Revista Brasil Portugal Edição 8

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Francisco Zuza de Oliveira fala do potencial de crescimento do Ceará

José Nelson Bessa Maia: Portugal e seus caminhos frente à crise

Construção civil bate recorde de crescimento

BRASILPORTUGAL NO CEARÁ

Ano III - # 8 - Julho-Agosto-Setembro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR

CEARÁ BATE O PRÓPRIO RECORDE DE TROCAS COMERCIAIS – SOMA DE IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES ALCANÇA A MARCA DE US$ 3,4 BILHÕES Jul-Ago-Set 2011 1


2 Brasil-Portugal no Cearรก


nesta edição

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comércio O Ceará atingiu, em 2010, seu recorde na corrente de comércio (soma dos bens exportados e importados), alcançando a marca de US$ 3,4 bilhões

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homenagem Ícone que representa a segunda-feira mais festiva do mundo, Júlio Trindade deixa saudades e uma lacuna que dificilmente será preenchida

4 9

breves

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editorial Superando os tempos de crise

informecial Aquiraz Riviera

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entrevista Desenvolvimento do Ceará estampa cenário empreendedor

enlp Construindo negócios e conhecimento

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negócios Os desafios da atração de investimentos

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com o Francisco Zuza de Oliveira, diretor presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará

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gastronomia Pratos típicos separados por milhares de quilômetros, mas unidos pela história, a panelada e a tripa à moda do porto

diversão garantida

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página econômica As câmaras de comércio e a crise portuguesa

42

homenagem Julio Pirata d´Iracema, o português apaixonado pelo Ceará

página jurídica O regime diferenciado de contratações públicas para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016

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informecial EDP

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campanha Trânsito Leve

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comércio Importação de insumos

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exportação Líder do mercado

página econômica As empresas brasileiras e a visão global

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gastronomia Tripas e víceras à la carte

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cplp Uma comunidade de língua portuguesa, com certeza

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página econômica Portugal é Maior que a Crise

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espaço ibef economia Canteiro de obras

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mercado Trade Brasília

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20

fiec Reforço no intercâmbio

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oportunidade Diversão dividida,

cultura Dicas de livros

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agenda Jul-Ago-Set 2011 3


enlp

breves | notícias

Associação Comercial de Lisboa promove missão ao Brasil A Associação Comercial de Lisboa (ACL) coordenará nova missão empresarial ao mercado brasileiro, com Fortaleza e São Paulo no roteiro. A iniciativa, que ocorre entre os dias 3 e 8 de outubro, inclui a participação no Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, a ser realizado em Fortaleza. A delegação portuguesa terá a oportunidade não só de participar nas diversas sessões e painéis temáticos como também de se reunir com empresários brasileiros e dos países de língua portuguesa presentes neste evento, segundo informou a ACL. Para São Paulo, serão agendadas reuniões bilaterais de negócios, de acordo com o perfil

e interesses no mercado de cada empresa participante. A passagem da missão por São Paulo coincide ainda com a Metaltech - Feira de Máquinas e Ferramentas e com a Petrotech – Feira de Tecnologias para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Este projeto de prospecção de oportunidades de negócio da ACL ocorre apenas alguns dias antes da realização, em Lisboa, de mais uma edição da feira Portugal Exportador, evento que procura encontrar novas vias de internacionalização para as empresas portuguesas. O Portugal Exportador 2011 acontecerá a 13 de outubro no Centro de Congressos de Lisboa.

esporte

Equipe do Aquiraz Riviera vence primeiro Torneio regional de Golfe Interclubes do Ceará O Torneio de Golfe Interclubes Aquiraz Riviera, primeiro torneio regional de golfe do Ceará, aconteceu em agosto e terminou com a vitória do clube anfitrião. Com um total de 435 tacadas em dois dias de circuito, nos nove buracos do campo de golfe Ocean Golf Course, a equipe A do Clube Aquiraz Riviera venceu o torneio, com a equipe B do Aquiraz Riviera tendo chegado em segundo lugar, com 439 tacadas, e o Sport Club, de Recife (PE), em terceiro lugar, com 447 tacadas. Ao todo, mais de 70 golfistas de vários Estados do Norte e Nordeste participaram do evento, realizado no Aquiraz Riviera, complexo turísticoimobiliário situado na Praia de Marambaia, a 35 km de Fortaleza (CE). Ao todo, foram nove equipes competindo na categoria Stroke Play em 18 buracos, além da disputa individual no torneio no formato Gross. No torneio individual, os golfistas

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cearenses dominaram o torneio e conquistaram os três primeiros lugares. O vencedor foi Max Lima, com 161 tacadas nos dois dias de torneio; em segundo lugar, Rafael da Silva, com 164 tacadas; o terceiro lugar ficou com Luis Miguel Félix, com 176 tacadas. Os vencedores em equipe e individuais receberam troféus. O Aquiraz Riviera vem promovendo periodicamente eventos esportivos, consolidando o seu campo de golfe, o primeiro do Ceará, como novo destaque do cenário nacional do esporte. Pelo menos uma vez por mês são realizadas competições para diferentes modalida-

des e jogadores. Em 2011, já foram promovidos o Torneio de Duplas Aquiraz Riviera, a Copa Aquiraz Riviera, o Torneio Pitch & Putt, o Torneio das Crianças, o Torneio das Senhoras e o Torneio de Beneficência. Para o segundo semestre deste ano, estão programadas mais de 15 competições.


lua de mel

Dom Pedro Laguna com tarifas especiais para recém-casados O Dom Pedro Laguna - Beach Villas & Golf Resort disponibiliza aos seus usuários um novo pacote de Lua de Mel. Incluindo estadia de duas noites com roupas de cama especiais em meio a pétalas de rosas, além de servir água, frutas, champagne (ou espumante) e trufas de chocolate e morangos, o pacote pode ser adquirido a partir de R$ 650 por pessoa. A promoção é válida até 30 de

novembro de 2011 (exceto em feriados). Os clientes são prestigiados ainda com oferta de almoço (aos sábados) e de late check out às 17 horas nos domingos. Mais informações pelo fone (55 85) 3388 3000, no site www.dompedro.com ou pelo e-mail reservas@dompedrolaguna.com. O Dom Pedro Laguna faz parte do grupo Dom Pedro Hotels, que celebra pela quinta edição conse-

cutiva a oficialização do Dom Pedro Palace, que também faz parte do grupo, como o hotel oficial dos artistas do Rock in Rio-Lisboa. Cantores e integrantes da organização aproveitarão o conforto do hotel cinco estrelas, no centro da capital e a poucos minutos do Parque Bela Vista, sede do evento a ser realizado nos dias 25, 26 e 31 de maio e 1º e 2 de junho de 2012.

perspectiva

Companhia portuguesa de máquinas para construção civil mira o Ceará para sede nova Estado privilegiado na visibilidade por parte do empresariado português, o Ceará segue com seu status de zona preferencial de investimento do país-irmão. Quem agora pretende aportar em terras alencarinas é a Carfel, empresa produtora de máquinas para produção de blocos de concreto. Para os representantes da empresa, o Ceará chamou a atenção pela política de redução e isenção de impostos praticada pelo Governo, além da localização geográfica privilegiada, entre grandes mercados consumidores, como Bahia e a Região Norte. Outra influência na decisão é a expectativa de eficiência do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) para o escoamento da produção.

A Carfel deve enviar seu projeto de instalação para análise do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico, com resultado a ser divulgado até o fim do ano. Com planos de construção da fábrica em 2012, na Grande Fortaleza, em terreno de 30 mil m² próximo a empresas de ferro e aço, sua instalação promete movimentar o mercado, necessitando de mão de obra qualificada em cursos como Engenharia Mecânica. Pelo menos 100 empregos diretos devem ser gerados inicialmente.

inclusão

CBP-CE apoia inauguração de núcleo de tecnologia no Tancredo Neves Com o apoio da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) e do Rotary Planalto, aconteceu no dia 5 de agosto a inauguração do núcleo de tecnologia do bairro Tancredo Neves, em Fortaleza, com a entrega da Biblioteca Integrada a Lan House Bila + iiiD. O Bila procura estimular a leitura e a compreensão de textos através da tecnologia. Junto com o iiiD, a intenção é ampliar as possibilidades de aprendizado, utilizando outros estímulos como brinquedoteca, filmes, jogos, contadores de histórias e clube de leitura e poesia. Com a inauguração dessa unidade no Conjunto Tancredo Neves, a expectativa é criar uma nuvem tecnológica no bairro, com um projeto de inclusão digital. Jul-Ago-Set 2011 5


trabalho

breves | notícias

Câmara dos Deputados aprova acordo diplomático com Guiné-Bissau O acordo sobre o exercício de atividades remuneradas por dependentes de integrantes do corpo diplomático assinado por Brasil e Guiné-Bissau em 2010 foi aprovado no dia 10 de agosto pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa da Câmara dos Deputados do Brasil. O texto da Mensagem (157/11) do Executivo estabelece, dentre outros pontos, a definição de dependente, os procedimentos legais para formalizar o pedido de autorização de trabalho entre as duas nações e a não aplicação de imunidades previstas em instrumentos internacionais a esses dependentes. Dessa forma, o dependente que desejar exercer atividade remunerada deverá solicitar por escrito autorização ao Ministério das Relações Exteriores do país de destino, juntamente com breve descrição da ocupação pretendida. A

divulgação da aceitação ou não do pedido fica a cargo do Ministério, que deverá informar à embaixada do país de origem do dependente. Com a aprovação, a mensagem foi convertida a projeto de Decre-

to Legislativo 350/11. A proposta tramitará em regime de prioridade e será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público, de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário.

beneficência

Arca da Paz promove Dia das Crianças A Associação Social Educacional Criança Integral (Aseci), entidade recém-associada à Câmara Brasil-Portugal no Ceará, é uma organização não-governamental (ONG), que funciona desde 2005 no Uruaú, em Beberibe, mantendo a Escola Arca da Paz - entidade

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que auxilia a educação e o relacionamento interpessoal e intrapessoal de crianças em estado de vulnerabilidade social. Além das ações diárias, em homenagem ao Dia das Crianças, a Arca da Paz realizará uma semana de atividades interativas. De 10 a 14 de outubro, as crianças participarão em gincanas e receberão lembrancinhas. Todas as ações e projetos propostos pela Associação são mantidos com doações. Visando garantir essas doações e multiplicá-las para um melhor atendimento das crianças, a entidade está trabalhando em parceria com empresas em um relacionamento de Responsabilidade Social. O ensino é totalmente gratuito e integral, com cerca de 50 crianças sendo assistidas com alimentação e educação diferenciada com o “Método de Educação por Princípios”, que basicamente trabalha no comportamento e no caráter da criança.

SERVIÇO: Empresários interessados em ajudar a Associação podem entrar em contato dos seguintes modos: Site - www.arcadapaz.org.br Facebook facebook.com/arcadapaz Telefones (85) 9922 2353 para agendamento de visitas e (85) 9912 9923 para parcerias de responsabilidade social


sócios

Novas empresas aderem à CBP-CE Conheça os mais novos associados à Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE): TURISMO urismo - RecémTurismo Casablanca T associada à CBP-CE, firmou parceria como a agência oficial do Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP). Comemorando seus 25 anos de atividade em 2011, a Casablanca Turismo proporciona o máximo conforto para os participantes, marca de sua atuação no mercado. A empresa, a maior do Norte e Nordeste do Brasil, almeja ampliar suas possibilidades de negócios, penetrando no universo dos demais associados em relação a viagens e ao setor corporativo. Segundo Camila Fernandes, supervisora de eventos da Casablanca Turismo, a empresa vai disponibilizar espaço VIP em dois pontos no Aeroporto Internacional Pinto Martins e traslado para os participantes do aeroporto para o hotel. Para os associados da CBPCE, Camila lembra que existe o bônus fácil, em que as compras são revertidas em pontos. Com o acúmulo de pontos, o cliente pode trocar por brindes ou até por uma nova viagem. Mais informações no telefone (55 85) 3466.6000 ou no site www .casablancaturismo.com.br www.casablancaturismo.com.br .casablancaturismo.com.br. Companhia do Buggy - Com oito anos de fundação, a empresa passa a integrar a associação com o intuito de expandir sua atuação no mercado. Para o empresário Amarildo Alves, a escolha pela CBP-CE não foi ao acaso, pois “o público português é destaque na compra e nos aluguéis dos veículos para passeio. Além disso, aqui no Ceará, há uma tradição de os hotéis adquirirem os buggys para oferecer aos hóspedes o passeio, sendo um atrativo a mais nos seus serviços”, explica. A Companhia do Buggy produz veículos completos ou o kit (carroceria e chassi, sem a

parte mecânica). Mais detalhes pelo telefone (55 85) 3087.9012 ou no site www .buggycauipe.com.br w.buggycauipe.com.br .buggycauipe.com.br.. COMÉRCIO a scalabis - Com o foco na Pharma Pharm indústria farmacêutica e alimentícia, e ênfase em comércio exterior, foi fundada em 2006. A empresa opera na comercialização de produtos hospitalares e alimentos voltados para a saúde e o bem-estar. Trabalha também pela internacionalização das transações comerciais, em busca de novos parceiros e mercados. Segundo o diretor comercial Miguel de Mello, a associação à CBP-CE se deve “ao dinamismo e ao empreendedorismo demonstrado pela instituição, além da ajuda na obtenção de parceiros para negócios”. Ele considera a CBP-CE parceira empresarial importante no mundo globalizado. Entre os produtos principais da Pharmascalabis estão dermocosméticos, dietéticos naturais e outros voltados para o desenvolvimento infantil, além de acessórios farmacêuticos e hospitalares (seringas descartáveis, discos de amamentação, kits para transfusões de sangue, para quimioterapia e hemodiálise e artefatos de vidro científico). Para saber mais, basta ligar para (351) 912632490 (Portugal) ou acessar o site www .expophar mascalabis.com. www.expophar Gana Indústria Comércio e Importação Ltda (Ganalab) - A Gana é uma empresa com experiência de uma década no mercado, capaz de se renovar a cada dia, procurando fazer sempre melhor. Atende universidades, centros de pesquisas, laboratórios públicos, laboratórios de análises e patologia clínica, indústrias de águas, alimentícias e farmacêuticas. Sempre atenta ao mercado, a Gana oferece aos seus clientes o que existe de mais moderno e tecnológico no campo das análises físico-quimícas e microbiológicas. Para saber mais, basta acessar

.ganalab.com.br o site www www.ganalab.com.br .ganalab.com.br. CONSULTORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL GuiGus Solutions - Segundo o empresário Luis Antunes, a GuiGus Solutions aderiu à Câmara antes mesmo de seu efetivo lançamento para obter o apoio necessário para a divulgação do negócio. “A CBP-CE tem informações e contatos importantes para nós, e as pessoas que representam a Câmara, já por diversas vezes, mostraram o seu carinho e incentivo ao nosso negócio”, afirma o executivo, revelando a sua motivação. Entre os serviços prestados pelo GuiGus Solutions estão o diagnóstico do desempenho de seus negócios e o aconselhamento estratégico com base no mesmo e de outras ferramentas de gestão. O processo de internacionalização das empresas também é apoiado pela GuiGus Solutions, procurando reduzir os custos de investimento e se antecipar aos riscos. A empresa está em processo de montagem de um escritório em Fortaleza, com parceiros locais. A intenção é ser um parceiro válido e fundamental para o investimento no Nordeste brasileiro. Informações pelo telefone (351) 217816285, pelo e-mail geral@guigus.pt ou no site www .solutions.guigus.pt. www.solutions.guigus.pt. ADVOCACIA eixeira Teixeira Advogado Albano T O advogado português Albano José Rocha Teixeira é bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra (Portugal) e atua na área desde 1977. Com inscrições nas ordens de advogados de seu país e do Brasil, Dr. Albano possui experiência em áreas Comercial e Financeiro, Contencioso Societário, Tributário, Arbitragem e Medicação e Acidentes de Trabalho. Seu endereço funcional é Rua Raimundo Lemos Dias, 201, Eng. Luciano Cavalcante - Fortaleza. Para mais informações: (55 85) 3264.7872.

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www.setur.ce.gov.br

8 Brasil-Portugal no Cearรก


A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria, Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de 2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de 144 associados entre sócios pessoa física e pessoa jurídica. O objetivo principal da entidade é apoiar as atividades empresarias e influir nas políticas públicas vinculadas às relações luso-cearenses no âmbito das áreas de atuação da Câmara. DIRETORIA Presidente

Jorge Duarte Chaskelmann 1º Vice-Presidente

José Maria McCall Zanocchi

editorial

Superando os tempos de crise

2º Vice-Presidente

Antonio Roberto Alves Marinho 3º Vice-Presidente

José Augusto Pinto Wahnon Diretora Tesoureira

Huga Mendes Oliveira Diretor de Energias Renováveis

Armando Leite Mendes de Abreu Diretor de Agronegócios

Carlos Manuel Subtil Duarte Diretor de Comunicação

Cliff Freire Villar da Silva Diretora de Assuntos Jurídicos

Fernanda Cabral de Almeida Gonçalves Diretor de Construção Civil

Francisco Eugênio Montenegro Diretor de Meio Ambiente

José Euber de Vasconcelos Araújo Diretora de Tecnologia da Informação (Brasil) Marluce B. Aires de Pina Diretor de Tecnologia da Informação (Portugal) Miguel Costa Manso Diretor de Logística Carlos Maia Av. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar - Ed. Casa da Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901 Fone e Fax: + 55 85 3261 7423 E-mail: secretariace@brasilportugal.org.br

BRASILPORTUGAL NO CEARÁ

A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicação trimestral da Câmara Brasil-Portugal no Ceará Ano III - # 8 - Julho-Agosto-Setembro de 2011 Conselho Editorial

Clivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi, José Wahnon e Cliff Freire Villar da Silva Jornalistas Responsáveis

Mauro Costa (CE01035JP) e Rafaela Britto (PE3672JP) Redação

Aloisio Menescal, Davy Nascimento, Deborah Duarte, Manuela Barroso, Nara Gadelha, Renan Pinheiro, Samira de Castro, Sarah Coelho, Sara Melo e Vicky Nóbrega Colaboração

Caramelo Comunicação Concepção Gráfica / Design Editorial

GMS Studio - Glaymerson Moises Produção

(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br Os artigos assinados da revista não necessariamente refletem a opinião da entidade e são de exclusiva responsabilidade dos autores.

Nestes últimos meses, temos sido confrontados diariamente com notícias sobre a situação da crise econômica e financeira mundial. Essas informações chegam diretamente até nós em nossas casas pelos noticiários de TV, pelos jornais e revistas, e em nossos escritórios por mensagens de e-mails e vários outros meios de informação. Em um momento tão delicado, a tendência é esquecermos que, apesar de tudo, o mundo não vai acabar e que as crises são uma forma de mudança necessária que permitem um renascimento de ideias, o surgimento de novas tendências, novos conceitos, novos produtos e maneiras distintas de crescer e de fazer negócios. Como exemplo positivo, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se recentemente com o atual Presidente de Portugal, Cavaco Silva, informando do interesse de grupos brasileiros em investir na aquisição de empresas estatais portuguesas no processo das privatizações. O Governador Jacques Wagner foi a Portugal participar de uma conferência de investimentos, dando incentivos a empresários portugueses que venham trazer os seus investimentos para o Estado da Bahia. Estas são ações motivadoras e que demonstram como o trabalho, o desenvolvimento de ideias e a boa vontade podem criar condições que permitam a interlocução e estimulem os empresários com coragem e imaginação a driblar a crise. A Diretoria da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará foi ousada ao empreender este projeto do Encontro de Negócios da Língua Portuguesa em um momento tão difícil. Alguns insistiram em dizer: “Desistam já!”. Outros prenunciaram a ausência de recursos por conta da crise: “É um encontro muito caro!”, diziam. E alguns chegaram a vaticinar o insucesso da iniciativa. Hoje, caros associados e prezados leitores, temos o orgulho em proclamar que o Encontro de Negócios é uma realidade e um sucesso. Passamos a receber inscrições de forma constante, tão mais próximo o evento se aproximava. O Encontro se consolidou com a dimensão dos recursos disponíveis e tem o apoio das associações empresariais, das empresas e dos órgãos oficiais do Estado do Ceará, o que muito nos honra. Mas tudo isto não seria possível sem o trabalho voluntário dos membros da Diretoria da Câmara, que acreditaram em um ideal de internacionalizar os negócios criando um espaço da língua portuguesa a partir do Nordeste, aqui no Ceará. Louve-se também o nível de excelência e de envolvimento de nossos palestrantes locais, também voluntários e dedicados a este projeto, e a quem muito agradecemos seu contributo. Esta Câmara completa em 2011 dez anos de existência e tem crescido em dimensão e prestígio graças ao esforço de muitas dezenas de pessoas que por aqui passaram e que abnegadamente deixaram sua contribuição anônima. E assim acreditamos que continuará sendo a realidade desta instituição, quando a atual Diretoria passar o seu testemunho ao próximo grupo de homens e mulheres que acreditam nas palavras de Fernando Pessoa e seguem fielmente o lema: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” Jorge Duarte Chaskelmann Presidente CBP-CE – Gestão 2010/2014

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entrevista Francisco Zuza de Oliveira diretor presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará

10 Brasil-Portugal no Ceará


DESENVOLVIMENTO DO CEARÁ ESTAMPA CENÁRIO EMPREENDEDOR O ESTADO CONSEGUIU SE FIRMAR COMO REFERÊNCIA NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL EM VÁRIOS SETORES. PEÇA FUNDAMENTAL PARA ALCANÇAR ESTA POSIÇÃO, O ENGENHEIRO AGRÔNOMO ZUZA DE OLIVEIRA ESTÁ ENTRE OS PRINCIPAIS NOMES DO EMPREENDEDORISMO CEARENSE Se nos últimos 10 anos o cenário de agronegócio no Ceará deu um salto significativo, boa parte desse sucesso deve-se a um nome: Francisco Zuza de Oliveira. O engenheiro agrônomo paraibano de 58 anos chegou ao Ceará em 1999 para implantar projetos competitivos empresariais, mais precisamente no desenvolvimento da agricultura irrigada. Os avanços podem ser comprovados em alguns números que transformaram o Ceará em referência. De lá pra cá, por exemplo, o Estado passou de 15º para 2º exportador de frutas do Brasil. A agricultura irrigada deu uma guinada nas exportações, passando de R$ 1,9 milhão para R$ 109 milhões, gerando 25 mil empregos a mais. Quem poderia imaginar que o Ceará figuraria na terceira posição do ranking de produção de flores no Brasil? Segundo Zuza, os principais potenciais estão voltados para frutas, flores, leite, avicultura, tilápia, camarão e mel. Os que atingem mais os municípios do interior são mel, leite e

tilápia, esse último presente em 135 dos 184 municípios cearenses, o que faz com que o Estado aparece na segunda posição de maior exportador do produto no Brasil e primeiro do Nordeste. Já o leite está presente em 134 municípios, resultando em uma renda de R$ 356 milhões. Segundo exportador de frutas frescas, o Ceará tem hoje 40 mil hectares plantados e uma renda de R$ 600 milhões desses produtos. A fruticultura é responsável por R$ 33.156.866,00 em negócios, correspondendo a uma participação de 3,6% do total das exportações cearenses. Em entrevista para a revista Brasil-Portugal no Ceará, Zuza, que deixa em outubro o cargo de Diretor Presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), traça um panorama dos principais investimentos do Ceará em outras ramificações de geração de renda, como as fontes de energia alternativa e pontua as principais vantagens competitivas do Estado. Jul-Ago-Set 2011 11


Livre – ACL e Mecanismo de Realocação de Energia – MRE), a desoneração tributária e viabilização de infraestrutura logística adequada para implementação dos projetos. Quanto à energia solar, ações pontuais já estão sendo desenvolvidas no Brasil, como é o caso do projeto "Megawatt Solar" da empresa Eletrosul; do Fundo de Incentivo à Energia Solar - FIES do Governo do Estado do Ceará; e do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da Cemig que visa implantar uma usina de 3MW. Porém, nos próximos anos, o Brasil deverá adotar incentivos para promover empreendimentos de geração de energia de fonte solar, tais como leilões específicos para referida fonte de energia, regulamentação para geração distribuída e planejamento de prédios públicos com eficiência energética.

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Como o senhor vê a expansão da energia solar e eólica nos próximos anos? A expansão das energias renováveis tende a acontecer de forma acelerada nos próximos anos motivada por necessidades como: transição mundial para uma economia de baixo carbono; incremento da geração energética brasileira que viabilize o crescimento da economia do país; alta competitividade no setor eólico apresentada nos últimos leilões federais. A energia eólica entrou definitivamente na matriz energética brasileira e já possui previsão de crescer sete vezes sua capacidade instalada nos próximos três anos. O Governo tem que trabalhar forte no que tange às principais reivindicações do setor, tais como: a implantação de um centro de pesquisa e capacitação no Brasil, a abertura de novos mercados de comercialização (através de regulamentos para atuação da energia eólica no Ambiente de Contratação 12 Brasil-Portugal no Ceará

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Qual a avaliação para o ambiente econômico do Ceará atualmente e qual o papel dos investidores estrangeiros? O Ceará está passando por um momento importante na economia, com crescimento superior ao do próprio país. Os investimentos são grandes, tanto por parte do Governo com projetos estruturantes, como de investidores privados, inclusive estrangeiros, destacandose os setores de geração de energia, metal mecânica, mineração e agronegócios.

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Quais os principais instrumentos e vantagens competitivas do Estado? Além da localização geográfica privilegiada, que oferece vantagens competitivas importantes, há os incentivos fiscais que proporcionam ao empresário até 75% de diferimento do imposto de circulação de mercadorias – ICMS, du-

rante 10 anos, renováveis por igual período, diferimento para compra de máquinas e equipamentos, incentivos específicos para investimentos em energia eólica e solar e centrais de distribuição. Também estão sendo feitos investimentos maciços em projetos estruturantes.

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Quais projetos estruturantes o senhor destacaria como diferenciais e essenciais no Ceará e no Brasil? O principal projeto estruturante do Ceará é o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que além das garantias básicas de energia e água, tem siderúrgica e refinaria em construção, aeroporto de cargas em projeto, Zona de Processamento de Exportação - ZPE em desenvolvimento, além do moderno porto em operação e sendo ampliado, já sendo o maior exportador de frutas, pescado e calçados do Brasil. Além disso, o Ceará tem ótima infraestrutura hídrica que dá garantia de água e está investindo na geração de energia renovável, tendo o maior parque eólico em operação e o primeiro parque solar da América Latina. Destaco também os investimentos do Estado em educação profissionalizante e infraestrutura de informação digital.

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A Câmara Brasil-Portugal vem há 10 anos promovendo negócios entre países de língua portuguesa aqui no Estado, incentivando investimentos e até o intercâmbio cultural. Como o senhor vê a importância das Câmaras de Comércio? As Câmaras de Comércio são parceiras importantes na promoção de negócios e atração de investimentos para o Ceará, sendo a Câmara Brasil-Portugal a mais atuante do setor, haja vista a importância crescente dos investimentos portugueses no Estado.


cplp | adesão

por Sarah Coelho

UMA COMUNIDADE DE

LÍNGUA PORTUGUESA, COM CERTEZA AGORA SÃO NOVE: CPLP ACABA DE RECEBER UM NOVO MEMBRO NO BLOCO

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onstituindo-se como vínculo histórico e patrimônio comum, a língua portuguesa tem sido o fundamento de um projeto político entre países que, apesar de estarem geograficamente separados, identificam-se pelo idioma comum. Trata-se da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada em 17 de julho de 1996 por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Recentemente, mais um país tornouse membro do bloco, a Guiné Equatorial. Segundo o Secretário Executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, todos os países foram muito receptivos à chegada do nono integrante: “Está sendo um processo positivo para todas as partes envolvidas. É muito positivo para a Guiné Equatorial aderir a uma comunidade como a CPLP, mas também é

muito importante que a CPLP exerça uma influência positiva no curso das coisas da Guiné Equatorial”, comenta. Nos últimos meses, vários países têm expressado interesse em acompanhar o trabalho do grupo como membros observadores ou plenos. As ações desenvolvidas têm objetivos precisos e traduzem-se em diretivas concretas, voltadas para setores prioritários, como a Saúde e a Educação. Para tal, procura-se mobilizar interna e externamente esforços e recursos, criando novos mecanismos e dinamizando os já existentes. Neste esforço, são utilizados não apenas recursos cedidos pelos governos dos países membros, mas também, de forma crescente, os meios disponibilizados através de parcerias com outros organismos internacionais, organizações não-governamentais, empresas e entidades privadas, interessadas no apoio ao desenvolvimento social e econômico dos países de língua portuguesa. Para o secretário Domingos Simões Pereira sempre há algo a aprender com a experiência dos outros: “Vamos partilhar aquilo que é o bem mais importante que nós temos: a solidariedade; os Estados participarem em igualdade de circunstâncias, independente de sua influência econômica”.

Para o Secretário, a adesão da Guiné Equatorial deverá vir acompanhada de um resgate histórico, já que os territórios do País foram inicialmente portugueses, mas depois transitaram para a administração espanhola. Dentre as ações que já estão sendo executadas, está a elaboração de um acervo técnico e bibliográfico em língua portuguesa e a implantação do programa de ensino do português nas escolas básicas. “Estamos a pensar não só no regime, não só na política. Nós estamos a pensar na comunidade”. Domingos Simões Pereira é Secretário Executivo da CPLP

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página econômica | comércio

por José Nelson Bessa Maia, mestre em economia pela Universidade de Brasília (UnB), ex-assessor especial para assuntos internacionais do Governo do Ceará, doutorando em Relações Internacionais na UnB e atual coordenador de estudos econômicos na Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda

Portugal é Maior do que a Crise

P

ortugal enfrenta uma situação de grave fragilidade econômico-financeira que o forçou a recorrer, pela primeira vez em três décadas, à ajuda externa. Uma fragilidade com consequente deterioração no seu tecido empresarial e bancário e nas condições de vida e emprego de seus habitantes e que reduz a capacidade do Estado nacional de garantir proteção aos menos favorecidos, bem como de promover a igualdade de oportunidades e a mobilidade social inerentes a um sistema democrático. As eleições legislativas de junho de 2011 deram um alento de esperança. Diante da crise, os eleitores portugueses manifestaram o desejo de mudança e deram um voto de confiança às forças de centro-direita (coligação PSD e o CDS/PP) para retirar o País da atual situação e recolocá-lo na rota da estabilidade financeira e retomada do crescimento. Os desafios do novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, são complexos e imensos. Mais do que mudar políticas, o que está em jogo é modificar o próprio modelo de desenvolvimento econômico e social do País. Para tal é necessário governar de forma distinta e, sobretudo, governar melhor. Impõe-se, portanto, uma solução política que se traduza em um programa de reformas coerente para mudar Portugal, aprimorando a gestão pública e as condições de competitividade de sua economia. Um arranjo sustentável que faça o País convergir para o nível de desenvolvimento de seus parceiros europeus e restaurar o seu prestígio perante a comunidade internacional. Tendo em vista a necessidade de restabelecer condições de governabilidade, o novo Governo português firmou com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) um pacote de ajuda de 78 bilhões de euros em troca do compromisso de ajus-

14 Brasil-Portugal no Ceará

tes econômicos, financeiros e estruturais. O Governo tem agora como tarefa fundamental a realização de um audacioso programa de reformas com ênfase nos seguintes objetivos: a) gerir e resolver a grave situação financeira, assumindo os custos e as condicionalidades inerentes à estabilização, executando um plano de ajuste financeiro e um plano de emergência social, que proteja os mais vulneráveis; b) criar condições para acelerar a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos, por meio do aumento na produtividade e competitividade como vias para o crescimento sustentado e ativação do mercado de trabalho; c) garantir a continuidade do Estado do Bem-Estar Social através de condições para a sua sustentabilidade econômica, financeira e intergeracional, evitando a exclusão social e assegurando repartição mais justa dos sacrifícios, protegendo os grupos mais frágeis da sociedade, em especial os aposentados e pensionistas; d) implementar transformações estruturais requeridas pelo crescimento sustentado, reduzindo o endividamento governamental e a sua despesa, especialmente através da diminuição do tamanho da administração pública e de sua ação empresarial; assegurando a autonomia da autoridade estatal, a gestão profissional dos órgãos e empresas públicas e propiciando uma cultura de mérito e excelência, com foco na qualidade dos serviços prestados ao cidadão; f) aumentar a poupança nacional, reduzindo o endividamento externo, exportando mais e melhor e dependendo menos das importações, através de políticas adequadas de ajustamento macroeconômico e reforço ao empreendedorismo; da ação externa coerente e de uma nova política energética;


g) valorizar os novos setores estratégicos, em particular os que têm maior impacto nos bens exportáveis, dando a devida prioridade à agricultura, à pesca, ao turismo e à indústria cultural, promovendo a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável do território; e, por fim, mas não menos importante, h) remover bloqueios e restrições à recuperação econômica, com especial destaque para as reformas microeconômicas da concorrência; dos mercados de trabalho e imobiliário; do sistema fiscal e tributário, e da previdência social. Trata-se, portanto, de uma agenda de reformas ambiciosas e até então sempre adiadas. No entanto, a gravidade da crise exige a sua execução. O seu fiel cumprimento imporá sacrifícios no curto prazo, porém, no médio e longo prazo, a economia portuguesa superará sua trajetória anterior de baixo crescimento e limitada geração de empregos, ampliando a internacionalização de suas empresas e a competitividade de

seus setores produtivos. A atual crise europeia passará e Portugal deve preparar-se devidamente para competir num espaço concorrencial continental ainda mais exigente do que o de pré-crise. Além da frente europeia, Portugal conta com um trunfo: a auspiciosa exposição e acesso ao dinâmico mundo emergente da Lusofonia, tanto o Brasil como os demais países africanos de língua oficial portuguesa. Países esses não apenas mais resilientes à crise financeira global, como caracterizados por promissoras expectativas de crescimento e consolidação de seus mercados internos. Mais uma razão para Portugal se antecipar e buscar estreitar suas relações com os países da CPLP. Portugal é maior do que a crise e o momento requer tanto o empenho nas reformas internas quanto a retomada de sua vocação oceânica e os aprofundamentos de seus laços econômicos, políticos, comerciais e de cooperação com seus parceiros das comunidades lusófonas. Para frente, Portugal!

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ESPAÇO IBEF

O comportamento da indústria cearense em 2011

Q

uando analisamos os dados da indústria de transformação do estado do Ceará, nos primeiros sete meses de 2011, verificamos que este setor passa por uma fase que poderia ser designada de “descencional”. De fato, as estatísticas mostradas na tabela a seguir dão conta que, à exceção das exportações de produtos industrializados, todas as variáveis ali mostradas apresentam resultados negativos quando comparadas com os primeiros sete meses de 2010. Este fato, na realidade, é reflexo da situação econômica do País, onde as políticas adotadas pelo Governo são diametralmente opostas à política de incentivo à industrialização. Veja-se que as três mais importantes variáveis macroeconômicas para o setor produtivo estão completamente desalinhadas com a realidade do parque fabril cearense, quiçá do parque fabril brasileiro. São elas: a taxa de juros, a carga fiscal e a taxa de câmbio. Veja-se que durante esses primeiros setes meses, a taxa de juros foi uma variável ascendente, idem para a carga fiscal, ibdem para o valor do Real. E quais são as perspectivas de mudança? Apesar de o COPOM ter diminuído a taxa SELIC em 0,5 ponto percentual, a continuidade da queda na taxa de juros não está garantida. Por outro lado, o fato de o Brasil pagar as maiores taxas de juros, continua a ser um incentivo para a entrada de divisas no País. Portanto, não há perspectiva de uma desvalorização do Real. E a insistência de Governo em recriar a CPMF (e, com certeza, vai conseguir) é uma indicação que a carga fiscal também não cairá. Portanto, nada nos oferece razões para sermos otimistas quanto ao comportamento ascendente do setor industrial cearense.

16 Brasil-Portugal no Ceará

Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, o setor industrial do Estado apresentou comportamento de variação positiva, em julho, quando comparado com o mês anterior, para todas as variáveis apresentadas na Tabela abaixo. A única explicação que se tem para isso é o incremento da economia fruto dos investimentos públicos que estão sendo realizados nos Estado. TABELA Indicadores Gerais da Indústria de Transformação - Ceará Variações Reais, em %

Indicadores

Julho / 2011

Junho / 2011

Julho /201

Julho /2010

Jan-Jul / 2011

Jan-Jul / 2010

Vendas Totais da Indústria

14,24

-5,73

-2,83

Pessoal Total Empregado

0,52

-6,43

-4,93

Horas Trabalhadas

3,71

-5,61

-6,78

Massa Salarial Real

9,30

-0,77

-3,85

Exportações de Produtos Industrializados

10,97

7,02

5,88

Utilização da Capacidade Instalada (nível %)

85,96

83,98

88,24

Fonte: Fonte: FIEC/INDI/Unidade de Economia e Estatística – UEE (a) Em junho de 2011; (b) Em maio de 2011; (c) Em junho de 2010.

Portanto, é viável se pensar que o comportamento descendente do setor industrial cearense apresentado no primeiro semestre do corrente ano, dado este ponto de inflexão em julho, possa apresentar ao final do ano, taxa de crescimento positiva, embora modesta, com certeza. por Pedro Jorge Ramos Vianna, professor titular da UFC, aposentado


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economia | tendência

por Samira de Castro

CANTEIRO DE OBRAS CONSTRUÇÃO CIVIL BATE RECORDES DE CRESCIMENTO E EMPREGOS FORMAIS

E

m vias de receber os dois principais eventos esportivos do planeta – a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – o Brasil é hoje um verdadeiro canteiro de obras. Aliados a estes empreendimentos, o país experimenta uma fase de expansão do crédito imobiliário, a construção de grandes projetos de infraestrutura (sobretudo nas áreas de geração de energia e de transportes) e a execução do maior programa federal de habitação

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popular, o Minha Casa Minha Vida. Tudo isto faz com que o setor de construção civil brasileiro apresente taxas chinesas de crescimento. O impacto das atividades da construção civil reflete diretamente no mercado de trabalho formal brasileiro. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, de janeiro a julho deste ano, o setor gerou 218.445 vagas com

carteira assinada, equivalentes ao crescimento de 8,6% em relação ao estoque de empregos de igual intervalo do ano anterior. O incremento nas contratações decorreu da expansão primordialmente nas atividades de obras viárias e edificações. No Ceará, além das obras da Copa e do programa Minha Casa, Minha Vida a construção civil segue embalada por projetos como a ampliação do terminal portuário do Pecém – com a construção do Terminal de Múltilplos


Usos (TMUT) –, em São Gonçalo do Amarante, e o início de empreendimentos como a Companhia Siderúrgica do Pecém. Também continuam em fase de execução empreendimentos imobiliários e hoteleiros ao longo do litoral, a exemplo dos recém-inaugurados resorts Vila Galé e Dom Pedro Laguna. No campo da Saúde, o Governo do Estado inaugurou o Hospital regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, e está construindo unidade semelhante em Sobral. O presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Roberto Sérgio Oliveira Ferreira, explica que a atividade do setor atingiu seu ápice no Estado em 2010, com uma robusta taxa de crescimento de 13%, em relação ao ano anterior. Em 2009, o incremento chegou a 6%. “O setor já esteve mais aquecido. O aquecimento estava acima do limite. Para este ano, acredito que vamos crescer em torno de 4%, o que já é um bom resultado, pois significa estar acima da média do PIB brasileiro, cujas estimativas apontam para uma alta de 3,5%”, comenta. Números do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), ligado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), reforçam o bom momento ainda vivido pela construção civil local. No segundo trimestre deste ano, o Valor Adicionado do setor apresentou incremento de 7%

sobre igual intervalo de 2010. “O desempenho da Construção Civil no trimestre é corroborado pelo aumento do emprego formal, do ganho real dos salários, além do crédito direcionado a atividade ao longo do período”, afirma Flávio Ataliba Barreto, diretor-geral do Ipece. Para Roberto Sérgio, o emprego no setor continua aumentando, apesar da diminuição no ritmo das vendas de imóveis. “Estamos com 41 mil trabalhadores este ano. Tínhamos 27 mil em agosto de 2008, na crise. Significa que crescemos 52%”. Acrescenta que o número de postos de trabalho só não é maior por força do custo da mão de obra formal, que teve impacto de 9,9%, influenciado pelo aumento do salário mínimo. “Com relação aos custos dos materiais, temos enfrentado aumentos em itens como cimento, aço, PVC e fios e cabos”, completa. Apesar da desaceleração da economia brasileira como um todo, Roberto Sérgio Ferreira frisa que o setor da construção civil no Estado mantém o otimismo com as obras da Copa, cujo expoente máximo é o estádio Castelão, e com outros projetos em curso para 2011. “O Governo do Estado vai fazer a estação de passageiros do Porto do Mucuripe para os transatlânticos. Vamos aguardar o projeto da ampliação do aeroporto Pinto Martins, que deverá ser licitado em outubro pela Infraero”.

Capacitação O Sinduscon-CE mantém programas de qualificação voltados para todas as áreas profissionais que compõem a construção civil. O objetivo, segundo Roberto Sérgio, é formar mão de obra especializada, ajudando a suprir a necessidade do setor com qualidade e eficiência. A mais nova empreitada na área é a articulação do Sindicato com a Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e a Universidade Federal do Ceará (UFC) para viabilizar a vinda do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para o Ceará. Entre as ações em curso, ele destaca a Universidade Corporativa do Sindicato (UNIConstruir), que, em um ano, já atendeu mais de 440 profissionais, entre engenheiros, advogados, calculistas, empresários, arquitetos, técnicos e estudantes. Já o Projeto de Certificação de Pedreiros, realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), busca comprovar a qualidade dos profissionais da construção civil, com entrega de certificado de capacidade técnica. Por meio do Programa de Capacitação Profissional, também fruto de parceria com o Senai, já foram qualificadas oito turmas de operários nos próprios canteiros de obras, nas especialidades de pedreiro, carpinteiro, armador, instalações hidrossanitárias, pintura, assentador de revestimentos de cerâmica e eletricista. “Já o Programa Mulheres da Construção, em parceria com a Habitafor e apoio do Senai, reúne 100 mulheres das comunidades de Maria Tomásia e Rosalina nas suas primeiras turmas”, ressalta.

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fiec | diálogo

por Davy Nascimento

REFORÇO NO

INTERCÂMBIO FIEC APOSTA NA APROXIMAÇÃO ENTRE OS PAÍSES LUSÓFONOS

N

o momento de crise pelo qual passa a economia ocidental, com reflexos em todos os continentes, é preciso que se aumente a busca por novos negócios como única forma de superar os efeitos negativos que surgem, se multiplicam e se expandem. A visão é do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo, para quem o Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), que será realizado entre os dias 3 e 6 de outubro em Fortaleza, é importante iniciativa para afastar as preocupações, sobretudo por-

Roberto Macêdo é presidente da FIEC 20 Brasil-Portugal no Ceará

que potencializa a realização de negócios e parcerias diversas entre os países lusófonos. Roberto Macêdo diz que a relação entre esses países é favorecida em todos os aspectos por vetores como a língua e a cultura comuns, apesar de estarem em espaço territorial distribuído por vários continentes. É com essa perspectiva que o Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC dedica esforços para contribuir com essa aproximação mediante intercâmbio entre representantes de países da comunidade de língua portuguesa. Em parceria com a Câmara Brasil Portugal, esse esforço vem se intensificando nos últimos anos e ganhou amplitude a partir de 2009, com a realização em Fortaleza do 5º Encontro Internacional de Negócios na Língua Portuguesa. Desde então, afirma Ana Karina Frota, coordenadora em exercício do CIN, várias missões e encontros foram realizados. Ela cita como resultado dessa aproximação os protocolos de intenções assinados entre a FIEC e a Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) e a FIEC e a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas de Portugal (ANEMM). Com base nessas parcerias, afirma Ana Karina, são geradas ações estratégicas de negócio entre os países, com resultados concretos para a economia cearense. Na primeira missão empre-

sarial da AIDA e da ANEMM ao Ceará, por exemplo, realizada em maio de 2010, com a participação de oito empresas, foram abertas significativas oportunidades para empresas cearenses discutirem novos campos de cooperação, de modo a promover o comércio entre os territórios e assegurar negócios e investimentos a médio prazo. Outra ação de destaque nessa relação foi a criação da Câmara BrasilAngola no Ceará, em maio do ano passado, cujo presidente é o empresário Roberto Marinho, para quem o surgimento da Câmara é importante por causa do relacionamento comercial entre o Brasil e continente africano estar na ordem do dia, sobretudo quando se percebe que a maioria dos países africanos possui um parque fabril insuficiente, o que impulsiona um fluxo de importações crescente. Para o ENLP que agora se realiza, o CIN coordena a segunda missão empresarial da AIDA e da ANEMM ao Ceará na perspectiva de que essa relação se estreite cada vez mais. Por meio da preparação de rodadas de negócio e dos painéis setoriais, a FIEC/CIN pretende continuar criando condições para que o comércio entre os países ocorra efetivamente, na certeza de que um mercado de quase 300 milhões de habitantes que compartilham da mesma língua, de culturas complementares e com muito interesse comercial tem todas as condições de se consolidar.


informe publicitário

Rafael da Silva Monteiro: caddie de Aquiraz é a promessa de sucesso no golfe sob orientação do professor (e ex-caddie) Maximiliano Lima

Responsabilidade Social Aquiraz Riviera dá chance de crescimento profissional aos jovens do município de Aquiraz

P

or meio do projeto de formação de caddies, desenvolvido em parceria com o Centro Tecnológico de Turismo de Aquiraz (CTT), o Complexo Aquiraz Riviera capacita jovens de comunidades do município para auxiliar os profissionais e atletas de golfe nos campos do empreendimento e em competições dentro e fora do estado. Os jovens ganham a oportunidade de trabalhar no local, podendo ser contratados conforme o serviço apresentado. Atualmente, dos grupos de formação, o Aquiraz Riviera recebe serviços de 20 jovens, 16 como caddies e 4 em áreas de suporte.

No total, já foram realizadas duas edições do curso, capacitando 50 jovens. “A missão central do projeto é dar a oportunidade de crescimento profissional às pessoas que estão entrando no mercado de trabalho e suprir a demanda nos postos de cargas com necessidade”, destacou Jorge Chaskelmann, diretor do Complexo. Como referência de sucesso, destacase o caddie Rafael da Silva Monteiro. O jovem, de 18 anos, foi recrutado em 2009 por meio de um projeto da prefeitura na comunidade da Praia do Presídio. Rafael está trabalhando há quase três anos no Complexo e, por mostrar jeito em suas primeiras tacadas, passou a treinar e participar de torneios internos do Clube de Golf do Aquiraz Riviera. O jovem caddie foi campeão do 2º Torneio de Caddies do Complexo e eleito o melhor jogador do Torneio Interclubes Norte/Nordeste, em agosto deste ano, por efetuar o menor número de tacadas durante os dois dias do evento.“Rafael começou de um jeito meio tímido, mas logo mostrou seu potencial. É bom lembrarmos que grandes golfistas, hoje mundialmente conhecidos, foram um

dia jovens caddies”, destaca Maximiliano Lima, professor de golfe do Aquiraz Riviera. Mais recentemente, em seu primeiro torneio fora do Ceará, entre os dias 1o e 4 de setembro, em Sauípe (BA), Rafael foi um dos destaques da competição, não perdendo nenhum jogo por mais de dois buracos. O atleta recebeu elogios dos participantes, inclusive do número 1 do ranking de melhor jogador amador de golfe do Brasil, o paulista Pedro da Costa Lima. Para Rafael, “a oportunidade dada pelo Aquiraz Riviera foi de fundamental importância para trilhar o início de um caminho de sucesso. Fui contratado, ajudo e tenho o apoio da família e do Aquiraz Riviera para um dia ser um grande golfista”. O mais novo contratado já começa a assumir novas responsabilidades. Nos dias 1o e 2 de outubro, junto a 15 jogadores de golfe, o caddie representará o Aquiraz Riviera no Golf Brasília Ceará, torneio de confronto direto entre equipes das duas localidades. Além disso, Rafael integra um projeto do empreendimento, que disponibilizará aulas para crianças e adolescentes, como um dos instrutores.

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enlp | comércio exterior

por Aloisio Menescal

CONSTRUINDO NEGÓCIOS E CONHECIMENTO SEGUNDA EDIÇÃO DO EVENTO, COM FOCO NA SINERGIA DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS, O ENCONTRO DE NEGÓCIOS NA LÍNGUA PORTUGUESA (ENLP) PROMOVE UMA MAIOR INTERAÇÃO ENTRE ÓRGÃOS E ASSOCIAÇÕES REPRESENTADOS DURANTE OS DIVERSOS DEBATES AO LONGO DO ENCONTRO

22 Brasil-Portugal no Ceará

O

comércio e as trocas sempre ladearam e impulsionaram o crescimento humano. Das navegações ultramarinas ao comércio virtual, passando pelas mais antigas associações profissionais até as câmaras de comércio, os negócios nunca deixaram de influenciar nem os mais abstratos aspectos da vivência humana, como as manifestações culturais – sejam seus elementos concretos (produção típica de uma região) ou as imateriais (como língua, música, costumes e mitos). É justamente levando em conta este contexto, com o comércio como um dos meios mais amplos de alavancar a economia (e os demais aspectos) de uma nação, que a Câmara BrasilPortugal no Ceará (CBP-CE) realiza o segundo Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), de 3 a 6 de outubro, em Fortaleza (CE). A ideia é oportunizar a forte atuação de instituições associativas comerciais em países de língua portuguesa para compensar carências (produtivas, logísticas e de demanda) e aprimorar laços comerciais entre os principais eixos da economia lusófona. De acordo com o presidente da CBP-CE, Jorge Duarte Chaskelmann, “cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo partilham a língua portuguesa, mas precisam de oportunidades para dialogar e crescer”. O ENLP se configura, assim, como “um esforço para ultrapassar os 10% de exploração efetiva de seu potencial de transações – índice excessivamente tímido e distante do razoável”. Um dos grandes diferenciais do ENLP é o amplo leque de eixos temáticos abordados, que contemplará das ramificações específicas do

comércio (como a indústria e o agronegócio, que fornecem produtos em larga escala) aos segmentos dos quais o comércio depende ou influencia de maneira mais indireta (como a educação/ capacitação profissional e a cultura). Com a liderança pessoal dos diretores da CBP-CE, cada eixo exporá experiências, sondará carências e explorará potencialidades entre os presentes, construindo as bases para uma intensa troca em benefício mútuo. Entre os eixos abordados no ENLP, estão: Agronegócio; Indústria; Comércio exterior/Logística; Serviços; Construção Civil; Turismo; Energias renováveis; Meio ambiente; Tecnologia da informação; Educação; e Jurídico. Com a aproximação do evento, mais autoridades e novas delegações confirmam presença. O secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, Emílio Garofalo Filho, é um dos que confirmou presença. Ele ministrará a palestra magna na abertura do ENLP, no La Maison Coliseu.


Também sinalizaram positivamente com relação à participação, as delegações da cidade de Moura e da Associação Comercial de Lisboa (mais antiga associação empresarial de Portugal, fundada em 1834), que conta com cerca de 700 empresas sócias e promove o desenvolvimento de atividades e serviços no comércio externo, buscando a internacionalização das ações. Realizado em parceria com a Prática Eventos, empresa associada à CBP-CE, o ENLP espera cerca de 300 participantes do Brasil e de diversos países de língua portuguesa – entre empresários, profissionais liberais, autoridades, pesquisadores, expoentes da cultura, representantes de entidades de classe, instituições e câmaras de comércio. O objetivo do evento é contribuir para a aproximação e intercâmbio entre os participantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ao longo de uma programação centrada em temas como: meio ambiente, agronegócios, comércio exterior/logística, construção civil, energias renováveis, indústria, serviços, tecnologia da informação e turismo. Dentre as instituições confirmadas para integrar este encontro, e assim alavancar os diálo-

gos e seus resultados efetivos, estão: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA), Braselco, Federação das Indústrias do Estado do Ceará/Centro Internacional de Negócios (FIEC/CIN), Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEMM), Associação Comercial de Lisboa, Confederação Internacional dos Empresários Portugueses (CIEPS). O encontro conta com o apoio de: Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e da Câmara Brasil-Angola no Ceará, Associação Comercial de Lisboa, Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas, Câmara Brasil-Angola no Ceará, Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique (CCIABM), Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira, Confederação Internacional dos Empresários Portugueses, Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP), Conselho das Câmaras Portuguesas no Brasil, Prefeitura Municipal de Fortaleza – (através da SETFOR) e SindEventos.

SERVIÇO: Encontro de Negócios n a Língua Portuguesa De 3 a 6 de outubro, no La Maison Coliseu (Av. Eng. Luiz Vieira, 555 Papicu - Fortaleza-CE) Confira a programação completa:, www.negociosnalinguaportuguesa.com

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negócios | áfrica

por Gabriela Alves

OS DESAFIOS DA ATRAÇÃO DE

INVESTIMENTOS FEIRA INTERNACIONAL DE LUANDA FOCA EM TURISMO E RECEBE BRASIL COMO CONVIDADO DE HONRA

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Feira Internacional de Luanda (Angola), realizada entre 19 e 24 de julho, teve como tema central “Os desafios da atração de investimentos” e contou com cerca de 750 expositores de vários ramos da atividade econômica, entre angolanos e estrangeiros. A edição deste ano teve como convidado de honra o Brasil, que participou do evento com mais de 30 expositores. Com a abertura de um pavilhão exclusivo para a exposição de produtos e serviços turísticos, com vista à promoção das potencialidades de Angola, o evento também foi ocasião de estreia de países como Quênia, Indonésia e Cabo Verde, atraindo mais de 40 mil visitantes em sua 28ª edição. O turismo teve destaque na edição da Filda

2011. O objetivo era permitir que os operadores inscritos no Instituto Nacional de Fomento Turístico (Infotur) expusessem os seus produtos e serviços, assim como firmassem parcerias de negócios com os estrangeiros presentes. O Encontro de Empresários para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa aconteceu paralelamente à Filda. O evento foi organizado pela Câmara de Comércio e Indústria de Angola, junto com o Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China e com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau. Também durante a feira, no dia dedicado ao Brasil, o presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará, Roberto Marinho, fez a apresentação do EnconLuanda é palco da maior feira de negócios da África

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tro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP). “Ótima oportunidade para compartilhar as informações com os presidentes das Agências de Investimento dos países da CPLP, empresários e interessados pelos negócios internacionais”, afirma Marinho. Com 23 países inscritos este ano, a Filda é uma feira de negócios que junta anualmente, desde 1983, empreendedores angolanos e estrangeiros para expor produtos e serviços e estabelecer contatos para negócios. A feira é organizada pela FIL, empresa de capitais públicos com a finalidade de promover as potencialidades do mercado angolano e angariar investimentos diretos. Roberto Marinho, presidente da CBA, e Dijalma Mariano, Conselheiro da Embaixada do Brasil em Angola no encerramento da Filda


Missão Empresarial à África do Sul e Moçambique A Ceará Trade Brasil, parceira e sócia da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), foi contratada pelo Sebrae/ES, para coordenar uma missão técnica à África do Sul e Moçambique com o intuito de apresentar o mercado, as possibilidades de cooperação e oportunidades nestes dois países, aos empresários capixabas. A missão aconteceu de 30 de agosto a 6 de setembro e, com uma intensa programação nos dois países, os empresários tiveram condições de visualizar os concorrentes de seus produtos, analisar embalagens, adequações necessárias, preços de mercado, oportunidades de negócio e conhecer mesmo que brevemente os países visitados. Foram realizadas várias visitas durante a estadia na África do Sul, como: a embaixada Brasileira em Pretória, a Feira Agri Expo, SEDA – Small Enterprise Development Agency (Congênere do Sebrae), a SEOBI (AS Essential Oil Business Incubator), a Africa Cash & Carry, ao Estádio Soccer City (oportunidades para a copa 2014), ao Shopping Center em Soweto e diversos pontos de comércio e turísticos de forma a entender o funcionamento de Johannesburg, Pretória e Soweto. Em Moçambique, a Ceará Trade Brasil marcou presença ainda na Feira Agro–Pecuária, Comercial e In-

dustrial de Moçambique - FACIM 2011, interagindo com os expositores, e realizou visitas à Embaixada Brasileira, ao IPEME – Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas, ao CPI – Centro de Promoção de Investimentos e na Câmara de Comércio Moçambique Brasil. “Em todas as reuniões os empresários tiveram acesso a importantes informações de mercado sob a ótica das diversas instituições de fomento aos negócios. A possibilidade de parcerias foi apresentada e o assunto será continuado através da Consultoria da Ceará Trade Brasil que tem Contrato até novembro com o Sebrae Espírito Santo”, explica Roberto Marinho, diretor da Ceará Trade Brasil. O Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP) foi apresentado para os empresários sul africanos e moçambicanos, como forma de mostrar a importância para eles de interagir com o mercado de língua portuguesa do Brasil e dos outros países, as grandes oportunidades de negócio e o interesse dos empresários brasileiros em fazer negócios com a África do Sul. Na oportunidade, a Ceará Trade Brasil entabulou um acordo de parceria com a Q&A Comunicação e Eventos (que será assinado durante o ENLP), para participação com diversas empresas bra-

sileiras nas principais feiras da África como FACIM - Moçambique, SAITEX – África do Sul, Constroi Angola, SABA – Tanzânia e Global Expo – Botswana, em condições especiais. Em julho, durante a Filda, já havia sido firmado acordo da FIL Angola com a Câmara Brasil-Angola no Ceará, garantindo espaços para empresários brasileiros durante os próximos anos, também em condições especiais.

Roberto Marinho em conferência com o presidente da Câmara de Comércio Moçambique-Brasil, Rogério Samo Gudo; estande SEOBI (Incubadora Sul Africana) na Filda; empresários em visita técnica à SEDA, na África do Sul; abaixo, à esq., Centro de Maputo, capital moçambicana

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página jurídica | obras públicas

por Rodrigo da Fonseca Chauvet, mestrando em Direito Econômico e Desenvolvimento e pós-graduado em Direito AdministrativoEmpresarial pela Universidade Cândido Mendes/RJ (UCAM), bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), advogado do Escritório Trigueiro Fontes Advogados

O regime diferenciado de contratações públicas para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016

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or meio da Lei nº 12.462, de 05 de agosto de 2011, instituiu-se o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). O novo regime foi criado com o objetivo principal de viabilizar, em tempo hábil, a implementação da infraestrutura necessária para a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. A seguir serão apresentadas as hipóteses de aplicação do regime, além de seus principais aspectos, como a contratação integrada, a inversão de fases na licitação e o contrato de eficiência. Abordaremos ainda os pontos que já nasceram controvertidos, como a dispensa de apresentação de projeto básico pelo licitante, caso adotada a contratação integrada e o sigilo do orçamento. Um primeiro ponto a ser analisado consiste na avaliação das hipóteses nas quais poderá o administrador público utilizar o RDC. Conforme disposto no artigo 1º da Lei nº 12.462/2011, o regime poderá ser adotado nas licitações e contratos necessários à realização: a) dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes na Carteira de Projetos Olímpicos definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO); b) da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, àquelas constantes da matriz de responsabilidades celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios e; c) de obras de infraestrutura e serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350km das cidades sede dos referidos eventos.

26 Brasil-Portugal no Ceará

Para a total compreensão das hipóteses de aplicação, importante avaliar em que consiste a mencionada Carteira de Projetos Olímpicos, bem como a referida matriz de responsabilidades. Tratando da primeira delas, tem-se que, com a eleição do Município do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, a União, o Estado e o Município do Rio de Janeiro formalizaram um Protocolo de Intenções, convertido na Lei nº 12.396, de 21 de março de 2011. Seu objetivo básico consistiu na criação da Autoridade Pública Olímpica (APO), autarquia especial responsável pela aprovação da Carteira de Projetos Olímpicos, definida como o “conjunto de obras e serviços selecionados pela APO como essenciais à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.” Assim, as obras e serviços constantes na Carteira de Projetos Olímpicos poderão ser submetidos ao novo regime. A matriz de responsabilidades, por sua vez, é definida como o ”documento vinculante que estipula as obrigações de cada um dos seus signatários para com a organização e realização dos Jogos”. Em tal documento, portanto, firmado pela União, Estados e Municípios que sediarão jogos da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, foram elencados as obras e os serviços necessários à realização dos eventos e que também poderão ser contratados a partir da utilização do RDC. Superadas as hipóteses de aplicação de novo regime, necessário se faz a abordagem de suas principais


características. Uma novidade do RDC é a denominada contratação integrada que, conforme definição contida no artigo 9º, §1º, da Lei nº 12.462/2011, “compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução das obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a préoperação e todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto”. Seguindo a linha da agilidade do RDC (afinal de contas estamos cada vez mais perto da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e muito se tem falado sobre o atraso nas obras), a empresa contratada atuará em todas as etapas da obra ou da prestação dos serviços, incluindo a elaboração do projeto básico, ponto que tem gerado grandes debates. Isso porque, no modelo tradicional, regido pela Lei nº 8.666/93, a própria Administração Pública é responsável pela elaboração do Projeto Básico. Infere-se da sua própria denominação tratar-se de um projeto que fixa todas as características da obra ou serviço, permitindo uma exata definição do objeto da licitação e da finalidade a ser atingida pela Administração Pública com a execução da obra ou serviço. A despeito da validade do argumento segundo o qual a iniciativa privada poderá elaborar com maior eficiência e qualidade o referido projeto, a ausência de sua apresentação pela Administração Pública pode dificultar o julgamento objetivo da licitação, diante da falta de um objeto claro a ser licitado. Necessário elucidar apenas que o RDC prevê, em substituição ao aludido projeto básico, a apresentação, pelo ente licitante, de um “anteprojeto de engenharia que contemple os documentos técnicos destinados a possibilitar a caracterização da obra ou serviço (...)”.1 Argumenta-se, entretanto, que o anteprojeto, mais simples e menos detalhista, dificultará, como já exposto, a definição do real objeto da licitação e poderá atrapalhar o julgamento do certame com base em projetos básicos distintos elaborados pelos próprios licitantes. Um ponto que tem acirrado ânimos nas discussões relativas ao RDC se refere ao orçamento previsto para a contratação. Isso porque é permitido à Administração a manutenção do orçamento em sigilo

até o encerramento da licitação, ressalvando-se o livre acesso às informações, a qualquer tempo, pelos órgãos de controle. Fugindo de uma avaliação maniqueísta, é possível enxergar prós e contras com a medida. Por um lado, argumenta-se que a parcial ocultação do orçamento pode favorecer licitantes que, ilegalmente, tenham acesso aos valores que pretende a Administração Pública dispor com a contratação. Por outro, a não divulgação do orçamento pode conceder à Administração Pública maior poder de negociação, já que nenhum licitante saberá, a priori, o valor que estará o Poder Público disposto a pagar pelo trabalho, reduzindo-se, em tese, o valor das propostas. Outro aspecto a ser analisado, e que também está diretamente relacionado ao escopo do novo regime de acelerar as contratações, consiste na inversão de fases na licitação, com a postergação, como regra, da fase de habilitação, mecanismo já previsto na Lei nº 10.520/ 02. Neste modelo, apenas o licitante que apresentar a melhor proposta terá a documentação de habilitação exigida no edital avaliada. Tal fato reduz o tempo de exame dos documentos, bem como minimiza as chances de discussões judiciais relativas à habilitação se comparado ao regime tradicional, no qual a documentação de todos os participantes do certame é analisada antes da abertura das propostas. Uma última característica a ser abordada se refere ao contrato de eficiência previsto no RDC. Em síntese, será celebrado o referido contrato quando adotado o critério de julgamento maior retorno econômico, previsto no artigo 18, inciso V, da Lei nº 12.462/2011. Seu objetivo é proporcionar maior economia para a Administração Pública decorrente da execução do contrato, com a redução de despesas correntes, sendo o contratado remunerado com base em um percentual da economia gerada. Esses, portanto, são alguns aspectos de relevância do Regime Diferenciado de Contratações Públicas, que demandarão a atuação firme do Judiciário, exigindo atenção e preparo do setor privado envolvido na cadeia de projetos relativos à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

Jul-Ago-Set 2011 27


comĂŠrcio | internacional

28 Brasil-Portugal no CearĂĄ

por Samira de Castro


IMPORTAÇÃO de INSUMOS CORRENTE DE COMÉRCIO DO CEARÁ ATINGE MARCA RECORDE

O

Ceará vem apresentando ampla expansão nas transações comerciais com o resto do mundo. Em 2010, a corrente de comércio do Estado - a soma dos bens exportados e importados - alcançou a marca recorde de US$ 3,4 bilhões, conforme o estudo “Análise do Desempenho do Comércio Exterior do Ceará 2010 – 2011”, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Ao mesmo tempo em que embarca castanha de caju, frutas frescas, calçados e têxteis para as exigentes prateleiras do mercado internacional, o Estado sofistica a sua pauta de importações, com a aquisição de produtos metalúrgicos, máquinas e material elétrico.

De acordo com o documento, as exportações cearenses apresentam uma clara tendência de ascensão, nos últimos 20 anos, intensificada a partir do ano de 2000. Por outro lado, as importações, após registrarem um comportamento oscilante de baixa no período de 1996 a 2005, passaram também a apresentar, a partir desse último ano, uma trajetória de expansão em ritmo bem superior ao verificado nas exportações do Estado. Resultado deste movimento, conforme explicam os responsáveis pelo documento do Ipece, Ana Cristina Lima M Souza, Débora Gaspar Feitosa e Alexsandre Lira Cavalcante, foi um déficit de US$ 899,7 milhões na balança comercial cearense, representada pela diferença entre exportações e importações. Segundo a equipe técnica do Ipece, foi a partir do ano de 2006, que o Ceará voltou a apresentar uma sequência de sucessivos déficits comerciais, após três anos de superávit, chegando a obter o maior valor negativo no ano passado. Esse resultado foi decorrente, principalmente, do grande incremento no valor das importações locais: o Estado passou a adquirir produtos de maior valor agregado que foJul-Ago-Set 2011 29


Castanha de caju continua sendo um dos produtos mais exportados pelo Ceará

ção de Energia e Porto do Pecém Geração de Energia S/A, além da Companhia de Cimento Portland Poty. A aquisição de veículos e materiais para vias férreas ou semelhantes, utilizados na construção do Metrofor também pode explicar o avanço nas importações em 2010.

Concentram-se cargas, com destino a África, nos portos do Ceará e de Pernambuco – ampliando o volume atraindo companhias marítimas

MAIS PAÍSES E PRODUTOS ram necessários para garantir a expansão dos investimentos locais conforme vem sendo observado nos últimos anos. “A maior parte desses produtos importados não são supérfluos. São itens para equipar nosso parque industrial”, avalia Eduardo Bezerra, superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN-CE), ligado à Federação das Indústrias (FIEC). O atual estágio da economia cearense, que está vivenciando um processo mais acelerado de desenvolvimento, exige uma demanda de bens de capital e de insumos industriais que atenda a essa necessidade, o que tem gerado aumento nas importações desses produtos. Diante disso, o Ipece explica que a recorrência de saldos negativos na balança comercial do Estado nos últimos anos não foi resultado de queda no valor exportado, mas fruto da grande expansão nas compras externas. “Também não creio que o item de produtos para consumo interfira neste resultado, concordo que são bens de capital e insumos industriais, que são inclusive os itens importados pela Ceará Trade Brasil para vender a distribuidoras e indústrias do Nordeste”, avalia Roberto Marinho, presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará e vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará. Uma considerável parte das importações cearenses está diretamente relacionada às obras de infraestrutura que vêm ocorrendo no Ceará. Destacam-se os casos das usinas de energia MPX Pecém II Gera30 Brasil-Portugal no Ceará

No acumulado do ano de 2010, as exportações cearenses registraram o valor de US$ 1.269,5 milhões, não superando ainda a marca recorde de 2008 que foi de US$ 1.274,9 milhões, resultado de um crescimento na ordem de 17,5% frente ao ano anterior. Para Roberto Marinho, também diretor da Ceará trade Brasil, um dos fatores que resultou na ampliação das transações comerciais cearenses é que, em 2002, havia apenas 67 países de destino para as exportações e hoje esse número gira em torno de 87. “Com esta diversificação do mercado destino, em condições normais de atuação, crescem as possibilidades e, consequentemente, os valores exportados”, frisa, destacando o lado das vendas externas. Outra questão apontada por Marinho é o fato de a pauta de exportações ter sido acrescida por produtos como calçados e, mais recentemente, óleo bruto. “Temos

A produção de frutas tem crescido e mantido com altos índices de exportação

grande chance de exportar cada vez mais calçados de maior valor agregado, frutas, móveis, cosméticos, rochas ornamentais, vestuário, entre outros”. Para ele, o que se pode chamar de produto “made in Ceará” nas prateleiras do mercado global hoje são itens como castanha de caju e frutas. O executivo da Ceará Trade Brasil lembra que o dólar baixo prejudica as vendas de itens cearenses no mercado mundial. “Mas é um fator global e contra isso pouco podemos fazer. O que podemos e devemos fazer é buscar vantagens competitivas, agregar valor com serviços, inovação,


Novas rotas tecnologia, cultura exportadora, novos mercados e é aí, novamente, que a África pode se tornar um grande player para nossas exportações”, acrescenta. Nos países de língua portuguesa, avalia Roberto Marinho, o empresariado local pode agregar aos produtos treinamento, noções de empreendedorismo, transferência de tecnologia, logística. “E isto nos diferenciará da concorrência, livrando-nos do castigo do dólar baixo. Se lançarmos um olhar mais apurado para a África, poderemos aumentar ainda mais o número de países destino e os valores exportados, pois estudos demonstram

Além de buscar novos mercados e a diversificação da pauta, o que Eduardo Bezerra, do CINCE, chama de dever de casa de todo o empresariado local que pensa em longo prazo, é preciso ampliar os canais de escoamento da produção para o mundo globalizado. Daí a importância, na avaliação de Roberto Marinho, dos investimentos feitos pelos governos estadual e federal nos portos do Pecém (que passa por ampliação) e do Mucuripe (em aumento de calado). No entanto, este último faz um alerta: excetuando-se Estados Unidos e Europa, as rotas marítimas não beneficiam o Nordeste. Fato explicado pelo ainda pequeno volume de cargas. Em recente estudo feito pela Ceará Trade Brasil para a Associação Brasileira dos Sebrae estaduais e Sebrae/CE (Abase), chegou-se à conclusão que a concentração das cargas do Norte e Nor-

deste nos portos do Ceará e de Pernambuco, com destino à África, ampliam-se os volumes e com isto fica mais fácil a atração das companhias marítimas para que criem rotas mais satisfatórias para o atendimento das empresas da região. “A questão é de volume”, resume Marinho. Para Marinho, a interação entre os empresários dos países de língua portuguesa com a finalidade de gerar divisas, parcerias e fomentar investimentos nos setores que são gargalos será determinante para o sucesso dos negócios do Ceará, do Nordeste e do Brasil neste novo momento de reorganização mundial. “Temos uma grande chance de nos tornarmos protagonistas, desde que tenhamos visão global e ação proativa. O cearense tem uma enorme capacidade de superação e tem que usar isso de maneira a tornar-se um grande player do comércio internacional brasileiro e mundial”. Jul-Ago-Set 2011 31


que há um grande potencial naquele mercado e temos como atendê-los”, frisa ele, que também é gerente regional da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil Moçambique. Marinho reconhece que muito tem sido feito por órgãos como Sebrae, Apex, CIN/FIEC, câmaras de comércio, entre outros, para alavancar as exportações cearenses e – mais do que isto, fomentar uma cultura exportadora no empresariado local, seja ele de qualquer porte. “Porém, o mercado interno pujante está criando uma névoa nas ações das empresas que estão desprezando o mercado internacional e mirando exclusivamente o público doméstico, o que é um erro, pois com a crise econômica e com a globalização, cada vez mais empresas internacionais da Europa, Estados Unidos e China, se instalarão por aqui e trarão expertise que, se não estivermos atuando no mercado internacional, não teremos, o que será um problema”, alerta.

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exportação | calçados

por Davy Nascimento

Indústria de calçados é modelo de crescimento no estado

LÍDER DO MERCADO CEARÁ ACERTA O PASSO E LIDERA EXPORTAÇÕES NO MERCADO NACIONAL DE CALÇADOS

O

setor calçadista tem se notabilizado como o grande potencializador do aumento total de exportações cearenses na última década. É o que indica a publicação “Calçados do Ceará”, que faz um panorama do atual cenário no Estado, apontando o crescimento do setor em detrimento de outros produtos, como alimentos e confecções, que também continuam sendo bastante vendidos ao exterior.

Organizada pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) em parceria com o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede), a pesquisa indica que a venda de calçados finalizou o ano 2000 com a marca de US$ 81.284.307,00. Já em 2010, houve quase 500% de aumento nos valores exportados no setor, com US$ 403.466.381,00, cifras que ultrapassaram a venda da castanha de caju e de couros, que ficaram em Jul-Ago-Set 2011 33


exportação | calçados 2º e 3º lugares nas exportações, com cerca de 191 e 163 milhões de dólares, respectivamente. Exportações dos Principais Setores da Indústria Cearense 2000 – 2010 (US$ FOB)

Setor Calçados

2000

2005

2010

81.284.307

205.298.956

403.466.381

143.781.463

142.167.984

191.071.233

Couros

53.663.444

117.114.030

163.865.883

Têxtil

Castanha de caju

87.320.699

122.942.717

70.676.802

Alimentos

2.899.717

12.057.777

47.055.433

Metal-Mecânico

8.470.821

37.127.495

46.538.112

19.560.615

21.286.569

43.629.881

9.340.282

26.667.672

8.319.945

Bebidas

397.511

738.447

3.015.829

Químico

133.732

916.957

848.152

Ceras Vegetais Fonte: MDIC – ALICEWEB Elaboração: UEE/INDI/FIEC

Confecções

Em valores, o Ceará fica atrás apenas do Rio Grande do Sul, que chegou ao final do ano passado com US$ 712.273.310,00 em arrecadação e com 30.006.571 pares vendidos. Porém, nesse quesito, o estado do Ceará volta ao topo da lista e ganha destaque no cenário nacional pela venda de 63.930.306 pares, ou seja, mais Exportações dos Principais Setores da Indústria Cearense 2000 – 2010 (US$ FOB)

que fica mais próximo de grandes mercados consumidores, como Estados Unidos e União Europeia, dando ao Estado o menor transit time do Brasil nesse percurso. De 1996 a 2008, o setor coureiro calçadista cearense ampliou sua participação na produção nacional, por meio da Política de Incentivos Fiscais e Tributários do Governo

Estados .

2009 US$ - Pares

2010 US$ - Pares

Rio Grande do Sul

765.803.317 - 35.552.937

712.273.310 - 30.006.571

Ceará

294.329.583 - 49.762.745

400.552.377 - 63.930.306

São Paulo

118.944.958 - 7.327.770

130.950.695 - 6.881.233

Bahia

69.912.249 - 7.240.674

91.199.029 - 7.478.350

Paraíba

60.614.828 - 19.920.021

78.180.702 - 25.539.329

Sergipe

7.637.532 - 883.544

18.165.698 - 1.839.905

14.078.055 - 1.214.265

17.561.296 - 1.488.118

Paraná

7.730.382 - 668.616

9.930.640 - 766.803

Santa Catarina

7.569.283 - 605.292

9.002.160 - 813.547

Mato Grosso do Sul

3.855.429 - 302.646

6.555.750 - 435.167

4.693.769 - 2.465.398

5.920.773 - 2.938.489

Rio de Janeiro

1.755.779 - 184.286

1.993.713 - 168.231

Espírito Santo

1.143.513 - 134.430

1.736.059 - 153.837

Outros

1.947.313 - 313.587

2.966.095 - 512.367

1.360.015.990 - 126.576.211

1.486.988.297 - 142.952.253

Minas Gerais

Pernambuco

Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados)

custos da mão de obra, dos incentivos fiscais oferecidos e por sua posição geográfica privilegiada, já

Total

que o dobro dos calçados gaúchos. O estudo refere-se à política de atração de indústrias, implementada pelo Governo Estadual a partir dos anos 90, como a fomentadora do recente desenvolvimento do setor calçadista no Ceará. Além disso, justifica o fato do Estado ter atraído a atenção de investidores ao setor, por conta da redução dos 34 Brasil-Portugal no Ceará

do Estado. Somente nesse período, houve um crescimento de 300% na transformação industrial do setor, que passou de 5,7% para exitosos 16,9% em relação ao mercado nacional. Em 2010, haviam duas empresas localizadas no Ceará que exportavam com valor agregado superior a US$ 50 milhões. Além dessas,

outras 12 trabalhavam com valores menores, mas não menos significativos, sendo seis, com até 1 milhão de dólares; quatro, entre 1 e 10 milhões; e outras duas entre 10 e 50 milhões. A atuação do setor no mercado nacional já está dando ótimos resultados. A indústria calçadista do Ceará, dividida em sete polos de produção – Metropolitano, Baturité, Litoral Leste/Jaguaribe, Sertão Central, Inhamuns, Sobral/Ibiapaba e Litoral Oeste - que agregam 31 municípios, é hoje uma das que mais emprega. Somente em 2009, havia 62.365 industriários com carteira assinada, ou seja, 20,5% do total de 304.873 empregos em micro, pequenas, médias e grandes empresas. Com isso, deixa para trás um setor tradicionalmente reconhecido pela quantidade de postos de trabalho: a construção civil, que chegou ao final do mesmo ano com 58.435 carteiras assinadas. Os calçados e botas em couro natural e sintético, destinados ao público adulto e infantil, são fabricados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), Litoral Leste e Oeste, Sertão dos Inhamuns, região Centro-Sul do Cariri e na região de Baturité. Já os tênis e similares esportivos são produzidos, na maior parte, em Horizonte, Senador Pompeu, Crateús, Quixeramobim e Itapipoca. Em Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte estão concentradas a maior parte das micro e pequenas empresas de sandálias de plástico e borracha. E os calçados em plástico injetado (PVC) vêm de Sobral, Crato e Fortaleza. A Adece relaciona ainda como vantagens estratégicas do Estado as três mil horas de sol por ano e a ausência de granizo e geadas, além da existência de 11 bacias hidrográficas integradas e de dois portos internacionais – Mucuripe, que foi responsável por 28,8% do total das exportações cearenses em 2009, e Pecém, situado no município de São Gonçalo do Amarante, a 56 km de Fortaleza, cujos 58,6% das exportações cearenses, também em


2009, passaram por ele - que são as últimas paradas de navios do Brasil para o exterior. A indústria do Ceará como um todo cresceu muito no início de 2010, o que acabou gerando uma base de comparação alta. No caso do setor de calçados, principalmente, porque o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) tinha aplicado medidas antidumping para produtos chineses, o que ajudou a valorizar a competitividade da indústria nacional. Na relação entre junho e julho de 2011, as vendas da indústria de transformação cearense apresentaram alta de 14,24%. Aumentam as vendas, aumentam os empregos. No indicador Pessoal Total Empregado houve um crescimento de 6,43% de julho de 2010 a julho deste ano. O Ceará registrou a criação de 8.005 empregos formais, em agosto. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desem-

pregados (Caged), divulgados no dia 14 de setembro pelo Ministério do trabalho e Emprego (MTE), e apontam uma elevação equivalente a 0,75%, em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. No setor de calçados, o aumento

de empregos registrou o número de 779 novos postos. O desenvolvimento segue e a expectativa é que sejam aquefecidas ainda mais nos próximos meses, sobretudo motivado pelas festas de fim de ano e com a injeção do 13º salário na economia local.

Só entre os meses de junho e julho de 2011 o setor revelou crescimento em vários aspectos

Jul-Ago-Set 2011 35


mercado | hotelaria

por Renan Pinheiro

CEARÁ NA ROTA INTERNACIONAL DOS

TRADE BRASÍLIA

REDE DE HOTÉIS VILA GALÉ REALIZOU O ENCONTRO TRADE BRASÍLIA, APRESENTANDO O VILA GALÉ CUMBUCO E DANDO DESTAQUE ÀS CAMPANHAS DE DESCONTOS PARA CLIENTES

C Equipe de marketing do Vila Galé: “O Trade Brasília integra uma estratégia para que possamos estar mais próximos de nossos clientes”

om os objetivos de divulgar as novas campanhas de descontos para clientes, destacar os diferenciais de serviço e de espaço físico dos hotéis e apresentar ao Brasil o empreendimento Vila Galé Cumbuco, localizado no Ceará, o grupo hoteleiro Vila Galé realizou, no dia 10 de agosto, o Encontro Trade Brasília, na capital federal.

36 Brasil-Portugal no Ceará

“A Rede Vila Galé tem no seu slogan a frase ‘Sempre Perto de Você’, que define muito bem o nosso desejo de estar o mais próximo de nossos clientes. Este evento faz parte de uma estratégia que desenhamos para que possamos realizar esse nosso intuito”, diz Adriana Borges, gerente de vendas e marketing da rede no Brasil. Dentre os sucessos na área de

serviços dos empreendimentos da rede, houve destaque para o Satsanga Spa Médico, primeiro SPA de caráter médico instalado dentro de um hotel (Vila Galé Cumbuco). O novo espaço é considerado o mais estruturado da região Norte-Nordeste do Brasil, disponibilizando tratamentos que visam o bem-estar, medicina preventiva, curativa e diagnóstica. Como destaque de promoção, figura o “Vila Galé Idade de Ouro”, campanha direcionada para maiores de 60 anos e consiste em diárias especiais em todos os resorts que operam em sistema all inclusive da rede no Brasil, tendo também desconto em programação de lazer específica e em tratamentos de SPA. A promoção vale entre 1º de agosto e 31 de outubro. Ao todo, no Brasil, a rede totaliza seis empreendimentos: Vila Galé Salvador (BA), Vila Galé Fortaleza (CE), Vila Galé Eco Resort do Cabo (PE), Vila Galé Cumbuco (CE), Vila Galé Marés (BA) e Vila Galé Eco Resort de Angra (RJ). Já em Portugal são 17 unidades nas regiões do Algarve, Beja, Cascais, Ericeira, Estoril, Lisboa, Coimbra, Porto e Arquipélago da Madeira.


Jul-Ago-Set 2011 37


oportunidade | turismo

por Manuela Barroso

DIVERSÃO DIVIDIDA, DIVERSÃO GARANTIDA CASABLANCA TURISMO LANÇA O PROGRAMA JUNTOS NO MUNDO PARA VIAGENS EM GRUPO COM CURSOS E ENCONTROS PRÉVIOS, PACOTES ESPECIAIS DE FINANCIAMENTO E O APOIO DE UM ACOMPANHANTE DO COMEÇO AO FIM DA AVENTURA 38 Brasil-Portugal no Ceará

C

onhecer novos lugares e ter companhia para dividir todas as sensações, visuais, aromas, sabores e sorrisos. Tudo isso volta na bagagem de quem sabe que viajar é um dos maiores prazeres da vida e que vivê-lo bem acompanhado faz toda a diferença. Foi por defender essa ideia que a Casablanca Turismo, sócia da CBP-CE, lançou o projeto Juntos no Mundo, idealizado para realizar viagens em grupo aos melhores destinos do planeta com vantagens e preços especiais. Seja para aprender in loco a cultura de um país, conhecer os pontos históricos de uma famosa cidade ou mesmo para fazer compras, o Juntos no Mundo é um programa para quem sabe que viajar requer uma preparação e o acompanhamento profissional que dê todo o suporte ao viajante, garantindo segurança, tranquilidade e o máximo proveito. Com datas pré-agendadas e garantidas, o Juntos no Mundo já possui oito pacotes fechados para os mais diversos lugares na América do Sul, América do Norte e Europa. Alguns deles já estão marcados para o Réveillon, Carnaval e Semana Santa, mas os

grupos podem escolher a época e o destino que preferirem. A partir de 20 pessoas, a viagem já tem guia garantido para acompanhar o grupo do começo ao fim da aventura. “Como o slogan do projeto diz, ‘Viajar sozinho é pouco, a dois é bom, em grupo é bom demais’. É esse o nosso objetivo: proporcionar aos nossos clientes a emoção e a alegria de se viajar em grupo. São feitas amizades verdadeiras e divertidas que ficam marcadas para sempre não somente nas fotos, mas também na lembrança de todos que compartilharam os mesmos momentos inesquecíveis”, conta Cláudio Reges, gerente de vendas e lazer da Casablanca Turismo. No Juntos no Mundo, ao fechar o pacote o grupo já começa a viagem antes mesmo de embarcar. Na Academia Casablanca Turismo (ACT), programa de cursos gratuitos direcionados aos clientes, os futuros viajantes participam de reuniões frequentes com direito a aulas de noções básicas de fotografia para registrar os melhores momentos com qualidade e precisão sem perder nenhum detalhe, palestras sobre a história dos lugares


Pacotes Juntos no Mundo Réveillon em Buenos Aires (5 dias) A partir de 10x R$ 285,00 ou à vista a partir de R$ 2.850,00 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; traslados de chegada e saída; 4 noites de hospedagem no hotel Aspen Towers 4* com café da manhã; City Tour de meio dia em Buenos Aires; traslados aeroporto / hotel / aeroporto. Carnaval no Chile (8 dias) A partir de 10x R$ 275,52 ou à vista a partir de R$ 2.755,20 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; 6 noites de hospedagem no hotel Torremayor 4* com café da manhã; city tour de meio dia em Santiago; passeio de dia inteiro a Viña Del Mar e Valparaíso; traslados de chegada e de saída.

que serão visitados, depoimentos de pessoas que já conhecem o destino e dicas de profissionais acerca dos mais variados assuntos, como o que levar na bagagem, como arrumar mala, documentação necessária, alimentação, entre outros. Segundo Cláudio Reges, os fornecedores do projeto foram escolhidos com toda a atenção para tornar a viagem de seus clientes inesquecível. “Temos hotéis de categoria superior, um acompanhante nosso saindo de Fortaleza e os melhores guias turísticos locais nas cidades a serem visitadas”. Outro diferencial do Juntos no Mundo é o uso das mídias digitais para transmitir as novidades da viagem. “Através do Twitter e do Facebook da Casablanca Turismo os viajantes poderão atualizar suas fotos e vídeos e contar tudo sobre as aventuras que estarão vivendo”, lembra Cláudio Reges. Com tantas vantagens, o Juntos no Mundo ainda tem preços e formas de pagamento especiais, podendo ser financiado em até 10 vezes sem juros. Todos os pacotes ainda incluem bolsa e camiseta personalizadas, encontros pré-viagem e jantar de confraternização.

Carnaval 2012 Miami e Orlando (11 dias) A partir de 10x R$ 344,40 ou à vista a partir de R$ 3.444,00 + taxas por pessoa em apartamento quádruplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; 10 noites de hospedagem em Orlando no Hotel Hampton Inn South Of Universal com café; traslado hotel / Magic Kingdom com ingressos, hotel Miami / Aeroporto Miami; tour de compras (prime / premium); jantar de confraternização no Planet Hollywood; traslado Hotel Orlando / Hotel Miami; 1 noite de hospedagem em Miami. Europa Jovem (19 dias) Londres, Paris, Frankfurt, Rio Reno, Heidelberg, Lucerna, Zurich, Vaduz, Innsbruck, Veneza, Florença, Roma, Pisa, Costa Azul, Barcelona, Zaragoza e Madri A partir de 10x R$ 835,00 ou à vista a partir de R$ 8.350,00 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; traslados de chegada e saída; 17 noites de hospedagem com café da manhã; transporte em ônibus de turismo (padrão europeu); transporte em trem Eurostar de Londres a Paris, classe turística; guia durante todo o percurso

de ônibus de Paris a Madri; visitas indicadas no itinerário com guia falando espanhol; cruzeiro pelo Rio Reno. Leste Europeu – 2012 (10 dias) A partir de 10x R$ 520,50 ou à vista a partir de R$ 5.205,00 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; traslados de chegada e saída; 9 noites de hospedagem com café da manhã; hotéis categoria 4*; guia em espanhol; ônibus com ar condicionado. Réveillon em Nova Iorque (6 dias) A partir de 10x R$ 521,20 ou à vista a partir de R$ 5.212,00 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; traslados de chegada e saída; 5 noites de hospedagem; city tour em Nova Iorque. Itália Clássica (9 dias) A partir de 10x R$ 415,30 ou à vista a partir de R$ 4.153,00 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; visita panorâmica de Roma, Florença e Veneza com guia local; excursão aos museus Vaticanos, Capela Sistina e Basílica de São Pedro (entradas incluídas) com guia local; visita a Pisa, Pádua, Verona e Milão comentado por nosso guia; visita a uma fábrica de cristal de Murano; serviço de áudio individual. Réveillon em Paris (9 dias) A partir de 10x R$ 583,10 ou à vista a partir de R$ 5.831,00 + taxas por pessoa em apartamento duplo. Inclui: passagem aérea ida e volta; traslados de chegada e saída; 8 noites de hospedagem; café da manhã; city tour panorâmico de meio dia em Paris. SERVIÇO: Mais informações: Casablanca Turismo Telefone: (85) 3466.6000 www.casablancaturismo.com.br *Todos os pacotes estão sujeitos à confirmação e disponibilidade, e os preços variam conforme o câmbio do dia. Jul-Ago-Set 2011 39


página econômica | superação

por Fernando Brites, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal Brasília-Goiás

As câmaras de comércio e a crise portuguesa "Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar ‘superado’. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência... Sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um..." Albert Einstein

O

momento crítico que atinge gravemente a economia portuguesa está a impor sério programa de sacrifícios sociais. Procurando superar os graves efeitos deste momento de dificuldades, Portugal despertou. Trocou o Governo e com criatividade, incumbe aos novos Ministros a importante tarefa de percorrerem o mundo, na busca de saídas capazes de superar os efeitos da crise. Foi neste contexto que de 26 a 28 de julho se apresentou no Brasil o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Em Brasília, o Ministro Paulo Portas, deu especial atenção às mensagens que lhe trouxeram os Diretores da Câmara de Comércio Brasil-Portugal Brasília: • O necessário reconhecimento recíproco dos procedimentos consulares. • Consagrar a cultura como instrumento indutor de negócios. • Importante contribuição que as treze Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil podem trazer a Portugal. As questões trazidas ao Ministro Paulo Portas pela Câmara de Comércio Brasil-Portugal Brasília, já são sobe-

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jamente conhecidas do Governo Português. De longa data, o Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, realiza pesquisas na busca de identificar as razões do pequeno valor do comércio bilateral. As pesquisas, invariavelmente revelam forte peso concentrado em cinco produtos exportados de Portugal para o Brasil e em contrapartida, outros cinco produtos exportados do Brasil para Portugal. Entretanto, Portugal dedica-se a exportar duzentos produtos para todo o mundo e não exporta esses duzentos produtos para o Brasil. Portugal se mostra para nós como a plataforma natural para a entrada dos produtos brasileiros na Europa. Porém, as relações econômicas do Brasil e Portugal são hoje embrionárias. Ao largo das teles, das empresas de energia, vinho e bacalhau, o setor produtivo português é desconhecido no Brasil. Em que pese, falarmos o mesmo idioma e os fortes laços que unem os dois países, esta condição não nos privilegia. O Brasil tem acordo de reconhecimento de procedimentos consulares assinado com a França e não tem mesmo acordo assinado com Portugal. Tais são os entraves burocráticos, que, para fazer seus produtos chegarem a Portugal, por vezes, empresas brasileiras se socorrerem dos portos da Alemanha. Neste norte, as Câmaras de Comércio Brasil-Portugal, estrategicamente instaladas em catorze estados do Brasil, dispõem da capilaridade ideal para emprestarem a Portugal eficiente ambiente de negócios. É chegado o momento de Portugal reconhecer que as Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil estão aparelhadas para oferecer ampla gama de serviços e informações estratégicas, indispensáveis à realização de negócios com Portugal. Atuando como agentes de fomento, as Câmaras de Comércio desfrutam de conhecimento e domínio do ambiente de negócios que é diversificado nas várias regiões brasileiras e neste momento, reúnem condições para oferecer propostas que ajudem Portugal a minimizar os efeitos da séria crise econômica, beneficiando-se deste momento em que o Brasil desfruta de privilegiado período de crescimento econômico, atraindo e exportando investimentos.


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homenagem | empreendedor

por Sara Melo

NO DIA 30 DE AGOSTO, ANTONIO JULIO DE JESUS TRINDADE, NOS DEIXOU. A COMUNIDADE PORTUGUESA E A SOCIEDADE FORTALEZENSE LAMENTAM A PARTIDA DA REFERÊNCIA DE ALEGRIA E DA FESTA DA SEGUNDAFEIRA MAIS FAMOSA DO MUNDO

JULIO PIRATA D’IRACEMA,

O PORTUGUÊS APAIXONADO PELO CEARÁ

H

á homens que se destacam por seu trabalho, por seu empreendedorismo ou por seu empenho em obras sociais. Julio Trindade pode ser definido como um homem que se destacou no cenário cearense por essas três características. Era um grande empreendedor do entretenimento, trabalhador exímio e construtor de ações sociais, na tenta-

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tiva de ajudar aqueles em situação de risco e que, por motivos diversos, não tiveram boas oportunidades de desenvolvimento de vida. Abraçou a cultura nordestina como se fosse a sua natal, difundindo o forró nas festas e shows que realizava e, consequentemente, divulgando os artistas da terra. Julio ficou conhecido em Fortaleza por ser proprietário do Pirata Bar, casa

de show em Fortaleza (CE) e que ficou conhecida internacionalmente com a citação do jornal americano The New York Times, por ter a “segunda-feira mais louca do mundo”. A diversão musical ficava a cargo de diversas apresentações de forró, ritmo musical típico da região. A segunda-feira de festa aconteceu pela primeira vez em 1987, quando uma senhora desejou realizar


seu aniversário no bar no dia incomum. A festa era ao som de forró e os convidados, na maioria mulheres, não tinham par para dançar. Assim, Julio decidiu chamar os garçons, seguranças e cozinheiros para ser os pares nas danças. A noite foi um sucesso e assim começaram as festas das segundas.

UM PORTUGUÊS PELO MUNDO A história de Julio Pirata d’Iracema, como gostava ser chamado, foi cheia de aventuras e viagens pelo mundo. Nasceu em Lisboa, em 1946. Sua família é de origem humilde, sua mãe era camponesa e o pai torneiro mecânico. Sentia-se orgulhoso de ser filho de pais trabalhadores e atenciosos. Em 1966, mudou-se para Paris e lá residiu por 15 anos, cidade que o acolheu de forma admirável e onde obteve vários ensinamentos que levaria para toda a vida. Nesse período, conheceu sua esposa, Yane, e tiveram seu único filho, Rodolphe. Os três fizeram várias viagens pelo mundo, conhecendo os EUA, Canadá, Caribe até se estabelecerem no Brasil, em 1981. Para ele, “passar a vida num lugar só porque nasceu ali é muito comodismo” e afirmava ainda que o lugar ideal seria o que ele se identificasse. Todas as viagens eram planejadas. Julio sempre pesquisava, colhia informações dos locais que desejava visitar, o que facilitava a escolha da estadia e o planejamento da viagem como um todo. O senso de responsabilidade lhe era caro, viveu várias aventuras em vários países, mas sem negligenciar consideração importante na hora de escolher os destinos. Nesses diversos países, Julio Trindade teve várias profissões como: recepcionista de hotel, garçom, pescador, diretor de bar e pousada até tornar-se proprietário do Pirata. No Caribe trabalhou como garçom no restaurante San Martin, onde serviu várias personalidades como o ex-presidente norte americano Richard Nixon e Jaqueline Kennedy Onassis, esposa do também ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy. Quando chegou ao Brasil, primeiramente estabeleceu-se na Bahia, onde abriu seu primeiro bar,

o Banzo Bar. A convite de um amigo conheceu o Ceará e apenas seis meses depois dessa viagem, decidiu mudar para a terra da luz.

UMA VIDA NO CEARÁ Ao chegar ao Ceará, estabeleceu-se na Praia da Baleia, no município de Itapipoca, onde comprou um barco lagosteiro, porém não obteve sucesso, devido a mudanças climáticas e à escassez da lagosta provocada pela pesca predatória. Naquela época, os pescadores não tinham a consciência necessária para o respeito ao período de defeso. Assim, com o fracasso do barco pesqueiro, a família decidiu mudarse para Fortaleza no ano de 1985, uma cidade em desenvolvimento. Quando se estabeleceu em Fortaleza, as dificuldades não foram menores. O primeiro problema enfrentado antes mesmo da inauguração do bar

foi com o nome, que apresentava rejeição por parte de algumas pessoas. Mas Julio não desistiu da ideia e apostou no nome, mesmo enfrentando pessoas com “nariz torcido por causa do meu bigodão, cabelos compridos e as roupas coloridas”, como ele mesmo afirmou. Algumas questões gráficas e tipográficas também foram dificultosas, pois, na época, não existia em Fortaleza a tecnologia necessária para que fosse desenvolvida a ideia que Julio queria. Mas mesmo com as dificuldades, Julio seguia com a cabeça erguida. Porém, as ações do Pirata não ficaram restritas ao lúdico. A preocupação em ajudar os que necessitavam sempre esteve presente nos ideais de Julio Trindade. Assim, em 1991, foi Apesar da resistência inicial do público, Julio insistiu no nome e na bandeira para representar o Pirata Bar e conquistou o sucesso

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Julio Trindade: ícone do turismo cearense

organizada a Fundação Pirata Marinheiros, que possui como valores: Solidariedade, marca do respeito às necessidades e aos problemas da comunidade; Parceria, espírito de equipe para agregar conhecimentos para o desenvolvimento social; Cidadania, compreendida como responsabilidade social e individual; e Pluralidade,

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reconhecimento das diferenças, assim como respeito a elas. As ações têm como público as crianças e adolescentes em situações de risco, mulheres e pescadores das regiões litorâneas de Itapipoca, Amontada e da região da praia de Iracema, em Fortaleza. A fundação conta com entidades parceiras que colaboram fi-

nanceiramente e conta também com a ação de voluntários em atividades pedagógicas e esportivas. Graças às ações sociais, houve o reconhecimento por parte do setor público. Julio recebeu o título de Cidadão Fortalezense, em 1999, concedido pela Prefeitura de Fortaleza. Em 2007, foi concedido o título de Cidadão Amontadense, conferido pela prefeitura de Amontada, e o título de Cidadão Cearense conferido pela Assembleia Legislativa do Ceará. Em seus 26 anos como morador de Fortaleza, foi provedor de grandes eventos de entretenimento que fizeram a vida do fortalezense e dos turistas ter mais graça e alegria. E, com essa ampla biografia, Julio Pirata d’Iracema deixa lembranças saudosas em todos os clientes que frequentavam as festas animadas do Pirata, assim como em todos os cidadãos que eram atendidos pelos projetos sociais que desenvolveu.


informe publicitário

EDP Crescimento contínuo e sustentável

O

Brasil está em franco desenvolvimento econômico e cada vez mais precisará de energia firme e capaz de suportar a demanda do crescimento industrial. Acreditamos que o Brasil apresenta todas as condições para prosseguir no rumo de forte desenvolvimento e de continuado progresso na melhoria da qualidade de vida de toda a sua população. E o setor energético é um dos pilares fundamentais para esse desenvolvimento. Por isso, nos preparamos para contribuir com esse objetivo, investindo em Geração e Distribuição. Desde 2005, quando abriu capital na Bolsa de Valores, a EDP teve uma valorização de seus papéis em 107%. Esses recursos captados desde então têm sido fundamentais para o desenvolvimento da estratégia da empresa. Nos últimos cinco anos, a EDP realizou um investimento bilionário em projetos de expansão, especialmente no segmento de geração de energia. Entre os principais estão o aproveitamento hidrelétrico de Peixe Angical (TO), a expansão da usina hidrelétrica de Mascarenhas e a conclusão das PCHs São João e Santa Fé, no Espírito Santo. Estes projetos levaram a empresa a mais que triplicar a sua capacidade instalada, passando de 530 MW para 1.827,9 MW. Até 2015, com os projetos já em construção, a previsão é chegar a 2.497 MW, com a entrada em operação, em 2012, da Termelétrica de Energia Pecém, em Fortaleza, e com a recém adquirida UHE Santo Antônio do Jari, com capacidade 370 MW, localizada nos estados de Amapá e Pará. Hoje a empresa possui 17 usinas hidrelétricas de grande, médio ou pequeno porte, 3 parques eólicos, além das suas distribuidoras – EDP Escelsa (Espirito Santo) e EDP Bandeirante (São Paulo)

Para além de tudo que já foi feito, em 2010 a EDP iniciou a preparação para um novo ciclo. Definiu objetivos claros de longo prazo, com ênfase para a aposta na inovação, que terá um papel decisivo no prosseguimento do caminho de sucesso. Mantendo o rumo estratégico de crescimento orientado, eficiência superior e risco controlado, investimos em ações para promover o desenvolvimento de novas práticas na empresa e na sociedade, visando a um horizonte de dez anos. Mas as decisões de investimento, além de assegurarem rentabilidade adequada aos acionistas e contribuírem para a robustez do Setor Elétrico Nacional, foram e serão sempre tomadas com base em rigorosos princípios de defesa do equilíbrio social e ambiental. Por adotarmos estas práticas, estamos listados no Índice Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa. A EDP foi responsável por implantar a primeira rede de abastecimento elétrico do Brasil e por desenvolver a maior frota de veículos elétricos do País por meio da doação de bicicletas elétricas para organizações de segurança pública. Também possuímos uma política de ações de eficiência energética e redes inteligentes, promovendo o desenvolvimento de tecnologias energéticas mais limpas e eficientes, assim como o uso racional e seguro da energia. Para os próximos anos, manteremos nosso plano de negócios o crescimento em geração mantendo um equilíbrio adequado entre as contribuições da distribuição e da geração para a criação de valor, num contexto em que se dará atenção particular à inovação, à qualidade da gestão do capital humano e sustentabilidade. Jan-Fev-Mar Jul-Ago-Set 2011 45


campanha | gentileza

por Renan Pinheiro

TRÂNSITO LEVE SUCESSO NAS MÍDIAS SOCIAIS, NA IMPRENSA E NAS RUAS DE FORTALEZA, A CAMPANHA ‘EU FAÇO O TRÂNSITO LEVE’ SUGERE PEQUENAS AÇÕES DE GENTILEZA E ELEGÂNCIA PARA A MELHORIA DO TRÂNSITO DA CIDADE

E

stimular atitudes que levem bem-estar ao relacionamento entre motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres, tornando o trânsito um ambiente mais gentil e respeitoso. Esse é o objetivo central da mais nova ação de sucesso idealizada pela AD2M Engenharia de Comunicação, a campanha “Trânsito Leve”. Focada no estímulo a ações simples do cotidiano, como buzinar menos e ceder a passagem a outros veículos, a campanha teve início no começo do mês de julho com a distribuição de adesivos e nas mídias digitais, com as postagens de ilustrações, fotos, vídeos e frases criadas pela agência e por interessados no assunto. “Visamos minimizar, por meio da campanha, os impactos negativos que

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Ana Maria Xavier e Apolônio Aguiar, dois dos diretores da AD2M, inauguram os adesivos distribuídos na campanha

o trânsito vem causando na vida de todas as pessoas. Se cada um de nós tomar uma atitude individual agradável e não-agressiva no trânsito, isso irá gerar uma transformação coletiva favorável a todos”, destaca Apolônio Aguiar, diretor de Comunicação Criativa da AD2M, sócia da CBP-CE. Fortaleza recebe mensalmente cerca de seis mil novos automóveis. Em 2015, serão cerca de 1 milhão de carros circulando pela cidade e, já hoje, a capital cearense é a terceira do Brasil em número de acidentes de trânsito, segundo o Ministério da Saúde. “Temos de trabalhar bem a questão da educação no trânsito para prevenir uma grande maioria dos acidentes. E a campanha proposta pela AD2M ajuda na conscientização

daqueles que a vêem”, aponta Fernando Bezerra, presidente da Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza (AMC). Como prova de sucesso, a hashtag #transitoleve foi rapidamente adotada pelos usuários do Twitter para postar dicas, mensagens de gentileza e observações para a melhoria do trânsito de Fortaleza. A página do Trânsito Leve no Facebook também recebeu muitas contribuições e a campanha foi tema de matérias de jornais impressos, blogs e emissoras de rádio e televisão da região. Jornalistas, empresários, parceiros e público em geral usam o adesivo como forma de apoiar o trânsito saudável. Gentileza, atenção e respeito, juntos, por um trânsito mais leve.


"TRÂNSITO NÃO É COMPETIÇÃO. SEJA GENTIL QUANDO PEDIREM PASSAGEM. VOCÊ TAMBÉM VAI PRECISAR MUDAR DE FAIXA UMA HORA." ROBÉRIO LESSA

O empresário Beto Studart, da BSPAR, apoia a campanha #transitoleve

Deda Gomes, diretor do Grupo Geppos: “Mesmo na preferencial procura ceder passagem a pelo menos um carro”

Também aderiram e propagam a ideia Andréa Veras e Myrna Cochrane, da Fanor

"FAZER UM #TRANSITOLEVE DEPENDE DE CADA UM DE NÓS. GENTILEZA GERA GENTILEZA. FAÇA SUA PARTE!" PA TRÍCIA NOGUEIRA PATRÍCIA

Escritor Pedro Paulo Montenegro: "A pressa é inimiga de um #transitoleve”

Isabel Mindêllo acha que “devemos pensar duas vezes antes de usar a buzina sem necessidade"

Cristiane Gutierrez: “Com responsabilidade, educação e respeito às leis conseguiremos ter um #transitoleve”

“SEJA CAUTELOSO NO TRÂNSITO, POIS ALÉM DA SUA VIDA EXISTE MAIS VIDAS EM JOGO. PARA ESSA CAMPANHA EU TIRO O CHAPÉU!" GL ÁUCIA QUEIROZ GLÁ

“É muito bom quando um motorista nos dá passagem na faixa de pedestres”, diz Rafaela Britto Jul-Ago-Set 2011 47


página econômica | desenvolvimento

por Roberto Marinho, diretor da Ceará Trade Brasil, presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará, vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, gerente regional da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

As empresas brasileiras e a visão global

E

stamos no ano de 2011, faz 10 anos que aconteceu o ataque ao World Trade Center em Nova York, Governos caíram no Norte da África, outros agonizam também no Oriente Médio, a economia da Europa passa por momentos turbulentos bem como a dos Estados Unidos. A China ameaça desacelerar o crescimento e o mundo terá que aceitar sua economia como “de mercado”. O dólar perde valor no mundo inteiro e pela primeira vez na história, os Estados Unidos tem sua nota de risco de crédito rebaixada e quase não consegue honrar o pagamento dos títulos devido às turras de Democratas x Republicanos. Como resultado, há uma busca por compra de títulos americanos! Enquanto isso o Brasil tem andado na contra mão do mundo, com democracia consolidada, crescimento constante, mercado interno forte, pessoas saindo da linha da pobreza, classe média em ascensão, inflação sob controle, reservas internacionais com marcas recordes, geração de empregos, construção civil em alta. Tudo isso, compõe um ambiente favorável ao país e às empresas brasileiras, certo? Nem sempre, e é ai que mora o problema, na acomodação! É neste cenário de profundas e rápidas transformações, nem sempre de fácil compreensão, que teremos que conviver daqui pra frente. Uma nova ordem mundial está sendo formada e isto não acontece sem sofrimentos, sem acomodação e sem dor. Se faz necessário um olhar apurado de 360o, atenção aos detalhes e visão mundial, pois desta reordenação, surgirão oportunidades geradas pelas transformações e pelo vácuo deixado por empresas que fecharam, saíram do mercado, se reposicionaram ou migraram para outros países. As empresas, em especial as pequenas e médias, não podem continuar com a ilusão que estão seguras no seu mercado interno robusto, crescente e maduro.

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No ambiente de economia globalizada e de crises internacionais, em especial a que estamos vivenciando, empresas da Europa e Estados Unidos, mas também da China, estão vindo se instalar no Brasil e com isso trazem Know How, máquinas modernas, conhecimento global e vão concorrer com as empresas brasileiras. Ora, se não estivermos preparados, como poderemos competir? A preparação das empresas e dos empresários é fundamental, necessária à sobrevivência e ela só se dá através da inovação, do conhecimento, da prática internacional. É por isso que defendo que as empresas não podem prescindir de seu olhar internacional, de voltar parte de sua produção para a exportação, de importar insumos (ou pelo menos conhecer as opções que dispõe), de interagir com congêneres no exterior. Neste caminho, surge para o Brasil a África. Como bem disse o Ex-Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim em artigo recém publicado: A África tem sede de Brasil. Podemos através dos principais países de língua portuguesa situados na África: Angola, Cabo Verde e Moçambique, exportar produtos de um grande número de empresas brasileiras. Através de comerciais exportadoras (modelo adotado na Ásia), os produtos poderão escoar com destino a estes países inicialmente e deles entrar no grande mercado africano. Também poderemos estruturar parcerias, joint ventures e transferência de tecnologia em várias áreas econômicas. Poderemos fomentar emprego e renda através de nossos produtos e serviços e com isto nos diferenciar dos concorrentes. O principal já temos: empatia, conhecimento, bons produtos, serviços, o que falta principalmente é visão global, participação em feiras internacionais e conhecimento de idiomas. O Brasil é a bola da vez, a África também. Vamos começar o jogo?


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gastronomia | regional

por Vicky Nóbrega e Sara Melo

TRIPAS E VÍSCERAS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE A PANELADA TÍPICA DO NORDESTE BRASILEIRO E A IGUARIA PORTUGUESA, TRIPA À MODA DO PORTO

A

pesar de integrarem a culinária brasileira e portuguesa, respectivamente, a Panelada e a Tripa à Moda do Porto causam bastante discórdia quando se trata do paladar de seus consumidores. O motivo é claro: a presença do item essencial para o preparo dessas iguarias: tripas. A origem de ambas se deu na tentativa de obter o aproveitamento máximo do animal abatido. Segundo o professor de Gastronomia da Universidade Federal do Ceará, José Arimatea Bezerra, a panelada é um prato típico nordestino, mais pre-

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à la carte cisamente cearense, criado na região sertaneja. No entanto, ele afirma que a técnica de preparo é herança da cozinha portuguesa, o cozido de uma panela só. O gastrônomo português Virgílio Gomes ainda acrescenta ao dizer que “é preciso reconhecer que muito da cozinha chamada brasileira é uma aculturação da cozinha portuguesa”. As Tripas à Moda do Porto têm origem indefinida e repleta de versões. Contudo, a mais comum justifica que o prato, constituído pelas sobras bovinas, foi criado logo no início do século XV. A necessidade surgiu quando todos os gêneros de alimentos da cidade do Porto foram entregues para abastecer as embarcações que partiam em uma expedição militar para a tomada de Ceuta. Com apenas as sobras dos alimentos, inclusive as tripas, a população teve que criar alternativas para se alimentar. Hoje, a “invenção” portuguesa compõe a gastronomia e é acompanhada por arroz branco. A panelada tem muitas semelhanças com as Tripas à Moda do Porto, segun-

do Virgílio Gomes. “Mas encontramos ainda Panelada em Minas Gerais onde também é conhecida por Cozido Mineiro, como vamos encontrar Panelada em Imperatriz, no Maranhão, e Dobradinha, em Pernambuco, ressalta Gomes. Segundo Maria Lúcia Gomemsoro, a Panelada já era mencionada em documentos do século XVI, portanto, logo após a chegada dos portugueses, sendo que o cozimento acontecia de um dia para o outro. Existe uma expressão no Brasil que diz: “Panelada é sempre almoço de sujeito valentão”, isto por ser um alimento pesado e forte. No Brasil, é habitualmente acompanha pelo pirão escaldado com água onde foram cozidas as carnes. “Há, portanto, mais semelhanças do que diferenças, daí podermos afirmar que foram os portugueses a instalar a panelada possivelmente com saudades das tripas”, conclui Virgílio Gomes. Quando feito no sertão, o prato costuma utilizar o bode (cabra) ou o carneiro (ovelha), cujas vísceras e os mocotós são os insumos básicos. Já nos centros urbanos, o uso do boi (vaca) é mais co-


Tripas à Moda do Porto mum e recente. Para acompanhar este prato tipicamente cearense, recomenda-se a farinha branca de mandioca e o arroz, que gradativamente passaram a fazer parte da rotina alimentar do sertanejo e a se tornar o acompanhamento mais popular para a panelada. Para o representante comercial Helmo Coelho, casado com uma portuguesa, a Tripa à Moda do Porto é um prato mais leve, menos gorduroso que a panelada, uma vez que alguns de seus ingredientes, como o feijão, são cozidos separadamente. Ele afirma ainda que sua preferência é o prato luso feito por sua sogra portuguesa, mas destaca também gostar muito da Panelada, já que os dois pratos levam a mesma base de ingredientes e, ao final do preparo, são muito parecidos. Ao final, há mais semelhanças que diferenças entre esses dois pratos e o importante é saborear tanto a versão nordestina quanto a iguaria portuguesa e escolher o preferido.

Ingredientes 500 g de Feijão manteiga demolhado 600 g de dobrada (tripas, sola e folhada) de vitela 1 chispe de porco 1 pé de vaca 250 g de presunto entremeado 200 de salpicão (embutido com lombo de porco) ½ galinha caipira 1 chouriça de carne (embutido) 250 g de cebola, louro 3 dentes de alho 1 cenoura grande 1,5 dl de azeite 1 colher de sopa de banha de porco 3 cravinhos da Índia 1 colher pequena de cominhos 1 colher pequena de colorau, sal e pimenta Modo de preparo Lave muito bem as tripas com água e esfregue com sal grosso. Depois, coloque de molho por, no mínimo, uma hora,

com água, vinagre e sumo de limão. Então, lave as tripas e leve para cozinhar em água durante por uma hora. Retire essa água e adicione a galinha e a mão de vitela, junte nova água e ponha a cozer. À parte, cozinhe o feijão com o pé de porco. Num tacho, coloque a banha de porco, o azeite, o alho e a cebola picados, a cenoura cortada às rodelas e o louro. Leve ao lume até a cebola ficar transparente. Junte agora o presunto cortado aos cubinhos e o salpicão, às rodelas. Deixe estufar um pouco, e então junte as tripas já cortadas, o pé de porco e a mão de vitela cortados em pedaços. Deixe estufar e juntar um pouco da água de cozer as carnes. É tempo de temperar com o cravinho, cominhos, colorau, pimenta e sal. Depois de estufar um pouco, junte o feijão cozido e acrescente a água de cozer as carnes. Quando estiver tudo bem envolvido, e o caldo tiver engrossado, está pronto. Antes de servir, desfie a galinha cozida. Se gostar, pode enfeitar com ramo de salsa. Jul-Ago-Set 2011 51


cultura | literatura

por Sara Melo

Negócios emergentes e economias globais O livro Negócios Internacionais e Internacionalização para as Economias Emergentes tem como públicoalvo empresários, estudantes de gestão, gestores e executivos. Os leitores encontram na obra um manual para o conhecimento dos mercados emergentes e formas para expandir o seu negócio e tornar a sua empresa uma multinacional. A obra aborda também as oportunidades e desafios da globalização, as formas de internacionalização das empresas e os critérios para decidir quais os melhores mercados para um começo de atuação internacional. Além de outros aspectos específicos das economias emergentes que for-

mam o BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, o livro aborda também a economia desenvolvida nos Estados Unidos, condicionando o olhar do leitor a identificar quais países são os melhores para investir. A autoria é de Manuel Portugal Ferreira, doutor pela Universidade de Utah (EUA), pesquisador de estratégias de empresas multinacionais; Fernando Ribeiro Serra, doutor em engenharia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e diretor da Unisul Business School; e Nuno Rosa Reis, doutorando em gestão na Universidade de Coimbra e docente no Instituto Politécnico de Leira.

SERVIÇO: Negócios Internacionais e Internacionalização para as Economias Emergentes Autores: Manuel Portugal Ferreira, Fernando Ribeiro Serra e Nuno Rosa Reis Editora: Lidel Preço médio: R$ 80,00

Metáforas do cotidiano e poemas intimistas José Geraldo Neres, autor do livro Outros Silêncios, é um poeta que escreve de forma intimista, estimulando os sentimentos de seus leitores. Seus textos exprimem imagens do cotidiano descritas de forma admirável que fazem com que o leitor atente para as pequenas coisas, como os raios do sol e os sonhos de cada noite. O autor nos apresenta ressignificações de emoções, atos e palavras do cotidiano que, por diversos motivos, perderam seus sentidos e entendimentos para diversas pessoas. Essas ressignificações são apresentadas na forma de metáforas do dia a dia que envolvem os sentimentos, 52 Brasil-Portugal no Ceará

como neste trecho: “as árvores cantam / levam meu corpo / suas raízes criaram asas”. José Geraldo Neres nasceu em Garça (SP), em 1966. É poeta, ficcionista, roteirista, produtor cultural e co-fundador do grupo Palavreiros. Integrante do Grupo Gestor & Conselho Editorial do Ponto de Cultura Laboratório de Poéticas e responsável pela seção Outra Margem, da revista homônima. Recebeu diversos prêmios literários e incentivos. SERVIÇO: Outros Silêncios Autor: José Geraldo Neres Editora: Escrituras Preço: R$ 20,00


Para profissionais e estudantes de comércio exterior O livro Teorias do Comércio Internacional e Política Comercial de Henrique Marinho aborda vários aspectos do comércio exterior. Inicialmente, apresenta retrospecto histórico das práticas de comércio desde as civilizações da antiguidade chegando até os dias atuais, abrangendo as civilizações globalizadas e suas economias interligadas. Para tanto, o livro apresenta teorias de comércio internacional tanto à luz de abordagens clássicas, quanto de teorias de conceituados autores contemporâneos. O livro aborda também práticas de comércio utilizadas pelos países e pelas empresas que atuam com comércio no mundo globalizado, o qual é regido pelas regras da Organização Mundial do Comércio, a OMC. Com um rico conteúdo, se apresenta como fundamental para profis-

sionais, assim como referência de pesquisa e aprofundamento no tema. Henrique Jorge Medeiros Marinho nasceu em 1952. É economista formado pela Universidade Federal do Ceará, possui mestrado em Economia pela mesma instituição de ensino e mestrado em Negócios Internacionais pela Universidade de Fortaleza. Atualmente, é professor titular da Universidade de Fortaleza e analista do Banco Central do Brasil, exercendo o cargo de chefe do núcleo do Departamento econômico em Fortaleza.

SERVIÇO: Teorias do Comércio Internacional e Política Comercial Autor: Henrique Marinho Editora: Ciência Moderna Preço médio: R$46,00

Um passeio entre lugares, costumes e pessoas O livro Chrónicaçores: Uma circumnavegação de Timor a Macau, Austrália, Brasil, Bragança até aos Açores, de autoria do escritor e tradutor português J. Chrys Chrystello, pode ser apresentado como um belo texto, escrito em português de Portugal, que possui três vertentes: autobiografia, livro de aventuras e registro histórico. O leitor se depara com forte crítica social, descrição minuciosa dos detalhes e uma analise dos diversos tipos humanos. As viagens feitas pelo autor renderam várias crônicas repletas de costumes locais, tradições e exposição de pessoas nativas das regiões, além de relatar suas observações e seus sentimentos em relação aos locais pelos quais vi-

sitou, descobrindo assim a cultura que permeia localidades tão díspares como Trás-os-Montes, Macau ou Açores. Crys Chrystello foi oficial do exército Português, posteriormente foi editor de jornal, com foco em jornalismo político. Publicou seu primeiro livro aos 23 anos (Crônicas do cotidiano inútil) e atuou fortemente como jornalista político em rádio, televisão e impresso, além de ser tradutor e intérprete freelancer. SERVIÇO: Chrónicaçores: Uma circum-navegação de Timor a Macau, Austrália, Brasil, Bragança até aos Açores Autor: J. Crys Chrystello Editora: Calendário de Letras Preço: € 15 (somente em versão importada)

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agenda | Câmara

Outubro De 3 a 6 Encontro de Negócios na Língua Portuguesa De 3 a 6 Missão Empresarial a Fortaleza - Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) e Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEMM) De 9 a 11 5º Salão Internacional dos Equipamentos, Produtos e Serviços Médicos e Hospitalares De 11 a 16 Salão Imobiliário de Portugal Dia 12 Dia de Nossa Senhora de Aparecida (Feriado) Dia 15 Barcelona Meeting Point 2011 De 25 a 27 Portugal Exporta 2011 De 27 a 30 Projekta by Constrói Angola 2011 Feira Internacional da Construção Civil e Obras Públicas

Novembro Dia 2 Dia de Finados De 16 a 20 15ª FIC - Feira Internacional de Cabo Verde Dia 21 a 27 Encontro Intercontinental sobre a Natureza De 24 a 27 FENIC - Feira Internacional de Turismo e Cultura de Angola De 24 a 27 1ª Feira Internacional de Energia e Águas de Angola

Dezembro Dia 9 Confraternização da CBP-CE

Mais informações e atualizações no site www.brasilportugal.org.br /ce 54 Brasil-Portugal no Ceará


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