dossier especial – portugal/moçambique
Nº 118 › Mensal › Julho 2012 › 2.20# (IVA incluído)
Pedro Reis Presidente da Aicep Portugal
António Coradinho Presidente da Câmara Portuguesa da Bahia
António Aragão Administrador da Fábricas Lusitana
Em força para Moçambique Joaquim Costa, Presidente da Costa & Carvalho, anuncia ainda para este ano, o início da atividade naquele país africano Julho 2012 | País €conómico › 1
› Head
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2 › País €conómico | Julho 2012
Editorial Empresas apostam no exterior Nesta edição apresentamos uma profusão de notícias relacionadas com investimentos concretos de empresas portuguesas no exterior, assim como dados de exportação de outras empresas nacionais. Assim como algumas informações sobre investimentos estrangeiros em Portugal. Significa por esta simples amostragem que as empresas portuguesas estão a tentar lutar contra a crise e que os mercados externos assumem cada vez mais um papel de locomotiva do seu desenvolvimento. É certo que os principais responsáveis governamentais portugueses têm-se desdobrado em viagens e iniciativas para mostrar as boas condições do país em receber investimento externo, assim como tem diligenciado no sentido de em certos países não serem agravadas as dificuldades na entrada de produtos portugueses nos seus mercados. Foi o que aconteceu recentemente no Brasil a respeito do azeite português, no que constituiu uma vitória importante da diplomacia nacional. Esperamos que o mesmo venha a ocorrer na questão mais difícil do vinho. No entanto, para além do papel dos responsáveis políticos na facilitação da ação e atividade das empresas portuguesas no exterior – afinal, cumprem apenas o seu papel – importante é realçar e sublinhar isso sim a capacidade do empresariado português em enfrentar as dificuldades e em lutar para conseguir progredir e assegurar as condições de crescimento e sustentabilidade empresarial e social. Portugal vive tempos difíceis e certamente que não os vai superar tão cedo. É preciso emagrecer o Estado e obrigá-lo a não viver permanentemente à custa da sociedade e das empresas. Cabe a estas procurar as condições para se modernizarem e crescerem. Pelas condições concretas do país (em recessão), mas fundamentalmente pelas oportunidades e porque faz todo o sentido, as empresas portuguesas devem apostar cada vez mais nos mercados externos. Não esquecer a Europa, mas olhar e intervir cada vez mais na Ásia, África, América Latina (com destaque para o Brasil), e não esquecer, muito pelo contrário, o grande mercado dos Estados Unidos da América. Jorge Gonçalves Alegria
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Índice Grande Entrevista Joaquim Costa, presidente da Costa & Carvalho, conta-nos a história rica de 30 anos da empresa de construção com sede em Alcobaça, mas com obras de excelência em todo o país, além da mais recente aposta em Moçambique, onde num espaço de cinco anos espera obter um sucesso equiparado ao registado em Portugal. De referir que no mercado nacional, a empresa espera atingir este ano um volume de negócios na ordem dos 40 milhões de euros, «um reconhecimento pelo mercado da nossa competência e excelência», sublinhou o seu presidente nesta entrevista à País €conómico.
pág. 18 a 23
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Ascendum aposta no México
Grande Plano
Vista Alegre aumenta exportações
SOFID avança no Brasil
Bahia mostrou-se a Portugal
Águas de Santo André de boa saúde
Mútua dos Pescadores apoia o setor Mailtec inova na área postal
Wave-Energy no projeto Windfloat
Corticeira Amorim comprou empresa espanhola Safira em Barcelona e Londres
Sacoor abre em Abu Dhabi
Moçambique é o mercado da moda na internacionalização de muitas empresas portuguesas. E estão certas nessa aposta, pois constitui um país que cresceu a ritmos elevados nos últimos anos, como todos os estudos confirmam que esse ritmo em torno do quase 8% se manterá nos próximos quatro a cinco anos. É verdade que é um mercado muito competitivo e onde estão muitos grandes e médios players mundiais, mas Portugal que sempre foi um dos grandes investidores no país, possui armas competitivas para singrar no mercado daquele país da África Austral.
pág. 06 a 15
Vivafit na Venezuela Vila Galé quer apostar em Cabo Verde GrupoConcept quer abrir 800 franchisados no Brasil Greenprod mantém interesse em Sines
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Errata Na edição de Junho designámos a doutora Marina Ladeiras como Presidente das Águas de Santarém, quando, de facto, é Directora Geral da Águas de Santarém. À doutora Marina Ladeiras e aos nossos leitores as nossas desculpas pelo lapso cometido.
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› GRANDE PLANO Moçambique é cada vez mais importante para a economia e as empresas portuguesas
Portas abertas a Portugal Moçambique transformou-se nos últimos dois anos num dos mercados internacionais mais importantes no processo de internacionalização de muitas empresas portuguesas. Resolvida a delicada questão da Barragem de Cahora Bassa, que está em plena fase de passagem do controlo total para o Estado moçambicano, todos os agentes institucionais e empresariais estão agora de acordo que existem plenas condições políticas para o incremento e a forte aceleração dos negócios, do comércio e dos investimentos entre os dois países. Com uma economia a crescer nos últimos anos entre os 6 e os 8%, patamar que se deverá manter pelo menos até 2015, a economia moçambicana possui muito espaço e oportunidades que as empresas portuguesas devem aproveitar, assim como na assunção de que o território moçambicano constitui um excelente espaço para atingir de
D
seguida os mercados circunvizinhos dos países da África Austral. Texto › JORGE Alegria | FOTOGRAFIA › ARQUIVO
epois de um crescimento económico de 7,1% no ano passado, as perspetivas do Fundo Monetário Internacional para o crescimento de Moçambique no decorrer de 2012 aponta para 6,7%, enquanto prevê uma nova aceleração no próximo ano, atingindo então os 7,2%. A economia moçambicana é a sexta economia do continente africano em termos do seu desempenho médio na região. Com o surto de desenvolvimento registado na exploração das reservas de carvão na região de Moatize, em grande medida exploradas pelo gigante brasileiro Vale do Rio Doce, Moçambique viu nos últimos anos ser adicionadas importantes descobertas de jazidas de gás natural e provavelmente de petróleo, que tornarão o país como um dos principais produtos de hidrocarbonetos do continente africano e mesmo do mundo no que ao gás natural diz respeito. Por outro lado, Moçambique também regista algum desenvolvimento do seu potencial industrial, pois o aproveitamento dos recursos minerais e energéticos do país, induz automaticamente à construção de novas fábricas e ao desenvolvimento de várias estruturas produtivas. De igual forma, o país e muitas empresas internacionais começam igualmente
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a olhar com forte atenção e começam a realizar investimentos no aproveitamento agrícola e agro-industrial do Vale do Zambeze, uma das mais privilegiadas áreas do continente africano para a produção de alimentos e comoditties agrícolas. Possuidor de uma linha de costa extensa e de belezas naturais exóticas, Moçambique atrai igualmente cada vez mais players turísticos de porte considerável, onde os investidores portugueses já possuem uma presença no mercado turístico, principalmente em Maputo e região envolvente que é deveras importante. O desenvolvimento do potencial mineiro, energético, agrícola e turístico, está igualmente a levar o país a construir importantes infra-estruturas, sejam de natureza
rodoviária, sejam ainda nas componentes aeroportuário e portuário. A este nível, é de realçar o forte empenho de empresas portuguesas, chinesas e brasileiras do setor da construção, além da forte intervenção luso no domínio das telecomunicações e do setor financeiro, alavancas indispensáveis na sustentação do desenvolvimento e crescimento de Moçambique. Em síntese, as previsões apontam que nos próximos, principalmente em virtude dos investimentos nas áreas do gás natural, carvão e do turismo, que deverão ascender a cerca de 72 mil milhões de euros, prometem revolucionar a economia moçambicana e criar condições de melhores de vida para a sua população. ‹
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› EMPRESAS PORTUGUESAS
Moçambique cresce na importância para as empresas portuguesas
Exportações com forte impulso Moçambique tem vindo a assumir uma importância crescente enquanto mercado de destino das exportações portuguesas. Segundo dados do INE Instituto Nacional de Estatística, em 2011, as exportações nacionais para aquele país da costa oriental africana, ascenderam as 217.977 milhões de euros, um aumento de 44% relativamente ao ano anterior, e que significaram 0,51% do total das exportações portuguesas, quando no ano anterior representavam apenas 0,41%. No ano passado, Moçambique foi o 26º
T
maior comprador de produtos e serviços portugueses.
odavia, segundo dados revelados na entrevista que o presidente da Aicep Portugal Global concede nesta edição da País€conómico, as exportações portuguesas para Moçambique atingiram nos primeiros quatro meses deste ano a cifra de 95,3 milhões de euros, um crescimento de 73% face ao período homólogo e que permitiram elevar o destino para o 23º lugar mais importante para as exportações nacionais. Já enquanto local proveniente das importações portuguesas, em 2011, Moçambique constituía apenas o 62º fornecedor de Portugal, com uma quota de apenas 0,07% das nossas importações. É de sublinhar que segundo dados do INE, no contexto africano dos países de língua portuguesa, Moçambique constituía em 2010 o terceiro destino para as exportações nacionais, depois de Angola e
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Cabo Verde. No entanto, face à evolução verificada, será normal que aquele país banhado pelo Índico suba na importância enquanto destino das exportações portuguesas em África. O quadro de empresas portuguesas em Moçambique também é bastante eclético. Constituem referências as presenças históricas dos grupos Entreposto e Visabeira, mas igualmente a Mota-Engil, Soares da Costa e Gabriel Couto, estas no setor da construção. De referir que existem muitas outras empresas portuguesas à procura de oportunidades em Moçambique na área da construção, imobiliário e imobiliária-turística, sabendo a País€conómico que um desses grupos portugueses é a Promovalor, empresa liderada por Luís Filipe Vieira e Tiago Vieira. No entanto, os interesses empresariais portugueses em Moçambique são vastos
e estendem-se ao setor energético com as presenças da Galpenergia, da REN e da EDP, até ao setor bancário, onde se regista a forte presença dos grupos Millennium bcp, Caixa Geral de Depósitos, BPI e Espírito Santo, este em aliança com a Geocapital dos empresários Stanley Ho e Jorge Ferro Ribeiro. O incremento do comércio e dos investimentos portugueses em Moçambique não param e se é certo que a crise económica e financeira em Portugal tem colocado maior dificuldade a várias empresas portuguesas em investir no exterior, e Moçambique não foi imune, pois em 2011 registou-se um forte decréscimo do investimento nacional face ao ano de 2010, o certo é que são agora as PME s a apostarem de forma mais forte e célere na corrida às oportunidades naquele país africano de expressão portuguesa. ‹
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› GRANDE PLANO Pedro Reis, Presidente da Aicep Portugal Global
Moçambique é um mercado a apostar No processo acelerado de internacionalização da economia portuguesa, a aposta em Moçambique é muito importante, considera Pedro Reis, Presidente da Aicep Portugal Global, o organismo encarregue de estimular as exportações nacionais e captar investimento externo para o nosso país. As exportações portuguesas para Moçambique estão a crescer, e na visão do Presidente da Aicep, Moçambique pode e deve também constituir uma importante plataforma regional de penetração das empresas portuguesas no conjunto da África Austral. Texto › JORGE Alegria
| FOTOGRAFIA › Cedida pela Aicep
Moçambique é um país que regista for-
país também está a crescer enquanto
tes índices de crescimento e atrai cada
destino das nossas exportações. Qual é
vez mais empresas portuguesas para o
a atual posição de Moçambique no qua-
seu território. Como avalia a importân-
dro de importância para as exportações
cia daquele país da África Austral para a
portuguesas?
internacionalização das empresas por-
Moçambique foi, em 2011, o 26º principal mercado das exportações portuguesas de bens, com um valor de aproximadamente 218 milhões de euros, o que representou um crescimento de 44% relativamente ao ano anterior. Até Abril deste ano, as nossas exportações para aquele mercado atingiram os 95,3 milhões de euros, o que significa um crescimento de 73% relativamente ao mesmo período do ano passado, posicionando-se Moçambique como o 23º mercado das exportações portuguesas de bens. Ainda que as importações de bens moçambicanos, entre 2010 e 2011, tenham igualmente crescido em cerca de 44%, o saldo é bastante favorável ao nosso país (cerca de 176 milhões de euros). Diga-se aliás, que o nosso país tem sido, desde sempre, um dos principais fornecedores do mercado moçambicano, devendo atualmente ser o 3º ou 4º principal fornecedor. Também no que diz respeito aos serviços, a balança é favorável a Portugal, apesar da taxa de cobertura ser de menor dimensão. As exportações situaram-se, em 2011, em 86,1 milhões de euros, cerca de 37% acima
tuguesas?
Como recentemente tive ocasião de sublinhar no Fórum Access Africa, organizado pela Embaixada do Estados Unidos da América em Portugal e que contou com o apoio da AICEP, Moçambique encontra-se num momento positivo de mudança de patamar económico e esse momento crítico está manifestamente alinhado com o nosso momento de internacionalização. Para as nossas empresas, Moçambique é um mercado acolhedor, senão mesmo um mercado “natural”, dada a facilidade da língua, o bom relacionamento político entre os dois países e, também, da existência de um quadro legal com grandes similitudes com o português. Nesse sentido temos organizado sessões de capacitação empresarial para empresas portuguesas em processo de expansão para o mercado moçambicano que têm tido uma grande adesão. Na estratégia do Governo português e da AICEP e no que diz respeito à diversificação de mercados, Moçambique é claramente um mercado de aposta. Para além do aumento dos investimentos portugueses em Moçambique, este
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do valor atingido em 2010. Nos primeiros 4 meses do ano corrente, atingiram já 27,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 22% relativamente ao mesmo período do ano anterior. Moçambique é porta para a África Austral Considera
que
Moçambique
poderá
constituir uma boa plataforma para as empresas portuguesas ganharem maior presença e relevância e presença em mercados vizinhos, entre os quais o da África do Sul?
Moçambique pode, de facto, representar uma plataforma importante de entrada no mercado da SADC e, particularmente, no mercado da África do Sul. Recordemos que a SADC é uma região com cerca de 250 milhões de habitantes e com um PIB de 400 milhões de USD, cujo núcleo principal de atividade económica se situa relativamente perto do Sul de Moçambique: Joanesburgo (onde a AICEP tem um centro de negócios), Cidade do Cabo e Durban. Por outro lado, a SADC está num processo de aprofundamento da integração económica e de desmantelamento pautal progressivo, permitindo que as mercadorias circulem livremente entre os países que fazem parte deste bloco regional. Moçambique tem uma posição estratégica face a um conjunto de países
vizinhos ou quase-vizinhos, como a África do Sul, Zimbabwe, Botswana, Malawi, Zâmbia e Tanzânia, para os quais sempre funcionou como porta de entrada e saída de mercadorias e de acesso à bacia do Índico. Este posicionamento pode e deve ser aproveitado pelas empresas portuguesas, como forma de aceder a estes mercados. Contudo, e apesar de muitos destes países apresentarem níveis de desenvolvimento económico semelhante ao de Moçambique, a principal economia desta região, a África do Sul, é uma economia muito mais desenvolvida e madura e com níveis de competitividade muito superiores aos dos restantes vizinhos, obrigando a uma estratégia de abordagem mais específica. Existem mecanismos de apoio concreto para as empresas portuguesas que queiram apostar no mercado moçambicano?
Para além dos instrumentos no âmbito do sistema de incentivos de apoio à internacionalização, no contexto do QREN, que apoiam as ações prévias à internacionalização, as empresas têm à sua disposição fundos de capital de risco, particularmente o Fundo Português de Apoio ao Investimento Empresarial em Moçambique (também conhecido por InvestimoZ) que é gerido pela SOFID e que se destina a apoiar projetos empresariais de empresas portuguesas em Moçambique, sozinhas ou em parceria com empresas moçambicanas. Existe também um fundo de capital de risco, resultante de uma parceria entre a AICEP Capital, a Caixa BI e a empresa Mota-Engil, para apoio a projetos industriais de iniciativa de empresas portuguesas. Para além disso, as empresas podem re-
correr ao apoio da AICEP e do seu Centro de Negócios em Maputo para a obtenção de informação estratégica e de aconselhamento sobre condições de entrada e de abordagem ao mercado. Em que medida a completa resolução do caso de Cahora Bassa está a influir positivamente na melhoria e aprofundamento das relações económicas e empresariais entre os dois países? A resolução do dossiê de Cahora-Bassa representou um passo importante na normalização da relação político-económica entre dois estados soberanos e independentes, permitindo aprofundar ainda mais o clima de bom relacionamento económico entre Portugal e Moçambique e abrir novas portas neste relacionamento que se pretende cada vez mais estreito e mais concreto. ‹
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› GRANDE PLANO
Mais razão, menos coração! - “Plano de negócios, para quê? O projeto só pode dar certo e vou gastar 3 a 4 mil euros sem necessidade!”. Assim reagiu um empresário ao ser informado da necessidade de elaborar um plano de negócios para um projeto de investimento na região de Tete. E não era um projeto qualquer: visava a produção de bens intermédios para a construção civil e requeria um financiamento de vários milhões de euros. Poderia narrar muitas pequenas histórias similares a esta, com base em factos ocorridos em centenas de reuniões que tenho tido na SOFID com promotores de projetos de investimento em países em desenvolvimento e, muito particularmente, em Moçambique, nestes últimos dois anos. Histórias que ilustram o baixo nível de preparação e o elevado nível de voluntarismo de muitos dos nossos empresários ou de muitas das estruturas de topo das nossas pequenas e médias empresas quando decidem avançar com operações de investimento direto no estrangeiro. Como consequência, muitos revelam a tendência para se nortearem por impulsos do coração e para hipervalorizarem componentes emotivas e afetivas, subestimando os ditames da razão; muitos outros recorrem a “expedientes criativos” ou a “atalhos procedimentais”, desvalorizando a importância de seguir as vias e as etapas aconselhadas pela teoria e pela praxis em matéria de internacionalização empresarial. Há empresários que discordam que tenham de contribuir com uma percentagem de capitais próprios para o financiamento do projeto. Em abono desta sua tese, argumentam normalmente com a “certeza absoluta” das receitas que a operação irá gerar ou com o valor da experiência e do empenho do promotor na implementação do projeto. Um empresário com quem reuni e que se dirigiu à SOFID para apresentar um projeto agroindustrial na região de Maputo, com necessidades de financiamento também de vários milhões, achava perfeitamente natural oferecer como garantia uma propriedade rural em Portugal e alguns equipamentos cuja avaliação não atingia as duas centenas de milhares de euros. Um outro empresário com largos anos de experiência bem-sucedida numa determinada atividade extrativa, ao apresentar-nos um projeto para a construção e exploração de um hotel com várias dezenas de quartos na cidade da Beira, não hesitou em verbalizar o seu espanto pela “exagerada” recomendação de integrar, na estrutura de direção da empresa, alguém com experiência no setor turístico e com capacidade de gestão hoteleira. O promotor de um projeto de várias centenas de milhares de euros no setor dos serviços, na cidade de Maputo, não hesitou em classificar como burocrá-
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ticas as observações críticas dos analistas da SOFID a um estudo de mercado cujos dados eram sustentados em “conversas com amigos” e em “visitas a alguns clientes”. Outro promotor de um projeto também na área dos serviços na região do Maputo achava que fazia sentido deslocar-se a Moçambique, iniciar o estudo do mercado e identificar parceiros, só quando a SOFID lhe garantisse antecipadamente o financiamento de várias centenas de milhar de euros. Poderia igualmente testemunhar casos de promotores que verbalizam uma confiança ilimitada na sua experiência e capacidade operacional quando são confrontados com reparos a projeções financeiras de planos de investimento baseadas em pressupostos irrealistas ou não fundamentados. Claro que também poderia descrever casos de sucesso e exemplos de boas práticas. Contudo, estes exemplos são muito menos frequentes, designadamente em pequenas e médias empresas, cujos recursos financeiros, materiais e humanos não são comparáveis aos das grandes empresas. Não obstante, é com muita pena que vejo pequenas e médias empresas com saúde financeira a falharem interessantes projetos de internacionalização em Moçambique (e outros países) porque utilizaram abordagens erradas a entrar no país, a estudar o mercado, a assegurar a cobertura financeira ou a planear a implementação da operação. É por isso que defendo que as associações empresariais deveriam aumentar significativamente a oferta de iniciativas de formação e qualificação de empresários e quadros das pequenas e médias empresas visando a melhoria das competências de gestão e o bom desempenho em mercados externos. As empresas portuguesas - de grande, pequena ou média dimensão – estão de forma crescente a descobrir múltiplas oportunidades de negócio em Moçambique. Na SOFID sentimos vivamente essa tendência: cerca de dois terços das empresas que nos contactam pretendem realizar projetos de investimento naquele país. O movimento (muitas vezes intuitivo) para este país faz todo o sentido. A economia moçambicana tem estado a crescer de forma sustentada há vários anos e tudo indica que assim se manterá no futuro próximo. Existe estabilidade política. O sistema legal e fiscal é também bastante estável e tem a vantagem de ser semelhante ao português. O país ocupa uma posição estratégica no vasto mercado de 250 milhões de consumidores da SADC. O sistema financeiro é sólido e com uma forte presença da banca portuguesa, sendo de destacar os instrumentos específicos de apoio ao investimento disponibilizados pela SOFID, como é o caso do INVESTIMOZ. A legislação enquadradora do investimento externo é globalmente favorável às empresas, aos negócios e à movi-
mentação de capitais. A perceção da segurança de pessoas e bens é forte e existe um ambiente globalmente amistoso para com os portugueses. Moçambique é um país com muitas condições para também as pequenas e médias empresas portuguesas terem sucesso. Para que muitas mais possam plenamente aproveitar as oportunida-
des de negócio existentes no país, é necessário que encarem com rigor, com planeamento e com profissionalismo o processo de internacionalização. A atenção a este lado racional deve ser tanto mais forte, quanto mais forte bater o lado do coração! José Moreno
Administrador Executivo da SOFID
Julho 2012 | País €conómico › 13
› NOTÍCIAS
Sumol+Compal investe em Moçambique A Sumol+Compal está a investir 10 milhões de dólares na primeira fase numa fábrica em Moçambique, que deverá ser inaugurada no terceiro trimestre do corrente ano e que estará preparada para produzir 30 milhões de litros de sumos por ano, dos quais cerca de 70% serão destinados à exportação para os países limítrofes de Moçambique e que fazem parte da Sadc (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral). A unidade localiza-se no parque industrial do Beluluane, na província de Maputo, tendo sido antigamente utilizada pela Lactogal. No entanto, segundo os responsáveis da Sumol+Compal, toda a tecnologia agora utilizada será de última geração e capacitada para produzir os melhores produtos do mercado. Segundo revelou à Exame Moçambique o presidente da Sumol+Compal, António Pires Eusébio, «numa primeira fase teremos de importar as matérias-primas, caso dos concentrados de fruta. Mas numa segunda fase estaremos em condições de processar a fruta já produzida localmente, aproveitando as vantagens da instalação da fábrica em Moçambique e à complementaridade dos produtos. Em Moçambique poderemos produzir sumos com base em frutas como a manga, ananás, maracujá ou banana. No futuro, as fábricas em Portugal até poderão importar essas frutas de Moçambique para a sua laboração». ‹
Normática cresce em Moçambique e Brasil Enquanto no passado dia 23 de Maio criava no Rio de Janeiro a Normática Brasil, a casa-mãe portuguesa reforçava igualmente a sua atuação em África, com particular destaque para Moçambique, país onde possui um escritório desde 2009 com seis colaboradores e que dão suporte a três grandes clientes como são a EDM Electricidade de Moçambique, a HCB Hidroeléctrica de Cahora Bassa e o BCI Banco de Comércio Internacional, revelou Paulo Nunes, administrador da empresa lusa. Especializada no fornecimento de soluções informáticas para escolas, sendo de realçar que 75% dos colégios privados em Portugal possuem soluções da Normática, é de salientar que a empresa também está presente com soluções implementadas em mais de dezanove universidades, entre as quais a Universidade Católica Portuguesa, cinco colégios em Espanha, seis em Angola, dois em Cabo Verde, dois em Moçambique e um em Macau. Segundo Paulo Nunes, «hoje cerca de 10% da faturação da empresa na área de software e serviços é assegurada pelo mercado africano». ‹
14 › País €conómico | Julho 2012
Greenarte na FIA A Greenarte Artesanato Sustentável de Moçambique, está presente na edição da FIA 2012, que decorre neste momento na FIL em Lisboa, no que se enquadra nos esforços do país para promover as suas indústrias culturais e criativas em termos internacionais. A Greenarte aposta em trazer a Lisboa uma larga e distintiva variedade de produtos de artesanato de vários pontos de Moçambique, desde o artesanato Maconde de Cabo Delgado às complexas esculturas de sândalo de Maputo. Os produtos são fornecidos por artesãos individuais e por grupos de artesãos, num critério de focalização em desenvolvimento empresarial, sustentabilidade e desenvolvimento comunitário. ‹
Fernave recruta quadros para África A Fernave, empresa de Formação Técnica participada pela CP, Refer e Metropolitano de Lisboa, lançou no mês passado um novo processo de recrutamento de quadros qualificados em diversas áreas, designadamente na Gestão de Terminal, Segurança e Ambiente, Planeamento e Logística, Operações Portuárias e Manutenção. Estes novos quadros destinam-se a atuar no mercado africano, particularmente em Angola. No entanto, em paralelo, a Fernave desenvolveu um novo recrutamento de quadros do setor ferroviário para Moçambique e Angola. A empresa portuguesa está a apostar forte na sua atuação nos Palop, tendo uma empresa participada em Moçambique, a Transcom, SA. ‹
BCI é o melhor banco moçambicano A consultora sul-africana PMR africa distinguiu o BCI Banco de Comércio Internacional com dois prémios, o primeiro dos quais com o Gold Arrow Award 2012, como o melhor banco de Moçambique, enquanto o seu presidente, Ibraimo Ibraimo, recebeu o Diamond Arrow Award 2012, como empresário mais influente na economia moçambicana. Segundo o líder do banco moçambicano, «na perspetiva do BCI, estes prémios representam mais um reconhecimento dos agentes económicos no trabalho desenvolvido pelo banco nos últimos anos, através da concretização de um posicionamento como banco universal de retalho, dirigido a todos os moçambicanos». ‹
Julho 2012 | País €conómico › 15
› NOTÍCIAS
› A ABRIR
Subindo na Pirâmide
Jean-Yves Moiron
Américo Amorim
É o novo CEO e Country Manager em Portugal do BNP Paribas. Expressando o orgulho por liderar a instituição financeira
Primeira Corrida Volkswagen foi um sucesso
francesa em Portugal, onde já está há mais
Correndo por entre automóveis
de um quarto de século, o novo responsável pretende fazer o banco crescer em terras lusas através das onze unidades que possui em Portugal. ‹
Paulo Rita É o novo membro do Comité Executivo da EDAMBA – Associação Europeias de Programas de Doutoramento em Gestão e Administração de Empresas, sendo o primeiro português a ocupar este cargo europeu. O docente do ISCTE tem agora a responsabilidade de contribuir para o intercâmbio entre várias das melhores escolas de gestão europeias. ‹
Ricardo Oliveira É o novo reforço da área comercial da Comstor em Portugal, tendo como principais funções lançar e dinamizar a empresa no nosso país, além de potenciar a venda de soluções Cisco no mercado português. Com 29 anos, o novo responsável da Comstor é licenciado em Engenharia Informática. ‹
16 › País €conómico | Julho 2012
A primeira Corrida Volkswagen realizada no passado dia 24 de Junho, constituiu um verdadeiro sucesso. Cerca de dois mil atletas puderam percorrer um percurso de 10 quilómetros, em que parte dessa distância decorreu ao longo das linhas de montagem de produção de automóveis da fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela. O vencedor na categoria masculina foi Bruno fraga, enquanto o vencedor em femininos foi a atleta Ana Teresa Machado. Para além da prova de atletismo e de uma de marcha, o espaço da Autoeuropa recebeu cerca de 10 mil pessoas numa jornada de portas abertas denominada “Think Blue. Factory”, com a realização de várias atividades de sensibilização ambiental do programa de sustentabilidade ambiental da marca Volkswagen. O objetivo deste programa consiste na redução de 25% até 2018 no que respeita aos consumos de energia, utilização de água e emissões de CO2. ‹
Servdebt com nova sede A Servdebt – Capital Asset Management, empresa de gestão e recuperação de ativos, inaugurou a sua nova sede em Lisboa, localizada na Torre Colombo Ocidente. Nas novas instalações funciona o Centro Operacional da empresa, que já contratou mais de 80 colaboradores desde o início do ano, contando agora com cerca de 200 profissionais qualificados. No presente ano, a Servdebt tem como objetivo atingir uma faturação de cerca de 4,8 milhões de euros, o que representará um crescimento de 92% face a 2011. De referir que a empresa para além da sede em Lisboa, possui também escritórios no Porto e em Madrid. A Servdebt possui atualmente uma carteira de várias tipologias de créditos superior a mil e quinhentos milhões de euros. ‹
Energia em Moura A Lógica, empresa municipal de Moura dirigida à área da energia, em parceria com a Universidade de Aveiro, levou a efeito nos dias 20 e 21 de Junho, um workshop sobre “Os desafios energéticos das infraestruturas de megaciência. O exemplo do projeto SKA”. O evento teve a presença de doze organismos de países como a Alemanha, Estados Unidos, Holanda, Grã-Bretanha, África do Sul, Austrália e Portugal. Para além de diversas palestras e debates, os presentes visitaram também a Central Solar Fotovoltaica da Amareleja, localizada nesta freguesia do concelho de Moura. ‹
O Presidente da Corticeira Amorim continua imparável nos negócios. A aquisição de uma empresa espanhola (de Barcelona) reforça o seu domínio na cortiça a nível mundial. Por outro lado, o empresário reforça também a sua aposta no Brasil, tanto no setor financeiro como no turismo. ‹
Grupo Ascendum entra no México Depois da Espanha, Estados Unidos da América e Turquia, o Grupo Ascendum (antiga Auto-Sueco Coimbra) acaba de anunciar a sua entrada no mercado mexicano. Com esta nova geografia, o grupo espera atingir já em 2016 uma faturação anual de mil milhões de euros. A empresa é atualmente um dos maiores distribuidores mundiais da Volvo Construction Equipment para setores de atividade como a construção, indústria transformadora e extrativa, minas e florestas. A reciclagem bem como os equipamentos para aeroportos, portos e ferrovias são outros dos segmentos em que o grupo se especializou. Em 2011, a empresa atingiu um volume de negócios de 500 milhões de euros e um EVITDA de 62 milhões de euros. Para Ricardo Mieiro, presidente da Comissão Executiva do grupo, «temos uma perspetiva de desenvolvimento para novos mercados onde surjam boas oportunidades de investimento por forma a atingirmos o objetivo estratégico de entrada em novos mercados e atingirmos, até 2016, mil milhões de euros de volume de negócios». Por outro lado, o responsável da Ascendum também explicou a mudança de nome do grupo, sublinhando que a «nova identidade tem como objetivo modernizar a imagem da empresa reflexo de uma aposta estratégica na internacionalização». ‹
GMV na Índia A GMV venceu um projeto na área da gestão de transportes na Índia. Este projeto implica a implementação do Sistema de Apoio à Exploração, que permite uma melhor gestão dos transportes públicos, através da monitorização e controlo da frota em tempo real, e inclui também o fornecimento e integração de 248 torniquetes e portas para o controlo de acessos e validação de passes em 67 estações, o fornecimento e instalação de 120 terminais de venda automática nas cabinas do sistema de transportes públicos de autocarros de Ahmedabad, além de 15 terminais portáteis para inspeção de passes, e toda a infra-estrutura informática e de comunicações. ‹
Mário Vilalva O Embaixador do Brasil em Portugal é um grande entusiasta do reforço e desenvolvimento das relações económicas e empresariais luso-brasileiras. Em duas entrevistas recentes a órgãos da comunicação portuguesa, salientou que o seu país ainda tem muito espaço para mais investimentos portugueses no Brasil. E tem toda a razão! ‹
Diogo Araújo O Presidente Executivo da SOFID foi ao Brasil mostrar as capacidades de uma instituição financeira ainda jovem, mas que já está a desempenhar um importante papel no reforço dos mecanismos de apoio à internacionalização das empresas portuguesas. Os países de língua portuguesa, o Norte de África, China, Índia e América Latina, estão entre as principais prioridades. ‹
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› grande entrevista Joaquim Costa, Presidente de Costa & Carvalho, SA
«Internacionalização da empresa vai começar por Moçambique» Trinta anos depois de se ter constituído, a Costa & Carvalho, SA surge no mercado numa posição relevante. É dentro do sector da construção civil e obras públicas das mais cotadas PME do país. Este facto enche de satisfação Joaquim Costa, presidente desta empresa com sede em Alcobaça, que em entrevista à País €conómico fez questão de sublinhar que uma fatia importante deste sucesso pertence aos 150 colaboradores que diariamente dão o seu contributo à Costa & Carvalho, SA. «É uma equipa coesa e dinâmica, muito profissional, que com muito sacrifício e coragem tem sabido interiorizar os objectivos da empresa, nas boas e horas más», sublinhou Joaquim Costa que nesta entrevista refere-se com ambição ao futuro da sua empresa. «O processo de internacionalização com Moçambique está muito avançado e estamos a limar algumas arestas para que possamos iniciar este processo ainda em 2012», referiu o presidente da Costa & Carvalho, empresa que este ano deverá registar uma facturação superior a 40 milhões de euros.
A
Texto › VALDEMAR BONACHO
Costa & Carvalho, SA com sede em Alcobaça nasceu há trinta anos atrás e é hoje considerada no ramo da construção civil e obras públicas uma PME de sucesso, tudo fruto da dinâmica que o seu presidente, Joaquim Costa, em devido tempo soube imprimir à empresa, transformando-a numa organização respeitada, com forte solidez competitiva, estando hoje posicionada entre as 35 melhores PME’s do país. Em entrevista que concedeu à País €conómico este empresário historiou o início do arranque deste projecto. «Sou uma pessoa que sempre foi ambiciosa, que sempre trabalhou na construção civil, e que sempre desejou criar uma empresa que fosse o espelho das suas ambições. Essa oportunidade surgiu em 1992, e nessa altura o projecto arrancou comigo e com outro sócio, Ilídio Carvalho Maria. Estivemos juntos alguns anos, mas sendo
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
eu uma pessoa desejosa de progredir e fazer cada vez mais, a determinada altura resolvi terminar com esta parceria e chamar a mim próprio os destinos da Costa & Carvalho. A partir de então decidi dar um sentido novo à empresa, rodear-me de profissionais competentíssimos, gente com carácter e vontade de triunfar, e apesar de termos tido pela frente período difíceis e até de alguma intranquilidade no sector, essa nova filosofia que criámos tornou possível projectar a empresa ao patamar que desfruta hoje. Somos uma empresa respeitável e que sabe respeitar acima de tudo as necessidades dos seus clientes, que honra escrupulosamente os seus compromissos, que soube chamar a si ferramentas importantes para poder competir de igual modo (ou até melhor) no mercado onde está inserida, e por minha vontade iremos mais e mais adiante, até porque um dos nossos valores é de-
senvolver a empresa de maneira sustentável», disse Joaquim Carvalho. Ver a crise como uma oportunidade O sector da construção civil e obras públicas já viveu melhores tempos. Ainda há poucos anos, este era um dos sectores de actividade que mais contribuíam para o crescimento do Produto Interno Bruto Nacional (PIB) e que mais emprego gerava em Portugal. Mas apesar da crise que se instalou no sector, a verdade é que a Costa & Carvalho consegue estar num lugar cimeiro neste mesmo sector. Isso deve-se a quê? Joaquim Costa não hesitou na resposta. «Em primeiro lugar o bom ar que se respira na Costa & Carvalho deve-se ao grande sacrifício das cerca de 150 pessoas que trabalham na empresa. Todos eles têm sido inexcedíveis, contribuindo desta
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› grande entrevista forma para que a empresa se torne cada vez mais forte. Como esse sacrifício tem proporcionado os seus frutos, esse facto gera por seu lado uma motivação extra junto daqueles que diariamente dão o seu contributo generoso à Costa & Carvalho. E quando assim é, torna-se mais fácil encarar crises com aquele que ocorre presentemente no sector da construção civil e obras públicas, e encarar o futuro com muito mais optimismo», esclarece Joaquim Costa, que ainda a este propósito sublinhou. «Houve um período na vida da Costa & Carvalho em que as coisas não correram da maneira que mais desejámos. Não me estou a referir concretamente a questões de ordem financeira, que bem ou mal sempre foram ultrapassadas, estou mais a referir-me a obras que tínhamos adjudicadas e que não arrancaram em tempo devido. Esta foi uma situação que se arrastou por algum tempo e que nos complicou um pouco a vida. Por outro lado assistiu-se ao aparecimento de uma certa concorrência desleal, o que me levou a ter de me reunir com os diversos sectores da empresa, dando-lhes conta dessa situação, apelando para que redobrássemos os nossos esforços no sentido de podermos dar a volta à situação. Foram reuniões muito frutuosas que deram excelentes resultados práticos», relembra o presidente da Costa & Carvalho. Atingir mais de 40 milhões em 2012 Prova de que a Costa & Carvalho está a trilhar o percurso certo é a perspectiva que a empresa tem de poder vir a facturar este ano mais de 40 milhões de euros. «Em 2010 o nosso volume de negócios situou-se, se não estou em erro, nos 39 milhões de euros, em 2011 a facturação foi ligeiramente menos porque houve obras que não arrancaram, mas para 2012 estamos a prever um aumento significativo, entre 10 a 15% na nossa facturação, o que fará com que ultrapassemos mesmo os 40 milhões de euros», perspectivou Joaquim Costa. Este empresário parece não dar grande importância ao facto da sua empresa po-
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Construção das Piscinas Municipais de Pataias
der no exercício de 2012 vir a atingir uma facturação superior a 40 milhões de euros. E aproveita mesmo a oportunidade para tecer algumas considerações em redor desta possibilidade. «Quanto a mim não é muito significativo entrarmos nestas previsões, até porque facturar este ano 40 milhões poderá não significar que a empresa ganhe mais dinheiro do que ganhava quando facturava 20 ou 25 milhões. É tudo muito subjectivo. Mas é evidente que todos lutamos para conquistarmos espaço, para termos mais obras e, consequentemente facturarmos mais. Isso quer dizer que todos estamos a “pedalar” bem»,
chamou a atenção o presidente da Costa & Carvalho. Joaquim Costa aproveitaria o ensejo para lembrar que a carteira de encomendas da Costa & Carvalho para este ano ronda os 40 milhões de euros, «mas já temos em carteira para 2013 cerca de 12 milhões de euros, que vão crescer com toda a certeza », justificou. Acreditar no mercado de Moçambique O presidente da Costa & Carvalho revelou-se nesta entrevista um homem optimista, mas também muito realista. Ele não igno-
ra que o sector da construção civil e obras públicas vive momentos muito complicados, agravados ainda com as dificuldades de acesso ao crédito bancário, e sabe que tem de procurar novas formas de luta para poder continuar a conduzir a sua barca a bom porto. «É por isso que estamos com os olhos postos no mercado externo, e Moçambique vai ser o nosso arranque para a internacionalização», revelou. E por falar no mercado externo, Joaquim Costa está consciente da importância que alguns mercados de África podem ter no crescimento da sua empresa. Angola é, por exemplo, uma das economias que
mais têm crescido em todo o mundo, que tem atraído nos últimos tempos muitos empresários portugueses, mas o presidente da Costa & Carvalho está mais inclinado para o mercado de Moçambique, curiosamente uma outra economia em grande pujança e que segundo dados do próprio FMI deverá crescer este ano 7,7 por cento. «O processo de internacionalização com Moçambique está a decorrer muito bem. Tenho realizado algumas visitas àquele país africano e aquilo que me foi dado observar, agradou-me sobremaneira, porque se verifica que há interesse da parte dos governantes moçambicanos em atraírem
investimento português. E isso agrada-me e dá-me alento. Por isso estamos a envidar esforços para que rapidamente se crie a empresa em Moçambique, e se tudo correr dentro da normalidade que desejamos, isso deverá acontecer ainda este ano. As nossas esperanças no mercado moçambicano são muito fortes, e estamos a contar com ele para crescermos muito mais», esclareceu Joaquim Costa. Ainda muito recentemente o presidente da Costa & Carvalho, acompanhado por Victor Lobão, responsável por esta área de negócios, esteve de visita a Moçambique e, curiosamente, foi Victor Lobão, que tal
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› grande entrevista
Construção da EB1 Nº 167 do Bairro Padre Cruz - Lisboa
como Miguel Costa (vogal), e João Callé de Almeida (adjunto da administração, este presente nesta entrevista a Joaquim Costa, interveio para referir um episódio que
a nós também nos parecer extremamente interessante. Sublinhou Victor Lobão que as autoridades moçambicanas têm apreciado muito o interesse que Joaquim
Construção do novo Quartel da Associação Corpo Voluntário de Salvação Pública de S. Pedro de Sintra
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Costa tem manifestado em conduzir pessoalmente este processo de internacionalização com Moçambique, «atitude que nem sempre é seguida por outras empre-
sas portuguesas que desejam entrar naquele mercado», referiu Victor Lobão. A preferência por Moçambique é-nos explicada pelo próprio presidente da Costa
& Carvalho. «Fiz visitas a Angola, Moçambique e a Cabo Verde e, sinceramente, gostei da maneira como as autoridades moçambicanas souberam relacionar-se
Requalificação da Zona Envolvente do Mosteiro de Alcobaça
connosco. Foi uma experiência muito positiva, e isso agradou-nos. Por outro lado Moçambique é um país com muito por fazer ao nível das infra-estruturas básicas e para uma empresa como a nossa isso traduz-se numa oportunidade muito válida. A nossa ideia é intervirmos em Moçambique nas áreas Imobiliária e Obras Públicas». Joaquim Costa fez uma pausa no seu discurso e perante a insistência do jornalista da P€ referiu que o ideal era a Costa & Carvalho conseguir obter nos primeiros cinco anos de presença no mercado moçambicano índices de crescimento idênticos ou aproximados aos que tem tido cá em Portugal. «O que eu queria é que a Costa & Carvalho crescesse em Moçambique na ordem dos dois dígitos, mas também sabemos que isso não será fácil e que não dependerá só de nós. Mas temos muita esperança de que o mercado Moçambique vai ajudar-nos a crescer mais», concluiu o presidente Joaquim Costa. ‹
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› LUSOFONIA › Brasil
Exportações para o Brasil aceleram As exportações portuguesas para o Brasil cresceram 44% entre Abril e Maio do presente ano, segundo indicou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, tendo atingido a cifra de 100,9 milhões de dólares. O valor acumulado pelas exportações portuguesas nos primeiros cinco meses do corrente ano para o mercado brasileiro atingiu os 421,5 milhões de dólares, um acréscimo de 38% face ao período homólogo de 2011. Os principais produtos exportados foram o azeite (mais de 17%), bacalhau (8%), gasolina (8%), fornos industriais (7%) e peras frescas (4%). Já no que respeita às importações de produtos brasileiros, de Janeiro a Maio, entraram em Portugal um volume correspondente a 680,4 milhões de dólares, valor inferior em 25,5% ao registado em igual período do ano passado. Os principais produtos importados do Brasil foram o petróleo (45%), soja (16%) e açúcar (12%). ‹
Vinhos do Douro crescem Os vinhos da região do Douro venderam no primeiro trimestre deste ano mais de dois milhões de euros para o Brasil, mercado que ascendeu à quarta posição mundial entre os que mais adquirem os néctares produzidos na região duriense. No entanto, enquanto os vinhos da região demarcada do Douro exportaram cerca de 1,1 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo de 49% face ao período homólogo, já a exportação do vinho do Porto apenas cresceu 5,2%, atingindo um volume de vendas de 945 mil euros. De referir que no quadro da promoção dos vinhos da região no Brasil, foram promovidas em Junho ações em Brasília e em São Paulo. ‹
SOFID avança para o Brasil Ibéria Expo em Fortaleza Entre os dias 28 e 30 de Novembro próximo, vai decorrer na cidade de Fortaleza, capital do estado brasileiro do Ceará, a Ibéria Expo 2012, certame organizado pela WTM, e que pretende dinamizar as exportações portuguesas e espanholas do setor da alimentação e de bebidas para o Brasil. A realização do evento em Fortaleza, no dizer de Luiz Branco, presidente da WTM, prende-se com o facto da região onde se insere ser a que «proporcionalmente mais cresce no Brasil». O Nordeste, frisa, «é uma porta de entrada no Brasil». ‹
Vista Alegre cresce no Brasil A Vista Alegre Atlantis (VAA), empresa do universo do grupo Visabeira, registou no primeiro trimestre de 2011, um crescimento nas exportações de 17%, com um total de 8,9 milhões de euros, resultado para o qual muito contribuiu o mercado brasileiro, com um crescimento na ordem dos 55%. No Brasil, país onde a VAA reforçou a sua estratégia de internacionalização com a inauguração de um centro de distribuição para apoiar a comercialização dos seus produtos, o volume de negócios cresceu os referidos 55%. A par do Brasil, os restantes mercados com maior crescimento nas exportações da empresa foram a França, Inglaterra e a Moldávia. Já no mercado interno, as vendas caíram 11%, tando registado apenas 4 milhões de euros. ‹
Nonius em São Paulo A tecnológica portuguesa Nonius assinou um contrato para fornecer a solução de gestão de acesso à Internet para o Centro de Negócios e Congressos Transamérica em São Paulo, no Brasil. O Centro reúne o Hotel Transamérica São Paulo e o Transamérica Expostion Center. A Nonius tem a sede na cidade da Maia, e possui igualmente um escritório em São Paulo, onde no início de 2011 lançou uma joint-venture com um parceiro local, na sequência da adoção do mercado brasileiro enquanto área estratégica na expansão do grupo português. A empresa pretende aumentar o valor das suas exportações dos atuais 20% para 80% até 2015. ‹
Banco Luso Brasileiro renova imagem A empresa portuguesa Omdesign foi a responsável pela mudança da imagem do Banco Luso Brasileiro, instituição financeira com sede em São Paulo, e que é presidida por Manuel Tavares de Almeida Filho. Mantendo o verde e o vermelho como cores essenciais, são no entanto apresentadas de forma mais moderna e apelativa. O Banco Luso Brasileiro possui três agências em operação em São Paulo e foi alvo no final do ano passado da entrada de novos acionistas, relevando a participação de Américo Amorim, que é agora detentor de um terço do capital a entidade financeira paulista. ‹
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A SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento realizou a sua primeira missão ao Brasil, que ocorreu entre os dias 18 e 26 de Junho. Liderada por Diogo Gomes de Araújo, presidente executivo da empresa, a SOFID foi dada a conhecer ao seu congénere do BNDES, e esteve representada em vários encontros empresariais luso-brasileiros. Nos seus contatos no Brasil, Diogo Araújo apresentou aos interlocutores os instrumentos financeiros que tem ao dispor dos empresários portugueses, sublinhando a importância do InvestimoZ, um fundo de investimento com 94 milhões de euros para apoiar projetos em Moçambique, e que poderá constituir um recurso muito interessante para projetos empresariais triangulares entre empresas portuguesas, brasileiras e moçambicanas. Por outro lado, o responsável da SOFID apresentou igualmente o LAIF – Facilidade de Investimento na América Latina, gerido pela Comissão Europeia e da qual a SOFID tem o mandato de agir como entidade cofinanciadora para investimentos em toda a região da América Latina. Diogo Gomes de Araújo referiu que se tem «notado um interesse crescente do empresariado português em investir no Brasil, tendo a SOFID aprovado a primeira operação de investimento naquele país, um projeto de 1,5 milhões de euros no setor das novas tecnologias». Neste momento, além deste projeto aprovado para o Brasil, a financeira tem igualmente já projetos aprovados para Moçambique, Angola, Marrocos, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. ‹
Embraer pode reforçar aposta em Évora A empresa brasileira Embraer está já em fase de conclusão das duas unidades industriais que possui em construção junto à cidade de Évora, mas o seu responsável na Europa admite poder reforçar a aposta na cidade alentejana com a construção de uma terceira unidade industrial, embora de menor porte do que as atuais. Segundo Luiz Fuchs, presidente da Embraer Europa, «temos o first refusel (direito de preferência) de outro terreno aqui, mas primeiro vamos iniciar a produção nestas duas fábricas maiores de pois então pensar numa terceira fábrica». A fabricante aeronáutica brasileira, a terceira maior a nível mundial, prevê iniciar a produção já neste mês de Julho, embora a inauguração só esteja aprazada para o próximo dia 21 de Setembro. As duas unidades de Évora vão produzir materiais compósitos, nomeadamente para as caudas dos aviões, e outra de estruturas metálicas, como as asas. Os primeiros componentes a serem produzidos serão destinados aos jatos Legacy e para o cargueiro militar KC-390.
O investimento total rondará os 170 milhões de euros, um valor superior aos 148 milhões de euros inicialmente previstos, além de que deverá criar cerca de 400 postos de trabalho diretos e outros 1.200 indiretos. ‹
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› LUSOFONIA › Brasil Com pequenas e médias empresas portuguesas como alvo principal
Bahia mostrou oportunidades de investimento e de negócios O estado brasileiro da Bahia trouxe uma comitiva de peso a Portugal, liderada por James Correia, Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Governo estadual, e que cumpriu uma vasta agenda de contatos e conferências no nosso país, tendo sempre como objetivo principal o de mostrar o forte potencial de negócios e de oportunidades de investimento naquele que é o maior e mais populoso estado do nordeste brasileiro, sendo a sexta principal economia do Brasil. Em todos os locais por onde passou a comitiva baiana (Castelo Branco, Setúbal (porto), Aveiro, Lisboa, Torres Novas e Leiria), estiveram presentes muitos empresários portugueses, quase todos demonstrando significativo interesse em analisar oportunidades na Bahia.
A
Texto › JORGE Alegria
Bahia é o maior e mais populoso estado do nordeste brasileiro. No território que tem a cidade de Salvador (primeira capital do Brasil) como capital estadual, vivem mais de 14 milhões de pessoas, transformando a sua economia na primeira do próprio nordeste e na sexta maior do Brasil. Os 93 mil milhões de dólares do PIB baiano é equivalente ao de muitos estados, como é o caso da europeia Bulgária, além de que o tamanho do território estadual é superior ao da França. Um território, afirmam os responsáveis governamentais, que possui inegáveis e comprovadas riquezas minerais, que já começou a ser explorado, mas que ainda possui muito potencial para ser devidamente aproveitado (aliás como comprovou a própria Companhia Baiana de Pesquisa Mineira em conferência realizada em Maio em Portugal), além do próprio potencial agrícola, turístico e industrial. Existem já um relevante conjunto de empresas portuguesas a operarem na Bahia, de que se destacam as relacionadas com as áreas turística (Pestana, Vila Galé e Tivoli), indústria (Durit, Moldit, Cotesi e Cordebrás) e construção (Martifer, Grupo Lena e Ramos Catarino). Aliás, é de sublinhar o fato de ser a Martifer a construir a estrutura metálica da cobertura do es-
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
tádio Fonte Nova, a arena desportiva que receberá em 2014 os jogos em Salvador da Copa do Mundo. Os turistas portugueses representam presentemente 4,5% dos turistas internacionais que aportam à Bahia. Já foram mais, ainda assim é considerado de enorme importância no relacionamento entre os dois lados do Atlântico a existência do voo diário entre Lisboa e Salvador, fato potenciador de negócios, investimentos e turismo entre a Bahia e Portugal. Governo da Bahia apoia investimento português Mas, o Governo da Bahia na pessoa do secretário James Correia veio a Portugal apelar a novos investimentos dos empresários portugueses no seu estado, com um foco bastante direcionado para as pequenas e médias empresas, «muitas certamente com um expertise de alto nível e que muito poderão ajudar a desenvolver e a fortalecer a economia da Bahia, fortalecendo-se igualmente cada uma dessas empresas portuguesas que apostarem no nosso estado, pois a Bahia é um dos estados brasileiros que mais cresce, além de que o governo estadual liderado pelo Governador Jacques Wagner, bastante articulado anteriormente com o Presidente Lula da Silva, e agora com a Presidente Dilma
Rousseff, tem desenvolvido um conjunto de políticas que fomentam o empreendorismo e os investimentos, além de garantir uma segurança jurídica impecável a todos os que investem na Bahia», enfatizou o responsável governamental baiano, que além de uma conferência na Associação Comercial de Lisboa, reuniu-se também com a AIP e com a CIP. Os principais segmentos económicos do atual desenvolvimento da Bahia são essencialmente a energia (com realce para a energia eólica e o petróleo), o setor petroquímico (em Camaçari, próximo de Salvador, está instalado o principal polo petroquímico da América Latina), o setor têxtil, o agronegócio, o turismo e o setor da construção. Ricardo Vieira, diretor de Desenvolvimento e Relações Internacionais da Secretária da Indústria, Comércio e Mineração do governo baiano, a quem coube explanar nos diversos locais percorridos em Portugal, as potencialidades do estado brasileiro, sublinhou o conjunto de importante investimentos que as autoridades federais, estaduais e municipais estão concretizando na Bahia, referindo concretamente ao Porto Sul, em Ilhéus, para onde desembocará a nova via-férrea oeste-leste que ligará transversalmente o território brasileiro, e que permitirá trazer as produções mine-
rais e do agronegócio do interior baiano para os locais de transformação, valorização e eventualmente de exportação no já referido Porto Sul. O responsável pelas relações internacionais da secretaria da indústria do governo baiano destacou também a importância dos investimentos infraestruturais nos setores eólico e naval, referindo o quanto isso constitui oportunidades para a indústria portuguesa, conhecida que é a sua capacidade e qualidade em ambas as áreas referidas. Turismo e agronegócio Os 1.188 quilómetros de costa do litoral baiano (o maior do país) constitui outro grande potencial para o aproveitamento turístico. Se é certo que já existem grupos portugueses instalados com importantes projetos, ainda existem áreas de elevado potencial para novos investimentos turísticos. Responsáveis governamentais da Bahia admitiram à País €conómico a possibilidade do empresário português
Américo Amorim investir no litoral da Bahia com importantes projetos turísticos. De referir que esses mesmos responsáveis também manifestaram a esperança de que se venha a concretizar pela parte da portuguesa Imocom do projeto de construção do futuro Hotel Hilton em Salvador. A País €conómico acompanhou a delegação da Bahia nas suas apresentações em Castelo Branco, Setúbal (porto), Lisboa e Torres Novas. Em todas as conferências assistiram um conjunto bastante assinalável de empresários, mostrando um interesse significativo pelas oportunidades anunciadas pelo governo baiano, sendo de sublinhar o testemunho de alguns já com presença atual naquele estado do nordeste brasileiro. A este respeito, é de referenciar a presença na delegação da Bahia a Portugal de António Coradinho, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, sempre disponível para dialogar e esclarecer os empresários portugueses e sublinhando o
interesse e a disponibilidade da Câmara a que preside para encaminhar os empresários portugueses na Bahia ao encontro dos melhores parceiros e para os apresentar às autoridades institucionais do estado, assegurando assim uma articulação mais eficiente para melhor enquadrar as necessidades dos empresários portugueses que decidam apostar na Bahia. De referir que esta conjugação entre as entidades da Bahia na disponibilidade para apoiarem os empresários portugueses, esteve igualmente patente em todas as intervenções de João Marcelo Alves, Superintendente de Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, que mostrou completa disponibilidade para acompanhar os empresários lusos em tudo o que seja necessário para realizarem negócios neste estado brasileiro. Por outro lado, António Coradinho não deixou ainda de aproveitar a oportunidade para divulgar a V Conferência de Negócios que vai decorrer de 19 a 21 de Outubro próximo em Salvador, evento
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› LUSOFONIA › Brasil
Conferência no Nercab em Castelo Branco
organizado pela Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, e que servirá fundamentalmente para estimular, e em alguns
casos concretizar, a realização de negócios concretos entre empresários baianos e portugueses, pois foi destacado a impor-
James Correia, Secretário da Indústria do Governo da Bahia, com a Administração do Porto de Setúbal
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tância do estabelecimento de parcerias nos negócios empresariais entre os dois lados do Atlântico como a forma mais eficaz de se estabelecer e desenvolver no mercado brasileiro. O presidente da Câmara Portuguesa apelou à atenção dos empresários portugueses para o potencial da Bahia, enfocando sobretudo na área do agronegócio e até deu o exemplo da existência de um rebanho de ovinos e caprinos de 12 milhões de elementos, mas não existir o devido aproveitamento do leite e da lã produzidas. «Existem empresas destes setores em Portugal com grande expertise para aproveitar este potencial», referiu. Discurso que foi muito escutado sobretudo em Castelo Branco (Nercab) e em Torres Novas (Nersant), pelo que poderão existir novidades dentro em breve nesta área apurou a País €conómico junto de fontes de ambas as associações empresariais regionais da Beira Baixa e do Ribatejo, respetivamente. ‹
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› LUSOFONIA › Brasil O estado brasileiro da Bahia veio mostrar-se uma vez mais a Portugal, num esforço institucional e empresarial concertado para apresentar as suas potencialidades aos empresários portugueses. Um dos membros da delegação baiana que esteve em Portugal foi António Coradinho, português que vive há 33 anos na Bahia e que preside à Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia. Em entrevista exclusiva à País €conómico, o responsável luso-brasileiro abordar as grandes potencialidades e oportunidades existente na sexta maior economia do Brasil e entende que as afinidades linguísticas e culturais constituem uma oportunidade de aprofundamento dos negócios e do comércio entre os dois lados do Atlântico. O V Seminário de Negócios que em Outubro acolherá empresários baianos e portugueses poderá constituir um forte impulso para o crescimento desse relacionamento. Texto › JORGE Alegria
Porque é que a Bahia veio a Portugal mostrar as suas potencialidades e desejar que as empresas portuguesas as possam aproveitar?
A Bahia é um estado cheio de oportunidades e de contrastes. Ao mesmo tempo que tem o maior Parque Petroquímico integrado da América do Sul, onde produz produtos de primeira e segunda geração,
| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
como resinas plásticas, matérias-primas para detergentes, cosméticos, sabões, etc., não tem indústrias de terceira geração para fechar o ciclo produtivo, isto é, vende as matérias-primas para os estados do sul (S. Paulo, Paraná e Minas Gerais) e compra produtos acabados, a partir das matérias-primas antes vendidas. Portugal possui indústrias de ponta de terceira ge-
ração. Pode aproveitar as matérias-primas produzidas no estado e transformá-las em produto final, como embalagens, cosméticos, material de construção, material de limpeza, entre outros produtos. De igual forma, no setor do agronegócio, a Bahia é um grande produtor de comodities agrícolas, mas não possui indústrias de beneficiamento e processamento
António Coradinho, Presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Bahia
A Bahia tem muito para oferecer às empresas portuguesas 30 › País €conómico | Julho 2012
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› LUSOFONIA › Brasil destes produtos para aumentar a escala de valor. Mais uma vez Portugal tem expertise neste segmento, que poderá aplicar na Bahia. Apresentamos o exemplo do nosso rebanho de ovelhas, estimado em 12 milhões de cabeças, mas sem uma indústria de aproveitamento da lã e do leite. Devo esclarecer que estas oportunidades estão abertas para qualquer investidor de qualquer país. Mas como português e presidente da Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, estou empenhado em que investidores portugueses cheguem primeiro e aproveitem as oportunidades. Esse tem sido o meu foco de atuação. Temos que aproveitar a afinidade linguística, cultural e intelectual que nos unem para aproximar mais no campo dos negócios. Qual foi a recetividade encontrada?
A recetividade foi de um modo geral excelente. A delegação saiu encantada de Portugal com o que viu. Adquirimos novos parceiros para trabalhar a favor das empresas portuguesas. Expertise português pode fazer a diferença Em que setores de atividade considera existirem maiores possibilidades de investimento português na Bahia?
Como referi na resposta à sua primeira questão, os setores onde existem maiores possibilidades de investimento português e serão a pauta do nosso seminário de Outubro próximo, são, respetivamente, a indústria metalomecânica para a indústria naval, a indústria de material de construção e embalagens, a indústria das energias renováveis e o agronegócio. Estes são os segmentos que entendemos com maiores possibilidades de aproveitarem as matérias-primas já produzidas no estado da Bahia. Quais poderão ser os apoios aos investidores portugueses que apostem na Bahia?
Os investidores portugueses através de parcerias locais, têm acesso a linhas de financiamento de instituições locais de até 40% do projeto. Existem também isenções fiscais dependendo do tipo de indústria e o local onde se vai instalar. Estas isenções são mais acentuadas para as empresas se instalarem no interior do estado na zona do semi árido. Existem também instituições portuguesas como a Sofid que financia a internacionalização de empresas portuguesas. Do ponto de vista do treinamento e orientação empresarial existem instituições que apoiam a instalação de empresas, como a FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia e o Sebrae. Quais as melhores formas para os empresários portugueses abordarem o mercado da Bahia?
A Câmara Portuguesa da Bahia está afinada com a FIEB e com a Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia. Estas são instituições que o empresário precisa de contatar
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para se instalar. A função da Câmara neste caso é o de orientar e encaminhar o empresário para a instituição correta. A Câmara Portuguesa pode orientar o investidor O que é que a Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Bahia, poderá fazer para colaborar no aumento do investimento e do comércio português para a Bahia?
A Câmara Portuguesa na Bahia identifica as oportunidades e repassa ao possível investidor português. Um dos motivos das minhas viagens foi criar um banco de dados de tecnologias, produtos e investidores portugueses que preencham as necessidades do mercado baiano. Mas acreditamos que conhecendo um investidor pessoalmente, criamos uma sinergia altamente favorável aos negócios. Quais são as principais empresas portuguesas já presentes no mercado baiano?
As empresas portuguesas presentes no mercado baiano são de diversos ramos de atividade como sejam na metalomecânica (Durit e Immec), moldes (Moldit), hotelaria (Pestana, Vila Galé e Tivoli), construção (Lena, Ramos Catarino e Martifer), indústria do sisal (Cordebrás e Cotesi) e incorporadoras (Imbassai Participações e Desing Resorts). Como perspetiva o Encontro de Negócios que a Câmara Portuguesa vai levar a efeito na Bahia entre os próximos dias 19 e 21 de Outubro?
Temos como perspetiva na realização do V Seminário de Negócios, cujo tema é “Unindo Forças – Quebrando Fronteiras”, trazer os investidores portugueses para se encontrarem com os parceiros baianos para a concretização de bons negócios. Estamos trazendo para participar todas as instituições da Bahia que de alguma forma façam parte do processo para a concretização do investimento, ou seja, o Governo do Estado, a FIEB, instituições de financiamento como a Desenbahia e BNB – Banco do Nordeste, o Ibama – Instituto do Meio Ambiente, além do CRA – Conselho Regional de Engenharia. Estarão igualmente participando no encontro, os nossos associados nas áreas de serviços e apoio como empresas de advocacia, contabilidade, transporte, logística, importação e exportação, hotéis, entre outros. Estaremos também convidando instituições portuguesas como a Aicep, AIP, CIP e Sofid, de forma a termos um comprometimento com o empresariado português e seus investimentos. Estaremos enviando um convite ao Ministro Paulo Portas, porque achamos que os estados do Brasil de dimensões e PIB igual a grandes países, como é o caso da Bahia, devam ser prestigiados ao nível do estado português e assim promover os bons negócios fora do eixo S. Paulo/Rio de Janeiro. ‹
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› AMBIENTE Octávio de Almeida, Administrador Executivo das Águas de Santo André
«A nossa principal vocação é servir a indústria» Constituída há 11 anos a Águas de Santo André, do Grupo Águas de Portugal, tem uma função especial: satisfazer as necessidades das empresas localizadas na Zona Industrial e Logística de Sines em termos de fornecimento de água potável, águas industriais, efluentes, e resíduos sólidos. Em entrevista que concedeu à País €conómico, Octávio de Almeida dá conta do apoio que a sua empresa presta às empresas ali instaladas e revela que mais de 90 por cento da facturação das Águas de Santo André provém de serviços a esta indústria, e sublinha que a tendência é para essa facturação suba ainda mais.
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Texto › VALDEMAR BONACHO
Águas de Santo André é, há 11 anos, a empresa concessionária do sistema de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público, de recolha, tratamento e rejeição de efluentes e de recolha e destino final de resíduos sólidos de Santo André e, segundo Octávio de Almeida, seu administrador executivo, este é um processo que em termos globais se tem desenvolvido muito bem. «Os investimentos que estavam previstos no contrato de concessão não foram todos realizados, até porque uma parte significativa era para ser levada a cabo pela tutela. Ao contrário da maior parte das empresas, nós apanhamos umas infra-estruturas já completamente prontas, digamos que tivemos uma herança global com uma Estação de Tratamento de Água muito grande, com uma ETAR igualmente a funcionar e muito grande e com aterro sanitário. E com captações de água subterrânea para abastecimento de água potável. Portanto, a empresa foi criada em 2001, herdámos um património vastíssimo do INAG que era a entidade que geria as infra-estruturas antes das Águas de San-
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
to André, que originalmente tinham sido construídas pelo Gabinete da Área de Sines. E estava previsto no contrato de concessão o Estado fazer alguns investimentos novos e fazer grandes operações de manutenção das infra-estruturas que já estavam em funcionamento, para o seu estado de conservação se mantivesse como novo. Mas na prática isso nunca aconteceu», relata Octávio de Almeida para lembrar que todos os investimentos (e até 2010 eles foram relativamente reduzidos) que foram até agora feitos nas Águas de Santo André «foram feitos exclusivamente pela empresa». Apoiar a Zona Industrial e Logística de Sines A Águas de Santo André foi constituída fundamentalmente para satisfazer as necessidades das indústrias localizadas na Zona Industrial e Logística de Sines – ZILS em termos de água potável, água industrial, efluentes e resíduos industriais. «A empresa existe fundamentalmente para levar a cabo essa tarefa», referiu Octávio de Almeida. E quando perguntámos a este responsável qual era o tipo de in-
tervenção das Águas de Santo André na ZILS, este disse: «É evidente que damos o nosso contributo naquilo que é a nossa responsabilidade. Fornecemos-lhes água potável, muita água industrial, até porque temos ali instalado meia dúzia de grandes empresas. Fornecemos tratamento de água residual e industrial, tratamento de água residual doméstica, fazemos o encaminhamento para destino final de água salina, e resíduos sólidos industriais». A Águas de Santo André é das mais pequenas empresas do Grupo Águas de Portugal em termos de número de empregados, mas não é pequena em termos de outros indicadores. «Esta empresa quando se constituiu não foi fundamentalmente para tratar do abastecimento domiciliário à população de Santo André, foi mais para as indústrias, e este faz com que sejamos um sistema diferente. Só para dar um exemplo, mais de 90 por cento da nossa facturação relaciona-se com as indústrias que aqui estão instaladas. Este ano já ultrapassamos os 90 por cento porque está a arrancar uma nova fábrica – a Artelant – que irá
fabricar garrafas em plástico. Esta é uma unidade fabril que arrancou nos últimos dias de 2011 e vai ser ali o nosso segundo maior cliente. A participação da indústria na nossa actividade é cada vez mais significativa. Por outro lado sabemos do interesse de várias empresas que querem instar-se nesta ZILS e com isso espera-se que a nossa intervenção em termos da prestação de serviço venha ainda a crescer mais», sublinhou o administrador executivo das Águas de Santo André. Caso se confirme a instalação destas empresas na ZILS, as Águas de Santo André estão aptas a prestar-lhe o apoio que elas necessitam em termos de água potável, águas industriais, efluentes e resíduos sólidos industriais? Octávio de Almeida diz
que sim. «No ponto de vista do abastecimento de água e no ponto de vista do tratamento de águas residuais nenhum projecto que neste momento esteja a ser equacionado ficará inviabilizado por razões de não haver água industrial ou não haver tratamento de água residual. Até porque em projectos desta natureza, e isso aconteceu recentemente com a nova fábrica da Petrogal que está também em fase de arranque e que vai produzir gasóleo, desde que haja a decisão para que façamos o fornecimento destes serviços (e aqui há quase sempre um hiato de 2 a 3 anos até que a fábrica entre em laboração), nós estamos preparados para o fazer já que neste momento a nossa capacidade é excedentária em termos de tratamento
de água industrial e tratamento de águas residuais industriais», sublinhou o administrador executivo das Águas de Santo André, para este propósito dizer ainda que «não há qualquer limitação de instalação de indústrias em Sines por razões daquilo que nós fornecemos». Em 2010, e em relação ao abastecimento de água a Águas de Santo André registou 23,5 milhões de metros cúbicos de água captada e 27 mil pessoas servidas, e em termos de águas residuais tinham sido tratados 4,5 milhões de metros cúbicos e 48 mil pessoas servidas em Santo André e Sines. Perante estes números Octávio de Almeida fez questão de referir: «São valores consideráveis, mas a nossa vocação é a indústria». ‹
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› EMPRESARIADO José António Amador, Presidente da Mútua dos Pescadores
«Temos uma experiência mutualista que vem desde 1942» Esta seguradora sem fins lucrativos nascida em Julho de 1942 iniciou a sua atividade no setor das pescas e com o tempo transformou-se na maior associação portuguesa do setor marítimo, com cerca de 16 mil associados. Digamos que 2004 foi um ano de viragem no seio da Mútua dos Pescadores ao adotar a forma cooperativa, transformando-se assim na primeira e única cooperativa portuguesa de utentes de seguros e passando a participar ativamente nas estruturas federativas do sector cooperativo e social. Em entrevista à País €conómico José António Amador, presidente da Mútua dos Pescadores enalteceu a história desta entidade, sublinhando que ela continua muito atenta a tudo o que se vai passando no setor das pescas e à sua evolução, «Cá estaremos para dar resposta a todos os problemas que nos sejam
o seguro marítimo por norma não dá, e que agora é obrigatório para embarcações com mais de 300 toneladas de arqueação bruta, é um dos exemplos de evolução que estão dentro dessa estratégia de objetivos que a Mútua dos Pescadores presenteou os seus 16 mil associados. «No ano em que a Mútua dos Pescadores foi constituída – em 1942 – nasceram mais outras mútuas, todas elas já extintas. A Mútua dos Pescadores é uma seguradora da Pesca que continuou até 25 de Abril de 1974 sem fins lucrativos, e que depois daquela data histórica se transformou rapidamente na maior associação portuguesa do setor marítimo, nesta altura com cerca de 16 mil associados. A proximidade da Mútua é abrangente. Abrange todo o Continente, Açores e Madeira, dispondo para o efeito de 15 balcões e cerca de 200 colaboradores em todo este espaço geográfico. Trabalhamos também com as associações dos respetivos setores, privilegiando a
classe», sublinhou José António Amador, que é presidente da Mútua dos Pescadores desde 2004, «apesar de ser membro dos Órgãos Sociais desde 1981». Dirigida por um coletivo de 100 associados José António Amador recorda que depois de 25 de Abril de 1974 a Mútua dos Pescadores passou a ser dirigida por um colectivo de 100 associados (pescadores e armadores) eleitos de 4 em 4 anos, segundo o princípio “um homem um voto”, assentando toda a atividade da empresa na estreita ligação aos associados e às comunidades e no estímulo à sua participação nas decisões e iniciativas. «Temos 6 Conselhos Regionais, e para além desta ainda temos um Conselho Consultivo e a Assembleia Geral», lembrou José António Amador. Tem sido difícil o percurso que a Mútua dos Pescadores já leva na sua história? «Aqui na Mútua temos algumas preocu-
pações. Tentamos sempre inovar e melhorar as nossas prestações de modo a podermos acompanhar as exigências dos tempos atuais onde a competitividade é muito forte, e além disso a Mútua tem a responsabilidade de ser especialista neste setor de atividade. Há aí no mercado companhias de seguros que não conhecendo este setor, agem como se o conhecessem. Que por vezes nos criam algumas dificuldades ao exibirem taxas irrealistas que só prova que não conhecem o setor da Pesca. Estamos a falar de taxas irrealistas, tecnicamente abaixo daquilo que seria de esperar, e isso, como é óbvio preocupa-nos, e preocupa os próprios pescadores», sublinhou o presidente da Mútua dos Pescadores. A Mútua dos Pescadores tem hoje ao dispor dos seus associados, pescadores e armadores, uma panóplia de produtos específicos que abrangem áreas como: Acidentes de Trabalho, Acidentes Pessoais,
colocados, apresentando soluções novas que se adaptem as exigências dos tempos modernos». Texto › VALDEMAR BONACHO
| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
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Mútua dos Pescadores iniciou a sua atividade em 1942, em pleno Estado Novo, mas soube sempre acompanhar a evolução dos tempos e as suas exigências, e hoje é uma entidade dotada de todos os requisitos necessários para competir de igual para igual num mercado globalizado onde as marcas da qualidade e inovação têm permanecido sempre e de uma forma vincada nesta caminhada que este mês comemora 70 anos. Nesta entrevista com José António Amador, presidente da Mútua dos Pescadores, e a que assistiu também Adelino Cardoso, Director Técnico e de Marketing, reviveram-se as principais etapas deste percurso da Mútua dos Pescadores, mas não foram esquecidos os objetivos – que ainda são muitos – que esta seguradora do mar deseja concretizar no futuro, que é já hoje. A garantia de P&I (Proteção e Indemnização) que a Mútua disponibiliza e que é uma cobertura que dá garantia que
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› EMPRESARIADO
Compensação Salarial, Perda de Haveres, Multipesca, Seguropesca XXI, Marítimo/ Pesca, e Multirriscos PME. «Temos nesta altura o Ponto Seguro e estamos em condições de realizar toda a qualidade de seguros, Aqueles que a Mútua dos Pescadores por lei não poder fazer, são colocados por nós noutras companhias», revelou José António Amador. A possibilidade de a Mútua com o tempo poder vir a perder alguns associados também é uma preocupação de José António Amador. «Essa também é uma preocupação nossa e é uma preocupação das organizações. De facto, quando entrámos na Comunidade Económica Europeia, isto em 1986, nós tínhamos à volta de 42 mil pescadores e tínhamos 18 mil embarcações. Nesta altura os números que nos dão dizem que temos pouco menos de 9 mil embarcações e 17 mil pescadores. Pensamos nós que dificilmente este número se irá reduzir, mas é preciso esperar para ver. Nós fomos um país que abateu mais em-
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barcações do que estava previsto, e hoje, o que é curioso, aqueles que incentivaram o abate destas embarcações são os que nos chamam a atenção para as potencialidades que o Mar nos pode proporcionar para a recuperação da nossa economia », reforçou o Presidente da Mútua dos Pescadores. A Mútua dos Pescadores está muita atenta às questões sociais e culturais, e nestas iniciativas está sempre junto dos pescadores. Levantada esta questão, foi Adelino Cardoso, Diretor Técnico e de Marketing da Mútua a dar alguns esclarecimentos. «Os pescadores merecem tudo isto e muito mais. Por vezes o pescador pode ser um bocado brusco no falar, mas isso por norma é consequência do meio onde foi criado e onde se relaciona. Está habituado a trabalhar em condições adversas, a enfrentar o rigor dos invernos. São pessoas que merecem que se faça tudo por eles, e da parte da Mútua essa esforço tem existido», referiu Adelino Cardoso.
Em 2007 a Mútua dos Pescadores foi considerada a 2ª maior seguradora Não Vida em Portugal, mas desconhece-se se esta posição se mantém. Foi Adelino Cardoso que ajudou a esclarecer esta questão. «Tudo depende dos critérios. A revista que faz essa apreciação a partir daquela data alterou os critérios de valorização e deixou de dar uma atribuição como aquela que deu em 2007. Avalia as companhias em determinados aspectos económicos e financeiros, mas deixou de dar esta classificação como dava naquela altura. Mas para nós foi muito importante termos sido a 2ª maior companhia Não Vida em Portugal em 2007 porque foi uma avaliação muito baseada na solidez financeira das empresas. Factores como a solvência, margens de solvência, capitais próprios, reservas matemáticas ou seja aquilo que nós temos de por de parte, tudo isto definia a solidez financeira que a Mútua dos Pescadores tinha e ainda tem hoje». ‹
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› EMPRESARIADO António Trigueiros de Aragão, Administrador da Fábricas Lusitana, dá a receita para os tempos de crise
Empresas têm de manter a qualidade dos seus produtos
Os tempos são de crise, mas a Fábricas Lusitana, quase centenária empresa de Alcains, concelho de Castelo Branco, mantém um percurso imaculado e resiste às dificuldades. António Trigueiros de Aragão, administrador da empresa, assume a trajetória de «tranquilidade, trabalho e muita confiança» na relação com o mercado português, pois as marcas Branca de Neve e Espiga, constituem baluartes firmes e rochedos bem destacados nos hábitos alimentares dos portugueses e de povos de outras latitudes. Como sejam de angolanos, cabo-verdianos e de vários povos europeus e norte-americanos. Qualidade, inovação e lançamento de novos produtos constituem os ingredientes fundamentais numa estratégia vencedora de uma empresa que considera importante possibilitar às empresas do interior as condições indispensáveis à sua laboração e competitividade. O que «nem sempre acontece», lamenta António Trigueiros de Aragão, que adianta logo que a empresa que lidera se manterá firme e em desenvolvimento porque «acreditamos que o interior do país também pode ter empresas vencedoras. A história da Fábricas Lusitana é um exemplo digno disso mesmo», enfatizou.
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Texto › JORGE Alegria
crise económica que Portugal atravessa tem naturalmente afetado o nível do consumo das famílias portuguesas, com reflexos negativos mesmo no setor alimentar, afetando com isso as vendas das empresas que se situam nesses segmentos. A Fábricas Lusitana, conhecida pelo fabrico das marcas Branca de Neve e Espiga, não deixou de ser afetada pelo clima económico difícil do país, mas a empresa apostou na manutenção dos elevados níveis qualitativos que sempre distinguiram os produtos dessas marcas ao longo das décadas que permitiram formar o seu prestígio e confiança junto dos consumidores portugueses. António Trigueiros de Aragão sublinha que uma primeira atitude de uma empresa num mercado em recessão, como o português, é manter a serenidade e pug-
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nar pela manutenção dos níveis de qualidade em tudo o que produz. No fundo, sublinha, «é preciso uma atitude completamente profissional de toda a estrutura empresarial, uma forte solidariedade entre toda essa estrutura, e um acreditar que a manutenção desses níveis de profissionalismo será a melhor forma para manter os rácios de produtividade, qualidade e vendas e assim colocar a empresas nas melhores condições para depois aproveitar os tempos de retoma económica e consequentemente de maior consumo das famílias». Com 90 anos de existência «a Fábricas Lusitana já passou por várias crises económicas do país, e certamente que atravessará outras crises no futuro. Mas temos um espírito de corpo interno muito bom, muito solidário como referi anteriormente, e
que abrange toda a empresa, tanto as 65 pessoas que trabalham na fábrica de Alcains, como as que trabalham em Lisboa e no Porto», referiu o administrador da empresa. No ano passado, o volume de negócios da Fábricas Lusitana atingiu cerca de 16 milhões de euros, que redundaram em resultados positivos para a empresa e para os seus accionistas. Estes resultados foram obtidos ainda assim, adianta António Trigueiros de Aragão, «apesar do gravoso aumento das matérias-primas com que trabalhamos e que no caso concreto do trigo aumentou de forma exponencial». O aumento dos custos dos transportes para colocar os produtos saídos da fábrica de Alcains nas prateleiras dos locais de consumo também sofreram aumentos fortes, destacando o responsável da empresa a
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› EMPRESARIADO País €conómico que está a preparar um novo produto que aparecerá dentro em pouco no mercado e que vai de encontro às necessidades e expetativas deste.
introdução de portagens na A23 (auto-estrada da Beira Baixa) assim como os custos com o transporte ferroviário, factor cada vez mais periclitante devido à insuficiência deste meio de transporte em virtude da ocorrência das frequentes greves que atingem a CP. Como lutar então num cenário adverso para manter quota de mercado e atingir resultados positivos? Em primeiro lugar
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pela manutenção da referida tranquilidade e pela continuação do empenho na qualidade da produção que sai da fábrica de Alcains, próxima de Castelo Branco. As empresas, sublinhou o administrador, «precisam de eliminar “gorduras” nos custos mas sem nunca descurar ou diminuir a sua qualidade, pois essa é a melhor relação de confiança que estabelecem com os consumidores. E nós, na Fábricas Lu-
sitana, com essa profunda e profícua relação estabelecida no decorrer de 90 anos, continuamos fortemente empenhados em manter e até reforçar essa relação de confiança com um mercado que sempre confiou em nós e nos concedeu o seu carinho e apoio em todos os momentos». Por outro lado, adianta António Trigueiros de Aragão enfoca que a empresa tem desenvolvido o seu know how em termos de inovação e de lançamento de novos produtos ou de novas combinações no mercado. Por exemplo, acrescentou, «temos desenvolvido alguns produtos na área dos preparados e sobremesas, até porque possuímos uma larga experiência na preparação de sobremesas para vários operadores que atuam nos mercados nacional e em vários a nível internacional». Por outro lado, o responsável da empresa adiantou igualmente que foram lançadas recentemente oito novas gamas de farinhas para as máquinas de pão e «onde aplicámos todo o nosso know how em termos de investigação e desenvolvimento». O administrador aproveitou a ocasião para informar o mercado através da
Exportações crescem No entanto, a empresa desenvolve uma forte atuação nos mercados externos com o firme propósito de dinamizar as exportações, tanto no segmento das farinhas, como nos últimos tempos igualmente no campo dos óleos alimentares. António Trigueiros de Aragão sublinha a importância das exportações para o mercado angolano, referindo que a modernização dos circuitos de distribuição alimentar neste país africano, com o surgimento de novas áreas comerciais particularmente de novos hipermercados possibilitaram a expansão de produtos mais sofisticados. Vender a farinha Branca de Neve nas modernas superfícies comerciais angolanas tem emprestado uma grande satisfação aos responsáveis da empresa portuguesa. Por outro lado, além do mercado angolano, os produtos saídos da fábrica de Alcains também já começam a estar presentes em cabo Verde e poderão chegar brevemente também ao mercado moçambicano, embora António Aragão não estabeleça prazos para isso acontecer. Aliás, o mesmo acontece com o mercado brasileiro, onde referiu que as exportações ocorrem de forma esporádica, mas considera o Brasil um mercado de forte potencial e muito importante no futuro para a Fábricas Lusitana. No entanto, sempre foram os mercados europeus, sobretudo aqueles para onde se dirigiu a emigração portuguesa, os que mais relevam nas exportações da Fábricas Lusitana. As exportações tanto são feitas diretamente para as unidades de distribuição alimentar, como noutras ocasiões são dirigidas para players que atuam nesses mercados de forma segmentada e especializada. O responsável da empresa albicastrense mencionou também a importância das exportações para os Estados Unidos e para o Canadá, efetuadas para operadores locais que depois fazem chegar os produtos aos locais de distribuição alimentar. ‹
Na presidência do Nercab
Puxar pelos empresários de Castelo Branco
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ecentemente, António Trigueiros de Aragão assumiu em representação da Fábricas Lusitana, a presidência do Nercab – Associação Empresarial da Região de Castelo Branco. O novo presidente do organismo que defende os interesses empresariais da região da Beira Baixa lembra que o Nercab sempre se notabilizou pelo importante papel desempenhado na promoção da economia regional, e pela articulação com os tecidos institucional e social da própria região. O Nercab representa as empresas de onze concelhos do distrito de Castelo Branco. Para além de manter o foco na sua tradicional atividade na área da formação empresarial e na tomada de posições em defesa dos seus associados e da própria economia da região, António Trigueiros de Aragão, em declarações à País €conómico, referiu que o organismo que passou recentemente a liderar precisa de aglutinar melhor as empresas da região para se realizar uma maior aposta nos segmentos empresariais que possam constituir uma mais-valia no desenvolvimento económico do distrito de Castelo Branco e do próprio interior do país. O novo presidente aponta os exemplos do turismo, da floresta e do agronegócio, assim como aproveitar a centralidade da região no contexto nacional e ibérico para conferir uma maior importância logística e económica à região. Por isso, defende, é preciso apostar de forma articulada entre empresas e autoridades institucionais nesses setores, valorizando as grandes potencialidades da região e as suas oportunidades em termos de produtos e empresariais. Formatar rotas e produtos turísticos, apostar na sua promoção e divulgação, além de atrair cada vez mais turistas internacionais para a região, constitui uma das prioridades da nova direção do Nercab. O organismo presidido por António Trigueiros de Aragão pretende igualmente posicionar melhor a região em termos de internacionalização, aproveitando a já referida centralidade nos contextos nacional e ibérico, mas igualmente com a aposta numa maior relação com outros mercados, incluindo os países de expressão portuguesa. Não foi por acaso, que no passado dia 19 de Junho, e perante um vasto conjunto de empresários da região, desenrolou-se nas instalações do Nercab uma conferência sobre oportunidades de negócio no estado brasileiro da Bahia, demonstrativo do interesse de muitos associados em explorar o potencial de negócios e de investimento entre aquele estado do nordeste brasileiro e a região de Castelo Branco. ‹
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› EMPRESARIADO Nuno José Soares, Presidente executivo do Grupo Mailtec
Líder nacional de produção de correio Constituída em 2000 e adquirida pelo Grupo CTT em 2005, a Mailtec cedo assumiu a liderança no mercado nacional de produção de correio, respondendo às necessidades do mundo empresarial relativamente à produção e gestão de grandes volumes de documentos. Em entrevista que concedeu à PAÍS€CONÓMICO, Nuno José Soares, Presidente da Comissão Executiva da Mailtec revela o apoio que a sua empresa pode prestar às empresas portuguesas no seu processo de modernização, fala do percurso da Mailtec «que também tem sentido os efeitos da crise», e revela os passos que estão a ser dados rumo à Internacionalização, onde mercados como Espanha, Angola e Moçambique
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poderão vir a contribuir grandemente para a afirmação do Grupo Mailtec. Texto › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
aquisição pelos CTT veio reforçar a posição do Grupo Mailtec (formado pelas empresa Mailtec Consultoria, Mailtec Comunicação e Mailtec Processos) no mercado, e dotá-lo de novos recursos que lhe permitem promover uma oferta integrada das cadeias de produção e distribuição física e digital única no País. Numa altura em que as empresas portuguesas vivem uma etapa nova das suas vidas enveredando pelo caminho da modernização, uma das formas mais recomendadas para poderem tornar-se mais competitivas não só em Portugal como no mercado externo, a País €conómico quis saber de Nuno José Soares, Presidente da Comissão Executiva da Mailtec se a sua empresa se sentia preparada para apoiar estas empresas no seu processo de modernização. Segundo o Presidente da Comissão Executiva da Mailtec, «Nos últimos anos temos tido sobretudo uma viragem para a área digital, ou seja, temos procurado promover a integração entre o físico e o digital. Portanto, o nosso esforço de modernização tem sido fundamentalmente ligarmos o físico ao digital», disse Nuno José Soares que questionado sobre a reação das empresas portuguesas a estas exigências do
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mercado, respondeu. «Este é um processo muito lento, mas dada a situação de crise em que se vive, toda a gente faz um esforço para reduzir custos. E essa forma de reduzir custos implicou da nossa parte baixarmos os preços e também baixarmos as nossas margens. Mas é bom que se diga que este abaixamentos de preços não implicou de modo nenhum qualquer perda de qualidade. Aliás, estamo-nos a certificar no âmbito das normas ISO 9001 e ISO 14000, na área da produção documental (em papel) e fizemos também a certificação na norma FSC (certificação da cadeia de responsabilidades) e que salvaguarda que o papel não prejudica as florestas, ou seja, ao contrário do que muita gente pensa a utilização do papel tem vindo a fomentar o desenvolvimento da floresta. Todas as empresas e em particular a Portucel, que é a nossa grande produtora, têm vindo a usar a norma em que se obrigam a não utilizar floresta virgem e a replantar a madeira que consomem para o fabrico de papel. Isso faz com que a produção do papel – segundo essas regras – seja amiga do ambiente», esclareceu Nuno José Soares. O Presidente da Comissão Executiva da Mailtec fez questão de sublinhar que não há aqui qualquer intenção de “combater” o papel. «Nós não combatemos o papel,
nós adaptamo-nos ao que os nossos clientes pretendem. E não combatemos o papel porque pensamos que isso não é um objectivo em si. Agora, sempre que o cliente quiser desmaterializar nós podemos fazê-lo. O objetivo não é combater o papel, mas gerir os documentos dos nossos clientes, que sem papel em muitos casos essa gestão é mais eficaz e fica-lhes mais barata». Tendo como missão fornecer tecnologia e processos de gestão de conteúdos empresariais, optimizando os fluxos de informação física ou digital dos clientes, a Mailtec tem tido ao longo da sua existência um percurso ascendente? «Não temos tido o crescimento que desejávamos, até porque o correio e a comunicação física estão numa fase de grande concorrência, tecnológica por um lado, e porque a produção de correio cai sempre que o PIB cai. Nos anos 80 ou 90 cada 1 por cento do PIB provocava cerca de 2,4% de crescimento do correio. Agora que o PIB cai, acontece precisamente o contrário», revelou Nuno José Soares. Perante situações como esta, qual tem sido a reação da Mailtec? «A solução tem sido a desmaterialização do correio, quando a lei exige que haja correio físico nós podemos fazer todo o trabalho para os clientes para
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› EMPRESARIADO
que eles nos entreguem os dados em formato digital, e nós fazemos as cartas e o resto. O cliente nem sequer precisa de ver o papel. Por outro lado, fomos incumbidos pelos CTT para desenvolvermos todos os processos de comunicação multicanal dos nossos clientes, e poderemos enviar esses ficheiros no formato que eles nos solicitarem: ou o físico (que é o tradicional), ou o via CTT, desmaterializado e digital, ou por qualquer outro canal. Estamos aptos a gerir qualquer documento dos nossos clientes de forma digital ou de outra forma», referiu Nuno José Soares. Entre a panóplia de soluções que a Mailtec põe à disposição da sua clientela, sobressai a solução de gestão comercial CYCLOS destinada a entidades gestoras de água e saneamento. Esta solução disponibiliza um Sistema de Informação que permite: Leituras corretas, faturas a tempo, cobranças mais rápidas; Prazos de resposta reduzidos, minimização de erros, menor número de reclamações; Melhor qualidade de serviço, maior nível de satisfação de consumidores e clientes; Acesso à informação relevante para a gestão do negócio; Acomoda disposições legais, incluindo as recentemente aprovadas; A tecnologia Web
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e o modelo SaaS garantem a atualização aplicacional e liberta verbas e recursos humanos; Disponibiliza interfaces para interação com outros sistemas; E permite reduzir custos e aumentar receitas. Em 2011 a Mailtec atingiu um volume de faturação de 23 milhões de euros, mas as previsões para 2012 são diferentes. «Porque o fluxo de correio está a reduzir, a nossa faturação vai cair ligeiramente», adiantou o Presidente da Comissão Executiva da Mailtec. Mailtec rumo à internacionalização Nesta entrevista a que também esteve presente António Manuel Vaz, Administrador da Mailtec, ficou bem patente o interesse da Mailtec em levar por diante o seu processo de internacionalização. «O nosso mercado é o Ibérico, a GALP e a CGD por exemplo, são nossos clientes e são ibéricos. Por isso estamos a fazer um esforço para nos internacionalizarmos não só mantendo a operação que temos com Espanha onde já temos um parceiro com que estamos a trabalhar, mas conquistando outros espaços, nomeadamente os PALOP s. Por sua vez Angola parece-nos um mercado bastante interessan-
te, e em Moçambique já temos algumas coisas desenvolvidas. Portanto, estes são mercados a levar em conta e que poderão permitir um maior crescimento do Grupo Mailtec», sublinhou Nuno José Soares. No universo Mailtec trabalham para cima de 500 pessoas, 90 das quais licenciadas. A Mailtec Consultoria absorve cerca de 60 desses trabalhadores, a Mailtec Comunicação chama a si cerca de 200, e os restantes dão o seu contributo à Mailtec Processos. Como grande empregadora que é, existe no seio da Mailtec uma grande preocupação social que nesta entrevista foi claramente assumida por Nuno José Soares e António Manuel Vaz. «Apesar da crise que afeta o país estamos a fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para que não haja despedimentos. Era a coisa pior que nos podia acontecer neste momento em termos sociais. E a forma melhor de evitarmos essa situação é continuarmos a trabalhar da forma como estamos a trabalhar e a praticar preços competitivos, Temos conseguido baixar drasticamente os nossos custos como forma de sermos concorrenciais e de nos mantermos bem vivos no mercado», concluiu o Presidente da Comissão Executiva da Mailtec. ‹
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› energia António Sarmento, Diretor do WAVE ENERGY CENTRE
«Mesmo sem apoios o nosso sucesso está à vista» Em entrevista que concedeu à País €conómico, António Sarmento, Diretor do Wave Energy Centre (Centro de Energia das Ondas) diz que apesar de não terem existirem apoios por parte do Estado, a sua instituição tem conseguido ter até agora um crescimento sustentado. «Quando começámos em 2003 éramos duas pessoas e o nosso orçamento andava pelos 30 mil euros. Hoje somos vinte pessoas e o nosso orçamento subiu para um milhão de euros», revelou António Sarmento, que a este propósito fez um reparo no mínimo surpreende. «O nosso sucesso tem sido maior que o sucesso da energia das ondas em Portugal ».
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Texto › VALDEMAR BONACHO
Wave Energy Centre é uma associação sem fins lucrativos que se dedica ao desenvolvimento e promoção da energia das ondas, eólica offshore e outras energias renováveis. Este Centro esforça-se também para colaborar com empresas e outras instituições dentro e fora de Portugal que reconheçam a necessidade de cooperarem internacionalmente. Será que a energia das ondas já é, dentro das energias renováveis, uma área que desperta interesse em Portugal? Em entrevista que concedeu à País €conómico, António Sarmento, diretor da Wave Energy Centre (Centro de Energia das Ondas) esclareceu que em termos industriais esse interesse ainda não existe «porque não há ainda uma tecnologia que esteja comercializada, não há ainda essa oportunidade», mas, «naturalmente que há interesse no sentido de ter em Portugal empresas interessadas no setor», sublinhando também que quer em Portugal, quer fora do nosso país ainda não existe a indústria das ondas. «Estamos numa fase de desenvolvimento de tecnologias, e o estado de desenvolvimento dessas tecnologias não permite ainda que haja uma solução comercial. Portanto, neste momento o que nós temos é o desenvolvimento de protótipos no mar, não só em Portugal como também nalguns países, e aqueles que mais tarde vierem a ter sucesso irão
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
passar pelo desenvolvimento industrial. Mas não estamos ainda nessa fase», deixou bem claro o diretor da Wave Energy Centre. António Sarmento é, desde que se formou, docente no Instituto Superior Técnico, e uma figura apaixonada pela imensidão dos Oceanos e por todas as potencialidades que estes nos podem proporcionar. Como tem sido o percurso do WavEC? António Sarmento diz que tem sido um percurso muito sustentado. «Em 2003 constituímos o Centro com um orçamento à volta dos 30 mil euros e com duas pessoas, hoje somos quase 20 com um orçamento acima de um milhão de euros. Temos tido mais sucesso que a própria energia das ondas », recordou António Sarmento. Orçamento cresce sem apoios O WavEC tem o apoio técnico e estratégico de empresas, I&D, instituições e entidades públicas, ele aglutina dentro da sua estrutura o contributo de mais de uma
dezena de empresas e de três instituições de I&D. «Uma parte destas empresas são da área da energia, outras são empresas industriais e empresas de consultoria», disse António Sarmento, que ao referir-se àquilo que tem sido o trajeto do WavEC não escondeu que ele tem sido «uma caminhada muito trabalhosa, com alguns apoios, mas abaixo daquilo que esperávamos e que merecíamos, especialmente agora. Posso-vos dizer – só para vos dar uma ideia – que deste nosso orçamento o Estado português não contribuiu com nada. Somos uma instituição cem por cento privada e as 20 pessoas que aqui trabalham não têm nenhum modelo de funcionário público. Tirando eu que sou professor do Instituto Superior Técnico, as restantes são pessoas com as quais o Centro tem algum tipo de contrato e que são pagas com os recursos que a Wave Energy Centre consegue adquirir. Isto é uma situação que por um lado nos traz dificuldades mas que por outro lado nos deixa satisfeitos, porque é uma prova clara que
Projecto Demowfloat
é possível fazer investigação com poucos apoios do Estado e que procuramos não só estar ligados às empresas e também ter cada vez mais uma maior participação internacional (que é aquilo que nós temos). Como digo o Estado não nos financia de forma alguma, não nos dá qualquer tipo de apoio», salientou António Sarmento. Questionámos António Sarmento sobre a grande onda de entusiasmo que existia no tempo do governo chefiado pelo então ex-Primeiro-Ministro José Sócrates em redor das Energias Renováveis. «Havia essa onda de entusiasmo, mas isso não significa que tivéssemos sido financiados», justifico o diretor do WavEC, que mesmo assim não se considera defraudado com este fato. «Não me sinto defraudado porque não gosto de andar a “cravar” o Estado, por vários motivos. Por um lado, porque o Estado é muito perigoso. O que nos verificamos é que o Estado promete muito e cumpre muito pouco, e é pouco fiável: promete e depois não é capaz de assegu-
O objetivo do projeto DEMOWFLOAT é demonstrar o desempenho, a longo prazo, do Windfloat, nomeadamente a sua operacionalidade, manutenção, fiabilidade, acessibilidade à plataforma, viabilidade de integração na rede numa base modular, entre vários outros aspectos, com impacto na disponibilidade do sistema e, portanto, no custo da energia produzida. O Windfloat é um projecto experimental que visa testar uma turbine flutuante para instalação em águas profundas (profundidades superiores a 40m). Trata-se de uma forma de aproveitar a energia eólica no mar para conversão em energia eléctrica. O dispositivo Windfloat localiza-se ao largo do concelho de Póvoa de Varzim, a uma distância de cerca de 6km da orla litoral, numa profundidade de cerca de 50m. As povoações mais próximas são Aguçadoura e Apúlia. No âmbito deste projecto o Centro de Energia das Ondas - WavEC participa na caracterização dos movimentos da plataforma e seus impactes no desempenho do dispositivo, monitorização ambiental, validação dos códigos numéricos de projecto, industrialização do WindFloat e disseminação e interacção com o público. Ficha Técnica Financiamento: Comissão Europeia (FP7) Call: FP7-ENERGY-2011-2 Coordenador de projecto no WavEC: Miguel Lopes Financiamento Global (Contribuição solicitada à UE): €11.213.930,00 Financiamento WavEC: €444.895,00 Duração: 15 Julho 2011 – 15 Julho 2014 (36 meses) Coordenador: EDP Inovação Parceiros: Principle Power (Europe), Limited, Vestas Wind Systems A/S, Sea Energy Renewables, Damen Shipyards Gorinchem, Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia, Instituto de Soldadura e Qualidade, Caixa – Banco de Investimento, Sgurrenergy, National Renewable Energy Laboratory, A. Silva Matos Energia e Wave Energy Centre. Website: Disponível em breve Julho 2012 | País €conómico › 49
› energia
INFRAESTRUTURAS
Tersado com mais equipamento rar o compromisso que assumiu, Nesse ponto de vista até estamos sossegados, porque apesar de o país estar em crise, o nosso orçamento tende em expandir-se. E isto porque ele não está dependente de apoios do Estado, ele é simplesmente fruto do nosso trabalho», reforçou o diretor do Wave Energy Centre. António Sarmento passaria em seguida a enumerar a estrutura do orçamento da Wave Energy Centre. «Cerca de 60 por cento desse orçamento tem a ver com projetos europeus em que participamos; 7 a 8 por cento são projetos financiados por Portugal, mas são projetos competitivos, são projetos em que concorremos com outros e ganhamos; depois temos cerca de 7 por cento das quotas dos nossos associados; e a parte restante tem a ver com a prestação de serviços, que anda à volta dos 20 a 25 por cento da estrutura do nosso orçamento».
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Poder-se-á dizer que 2012 está a ser um ano de afirmação para o Wave Energy Centre? António Sarmento não se esquivou à pergunta. «Está a ser como os anos anteriores. É um ano em que só quando chegarmos ao fim é que saberemos, porque estes são anos de grande transição não só em Portugal mas também no estrangeiro. O nosso principal trabalho destina-se a empresas europeias e do ponto de vista da Comissão Europeia as coisas parecem estar muito estáveis, não se nota que haja uma expetativa de decréscimo no investimento que ela faz em projetos de investigação, e isso é bom para nós. Como já disse 60 por cento do nosso orçamento tem a ver com projetos europeus. Do lado das empresas estrangeiras elas são mais suscetíveis em relação à situação económica, mas temos vindo a trabalhar relativamente bem com elas, nomeadamente com em-
presas espanholas. Porém Espanha está agora a entrar numa situação delicada e por isso é difícil prever se daqui a um a dois anos não poderemos estar um pouco mais apertados», referiu António Sarmento. Como é que se compreende que não haja da parte das empresas portuguesas um interesse maior por esta área de atividade? O diretor da WavEC foi direto à questão. «As nossas empresas estão a viver hoje uma situação bastante complicada. Por outro lado as nossas empresas teimam por um comportamento em termos de inovação que é muito conservador, gastam muito pouco em estudos e matérias que não estejam na calha daquilo que é a sua atividade económica. As empresas portuguesas não se têm mostrado com muitas apetência para investirem naquilo que não está no horizonte de dar retorno em pouco tempo». ‹
A Tersado – Terminais Portuários do Sado, empresa do grupo Mota-Engil, e concessionária do Terminal Multiusos Zona 1 do Porto de Setúbal, colocou à disposição dos seus clientes um novo stacker, que se notabiliza pela sua vertente ecológica, devido às baixas emissões de gases de escape.
Trata-se de uma máquina da marca sueca Konecranes Lifttrucks AB, a primeira a operar em portos portugueses que cumpre a Diretiva Máquina 2004/26/EC, com capacidade para movimentar carga até 45 toneladas, entre contentores e outras tipologias de cargas. ‹
Ministra de Cabo Verde no Porto de Sines A ministra das Infraestruturas e Economia do Mar de Cabo Verde, Sara Lopes, esteve de visita ao Porto de Sines, onde foi recebida pela administração presidida por Lídia Sequeira. A responsável cabo-verdiana esteve particularmente interessada em verificar o funcionamento da infraestrutura portuária de Sines, com especial destaque para o Terminal XXI e para a JUP – Janela Única Portuária, neste caso visto que Cabo Verde está a desenvolver um projeto de um porto de águas profundas. Por outro lado, sendo certo que os cabo-verdianos adquiriram recentemente o sistema informático JUP desenvolvido pelo Porto de Sines em conjunto com os portos de Lisboa e de Leixões, a governante daquele país da África Ocidental sublinhou o interesse na evolução da JUP para a Janela Única Logística (JUL), que alarga o âmbito deste sistema aos operadores de transporte terrestre e aos portos secos, garantindo assim uma gestão total e integrada da informação, um processo já com aplicação prática no Porto de Sines. ‹
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› ECONOMIA IBÉRICA
EDITORIAL
NOTÍCIAS GALIZA-NORTE DE PORTUGAL
Uma das primeiras decisões na altura de internacionalizar um negócio prende-se com a estrutura ou fórmula que se vai adotar. Ainda, na maior parte das situações, a solução para um determinado país não será a melhor para outro. Já o sistema de franchising ou franquia se revela como bastante útil nestes casos, dado que permite criar padrões de
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internacionalização mais ou menos homogéneos.
esse sentido, desde a Antonio Viñal & Co. Abogados, vamos tratar este mês o franchising em Espanha e veremos qual é o estado do mercado neste momento e que considerações e precauções de tipo legal devem tomar-se. Como sempre, qualquer dúvida ou sugestão pode enviar-se para vigo@ avinalabogados.com ou madrid@avinalabogados.com
O FRANCHISING EM ESPANHA: PORQUÊ E COMO Porquê franquiar? As respostas são bem conhecidas: investimento baixo, bom retorno e uma internacionalização mais acessível. Porquê franquiar em Espanha? A resposta pode ser menos evidente no momento económico atual, mas não há motivos para deixar de lado um dos mercados mais dinâmicos, que conhece bem o conceito e que é muito bem sucedido na exportação das suas franquias. Porquê entrar? Pareceria que as turbulências sobre a economia espanhola e a maturidade do mercado do franchising teriam um forte impato sobre o este setor. Porém, os números contam uma história diferente. O número total de franquias, já um dos mais elevados da Europa, subiu de 934 em 2010 para 947 em 2011; as receitas totais também experimentaram um notável incremento de € 24.651.486 milhões para € 26.351.838 milhões1. O número de franquias estrangeiras aumentou ligeiramente com mais três redes em 2011 o que perfaz um total de 180. A França continua a liderar a lista com 44 marcas, a seguir os Estados Unidos com 39, Itália (29), Portugal (11), Reino Unido (8), Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Suíça (5) e Dinamarca (4). Quanto ao número total de lojas e de trabalhadores, o primeiro diminuiu de 58.279 em 2010 até 56.444 em 2011, e o segundo de 240.713 até 231.603. Se olharmos de novo para as receitas do ano passado isto sugere que as franquias estão a adotar estruturas mais leves e eficientes.
Como confrontar as questões legais Não todos os Estados membros da UE têm legislação específica para o franchising (é o caso de Portugal), mas a Espanha sim tem. Portanto, além do Regulamento (UE) nº 330/2010 da Comissão, de 20 de abril de 2010, devemos ter em conta as normas seguintes: Lei 7/1996, de 15 de Janeiro de 1996, sobre o ordenamento do comércio a retalho; Real-Decreto 210/2010, de 26 de Fevereiro de 2010, sobre a franquia e o Registo de Franquiadores.
O Capítulo II do Real-Decreto trata de três questões fulcrais: a) define o que é o franchising; b) estabelece que informação deve ser entregue pelo franquiador ao candidato antes da assinatura do contrato; c) permite ao franquiador impor um acordo de confidencialidade para proteger as informações transmitidas. O Registo de Franquiadores é introduzido no Capítulo III, de acordo com o qual todos os franquiadores devem registar-se quer no Registo Central quer nos Registos regionais, se existirem nas regiões onde o franquiador tiver a sua sede. Porém, os franquiadores estrangeiros que não tiverem um estabelecimento permanente estão isentos desta obrigação, devendo comunicar apenas o início da sua atividade. Em qualquer caso, esta obrigação de registo não deve ser esquecida, dado que as coimas podem atingir os € 30.000. Outras questões relacionadas com a atividade da franquia têm de ser igualmente consideradas. É o caso do registo das marcas, a concorrência desleal ou a proteção de dados pessoais. Se a franquia requer um arrendamento ou se vão ser necessárias obras no local, deverão pedir-se as licenças apropriadas. Em resumo, esta também pode ser uma boa altura para entrar no mercado espanhol da franquia. Um benefício adicional é que permite um acesso mais fácil aos mercados de língua espanhola. Nesse sentido, as franquias espanholas há tempo que iniciaram a aventura da internacionalização e, para já, são 242 as redes no estrangeiro (mais 8 relativamente ao ano 2010), enquanto que o número de lojas está a crescer: 11.178 em 2011 por 10.186 em 2010.
COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO DE CUMPRIMENTO DOS ACORDOS DA CIMEIRA IBÉRICA O conjunto de dirigentes políticos, empresariais e sociais da euro-região Galiza-Norte de Portugal reuniu-se novamente em Viana do Castelo e decidiu constituir-se em Comité de acompanhamento dos acordos atingidos por Espanha e Portugal na XXV Cimeira Ibérica, realizada recentemente no Porto. Os presentes acordaram mostrar a sua satisfação e agradecimento aos governos de Espanha e Portugal porque a Cimeira Ibérica refletiu nas suas conclusões as propostas da Cimeira de Viana, celebrada no ano passado e liderada pelo Presidente da Câmara e Presidente do Eixo Atlântico, José Maria Costa. A concretização da ligação ferroviária Porto-Viana do Castelo-Vigo, permitirá criar um eixo central entre Sines e Ferrol, que não só ligaria portos e aeroportos de toda a fachada atlântica peninsular, mas também as três ligações ferroviárias com o centro da Europa a partir de Sines, Aveiro e Monforte de Lemos.
APOIOS E SUBVENÇÕES NA GALIZA SUBVENÇÕES PARA EMPRESAS DO SECTOR TÊXTIL-MODA-CONFEÇÃO AJUDA: Subvenções a empresas do sector têxtil-moda-confeção para atividades e estratégias de promoção internacional PRAZO: Até 11 de julho de 2012 OBJETIVO: Incentivar o desenvolvimento de atividades e estratégias de difusão, promoção e acesso a mercados. BENEFICIÁRIOS: Empresas privadas pertencentes ao sector têxtil-moda-confeção posicionadas na Galiza. QUANTIDADE DA AJUDA: O investimento máximo será de 100.000 € sendo a percentagem da subvenção de 50%.
EVENTOS E FEIRAS EM ESPANHA
Antonio Viñal
Antonio Viñal & Co. Abogados
O EIXO ATLÁNTICO APRESENTA O CONGRESSO DE FRONTEIRAS EUROPEIAS O Congresso das fronteiras europeias: cooperação inteligente, teve lugar nos dias 25 e 26 de Junho em La Coruña. Foi organizado em duas sessões plenárias e seis workshops, onde especialistas das instituições europeias, os membros da CECICN e as Administrações nacionais trabalharam com participantes do congresso para concretizar uma série de mensagens a transmitiram às instituições comunitárias implicadas no processo de aprovação de novos Regulamentos.
DATA
EVENTO
LUGAR
11 – 13 Julho
THE BRANDERY, Segunda edición
Barcelona
30 Agosto – 1 Setembro
SIMM, Segunda edição (Salón Internacional de Moda de Madrid)
Madrid
1 Fonte dos dados: Associação Espanhola do Franchising
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› ECONOMIA IBÉRICA
INTERNACIONALIZAÇÃO
Corticeira Amorim adquire empresa na Catalunha
Trefinos é uma mais-valia A Corticeira Amorim noticiou ao mercado a aquisição de 90,91% do capital da empresa espanhola Trefinos, localizada em Girona, região da Catalunha. O grupo liderado por Américo Rios Amorim pagou 15,1 milhões de euros pela aquisição de uma empresa que lidera a produção e comercialização de rolhas para champanhe e vinhos espumantes na região da Catalunha. A aquisição foi realizada através da Amorim & Irmãos. Segundo o comunicado do grupo português, “a Trefinos é uma organização sólida, moderna, com eficiência operacional e rentabilidade dignas de registo, e que detém uma importante rede comercial internacional em países como a França, Itália e Estados Unidos”. Com a integração que se verificará, ainda segundo a Corticeira Amorim, perspetiva-se “no futuro importantes sinergias ao nível da produção, partilha de tecnologias e da complementaridade das estruturas comerciais das sociedades envolvidas”. Registe-se que a Corticeira Amorim é a principal empresa mundial do setor corticeiro, setor onde Portugal detinha no final de 2011 uma quota de mercado de 62%, segundo dados do International Trade Center e do Instituto Nacional de Estatística. No ano passado, Portugal exportou 169 mil toneladas de cortiça, mais 7% do que no ano anterior, As exportações nacionais em 2011 atingiram um valor de 806 milhões de euros. ‹
Safira abre em Barcelona
TRIA fornece Refinaria de Sines A TRIA, empresa do grupo Projar, foi selecionada pela empresa espanhola Técnicas Reunidas para proceder à instalação de sistemas para a Proteção Passiva Contra Incêndios na obra “Reconversão da Refinaria de Sines”. Segundo a empresa com sede em Mortágua, “esta é uma obra com caraterísticas especiais que exige empresas altamente especializadas e a aplicação de produtos e sistemas com excecional desempenho em incêndios com origem em hidrocarbonetos, uma área onde a TRIA tem também largos anos de intervenção”. A TRIA está igualmente presente no mercado angolano através da TRIA Angola, tendo esta empresa adquirido recentemente o estatuto de “Aplicador Aprovado” para o sistema Pitt-Char – XP (Epoxy Passive Fire Protection), concedido pela empresa PPG Protective & Marine Coatings. ‹
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A tecnológica portuguesa Safira, com sede em Oeiras, acaba de criar uma subsidiária em Barcelona, para onde deslocará numa primeira fase vários colaboradores do seu escritório de Lisboa, e posteriormente pretende recrutar localmente os seus colaboradores para a filial catalã. A Safira é uma empresa fornecedora de soluções tecnológicas e serviços de consultoria no mercado nacional e internacional, sendo eu neste já opera na Suíça, Angola, Polónia (onde tem uma subsidiária instalada desde 2009) e Reino Unido, neste caso com a abertura também este mês de um escritório na capital britânica. De referir que em 2011 o negócio internacional já representou 44% da faturação global da empresa, o valor mais elevado da sua história iniciada em 1997. ‹
Soares da Costa nos EUA O Grupo Soares da Costa informou em comunicado que a sua subsidiária nos Estados Unidos, a Prince, foi anunciada pelo Florida Department of Transportation (FDOT), como tendo a proposta mais competitiva num projeto de conceção-construção dos acessos da I-75 (SR 93) ao Aeroporto Internacional de Southwest Florida em Fort Mayers na Florida. O projeto, totalizando 54,1 milhões de dólares (42,3 milhões de euros), deverá ser executado em 795 dias e incluirá também a construção de cinco viadutos/pontes. ‹
WeDo na América A WeDo Technologies, empresa integrante do Grupo Sonae, adquiriu recentemente a Connectiv Solutions, empresa sedeada nos EUA e que fechou o ano transato com uma receita na ordem dos oito milhões de dólares. Com esta aquisição, a empresa portuguesa liderada por Rui Paiva pode agora incrementar a sua atuação na América do Norte e cimentar a sua posição de liderança mundial em Software e Serviços de Garantia de Receita e de Negócio. A Connectiv Solutions possui escritórios na costa leste dos Estados Unidos bem como na área metropolitana de Washington DC. A empresa possui 35 colaboradores e possui a sede em Bethesda, no estado do Maryland. ‹
Sacoor Brothres abriu no Abu Dhabi Depois de Singapura, a Sacoor Brothers abriu uma nova loja no Marina Mall da cidade de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. A reconhecida marca portuguesa de lifestyle abriu assim a sua 11ª loja na região asiática, onde além das já mencionadas lojas de Singapura e de Abu Dhabi, está também presente no Dubai e no Kuwait. Segundo Moez Sacoor, administrador e responsável pelo marketing e comunicação da marca portuguesa, a Sacoor Brothers registou «uma quantidade significativa de clientes que viajavam de Abu Dhabi para as nossas lojas no Dubai. Sentimos que abrir uma loja Sacoor Brothers numa cidade em grande crescimento era a escolha mais acertada. A nova loja no Marina Mall foi bastante bem recebida e prevemos a abertura de mais lojas Sacoor Brothers no país num futuro próximo». Para além da sua forte presença asiática e da sua presença consolidada em Portugal, a Sacoor Brothers está igualmente presente em Espanha, Bélgica e Reino Unido. ‹
Vivafit chega à Venezuela
NEC Portugal fornece mercado finlandês
O grupo português Vivafit assinou recentemente em Caracas, capital da Venezuela, um contrato de merchandising com um empresário luso residente naquele país da América Latina, permitindo aumentar assim para oito o número de países a nível mundial onde já marca presença. Mediante o acordo estabelecido, a marca Vivafit pretende abrir 10 ginásios em Caracas nos próximos dois anos e 100 ginásios nos próximos 10 anos. Para o CEO da Vivafit, Pedro Ruiz, a entrada na Venezuela representa a entrada no primeiro de quatro países numa região em grande desenvolvimento, isto é, a Colômbia, Peru e Chile, além do Uruguai, onde já está presente. O empresário adiantou mesmo que a Colômbia poderá ser o terceiro país sul-americano a receber os ginásios Vivafit, «existindo negociações muito adiantadas com empresários de Bogotá». A Vivafit começou a sua atividade há nove anos no conceito de ginásio só para mulheres, liderando o mercado de fitness em Portugal. ‹
A NEC Portugal, subsidiária da NEC Europa, em parceria com a empresa Malux Finland Oy, foi a empresa selecionada para equipar as cabinas de condução de um conjunto de locomotivas do operador ferroviário finlandês VR-Group, com o rádio de cabine GSM-R NEC RC900 e com a respetiva consola de operação DMI900 (Drive Machine Interface). Segundo Armando Xavier, da NEC Portugal, «a competitividade e a capacidade técnica da NEC Portugal foram determinantes para ganhar este projeto, permitindo apresentar uma proposta que preencheu todos os requisitos do cliente, com destaque para a qualidade da solução e a flexibilidade demonstradas para implementar todas as adaptações específicas solicitadas pela VR». A NEC Portugal empresa mais de 50 pessoas nas suas instalações de Lisboa e Aveiro. ‹
Talkdesk ruma a Silicon Valley A Talkdesk, strat-up do Instituto Superior Técnico Taguspark foi recentemente distinguida com o prémio Twilio Fund, devido ao desenvolvimento da plataforma de call center na nuvem e convidada a integrar a incubadora de Silicon Valley, na Califórnia (EUA). Cristina Fonseca, co-fundadora da Talkdesk, sublinhou que a «Talkdesk existe oficialmente desde Outubro de 2011. Estar em Silicom Valley é uma oportunidade única. O ecossistema em si e o acesso à rede de mentores foram extremamente importantes para chegarmos onde estamos hoje. Entre clientes potenciais interessados são mais de mil os interessados em usar o nosso software – desde empresas muito pequenas a grandes corporações». Já para Teresa Vazão, vice-presidente para a gestão do Campus do Taguspark do IST, «este projeto mostra, mais uma vez, que os nossos alunos têm um enorme potencial, estando mesmo ao nível dos melhores de todo o mundo». ‹
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› TURISMO
Vila Galé reforça aposta no all-inclusive em Portugal O Grupo Vila Galé, segundo maior grupo da hotelaria portuguesa, acaba de reforçar a sua operação no segmento all-inclusive em Portugal, com a adaptação e entrada em funcionamento nesta área do Hotel Vila Galé Náutico, em Armação de Pêra. Esta é a sexta unidade em Portugal do grupo liderado por Jorge Rebelo de Almeida a ser adaptada a um segmento cada vez mais procurado pelas famílias. Segundo Gonçalo Rebelo de Almeida, Diretor de Marketing e Vendas do Grupo Vila Galé, o sistema de all-inclusive «tem vindo a aumentar nos últimos anos, em especial no mercado do Algarve, procurada por turistas estrangeiros, mas não só, igualmente também por cada vez mais por turistas nacionais, especialmente por famílias com crianças». As perspetivas do grupo para o período de Junho a Setembro de 2012 são positivas, com a previsão de receitas em Portugal semelhante à registada no ano anterior, rondando os 36 milhões de euros. Ainda no comunicado do Grupo Vila Galé, Gonçalo Rebelo de Almeida adianta que o grupo português está a estudar novos mercados no continente africano, sendo que o «mercado de Cabo Verde apresenta fortes fatores em seu favor, nomeadamente por ser um mercado mais estável que vem contrabalançar a sazonalidade do mercado nacional». A País €conómico sabe que o presidente do grupo Vila Galé tem aprazada nos próximos dias uma viagem exploratória a Cabo Verde, onde pretende verificar in loco as possibilidades de investimento. ‹
Conrad Algarve acolhe WTA Europe 2012
TAP reforça ligações a Belo Horizonte A TAP decidiu reforçar as suas ligações à cidade brasileira de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, tendo introduzido a partir do passado dia 29 de Maio um voo diário para aquele destino. Segundo a companhia aérea portuguesa, a decisão foi tomada em virtude da grande procura de um destino que em quatro anos de operação permitiu transportar 411 mil passageiros, com uma taxa de ocupação média de 72%. Para Mário de carvalho, diretor geral da TAP para a América Latina, «Minas Gerais é reconhecido como um destino atraente
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e com opções. Mostra a diversificação brasileira que deixa de ser só praia e sol. A história do Brasil também é um ponto importante de atração principalmente em Portugal». Por outro lado, comemorou-se igualmente no passado dia 12 de Junho, o primeiro ano das ligações aéreas diretas entre Lisboa e a cidade brasileira de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, destino que nesse primeiro ano de operação permitiu transportar cerca de 83 mil passageiros, com uma ocupação média de 81% das aeronaves. ‹
O
novo Conrad Algarve, próximo da Quinta do Lago, vai acolher a cerimónia dos WTA Europe 2012, considerados como os “Óscares da indústria de viagens e turismo”. A cerimónia decorrer no próximo dia 6 de Outubro, e deverão estar presentes convidados de todo o mundo, que terão ainda oportunidade de participarem também no torneio de golfe WTA Europe Golf Classic que se realizará igualmente na região do Algarve. Graham Cooke, presidente e fundador da WTA, mostrou a sua congratulação por realizar «a nossa primeira cerimónia no Algarve, uma decisão que reflecte o papel crucial que o turismo tem na região e a sua contribuição, em geral, para a economia portuguesa». Cooke adiantou que o «Algarve é também um dos cenários da linha costeira mais bonitos do mundo e, o novo Conrad Algarve irá trazer um conceito de luxo diferente na região. A nossa cerimónia europeia será um showcase’ perfeito para mostrar estas infra-estruturas a todos os decision makers desta indústria». Segundo Joachim Hartl, diretor geral do Conrad Algarve, «estamos encantados com esta parceria com os World Travel Awards em dar a conhecer o primeiro Conrad resort na Europa. A abertura do Conrad Algarve, com abertura para o Verão de 2012 e reser-
vas disponíveis a partir de 1 de Outubro deste ano, é aguardada com bastante expetativa, tanto em Portugal como na Europa. O hotel irá oferecer uma experiência de luxo Premium, com uma variedade de serviços e amenities sem precedentes, especialmente criados para proporcionar aos clientes experiências de luxo marcantes e inesquecíveis. Gostaríamos de agradecer ao Turismo do Algarve pela cooperação neste evento». A Conrad Hotels & Resorts é a marca de luxo global e contemporânea da Hilton Worldwide. Para António Pina, presidente da Associação do Turismo do Algarve e do Turismo do Algarve, manifestou o «maior orgulho no facto do Algarve acolher um evento tão prestigioso como o World Travel Awards. Este evento proporcionará uma oportunidade única para promover a região, como um destino de primeira classe, com as suas infra-estruturas excepcionais e um clima invejável, com 300 dias de sol por ano». O responsável pela promoção do turismo algarvio adiantou também que «o Algarve possui uma belíssima linha costeira, uma seleção dos melhores resorts de golfe e hotéis de luxo, apoiados por uma variedade de infra-estruturas de lazer e restaurantes de topo». ‹
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› A FECHAR
Quintas de Melgaço no Brasil e Japão Os vinhos das Quintas de Melgaço estão a ser exportados para o Brasil e para o Japão, dando assim continuidade à política de internacionalização de uma empresa que reúne mais de quinhentos pequenos produtores do Minho. O vinho Alvarinho QM e o Torre de Menagem, que entre si contabilizam 47 distinções nacionais e internacionais, estão a conseguir seduzir os mercados brasileiro e japonês, mercados para onde começaram a exportar no decorrer do ano passado. As exportações representam cerca de 15% da faturação da empresa, estando prevista até ao final de 2013 um aumento para 25% na importância dos mercados externos. ‹
GrupoConcept prever abrir 800 unidades no Brasil O GrupoConcept esteve na 21ª ABF Franchising Expo, que decorreu no mês de Junho em São Paulo, tendo constituído uma das grandes atrações da feira e tendo “angariado cerca de 700 contatos de potenciais interessados nas franquias BodyConcept e DepilConcept”, segundo o comunicado do grupo português. O objetivo da presença do grupo, segundo Alexandre Lourenço, administrador, será o de atingir nos próximos cinco anos a abertura no território brasileiro e 300 unidades BodyConcept e 500 unidades DepilConcept. Ainda segundo o responsável do grupo, «inicialmente, o nosso objetivo era encontrar master para alguns estados do país. Porém, verificámos que atualmente conseguimos gerir várias unidades desde a nossa filial de São Paulo, pelo que o nosso objetivo neste ano alterou-se e passa por encontrar franchisados em todo o Brasil». O GrupoConcept continua assim a reforçar a sua internacionalização na Europa e no continente sul-americano, sendo de referir que a DepilConcept conta com 14 unidades em território brasileiro e a BodyConcept irá abrir brevemente a segunda unidade em São Paulo. ‹
Produtos metalúrgicos aumentam exportações
Greenprod quer investir em Sines
Durante os primeiros quatro meses de 2012, as exportações metalúrgicas e metalomecânicas de empresas portuguesas aumentaram 13,3% face ao período homólogo do ano anterior, adiantou em comunicado a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP). Esta entidade, adianta que entre Janeiro e Abril deste ano, 45% das vendas foram feitas fora de Portugal. Ainda segundo os números da AIMMAP, em 2011, o setor faturou um total de 26 mil milhões de euros, tendo exportado produtos avaliados em cerca de 12 mil milhões de euros. Apesar de 85% das exportações do setor se dirigirem para os mercados da União Europeia, segundo Rafael Campos Ferreira, da AIMMAP, no primeiro trimestre do corrente ano estavam a aumentar em cerca de 50% as encomendas extra-comunitárias, principalmente para a América Latina e para os países árabes. ‹
A empresa japonesa Greenprod renovou em Maio do presente ano, a reserva do terreno com cerca de dois hectares que detém na Zona 1 da ZILS de Sines. Segundo notícia publicada na newsletter da Aicep Global Parques, entidade que gere a ZILS de Sines, a empresa nipónica está em processo de realização de uma unidade de reciclagem mecânica e química de plásticos, projeto que possui o estatuto de “interesse nacional” atribuído pela Aicep Portugal Global. Segundo a própria Greenprod, a unidade representará um investimento global superior a 80 milhões de euros, prevendo a criação de 200 postos de trabalho diretos, estimando ainda a empresa em exportar 35% da sua produção. ‹
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