paulo portas activa “diplomacia económica”
Nº 108 › Mensal › Agosto 2011 › 2.20# (IVA incluído)
Mira Amaral CEO do Banco BIC Portugal
Carlos Setra Presidente da Edol
António Vilhena e Blannie Curtis Business Manager e Directora da Carlucci American International School of Lisbon – CAISL
Medicamentos genéricos são o futuro
Moisés Apura, Director Geral da CICLUM FARMA, sublinha a importância do Governo voltar a apostar nos genéricos Agosto 2011 | País €conómico › 1 para racionalizar os recursos da sáude em Portugal
› Head
Ficha Técnica
Editorial
Propriedade Economipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.
Sócios com mais de 10% do capital social › Jorge Manuel Alegria
Contribuinte 506 047 415
Director › Jorge Gonçalves Alegria
Conselho Editorial: › Bracinha Vieira › Frederico Nascimento › Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson › Lemos Ferreira › Mónica Martins › Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares
Redacção › Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho › Jorge Alegria
Fotografia › Rui Rocha Reis
Grafismo & Paginação
Salvo raras excepções, os resultados apresentados pelas empresas portuguesas no final do primeiro semestre do presente ano, apontam para uma descida generalizada dos lucros alcançados em períodos homólogos dos anos anteriores. Os resultados evidenciam de forma lapidar os efeitos da crise que colocou a economia
› António Afonso
portuguesa num estado de recessão e numa letargia que parece incapaz de reagir
Departamento Comercial
e de retomar um processo de crescimento sustentado.
› Valdemar Bonacho (Director)
Esta situação geral remete-nos para uma pergunta básica que qualquer empresário
Direccção Administrativa e Financeira
português deverá fazer, precisamente, o que fazer?
› Ana Leal Alegria (Directora)
Serviços Externos › António Emanuel
Morada Avenida 5 de Outubro, nº11 – 1º Dto. 2900-311 Setúbal
Telefone 26 554 65 53
Fax
Sendo consensual de que o mercado interno está praticamente paralisado, então a resposta terá de se dirigir para o exterior do país como solução para as empresas poderem crescer e se desenvolverem, pois só nestas perspectivas será possível empreender uma internacionalização séria e consistente, visto que quem entender que ir para o exterior, nomeadamente em termos de concretização de investimentos, numa mera lógica de sobrevivência, e não assente numa retaguarda nacional sólida, então é melhor esquecer essa empreitada, ou caso decida avançar, muito
26 554 65 58
naturalmente estará sujeita ao fracasso.
Site
No entanto, os empresários portugueses não devem estar sozinhos nos seus pro-
www.paiseconomico.eu
e-mail paiseconomicopt@gmail.com
Delegação no Brasil
cessos de internacionalização. Será natural esperar que o Estado, particularmente através dos seus canais diplomáticos e económicos, possa contribuir para a efectivação e solidez dos processos de internacionalização de muitas empresas portu-
Aldamir Amaral NS&A Ceará Av. Santos Dumont, 3131-A-SL. 1301 Torre del Paseo – Aldeota CEP: 60150-162 – Fortaleza – Ceará – Brasil Tel.: 005585 3264-0406 • Celular: 005585 88293149
guesas, sobretudo as de pequeno e médio porte, que são justamente aquelas que
O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no final de Julho,
aar@terra.com.br
Pré-impressão e Impressão Lisgráfica Rua Consiglieri Pedroso, 90 Queluz de Baixo 2730-053 Barcarena
Tiragem 30.000 exemplares
Depósito legal 223820/06
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2 › País €conómico | Agosto 2011
Por uma diplomacia económica activa
não possuem estruturas humanas e financeiras porventura suficientes, além dos conhecimentos profundos dos mercados externos, que poderão mais necessitar e beneficiar de algum apoio do poder público no plano externo. em visita oficial, as capitais de Angola, Moçambique e Brasil, onde além de encontros oficiais e protocolares, empenhou-se numa intensa e activa “diplomacia económica”, termo agora muito em voga no jargão do ministro português. E faz bem, não somente como concepção de uma diplomacia que terá de estar sobretudo vocacionada para actuar no enquadramento dos melhores mecanismos diplomáticos e económicos de apoio à economia nacional, mas igualmente em termos consequentes num empenho muito forte de abertura de canais e de caminhos para as exportações e sobretudo para as empresas portuguesas disporem de condições e de oportunidades reais de investimento e de actuação nesses mercados que são estratégicos para a economia e para as empresas nacionais. Jorge Gonçalves Alegria
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Índice Grande Entrevista Luís Mira Amaral é Presidente do Banco BIC Portugal e um dos mais reputados opinion makers em Portugal. Em entrevista à País €conómico, o antigo ministro da Indústria e Energia de Cavaco Silva, discorre sobre a situação do país, e sublinha a sua confiança de que o novo governo seja capaz de prosseguir as políticas que levem ao cumprimento do acordo com a troika, assim como ao início de uma trajectória de crescimento económico do país. Enquanto líder do BIC confirmou que a instituição financeira apresentou uma proposta à aquisição de parte dos activos do BPN, mas, no momento em que esta entrevista foi realizada, ainda não era conhecida a decisão governamental quanto ao vencedor do concurso realizado para o efeito.
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Ainda nesta edição…
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Soares da Costa e Mota-Engil constroem em Luanda
Portugal exporta mais para o Brasil
Centro-Oeste brasileiro vem a Portugal
Vista Alegre cria empresa no Brasil
Chef Vítor Sobre abre Tasca em São Paulo
Paulo Portas em périplo lusófono
Inavet inova na farmacêutica animal
Neves de Almeida é referência na consultoria Grupo Ponta Grande investe no Algarve
Porto de Sines com rota para o Brasil
Grande Plano O sector da produção alimentar não foge à crise económica do país, mas está desenvolvendo as suas capacidades modernizadoras para se adaptar aos novos tempos e adquirir as competências para melhorar as suas performances operacionais e sobretudo de capacidade para aumentar a sua posição no mercado. Olhamos também nesta edição para uma componente a jusante, precisamente, o sector agroalimentar e agro-industrial, também em acelerado processo de modernização e, em algumas empresas, em termos de internacionalização.
pág. 06 a 15
Fórum do Mar tem fundo de investimento iCoimbra a todo o vapor
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› GRANDE PLANO Pedro Corrêa de Barros, Presidente da IACA
«Sector agrícola tem vindo a ser secundarizado» Numa breve que concedeu à País €conómico, o presidente da IACA refere alguns pontos que no seu entender travam o desenvolvimento do sector agrícola nacional. Pedro Corrêa de Barros diz que o sector agrícola tem vindo aos poucos a ser secundarizado, embora continue a representar uma parcela importante do orçamento da Comunidade. «A Europa tem vindo a fechar-se cada vez mais em leis e restrições estritamente europeias, esquecendo-se completamente que estamos inseridos num mercado global», afirma o presidente da IACA.
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Texto › VALDEMAR BONACHO
ma associação como a IACA que integra 55 empresas de alimentos compostos para animais que, no seu conjunto, dispõem de 62 unidades fabris e 10 empresas fabricantes de prémisturas, num total de 65 sócios, que representam um volume de facturação anual à volta dos 1000 milhões de euros, não devia ser mais acarinhada pelos poderes públicos? Coube a Pedro Corrêa de Barros, presidente da IACA dar resposta a esta questão, numa entrevista que gentilmente concedeu à País €conómico, e a que também estiveram presentes José Filipe Ribeiro dos Santos e Jaime Piçarra, respectivamente director executivo e secretáriogeral desta prestigiada associação. «No meu entender, as associações como a IACA, que são privadas, não deviam ser acarinhadas no sentido em que muitas vezes se põe o termo acarinhar. Deviam, sim, ser ouvidas, que é completamente diferente. Não há dúvida que uma associação como a IACA e com o peso que neste momento a chamada indústria agroalimentar representa no cômputo geral da indústria portuguesa, é evidente que teria toda a razão de ser as associações representativas de classe serem ouvidas pelos poderes públicos, principalmente quando se toca em assuntos que dizem directamente respeito à alimentação animal, que cada dia que passa maior peso tem na ali-
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS
mentação em geral», referiu o presidente da IACA. O que é que tem travado o desenvolvimento deste sector? Pedro Corrêa de Barros responde de novo a esta pergunta colocada pela P€. «Têm sido vários os factores que têm travado esse desenvolvimento. Sendo a Agricultura um dos sectores base da política comum (está na génese da chamada Comunidade Económica Europeia – CEE) tem sido aos poucos e poucos abandonada no sentido em que se tornou, por uma opção quanto a nós errada, parente pobre da própria Europa em si. O sector agrícola tem vindo aos poucos e poucos a ser secundarizado, embora continue a representar uma parcela muito importante do orçamento da Comunidade. Na minha óptica, as razões que levam a que essa situação ocorra têm a ver com aquilo que a Europa entende sobre o que é a posição da agricultura europeia no cômputo geral da economia agrícola do Mundo. A Europa tem-se vindo a fechar cada vez mais em leis e restrições estritamente europeias, esquecendo-se completamente que estamos inseridos num mercado global. E o que está a acontecer é que a concorrência ou competitividade do sector agrícola europeu é cada vez pior no cômputo geral. Portanto, a Europa aos poucos e poucos está a deixar que produtos vindos do exterior e sobre os quais não aplica as mesmas
restrições que aplica aos seus próprios produtos, seja inundada por esses produtos que vêem, é certo, a preços mais baixos porque a produção europeia graças a esse tipo de restrições vão sendo aplicadas, e é cada vez mais cara relativamente aos produtos estrangeiros. Basta ver que a Europa nos últimos quatro ou cinco anos passou de exportadora a importadora de carne. A dependência externa da agricultura europeia é cada vez maior. A Europa necessita cada dia de mais produtos externos, que os vai comprando cada vez mais caros, porque como cada vez mais tem menos capacidade de produção interna, é evidente que vai deixando que a sua própria agricultura se definhe. Pensa que em redor de toda esta problemática tem existido alguma falta de vontade política? Pedro Corrêa de Barros foi pronto na resposta. «Acho que não. Acho exactamente que aquilo que levou à vitória desta nova maioria foi ter sido capaz de demonstrar que tem vontade política para construir um país diferente. Não falo da anterior governação porque pior não podiam ter feito ao país». A actual ministra da Agricultura disse há dias que quer uma Agricultura sustentável para o país. Isto é utopia? «Enquanto se tiver a política das grandes superfícies, é perfeitamente uma utopia», respondeu sem rodeios o nosso entrevistado.
Jaime Piçarra, secretário-geral da IACA aproveitaria a deixa para intervir. «Se vir o universo da agro-alimentar e o universo da indústria alimentar que é a principal indústria transformadora em Portugal – os principais sectores são as carnes, o leite e o nosso sector – isto significa que a actividade pecuária é o grande cerne da agro-indústria. O que é que isto quer dizer. Se pensar que a alimentação animal (que é principal posto das explorações pecuárias) e se pensarmos que desde o verão passado houve um agravamento do preço das matérias-primas, acompanhado da subida dos combustíveis, isto significa que se não tivermos matérias-prmas a preços competitivos toda a pecuária está seriamente em causa. Isto por um lado. Por outro lado, estamos a falar de sectores, nomeadamente o nosso, em que se olharmos para o mundo rural (e aqui voltamos à questão da ministra da Agricultura ter falado em Agricultura sustentada para Portugal) se o nosso sector desaparecer
não haverá sequer alternativa de emprego no mundo rural», Comentou Jaime Piçarra, para voltar à análise. «Outra questão é que neste momento para além da grande distribuição há dois aspectos que são importantes. São as regras que a EU insiste em exigir aos seus operadores (ambiente, segurança alimentar, bem-estar animal) que depois, infelizmente não é capaz de implementar, criando aqui uma concorrência desigual. Isto é um aspecto fundamental em termos de competitividade do país e da Europa face ao mundo. E depois é bom recordar que só é possível ter uma agricultura sustentável se ela for sustentável do ponto de vista ambiental, mas sobretudo económica e social. Sustentabilidade sem ser económica, não estou a ver…Uma vez que temos uma ministra que tem a tutela do Ambiente e do Desenvolvimento Rural, era importante resolver um problema que para nós é fundamental e que é o Regime do Exercício da Actividade Pecuária – REAP em que é
preciso uma coerência e um bom senso do ponto de vista ambiental para que a nossa pecuária possa ser sustentável e tenha capacidade para se desenvolver», referiu Jaime Piçarra. Porque é que o país importa leite? Esta explicação coube a José Filipe Ribeiro dos Santos, director-executivo da IACA. «O comércio do leite é livre no comércio intercomunitário. As importações e as exportações ou o comércio intercomunitário do leite está liberalizado, não havendo restrições a essa situação. Poderá haver bons produtores de leite que sejam muito competitivos ou que tenham excesso de produção e que cedam esses excessos ao preço marginal a outras regiões que o compram. Em Portugal existe uma organização relativamente sólida do ponto de vista da produção (cooperativas ligadas à Lactogal) e essa estrutura tem competido no mercado da distribuição com os produtos que, obviamente, os comerciantes podem importar de outro país». ‹
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› GRANDE PLANO Manuel Chaveiro Soares, Gestor do Grupo Valouro
«Queremos ser cada vez mais competitivos» As raízes do actual Grupo Valouro, líder incontestável na produção de carne de aves, datam de 1875. Em entrevista à País €conómico, Manuel Chaveiro Soares, que trabalha há 30 anos para esta organização e é o gestor da Sociedade Agrícola da Quinta da Freiria, SA, empresa que faz parte daquele grupo avícola, diz que a situação mais gravosa que neste momento o grupo enfrenta prende-se com a área da exportação, nomeadamente para países terceiros do Norte de África e Médio Oriente. «A Líbia, por exemplo, é o segundo maior importador de ovos de incubação do mundo», e a situação de instabilidade que lá se vive actualmente, «torna tudo mais complicado, uma vez que essa situação vai-nos obrigar a reduzir a produção». Manuel Chaveiro Soares fala da história da empresa, refere-se à quebra que o mercado interno está a registar, e enumera uma série de medidas que têm sido tomadas para a consolidação deste projecto. «Queremos continuar a ser cada vez mais competitivos», sublinhou a fechar esta entrevista.
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Texto › VALDEMAR BONACHO
arcáramos encontro com Manuel Chaveiro Soares, uma figura há 30 anos ligada ao Grupo Valouro onde iniciou a sua actividade como nutricionista na empresa Rações Valouro, sendo hoje gestor na Sociedade Agrícola da Quinta da Freiria, SA, empresa igualmente ligada a este conceituado grupo. É impensável falar-se do Grupo Valouro sem recordar a família Santos? Manuel Chaveiro Soares, 67 anos, Engenheiro Agrónomo (ISA), Doutorado (1985) E Agregado (1997) pela UTL, respondeu. «É impensável porque efectivamente o Grupo Valouro nasce em 1875 (tem 136 anos), e os seus primeiros passos são na área da comercialização de aves em Lisboa, muito ligado então ao abastecimento da navegação e hotelaria, e a partir da década de 1970, com os irmãos gémeos António José e José António dos Santos, dá-se um grande impulso com a criação do segundo matadouro de aves privado instalado no país». Como é que uma organização com a grandeza do Grupo Valouro tem convivido com a crise económica, financeira e social que tem afligido o país e que de certa maneira tem refreado o consumo de muitos portugueses? «Nós temos notado uma quebra importante no mercado interno, embora reconheçamos que os preços estão muito esmagados e as margens de lucro das empresas não deixarão de reflectir isso mesmo, nomeadamente em 2011», lembrou Manuel Chaveiro Soares, para dizer que a situação mais gravosa do grupo prende-se à área da exportação, nomeadamente para países terceiros, Norte de
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS África e Médio Oriente «onde as perturbações políticas e conflitos militares têm, naturalmente, perturbado as nossas exportações, que são significativas», referiu. Isto significa que em 2011 o grupo Valouro vai descer a sua facturação? – insistimos. «Um pouco. Quem exporta para esses mercados do Médio Oriente e do Norte de África é esta empresa onde nós estamos (Sociedade Agrícola da Quinta da Freiria, SA) que se dedica à multiplicação avícola e que exporta muitos ovos para incubação para esses países. Portanto, esta quebra a nível da facturação global do grupo não é expressiva. Para esta empresa em concreto, sim, tem algum significado», esclareceu Manuel Chaveiro Soares, que no seu currículo expressivo conta também com uma passagem de 24 anos como docente do ISA/UTL. Quando se refere a países em conflito também está a incluir a Líbia? «A Líbia é o segundo maior importador de ovos de incubação do mundo, e isso torna a situação muito complicada, uma vez que essa situação vai-nos obrigar a reduzir a produção», responde o nosso entrevistado. Perante essa descida de produção não procuram novos mercados? «É difícil, porque todos aqueles que exportavam para essa área do mundo, espanhóis, holandeses, sofrem a mesma contracção do mercado. Por conseguinte, só há uma solução, que é produzir a produção. Isso leva-nos a ter maiores dificuldades em diluirmos os custos
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› GRANDE PLANO fixos», reconheceu Manuel Chaveiro Soares, a quem foi colocada uma nova questão. Esta hipótese de verem reduzir a produção também poderá envolver a componente de despedimento de pessoal? «Creio que não. Estamos a falar de uma redução da produção só no que respeita a
ovos para incubação, não a área principal do grupo que é a produção de carne de aves», tranquiliza este gestor. Líder no sector da carne de aves E como é que tem sido o comportamento do mercado de carne de aves? Manuel Chaveiro Soares faz uma breve passa, e esclarece. «Em termos de consumo tem-se comportado satisfatoriamente. Em termos de preço, nem por isso». A partir de 1966 a Valouro viveu um período de expansão tendo sido realizados avultados investimentos. Foi o caso da construção de um centro de abate de aves (o 2º matadouro de aves privado instalado no país), unidade que hoje é conhecida como “Edifício Avibom” e que funciona como núcleo do Grupo Valouro. Referimo-nos a este investimento como poderíamos falar de outros. Por exemplo, em 1978 e com o objectivo de completar a fileira avícola, foi instalada uma fábrica de rações em Marteleira (Lourinhã), e dez anos depois outra unidade no Ramalhal, concelho de Torres Vedras, e depois uma outra fábrica em Badajoz (Espanha). Ainda continuam com esta veia investidora, ou esse clima já abrandou? «Os nossos investimentos foram no sentido de aumentar a produtividade e a bio-segurança das nossas produções. Nós temos de encarar o futuro e sabemos que a nossa sobrevivência
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no futuro depende desses vectores. Sem querer ser exagerado, direi que esta empresa, que se dedica à multiplicação avícola tem as melhores performances produtivas que se registam na Europa», observou Manuel Chaveiro Soares, que em termos de futuro e em termos dos grandes objectivos do Grupo Valouro a médio prazo, destacou: «Sempre, sempre, aqueles objectivos que já indiquei: Os aumentos da produtividade e assegurar uma grande segurança sanitária dos nossos produtos, nomeadamente a carne de aves, os ovos para incubação, e os pintos do dia. Tornar a empresa competitiva. Esses têm sido os factores que nos levaram a ter hoje uma posição de destaque na economia avícola nacional, e uma situação financeira sólida. Assumimos sem quaisquer rodeios a liderança do sector da carne de aves». Razões do sucesso do Grupo Valouro Falar em liderança implica saber inovar, ter preocupações com a qualidade, e estar rodeado de recursos humanos altamente qualificados. Esta também tem sido a preocupação do Grupo Valouro? «Sim, tem sido essa a nossa preocupação. Eu em particular na empresa onde nos encontramos (Sociedade Agrícola da Quinta da Freira, SA), que é aquela que eu conheço melhor, diria que o nosso sucesso (que sublinho é reconhecido como aquele que atinge melhor desempenho reprodutivo a nível europeu) fica a dever-se basicamente a três factores: Colaboradores competentes e dedicados, e estes atributos não são em vão, nós trabalhamos sete dias por semana, trabalhamos com animais vivos e, portanto, tem grandes exigências em termos humanos. O segundo factor prende-se com o papel dos nossos accionistas que durante cerca de duas décadas reinvestiram todos (literalmente todos) os lucros em novas instalações e equipamentos. O único benefício que retiraram em duas décadas foi a Ceia de Natal aqui na empresa. A terceira vantagem que temos é o facto de trabalharmos com rações de grande qualidade do ponto de vista nutritivo e sanitário, o que nos permite elevados desempenhos em todo o nosso sector de produção avícola, e em particular no da multiplicação avícola», sublinhou Manuel Chaveiro Soares, uma figura de múltiplas ocupações. Para além de tudo que já foi dito em termos curriculares, há a referir ainda que actualmente exerce funções como presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito Agrícola de Cadaval e como vogal do Conselho Fiscal da FENACAM. E há 14 anos a esta parte é fruticultor no concelho de Cadaval onde se dedica predominantemente à produção de pêra Rocha. E não esquecer que também é membro directivo da IACA. ‹
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› GRANDE PLANO Megafinance negoceia participação nos supermercados AC Santos e prepara
Aquisição no sector alimentar espanhol A Megafinance Partners está desde há sensivelmente um ano a adquirir um conjunto de participações em várias panificadoras do sul e centro de Portugal, preparando-se agora para apresentar uma proposta de aquisição dos supermercados AC Santos, que atravessarão um forte processo de reestruturação. Já em Espanha, e depois de várias notícias de negociações para a entrada em várias empresas participadas do Grupo Nueva Rumasa, a Megafinance liderada por Luís Valente, está a fechar um memorando com opção de compra da cadeia que fabrica os chocolates Eureka. O turn around da empresa espanhola principiará já no próximo mês de Setembro. Texto › JORGE Alegria
A
Megafinance Partners, liderada pelo empresário Luís Valente, está em negociações com os grupos Auchan e Danone, dois dos principais credores da cadeia de supermercados AC Santos, para viabilizar uma proposta de reestruturação desta cadeia alimentar da Região de Lisboa na Assembleia de Credores que decorrerá no próximo mês de Setembro. Os supermercados AC Santos chegaram a deter 21 lojas na Grande Lisboa, várias das quais em algumas das principais artérias da capital portuguesa. Entretanto, sob a gestão da família fundadora – Adelino Cardoso dos Santos – a situação financeira foi-se degradando e o passivo atingiu globalmente cerca de 12 milhões de euros. Há alguns meses, a sociedade Megafinance Partners, especializada em processos de reestruturação empresarial, mostrou interesse no processo conduzido já na altura por um administrador judicial, tendo então manifestado o propósito de apresentar um projecto concreto de reestruturação da AC Santos. Decorreram, entretanto, segundo apurou a País €conómico, várias reuniões, mas não foram conclusivas a tempo da sociedade financeira poder apresentar um projecto para ser analisado e discutido na Assembleia de Credores que se realizou no início de Julho. Entretanto, continuaram as conversações, tanto com o Administrador Judicial, como com o conjunto mais relevante dos credores, para se chegar a uma solução, tendo em vista a efectiva apresentação de um Plano de Reestruturação para análise e discussão numa nova Assembleia de Credores que se realizará em Setembro, como na eventual sequência da sua aprovação, a tomada de uma participação na AC Santos pela Megafinance, assegurando a partir daí o controle da respectiva gestão. Neste momento, segundo a P€ apurou, o desenho do Plano de Reestruturação está
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| FOTOGRAFIA › ARQUIVO fechado e assenta em vários aspectos, o primeiro dos quais, pela concretização de uma operação harmónio, que reduzirá numa primeira fase o capital social da AC Santos Supermercados, SA, para apenas 50 mil euros, subindo numa segunda fase para 1,5 milhões de euros. Na execução do plano de reestruturação, são apontadas várias medidas, entre as quais a da reestruturação do passivo, com os credores a terem de aceitar uma redução dos créditos em 30%, sendo o restante passivo a liquidar num prazo de 10 anos, mas com o primeiro de carência. Quanto aos pressupostos defendidos para a recuperação da cadeia de supermercados AC Santos, o projecto a apresentar pela Megafinance defende que será necessária uma “Renovação da gama e reposição do stock das lojas, com foco em categorias que possam diferenciar ACS”, aponta a possibilidade de “analisar a potencial expansão da rede e alargamento a outras zonas de actuação”, além da indispensável “melhoria do “layout” e renovação dos colaboradores de loja de forma a optimizar a experiência do consumidor”. Em força na panificação A possível entrada da Megafinance numa cadeia de supermercados como a AC Santos poderá ser muito vantajosa para a estratégia empreendida desde há vários meses e que tem sido consubstanciada pela tomada de importantes participações em várias empresas de fabrico e distribuição de pão e produtos similares. Deter uma cadeia de supermercados seria verticalizar o negócio e potenciar junto do consumidor final a própria produção das padarias e pastelarias entretanto adquiridas no último ano. A primeira desse conjunto foi a Panificadora Central Eborense, onde a Megafinance já concretizou investimentos da ordem dos 2,5 milhões de euros. Seguiram-se as panificadoras de Estremoz, Portimão, Feijó (Almada), Covilhã e Castelo Branco. Entretanto, já
em meados de Julho, dói adquirida uma participação na empresa Terracheia, localizada em Pegões, concelho do Montijo, empresa que se dedica à produção de embalagens avançadas para o acondicionamento de diversos produtos alimentares. Todavia, as ambições da Megafinance no sector alimentar não se circunscrevem a Portugal, antes avançam a todo o vapor em território espanhol. Após diversas notícias sobre negociações entre a Megafinance e o Grupo Nueva Rumasa, tendente à tomada de participações em diversas empresas desse gigante espanhol do
sector agroalimentar, negociações confirmadas à P€ por fonte da empresa portuguesa, mas que nos garantiu que ainda estão longe de serem tomadas quaisquer decisões nessa matéria, a empresa acaba de abrir um escritório em Madrid e fechou um memorando para adquirir uma participação na cadeia espanhola produtora de chocolates Eureka, fornecedora entre outras da cadeia Auchan no território do país vizinho, além de uma vasta rede de pequenas lojas em diversas cidades. O processo de turn around (reestruturação) deverá iniciar-se já no próximo mês de Setembro. ‹
Agosto 2011 | País €conómico › 13
O futuro das empresas agro-alimentares e da Agricultura no combate à crise
C
omprar um quilo de açúcar, um litro de leite, um pão ou um pacote de bolachas é um ato muito comuns. Sob esta aparência inócua e inocente está um mundo económico e político à escala mundial invisível mas potente. Os cidadãos estão cada vez mais envolvidos com a sua alimentação, desde a forma como é produzida, a sua qualidade, o preço e o efeito que pode ter na promoção da sua saúde. Aumenta também o foco sobre os temas do ambiente e da ética e, numa perspectiva integradora, fala-se cada vez mais de uma abordagem ao crescimento e desenvolvimento sustentado. A confiança nos produtos alimentares, na perspectiva da saúde e do bem-estar, o reconhecimento das iniciativas de responsabilidade social e a consciencialização de que todos os produtos se enquadram num estilo de vida saudável. Os consumidores estão cada vez mais atentos ao papel dos alimentos e da alimentação no seu bem-estar, saúde e longevidade. Como resultado, crescem as tendências de inovação relacionadas com a prevenção de factores de risco e a promoção da forma física, associadas a maiores exigências ao nível do preço, prazer, conveniência e ética. Por outro lado, a relação entre a alimentação, estilos de vida saudáveis e saúde tornou-se uma das prioridades de vários governos. As rápidas mudanças sentidas ao nível das percepções e expectativas têm motivado o crescente posicionamento da indústria agro-alimentar como parceira e principal dinamizadora de compromissos geradores de confiança.
14 › País €conómico | Agosto 2011
A promoção externa das empresas e marcas nacionais, como forma de conquista de novas oportunidades, torna-se uma inevitabilidade. A qualidade dos produtos nacionais, associada a um reforço das redes de contactos dentro e fora da União Europeia, revela, por si só, um enorme potencial de sucesso junto de outros mercados e permitirá, em vários casos, um ganho de dimensão do sector e da economia nacional representando no presente momento um PIB de 7,6%. A inovação continua a ser um desafio para a indústria agro-alimentar, nomeadamente na relação com os principais temas económicos, sociais e demográficos e na garantia da competitividade da maioria das empresas, através da identificação de oportunidades que estejam de acordo com as políticas e regulamentação da União Europeia, que garantam a segurança alimentar e possibilitem ir ao encontro das necessidades gerais e das expectativas e atitudes específicas dos consumidores. A indústria portuguesa agro-alimentar está fortemente empenhada na melhoria da sua sustentabilidade económica, ambiental e social. O crescimento da população mundial, as alterações climáticas e demográficas e o aumento da pressão sobre os recursos naturais têm vindo a posicionar a sustentabilidade no topo das prioridades políticas, sociais e empresariais. Novas regras têm vindo a limitar e a encarecer a utilização de recursos e serviços. Melhorar as percepções e reforçar as iniciativas relacionadas com as questões sociais e ambientais tornou-se mais importante do que nunca, crescendo
Sílvia Ramos
as exigências de maior transparência sobre todos os aspectos da actividade industrial. A indústria agro-alimentar não é hoje apenas responsável pelo fornecimento diário de produtos alimentares de elevada qualidade, seguros, saudáveis, sensorialmente apetecíveis e com preços competitivos, mas também pela crescente necessidade de gerir os seus recursos, os seus resíduos e as embalagens em benefício dos consumidores, da comunidade e do meio ambiente, o que envolve encargos elevadíssimos na gestão destas empresas, as quais enfrentam hoje várias barreiras legais, administrativas, comerciais e fiscais que colocam em causa a sobrevivência de muitas. A capacidade de produzir e introduzir no mercado produtos sem constrangimentos burocráticos torna-se essencial para atingir o objectivo global da indústria. A promoção de um enquadramento legal melhorado, simplificado, mais proporcionado e facilitador da competitividade é uma exigência e uma necessidade da indústria agro-alimentar por exemplo todos os produtos alimentares deveriam ter a taxa reduzida de IVA e que permitiria eliminar as situações de dupla tributação. A indústria agro-alimentar continua a ser penalizada pelo excesso de regulamentação, sendo afectada por vários constrangimentos à sua actividade. Menos regulamentação trará benefícios para os consumidores, equilibraria os preços e consequentemente iria gerar mais emprego. A redução das actuais discriminações fiscais e das barreiras administrativas e a promoção de maiores equilíbrios na fileira devem estar no topo das prioridades. A indústria agro-alimentar é o principal cliente da agricultura. A indústria agro-alimentar é responsável pela forma-
ção e melhoria do rendimento das explorações agrícolas e pecuárias, estimulando a sua inovação e competitividade, constituindo, nas suas diferentes fileiras, um sector estratégico para o desenvolvimento sustentável da agropecuária nacional e decisivo na definição e implementação das políticas públicas, sobretudo as directamente ligadas ao desenvolvimento do mundo rural. Face aos inúmeros desafios, é necessário uma estratégia de uma política alimentar, mais do que uma política agrícola, sendo fundamental caminhar-se no sentido de um modelo que seja agrário e agro-alimentar. Por outro lado, a PAC pós-2013 exige desde já uma reflexão que permita à agricultura continuar a ter uma política comum, devendo ser evitadas tentativas de renacionalização e distorções de concorrência entre agriculturas, agricultores ou regiões. A promoção das marcas nacionais além fronteiras, como forma de conquista de novas oportunidades, torna-se uma inevitabilidade. A qualidade dos nossos produtos, associada a um reforço das redes de contactos dentro e fora da União Europeia, revela, por si só, um enorme potencial de sucesso junto de outros mercados e permitirá, um ganho de dimensão do sector e da economia nacional. Suportando a criação de uma estrutura de apoio às actividades de promoção, criando maiores sinergias e assegurando uma maior consistência ao nível da representatividade do sector e do país. A promoção dos nossos queijos, enchidos, azeite, vinhos, doces, pão e toda a variedade de produtos inovadores que no presente momento estão no mercado e produzidos nas nossas indústrias divulgados correctamente seria o grande pilar no combate à crise ‹
Agosto 2011 | País €conómico › 15
› NOTÍCIAS
› A ABRIR
Subindo na Pirâmide
Paulo Portas
Maria Nunes É a nova Administradora da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa. A nova administradora é um quadro da empresa que agora integra a sua administração e é natural de Montemoro-Novo. Tem experiência de 20 anos em
SDF Ibérica inaugurou novas instalações logísticas próximo de Madrid
direcção de obras e foi técnica de obras na Mouraria. ‹
Soares da Costa inicia este mês construção Luanda Towers
Nova fábrica até 2014 Mário Neves É o novo Director de Negócio da Mind Source, empresa especializada em Consultoria e Soluções Integradas de Outsourcing, de projectos de base tecnológica. A contratação surge para reforçar a estratégia de crescimento da rede de Talentos da Mind Source, capaz de gerar um maior add value ao seu core business. ‹
Sara Durão É a nova embaixadora de marca da Lipocero, empresa que é uma rede de beleza e estética especializada em remodelação corporal sem cirurgia e fotodepilação e detém sete espaços (Seixal, Almada, Chaves e quatro em Lisboa), prevendo ainda abrir na região do Porto, Santarém, Torres Vedras e Lisboa. ‹
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A construtora portuguesa Soares da Costa, liderada por Pedro Gonçalves, inicia este mês a construção do empreendimento imobiliário Visa Club – Luanda Towers. Liderando o consórcio construtor (onde também participa a Mota-Engil, além de empresas chinesas), e depois de ultrapassados alguns constrangimentos burocráticos, a Soares da Costa vai então iniciar uma obra que incluirá um centro comercial bem como três torres residenciais com 20 pisos cada, zona que albergará também um hotel. A finalização do empreendimento está prevista para 2013. Por outro lado, estando presente há 20 anos em Angola, a Soares da Costa possui o projecto de construir uma fábrica de materiais de construção no país, num investimento que se deverá situar entre os 45 e os 55 milhões de euros. A construtora portuguesa obteve em 2010 no mercado angolano um volume de negócios na ordem dos 344,8 milhões de euros, o que representou 38,6% do total do volume de negócios do grupo em todas as latitudes. Ainda em Angola, a Soares da Costa dispõe actualmente de 446 milhões de euros na sua carteira de encomendas. ‹
Prebuild comprou a iZi A Prebuild anunciou recentemente a aquisição ao Grupo A. Silva & Silva, da cadeia Mestre Maco/iZi, embora não tenha sido revelado os valores da transacção. Além de passar a deter uma rede de distribuição dos vários produtos do Universo Prebuild – que já no corrente ano tinha adquirido a Levira – o grupo liderado por João Gama Leão pretende desenvolver e internacionalizar a segunda maior cadeia de distribuição de produtos de bricolage, decoração e jardim a operar em Portugal, e que no ano transacto registou um volume de negócios próximo dos 60 milhões de euros. A Prebuid é um grupo industrial português e que possui 33 empresas, 18 das quais em Portugal, e as restantes localizadas em Angola, Espanha e Brasil. ‹
Melhores soluções para os clientes A SDF Ibérica, filial da STEF-TFE e líder da logística do frio, inaugurou as suas maiores instalações de transporte e logística de produtos agro-alimentares frescos e congelados próximo de Madrid, em Espanha. O investimento atingiu os 23 milhões de euros. Implementada a 15 quilómetros de Madrid, propriamente na zona industrial de Torrejón de Ardoz, o investimento agora concretizado é o maior jamais realizado pelo grupo. Os 23 milhões de euros investidos serviram para construir estas soluções multi-temperatura, com uma superfície total de 15.100 m2 e 116.000 m3 de volume de armazenamento sob temperatura controlada. Aliás, segundo a SDF Ibérica, pela primeira vez no mundo do frio industrial, o armazenamento de energia frigorífica poderá ser restituído num longo período (6 a 8 horas). A SDF Madrid é o principal elemento de um dispositivo que inclui 24 plataformas multitemperatura na Península Ibérica. A SDF Madrid consiste em instalações de tipologias variadas de produtos, requerendo temperaturas distintas e de diferentes clientes, gerindo todo o tipo de serviços de transporte, prestações logísticas com apoio e adaptados sistemas de informação. A nova estrutura oferece uma cobertura em todo o território ibérico e ligações à rede europeia da STEF-TFE. De referir que a STEF-TFE é representada em Portugal pela filial SDF Portugal, empresa que presta serviços de distribuição frigorífica e é certificada em Segurança Alimentar (ISO 20000), e actua no nosso país com três plataformas frigoríficas e uma rede de distribuição sob temperatura controlada. ‹
O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros realizou a sua primeira grande viagem oficial com a particularidade da sua escolha ter incidido nos países de expressão portuguesa. Em Angola, Moçambique e Brasil, o ministro reafirmou a importância estratégica desses países para Portugal e enfatizou que vai implementar uma activa diplomacia económica para afirmar as empresas e as exportações nacionais para esses mercados. ‹
Américo Amorim O empresário português mais rico continua a ser uma força da natureza e um grande visionário. A sua cortiça continua a dominar os palcos mundiais, o seu olhar aponta já para novos investimentos turísticos no nordeste brasileiro, e ainda poderá estar à beira de em aliança com os seus parceiros angolanos ganhar a privatização do BPN. ‹
Alexandre Soares dos Santos O Presidente do Grupo Jerónimo Martins alcandorou-se ao segundo homem mais rico de Portugal, não tendo sido surpresa atingir essa posição, pois a coragem de investir na Polónia, estender e consolidar a posição do grupo em Portugal, a própria visão de ter desinvestido no tempo certo no Brasil, país onde pondera voltar, colocam-no como um dos grandes empresários portugueses do nosso tempo. ‹
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› GRANDE ENTREVISTA Luís Mira Amaral, Presidente Executivo do Banco BIC Português, venceu a corrida à privatização do BPN e aborda nesta entrevista vários pontos do desenvolvimento do país
O BPN fica em mãos credíveis e de confiança Esta entrevista foi realizada pouco antes da entrega da proposta do Banco BIC para a aquisição do capital do BPN Banco Português de Negócios. No entanto, só foi escrita no último dia de Julho, precisamente quando o Ministério das Finanças anunciou a sua decisão de vender os 100% de acções ao Banco BIC Português, pelo valor de 40 milhões de euros. Agora iniciar-se-ão os processos necessários tendentes à consumação do negócio num prazo de 180 dias. Na entrevista concedida em meados de Julho à País€conómico, Luís Mira Amaral, Presidente Executivo do Banco BIC Português, tinha defendido a importância para a instituição que lidera da aquisição do BPN na medida em que assegurava um rápido crescimento do Banco BIC no nosso país, pois a marca BPN é para liquidar e integrar-se na marca BIC, assegurou o banqueiro. Assegurou também que a aquisição se circunscreve à área bancária em Portugal, e não às sucursais que o banco detinha noutros países, nomeadamente no Brasil. No entanto, Luís Mira Amaral, nesta entrevista também abordou outros temas respeitantes ao desenvolvimento económico do país, e nas várias matérias abordadas, no campo energético, reconheceu que em face do excesso de capacidade de produção de energia que Portugal dispõe neste momento, o país não precisa nos anos mais próximos de enveredar pela energia nuclear, de que é um dos rostos mais visíveis em defesa dessa opção para Portugal. Texto › JORGE Alegria
O Banco BIC vai apresentar uma proposta para a aquisição do BPN?
O doutor Fernando Teles, Presidente do Conselho de Administração do Banco BIC Português e do Banco BIC Angola, pediu à Comissão Executiva do BIC Português para analisarmos o dossier respeitante à privatização do BPN, o que fizemos, e entregámos o respectivo relatório dirigido aos nossos accionistas. Nesse relatório, apontávamos que a proposta deveria incidir sobre um conjunto mais pequeno de activos e passivos do banco, com um número de balcões inferior aos registados actualmente, e consequentemente um número muito inferior de trabalhadores aos também hoje empregues no banco, com a escolha daqueles que se manteriam a ser efectuada sob a nossa completa responsabilidade. E naturalmente que defendemos também que a aquisição do BPN tinha de ter assegurado que o banco vendido teria de deter os rácios de solvabilidade indispensáveis, o que obrigava a ser concretizada uma injecção de dinheiro por parte do vendedor. Foi essa a visão que apresentámos aos nossos accionistas e assim vai ser traduzido na proposta que apresentaremos, o de um banco
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| FOTOGRAFIA › ARQUIVO mais pequeno nos seus diversos aspectos, mas assegurando a manutenção da cobertura nacional. A vossa proposta abrangerá também sucursais do banco noutros países, como é o caso da do Brasil, além de outras participadas financeiras do BPN?
Só nos interessa o BPN em Portugal, e também não nos interessa as sociedades participadas pelo BPN. Caso a vossa proposta vingue e acabem por comprar o BPN, manterão a marca ou vão integra-la na marca BIC?
Não consideramos a marca BPN um activo valorizado pelo mercado, antes pelo contrário, pelo que, caso possamos adquirir o banco, vamos integrar os seus activos – balcões e funcionários – no âmbito do Banco BIC Português, um banco que dispõe de um conjunto de accionistas portugueses e angolanos de grande credibilidade e solidez, e uma gestão com grande experiência e créditos firmados no mercado financeiro nacional. Caso não aconteça a aquisição do BPN, não considera que faltará comprar um outro banco de modo a assegurar a expansão do BIC em Portugal, que de outro modo se afigura bem mais difícil?
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› GRANDE ENTREVISTA Caso não se efectue uma aquisição de uma rede, e aqui entra a segunda perspectiva, considero que “não morre ninguém” e continuaremos o caminho trilhado de forma paulatina que temos seguido, com uma operação perfeitamente equilibrada, onde atingimos em 2010 um resultado de 2,4 milhões de euros, pelo que manteremos uma trajectória tranquila de crescimento orgânico, eventualmente com a criação de mais duas ou três agências e centros de empresas no país para além das que já possuímos – Lisboa, Porto, Braga, Viseu, Aveiro e Leiria. Grande apoio às exportações para Angola O enfoque nas operações financeiras entre Portugal e Angola, sendo naturalmente importante para os resultados que mencionou, não será, por outro lado, redutor para o BIC Portugal crescer noutros segmentos bem como no relacionamento financeiro com outros mercados?
Existem duas perspectivas possíveis. A primeira assenta no reconhecimento de que o sector bancário ao nível do retalho em Portugal constitui um sector maduro e está até sobrelotado, vejase os anúncios de alguns bancos quanto ao propósito de fecharem balcões em várias partes do país. Neste sentido, entendemos que não faz sentido o Banco BIC Portugal concretizar a criação de raiz de uma vasta rede de balcões no nosso país, pelo que o caso mais prático é adquirir uma rede já existente. É precisamente o que estamos a tentar fazer com a proposta para a aquisição do BPN.
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Considero que a especialização que assumimos no relacionamento financeiro entre Portugal e Angola tem constituído uma mais-valia no desenvolvimento e crescimento do Banco BIC Português, mas não temos circunscrito a nossa actividade a esse relacionamento bilateral, antes posso adiantar-lhe que temos atingido uma performance muito interessante na banca de empresas, naturalmente enquanto banco correspondente no nosso país de bancos angolanos, mas igualmente na área do private banking. Posso até adianta-lhe, igualmente, que o Banco BIC Português na sua actividade de banca de empresas, possui uma carteira de crédito de 270 milhões de euros, não apenas junto de empresas que trabalham com o mercado angolano, mas também com outras presentes noutros mercados e, em muitos casos, que nem sequer trabalham com Angola, mas até em face da restrição de crédito no mercado bancário nacional tem procurado o Banco BIC para financiar a sua capacidade exportadora. E nós temo-lo feito, pois
somos um banco bem capitalizado e estamos a apoiar muitas empresas a conseguirem exportar, seja para Angola, seja para outros mercados. A crise gerou oportunidades para uma intervenção mais alargada do Banco BIC Português no mercado financeiro nacional.
as nossas ligações atlânticas, antes pelo contrário, considera prioritária a relação com os países de expressão portuguesa, sendo que Angola, Moçambique e o Brasil, estão nessa rota prioritária.
Como avalia as actuais relações económicas e empresariais en-
Há empresas lusófonas que podem estar nas privatizações
tre Portugal e Angola?
Caso a proposta do Banco BIC venha a ser a vencedora da pri-
Assistimos a uma recuperação das exportações portuguesas para Angola, embora não aos níveis de crescimento atingidos em anos anteriores. Mas, sublinho, que Angola constitui um mercado muito importante para Portugal, tanto ao nível das exportações como ao nível do investimento, sendo um país essencial na diversificação das nossas empresas. O Banco BIC Português tem estado naturalmente muito activo no apoio às exportações de muitas empresas portuguesas, além de que, no que respeita ao apoio ao investimento empresarial das empresas portuguesas em Angola, temos analisado diversos processos que depois enviamos para posterior análise e decisão do Banco BIC Angola, pois foi correctamente considerado que decisões em matéria de investimento a concretizar em Angola fazia todo o sentido de serem decididas pelo nosso ”irmão gémeo” o Banco BIC Angola, que é um grande banco em Angola e dispõe exactamente dos mesmos accionistas do próprio Banco BIC Português.
vatização do BPN, poderá ser premonitória no que respeita a
O facto do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, realizar a sua primeira viagem oficial a Angola (e depois a Moçambique e ao Brasil), poderá ter um significado importante e constituir um ponto considerável no reforço das relações económicas e empresariais entre os dois países?
Simbolicamente é importante na medida em que significa que embora Portugal seja membro da União Europeia, não esqueceu
verificarmos uma possível presença alargada de investidores oriundos dos países lusófonos no programa de privatizações que o governo terá de empreender proximamente de modo a cumprir o acordo que o país firmou com a designada troika?
Existe uma questão prévia que importa referir. Para um país que se endividou da forma que Portugal o fez, as privatizações enquanto forma do Estado realizar encaixes financeiros, tornaram-se inevitáveis. Faz parte do acordo com os nossos credores, pelo que temos mesmo de as concretizar. Agora há empresas e empresas. Existem empresas que me parece realista a possibilidade de as associar a investidores do espaço lusófono, enquanto noutras já não será assim. Nas que lhe parecem que poderão ter novos accionistas provenientes dos países de língua portuguesa, em quais estará a pensar?
Por exemplo, no caso paradigmático da TAP. Quando se pensa na transportadora aérea portuguesa, parece-me evidente que existirá todo o interesse e vantagem no contexto da sua privatização, se concretizássemos uma associação a empresas semelhantes brasileiras e angolanas. Não gostaria de ver mais tarde, se a TAP acabasse por ser alienada a uma empresa espanhola, que passássemos a depender de Madrid para poder ir a São Paulo, a alguma capital do nordeste brasileiro, a Luanda ou a Maputo. No
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› GRANDE ENTREVISTA caso da TAP, obviamente que não gostaria que se realizasse uma privatização tendo apenas presente o aspecto puramente financeiro, mas antes integrada numa perspectiva estratégica ampla. E devo dizer que não vejo no acordo estabelecido com a troika nada que impeça uma situação como a que acabei de descrever sobre o que me parece a melhor solução para a privatização da TAP. Já quanto à privatização de outras empresas, por exemplo, a EDP ou REN, empresas cotadas em bolsa, considero mais difícil prosseguir uma estratégia semelhante à descrita anteriormente para a TAP. Não digo que não possa existir um caso ou outro de alguma empresa brasileira ou angolana que possam ter interesse e capacidade para adquirir alguma parte do capital a privatizar dessas empresas de energia, mas julgo que as possibilidades mais amplas poderão vir de outros países e mercados. Um mercado tão especial como o energético, o país não poderá ficar numa posição delicada com o abandono completo do Estado de posições accionistas em empresas tão importantes e estratégicas como a EDP e a REN?
Não considero complicado a saída do Estado do capital accionista dessas empresas, no fundo sai o Estado accionista mas fica o Estado regulador. Os dois instrumentos detidos pelo Estado, respectivamente, o contrato de concessão e as próprias entidades reguladoras existentes, existem desde o tempo em que fui Ministro da Indústria e Energia, funcionam normalmente e de modo considerado satisfatório, pelo que não vejo nenhum problema na saída do Estado do capital accionista dessas empresas. Governo tem legitimidade para ir além do acordo com a troika Qual é a sua opinião no facto do Governo pretender implementar um conjunto de medidas que vão para além do acordo estabelecido com a Troika? Considera que eram necessárias medidas mais profundas e exigentes como a que o executivo liderado por Pedro Passos Coelho pretende levar a cabo?
Governo deverá tomar neste sector?
É preciso cumprir perfeitamente o acordo assinado com a troika, pelo que, e para prevenir imprevistos que sempre acontecem em qualquer lado da esfera da actuação humana, considero que o Governo fez bem em implantar um conjunto de medidas suplementares às plasmadas nesse acordo que, recordo, foi assinando pelos três principais partidos nacionais, de forma a garantir em absoluto o seu cumprimento. Aliás, considero tanto legítimo ao governo em tomar medidas complementares às inscritas no acordo referido, como também considero natural que o PS possa não concordar com essas medidas suplementares. Isso faz parte do jogo democrático, mas penso que no que está no acordo com a troika o PS apoiará naturalmente as medidas que o governo tomará.
Recorda-se certamente de que em conjunto com outras pessoas escrevi um manifesto sobre a energia em Portugal, bem como colaborei com o doutor Eduardo Catroga no Programa Eleitoral do PSD respeitante às matérias relacionadas com a energia. É preciso registar a evolução tecnológica espantosa registada no sector da energia eólica, onde actualmente já se conseguem atingir preços próximos dos preços de mercado, pelo que considero que já não se justifica manter preços políticos que existiam no passado e que constituíam um manifesto apoio à introdução e progresso dessa forma de energia. Mas isso foi no passado, hoje já não se justifica. Em minha opinião, os novos projectos eólicos devem entrar na rede a preços de mercado e já não a “preços políticos”, ou seja, subsidiados. Curiosamente, e estou à vontade para o dizer, a EDP poderá ser uma das principais beneficiárias dessa nova situação, na medida em que possui uma capacidade já instalada pelo que as margens que consegue obter, nomeadamente em virtude da grande capacidade de bombagem que possui nos seus parques já desenvolvidos,
Introdução do nuclear não é urgente Voltando ao sector da energia, que lhe é muito caro, pois tem sido um crítico quanto ao nível dos apoios concedidos às energias renováveis. Em seu entender, qual deve ser a política que o
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serão certamente mais vantajosas. Agora, para quem pretender construir novos parques eólicos, deverá correr os riscos inerentes aos de qualquer investidor em qualquer área empresarial quando pretende avançar com um projecto. Em face do desenvolvimento atingido pelas energias renováveis, assim como em face da capacidade já instalada no campo hidroeléctrico e das centrais movidas a gás natural, considera que ainda faz sentido a defesa do desenvolvimento da energia nuclear, de que o senhor tem sido um dos principais rostos em defesa dessa opção?
É preciso referir que a energia nuclear não vai desaparecer no mundo, simplesmente porque vai continuar a ser indispensável. Acabar com o nuclear no mundo significava um maior consumo de gás natural e de carvão, e nesse caso teríamos de esquecer qualquer probabilidade em matéria do CO2, actualmente tão em voga. É preciso lembrar que a China não acabou com o nuclear, os EUA e a França reafirmaram a aposta no nuclear, a própria Inglaterra, a Polónia e a Finlândia, insistem no desenvolvimento da opção da energia nuclear. O que já está em cima da mesa é a pertinência,
senão mesmo a forte necessidade, da substituição das centrais nucleares antigas por novas centrais das chamadas terceira e até já de quarta geração. Quanto ao caso português que questionou, é verdade que o país regista neste momento um excesso de capacidade de produção energética, tanto ao nível das eólicas como das centrais termoeléctricas. Por isso, e porque como o país não está a crescer economicamente, pelo contrário, não vemos como é que nos próximos anos vamos precisar de aumentos significativos de produção energética, logo, em face desse excesso actual e previsivelmente no futuro, considero que nesta altura não será de considerar a questão da hipotética introdução da energia nuclear no nosso país. Mas considero igualmente que essa temática deverá continuar em aberto e a ser discutida, e mais, considero que o país deveria começar a preparar pessoas para actuarem nessa área em momento posterior em que Portugal tiver de tomar opções nessa área, e assim termos um geração de técnicos habilitados e capazes de operarem com a energia nuclear em central de nova geração. ‹
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› LUSOFONIA › Brasil
EDP mantém controlo na subsidiária brasileira
Regiões do Brasil mostram-se em Portugal
Após um processo em que alienou cerca de 13,8% das acções da EDP – Energias do Brasil, a EDP manteve o controlo da sua subsidiária brasileira com uma percentagem de 51% do seu capital. Na operação de alienação efectuada, a eléctrica portuguesa realizou um encaixe de 362,3 milhões de euros. Em declarações à Reuters, António Mexia, presidente executivo da EDP, referiu que a empresa portuguesa pretende «manter o controlo» sobre a sua subsidiária brasileira, afastando a possibilidade de uma nova venda de acções da empresa com sede em São Paulo. Para António Mexia, «o Brasil é um mercado prioritário e a nossa intenção firme é manter o controlo». Ainda no Brasil, mas no estado do Rio Grande do Sul, a EDP Renováveis (EDPR) assinou um contrato de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social do Brasil (BNDES) para o parque eólico de Tramandaí de 70 MW, em que a dívida de longo prazo contratualizada totaliza cerca de 100 milhões de euros. Segundo um comunicado divulgado pela EDP, “o parque eólico Tramandaí representa um marco significativo no desenvolvimento da EDPR na América do Sul, ao ser o primeiro parque desenvolvido e construído pela EDPR no Brasil. O Brasil apresenta um forte potencial de desenvolvimento de energia eólica em virtude do elevado recurso eólico”. ‹
Cresce o interesse de diversas regiões do Brasil para atracção do investimento português, bem como as próprias regiões querem mostrar os seus produtos para exportação para o mercado europeu tendo Portugal como porta de entrada na Europa. Em finais de Outubro, será a vez de uma Missção do Centro Oeste (estados de Goiás e do Distrito Federal) visitará o nosso país, e que incluirá representantes dos respectivos governos estaduais, além de vários empresários e os presidentes das câmaras portuguesas de comércio em Brasília (Fernando Brites) e em Goiânia (Ivan Marques). Segundo a País €conómico apurou, a Missão do Centro Oeste apresentará as potencialidades dos seus estados em conferências e rodadas de negócios em Lisboa, Porto, Guimarães e Aveiro, além de visitarem diversas empresa industriais e agro-industriais nessas regiões, mas também no Alentejo, onde deverão visitar as obras da construção das unidades industriais da construtora aeronáutica brasileira Embraer.
Portugal com supéravit A balança comercial portuguesa obteve no mês de Junho, um saldo favorável nas trocas comerciais com o Brasil, tendo exportado nesse mês um total de 55 milhões de dólares e importado 54 milhões de dólares. Os dados foram avançados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil. Refira-se que no corrente ano, o melhor mês das exportações portuguesas para o mercado brasileiro foi o Março, quando se atingiu um montante de 97 milhões de dólares. Em termos acumulados, nos primeiros seis meses de 2011, o Brasil vendeu a Portugal produtos e serviços no valor de 967,9 milhões de dólares e importou 361,1 milhões de dólares. A corrente comercial entre os dois países, neste primeiro semestre atingiu pois cerca de 1,3 mil milhões de dólares. Os principais produtos portugueses exportados para o mercado brasileiro continuaram a ser o azeite (mais de 20%), bacalhau (11%), sulfatos de minério de cobre, peras frescas e vinho. Já no que respeita às exportações brasileiras, realce para o petróleo (40%), açúcar em cana, laminados de ferro e aço, soja, milho e o café. ‹
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Priberam à conquista do Brasil A Priberam, especialista no desenvolvimento de software para o tratamento computacional da língua portuguesa, lançou uma nova versão do seu Dicionário, a primeira a permitir a consulta em português europeu e português do Brasil, pré ou pós-Acordo Ortográfico. A empresa lançou ainda uma aplicação de acesso ao Dicionário Priberam para Android, que já suporta as quatro opções de consulta agora disponíveis. Segundo Carlos Amaral, CEO da Priberam, o extenso trabalho de adaptação do conteúdo do Dicionário Priberam consistiu na inclusão de grafias do português do Brasil (eletrônico e umidade, por exemplo), na inserção de novas palavras (dublar ou trombadinha) e de novos sentidos (em estrelar ou malhação, por exemplo), numa marcação mais precisa de regionalismos quer em Portugal, quer no Brasil e na adaptação de todo o software e interface do Dicionário para permitir a consulta numa das duas normas. ‹
Em declarações à País €conómico, Fernando Brites, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Distrito Federal (Brasília), referiu que a Missão vai mostrar as grandes potencialidades e os grandes e médios projectos de construção e infra-estruturas, assim como o potencial agrícola e agroalimentar, bem como no sector farmacêutico, de toda esta região e «que pode e deve ser aproveitado pelas empresas portuguesas, até em virtude da crise económica que assola Portugal. As empresas portuguesas têm aqui enormes oportunidades, grandes projectos, podem realizar parcerias com empresas brasileiras, e nós estamos disponíveis enquanto câmara de comércio e indústria que promove os interesses portugueses e brasileiros, para promover e apoiar todas as empresas que queiram avançar para esta grande região do Brasil, onde é preciso não esquecer, se encontra a capital do próprio Brasil». Por ouro lado, segundo apurámos, o Governado do estado do Acre, Tião Viana, também foi convidado pela ADVB – As-
ENLP em Fortaleza Continuam abertas as inscrições para a realização do Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), que decorrerá nos dias 3, 4, 5 e 6 de Outubro próximo, na cidade brasileira de Fortaleza, capital do estado do Ceará. Organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará, e apoiado por várias instituições públicas e privadas, entre as quais o Governo do Estado do Ceará, do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e da Câmara de Comércio BrasilAngola no Ceará, o ENLP será mais uma oportunidade para se discutirem as oportunidades de reforçar os laços comerciais e empresariais entre os vários países da CPLP, gerando novos investimentos e abrindo novas linhas de comércio no espaço lusófono que abrange quatro continentes. ‹
sociação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, para realiar uma missão comercial no mercado português. Segundo Miguel Ignatios, da ADVB, «o governador acreano deve participar acompanhado de uma comitiva de empresários do Estado». ‹
IPDAL organiza Encontro O IPDAL – Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina vai realizar o primeiro Encontro do Triângulo Estratégico América Latina-Europa-África, organizado em conjunto pelo IPDAL e pela Fundação Luso-Espanhola. Este encontro decorrerá a 13 de Fevereiro do próximo ano, em Lisboa. ‹
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› LUSOFONIA › Brasil
Angola
› LUSOFONIA
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros iniciou em Angola périplo por três países lusófonos
Paulo Portas reafirma que países lusófonos são estratégicos para Portugal O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, acabou de realizar o seu primeiro périplo pelos principais países de língua portuguesa, tendo visitado sucessivamente Angola, Moçambique e o Brasil. Ultrapassar algumas dificuldades conjunturais e estruturais com Angola, dinamizar as relações e oportunidades empresariais em Moçambique e reforçar os laços políticos, económicos e comerciais com o Brasil, estiveram no topo da agenda do ministro português.
Brasília quer construir estacionamentos subterrâneos Até ao início da Copa do Mundo, em 2014, é intenção do Governo do Distrito Federal (DF) que haja parques de estacionamento subterrâneos na área compreendida pela chamada Esplanada dos Ministérios, área central de Brasília onde se localizam os diversos ministérios do governo federal brasileiro, bem como os edifícios da presidência e do congresso nacional. O assunto foi discutido recentemente pelo Governador Agnelo Queiroz (DF) com os presidentes da Câmara Federal e do Senado. Na altura, o governador sublinhou que a ideia principal é o de desestimular o transporte individual, uma vez que o estacionamento subterrâneo estaria integrado a transportes colectivos como o metro, o Veiculo Leve sobre Trilhos (VLT) e os transportes rodoviários. Agnelo Queiroz destacou que todo o projecto será executado por parceria público-privada (PPP), sem qualquer aporte do governo federal ou do governo do Distrito Federal, pois o responsável da obra poderá explorar o estacionamento pago, numa zona da cidade onde diariamente estacionam muitos milhares de viaturas, actualmente sem qualquer pagamento. ‹
Grupo Lena admite aumentar investimentos na Bahia Responsáveis do grupo português Lena, já posicionados no estado brasileiro da Bahia desde 1998, admitiram em visita recente à cidade Vitória da Conquista (a 556 km de Salvador, a capital do estado da Bahia) poderem efectuar investimentos na cidade e na própria região. Segundo o CEO do Grupo Lena, Joaquim Paulo Conceição, que esteve reunido na ocasião com o Prefeito (Presidente da Câmara Municipal na terminologia portuguesa) Guilherme Menezes, os índices da cidade despertaram a atenção e o eventual interesse do grupo para ali poderem investir no futuro, particularmente em áreas como a infra-estrutura e a educação, as que mostraram maiores potencialidades de desenvolvimento. De referir que a Lena Brasil, subsidiária do grupo Lena, actua neste país desde 1998, na altura através da empresa Liz Construção, seguindo-se nos anos posteriores o desenvolvimento da actividade através de mais quatro empresas, respectivamente, a Lenobetão, a Lizmetal, a P&B Invest e a Agroliz. ‹
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Vista Alegre cria empresa brasileira A Vista Alegre, conhecida empresa dedicada ao fabrico e comercialização de peças em porcelana e cristal, abriu recentemente uma subsidiária no mercado brasileiro, designada VAA Brasil. Esta empresa é controlada em 75% pelo grupo português, sendo os restantes 25% detidos por um sócio brasileiro proveniente da cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo. A sede localiza-se também na cidade de Vitória. O objectivo social da VAA Brasil consistirá no comércio de artigos de porcelanas, faiança cristal e vidro, permitindo reforçar assim a estratégia de internacionalização do grupo Vista Alegre Atlantis no Brasil. Ainda segundo informou a empresa portuguesa em comunicado, “o mercado brasileiro representou em 2010 já cerca de 2,8% das exportações do grupo português, sendo este um mercado fulcral para o reforço da estratégia de internacionalização da VAA”. ‹
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Texto › JORGE Alegria
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a sua primeira grande deslocação como novo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas aterrou primeiro em Luanda, capital de Angola, onde além de participar na cimeira de ministros dos negócios estrangeiros dos países da CPLP, foi igualmente recebido em audiência pelo presidente angolano José Eduardo dos Santos. Segundo declarou o ministro português à imprensa, o tema dos vistos para os cidadãos dos dois países foi tratado entre os dois estadistas, tendo ambos afirmado uma vontade inequívoca de se encontrarem as melhores soluções para desenvolverem a esse nível as relações entre os dois países e que de alguma forma tem sido um obstáculo ao aprofundamento das relações empresariais entre Portugal e Angola. Paulo Portas convidou o seu homólogo angolano a deslocar-se brevemente a Portugal, o que deverá ainda ocorrer este ano. Na segunda etapa do seu périplo lusófono, o ministro aterrou em Maputo, capital de Moçambique, expressando à sua chegada que «Moçambique é um país muito importante para as empresas portuguesas», e os números do investimento português e das exportações nacionais para aquele país da África Austral confirmam a sua crescente importância e afirmação no quadro das nossas relações com os PALOP s. Ainda antes de seguir para o Perú, onde assistiu em representação do governo português à tomada de posse do novo presidente daquele país sul-americano, Paulo Portas Esteve em Brasília, tendo reunido com o seu homólogo António Patriota, e reafirmando o expresso desejo do governo português em aprofundar as relações políticas, económicas e empresariais entre os dois países. ‹
Sonae em força para Angola A Sonae Distribuição, através a sua insígnia Continente, vai avançar com a construção de quatro hipermercados em Angola, todos na zona de Luanda, a capital do país. Segundo Paulo de Azevedo, Presidente Executivo da Sonae, «o processo segue agora os trâmites legais, mas a nossa aposta não será de curto prazo. Falta agora que o Governo entenda que a nossa proposta é sustentada para que possamos avançar com mais investimento local e até produção local». Ainda segundo o líder do grupo Sonae, «o objectivo é ser líder do mercado». ‹
Sagres em Cabo Verde A Sociedade Central de Cervejas (SCC) fechou recentemente um contrato em Cabo Verde com a Tecnicil Indústria para a distribuição e comercialização exclusiva das marcas Sagres e Água dos Luso, as duas principais referências na produção da empresa portuguesa. O acordo é válido por um período de cinco anos. Segundo Alberto da Ponte, presidente da SCC, Cabo Verde é um mercado estratégico para a empresa de bebidas e esta parceria com a Tecnicil permitirá «alcançar a liderança das cervejas portuguesas importadas nos próximos três a cinco anos». ‹
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› EMPRESARIADO Moisés Apura, Director Geral da CICLUM FARMA
«Temos tido um percurso sustentado apesar de uma conjuntura difícil» Há onze anos no mercado dos genéricos em Portugal, a Ciclum Farma, que em Abril de 2005 foi adquirida pelo prestigiado Grupo STADA tem, apesar de uma conjuntura difícil, vindo a assinalar um crescimento sustentado bem visível. Este ano, por exemplo, a Ciclum Farma está a prever um aumento de 12 por cento do seu volume de facturação em relação ao ano transacto. Em entrevista que concedeu à País €conómico o Director Geral da Ciclum Farma está optimista em relação ao futuro da sua empresa e recorda que ela se instalou em Portugal numa altura em que o Governo de então decidiu impulsionar os medicamentos genéricos. «Foi nessa altura que entrei na empresa, precisamente para contribuir nesse impulso», recorda Moisés Apura uma figura há 28 anos ligada à indústria farmacêutica e com um trajecto internacional invejável, grande parte dele ao serviço da Schering-Plough, onde chegou a ocupar cargos relevantes a nível internacional. Importante foi também o seu vasto contributo no processo de fusão de algumas das mais reputadas empresas da indústria farmacêutica, e desde 2006 que procura fazer da Ciclum Farma uma das mais cotadas empresas de genéricos a operarem em Portugal. «Com a ajuda dos profissionais que aqui trabalham, iremos certamente atingir os nossos objectivos», sublinhou o timoneiro da Ciclum Farma.
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Texto › VALDEMAR BONACHO
Ciclum Farma surgiu no mercado dos genéricos em Portugal exactamente em Fevereiro de 2000, e em Abril de 2005 acabaria por ser adquirida pela multinacional alemã STADA Arzneimittel, que é somente uma das cinco maiores empresas de medicamentos genéricos a nível mundial, presente em 31 países com 44 empresas e empregando mais de 8000 pessoas na sua globalidade. A abrir esta entrevista com Moisés Apura, Director Geral da Ciclum Farma procurámos saber como tem sido o percurso desta empresa no mercado português, onde
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está há onze anos. «Tem sido um percurso sustentado, mas numa conjuntura difícil», começou por salientar Moisés Apura para, a propósito, acrescentar. «A Ciclum Farma instalou-se em Portugal numa altura em que o Governo de então decidiu dar um impulso nos medicamentos genéricos. Foi nessa perspectiva que foi criada a Ciclum Farma dentro do grupo Grupo Grünenthal, tendo sido uma das propulsoras neste mercado. Entretanto, em 2005 a STADA decidiu adquirir a Ciclum Farma, e a partir daí foi uma nova fase, porque enquanto a Ciclum Farma era um apên-
dice da Grünenthal, e não o seu core business, com esta medida ela tornou-se uma das empresas principais na área dos genéricos em Portugal. E foi nessa altura que eu entrei na Ciclum Farma, precisamente para ajudar a dar este impulso». Moisés Apura está há 28 anos ligado à indústria farmacêutica e é portador de um currículo de grande esplendor. «Iniciei e tive durante muitos anos uma carreira internacional na Schering- Plough, com uma passagem pelos Estados Unidos da América e França», relembra, para reconhecer logo de seguida que aqueles tem-
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› EMPRESARIADO pos eram bem diferentes dos tempos actuais na indústria farmacêutica. «As regras eram outras e a indústria farmacêutica também passou por uma grande transformação, desde os ensaios clínicos até ao marketing e à informação médica que evoluiram consideravelmente. Antes falava-se de propaganda médica que, com o tempo, evoluiria para a informação médica, e até o delegado de informação médica era encarado de uma forma diferente. Também se assistiu com o tempo a uma grande evolução do Marketing. Vivi pessoalmente todas essas transformações e na minha carreira (que tem sido de ascensão) passei pela maior parte dos diferentes departamentos, iniciando por delegado de informação médica até ao desempenho de cargos de direcção noutros sectores da indústria farmacêutica, isto sempre ao serviço da Schering-Plough onde permaneci durante 18 anos, até chegar ao lugar de Director Geral que hoje ocupo na Ciclum Farma, a convite da STADA», recorda Moisés Apura, sublinhando que durante os anos que permaneceu na Schering Plough foi com orgulho que participou no desenvolvimento da área de negócios dos produtos de Oncologia e biotecnologia. «Fui o precursor na Schering Plough da introdução no mercado dos primeiros produtos de biotecnologia em Portugal (da Bioengenharia), impulsionei esse negócio em Portugal que passou a representar praticamente 60 por cento dos negócios da Schering Plough, até que me decidi pela carreira internacional, indo dirigir a filial francesa (a principal filial do Grupo) na área da Biotecnologia e medicamentos hospitalares», relembra de novo o Director Geral da Ciclum Farma. Moisés Apura não se ficaria por aqui. «Fui igualmente contactado para vir iniciar a integração em Portugal da Monsanto/ Searle com a Pharmacia, e isto constituiu também um desafio para mim, e ao mesmo tempo a oportunidade de regressar ao país depois de quatro anos no estrangeiro, até por questões familiares. Então, aproveitei a oportunidade que nesse momento a Pharmacia (multinacional americana)
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me deu para fazer a fusão entre estas empresas e lançar o Celebrex, um medicamento inovador e precursor de uma nova abordagem terapêutica, que na altura atingiu também a liderança. Permaneci na Pharmacia durante dois anos e meio, até esta empresa ser adquirida pela Pfizer. Fui ainda um dos responsáveis e colaboradores na fusão da Pharmacia com a Pfizer e a partir daí, sim, tive um desafio para iniciar um novo projecto na Farmoz onde penso que tenho uma quota-parte de responsabilidade na sua evolução e consolidação como empresa de genéricos. Realizado o desenvolvimento e projecção da Farmoz acabei por ser convidado pela STADA Arzneimittel para vir tomar conta da Ciclum Farma», memorizou Moisés Apura. Quem é a STADA? A STADA é neste momento uma das cinco primeiras empresas a nível mundial na área dos genéricos, e é a terceira empresa farmacêutica da Alemanha, dando emprego a 8080 pessoas à escala global. «Em Portugal somos neste momento 43 pessoas. Éramos mais, mas temos vindo a reduzir sustentadamente o número de colaboradores, indo deste modo ao encontro de todos os desafios que o próprio mercado nos dita e adaptando a empresa às exigência do mercado nacional», esclareceu Moisés Apura. As incertezas no negócio dos Genéricos Em relação à adaptação da Ciclum Farma ao mercado português dos genéricos, Moisés Apura não poderia ter sido mais claro: «Podemos afirmar que em relação aos genéricos nunca sabemos o que é que nos vai acontecer no dia seguinte. Quando há pouco me perguntou como era a indústria farmacêutica aqui há uns atrás quando eu entrei nela, recordo-me que podíamos fazer o plano quinquenal, com previsões do que é que iríamos vender nos anos seguintes, com pequenas variações na realização. Neste momento eu não sei se no mês seguinte irei ter as mesmas ou mais pessoas, ou se a empresa terá de mudar o seu modus operandi. Isso cria-nos dificuldades a nível da gestão, e eu pessoalmente acho que os vários governos criaram
um paradigma na área da saúde como os economistas na situação actual da nossa economia: os economistas dizem que não têm a varinha mágica para acertarem nos números, e raramente acertam; mas dizem que falaram nesses números, depois de já terem sido concretizados», reparou o Director Geral da Ciclum Farma. Esperanças no novo ministro da Saúde Com a entrada de Paulo Macedo para desempenhar o cargo de ministro da Saúde
do governo chefiado por Passos Coelho, que a própria Ordem dos Farmacêuticos vê como garante de exigência e rigor, tudo leva a crer que ele possa contribuir para resolver alguns destes problemas que afectam o sector da indústria farmacêutica. Moisés Apura também está esperançado. «Estou esperançado que ele possa contribuir para a melhoria destas situações, até porque se trata de uma pessoa que já deu provas e que eu próprio conheço bem. Deu provas quando esteve no Ministério
das Finanças, conseguiu pôr a máquina fiscal a funcionar, e é uma pessoas metódica e muito dinâmica. A única coisa que eu receio é que ele não esteja rodeado das pessoas com a informação correcta», reagiu, para ir um pouco mais além. «No mercado farmacêutico e na Saúde têm de haver pessoas que estejam acima de todos os lobbys. E na Saúde e precisamente neste segmento os lobbys são fortes. Não estou a falar que seja um lobby mais forte de um lado ou de outro. São os lobbys das farmácias,
dos farmacêuticos, dos médicos, da indústria e até dos utentes, e essa pessoa tem de saber estar acima de tudo isto, para saber decidir com serenidade e dar garantias de sustentabilidade do sistema e facilitar a acessibilidade dos cidadãos aos medicamentos e a potencialidade do mercado. Estamos a falar da Saúde, mas eu penso que Passos Coelho rodeou-se de pessoas que me dão garantias de serem sensatas e que irão fazer o que é o melhor para o País», sublinhou Moisés Apura para, ainda a propósito, ter uma nova reacção.
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› EMPRESARIADO
Quando a legislação é contraditória «Nestes últimos seis anos nunca vi tanta legislação contraditória, e nunca vi fazer tanta experiência de modelos como nestes últimos anos que não chegam, se quer, a dar tempo para ver se as medidas que foram tomadas são as mais correctas e se
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trazem benefícios a médio e a longo prazo. Pensamos no muito curto prazo e no imediatismo e mediatismo das medidas unicamente. E dou exemplos. Em 2010 decidiu-se retirar o preço das embalagens dos medicamentos sujeitos a receita médica (à semelhança do praticado para os outros medicamentos não sujeitos a recei-
ta médica), que eu considero ser uma boa medida. Porque não tem de ser a indústria a marcar os preços dos medicamentos. Isto cria entropias logísticas e limita a flexibilidade de concorrência nos preços. Sempre que mudamos ou decidimos mudar um preço, em termos logísticos é um inferno. Reetiquetar tudo significa desperdiçar milhares de euros e, nalguns casos destruir medicamentos, tudo prejuízos unicamente para um único interveniente no sector – indústria farmacêutica. Além do mais fazem uma legislação em que põem a obrigatoriedade de pôr um preço máximo, quando esse não é o preço praticado, sobretudo nos medicamentos de marca, porque aí têm de aplicar obrigatoriamente 6% de redução ao preço máximo. Portanto, o utente nunca vai ter um preço final relativamente ao que está marcado na embalagem. Este é um exemplo. Outro exemplo é a prescrição por DCI que já se faz em Portugal, e que eu não sou contra. Mas é preciso que se garantam equilíbrios de mercado. Se se passa o poder da escolha do medicamento para o farmacêutico ou para a farmácia, nenhum doente tem a oportunidade de escolha. É um dos sectores intervenientes na cadeia do mercado farmacêutico que tem a preponderância de escolher aquilo que é para o doente e não a liberdade de escolha pelo doente, e isso tem outros aspectos muito graves que vêem ligados à unidose. Como garantir o rastreamento, a segurança, a farmacovigilância e a não contrafacção dos medicamentos? No entanto, concordo com a unidose em meio controlado, ou seja em meio hospitalar», analisou Moisés Apura, Director Geral da Ciclum Farma. Apesar da conjuntura difícil, a Ciclum Farma regista um crescimento de 12 por cento no seu volume de negócios comparado com o ano anterior. «Em 2010 a facturação atingiu os 12 milhões de euros de vendas net, e este ano deveremos atingir os 14 milhões», referiu Moisés Apura, que se mostrou optimista em relação ao futuro da Ciclum Farma, empresa farmacêutica do Grupo STADA, um dos poucos laboratórios em todo o mundo envolvidos no desenvolvimento de Biogenéricos. ‹
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› EMPRESARIADO Carlos Setra, Presidente do Laboratório EDOL
«Laboratórios portugueses não aguentam mais abaixamentos de preços nos medicamentos» Em entrevista que concedeu à País €conómico, Carlos Setra, Presidente do Laboratório EDOL mostra-se preocupado com a agitação e instabilidade social que se vive actualmente em países como a Líbia, Etiópia, e até em Marrocos, que constituem por norma mercados habituais da sua empresa nas áreas onde ela opera, principalmente na Oftalmologia e na Dermatologia. Este cenário alterou os planos de Carlos Setra, que há um ano atrás disse à P€ que seria bom para o país e para a própria EDOL que esta atingisse rapidamente números próximos dos 50 por cento nas exportações, meta que antes destas situações se declararem era francamente possível para os prazos projectados. «Este ano atingiremos os 15% nas exportações, e estamos a trabalhar arduamente, para que as metas anteriormente traçadas sejam obtidas o mais rapidamente possível», disse Carlos Setra que nesta entrevista alerta para o facto dos laboratórios portugueses não aguentarem mais abaixamentos de preços nos medicamentos.
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Texto › VALDEMAR BONACHO
á um ano atrás, em entrevista que concedeu à País €conómico, Carlos Setra, Presidente do Laboratório Edol congratulava-se com os bons resultados que a sua empresa estava a conseguir a nível das exportações e, nessa altura, afirmou que seria bom para a Edol e bom para o próprio país que a posição desta empresa farmacêutica de Carnaxide no mercado externo atingisse índices próximos dos 50 por cento. Nessa altura, mercados externos como a Líbia, Etiópia, Kosovo, Iraque (onde a Edol tem uma empresa registada), Marrocos, Cabo Verde, Angola e Moçambique começavam a registar resultados muito animadores, só que durante o corrente ano muita coisa tem acontecido em termos de agitação social em alguns destes mercados, nomeadamente os da Líbia, Etiópia e Marrocos, que naturalmente alterou profundamente os planos de Carlos Setra. A abrir esta entrevista e convidado a analisar esta questão, o Presidente da Edol reconheceu de imediato que esta situação
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prejudicou imenso a estratégia da sua empresa no mercado externo. «Esta foi uma situação que nos prejudicou imenso. Tínhamos inclusivamente um carregamento de mercadorias para a Líbia que não conseguimos concretizar. Isto aconteceu há muito pouco tempo e representou um prejuízo considerável para a Edol. Dadas as circunstâncias que originaram esta situação, nem se quer pudemos imputar culpas ao importador», esclareceu Carlos Setra que falaria seguidamente da Etiópia, outro mercado alvo da Edol que também tem vivido momentos de alguma intranquilidade social. «Para a Etiópia estamos a exportar com alguma regularidade, mas como estamos a falar de um país onde tem havido também agitação social, as importações têm vindo a diminuir». Contudo – sublinharia Carlos Setra - «A Edol reforçou significativamente as vendas em Moçambique, em Cabo Verde, em Angola (estamos agora à procura de uma nova parceria para nos posicionarmos definitivamente neste país), temos produtos
em fase de registo noutros países, e Marrocos viveu igualmente um período de alguma turbulência, embora sem as proporções da Líbia e da Etiópia, e em cenários desta natureza é preciso ter algumas cautelas». Angola com muitas cautelas Carlos Setra aproveitaria para se referir concretamente ao mercado de Angola, uma das economias que até há relativamente pouco tempo mais cresceu em todo o mundo, e que actualmente está a dar sinais de algumas dificuldades em termos de liquidez. «Diria até sérias dificuldades de liquidez. A Edol tinha neste país um representante já identificado que nos fez uma encomenda, estivemos alguns meses à espera de uma resolução, ele não cumpriu com aquilo que estava préestabelecido e acabámos por ter de vender a mercadoria de outra maneira. Por isso estamos a trabalhar com Angola com muitas cautelas, até porque tudo indica que a tendência é para piorar em termos de
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› EMPRESARIADO liquidez, e ninguém nos garante que não possa haver uma situação de instabilidade a qualquer momento», descreveu o Presidente da Edol, para acrescentar que esta era a percepção que acabava por ter deste tipo de países.
produtos inovadores que possam trazer valor acrescentado, e que sejam do interesse dos doentes, da empresa, e do próprio país», referiu o Presidente da Edol.
Espanha traz boas notícias para a EDOL Perante esta situação que ainda se vive nalguns países que até há pouco tempo eram determinantes nas exportações da Edol, Carlos Setra não podia ser mais pragmático. «Ainda não foi possível concretizarmos os objectivos a que nos propúnhamos em 2010 e que eram atingirmos o mais rapidamente possível a meta dos 50 por cento no mercado externo, e isto pelas razões que apontamos e que foram inesperadas. As exportações da Edol neste momento situam-se nos 15 por cento, mas estou em crer que saberemos dar a volta a esta situação. Penso mesmo que já em 2011 conseguiremos solidificar as posições no mercado externo, até porque fizemos agora um contacto com uma empresa espanhola que nos vai permitir exportar bastante para Espanha. Pelo menos estamos convencidos de que isso vai acontecer», perspectivou Carlos Setra.
Preferir (sempre) produtos portugueses Carlos Setra não considera “uma aventura” investir em Portugal quando o nosso país passa por graves dificuldades económicas e financeiras, e reagiu deste modo a esta questão. «Isto não é propriamente uma aventura, é a consequência de toda a nossa vida. Trabalhamos neste país, sempre trabalhámos neste país, e queremos continuar a trabalhar neste país. Há épocas melhores, há épocas piores, e temos de continuar a ajudar-nos uns aos outros, preferindo produtos portugueses, porque são os produtores portugueses que dão trabalho aos portugueses (já digo isto há muitos anos). Não há dúvida que quem produz em Portugal é que dá trabalho aos portugueses… Mas em relação a esta questão quero ainda acrescentar que era bom que as nossas autoridades revissem a política de abaixamento de preços das especialidades farmacêuticas, porque os laboratórios nacionais não aguentam mais abaixamentos», salientou Carlos Setra.
Olhar para novos nichos de mercado Falar da Edol é levar em conta uma história de vida de quase 60 anos, é falar de um domínio destacado em áreas terapêuticas como a Oftalmologia, onde é líder de mercado incontestável, é evidenciar a experiência e os resultados extremamente positivos que alcançou nas áreas da Dermatologia e Dermocosmética, e mais recentemente na Otorrinolaringologia, área onde a Edol tem surpreendido favoravelmente os mercados com produtos de excelente qualidade. Agora, perante a situação de instabilidade social que se vive em alguns países importadores, pensa a Edol enveredar pelo caminho da diversificação? «Direi que estamos, obviamente, a olhar muito afincadamente para novos nichos de mercado e que continuamos muito interessados em
“Não podemos continuar a suportar esta situação” Será que a Edol continua interessada na denominada África Francófona? «Temos nessa zona, e já estabelecido, um delegado de informação médica que está a fazer, através da Costa do Marfim, registos de produtos nossos destinados aos países da África Francófona. Tanto lá como noutras zonas do Globo há muitas carências de produtos que a Edol produz, nomeadamente aos níveis da Oftalmologia e Dermatologia. Este poderá vir a ser, com o tempo, um mercado atractivo para nós», refere o nosso entrevistado. Os frequentes abaixamentos nos preços dos medicamentos levaram Carlos Setra a um oportuno comentário. «Eu penso que não há Estado nenhum que consiga aguentar as subvenções que criámos para a sustentabilidade da saúde. Portanto,
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haja quem decida as coisas nesse capítulo. Não podemos continuar a ser suporte dessa situação através de uma política de abaixamento de preços dos medicamentos, porque não é isso que resolve o problema», começou por dizer Carlos Setra, para prosseguir. «Isso conduz-nos depois a uma situação desastrosa em termos de pesquisa de novos produtos, em termos de melhoria dos existentes, e esse procedimento conduz à estagnação. Temos, isso sim, que olhar para o mercado de uma maneira mais correcta. Sempre defendi
que as pessoas devem ter as comparticipações nos medicamentos de acordo com os seus vencimentos, e que os que percam as comparticipações devem poder repercutir esse valor na totalidade em sede de IRS. Assim, a ajuda era para todos», sublinhou o Presidente da EDOL. Depois de ter classificado de ridículas algumas situações com que o sector da indústria farmacêutica se confronta, não só os sucessivos abaixamentos dos preços dos medicamentos que causas danos irreparáveis às empresas e que podem,
até, conduzir ao desemprego, ao tão propalado processo de reetiquetagem que no caso da EDOL representa desperdiçar anualmente para cima de 60 mil euros, Carlos Setra diz-se esperançado que o Ministério da Saúde, agora chefiado por Paulo Macedo, possa conduzir a uma melhoria considerável do sector da Saúde. Esperança é a última coisa a morrer «Acho desejável que o Ministério da Saúde tenha alguém com cabeça, tronco
e membros, que faça o saneamento da Saúde, que não olhe para a Saúde com o abaixamento de preços dos medicamentos. Não é esta a forma de se resolver o assunto, nem esta é uma política saudável. Há muitas partes da Saúde que têm de ser bem geridas, nomeadamente os hospitais, nomeadamente as horas extraordinárias das pessoas que trabalham na área da Saúde. Enfim, há uma multiplicidade de coisas que têm de ser saneadas, e muito rapidamente», reagiu Carlos Setra que a finali-
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› EMPRESARIADO
zar esta entrevista ainda teceu um outro comentário muito pertinente. «Já vos disse que enfrentamos todos os dias situações ridículas e incongruentes, mas também digo que não queria estar na pele dos farmacêuticos que já não sabem a que preço estão a vender os medicamentos. Porque compraram uns numa situação, compraram outros noutra situação, e ainda têm outros numa situação mais antiga. Essas pessoas são todos os dias confrontadas numa baralhação completa que eu digo, sinceramente, não gostaria estar na sua pele», apontou Carlos Setra, para dizer ainda que está extraordinariamente queixoso em relação à indústria farmacêutica, «porque já temos este ano
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4 milhões de etiquetas em produtos, “é um rapa, tira, põe e deixa… Há uma altura em que a ordem é para tirar, depois é para por o nome do Infarmed, seguidamente é para tirar o nome do Infarmed e por o preço novamente, um preço que não é verdadeiro e que não é aquele que as pessoas vão pagar. Andamos aqui nesta espécie de cegada, irremediavelmente agressiva para nós, com a esperança de que os ventos mudem mais favoravelmente para este sector que dá emprego a muita gente e continua a contribuir grandemente para o PIB nacional», concluiu Carlos Setra. De referir que a EDOL emprega 126 pessoas, 40 por cento delas licenciadas.
Estava na altura de sabermos a opinião de Carlos Setra sobre a importância que o mercado interno continuava a ter para a sua empresa. E a resposta foi imediata. «O mercado interno para a Edol continua a ser a primeira preocupação. Não tem sido fácil, mas felizmente para nós temos vindo a crescer alguma coisa no mercado nacional. E este crescimento é fruto de muito empenho, de muito trabalho, de muita perseverança, e da qualidade dos nossos produtos», sublinhou Carlos Setra, que está a prever para a Edol, em 2011, uma facturação global a rondar os 13 milhões de euros, o que mesmo assim significará um crescimento de 10 por cento em relação ao ano anterior. ‹
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› EMPRESARIADO Manuel António Inácio, Administrador da INAVET – Nutrição e Saúde Animal, Lda.
«Estamos a ter um crescimento sustentado» Com sede no Pólo Industrial Brejos dos Carreteiros, Quinta do Anjo, Palmela, a INAVET é uma empresa de raiz familiar que trabalha para se impor no mercado e vir a ser uma referência no sector da nutrição e saúde animal. Em entrevista concedida à País €conómico, Manuel António Inácio, administrador da INAVET aponta o trajecto que está a percorrer e, apesar da crise que também se instalou neste ramo de actividade, dizse esperançado no futuro. «Estamos a ter um crescimento sustentado e sabemos que é preciso trabalhar muito para se ter sucesso. E isso está a ser feito», sublinhou este empresário muito empenhado na área dos suplementos alimentares e dos suplementos vitamínicos.
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Texto › VALDEMAR BONACHO
uando em 2008 decidiu pôr em marcha o projecto da Inavet, Manuel António Inácio era dono de uma grande experiência em ajudar a formar outras empresas. E tinha um factor positivo a seu favor. Em todos os projectos onde se envolveu, o sucesso acompanhouos sempre. E quando achou que chegara a altura para arrancar com a Inavet foi com esse espírito que iniciou o projecto. «Comecei a trabalhar nesta área em 1984 e sabia que este era um desafio difícil, mas para vencer», resumiu Manuel António Inácio que sabe bem que os próximos anos serão decisivos na vida da sua empresa. Este empresário disse à P€ que a Inavet é um projecto de raiz familiar que terá pela frente um cúmulo de sustentabilidade que atingirá a sua solidez dentro dos próximos 4 ou 5 anos. Até lá, reconhece este empresário, temos pela frente uma caminhada árdua, onde é preciso muita cautela, até porque o sector da nutrição e saúde animal também sente os efeitos da crise económica, social e financeira que atingiu o país. «Este é de facto um projecto sustentado para 4/5 anos, e não queremos entidades bancárias pelo meio. Queremos construir este projecto com capitais próprios, o que poderá mais lento. Mas o
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facto de se tornar mais lento não me preocupa. Às vezes o rápido é que pode ser preocupante. Temos de saber fazer isto de uma forma sustentada, com muita cabeça, e conscientes das dificuldades que temos à volta. É o melhor modo de termos êxito…», comentou Manuel António Inácio. Internacionalização no pensamento Neste momento a Intervet representa em Portugal e em absoluto regime de exclusividade um naipe de produtos oriundos de algumas das grandes multinacionais do ramo da nutrição e saúde animal. «Neste momento estamos a comercializar produtos de outras empresas, em regime de exclusividade, em todo o país. Produtos de excelente qualidade que estão a ter uma grande aceitação no mercado interno. Estes são produtos de nomeada, devidamente registados. E queremos no futuro
conquistar outros produtos que permitam fortalecer o nosso portfólio. Mas queremos fazer tudo isto com as cautelas devidas, sem pressas e sem pressões», referiu Manuel António Inácio. Para este empresário, não é utopia pensar na internacionalização da Inavet. «A internacionalização é o objectivo natural de qualquer empresa, e nós não seremos excepção. Mas sabemos que neste momento não temos condições para entrarmos por iniciativa própria no mercado externo. Essa é uma operação que terá de ser feita através de uma parceria. E estamos convencidos de que a nossa hora chegará, até porque vontade é coisa que não falta. Eu pessoalmente tenho uma grande experiência no ramo e, eu próprio, ajudei vários projectos a crescerem e a consolidarem-se. E tenho a certeza que conseguirei levar a Inavet ao lugar de destaque que ela bem merece. Entretanto, não escondemos que
temos pela frente um desafio sério, que por isso mesmo, nos entusiasma muito», esclareceu o administrador desta empresa da Quinta do Anjo. Consolidação em cinco anos Ainda a propósito desta dura caminhada, Manuel António Inácio afirmou que costuma dizer que a Inavet é um projecto que levará pelo menos cinco anos a consolidar-se, mas também não esconde que esse tempo possa ser dilatado. «Não temos pressa. Queremos que este projecto tenha bases de sustentabilidade fortes, para resultar no futuro. E estamos determinados na construção dos pilares que garantam a sustentabilidade da Inavet», observou Manuel António Inácio. Referindo uma vez mais ao desejo da internacionalização, Manuel António Inácio deixou bem claro que este é o desejo de qualquer empresário que deseja ver a sua
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› EMPRESARIADO
Consultório Fundos Comunitários DR. ARSÉNIO LEITE
PROMAR Somos uma pequena empresa de transformação de salmão, que separa as várias partes do peixe para venda ultracongelada de filetes, postas e lombinhos. Da preparação destes produtos resultam desperdícios que pretendemos aproveitar para a criação de um novo produto, o que exige a aquisição de maquinaria específica e ampliação das nossas instalações. Por outro lado, também pretendemos começar a produzir salmão em aquicultura, dado ser mais económico, o que exige a aquisição de equipamentos adequados. Poderemos obter algum tipo de apoio para estes investimentos?
empresa crescer. «Internacionalização? Tudo é possível, mas não deixo de reconhecer que na actual fase seria muito difícil avançarmos sem ser em parceria. Teria de ser com um parceiro que já estivesse instalado no mercado externo. Estamos dispostos a aceitar uma oportunidade, já que não nos falta vontade de vencer. Mas, repito, nesta altura a nossa estrutura não nos permite irmos sozinhos para o mercado externo…», esclareceu o administrador da Inavet. Novos produtos e novas representadas Questionado sobre o futuro da Inavet, Manuel António Inácio adiantou que está em estudo a conquista de novas representadas e, consequentemente, novos produtos inovadores e de qualidade, nomeadamente nas áreas dos suplementos
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alimentares e suplementos vitamínicos. «Mas queremos trabalhar no regime de total exclusividade». «Como já disse, a Inavet representa alguns produtos de excelente qualidade que são comercializados com sucesso no mercado interno e, em alguns casos, em países lusófonos. E vemos com bons olhos outras oportunidades que possamos vir a ter com novas representadas e novos produtos. Da nossa parte pomos à disposição a nossa experiência do mercado, a nossa dinâmica, o nosso profissionalismo, e a nossa seriedade», justiçou o administrador da Inavet. Saber lidar com a crise Com o projecto da Inavet em marcha, tentando no seu dia-a-dia uma presença firme no mercado nacional, que é neste momento a “baliza” mais importante da
vida desta empresa, Manuel António Inácio recorda um pouco o passado. «Comecei a trabalhar em 1979 numa empresa desta área de negócios. E recordo-me que em 1984 também nos deparamos com uma grande crise no sector originada pelo aumento do preço das matérias-primas. Foi um tempo muito difícil de enfrentar e hoje estamos novamente perante um clima de crise no país e no sector. Só que naquela altura o preço compensava o custo da produção. Hoje é o contrário, as matérias-primas são caríssimas. Mesmo assim temos de ser optimistas, temos de saber ver nas crises novas oportunidades. Há muitas dificuldades, todos reconhecemos isso. Mas temos de ser cada vez mais imaginativos e mais inovadores, de forma a melhor podermos dar a volta a esta situação», conclui o nosso entrevistado. ‹
RESPOSTA O PROMAR tem como objectivo promover a competitividade e sustentabilidade do sector, através, entre outros casos, da criação de valor acrescentado e diversificação da produção da indústria transformadora. O seu Eixo 2 - Aquicultura, Transformação e Comercialização dos Produtos da Pesca e Aquicultura inclui medidas dedicadas à Transformação e Comercialização dos Produtos da Pesca e a Investimentos Produtivos na Aquicultura. No que respeita à Transformação e Comercialização, o vosso projecto enquadrar-se-á nas tipologias: introdução de tecnologias inovadoras nos estabelecimentos de transformação de pescado; e instalação ou modernização de unidades de tratamento de desperdícios dos produtos da pesca e da aquicultura. As despesas elegíveis no âmbito desta medida são, entre outras: • Aquisição, construção, modernização ou adaptação de edifícios ou de instalações; • Vedações e preparação de terrenos; • Equipamentos de preparação, transformação, tratamento, conservação, embalagem, armazenagem, comercialização e rastreabilidade, bem como de verificação, controlo e certificação da qualidade; • Equipamentos de movimentação interna e pesagem; • Equipamentos para o fabrico e silagem de gelo, destinado ao uso exclusivo da actividade do estabelecimento; • Equipamentos destinados ao armazenamento, transformação e comercialização de desperdícios; • Equipamentos para extracção de substâncias perigosas para a saúde humana, da farinha de peixe ou do óleo de peixe, mesmo que os produtos finais sejam utilizados para outros fins que não o consumo humano; • Equipamentos de sinalização, segurança, detecção e combate a incêndios, gestão informatizada da actividade produtiva; • Equipamentos de redes de água salubre, saneamento, comunicações, electricidade e combustíveis e a construção de EPTAR e ETAR. A taxa base de apoio é de 35%, podendo beneficiar das seguintes majorações: 15% se o projecto visa exportar pelo menos um terço da produção; 5% se visar a concentração produtiva; 10% se criar pelo menos 5 postos de trabalho (por ser pequena empresa). No que respeita ao Investimento em Aquicultura, a tipologia de projecto em que se enquadram é a construção ou moder-
nização de estabelecimentos aquícolas. Algumas das despesas elegíveis desta medida são: • Aquisição, construção ou adaptação de edifícios ou instalações; • Vedações, meios e sistemas de segurança e protecção e preparação de terrenos; • Aquisição de máquinas e equipamentos produtivos; • Aquisição de equipamentos e meios de movimentação interna; • Aquisição de contentores específicos para o transporte de juvenis produzidos em estabelecimentos de reprodução; • Aquisição de sistemas informáticos e telemáticos; • Adaptação ou melhoramento da circulação hidráulica; • Aquisição de sistemas de automatização; • Aquisição de equipamentos de produção e distribuição de energia; • Instalação de sistemas EPTARI e ETAR; • Aquisição ou adaptação de embarcações de serviço específicas para a actividade aquícola; • Implementação de sistemas de controlo de qualidade (HACCP); • Aquisição de veículos aprovados e certificados pela ATP para transporte em estado refrigerado. Neste caso, a taxa base de apoio também é de 35%, no entanto existem diferentes tipos de majorações: 5% nos projectos que visem a produção de novas espécies piscícolas, em pelo menos 50% da produção prevista no projecto; 5% nos projectos que visem a produção em mar aberto; 5% nos projectos que visem a pré-engorda de juvenis para abastecimento dos estabelecimentos aquícolas; 5% nos projectos que visem a instalação ou ampliação de estabelecimentos de produção de bivalves, gastrópodes, equinodermos, cefalópodes e crustáceos; 15% se o projecto visa exportar pelo menos um terço da produção. Em qualquer uma das medidas referidas, a taxa de apoio nunca poderá ultrapassar os 40% para projectos na região de Lisboa ou os 60% para projectos nas regiões Norte, Centro, Alentejo e Algarve. O investimento elegível a enquadrar em cada uma das medidas não pode ser inferior a 10.000€. Por outro lado, cada um dos apoios de que essas medidas permitem beneficiar tem a natureza de subsídio a fundo perdido e não poderá ultrapassar os 6.000.000 €. O período de candidatura a estas duas medidas está aberto em contínuo, pelo que poderá candidatar-se em qualquer altura no ano nas direcções regionais de agricultura e pescas (DRAP). ‹
www.sibec.pt
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› GESTÃO José Poças Esteves, Presidente da SaeR e da CPR, na apresentação do Relatório Trimestral
É preciso ouvir outras agências de rating José Poças Esteves, Presidente da Saer e da CPR – Agência Portuguesa de Rating, defendeu que «a Europa precisa de uma grande agência de rating para os mercados terem noções geopolíticas e geoeconómicas». Entretanto, o líder da CPR adiantou também que as agências de rating devem ser «totalmente independentes do poder político e económico». Estas declarações foram produzidas por ocasião da já tradicional apresentação do Relatório Trimestral da Saer, onde Poças Esteves sublinhou a importância do país não apenas cumprir as metas traçadas no Memorando assinado com a designada Troika, mas igualmente com a preocupação de se criar um novo memorando dirigido ao desenvolvimento e ao crescimento económico do país.
A
descida dos ratings das dívidas soberanas de Portugal e da Irlanda, ainda estavam muito vivas, com a conhecida agência norte-americana Moody s a descer para o chamado nível de lixo as notações portuguesa e irlandesa. Muitas vozes na Europa se levantaram contra a actuação das grandes agências que dominam o mercado e praticamente todos proclamaram a necessidade de se avançar com a criação de uma agência europeia de ranking. Como se já não houvessem agências no espaço europeu. A mais antiga até é portuguesa, a CPR – Agência Portuguesa de Rating. José Poças Esteves, Presidente da CPR e da Saer, aproveitou o tradicional evento de apresentação do Relatório Trimestral da Saer, para defender que a «Europa precisa de uma grande agência de rating para os mercados terem noções geopolíticas e geoeconómicas», mas logo acrescentou que, em sua opinião, uma futura agência de rating europeia deverá ser «totalmente independente do poder político e económico, isto é, teria de ser uma empresa privada para poder avaliar imparcialmente a dívida soberana dos países». Lembrando que em Janeiro do corrente ano foi constituída a ESMA – European Securities and Markt Authority – José
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Poças Esteves lembrou a CPR – Agência Portuguesa de Rating é neste momento a mais antiga empresa do género no espaço europeu e que espera que até ao final do presente ano possa actuar noutros países, mormente europeus, pois a ESMA encontra-se neste preciso momento a avaliar e a validar as metodologias de análise das várias agências de rating de base europeia e depois autorizá-las a poderem actuar fora das fronteiras do seu país de origem. Todavia, de forma cautelosa, o líder da CPR interroga-se quanto a algumas metodologias porventura seguidas pelas agências de rating de base norte-americana e aconselha os responsáveis europeus, nomeadamente do Banco Central Europeu a não valorizarem em demasia as análises emitidas por essas agências, apesar de reconhecer que durante muitos anos «a Europa foi uma terra de ninguém, pelo que apenas as grandes agências fervilhavam e dominavam completamente no continente europeu». Ir além do Memorando da Troika e reforçar a aposta na Lusofonia Para além da abordagem da questão conjuntural introduzida pela matéria relacionada com as agências de rating, o Re-
latório Trimestral (referente ao segundo trimestre de 2011) da Saer merece destaque por dois pontos essenciais. A Análise de Conjuntura com uma abordagem sobre os actores económicos externos e a dependência de Portugal, e em segundo lugar, a Lusofonia como uma questão estratégica fundamental para Portugal. O acordo assinado entre Portugal e a designada Troika é, segundo José Poças Esteves, «um facto positivo e determinante», mas este responsável da Saer não deixa de sublinhar a necessidade de considerar duas perspectivas complementares, a primeira numa apresentação de propostas e de acções mais concretas no que respeita ao crescimento da economia, «pelo que se devem identificar os grandes domínios estratégicos capazes de atrair investimento estrangeiro e fomentar as nossas exportações», e em segundo lugar, que faltam no Memorando «propostas e acções efectivamente mobilizadoras dessas imperiosas grandes mudanças dos recursos estratégicos e das atitudes e valores da sociedade em geral». Por outro lado, o Relatório da Saer aponta a Lusofonia como um dos principais vectores para a afirmação de Portugal na cena internacional e também como via
fundamental para o desenvolvimento das empresas e da economia nacional. Por razões da conjuntura económica e financeira de Portugal, vai iniciar-se agora uma nova fase de privatizações do que resta da posição do Estado em muitas empresas. No entanto, o Relatório da Saer parece adivinhar a situação ai referir-se que “a entrada de Portugal num processo de definhamento altera a avaliação dos seus activos e, especialmente, a avaliação que é feita pelos outros Estados da Lusofonia”. José Poças Esteves defende que é preciso que Portugal e as nossas empresas procurem parceiros estratégicos internacionais, de preferência vindos dos países de língua portuguesa, e que possam dessa forma manter em Portugal os centros de racionalidade estratégica empresarial. A Saer lança no seu documento uma série de propostas para o posicionamento e acção de Portugal no contexto lusófono. Em primeiro lugar o documento defende que “a Lusofonia pode e deve institucionalizar-se como uma plataforma superior que expresse a síntese das diferenças, de modo a formular uma posição estratégica conjunta independente das alterações conjunturais de cada Estado, aproveitando e concretizando o potencial da CPLP para ser um actor económico global”. Um outro aspecto relevante defendido no documento apresentado por José Poças Esteves, é que “a Lusofonia, institucionalizada na CPLP, possui três activos fundamentais com elevado potencial de desenvolvimento e afirmação: a língua, as pessoas e o mar”. Por fim, o documento faz uma espécie de advertência, ao lembrar que “não é excessivo assumir que a Lusofonia tem um tempo para se afirmar”, adiantando que esse tempo “depende da existência de memória viva e vivida das ligações que, estabelecidas no passado, perduraram até ao presente naqueles que as experimentaram, e que se esgotarão até ao final do 1º quartel do século”. E remata, referindo que, “como no passado, também no presente o ponto de partida para a construção do futuro repousa no mar”. ‹
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› CONSULTORIA Isabel Rita, Directora-Geral da Neves de Almeida hr Consulting
A excelência deve estar na cultura de qualquer empresa Em 1991 nasceu a Neves de Almeida rh Consulting, empresa especializada na prestação de serviços de alto valor na área dos recursos humanos. Isabel Rita é desde há quatro anos a Directora-Geral da consultora, que além da sede em Lisboa, possui escritórios no Porto e em Ponta Delgada (Açores). Com uma vasta e rica intervenção em organizações de renome nas áreas da banca, seguros, grande distribuição e mais recentemente na saúde, Isabel Rita confidenciou à País€conómico que a empresa está a ponderar seriamente sobre um projecto de grande fôlego na área seguradora no Perú, num reconhecimento da excelência da actividade que tem desenvolvido no sector em Portugal, em claro benefício para o desempenho dos seus clientes. Texto › MANUEL GONÇALVES
A crise económica que assola o país prejudica as compras que os portugueses efectuam nas superfícies comerciais, afectando resultados e o desempenho financeiro dessas organizações. A Neves de Almeida trabalha com vários grupos da designada grande distribuição. Como pode contribuir para o desenvolvimento de competências nesse sector que permita manter e sustentar a rentabilidade dessas empresas?
Para além das mudanças necessárias ao nível de agilização e reformulação de processos e de análise cuidada da estrutura de custos, intervimos ao nível da redefinição de estratégias onde é necessário assegurar a intervenção desse factor diferenciador em qualquer empresa, que são precisamente as pessoas, o designado capital humano, no fundo, os recursos que poderão através das suas competências e da sua motivação, efectuar a diferença e oferecerem um serviço de excelência ao cliente. Porque é preciso reconhecer e sublinhar este aspecto. Pessoas preparadas e motivadas, logo, alinhadas com a empresa e a sua estratégia e plano de acção, estarão mais
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capazes de desenvolverem um serviço de excelência. No fundo, são as pessoas que fazem as empresas, que realizam o negócio, que estão próximas dos seus clientes, pelo que, no final, são elas que estão preparadas para oferecerem um maior ou menor serviço ao cliente. Gostaria ainda de sublinhar um aspecto que nos parece da maior importância. As organizações deverão ter como preocupação permanente o de assegurar que as pessoas estejam motivadas e qualificadas, assentes numa cultura de cliente. Este é mesmo o grande desafio de muitas organizações, precisamente, o de criarem uma cultura de cliente, pelo que ter colaboradores satisfeitos e empenhados, diria mesmo felizes e com um sorriso nos lábios, fará toda a diferença.
crutamento dos funcionários para uma qualquer organização empresarial. Os recursos humanos das organizações quando procuram as melhores pessoas para os seus projectos, devem sobretudo procurar pessoas que gostem do que vão fazer, que considerem que o seu desafio passa pelo desempenho daquela função. A excelência no desempenho é a capacidade de surpreender o cliente, o que pressupõe pessoas motivadas, que gostem de facto do que fazem e que se revejam no modelo da empresa em que se integram. É que, defendemos esse princípio, quando seleccionamos pessoas, é necessário ter em atenção à sua proactividade estar acima da média, a sua flexibilidade também se situar acima da média, bem como quanto à facilidade no relacionamento interpessoal.
Com um sorriso nos lábios
É esse o know how que a Neves de Al-
É fácil nos tempos que correm, tempos
meida transporta quando presta um ser-
de dificuldades para as pessoas, mes-
viço aos seus clientes na área dos recur-
mo os funcionários das empresas terem
sos humanos?
sempre um sorriso nos lábios?
Exactamente. Nós ajudamos muito a perceber o que é que os clientes mais valorizam. Concretizada e analisada essa per-
Fácil não será, concerteza. Mas é um desafio, e que se inicia precisamente no re-
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› CONSULTORIA
cepção, partimos para um trabalho que visa implementar regras e procedimentos que traduzam uma atitude e um serviço de excelência para os clientes das organizações nossas clientes. Sobretudo é necessário ter a noção de que as múltiplas questões nas organizações não são estáticas, antes se constituem dinâmicas, pelo que são necessárias, em primeiro lugar, pessoas motivadas e competentes, mas que sejam igualmente capazes de surpreenderem os clientes, que não estejam apenas à espera do que eles pretendem, antes sejam capazes de serem activas e conseguirem antecipar tendências e elaborar procedimentos, no fundo que sejam capazes de em proactividade com os seus clientes acabarem por lhes transmitirem um serviço de excelência. Por outro lado, também é necessário conhecer no plano interno as expectativas dos colaboradores relativamente à marca, à organização, ou à liderança, por exemplo. No fundo é uma espécie de match entre o designado cliente externo e o cliente interno. Intervenção em áreas maduras e sofisticadas
TURISMO ves de Almeida tem efec-
estratégicos, assegurar a maior fideli-
Grupo hoteleiro Ponta Grande admite expandir noutras zonas do país
tuado a sua intervenção?
zação possível desses mesmos clientes
E reforça actividade no Algarve
Nestes 20 anos de actividade, temos estado fundamentalmente a trabalhar em sectores como a banca, seguros, grande distribuição e desde há cinco anos, na área da saúde, aqui com um trabalho enfocado no Grupo Mello. O nosso primeiro grande projecto ocorreu na área da distribuição, alimentar e não só, em particular no Grupo Sonae, um grupo com grande rigor e uma forte cultura de excelência, onde reconheço que para além de termos prestado um know how apreciável ao grupo, nós próprios também aprendemos e ficámos mais fortes para o crescimento e desenvolvimento da Neves de Almeida. Por isso eu digo que em muitos casos também crescemos em paralelo com os nossos clientes. Com esse grande know how acumulado, fomos solicitados e colaborámos também com o Grupo Jerónimo Martins, onde a nossa intervenção principal teve como objectivo o de desenhar um modelo de qualidade de serviço para elevar justamente os níveis de satisfação dos seus próprios clientes e traduzir tudo isso em maior fidelização, com o consequente aumento nas vendas do grupo, aliás, o objectivo último e essencial numa cadeia de distribuição. Por outro lado, sempre tivemos uma intervenção muito apreciável nos sectores bancário e segurador, sendo de mencionar, no que ao primeiro diz respeito, às novas intervenções em instituições financeiras como o Banco Espírito Santo e o Millennium Bcp. Procurar uma fidelização activa Falou de áreas de actividade já maduras
Quais as áreas de actividade e que em-
onde o serviço ao cliente é muito impor-
presas mais emblemáticas em que a Ne-
tante, tendo como um dos objectivos
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à instituição em causa. Como pode ser conseguida essa fidelização tendo em conta a intervenção dos recursos humanos no processo?
Naturalmente existem ferramentas que permitem avaliar o grau de fidelização do cliente, onde se acaba por medir, por exemplo, o número de vezes em que um determinado cliente adquire um produto ou um serviço, ou, pelo contrário, através do índice de abandono. Através do cruzamento destas informações é possível estabelecer um índice de fidelização do cliente. Todavia, nas organizações modernas, mais do que uma fidelização básica, as marcas procuram cada vez mais os designados “embaixadores da marca”, que no fundo, são pessoas que recomendam a marca de um produto ou serviço com o qual estão bastante satisfeitos, aos seus familiares ou ao seu círculo profissional. Ou seja, esses “embaixadores” para além de serem fiéis da marca, constituem igualmente um papel de promotores da marca junto do mercado. A Neves de Almeida possui algum projecto de internacionalização ou de prestação mesmo que pontual de serviços no exterior do país?
Tenho em cima da mesa um desafio de um cliente para entrarmos num projecto na área seguradora no Perú. Existe uma empresa peruana da área dos seguros que pretende desenvolver um grande projecto para o líder do mercado desse país, e contratou uma empresa espanhola para lhe dar apoio à prossecução desse projecto. No entanto, essa empresa espanhola, que conhece o trabalho desenvolvido pela Neves de Almeida no sector segurador, entendeu que deveríamos ser nós o parceiro para o projecto que lhe referi, pelo que estamos numa fase de análise do mesmo, ponderando um desafio que inegavelmente é importante, mas que ainda teremos de conversar mais e maturar mais no assunto e no próprio projecto, para em devido tempo tomarmos uma opção sobre a matéria. ‹
O grupo hoteleiro Ponta Grande, com oferta de três unidades em Albufeira e Praia do Carvoeiro pretende expandir a sua rede a outras zonas do Algarve e encara a hipótese de investir mais a norte. Texto › MANUEL GONÇALVES | FOTOGRAFIA › ARQUIVO
O grupo hoteleiro Ponta Grande com duas unidades em Albufeira e uma junto à Praia do Carvoeiro, pretende expandir a sua rede hoteleira no Algarve e admite também investir noutras zonas do país. De imediato, o grupo vai construir um ginásio e uma sala de reunião na unidade São Rafael, apostando no turismo executivo e na multiplicidade da oferta daquele hotel. Liderado por António Rosado, o grupo Ponta Grande traçou uma estratégia de expansão sustentada numa época de crise económica mundial, advindo o seu sucesso de uma aposta num serviço totalmente voltado para o cliente e a oferta de produtos de férias diferentes. O grupo possui o Ponta Grande São Rafael Resort, próximo da Marina de Albufeira, com 60 Villas e o Ponta Grande Carvoeiro, um pequeno complexo turístico com 18 apartamentos todos com uma localização singular a apenas três quilómetros da Praia do Carvoeiro. Em Albufeira, também da exploração do grupo, o Ponta Grande Vila do Castelo, perto da famosa Praia do Evaristo, com 16 apartamentos. ‹
Vinhos na Vila Galé Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, e José António Bastos, director de operações do grupo no Brasil, foram os anfitriões da degustação de vinhos portugueses da Casa de Santa Vitória (a adega do grupo Vila Galé localizada ao sul da cidade de Beja), e que decorreu recentemente no Hotel Vila Galé Salvador, localizado na capital do estado brasileiro da Bahia. Os vinhos servidos nesta degustação foram o Versátil tinto, branco e rosé, o Casa Santa Vitória branco, tinto e rosé, além do Reserva branco e tinto, além de um Touriga Nacional. ‹
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› INFRA-ESTRUTURAS
Porto de Sines ligou-se ao Brasil
O
Porto de Sines está agora directamente ligado ao Brasil através da ligação semanal realizada pelo armador MSC, que na primeira viagem realizada pelo navio MSC Courage, tocou os portos brasileiros de Rio Grande, Navegantes, Paranaguá, Rio de Janeiro, Salvador e Pecém. Esta nova ligação semanal entre o Porto de Sines e os portos brasileiros, que numa segunda fase se estenderá a outros portos da América do Sul, possibilita, segundo Lídia Sequeira, presidente da Administração do Porto de Sines, «uma grande vantagem e que foi percepcionada pelos empresários e exportadores brasileiros e sul-americanos é a redução de tempo entre o Porto de Sines e o de Valência, por exemplo, para fazer chegar os produtos e mercadorias à capital espanhola ou mais até ao centro da Europa». A líder do porto português concretizou sublinhando que «Sines possui vantagens no acesso aos mercados europeus, representando um tempo de viagem inferior, no mínimo, em três dias, face à concorrência espanhola de Valência». Com este novo serviço, que se articula com o serviço semanal, actualmente com oito ligações, entre o Porto de Sines e o Extremo
Oriente, o que possibilitará ligar o porto português directamente com duas áreas do Globo que mais crescem, sobretudo a China e o Brasil. Para o Director-Geral da MSC Portugal, Carlos Vasconcelos, a respeito das ligações ao Extremo Oriente, «o objectivo da MSC é que, até ao final do ano, passemos a ter nove ou dez escalas semanais de navios porta-contentores de grande porte em Sines». ‹
Porto de Sines cresce nos contentores APS e CP Carga A Administração do Porto de Sines e a CP Carga, assinaram um protocolo de colaboração com o objectivo de desenvolver soluções logísticas de base marítima-ferroviária, que possam potenciar a competitividade do porto. Esta colaboração permite expandir as oportunidades de negócio, com a criação de novas soluções logísticas integradas, promovendo a expansão da área geográfica do mercado ao espaço internacional, com particular relevância à escala ibérica. O Porto de Sines e a sua Zona Industrial e Logística são actualmente uma referência ibérica em transporte ferroviário de mercadorias, com mais de 20 comboios diários, transportando em média mais de 10.000 toneladas/dia. No importante segmento da carga contentorizada continua a registar-se um assinalável crescimento, tendo no primeiro semestre de 2011 sido operados mais 12% de comboios, ou seja, 1.329 comboios contra 1.182 nos primeiros seis meses de 2010. ‹
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O Porto de Sines encerrou o primeiro semestre de 2011 com um crescimento de 23% na Carga Contentorizada, tendo conseguido um volume total de 203.389 TEU, face aos 164.992 TEU registados em período homólogo do ano transacto. Quanto aos outros segmentos da actividade portuária em Sines, destaque para os crescimentos de 18% na Carga Geral, 15% no Gás Natural Liquefeito, 16% nos Granéis Sólidos e 28% nos Produtos Petroquímicos. Já os Produtos Petrolíferos registaram uma quebra de 20%. Em todo o porto foram movimentados 11,7 milhões de toneladas de mercadorias. ‹
Tarros aumenta no Porto de Setúbal A Linha Regular Tarros aumentou a sua oferta no Porto de Setúbal em Junho com uma ligação ao porto de Mersin, na Turquia, porta de entrada do Mediterrâneo para o Oriente. Deste modo, a Tarros passa a ligar regularmente, no sentido Leste, desde o Porto de Setúbal, os portos de La Spezia e Salerno, na Itália, Piraeus, na Grécia, Instanbul e Mersin, na Turquia, e, para Oeste, desde Mersin, os portos de Alexandria, no Egipto, Nápoles e La Spezia, na Itália, Casablanca, em Marrocos, e finalmente, Setúbal. Paralelamente, são ainda oferecidos várias ligações através de transhipment para portos europeus em vários outros países e do Médio Oriente, como sejam a Argélia, a Síria, Tunísia, malta, Ucrânia e a Rússia. ‹
Fórum do Mar com fundo de 100 milhões O Fórum Empresarial da Economia do mar, liderado por Bruno Bobone, lançou um fundo de investimentos que, numa primeira fase, terá um valor de 100 milhões de euros. O objectivo é angariar fundos que permitam financiar os projectos empresariais adequados a desenvolver a economia do mar sustentados pelo estudo coordenado por Ernâni Lopes. Segundo Bruno Bobone, entre as dezenas de projectos empresariais de investimento defendidos no estudo referido designado Hypercluster do mar, o fundo dará prioridade a três, respectivamente, um no sector da produção de peixe, outro na área do turismo náutico associado a diversas entidades autárquicas, e um terceiro relacionado com o armamento. Actualmente o Fórum do mar conta com 78 associados, entre empresas privadas e instituições e empresas públicas. Recorde-se que o seu primeiro grande objectivo é o de contribuir para o assumir da economia do mar como um desígnio nacional, de forma a afirmar Portugal como actor marítimo relevante a nível global. ‹
Porto de Leixões cresce O Porto de Leixões movimentou um valor superior a oito milhões de toneladas no primeiro semestre de 2011, um crescimento de 12% face ao período homólogo. De referir que o maior crescimento registado no Porto de Leixões aconteceu na carga fraccionada, que atingiu um valor de 51% em relação a 2010, com um total de 462 mil toneladas movimentadas. ‹
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› EDUCAÇÃO Carlucci American International School of Lisbon – CAISL
Olhos postos nos líderes de amanhã Há muito tempo que estava nos nossos horizontes um trabalho jornalístico com a Carlucci American International School of Lisboa, ou mais simplesmente a CAISL, aquela que é a única escola americana em Portugal aprovada pelo Departamento de Estado Americano, reconhecida pelo Ministério da Educação.
E
Texto › VALDEMAR BONACHO
ste facto traduz uma responsabilidade acrescida, já que se trata de uma escola para crianças dos 3 aos 18 anos de idade, com instrução em inglês, que tem por missão ser uma comunidade educativa centrada no aluno e um desafio que pretende alcançar níveis de excelente qualidade, com uma finalidade: Contribuir positivamente para um mundo rico em diversidade e em constante mudança. Com os cerca de 540 alunos em gozo de férias, a P€ deslocou-se num destes dias ao magnífico “Campus” da CAISL, localizado nos arredores de Sintra, e que muito recentemente – a 8 de Junho – viveu um dia de grande significado com a inauguração de novos espaços que vão engrandecer mais ainda a qualidade do ensino nesta instituição americana, acto que teve a presença, entre outras altas individualidades, de Frank Carlucci, antigo Embaixador dos EUA em Portugal, pessoa que aprendeu também a amar a Pátria de Camões, e que deseja ardentemente que esta seja uma escola que represente os valores americanos no nosso País.
O que distingue o modelo de educação americana A razão da nossa ida ao “Campus” da Carlucci American International School of Lisbon era entrevistar Blannie Curtis e António Vilhena, respectivamente Directora e Business Manager, desta instituição. A CAISL foi fundada em 1956 e é agora conhecida pelo seu modelo de ensino que tem merecido justificados elogios vindos de diversos quadrantes da Sociedade portuguesa, e não só. E ao colocarmos a questão sobre os métodos e característica que distinguem a educação americana, Blannie Curtis disse que uma das características residia na amplitude do conhecimento. Ao contrário da educação portuguesa em que os alunos escolhem a sua área de estudo quando deixam o 9º ano, o sistema americano acredita que a educação de um jovem deve incluir tanto Matemática, Literatura, Línguas Estrangeiras, Música, Arte e Desporto. Por outras palavras, deve ser tão completa e geral quanto possível para poder alargar horizontes e incutir o apreço e respeito pelas diversas áreas do conhecimento. «A educação americana também
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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS acredita que um jovem aluno não pode aprender, a não ser que ele próprio colabore activamente na sua educação. O aluno é ensinado a intervir, questionar, desenvolver sentido crítico, e a trabalhar em grupo. Esta é uma forma de aprendizagem que procuramos desde muito cedo incutir no espírito do aluno», referiu a Directora da CAISL, que diz ter aceite esta missão à frente dos destinos da Carlucci American International School of Lisbon com grande sentido de responsabilidade, «até porque antes de mais, não me esqueço de que também sou professora», sublinhou Blannie Curtis. Oferecer cada vez mais qualidade A Directora da CAISL sabe que uma instituição com as responsabilidades da sua tem de saber crescer de maneira sustentada, e os melhoramentos recentemente introduzidos no “Campus” são o sinal mais verdadeiro «de como pretendemos dar qualidade de vida aos nossos alunos». «Mudámos de Carnaxide para aqui com o apoio precioso da Câmara Municipal de Sintra, que nos cedeu o terreno, e de outras individualidades. E só assim foi possível erguer estas infraestruturas que muito nos orgulham e que vão proporcionar uma dignidade ainda maior à nossa escola. Mas devo também não esquecer uma palavra de reconhecimento aos pais e encarregados de educação dos nossos alunos, por nos terem entregue a educação das suas criança, e isso é muito gratificante para nós», reconheceu Blannie Curtis, directora da CAISL. Quando se leva a cabo a abertura destes novos espaços físicos, isso significa que os responsáveis da CAISL pretendem pôr à disposição dos seus alunos um ensino e uma educação de melhor qualidade? António Vilhena, que nesta escola desempenha o cargo de Business Manager prontifica-se a esclarecer-nos. «Com as infraestruturas que inauguramos a 8 de Junho a escola passa a contar, não só com mais aulas, mas ficou a ser uma escola mais qualificada, nomeadamente nas áreas das Artes e do Desporto, que são também temáticas que aqui levamos muito a sério. Antes desta data já desenvolvíamos estas actividades em condições menos favoráveis, já que estas são infraestruturas mais adequadas à realida-
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› EDUCAÇÃO de do ensino dos nossos dias. Os edifícios aqui existentes são propriedade da CAISL (estamos a falar de uma área de 40 mil metros quadrados), os direitos de superfície pertencem-nos, e os terrenos foram-nos cedidos pela Câmara Municipal de Sintra», esclareceu António Vilhena. Preparar os alunos para desafios do século XXI Como já dissemos anteriormente, a Carlucci American Intenational School of Lisbon é a única escola americana em Portugal aprovada pelo Departamento de Estado dos EUA, mas é importante referir também outro facto relevante: a homologação da CAISL por parte da New England Association of Schools and Colleges e pelo Council of International Schools, para além de ser igualmente reconhecida pelo Ministério da Educação. Além do High School Diploma Program, com o qual saem os alunos que fazem a sua graduação na CAISL, oferece ainda o International Baccalaureate (IB) nos últimos dois níveis de ensino (11º e 12º anos), possibilitando várias formas de ingresso a Universidades em todo o mundo. «Diria que a principal preocupação da nossa escola é cativar e preparar os alunos para os desafios do século XXI», sublinharia, a propósito, Blannie Curtis. De referir que os 540 alunos inscritos na CAISL são oriundos de 39 nacionalidades diferentes, o que para os responsáveis desta instituição representa mais um desafio aliciante. E não é menos
importante salientar que 50% destes alunos são de nacionalidade portuguesa. Quando questionada acerca dos desafios que os alunos encontram nesta escola, Blannie Curtis aproveita para explicar que o primeiro desafio é o domínio da língua inglesa uma vez que não
é necessário saber falar inglês para entrar. «Depois são incentivados, com o apoio dos nossos professores, a desenvolverem as suas capacidades. Em cada sala de aula são encorajados em intervir e a interagir uns com os outros, de forma a participarem na realização dos projectos educativos». Uma das grandes preocupações da CAISL é o seu Corpo Docente. Ele é constituído por 62 professores, metade deles de nacionalidade americana, e 20 por cento de nacionalidade portuguesa.
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Aprender a ser líder Antes de irmos para esta entrevista ouvíramos dizer que esta era uma escola de certa maneira vocacionada para a formação de futuros líderes. E não resistimos em colocar esta questão à directora da CAISL, Blannie Curtis, que nos deu uma resposta clarividente. «Criar um líder faz-se através da confiança e da criação de oportunidades, faz-se dando a possibilidade aos jovens estudantes de desenvolverem as suas melhores capacidades intelectuais e de formação cívica, faz-se dando oportunidade aos alunos também de errar. Desenvolvemos programas próprios que estimulam a criatividade e liderança como por exemplo o “Iberian Model United Nations”. Nesta actividade, que dura três dias e é inteiramente organizada por alunos, cada participante estuda e tenta entender as políticas do país que vai representar e debate de forma parlamentar os temas que são propostos pelos próprios alunos até chegarem a propostas de resolução. Durante a preparação e realização desta actividade os alunos têm inúmeras oportunidades para argumentar, liderar, e aprender a trabalhar em grupo», sublinhou Blannie Curtis, directora da CAISL. Tem sido notório o empenhamento da CAISL em modernizar as suas infraestruturas escolares, proporcionando deste modo uma melhor qualidade de ensino e uma melhor convivência aos seus alunos. Os investimentos levados a cabo no “Campus da CAISL, consubstanciados num projecto que culminou com a construção de um
ginásio coberto de 1400 metros quadros, de 10 mil metros quadrados de áreas desportivas, e de um teatro com capacidade para 450 lugares, equipamentos inaugurados a 8 de Junho, provam na prática essa preocupação em evoluir fisicamente, dando aos alunos uma outra comodidade. E estão previstos a curto prazo novos investimentos, perguntámos a António Vilhena, Business Manager da CAISL. «Os investimentos a curto prazo são o dotar a escola de todos os equipamentos ainda em falta, aproveitando o espaço disponível. Uma vez concluídos os empreendimentos recentemente inaugurados que significaram um investimento de 10 milhões de euros, a escola ficou com uma estrutura física adequada e não precisará no futuro próximo de outras intervenções deste tipo. Os próximos investimentos serão para dotar essa infraestrutura física dos meios humanos necessários para explorar e desenvolver convenientemente esses recursos. Quando nos referimos a recursos humanos não estamos apenas a falar no reforço das áreas educacionais existentes, estamos a falar daqueles que serão necessários para cobrirem novas actividades prevista no futuro», referiu António Vilhena. ‹
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› DESENVOLVIMENTO REGIONAL PFR Invest moderniza e amplia pólo industrial em Freamunde
Depois de concluídas as infra-estruturas, já começaram a chegar as primeiras empresas
Investimento de 8 milhões de euros
iCoimbra Parque Já estão a decorrer as obras relativas à instalação das primeiras empresas no Coimbra Inovação Parque – iParque. Depois da infra-estruturação da primeira fase do projecto – o equivalente a 30 hectares dos cem que o parque de ciência e tecnologia vai ter –
A PFR Invest, empresa municipal de Paços de Ferreira especialmente vocacionada
começou agora uma nova fase da vida do projecto com a instalação das primeiras quatro
para a promoção e gestão de espaços empresariais na Capital do Móvel, assinou com a
empresas em lotes industriais e a construção do centro de negócios do parque – edifício
CCDR-Norte um contrato de financiamento comunitário do Pólo 5 da Cidade Empresarial
O
de Paços de Ferreira, localizado nas freguesias de Freamunde, Ferreira e de Carvalhosa.
contrato assinado no valor de 8 milhões de euros, contempla uma comparticipação comunitária a fundo perdido no valor de 6,3 milhões de euros, no que significa que foi a maior candidatura individual alguma vez aprovada no concelho. O Pólo 5 tem uma área de 210 mil metros quadrados, distribuídos pelas freguesias de Ferreira, Carvalhosa e de Freamunde, dos quais 171 mil metros quadrados dizem respeito a área de acolhimento empresarial nova, enquanto os restantes correspondem a uma área industrial já existente em Freamunde, que será reestruturada e qualificada com este projecto. No Pólo 5, a Cidade Empresarial colocará à disposição dos empresários que ali se instalem, onde para além de todo o apoio de business inteligence, rede de parcerias e mecanismos de financiamento que a PFR Invest já presta aos investidores, com este projecto será também possível disponibilizar serviços avançados de segurança, controle de acessos e videovigilância, serviços ambientais e de gestão de resíduos, bem como serviços de telecomunicações em fibra óptica, armazenamento de dados, tratamento documental, entre outros. Para além de uma nova geração de infra-estruturas, as empresas quês e instalem no Pólo 5 da Cidade Empresarial beneficiarão de sinergias com a Cidade Tecnológica (também gerida pela PFR Invest), potenciando processos de I&D+I e de transferência de tecnologia em parceria com as empresas de base tecnológica e com as instituições da Cidade Tecnológica, em particular o Instituto Politécnico do Porto. Para o presidente da PFR Invest, Rui Coutinho, «esta aprovação por parte da Operação Norte representa um reconhecimento da
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qualidade e da excelência do projecto, mas também da estratégia que tem vindo a ser desenvolvida pela PFR Invest e pelo município, uma estratégia de acolhimento empresarial competitiva, que nos permita posicionar o concelho como a melhor localização para acolhimento empresarial e para o investimento privado». O líder da PFR Invest aproveitou também a ocasião para respondera alguns detractores da empresa a que preside, ao referir que «até hoje a PFR Invest teve sempre resultados positivos, e sem nunca ter recebido um cêntimo da Câmara Municipal ou de transferências do Estado», antes enfatizando a obtenção de resultados da acção da empresa como «os mais de 2.000 postos de trabalho criados no concelho, a duplicação do volume de negócios e o aumento das exportações em cerca de 125%». Já o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, aproveitou o momento solene da assinatura do contrato para sublinhar mais este importante investimento num concelho que desde 2005 já registou a criação de 2.100 postos de trabalho e isso constitui um factor muito importante. O edil da Capital do Móvel deixou mesmo a questão de que «o país tem que repensar o que gasta com quem gera riqueza e postos de trabalho». ‹
E
Vinci.
m paralelo com as obras de instalação das primeiras quatro empresas no iCoimbra, também se iniciaram as obras de construção do edifício Vinci, adjudicadas à construtora Costa & Carvalho, de Alcobaça, um investimento de 4.025 milhões de euros, e que deverá estar concluído num prazo de 517 dias. Segundo Norberto Pires, CEO do iCoimbra Parque, o Vinci «é um edifício fundamental para toda a estratégia do iParque, uma vez que concentrará todos os serviços de apoio às diversas empresas implantadas no parque tecnológico». Para evitar a duplicação de infra-estruturas, o Vinci vai funcionar em estreita articulação com o edifício Tesla, que alojará a incubadora da segunda fase do iParque. As empresas instaladas no Tesla terão acesso total às valências do edifício Vinci. Quanto às quatro primeiras empresas já a se instalarem são as empresas Innovnano (Grupo CUF), o CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, a CoolHaven e a Sanfil, que no conjunto erguem as primeiras pedras neste espaço dedicado à inovação e ao empreendorismo cujo volume de investimento em obra vai atingir, nesta primeira fase, os 45 milhões de euros. Ainda segundo Norberto Pires, relativamente à instalação destas primeiras empresas, «prevê-se que a CoolHaven – precisamente porque os sistemas de construção rápida são a sua área de negócios – seja a primeira a concluir as obras, já dentro de dois meses». Já quanto à Innovnano, pertencente ao Grupo CUF, Norberto Pires referiu que «é
a única empresa de nano-tecnologia do país», enquanto o «CTCV vai funcionar no iParque com um centro de materiais avançado, com instalações dedicadas às energias alternativas, nomeadamente a energia solar. Por sua vez, a CoolHaven, é uma empresa que nasceu na Universidade de Coimbra, vai ser um verdadeiro laboratório vivo porque vai possibilitar que novas ideias sejam estudadas e desenvolvidas no próprio edifício da empresa». Por último, o responsável do parque conimbricense, a respeito da quarta empresa a instalar naquele espaço, a Sanfil será um hospital com valências de I&D – 30% da sua área total estará reservada à investigação – sendo uma empresa-âncora do iParque». Segundo Norberto Pires, o projecto global do iParque prevê a criação de 1.200 pos-
tos de trabalho altamente qualificados. Ao todo, o projecto contempla 100 hectares de terreno divididos em duas fases de construção. Uma primeira fase concluída com 15 empresas de base tecnológica e científica em lotes industriais e 40 na aceleradora de empresas. O volume global de investimento previsto na primeira fase é de 45 milhões de euros. São infra-estruturas, um centro de negócios e uma aceleradora de empresas, sistema de transporte automático dentro do espaço e todo o equipamento para redes de alta-velocidade financiados a 90% pelo QREN. Norberto Pires rematou sublinhando que «uma revolução tecnológica está a ganhar forma em Portugal. Há uma onda de inovação a nascer, da Região Centro para o mundo». ‹
Agosto 2011 | País €conómico › 57
› A FECHAR
Prioridade às relações transatlânticas O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, efectuou a sua primeira viagem substancial com um périplo pelos três principais países de língua portuguesa com os quais Portugal assume sem complexos uma relação estratégica e de longo prazo. Esses países foram, naturalmente, Angola, Moçambique e o Brasil. A ordem descrita foi a sequência das paragens em Luanda, Maputo e Brasília, não que seja essa a hierarquia de importância de cada um dos países em apreço. Também não é esse o aspecto que nos importa abordar. A questão fundamental é que a viagem de Paulo Portas representa a afirmação inequívoca da prioridade máxima de Portugal na sua relação estratégica com os países de língua portuguesa, tanto na difusão e afirmação da própria língua enquanto valor identificador e unificador dos povos que compõem a CPLP, mas sobretudo enquanto instrumento de afirmação político-diplomático na cena internacional, com peso específico em vários areópagos, inclusivamente na União Europeia, mas igualmente nas Nações Unidas, e, last but not the least, enquanto espaço de aprofundamento económico e empresarial, presentemente tão necessários às empresas e ao comércio externo português. O Ministro Paulo Portas tem efectuado declarações no sentido de reforçar as competências e sobretudo as dinâmicas da diplomacia económica nas suas próprias acções, mas igualmente na acção das missões diplomáticas portuguesas espalhadas pelo mundo. Nada mais certo, pois a diplomacia portuguesa, não apenas por palavras, mas sobretudo por acções visíveis e mensuráveis, necessita de acentuar de forma expressiva, o seu empenho na abertura e dinamização de muitos mercados às empresas e ao comércio português. Mesmo nos países de expressão portuguesa. Até porque algumas posições alcançadas nesses mercados nos últimos anos, não podem ser descuradas em provável prejuízo de outros países concorrentes. Na competição global em que todos vivemos e actuamos, nada do que foi alcançado é definitivo ou imutável, pelo que importa acelerar a fundo os mecanismos de defesa e promoção dos interesses económicos portugueses no plano internacional, a começar evidentemente no plano dos países que falam a língua portuguesa. ‹
58 › País €conómico | Agosto 2011
Leonel Moura cria nova ponte sobre o Sor A visão futurista de Leonel Moura vai ficar marcada em mais uma obra inovadora, embora com sentido prático e útil, precisamente a da nova ponte pedonal que atravessará o rio Sol, e que se localizará um pouco a norte da actual no concelho alentejano de Ponte de Sor. A futura ponte é inovadora na forma e no processo construtivo, sendo de base tubular e consistirá num conjunto de aros interligados por uma treliça complexa que vista do seu interior se assemelhará a uma teia. A sua iluminação com tecnologia LED altera ligeiramente a cor da ponte ao longo da noite. Concebida pelo artista Leonel Moura, será realizada em colaboração com o gabinete de engenharia Profico e com a arquitecta Tânia Andrade. ‹
Tecniwood em Paços de Ferreira A Tecniwood vai instalar um pólo de distribuição em Paços de Ferreira, num investimento dirigido exclusivamente à distribuição de folha de madeira. A empresa com sede em Braga espera neste investimento na Capital do Móvel atingir um volume de negócios na ordem dos 1,3 milhões de euros. Segundo Pedro Machado, responsável do negócio da folha de madeira da Tecniwood, a «estratégia é estar mais próximo das empresas do mobiliário que estão concentradas em Paços de Ferreira e que são os principais clientes de folha de madeira». A folha de madeira tem vindo a apresentar-se com uma alternativa à madeira maciça pelas vantagens ecológicas, estéticas e económicas, podendo ser aplicada no fabrico de mobiliário e portas, na carpintaria e no revestimento de placas. ‹
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60 › País €conómico | Agosto 2011