Móbile # 20 | Sede Própria

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Co vi d19

#20 Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

Revista do CAU/SP

ISSN 2448-3885

Coronavírus

As medidas adotadas pelo CAU/SP durante a pandemia

Especial

Quem são e onde trabalham as arquitetas e urbanistas do estado de São Paulo?

Em Debate

Uma reflexão sobre o exercício profissional do arquiteto e urbanista

Sede própria Um imóvel histórico, projetado pelo arquiteto e urbanista Ramos de Azevedo e localizado no Triângulo Histórico da capital paulista, será a sede do CAU/SP


LÁPIS

na ponta do

Marcos Cartum

Projeto dos arquitetos Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcos Cartum, a Praça das Artes é um complexo cultural inaugurado em dezembro de 2012 na região central da capital paulista. O croqui (dezembro de 2005) mostra a fachada do edifício voltada para a avenida São João.


Editorial CCOM

Índice

28 I Capa

A aquisição de um prédio histórico de São Paulo para ser a nova sede do CAU/SP

20 I Bate-papo

Cecília Carrapatoso, a arquiteta à frente do trabalho de fiscalização do Conselho

54 I Arquitetura no Mundo

Um passeio pelos parques públicos de oito países

16 I Em Debate

Uma reflexão a respeito do exercício profissional do arquiteto e urbanista

38 I Concurso

A ampliação do Museu Casa Lacerda, no Paraná

46 I Administração

As providências do CAU/SP contra a pandemia da COVID-19

48 I Especial

O papel das mulheres na Arquitetura e Urbanismo

e mais: 06 10 12 14 60 62 64 66

I I I I I I I I

CAU/SP em Ação Regionais Curtas do CEAU Arquitetura Paulista Olhar do Arquiteto Ouvidoria Fique Atento Ponto de Vista

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screvo este editorial com sentimento de tristeza pelo momento que estamos atravessando, encarcerados em nossas próprias casas, com um inimigo letal solto pelo mundo. A Comissão de Comunicação do CAU/SP foi surpreendida no início de março com o anúncio da quarentena. A presente edição já estava pronta quando tivemos que suspender seu envio para impressão. No retorno, optamos por entregar aos leitores o trabalho que já havíamos realizado, mas acrescentamos algumas mudanças e atualizações. Uma das informações inseridas é sobre o funcionamento do CAU/SP neste período de distanciamento social. A matéria de capa, escolhida vários meses atrás, mostra o fruto de um trabalho de seis anos, ao longo dos quais este Conselho buscou o imóvel ideal para ser “a nova casa do Arquiteto”. Em 2019, finalmente adquirimos um prédio histórico, assinado por Ramos de Azevedo e totalmente restaurado, bem no coração da capital paulista. A sessão Na Ponta do Lápis vem com uma perspectiva artística do arquiteto e urbanista Marcos Cartum, representando a Praça das Artes, complexo cultural inaugurado em 2012, como parte do plano de revitalização da região Central de São Paulo. A sessão 'Em Debate' traz uma reflexão da arquiteta e urbanista Adriana Levisky sobre o exercício profissional e o papel do arquiteto e urbanista nos grandes centros urbanos, onde 50% da população mundial vivem e trabalham. A atual coordenadora de fiscalização do CAU/SP, arquiteta e urbanista Cecília Carrapatoso, funcionária concursada, fala na sessão Bate Papo sobre seu importante trabalho na autarquia, como mulher e como a fiscalização pode proteger a sociedade e defender os bons profissionais. Trazemos um especial sobre "O Perfil e a Valorização das Mulheres na Arquitetura", tema do Seminário Internacional realizado pela Comissão de Comunicação do CAU/SP, e que contou com as contribuições da Comissão Temporária de Gênero do CAU/BR, fazendo parte do Ciclo de Debates Nacional: "Cidades Inclusivas para Mulheres". A sessão 'Arquitetura no Mundo' traz um passeio por alguns dos parques mais icônicos de oito países, invocando a necessidade do ser humano de estar em áreas verdes urbanas proporcionem um pouco de relaxamento no ambiente de altas das tensões das grandes metrópoles. Esperamos que tenham bons momentos de leitura e reflexão!

Nancy Laranjeira Tavares de Camargo Coordenadora da CCom. Comissão Especial de Comunicação do CAU/SP * revista@causp.gov.br Nancy Laranjeira Tavares de Camargo Coordenadora Maria Alice Gaiotto Coordenadora Adjunta

Claudio Zardo Búrigo Marcia Helena Souza da Silva Martin Corullon

As ideias ou opiniões expostas nos artigos ou textos dos colaboradores são de responsabilidade dos próprios autores, não refletindo, Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020 necessariamente, a opinião ou posicionamento do CAU/SP.

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Expediente

Conselho Diretor José Roberto Geraldine Junior Presidente Valdir Bergamini Vice-presidente José Antonio Lanchoti (Coordenador) Comissão de Ensino e Formação (CEF – CAU/SP) Anita Affonso Ferreira (Coordenadora) Comissão de Ética e Disciplina (CED – CAU/SP) Alex Marques Rosa (Coordenador) Comissão de Exercício Profissional (CEP – CAU/SP) CONSELHEIRAS FEDERAIS Nadia Somekh Titular

Helena Aparecida Ayoub Silva Suplente

Conselheiros Estaduais - Titulares Adriana Blay Levisky Guilherme Carpintero de Carvalho Alan Silva Cury José Antonio Lanchoti Alex Marques Rosa Jose Marques Carrico André Luis Queiroz Blanco José Roberto Geraldine Junior Angela de Arruda Camargo Amaral Luiz Antonio Cortez Ferreira Angela Golin Luiz Antonio de Paula Nunes Anita Affonso Ferreira Marcelo Martins Barrachi Carlos Alberto Palladini Filho Marcia Helena Souza da Silva Carlos Alberto Silveira Pupo Marco Antonio Teixeira da Silva Cassia Regina Carvalho de Magaldi Marcos Cartum Catherine Otondo Maria Alice Gaiotto Claudio de Campos Maria Fernanda Avila de Sousa Claudio Zardo Búrigo da Silveira Delcimar Marques Teodoro Maria Rita Silveira de Paula Amoroso Denise Antonucci Mario Wilson Pedreira Reali Dilene Zaparoli Marta Maria Lagreca de Sales Edson Jorge Elito Martin Gonzalo Corullon Fernanda Menegari Querido Mauro Claro Fernando de Mello Franco Mel Gatti de Godoy Pereira Flavio Marcondes

Miguel Antonio Buzzar Miriam Roux Azevedo Addor Nabil Georges Bonduki Nancy Laranjeira Tavares de Camargo Nelson Gonçalves de Lima Junior Paulo Marcio Filomeno Mantovani Poliana Risso Silva Ueda Rafael Paulo Ambrosio Rossella Rossetto Ruy dos Santos Pinto Junior Salua Kairuz Manoel Silvana Serafino Cambiaghi Tercia Almeida de Oliveira Valdir Bergamini Vanessa Gayego Bello Figueiredo Vera Santana Luz Vinicius Hernandes de Andrade Violeta Saldanha Kubrusly

Conselheiros Estaduais - Suplentes Adalberto da Silva Retto Junior Fabiano Puglia Moreno Marin Ailton Pessoa de Siqueira Fabio de Almeida Muzetti Ana Cristina Gieron Fonseca Fábio Mariz Gonçalves Ana Lucia Ceravolo Flavia Regina de Lacerda Abreu André Gonçalves dos Ramos Gianfranco Vannucchi Andre Luis Avezum Jeane Aparecida Rombi de Godoy Rosin Andressa Rodriguez Hernandez Katia Piclum Versosa Breno Berezovsky Laura Lucia Vieira Ceneviva Carlos Antonio Spinhardi Leda Maria Lamanna Ferraz Rosa Van Carolina Margarido Moreira Bodegraven Cícero Pedro Petrica Leila Regina Diegoli Consuelo Aparecida Gonçalves Gallego Liana Paula Perez de Oliveira Daniela da Camara Sutti Lizete Maria Rubano Daniela Perez Nader Andréo Lua Nitsche Danusa Teodoro Sampaio Luiz Eduardo Siena Medeiros Eduardo Trani Marcelo Consiglio Barbosa Eleusina Lavor Holanda de Freitas Marise Cespedes Tavolaro Enio Moro Junior Mauro Ferreira Eurico Pizao Neto Milton Liebentritt de Almeida Braga

Natália Costa Martins Patricia Robalo Groke Paulo de Falco Epifani Paulo Machado Lisbôa Filho Raquel Rolnik Raquel Vieira Feitoza Renata Alves Sunega Renato Matti Malki Ricardo Aguillar da Silva Roberto Claudio dos Santos Aflalo Filho Roberto Loeb Sami Bussab Sarah Feldman Sergio Baldi Sergio de Paula Leite Sampaio Silvana Dudonis Vitorelo Iizuka Sofia Puppin Rontani Weber Sutti

EXPEDIENTE CCOM Conselho e coordenação editorial Daniele Moraes Coordenadora de Comunicação Epaminondas Neto Técnico de Comunicação

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Carlos Alberto Silveira Pupo (Coordenador) Comissão de Fiscalização (CF – CAU/SP) Tercia Almeida de Oliveira (Coordenadora) Comissão de Organização e Administração (COA – CAU/SP) Marco Antonio Teixeira da Silva (Coordenador) Comissão de Planejamento e Finanças (CPFi – CAU/SP)

Editado por Ex Libris Comunicação Integrada Jornalista: Jayme Brener (Mtb 19.289) Editor: Silvia Lakatos Textos: Marco Paulo Ferreira, Silvia Lakatos, Cláudio Camargo, Daniele Moraes, Epaminondas Neto e Catarine Figueiredo. Projeto gráfico e diagramação: Regina G. Beer Impressão: Coan Industria Grafica Ltda. Tiragem: 58,5 mil exemplares revista@causp.gov.br

Comissões Ordinárias Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP José Antonio Lanchoti (Coordenador), Flavio Marcondes (Coordenador Adjunto), Carolina Margarido Moreira (suplente), Sérgio de Paula Leite Sampaio (suplente), Nelson Gonçalves de Lima Junior, Delcimar Marques Teodozio, José Marques Carriço, Miguel Buzzar, Vera Santana Luz, Vinicius Hernandes de Andrade (licenciado), Fernando de Melo Franco (licenciado), Vanessa Gayego Bello Figueiredo Comissão de Ética e Disciplina do CAU/SP Anita Affonso Ferreira (Coordenadora), Marcos Cartum (Coordenador Adjunto), Luiz Antonio de Paula Nunes, Denise Antonucci, Cassia Regina Magaldi, Marcia Helena Souza da Silva, Claudio Zardo Búrigo, Poliana Risso Silva Ueda, Rafael Paulo Ambrosio Comissão de Exercício Profissional do CAU/SP Alex Marques Rosa (Coordenador), Dilene Zaparoli (Coordenadora Adjunta), Alan Silva Cury, Luiz Antonio Cortez Ferreira, Claudio de Campos, Maria Fernanda Avila de Sousa da Silveira, Catherine Otondo, Martin Gonzalo Corullon, Carlos Alberto Palladini Filho Comissão de Fiscalização do CAU/SP Carlos Alberto Silveira Pupo (Coordenador), Paulo Marcio Filomeno Mantovani (Coordenador Adjunto), Marcelo Martins Barrachi, Silvana Serafino Cambiaghi, Mel Gatti de Godoy Pereira, Angela Golin, Guilherme Carpintero, Salua Kairuz Manoel Comissão de Organização e Administração do CAU/SP Tercia Almeida de Oliveira (Coordenadora), Adriana Blay Levisky (Coordenadora Adjunta), Ana Cristina Gieron Fonseca (suplente), André Luis Queiroz Blanco, Ruy dos Santos Pinto Junior (licenciado), Violêta Saldanha Kubrusly, Marta Maria Lagreca de Sales, Nabil Georges Bonduki, Rossella Rossetto, Valdir Bergamini Comissão de Planejamento e Finanças do CAU/SP Marco Antonio Teixeira da Silva (Coordenador), Miriam Roux Azevedo Addor (Coordenadora Adjunta), Edson Jorge Elito, Nancy Laranjeira Tavares de Camargo, Maria Rita Silveira de Paula Amoroso, Maria Alice Gaiotto, Angela de Arruda Camargo Amaral, Fernanda Menegari Querido, Mario Wilson Pedreira Reali Comissões Especiais Comissão de Desenvolvimento Profissional do CAU/SP André Luis Queiroz Blanco (Coordenador), Fernanda Menegari Querido (Coordenadora adjunta), Maria Fernanda Avila de Sousa da Silveira, Luiz Antonio de Paula Nunes, Claudio de Campos Comissão de Política Urbana, Ambiental e Territorial do CAU/SP Nabil Georges Bonduki (Coordenador), Adriana Blay Levisky (Coordenadora adjunta), Paulo Marcio Filomeno Mantovani, Miguel Antonio Buzzar, Marta Maria Lagreca de Sales Comissão de Comunicação do CAU/SP Nancy Laranjeira Tavares de Camargo (Coordenadora), Maria Alice Gaiotto (Coordenadora adjunta), Claudio Zardo Búrigo, Marcia Helena Souza da Silva, Martin Gonzalo Corullon Comissão de Relações Institucionais do CAU/SP Marcelo Martins Barrachi (Coordenador), Edson Jorge Elito (Coordenador adjunto), Ruy dos Santos Pinto Junior, Poliana Risso Silva Ueda, Nelson Goncalves de Lima Junior Comissão de Patrimônio Cultural do CAU/SP Maria Rita Silveira de Paula Amoroso (Coordenador), Vanessa Gayego Bello Figueiredo (Coordenadora adjunta), Ana Cristina Gieron Fonseca (suplente), Cassia Regina Carvalho de Magaldi, Carlos Alberto Palladini Filho, Dilene Zaparoli


Palavra do presidente

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o mês de março, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo foi surpreendido, assim como quase toda a população mundial, com a necessidade de medidas emergenciais para a contenção da pandemia do novo coronavírus. De imediato, tomamos as ações de proteção aos profissionais, funcionários e conselheiros, assim como prestadores de serviços e demais envolvidos na atuação da autarquia na capital e interior. No primeiro momento, precisamos nos adaptar às novas formas de trabalho decorrentes do imperativo do distanciamento social. Suspendemos atendimentos presenciais, direcionamos os funcionários para o regime de teletrabalho, e tomamos as demais medidas cabíveis em relação à segurança e preservação da prestação essencial de serviços aos arquitetos e urbanistas. Na ocasião, a 20ª edição da revista Móbile, agora em suas mãos, já estava finalizada, apresentando na matéria de capa o edifício histórico, adquirido pelo Conselho em 2019, após anos de trabalho e dedicação da administração, e onde funcionará a sede própria do CAU/SP. De forma a não prejudicar ainda mais a distribuição da nossa revista e de mantermos um contato mais próximo – e ainda mais importante agora - com os profissionais, optamos por fazer ajustes pontuais na publicação e enviá-la de imediato. Assim, estamos trabalhando para trazer na próxima edição, uma abordagem aprofundada da conjuntura pós-COVID-19, falando sobre seus desdobramentos no campo profissional, social e econômico. Por ora, esperamos que nossa revista encontre a todos com saúde e protegidos. Certos de que, com atuação e esforço coletivos, superaremos esse grande desafio, em escala global, tendo ainda a oportunidade de contribuir com nossos conhecimentos técnicos para a transformação dos espaços em ambientes e cidades saudáveis. Acompanhe as ações emergenciais e de apoio aos profissionais que o CAU/SP está desenvolvendo em nosso site na internet (www.causp. gov.br), e nas redes sociais do Conselho (Instagram: @causp_oficial e Facebook: @causpoficial).

Daia oliver

De repente, tudo mudou

José Roberto Geraldine Junior Presidente

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CAU/SP em ação

Radu Bercan/Shutterstock

Diploma falso: CAU/SP aciona a Justiça e réu é condenado

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partir de um trabalho criterioso de checagem de dados e confirmação da veracidade de documentos, o CAU/SP identificou uma nova prática de falsificação de diploma e encaminhou representação ao Ministério Público Federal solicitando providências. O juiz da 1ª Vara da Justiça Criminal Federal de São Paulo condenou o réu em primeira instância. Como o processo não transitou em julgado, ainda cabem recursos.

Justiça Federal dá ganho de causa em julgamento sobre Resolução 51

Zolnierek/Shutterstock

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a sentença, o juiz reconheceu a constitucionalidade da Resolução CAU/BR n.º 51 e entendeu que o Conselho dispõe da competência necessária para definir as áreas de atuação privativa, bem como as compartilhadas com profissionais regidos por outros Conselhos. Considerou ainda que arquitetos e urbanistas têm o direito de não serem notificados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA/SP) a respeito dessas atribuições.


Fórum aborda financiamento e infraestrutura de esporte

Justiça determina inclusão de arquitetos em concurso público de Bauru

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Fórum do Setor Produtivo do Esporte aconteceu em 9 de dezembro e reuniu gestores das principais entidades responsáveis por este segmento. Organizado pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de São Paulo (SEME) e pela Federação Paulista de Esportes & Fitness (FPEFIT), o evento foi promovido pelo CAU/SP e CAU/BR.

Justiça Federal da 3ª Região ‘concedeu a segurança’ em ação proposta pelo CAU/SP contra o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru. No processo, a autarquia solicitou a anulação do concurso público e a republicação de edital de modo a permitir que arquitetos e urbanistas concorram a cargo de engenheiro da segurança do trabalho. No mandado de segurança coletivo, o CAU/SP argumentou que os cursos de pós-graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho admitem profissionais graduados em ‘Arquitetura e Urbanismo ou Engenharia’, não havendo razão para a limitação prevista no edital de Bauru.

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m janeiro, o CAU/BR e o CAU/SP promoveram uma reunião, em Brasília, com o Ministério das Relações Exteriores para discutir a promoção de ações de capacitação para profissionais e empresas de Arquitetura e Urbanismo. O presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior, destacou que 65% dos serviços exportados do setor têm origem no Estado de São Paulo. A intenção é reforçar a importância da continuidade dos programas de promoção de exportações e investimentos.

Acervo CAU/SP

Exportação de serviços de Arquitetura é tema de reunião no Itamaraty

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CAU/SP em ação

CAU/SP realiza mais de 72 mil atendimentos em 2019

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Krakenimages.com/Shutterstock

ste número inclui as 3,3 mil coletas biométricas feitas no ano passado. O meio de contato preferido pelos profissionais foi o telefone, com 50,6 mil demandas. Nos atendimentos presenciais (sede e escritórios descentralizados), houve uma pequena redução (4%) alcançando 6.230 profissionais ouvidos. Em compensação, o uso do e-mail aumentou 16%, totalizando 11.485 atendimentos por este meio. As solicitações encaminhadas via portal e chat foram redirecionadas para a Central do CAU/BR, tendo registrado pouco menos de 1.000 demandas até o primeiro trimestre de 2019.

Conselho recebe Secretária Municipal de Licenciamento de São Paulo

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embros do Conselho Diretor do CAU/SP receberam a Secretária Adjunta Municipal de Licenciamento da Prefeitura de São Paulo, Vivian Satiro, na sede na capital. Durante o encontro, que ocorreu em fevereiro, foram apresentadas preocupações da autarquia a respeito dos processos de licenciamento, fiscalização e segurança da população.Também foram iniciadas tratativas para mútua colaboração e troca de informações entre os órgãos para fins de serviços e fiscalizações.

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Semana de Arquitetura e Urbanismo em vídeo

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m fevereiro, foram publicados no canal do CAU/SP, no portal YouTube, os vídeos sobre os seminários da Semana de Arquitetura e Urbanismo do CAU/SP promovida em novembro de 2019. As produções, com duração breve, revivem as discussões realizadas durante os eventos ‘Acessibilidade e Diversidade Humana em um só mundo. Arquitetura 21’, ‘Archinexus – Nexos e Fluxos em Arquitetura e Urbanismo’, ‘Diálogos de Arquitetura e Urbanismo’ e o ‘1º Seminário BIM CAU/SP: do ensino à prática’.


Eleições 2020: Comissão Eleitoral realiza primeira reunião

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Acervo CAU/SP

scolhida pelo Plenário do CAU/SP no dia 30 de janeiro, a Comissão é responsável por conduzir o processo de eleição dos novos conselheiros, prevista para o dia 15 de outubro. Participam de sua composição os arquitetos e urbanistas conselheiros e não-conselheiros: José Roberto Rebello (Coordenador); André Comitre Junior (Coordenador Adjunto); Marineia Lazzari Chiovatto; Nancy Laranjeira Tavares de Camargo; Marco Antonio Teixeira da Silva. O grupo teve sua primeira reunião de trabalho no dia 18 de fevereiro, na sede do CAU/SP.

Teletrabalho garante atendimento aos profissionais durante a pandemia

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Shutterstock

omo medida para conter os riscos de contaminação com o Coronavírus (COVID-19), desde o dia 19 de março o CAU/SP adotou integralmente o regime de teletrabalho para todos os funcionários e estagiários da sede na capital paulista e nos escritórios descentralizados, interrompendo as atividades presenciais em suas dependências. Desde então, todo atendimento aos arquitetos e urbanistas está sendo realizado por meio dos demais canais de atendimento do Conselho: telefônico (voz e WhatsApp) e e-mail.

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Regionais

I BAURU

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o início do ano, o escritório descentralizado de Bauru representou o CAU/SP em três colações de grau da UNIP e UNESP. Nas ações regulares de atendimento, foram realizados mais de 70 novos cadastros de dados biométricos e 25 atividades de fiscalização. O coordenador regional Wagner Domingos participou das Audiências Públicas da Revisão do Plano Diretor Participativo de Bauru, em que a pauta principal tem sido a ocupação de edifícios públicos que estão inativos, como a Estação Ferroviária e o Pátio Ferroviário no centro antigo da cidade. Também se conversou sobre a implantação de instrumentos de ocupação dos vazios urbanos que representam mais de 30% da área urbana, e sobre o projeto de macrodrenagem urbana.

I CAMPINAS

I PRESIDENTE PRUDENTE

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m Campinas, foram realizadas diversas atividades voltadas ao tema de patrimônio histórico, resultado das altas demandas durante o evento do “CAU na Cidade”, realizado em outubro de 2019 em Campinas. O coordenador regional Victor Chinaglia participou de audiências públicas sobre Plano Diretor da região de maior conflito urbano e administrativo, localizada entre os municípios de Paulínia, Cosmópolis e Americana. ATHIS também foi amplamente divulgada pelo processo de Regularização Fundiária Urbana (REURB), buscando melhorar a qualidade de vida nas cidades da região.

I MOGI DAS CRUZES

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primeiro trimestre de 2020 foi marcado pelas ações de fiscalização em conjunto com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Em Mogi e outras cidades foram realizados cursos de capacitação gratuitos para os profissionais e de exercício profissional para servidores públicos. A coordenadora regional Jane Marta da Silva destacou que “o trabalho em conjunto com as Comissões da Sede e as Associações é de suma importância para as instituições, para os profissionais e para a sociedade em geral”.

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escritório descentralizado de Presidente Prudente atuou em diligências realizadas pela fiscalização e finalizações de denúncias além das atividades regulares nos atendimentos presenciais, por telefone e e-mail. O coordenador regional Eduardo Franke representou o CAU/SP nas colações de grau dos formados pelas faculdades de Arquitetura e Urbanismo da Toledo e UNESP.

I RIBEIRÃO PRETO

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CAU/SP esteve presente nas colações de grau da UNIP, Centro Universitário Barão de Mauá e UNAERP, em Ribeirão Preto e na UNIARA, em Araraquara. Em fevereiro, o escritório descentralizado em parceria com a Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP) promoveu cursos sobre RRT, Contratos, Acervo Profissional e Tabela de Honorários. Graças à iniciativa, capitaneada pela Comissão de Exercício Profissional, foram capacitados 156 profissionais. O coordenador regional Éder Silva esteve em Franca e em Porto Ferreira para discutir com arquitetos e urbanistas questões como regularização de imóveis, projeto simplificado, aprovação on-line e exigências de projetos complementares nos processos de aprovação.


I SANTOS

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ano começou com a realização de mais de 200 atendimentos técnicos, presenciais e por e-mail. Representantes do CAU/SP marcaram presença na colação de grau dos formandos em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Santos. O escritório descentralizado também se prepara para a série de cursos gratuitos de capacitações profissional que serão realizados na cidade ao longo do semestre, conforme edital de fomento do CAU/SP. Estão previstos cursos para as áreas de acessibilidade, BIM, empreendedorismo e normas técnicas.

I SANTO ANDRÉ (ABC)

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m Santo André, arquitetos e urbanistas e o CAU/SP acompanharam a audiência pública sobre serviços de saneamento básico, energia elétrica e gás da cidade. O coordenador regional Felipe Oliveira participou de reuniões com prefeituras da região para planejamento de ação conjunta sobre orientação técnica aos profissionais em processos de regularização fundiária. O Conselho também prestigiou eventos de diversas associações e cerimônias de colação de grau de formandos em Arquitetura e Urbanismo.

I SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

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coordenador regional Kedson Barbero participou de reuniões com o Secretário de Planejamento Estratégico municipal para a revisão do Plano Diretor. O escritório descentralizado colaborou no debate com COMDEPHACT (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico) e o COMTUR (Conselho Municipal de Turismo) sobre a revitalização do centro de São José do Rio Preto. O escritório recebeu as demandas de cidades vizinhas e formalizou um calendário de eventos com a Associação de Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de São José do Rio Preto para uma palestra mensal.

I SOROCABA

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a região metropolitana de Sorocaba, os arquitetos e urbanistas têm participado das discussões sobre a unificação e/ou implantação do Imposto Sobre Serviços (ISS) e da padronização de projetos na região. De acordo com o coordenador regional Eduardo Gatti, essas atividades são importantes tanto para os profissionais como para a sociedade, pois simplificam e agilizam os serviços de licenciamento nos órgãos públicos das diferentes cidades da região. Também no início de 2020, o escritório descentralizado participou intensamente da reunião do Conselho Municipal da Habitação de Interesse Social (COMHABIS), sobre a elaboração de edital para concurso público.

I SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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rquitetos e urbanistas empregados na Prefeitura de Pindamonhangaba reuniramse para discutir sobre registro de cargo e função dos funcionários, acervo técnico e a relação do arquiteto servidor público e suas atividades. O coordenador regional Paulo André Cunha Ribeiro auxiliou nos esclarecimentos sobre o exercício profissional pontuando as resoluções e normativos do CAU/SP. Também foi abordado o interesse de convênio para cooperação técnica para troca de informações entre os órgãos públicos. No âmbito da fiscalização houve reunião com os organizadores da mostra de Arquitetura do Vale do Paraíba para tratar dos documentos necessários à realização de eventos. Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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CURTAS DO CEAU

I ABAP

ABAP promove visita ao Clube Náutico Araraquara

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m sua última visita técnica de 2019, a ABAP levou associados e interessados para conhecer o projeto de paisagem do Clube Náutico Araraquara (SP), projeto de Luiz Matthes. Realizada no dia 26 de outubro, a visita foi pensada em razão da singularidade do lugar, concebido e construído ao longo de 50 anos em área de pastos. Além de passar o dia no local conhecendo suas diversas áreas e coleções vegetais, os participantes do evento tiveram direito a visita guiada pelo próprio Matthes, com os arquitetos paisagistas André Graziano e Cauê Silva, que também atuam nos projetos de paisagismo mais recentes do clube. Houve ainda uma exposição sobre o processo de concepção do lugar no

decorrer dos anos, as estratégias de plantio e a manutenção. A expectativa da ABAP para 2020 é continuar fomentando a experiência de lugares como esse por meio de visitas técnicas. Para saber mais, acompanhe nossas redes sociais e site. Associados têm condições especiais de pagamento e descontos no valor das viagens.

I IABsp

Bienal de Arquitetura

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Instituto dos Arquitetos do Brasil Departamento São Paulo (IABsp) inicia a gestão do triênio 2020-2022 com o anúncio de mudanças para a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Para fomentar ainda mais a cultura urbana e arquitetônica democrática, as atividades passarão a acontecer em equipamentos e espaços públicos no eixo da avenida Paulista e em equipamentos periféricos próximos a projetos

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de transformação urbana conduzidos em diálogo com comunidades locais. Saiba mais no Instagram: bienal_de_arquitetura


I SASP

Nova diretoria toma posse e acena com aperfeiçoamento de projetos e serviços

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nova gestão (2020-2022) do Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo (SASP) , representada pela chapa "Novo Tempo", está ansiosa para aperfeiçoar os projetos e serviços oferecidos aos profissionais associados: • Assessoria jurídica trabalhista e comerciais; • Negociações de Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho, garantindo os direitos exclusivos da categoria; • Assessoria contábil aos profissionais nas suas múltiplas formas de associação; • Ampliação dos planos de saúde e odontológico; • Descontos em cursos de formação continuada, e de ensino básico para associados e seus dependentes.

Solicite sua Associação ou Contribuição Sindical Urbana (C.S.U.), enviando e-mail para atendimento@sasp.arq.br ou ligue para (11) 3229-7989.

I AsBEA

AsBEA-SP iniciou 2020 com novidades e eventos imperdíveis

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evento Painel de Arquitetura e Mercado traz, trimestralmente, renomados palestrantes para falar de temas importantes para o setor. Os participantes têm oportunidade de debater com perguntas ao final de cada apresentação acerca dos temas abordados, num espaço descontraído. O Day by Day é um evento mensal para escritórios de Arquitetura que aborda uma série de temas com assuntos cotidianos proporcionando uma rica oportunidade de interação e troca de experiências. Não fique de fora, venha conhecer a AsBEA-SP! Entre em contato por e-mail secretaria@asbea.org.br.

I ABEA

Ensino na pandemia

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Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo – ABEA vem se manifestar sobre os acontecimentos precipitados pela pandemia da COVID-19 no que se refere às atividades acadêmicas dos diferentes cursos de Arquitetura e Urbanismo do país. Situações excepcionais exigem soluções igualmente atípicas. Entretanto, do mesmo modo que o isolamento social traz graves prejuízos para nossa vida cotidiana, as práticas pedagógicas a distância, instituídas do modo intempestivo como vem acontecendo, não podem ser consideradas uma alternativa que dispense futuras compensações no primeiro momento possível. Educação não tem atalhos: a qualidade do processo tem consequência direta no resultado da formação.

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Rafael Roque

Arquitetura Paulista

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Centro Cultural São Paulo

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naugurado em 13 de maio de 1982, na capital paulista, o Centro Cultural São Paulo é um dos primeiros espaços a ofertar múltiplas atrações culturais em nosso país. O projeto para o terreno de 400 metros de comprimento e 70 metros de largura, concebido nos anos 1970 por uma equipe de arquitetos liderados por Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, baseou-se em centros culturais multidisciplinares internacionais, como o Georges Pompidou, fundado em 1977 na cidade de Paris (França). Para assegurar que a obra atenderia plenamente aos objetivos propostos, foram realizadas pesquisas de acessibilidade e voltadas à melhor compreensão das expectativas do público-alvo. Definiram-se assim necessidades construtivas, como as dimensões amplas e a multiplicidade de entradas e caminhos. Para viabilizar as formas arrojadas pretendidas pelos arquitetos, foram utilizados diversos materiais, como vidro, aço, concreto, acrílico, tijolo e tecido. A mescla de materiais exigiu mudanças também nos métodos construtivos. Em um trabalho quase artesanal, técnicas foram revisadas e reinventadas para que os melhores resultados fossem efetivamente alcançados. Em 1991, um grande temporal derrubou parte da cobertura e o local ficou fechado para reforma durante nove meses. Em 2017, um projeto de restauração tratou de cuidar da acústica dos auditórios. Atualmente, o CCSP oferece um conjunto de bibliotecas, coleções e acervos da cidade, jardins suspensos, espaços de estudo, além de toda uma programação de artes visuais, cinema, dança, literatura, música e teatro, entre outras atividades.

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Em debate

Uma reflexão a respeito do exercício profissional do arquiteto e urbanista

Ryan DeBerardinis/Shutterstock

A temática urbana necessariamente deverá ser enfrentada como um dos principais temas de atuação do arquiteto e urbanista na contemporaneidade. Questões relacionadas à qualificação do ensino, bem como relações de trabalho e o lugar ocupado pelo arquiteto no mercado, são fundamentais

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Tatiana Antonelli

Por Adriana Levisky *

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ais de 50% da população mundial vivem em centros urbanos. Até 2050 espera-se que esta população duplique, fazendo da urbanização uma das tendências mais transformadoras do século XXI. No Brasil, 86% da população concentram-se nas cidades e disputam oportunidades de emprego, moradia e condições de vida. Populações, atividades econômicas, interações sociais e culturais, assim como os impactos ambientais e humanitários, estão cada vez mais concentrados nas cidades. Tal panorama apresenta enormes desafios para a sustentabilidade em termos de habitação, infraestrutura, serviços

A descontinuidade de ações estratégicas, o desperdício de recursos, a ausência de planejamento, o descompromisso e as condições insuficientes das infraestruturas urbanas contribuem fortemente para a desqualificação da vida contemporânea"

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Em debate

básicos, segurança, alimentação, educação, empregos, recursos naturais e saúde. A população mundial está envelhecendo e esse fenômeno impõe novas demandas no campo do desenho, das tecnologias, da assistência, economia, relações sociais e comunitárias, prestação de serviços, bem como nas opções de cultura e lazer. O mundo está mais pobre. A descontinuidade de ações estratégicas, o desperdício de recursos, a ausência de planejamento, o descompromisso e as condições insuficientes das infraestruturas urbanas contribuem fortemente para a desqualificação da vida contemporânea. Os pactos entre as esferas pública e privada, entre players sociais diversos, merecem atenção. Para além da coexistência, a necessidade de pactuação e realização de novos contratos sociais e econômicos se fazem necessários. O fenômeno da migração intensificado no século XXI, ao mesmo tempo, afeta condições socioeconômicas, culturais, de infraestrutura e políticas. Voltando os olhos à Arquitetura e Urbanismo na contemporaneidade, o ambiente profissional tem cada vez mais suas fronteiras abertas e as condições de concorrência acentuadas. O incremento tecnológico e a fusão

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de escritórios em estruturas internacionais abrem espaço para a atuação competitiva e novos mercados ao redor do mundo. Tal cenário exige qualificação dos profissionais no campo empresarial, da boa técnica, das tecnologias, das relações de trabalho e da produtividade. Dentro deste contexto, como enfrentar o lugar a ser necessariamente ocupado pelo arquiteto e urbanista? E como a formação acadêmica e capacitação profissional continuada devem ser tratadas frente a este cenário? Um olhar sobre o ensino Não desmerecendo os princípios estruturadores dos cursos de formação profissional estabelecidos pelo Conselho Nacional de Educação, saltam aos olhos a distância entre academia e mercado, academia e indústria e a ausência de um olhar sistêmico sobre temas como: 1. Uso da legislação de forma crítica e consciente em prol do senso de responsabilidade técnica, civil e criminal do profissional. 2. O real sentido da ética, no reconhecimento e exercício das responsabilidades profissionais. 3. Uma visão empreendedora proativa, em prol da qualificação continuada das estruturas em-

presariais com foco em tecnologia, recursos humanos, segurança jurídica e financeira. Um olhar sobre a atuação empresarial do arquiteto Num momento de alta concorrência acompanhada de sofisticada qualificação tecnológica e das relações de trabalho ao redor do mundo, há que se atentar de forma crítica e urgente para as reais condições de estruturação de empresas e negócios no campo da Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Não é razoável que um país não apenas não premie as estruturas empresariais qualificadas como ainda imponha obrigações proibitivas no que se refere ao enquadramento da atividade profissional e à métrica de remuneração de serviços. Um olhar da categoria profissional sobre si É fato que o valor do projeto no mercado não atinge patamar razoável frente aos custos reais decorrentes de uma estrutura empresarial rigorosamente equipada de recursos tecnológicos e humanos. Seja pela qualificação profissional, seja pela fatia de responsabilidade que o profissional abraça considerando-se a importância de sua efetiva atuação nos resultados do negócio.


Dragon Images/Shutterstock

A atuação do arquiteto e urbanista é estratégica na contemporaneidade. As cidades demandam nossa colaboração"

A atuação do arquiteto urbanista é estratégica na contemporaneidade. As cidades demandam nossa colaboração responsável, qualificada e competitiva. Que consigamos revisitar legislações e enquadrar a atividade profissional em patamares razoáveis frente às contribuições municipais. Que qualifiquemos o ensino e aproximemos a academia do mercado e da indústria. Que nos façamos coesos, fortes, sofisticados. Assim...o projeto ganhará valor, muito valor!

Arregacemos as mangas... Há muita coisa boa a fazer! ¥

* Arquiteta e urbanista, sócia titular do escritório LEVISKY Arquitetos|Estratégia Urbana, membro da AsBEA-SP e conselheira do CAU/SP

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Bate-Papo

Cecília Carrapatoso A arquiteta e urbanista à frente da atividade de fiscalização do CAU/SP

Arquivo pessoal

A Coordenadora de Fiscalização do CAU/SP, Cecília Carrapatoso fala sobre a importância do trabalho que realiza, tanto no que concerne à proteção da sociedade quanto na defesa dos bons profissionais e das empresas que atuam de acordo com as leis e regulações

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rquiteta e urbanista, Cecília Carrapatoso trocou os projetos residenciais – sua principal área de atuação desde que se formou, em meados da década passada – e prestou concurso para a área de Fiscalização do CAU/SP. Foi aprovada e, em 2012, passou a atuar na área, tornando-se coordenadora em 2019. Nesta entrevista, Cecília fala sobre a sua trajetória, comenta os desafios que enfrentou na profissão e defende a importância do papel que desempenha ao lado de outros colegas: “é saudável e necessário que a Arquitetura seja exercida por arquitetos e empresas que possuam todas as habilitações. A fiscalização é um instrumento garantidor de direitos”, afirma. Fale um pouco sobre a sua trajetória: quando se formou e em que momento começou a atuar profissionalmente? Dei início à minha carreira profissional em 2008, logo que

me formei. As minhas primeiras experiências profissionais eram relacionadas a projetos residenciais, Arquitetura de Interiores e pequenas obras e reformas. Em 2012, ingressei na carreira pública em outro órgão, realizando atividades que tinham o objetivo de trazer melhorias para o atendimento ao cidadão. Sempre atenta aos comunicados digitais do CAU/SP, tomei conhecimento da realização do concurso para agente de fiscalização dentro do Conselho. Passei e, em 2019, assumi a Coordenação Técnica de Fiscalização do CAU/SP. Você já enfrentou alguma dificuldade ou discriminação profissional em razão de ser mulher? Embora as mulheres sejam, atualmente, o gênero predominante na profissão, todas nós enfrentamos obstáculos em nossas carreiras. Diversos legados femininos estiveram às sombras, tendo seu mérito ignorado ou concedido aos seus colegas homens.


A discriminação profissional de gênero não afeta somente o reconhecimento das obras realizadas por arquitetas: ela também prejudica a inserção e a representação das mulheres dentro do mercado da Arquitetura e Urbanismo, na medida em que somos penalizadas de maneira mais ostensiva por nossos erros, ocupamos postos menos privilegiados e recebemos menor remuneração em relação aos colegas homens, ainda que desempenhando as mesmas funções. Devemos aliar nossa hegemonia no mercado à nossa

formação humanística para defender nossos direitos e ampliar nosso papel dentro da Arquitetura e Urbanismo. Como ocorreu sua aproximação com o tema da fiscalização? Por favor, descreva a importância dessa atividade, tanto para a segurança da sociedade quanto para a proteção dos profissionais que atuam em conformidade com os parâmetros legais. Os valores e honradez adquiridos no início de minha carreira

como servidora pública, aliados à possibilidade de representar a minha profissão, me motivou a prestar o concurso para me tornar agente de fiscalização do CAU/SP. Ao longo desses anos, pude compreender a responsabilidade de assumir função de proteção da sociedade, já que buscamos garantir serviços de Arquitetura e Urbanismo de qualidade, coibindo o exercício ilegal e irregular da profissão. Atualmente, como Coordenadora Técnica da Fiscalização do CAU/SP, sinto-me ainda mais Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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Bate-Papo Cecília Carrapatoso

determinada a ampliar nossa abrangência e cumprir esse papel tão digno. Como a fiscalização atua para evitar tragédias? Seria possível dar exemplos, no Brasil e no mundo, de ocorrências graves que poderiam ter sido evitadas por meio de uma fiscalização efetiva e da tomada adequada de providências? Compete à fiscalização do CAU/SP verificar se as atividades dos campos da Arquitetura e Urbanismo – concepção e execução de sistemas construtivos, edificações, instalações, entre outras – encontram-se sob responsabilidade de profissionais legalmente habilitados, tais como o Arquiteto e Urbanista. Ao fiscalizarmos uma obra, por exemplo, contribuímos para que tais serviços sejam prestados por profissionais que possuem qualificação técnica para garantir

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condições de segurança e bem-estar à sociedade. O projeto Síndico Consciente é um exemplo de ação preventiva: por meio da orientação aos síndicos e administradores de condomínios, buscamos sensibilizá-los para a importância de se garantir a correta inspeção e manutenção predial, por meio da contratação de profissionais para realização de serviços que visam a identificação de anomalias e falhas, a elaboração do plano de manutenção e a execução de reparos essenciais. Além da natureza educativa, a ação possui caráter corretivo e punitivo, ao verificarmos se as obras que porventura estejam em andamento nos empreendimentos encontram-se sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado. Destacamos também, como ação preventiva, a verificação da regularidade de empresas que atuam nos campos da Ar-

Ao fiscalizarmos uma obra, contribuímos para que tais serviços sejam prestados por profissionais que possuem qualificação técnica para garantir condições de segurança e bem-estar à sociedade"

quitetura e Urbanismo quanto à obrigatoriedade do registro junto aos conselhos profissionais correlatos. Ao exigirmos o registro no conselho, elevamos a qualificação das pessoas jurídicas que assumem responsabilidade por serviços técnicos já que elas devem possuir em seu quadro funcional profissionais habilitados para tais atribuições. Por meio de ações preventivas como estas, conseguimos contribuir para evitar desabamentos, quedas de marquises, acidentes e tantas outras mazelas decorrentes da falta de manutenção das edificações e da execução de serviços técnicos por leigos.


Ilton Rogerio de Souza/Shutterstock

legais, portanto, não temos atribuição para exigir o cumprimento de normativos de entidades alheias ao CAU/SP. De maneira geral, o limite da nossa atuação é a nossa lei federal nº 12.378/2010 e resoluções específicas.

A fiscalização de obras é umas das competêcias do CAU/SP

Quais são os limites da atividade de fiscalização? Ainda que a fiscalização do CAU/SP busque exercer integralmente suas funções, existem limites legais às nossas atribuições. Por exemplo: não temos permissão para determinar o embargo (paralisação) de obras, ação de responsabilidade das Prefeituras munici-

Qual é a sua visão sobre a evolução da Arquitetura brasileira nos últimos anos? A Arquitetura e Urbanismo é enérgica e dinâmica, desempenhando papel conectado às relações da sociedade com as cidades e o meio construído. Entendo que nas últimas duas décadas a profissão desenvolveu maior conexão com o mercado imobiliário e a construção de empreendimentos destinados à população privilegiada e, ao mesmo tempo, observamos o seu afastamento das atividades relacionadas às funções sociais, como planejamento e desenho urbano, patrimônio cultural e habitação. Temos, então, um cenário de desafios e grande complexidade na elaboração de estratégias para inserimos novamente a Arquitetura e Urbanismo no centro das ações que visam a assistência técnica às populações de baixa renda e na luta pelos direitos civis. ¥

pais; serviços de análise das condições técnicas e inspeção de edificações devem ser executados por profissional habilitado contratado e não constitui atribuição do agente de fiscalização do CAU/SP; cabe a cada órgão público ou instituição fiscalizar o cumprimento de seus dispositivos Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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reportagem especial

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A Nova Casa do Arquiteto A aquisição do edifício projetado pelo escritório Ramos de Azevedo inaugura mais uma etapa na história do CAU/SP

Por Edgard Léda Revisão e texto final: Cláudio Zardo Búrigo

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reportagem especial

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ma conquista histórica para o CAU/SP, a aquisição do imóvel para instalação da nova sede na capital paulista é uma aspiração do Conselho desde o início de suas atividades no estado. O edifício, recentemente adquirido, será utilizado intensamente e tem todos os requisitos para se tornar uma referência para as futuras gerações. Ali, os Conselheiros poderão se reunir e tratar dos temas de interesse da categoria. A nova casa deverá ser reconhecida na capital e no interior como a Casa do Arquiteto. O imóvel compõe o acervo do Patrimônio Histórico Paulista. Foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), que desenhou e construiu centenas de prédios no estado de São Paulo, em um período relevante da nossa Arquitetura e da história do nosso país. O Conselho sentia a necessidade de ampliação de seus espaços, além de almejar a redução

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de custos com os aluguéis e com a locação de espaços para realização de seus eventos. O CAU/SP ocupa hoje uma área de 1500 m². Há carência de locais para realização de reuniões internas e de funcionários, para atividades e reuniões que envolvam as Comissões Ordinárias, as Especiais e as Temporárias, estabelecidas pelo Regimento do CAU/SP. Não há local para as Sessões Plenárias, nas quais são realizados julgamentos de processos de Ética, de Exercício Profissional, e de outras questões deliberativas do CAU/SP, explica o Presidente José Roberto Geraldine Júnior. “Após várias Sessões Plenárias e árduo trabalho


da Comissão Temporária para a Aquisição de Sedes Próprias, foi selecionado o imóvel que adquirimos, porque atendia a todos os requisitos necessários e previstos no Edital. O prédio de 4200 m2, no Triângulo Histórico da cidade de São Paulo, corresponde a todas as exigências”, destaca o Presidente. “Esse imóvel, Patrimônio Histórico tombado pelo Condephaat e pelo Conpresp, ao encontrar-se nas mãos do CAU/SP, com certeza receberá todo o cuidado necessário. E se tornará um exemplo para a sociedade quanto à utilização desses imóveis históricos e quanto à importância da preservação do Patrimônio Cultural. As atividades de restauro arquitetônico, de modernização e de conservação do novo prédio também auxiliarão na formação dos futuros profissionais arquitetos e urbanistas, oriundos das quase 200 escolas de Arquitetura e Urbanismo do estado de São Paulo. Eles poderão aprender com esse edifício, que estará inserido no contexto da agenda cultural de São Paulo”, conta Geraldine. Foi no dia 5 de dezembro de 2019 que o Plenário do CAU/SP aprovou por unanimidade a aquisição do edifício localizado à Rua XV de Novembro, 194 – Centro da capital paulista – pelo valor de R$39.939.984,00 (trinta e nove milhões, novecentos e trinta e nove mil, novecentos e oitenta e quatro reais). O imóvel foi selecionado após dois anos de trabalho da Comissão Tem-

Detalhe da fachada do prédio da nova sede do CAU/SP

porária para Aquisição de Sedes Próprias, e a compra partiu de um rigoroso processo de identificação das necessidades do Conselho, definição do perfil de imóvel desejado, além do atendimento a critérios de acessibilidade e relevância arquitetônica. A Comissão, instaurada em março de 2018, realizou inúmeras ações e resolveu os processos legais para a concretização da compra, que já constava nos planos de ação da autarquia desde a sua primeira gestão em 2012. O grupo de trabalho foi então constituído por arquitetos e urbanistas e realizou pesquisas sobre vários requisitos a serem atendidos, como localização, áreas, programa de necessidades e as expectativas do CAU/SP para os próximos anos, contando com o crescimento do número de profissionais, funcionários e conselheiros da autarquia. Após as pesquisas, foram publicados

Após encontrarmos o prédio que hoje será a nova casa do CAU/SP, abriram-se novas possibilidades, como uma relação mais próxima com a sociedade por meio de eventos de música, exposições e a abertura de um café localizado no térreo do edifício” Miriam Addor, coordenadora da Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias

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reportagem especial

Foi muito difícil encontrar características e exigências solicitadas por funcionários e conselheiros em um único edifício, que é icônico, está no centro da cidade e é de fácil acesso. Creio que a Comissão de Compra da Sede fez um ótimo trabalho, após tanto tempo de tentativas e expectativas” Delcimar Teodózio, membro da Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias

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dois editais. Porém, a comissão, responsável pela análise das propostas recebidas entendeu que nenhuma delas atendia aos requisitos exigidos nos editais. “O processo foi bastante longo, a primeira reunião foi em 8 de maio de 2018. Como atuamos em uma autarquia federal, foi necessário seguir os ritos de processos de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU)”, conta Miriam Addor, coordenadora da Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias. “Na ocasião dos chamamentos públicos, iniciou-se um trabalho extremamente técnico da comissão, incluindo o checklist baseado no termo de referência e a apuração do que foi solicitado pelo CAU/SP e do que os donos das edificações estavam ofertando, para fazer as análises dos imóveis”, continua a coordenadora. Como não foram encontrados locais adequados para abrigar o Conselho, a comissão – após aprovação da plenária – partiu para a busca de imóveis com critérios ainda mais apurados. “Após encontrarmos o prédio que hoje será a nova casa do CAU/SP, foram abertas novas possibilidades, como uma rela-

ção mais próxima com a sociedade por meio de eventos de música, exposições e a abertura de um café localizado no térreo do edifício”, diz. E além das ótimas instalações internas, ser um patrimônio histórico é um quesito muito importante para os arquitetos e urbanistas”, completa Miriam. O Chefe de Gabinete da Presidência do CAU/SP, Fernando Costa, lembra que a Comissão também iniciará o processo de busca de imóveis para as regionais do Conselho, e elogia o empenho realizado para a compra da nova sede. “Esses cinco conselheiros se dedicaram e mostraram a máxima seriedade com as pesquisas, a busca e a compra do imóvel. O corpo funcional deu todo o apoio, mas o grande trabalho foi da Comissão, que teve um papel fundamental nesse processo“, destaca o chefe de gabinete. O prédio centenário, tombado como patrimônio histórico e projetado pelo escritório Ramos de Azevedo, tem arquitetura eclética, possui oito pavimentos em estrutura de concreto e alvenaria de tijolos. O edifício foi totalmente restaurado no ano


de 2002, mantendo as características originais e garantindo a preservação da leitura arquitetônica mais antiga da fachada do prédio. Hoje conta com instalações modernas, além da localização privilegiada e acessível, no chamado “Triângulo histórico” da cidade, compreendido entre o Largo São Bento, Praça da Sé e Largo São Francisco – e onde estão localizados outros monumentos históricos, como o Edifício Martinelli, Pateo do Collegio e Edifício Altino Arantes. Responsável pela restauração da fachada do edifício, o consultor e diretor da Companhia de Restauro, Francisco Zorzete, esclarece que o tombamento não tolhe a liberdade do arquiteto nem de outros profissionais que vão pensar na utilização do bem cultural. “É possível fazer tudo o que se pretende, com adaptação ao novo programa de uso, porém com critérios pré-estabelecidos. Com um pouco mais de cientificidade, com um pouco mais de pesquisa para promovermos ações ou intervenções justificadas”. Todos os projetos de restauro precisam ter uma pesquisa histórica, a partir das instituições

Não se trata apenas de uma sede, mas sim da casa do arquiteto paulista. Um desafio enorme eleger um único imóvel à altura deste título. Tudo foi importante: sua localização central, com projeto autoral, flexível às múltiplas atividades administrativas e culturais. A casa, enfim, foi alcançada. Nosso jovem Conselho estará abrigado com toda qualidade que nosso ofício pede” Alan Silva Cury, membro da Comissão

Temporária para Aquisição de Sedes Próprias

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reportagem especial

NOVA SEDE DO CAU/SP: PATRIMÔNIO CULTURAL PAULISTA1 Parabéns à Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias pelo trabalho realizado” Flavio Marcondes, membro da Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias

que têm materiais disponíveis, tais como plantas, desenhos e fotografias, que darão subsídios ao projeto a ser efetuado. O levantamento métrico é outro fator importante, assim como a informação de quais materiais foram utilizados na obra, explica Zorzete. “Esse prédio tem características importantes do Eclético e tem sistema construtivo de concreto. É um dos primeiros prédios em que foi utilizado o concreto armado”. Sobre os próximos passos, o Presidente do CAU/SP revela que será feita uma ocupação temporária do prédio, de acordo com projeto de um Grupo de Trabalho de arquitetos, basicamente composto por membros e funcionários do Conselho. “Eles estão trabalhando em um layout para essa nova ocupação, de forma que o Conselho consiga fazer, gradualmente, a transição do atual edifício para o novo imóvel. Durante esse processo, nós faremos um levantamento das necessidades e dos desejos, e tudo vai passar por discussões dentro das nossas Comissões Internas”. “Após aprovação do Plenário, nós vamos publicar o Edital de

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Edifício XV de Novembro situado ao número 194 da rua de mesmo nome, no Centro Velho de São Paulo, oferece por sua condição representativa do ecletismo paulistano a condição de marco arquitetônico dos mais importantes, compondo o acervo de bens tombados do município. Foi projetado e construído pelo escritório F. P. Ramos de Azevedo & Cia, Engenheiros Arquitetos em 1912, conforme foto de execução das obras existente no acervo do CONDEPHAAT. O prédio, implantado de forma geminada conforme loteamento tradicional das cidades brasileiras, foi por muitas décadas a sede do Banco Português do Brasil em São Paulo. Pode-se afirmar que o prédio representa um dos pioneiros da verticalização da cidade. Atualmente apresenta área útil de 4606 m2 distribuídos em oito andares de plantas livres mais cobertura em laje impermeabilizada, decorrentes de obras de adaptação por que passou no ano 2002 a 2003. Note-se que o partido de restauro adotado na época garantiu a preservação da leitura arquitetônica mais antiga da fachada do prédio. Se a princípio o escritório de Ramos de Azevedo produzia um neoclássico acadêmico, esse mesmo neoclássico era influenciado por outras tendências e estilos, devido a participação dos seus colaboradores. A introdução de influências diversas nos permite pensar a produção do escritório como eclética. Foi seguindo uma tendência ao Ecletismo que a equipe do escritório projetou e construiu muitos dos edifícios significativos da arquitetura paulistana na virada do século XIX e início do século XX, a exemplo do nosso Edifício Quinze de Novembro. Para a composição dos alçados recorreu-se ao vocabulário decorativo de origem clássica, manipulado com a liberdade característica do período arquitetônico a que o edifício pertence, o Ecletismo. Analisando o prédio em questão a partir de sua analogia com as construções paulistanas de características ecléticas pode-se identificar na sua composição geral a existência de massas e volumes simples, claramente definidos, fachada plana sóbria e bem proporcionada, divisão tripartida perfeitamente simétrica ordenada e um pavimento com

Informações históricas adquiridas no dossiê do projeto de restauro do imóvel elaborado pela CO. Companhia de Restauro, SP, 2000, aprovado na PMSP.

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vãos de portas em arco pleno e fechamento em ferro trabalhado, andar nobre com envasaduras decoradas e cercaduras neo barrocas. Oferece como delicado acabamento da parte superior um frontão neobarroco de feição delicada. Sobre as aberturas em arco pleno que compõem o andar térreo, sobrepõe uma série de pavimentos superiores compostos por arcadas sequenciais que constituem as janelas desses pavimentos. Na fachada, sobressai o pé direito alto decorado com pilastras da ordem coríntia emparelhadas, decoração externa feita de palinetas, frisos e contornos em alto relevo e janelas formando arcarias nos pavimentos superiores com muitos ressaltos. Note-se que são respeitadas as proporções clássicas, mas a diferença de escala, a incongruência entre estrutura e aspecto externo, a diversidade dos materiais aplicados, tornam falsa também a elegância formal do modelo. A ordem coríntia na altura do térreo aparece unicamente nas pilastras que ladeiam a entrada principal contendo o entablamento correspondente a feição de todo o edifício, tornando clara a distinção entre os andares. Seguindo a técnica construtiva usual na época, o edifício foi erguido sobre paredes autoportantes de alvenaria de tijolos revestidos de argamassa com embasamento de pedra. Originalmente assoalhados, os pavimentos agora descansam sobre

estrutura autônoma de concreto armado, determinando a existência de plantas livres nos seus oito pavimentos, assim como apresenta laje de cobertura impermeabilizada e disponível a usos diversos. O prédio em questão, nos parece, atende aos requisitos previstos para abrigar a nova sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, o que se justifica não somente por sua importância histórica e cultural, mas principalmente por oferecer as condições necessárias ao bom funcionamento da atividade do Conselho. Oferece 4606 m2 de área livre distribuídos em oito andares de plantas livres, possui central de ar condicionado em bom funcionamento, dois elevadores bem

cuidados que atendem a todos os pisos, cabine primária para boa distribuição de energia elétrica, acessibilidade coerente e demais instalações e acabamentos internos que atendem aos requesitos necessário à sua ocupação. A escolha para implantação da sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo no centro antigo da cidade vai ao encontro da vontade do conjunto de Conselheiros e funcionários desse Conselho, que afirmaram em consulta geral sua preferência indiscutível para que a sede do CAU/SP fosse definitivamente implantada na área central da cidade de São Paulo. Arquiteta e Urbanista Dra. Cassia Regina Carvalho de Magaldi Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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reportagem especial

O TRIÂNGULO HISTÓRICO DE SÃO PAULO A nova sede do CAU/SP se abre ao espaço público, preserva o patrimônio histórico e colabora com a revalorização do centro de São Paulo. Esse ato traz consigo o valor simbólico da importância do arquiteto para a sociedade e de sua responsabilidade com a cidade” Sérgio Sampaio, membro

da Comissão Temporária para Aquisição de Sedes Próprias

um Concurso Público, chamando os profissionais para apresentarem propostas do Projeto de Arquitetura para o novo uso do edifício. Nossa expectativa é realizar o Concurso e ter o seu vencedor selecionado no menor prazo viável, considerando-se as contingências e medidas adotadas pelo CAU/SP neste ano, devido ao orçamento do Conselho. A partir de 2021, serão elaborados os Projetos Executivos, as Licitações e finalmente teremos a Execução da Obra, para que a nova casa do CAU/SP seja um exemplo de prédio histórico adaptado ao século XXI”, conclui o Presidente. ¥

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Planalto dos Campos de Piratininga era habitado por grupos indígenas tupiniquins e guaianases. Escondido atrás da muralha da Serra do Mar, esse planalto parecia ser a porta de entrada para os sertões cheios de riquezas a descobrir. Os primeiros jesuítas do Colégio de São Vicente sentiram a atração exercida pelo misterioso planalto, com seus campos, rios e pequenos bosques, e começaram a subir a trilha indígena da serra de Paranapiacaba. O padre Manuel da Nóbrega buscava uma utopia: fundar um novo povo por meio da doutrinação cristã dos índios. Com essa missão, ele resolveu transferir o Colégio dos Jesuítas de São Vi-

cente para o planalto. E para ajudar Nóbrega nessa tarefa, chega o irmão José de Anchieta. O local para o novo colégio foi escolhido por Nóbrega: uma elevação na confluência dos rios Tamanduateí e Anhangabaú. A topografia permitia que se enxergasse o inimigo ao longe, e o Rio Tietê logo adiante era a grande via de entrada para “os sertões”. Nessa elevação, Nóbrega construiu uma casa rústica, para moradia dos jesuítas e para sede do colégio. Essa casa de apenas um cômodo foi erguida pelos índios. Anchieta chamou-a de “feliz cabanazinha”. No dia 25 de janeiro de 1554 foi rezada a missa que marcou o início das atividades do Colégio dos Jesuítas. Era o dia comemorativo da conversão de São Paulo, “e por isso a ele dedicamos a nossa casa” , registrou Anchieta. Esse foi o momento que passou para a História como o dia da Fundação da Vila de São Paulo. No final do século XVI, chegaram a São Paulo as três ordens religiosas que logo construíram suas igrejas e conventos. Eram construções rudes de taipa. Os conventos do Carmo, de São Bento e de São Francisco formaram as três pontas do “Triângulo Histórico


de São Paulo”, definindo o seu desenho urbano, com a presença de suas torres e o ritmo dos seus sinos. Além dos três conventos, por volta de 1612 surge uma quarta igreja no miolo do Triângulo Histórico: a Matriz, antecessora da Sé. No século XVII, muitos habitantes da vila participaram das viagens ao sertão para captura de índios. Por volta de 1690, os paulistas descobrem o ouro nas Minas Gerais. Essa foi a época do início do tráfico de escravos africanos para São Paulo. Em 1711, a vila de São Paulo é elevada à categoria de cidade. Aberta ainda no século XVI, a atual Rua XV de Novembro surgiu como o caminho que ia da Igreja Matriz (a Sé) até o Largo de São Bento.Em 1668 foi registrada como “Rua de Manoel Paes Linhares”, um bandeirante que ali residia. Em 1730 foi construída a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no local da atual Praça Antônio Prado, e a via passou a ser chamada de “Rua do Rosário”. Em 1846, São Paulo recebeu a visita do imperador D. Pedro II e da imperatriz D. Teresa Cristina. Devido a essa visita, a Rua do Rosário recebe o nome de “Rua da Imperatriz”. A Proclamação da República levou-nos à última mudança no nome da nossa rua histórica: a Rua da Imperatriz passou finalmente a se chamar Rua XV de Novembro. No final do século XIX, São Paulo queria encontrar alguma nova “identidade europeia”. A imigração, uma epopeia originada a partir de vários países, assim como a chegada da ferrovia, mudaram completamente a

população, o ritmo e a forma da cidade depois de 1870. São Paulo rompeu fisicamente com os limites topográficos do Triângulo Histórico, avançando pelos morros e várzeas, através de vários novos loteamentos. O arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi protagonista dessa revolução urbana. Estudou Engenharia na Bélgica, com especialização em Arquitetura. Ramos de Azevedo qualificou a configuração urbana dos locais nos quais implantou seus projetos de prédios públicos e privados, trazendo para São Paulo tanto as novidades como as tradições da cultura europeia. A pacata cidade se transformava em vertiginosa metrópole, com a ascensão social das novas elites paulistas, e a memória da tristonha cidade colonial foi sendo apagada de forma acelerada. No início do século XX, consolida-se o “Triângulo Interno” do Centro Histórico, formado pelas ruas São Bento, Direita e XV de Novembro. Essas ruas concentram as lojas, os escritórios, as redações dos jornais, os grandes cafés. Ali é o local dos encontros. “Fazer o Triângulo”, em busca de prazeres urbanos, era uma expressão da época. A prefeitura promoveu o alargamento da Rua XV de Novembro e a sua arquitetura colonial foi totalmente renovada, seguindo os padrões do Ecletismo. E aqui nos primeiros anos do século XX encerramos esta pequena crônica de memórias: um convite para que os leitores se apaixonem pela incrível história da evolução urbana de São Paulo, buscando a vasta bibliografia disponível, tanto de textos como de iconografia, de autoria de muitos valorosos pesquisadores e artistas. Arq. e Urb. Cláudio Zardo Búrigo Conselheiro Titular do CAU/SP

Referências bibliográficas: TOLEDO, Roberto Pompeu de. A Capital da Solidão. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2012. TOLEDO, Roberto Pompeu de. A Capital da Vertigem. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2015. Site: www.dicionarioderuas.prefeitura.gov.br, da Prefeitura de São Paulo.

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Concurso

Museu Casa Lacerda

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ombada pelo IPHAN, a Casa Lacerda é um edifício de características coloniais, situada no Centro Histórico da Lapa (PR). Além da Casa do Patrimônio, onde acontecem exposições temporárias, cursos e atividades voltadas à população local, abriga também um museu. O projeto ven-

cedor para a ampliação deste museu, por meio da construção de um edifício anexo, que deveria contemplar espaços para biblioteca, realização de saraus, oficinas de educação, rodas de conversa e pequenos espetáculos, entre outras atividades, foi de um escritório de São Paulo.

1o lugar Figueroa Arq+Urb Equipe: Mario Figueroa (autor), Leticia Tamisari (autora), Matheus Borges (colaborador), Augusto Longarine (colaborador), Lucas de Andrade (colaborador), Luiz Sakata (colaborador)

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Concurso Museu Casa Lacerda

1o lugar

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2o lugar Zanatta Figueiredo Arquitetos Associados Equipe: Vitor Zanatta (autor), Vinícius Figueiredo (autor), Henrique Zulian (autor), Breno Quaioti (colaborador), Ricardo Zulques (orçamentista)

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Concurso Museu Casa Lacerda

3o lugar Conceito Arquitetura Equipe: Gabriel Daher Jardim (arquiteto), Luís Henrique Alcantâra (acadêmico), Dante Akira Uwai (arquiteto)

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MençÃO Honrosa

Mote 85 Arquitetos Equipe: Iuri Hausen Mizoguchi (arquiteto), Andrei Português Rosa (arquiteto), Ivan Mizoguchi (arquiteto)

Estúdio BG Equipe: Antonio Brandão de Souza Neto (arquiteto), Murilo Mattiello Gabriele (arquiteto), Lucca Maia (colaborador), Carolina Gonçalves (colaborador), Luana Ripke (colaborador)

Pagus Arquitetura Equipe: André Bihuna D'oliveira (responsável técnico), Mariana Steiner Gusmão (coautora), Gabriela Ingrid de Lima (coautora), Leandro Vilas Boas (coautor), Joceam dos Santos Souza (colaborador), Charles Jaster de Oliveira (consultor)

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EXERCÍCIO PROFISSIONAL

CAU/SP oferece apoio a cursos de capacitação profissional gratuitos Em parceria com organizações da sociedade civil, na capital e interior, oportunidades serão oferecidas após o fim da pandemia

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rquiteto e urbanista, reserve espaço em sua agenda. Neste ano, haverá uma programação intensa de cursos, oficinas e seminários – gratuitos e abertos ao público — voltada para a capacitação profissional e a formação em assistência técnica para habitação social. Tudo graças às parcerias fechadas pelo CAU/SP com diversas organizações da sociedade civil (OSC), convocadas e selecionadas por meio de quatro chamadas públicas realizadas em 2019. Os resultados serão vistos ao longo deste ano. Os editais nº 03 e nº 04/2019 já estão em plena execução. O arquiteto e urbanista interessado terá à disposição uma série de cursos oferecidos na capital e nas dez cidades do interior em que a autarquia mantém um escritório local. Somente na área de capacitação (foco do edital de parcerias nº 03/2019), as entidades parceiras vão oferecer mais de 60 opções nas áreas de acessibilidade, BIM (Modelagem da Informação da Construção), empreendedorismo, normas técnicas e outros. Já na área de assistência técnica (foco do edital nº 04), as três organizações selecionadas vão promover cursos e oficinas na capital e no interior tendo por público-alvo profissionais e estudantes de

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Arquitetura e Urbanismo, bem como integrantes de associações de moradias e gestores públicos. No site do CAU/SP (https://www.causp.gov.br/),​ o profissional pode encontrar as informações sobre datas e locais destes cursos e oficinas bem como os links necessários para fazer a inscrição nos treinamentos em que tiver interesse. Todos os anos, atendendo ao Regimento Interno, o CAU/SP lança chamadas públicas pedindo que organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, apresentem projetos para a promoção e divulgação de conhecimento científico, cultural e técnico em Arquitetura e Urbanismo. As propostas são selecionadas por uma comissão técnica, respaldada por critérios expostos de forma transparente nos editais. As organizações responsáveis recebem suporte financeiro do Conselho, que monitora a realização dos eventos e a prestação de contas das verbas repassadas. Profissionais arquitetos e urbanistas e os cidadãos em geral podem acompanhar as chamadas públicas por meio do Portal da Transparência do CAU/SP (https://transparencia.causp.gov.br/). ¥


Edital Nº 03/2019

Chamamento Público Nº 005/2019

Proponente

Projeto

Proponente

Projeto

Andes - Agência Nacional de Desenvolvimento Eco-Social

Acessibilidade - Normatização

Andes - Agência Nacional de Desenvolvimento Eco-Social

Bit Social

Reinvenção do seu modelo de negócio: do que profissionais e negócios do futuro são feitos?

"Protagonismo profissional & Faça você mesmo: Apreendendo ferramentas de inovação para se diferenciar no mercado de Arquitetura e Urbanismo"

Andes - Agência Nacional de Desenvolvimento Eco-Social

Norma de Desempenho NBR15575 - Desempenho Lumínico (Iluminação Natural), Desempenho Térmico e Desempenho Acústico.

Andes - Agência Nacional de Desenvolvimento Eco-Social

"Desenvolvimento Lumínico (Iluminação natural), Desenho Térmico e Desempenho Acústico"

Bit Social

Debate: vidas abundantes, mas solitárias: o papel da Arquitetura e Urbanismo nas relações humanas

"Capacitação para iniciação às práticas do BIM"

Andes - Agencia Nacional de Desenvolvimento Eco-Social

Como montar um escritório de Arquitetura e Urbanismo

Andes - Agência Nacional de Desenvolvimento Eco-Social Bit Social

Instituto para o Desenho Avançado – Idea

Curso de iniciação às práticas do Bim

"Acessibilidade & Normatização: Das normas técnicas e legislativas às estratégias de oferta deste serviço especializado"

Instituto para o Desenho Avançado – Idea

Curso de iniciação às práticas do Bim

Bit Social

"Como montar um escritório de Arquitetura e Urbanismo & Metodologias de Inovação para se diferenciar no mercado de Arquitetura e Urbanismo"

Edital Nº 04/2019 Proponente

Projeto

Instituto Procomum

Arranjos Produtivos Locais (Apl) para Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis) na Região Metropolitana da Baixada Santista (Rmbs).

Projeto Gerações

Estudos e Práticas para Assessoria e Assistência Técnica

Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

Athis em Regularização Fundiária e Urbanização de Assentamentos Precários – Um Plano Popular para as Favelas Vila da Paz e Miguel Inácio Curi

Chamamento Público Nº 006/2019 Proponente

Projeto

Peabiru Trabalhos Comunitários e Ambientais

"Oficinas de formação em ATHIS-Rural e Encontro Estadual de ATHIS-Rural"

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administração

A favor da vida e contra a COVID-19

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inesperada emergência mundial, causada pela pandemia do novo coronavírus atingiu a todos com igual surpresa e apreensão. Após as primeiras medidas práticas no sentindo de garantir a segurança e a proteção de profissionais, funcionários, conselheiros e da sociedade como um todo, a postergação do vencimento da anuidade profissional do Conselho em 2020 – para até 31 de julho – foi prontamente adotada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Desde o primeiro momento, o CAU tem acompanhado de perto as consequências da crise mundial e tem monitorado

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as providências adotadas e recomendadas pelas autoridades públicas e órgãos oficiais. Desde o dia 19 de março, o atendimento presencial do CAU/SP foi suspenso. Adotado o regime de teletrabalho para todos os funcionários da sede na capital e dos dez escritórios descentralizados. Também suspendemos as reuniões presenciais e viagens, novamente de acordo com as determinações do Governo do Estado de São Paulo. O atendimento remoto foi estabelecido para garantir a prestação de serviços aos profissionais, mantendo a operação regular dos demais canais (e-mail e telefone), e estabelecen-

do linhas para assuntos específicos (veja box). A situação levou ainda a suspensão da realização do concurso público Nº 01/2020 previsto pela autarquia, para provimento de cargos na sede e nos escritórios descentralizados. Plano de Emergência Outras iniciativas vêm sendo tomadas, principalmente, no sentido de auxiliar a sociedade e os profissionais nestes tempos desafiadores. O Conselho Diretor do CAU/SP tem mantido reuniões virtuais para discutir tratativas junto a órgãos de desenvolvimento e fomento do Estado de São Paulo. O objetivo é estabelecer estratégias conjuntas, visando à retomada econômica do setor de Arquitetura e Urbanismo e da construção civil no próximo período. O Plano de Emergência também deve envolver instituições financeiras públicas e privadas. “Temos recebido contribuições e propostas de encaminhamentos, tanto de entidades ligadas à Arquitetura e Urbanismo, como de conselheiros e conselheiras, que devem complementar as proposições que já vêm sendo realizadas pelo Conselho”, informa o Presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior. O profissional pode acompanhar as providências já tomadas


Os canais de atendimento bem como as futuras medidas por meio do site oficial e das redes sociais (Instagram e Facebook). De olho na educação Com a suspensão das aulas presenciais das Instituições de Ensino Superior, alguns estudantes procuraram o Conselho manifestando preocupação com o calendário escolar e a validade do semestre. Uma portaria específica do Ministério da Educação (343, de 17/03) já estabeleceu que a substituição destas aulas por meios digitais está liberada, com algumas ressalvas: devem ser obedecidos os limites da legislação anterior; e a substituição é vedada para “práticas profissionais de estágios e de laboratório”. A Comissão de Ensino e Formação do CAU/SP, atenta a estas preocupações, encaminhou um comunicado a todos os coordenadores de curso de Arquitetura e Urbanismo com o entendimento do Conselho sobre as condições de ensino e a formação de futuros profissionais. Edital Por meio de um Edital de Chamamento Público, o CAU/SP também garantiu a viabilização de um repasse de aproximadamente R$ 6 milhõesaos municípios paulistas, para a contratação de profissionais arquitetos e urbanistas. O objetivo da ação é apoiar a qualificação das intervenções físicas necessárias, que resultem em melhorias na qualidade de vida de pessoas vulneráveis ao novo coronavírus ou em situação de habitações precárias e inadequadas para moradia digna e convívio familiar, seja em isolamento social ou não, por meio da contratação de profissionais comprometidos com questões sociais e dispostos a desempenhar tais atividades. Para o Conselho, a contratação de arquitetos e urbanistas trará soluções adequadas para as edificações públicas, em especial os equipamentos de saúde, espaços urbanos, bem como meios de mobilidade urbana, além de abrir frente de trabalho e renda a diversos arquitetos e urbanistas paulistas. ¥

Confira abaixo como encaminhar suas demandas ao CAU/SP durante o período de quarentena: CAPITAL – segunda a sexta, das 10h às 16h Atendimento telefônico, WhatsApp e e-mail, por meio dos contatos abaixo: E-mail: atendimento@causp.gov.br Atendimento telefônico (voz e WhatsApp), por assuntos: Anuidade e assuntos relacionados: (11) 94957.3809 a (11) 95831.9289 RRT/CAT e assuntos relacionados: (11) 99109.2964 e (11) 95831.0206 Registro e carteira profissional e assuntos relacionados: (11) 98948.7842 e (11) 99211.8407 Fiscalização e Denúncia (das 14h às 17h): (11) 98954-1297 ou (11)97083-7091 ESCRITÓRIOS REGIONAIS DESCENTRALIZADOS – segunda a sexta, das 10h às 12h e das 14h às 17h. Atendimento WhatsApp e e-mail, por meio dos contatos abaixo: • Regional ABC – (11) 98943 0309 regionalabc@causp.gov.br • Regional Bauru – (14) 99117 1102 regionalbauru@causp.gov.br • Regional Campinas – (19) 99462 2322 regionalcampinas@causp.gov.br • Regional Mogi das Cruzes – (11) 98952 4196 regionalmogidascruzes@causp.gov.br • Regional Presidente Prudente – (18) 99128 1160 regionalpresidenteprudente@causp.gov.br • Regional Ribeirão Preto e Santos – (16) 99255 1950 regionalribeiraopreto@causp.gov.br • Regional São José dos Campos – (12) 99146 1015 E-mail: regionalsjcampos@causp.gov.br • Regional São José do Rio Preto – (17) 99181 9211 E-mail: regionalsjriopreto@causp.gov.br • Regional Sorocaba – (15) 99124 2521 E-mail: regionalsorocaba@causp.gov.br

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Pelas mulheres e para as mulheres Construir as cidades para apoderar-se de seus espaços e planejar a urbe sob uma perspectiva inclusiva: capitaneadas pelo CAU/BR e pelos CAUs de cada estado, estão em curso as discussões sobre o feminino na Arquitetura, tanto sob a ótica da mulher arquiteta quanto da cidadã e sua relação com o meio ambiente urbano

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entro de poucos anos, 80% dos profissionais brasileiros de Arquitetura e Urbanismo serão mulheres. Hoje, esse percentual está entre 60 e 65%. Compreender como essa mudança impactará a profissão é um dos desafios analisados pelas participantes do ciclo de debates que diversos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo realizam desde o segundo semestre de 2019, como fase preparatória para o 27º Congresso Mundial de Arquitetos, que seria realizado no Rio de Ja-

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neiro em julho deste ano e foi adiado em razão da pandemia mundial de Covid-19. De acordo com Daniela Sarmento, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC), o 1º Ciclo de Debates Mulheres na Arquitetura: Cidades Inclusivas para Mulheres aborda dois eixos: “um com foco no papel das mulheres na Arquitetura, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre o exercício profissional”, explica. “Já o segundo eixo dialoga com a sociedade e trata da relação entre a Arquitetura e a inclusão das mulheres na cidade”, ela analisa. A in-

tensa agenda de encontros itinerantes vem ocorrendo nas cinco regiões do País. As discussões acerca do binômio papel feminino/Arquitetura estão profundamente relacionadas à proposta do 27º Congresso Mundial de Arquitetos, que vem com o tema “Todos os Mundos. Um só mundo. Arquitetura 21” e será organizado a partir de quatro eixos temáticos: Diversidade Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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e Mistura; Mudanças e Emergências; Fragilidades e Desigualdades; e Transitoriedades e Fluxos (veja box). Em São Paulo, o Seminário Internacional intitulado “O perfil e a valorização das mulheres na Arquitetura”, que se insere nessa agenda nacional, foi realizado nos dias 9 e 10 de março de 2019. “Na ocasião, as conselheiras Rossella Rossetto e Tercia A. de Oliveira apresentaram um estudo dividido em quatro eixos: características profissionais das mulheres Arquitetas e Urbanistas; características da profissão de Arquitetura e Urbanismo; liderança e protagonismo; representação e governança no CAU”, informa Nancy Laranjeira Camargo, conselheira do CAU/SP e coordenadora da Comissão de Comunicação da entidade. “O estudo traça um perfil bem informativo sobre a mulher na Arquitetura”, avalia.

O perfil da arquiteta paulista “Existem quatro questões fundamentais que hoje norteiam os olhares para o papel da mulher na profissão”, comenta Rossella. “Queremos saber onde estamos, o que fazemos, por que fazemos e onde queremos chegar”, informa. As duas primeiras questões estão bem respondidas pelos dados obtidos por meio do Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SICCAU) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que respaldaram a pesquisa coordenada e apresentada por Rossella e Tercia. “Já os

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Queremos saber onde estamos, o que fazemos, por que fazemos e onde queremos chegar"

outros pontos, ou seja, por que fazemos e onde queremos chegar, são aspectos mais qualitativos, que exigiriam uma pesquisa específica”, acrescenta. “Na primeira parte da apresentação, foi mostrado que atualmente as mulheres formam maioria entre os profissionais de Arquitetura e Urbanismo que atuam no estado de São Paulo: elas são 35 mil em um total de 56 mil nomes registrados no CAU/SP”, informa Tercia. Só na capital paulista, são mais de 18 mil arquitetas e urbanistas – os homens não chegam a 12 mil. O estudo também evidencia que a maior parte dessas mulheres – 73% delas – tem até 39 anos de idade. A partir dos 40 anos, elas se tornam menos presentes no mercado de trabalho. Uma das explicações para esse fenômeno é que as mulheres costumam ter outras demandas – por exemplo, os cuidados com a família – que as retiram do dia a dia das empresas. Com relação ao perfil das empresas em que essas mulheres atuam, 55% estão empregadas

Os eixos do 27º Congresso Mundial de Arquitetos O evento internacional, que deverá acontecer somente em 2021, lidará com eixos interconectados, não estanques. Em “Diversidade e Mistura”, serão discutidas a mistura de culturas e a intersecção da Arquitetura com outros campos – da antropologia à política, da arte às ciências sociais. Seu objetivo será acolher experiências que valorizem a diversidade cultural, social e de gênero. O segundo eixo – “Mudanças e Emergências” – coloca em pauta as mudanças do mundo contemporâneo, bastante marcadas pelas questões sociais, ambientais e tecnológicas, e seus efeitos sobre a Arquitetura e o Urbanismo, com tópicos como sustentabilidade na construção, atendimento às populações desalojadas e os novos arranjos profissionais. O terceiro eixo intitula-se “Fragilidades e Desigualdades” e propõe-se a enfocar as dimensões sociais da Arquitetura e do Urbanismo, tendo como premissas os desafios globais no enfrentamento às desigualdades urbanas e os dramas de quem vive em favelas, cortiços, ruas, abrigos temporários, assentamentos informais e unidades habitacionais produzidas por autoconstrução ou autogestão, frequentemente sujeitas a riscos variados. Finalmente, o quarto eixo, “Transitoriedades e Fluxos”, debruça-se sobre a temática dos deslocamentos e seus efeitos sobre a consolidação de uma cultura global e a forma como os fluxos de pessoas, de bens, de serviços, de empregos etc. impactam a atuação dos arquitetos e urbanistas.

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Cidades para as mulheres O artigo intitulado “Cidades inclusivas para as mulheres: da história das mulheres às transformações no espaço da cidade”, assinado por Daniela Sarmento em conjunto com a também arquiteta e urbanista Flávia Bankhardt, discorre sobre o direito à cidade e o quanto certas estruturas têm imposto barreiras invisíveis às cidadãs – destituídas, ainda de que forma velada, da liberdade de andar por onde bem entenderem, a qualquer hora do dia ou da noite. Partindo de uma perspectiva histórica – mais especificamente, de como a sedentarização da humanidade e o surgimento do patriarcado neste novo contexto social subtraíram das mulheres uma série de prerrogativas que antes lhes eram naturais –, as autoras percorrem séculos para chegar aos dias de hoje, quando o resgate da cidadania feminina é ao mesmo tempo reconhecido como um direito inalienável mas também como uma “conquista” parcial, posto que a exclusão disfarçada exerce efeito dissuasivo sobre o efetivo direito de ir e vir. Lembrando que os homens são detentores do poder econômico e que isso se reflete no planejamento das cidades – pensadas sobretudo para eles –, as autoras questionam a suposta neutralidade do espaço urbano e assinalam que transformações importantes estão em curso, graças à ampliação do papel feminino: “(...) esse quadro vem mudando na medida em que se amplia a participação das mulheres no mercado de trabalho, na política, e à medida que diminui-se a sua reclusão à esfera privada. Dois fenômenos influenciam essa questão: a mudança no estilo de vida das famílias e as regras para o uso da cidade, todos os espaços aparentemente são acessíveis a todos (...).”

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em organizações de grande porte. Outros 19% trabalham em empresas pequenas, 17% em microempresas e 9% estão em companhias de médio porte. De acordo com a RAIS – um relatório de informações socioeconômicas que o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) emite anualmente com base nos dados fornecidos pelos empregadores –, as arquitetas de interiores ganham cerca de 18% menos que os colegas homens; entre os arquitetos urbanistas, eles recebem remuneração 15% mais alta. Já entre arquitetos de edificações, elas ganham salários 10% abaixo da média masculina. Em contrapartida, elas têm remuneração 9% maior do que eles no ensino de Arquitetura. “Considerando outras variações percentuais menos expressivas, constatamos que, em média, as arquitetas ganham cerca de 6% a menos que os colegas do gênero masculino”, analisa Nancy. “Essa diferença salarial chama especialmente atenção quando se observa que, dentre arquitetos e urbanistas com pós-graduações e outros títulos de especialização, 58% são mulheres”, ressalta.

Características da profissão No segundo eixo do estudo, vemos que os homens ainda estão em maior número quando se busca um profissional que emita o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT): de 2012 até 2019, eles emitiram 1,3 milhão, e elas, apenas 1,1 milhão. Ou seja: apesar de formarem maioria dentre os profissionais, as mulheres são minoria entre os responsáveis técnicos – na prática, isso significa que, na hora de escolher quem vai coordenar um projeto, os homens continuam sendo os mais escolhidos. O terceiro eixo, que aborda liderança e protagonismo, mostra que 59,2% das arquitetas atuantes no estado são sócias em alguma empresa; 17,7% são empregadas e 17,1% são prestadoras de serviços. Os percentuais restantes são formados por funcionárias públicas ou referem-se a atividades não informadas.


Apesar de serem sócias, elas só ocupam cargos de comando em 42% dos casos. Vale ressaltar que 86% das empresas em que mulheres ocupam cargos-chave estão na cidade de São Paulo. A segunda cidade paulista com mais arquitetas comandando empresas é São José dos Campos. No ambiente acadêmico, 52% dos cursos de Arquitetura e Urbanismo no estado de São Paulo são coordenados por mulheres.

Representatividade no CAU Em seu quarto eixo, o estudo revela que a representatividade

feminina tem sido cada vez maior no CAU-SP: na gestão 20122014, havia oito Conselheiras e oito suplentes do sexo feminino; na gestão 2015-2017, elegeram-se 18 Conselheiras e 13 mulheres para cargos de suplência; na gestão atual, há 25 Conselheiras e 26 mulheres suplentes, que correspondem a cerca de 45% do total de eleitos. Em relação ao quadro de colaboradores, 49% do total de funcionários do CAU/SP são mulheres. “Resumidamente, as arquitetas e urbanistas paulistas são majoritariamente jovens, ingressam no mercado assim que se formam e se mantêm ativas por

As arquitetas e urbanistas paulistas são majoritariamente jovens, ingressam no mercado assim que se formam e se mantêm ativas por aproximadamente 20 anos"

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aproximadamente 20 anos”, resume Tercia. O estudo também evidencia que as mulheres costumam buscar mais qualificação acadêmica do que os colegas do sexo masculino e atuam principalmente em projetos e execução de obras, não necessariamente com carteira assinada. Nancy chama atenção para o fato de que as mulheres têm ampliado o protagonismo no mercado de trabalho na medida em que se engajam, cada vez mais, na condução de suas próprias empresas. “Mas elas ainda enfrentam o chamado ‘terceiro turno’, na medida em que, a exemplo de outras profissionais, elas frequentemente arcam mais do que os homens com os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos”, observa a conselheira. ¥

Questões de gênero na mira da Arquitetura brasileira As discussões de gênero começaram a ocupar espaço na agenda dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo em 2018, ano em que o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) começou a se movimentar para ampliar a participação feminina nos Conselhos Regionais. Dentre as iniciativas, incluiu-se o pedido para inclusão do CAU/BR na “Plataforma de Empoderamento das Mulheres da ONU” (WEP). Após um ano de trâmites, o CAU/BR tornou-se signatário dos “Princípios do Empoderamento das Mulheres”, documento público de compromisso com a agenda de promoção à equidade de gênero em todas as instâncias organizacionais das entidades aderentes à referida plataforma. Em abril de 2019, um mês após a adesão, o CAU/BR criou a Comissão Temporária de Equidade de Gênero, com as participações das Arquitetas e Urbanistas Cristina Evelise (PB), Daniela Sarmento (SC), Gilcinéa Barbosa (BA), Josemée Gomes de Lima (AL) e Nadia Somek (SP).

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Arquitetura no mundo

Parques como espaços públicos Proposta de construir ou reformular áreas urbanas para o lazer surgiu para amenizar as consequências da Revolução Industrial

POR Cláudio Camargo

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istoriadores da cultura afirmam que as áreas verdes urbanas têm suas raízes mais profundas no desejo humano de retorno a um suposto “paraíso perdido” onde o homem teria vivido em harmonia com a natureza. Sabe-se que na antiga civilização chinesa os jardins eram lugares de silêncio e de contemplação da natureza. Mas no Egito Antigo, ao contrário, o objetivo dos jardins era mais prático: amenizar o calor do deserto. Não sabemos muito sobre os famosos

Jardins das Tulherias (Paris, França)

Jardins Suspensos da Babilônia, construídos por Nabucodonosor no século VI a.C, pois deles não sobrou nenhum vestígio. De qualquer forma, gregos, persas, romanos, árabes e japoneses também desenvolveram diversos tipos de jardins para diferentes finalidades. Quase que confinados a mosteiros e igrejas durante a Idade Média, os jardins ressurgiram na Europa do Renascimento (século XV), a maioria no entorno dos palácios. A partir de então se desenvolveram estilos diversos de jardinagem, como o


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renascentista, o italiano, o francês, o inglês, o chinês e o japonês, entre outros. Com a Revolução Industrial (século XVII) e o advento da insalubridade, surgiu a necessidade de criação de áreas verdes urbanas para o lazer. Foi assim que surgiram os parques públicos. Vamos conhecer alguns dos mais significativos. Jardins das Tulherias (Paris, França) Os Jardins das Tulherias é um dos mais antigos jardins públicos do mundo. Foram concebidos em 1564 pela rainha francesa de origem italiana Catarina de Médicis (1519-1589), que tinha paixão pela arquitetura. Eles decoravam o entorno de um palácio de mesmo nome localizado entre o Museu do Louvre e a atual Place de la Concorde. Tinham esse nome porque foram erigidos no local onde antes existiu uma fábrica de telhas (“tuilles” em francês). Elaborado inicialmente no estilo renascentista, com várias alamedas e uma fonte, os jardins das Tulherias foram transformados em 1664 pelo arquiteto André Le Nôtre, autor do projeto do parque que rodeia o Palácio de Versalhes, em um parque em estilo francês, com ênfase em linhas retas e na simetria. No início, as Tulherias eram um local de festas da aristocracia do ancien régime e eram cercados por muros, mas depois se tornam acessíveis ao público. No final do século XVIII, quando a corte francesa retornou de Versalhes, para onde havia se transferido, os jardins foram reformados no estilo inglês, que preservam a

Villa Borghese (Roma, Itália)

sinuosidade das formas naturais. O imperador Napoleão Bonaparte construiu o Arco do Triunfo do Carrossel, unindo as Tulherias ao Louvre. Em 1871, durante a Comuna de Paris, o palácio das Tulherias foi incendiado e acabou demolido em 1883. Hoje, além do Arco do Triunfo do Carrossel, as Tulherias abrigam o Jardin du Carrousel, o Museu Orangerie e o Jeu de Palme. Villa Borghese (Roma, Itália) No início do século XVII, favorecido por seu tio, o papa Paulo V (Camillo Borghese), o cardeal Scipione Caffarelli-Borghese (1576-1633) adquiriu vários terrenos na colina Pinciano, localizada ao norte do Quirinal. Entre 1613 e 1616, ele confiou aos arquitetos Flaminio Ponzio e John Vasanzio e ao paisagista Domenico Savini de Montepulciano a tarefa de construir a Villa Borghese, com jardins, fontes, lagos e árvores altas em estilo inglês. Em 1633, a Villa ganhou uma casa principal, onde o cardeal Borghese colecionava obras de arte – ele era um mecenas, patrono de muitos artistas famosos como

o pintor Caravaggio e o escultor Gian Lorenzo Bernini. Posteriormente, a casa seria transformada na famosa Galleria Borghese. Nos séculos seguintes a Villa foi expandida e novas atrações foram construídas. Durante o século XIX a Villa foi aberta ao público em ocasiões festivas. Entre a unificação da Itália, em 1861, e 1901, ocorreu uma disputa legal entre a família Borghese e o governo italiano, que culminou na aquisição da propriedade e das obras de arte pelo Estado. Os jardins foram abertos ao público em julho de 1903. Na Villa Borghese ficam museus, galerias, zoológico, cinema, pista de equitação, teatro – que imita o The Globe, de Londres –, templos como um dedicado a Diana, lago e um relógio construído em 1873. Parc Güell (Barcelona, Espanha) Projetado pelo maior arquiteto de Barcelona, Antoni Gaudí i Cornet (1852-1926), expoente do movimento modernista catalão, e por Joan Martorell, o Parque Güell está localizado no Monte Carmelo. Foi inaugurado Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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Parc Güell

(Barcelona, Espanha)

Parque

Zariádie (Moscou, Rússia)

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principal são os bancos curvos com mosaicos, projeto de Josep M. Jujol. Destaque para os “viadutos”, como o Algaborro, em forma de onda com colunas inclinadas; o das Jardineiras; o dos Museus, em estilo gótico; e da Alfarrobeira, em estilo barroco, além do Pórtico da Lavadeira.

em 1926 e logo se tornou uma das principais atrações turísticas de Barcelona. O conde Eusebi Güell inicialmente pretendia instalar ali um condomínio residencial luxuoso de cerca de 60 casas em meio a um parque com uma bela vista da cidade. Mas apenas duas casas foram construídas, uma delas ocupada pelo próprio Gaudí, tendo sido projetada por seu assistente Francesc Berenguer. Gaudí concebeu o parque buscando harmonizar a paisagem às estruturas construídas, rejeitando retas e ângulos retos. Uma das características do local é o contraste entre as texturas e as cores dos diferentes materiais de construção, como cerâ-

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mica multicolorida e pedra rústica castanha. Com três lances de escala, a escalinata del drac (escada do dragão) conduz à Sala Hipostila. A escada é adornada pela escultura de um dragão (ou salamandra) feita com revestimento trencadís (técnica decorativa de construir mosaicos com pedaços irregulares de cerâmica). A Sala Hipostila (“sala das cem colunas”) era para ser um mercado para os moradores do condomínio. As 86 colunas dóricas de cerca de seis metros de altura da sala suportam uma grande praça, a Praça da Natureza, um o terraço inspirado nos teatros gregos com vista para a cidade. Seu ponto

Parque Zariádie (Moscou, Rússia) Aberto em 2017, este espaço verde situa-se no terreno que um dia abrigou o Hotel Rossiya, construção faraônica que chegava a abrigar mais de cinco mil hóspedes em seus 3.180 quartos e 245 suítes. Parcialmente destruído por um incêndio ocorrido em 1977, o edifício entrou em processo de degradação e foi demolido em 2007. De aparência futurista, o Parque Zariádie é vizinho da Praça Vermelha e conta com sala de concertos, anfiteatro sustentado por uma espécie de véu de vidro e metal, uma caverna de gelo subterrânea e uma ponte suspensa que forma um arco sobre o rio. A vegetação se divide em quatro partes, cada uma delas dedicada a um dos principais


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ecossistemas da Rússia: tundra, taiga, estepe e pântano. Por todas as suas peculiaridades, o Parque Zariádie foi finalista do concurso internacional MIPIM 2019 Awards, dedicado a projetos imobiliários e inovadores. Ele competiu na categoria de Melhor Projeto de Regeneração Urbana, juntamente com o Parque Cultural da Ecologia da Água em Changchun (China), o Centro Nacional das Artes de Kaohsiung (Taiwan) e o centro histórico reconstruído de Frankfurt (Alemanha). Netuno, para as águas que irrigam o jardim. Hoje o local é um complexo de museus e jardins. Em torno do jardim principal há avenidas, terraços com estátuas e fontes e vários edifícios. Entre os destaques do local estão a Gruta del Buontalenti (1583); o anfiteatro romano com o obelisco egípcio no centro, colocado ali por Leopoldo II (1797-1870), grão duque da Toscana; a Bacia de Netuno; a Estátua da abundância

de Giambologna e Tacca (1563); o Casino del Cavaliere; o Jardim del Cavaliere; e a Fonte dell’Oceano. Behai Park (Beijing, China) Construído como jardim imperial sob a Segunda Dinastia Jin (ou Jurchen, sécs. XII a XIII) e ampliado durante a dinastia Qing (sécs. XVII a XX), o Parque Beihai é o jardim imperial mais antigo de Beijing. Localizado a noroeste da Cidade Proibida, a antiga

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Jardins de Boboli (Florença, Itália) Florença (Firenze) é uma belíssima cidade, mas tem poucas áreas verdes; uma delas é o jardim de Boboli, uma área de 45 mil m² localizada atrás do Palazzo Pitti. O núcleo original do local remonta a 1418, quando o banqueiro florentino Luca Pitti comprou um terreno ao sul do rio Arno, que corta a cidade, para construir um palácio. Concluído apenas em 1457, o palácio foi vendido em 1549 à família Médici, que dominou Florença durante o Renascimento. Os Médici trocaram o Palazzo Vecchio como sede da residência oficial da família. Para facilitar a passagem, um “corredor vasariano” (passarela elevada) liga os palácios Vecchio e Pitti. Em 1551 foi encomendado ao arquiteto Niccolo Tribolo um projeto para criação de um grande parque, que incluía um anfiteatro. Em 1560, depois da morte de Tribolo, Bartolomeo Ammannati projetou e construiu o grande pátio e acrescentou as duas alas laterais. Em 1777 foi construída a Bacia de

Jardins

de Boboli (Florença, Itália)

Behai Park

(Beijing, China)

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Arquitetura no mundo

residência do imperador, o parque foi construído imitando a arquitetura de várias regiões do país. Behai – que significa Mar do Norte – tem 68,2 hectares e um lago, chamado Flor de Jade, que ocupa mais da metade da área. Desde 1925 o parque é aberto à visitação pública. O local é considerado uma das obras-primas da Arquitetura e das técnicas tradicionais de jardinagem chinesa. Segundo alguns historiadores, foi aqui que o imperador mongol Kubla Khan teria recebido o explorador italiano Marco Polo, no século XIII. No meio do lado fica a Ilha das Flores Jade. Nesta ilha localiza-se uma das principais construções do Behai, o Pagode (ou Dágaba) Branco, edifício erguido em 1651 por ocasião da visita do 5º Dalai Lama à China. O parque ostenta vários templos, como o Yong’an Temple e o Chanfu. Na margem norte encontram-se os Pavilhões dos Cinco Dragões, conjunto de cinco pavilhões ligados por espirais,

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com pontas de beirais construídas na dinastia Ming (sécs. XIV a XVII). Ao norte deste pavilhão fica a Muralha dos Nove Dragões, construída em 1756 em vidro partido de sete cores. Também na margem norte está o Quarto Jingxin (Quarto do Coração Silencioso), um jardim dentro do parque com uma área de cerca de 4.000m². A Muralha Circular (Tuancheng) tem como principal estrutura o Corredor da Luz Recebida (Chengguangdian), um espaçoso edifício com um teto de dupla espessura feito de azulejos amarelos bordados em verde. Ueno Park (Tóquio, Japão) O Parque Ueno fazia parte do Templo Kaneiji, o maior e mais rico templo da cidade de Edo, depois Tóquio, durante o Período Edo (1603-1868), época dominada pelos xóguns da família Tokugawa. Foi um período marcado pelo feudalismo e pelo isolamento internacional do Japão. O templo foi praticamente destruído em 1868, durante a

eclosão da Guerra Boshin, conflito civil que resultou na chamada Revolução Meiji, que restaurou o governo imperial central e modernizou e ocidentalizou o Japão. Depois disso, a área foi transformada no Parque Ueno, o primeiro parque em estilo ocidental do Japão, tendo sido inaugurado em 1873. Um das atrações do parque é o santuário Ueno Tōshō-gū. Construído em 1627 e reformado em 1651, ele permanece praticamente intacto desde então. Com suas lanternas de cobre e esculturas em madeira, o Ueno Tōshō-gū é um representante típico da arquitetura xintoísta do período Edo, e uma das poucas estruturas dessa época ainda restantes em Tóquio. O Parque Uedo abriga vários museus de arte e ciências e um zoológico que tem como uma das principais atrações os ursos pandas gigantes, mas é talvez mais famoso pelas floradas de cerejeiras da primavera.


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Mount Royal Park (Montreal, Canadá) Localizado em um morro com cerca de 230m de altitude, o Parque Mount Royal é um dos espaços verdes mais importantes de Montreal. Foi inaugurado em maio de 1876, tendo sido decorado por Frederick Law Olmsted, mesmo paisagista do Central Park, de Nova York. Em 1998, o parque foi gravemente danificado por uma tempestade, mas foi reabilitado meses depois. Em 2005, uma área de 29.800m² do parque foi reconhecida como habitat natural pela grande complexidade de fauna e flora nativas. O Parque Mount Royal tem dois mirantes, sendo o mais famoso o Kondiaronk, também conhecido como Chalet du Mont-Royal, de onde é possível enxergar toda a cidade de Montreal. O acesso é feito por uma escadaria de 260 degraus. Além disso, há o Lago dos Castores, um museu, um centro de exposições e alguns monumentos espalhados pelo parque. Trilhas ligam os vários pontos do parque, como o caminho do Escarpement. Bosques de Palermo (Buenos Aires, Argentina) Inspirado no Central Park de Nova York, o parque do bairro de Palermo foi idealizado pelo presidente Domingo Sarmiento e inaugurado em 1875. Seu nome oficial é Parque 3 de Febrero, data da Batalha de Monte Caseros (1852), que

marca a queda do ditador Juan Manuel Rosas, originalmente dono de uma quinta no local do parque. O projeto começou sob a responsabilidade do engenheiro militar polonês Jordán Czelaw Wysocky e acabou concluído pelo arquiteto belga Julio Dormal Godet. Nas décadas de 1880 e 1890 o parque recebeu viveiros e estufas. Entre 1892 e 1914 o paisagista franco-argentino Carlos Thays projetou o Jardim Zoológico, a Plaza Itália e o Jardim das Rosas. Durante esse período Thays também construiu o Jar Ueno Park dim Botânico, com mais de 10 (Tóquio, Japão) mil espécies de plantas e árvores. O Zoológico foi desativado Mount em 2016, convertido em um EcoRoyal Park parque educativo e ambiental. (Montreal, Canadá) Em 1914 foi criado o Rosedal, um roseiral projetado pelo enge Panetário nheiro agrônomo Benito Carrasdo Bosques de Palermo co, discípulo de Thays, com mais (Buenos Aires, de 18 mil rosas.¥ Argentina)

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Olhar do Arquiteto

André Gomes da Silva Praça das Artes, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo

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Flávia Valds Edifício Copan, em São Paulo

Participe do Olhar do Arquiteto. Para isso, compartilhe sua foto no Instagram ou no Facebook usando a hashtag #minhafotonamobile. Mas ela precisa ser tirada em alta resolução e publicada em modo "público". Janeiro l Fevereiro l Março l Abril 2020

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Ouvidoria

Por que um concurso de Arquitetura para a sede do CAU/SP? Por Affonso Risi, ouvidor do CAU/SP

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CAU/SP prepara-se para, em breve, instalar-se em sua nova sede, atendendo a uma série de primeiras e obrigatórias providências de ordem prática e legal. Essa tarefa está sendo conduzida por um grupo de trabalho constituído por funcionários arquitetos do Conselho, com a coordenação do Chefe de Gabinete, José Fernando Costa. Sua meta é acomodar, eficiente e harmoniosamente, os diversos setores funcionais para que as ações da autarquia sigam sendo exercidas sem interrupção. Em paralelo, no entanto, diante da importância cultural do edifício, da localização no Triângulo fundador da cidade e do grande potencial do prédio, vai amadurecendo a ideia de um concurso de Arquitetura que busque o projeto definitivo. E é aí que cabe a pergunta colocada no título deste texto. Nosso tempo, que se pretende pós-moderno, tende a privilegiar os processos sobre os objetos, o que leva a um certo desprestígio da leitura dita “vitru-

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viana” da construção e, em decorrência, das análises formais da arquitetura, substituídas pela ênfase nos temas comportamentais e em qualidades como a flexibilidade e a sustentabilidade, todas de enorme importância, mas insuficientes para a constituição do fato arquitetônico. O tríduo bimilenar de Vitrúvio parece continuar dando conta muito eficientemente do objeto de nosso trabalho, ainda e sempre sujeito à obrigação da atenção a utilitas, firmitas e venustas. As questões decorrentes do atendimento aos programas, à legislação, às definições urbanísticas e às limitações orçamentárias constituem o que o sábio romano da Era de Augusto tratou por utilitas. Outra ordem de problemas é constituída pelas imposições da firmitas, para garantir a estabilidade frente às limitações da física aplicada e resistência dos materiais, aos múltiplos esforços físicos, às intempéries, às variações térmicas, além da obtenção do necessário isolamento acústico e visual que permita a habitabilidade do espaço construído.

Tudo isso precisa ser resolvido, e muito bem, em nosso trabalho de arquitetos, e o atendimento à utilitas e à firmitas, bastante complexo, e que frequentemente compartilhamos com profissionais das áreas das ciências humanas e exatas, ga-


rante por si só a existência da construção. A Arquitetura, entretanto, aspira ainda à condição de obra de arte, objetivo difícil de atender, e é aí que Vitrúvio reivindica a presença da venustas, muito mais do que simplesmente a beleza, e que talvez seja melhor definida pela palavra Forma, em todas as suas acepções, inclusive nas imprescindíveis relações do objeto construído com o espaço, urbano ou natural, em que está inserido.

Entramos aí no riquíssimo território da arte, atividade sobretudo de síntese, mas que, num procedimento dialético, resulta da análise, alimenta-se da memória e é capaz de inventar o novo e produzir inéditos significados culturais. A obra de arte é, por definição, imprevisível. Ela carrega a marca autoral do indivíduo e o

que se deve buscar, por meio do concurso, é exatamente isso: aquela proposta, dentre muitas, que melhor expresse o estado da arte da Arquitetura hoje, para que a sede do CAU/SP, a Casa do Arquiteto, possa se transformar, de fato, no legado cultural de nosso ofício e de nosso tempo para a cidade.¥

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fique atento

Museus na palma da mão

Monkey Business Images/Shutterstock

Além de ficarem por dentro das novas exposições que estão em cartaz, os usuários do aplicativo Google Arts & Culture também têm a chance de conhecer a Arquitetura de importantes museus do Brasil e do mundo. O museu da Casa Brasileira, o Museu do Café e o Museu da História Natural, de Londres, são algumas das opções que os internautas encontram para fazer um passeio virtual. O app pode ser baixado nas principais lojas de aplicativos.

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Guia de Arquitetura de São Paulo A partir de uma significativa amostragem de 124 construções – entre parques, escolas, residências, torres habitacionais e comerciais, galerias, clubes e outras obras das mais variadas funcionalidades, o livro de Fabio Valentim traz 12 roteiros que não se limitam às áreas centrais da cidade de São Paulo, mas que contemplam ainda obras de zonas periféricas e mesmo de municípios vizinhos. Incorporando obras modernas e outras mais recentes, este guia é um convite a conhecer a cidade em sua larga extensão para, assim, compreender a complexidade de sua escala e admirar sua diversidade.


Rino Levi Online O Espaço Itaú Cultural, em São Paulo, inaugurou em fevereiro uma exposição sobre a vida e obra do arquiteto e urbanista Rino Levi. Devido ao fechamento temporário do local, por conta da pandemia do novo coronavírus, a organização disponibilizou para o público um material exclusivo com fotos, textos e vídeos que pode ser conferido no site oficial da exposição (itaucultural.org.br/ cupacao/rino-levi).

Dica

Regina Volpato,

apresentadora do programa Mulheres (TV Gazeta)

Alf Ribeiro/Shutterstock

É um espaço que foi construído em cima de um lixão e acho isso muito emblemático. Quando a gente passava por lá era um cheiro insuportável. Mas a área foi ressignificada e tornou-se um convite para pensarmos em modos de transformar a nossa cidade, aprimorando seus espaços. Sempre tem jeito, sempre tem uma alternativa quando colocamos a convivência em público e o coletivo em primeiro lugar.

Arquivo pessoal

Parque Villa-Lobos

CAU/SP no YouTube No canal de vídeos do CAU/SP no YouTube, arquitetos e urbanistas podem conferir o registro de reuniões e de Plenárias, assim como de eventos promovidos pelo Conselho e também suas campanhas institucionais. Entre as novidades do canal estão três vídeos que mostram a importância dos profissionais para a acessibilidade em situações do dia a dia.

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Arquivo pessoal

Ponto de vista Gil Barros

Projeto como estratégia para a complexidade

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omo os arquitetos e urbanistas podem contribuir para nossa sociedade? É natural pensarmos nas contribuições que podemos fazer para cidades e edifícios mais resilientes e humanos. Mas esta resposta está limitada ao objeto de trabalho do arquiteto e podemos não dar o devido valor à nossa forma de trabalho, o projeto. Proponho que nossa profissão seja vista como uma composição de duas grandes áreas. Uma de conhecimentos específicos vinculados aos objetos que lidamos tipicamente, e outra baseada no enfoque de trabalho utilizado em projeto, adotado para lidar com problemas cuja definição é imprecisa. Historicamente as profissões são vinculadas aos objetos com que trabalham. Como exemplo: arquitetos trabalham com o ambiente construído; designers de produto com objetos de escala menor e frequentemente produzidos em série; designers gráficos trabalham com objetos bidimensionais, tanto impressos quanto em suporte digital. Esta divisão cumpre importantes funções práticas como organizar o processo de ensino e definir atribuições profissionais. Porém, resulta em uma descrição muito parcial das habilidades e competências destes profissionais e leva para a sociedade (e para muitos arquitetos) uma leitura reduzida das nossas contribuições para a sociedade. Por exemplo, um arquiteto que faz um trabalho de design gráfico está lidando com um objeto fora de sua área específica. Desta forma, precisa complementar seus conhecimentos com especificidades do design gráfico, suas técnicas, demandas, ferramentas e processos. Mas o enfoque que utiliza, o ato de projetar, ele traz da Arquitetura. Os conhecimentos específicos são de cada profissão, mas o enfoque utilizado é o mesmo, é como o projeto é desenvolvido. Segundo estudiosos, este enfoque tem as seguintes características: lida com problemas cuja definição é imprecisa; o projetista elabora esta definição ativamente; o processo é baseado na geração e seleção de soluções; e utiliza a modelagem como uma ferramenta essencial.

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Os problemas na área da Arquitetura e Urbanismo são grandes e numerosos. Mas é importante apontar que nossa contribuição pode ir muito além"

Ocorre que arquitetos e outros profissionais de projeto têm sido chamados a atuar em outros campos justamente porque dominam esta forma de trabalho que podemos chamar de "pensamento projetual". Um exemplo deste uso é o que tem sido chamado de Design Thinking, que aplica enfoques e metodologias de projeto em outras áreas e tem mostrado que o pensamento projetual é capaz de trazer novas soluções e alternativas para campos tão diversos como inovação social e administração de empresas, normalmente através da redefinição de problemas e de geração e modelagem de alternativas de forma iterativa. Neste caso o pensamento projetual é usado para enfrentar problemas que não envolveriam arquitetos. Porém, por serem problemas de definição imprecisa (ou impossível), o instrumental de projeto destes profissionais se mostra bastante útil. Concordo que os problemas na área da Arquitetura e Urbanismo são grandes e numerosos. Mas é importante apontar que nossa contribuição pode ir muito além. Muitas áreas enfrentam problemas complexos e justamente aí existe espaço para uma imensa contribuição: levar o enfoque de projeto para áreas onde ainda não é utilizado. Para uma discussão mais aprofundada do tema recomendo estes dois artigos que escrevi: tinyurl.com/gbICHT e tinyurl.com/gbENTAC

Gil Barros, arquiteto e urbanista




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