Dossier de Pesquisa acerca do tipo Baskerville

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John Baskerville

John Baskerville, (nascido em 28 de janeiro de 1706, Wolverley, Worcestershire, Inglaterra - morreu a 8 de janeiro de 1775, Birmingham, Warwickshire), tipógrafo inglês e criador de uma fonte de grande distinção com o seu nome, e cujas obras estão entre os melhores exemplos da técnica de impressão. Baskerville tornou-se um mestre da escrita em Birmingham, mas, em 1740, estabeleceu um negócio de jappaning (técnica de artes decorativas), cujos lucros lhe permitiram experimentar o typefounding. Montou uma casa de impressão e em 1757 publicou a sua primeira obra, uma edição de Virgil, seguido em 1758 por uma edição de John Milton. Nomeado impressor para a Universidade de Cambridge, editou uma edição da Bíblia (1763), que é considerada a sua obra-prima. Publicou também uma edição de Horace em 1762; o sucesso da segunda edição (1770) encorajou-o a emitir uma série de obras de autores latinos. Texto adaptado de http://www.britannica.com/biography/John-Baskerville


Os tipos de Mr. Baskerville Baskerville é uma fonte serifada, projetada em 1757, por John Baskerville em Birmingham. É classificada como um tipo de transição entre o estilo tradicional de Caslon e os estilos modernos Bodoni e Didot. Resulta do melhoramento de um tipo de letra projetado por William Caslon. Baskerville aumentou o contraste entre as varas finas e largas, tornando a serifa mais acentuada, as varas curvadas arredondadas e personagens mais regulares. Estas mudanças deram uma grande consistência e Texto impresso com a fonte de Baskerville Juvenal: Satyra

legibilidade em tamanho e forma. «Having been an early admirer of the beauty of Letters, I became intensibly desirous of contributing to the perfection of them. I formed to my self Ideas of greater accuracy than had yet appeared, and have endeavoured to produce a Sett of Types according to what I conceived to be their true proportion.» Como um desafio pessoal, John Baskerville teimou em superar os aplaudidos typefaces criados por William Caslon, mas a sua falta de experiência como gravador impediu-o de o conseguir. Mas logrou um bom desenho de tipos, cheios de pragmatismo e funcionalidade. É curioso apontar que, na segunda metade do século XVIII, os tipos metálicos de John Baskerville não foram bem recebidos; criticava-se o «excessivo contraste» das hastes finas e grossas. Um contemporâneo acusou-o de "blinding all the Readers of the Nation; for the strokes of [his] letters, being too thin and narrow, hurt the Eye."

Folha de espécimens de Baskerville

Texto adaptado de http://www.tipografos.net/tipos/baskerville.html


Inovações Baskerville, antes de se dedicar mesmo à tipografia, desbravou os caminhos do fabrico de papel, de tinta e das técnicas de impressão em si. Sem medo de inovar, ele fez alterações significativas na forma de como os tipos de metal eram feitos, criando tipos mais finos, contribuindo para um lettering mais delicado, nunca antes conseguido. Também inventou uma tinta preta opaca e brilhante; para além disso, explorou as potencialidades do papel de James Whatman, com a sua invenção do wove paper, que era mais suave que o tradicional papel; também modificou o processo de impressão, ao utilizar cilindros de cobre aquecidos para secar a tinta antes que se deixasse ensopar pelo papel. Estas inovações permitiram que Baskerville produzisse livros impressos de grande elegância formal e legibilidade nunca vistas anteriormente.

Revivalismos Os tipos de Baskerville não conquistaram o apreço dos impressores da época e desapareceram das caixas de composição durante cerca de 150 anos. Até que o norte-americano Bruce Rogers os resgatou do esquecimento, reeditando-os para a Monotype em 1924 e para a Linotype em 1931. As matrizes, perdidas durante muito tempo, foram encontradas em 1953 e oferecidas à Cambridge University Press. Até há pouco tempo, as versões digitais eram pouco satisfatórias. O especialista checo František Storm pode fotografar quatro volumes raros das edições de John Baskerville, datados de 1760. Seleccionou então para a sua digitalização romanas e itálicas de 14 pontos, que Baskerville usou para imprimir a Bíblia de 1763 e as obras de Virgílio em latim, impressas em Congreve Dedicatória nas Obras de Congreve, impressas por Baskerville

1757. Texto adaptado de http://www.jquarter.org.uk/webdisk/morejbask.htm


História No início do século XVIII, Philippe Grandjean estava há quase uma década a produzir o tipo denominado romain du roi para a imprensa real de Luís XIV - projeto que ainda continuaria durante 30 anos depois da sua morte, em 1714. Caracterizada por serifas finas e mais retas, um contraste extremo entre traços finos e grossos e eixo perpendicular, essa fonte marcou um afastamento claro dos tipos de Griffo e Garamond, e obteve sucesso imediato. No entanto, como propriedade pessoal do rei, ela não podia ser usada por impressores comerciais. Outros fundidores, no entanto, começaram a copiar o trabalho de Grandjean quase imediatamente. Porém a aplicação mais bem-sucedida das suas ideias foi a do autodidata John Baskerville (1706-1775), fundidor, papeleiro e impressor em Birmighan. A fonte desenvolvida por Baskerville apresentava um nítido contraste entre traços finos e grossos e um eixo vertical claro. Compare a Bembo (esquerda) com a Baskerville (direita):

Para manter a delicadeza do tipo na página, Baskerville teve que desenvolver várias tecnologias de apoio. Para evitar que a tinta lustrosa se espalhe-se na página impressa, ele criou o seu próprio papel (hoje chamado de papel com acabamento “acetinado”; antes, as folhas com estrias eram conhecidas como papel vergê). Ele também prensava as folhas depois de impressas entre placas de cobre aquecidas para acelerar a secagem. Texto adaptado de KANE, John (2011) Manual dos Tipos, Gustavo Gili, pg. 32


Publicações

“The works of the late Joseph Addison”, 1757


“Paradise Lost - a poem”, 1760



“The Book of Common Prayer”, 1760


“Publii Virgilii”, 1757



Posters

http://www.jquarter.org.uk/webdisk/morejbask.htm


http://de-sign.pl/work/baskerville/


http://www.andrewjvine.com/70029/606483/projects/baskerville-typography-poster


https://www.pinterest.com/pin/545850417307667815/


https://www.pinterest.com/pin/132856257729185313/


http://weandthecolor.com/baskerville-typography-poster-design-koyoox/10609


https://andyhgdes1002.wordpress.com/2012/03/05/baskerville-poster/



Variantes

Baskerville caiu em desuso com a criação de Bodoni e Didot, mas foi renascida em 1919 por Bruce Rogers para a Harvard University Press. Os revivalismos do século XX incluem a de ITC New Baskerville, desenhada em 1978 por Matthew Carter e John Quaranda, e a Berthold Baskerville Book, desenhada em 1980 por Günter Gerhard Lange Em 1996, Baskerville foi usada como base para a typeface de Mrs. Eaves, desenhada por Zuzana Licko, aproveitando o nome da amada de John Baskerville, com acabou por se casar. Texto adaptado da ficha corresponde à typeface Baskerville presente no “The Phaidon Archive of Graphic Design”

ITC New Baskerville

Bitstream

Monotype

URW

Paratype

Linotype

Adobe

Storm Type Foundation


Andrew Henderson Poster Baskerville 2010 http://luc.devroye.org/fonts-34416.html


http://luc.devroye.org/fonts-34416.html


John Baskerville Baskerville 1757 Poster by John Bishop 2014 http://luc.devroye.org/fonts-23979.html

John Baskerville Baskerville 1757 versus Caslon Poster by Constanza Stahl 2014 http://luc.devroye.org/fonts-23979.html


John Baskerville Baskerville 1757 Poster by Bo Van Den Broek 2015 http://luc.devroye.org/fonts-23979.html


Mecanorma - Graphic Book (vers達o espanhola) - 1984, pg. 37


Mecanorma - Graphic Book (vers達o espanhola) - 1984, pg. 36


Mecanorma - Graphic Book (vers達o espanhola) - 1984, pg. 123


Mecanorma - Graphic Book (vers達o espanhola) - 1984, pg. 122


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