CBCS Notícias #1

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boletim informativo do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

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editorial

A expansão da sustentabilidade na construção civil

Marcelo Takaoka e Diana Csillag

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Com o crescimento, cada vez mais acelerado, do tema sustentabilidade no cotidiano de todos os setores da sociedade, o CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável considera importante este canal de comunicação direta com os interlocutores do mercado da construção civil. O objetivo da revista digital CBCS Notícias é fortalecer, cada vez mais, a discussão em torno de iniciativas e soluções que realmente contribuam para um futuro mais equilibrado, sustentável e, acima de tudo, que garantam a sobrevivência com qualidade de vida às futuras gerações. Fonte de informações e pesquisas criteriosas sobre o tema, o CBCS promove a articulação entre lideranças empresariais, pesquisadores, consultores, profissionais atuantes e formadores de opinião para a disseminação de conhecimento nos cenários nacional e internacional. Entre as iniciativas recentes da organização, é possível destacar a criação da chamada Ferramenta dos 6 Passos para a escolha de empresas fornecedoras de produtos e soluções alinhadas aos princípios da sustentabilidade. Abordar o tema sustentabilidade com uma visão global, que busca esclarecer o papel de cada grupo atuante – profissionais engenheiros, projetistas e arquitetos, empresas construtoras,

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incorporadoras, fabricantes e fornecedores – é fundamental. Um dos desafios do novo Conselho Deliberativo do CBCS é exatamente ampliar a rede de contatos nas diversas esferas envolvidas no processo das construções sustentáveis e, assim, enriquecer a qualidade do debate. Tema da entrevista com a especialista em relações internacionais Cristina Montenegro publicada nesta edição, o projeto SUSHI - Sustainable Social Housing Iniciative, é coordenado pela UNEP – United Nations Environment Programme na França e representado no Brasil pelo PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Cristina nos contará sobre o processo de escolha dos países atendidos pelo SUSHI e da parceria com o CBCS. E, no momento de aquecimento rumo à Rio +20 - Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, confira os principais temas das palestras e debates realizados durante o SBCS11 / 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável - “Papel da Construção Sustentável no Desenvolvimento das Cidades”. A cobertura completa do evento que aconteceu nos dias 4 e 5 de agosto, em São Paulo, já está disponível online no site do CBCS. Confira em www.cbcs.org.br. Boa leitura!

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entrevista

Cristina Montenegro Ela é conselheira do CBCS, ex-representante do PNUMA no Brasil e esteve à frente da realização do SUSHI, projeto que aponta importantes avanços para inserção de soluções e sistemas construtivos sustentáveis em habitações de interesse social (HIS).

A viabilidade de ações sustentáveis em habitações de interesse social Como funciona o SUSHI? O PNUMA tem várias áreas de atuação em diversos temas. Mudanças climáticas, ecossistemas e biodiversidade, eficiência na utilização de recursos para produção e construção sustentáveis são algumas delas. Dentro dessa linha de trabalho, há inúmeros projetos cuja missão é verificar a melhor maneira para incorporar critérios de sustentabilidade em diversos setores. Então há projetos de turismo sustentável, de agricultura sustentável, há vários assuntos sendo tratados paralelamente. O SUSHI se encaixa na área de construção civil sustentável. Nossa equipe fica em Paris, na divisão de Tecnologia, Indústria e Economia. Foi essa equipe técnica que concebeu o projeto. 4

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Como foi a escolha dos lugares para implantação do projeto SUSHI? Quando estava desenhando a estratégia, a equipe achou que seria interessante examinar a questão da sustentabilidade na construção de habitações de interesse social em mais de um país, para ter uma experiência comparativa. Ficou decidido que os escolhidos seriam o Brasil e a Tailândia, por se tratarem de dois países em fase de desenvolvimento, cenário que envolve a expansão do setor da construção civil. O projeto foi submetido posteriormente a financiamento pela União Europeia, que ofereceu os fundos para essa fase inicial do SUSHI.


Implantamos a primeira fase do projeto SUSHI com o objetivo de mapear, organizar e definir tecnologias essenciais sustentáveis a serem incorporadas na concepção, construção e operação de habitações de interesse social, levando em consideração todos os agentes envolvidos nesse processo.

Quais foram os primeiros passos da experiência brasileira? Aqui no Brasil, como temos escritório nacional do PNUMA em Brasília, a equipe internacional nos consultou para definir qual seria o melhor desenho de implantação do projeto. E ficamos muito satisfeitos com isso porque já tínhamos trabalho de aproximação com várias das instituições que estão atuando no setor da construção sustentável no País. O objetivo era identificar parceiros para desenvolver a ideia aqui. Escolhemos o CBCS para realizar o SUSHI por conhecer sua atuação e por se tratar de uma instituição multidisciplinar com membros especialistas em água, energia, materiais, projetos, e que congrega arquitetos, lideranças empresariais, pesquisadores, além de atuar junto aos órgãos federais para viabilização de políticas públicas. Entendemos então que seria o parceiro ideal.

Como foi a implantação do projeto SUSHI no Brasil? Implantamos a primeira fase do projeto SUSHI com o objetivo de mapear, organizar e definir tecnologias essenciais sustentáveis a serem incorporadas na concepção, construção e operação de habitações de interesse social, levando em consideração todos os agentes envolvidos nesse processo, como consumi-

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dores, fornecedores e, especialmente, os desenvolvedores desses projetos. Foram três anos de trabalho muito intenso com resultados positivos que agora contribuirão para a continuidade do projeto, que já está em sua segunda etapa.

Quais os resultados da primeira fase e como funcionará a segunda etapa do SUSHI? A primeira fase do trabalho foi concluída com a realização de um evento na POLI - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, onde estiveram presentes importantes especialistas do setor da construção civil sustentável, além de líderes nacionais e internacionais tais como Tomoko Nishimoto – Diretora da divisão regional de cooperação UNEP – Nairóbi, Elisa Tonda – Coordenadora Regional do Programa de Eficiência de Recursos no Panamá, Margarita Astrolaga – Diretora Regional para América Latina e Caribe UNEP no Panamá, Eduardo Trani - Ministério das Cidades e Raquel Lejtreger - Representante do Ministério de Habitação do Uruguai. O projeto agora está em sua segunda fase, cuja proposta é partir dos resultados obtidos sobre métodos disponíveis para incorporar critérios ambientais e de sustentabilidade em habitações de interesse social e, assim, proporcionar ganhos para toda a cadeia envolvida. 5


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por dentro do CBCS projetos

Evento de apresentação dos resultados da 1ª etapa do projeto SUSHI no Brasil

Projeto SUSHI apresenta avanços no Brasil CBCS reúne especialistas para mostrar oportunidades de novos modelos e ações sustentáveis em Habitações de Interesse Social (HIS) A aplicação de métodos e materiais sustentáveis na construção de Habitações de Interesse Social (HIS) e as conseqüências positivas para toda a cadeia envolvida nesse processo estiveram no centro das discussões da realização da primeira etapa do SUSHI no Brasil. Idealizado pelo PNUMA com foco no Brasil e na Tailândia, o projeto tem sua versão brasileira realizada pelo CBCS e ocorreu em junho deste ano. O evento aconteceu na POLI - USP e trouxe na programação uma mesa redonda com representantes dos setores público e acadêmico, além de sociedade civil, reunidos durante uma manhã inteira de debates. Entre os participantes, Caixa Econômica Federal, Governo de São Paulo, USP e CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. O moderador foi o consultor ambiental e conselheiro do CBCS Fábio Feldmann. No final, foram apresentados os resultados dos estudos já realizados pelo SUSHI. “O setor da construção civil tem um papel crucial na emissão de gases efeito estufa, no uso de recur6

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sos naturais e na geração de resíduos, de modo que torná-lo ecoeficiente traria muitos benefícios”, diz Fábio Feldmann. “Ao contrário do senso comum de que bens e serviços sustentáveis são mais caros, o SUSHI demonstrou que é possível construir habitações de qualidade sem acréscimos significativos de custos”, completa. Entre os impactos positivos para a sociedade, é possível destacar a geração de novos negócios e empregos “verdes” na construção civil; a redução de gastos governamentais com saúde, o que gera mais produtividade dos trabalhadores e melhores condições de ensino para educação infantil; a redução da poluição ambiental e a criação de novas oportunidades de financiamentos com melhores garantias, o que evita a obsolescência prematura da habitação. Na página da internet dedicada ao SUSHI, é possível acessar os relatórios, conhecer a equipe e obter mais informações sobre o projeto: www.cbcs.org. br/sushi


por dentro do CBCS projetos

Ferramenta dos 6 Passos é sinônimo de legalidade, formalidade e qualidade na construção civil sustentável Com o objetivo de promover a legalidade, a formalidade e a qualidade no setor da construção civil, o CBCS instituiu a Ferramenta dos 6 Passos. Instrumento facilitador para orientar empresários e entidades civis na tarefa de seguir a linha da sustentabilidade, a ferramenta já está disponível online com acesso gratuito. Trata-se de uma metodologia eficaz para a seleção consciente de empresas fornecedoras de soluções, materiais e produtos no setor.

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A iniciativa é inédita e conta com a parceria da ABRAMAT – Associação de Fabricantes de Materiais, da CDHU, da Editora PINI e da Tesis – Tecnologia de Sistemas em Engenharia. Entre os critérios, estão o respeito à legislação trabalhista, questões sociais e ambientais e até o item de propaganda e marketing dos produtos. Conheça mais detalhes e acesse o teste: www.cbcs.org.br/ selecaoem6passos 7


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por dentro do CBCS simpósio

Mesa do SBCS11 com presença da ministra do Meio Ambiente

Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, convocou empresários a desenvolver projetos de economia sustentável Com o tema “Papel da Construção Sustentável no Desenvolvimento das Cidades”, o SBCS11 – 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável termina com desafio lançado por ministra do Meio Ambiente Os dois dias de debates do SBCS11, em São Paulo, foram encerrados com um desafio lançado pela ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. Ela convocou os empresários presentes no evento a mudar a concepção sobre investimentos imobiliários. “Coloquem na mesa um projeto de desenvolvimento de economia sustentável para a construção civil. Nesse processo de engajamento, o meio ambiente não deve ser uma restrição como foi no passado. A economia verde precisa levar em conta a erradicação da pobreza, os limites dos recursos naturais no planeta, o ris8

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co e a vulnerabilidade de um crescimento populacional que deve atingir nove bilhões de habitantes até 2050”, afirmou. O encontro foi realizado pelo CBCS. O engajamento sugerido pela ministra marcou o fechamento de uma série de apresentações que buscavam chamar a atenção do público - cerca de 500 pessoas nos dois dias do evento - para as vantagens de empreendimentos que valorizam a preservação do meio ambiente. Importantes nomes do setor da construção civil sustentável realizaram palestras nacionais e internacionais.


notícias

agenda

Presidente do CBCS, Marcelo Takaoka, assina Protocolo

Secretário de Estado da Habitação, Sr. Silvio Torres, assina Protocolo de Cooperação com o CBCS A Secretaria de Estado da Habitação assinou Protocolo de Cooperação com o presidente do CBCS, Marcelo Takaoka, em evento realizado no último dia 27 de setembro com a presença do governador Geraldo Alckmin. Na ocasião a questão da sustentabilidade foi incluída oficialmente na pauta das políticas públicas com o objetivo de viabilizar estratégias e soluções que assegurem a sustentabilidade em Habitação de Interesse Social (HIS). Trata-se de um compromisso de união de esforços na busca pela diminuição de impactos, prevenção de desperdício de recursos naturais e financeiros e busca de alternativas sustentáveis nos empreendimentos habitacionais da CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. “A assinatura do Protocolo sinaliza a continuidade de parceria exitosa com o CBCS, que reúne os profissionais, pesquisadores universitários e o setor público na busca de melhores soluções de sustentabilidade para a habitação social”, conclui Eduardo Trani, assessor de planejamento da CDHU.

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Encontro internacional do SBCI em 2012 será no Brasil O setor brasileiro da construção civil sustentável passa por um período muito especial. Além da realização da Rio +20 - Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá em junho de 2012, no Rio de Janeiro, o País irá sediar o Encontro Internacional do SBCI na cidade de São Paulo, nos dias 30 e 31 de maio e 01 de junho de 2012. Os dois eventos apontam para a liderança mundial do Brasil no cenário global da sustentabilidade. O CBCS será o anfitrião para o encontro do SBCI, evento que irá reunir os mais importantes nomes do setor e discutir soluções eficazes para a redução do impacto da construção civil no meio ambiente. A preocupação não é à toa, uma vez que o ambiente construído é responsável por cerca de 40% das emissões globais de CO2. O objetivo é somar esforços mundiais para impulsionar a incorporação de diretrizes ecoeficientes e a viabilidade de boas práticas para preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.

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notícias

por dentro do CBCS

Afrodite Sinnefa realiza palestra no SBCS11

Brasileiro é eleito o novo presidente do conselho do SBCI Sustainable Buildings and Climate Iniciative Atento ao importante papel do Brasil na implantação de políticas públicas e ações conjuntas efetivas de combate ao aquecimento global, somado à dimensão e ao impacto da economia do País no cenário internacional, o SBCI acaba de nomear Marcelo Takaoka para presidência do Conselho da organização. Fundado em 2006 pela UNEP, o SBCI tem como missão unificar o discurso do setor da construção civil mundial, oferecendo uma plataforma global de ação coletiva com o objetivo de encorajar os tomadores de decisão da indústria e do governo a promover e implementar estratégias de desenvolvimento sustentável e uso ecoeficiente de recursos naturais. Saiba mais sobre o SBCI no site www.unep.org/ sbci (em inglês).

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Pesquisadora da Universidade de Athenas e do Conselho Europeu sobre Coberturas Frias, Afrodite Synnefa, apresenta panorama europeu durante SBCS11 A experiência europeia na tentativa de aplicar telhados mais eficazes para garantir conforto térmico em ambientes internos e equilíbrio da temperatura e clima externos foi o foco principal da palestra da grega Afrodite Synnefa. A pesquisadora mostrou a importância de soluções para construção de superfícies com materiais capazes de refletir a luz solar, principalmente em tempos de aquecimento global acentuado. Ela mostrou para a comunidade científica brasileira as políticas de incentivo e os avanços técnicos no segmento. No Brasil, o maior desafio tem sido elaborar normas técnicas que possam mensurar o desempenho de cada material empregado em telhados. A ação pode facilitar o entendimento por parte do consumidor e, assim, estimular o consumo desses produtos, que vão de tintas a diversos materiais para revestimentos. O CBCS tem estudado as possibilidades de aplicações de tetos frios adequados à realidade do País. Publicado recentemente, o Posicionamento sobre Tetos Frios, elaborado pelo Comitê Técnico de Materiais, traz informações úteis para quem quer diminuir os efeitos da radiação e do calor dos telhados nos ambientes internos e externos. Confira a seguir o documento na íntegra.


por dentro do CBCS Posicionamento Sobre Tetos Frios Considerações sobre o tema A radiação solar tem papel importante na elevação da temperatura de casas e edifícios. Em uma casa térrea, a maior parte da carga térmica vem do telhado. A literatura mostra que o uso de materiais “frios”, capazes de refletir parte significativa da radiação incidente em telhados, fachadas e pavimentos em climas quentes, é uma alternativa para melhorar o conforto térmico nas edificações e diminuir o consumo de energia para condicionamento de ambientes. Adotá-lo em escala urbana, pode minimizar a ilha de calor das cidades, aumentando o conforto no ambiente externo e reduzindo conjuntamente a demanda de energia para condicionamento térmico. O uso de vegetação em telhados, fachadas e ruas, pelo efeito de sombreamento e evapotranspiração tem o mesmo potencial de reduzir a carga térmica dos edifícios e as ilhas de calor, além de reter a água de chuva, colaborando para a redução de enchentes, e para aumentar a biodiversidade. Outros produtos como telhas metálicas não pintadas (alumínio ou galvanizadas) apresentam boa refletância. Películas com barreiras de radiação colocadas sob telhados convencionais, bem como isolantes térmicos e dispositivos de sombreamento, também reduzem o ganho térmico dos edifícios, embora não tragam benefícios urbanos. Como o olho humano enxerga uma pequena faixa do espectro da radiação, é possível alterar significativamente a refletância sem modificar a cor, alterando apenas a capacidade de refletir radiação na faixa infravermelho. Estas tecnologias, disponíveis comercialmente, inclusive no Brasil, tornaram possível a fabricação de materiais “frios” em cores médias que refletem radiação na faixa do infravermelho. Assim, é possível garantir ganhos de conforto térmico e redução do consumo de energia sem a necessidade de utilizar cor branca ou clara, inclusive através de uso de arborização urbana e cobertura verde. Além de desnecessária, a especificação de qualquer cor ignora necessidades estéticas, culturais e de funcionalidade, podendo descaracterizar conjuntos históricos. A utilização da cor branca ou clara de forma generalizada pode trazer problemas funcionais para o ambiente construído, pois a excessiva reflexão de luz pode causar ofuscamento e desconforto visual para ocupantes de edifícios vizinhos. O principal problema desses materiais é a sua durabilidade. A exposição do material, particularmente em superfícies quase horizontais, provoca degradação do desempenho, tanto pela deposição de sujeira quanto pela colonização superficial por micro-organismos. A velocidade de degradação varia significativamente de acordo com as propriedades da película e do material de substrato. Tintas convencionais empregadas em telhados perderão rapidamente suas capacidades reflexivas quando expostas ao clima brasileiro, posto que o fazem em curto espaço de tempo em fachadas. Neste processo, os biocidas necessários à formulação da tinta são lixiviados pela chuva. A reposição freqüente aumenta os

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impactos ambientais, reduzindo os benefícios. Por esta razão organismos certificadores como “Cool Roof Council” norte-americano somente certifica produtos cujo desempenho tenha sido avaliado por três anos de envelhecimento natural, em condições climáticas da região de interesse. Soluções com durabilidade provada em outros climas não necessariamente apresentarão durabilidade adequada no Brasil, pois o clima é o principal fator na colonização por fungos e outros microrganismos com pigmentos escuros. No País não dispomos de referenciais similares. Além disso, telhados apenas se mantêm reflexivos se periodicamente submetidos à limpeza com água e escovação. Para isto, é necessário garantir acesso fácil e seguro aos telhados, além de pontos de abastecimento de água, bem como soluções de baixo consumo de água. Diferentemente de outros países, no Brasil a quase totalidade dos telhados é inclinada, com risco de escorregamento, e não dispõe de acesso adequado. A maioria das telhas, como de cerâmica e fibrocimento, podem quebrar sob o peso de uma pessoa caminhado, exigindo estruturas adicionais para o caminhamento seguro no telhado. Esses aspectos tornam operações de limpeza e manutenção mais difíceis e arriscadas, reduzindo assim a efetividade da solução. Em situações onde o acesso e a limpeza do teto são difíceis, o emprego de isolamento térmico e barreira de radiação, ou até mesmo a adoção de solução como ventilação natural ou mecânica, sombreamento por vegetação ou dispositivos físicos, podem ser as mais adequadas. Finalmente, o tema ainda é objeto de muitas pesquisas, inclusive sobre a metodologia de avaliação de desempenho do material.

Conclusão Recomendamos que o uso de toda e qualquer solução que possa reduzir a carga térmica e combater as ilhas de calor – telhados frios, tetos verdes e isolamento térmico de telhado, arborização urbana, pavimentos frios, etc. - seja promovido no mercado brasileiro por seus reais benefícios. Simultaneamente, é necessária a realização de pesquisas sistemáticas, inclusive sobre a durabilidade nos diferentes climas. Estes estudos devem ser capazes de gerar normalização técnica que proteja a sociedade com soluções adequadas, seja pelo desempenho inicial, pela durabilidade, pela redução do impacto ambiental durante o seu ciclo de vida, entre outros aspectos. No atual estágio do conhecimento, e considerando a experiência internacional e brasileira, o CBCS - Conselho Brasileiro da Construção Sustentável recomenda que antes de qualquer política pública que vise tornar obrigatória, tanto para edifícios novos como existentes, seja feita uma análise das alternativas técnicas disponíveis para telhados que possam reduzir os efeitos de ilhas de calor. Soluções precipitadas podem causar prejuízos ambientais e econômicos para a cidade e sua população. Por outro lado, políticas públicas visando à promoção da arborização urbana podem trazer enormes benefícios no curto e longo prazo. Clique aqui para acessar o documento completo.

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saiba mais sobre o CBCS

você sabia? O CBCS é uma OSCIP, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de âmbito nacional, constituída em agosto de 2007. Seu quadro social é composto por pessoas físicas e jurídicas interessadas em contribuir para a geração e disseminação de conhecimentos e boas práticas de sustentabilidade na construção civil. Este que é um dos setores que mais consomem recursos naturais e geram grandes quantidades de resíduos na natureza, desde a produção dos insumos utilizados até a execução da obra e a sua utilização. Resultado da articulação entre lideranças empresariais, pesquisadores, consultores, profissionais atuantes e formadores de opinião, o CBCS se relaciona com importantes organizações nacionais e internacionais que se dedicam ao tema, sob diferentes perspectivas, a partir da ótica ambiental, de responsabilidade social e econômica dos negócios. Divididos em comitês temáticos, os membros do CBCS debatem e indicam boas práticas para as áreas mais prementes da edificação, tais como a de Água, Avaliação de Sustentabilidade, Econômico e Financeiro, Energia, Materiais, Projetos e Urbano. 12

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O CBCS participa de vários comitês e entidades e ainda alimenta parcerias importantes. Confira! Além de todas as atividades internas de produção de conteúdo científico relevante, o CBCS também está engajado em ações conjuntas com outras organizações, comitês e entidades. Mantém parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), com o PNUMA / UNEP, com a Caixa Econômica Federal, Escola Politécnica da USP, Unicamp e com a CDHU. É ainda signatário do Programa Madeira é Legal e membro da Câmara da Construção da CETESB, do Conselho Estratégico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC, do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas e do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH) da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.


expediente CBCS Notícias Gestão 2011-2012 Presidente do Conselho Deliberativo Marcelo Vespoli Takaoka Conselheiros Adriana Levisky Carlos Eduardo Garrocho de Almeida Cristina Montenegro Fabio Feldmann Leôncio Pedrosa Marcelo Vespoli Takaoka Olavo Kucker Arantes Orestes Marracini Gonçalves Paulo Itacarambi Paulo Machado Lisboa Rachel Biderman Roberto de Souza Roberto Lamberts Ubirajara Freitas Vahan Agopyan Vanderley Moacyr John Vera Fernandes Hachich Diretoria Diana Csillag Paola Torneri Porto Wilson Saburo Honda

Conselho Fiscal

Coordenação Comitês Temáticos CBCS

Titulares Mário Sérgio Pini Roberto Aflalo Márcia Mikai Junqueira de Oliveira

CT Água Orestes Marraccini Gonçalves Lucia Helena Oliveira Marina Ilha

Suplentes Rubens de Almeida Francisco Ferreira Cardoso Valério Gomes Neto

CT Avaliação Francisco Cardoso

Jornalista responsável Clarissa Turra - Mtb 52086/SP Coordenação Técnica Érica Ferraz de Campos Secretaria Giselly Souza Direção de Arte Angulodesign Fotografia Acervo CBCS e sxc.hu

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CT Energia Roberto Lamberts CT Economico Financeiro Marcelo V. Takaoka CT Materiais Vanderley M. John Vera Hachich CT Projeto Paulo Lisboa Adriana Levisky Eloise Amado CT Urbano Alex Abiko

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