Bananeira



Plantas



Plantas medicinais e suas utilidades


144

Saímos da aldeia Sumaré e fomos até a aldeia Caatinguinha fazer uma pesquisa sobre as plantas medicinais, com Esverdiana, João e Vicente. Nós os escolhemos porque os mesmos vêm de uma família que tem uma ótima sabedoria sobre as plantas medicinais. O Vicente é um jovem de 32 anos. É curador e professor de cultura. Além disso, essa sabedoria de ser um curador foi passada por sua avó Inocença, que já partiu dessa vida para outra, mas deixou essa sabedoria para seu neto nos ajudar. Ele ajuda não só sua aldeia, mas também as pessoas das outras aldeias que procuram por ele para fazer o tratamento. Ele faz o seu benzimento e as garrafadas de plantas medicinais e as pessoas têm fé e melhoram. Esverdiana e João, que são seus pais, sempre estão ajudando ele a desenvolver as suas atividades caseiras.


143

Para nós Xakriabá não esquecermos jamais Pai Tupã e a Iaiá e as plantas medicinais. Essas plantas são usadas para curar nossos parentes, velhos e jovens, crianças e adolescentes. Antigamente aqui no Xakriabá, nós não tínhamos doutor para o povo curar procurava os curadores. Eles curavam o povo, com as plantas do lugar. Através dessas pesquisas, pretendemos conservar tudo aquilo que nos resta, nesse maravilhoso lar. Muito desses curadores já deixou seus parentes. Mas temos dona Euzébia E também o seu Vicente. Não esquecendo os demais que sempre ajudam a gente.


144

ABACATE Junto com quebra-pedra serve para quem sofre das caseiras (problemas nos rins). MODO DE PREPARAR: Pega as folhas do abacate junto com os pés do quebra-pedra, coloca para ferver, faz o chá ou a garrafa e bebe duas vezes ao dia.


145

O abacate e a quebra-pedra é usado como chá você coloca na garrafa e começa a tomar.


146

ALFAVACA Junto com o fumo, serve para remédio e para temperar. O remédio da alfavaca serve para dor de cabeça. MODO DE PREPARAR: Pegar as folhas da alfavaca e o fumo, colocar na trempe para secar. Depois machucar e colocar as folhas em uma vasilha. Isso é chamado de torrado e para usar basta pegar um pouquinho e cheirar.


147

O fumo e alfavaca nós queremos preservar temos que cuidar para nunca se acabar.


148

ALGODÃO A folha de algodão, sozinha ou com a folha de mastruz, serve para inflamação, principalmente quando a mulher ganha criança, a mãe do corpo fica inflamada. MODO DE PREPARAR: Tira o sumo das folhas de mastruz e algodão e coloca junto com sal e toma.


149

A folha de algodão é um belo remédio se a mulher ganhou nenê e está com inflamação.


150

ALCANFOR Serve para mal de estômago (comida que faz mal) e ferida. MODO DE PREPARAR: Quando for dor de estômago, raspar, cozinhar e beber. Para ferida, faz a mesma coisa e, ao invés de beber, lava a ferida.


151

O alcanfor do mato tem muito valor quando a comida faz mal do estômago ele tira a dor.


152

ARCANSUL Serve para gripe e tosse comprida. MODO DE PREPARAR: Pegar a raiz, colocar para cozinhar e fazer o chá para beber. O chá pode ser com açúcar ou sem açúcar.


153

Aqui no Xakriabá nós temos o arcansul ela é planta milagrosa cura de norte a sul.


154

AROEIRA Serve para dor na boca do estômago e tontura. MODO DE PREPARAR: Pega a entrecasca da madeira (é parte que fica entre a casca e a madeira). Depois coloca a entrecasca na água, deixa por quinze minutos e bebe três vezes ao dia.


155

A aroeira é uma planta que temos no Xakriabá quem quiser conhecer é só aparecer lá.


156

ARRUDA E ARTIMIJO A folha de arruda junto com a folha de artimijo serve para curar o resguardo quebrado. MODO DE PREPARAR: Pega o artimijo e a arruda e cozinha com o açúcar ou qualquer mel. Com isso faz a garrafada.


157

O artimijo e a arruda serve para resguardo quebrado a mulher fica curada e todos ficam animados.


158

BARBATIMÃO Junto com o tinguir, serve para curar ferida brava, inflamação e, além disso, serve para fazer sabão. MODO DE PREPARAR: Raspa a casca dos dois e coloca na água para lavar a ferida.


159

O tinguir também serve para fazer o sabão junto com o barbatimão eles curam o povão.


160

BASSORINHA (VASSORINHA) Serve para a pessoa que está com quentura (infecção de urina) e criança que está nascendo dente. MODO DE PREPARAR: Pegar as folhas e os galhos da bassorinha, cozinhar e tomar banho morno.


161

A bassorinha é usada para quentura e infecção para criança nascer os dentes e ficar com animação.


162

BATATA DE PURGA Serve para mal de estômago, para pessoas com verme, para animais que estão rupiados e como purgante. MODO DE PREPARAR: Pega a batata raspa, espreme e tira a tapioca e a resina. A massa serve para dar a animais que estão impertiado (sem querer comer), e a tapioca serve para dar purgante.


163

A batata de pulga é uma planta medicinal e serve de remédio para pessoa e animal.


164

CABOCO Serve para mal de estômago e menstruação atrasada. MODO DE PREPARAR: Pegar a raiz, colocar na água ou na pinga e tomar.


165

O caboco também serve para menstruação atrasada curando a dor do estômago deixando a pessoa animada.


166

CAGAITA Serve para dor de barriga e garganta inflamada. MODO DE PREPARAR: Para dor de barriga, pega as folhas, machuca, deixa curtir na água e toma. Para a garganta, coloca as folhas para cozinha e gaguleja.


167

A cagaita é uma fruta boa para alimentar garganta inflamada é só gagoleja.


168

CAJU Serve para diarreia, para quando a menstruação está exagerada e para dificuldade em fazer cocô e xixi. MODO DE PREPARAR: Pegar as raízes, fazer o chá e beber.


169

O caju é um remédio e é também alimentação serve pra várias doenças e o controle da menstruação.


170

CAPIM-SANTO Serve para febre, dor no corpo, dor nos ossos, derrame, encosto (espírito mau) e estoporo. MODO DE PREPARAR: Pega as folhas do capim-santo e da erva cidreira, coloca para cozinha, adoça e toma.


171

Temos o capim santo o girassol e o picão que para nosso povo não tem contra indicação.


172

CATUABA Serve para quentura. MODO DE PREPARAR: Pega a raiz, raspa, coloca na água e toma.


173

A catuaba também serve para pessoas com quentura e um remédio certo essa doença ela cura.


174

CRAVIM Serve para estoporo. MODO DE PREPARAR: Pega as folhas do cravim, cozinha e toma o banho. Se não quiser cozinhar, coloque na água para curtir e toma o banho.


175

A samambaia e a catuaba o cravim e o malacá faz parte da medicina do povo Xakriabá.


176

DESENROLA Serve para escaderação, ou melhor, dor na escadeira. MODO DE PREPARAR: Pega as raízes, machuca e bebe na água ou pinga.


177

Na água ou na pinga ele é um remédio bom o desenrola é usado para escaderação.


178

DORETE Serve para mulheres que estão com problema de saúde, como menstruação atrasada. Observação: Se a mulher estiver grávida, não pode tomar. MODO DE PREPARAR: Pegue as raízes e coloque para cozinhar, coloque na garrafa e tome. Esse processo é chamado de garrafada. Para tomar banho, cozinhe as folhas.


179

O dorete também serve para menstruação atrasada é feito o xarope e tomada à garrafada.


180

FAVAQUINHA Junto com garapiá, serve para gripe, tosse brava (gripe forte). Serve também para tomar banho e fazer chocolate. MODO DE PREPARAR: Pega as folhas da favaquinha e as raízes de garapiá, faz o chá e toma. Para fazer o chocolate, basta acrescentar o ovo e bater.


181

A favaquinha é muito boa junto com o garapiá os dois são usados aqui no Xakriabá.


182

FUMO Ver alfavaca.


183

GARAPIÁ Serve para gripe (tosse brava) e disenteria. Ver favaquinha. MODO DE PREPARAR: Pega as raiz, machuca e coloca para ferver. Depois adoça e toma.


184

GINGINLIM Serve para bronquite e chieira no peito. MODO DE PREPARAR: Pega o ginginlim, torra, pisa e coloca na panela com água. Depois coloca para ferver e tirar o óleo. Adulto toma uma colher e a criança toma a metade da colher.


185

Artimijo e ginginlim nos usamos por aqui pra afastar os maus espíritos a fumaça do tipi.


186

GIRRASSOL Serve para bronquite, epilepsia, febre maligna (quentura dentro do corpo), provocadeira (vômito). MODO DE PREPARAR: Pega a semente do girassol e da melancia, coloque para cozinhar. Em seguida, pega uma colher, tira a gordura que está por cima da água, coloca em outra panela para frita. Depois de frio, toma uma vez ao dia. Adulto toma uma colher e a criança toma meia colher.



188

GOIABA Serve para ferida, principalmente na boca de criança e dor de barriga. MODO DE PREPARAR: Pegue a entrecasca da goiaba coloque para curtir. Se for ferida, basta lavar a boca. E se for dor de barriga, é só beber.


189

A casca da goiaba você sabe o que fazer a casca é usada para o banho ou para beber.


190

HORTELÃ Serve para lavar os cabelos quando estão caindo e para quando as mulheres estão de resguardo. MODO DE PREPARAR: Cozinhar as folhas e lavar os cabelos com o chá. Para resguardo, beber o chá ou pegar folhas, pisar junto com outros remédios e esfregar na barriga. Os outros remédios são: mastruz, óleo de mamona, azeite doce, nozmoscada, e cebola branca.


191

A hortelã e a aroeira e também o arcansul são bons remédios que curam de norte a sul.


192

JATOBÁ A entrecasca serve para quem está com dor no estômago e espinhela caída. MODO DE PREPARAR: Basta pegar a entrecasca do jatobá, colocar para curtir e depois tomar.


193

Para espinhela caída nós usamos o jatobá ele cura dor de estômago é bom para alimentar.


194

JURUBEBA Junto do mel de jataí ou da rapadura, serve para curar bronquite, falta de ar, chieira no peito, gripe mal curada e tosse brava. MODO DE PREPARAR: Pegar as raízes junto com o mel ou a rapadura, colocar no fogo para ferver até virar um melado.


195

Pra curar bronquite veja o que temos aqui é a jurubeba com o mel de jataí.


196

MALACÁ Serve para mal de estômago, verme (solitária). MODO DE PREPARAR: Pegar o malacá e raspar. Depois colocar na água ou na pinga e coar.


197

A raspa do malacá é remédio pra curar verme e dor no estomago na pinga pode tomar.


198

MAMÃO Serve para pessoa que tem verme. MODO DE PREPARAR: Basta fazer o chá das flores e beber. Além disso, é só colocar o mamão no sereno e comer de manhã cedo.


199

Pessoas que têm vermes toma o chá do mamão também coloca no sereno pois é remédio e alimentação.


200

MAMONA O óleo serve para colocar no umbigo de criança quando nasce para cair logo. Serve também como purgante, para fazer ensergação, para dar clister e para tratar furúnculo. MODO DE PREPARAR: Pega a semente da mamona, descasca, torre, pisa e coloca no fogo com água. Quando estiver fervendo e começar a subir o óleo, pode tirar com uma colher e colocar em outra panela para fritar o óleo. Depois é só usar o óleo. Esse óleo é chamado de azeite ou óleo de rinze.


201

A mamona é uma planta que temos no Xakriaba quem quiser conhecer é só aparecer lá.


202

MANGABA Junto com o pega-pinto serve para quentura, doença da rua, ferida, coceira e escorrimento. MODO DE PREPARAR: Pega as raízes ou a casca e coloca na água para curtir durante uns quinze minutos. Depois disso, bebe ou toma o banho.


203

A mangaba e pega-pinto e a folha de algodão vêm servindo de remédio de geração em geração.


204

MARACUJÁ Indicado para quem tem pressão alta e para fazer dormir. MODO DE PREPARAR: Pega as folhas, coloca para cozinhar e toma.


205

Para pressão alta usamos o maracujá é bom para dormir é só fazer o chá e tomar.


206

MARINHEIRO Serve para quando as mulheres estão com a menstruação atrasada (desregulada). MODO DE PREPARAR: Pegue as raízes e raspa, depois coloque para curtir na água e despeje em uma garrafa e toma várias vezes ao dia. Esse processo é chamado garrafada.


207

O marinheiro é muito bom pra menstruação desregulada das raspa das raízes e feita a garrafada.


208

MASTRUZ Ver algodão e hortelã.


209

A mulher que ganha criança e fica com inflamação toma o mastruz com sal e o sumo do algodão. O mastruz é uma planta que serve para inflamação ele é tomado junto com o sumo do algodão.


210

MEL DE JATAÍ Ver jurubeba.



212

PAPACONHA Serve para criança que está com quentura e mulher quando ganha neném e não tem leite. MODO DE PREPARAR: Pega a raiz, machuca, cozinha, adoça e toma.


213

Papaconha é um remédio que temos no Xakriabá com ela fazemos o banho e o chá para tomar. A raiz da papaconha serve para prisão de ventre rende o leite da mulher alimentando o inocente.


214

PAULISTA Serve para sinusite (gripe quando está forte). MODO DE PREPARAR: Para fazer o simonte é só pegar fumo paulista e favaca de carne, torrar, machucar e colocar em uma caixinha. Além de servir para gente, serve para os animais que estão com peste.


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Para quem tem sinusite paulista vou receitar: junta ela com a favaca e começa a cheirar. A gripe ou sinusite; pode nos levar a morte nós usamos a paulista quando a gripe está forte.


216

PAU-SANTO Serve para dar clister em criança e para adulto quando estão com problema de gás (prisão de ventre). MODO DE PREPARAR: Pegue a casca e cozinhe junto com três colheres de azeite. Depois coloque em uma borracha (bombinha) e dê o clister. Se não tiver a borracha, use o canudo de mamona e a tripa de gado. Observação: O clister deve ser tomado no ânus.


217

O pau-santo é um remédio; muito bom para dar clister; nas crianças ou adultos; seja homem ou mulher.


218

PAU-TERRA Serve para disenteria, quando a criança está demorando a nascer os dentes e para barriga inchada. MODO DE PREPARAR: Pega as folhas, faz o chá e bebe.


219

O pau-terra é um remédio que serve para inflamação ele é muito importante e é da nossa tradição.


220

PEGA-PINTO Serve para problemas de quentura, encalhamento e quando a criança ou adulto está fazendo xixi. MODO DE PREPARAR: Pega a folha do pega-pinto, faz o chá e bebe. Ver mangaba.


221

O pega-pinto é uma planta que temos por aqui, cura várias doenças ela é boa para o xixi.


222

PEQUI O banho de folha de pequi com pião roxo e rosa do campo serve para quando está com dor no corpo ou reumatismo. MODO DE PREPARAR: Coloque a água com as folhas no sol para curtir. Depois que tomar o banho com água normal, despeje o remédio no corpo.


223

O pequi para nós índios é uma coisa de importância pois cura muitas doenças nele temos confianças. O pequi fecha o corpo contra o nosso inimigo junto com o picão roxo ele livra do perigo. Gosto de comer pequi porque é bom alimento com o frango ou arroz nós fazemos cozimento. Para reumatismo nós usamos o pião ele cura dor no corpo e nos dar animação.


224

PIÃO-ROXO Ver pequi.



226

PICÃO ROXO Serve tomar banho quando está com dor nos ossos, derrame e encosto (espírito mal). MODO DE PREPARAR: Pegue as folhas ou as raízes, coloque para cozinhar e depois tome um banho morno.


227

Picão roxo é bom para dor no osso pra derrame e outros males afastado os encostos.


228

PIMENTA DA COSTA Serve para dor de cólica, dor nas costas. MODO DE PREPARAR: Pega a semente, machuca, faz o chá e toma várias vezes ao dia.


229

Para dor de cólica ou dor nas costas usamos o chá de pimenta das costas. Gosto de comer pequi porque é bom alimento com o frango ou arroz nós fazemos cozimento. Para reumatismo nós usamos o pião ele cura dor no corpo e nos dar animação.


230

PURGUEIRO A raiz serve para curar barriga fofa e para criança que quando está nascendo os dentes, fica com disenteria. MODO DE PREPARAR: Pegue a raiz e faça chá para tomar. No caso de criança, quando tiver com barriga fofa, pegue somente uma lasquinha.


231

Com o chá de pulgueiro a criança nasce os dentes cura a barriga fofa e todos ficam contentes.


232

QUEBRA-PEDRA Ver abacate.



234

QUINA Junto com a madeira de unha danta, serve para dor de estômago, inflamidade (inflamação) e para mulher que está atrasada (menstruação). MODO DE PREPARAR: Pegue a entrecasca das duas madeiras, coloque em uma vasilha com água e deixe curtir mais ou menos quinze minutos e depois tome o banho. Além disso, pode tirar a entrecasca e colocar na pinga. Depois é só beber.


235

A quina é muito boa para atraso de menstruação curando a dor de estomago e toda inflamação.


236

RAPADURA Ver jurubeba.


237

ROSA DO CAMPO Ver pequi.


238

ROSETA A raiz serve para mulher que está com a menstruação atrasada ou desregulada. MODO DE PREPARAR: Pegue a raiz e coloque na água para curtir, uns vinte minutos e tome duas vezes no dia.


239

A roseta é uma planta que é abençoada serve de remédio para menstruação atrasada.


240

ROXINHA Serve para algumas dores, como dor no estambo, inchume, etc. MODO DE PREPARAR: É só pegar a raiz e fazer o chá para tomar.


241

Para inchumes no estômago nós usamos a roxinha ela é um bom remédio que tem na Caatinguinha.


242

SAMBAÍBA Serve para dor no estômago. MODO DE PREPARAR: Tirar a casca, cozinhar, fazer o vinho e tomar.


243

Sambaíba e um remédio que vamos te falar ele é da cultura do povo Xakriabá.


244

SUCUPIRA A semente serve para gripe, dor de barriga e dor de cabeça. MODO DE PREPARAR: Pega a semente, enrola no algodão, machuca e coloca na água ou na pinga para tomar.


245

Já a sucupira você nunca esquece serve para gripe e dor de barriga e também dor de cabeça.


246

TIBORNA Serve para cura machucadura. MODO DE PREPARAR: Pegue uma faca e pepine a madeira para sair o leite, em seguida, machuque a resina do jatobá. Enrole no algodão, molhe no leite e coloque no local machucado.


247

A tiborna é boa para machucadura com resina de jatobá toda ferida ela cura.


248

TINGUIR Ver barbatimão.



250

TIPI Serve para fechar o corpo, afastar os espíritos maus e para dor de dente. MODO DE PREPARAR: Pega as folhas do tipi, coloca para cozinhar e toma o banho. Além disso, raspa a raiz, coloca o pó no cachimbo e fuma.


251

O artimijo é o ginginlim nós usamos por aqui para afastar maus espíritos a fumaça do tipi.


252

UMBU A folha serve para doença de olho (conjuntivite). MODO DE PREPARAR: Pega as folhas, cozinha ou esfrega e depois é só lavar.



254

UMBURANA Serve para resguardo quebrado, desmaio, derrame, mãe do corpo inflamado, tontura, quando está ofendido de bicho peçonhento, gripe, cirrose e para fazer o simonte. MODO DE PREPARAR: Pega a casca ou a semente, machuca e faz o chá. Para fazer o simonte pega casca ou semente, coloca no buraco, machuca depois coloca em uma vasilha e tampe. Quando sentir algum desses sintomas é só cheirar.


255

A umburana nos ajuda a curar muitos doentes ou pessoas ofendidas por bichos pessoalmente.


256

UNHA DANTA Ver quina.



258

VELAME Serve para criança que está com disenteria. MODO DE PREPARAR: Pega a folha, faz o chá e dá para beber.


259

O velame é para criança Que está com disenteria Fazendo o chá da folha E tomando no dia a dia



Plantas comestíveis e suas utilidades


Para nós, Xakriabá, as plantas são muito importantes, pois as que não servem de remédio servem de alimento. As plantas que servem para comer também devem ser valorizadas, porque nossos velhos não adoeciam igual hoje devido aos alimentos serem tirados da própria terra. E hoje, parte desses alimentos vem da cidade e não é tão saudável. Por isso, escolhemos algumas pessoas para serem pesquisadas devido ao conhecimento que elas têm sobre vários tipos de plantas que servem como alimentos. Pois queremos resgatar esses nossos costumes que poucos estão praticando.


263

A comida de antigamente era fácil de preparar colocava o milho de molho para no outro dia pisar. Desse milho era feito canjica, farinha e beiju canjicão, bolo e cuscuz e um delicioso angu. Fazia cortado de banana e também de mamão, a mandioca e a taioba era uma boa alimentação.



265

ARTICUM DA BEIRA DO RIACHO Pega o fruto do articum, descasca, corta para tira a semente. Depois pica as talhadas e coloca para ferventar. Escorra e coloca no fogo novamente junto com os temperos.


266

BANANA VERDE Pega a banana e cozinha. Em seguida, descasca, pica e coloca novamente no fogo junto com o tempero. Depois disso pode comer.


267

Fazia cortado de banana e também de mamão a mandioca e a taioba era uma boa alimentação.


268

BERDUÉGUA Pega as folhas da berduégua, corta, lava e depois coloca os temperos. Deixe abafar por alguns minutos, depois é só comer como salada ou fazer farofa.


269

A berduégua e a taioba nós podemos comer cada povo tem seu costume e o modo de viver.


270

CARIRU Pega as folhas, corta, coloca para refogar junto com os temperos, frita e faz a farofa.



272

MAMÃO Pegue o mamão, descasca, pica e coloque no fogo novamente junto com os temperos. Além disso, o mamão serve para fazer doce. MODO DE PREPARO: Corta o mamão, tira a casca verde, coloque para ferventar. Depois escorra, coloca no leite junto com rapadura ou açúcar e mexa até o doce ficar pronto.


273

O mamão e a taioba e o picado da mandioca o articum e o cariru eram comida da oca.


274

PICADO DE MANDIOCA Pega as raízes da mandioca, descasca, pica e coloca para cozinhar junto com os temperos. Depois de cozida, é só comer.


275

PICÃO Pega as folhas, corta, coloca para ferver e depois frita. Depois de fritar, comer.


276

RAIZ DE UMBU Serve para fazer doce, farinha e dar para os animais. MODO DE FAZER O DOCE: Pega as raízes, descasca, coloca para ferver, escorre e depois rala ou bate. A seguir, coloca o leite junto com rapadura ou açúcar, leve ao fogo e mexe até o doce ficar pronto. MODO DE FAZER A FARINHA: Pega as raízes, descasca, rala, espreme, peneira e torra.


277

O umbu é uma fruta dele vou receitar a raiz para a farinha para nos alimentar. Da fruta do umbuzeiro faz-se doce ou umbuzada ele é delicioso e agrada a criançada. A farinha do umbu era dada aos animais da raiz fazia o doce hoje não se usa mais.


278

TAIOBA BRAVA Descasca, pica, coloca para ferventar duas ou mais vezes. Depois disso, tira, lava bem e tempera. A taioba dá uma sopa bem gostosa, se ela não amolece não serve para fazer a comida, serve apenas para dar aos porcos.


279

TAIOBA MANSA Descasca, pica e coloca no fogo para ferventar, quando começar a ferver, tira, lava e tempera.


Limão



Algodão






287

SOBRE AS AUTORAS Escrevemos este texto para que todos que pegarem nesse maravilhoso livro conheçam nossa história. É nosso desejo que todos gostem dele. Nós somos um grupo de sete pessoas, mas dividido em dois grupos. Um pesquisou histórias e cantigas de rodas e o outro pesquisou histórias sobre os astros e as plantas medicinais. No final, fizemos um único livro. Nós sete nascemos todas em casa, porque não usava ir em médicos, as pessoas só iam em curadores. Então foi a parteira que nos pegou quando nascemos. Nós estudamos na aldeia até a quarta série, porque não tinha da quinta para frente, aí paramos de estudar. Depois os representantes fizeram reuniões para formar professores índios para dar aula de quinta série até o ensino médio. Alguns começaram a estudar e formaram. Depois os representantes e a comunidade fizeram reuniões e escolheram pessoas para fazer o curso no Parque do Rio Doce, e nós fomos escolhidas professoras. Foi muito difícil para nós ir para o parque, porque a gente deixava as nossas famílias por um mês e ficava muito difícil. Chorávamos muito, mas por um lado foi bom, porque tivemos muitos conhecimentos sobre nossas histórias e as histórias dos outros povos indígenas. Mas, graças a Deus, nos conseguimos vencer essa batalha. Após isso, lutamos para fazer faculdade e conseguimos ingressar na UFMG, em BH. De novo, a mesma dificuldade: a nossa família, os nossos filhos pequenos... por um mês. Mas, mesmo com toda essa dificuldade, nós estamos conseguindo formar em Licenciatura Indígena. Estamos tendo muita satisfação com a nossa formatura, pois já estamos vencendo mais uma batalha. Somos um povo muito guerreiro e batalhador. Todas nós somos casadas e temos filhos. Nelza tem cinco


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filhos, que são: Daiane, Edson, Franciele, Giselle e Hudson Intoyti. Luzineide: Tatiele, Wanderson, Geanderson, Taianny Camilly. Os de Quitéria são: Deusana, Euzala, Deusivam, Danila. Os de Maria Neuza: Luana e Carlos Eduardo. Maria Aparecida: Graziele e Greice Emanuelly. Os de Cleuza: Gesllaine e Cibele. E os de Rosânia: Alaine Camily e David Tailan.












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E POR FIM O nosso projeto de pesquisa Poesia sobre os conhecimentos Xakriabá aprofundou muitos conhecimentos para nós. Porque, fazendo as pesquisas, conhecemos o valor das cantigas de roda e das histórias que estavam ficando para trás e resgatamos muitas histórias dos mais velhos. Aprendemos que a sabedoria das pessoas não se guarda só nos papéis, mas também na memória dos mais velhos. Estamos dando mais um passo para frente na valorização dos conhecimentos antigos: registrando histórias sobre os sinais do céu, assombrações e plantas (medicinais e comestíveis). Não vamos guardar só para nós esse saber, vamos divulgar e queremos que seja divulgado para outras etnias e para os não índios. Somos um grupo buscando construir uma sociedade feliz e sustentável, como as plantas, em que podemos confiar com alegria, porque elas nos trazem responsabilidade. Este é um meio de expressar nossas vontades e nosso carinho pela vida e sua diversidade.



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Este livro e CD foram feitos a partir de entrevistas e gravações com as seguintes pessoas:

Ana Evaristo – Caatinguinha Arvelino Fernandes Moreira – Embaúba Brasilina Araújo de Andrade – Sumaré I Delzuíta Araújo de Andrade Pereira – Sumaré I Deodete Araújo da Mota – Sumaré I Domingos Macedo da Gama – Sumaré I Estácio Pereira dos Santos – Caatinguinha Esverdiana Barbosa dos Santos – Caatinguinha Fausto Gomes de Oliveira – Sumaré I Gino Muniz de Oliveira – Barreiro Preto Henrique Felício da Mota – Sumaré I Iracema Macedo da Gama – Sumaré II João Barbosa dos Santos– Caatinguinha José Gonçalves de Alkimin – Sumaré I Natalina Gonçalves dos Santos – Sumaré I Natividade Araújo da Silva – Sumaré I Nicolau Gonçalves de Alkimin – Vargens Prexeda Macedo da Gama– Sumaré III Santilha Araújo da Silva – Sumaré I Senhorinha Freire Alkimin Cruz – Vargens Tereza Seixas Lopes – Caatinguinha Vicente Barbosa dos Santos – Caatinguinha


Ficha catalográfica elaborada pelos Bibliotecários da Biblioteca FALE/UFMG

P745

Poesia sobre o conhecimento Xakriabá / [organização : Cleuza Cavalcante... [et al]. _ Belo Horizonte: FALE/UFMG Literaterras, 2012. 282 p. : II., fots, color + 1CD.

Este livro foi produzido no âmbito do curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas da UFMG, sob a orientação da Prof. Sônia Queiroz, como um dos requisitos para a obtenção do título de professor multidisciplinar dos ensinos fundamental e médio: línguas, artes e literatura. A monitoria foi de Cristina Borges.

ISBN: 978-85-7758-197-9

1. Índios Xakriabá - Brasil. 2. Índios da América do Sul Brasil - Literatura. 3. Literatura Indígena - Brasil. 4. Poesia Indígena. I. Cavalcante, Cleuza. II. Queiroz, Sônia. III. Universidade Federal de Minas Gerais.

CDD : 898.3



Impresso em supremo alta alvura 90g (miolo) e supremo 250g (capa), fonte Palatino. Belo Horizonte, 2013.


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