Revista País Economico

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Turismo e hotelaria portuguesa cresce no país e no exterior

Nº 126 › Mensal › Março 2013 › 2.20# (IVA incluído)

Morais Vieira Presidente da Metaloviana

Mira Amaral Presidente do Banco BIC Portugal

Sofia Freitas Coordenadora da AGIM

Nova lei vai beneficiar Regiões de Turismo Melchior Moreira, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, entende que proposta de lei das regiões de turismo é séria e equilibrada e permite beneficiar o conjunto das regiões de turismo em Março 2013 | Portugal. País €conómico › 1


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Ficha Técnica

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2 › País €conómico | Março 2013

Empresas que querem crescer no exterior Há uma estranha contradição em Portugal. Enquanto os números conhecidos da execução orçamental do mês de Janeiro mostram que o défice se agrava, com o Estado a receber menos receitas e a gastar mais dinheiro sobretudo com subsídios de desemprego, obrigando portanto a acelerar mais cortes globais na despesa do Estado, por outro lado, cada vez mais empresas portuguesas apostam na internacionalização e na busca no exterior das oportunidades para crescerem e se desenvolverem. No fundo, assiste-se a uma contração da economia no país, tendo como inevitabilidade um encolher do Estado, o que não é propriamente uma má notícia como aqui temos defendido em editoriais anteriores, pois somos dos que entendem que a sociedade portuguesa, particularmente os que trabalham no setor privado e não dependem diretamente do Estado, não podem continuar a ser esbulhados para alimentar um gigantismo estatal que pretende continuar a “andar de Ferrari enquanto a sociedade civil anda de mini”, como referia há tempos um elemento de um organismo público (curiosamente). No entanto, a notícia de que um conjunto de empresas portuguesas assinaram com congéneres argelinas um conjunto de contratos para construírem 75 mil casas na Argélia, que vão atingir valores na ordem dos quatro mil milhões de euros, e que poderão ainda crescer, é daquelas que solidificam a ideia da imperiosa necessidade de muitas empresas portuguesas partirem para o exterior. E existem inúmeros exemplos de empresas portuguesas que estão a lutar afanosamente para vencer lá fora, não apenas pela circunstância do mercado interno estar a minguar, mas porque é um desafio e uma necessidade de crescimento e sustentabilidade. As informações avançadas nesta edição pelos responsáveis empresariais da Vila Galé, Sana Hotels e Metaloviana, configuram o empreendorismo e a vontade de arriscar (mas partindo de bases sólidas em termos de estrutura e capacidade financeira) de empresas e de pessoas, tornando-se cada vez mais atores globais e capazes de gerarem mais-valias para as empresas mas igualmente para um conjunto cada vez maior de profissionais portugueses, no fundo, daqueles que não se resignam a uma vida lúgubre ou de dependência de favores ou da ladainha do Estado que nos esmaga e desgoverna. Jorge Gonçalves Alegria

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Índice Grande Entrevista Luís Mira Amaral é o Presidente do Banco BIC em Portugal. Figura bastante conhecida e mediática, o líder do banco que absorveu o ex-BPN apresenta-se nesta entrevista à País €conómico muito seguro do percurso que está a correr para alavancar o crescimento do banco, embora não apresente certezas quanto ao momento em que as contas do agora reforçado Banco BIC atingirá o break even. No ano passado, as contas não auditadas do banco apresentaram valores negativos de 7,5 milhões de euros, mas Mira Amaral sublinha que ao acionistas do BIC vão reforçar em dois milhões de euros o capital líquido do banco «sinónimo da grande solidez e estratégia de longo prazo com que estamos no sistema financeiro em Portugal».

pág. 28 a 33

Ainda nesta edição…

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Grande Plano

Lisnave recebe centésimo navio de empresa malaia Grupos portugueses constroem 75 mil casas na Argélia VII Encontro de Negócios na Língua Portuguesa em Minas Gerais Grupo Durit reforçou investimento na Bahia Nova SBE criou a Nova Maputo Visabeira inaugurou hotel próximo de Cahora Bassa 150 empresários portugueses visitam Maputo Embaixador do Equador em entrevista Altran investe no Fundão PSA Mangualde cria 300 postos de trabalho

4 › País €conómico | Março 2013

Quando está a decorrer mais uma edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), percorremos mais uma vez alguns dos caminhos que o turismo e as empresas nacionais do setor estão a percorrer e a desenvolver. Os presidentes das regiões de turismo estão de acordo com a nova legislação que reordena as regiões turísticas em Portugal, e fomos também ouvir alguns dos grupos hoteleiros que marcarão este ano pela abertura de novas unidades hoteleiras de cinco estrelas em Portugal, como serão os casos dos grupos Vila Galé e SANA Hotels.

pág. 06 a 25

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› GRANDE PLANO Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, defende a nova lei de reorganização das regiões de turismo

Norte de Portugal é um destino em destaque no turismo internacional O Porto e o Norte de Portugal são um destino turístico nacional que emerge com uma força cada vez maior. Mas, talvez o mais significativo, são os elogios vindos de inúmeras partes do mundo à excepcional qualidade da cidade do Porto e dos vários lugares e recantos da região norte. Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, recebeu a País €conómico na Fortaleza de Viana do Castelo onde funciona a sede do organismo regional de turismo do norte do país, e além de sublinhar e explicar porquê da sua concordância com as alterações na lei de reordenamento das regiões de turismo, aponta sobretudo a cada vez maior importância e força do conjunto da Região Norte como motriz do turismo em Portugal, capaz de se destacar de forma muito

A

positiva no panorama nacional e internacional. Texto › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

15 de Novembro de 2012 o Conselho de Ministros aprovou o diploma relativo à reorganização das regiões de turismo, ordenando a extinção imediata dos 6 polos existentes e a sua fusão nas 5 entidades regionais (Algarve, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo, Centro, e Porto e Norte). Como interpreta esta lei, já que a própria Confederação do Turismo Português (CTP) emitiu oportunamente um comunicado anunciando que iria solicitar a “suspensão” da nova lei, e iria diligenciar junto dos partidos com assento na Assembleia da República para que a mesma fosse corrigida e adaptada à realidade e aos desafios que o sector do turismo e a economia enfrentam. Acha que esta lei favorece a reorganização das regras do turismo português?

Aquilo que eu considero é que esta lei favorece sobretudo a estabilização de um

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processo importante para o país e cujo percurso é imperativo seja realizado com a colaboração de todos, sem protagonismos. Para que possamos valorizar convenientemente os recursos que possuímos e rentabilizar a oferta no seu todo, a reorganização turística do país é absolutamente necessária e urgente, tendo presente que o país vai para além de Lisboa, do Algarve e da Madeira. De outra forma, não estaremos a trabalhar com base na realidade do país que temos, nem nos desafios que o setor do turismo e a economia enfrentam. O Turismo é para nós um setor absolutamente prioritário, sendo urgente que se encare esse facto com a máxima responsabilidade, muito mais quando disso depende um contributo valiosíssimo para a estabilidade da nossa economia, num momento tão importante e difícil como o que atravessamos.

Precisamos urgentemente de dar um salto qualitativo nas questões fulcrais que orientam a política do turismo nacional e este é um momento decisivo para que o façamos com coragem e com a máxima coerência. Julgo por isso que esta reforma é um passo importantíssimo, na medida em que aponta inequivocamente para a possibilidade de podermos trabalhar com maior eficácia, eficiência e economia, provando-o factos tão simples quanto estes: por um lado, o facto do diploma aprovado na Assembleia da República ser absolutamente claro quanto ao redimensionamento do número de estruturas regionais que passam a ser apenas 5 (NUT s II), de acordo com um modelo que visa torná-las mais profissionalizadas e com mais competências (promoção interna e externa); por outro, não podemos aqui esquecer a importância de que se reveste a redução de 45 dirigentes das anteriores

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› HOTELARIA E TURISMO estruturas, passando para 10 dirigentes, com uma efetiva repercussão em termos económicos. São estas, aliás, algumas das razões que vêm ao encontro das posições que tenho defendido, em benefício de um modelo que a mim me parece poder produzir efeitos mais evidentes para o desenvolvimento turístico regional e nacional. Para além disso, há ainda a relevar a importância do modelo em causa, permitindo que no seio das novas estruturas haja uma clara participação do setor privado, que passaa estar representado em três Órgãos das futuras Entidades Regionais de Turismo: no Órgão Executivo (Direção), no Órgão Deliberativo (Assembleia Geral) e no Órgão Consultivo (Conselho de Marketing). Daí que seja naturalmente um defensor da atual proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros, a qual julgo ainda poder contribuir de modo inequívoco e relevante para a equidade de tratamento de todos os agentes económicos do setor (públicos e privados). A proposta de lei das regiões de turismo aprovada em Conselho de Ministros, permite claramente uma competitividade séria e equilibrada, beneficiando com isso o conjunto dos destinos turísticos e a Marca Portugal. Porto e Norte são uma marca no turismo nacional Com o país ainda em crise, quais são as suas expectativas em relação a 2013 em termos turísticos no Porto e Norte de Portugal? Em 2012 o balanço foi, mesmo assim, positivo? E o que é que contribuiu para esse cenário?

As minhas expetativas são as melhores. Porque acredito no enorme potencial que possuímos, na capacidade de trabalho dos agentes económicos do setor e na possibilidade de recuperação económica do atual cenário de conjuntura internacional, julgo ser possível termos um ano de 2013 bom, nomeadamente, indo ao encontro das previsões da OMT que apontam para o crescimento contínuo dos fluxos turísticos internacionais. Como sabe, o Porto e Norte de Portugal é hoje uma referência em termos nacionais

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e um destino com uma “Marca Turística” cada vez mais consolidada que vem ganhando, dia após dia, maior notoriedade junto do mercado externo. Basta para o efeito pensar que não foi certamente por acaso que: em 2010, fomos o destino preferido eleito pelos portugueses; que ao longo de todo o ano de 2011, mesmo face à difícil conjuntura económica em que vivemos, assistimos a um crescimento contínuo dos fluxos turísticos, acima da média nacional; e que em 2012, fomos um dos destinos que registou uma das médias de crescimento mais significativa, comparativamente com outros que por norma têm a sua boa performance assegurada por uma intensa procura (Algarve e Madeira). Quanto ao balanço de 2012, apesar da referida conjuntura económica difícil, e, de acordo com os últimos dados do INE, podemos dizer que estamos satisfeitos. As taxas de variação (2011/2012) foram positivas em relação à Região Norte de Portugal, nomeadamente, verificando-se que o número de dormidas teve um aumento de 10,4%, que o crescimento da taxa de ocupação foi de 1,5% e que a estada média subiu 1,1%. Embora com um crescimento menor que nos dois anos anteriores (2010/2011), podemos mesmo assim dizer que este é um cenário estável. Se por um lado houve uma redução efetiva dos proveitos totais, por outro, aumentaram os de aposento. Aliás, isto traduz de certo modo o facto de ao longo do ano de 2012, tal como no resto do país, sofrermos uma redução da procura por parte do mercado interno e do mercado interno alargado (Espanha), mas, em contrapartida, de assistirmos ao crescimento da procura por parte do mercado externo, com especial atenção para alguns países como França, Alemanha e Brasil. Para além disso, há ainda o importante facto de assistirmos hoje à chegada de outros países novos/emergentes ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, contribuindo para o aumento da ocupação turística e que são, em parte, resultado do alargamento das rotas de companhias de aviação com serviço low-

-cost, operando em muitos casos ao longo de todo o ano. Entretanto, quero ainda aqui dizer que não é, também, certamente por acaso que 2012 foi um ano em que no destino Porto e Norte de Portugal houve a atribuição de tantos galardões internacionais, distribuídos por diversas entidades, por variados e prestigiantes motivos. Galardões que premiaram sobretudo o mérito empresarial de muitos dos agentes desta região e que a nós nos satisfaz muito. Isso traduz claramente a qualidade deste destino turístico, a aposta constante na inovação e o trabalho empenhado que todos temos vindo a realizar, permitindo uma crescente e saudável competitividade. São exemplo disso: o Novo Terminal de Cruzeiros que, ao completar um ano de atividade, teve em 2012 um crescimento de 81% em relação a 2011, registando no Porto de Leixões a entrada de 75 613 passageiros, devido a mais e maiores navios de cruzeiros (+ 24% de navios, com +118% de passageiros e +123% em trânsito); e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com o processamento de um extraordinário número de 6 milhões 51 mil e 48 passageiros, ao longo do ano de 2012. Olhares do Mundo sobre o Porto e o Norte Quanto ao reconhecimento internacional referido, pela importância que isso representa para o destino Porto e Norte de Portugal, não posso deixar de destacar aqui alguns dos prémios atribuídos, nomeadamente: a eleição do Porto como “Melhor Destino Europeu 2012” (European Consumers Choice) e o “4º Melhor Destino do Mundo” (Revista Lonely Planet); o Douro, como 7º destino no ranking internacional da National Geographic (em 133 destinos avaliados); o PNPG – “Parque Nacional da Peneda-Gerês”, com certificado de excelência 2012 (Tripadvisor); o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, considerado o 5º melhor aeroporto a nível mundial em 2010 e ao longo de 6 anos seguidos, incluindo 2012, no TOP dos 3 melhores aeroportos europeus (ACI – Airports Council International); a Livraria Lello (Porto), com

certificado de excelência 2012 (Tripadvisor); as Caves Sandeman Sogrape Vinhos, com certificado de excelência 2012 (Tripadvisor); o Aquapura Douro Valley, com certificado de excelência 2012 (Tripadvisor); o Solar do Vinho do Porto em Lisboa (IVDP), com certificado de excelência 2012 (Tripadvisor); o Restaurante do The Yeatman Hotel (V. N. de Gaia), com uma Estrela Michelin 2012; o Restaurante Largo do Paço, da Casa da Calçada (Amarante), com uma Estrela Michelin 2012; a Quinta do Vallado (Douro), com o Prémio Internacional de Enoturismo, Arquitetura e Paisagens; a Quinta do Crasto (Douro), com o Prémio Internacional de Serviços de Enoturismo; o Porto, posicionado em 28º lugar numa lista de 46 locais de exceção, eleitos pelo New York Times, para visitar em 2013; o Douro e o Porto como “WINE VILLAGE OF THE YEAR”, eleitos pelo maior clube de vinhos do mundo (Clube Sueco – Munskänkerna). Por último, e, apenas como nota de outros contributos importantes que, apesar do atual período de contração económica, também, concorreram para o sucesso do destino Porto e Norte de Portugal, faço aqui uma breve e última referência, à evolução do número de alojamentos classificados e ao número de camas disponíveis, cuja oferta tem aumentado; e ainda, à crescente importância da Via Navegável do Rio Douro que registou em 2012 um aumento de 6,18% de passageiros em barcos-hotel e o simpático número de 350 mil passageiros no total, de entre os quais 168 mil passageiros em cruzeiros. Que esforços estão o Porto e Norte a envidar para que este venha a ser um dos três primeiros destinos turísticos de Portugal?

Pelo enorme prestígio e pela crescente notoriedade que temos vindo a alcançar, o Porto e Norte de Portugal é seguramente um dos primeiros destinos turísticos de Portugal. No entanto, quanto à questão que coloca, eu julgo que os exemplos que acabei de dar ilustram na perfeição o trabalho que está a ser realizado para sermos justamente considerados um dos três primeiros

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› HOTELARIA E TURISMO destinos de Portugal e isto é um enorme incentivo para que os restantes agentes económicos do setor continuem a acreditar no potencial da oferta do Porto e Norte e no trabalho de acompanhamento constante que temos vindo a efetuar. Para além disso, embora a responsabilidade que temos vindo a assumir, sempre que avançamos com projetos estruturantes para a região, seja um esforço e uma constante vontade da TPNP-ER, não nos podemos aqui esquecer que o desenvolvimento turístico do destino é, também, fruto de um trabalho efectuado em parceria, sendo naturalmente imprescindível a colaboração dos municípios e de todas as restantes instituições, públicas e privadas, com quem temos vindo a estabelecer diferentes protocolos. Entretanto, como nota última de extrema importância, não posso deixar de referir aqui a aposta na inovação, na diversidade e no combate à sazonalidade, nomeadamente, através de projetos verdadeiramente estruturantes, tal como é o exemplo já referido das 54 Lojas Interativas de Turismo em rede que estamos a desenvolver, a programação de 25 Fins-de-Semana Gastronómicos, envolvendo 74 municípios, 977 restaurantes e 360 unidades de alojamento, ou ainda, o projeto “Viva o Futebol no Porto e Norte”, com a colaboração das equipas da 1ª liga da Região Norte. Turismo religioso é muito importante na região A 25ª Edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que vai realizar-se entre 27 de Fevereiro e 3 de Março tem como epicentro uma aposta em três vertentes: Meeting Industry, Golf e Turismo Religioso. Lembrando o significado de eventos como Nossa Senhora dos Remédios, e a Semana Santa de Braga, podemos interpretar que a Porto e Norte tentará concentrar forças nesta vertente (Turismo Religioso) para atrair turistas portugueses e estrangeiros a estas realizações de cariz religioso, ou mesmo nas outras duas vertentes a Porto e Norte tem sempre uma palavra a dar? Isso é indiscutível e uma clara vontade da TPNP-ER. Basta pensarmos no facto de há

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já muito tempo termos aberto em Braga uma Delegação de Turismo Religioso, assumindo-o como um dos nossos produtos estratégicos, de modo a podermos contemplar o valiosíssimo património material e imaterial que possuímos, na base do qual está uma interessante parte da nossa procura, de entre a qual se encontra obviamente uma importante fatia que retrata o forte impacto da oferta que temos, inserida nos Caminhos de Santiago. Aliás, tudo isto contribuindo para a posição que tomamos, defendendo nesta última revisão do PENT que o “Turismo Religioso” não pode deixar de ser produto estratégico. Para além disso, é sempre bom lembrar que a grande riqueza do destino Porto e Norte de Portugal assenta na diversidade da sua oferta e numa enorme capacidade que alguns produtos têm para complementar e enriquecer as experiências de quem nos visita. É exemplo disso, também, a interessante oferta de Golfe que possuímos em diversos campos de qualidade, ou das experiências no âmbito do Turismo Náutico, fruto das condições excecionais para a prática de atividades diversas, tais como cruzeiros, canoagem, rafting, vela, surfing (surf, kite, padle), etc. A marca Douro, hoje internacionalizada, pode continuar a ser uma componente importante e decisiva no desenvolvimento do turismo da Porto e Norte?

Naturalmente que sim. Tratando-se, como se trata, de uma referência de excelência, tanto em termos nacionais, como internacionais, a marca Douro é seguramente uma componente importante para o desenvolvimento e uma mais-valia para o prestígio e a afirmação do destino Porto e Norte de Portugal. No entanto, embora reconhecendo naturalmente o seu enorme valor, não podemos esquecer o muito trabalho que ainda há para realizar, sobretudo tendo em consideração o facto de o Douro ser hoje efetivamente uma marca forte, mas que não é um destino turístico. Podemos crescer turisticamente este ano Acredita que apesar da crise que afeta a

Europa e muitas partes do Globo, mesmo assim 2013 pode ser o ano de relançamento do turismo de Portugal?

Como sabe, apesar das muitas mudanças de paradigma com direta influência no setor, da complexidade e da atual volatilidade dos mercados, é convicção da OMT que “o turismo continuará a ser o maior exportador nacional”. Como tal, a avaliar pelos dados que obtivemos mesmo no seio de uma conjuntura difícil, face ao posicionamento de Portugal, tanto no ranking europeu, como mundial, e ainda, depois dos sinais positivos da nossa economia em termos internacionais, não tenho dúvidas que 2013 pode ser o ano do relançamento de Portugal. Temos uma oferta que é diferenciadora e, quer queiramos ou não, temos um peso significativo sempre que se fala no tradicional “Value for Money”. Estão a levar a sério as questões da modernização e da formação? Fale-nos do trabalho que a Porto e Norte tem desenvolvido nestes dois aspetos.

Modernização e formação sempre foi uma das nossas grandes apostas. Provam-no muitos dos nossos projetos, cujo destaque vai naturalmente, uma vez mais, para o projeto das “Lojas Interativas de Turismo” que temos em curso e que não é certamente por acaso que constitui este ano uma das nomeações da Publituris para os prémios “Inovação” do “Portugal Travel Awards”. Com base no uso de tecnologias limpas, estamos a instalar um conjunto de 54 lojas em rede, com recurso a um avançado sistema de comunicação e interação, contribuindo para uma mudança de paradigma na área da informação e da promoção turística regional, cujo exemplo claro é possível apreciar numa das lojas já abertas, de entre as quais destaco a do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, por ser uma das mais importantes portas de entrada de turistas no Porto e Norte de Portugal. Aliás, no que às questões da modernização diz respeito, podemos mesmo dizer que fomos a primeira Entidade Regional de Turismo a avançar com a utilização das tecnologias limpas e a recorrer às “redes sociais”, como ferramenta privilegiada na

área da informação e da promoção turística. Para além disso, na área da formação, temos vindo a realizar um diversificado e interessante trabalho, nomeadamente, estabelecendo parcerias com uma série de instituições de ensino superior e profissional, colaborando na conceção de programas curriculares e em diversas aulas, ou até mesmo em seminários, de cursos de licenciatura e/ou mestrados, na área do turismo.

Apesar das dificuldades que todos atravessamos, acredita que o Turismo Português vai voltar a ser um dos principais contribuintes do PIB nacional?

Eu diria que se não for o Turismo a desempenhar esse papel, dificilmente o conseguiremos. Aliás, é esta a razão pela qual defendo que todos devemos olhar com responsabilidade para este setor que é absolutamente prioritário para o país e sem o qual dificilmente ultrapassaremos os problemas económicos conjunturais.

Com uma verdadeira aposta no Turismo, em especial tendo como preocupação a questão da qualidade e da sustentabilidade, quero acreditar ser possível contribuir para um país melhor. O Turismo é um pilar de crescimento em qualquer economia mundial. Daí que este deva ser encarado pelo Governo como uma prioridade nacional. Para isso, não basta assumi-lo no discurso político, é necessário concretizá-lo como verdadeira prioridade. ‹

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› GRANDE PLANO Pedro Machado, Presidente da Região de Turismo do Centro, não tem dúvidas

A reorganização do mapa das regiões de turismo é positiva O Presidente da Região de Turismo do Centro, Pedro Machado, está de acordo com a reorganização das regiões de turismo plasmada no diploma governamental aprovado em Novembro do ano passado. O líder do turismo da região centro de Portugal diz que a nova lei não duplica estruturas e agrega massa crítica na promoção regional. Pedro Machado também se mostra moderadamente otimista face ao desenvolvimento turístico no presente ano, realçando os crescimentos registados em mercados emissores como o brasileiro, holandês e francês. A construção de um novo centro de congressos em Coimbra constitui outro fator para acreditar que a região poderá ter um crescimento

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sustentável na área da captação de grandes eventos para o centro de Portugal. Texto › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

15 de Novembro de 2012 o Conselho de Ministros aprovou o diploma relativo à reorganização das regiões de turismo, ordenando a extinção imediata dos 6 pólos existentes, e a sua fusão nas 5 entidades (Algarve, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Porto Norte).

concordo com a análise da CTP, uma vez que o novo diploma não visa, nem cria duplicação de estruturas, privilegia as parcerias entre o sector público e privado, vem agregar o território e a promoção externa e interna, atribuir escala e massa crítica à região.

Como interpreta está lei, já que a própria

expectativas em relação a 2013 em ter-

Confederação do Turismo Português

mos turísticos no Turismo do Centro?

Centro pode captar grandes eventos

(CTP) emitiu oportunamente um comu-

Considera que apesar de tudo, o balanço

A 25ª edição da Bolsa de Turismo de Lis-

nicado anunciando que iria solicitar a

de 2012 acabou por ser positivo para o

boa - BTL, que vai realizar-se de 27 de Fe-

“suspensão” da nova lei, e iria diligenciar

Turismo do Centro? E o que é que contri-

vereiro a 3 de Março tem com o epicentro

junto dos partidos com assento na As-

buiu para esse cenário?

uma aposta em três vertentes: Meeting

sembleia da República para que a mes-

Dada a conjuntura económica nacional e internacional a expectativa para 2013 é moderada. Sabemos que vamos ter uma retracção na procura por parte de alguns mercados – como é o caso do espanhol, mas outros mercados internacionais como o Brasil, a Holanda, ou a França apresentam números positivos e com tendência de crescimento. Temos desenvolvido diversas acções promocionais nos mercados indicados, tanto junto do sector profissional como do grande público. O Centro de Portugal está mais estruturado,

Industry, Golf e Turismo Religioso. Estas

ma fosse corrigida e adaptada à realidade e aos desafios que o sector do turismo e a economia enfrentam. Considera que esta lei favorece a reorganização das regras do turismo português?

A lei é urgente e necessária e vem corrigir o modelo definido pelo Decreto-lei 67/2008, que veio trazer descontinuidade ao território, fracturas em marcas e produtos e criar assimetrias no investimento e desenvolvimento turístico regional. Não

12 › País €conómico | Março 2013

a oferta hoteleira tem crescido permitindo fixar turistas em locais onde até agora não havia alojamento. Os empresários regionais têm focado a sua acção na promoção de serviços de qualidade. Todos estes factores são importantes para reagir de forma positiva à crise.

Com o país em crise, quais são as suas

são vertentes favoráveis ao desenvolvimento do Turismo do Centro?

Com certeza. Destas vertentes o Golfe é aquela que por enquanto, tem menor expressão na Região. Ao nível do Meeting Industry é necessário destacar os novos projectos em curso e investimentos nessa área, que vão munir a região de excelentes infra estruturas para a realização de grandes congressos. Veja-se o Centro de Congressos do Convento de São Francisco, em Coimbra, que em breve vai dotar a cidade

e região de espaços modernos, e de um auditório com capacidade acima de 1000 congressistas. Também ao nível da indústria do conhecimento, as Universidades de Coimbra, Aveiro e Covilhã, os Politécnicos de Viseu, Guarda e Castelo Branco, são geradoras de dinâmicas próprias com escala internacional. O Turismo Religioso é uma vertente estratégica para a região, principalmente se associada ao Judaísmo

e comunidades judaicas do Centro de Portugal. Do mesmo modo, saliento o potencial de crescimento do produto “Caminhos de Santiago” no território regional, sendo que em Abril 2013 vamos realizar uma conferência internacional subordinada ao tema “Caminhos de Santiago” com o envolvimento de parceiros espanhóis e franceses. Acredita que apesar da crise que afecta

a Europa e outras partes do Globo, mesmo assim 2013 pode vir a ser o ano de relançamento do turismo de Portugal?

2013 deve ser o ano em que, estando em preparação o novo quadro comunitário, (instrumento fundamental para o desenvolvimento das regiões) se transite para o planeamento inteligente do futuro, fazendo com que 2014 seja o ano do relançamento do turismo em Portugal. ‹

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› GRANDE PLANO Jorge Rebelo de Almeida, Presidente do Grupo Vila Galé, continua a investir em Portugal

Em Abril abriremos o nosso primeiro cinco estrelas no país Não era propriamente uma novidade, mas Jorge Rebelo de Almeida, Presidente do Grupo Vila Galé, o segundo maior operador hoteleiro nacional, confirmou em entrevista à País €conómico que no próximo mês de Abril abrirá as suas portas o Hotel Vila Galé Palácio dos Arcos, em Oeiras, embora a sua inauguração oficial apenas ocorrerá no dia 7 de Junho, dia do Concelho de Oeiras. Mais cedo, já no próximo mês de Março, o grupo português espera começar a obras do futuro Hotel Vila Galé Rio de Janeiro, um investimento superior a 40 milhões de euros e que o empresário espera ainda poder abrir a tempo de aproveitar o grande evento que será a Copa do Mundo em Junho de 2014. Numa entrevista concedida no dia anterior à sua partida para o Brasil, Jorge Rebelo de Almeida também confirmou espera definir a localização exata na cidade de Fortaleza onde construirá o primeiro hotel económico no país e que terá a marca VG Express, seguindo-se apostas similares nas cidades de Natal e de Recife. Em Portugal, além da inauguração do Vila Galé Palácio dos Arcos, o grupo prossegue um conjunto de remodelações em várias unidades espalhadas pelo país, incluindo no Porto, e realça a aposta muito significativa que está a fazer no mercado alemão, com resultados palpáveis já a partir de Março do presente ano.

O

décimo oitavo hotel em Portugal do Grupo Vila Galé vai marcar uma nova etapa na vida da marca fundada e dirigida por Jorge Rebelo de Almeida. No decorrer do próximo mês de Abril, abrirá portas o Vila Galé Palácio dos Arcos Hotel dos Poetas, bem próximo da estrada marginal que liga Lisboa a Cascais. Pouco tempo depois, mais precisamente a 7 de Junho, dia comemorativo do concelho de Oeiras, será realizada a cerimónia de inauguração do primeiro hotel cinco estrelas do grupo em Portugal, conhecido até agora pela aposta num padrão elevado de hotéis de quatro estrelas, mas que ainda não tinha concretizado um sonho antigo do homem que implementou a marca ain-

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Texto › JORGE Alegria

| FOTOGRAFIA › arquivo

da no final da década de oitenta do século passado. Jorge Rebelo de Almeida faz questão de salientar que o novo hotel da Vila Galé apresentará «uma diferença significativa de toda a nossa rede existente em Portugal, pois sou dos que entendem que deve existir uma real diferença entre um hotel de cinco e um hotel de quatro estrelas. Como sabe, o nosso padrão hoteleiro em Portugal é bastante elevado, pela pontuação obtida vários dos nossos hotéis poderia ter a classificação formal de cinco estrelas, mas seriam, digamos, cinco estrelas assim assim. O que pretendemos com este novo Vila Galé Palácio dos Arcos é ter um verdadeiro cinco estrelas e é o que vai acontecer, não apenas pelas infraestru-

turas e equipamentos (76 quartos), mas também por estar instalado num palácio quinhentista completamente recuperado, com uma capela incluída, com um jardim de grande dimensão, e igualmente com um serviço de enorme qualidade e requinte, incluindo também na área da gastronomia, onde vamos apostar de forma muito significativa», enfatiza Jorge Rebelo de Almeida. Por outro lado, o presidente do segundo maior operador hoteleiro nacional lembra também que o processo de remodelações implementado em várias unidades do grupo vai prosseguir neste ano de 2013, tanto em unidades no Algarve como no hotel da marca na cidade do Porto, unidade que já recebeu melhorias no ano passado, e que

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› GRANDE PLANO este ano receberá também uma renovação ao nível dos quartos. O futuro Vila Galé Rio de Janeiro Aliás, o processo de renovação das unidades foi aproveitado para Jorge Rebelo de Almeida para fazer a ponte para a operação que a Vila Galé possui no Brasil. Em meados do ano passado foi iniciada a renovação do Vila Galé Fortaleza, a primeira unidade que o grupo abriu no território brasileiro, no já longínquo ano de 2001, e que prosseguiu no último trimestre do ano passado com alterações significativas verificadas no Vila Galé Salvador, «que agora é sem dúvida uma das melhores e modernas unidades no panorama hoteleira da capital do estado da Bahia, estado onde vamos também investir na construção de uma segunda área de convenções do Hotel Vila Galé Marés em Guarajuba, pois a área de convenções está a ser muito procurada no Brasil e o grupo Vila Galé está a dar resposta efetiva a essa crescente procura», sublinha o líder do grupo nacional. No entanto, no Brasil, para além das requalificações de algumas das seis unidades hoteleiras de cinco estrelas existentes, o grupo Vila Galé prepara-se para chegar à “Cidade Maravilhosa”. Jorge Rebelo de Almeida espera ter condições para iniciar ainda no próximo mês de Março as obras de construção do futuro Hotel Vila Galé Rio de Janeiro, um investimento superior a 40 milhões de euros para criar uma unidade hoteleira na zona carioca da Lapa, onde ainda predominam muitos traços da antiga presença portuguesa e onde se localizam muitas das principais empresas que se situam na cidade do Rio de Janeiro, mas cuja oferta hoteleira é relativamente escassa. Jorge Rebelo de Almeida está orgulhoso de ter conseguido erigir um projeto que recupera três edifícios antigos, um dos quais um palácio de uma antiga família portuguesa, e que conjugados com a construção de três torres dará origem ao futuro Vila Galé, que terá 290 quartos, esperando o líder do grupo ter condições para

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o poder abrir ainda a tempo de aproveitar a realização da Copa do Mundo em Junho de 2014, cuja final será justamente realizada no Estádio do Maracanã, na capital carioca. Fortaleza acolherá o primeiro VG Express Mas, os investimentos no Brasil não ficarão pelo novo hotel no Rio de Janeiro. Há alguns anos que Jorge Rebelo de Almeida desenvolveu um conceito hoteleiro de matriz económica e que se designará por VG Express. O grupo elegeu como primeiras prioridades para a nova rede hoteleira as cidades de Fortaleza, Natal e Recife. A conversa com Jorge Rebelo de Almeida, na sede da Vila Galé em Lisboa, decorreu na véspera da sua partida para o Brasil, onde esperava concluir positivamente a escolha concreta do terreno na cidade de Fortaleza, capital do estado nordestino do Ceará, para a instalação do primeiro hotel VG Express no país. Próximo de Fortaleza, mais propriamente na região da praia do Cumbuco, no vizinho município de Caucaia, o grupo possui desde há dois anos o hotel Vila Galé Cumbuco, uma unidade que funciona no sistema all inclusive (tal como o Vila Galé Marés, na Bahia) e «que embora ainda não tenha a ocupação que esperávamos, já mostra um desempenho muito significativo», refere o empresário, que aproveita para recordar que «em Novembro do ano passado lançámos o projeto do aparthotel VG Sun, com vendas muito positivas, pois apenas vamos gerir essa unidade de 330 apartamentos, que beneficiará inclusivamente dos serviços do vizinho Vila Galé Cumbuco. Prevemos que no próximo mês de Outubro o lançamento de outro empreendimento mesmo ao lado da nossa unidade hoteleira no local, mas não temos excessiva pressa, até para não fazer cair os preços dos produtos que lançamos no mercado», remata Jorge Rebelo de Almeida. Hotéis em Portugal libertaram maior margem do que no Brasil Instado a comentar as notícias que apontam para um ligeiro valor superior em

termos de volume de negócios na operação brasileira relativamente à operação em Portugal, Jorge Rebelo de Almeida admitiu que os números são bastante semelhantes, mas destacou que apesar da crise económica que afeta Portugal e a própria economia europeia, ainda assim, a margem operacional em Portugal foi superior em 2012 à verificada na operação no Brasil. O presidente do grupo justifica sobretudo essa diferença pelo facto da relevância da operação do sistema all inclusive que a Vila Galé implementou nos seus resorts no Brasil, mas adianta que os resultados verificados globalmente no ano passado foram satisfatórios para a atividade desenvolvida pela marca nos dois mercados em ambos os lados do Atlântico.

Interrogado sobre o que espera da operação este ano no nosso país, Jorge Rebelo de Almeida sublinha que se considera um otimista, «embora a evolução da economia portuguesa e europeia não nos traga grandes otimismos, muito pelo contrário. Mas temos de acreditar e sobretudo de trabalhar para que o nosso otimismo seja possível e traduzível em resultados palpáveis e positivos». Para isso, destaca os contratos já assinados por três unidades hoteleiras do grupo – Lagos, Ericeira e Santa Cruz (Madeira) – com operadores alemães no sentido de «já a partir de Março recebermos um número muito significativo de turistas alemães para essas nossas três unidades hoteleiras. Considero mesmo que é muito importante que o turismo e a hotelaria nacional

devam apostar num dos mercados mais importantes na Europa e que tem ainda bastante margem para crescer como é o caso do mercado alemão. A par do mercado inglês, o mercado alemão é o mais promissor da Europa e devemos apostar nisso. Veja, no ano passado tivemos uma queda de 15% no que respeita a turistas espanhóis e italianos, e este ano certamente que não teremos melhorias na recepção de turistas desses países. O mercado alemão deve ser uma aposta firme e estamos no grupo Vila Galé a dar formação na língua alemã em todas as nossas unidades para melhor recebermos e acolhermos os nossos clientes alemães», sublinha Jorge Rebelo de Almeida. Por outro lado, e a terminar, o presidente do grupo Vila Galé

preconiza que possa existir uma campanha que releve internacionalmente a marca Portugal, pois isso beneficiará todos os setores nacionais, «não apenas o turismo», sublinha Jorge Rebelo de Almeida, mas abrange outros motores da economia nacional, como a «imobiliária turística, a gastronomia, o azeite, os vinhos, o calçado, os têxteis, entre outros de grande significado, e que no conjunto poderemos beneficiar do engrandecimento da marca Portugal. O Governo e os empresários precisam de fazerem mais pelo desenvolvimento da economia e do nosso país, e isso poderia ser um bom contributo para melhorarmos o desempenho e o reconhecimento do bom que se faz e que temos em Portugal», remata Jorge Rebelo de Almeida. ‹

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› GRANDE PLANO Carlos Neves, Administrador do Grupo Sana Hotels, sublinha o crescimento do grupo em Portugal, mas sublinha que a marca Sana se vai expandir no exterior

Queremos crescer no plano internacional O mês de Março vai ser excecional para o Grupo SANA HOTELS. No dia 7 inaugurará o EPIC SANA Lisboa, e depois no dia 14 inaugurará o EPIC SANA Albufeira. Carlos Neves, Administrador do Grupo SANA HOTELS, sublinha a importância do crescimento e da consolidação do grupo em Portugal, mas nesta entrevista exclusiva à País €conómico enfatiza o desejo de crescimento a nível internacional. Além das presenças já efetivas na Alemanha e em Angola, países onde poderão crescer, a marca SANA poderá também chegar a outras partes da Europa e no continente americano, particularmente ao Brasil, onde o grupo procura oportunidades para estar presente. Texto › JORGE Alegria | FOTOGRAFIA › Cedidas pelo Grupo Sana Hotels O Grupo Sana Hotels vai inaugurar no próximo mês de Março duas unidades Epic Sana, respetivamente, em Lisboa e em Albufeira. O que é que estas unidades vão acrescentar ao portfólio do grupo em Portugal?

No âmbito da sua estratégia de crescimento sustentado, quer ao nível nacional, quer ao nível internacional, a SANA HOTELS redefiniu os seus produtos e conceitos de acordo com a inovação que aporta atualmente às suas unidades tendo em particular atenção também as classificações dos seus empreendimentos. Nessa sequência, criou o SANA STYLE correspondente aos seus Hotéis com a categoria de três estrelas, o SANA EXCELLENCE, correspondente aos seus hotéis de quatro estrelas, o EPIC SANA, correspondente aos seus hotéis de cinco estrelas e, não menos importante, o EVOLUTION BY SANA HOTELS correspondente a hotéis de três estrelas mas com uma componente funcional e atrativa altamente tecnológica. Assim, iniciou-se o processo de crescimento tendo, em 2010, surgido o SANA BERLIN, in casu um hotel de quatro estrelas superior e, no âmbito dos EPIC SANA, nasceu, em 2011, o EPIC SANA LUANDA. O EPIC SANA LISBOA, sito nas Amoreiras e o EPIC SANA ALGARVE, sito na

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Praia da Falésia, em Albufeira, acrescido do recentemente inaugurado MYRIAD BY SANA HOTELS (sito na Torre Vasco da Gama) veem consolidar o crescimento da cadeia SANA HOTELS no território português no sector hoteleiro de cinco estrelas onde, seguramente, o produto e o serviço inerente a cada um deles pautar-se-ão pela elevada qualidade e inovação. Qual é a dimensão de cada um dos dois hotéis, e qual será o investimento concretizado em cada um deles?

O EPIC SANA Algarve Hotel é um conjunto turístico integrado na cadeia SANA Hotels cuja grande preocupação foi a sua integração na belíssima natureza e espaços verdes que o circunda e envolve. Com uma localização privilegiada sobre a praia da Falésia (Albufeira), o EPIC SANA Algarve dispõe de 162 quartos, 24 suites e 43 apartamentos amplos e com um design moderno, complementados por facilidades contemporâneas e de tecnologia de última geração. Um extenso SPA, 5 piscinas exteriores (duas para crianças) e uma piscina interior, kid s club, baby centre, polidesportivo, três restaurantes (um sazonal), dois bares e snack-bares junto das piscinas e, não menos importante, com acesso direto à praia da Falésia - Açoteias são algumas das facilidades do EPIC

SANA Algarve. Com mais de 1.800m2 de salas de reunião, o Centro de Congressos do EPIC SANA Algarve Hotel já é uma referência para congressos e eventos. A sua abertura será no próximo dia 14 de Março de 2013 e o investimento cifrou-se em sessenta milhões de euros. O EPIC SANA LISBOA também com uma localização estratégica em Lisboa, nas Amoreiras, a uma curta distância do Marquês de Pombal e das Avenidas Novas, oferece 311 Quartos de diferentes tipologias. As facilidades do Hotel incluem um restaurante buffet, um restaurante gourmet, um lobby bar e, no topo do Hotel, o sky bar e a “infinity pool” são o culminar de um hotel épico. Para as reuniões e eventos o EPIC SANA Lisboa Hotel dedica 1 760 m2 distribuídos por 13 salas de reunião, incluindo um ballroom com 874 m2, que permite acolher eventos até 1 300 pessoas. Também no hotel irá abrir um novo espaço altamente sofisticado no qual viver-se-á emoções e sensações fortes quer na restauração quer na vivência no espaço lúdico de bar e dança e cujo conceito a SANA HOTELS tem vindo a criar e a desenvolver. O chamado SWITCH, da autoria do prestigiado arquiteto Miguel Câncio Martins, será seguramente uma referência de qualidade na oferta turística. A sua aber-

Epic Sana Lisboa

tura ocorrerá no dia 7 de Março de 2013 e o investimento realizado neste hotel foi de Setenta milhões de Euros. Qual é a estratégia fundamental na captação de clientes para este segmento Epic Sana?

O sector turístico português tem em vindo, ao longo dos últimos dez anos, a ter um forte incremento nomeadamente pela abertura de novas unidades hoteleiras, em especial na cidade de Lisboa (que pela sua beleza, história, gastronomia, clima e pela fama de saber bem receber os seus visitantes) tem vindo a ser reconhecida internacionalmente como um destino preferencial para visitar mas também e cada vez mais a crescer no âmbito da organização de eventos, ações de trabalho, seminários e colóquios.

A SANA HOTELS, com a criação das suas novas unidades EPIC SANA e, não menos importante, pela redefinição conceptual das suas marcas inerentes à categoria dos seus hotéis, apostou claramente em infra estruturas e serviços que os posicionassem fortemente nestes dois tipos de mercado: o corporate (decorrente dos seus Centros de Congressos) e o turismo de negócios e familiar e/ou individual. Surgem, por isso, mercados emissores que cada vez mais se tem afirmado com relevo na procura dos nossos hotéis tais como os mercados Inglês, USA, Angolano, Asiático, Russo, Emirates Unidos, Brasileiro e outros que, pelo seu crescimento económico, procuram novos destinos sendo Portugal, e a cidade de Lisboa em particular, seguramente um deles.

A nossa estratégia passa por abordar diretamente esses mercados mas, essencialmente, promovendo os nossos Excelentes produtos e serviços através de acções próprias e direcionadas (marketing, promocionais, etc.) e que, aliás, tem vindo a resultar com reconhecimento dos Clientes em associar o Excelente produto e serviços à qualidade e imagem SANA HOTELS. Queremos crescer no plano internacional Para além destes dois investimentos, estão previstos no futuro novos investimentos no segmento de cinco estrelas do Grupo Sana Hotels em Portugal?

Neste momento, a SANA HOTELS, com a abertura destes dois novos empreendimentos EPIC SANA, e com o MYRIAD by

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› GRANDE PLANO

de vista cultural, musical, gastronómica e onde também o setor empresarial, mercantil e financeiro crescem a um ritmo nunca visto. Decidimos por isso iniciar a nossa expansão internacional por este País, cuja economia na Europa é uma referência, e em particular pela cidade de Berlin na qual o seu misticismo e a sua envolvente de crescimento e inovação associado a esta cidade permitem à SANA HOTELS afirmar-se num Mercado altamente competitivo. Estamos muito satisfeitos com o desempenho deste hotel que já é uma referência na cidade de Berlin. Daí que, é nossa pretensão continuarmos a crescer neste País. Está previsto algum novo investimento noutra capital europeia? Onde? Quando?

Sana Berlin Hotel

SANA HOTELS, consolida a sua posição no segmento de cinco estrelas em Portugal estando, neste momento, focalizada na sua expansão internacional onde, na qual, também pretende crescer duma forma sustentada. Como estão a ser os primeiros meses da operação do novíssimo Myriad By Sana Hotels, localizado no Parque das Nações em Lisboa?

O MYRIAD by SANA HOTELS é um produto de excepcional qualidade demonstrativo do que melhor se faz pelo mundo fora. Com uma localização única na cidade de Lisboa, sobre o rio Tejo, o MYRIAD by SANA Hotels, é um hotel único e sem igual! 176 quartos e 10 suites, com vistas sem paralelo sobre o Tejo e o Parque das Nações, aliado a um design contemporâneo e facilidades únicas, redefinem o conceito de hotel de luxo. Os espaços públicos interiores são continuados em infinity pelas sempre presentes vistas sobre o Tejo. Dois restaurantes - um dos quais no topo do hotel e com

20 › País €conómico | Março 2013

vista panorâmica sobre a cidade e o rio -, bar, Spa e piscina interior, são apenas uma parte do que o MYRIAD tem ao seu dispor. Para reuniões e eventos, o MYRIAD oferece 3 salas de reunião e, ligado ao hotel por uma ponte aérea coberta, um moderno Centro de Eventos e Congressos – o MYRIAD CRISTAL CENTER - com mais 7 salas de reunião, 5 boardrooms, foyer e esplanada, num total de 1.690 metros quadrados. Esta caraterística, associada a uma equipa jovem e altamente qualificada, fazem do MYRIAD by SANA HOTELS um hotel de referência internacional e, nessa medida, o seu desempenho tem vindo a ser reconhecido pelos nossos Clientes os quais o descrevem como uma experiência única e fascinante. Estamos, por isso, muito contentes com o desempenho e a qualidade deste extraordinário e ímpar hotel. O grupo possui um Sana Hotel e um Sana Residence em Berlim, capital da Alemanha. Qual foi a estratégia que presidiu à concretização deste investimento em Berlim?

A SANA HOTELS tem o orgulho de afirmar no mercado que detém um dos melhores quatro estrelas na cidade de Berlim. O SANA BERLIM HOTEL. Foi-lhe atribuído a categoria de quatro estrelas superior. Usufruindo de uma localização central em Berlim, perto do parque Tiergarten, do Jardim Zoológico, do famoso centro comercial KaDeWe e da principal artéria comercial da antiga Berlim Ocidental Kurfürstendamm-, o SANA Berlin Hotel está excepcionalmente vocacionado para visitantes em negócios ou lazer. Com 208 quartos, incluindo 13 Suites e 42 apartamentos - SANA Residence -, o SANA Berlin Hotel oferece uma variada escolha de alojamentos para estadias de curta ou de longa duração. A Alemanha e, em particular a cidade de Berlin, é o motor da Europa onde, de facto, a hotelaria se desenrola a um ritmo elevado, com ocupações médias na ordem dos 70%. Berlin é uma cidade cosmopolita, rodeada de história e encanto, quer do ponto

A SANA HOTELS, como referi, está a desenvolver a sua expansão internacional atenta a novas oportunidades que possam surgir, quer seja pela aquisição de unidade hoteleiras, quer pela gestão (a qual tem dado prioridade uma vez que o seu reconhecimento de qualidade e rigor de gestão têm originado interesse, por proprietários de unidades hoteleiras e fundos de investimento, na SANA HOTELS). No mercado europeu, a SANA HOTELS está focalizada na análise do sector em especial na Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, sem descurar outros países europeus que, por estarem a tornar-se emergentes, poderão ser uma Excelente aposta nesses mercados. Mas também existem outros Países em que a SANA HOTELS tem vindo afincadamente a estudar oportunidades de expansão em particular em países africanos, e em especial no reforço da nossa presença em Angola onde já temos o EPIC SANA LUANDA, mas também no mercado norte americano e sul americano, tais como países como a Colômbia, Peru, Chile e Brasil.

as expetativas do grupo?

Angola é um país fantástico onde de fato o seu crescimento económico e social tem vindo a crescer duma forma sustentada. É um País cujo turismo ainda se encontra numa fase embrionária mas que acreditamos que a curto/médio prazo será uma referencia internacional. O EPIC SANA LUANDA é o exemplo disso. Com esta unidade de nível excepcional de qualidade, permitiu criar uma infraestrutura turística em Angola, em particular na Cidade de Luanda, demonstrando que Angola tem tudo para se tornar um forte mercado turístico mundial. Repito, é um Hotel extraordinário e reconhecido por todos os nossos Clientes, in casu, de diversas nacionalidades que visitam Angola e, em especial, pelos nossos Clientes Angolanos. Estamos muito satisfeitos com o desempenho deste hotel e seguramente a SANA HOTELS irá reforçar a sua posição neste País uma vez que o seu potencial turístico em todo o território angolano, repito, é enorme e que as autoridades angolanas têm vindo a criar políticas e mecanismos jurídicos e legais sólidos de incentivos de investimento e de crescimento conducentes à criação e exploração de excelentes infra estruturas turísticas para Angola. É possível existirem futuramente outros investimentos da marca em Angola?

Seguramente que sim. Para a SANA HOTELS, já reconhecida no mercado Angolano pela sua qualidade e rigor, é uma prioridade desenvolvermos, quer pela criação quer pela gestão, de mais unidades em todo o território de Angola. É um Grande País, em cujo território existem Províncias lindíssimas capazes de terem excelentes unidades hoteleiras integradas na SANA HOTELS. Fala-se por vezes do interesse do Grupo Sana Hotels em investir no Brasil. Existe

Poderemos reforçar presença em Angola

alguma perspetiva de que isso poderá

Angola assistiu ao nascimento do pri-

sucederá com investimento numa nova

meiro Epic Sana, que se transformou

unidade ou apenas poderão estar inte-

num ícone da hotelaria na capital ango-

ressados na gestão de algum hotel já

lana. A operação está a correr conforme

existente?

acontecer? E caso venha a acontecer

Epic Sana Luanda

Como já referi, a SANA HOTELS está a estudar algumas oportunidades de investimento no Brasil até porque o Brasil tem vindo a crescer economicamente e o seu turismo, quer ao nível interno quer na procura de destinos turísticos internacionais tem vindo a crescer duma forma exponencial.Por exemplo, bastantes clientes nossos são Brasileiros e escolhem os nossos hotéis, em especial o MYRIAD by SANA HOTELS, porque já começam a conhecer e a utilizarem os nossos produtos hoteleiros e serviços fidelizando-se na SANA HOTELS. A nossa estratégia passa sempre por um crescimento sustentado e, acima de tudo, com qualidade. Estamos a focar o nosso interesse na gestão de unidades hoteleiras, através da assinatura de contratos de gestão, bem como pela aquisição da propriedade dos hotéis desde que, repito, se enquadrem nos standard´s da SANA HOTELS e, nessa esteira, o Brasil não e exceção. ‹

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› GRANDE PLANO Reinaldo Teixeira, Administrador da Garvetur, empresa ícone do turismo e imobiliário no Algarve

Portugal é dos melhores países do mundo para se investir Quando se pensa em alugar um residência para férias no Algarve, adquirir uma moradia ou apartamento na região, ou simplesmente alugar uma viatura para circular pela zona mais ao sul do território português, há um nome que surge acima de todos: Garvetur. Fundada há 30 anos e com sede em Vilamoura, a Garvetur constitui uma referência incontornável no apoio ao turismo e à imobiliária turística no Algarve. Mas, desde há dois anos, com a inauguração de um escritório na zona do Parque das Nações, em Lisboa, a empresa passou a atuar na área da Grande Lisboa e daqui partiu para uma presença em todo o país. Foi precisamente em Lisboa que Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, recebeu a País €conómico e descreveu o percurso de 30 anos do Grupo Enolagest, holding que centra as participações nas várias empresas do grupo, assim como projetou as ambições de um grupo que pretende ser uma referência na economia nacional sem deixar de estar presente também em projetos no Brasil e em Cabo Verde. Até ao final da presente década, segundo Reinaldo Teixeira, o grande objetivo é estar presente em alguns dos mais importantes mercados europeus, assim como levar por diante o grande projeto comercial e de serviços na zona empresarial de Loulé (mesmo junto à A22), onde com o parceiro Immocham prevê realizar um investimento na ordem dos 400 milhões de euros.

“C

Texto › JORGE Alegria

umprir sonhos, sejam eles proporcionar momentos de lazer inesquecíveis, ou criar condições para óptimos investimentos é o compromisso de todas as empresas associadas à Enolagest”. Esta frase inscrita no folder promocional do grupo com sede em Vilamoura resume de forma lapidar a filosofia e a forma de estar do grupo empresarial que começando no Algarve já se transformou num grupo de dimensão nacional. Com uma história iniciada há 30 anos (1983), fruto da parceria empresarial estabelecida por Reinaldo Teixeira com o seu irmão Honório Teixeira e o seu tio Luís Martins, o Grupo Enolagest engloba presentemente um universo de 29 empresas,

22 › País €conómico | Março 2013

| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

com atividades distintas mas com um sentido estratégico complementar, como sejam nas áreas dos alojamentos turísticos, construção, gestão de condomínios, mediação imobiliária, manutenção e serviços de conservação, mobiliário e decoração, lavandaria e limpezas a seco, mediação de seguros, rent-a-car e comercialização de automóveis, restauração, recursos humanos, trabalho temporário, design e publicidade e marketing e promoção. No entanto, dentro deste vasto leque empresarial, é a empresa fundadora do grupo, a Garvetur, que representa não apenas a porta-estandarte da Enolagest, bem como o coração da sua atividade. Reinaldo Teixeira sublinha o peso do grupo na região algarvia, onde na época alta emprega

cerca de 700 pessoas e na época baixa ainda congrega cerca de 400 postos de trabalho, detendo escritórios em várias cidades algarvias desde Lagos a Tavira, embora com forte predominância no triângulo central composto por Vilamoura, Vale de Lobo e a Quinta do Lago. O gestor lembra que o turismo enquanto fonte principal da atividade económica da região, fruto da crise económica nos principais mercados emissores para o Algarve – inglês, alemão, irlandês, holandês, espanhol e italiano – teve consequências importantes ao nível da aquisição ou mesmo do aluguer da imobiliária turística existente no Algarve, o que por sua vez se refletiu «praticamente numa paragem na construção na região». Embora, acres-

Março 2013 | País €conómico › 23


DR

› GRANDE PLANO cente, «essa situação tenha tido como consequência a existência de um stock de habitação disponível, que tem vindo a ser vendida, pois no Algarve as vendas nunca pararam embora tivessem naturalmente diminuído, pelo que neste momento já está a acontecer que em determinadas zonas da região comece a registar-se alguma carência de unidades de habitação para venda, o que também significa que a região está quase a reequilibrar-se no que respeita à relação da oferta e da procura, o que é bom para o futuro do setor imobiliário turístico no Algarve, que constitui, sublinhe-se, um setor de grande importância não apenas para a região, mas para o próprio país, visto tratar-se de um setor capaz de atrair e gerar investimento para Portugal», enfatizou Reinaldo Teixeira. Vistos Gold são muito positivos Questionado se considera positiva a recente iniciativa do governo de atribuir os designados “vistos gold” de residência permanente em Portugal a quem realizar um

investimento de pelo menos 500 mil euros na aquisição imobiliária, Reinaldo Teixeira referiu que esteve na cerimónia de apresentação do projeto “Living in Portugal”, onde se integra a iniciativa dos vistos gold, e declara a sua concordância, «embora deveria ter aparecido mais cedo, mas é bastante positivo que tenha chegado, pois poderá ajudar de forma muito acentuada a reforçar a procura pela aquisição de habitação de elevada qualidade que existe em Portugal, com destaque obviamente para o Algarve, atraindo assim investimento que ajudará a dinamizar toda a economia portuguesa nos seus múltiplos vectores», salienta o administrador da Garvetur. Reinaldo Teixeira aponta o recente retorno do país no acesso aos mercados de capitais, o que lhe permitiu financiar-se fora do contexto do apoio direto da troika, como um sinal muito importante para o retomar da confiança na economia nacional e na capacidade do investimento em Portugal ser seguro e proporcionar boas rentabilidades. O gestor sublinha que Por-

tugal é um país bastante seguro, com um clima fantástico, uma ótima gastronomia e cada vez mais com uma oferta de serviços na área da saúde que configuram «que viver em Portugal poderá ser uma coisa ótima e muito interessante para qualquer cidadão. E todas as regiões do nosso país, não apenas o Algarve, possui magníficas condições para receber, acolher e proporcionar excelentes condições de vida a todos aqueles que quiserem procurar aqui um lugar para se estabelecerem ou virem passar férias de forma mais prolongada, ou até simplesmente para gerarem boas rentabilidades para investimentos de natureza imobiliária que efetuarem em Portugal. Presentemente, o nosso país, está provado através de estudos de importantes consultoras internacionais, é dos lugares do mundo que podem gerar maiores retornos para quem investir na área do imobiliário turístico», refere Reinaldo Teixeira. No entanto, adianta a necessidade de se reforçar a promoção do país e da própria

Empreendimento Monte Laguna

DR Empreendimento Victoria Gardens Vilamoura

24 › País €conómico | Março 2013

região do Algarve, apelando sobretudo à concertação de posições e de estratégias entre as várias entidades que intervém nessa matéria. «Sabemos que os recursos disponíveis são escassos, pelo que é necessário aproveitá-los ao máximo e para isso é preciso concertação e cooperação entre todas as entidades públicas e agentes privados que intervém na promoção da marca Portugal, das suas regiões e dos próprios produtos turísticos disponíveis», realça a voz abalizada de Reinado Teixeira. Poderemos vir a estar noutros países europeus A Garvetur possui uma presença determinante no Algarve e estende a sua presença a cada vez mais zonas no país, incluindo nas regiões mais ao norte de Portugal. Todavia, como sublinha Reinaldo Teixeira, «temos sido convidados para estarmos presentes diretamente noutros países, mormente nos países europeus que constituem mercados emissores muito importantes para o país e particularmente para o Algarve. Estamos a ponderar sobre a oportunidade e a possibilidade de nos próximos anos podermos estar diretamente presentes em alguns países europeus, como sejam a Inglaterra, Irlanda, Holanda e talvez a Rússia, mercado que olha para o Algarve com atenção e interesse redobrado». Acrescenta a possibilidade da empresa dar também o passo para estar presente nos mercados angolano e moçambicano, mas sempre acompanhado por parceiros locais. Por outro lado, desde há vários anos que a Garvetur está presente em Cabo

Verde e no Brasil, «o que aconteceu numa altura em que vários dos nossos clientes europeus também pretendiam apostar nesses países de climas mais quentes. Foi assim que realizámos vendas importantes principalmente no Brasil, com destaque para os estados do Ceará e da Bahia, onde aliás ainda temos ativos disponíveis para investimentos», adianta o administrador, que não perde a oportunidade para sublinhar que neste momento «é mais rentável investir em Portugal do que em qualquer dos países referidos. Aliás, não é por acaso que os brasileiros investem cada vez mais em Portugal, incluindo no próprio Algarve», lembra Reinaldo Teixeira. Novo grande projeto comercial e de saúde em Loulé No entanto, o grande projeto empresarial de futuro que o Grupo Enolagest se prepara para participar é o referente ao investimento de uma grande superfície comercial, de lazer e de serviços que deverá nascer junto ao nó de Loulé Centro (A22), concretamente na zona empresarial próxima desse local. Finalmente, salienta Reinaldo Teixeira, «o processo foi aprovado recentemente na Câmara Municipal de Loulé, e por unanimidade, como de interesse público municipal. Este é um processo em que nos empenhámos desde 2005, mas como muitos outros processos neste país conheceu demasiadas vicissitudes burocráticas e administrativas, só agora viu serem criadas as condições para finalmente avançar», sublinha o gestor para logo adiantar que o projeto deverá

concretizar-se num espaço de quatro anos e onde deverão serem investidos cerca de 400 milhões de euros e criados cerca de quatro mil postos de trabalho diretos e cerca de três mil indiretos. «É um grande projeto comercial, de serviços e de lazer para esta região central do Algarve, com impactos profundos no emprego e no tecido económico da região. Temos um parceiro estratégico que é o grupo Immochan, que ali deverá edificar um centro comercial Alegro, que integrará um hipermercado Jumbo, assim como serão criados outros espaços ligados ao lazer e à prestação de relevantes serviços, com especial destaque para a área da saúde. Aliás, deixe-me sublinhar que considero o nosso país, e muito particularmente o Algarve, como extremamente capacitados para desempenhar um importante papel no panorama da saúde da Europa, pois não temos apenas um excelente clima que poderá ajudar na recuperação de maleitas e pós-operatórios de muitas pessoas vindas de outros países europeus, bem como dispomos já em Portugal e também no Algarve de serviços clínicos e operatórios de elevada capacidade e qualidade, do melhor ao nível internacional e que poderão receber muitas pessoas de outras partes da Europa que aqui queiram melhorar o seu estado de saúde. Neste espaço privilegiado no centro do Algarve que vamos criar, também disporemos de uma área completamente apetrechada para atuar ao mais elevado nível nessa área que considero estratégica para o nosso país», finalizou Reinaldo Teixeira. ‹

Março 2013 | País €conómico › 25


› NOTÍCIAS

› A ABRIR

Subindo na Pirâmide

Isabel Ribeiro Após oito anos na Liberty Seguros em

Carlos Bayan Ferreira

Portugal, assume agora responsabilidade

O Presidente da Câmara de Comércio Portugal-Angola vê reconhecida cada vez mais a aposta e a importância de Angola, não só para as exportações e investimento português neste país, mas também na captação de investimento angolano para Portugal. ‹

internacional na Liberty Mutual na área do desenvolvimento atual das operações no âmbito da Liberty Mutual na Europa, no qual se inclui a gestão de operações em países como Portugal, Espanha, Irlanda, Inglaterra, Polónia, Turquia e Rússia. ‹

Nuno Gato É o novo Country Manager da Science4you no Reino Unido, com base a partir do centro de escritórios Dock Business Center da Universidade de East London, na capital britânica. A Science4you é uma empresa portuguesa que se dedica à prodição, desenvolvimento e comercialização de brinquedos científicos em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. ‹

Pedro Gama

Empresa da Malásia continua fiel

Lisnave repara 100º navio da AET A Lisnave está a reparar nos seus estaleiros da Mitrena, em Setúbal, o centésimo navio (Eagle Turin) da empresa malaia AET, um dos líderes mundiais no transporte marítimo de petróleo e um dos principais clientes da empresa portuguesa de reparação naval, cuja relação começou em 1998. Segundo os responsáveis da AET, “este marcante acontecimento simboliza a parceria longa e estável entre a AET e a Lisnave. Desde 2006 que as duas empresas se regem por um acordo de frota que confere prioridade mútua. Isto significa que quando os navios da AET estão na Europa para fazerem trabalhos de manutenção em doca seca, a Lisnave é prioritária. Além disso, demonstra o compromisso da AET em estabelecer parcerias fortes e de longa duração com os fornecedores. Esta sólida parceria permite, por sua vez, que a equipa de reparação preste um serviço de qualidade aos nossos navios, como é o caso da Lisnave”. ‹

É o novo Diretor Comercial da TruewindChiron, liderando uma equipa de 14 Account Managers e será responsável por um volume de negócios de 2,5 milhões de euros. O objetivo do novo responsável será o de sustentar um crescimento de dois dígitos da empresa no mercado nacional, além de promover a internacionalização no mercado europeu e brasileiro. ‹

26 › País €conómico | Março 2013

Autoeuropa exporta para a China Realizou-se no passado dia 15 de Fevereiro a primeira exportação deste ano de viaturas fabricadas na Autoeuropa para o mercado chinês. Os veículos da marca Seat Allambra foram embarcados no navio ro-ro “Eridanus Leader”, da NYK Line, operador pela Setefrete. Este primeiro carregamento de quarenta viaturas para o mercado chinês, em conjunto com os outros que se seguirão, reforçarão o papel do porto de Setúbal nas rotas mundiais do segmento ro-ro. ‹

Construtoras portuguesas assinam contratos na Argélia

Carlos Setra

Construção de 75 mil habitações

O Presidente da Edol afirma-se cada vez mais no panorama da indústria farmacêutica em Portugal, mas apesar de também apresentar crescimentos nos mercados africanos, é para o Brasil que está a olhar para lá colocar os produtos que conquistam o mercado português. ‹

Quatro construtoras portuguesas, respetivamente, a Lena Construções, a Paínhas, a Prebuild e a Gabriel Couto, assinaram em Fevereiro um conjunto de contratos para a construção de 75 mil habitações na Argélia, que ascenderão a um valor em torno dos quatro mil milhões de euros. Os contratos assinados, que envolveram parceiros argelinos, apontam que a Paínhas construirá 25 mil fogos, enquanto a Lena Construções e a Prebuild construirão 20 mil fogos cada uma, ao passo que a Gabriel Couto construirá 10 mil fogos. Para além da construção das 75 mil habitações agora contratualizadas, existe ainda a possibilidade de se alargar este número no futuro, além de estar também previsto a exportação de materiais de construção por empresas portuguesas para o mercado daquele país do norte de África. Presentes na cerimónia estiveram os ministros argelino da Indústria, Cherif Rahami, e o português da Economia, Álvaro Santos Pereira, tendo na altura o ministro português sublinhado que além da construção de casas, «está prevista a exportação de muito material de construção para a Argélia, entre equipamentos e conhecimentos técnicos». O Presidente da Lena Construções, Joaquim Paulo Conceição, referiu que «este incremento significativo de negócios num país onde estamos de forma consolidada, traduz competência técnica, cumprimento escrupuloso de prazos e a confiança que merecemos por parte das autoridades argelinas». Presente no mercado argelino desde 2005, o Grupo Lena prevê em 2013 atingir uma faturação no país superior a 150 milhões de euros. ‹

Álvaro Santos Pereira O Ministro da Economia atravessa momentos difíceis por causa do aumento do desemprego, mas o seu contributo para que empresas portuguesas tivessem conseguido importantes para a construção de casas na Argélia, constitui um contributo de enaltecer e prova da importância da diplomacia económica. ‹

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› GRANDE ENTREVISTA Mira Amaral, Presidente Executivo do Banco BIC, garante que os bancos estão a financiar a economia e as empresas em Portugal e deixa uma certeza

As boas empresas não têm problemas de liquidez O resultado global da integração do ex-BPN no Banco BIC foi de 7,5 milhões de euros negativos (resultados ainda não auditados). Nada que a gestão e os acionistas do banco já não estivessem à espera. Luís Mura Amaral, Presidente do Banco BIC em Portugal, descreveu em entrevista à País €conómico a evolução dos primeiros meses da integração do BPN no BIC depois da sua aquisição aos Estado. O antigo ministro e atual banqueiro sublinhou como foi possível salvar 1.100 dos anteriores 1.700 postos de trabalho e conseguir manter 204 unidades comerciais operacionais. Em ambos os casos, números bem superiores aos que foram assumidos no acordo com o governo português. E que permitiram, sublinha Mira Amaral, pelo «trabalho desenvolvido pelas equipas comerciais, aumentarmos os depósitos em 25,2% e o crédito concedido em 8%». Perante as incertezas da evolução económica em Portugal, o gestor do BIC não garante atingir já este ano o break even, mas garante que toda a estrutura vai trabalhar afincadamente para atingir os melhores resultados possíveis. Luís Mira Amaral garantiu também que através do Banco BIC Angola, continua a existir interesse dos acionistas em adquirem as licenças do BPN Brasil e do BPN Cabo Verde. Texto › JORGE Alegria | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS Como tem decorrido a integração das estruturas dos bancos BIC e BPN, no atual Banco BIC?

O BPN acabou. Presentemente temos o Banco BIC, que integrou o BPN e para nós o que conta é o futuro. Concretizámos a fusão jurídica em Dezembro do ano passado, faltando ainda realizar a fusão operacional dos dois sistemas de informação, processo esse que está em curso, o que significa que estão a migrar os softwares operacionais e as bases de dados do Banco BIC para os sistemas do ex-BPN que possuía uma dimensão bastante superior, fazendo pois todo o sentido que assim fosse. Neste momento trabalhamos com um banco e dois sistemas de informação, mas brevemente tudo estará concretizado

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e em pleno. Agora, o que verdadeiramente importa é relançar o banco e dinamizar a sua área comercial. Estamos neste momento com um agressiva campanha televisiva sobre o Banco BIC e a sua cobertura nacional, passando justamente a mensagem de que somos um banco de dimensão nacional e com uma especial ligação a Angola, ou seja, estamos em todo o país para servir os clientes portugueses e todos os que possuírem ligações a Angola. O BIC tomou conta do BPN em Abril do ano passado. Como reagiu a vossa rede comercial tanto na recuperação de clientes como na angariação de novos clientes?

Efetivamente desde que tomámos conta da gestão do banco em Abril do ano pas-

sado conseguimos uma boa resposta da nossa rede comercial traduzida num aumento dos depósitos em 25,2% enquanto o aumento do crédito concedido se ficou pelos 8%, ou seja, temos mais depósitos do que créditos concedidos. A conjuntura não tem sido favorável a que haja uma expansão muito agressiva do crédito, por razões que se prendem diretamente com a evolução da economia portuguesa, além de que também nos deparámos em muitas ocasiões de que quando contatávamos muitas das boas empresas portuguesas, nomeadamente as que atuam na área da exportação, quando esse contato acontecia já anteriormente tinham sido contatadas por outros bancos. Devo sublinhar, que para as boas empresas portugueses,

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› GRANDE ENTREVISTA sobretudo as que exportam, não existem problemas de liquidez da banca portuguesa. As boas empresas não têm dificuldades de liquidez Então, é injusta a acusação que se ouve em Portugal de que a banca portuguesa não tem financiado a economia?

Essa acusação não é verdadeira. O Governo já deveria ter explicado essa matéria publicamente, mas parece-me que o governo não sabe comunicar. Tudo o que são boas empresas, particularmente as que atuam nos setores exportadores não têm problemas de liquidez, admito que possa existir problemas de pricing, em que o spread aplicado pelos bancos é muito elevado. O que acontece é que existe um número muito significativo de empresas em Portugal que estão apenas concentradas no mercado doméstico, um mercado em recessão, e que possuem estruturas financeiras desequilibradas e sem capitais próprios adequados. Nesse caso, nenhum banco, nem o BIC obviamente, as vai financiar, porque nestes casos, que são muitos, infelizmente, o problema que se coloca é de risco de crédito perante empresas muito desequilibradas financeiramente. A resolução dos problemas financeiros destas empresas portuguesas não será com certeza resolvida com o normal recurso à banca comercial. Quando o BIC fechou o acordo com o Governo comprometeu-se a ficar com 750

que mantemos 204 unidades comerciais operacionais. Por isso os resultados que já lhe referi anteriormente e que se traduziram num aumento dos depósitos em 25,2%. Agora, o que considero mais importante é sublinhar um ponto de enorme significado. É que se os nossos acionistas não tivessem chegado a acordo para a aquisição do BPN, este tinha fechado e 1.700 trabalhadores tinha, ficado no desemprego, com a chaga social que isso representaria. Foram os meus acionistas, com a sua iniciativa junto do governo de adquirem o banco e com a sua elevada responsabilidade social e corporativa, aliado ao esforço da estrutura para dinamizar as agências que nos permitiram salvar 1.100 postos de trabalho e um número significativo de agências. Este esforço tem sido ignorado sobretudo pelos partidos e esquerda que continuam a levantar o espantalho do BPN sem enaltecer o que fizemos para salvar 1.100 postos de trabalho numa altura muito difícil em Portugal. Aliás, em contraste, quero também aproveitar este momento para realçar o comportamento perfeitamente responsável dos trabalhadores do banco e dos sindicatos que os representam, que tiveram a perfeita consciência de que se não tivéssemos avançado na solução da aquisição do banco, tinham sido 1.700 postos de trabalho liquidados. Assim, com este trabalho conjunto, e contando com uma estrutura acionista bastante sólida, conseguimos salvar 1.100 postos de trabalho.

Será possível atingir já o break even

funcionários e 160 agências do ex-BPN. banco em número de funcionários e de

Vamos repor a situação líquida anterior a Abril de 2012

agências?

Quais foram os resultados globais do BIC

Quando o Banco BIC tomou conta do BPN em Abril do ano passado, este banco possuía 1.700 funcionários, e efetivamente no acordo que mencionou nos comprometemos a ficar com pelo menos 750 desses funcionários. Mas ficámos com 1.100. E também nos comprometemos a ficar com 160 agências, mas fruto da ação comercial empreendida nestes meses decorridos conseguimos chegar ao número de 193 agências e 11 gabinetes de empresas, pelo

em 2012?

Neste momento, qual é a realidade do

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ness Plan aponta para resultados negativos durante três anos, logo, este prejuízo não constitui nenhuma surpresa, embora obviamente nenhuma gestão goste de registar prejuízos. Todavia, gostaria de informar que estes resultados negativos não terão um impacto de igual dimensão na situação líquida do banco, pois temos títulos da dívida pública que se valorizaram em cerca de cinco milhões de euros, pelo que teríamos um impacto direto negativo sobre a situação líquida do banco em cerca de apenas dois milhões de euros. Ou seja, adquirimos um banco com um capital próprio de 360 milhões de euros e ficaríamos assim com um capital líquido de apenas 358 milhões de euros. No entanto, o dr. Fernando Teles, presidente do Conselho de Administração do Banco BIC e um dos seus acionistas de referência, já afirmou que a estrutura acionista vai efetuar um reforço de capital de dois milhões de euros para que o banco fique justamente com a situação líquida que tinha anteriormente a 1 de Abril de 2012, ou seja, 360 milhões de euros. É pertinente sublinhar neste momento que os acionistas do Banco BIC em Portugal são os mesmos do Banco BIC Angola, instituição financeira que ganhou 170 milhões de dólares em 2012, logo é preciso enfatizar a enorme solidez financeira de que gozam os nossos acionistas, o que constitui igualmente uma razão muito sólida para os clientes voltarem ao BIC bem como para muitos outros trabalharem connosco.

Posso adiantar-lhe neste momento os resultados ainda não auditados, friso este ponto importante. Fechámos o ano com um resultado líquido de 7,5 milhões de euros negativos, já resultante da integração do BPN no BIC. Caso fosse apenas o antigo pequeno Banco BIC estaríamos a falar de um resultado positivo de 5 milhões de euros. Mas o resultado conjunto é o que lhe apontei. Aliás, o nosso Busi-

em 2013?

Não posso dar-lhe essa perspetiva. O Senhor sabe o que vai acontecer ao euro daqui a três meses? E poderá dar garantias de como evoluirá este ano a economia portuguesa? Perante tantas incertezas, como poderemos nós apontar certezas? Naturalmente que vamos trabalhar afincadamente para reduzir o tempo previsto para atingir o break even, se conseguirmos já este ano melhor, mas ninguém o pode garantir. Recordo que na sua fase áurea este banco estava dimensionado para atingir volu-

mes de negócios de dez mil milhões de euros, ao passo que neste momento apenas atingimos os quatro mil milhões de euros,

o que significa que ainda não estamos a tirar devidamente partido de toda a infraestrutura de recursos humanos (1.100

trabalhadores) e de balcões existentes. O nosso volume de negócios por balcão e por trabalhador é baixo, por isso o re-

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› GRANDE ENTREVISTA sultado apresentado foi negativo. Aliás, acrescento que mesmo no momento em que atingirmos o ponto de equilíbrio (break even), o volume de negócios ainda continuará a ser baixo face à capacidade instalada do banco, mormente devido à situação frágil da economia portuguesa, pois crescer num mercado em recessão não é nada fácil. Não será, assim, em pouco tempo que conseguiremos rentabilizar

a nossa capacidade humana e de balcões existentes. Por outro lado, é importante referir que estamos no Banco BIC numa estratégia de médio e longo prazo, banco que possui uma estrutura acionista sólida e pretende crescer em Portugal de uma forma sólida. Não estou disposto a registar crescimentos muito rápidos, sobretudo na área do crédito concedido, porque em face das dificuldades das empresas e

da própria economia, essa rápida expansão poderia gerar fenómenos de crédito mal parado, e não pretendo isso para o banco. O meu mandato vai até 2015 e estou aqui num projeto sério, responsável e bastante sólido, pelo que queremos crescer mas de forma responsável e com completa solidez. O Banco BIC continua a pretender comprar o BPN Brasil e o BPN Cabo Verde?

Era útil reduzir o IRC para as empresas Luís Mira Amaral não é apenas um banqueiro de méritos reconhecidos. Contando com um percurso académico sólido, passou pelos governos liderados por Cavaco Silva, primeiro como ministro do Emprego, depois como ministro da Indústria e Energia. Regularmente é convidado para proferir palestras e intervenções em universidades e em diversos fóruns de debate da economia portuguesa. Por isso, é importante a sua visão sobre a internacionalização das empresas portuguesas e como o país poderá captar mais investimento estrangeiro. Eis algumas das suas ideias. Existem muitas empresas portuguesas a quererem internacionalizar-se sem estarem devidamente robustecidos no plano interno. É um risco que muitas empresas estão a tomar para tentarem sobreviver, mas que poderá ter um sentido inverso ao propósito inicial. Como observa esta fase de intensa procura pela internacionalização das empresas e da própria economia nacional?

O processo de internacionalização de uma economia principia pelo fluxo de importações e exportações. Nesse sentido, é preciso referir que a economia portuguesa já está internacionalizada desde a nossa adesão à EFTA, no princípio da década de sessenta do século passado. Quando agora falamos de internacionalização já nos estamos a referir a uma segunda fase desse processo de internacionalização, isto é, quando as empresas investem para localizar estruturas produtivas e ou comerciais no estrangeiro. No entanto, é preciso também sublinhar que esta nova fase de internacionalização abrangerá também setores como o turismo (que é um bem transacionável), a educação, a saúde e componentes das telecomunicações. Repare que já existem universidades portuguesas que estão a realizar projetos no exterior, na área da saúde poderemos evoluir para dinamizar o país para acolher os reformados dos países ricos ou pessoas com problemas de saúde e que poderão efetuar a sua recuperação em Portugal na

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medida em que possuímos boas infraestruturas de saúde, detemos excelentes profissionais médicos e paramédicos, possuímos um clima muito agradável, pelo que poderemos aproveitar para numa escala muito mais evoluída do que a que presentemente encontramos em Portugal, aquilo que Cuba tentou fazer e que de uma certa forma o conseguiram, que com base num know how apreciável na área da saúde conseguiram atrair a esse país das Caraíbas pessoas de várias partes do mundo para ali se tratarem e curarem. Possuímos condições em Portugal para atrair essas pessoas e em vez de continuarmos a ter apenas um Serviço Nacional de Saúde fechado sobre si próprio, antes deveremos caminhar para um serviço global de saúde aberto ao exterior, capaz de atrair pessoas de rendimentos elevados e que escolham Portugal para efetuarem as suas recuperações. Aliás, já existem grupos privados portugueses na área da saúde a atuarem nesse sentido mas é necessário ir bastante mais longe nesta matéria. Mencionou as telecomunicações como parte da solução. Existem empresas internacionais que estão a escolher Portugal apara aqui desenvolverem os seus serviços e competências numa lógica de nearshore, ou seja, de fornecerem depois esses serviços a empresas de países mais próximos. Exatamente, tocou num ponto importante. Quando uma Siemens tenta gerir a partir de Portugal as redes de telecomuni-

Como sabe, a raiz do Banco BIC está em Angola. Depois viemos para Portugal em 2008, mas sempre com uma especial ligação com Angola. É público que os nossos acionistas pela voz do dr. Fernando Teles já confirmou o propósito de adquirir as licenças do BPN Brasil e do BPN Cabo Verde. Portanto, manifestámos o nosso natural objetivo de possuir uma operação integrada entre

África, Portugal e o Brasil. Continuamos calmamente à espera que o Governo dê resposta à nossa proposta para essas duas aquisições, que sem dúvida seriam interessantes para os nossos acionistas, mas penso que também para o Estado português. No entanto, devo acrescentar que o Banco BIC Angola já conseguiu uma licença para uma IFI em Cabo Verde, pelo que se o go-

cações, quando a IBM tenta em Portugal gerir parte do parque de máquinas informáticas que possui no exterior, ou quando a Altran anuncia para o Fundão a constituição de um centro de engenharias para servir outros países, então é a lógica de aproveitarmos as competências que o país possui para ganhar relevo na lógica do designado nearshore, ou seja, de termos centros de competências no nosso país que as empresas internacionais utilizam para servirem as suas congéneres e clientes nos países europeus. Penso que o único país europeu que poderá competir com Portugal nessa matéria será a Roménia, mas o nosso país levará vantagem pois temos gente mais qualificada, sobretudo pelo bom domínio do inglês que existe em Portugal. Portando, no presente, quando se pensa na internacionalização, não é possível raciocinar apenas na indústria manufatureira e transformadora, como antes, mas é preciso adquirir um pensamento mais global quanto aos bens transacionáveis, e por isso inclui como áreas estratégicas o turismo, a educação, saúde e telecomunicações. O seu discurso leva-me a interrogação de como pode o país captar investimento estrangeiro, quando a evolução da nossa economia é negativa e os impostos não param de aumentar?

É preciso olhar para os dois motores de crescimento da economia portuguesa. Que não estão obviamente na componente do consumo doméstico nem no investimento público. As duas únicas possibilidades assentam nas exportações e no investimento. No primeiro caso, o ano passado foi muito bom graças ao magnífico desempenho dos empresários portugueses. No segundo caso, a captação de investimento, seja de origem portuguesa, que está mais difícil devido à descapitalização de muitas empresas nacionais, seja de origem estrangeira, remete-nos para a questão da credibilização do país nos mercados internacionais, e o que temos feito tem sido no sentido positivo graças ao bom trabalho que nessa matéria tem sido executado pelo nosso ministro das Finanças. Estamos a voltar a ser um país internacionalmente credível, e sem credibilidade ninguém investe num determinado país. Todavia, depois do trabalho executado pelo ministro das Finanças, a captação do investimento estrangeiro tem de constituir um trabalho do ministro da Economia.

verno português não se despachar, esquecemos o BPN Cabo Verde e o Banco BIC Angola avançará na utilização desse instrumento financeiro para atuar naquele arquipélago do Atlântico Ocidental. Mas, julgo que seria muito interessante que pudéssemos concretizar essas duas aquisições e para o governo entendemos que seria igualmente interessante. Mas vamos aguardar. ‹

Mas como se poderá captar investimento estrangeiro com um nível de IRC tão elevado? Qual é a sua opinião sobre a ideia de Álvaro Santos Pereira de reduzir o IRC para 10% para novos investimentos?

É evidente que não existem condições financeiras no país para uma baixa generalizada do IRC para todas as empresas em Portugal. No entanto, a ideia do ministro da Economia de aplicar uma taxa de IRC de apenas 10% apenas para os novos projetos de investimento, parece-me bastante positiva. Não podemos reduzir o IRC para todas as empresas, então aplicar-se-ia a redução apenas para novos investimentos. Eu até costumo transmitir um exemplo concreto do meu tempo quando fui ministro da Indústria e Energia. Lembra-se quando trouxemos a Autoeuropa para Portugal e conseguimos um regime fiscal de isenção ao longo de alguns anos, a partir dos quais a empresa passou a pagar impostos ao nível do IRC. Mas, antes da Autoeuropa vir para Portugal, o país nada beneficiava desta empresa, simplesmente porque ela não estava em Portugal. A sua vinda representou um grande benefício industrial e empresarial para o país e ainda trouxe igualmente benefícios em termos de impostos, embora não imediatos. Ora, o que a ideia do ministro da Economia comporta é que para novos projetos de investimento, que não estão cá e se não vierem nunca deles beneficiaremos, inclusivamente ao nível dos impostos que venham a gerar, é que atraídos por uma taxa menor de imposto, se decidam a virem investir em Portugal, com tudo o que daí o país poderá beneficiar. O mundo não está com falta de capital, pelo que se não for aplicado em Portugal será aplicado noutro lugar. O que é realmente importante é que Portugal ser novamente um país credível. Naturalmente que a componente da fiscalidade é importante, mas não é a única quando uma empresa decide investir num país. Outros fatores como a flexibilidade laboral, o custo da energia ou a celeridade do sistema de justiça, constituem componentes que deverão contribuir para a competitividade e atratividade de um país para o investimento. Áreas em que Portugal ainda necessita de proceder a melhorias, é necessário sublinhar. ‹

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› LUSOFONIA › Brasil VII de Negócios na Língua Portuguesa vai decorrer em Belo Horizonte

Língua portuguesa une empresários lusófonos Nos próximos dias 22 e 23 de Abril decorrerá na cidade de Belo Horizonte, capital do estado brasileiro de Minas Gerais, o VII Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, evento que teve precisamente o seu início na capital mineira e que decorre de dois em dois anos. Organizado pela Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e pela Câmara Portuguesa de Comércio em Minas Gerais, contando com o apoio do próprio governo de Minas Gerais, o VII Encontro pretende constituir uma grande plataforma de encontro e de potenciar negócios entre empresários dos vários países lusófonos, não apenas entre brasileiros e portugueses, mas congregando também empresários dos restantes países da língua portuguesa.

M

Texto › JORGE Alegria

inas Gerais é a terceira principal economia do Brasil e é o segundo estado do país em termos de população. É também uma das maiores forças do agronegócio brasileiro assim como assume uma forte predominância na área dos minérios. É ainda um dos grandes centros de produção automóvel no Brasil. Será em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais que decorrerá nos próximos dias 22 e 23 de Abril o VII Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, evento realizado pela Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e pela Câmara Portuguesa de Comércio em Minas Gerais, contando para o efeito com o indispensável apoio do governo estadual de Minas Gerais. Tendo por objetivo apresentar o VII Encontro aos empresários e autoridades institucionais portuguesas, estiveram em Portugal os principais dirigentes das câmaras portuguesas no Brasil e de Minas Gerais, respetivamente, Raul Penna e Fernando Meira Dias. A acompanhá-los regista-se a presença de Marco António Cunha, subsecretário estadual da indústria do governo mineiro. Estes três elementos estiveram reunidos com o Presidente da República e com o Primeiro-Ministro português, e

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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

apresentaram o Encontro em sessões na AEP (Porto) e na Associação Comercial de Lisboa. Raul Penna lembrou que o primeiro encontro realizou-se precisamente em Belo Horizonte, seguindo-se encontros em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza, regressando agora à capital de Minas Gerais, um estado onde os sinais da presença portuguesa ainda são muito fortes, particularmente na área do património edificado, como são exemplos paradigmáticos as cidades de Ouro Preto e de Tiradentes. «A minha própria empresa em Belo Horizonte, é uma joint venture com um empresário português, e hoje é uma das principais empresas brasileiras no seu setor. Isto diz bem não só do potencial de Minas Gerais para constituir um excelente local de investimento, como de uma localização privilegiada para as empresas de capital português abordarem a globalidade do mercado brasileiro», sublinhou o presidente da Federação das Câmaras Portuguesas no Brasil, entidade que presentemente congrega 13 câmaras espalhadas por outros tantos estados no território brasileiro. Já Fernando Meira Dias, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio em Minas Gerais, também deu um testemunho pes-

soal, pois nasceu na cidade de Viana do Castelo, mas desde pequeno que emigrou para o Brasil, tendo fundado em Minas Gerais a empresa Master Turismo, que no presente é a principal empresa mineira na área do turismo. Como este seu exemplo, Fernando Meira Dias pretendeu transmitir um testemunho de como é possível apostar no país irmão e ali crescer e ter sucesso empresarial. O líder da câmara portuguesa mineira adiantou que o encontro empresarial pretende aproximar os empresários dos vários países da lusofonia e mostrar que a língua portuguesa poderá constituir uma forte alavanca promotora de negócios e investimentos. Fernando Meira Dias referiu igualmente que o evento em Belo Horizonte pretende igualmente constituir uma referência quanto à pertinência da internacionalização para as próprias empresas brasileiras em geral e mineiras em particular. Por sua vez, Marco António Cunha, do governo de Minas Gerais, realizou uma circunstanciada apresentação da economia e das grandes potencialidades de investimento e de negócios do estado de Minas Gerais e incentivou uma plateia cheia de empresários portugueses a estarem presentes a 22 e 23 de Abril em Belo Hori-

zonte, pois «é de uma convocação que vos estou a fazerem e prometo que não se vão arrepender de fazerem essa viagem, visto

Grupo Amorim olha para a Bahia Segundo informação da Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, presidida por António Coradinho, no passado dia 6 de Fevereiro, dois elementos do grupo Amorim – Francisco Teixeira Rego e Manuel Rodrigues – estiveram reunidos com o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, onde este governante procurou incentivar o maior grupo corticeiro português e mundial (mas com interesses também nas áreas agrícolas, como o vinho) a investir proximamente naquele que é o maior estado do nordeste brasileiro. De referir que, ainda segundo a Câmara Portuguesa na Bahia, os representantes do grupo Amorim foram depois convidados pelo próprio governador Jaques Wagner a assistirem aos festejos do carnaval em Salvador no camarote do governo da Bahia. ‹

que Minas Gerais constitui um grande local para realizar negócios assim como para se realizarem investimentos, que é o

que várias empresas portuguesas já estão a fazerem, como são os casos da Nanium ou da Design Resorts», sublinhou. ‹

Português planta Pongamia no Ceará O empresário português Carlos Duarte, há alguns anos radicado no Brasil e associado da Câmara Portuguesa de Comércio no Ceará, está a desenvolver através da empresa Energy Crops Brasil (ECB) um projeto de cultivo da Pongamia millettia no Brasil, visto tratar-se de uma matéria-prima para a indústria do biodiesel, energia muito consumida no Brasil. A iniciativa de Carlos Duarte desenvolve-se numa plantação com 196 mil árvores dessa planta oleaginosa numa área próxima da cidade de Trairi, no estado brasileiro do Ceará. O empresário revelou também que já «estamos fazendo bons contatos» para assegurar o escoamento do produto. ‹

Moldit cresce na Bahia A empresa Moldit Brasil, integrante do grupo industrial português Durit, inaugurou em Novembro passado uma nova unidade de injeção de termolplásticos, no pólo industrial de Camaçari, no estado da Bahia. A fábrica de ferramentas que produz moldes para injeção de plásticos, embalagens e utilidades domésticas, passa assim a confeccionar também os materiais plásticos a partir de uma máquina injetora. A nova unidade da Moldit Brasil representou um investimento de 10 milhões de reais (cerca de 3,7 milhões de euros). Na cerimónia de inauguração, estiveram presentes José Lomba, cônsul de Portugal na Bahia, e António Coradinho, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia. ‹

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› EMPRESARIADO Morais Vieira, Presidente da Metaloviana, aponta o Brasil como novo destino da internacionalização da empresa de Viana do Castelo

Trabalhamos com as melhores empresas do Mundo Não é todos os dias que um empresário português sublinha que desde o início do presente ano já empregou mais trinta pessoas, não tem capacidade ociosa, pelo contrário, trabalha a todo o vapor para responder no tempo certo aos compromissos assumidos com os seus clientes. É este o panorama descrito por Morais Vieira, Presidente da Metaloviana, empresa com sede no concelho de Viana do Castelo, e que constitui um dos casos mais sérios e relevantes de uma internacionalização bem sucedida. O presidente da empresa que é uma das empresas líderes do setor da Metalomecânica em Portugal, salienta que a empresa está firmemente ancorada nos mercados Francês, Argelino, Angolano e Moçambicano, mas já perspetiva a realização de novas apostas no continente sul-americano, particularmente no Brasil, país a partir da qual pensa alavancar a sua internacionalização a outros países nomeadamente Colômbia e Venezuela. Neste país, o empresário vianense admite mesmo o propósito de vir a realizar um investimento numa unidade industrial no estado da Bahia, «onde investiremos entre quatro a cinco milhões de euros», ponderando a partir daí estar em todo o mercado brasileiro e mesmo noutros países da região. Segredo para o sucesso da Metaloviana? Morais Vieira enuncia os pilares de uma internacionalização bem sucedida: Capacidade financeira sólida, capacidade técnica indiscutível para responder aos desafios dos clientes e agilidade de gestão. No fundo, sublinha, «é preciso qualidade, capacidade, rigor e muita seriedade, é essa a grande marca da Metaloviana». Texto › JORGE Alegria | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS A Metaloviana comemorou a 29 de Outubro do ano passado, o seu 30º aniversário. Como valia esse percurso empresarial de três décadas?

Com orgulho pelo percurso percorrido e com bastante confiança no futuro. Respondendo diretamente à sua pergunta, no início a nossa atividade centrou-se na área da indústria, tendo depois procedido a uma inflexão para o setor da construção, acompanhando o surto de forte crescimento que se registou no país e na Europa. Nunca abandonámos em absoluto o setor industrial, particularmente as

36 › País €conómico | Março 2013

áreas da construção naval, das celuloses, das refinarias e da energia, mas demos azo à grande vocação e capacidade da empresa para estar nas grandes obras de infraestruturas que se realizaram num período de mais de duas décadas em Portugal, com particular realce nos domínios da ferrovia, dos metropolitanos de Lisboa e Porto, dos estádios de futebol, entre outras. No que respeita aos estádios de futebol construídos em Portugal para o projeto do Euro2004, em quais esteve presente a Metaloviana?

A nossa empresa teve uma intervenção muito ampla e especial na construção do Estádio de Braga, um projeto internacionalmente reconhecido e admirado do arquiteto Souto Moura. A Metaloviana participou também de uma forma assertiva e profunda na construção do estádio do Dragão, dos estádios municipais de Guimarães, de Leiria, de Coimbra e de Barcelos, embora este último não tenha integrado diretamente o projeto do Euro 2004, mas serviu como recinto de treinos para algumas das seleções presentes.

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› EMPRESARIADO financeira. E devo sublinhar que a Metaloviana não tem tido quaisquer dúvidas em prestá-las, pois somos uma empresa de solidez muito assinalável e capaz de responder a todos os requisitos solicitados por qualquer parceiro com que trabalhamos. Internacionalização não é um processo fácil No entanto, voltando à setor da construção em Portugal, não se vislumbram grandes obras para se realizarem nos próximos anos. Apesar desse cenário, uma empresa como a Metaloviana ainda via conseguindo trabalho no nosso país?

Como já lhe referi anteriormente, as boas empresas conseguem sempre trabalho, até porque o país não fechou propriamente “para férias”. Na verdade, existe uma capacidade instalada superior do que aquilo que a economia portuguesa atualmente consegue absorver. Neste cenário difícil que se atravessa no nosso país, ainda assim a Metaloviana detém uma carteira de obras bastante interessante e que se eleva a cerca de cinco milhões de euros, atuando sobretudo ao nível da intervenção nas barragens e na construção do Terminal de Cruzeiros no Porto de Leixões, obviamente na sua especialidade que é Engenharia da Construção Metálica.

Por outro lado, aproveitando a questão que me colocou, gostaria de adiantar pela sua importância e dimensão, a participação da Metaloviana nas obras da Expo 98 em Lisboa, bem como em obras de revitalização urbana nas cidades de Lisboa e do Porto. A nossa empresa esteve ainda diretamente ligada à construção de um grande número de universidades e politécnicos que se construíram nos últimos quinze anos neste país, assim como no que respeita a obras realizadas nos hospitais de São João e Santo António, ambos na cidade do Porto, e mais recentemente nos hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira, este último em fase final de construção.

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Possuir capacidade financeira comprovada é fundamental A participação da Metaloviana em obras de tão grande dimensão e complexidade, conferem um forte reconhecimento à empresa?

Nos negócios não existe essa questão do reconhecimento. O que é necessário para vingar no mercado é possuir alguns fatores críticos que passo a enunciar: competitividade versus preço e qualidade versus capacidade económica e financeira para realizar a obra. Ninguém das grandes empresas de construção contrata uma empresa especializada – que pode ser grande no seu setor, sem deixar de ser pequena perante essas grandes empresas constru-

toras – se não existirem provas concretas de que a obra vai ser efetivamente realizada, na medida em que está a contratar um serviço de uma empresa com know how, que possui uma estrutura técnica adequada para levar uma obra até ao seu final, mas sobretudo que possui uma estrutura financeira capaz para realizar essa obra a um preço competitivo e no prazo acordado. Estes é que são os fatores essenciais, e a Metaloviana possui todas as credenciais para continuar a trabalhar e a crescer. Também em Portugal? Os investimentos que existem na área da indústria e alguns que ainda vão existindo na área pública, estão apenas ao alcance das boas empresas que trabalham em Por-

tugal. Hoje em dia não basta apresentar um currículo técnico condizente, nem sequer chega possuir uma capacidade produtiva instalada e comprovada. É necessário apresentar um currículo financeiro de grande solidez. Presentemente já não se entrega uma obra a qualquer um Essas exigências de currículo financeiro também têm sido colocadas à Metaloviana?

Não tenha dúvidas de que nos têm sido solicitadas e dou-lhe o exemplo concreto das construtoras francesas Bouygues e Vinci – que são também das maiores construtoras mundiais – que nos solicitam a disponibilização de todo o tipo de informações, com realce para as de índole

Terminal de Cruzeiros do Porto Leixões. Com este conjunto de obras já asseguradas em Portugal, e outras que venhamos a conseguir ao longo do presente ano, a nossa empresa comprova a sua capacidade, qualidade e seriedade. Naturalmente que perante o cenário que não é expansivo no nosso país, as empresas portuguesas tiveram de se internacionalizarem, embora para algumas empresas nacionais a internacionalização seja encarada como uma tábua de salvação para as suas dificuldades no plano interno. O que poderá ser um risco inultrapassável?

Realmente, é preciso estar dotado de fortes recursos, principalmente ao nível financeiro, para uma empresa se atrever a

empreender um processo de internacionalização com hipóteses de sucesso. Eu diria a quem se quiser internacionalizar que é necessário ter a consciência quanto à já referida capacidade financeira, acrescida da indispensável capacidade técnica e de uma significativa agilidade de gestão. Lamentavelmente ouvimos muitas vezes histórias de empresas que vão lá para fora no intuito de salvar situações muito difíceis no plano interno e isso poderá ser um autêntico suicídio. É necessário os empresários ouvirem concelhos úteis e avisados e não embarcarem em conversas muitas vezes simplistas e fáceis da classe politica e de outros agentes que pese a boa vontade não tem conhecimento da realidade e das dificuldades que a internacionalização exige. Se não tiverem as condições que mencionámos como fundamentais num sólido e profícuo processo de internacionalização, então o melhor é ficarem simplesmente dentro das nossas fronteiras. Parceiros de grandes empresas mundiais Como é que tem decorrido o processo de internacionalização da Metaloviana?

Muito bem, indiscutivelmente, embora não signifique que tenha sido um passeio. Pelo contrário, a internacionalização é um processo difícil e complexo e afigura-se de grande importância determos as diversas competências sem as quais qualquer processo de externalização empresarial se arrisca a constituir um insucesso. Devo sublinhar que estamos em vários mercados, em que cada país corresponde a uma situação própria, onde em alguns deles avançámos com a constituição e desenvolvimento da respetiva empresa onde a Metaloviana detém sempre uma participação muito significativa. Por exemplo, na Argélia fomos naquilo que costumo dizer por graça que «fomos ao colo» de um grande parceiro internacional que considera a Metaloviana o seu braço de referência na área da metalomecânica. Já em Angola, a estratégia passou por irmos diretos, sem prejuízo de lá termos encontrado um parceiro local. A Metalo-

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› EMPRESARIADO viana Angola tem realizado um conjunto bastante significativo de obras que envolveram vários milhões de dólares, principalmente na área da energia. Gostaria de acrescentar que neste momento temos uma carteira de obras em Angola no valor de cerca de cinco milhões de euros. Por sua vez, em Moçambique, constituímos a Metaloviana Moçambique, detida pela Metaloviana em 55% e por um parceiro local em 45%, parceiro esse que pela sua credibilidade e conhecimento de mercado nos poderá alavancar um significativo conjunto de projetos, incluindo desde já uma obra que vamos participar e que tem um valor de 35 milhões de euros. Aliás, devo aproveitar esta ocasião para sublinhar o esforço estupendo dos nossos departamentos de orçamentação, projeto e comercial onde trabalham 22 quadros superiores, e que estão perfeitamente assoberbados de trabalho, praticamente na sua totalidade para o estrangeiro, pois infelizmente em Portugal o trabalho que há para fazer é muito pouco. Estes nossos departamentos estão a trabalhar intensamente na apresentação de projetos e orçamentos para obras no Brasil, Angola, Moçambique, Argélia, Colômbia bem como para França, país que está a entrar novamente numa nova fase de forte ebulição no que à construção diz respeito, esperando nós virmos a participar de uma forma muito vincada na área da recuperação e reabilitação de edifícios, área onde a Metaloviana adquiriu um grande know how e uma grande experiência em Portugal e nos sentimos em perfeitas condições para trabalhar e emparceirar em qualquer lugar do Mundo.

África

Nova School of Business and Economics expande-se em Moçambique

Nova SBE-Maputo

Terminal de Cruzeiros de Leixões

tes casos de internacionalização, ou seja,

Os acionistas maioritários da Metaloviana nomeadamente Valdemar Cunha e eu próprio, desenvolvemos há alguns anos uma atividade empresarial no Brasil, embora em áreas de atividade diferentes e completamente fora da atividade da Metaloviana. Entretanto, há algum tempo decidimos fundar a Metaloviana Brasil, empresa com sede em Fortaleza, no estado do Ceará. É verdade que o Brasil deverá constituir uma aposta de grande porte e significativa para a Metaloviana, visto que acreditamos muito seriamente no país e existem grandes, médias e pequenas obras em todo o Brasil que relevam uma aposta empresarial da nossa parte. Não escondo que firmámos uma parceria com o empresário português Licínio Lima, da ViV Brasil, para com ele estarmos no país e particularmente no estado da Bahia. Temos dialogado com as autoridades estaduais e municipais e muito provavelmente deveremos avançar num investimento industrial nesse estado na ordem dos quatro a cinco milhões de euros, o que será não apenas um sinal mas igualmente um compromisso firme da nossa parte de aposta no país e de que pretendemos estar no mercado brasileiro como estamos em qualquer outro mercado internacional: com capacidade, com qualidade e com seriedade.

pela construção de uma unidade indus-

Essa aposta na Bahia será apenas para

trial de produção. O que nos poderá adian-

atender o mercado baiano ou também terá

tar sobre essa aposta futura no Brasil?

como horizonte todo o mercado brasileiro?

Vamos apostar seriamente no Brasil Todavia, a País€conómico sabe que a Metaloviana está a ponderar muito seriamente realizar uma forte aposta no Brasil, que poderá passar inclusivamente por um upgrade relativamente aos restan-

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› LUSOFONIA

Atenderemos naturalmente o mercado da Bahia, mas a nossa perspetiva será de fazermos obras em todo o território brasileiro. E não deixamos, friso este ponto, de podermos a partir do Brasil trabalhar em outros países da América do Sul. Portanto, apesar da restrição do mercado português, a Metaloviana está optimista no crescimento e sustentação da empresa, sobretudo através do crescimento na área internacional?

Sem dúvida. A Metaloviana está preparada e empenhada em crescer. No ano passado faturámos cerca de 20 milhões de euros, e pretendemos crescer este ano. Naturalmente, como bem referiu, será sobretudo a área internacional a contribuir de forma decisiva para esse crescimento. Gostaria muito de sublinhar um ponto. Desde o início do ano já contratámos cerca de 30 pessoas, pelo que o atual número de colaboradores da Metaloviana é neste momento de cerca de 180, e estamos a trabalhar em full-time recorrendo por vezes a horas extraordinárias e trabalhos por turnos. Não temos capacidade ociosa, pelo contrário, estamos a trabalhar a todo o vapor para respondermos no tempo devido, com a qualidade devida e com a responsabilidade devida, aos compromissos que tomamos com os nossos clientes nacionais e internacionais. É essa a marca de Metaloviana e assim terá de continuar a ser, rigor, seriedade, responsabilidade e qualidade. ‹

A Nova School of Business and Economics (Nova SBE) vai abrir em Maio deste ano a Nova SBE-Maputo (Escola de Formação de Executivos. O lançamento do projeto ocorreu no dia 20 d Fevereiro no Hotel Polana, situado na capital moçambicana, no qual contou com a presença da ex-primeira-ministra Luísa Diogo, e do ex-ministro de Estado Óscar Monteiro, e do embaixador de Portugal em Moçambique, Mário Godinho de Matos. A Nova SBE-Maputo pretende contribuir para a formação profissional de altos quadros empresariais moçambicanos e, consequentemente, para o desenvolvimento do país, oferecendo um conjunto de programas de excelência que a Nova SBE já leciona em Portugal, Brasil e Angola. A Nova SBE aposta assim numa oferta premium de formação que irá incidir, numa primeira fase, em cursos desenhados de acordo com as necessidades das empresas, como liderança, gestão financeira, gestão de projetos ou técnicas de negociação e ainda no prestigiado programa de formação de executivos da Nova SBE, o Curso geral de Gestão. Este Programa será lecionado em seis semanas, cinco das quais em Maputo, e irá reunir na sexta de semana de aulas em Lisboa, estudantes provenientes de Maputo, Luanda e São Paulo. De referir que as aulas da Nova SBE-Maputo serão lecionadas, na sua maioria, em português por professores de diferentes nacionalidades, incluindo moçambicana, que vão circular pelos diferentes pólos da faculdade no espaço que fala português. ‹

Moçambique nas apostas da Galp Energia Na cerimónia de apresentação pública dos resultados da Galp Energia de 2012, o presidente executivo da petrolífera portuguesa salientou que a empresa está interessada em concorrer em próximos leilões de blocos petrolíferos em Moçambique, Angola e no Brasil, embora a participação seja decidida em função das condições concretas de cada futura licitação. No que respeita a Moçambique, Manuel Ferreira de Oliveira recordou que o grupo já possui participações nas ações que levaram à descoberta de gás natural daquele país da costa

oriental do continente africano, mas enfatizou o interesse da petrolífera ao adiantar que «em Moçambique vai haver uma negociação de áreas novas. Temos a intuição de que será muito competitiva e estamos a estudar». O gestor adiantou também que no que respeita ao Brasil está previsto um leilão de novas áreas petrolíferas em Maio deste ano, sendo que metade será em terra e a outra metade no mar. Já no que respeita a Angola e a Moçambique, referiu que se esperam para o presente ano licitações de blocos de exploração de petróleo e gás natural. ‹

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› EMPRESARIADO Aníbal Oliveira Cristina, Presidente do Grupo Aníbal Cristina

«Mercado Externo já representa 80 por cento dos nossos negócios» O Grupo Aníbal Cristina que em 2013 completa 26 anos de presença no mercado nacional, opera como empreiteiro geral em áreas específicas como a Construção Civil, Obras Públicas, Engenharia, Ambiente, Metalomecânica e Imobiliária e está hoje muito concentrado no mercado externo, nomeadamente em França e Moçambique tendo, neste último mercado, acabado de ganhar um concurso internacional para a construção de uma delegação do Banco Moçambique, em Nampula, obra orçada em 13 milhões de euros. Em entrevista que concedeu à País €conómico, Aníbal Cristina, refere que hoje em dia o mercado externo já representa para o Grupo Aníbal Cristina 80 por cento dos seus negócios, sendo as perspetivas de crescimento muito animadoras muito animadoras. «Com o setor da Construção Civil e Obras Públicas em profunda crise, as empresas como a nossa têm de desdobrar esforços para encontrarem soluções lá fora. No nosso caso concreto, temos crescido substancialmente no mercado externo, mas o mesmo não se pode dizer em relação a Portugal onde a faturação representa somente 20 por cento do total do nosso volume de negócios», referiu Aníbal Cristina que nesta entrevista não escondeu a esperança de que a área da Reabilitação Urbana venha em breve “mexer “ com o setor¸ permitindo-lhe alguma recuperação. «E o Grupo Aníbal Cristina também há

O

muito que está preparado para esse desafio». Texto › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Grupo Aníbal Cristina foi constituído em 1987 e é hoje um empreiteiro geral de referência em todo o país e além-fronteiras. Mesmo com a crise a travar o desenvolvimento da Construção Civil e Obras Públicas em Portugal, esta empresa com sede em Casal da Cruz, Caranguejeira (concelho de Leiria) nunca deixou de ser uma organização sustentável em termos económicos e financeiros, regendo-se por elevados princípios de seriedade, honradez, profissionalismo, e respeito pelo cliente. «Um dos nossos princípios básicos assenta na vontade de cumprirmos com todo o rigor os compromissos que assumímos com os nossos clientes, pois são eles a principal razão da nossa existência. Passados 26 anos de

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permanência no mercado, é um privilégio podermos afirmar que ainda temos hoje clientes do primeiro dia, que nunca deixaram de trabalhar connosco. São exemplos como este que nos dão força para continuar, mesmo não ignorando que o setor da Construção e das Obras Publicas está a atravessar a sua pior crise de sempre», sublinhou Aníbal Cristina. O Grupo Aníbal Cristina é especialista em áreas como a Construção, Obras Públicas, Ambiente, Metalomecânica, Imobiliário, e Laboratório de Betão, e distingue-se pelo facto de ser uma empresa que acompanha desde o início toda a obra, desde a fase de desenvolvimento do projeto (arquitetura e especialidades) até à sua fase de exploração, operando essencialmente no setor

industrial privado. «Somos uma empresa que desde sempre se preocupou em ter uma evolução sustentável, procurando especializar-se nas suas diferentes áreas de atuação. E a isso nós chamamos vontade de evoluir, a única forma correta de podermos competir cá dentro e lá fora», referiu o presidente do Grupoi Aníbal Cristina. No mercado externo em parcerias Perante uma crise aguda na Construção Civil e Obras Públicas, Aníbal Cristina disse à P€ que o caminho a seguir tinha de ser a internacionalização. «A internacionalização é hoje uma via normal no crescimento de qualquer empresa, e muito embora os sinais da crise na construção

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› EMPRESARIADO que não deixa de ser um dado relevante a assinalar. Foram intervenções ao nível da indústria pesada na área do papel. Mas sempre operações feitas em parceria com empresas portuguesas nossas clientes, o que é sempre mais seguro», revela Aníbal Cristina, que a propósito adiantou um dado curioso. «Estes clientes levam-nos atrás deles, porque gostam de nós, apostam em nós, e isso tem facilitado de certo modo a nossa vida em termos de internacionalização». Marrocos um novo mercado Falando em internacionalização, o Grupo Aníbal Cristina está em Espanha, França, Israel, Moçambique, já teve algumas intervenções na Suécia, e agora, segundo o presidente do Grupo Aníbal Cristina a grande prioridade é consolidar os mercados de França e Moçambique e manter os outros. «Por outro lado, temos vindo a estudar o mercado de Marrocos. Temos ali um projeto de uma fábrica de papel para ser contruído de raíz, é um projeto desenvolvido por nós. Já estamos numa fase final de contratos, e vamos esperar para ver no que isto vai dar. É um projeto orçado em 15 milhões de euros. Mas Marrocos parece-nos ser um mercado com potencialidades e estou certo que iremos para lá brevemente», salientou. Ostentando já a certificação no âmbito da Qualidade – a ISO 9001:2000, e estando a decorrer a obtenção da norma ambiental ISO 14000, o Grupo Anibel Cristina dá emprego neste momento a cerca de 500 pessoas, 110 das quais trabalhadores diretos, o que faz desta empresa uma das boas empregadoras do concelho de Leiria.

Ampliação da Unidade fabril em Skoghall, Karlstad - Suécia

e obras públicas não fossem tão visiveis como são atualmente, o Grupo Aníbal Cristina decidiu-se pela internacionalização em 2006, começando a trabalhar no mercado espanhol. Escolhemos na altura o mercado espanhol, porque era o que estava mais próximo de nós, e por outro

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lado porque fomos para Espanha em parceria com empresas que já nos conheciam bem e que já eram clientes nossos em Portugal. Aliás, este género de parcerias tem sido seguido à risca, e é através deste modelo de relacionamento que estamos hoje não só em Espanha, como em Fran-

ça, Moçambique, Suécia e Israel. Privilegiamos sempre as parcerias», deixou claro Aníbal Cristina, para lembrar que não foi fácil entrar no mercado espanhol, «por este se mostrar um bocado fechado ao nosso setor». «Quando se vai em parceria com uma empresa que é nossa cliente e

que nos conhece bem, as coisas tornam-se obviamente mais fáceis». Muito embora Espanha seja para o Grupo Aníbal Cristina um mercado especial, porque foi por ele que iniciou o seu processo de internacionalização, Aníbal Cristina reconhece que hoje em dia o grupo a que

preside já tem mercados mais fortes do que Espanha. «Por exemplo, em França temos neste momento seis obras a decorrer o que permite um volume já considerável de obra, e em Israel também deixámos a nossa marca em algumas obras de referência, o

Recursos Humanos de excelência Aníbal Cristina não esconde o seu orgulho por ter sido o fundador deste grupo empresarial, e quando se aborda a questão social, ele esboça um sorriso e diz: «Olhando para o percurso do Grupo, só temos de nos orgulhar. Soubémos ao longo dos tempos formar uma equipa coesa, muito profissional e competente, que tem

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› EMPRESARIADO

África

› LUSOFONIA

Visabeira Turismo abriu sexto hotel em Moçambique

Girassol Songo fica próximo de Cahora Bassa A Visabeira Turismo, empresa turística do Grupo Visabeira, abriu em Novembro passado a sua sexta unidade hoteleira em Moçambique, o Girassol Songo, unidade que fica próxima da barragem de Cahora Bassa. A abertura do hotel foi prestigiada pelo presidente moçambicano Armando Guebuza, cerimónia onde também estiveram presentes outras autoridades institucionais moçambicanas e o presidente e vice-presidente do Grupo Visabeira, respetivamente, Fernando Nunes e Paulo Varela. Texto › JORGE Alegria | FOTOGRAFIA › Cedidas pela Visabeira Turismo

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Ampliação da Unidade fabril em Skoghall, Karlstad - Suécia

sabido corresponder da malhor maneira à exigência dos desafios que temos tido pela frente. Por isso eu digo que os nossos recursos humanos são a nossa melhor riqueza, e eles são responsáveis pelo sucesso que o Grupo Aníbal Cristina tem tido não só em Portugal como no estrangeiro», sobressaíu este empresário de 50 anos, nascido em Caranguejeira. Muito embora Aníbal Cristina se referira ao mercado externo com um laivo de esperança e com muito fervor, isto poderá significar que o mercado nacional neste momento está posto de parte? O presidente do Grupo Aníbal Cristina ouvir a pergunta, fez uma breve pausa, e reagiu. «É evidente que não quero esquecer o mercado português, até porque temos aqui pessoal a trabalhar connosco que não podemos levar para o estrangeiro. Por outro lado não podemos esquecer também que Portugal significa neste momento 20 por cento da nossa faturação. Há também

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a esperança que temos de que a Reabilitação Urbana possa vir a ser em breve a tábua de salvação de um setor que está ferido e pode vir a reanimar um pouco com este modelo de intervenção. Da nossa parte estamos habilitados a fazer face às exigências deste nicho de mercado, até porque temos uma vastíssima experiência nesta área. Ainda há bem pouco tempo terminámos trabalhos de reabilitação em 3 escolas, e estamos preparados para o que for necessário», sublinhou Aníbal Cristina. 30 milhões de faturação em 2012 Assumindo-se como uma empresa inovadora em todas as áreas onde atua, o Grupo Aníbal Cristina que em 2012 teve um volume de faturação de 21 milhões de euros, tem em curso neste momento em Portugal duas obras emblemáticas: o Centro Equestre de Alfazeirão, a Moliz em Alpiarça e outras obras de menor expres-

são, o que perfaz uma carteira de obras à volta dos 30 milhões de euros. Depois de ter ganho o concurso internacional para a construção em Nampula da delegação do Banco de Moçambique, obra orçada em 13 milhões de euros, Aníbal Cristina não esconde que Moçambique conjuntamente com França são dois mercados onde o grupo deposita fundadas esperanças de crescimento, estando decidido em continuar a apostar fortemente nestas duas frentes. «Temos encontrado da parte das autoridades moçambicanas uma grande simpatia e um grande espírito de colaboração, e quando assim acontece as perspetivas de futuro são boas. Como somos uma empresa com fortíssimo know how, esperamos ter a oportunidade de poder participar no desenvolvimento deste país da África Austral, e ao mesmo tempo conseguir em Moçambique a sustentabilidade que sempre desejamos para o Grupo Aníbal Cristina», concluiu o nosso entrevistado. ‹

A

cadeia Girassol Hotéis viu o seu portfólio alargado com a abertura do Girassol Songo, um moderno hotel localizado naquela vila, próxima da emblemática barragem de Cahora Bassa. O Girassol Songo dispõe de sete quartos standard, quatro suites T1 e uma suite T2 master, todos equipados com ar condicionado, minibar, cofre, tv por satélite, wc privativo e telefone direto. O hotel possui também duas salas de conferência, uma sala multiusos, restaurante com esplanada, lobby bar, piscina com bar associado, room service, lavandaria, transferes do e para o aeroporto, e internet wireless em todo o espaço. O Girassol Songo foi recentemente visitado por uma comitiva liderada pelo presidente moçambicano Armando Guebuza, que se fez acompanhar do ministro da Energia, Salvador Namburete, o Presidente da Hidroelétrica de Cahora Bassa, Paulo Muxanga, e o Governador da Província de Tete, Ratxide Akyamungo Gogo. Esta sexta unidade hoteleira da cadeia Girassol Hotéis complementa a oferta

existente em Maputo, com dois hotéis, em Lichinga, em Nampula, e no Parque Nacional da Gonrongosa. De referir, segundo apurou a País €conómico os projetos da Visabeira Turismo em Moçambique não ficarão por aqui, estando previsto

Presidente de Moçambique, Armando Guebuza

um próximo investimento em Tete com a construção de um hotel com 125 quartos. Vocacionado para o turismo de negócios, a unidade terá restaurante, ginásio, cabeleireiro e Spa, num investimento que rondará os 15 milhões de euros. ‹

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› AGRICULTURA Sofia Freitas, Coordenadora da AGIM, muito otimista

«O mirtilo já é um fator de valorização da economia de Sever do Vouga» A coordenadora da AGIM está otimista com o sucesso da produção de mirtilo que hoje já é um fator de valorização e dinamização da economia de Sever do Vouga. Em entrevista que concedeu à País €conómico, Sofia Freitas adiantou dados importantes e curiosos que revelam o êxito e afirmação deste recurso endógeno. «A área de intervenção da AGIM vai de Vila Real a Sesimbra, e neste momento a nível nacional estão a ser plantados mais de mil hectares de culturas de mirtilo. É um crescimento mais do que exponencial», refere Sofia Freitas que avançaria com outro elemento muito clarividente. «Num hectare de cultura de mirtilo conseguimos retirar, em “ano de cruzeiro”, uma rentabilidade muito próxima dos 20 mil euros líquidos. É uma atividade que está a ajudar a combater o desemprego e que beneficia de um sistema de incentivos

A

que financia os projetos a 100 por cento, a fundo perdido». Texto › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

AGIM – Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga foi criada em Novembro de 2006 no âmbito do programa URBOCOM, e tem como pilares estratégicos fundamentais a valorização dos recursos endógenos, a dinamização do comércio local, o estímulo ao investimento e ao empreendedorismo, e a cooperação com a câmara municipal de Sever do Vouga. Em entrevista que concedeu à País €conómico. Sofia Freitas, coordenadora da ADIM recordou que quando o URBOCOM foi criado o seu objetivo era promover e dinamizar o centro urbano de Sever do Vouga, e que essa promoção e valorização teriam de ter um determinado posicionamento, «uma visão que fosse uma marca de Sever do Vouga para os visitantes, consumidores e associados da AGIM». Prosseguindo o seu esclarecimento, Sofia Freitas disse que nessa altura a ideia mais forte e consistente que surgiu como âncora encorajadora dessa promoção para Se-

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ver do Vouga foi o mirtilo, fruto silvestre com sabor distinto, vastamente conhecido pelas suas propriedades medicinais. É um poderoso antioxidante e é conhecido por muitos como o «fruto da juventude». Segundo Sofia Freitas, «o mirtilo já existia em Sever do Vouga desde 1994 e até então nunca tinha sido explorado pelas entidades locais em termos de produção e sua valorização como um recurso que está e pode vir a valorizar muito mais a economia local e até a vertente do turismo», sublinhou, para sublinhar logo de seguida que em 2006 quando a AGIM foi fundada, esta tinha no seu Plano Estratégico a valorização do mirtilo enquanto produto endógeno. «Isto sem nos esquecermos outros pequenos frutos, outras bagas como a framboesa, a groselha, a amora, que fazem parte da classe dos frutos vermelhos, e que também – à semelhança do que já acontece com o mirtilo – são recursos naturais que podem ajudar a desenvolver a economia local. Sofia Freitas aproveitaria ainda para lembrar que Sever do Vouga tem uma grande tradição na produção de

laranja e outros citrinos, e na produção de mel de excelente qualidade que também proporciona uma ajuda importante à dinamização da economia de Sever do Vouga. Mil hectares de mirtilo plantados no país Diz a coordenadora da AGIM que diariamente são recebidos nesta associação dois ou três contactos de pessoas de todo o país «interessadas nos nossos serviços, e isso anima-nos de certa maneira». Sofia Freitas aproveita o ensejo para esclarecer que a AGIM, à exceção do Algarve, já tem hoje uma abrangência nacional, indo de Vila Real a Sesimbra. «Tudo na área dos pequenos frutos, 90 por cento de mirtilo. Neste momento a nível nacional estão a ser plantados mais de 1000 hectares de culturas de mirtilo. É um crescimento mais do que exponencial. Só para se ter uma ideia, até 2006/2007, existiam duas regiões do país que produziam mirtilo: Sever do Vouga e Grândola. Hoje, graças à ação da AGIM, todas as regiões do país

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› AGRICULTURA têm novos produtores, que são jovens agricultores que estão a apostar na agricultura e que vêm nesta atividade uma oportunidade de vida. A área dos pequenos frutos têm uma grande potencial e têm merecido atenções muito especiais, porque são frutos que constituem mais-valias, que conseguem ser rentáveis em pequenas áreas. Por exemplo, num hectare de cultura conseguimos retirar em “ano cruzeiro” uma rentabilidade muito próxima dos 20 mil euros líquidos, ou seja, estamos a falar de um complemento muito importante e muito interessante para a atividade que as pessoas já possam ter, ou então no caso de quem estiver desempregado, esta é uma boa alternativa de combater o desemprego. Tudo isto conjugado com o facto de existir um sistema de incentivos que financia os projetos quase 100% a fundo perdido», sublinhou Sofia Freitas, coordenadora da AGIM. Onde a AGIM pode apoiar Para destacar este entusiasmo à volta da plantação de mirtilo a nossa entrevistada recorreu a um novo dado. «Só no concelho de Sever do Vouga temos cerca de 30 explorações instaladas, com projetos aprovados no âmbito do PRODER, e o apoio da AGIM distribui-se pelo investimento na agricultura, apoio técnico agrícola, apoio à gestão de empresas agrícolas, serviços de substituição e formação agrícola. Nós fazemos o acompanhamento dos produtores desde o início». Como é que a AGIM encaminha o jovem agricultor em todo este processo? Sofia Freitas ajuda a esclarecer. «Marcamos uma reunião, explicamos tudo o que é necessário, quais são os instrumentos que esses agricultores têm à disposição para ajudar a financiar o investimento. Esse investimento está sujeito a uma candidatura no âmbito do PRODER, e normalmente é aprovada», sublinha Sofia Freitas, adiantando que a média de investimento por hectare ronda os 40/50 mil euros. «Os investimentos até os 75 mil euros em zonas desfavorecidas, são financiados 100 por cento a fundo perdido. Ou seja, esta é uma conjugação de fatores muito interessante

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que justifica este entusiasmo colossal que tem existido em redor desta matéria», sobressaiu a coordenadora da AGIM. Mirtilo tem mercado externo garantido Sofia Freitas salienta que estão garantidos mercados para escoar o mirtilo e outros pequenos frutos. «Este é um produto orientado para a exportação, não é para o consumo nacional. O consumo nacional representa neste momento 10 a 15 por cento do que se produz. Os grandes consumidores são a França, Holanda, Bélgica, Alemanha, Finlândia, Polónia, Rússia, países grandes consumidores de bagas e, neste momento, os principais mercados externos para o mirtilo, um fruto conhecido como rei dos oxidantes». Neste momento a AGIM representa 150 produtores de mirtilo em todo o país, 30 dos quais no concelho de Sever do Vouga, e a média relativamente ao financiamento andará à volta dos 50/60 mil euros por produtor. Feira do Mirtilo de 20 a 23 de Junho Sofia Freitas lembra que o problema do escoamento e da comercializa do mirtilo neste momento não se coloca, «isto porque estamos a falar de um fruto que tem uma janela de oportunidades muito interessante. Nós produzimos fora de época, fora da época de produção dos restantes países da União Europeia, ou seja, quando estamos a produzir o resto da Europa não está, e isso garante-nos o escoamento do produto porque chegamos primeiro aos mercados. Essa janela de oportunidades é uma vantagem muito grande para o pro-

dutor. No Norte de Portugal a produção acontece em fins de Maio e consegue-se ir até Agosto e Setembro, já no Sul ela começa mais cedo», recorda a coordenadora da AGIM, que aproveitaria para dizer que a razão da existência desta associação tem muito a ver com tudo isto, com a dinâmica da economia local. «Com a organização da Feira do Mirtilo que vai decorrer de 20 a 23 de Junho em Sever do Vouga, esta região passa a ter uma grande projeção nacional, e a prova disso é que na edição de 2012 Sever do Vouga foi visitada por mais de 45 mil visitantes», revelou Sofia Freitas, para adiantar ainda a propósito do evento do ano passado que só em quatro dias foram comercializadas 11 toneladas de mirtilo. Tamanho é o interesse por este fruto, que em Sever do Vouga já se pensa na criação de indústrias transformadoras de mirtilo. «Já estamos a trabalhar nisso. Esse é um dos projetos que nós temos em parceria com a Universidade Católica do Porto, com a Frulact e o projeto Myrtillus, que comercializa o mirtilo e plantas. Estão-se a fazer testes com transformação de mirtilo, testes que segundo informação que disponho estão a decorrer muito positivamente, e há já neste momento produtores a investir na transformação: licores, compotas, chás, sabonetes, e já são alguns os empresários que manifestaram o seu interesse em se dedicarem a este negócio. Não só no concelho de Sever do Vouga como fora dele», concluiria com um entusiasmo indisfarçável Sofia Freitas, coordenadora da AGIM, que há muito pouco tempo se instalou no Vougapark, em instalações modernas e operacionais, iniciativa que se deveu à Câmara Municipal de Sever do Vouga. ‹

Assunção Cristas em Moçambique A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, participará no Fórum Agro Alimentar Moçambique – Investimento e Oportunidades de Negócio/Mostra de Produtos e Tecnologias, que se realizará nos dias 5 e 6 de Março. Este Fórum enquadra-se na Quinzena Empresarial Moçambique Portugal, que se iniciou no passado dia 25 de Fevereiro e que se prolongará até ao dia 7 de Março, que levou à capital moçambicana um conjunto de 150 empresas portuguesas e que constitui uma iniciativa da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, e na qual conta com a colaboração da Câmara de Comércio Moçambique-Portugal. Contando este ano com um formato inédito, a Grande Quinzena Empresarial Moçambique Portugal conta com a realização simultânea da primeira edição da Intercasa Concept Moçambique e da segunda edição da Tektónica Moçambique, que se realizam de 28 de Fevereiro a 3 de Março, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo. À margem das feiras em Maputo, muitos dos empresários portugueses presentes deslocar-se-ão depois em visitas e encontros empresariais em Nampula (Província de Nacala) e Beira e Maputo/Matola. De sublinhar que a economia moçambicana regista uma forte dinâmica e poderá ser um das economias mundiais com maior ritmo de crescimento em 2015. ‹

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› AGRICULTURA Peter Knight, Administrador da Camposol

situada aqui próximo, e também porque é um local muito abundante em areia, matéria muito importante para trabalhármos no inverno. Tudo isto são vantagens numa actividade como a nossa», considerou o administrador da Camposol.

«Este é um projecto de Paixão» Peter Knight é um cidadão britânico radicado em Vila Nova de Milfontes há trinta anos, que um dia veio a Portugal por um ano para realizar ensaios de alface de inverno, isto em 1983, e que acabou por cá ficar após ter constituído com um outro sócio, também de nacionalidade inglesa, a Camposol, uma empresa que se especializou na produção de hortícolas e que também é a melhor empresa de produção de relva natural certificada da Península Ibérica. Em entrevista à País €conómico, Peter Knight não esconde a sua paixão pela região que escolheu em Portugal e onde quer continuar a trabalhar na evolução do seu projecto, contribuindo de certa maneira para o engrandecimento da região e do país que tão bem o acolheu. Texto › VALDEMAR BONACHO

| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

ser um homem cuja formação académica tem muito a ver com a terra: é fomado em Agronomia e tem um mestrado em Economia, foi fácil a sua opção pelo projecto Camposol ligado à horticultura e à produção de relva natural certificada, sendo hoje, nesta última vertente, o maior produtor ibérico de relva natural certificada. A Camposol é fruto de uma aliança que fez com outro cidadão britânico (seu

sócio), e a sua constituição data de 1992, precisamente nove anos depois de ter chegado a Portugal. Peter Knight não tem dificuldade em justificar a escolha de Vila Nova de Milfontes para o arranque da Camposol. «Fizémos esta opção, porque este é um local com uma beleza natural rara, com um clima fantástico, muito abundante em água proveniente da barragem de Santa Clara DR

Poderá dizer-se que Peter Knight é o homem certo no lugar certo. Apaixonado pela natureza veio a Portugal ao serviço do país de Sua Majestade para realizar ensaios de alfaces de inverno e fixou-se em Vila Nova de Milfontes, uma terra que pelo seu encanto natural acabaria por o prender até hoje. A chegada de Peter Knight a Vila Nova de Milfontes deu-se em 1983, e talvez por

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625 ha para produzirem qualidade Nesta propriedade com 625 ha são produzidos diariamente um número considerável de produtos hortícolas, com destaque para os espinafres, rabanetes, abóboras, nabos e cenouras , mas segundo nos confidenciou Peter Knight os últimos três anos da vida da Composol têm sido difíceis, consequência da crise que se instalou no país. «Há uns anos atrás, antes de a crise ter começado, valorizava-se muito os produtos que eram frescos e que tinham qualidade, mas hoje o que conta é o preço dos produtos. Nós aqui na Camposol não prescindimos de produzir qualidade (ela é a nossa marca e a nossa maneira de estar no mercado) e de certo modo tivémos de encontrar a forma de produzirmos com qualidade a preços competitivos. Tivémo-nos de adaptar à crise sem ignorar a qualidade», deixou claro Peter Knight. No entender de Peter Knight, a Camposol não quer competir só com o preço. «Somos nós que temos de saber marcar a diferença com produtos diferentes e de elevada qualidade. Para além de espinafres e vários tipos de nabos, a Camposol produz cenouras em molhos destinadas a mercados como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Dinamarca, e produz também cenouras com rama que se destinam especialmente aos mercados de França, Alemanha e Inglaterra. Produzimos também cerca de duas mil toneladas de abóbora, exportamos salsa de raíz para a República Checa, e bolbos de cebolas para o mercado espanhol. Tudo produtos de excelência que fazem a diferença», sublinha Peter Knight. Perguntámos a Peter Knight se a República Checa se apresentava como um bom mercado para a Camposol, e a resposta não se fez esperar. «Todos esses mercados

são bons, seja ele a República Checa, a Polónia, a Bulgária, a Eslováquia. São mercados onde se faz sentir o poder de compra da classe média, e que nos interessam muito», salientou o Administrador da Camposol. Novos produtos em ensaio com mercados garantidos A Camposol que ao longo da sua vida tem feito investimentos avultados visando tornar-se uma empresa moderna e cada vez mais competitiva, está sobremaneira

atenta à diversificação. No entender de Peter Knight, devido à excelente qualidade do clima que desfrutam, «aqui é possível cultivar quase tudo e durante quase todo o ano». E adiantou alguns exemplos daquilo que poderá vir a ser feito muito em breve pela Camposol. «Nós este ano temos feito ensaios para ervilha fresca com o objectivo de conquistármos o mercado finlandês e dinamarquês. Na Finlândia e na Dinamarca as pessoas comem ervilhas frescas como fossem rebuçados. E também decorrem ensaios para fazer-

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DR

› AGRICULTURA

mos milho doce, um produto que aqui se consome muito pouco, mas há mercados que compram muito este produto. Nós na Camposol criamos o produto consoante a procura dos mercados, procedimento que facilita muito o escoamento destes produtos», precisou Peter Knight. Para Peter Knight o mercado nacional é sempre importante para a Camposol, representando neste momento cerca de 20 por cento da sua produção. «A produção de relva natural certificada já teve tempos melhores, e hoje os produtos hortícolas significam quase 70 por cento da facturação da Camposol, isto se levarmos em conta os produtos hortícolas que exportamos, que são muitos». Relva natural para os melhores estádios da Europa A introdução da relva natural no core business da Camposol ficou a dever-se à ideia do sócio de Peter Knight, que em

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Inglaterra já se dedicava a este produto. E há 7 ou 8 anos atrás a Camposol viveu tempos áureos neste segmento de mercado, tendo-se destacado por produzir e fornecer relva natural certificada a alguns clubes desportivos de grande dimensão na Europa. «Ainda ontem colocámos o tapete de relva natural certificada no Estádio do Málaga, e daqui a uns dias vamos fazer um trabalho idêntico no Estádio do Granada. Mas antes disso a Camposol já inscreveu a sua marca em obras semelhantes nos estádios do Real Madrid, Barcelona, Milan, Mónaco, Lyon, e em Portugal os estádios do Sporting, Benfica e Porto também levaram as nossa relva. São obras que nos orgulham muito e que são um testemunho da capacidade do nosso trabalho», sublinhou Peter Knight que, entretanto, reconhece que este negócio está hoje um pouco parado em Portugal, até pelas dificuldades financeiras com que os clubes

desportivos se debatem neste momento. «Mas melhores tempos virão», desejou o nosso entrevistado. Segundo Peter Knight, em Portugal existe alguma concorrência no sector da produção de relva natural, mas mesmo assim a Camposol está incluída no ranking das três melhores produtoras. Para uma empresa como a Camposol, a formação surge como um elemento importantíssimo, até porque cada vez mais é díficil encontrar pessoas que queiram e se adaptem aos requisitos de uma actividade específica como esta. «Essa dificuldade levou-nos a integrar no nosso grupo de trabalho um grupo de trabalhadores tailandeses, pessoas que se adaptaram facilmente ao nosso modelo de trabalho e que merecem da nossa parte todo o respeito», concluiu Peter Knight, que deseja ver a Camposol cada vez mais forte e competitiva, levando aos diversos mercados o melhor que a terra produz. ‹

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› ECONOMIA IBÉRICA

EDITORIAL São já habituais as notícias de empresas portuguesas que trabalham com sucesso nos países com ligações históricas e culturais com Portugal, nomeadamente Brasil e Palops. Porém, é menos frequente ouvir falar de empresas ou de investimentos portugueses no mercado hispanoamericano, sendo que, no momento atual, muitos deles estão a viver uma autêntica década de ouro. Na Antonio Viñal & Co. Abogados, achamos que esta oportunidade é para aproveitar. Por tal motivo, desde a nossa secção de Economia Ibérica queremos contribuir a informar os empresários portugueses do potencial existente nos países americanos de fala espanhola. Neste número mantivemos uma entrevista com o Exmo Sr. Embaixador do Equador em Portugal, Dr. Diego Aulestia Valencia, que nos oferece uma ampla visão sobre a economia do seu país e as oportunidades de investimento para Portugal. Como é habitual, qualquer comentário ou sugestão são bem-vindos em lisboa@avinalabogados.com e madrid@avinalabogados.com

ENTREVISTA AO EMBAIXADOR DO EQUADOR EM PORTUGAL, DIEGO AULESTIA VALENCIA Quais as áreas de investimento mais importantes?

Considero que na atualidade as áreas da economia equatoriana de maior desenvolvimento e que oferecem maiores oportunidades de participação para empresas estrangeiras são: indústria, e serviços petrolíferos; turismo; infra-estrutura (habitação social, rodovias, obras de control de inundações e grandes projetos urbanos, particularmente o metro de Quito de próxima licitação); energias renováveis (especialmente a energia eólica, biomassa e centrais hidroelétricas). Para citar apenas un par de cifras, nos oito projetos hidroelétricos, o país investiu 5 mil milhões de dólares. Para o metro de Quito, que na realidade é um sistema integrado de transporte, existe um orçamento de aproximadamente 1.500 milhões de dólares, o qual será financiado, nomeadamente, pelo Banco Europeu de Investimentos. No futuro próximo está prevista a exploração responsável de ricas jazidas minerais, o que abrirá ainda maiores possibilidades de negócios. Que apoios pode encontrar o investidor português no Equador?

A melhor carta de apresentação do Equador é a sua sólida economia resultante, em grande medida, da gestão responsável e técnico das finanças públicas. Igualmente, o Governo Nacional oferece um marco jurídico robusto, que dá confiança suficiente ao empresário e investidor estrangeiros. Em Dezembro de 2010 foi ditada a Lei de Fomento à

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Produção que estabelece atrativos e importantes benefícios tributários para o novo investimento e para a substitução seletiva de importações. Existem também instituições especializadas na atração de investimentos e impulso à produção. Inclusive os projetos podem aceder a financiamento local, provisto por bancos públicos especializados. Finalmente, através da Embaixada em Lisboa é possível estruturar agendas de visitas no Equador para empresários e investidores interessados no país.

mia em plena expansão (com taxas de crescimiento -em promédio- de 4.3%, nos últimos cinco anos). Merece ser salientado que o Equador tem a maior taxa de investimento relativamente ao PIB entre os países da América Latina. Ainda existe uma notável expansão do consumo e da redução da pobreza, todo o qual contribui à coesão social e cria positivas condições de futuro. Por outro lado, o Equador assinou acordos comerciais com os países da América Latina, tendo um acesso privilegiado ao importante mercado venezuelano. Trata-se de un país com grandes perspetivas e as melhores oportunidades para empresários que procuram novos mercados, em processo de expansão. Finalmente, desde o año 2000, o dólar norteamericano é usado como a moeda no Equador, o qual oferece condições de certeza para o desenvolvimento dos negócios. Quais são as perspetivas da economia equatoriana para os próximos anos?

As perspetivas no curto e médio prazo são muito favoráveis. Desde uma ótica de curto prazo, poderia mencionar, por exemplo, que no ano 2013, conforme as previsões da Comissão Económica

INVESTIMENTO NO EQUADOR1 Tipos de Sociedades

Tipo de Sociedade

Nº mínimo de socios

Capital social mínimo

Compañía de Responsabilidad Limitada (equivalente à sociedade por quotas)

3

Fixado pela Superintendencia de Compañías - $ 400

Sociedad Anónima (equivalente à sociedade anónima)

1

Fixado pela Superintendencia de Compañías - $ 800

Impuesto a la Renta a Empresas – equivalente ao IRC

Qual é a presença portuguesa no Equador?

A comunidade portuguesa no Equador é muito pequena e, da informação que possui a Embaixada, está principalmente dedicada a atividades de pesca. É preciso lembrar que o meu país possui ricos recursos ictiológicos, além de importantes investimentos na aquicultura, nomeadamente as relativas ao cultivo do camarão. Uma das minhas principais tarefas na Embaixada, é a de lograr que a presença portuguesa no Equador aumente de forma exponencial. Nesta altura existem as melhores oportunidades para que empresas portuguesas vão para o Equador. Como já referi, exsite um amplo leque de possibilidades em que a presença portuguesa é bem-vinda.

para América Latina (CEPAL), o Equador crescerá 3.5%. Este incremento será impulsionado pela procura interna, a dinâmica do investimento e o crescimento sustentado do consumo dos lares. Agora, o melhor virá no médio prazo, entendido como tal um par de anos. Vejo um desenvolvimento inteligente do meu país graças à abertura ao investimento responsável, num contexto en que todas as partes ganhem. Investimento responsável é aquele que mantém a ética com os trabalhadores, os consumidores, o ambiente e com o Estado através do cumprimento das obrigações tributárias. Os passos dados pelo Governo Nacional, por exemplo, no que diz respeito às melhoras institucionais, ao sistema de justiça, o investimento em infra-estrutura e no talento humano e com o pagamento da dívida social, teve como resultado o avanço do setor produtivo. Por citar um exemplo, nos últimos anos os setores manufatureiros, de construção e serviços cresceram entre 6 e 7%. Todo isso favoreceu a melhora do poder adquisitivo da gente e a consolidação de uma sociedade mais equitativa, mais coesa e com excelentes perspetivas futuras. ‹

Taxa Geral

25%

Taxa por reinvestimento

15%

Sobre o valor da transferência ou importação de bens móveis

12%

Sobre a prestação de serviços

12%

Sobre as exportações de bens e serviços

0% (nos termos da Lei Tributária)

Produtos básicos, saúde, importações diplomáticas, donações, admissão temporária e serviços básicos

0% (nos termos da Lei Tributária)

IVA

Que questões devem ter em conta os empresários portugueses na altura de considerar um investimento no Equador?

Acho não estar enganado se afirmar que o meu país vive o seu melhor momento na história recente. O Equador tem uma econo-

Para mais informação, podem visitar o blog “Inversor Ibérico” em www.inversoriberico.blogspot.com 1 A presente informação não constitui assessoramento legal. Aconselha-se obter assessoramento local.

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A FECHAR

Quinta do Pôpa apresenta novos programas de enoturismo

“Douro a Dois” O produtor de vinhos duriense Quinta do Pôpa cuja propriedade se situa em Adorigo, no concelho de Tabuaço, no Alto Douro Vinhateiro, e constitui uma “janela” privilegiada sobre o rio Douro, apresenta na Bolsa de Turismo de Lisboa um conjunto de novos programas de enotutismo em 2013. Em destaque estará o programa “Douro a Dois”, que contempla visita e prova de vinhos na Quinta do Pôpa (apresentação da história, gentes e vinhos do produtor duriense, visita á adega, aos lagares, à sala de cascos, à garrafeira e à sala de provas, seguida de prova de um branco, dois tintos e o inovador “Pôpa Vinho Doce tinto”), jantar e alojamento no Hotel Folgosa. Este programa estará disponível a partir do próximo dia 1 de Abril. De referir que este projeto familiar é liderado pelos irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira, enquanto a componente enológica é liderada por Luís Pato. ‹

TAP aposta nos vinhos portugueses A TAP está a construir uma nova carta de vinhos para a classe executiva com base numa experiência inovadora, que consistiu numa prova de vinhos realizada em terra e seguidamente a bordo de um avião. De acordo com os estudos efetuados sobre o ambiente em cabine de avião, a altitude tem influência no modo como são percebidas as refeições. A companhia aérea portuguesa pretende deste modo continuar a constituir uma montra para os vinhos nacionais. No ano passado, a companhia serviu a bordo 700 mil garrafas de vinho e vendeu, através das Lojas Francas, 800 mil garrafas. No total, o Grupo TAP comprou 1,5 milhões de garrafas de vinhos nacionais. ‹

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PSA Mangualde cria 300 postos de trabalho A PSA Mangualde anunciou em comunicado a criação de um terceiro turno com 300 novos postos de trabalho diretos, já a partir de Abril do presente ano, situação que segundo o construtor francês se manterá “no mínimo até ao fim do corrente ano, de forma a responder à previsão das encomendas”. A decisão foi tomada com base nas perspetivas de evolução do mercado dos modelos fabricados em Mangualde, o Citroen Berlingo e o Peugeot Partner, modelos que são líderes de mercado em toda a Europa no seu segmento. Com a criação destes 300 novos postos de trabalho diretos, a empresa passa a empregar 1150 colaboradores e a ter como referência uma produção de 285 veículos por dia. Em 2013 a empresa deverá produzir em Mangualde cerca de 60 mil viaturas, um aumento de 36% face a 2012, quando a produção se ficou pelas 43.940 unidades. ‹

Altran investe no Fundão A cidade do Fundão vai receber o centro de serviços “nearshore” da multinacional Altran, destinado a projetos de Sistemas de Informação e Telecomunicações. O projeto vai envolver a contratação de 120 pessoas, a serem recrutados entre 2013 e 2015, dos quais 40 a 60 serão já contratados no presente ano. Segundo a Altran, a região do Fundão e as áreas circundantes apresentam “condições ótimas para o desenvolvimento de projetos tecnológicos”, particularmente “a proximidade de universidades de referência e a estratégia de integração da comunidade e da autarquia do Fundão”. A Altran entrou no mercado português em 1998, tendo atualmente 400 colaboradores. O Grupo reportou no ano passado um volume de negócios de 1.456 milhões de euros. ‹

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