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MAIO 2020
POR ELISEU MAGNO, MEMBRO DA PIB EM CANDEIAS E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BATISTA DE AÇÃO SOCIAL Estamos vivendo novos tempos e muitos desafios. Os impactos do novo coronavírus são diversos e difíceis de serem mensurados. Além das graves consequências relacionadas à vida e à saúde da população, também agravou a crise econômica e as desigualdades sociais. Antes do novo coronavírus já experimentávamos mudanças constantes e de alta complexidade, impulsionadas pelos avanços das novas tecnologias e integração das comunicações. Mas no Brasil os impactos são ainda maiores, porque além dos problemas crônicos (desemprego, recessão, endividamento, etc.), a pandemia encontrou um país dividido, entre autoridades médicas que recomendavam o isolamento social - como principal estratégia de prevenção contra a propagação da Covid-19 e, de outro lado, autoridades políticas, convocando o povo para trabalhar. Sem aprofundar o debate (porque não é este o propósito do artigo), convém admitir que os desencontros quanto às orientações das autoridades públicas comprometem frontalmente as medidas de prevenção e controle da pandemia. Basta lembrar que este quadro favorece a propagação de notícias falsas ( fake news ), inclusive sobre medicamentos e meios para tratamento da doença. Para nós que exercitamos a Ação Social Cristã, uma questão se apresenta de imediato: Como refletir sobre a nossa prática sem considerar todo esse contexto? Deveríamos nos isentar e prestar assistência, sem levar em consideração todos estes fatores? Poderíamos “fechar os olhos” e oferecer o socorro a quem precisa, sem enfrentar esta dura realidade?
PODCAST DA CBPE
O Livro do Êxodo relata o posicionamento do Senhor diante da escravidão do povo de Israel no Egito. No cap. 3, 7-10, encontramos algumas respostas para uma prática social cristã relevante. Deus se apresenta e diz: "De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, e também tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto eles estão sofrendo. Por isso desci para livrá-lo das mãos dos egípcios e tirá-lo daqui para uma terra boa e vasta, onde manam leite e mel (...). Pois agora o clamor dos israelitas chegou a mim, e tenho visto como os egípcios os oprimem. Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo, os israelitas".
Este texto nos traz grandes lições, mas gostaria de destacar uma em especial: precisamos nos aproximar e ter mais atitude diante da necessidade do outro ( “por isso desci para livrálo” ). Estamos vivendo a sociedade da indiferença. E quando chegamos a este ponto, nós mesmos é que precisamos de ajuda. Na percepção do Pastor Batista Martin Luther King: “O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas”.
No relato bíblico, o que nos chama mais à atenção é que o Senhor não agiu de forma superficial. Quantas vezes enviamos uma cesta básica apenas para oferecer “alguma ajuda” (e não estou falando que isto seja mal; apenas lembrando que em muitos casos, a solução requer respostas mais efetivas). Deus poderia ter enviado “algum alívio” ou “algum consolo” para os Hebreus, mas não foi esta a providência. A ação dEle mexeu com as estruturas do Egito e mudou completamente a realidade do povo de Israel. Ele trouxe libertação e uma nova terra (Canaã).
FAZ BEM FAZER PARTE
Penso que os problemas que estamos vivendo no nosso país demandam uma ação mais profunda e eficaz. Nossa Ação Social Cristã precisa continuar dedicando-se ao âmbito da assistência (distribuição de alimentos, roupas e remédios) ou mesmo do serviço social (creches para as crianças, educação profissionalizante para os jovens, abrigo para os idosos etc). Como dizia Herbert de Souza “O Betinho”: “a fome não espera” . Tudo isso é imprescindível. Mas tenho a convicção de que para mudar de fato a nossa realizade, precisamos investir mais em cidadania, porque a maior parte das questões tem a ver com direitos e políticas públicas. Neste sentido, convém valorizar os espaços públicos como os Conselhos de Direito e de Políticas Públicas (nas áreas da criança e do adolescente, educação, saúde, defesa social, desenvolvimento econômico, entre outros). Penso que cada organização batista deveria ter ao menos um representante em cada esfera. E no campo da cidadania, também é preciso considerar a nossa ação política. Tenho percebido a postura de algumas igrejas e, naturalmente de seus líderes, nesta seara, e observado a adoção de posições extremadas: enquanto uns acreditam que “política é coisa do demônio” e se afastam completamente, outros confundem a atividade eclesiástica com a militância partidária, transformando os púlpitos em verdadeiros palanques, especialmente em tempos de eleições. Necessitamos de maturidade para de um lado respeitar o princípio da separação entre a Igreja e Estado e de outro estimular os cristãos (preferencialmente os leigos) ao exercício do direito de participação na vida pública, com consciência, responsabilidade e muita serenidade. Alguns dizem que o papel da Ação Social Cristã é “doar o peixe”; outros afirmam ser nosso dever “ensinar a pescar”; mas há ocasiões em que “o peixe não chega” por conta da “poluição no rio”. E neste caso, talvez seja mais recomendado ir adiante. Novos tempos exigem novas reflexões. E muitos desafios exigem muito mais atitude.
SOMOSCBPE
CONTRIBUIÇÕES
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