Nº 9 1º trimestre 2014

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Nº 9– 1º Trimestre de 2014

Revista Digital de Cães e Lobos

Uma Edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos

Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética

Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos. Características do Curso Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Criação Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

… e donos responsáveis!


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Edição Nº 9

Editorial Com o esforço de todos os que colaboraram, conseguimos publicar a maior revista desde a sua criação. É um factor que me deixa bastante satisfeito porque o objectivo de mobilizar mais pessoas foi atingido. Aproveitámos umas belas fotos de uma amizade entre uma raposa e um cão para fazermos uma fotoreportagem de rara beleza. Continuando com a sua missão de ajudar os donos a escolher o seu próximo amigo canino, a Tânia explicou as características de algumas das nossas raças autóctones. A Ana Camacho continuou a contar-nos história fantástica do seu Simão e as peripécias porque passou para educar a sua Fisga, uma cadela adoptada, utilizando para o efeito unicamente o reforço positivo. A Eneida completou o seu excelente artigo sobre a raça Pitbull. A Inês Pereira iniciou a sua colaboração na revista Cães & Lobos logo com duas participações: divulgou o desporto canino “Freestyle” e recomendou o livro que foi apresentado neste número. Obrigado, Inês, esperamos que continue. A Suzette Veiga voltou a participar com mais um artigo com a qualidade a que nos habituou, desta vez falou sobre a inteligência canina. Participante em todos o números, a Anabela mais uma vez nos brindou com mais um artigo pleno de oportunidade: a obesidade nos cães e também compilou, como tem feito sempre, algumas notícias sobre cães que saíram nos meios de comunicação nos últimos três meses. A nossa amiga Karin Pirá do país irmão, Brasil, enviou-nos um estudo comparativo entre as características que diferenciam os nossos cães dos seus ancestrais, os lobos. Um tema premente e polémico, a utilização da caixa transportadora na educação e adestramento dos nossos cães, motivou a publicação de um artigo de fundo sobres este tema. Esperamos que ajude a desmistificar a utilização deste equipamento. A Alexandra divulga algumas curiosidades sobre o lobo e a Vanessa dá-nos 18 razões para ter um cão. Para o próximo trimestre, cá estaremos de novo. Boas Leituras. Sílvio Pereira

Navegue connosco nas ondas da web Revista Cães & Lobos http://revistacaeselobos.weebly.com Centro Canino de Vale de Lobos www.ccvlonline.com Departamento de Formação do CCVL http://formacaoccvl.weebly.com Departamento de Divulgação do CCVL Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net www.facebook.com/ccvlobos Página 1

2 Uma amizade improvável (Foto-reportagem) 5 Raças caninas autóctones (Tânia Carvalho) 8 Simão… o outro lado da história (Ana Camacho) 10 Pitbull - 2ª parte (Eneida Cardoso) 13 Freestyle dog (Inês Pereira) 15 A inteligência do cão (Suzette Veiga) 17 A obesidade nos cães (Anabela Guerreiro) 20 A diferença entre cães e lobos (Karin Pirá) 21 A educação de um cão adoptado (Ana Camacho) 24 A importância da caixa (Sílvio Pereira) 27 Curiosidades sobre o lobo (Alexandra Pereira) 29 18 razões para ter um cão (Vanessa Correia) 31 - Livro recomendado 32 - Notícias


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Foto-reportagem

Edição Nº 9

Quem é que não se lembra da história de “O Cão e a Raposa”? A amizade entre o cão e a raposa que existia nesta história da Disney parece ter-se tornado real, numa floresta da Noruega. Sniffer, uma raposa, e Tini, um cão, encontraram-se um dia por acaso e apesar das suas tamanhas diferenças tornaram-se grandes amigos numa amizade, no mínimo, improvável. O Tini vive com o seu dono, o fotógrafo Torgeir Berg, que teve a possibilidade de presenciar e capturar cada momento desta amizade. O carinho e as brincadeiras que Sniffer e Tini têm um com o outro foi tão inspirador para Berge que este decidiu lançar um livro chamado “O cão e a raposa” que retrata contos de fadas baseados na amizade dos dois animais . Além disso, Berge apercebeu-se nas grandes semelhanças entre o comportamento do seu cão e o da raposa e está agora a lançar uma campanha contra o uso de peles de raposa na Noruega, que já está a mudar muitas mentalidades. Após meses de convivência entre Tini e Sniffer, Berge diz que a raposa é o “cão da floresta”. Grande parte das receitas do seu livro serão usadas para a sua campanha de conservação e comércio anti-peles. O fotógrafo destaca ainda as condições de vida em que certos animais, incluindo raposas, são mantidos até serem mortos devido ao comércio de peles.

“Porque é que alguns animais hão-de estar presos em gaiolas minúsculas, claustrofóbicas, sem liberdade... só para enfeitar os humanos?” Fonte: Bored Panda Fotos: Torgeir Berg

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Foto-reportagem

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Raças

Texto: Tânia Carvalho Fotos: Google Desta vez escrevemos para os defensores do produto nacional, para aqueles que pensam se quero um cão vou adquirir um de raça autóctone e existe uma variedade considerável de raças, dada a dimensão do nosso país. Neste momento o Clube Português de Canicultura (CPC), reconhece dez raças portuguesas: Cão da Serra de Aires, Cão de Fila de São Miguel, Cão da Serra da Estrela, Cão de Castro Laboreiro, Rafeiro do Alentejo, Podengo Português, Perdigueiro Português, Cão de Água Português, Barbado da Terceira e Cão de Gado Transmontano. Sendo que todas são reconhecidas pela Fédération Cynologique Internationale (FCI), com exceção do Barbado da Terceira e Cão de Gado Transmontano. Todas as raças de cães autóctones tiveram a sua origem como cães de trabalho, apesar de nos nossos dias serem usados com frequência como animais de companhia, não devemos esquecer o princípio para que foram criados, todas elas são cães de porte médio a grande. Nesta edição escolhemos aleatoriamente cinco das dez raças, nas próximas edições abordaremos as restantes.

Cão da Serra da Estrela Origem: A sua proveniência é um pouco dúbia, fala-se em cães semelhantes aos molossos do Tibete, mas como nessa zona existiram vários dogues, cães de montanha e mastins, não se consegue determinar quais deles estarão na origem desta raça, mas esta é uma das raças mais antigas da Península Ibérica e talvez a mais popular no nosso país. Tal como o nome indica a Serra da Estrela é o local onde se fixou e desenvolveu, é um cão de montanha, forte, robusto e com muita resistência, cuja principal aptidão é a guarda de rebanhos.

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Uma ressalva deve ser feita, estes cães protegem o rebanho, não o conduzem. Sazonalmente os pastores sobem à serra para procurar pastos e necessitam de proteção contra os predadores dos seus rebanhos, em especial contra o lobo. Devido ao seu trabalho e às condições climáticas adversas da serra, o Cão da Serra Estrela esteve bastante sujeito à seleção natural, daí que somente os exemplares que sobreviviam ao frio e às lutas conseguiam reproduzir-se. A seleção humana foi tendo um maior papel ao longo do tempo, sobretudo quando esta raça começou a ser levada para zonas urbanas. Esta raça passou a ser utilizada na guarda de casas e propriedades. Em 1934 foi elaborado o estalão da raça, no qual se estabeleceu duas variedades de pelagem e em 1966 dáse o reconhecimento da raça pelo FCI. Aptidão: Cão de guarda a rebanhos. Comportamento: São cães fortes, robustos, independentes, muito territoriais e dominantes. Necessitam de uma boa socialização, e de um dono que imponha desde o início as regras de forma consistente e coerente. São extremamente afetuosos e meigos com os donos, mas são perfeitamente capazes de suportar a sua ausência, por exemplo, quando o dono sai para trabalhar. Apesar da sua fisionomia imponente, são cães muito dóceis com as crianças da família, de quem aceita muitos abusos. Com as visitas estas devem ser apresentadas ao cão e não devem ficar sozinhas com ele, já que por natureza (cão de guarda) é desconfiado em relação aos humanos de fora de casa. A convivência entre machos é impossível, entre fêmeas é mais fácil acontecer. Podem conviver com animais de outras espécies desde que habituados com elas desde pequenas. Necessitam de algum espaço, a vivência em apartamento pode-se tornar difícil. Quanto há sua saúde são bastante saudáveis, resistentes e com uma grande longevidade.


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Cão da Serra D’Aires

Origem: Mais uma vez deparamo-nos com a dificuldade em determinar a origem exata da raça, pensa-se que sejam uma variante dos cães Pastor dos Pirinéus, que se fixou na Serra de Aires. No entanto, apesar do seu nome este cão de Pastor português vive no Ribatejo e nas planícies do interior do Alentejo. Em 1932, foi reconhecida como raça pela Sociedade canina portuguesa, mas esteve á beira da extinção, só com um grande esforço de criadores e apreciadores da raça é que foi possível recuperar a raça. A sua popularidade em Portugal tem crescido, no entanto no estrangeiro é ainda uma raça quase desconhecida. Aptidão: Condução de gado e guarda. Comportamento: São protetores, fiéis e afetuosos. No entanto, e apesar de ser paciente com as crianças não deve ser deixado sozinho com elas. Tem a tendência de pastorear os membros da família. São bons cães de guarda, visto serem bastante territoriais. Se for bem conduzido será um excelente aluno no treino, no enanto e dada a sua teimosia, pode-se tornar difícil se não for criado desde o início com regras bem definidas e rotinas. Confinar um cão desta raça a um apartamento, é como tirar as asas a uma borboleta, adoram viver no exterior, gostam de se movimentar, de trabalhar, gostam inclusive de dormir no exterior, independentemente do tempo que faça. São também muito desconfiados com estranhos, por isso cuidado com as visitas. Quanto á sua saúde, necessitam de alguma escovagem (duas vezes por semana), os banhos devem ser evitados e também não devem ser tosquiados. Não têm problemas de maior, apenas as fêmeas apresentam cios irregulares e a fecundidade da raça é baixa. Página 6

Raças

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Cão de Castro Laboreiro

Origem: Estes cães fixaram-se na região de Castro Laboreiro, situada no extremo norte de Portugal, esta é uma região montanhosa, agreste, onde se torna difícil viver. Mais uma vez e difícil saber ao certo a sua origem, é uma raça muito antiga que ainda hoje mantém características lupinas tais como determinadas reações temperamentais, e nalguns exemplares, a cor dos olhos amarelados. Segundo o ilustre naturalista Buffon, é inegável que este cão se parece com o “mastim” da gravura II da História Natural deste autor. A região não possuí grandes pastos pelo que os rebanhos são pequenos, por isso é necessário um cão que proteja o gado que fica nos terrenos de pastagem, confiado exclusivamente à sua guarda. Se o rebanho que está á sua guarda é composto por ovelhas e animais de outras espécies coloca-se junto daquelas, por saber que pela sua maior vulnerabilidade se tornam em presas preferenciais dos predadores. Aptidão: Cão de guarda e proteção de rebanhos. Comportamento. São cães rudes à primeira vista, mas não exageradamente agressivos, aparenta ser mais ponderado do que o Cão da Serra da Estela. Companheiro leal e dócil para os donos e para com quem conhece. Tem índole nobre e expressão severa. Pode ser algo agressivo com estranhos, o que faz dele um bom cão de guarda. Muito provavelmente devido á sua proximidade genética com o lobo, tem um ladrar característico que termina num uivo. Necessita de exercício considerável e o seu pêlo não exige qualquer tratamento em particular mas uma escovagem mínima pode melhorar a sua aparência.


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Racas

Por ser um excecional cão de guarda, defende com coragem o terreno e a família, estando especialmente atento durante a noite. Em casa é bastante calmo e dócil, muito paciente com crianças, gosta da atenção da família, mas não lhe peçam para fazer truques desnecessários, é um verdadeiro cão de trabalho, poupa ao máximo as suas energias para o trabalho. Definitivamente não é um cão de apartamento, pois precisa de um território para guardar. São cães bastante saudáveis, sendo que a displasia da anca é uma preocupação, tal como acontece em todos os cães de raça grande.

Cão de Fila de S. Miguel Rafeiro do Alentejo Origem: Tal como o cão da Serra da Estrela, julga-se que será originário dos cães corpulentos de tipo molossóide da região asiática, mais propriamente do Tibete, por isso também cada vez mais se julga que terão havido também cruzamentos com o Cão da Serra da Estrela ou com os Mastins Espanhóis.

Origem: Esta é uma raça com caraterísticas morfológicas e comportamentais bastante concretas, apesar da sua proveniência estar muito ligada aos mastins levados do continente e de posteriormente ter sido introduzido sangue dos Mastiff, Bulldog e

As aptidões destes cães fora mudando ao longo dos tempos, os romanos usavam-nos como cães de guerra e os ingleses como cães de tração. Na Península Ibérica estes cães foram apurados para cães de protetores de Dogue de Bordéus. gado. Os primeiros registos da existência destes cães nos O Rafeiro do Alentejo acabou por se fixar nas planícies Açores são do século XVI. Desde sempre foi usado na alentejanas, tornando-se num ótimo cão de guarda de condução e defesa do gado bovino leiteiro existente no rebanhos, mas também de herdades. Deve o seu nome á arquipélago e também na caça ao javali, pela sua corapopulação que considerava que era um cão comum que gem e agressividade adapta-se bastante bem a estas habitava a região, que assim o começou a denominar funções. nos finais do século XIX. A raça foi reconhecida pela FCI em 1967, altura em que também foi criado o estalão da O seu estalão foi criado em 1984, mas só em 2007 a raça foi reconhecida pela FCI. raça. Aptidão: Guarda e defesa de rebanhos e propriedades.

Aptidão: Guarda e defesa de gado.

Comportamento: O Rafeiro do Alentejo é um animal calmo, seguro de si com um carácter nobre e digno. No entanto, não é um cão para um dono inexperiente, visto que é um cão de guarda, torna-se bastante territorial e agressivo com estranhos, atacando somente quando sente que está a ser ameaçado (ele ou o seu território, no qual está incluído não só o espaço físico, mas também os donos). Precisa de regras bem definidas desde o início e de reconhecer a autoridade do dono.

Comportamento. São cães muito rúticos e de carácter e temperamento forte, capazes de viver em permanência ao relento, guardando aquilo que lhes é confiado.

Tem uma enorme facilidade de aprender, por isso devese aproveitar este fator para começar a definir regras e rotinas desde tenra idade. Apesar de ser um cão de gado por excelência deve viver em estreito contato com o dono, a quem obedecerá cegamente. Mas cuidado com as visitas pois pode tornar-se agressivo com estraDeve ser socializado e bem socializado desde cedo, o nhos. dono tem que ser firme e consistente, impondo a sua Devido às características algo complicadas do seu caráautoridade sem autoritarismo. ter não deve ser o primeiro de ninguém. Página 7


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História de vida

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Texto e fotos: Ana Camacho

Muitas pessoas conhecem a história do meu patudo Simão. Muitas conhecem também o seu final feliz com o regresso do meu pequeno cão a casa depois de quatro anos e meio desaparecido. E ao saberem da história a maior parte das pessoas me pergunta: “E ele, reconheceu-te??” Sei que a história do Simão conforme está contada é muito bonita. E que seria mais bonita ainda se vos pudesse dizer: “Sim, ele reconheceu-me!”. Mas tal não aconteceu… Posso-vos contar que no dia em que o encontrei, o Simão abanou a cauda quando me viu e veio logo ter comigo. Cheirou-me as mãos e levantou o focinho no ar, e apercebendo-se que eu não tinha comida para lhe dar, seguiu o seu caminho à procura de quem lhe desse qualquer coisa para ele sobreviver mais um dia… Fazendo uma pequena reflexão aos anos em que andei à procura do meu cão, posso-vos dizer o que aprendi: Aprendi que qualquer razão é motivo para abandonar cães só porque se tornaram um incómodo para alguém. Aprendi que um cão tem um prazo de validade de 8 dias quando entra num canil municipal. Aprendi que um cão, abandonado por gente sem escrúpulos, pode morrer sozinho, esquecido, eutanasiado num canil ou perdido no alcatrão da estrada. Aprendi que há lutas de cães e que estes são treinados agredindo outros cães (o “isco”) a quem fazem coisas macabras para não se poderem defender. Aprendi que há cães que são sovados indiscriminadamente, feitos saco de pancada de gente frustrada, e que muitos morrem desfeitos pelos paus. Aprendi que há cães metidos dentro de sacos de plásticos e jogados nos contentores como de lixo se tratassem. Aprendi que ajudar um cão pode dar alegria a alguma família que procura tamPágina 8

bém o seu patudo ou que gostava de simplesmente ter um cão. Aprendi a não ser indiferente. E se eu aprendi tudo isto durante este tempo enquanto regressava para casa todos os dias e me refugiava no conforto do lar, o que terá aprendido o Simão na rua durante todos estes anos? Garanto-vos que aprendeu o que é ter fome e sede… Aprendeu a andar em 3 patas quando tinha uma magoada… Aprendeu a dormir à chuva e a sobreviver ao frio… Aprendeu a lutar com outros cães para sobreviver… Aprendeu a tirar picos das patas para poder caminhar… Aprendeu o que é ser tratado como cão sarnoso quando tudo o que tem é alergia à picada da pulga… E aprendeu o que é levar pedradas e pauladas no corpo sem razão… A vida de um cão na rua é esta: sobreviver ao seu maior predador, o homem, que lhe proporciona uma vida de dor e fome, o enxota à paulada como cão sarnoso, e lhe é cego, indiferente. Hoje, coisas tão banais como atirar a bola para ele ir buscar é uma acção que tem que ser feita com cuidado, os movimentos dos braços e das pernas têm que ser controlados e a bola lançada de determinada maneira. E mesmo assim não consigo evitar que o meu pequeno patudo se contraia todo, fecha os olhos e gema de dor a cada lançamento… O que poderá este cão ter feito para ser tratado tão barbaramente? Porquê? Qual o motivo que leva as pessoas a tratarem os animais desta forma? Pois é… o Simão naquele dia não me reconheceu mas isso não me importou. Naquele dia, pude finalmente parar… deixar de correr… deixar de me preocupar com o meu pequeno patudo… pude chorar de tão exausta que estava… pude respirar sem pensar em mais nada. Não poderei nunca conseguir explicar o que é não saber nada do nosso patudo, nem tão pouco a sensação de ver o fim a anos de busca.


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História de vida

Ele nesse dia ele teve de novo aquilo que, acredito, desejou durante os 4 anos e meio que esteve na rua: uma oportunidade de ter uma casa, de ter comida, de ter uma caminha onde dormir, de ter um tecto para se abrigar e de ter alguém para lhe dar festas e garantir a sua segurança e sobrevivência. No entanto foram precisos 4 anos e meio para alguém olhar para o Simão com olhos de ver, e se preocupar com um pequeno cão de aspecto sarnoso que andava num café a pedir comida… Felizmente o Simão voltou para casa apesar da quantidade de anos que passaram, de eu nunca ter desistido e de ser uma incógnita como é que este patudo sobreviveu. Infelizmente foram anos a mais onde a indiferença deixou muitas marcas na vida do meu pequeno cão. E muitas na minha também, pelo que vi e aprendi. Terei para sempre imagens na minha memória das coisas mais macabras que se fazem a estes pequenos seres… E são por todos estes anos de aprendizagem, pelas coisas que vi e tive que aprender, que me vêm a dar-lhes a minha voz, que me vêm a deixar tudo para fazer tudo por eles. E para além da ideia que deixo de uma activista ou maluquinha pelos animais por aquilo que digo ou aquilo que faço, ver-me-ão defender sempre aquilo que acredito: que temos o direito e o dever de tratar todos os seres, humanos e não humanos, com respeito e sem indiferença. Página 9

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Não sejam por isso indiferentes a um pequeno patudo na rua. Dêem-lhe uma oportunidade de contar a sua história e de vos mostrar o seu coração!!! (Remetemos para a revista nº 8, 4º trimestre de 2013, o início da fantástica historia do Simão)


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Raça em destaque

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Texto: Eneida Cardoso Fotos: Google *correcção referente à primeira parte do artigo: no sexto parágrafo, última frase, dever-se-ia ler Ian Dunbar, prestigiado veterinário, treinador e comportamentalista animal, defende os Pitbulls como os melhores cães para Terapia assistida e não Aubrey Fine como lá consta. No último capítulo, abordámos de forma geral, a história e características dos Pits, assim como a ideia errónea e generalizada de que se tratam de cães perigosos; nesta segunda parte do artigo falaremos sobre a história e evolução da agressividade canina, sempre estabelecendo uma correlação com os fatores humanos e sociais que contribuem para a mesma. A agressividade canina não pode ser analisada de uma perspectiva estritamente canina, pois ela é fortemente influenciada pelos comportamentos humanos e ainda mais, pela interpretação que se dá a estes eventos. Esta análise é fundamental e ao longo desta discussão, será fácil perceber o quanto se tem falhado na investigação dos ataques a humanos e a responsabilidade que temos e sempre teremos nos mesmos. Falaremos ainda dos principais mitos associados à raça e que se têm tornado quase senso comum aceite a assumido por todos (inclusivamente estudiosos de etologia e comportamento animal). Para tal, irei-me guiar pelo excelente e exaustivo trabalho desenvolvido por Karen Delise, na sua obra “The Pitbull Placebo: the media, myths and politics behind canine agression”. Nas últimas duas décadas, esta autora analisou exaustivamente a história da agressividade canina e o quanto a mesma tem sido deturpada por fatores inteiramente humanos. Um dos pontos de partida é que qualquer cão, independentemente da raça, Página 10

pode, em determinadas circunstâncias, apresentar comportamentos agressivos direcionados a humanos. Nós humanos temos manipulado artificialmente os cães a nosso gosto ou por simples capricho, no entanto, apesar das características físicas de um cão não poderem ser alteradas após o seu nascimento, as suas características comportamentais continuam a ser evidentemente influenciadas e manipuladas por nós. Os fatores que contribuem para a imagem atribuída a uma determinada raça são: a enorme variedade de cães com determinadas características englobadas como sendo de uma só raça (os Pitbulls são um bom exemplo disso); raça de cão utilizado para funções associadas à agressividade (por exemplo: guarda); imagem generalizada perpetuada pela comunicação social daquela raça como sendo agressiva e o aumento da popularidade da raça e o consequente aumento de donos a obter essas mesmas raças. Por vezes não existem respostas ou explicações razoáveis para alguns comportamentos caninos e o comportamento de apenas um exemplar ou até de uma centena, nunca poderá ser utilizado para definir o temperamento de uma raça no geral. Poderá não existir uma resposta satisfatória para um episódio de agressividade canina, no entanto, a condenação de uma inteira raça como resultado das ações de um grupo de cães dessa mesma raça é sempre baseado na emoção humana e nunca na história da raça, temperamento e muito menos no longo historial de cooperação e serviço à humanidade. Constata-se que há um século atrás, existia mais ponderação ao se descrever os perigos e contribuições dos cães para a nossa espécie; atualmente assistimos a uma espécie de histeria coletiva, ofuscada por emoções baralhadas e mitos


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Raça em destaque

completamente estapafúrdios. Infelizmente, os Pitbulls não têm sido as únicas vítimas desta histeria e ignorância coletiva; os Pastores Alemães, os Dobermans, os Rotweilers, também já passaram pelo mesmo, com a diferença que a perseguição aos Pitbulls parece insistir em permanecer no tempo. A fórmula para se criar um cão perigoso é bastante simples: utilização para funções negativas (ataque, lutas, guarda), socialização pobre, viverem acorrentados, etc. Porém, a fórmula para se criar uma “raça perigosa” é algo bem diferente, isto porque nenhuma raça é inerentemente perigosa e esta denominação é fruto inteiramente de uma imagem criada por nós humanos. Por exemplo, até à segunda guerra mundial, os Dobermans eram percecionados como ótimos cães de trabalho, dedicados e leais; após a segunda guerra mundial e devido à utilização desta raça pelo exército nazi, a perceção da raça mudou completamente, ficando esquecido toda a contribuição desta raça nas forças especiais norte-americanas. Torna-se evidente que o ego humano nunca permitirá alcançar o total conhecimento que os atos terríveis destes cães são o resultado direto da maldade dentro de nós humanos; seja um Bloodhound que é incitado a atacar um escravo, um Doberman a torturar um judeu ou um Pitbull a atacar até á morte um outro seu igual. Esta perversões humanas do laço humano/cão têm resultado na condenação pública, preconceito e crueldade contra certas raças porque projetando esta culpa para os cães permite-nos distanciar-nos das abominações inerentes á nossa própria natureza (pp106). O sensacionalismo das coberturas da comunicação social acaba por ser um “pau de dois bicos”, acabando por ter efeitos contrários áquilo que se quer precisamente evitar. Ao se perpetuar uma determinada raça como “perigosa”, “agressiva”, está-se no fundo a publicitar a mesma raça perante aqueles donos abusivos que pretendem ter os cães para esse mesmo fim. Resulta ainda na histeria coletiva que se falou acima, assim como afasta a possibilidade de pessoas com boas intenções quererem obter e cuidar de um cão destes, sem falar no preconceito que os donos responsáveis destes cães passam quando simplesmente os passeiam na rua. Além disso, a comunicação social tem deturpado de tal forma os acontecimentos que em um ataque de um Pitbull a uma criança (cão este que estava acorrentado, faminto e não socializado) é descrito como o “cão de família”….os políticos, os media e até alguns “peritos” têm debatido o problema da agressividade canina apenas em relação a um fator: a raça ser Pitbull. Ou seja, as circunstâncias dos ataques não têm qualquer importância, sendo a única coisa importante, a raça. É uma falácia acreditar que as leis que são aplicadas baseiam-se em dados científicos, teorias atualizadas e verificadas, mas principalmente, testemunhos e provas apresentadas por peritos na área e profissionais. A realidade é bem diferente: as pessoas entendidas nestas matérias nunca são ouvidas ou no mínimo convidadas a expor as suas opiniões. São substituídas pelas notícias dos jornais e nos testemunhos emotivos das vítimas Página 11

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destes acontecimentos. Muito facilmente condenamos os cães em vez de assumirmos a responsabilidade pelo seu comportamento o que se torna uma prova bem triste de como nós humanos falhámos e traímos o laço afetivo que os cães têm estabelecido connosco ao longo dos séculos. Enquanto não se deixarem de lado falsos moralismos e afirmações em relação a características anatómicas e comportamentais, e enquanto não se analisarem a fundo as circunstâncias em que determinado ataque ocorre, o tema da agressividade canina nunca será abordado de forma verdadeiramente útil na procura de soluções e na aplicação de comportamentos preventivos de forma a se diminuírem estes ataques. MITOS associados à raça Pitbull: - o maxilar que tranca; - força do maxilar superior a qualquer outro cão; - reações hormonais, desequilíbrios químicos, tamanho do cérebro; - ataque equivalente a um ataque de tubarão; - constituição da dentadura semelhante a um tuba rão;

- incapacidade em sentir dor; -atacam sem aviso, logo não dão quaisquer sinais comportamentais antes do ataque; - bombas relógio; - atacam de forma distinta de qualquer outra raça; - quando mordem, não largam; - temperamento imprevisível. Estes são os principais mitos que ao longo dos tempos têm surgido; todos eles são falsos, chegando a roçar o ridículo se se proceder a uma análise das características fisionómicas destes cães, que no fundo, em muito pouco diferem de todas as outras raças de cães. Não nos debruçaremos sobre todas elas, uma vez que a explicação do porquê de algumas delas serem mitos, facilmente se percebe o porquê das restantes serem também. Começando pelo “maxilar que tranca”, sendo o mito mais conhecido e mais aceite entre a população geral; de facto, as características anatómicas dos maxilares dos Pits revelam que este não se tranca, que não existe nenhuma alavanca especial nos seus maxilares que permita tal truque anatómico, isto simplesmente é uma mentira pura. O mesmo se passa na relação que se estabelece entre o maxilar de um Pit e o seu ataque a um tubarão; este é possivelmente o mito mais ridículo e impossível de qualquer base científica. De facto e começando apenas por aí, é completamente irrealista estabelecer uma comparação entre a anatomia e funcionamento de um mamífero com o de um peixe cartilaginoso, seja ele qual for, seja qual seja o seu tamanho, é uma comparação impossível e infundamentada. Ainda em relação ao maxilar “super poderoso” do Pit, segundo um estudo da National Geographic, em que através de uma manga de treino equipada com sensor


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Raça em destaque

eletrónico que media a força em Psi, testaram-se três raças: O American Pitbull Terrier, o Pastor alemão e o Rotweiller; curiosamente, o Pit teve os resultados mais baixos das 3 raças testadas. No que se refere aos desequilíbrios químicos e hormonais, estes poderão acontecer em qualquer espécie ou raça, não sendo específicas dos Pits e acontecendo em casos excepcionais; estas alterações ou desequilíbrios poderão ou não desencadear agressividade – ou seja, não são sinónimo da mesma. A tolerância à dor – outro mito comummente relatado e defendido e que também ele é errado. Esta não é uma caraterística desta raça; existem exemplares mais tolerantes que outros, como em qualquer outra raça. A sua robustez física torna-os mais resistentes, isso sim, mas não intolerantes à dor. O facto de “atacarem sem aviso” revela a incapacidade que maioria dos donos/humanos têm em prever e ler o comportamento canino, e aqui sim, reside o grande fator responsável e explicativo dos ataques a humanos. Nenhum cão ataca sem aviso, nenhuma raça ataca sem antes ter já dado alguns sinais de agressividade, que foram escalando. Mesmo nos segundos prévios a um ataque existem sinais claros desta escalada na agressividade. Então afinal, em que difere um Pitbull dos outros cães? Na realidade, em muito pouco. Mesmo as diferenças que se identificam, não são exclusivas da raça, uma vez que existem outras centenas com características semelhantes. Julgo que a principal característica destes cães que difere da maioria se trata no fundo de questões temperamentais, mas que são perfeitamente moldáveis. A persistência na tarefa e no objetivo deste cães é A prevenção é bastante simples, e pode ser conseguida através de algo muito básico: nós humanos, donos em específico, esforçarmo-nos por aprender a compreender a linguagem e comportamento canino. Só assim conseguiremos antecipar e evitar que a agressividade canina escale a pontos incontroláveis. Aliado a isto, está naturalmente a satisfação das necessidades caninas, que se as explorarmos, não são assim tão difíceis de alcançar quanto isso. A realidade é bastante clara e basicamente, qualquer cão, independentemente da raça, poderá vir a ter comportamentos agressivos face a humanos, perante determinadas circunstâncias. Relativamente aos factos sobre os ataques a humanos temos o seguinte: - Apesar de haver registo de ataques de cães vadios a gado ou outros animais, ataques a humanos deste tipo de cães são extremamente raros; logo, cães vadios não atacam, mas os cães com donos atacam…qual o vector que existe num caso e não noutro? O dono. - a formula para criarmos um cão perigoso é bastante simples e resume-se ao o educarmos com funções “nePágina 12

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tivas” (defesa de território, abuso e negligência, socialização pobre, acorrentá-los, etc); - na grande maioria dos casos de ataques a humanos, uma destas circunstâncias acima descritas, ou até mais do que uma, se registava. Apesar das descrições da comunicação social nunca referir estas questões, ao se analisar os ataques, encontra-se sempre uma destas circunstâncias. - os cães de guarda, por exemplo, representam uma grande percentagem nos ataques a humanos e porquê? Porque esperamos que eles consigam diferenciar um ladrão de um vizinho ou de uma criança que por ali passa no momento em que o portão do seu território se abre. Ou seja, esperamos que os cães saibam identificar o perigo segundo os nossos padrões morais e humanos; tal não é, obviamente possível. - cães que vivem acorrentados representam uma grande percentagem dos ataques também. O instinto de liberdade é uma das necessidades básicas dos cães que quando não assegurada, estamos a criar a verdadeira “bomba relógio”; viver acorrentado significa por si só uma pobre ou inexistente socialização, assim como a impossibilidade do animal fazer exercício físico, uma outra necessidade básica fundamental. Logo não é difícil de imaginar que um cão acorrentado, quando solto acidentalmente, poderá muito facilmente atacar a primeira pessoa que encontrar e penso que o motivo não será difícil de compreender. A condenação dos cães com tamanha facilidade transparece o quanto falhámos e traímos a relação que estes animais tão especiais estabeleceram connosco ao longo dos séculos. Não é mero acidente que os Pitbulls sejam considerados “perigosos”, “diferentes” ou que sejam estupidamente comparados a tubarões; trata-se no fundo de um estratagema psicológico, uma defesa mental criada por nós humanos que tem sido usada há décadas para nos afastar da verdadeira responsabilidade que temos e para justificar o mau-trato, abandono e a criação de leis preconceituosas e abolicionistas em relação a determinadas raças. Enquanto não se deixarem as afirmações falsas, relativas a questões anatómicas e comportamentais, enquanto não se analisarem a pente fino as circunstâncias que contribuem para os ataques de cães, a agressividade canina nunca poderá ser abordada de forma a que surjam soluções viáveis e medidas preventivas para diminuir os números destes ataques. As soluções para a agressividade canina estão condenadas ao falhanço se persistirem em se basear em factos não científicos sobre a anatomia e comportamento canino, assim como em descrições e soluções puramente baseadas na emoção humana, que é o que fundamentalmente resume as descrições dos ataques atuais, assim como a legislação existente no momento em variados países a nível mundial. “A raça de um cão determina tanto o seu caráter, como a cor de pele de uma criança define aquilo que ela é…”.


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Desporto

O que é? O Freestyle Dog ou Dança com Cães é um desporto canino relativamente recente que consiste na apresentação musical coreografada entre o cão e o seu guia. Tem como principal objectivo apresentar um espectáculo artístico em que o cão e o seu guia estão em perfeita sintonia, de forma criativa, inovadora e original, realçando o trabalho em equipa através da interpretação de uma música. Este desporto, apesar de complexo, é também muito completo. É necessário reunir elementos tão importantes como a obediência, trabalho em equipa, trabalhar a arte da dança e dos figurinos, interpretação do tema musical, desenvolvimento de rotinas comportamentais no cão e o carisma.

História Os primeiros rumores em relação ao aparecimento da Dança com Cães, remontam ao fim da década de 80, no Canadá, mas os primeiros praticantes deste desporto datam de 1990, no Reino Unido. Foi em Outubro de 1993 que o termo “Canine Freestyle” foi introduzido por Joan Tennille, apresentando-o como novo desporto canino. O primeiro grupo oficial de Freestyle Dog foi o Musical Canine Sports International, fundado no Canadá, em 1991. Pouco tempo depois, surgiram outros clubes nos Estados Unidos da América e em Inglaterra. A primeira demonstração de Freestyle Dog numa competição de obediência, acontece em Julho de 1993, em Tacomo, Washington. Em Portugal, não são conhecidos clubes ou praticantes deste desporto. Na Europa, a Dança com Cães ainda é um desporto pouco conhecido, com clubes apenas na Alemanha e Holanda.

O treino O treino de obediência é essencial para a prática de Freestyle Dog, pois essa a base para que se possam realçar as qualidades do cão. Por norma, o adestramento em obediência é muito unilateral do ponto de vista físico, isto é, os exercícios tendem a ser realizados do lado esquerdo do guia. Para este tipo de desporto, é necessário que os exercícios sejam executados de ambos os lados do seu guia.

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Desporto

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A escolha do cão não é menos importante. Escolher um cão com equilíbrio físico, cujos 2 lados do seu corpo sejam igualmente bem desenvolvidos, é um garante do sucesso do treino direccionado para a Dança com Cães, pois facilita a execução de todos os exercícios de ambos os lados do guia. A música deve ser seleccionada já depois do cão conhecer e compreender uma variedade de movimentos, e deve encaixar nos ritmos naturais do cão. Depois do cão e o seu guia estarem bem familiarizados com o ritmo, é necessário idealizar e equacionar a quantidade de movimentos que o cão está preparado para coreografar. De salientar que o mais importante é criar e exibir todo um movimento artístico e fluido, e não mostrar cada movimento que o cão é capaz de fazer. Todos os movimentos devem ser executados de forma a realçar os pontos fortes do cão e esconder ou minimizar as suas fraquezas.

O Espectáculo A estrutura de um espectáculo de Freestyle Dog é o equilíbrio de elementos técnicos e artísticos coreográficos, apresentados de forma criativa. Basicamente, os aspectos técnicos de uma apresentação de Freestyle Dog, são o movimento, o ritmo, o espaço e a direcção. A qualidade da coreografia depende da combinação de movimentos, movimentos esses que são desenvolvidos com a música de forma a criar um espectáculo visualmente agradável para quem assiste. O vínculo entre o cão e o seu guia deve ser claramente visível. Tanto o cão como o condutor devem ser parceiros focados um no outro, ligados de forma a conseguirem interagir quando trabalham juntos ou mais afastados. O cão deve, sempre, mostrar alegria, entusiasmo, disposição e um óptimo relacionamento com o seu guia. O guia deve ter movimentos suaves, naturais e de forma a realçar a performance do seu cão. O quadro total deve ser um equilíbrio harmonioso entre todas as componentes essenciais à prática deste desporto.

Texto: Inês pereira Fotos: Google Página 14


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Etologia

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Texto: Suzette Veiga Fotos: Google Todos os carnívoros têm uma inteligência superior à de um herbívoro. Como precisam de caçar para sobreviver, são obrigados a desenvolver estratégias de grupo nas ações de perseguição e de caça, o que em muitos casos leva ao aparecimento de uma técnica de coordenação das atividades do grupo. O animal caçador tem um cérebro muito ativo. Porque caçar nunca é um ato sempre igual, mas sim uma aventura que obriga a um desenvolvimento rapidíssimo de coordenação estratégica, sem o qual não seria possível apanhar a presa. Na atualidade, o cão já não precisa de caçar para se alimentar. Sendo hoje um carnívoro domesticado, tornou-se estreitamente ligado ao homem. Para tal foi obrigado a utilizar toda a sua inteligência de nível comparável à dos golfinhos, que eram considerados como alguns dos animais mais inteligentes na Terra. Muito embora não haja uma relação estreita entre o homem e o lobo e não se consiga adestrar verdadeiramente um lobo, estes animais têm uma inteligência bastante evoluída, o que lhes permite relacionar diversos fatores, como encontrar soluções para fugir de um determinado sítio, utilizar uma série de pensamentos estratégicos ou mesmo conseguir abrir fechaduras complexas. Um cão de caráter um pouco teimoso e independente pode ser tão inteligente como um cão pertencente a uma raça utilizada tradicionalmente em treino de obediência. No entanto, nem sempre é fácil distinguir o que é realmente inteligência e o que é um comportamento adquirido com base em intenso treino. Há certas tarefas complexas que, ainda hoje, só o cão consegue desempenhar. Um exemplo: ainda não existe nenhum aparelho capaz de detetar drogas. No entanto, o cão consegue fazê-lo através do seu olfato, e utilizando a sua inteligência, pelo que é utilizado em diversos aeroportos no controlo de bagagens suspeitas. Quem já teve a oportunidade de observar a atuação de um cão treinado para guiar cegos, não poderá duvidar que, além de um treino muito específico e adaptado à compreensão do cão, a sua inteligência é também um auxiliar precioso para a obtenção de resultados tão palpáveis. O cão tem uma ótima memória a qual juntamente com a sua inteligência, nos consegue frequentemente surpreender. Sobre essas qualidades dos cães muitas são as histórias que todos nós conhecemos e ouvimos contar. Mesmo que o cão não consegue ter pensamentos abstratos, ele consegue, em certos casos associar alguns acontecimentos e agir de acordo com as Página 15


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Etologia

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circunstâncias. Um exemplo de uma inteligência canina invulgar: Uma vez vi uma cadela presa numa corrente, que se tinha enrolado numa raiz saliente, pelo que ficara, obviamente, mais curta. Qual não foi o meu espanto ao ver a cadela desenrolar, com a boca, a corrente à volta da raiz! È sem dúvida prova de grande inteligência um cão conseguir compreender que a corrente estava mais curta por se ter enrolado em volta de um determinado obstáculo e raciocinar depois como a pode desenrolar. Outro exemplo, que me foi contado: um cão da Serra da Estrela, convivendo com a família, observa uma criança a brincar com uma bola. A criança coloca a bola na parte mais alta de uma escorrega e deixa- a depois rolar pelo escorrega abaixo. De repente o cão agarre a bola e vai levá-la ao ponto mais alto do escorrega, ficando depois a ver a bola rolar. Ao imitar desta forma o jogo da criança, este cão deu mostras de elevado poder de observação. Outro exemplo: Conheço um criador de cão que me contou o seguinte acontecimento: Quando o cão reprodutor tinha que cobrir uma cadela, o criador colocava na cadela um açaime, porque ela não se deixava cobrir com facilidade e tentava mesmo morder o cão. A determinada altura o cão passou a ir buscar o açaime e levá-lo na boca até ao criador para assim lhe fazer entender que queria cobrir a cadela. Esta associação de raciocínios prova-nos que o cão consegue muito bem desenvolver pensamentos estratégicos. Estes pequenos exemplos mostram-nos que o cão está perfeitamente apto a desenvolver um certo tipo de pensamentos. Dada a sua boa memória e a sua faculdade de observação, os cães conseguem ser entre os animais que nos rodeiam, os mais inteligentes. A inteligência canina também se desenvolve e amadurece com a idade e com as experiências adquiridas. Um cão que passa o dia inteiro fechado num canil, sem qualquer estímulo, ou que está sempre preso a uma corrente curta, sentirá falta de afeto e de convivência e não conseguirá desenvolver a sua inteligência, ao contrário de um cão que é muito estimulado. Há pessoas que tratam um cão como se fosse um mero objeto, sem lhe reconhecerem a menor sensibilidade. Dizem que o cão é bom ou é mau, mas não perdem tempo a refletir sobre a natureza do animal e nunca conseguirão descobrir os inúmeros segredos que o maravilhoso e surpreendente mundo dos animais encerra.

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A domesticação do cão, para além de todas as vantagens e privilégios que lhe trouxe, no sentido de partilhar com os humanos os mesmos hábitos e manias, levou também a que os cães partilhassem alguns dos grandes problemas sofridos pelos humanos, a obesidade. Porém com uma pequena diferença, pois no caso dos cães eles comem o que lhes é servido, significando assim que o principal responsável pela obesidade canina somos nós. Apesar da maioria das pessoas estar consciente dos efeitos negativos à saúde que vêm junto com o excesso de peso ou obesidade em si, ainda não conseguem ver a gravidade do problema quando se refere aos cães. Infelizmente, o problema pode ter os mesmos tipos de consequências graves e que podem levar a resultados drásticos. Um cão obeso tem uma esperança média de vida de pelo menos 15% do que um cão que está numa faixa de peso saudável. Problemas graves, como diabetes, doenças do coração e outras podem aparecer como resultado. Muitas vezes, os cães vão sofrer dos ossos e lesões nas articulações, como resultado do desgaste constante da obesidade no cão durante um período de anos.

e deixamos de fazer exercício físico suficiente. Todos estes traços são transportados também para os nossos animais de estimação, neste caso, para os cães. A obesidade é uma doença nutricional que é definida por um excesso de gordura corporal que corresponde a um desequilíbrio entre a energia consumida e a energia gasta. O excesso de consumo alimentar é normalmente o problema principal. Se esta tendência se tornar uma rotina, o aumento de peso irá tornar-se em obesidade. Se o peso corporal do animal estiver entre 15 a 30% acima do seu peso ideal, o animal tem excesso de peso. Se o peso do cão estiver 30% ou mais acima do peso ideal, o animal é considerado obeso. São sinais de obesidade no cão:

A obesidade é comum em cães de todas as idades, mas normalmente ocorre em cães de meia-idade entre os 5 e 10 anos e em cães castrados. As estatísticas variam, dependendo do estudo e do país de estudo, mas as estimativas para a quantidade de cães que estão acima do peso são em qualquer lugar de 20% a 35 % ou mais. A obesidade nos cães, pode representar até 10 % de todos os cães domésticos. Tal como a obesidade humana, nos cães o aumento também tem verificado um crescimento galopante. Muitas vezes comemos demais e muitas vezes, os alimentos errados Página 17

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Saúde

 Aumento do peso;  Excesso de gordura corporal;  Impossibilidade de visualizações das costelas ou não senti-las na apalpação.  Ausência de definição da linha da cintura (ver imagem exemplo); Incapacidade ou falta de vontade para se exercer.

O diagnóstico da obesidade nos cães deve incluir um exame completo feito pelo médico veterinário, por forma a avaliar a presença de ascite, edema, doenças da tiróide e/ou diabetes.


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Problemas de coluna: efeito físico por carregar um excesso de peso estão presentes em cães obesos, dificultando a prática de diversos movimentos;

Problemas respiratórios: por ter menos espaço para encher os pulmões, o cão apresenta intolerância ao calor e ao exercício e fica cansado mais rapidamente;

Problemas cardíacos: o excesso de peso, ao produzir um aumento do trabalho cardíaco para a perfusão em uma maior massa corporal, força o sistema circulatório. Esse aumento do trabalho cardíaco pode produzir um esforço adicional ao coração já debilitado pela infiltração de gorduras;

Desenvolvimento de alterações metabólicas: a obesidade pode levar à intolerância à glicose, hiperinsulinemia (altas taxas de insulina no sangue) e diabetes. Considerou-se que nos cães, assim como nos seres humanos, a obesidade altera o equilíbrio da insulina e é fator de desenvolvimento da diabetes. Cães obesos e diabéticos podem desenvolver, com maior risco, pancreatite aguda (doença inflamatória do pâncreas);

Descartadas quaisquer dessas doenças, uma cuidadosa comparação do peso atual do cão com aferições prévias  ou com o peso registado assim que o animal entrou na idade adulta poderá evidenciar um aumento anómalo de peso. Em casos de cães de raças puras, poderá ser útil a comparação com o peso padrão de animais da mesma raça. 

Consequências A obesidade canina diminui em cerca de 15% a expectativa de vida do cão. Possuidora de uma série de doenças secundárias, que tornam a vida do animal mais difícil e dependendo da complexidade, que podem conduzir o animal à morte. Os cães com excesso de peso ou obesidade sofrem um risco maior de apresentar problemas crónicos de saúde, tais como: 

Problemas nas articulações: os lugares mais afetados são os joelhos e cotovelos, que podem desenvolver artrites, causando dor ao animal e impedindo-o de realizar diversos movimentos;

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Saúde

Aumento da probabilidade de desenvolver tumores – Estudos recentes associam o desenvolvimento de cancro, sobretudo mamário ou no sistema urinário, com a obesidade; Perda de eficácia do sistema imunológico – As doenças virais parecem afetar de forma mais agressiva os cães com excesso de peso; 

Problemas gastrointestinais – Diarreia e o aumento da flatulência ocorrem mais frequentemente em cães obesos, situação que não é agradável nem para o cão e nem para o dono.

Tratamento O tratamento e a prevenção para a obesidade é focado na perda de peso e na manutenção do peso corporal adequado a longo prazo. Isto é conseguido através da redução da ingestão calórica e aumentando o tempo de exercício com o cão, sempre orientados por um médico veterinário.


Cães & Lobos O objetivo do tratamento a curto prazo é o de reduzir a reserva de gordura corporal. Um programa bem sucedido de emagrecimento é um processo composto por várias etapas e exige, além do comprometimento do proprietário do animal, um plano nutricional, um programa de exercícios físicos acompanhados, a monitorização metabólica e hormonal do cão realizada e acompanhada pelo médico veterinário. 

Dieta alimentar - Não se deve ter dó e dar tudo o que comemos ao cão. O ideal é que ele faça várias refeições ao dia, em porções de acordo com a raça e características, para adquirir todos os nutrientes e não ganhar peso em excesso, havendo um intervalo entre as refeições. O médico veterinário poderá receitar uma dieta à base de ração especial, em que haja os nutrientes necessários e quantidade certa para cada animal para que se alimente e não passe fome.

Sessões de exercícios - o exercício físico ajuda a regular a ingestão alimentar. Estudos realizados com pessoas e animais, observou-se que durante um exercício físico moderado mas significativo, a ingestão calórica varia proporcionalmente com o gasto energético, enquanto que a diminuição da atividade até um nível de sedentarismo produz um aumento da ingestão alimentar e ganho de peso. Entre as formas de exercício recomendadas, encontra-se caminhar, correr, atirar objetos para que o cão os recolha ou vários tipos de brincadeiras. O importante e efetivo é que o exercício seja realizado de forma contínua durante toda a vida do animal. Os exercícios devem ser recomendados pelo médico veterinário, conforme o estágio de obesidade.

O acompanhamento do tratamento para a obesidade inclui também uma comunicação regular com o médico veterinário sobre o programa de redução de peso, acompanhamento mensal do peso do cão e estabelecimento de um programa de manutenção de peso ao longo da vida do animal. Página 19

Saúde

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A imagem de um cão gordo como sinónimo de um animal cheio de vida e feliz pertence ao passado. É necessário estar atento e conhecer as consequências nocivas derivadas de um estado de excessiva gordura para não deixar que se produza, e menos ainda favorecer a obesidade, muitas vezes reflexo de um carinho mal entendido para com um animal de estimação. Muitos acham que encher o animal de comida é amor e que devem satisfazer todas as vontades do cão. Hábitos esses que não só diminuem a qualidade de vida do animal, como encurta o tempo em que ele ficará ao nosso lado, ou seja, a sua vida será mais curta por conta de todos os problemas de saúde que a obesidade traz consigo. Um programa de emagrecimento pode demorar vários meses até o cão adquirir o peso ideal, mas os benefícios para a saúde do animal são muito significativos e proporciona-nos a presença de um companheiro mais saudável e durante mais tempo.


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Estudo

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Os cães entram nessa fase com quatro semanas de vida, enquanto os lobos iniciam o período de socialização com apenas duas semanas, influenciando na forma com que os animais experimentam o ambiente em que vivem. Apesar dos lobos serem ativos exploradores conseguindo caminhar com boa coordenação, capazes até de superar pequenos obstáculos, Kathryn descobriu que os filhotes de lobo quando andam pela primeira vez, por volta das duas semanas de vida, ainda não enxergam nem ouvem e o olfato ainda está num estágio primário. Quando os filhotes de lobo começam a ouvir, ficam assustados com os sons e reagem com medo do Pesquisa sobre períodos de desenvolvimento de cães e que vêem, quando começam a enxergar, dificultando a lobos revela características distintas entre os canídeos e socialização com outras espécies. aponta porque os lobos não são domesticáveis. Os cães, por sua vez, só começam a explorar o ambiente após o olfato, visão e audição estarem funcionando perfeitamente, por volta das quatro semanas de vida, apesar de suas habilidades motoras ainda não estarem muito desenvolvidas. Neste período, os cães conseguem conviver com humanos e animais de outras espécies, e os novos sinais visuais, sons e cheiros ativam a primeira fase do medo um pouco mais Kathryn estudou como sete filhotes de lobo e 43 filhotes tarde que os filhotes de lobo. de cães domésticos reagiam a novos cheiros e estímulos visuais. Os animais foram availados A pesquisadora afirma que estas diferenças semanalmente e concluiu-se que o desenvolvimento dos significativas quanto ao desenvolvimento de filhotes de sentidos ocorrem ao mesmo tempo, mas que cães e lobos os põem em trajetórias distintas em relação experimentavam o ambiente de forma diferente durante à capacidade de se relacionar com outras espécies. o período de socialização, fase de desenvolvimento que “Esta informação tem implicações quanto ao manejo de ocorre durante quatro semanas logo no início da vida populações de dos filhotes. lobos na natureza e em Embora as características genéticas sejam muito cativeiro”, disse. semelhantes entre cães e lobos, de acordo com as observações da pesquisadora, os animais desenvolvem Texto: o sentido de olfato com duas semanas de vida, porém Karin Pirá as duas subespécies entram no período de socialização Fotos: em idades diferentes. www.gettyimages. A pesquisadora e bióloga evolutiva Kathryn Lord da Universidade de Massachusetts, em Amherst, USA, sugere que as diferenças comportamentais entre os dois animais, considerados da mesma espécie, estão relacionadas com as primeiras experiências sensoriais durante o período de socialização.

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Educação

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Texto e fotos: Ana Camacho

Com reforço positivo Lançaram-me o desafio de escrever sobre um assunto que outrora considerava banal. Falar de cães abandonados e a experiência com eles no que à sua educação dizia respeito era para mim uma situação mais ou menos regular uma vez que, de há uns anos para cá, decidi adoptar animais de rua ou de canil e proporcionar-lhes uma vida de qualidade que considero terem direito. Estive sempre longe de pensar que iria passar por uma experiência impressionante e olhar com outros olhos e com outra percepção para a real definição de “vida de qualidade” que um cão realmente merece ter e o impacto que esta qualidade nas suas vidas tem na relação com o nosso cão. Enquanto fui apenas dona de cães anteriormente abandonados considerava que essa dita vida de qualidade era proporcionada pela atenção, liberdade, segurança e dedicação que lhes dava. No início deste ano, contava já com 3 cães (1 cão e 2 cadelas) seniores, aos quais nada julgava faltar. Tinham um lugarzinho no sofá, um lugarzinho no quarto da dona, boa comida sempre à disposição e estavam sempre sossegadinhos pois a idade já não permite grandes aventuras. Aos fins-de-semana, aí sim!, dávamos grandes passeios na praia ou pelo pinhal e eles dormiam o resto do tempo para recuperar as energias. Cães fantásticos! No entanto, a reviravolta na forma de entender as necessidades do cão enquanto espécie aconteceu de forma abrupta com a chegada lá a casa de novo elemento canino com cerca de 1 ano de idade – a Fisga. No final de Junho, já durante a minha formação no 10º curso de monitores de adestramento do CCVL, a Fisga cruzou-se literalmente no meu caminho. Por ter coleira, recolhi-a e tomei logo as diligências possíveis para encontrar o dono e proporcionar-lhe o regresso a casa. Foi talvez dos dias mais complicados que passei com um cão: a Fisga apresentava problemas devido ao abandono ou ao facto de estar perdida, não podia ficar sozinha, ficava num estado de ansiedade enorme e quase que deitava a casa abaixo sempre que me perdia de Página 21

vista; fazia as necessidades em casa; atirava-se para cima de mim quando eu estava no sofá; roía tudo; estragava tudo; tirou toda a terra dos canteiros e vasos…. O stress e ansiedade com que andava sempre e a rapidez com que deixava de fazer uma asneira para fazer outra levou-me a colocar-lhe o nome “Fisga”. Eu ainda não tinha terminado de desfazer a ultima asneira, já a Fisga tinha feito mais qualquer coisa… Era impressionante. Um mês depois, dos donos nem um sinal. Tive consciência que a adopção desta cadela por outra pessoa que não tivesse formação em educação e adestramento canino com reforço positivo e a paciência que este trabalho nos motiva e nos obriga a ter, a Fisga seria possivelmente educada à vassourada ou acabaria possivelmente abandonada ou entregue em canil. Foi assim que tomei a decisão de a adoptar e de iniciar o meu trabalho e desenvolver a minha experiência como adestradora com ela. Esta decisão, no entanto, acarretou outras que me forçaram a deixar de ser a tradicional “dona” que apenas proporcionava uma “vida de qualidade” aos seus cães, para passar a ser uma dona consciente das necessidades básicas de um cão, com formação sobre o funcionamento desta espécie, com capacidade para entender a sua comunicação e de analisar o seu comportamento. Tive que fazer um “reset” na minha forma de pensar e ganhar coragem para adoptar medidas e regras às quais eu tinha sido céptica.


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Educação

A primeira grande mudança foi a introdução da caixa transportadora na educação da Fisga. Foi necessário fazer o processo de habituação uma vez que ela já apresentava problemas graves de ansiedade devido ao abandono. No entanto, ela rapidamente se adaptou e a caixa passou a ser o seu local de eleição para dormir. Por volta das 23h da noite, a Fisga levanta-se dos meus pés e vai em direcção à cozinha para irmos buscar os biscoitos para ela levar para a “caminha”. Para além da necessidade de estar no seu espaço, a introdução da caixa permitiu também minimizar os estragos nos momentos em que eu não posso controlar a Fisga visualmente, como na hora do banho ou quando saio de casa para fazer qualquer coisa rápida, momentos suficientes para a Fisga destruir qualquer coisa. Durante esses períodos, ela fica na caixa entretida com algum biscoito ou um osso, o que me permite fazer o que tinha a fazer sem preocupações. As necessidades em casa também foram eliminadas com a utilização da caixa. O benefício tirado com a utilização deste equipamento foi de facto significativo para os dois lados: para a Fisga, que diminuiu o constante e elevado nível de ansiedade e de excitação, passando a ter um espaço dela para dormir e estar sossegada, e para mim que deixei de entrar em conflito com ela por causa do seu comportamento destrutivo, do seu excesso de excitação e das necessidades em casa, permitindo-nos tempo de muito melhor qualidade quando estávamos juntas.

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Aliás, todo o processo de integração da Fisga no grupo e em casa foi feito desta forma – sem entrar em conflito e com muita paciência. É que apesar do seu comportamento “louco” e absolutamente desobediente, a Fisga não era uma cadela expressiva: a cauda nunca abanava, as orelhas estavam sempre em pé e o corpo sempre tenso. Não tinha qualquer ligação às pessoas, não se chegava mas também não fugia, e apresentava ter medo sobretudo de homens. Brincava muito com os meus cães, principalmente com o mais velhinho, o Simão, mas não interagia comigo. Aproximava-se quando os outros o faziam mas, e apesar de não conseguir estar sozinha, não estabelecia qualquer contacto. Por não termos um vínculo de ligação, percebi que tinha de ser bastante cautelosa na minha aproximação a ela e que este trabalho só podia ser feito com paciência e com o condicionamento operante com reforço positivo. Foi nesta altura que comecei a ensinar-lhe os comandos de obediência básica, com a utilização do clicker e a sua motivação extrema por comida, uma vez que por bola ela não tinha nenhuma. Diariamente treinava com ela, e quando falhávamos um treino, notava-se logo a nível


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Notícias CCVL comportamental, no excesso de excitação, a falta de exercício. Então, mesmo por muito cansada que estivesse, passei a não dispensar de, pelo menos, 20min diários para a treinar e brincar com ela.

Semanas depois de meter as mãos ao trabalho, comecei a ver transformações na Fisga. Por detrás daquela cadela louca, havia um animal medroso, bastante sensível, mas muito muito inteligente no que à sua sobrevivência dizia respeito. Não podia de forma alguma entrar em conflito com ela fosse qual fosse a sua asneira ou desobediência, com o perigo de perder a confiança da Fisga… Assumi por isso a responsabilidade de todos os tapetes e almofadas desfeitas e dos bancos de jardim destruídos quando eu não estava em casa. Admiti que estes comportamentos eram e são da minha responsabilidade, porque não lhe deixei brinquedos suficientemente estimulantes para a entreter, ou deixei à disposição aquilo que não devia. Tive que começar a antever possíveis comportamentos para, por um lado, não ficar sem casa e, por outro, para não entrar em conflito com ela. E obviamente que em todas as alturas que a apanhei em flagrante, chamei-lhe sempre a atenção e ela sem problemas deixava de fazer a asneira que andava a aprontar naquele momento. Ao longo destes 6 meses as experiências têm sido fantásticas. Vi esta cadela chegar “sem ponta por onde se lhe pegasse” e hoje é o cão que trabalha comigo não só em demonstrações de adestramento com reforço positivo, mas também na socialização dos outros cães. É extremamente obediente, muito dócil e está bem mais sociável com as pessoas, pedindo inclusivamente afecto a quem conhece. Comigo? Que dizer… Do cão distante que adoptei e que me deixava de cabelos em pé, sem qualquer comunicação com o mundo que a rodeava, vi transformar-se numa cadela muito comunicativa, quer através da posição das orelhas quer da cauda, muito interactiva e super feliz. Com a dose de paciência extrema, muito trabalho e muita brincadeira, vi-a começar a aproximar-se de mim, a ganhar confiança, a criar víncuPágina 23

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los e a estabelecer contacto físico do qual anteriormente fugia. Hoje sento-me no sofá e a Fisga deita-se aos meus pés com a cabeça sobre os meus, e não é muito raramente que me pede colo e fica abraçada a mim, sem medo. No entanto, o nosso trabalho continua! Temos que treinar e brincar todos os dias para gastar energias. As regras e limites têm que ser aplicados diariamente sem excepção. A dose de paciência tem que estar sempre presente. Mas a melhor parte é a de procurar sempre compreender este cão, perceber o que a pode ter levado a fazer o que fez, e corrigir-me. É que a Fisga é um cão e, como todos, faz as coisas sem pensar. Por isso não a vou castigar por ser como é. Tenho que a educar para cãoviver comigo, saber estar no nosso grupo social e na sociedade, e sobretudo ser extraordinari amente feliz como cão. É por isso meu dever pensar pelas duas, antecipar situações, evitar problemas, e proporcionar-nos dias de grande qualidade que, confesso, temos. A Fisga criou o caos na minha casa na altura certa! Enquanto eu me formava, ela apareceu e foi exigente comigo. Fui forçada a aplicar a parte teórica, na prática, e a mudar radicalmente a minha forma de pensar sobre os cães. A qualidade de vida para um cão é aquela que eu lhe devo proporcionar para que seja totalmente sociável, feliz e saudável, sem problemas e sem castigos. Obrigada, Fisga, por me acompanhares nesta etapa tão importante para mim, por seres tão exigente comigo e por todos os dias me fazeres melhorar, como dona e como profissional. Como dona, foi uma experiência totalmente louca. Como profissional, é das experiências mais fantásticas que podia passar…


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Convivência

A introdução da caixa, mais conhecida por caixa transportadora, no dia-a-dia dos nossos cães é relativamente recente. O próprio nome é indicativo da utilidade que lhe era, e é dada – servia e serve para transportar os animais, principalmente nas viagens de avião e, posteriormente, devido ao seu fácil manuseamento e à sua portabilidade uma vez que é construída num material leve, o pvc, foi também adaptada para o transporte nos veículos automóveis. Recentemente começaram a ser descobertas as enormes vantagens que este acessório também tem ao nível do adestramento, da educação e principalmente do bem -estar dos cães e, como consequência, dos próprios donos. A desmistificação do conceito “confinamento”. O grande óbice que é colocado a uma utilização mais frequente da caixa transportadora na educação canina é a ideia enraizada, que a grande maioria das pessoas têm, de que este é um instrumento de tortura e clausura, uma vez que os animais ficam confinados a um pequeno espaço do qual nem se mexer podem e, isso sim, é muitas vezes erradamente utilizada como castigo por um qualquer acto reprovável que o animal tenha cometido. Quem nunca ouviu o termo: “portaste-te mal, vais para a caixa!”? Nada mais errado. O princípio que está subjacente à utilização deste importante acessório na educação dos nossos cães está alicerçado na maneira como os seus ancestrais, os lobos, Página 24

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utilizam um equipamento semelhante, mas mais rudimentar, que é a sua toca. Este pequeno buraco feito na terra ou entre pedras é tão importante para eles que o defendem com a própria vida, se for necessário. E porquê? Porque é o seu espaço, é aí que descansam, que dormem, que se abrigam, onde se protegem, onde têm e criam os seus filhos, enfim, é o seu pequeno mundo e por isso é um recurso tão importante e ao qual eles dão tanto valor e que o protegem tão afincadamente. Como sabemos, os lobos deambulam e caçam principalmente ao nascer e ao final do dia, todo o resto do tempo passam-no nas suas tocas a descansarem e protegerem-se do calor, e de noite para dormirem, portanto, passam pelo menos 20 horas do seu dia refugiados no seu bem tão precioso que é a toca, e não julguemos que esse espaço é tão amplo como uma caixa transportadora, por exemplo, não, é uma pequena galeria onde não conseguem andar senão rastejando, mas é deles e é ali que se sentem bem e seguros, podendo assim descansarem com absoluta segurança. Para os nossos cães a caixa tem o mesmo valor que a toca tem para os lobos. Se a habituação for a correcta, os cães encaram a caixa como sendo o seu pequeno mundo onde podem descansar, onde dormem mais confiantes sem a possibilidade de serem constantemente incomodados com os movimentos normais dos donos nas suas lides diárias e, inclusivamente, onde podem até brincar com os seus brinquedos favoritos sem terem que os partilhar.


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A utilização da caixa é uma ferramenta de inestimável importância no tratamento de uma patologia tão comum nos cães que vivem em apartamentos: a ansiedade por separação. Através dela e associada a um parque de maiores ou menores dimensões, em função do tamanho do animal, podemos delimitar o espaço que tem disponível para utilizar durante o período em que se encontram sozinhos em casa e, se além disso, dispuserem de brinquedos interactivos com que se entretenham e rádio ou televisão ligados, permite prevenir os comportamentos destrutivos, a automutilação, e as vocalizações exageradas tão comuns nesta patologia;

É uma ferramenta de fundamental importância no ensino das regras e rotinas aos cachorros quando estes chegam à sua nova casa e são inseridos numa nova estrutura familiar. Com ela, além de os podermos ensinar a eliminarem num local adequado, indicamos-lhe logo de início onde dormir e descansar, quando o deve fazer, quando pode passear, quando e onde pode comer uma vez que passará a fazê-lo dentro da própria caixa, porque todas estas actividades irão estar ligadas ao se manterem ou não na caixa;

E por fim, fazendo jus ao nome, é um objecto fundamental para o transporte do cão não só de avião como de automóvel. Neste último caso, o facto de o animal ser transportado dentro de uma caixa e não nos bancos dianteiros ou traseiros, pode fazer a grande diferença de um acidente ter mais ou menos consequências em função da sua gravidade, tanto para o cão, como para o condutor e acompanhantes, como ainda para estranhos envolvidos no acidente.

Não. O estar na caixa não é considerada uma clausura para os cães, mas sim a possibilidade que eles têm de, como os seus ancestrais, se poderem recolher e descansar quando disso necessitem sem serem incomodados, exactamente como nós quando nos recolhemos aos nossos quartos Os enormes benefícios da utilização da caixa 

Como já dissemos anteriormente, a primeira e mais importante mais- valia da utilização da caixa é a possibilidade que os cães têm de disfrutar da sua privacidade e poderem descansar e dormir mais comodamente sem serem importunados. Como consequência disso, quando acordam ficam mais activos, mais bem dispostos e prontos para a interacção com os seus donos;

Permite aos donos uma maior liberdade nos seus afazeres diários sem ter sempre o cão como sua “sombra”, permitindo também uma diminuição do hiperapego, se ele já existir, tão prejudicial para o correcto e saudável relacionamento entre o dono e o seu cão;

Muito maior facilidade no treino dos comportamentos de eliminação inadequada em cachorros e cães adultos. Os cães não eliminam onde dormem ou descansam e, como sabemos, normalmente fazem as suas necessidades depois de dormirem ou descansarem, sendo assim, a utilização da caixa permite-nos, logo que começam a ficar activos dentro da caixa, levá-los rapidamente para o local definido para a eliminação sem terem possibilidades de o fazer em local que não seja o adequado;

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A habituação do cão à caixa Ao contrário do que possa parecer, a habituação do cão à sua caixa é um processo fácil e rápido, principalmente se o mesmo for feito ainda em cachorro e de uma forma correcta e assertiva, o que não quer dizer que o mesmo não se possa fazer com um cão adulto Regra básica nº 1: associar sempre a caixa a algo agradável e nunca a um castigo recorrente de algo que o animal tenha feito de errado.


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,Para que o cão vá por vontade própria para a caixa, tem que haver aqui sempre algo de muito agradável para ele: biscoitos, guloseimas, uns pedaços de queijo, de salsicha, um brinquedo que ele adore, etc., qualquer coisa muito interessante para ele e que o motive a entrar na caixa de livre vontade. O dono também pode ajudar a motivar o cão com muitas festas e palavras de incentivo. No início, a porta da caixa mantém-se aberta enquanto ele disfruta das coisas agradáveis que lá estão, a pouco e pouco vamos começando a fechar a porta por pequenos períodos, de início só o tempo que ele demora a comer as guloseimas. Depois, a porta irá manter-se fechada por períodos cada vez maiores: 2 minutos, 5 minutos, 10 minutos, etc. Devemos aproveitar as alturas em que sabemos que ele vai descansar para o incentivarmos a fazê-lo dentro da caixa. O que é importante neste processo é que ele saiba que não vai ficar fechado eternamente mas sim o período necessário para o seu descanso. O que não se deve fazer Como já dissemos anteriormente, nunca devemos associar a caixa a qualquer espécie de castigo. A caixa, na cabeça do cão, tem que estar sempre ligada a coisas muito positivas e agradáveis; Página 26

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Por razões óbvias, o animal nunca deve estar fechado na caixa por mais de 4 horas de forma contínua, excepto durante a noite enquanto dorme; A caixa nunca deve ser aberta enquanto o animal estiver a bater na porta ou a ladrar, se isso for feito ele associa o seu acto à abertura da porta, consequentemente sabe que sairá sempre que quiser; Somos nós que decidimos quando devemos abrir a porta da caixa e deixar sair o cão e não ele que pelas suas atitudes impõe que esta lhe seja aberta. Em resumo Ao contrário do que se possa pensar e pela experiência que tenho com os meus cães, eles adoram a sua caixa (toca). Se o processo de habituação e cumprimento das regras for bem executado, o nosso cão ir-se-á deslocar para o seu abrigo sempre que sinta necessidade de dormir ou descansar, com as consequências altamente positivas que esse facto tem no bem-estar dele e nosso, promovendo assim uma sã convivência entre nós e o nosso amigo de quatro patas.

Texto: Sílvio Pereira Fotos: Google


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O lobo – Canis Lupus, foi um dos primeiros animais a ser domesticado pelo homem num longo processo que decorreu através de 10.000 anos. Se para alguns é um animal que suscita curiosidade e mistério, para outros, é um animal que simboliza tudo o que é mau, o que se pode verificar nos contos tradicionais, sendo um animal também associado ao sobrenatural. Aqui ficam algumas curiosidades sobre o Lobo: 1/ Um estudo científico levado a cabo por um grupo de investigadores da Universidade de Stanford, revelou o mistério dos lobos negros em 2008, um assunto que circundava alguns mitos sombrios e sinistros ao longo da história. Cientistas alegaram que o lobo negro, apresentava uma variação de melanina na pelagem, que outrora havia sido cinzenta. A pelagem negra, proporcionava vantagem na caça nocturna, uma vez que passavam mais despercebidos diante das presas. Verificou-se que se fossem levados a cabo estudos genéticos nos lobos negros, o mais certo seria encontrar traços de cruzamentos entre lobos cinzentos e cães domésticos no passado. Outra curiosidade sobre a pelagem negra destes animais, é de que apresentam uma imunidade a infecções, superior e mais eficaz, do que os lobos cinzentos. 2/ O que acontece quando um lobo contrai raiva? O lobo não é um animal que contrai raiva com frequência, no entanto, quando acontece, a situação pode complicar-se bastante. A raiva Página 27

Lobo

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num lobo é transmissível a outras espécies, como cães domésticos e raposas. Além de se tornarem muito agressivos e rápidos, ficam também desorientados. É quando contraem raiva, que atacam os seres humanos, terminando esses ataques quase sempre em tragédia. Num estado normal de saúde, o lobo evita o homem, atacando apenas no caso de se sentir ameaçado. 3/ O canibalismo entre os lobos é muito comum. Quando um membro da alcateia está doente, ferido ou prestes a morrer, é devorado por todo o grupo. Também se podem verificar lutas entre os machos do grupo, sendo que o vencedor ganha o direito de comer o seu adversário, e, nalguns casos, o jovem lobo pode mesmo comer o seu próprio progenitor. 4/ O lobo pode chegar a ingerir até 3.5 Kg de carne de uma só vez e quando famintos, conseguem comer até 15 Kg de carne num dia, podendo sobreviver cerca de 15 dias sem comida, não registando qualquer fraqueza na sua actividade muscular neste período de tempo. 5/ O lobo é um animal adaptado especialmente para correr longas distâncias, chegando a movimentar-se a 10 km/h, num percurso de vários quilómetros. Quando têm necessidade de perseguir com velocidade, podem chegar aos 65 Km/h. 6/ A comunicação entre os lobos faz-se através de uivos. Estes servem para marcar o seu território contra outros lobos, sendo um meio de evitar encontros com alcateias vizinhas. 7/ Um casal de lobos normalmente fica ligado toda a sua vida. Apenas quando um dos dois morre, o outro procura um novo(a) parceiro(a). 8/ Os lobos acasalam entre os meses de Janeiro a Abril. 9/ Todos os membros da alcateia, participam na criação dos filhotes. 10/ O olfacto de um lobo é 100 vezes mais apurado do que o do ser humano. Texto: Alexandra Pereira Fotos: Google


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Comunicado

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COMUNICADO DE IMPRENSA DO GRUPO LOBO Perseguição ilegal ao lobo-ibérico Perante a situação de ameaça da espécie, organizações exigem mais protecção, mais fiscalização e punições exemplares O recente caso do abate da loba “Bragadinha” dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês reflecte a impunidade com que se está a matar ilegalmente o lobo-ibérico em Portugal. As organizações subscritoras juntam-se num apelo público à acção contundente em relação aos crimes contra esta espécie ameaçada e protegida na legislação nacional e internacional. A fêmea adulta “Bragadinha” foi encontrada morta a 30 de Outubro de 2013 e os resultados da sua necrópsia foram claros: abatida a tiro de caçadeira e simultaneamente atacada por uma matilha de cães. Este episódio, ocorrido dentro da Zona de Caça Associativa da Gavieira, Arcos de Valdevez, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, é o quinto abate ilegal de lobo-ibérico de entre os 15 lobos seguidos por telemetria no Alto Minho. Esta fêmea era uma jovem reprodutora da alcateia existente na área, tendo tido a sua primeira ninhada em Maio deste ano. O Sistema de Monitorização dos Lobos Mortos, implementado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), indica que para os 80 registos de mortes de lobos identificados entre 1999 e 2011, 71% tiveram como causa a acção humana, muitas das vezes em circunstâncias de perseguição ilegal, como por exemplo o tiro, laço e veneno. Dados do CIBIO, obtidos por telemetria no Noroeste de Portugal, revelam que anualmente 45% dos lobos da zona são mortos por acção humana e de forma ilegal. Esta mortandade é insustentável e levará, se não for travada, ao rápido desaparecimento dos 300 exemplares que ainda sobrevivem em Portugal. Na mesma zona de caça onde foi abatida a loba “Bragadinha”, no ano passado deu-se a morte a tiro de um lobo adulto durante uma batida ao javali. O indivíduo responsável pelo crime foi apenas punido com uma multa de 300€, um valor que se considera irrisório e sem qualquer efeito dissuasor. O lobo, pelo seu estatuto de protecção, não é espécie cinegética em Portugal e estes abates ilegais com arma de fogo, que nada têm a ver com a caça e com a exploração sustentada dos recursos cinegéticos, não podem continuar a ocorrer. Por esta razão urge sensibilizar e dialogar com as Organizações do Sector da Caça, envolvendo todas as partes no esforço de conservação do lobo, erradicando tais actos criminosos e encontrando formas de mitigação das motivações que estão na sua base. As organizações subscritoras deste comunicado exigem às autoridades competentes, nomeadamente ao ICNF, ao SEPNA/GNR e em especial ao Ministério Público, uma acção urgente e contundente no que diz respeito a estes casos: - Os ataques dos lobos a animais domésticos, que constituem uma das principais motivações para a perseguição ilegal a este carnívoro, deverão ser minimizados através da eficaz vigilância do gado e indemnizados atempadamente ao abrigo da Lei de Protecção do Lobo-Ibérico; - Tem de haver um reforço dos meios de fiscalização (existem no total apenas 15 Vigilantes da Natureza no Parque Nacional da Peneda-Gerês, menos de metade do que seria necessário, e sem as armas necessárias para a fiscalização); - Os processos-crime têm de ser julgados exemplarmente – a aplicação de sentenças ligeiras nestes casos é um autêntico incentivo à prossecução da ilegalidade e do crime impune, consumando-se um extermínio que aproxima cada vez mais o lobo-ibérico da extinção. As organizações subscritoras deste apelo compreendem e reconhecem o complexo conflito entre o Homem e a Natureza, em particular o lobo, mas insistem na utilização plena das ferramentas desenvolvidas para mitigar as consequências desta realidade. O reforço destes instrumentos é crucial para a conservação a longo prazo desta e de outras espécies protegidas. Às autoridades públicas competentes cabe promover todas as iniciativas necessárias para inverter a tendência perversa, que conduz à destruição do nosso património natural e cultural. O lobo-ibérico é o expoente máximo da biodiversidade da região, sendo a Peneda-Gerês o único parque nacional do país, razão pela qual é absolutamente inaceitável que se possam reproduzir em anos sucessivos situações de ilegalidade impune como esta. Página 28


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Convivência

1 - Os cães criam empatia com a dor humana A Universidade de Londres Goldsmiths divulgou um estudo que mostrou, mais cães a aproximarem-se de alguém que está a chorar ou em perigo do que de quém não está. Isto mostrou que os cães sentem empatia e são ansiosos por ajudar e reconfortar humanos com dor. 2 - Eles conseguem detetar o cancro Devido ao seu incrível senso de olfato, os cães têm mostrado 70 a 99% d e p r e c i s ã o (dependendo do estudo), quando recebem a tarefa de deteção de cancro de pulmão num paciente nas proximidades. 3 - Cães reduzem o stress no trabalho O Revista Internacional de Gestão em Saúde no Trabalho descobriu que os trabalhadores que levam o seu cão para o escritório têm menos stress e ficam mais felizes com o seu trabalho, simplesmente porque o cão está por perto. 4 - Conseguem detectar convulsões antes que elas aconteçam Uma pesquisa recente mostrou que alguns cães são capazes de alertar os pacientes, que eles vão sofrer um Página 29

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ataque, por vezes, horas antes que aconteça. Ninguém sabe ainda como fazem isso, ou porque apenas alguns cães conseguem fazê-lo, sendo que também não podem ser treinados para fazê-lo. 5 - Ajudam bebés a permanecerem saudáveis Um estudo recente mostrou que os bebês com cães em casa são realmente mais saudáveis do que aqueles sem cães, relatando menos tosse, nariz obstruído e infecções de ouvidos. O motivo, acreditam os pesquisadores, é porque os cães trazem sujidade, e germes da terra, aumentando assim o sistema imunológico da criança. 6 - Ajudam o dono a ficar em forma Um estudo da Universidade de Londres determinou que as pessoas com cães são mais ativas, e exercitam-se com mais frequência, do que as pessoas sem cães. Afinal, é muito mais divertido e interessante correr com o seu cão do que sozinho. 7 - Detetam nível baixo de açúcar no sangue Esse senso apuradíssimo de olfato pode fazer ainda mais, os cães também podem detetar baixa de açúcar no sangue no seu dono. Eles vão querer alertar a pessoa de que o açúcar caíu ou, se um ataque diabético já ocorreu, vai latir muito numa tentativa de alertar alguém para vir ajudar, trabalhando, assim, para salvar a vida do diabético


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Convivência

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8 - Ajudam-no a ficar longe de substâncias alergénicas Os cães têm demonstrado que podem ser treinados para detectar determinadas substâncias alergénicas. Por isso se é alérgico a manteiga de amendoim por exemplo, o cão irá detetar e alertá-lo para qualquer coisa com o cheiro de amendoim. O mesmo acontece com qualquer outra substância que possa prejudicá-lo.

12 - Fazem os seus donos idosos irem menos ao médico Quase certamente, devido às vibrações positivas e bons sentimentos que os cães trazem aos seus donos, mesmo no pior dos tempos, os estudos descobriram que os idosos que possuem cães, em média, têm menos uma consulta médica por ano do que aqueles que não o têm cão.

9 - Ajuda-o a ser mais social O British Medical Journal concluiu que os cães agem como "catalisadores do debate a nível social", ajudam as pessoas a conseguirem mais informações, abordam os outros mais facilmente e em geral, reduz o isolamento. Isso actualmente é mais importante do que a base de companheirismo que os cães oferecem, é como um suporte social do homem e é benéfico para a saúde humana.

13 - Reduzem o risco de problemas cardíacos Estudos da Associação Americana do Coração estão a mostrar que os donos de cães têm menos risco de doenças cardíacas do que aqueles sem cães. As razões apontadas são o exercício que os donos fazem quando vão passear os seus cães, além de que a presença do cão ajuda o dono a lidar melhor com o stress.

10 - Ajudam veteranos a superar SPT Simplesmente por serem eles mesmos, os cães têm mostrado ajudar a reduzir o SPT (Stress PósTraumático) entre os soldados. Além de fornecer a usal companhia canina, eles mostraram ajudar quem sofre, “tirando-os das suas conchas”, ajudando-os a ser menos negativos e zangados e melhoram a suas vidas a nível social também. 11 - Ajudam a prevenir eczema em crianças Numa reviravolta surpreendente, pode até ser realmente benéfico adquirir um cão para o seu bebé, mesmo se for alérgico. Estudos têm mostrado que crianças com menos de um ano de idade que vivem com um cão são muito menos propensos a desenvolver a crónica e irritante doença de pele, chamada eczema. Página 30

14 - Cães ajudam no tratamento da depressão Os estudos mostram que a depressão do dia -a-dia, ou ainda mais grave a depressão crónica, é mais fácil de lidar com o amor de um cão. Simplesmente por tê-los por perto, e sabendo que mesmo estando no nosso pior dia, alguém nos ama incondicionalmente e está ansioso para ver-nos felizes de novo, eles dão-nos um motivo para nos levantarmos e seguirmos em frente. 15 - Confortam crianças com autismo As crianças autistas vêem o mundo muito stressante, de maneiras que os não-autistas não conseguem entender. Felizmente, um cão consegue. Estudos concluíram que trazer um cão de terapia para a família de um autista ajuda a reduzir a quantidade de cortisol (hormona do stress) no corpo da criança autista. Isso tanto acalma a criança como mostra-lhe que ele tem um amigo.


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Convivência

16 - Ajudam a prevenir o Bullying O bullying tem sido um grande problema à algum tempo, e as pessoas estão finalmente a fazer algo sobre isso. Cães, também. Foram lançados programas experimentais em que levam cães a escolas para promover a empatia, com a lição de que não se deve tratar mal as pessoas, porque não fariam isso a um cão, e as crianças foram capazes de fazer essa conexão. A medida ajuda a reduzir os comportamentos negativos que levam ao bullying. 17 - Ajudam pessoas com fibromialgia a ficarem quentes A fibromialgia é uma doença debilitante que pode deixar sua vítima em constante dor. Os estudos têm mostrado que a temperatura corporal do cão pode ser usada como uma espécie de almofada de aquecimento terapêutico. É claro que, ao contrário de almofadas de aquecimento, um cão vai criar laços de afeto, aconchegá-lo e mantê-lo quente até quando já não precisar, levando ao conforto externo e á felicidade interna.

18 - Ajudam as pessoas com demência a viver uma vida melhor Os cães têm mostrado que podem ajudar a manter os pacientes de demência na programação, lembrando-os quando é a hora para a medicação e quando é para ir ao médico. Além disso, quando o dono está a ficar frustrado com a sua própria mente, o "cão-demência" está ali para apoiá-lo, confortá-lo e lembrá-lo de que alguém está ali sempre para ele.

Compilação: Vanessa Correia

Fontes: huffingtonpost.com ; http:// edition.cnn.com , news.nationalgeographic.com , health.usnews.com , http://www.dlife.com , bmj.com , healthnews.uc.edu , www.nytimes.com , www.livescience.com , pawsforcomfort.com , theweek.com , e google.

Livro recomendado Título: Oogy – O cão que só uma família poderia amar Autor: Larry Levin Editora: LEYA – LIVROS D’HOJE Publicação: 2010 Sinopse: “(…) Larry e os rapazes partiram do princípio que este cãozinho branco tinha escapado a um incêndio – faltava-lhe uma orelha e metade do rosto estava coberto de cicatrizes -, mas afinal a história era outra. Ele tinha sido ferido, quase fatalmente, numa luta ilegal de cães, descoberta pela polícia, e fora deixado na sala de emergência. (…) Á medida que o inquieto cãozinho amadureceu e se tornou num membro leal e protector (apelidado de “Terceiro Gémeo”), a sua presença ajudou-os a cicatrizar feridas de longa data e mostrou aos gémeos, também eles adoptados enquanto eram bebés, que os laços mais fortes podem ser criados em qualquer tipo de família. (…)” Página 31

Recomendado por: Inês Pereira


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Notícias

Levar o cão para local trabalho alivia o stress

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Os cães também apanham ondas

Levar o cão para o local de trabalho pode ajudar as pes- Um cão prepara-se soas a aliviar o stress e a proporcionar um ambiente para competir durante mais satisfatório para os outros trabalhadores. uma prova de surf canino, na praia de Um estudo desenvolvido por uma universidade na Virgí- Huntington, na Califórnia, nos EUA, revela que a presença de um animal cani- nia. no no escritório é benéfica para a metodologia de traba- Fonte: RTP Notícias, Outulho da empresa e para organização de trabalho. bro 2013 Através da saliva dos trabalhadores, os investigadores conseguiram concluir que quem trabalhou ao lado de um cão registou menos hormonas relacionadas com o stress do que aqueles que não tiveram companhia canina. Fonte: TVI 24, Maio 2012

Estudo revela que os cães ajudam a combater a asma Um estudo publicado no jornal Procedings of the National Academy of Sciences e liderado por Susan Lynch da Universidade de São Francisco e Nicholas Lukacs, da Universidade de Michigan, permite concluir que as crianças que convivem com cães dentro de casa acumulam no intestino uma bactéria que é fundamental para proteger as vias respiratórias contra alergias e infeções respiratórias virais. O estudo revela, ainda, que as alterações dos micróbios gastrointestinais podem ter efeitos sobre a função imunitária - Lactobacillus johnsonii é o nome da bactéria que quando incluída na alimentação, protege contra inflamações nas vias respiratórias.

Fezes de cães devolvidas aos donos em Espanha De Espanha vem uma forma criativa de lembrar aos donos que são responsáveis pelo comportamentos dos cães na via pública. Como há quem deixe nas ruas os dejetos dos animais, os responsáveis de uma localidade próxima de Madrid decidiram devolvê-los. Fonte: RTP Notícias, Agosto 2013

Cão de Raquel Strada é notícia na «Time» Tufão, o cão da apresentadora e atriz Raquel Strada, chegou à conceituada revista norte-americana «Time». Depois de já se ter tornado num fenómeno de popularidade nas redes sociais, o chowchow, raça conhecida pela língua azul, de 10 meses, é o protagonista de um artigo no site da revista, que dá a conhecer alguns dados sobre o animal e partilha algumas imagens de Tufão.

Nas redes sociais, o cão que Raquel Strada comprou este ano já conta com mais de 15 mil seguidores no Facebook (mais que o cão de Barack Obama, Bo, que tem quase 5 Apesar de as experiências terem sido realizadas em mil) e mais de dois mil no Insratos, estes investigadores defendem que os resultados tagram. poderão explicar a redução do risco de alergias nas Fonte: TVI 24, Dezembro 2013 crianças que convivem com cães. A resposta inflamatória associada à asma foi muito reduzida nos ratos previamente expostos às poeiras associadas aos cães, O cão é o ser mais inteligente depois do homem no comparativamente aos ratos expostos às poeiras de mundo casas sem animais de estimação ou não expostos a Que os cães são qualquer poeira. seres altamente espertos e capazes A investigação leva Susan Lynch a afirmar que "a comde muita coisa posição e função dos micróbios gastrointestinais influentodos nós sabemos. ciam fortemente as reações do sistema imunitário e a No entanto, Brian manipulação destes microrganismos pode desenvolver Hare, neurocientista uma nova forma de tratamentos, tanto para a asma alérfundador do Centro gica como, provavelmente, para outras doenças". Lynch de Cognição Canina acrescenta, ainda, que provavelmente muitas das bactéda Universidade rias comuns no meio Duke, nos EUA, foi ambiente são necessárias muito além dessa afirmação. Brian acredita que os cães para a proteção das vias são o segundo mamífero mais inteligente do planeta, respiratórias e do sistema atrás apenas dos humanos. imunitário. Segundo o neurocientista, até mesmo a popularidade dos Fonte: Visão - Dezembro 2013 cães entre os humanos é explicada por esse genialidade inerente à espécie. A sua teoria baseia-se num conjunto Página 32


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Convivência

de trabalhos sobre o assunto, apelidados de caninognição – ou seja, a cognição dos cães. A partir dos seus estudos, os autores chegaram à conclusão de que o processo evolutivo que transformou lobos em cães domésticos fez com que os animais adquirissem um novo tipo de inteligência social. Isso levou os cães a criarem uma inteligência próximas à de bebés humanos, no que diz respeito ao comportamento e habilidades de comunicação. Brian ainda vai mais além e considera que, depois da raça humana, os cães são os mamíferos mais bem sucedidos do planeta, superando até mesmo os chimpanzés, famosos pela sua inteligência perspicaz.

Edição Nº 9

Homem pendura cão na varanda para não ter de o levar a passear Tyler Smith, 23 anos, é suspeito de pendurar o cão do seu pai numa varanda, no segundo andar de um prédio em Greenville, na Carolina do Sul. Segundo um comunicado do oficial Jonathan Bragg ao canal ABC News, a chuva forte terá sido um dos principais motivos que levou Smith a não ir passear o cão como era habitual - o plano era pendura-lo, fazê-lo descer até tocar no chão, deixá-lo fazer as suas necessidades e, após o acto estar concluído, puxá-lo para cima.

Entretanto, onde se encontra toda essa sagacidade canina? Brian afirma estar na capacidade do cão em compreender gestos e olhares, como a indicação de um local para o qual apontamos ou um olhar de reprovação. É aí que reina a potencialidade canina. Essa habilidade de compreensão da linguagem corporal humana é extremamente rara entre os animais. Nem mesmo os chimpanzés conseguem interpretar tão bem os nossos gestos quanto os cães. Além disso, os cães também são capazes de aprender palavras e compreender os seus significados. Um cão pode aprender o significado de dezenas de novas palavras por meio de um processo de dedução lógica, exatamente como o método usado pelas crianças para descobrir nomes de objetos desconhecidos. São animais tão espertos e abertos para a aprendizagem que uma BorContudo, a vizinhança, após ter avistado o insólito, ligou der Collie chamada Chaser conseguiu identificar o nome de imediato às autoridades para reportar o caso. A polícia de mil objetos numa experiência. interveio, e caso as alegadas suspeitas sejam confirmadas, Smith pode pagar uma multa que pode chegar aos Outro exemplo de que os cães são animais dotados de 720 euros, ou ser condenado a uma pena de prisão de 30 uma inteligência impressionante é o fato de terem o sendias. timento de empatia. Por isso, é comum os donos notarem que eles ficam mais felizes ou mais tristes em situaApesar do cão não ter ficado ferido, o pai de Smith já afirções onde o ambiente e as pessoas a sua volta também mou ao canal de notícias News 13, que ficou chocado demonstram essa variação de humor. com as acusações e que não tolera de modo algum o que o seu filho fez com o seu cão. Não à toa, apesar de não saberem comunicar como as Fonte: Visão, Dezembro 2013 pessoas, os cães são considerados o melhor amigo do homem. São tratados como membros da família, recebem todo tipo de mimo e atenção, participando intensamente da vida dos seus donos. Por esses e outros fatores, o posto de mamífero mais bem sucedido depois dos humanos é mais do que merecido. Fonte Portal do Amazonas, Janeiro 2014 Página 33


Formamos: Cães & Lobos

Edição Nº 1

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Presencial Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente. Este Curso tem a vantagem de ser composto no máximo por 4 formandos.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações científicas desenvolvidas na área da aprendizagem canina Estrutura Programática do Curso

Módulo 1

(teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6

Conhecer como funciona um cão O Carácter num cão O Temperamento num cão A Comunicação canina Os Instintos Básicos caninos Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento 1.2.2 Traçar objetivos 1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão 1.2.3.2 Em função do dono 1.2.3.3 Em função dos objetivos 1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 1.3.2 1.3.3

Definição O que é o Clicker O treino com Clicker

Módulo 2

(prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento 2.1.1.1 Material de contenção 2.1.1.2 Material de assistência 2.1.1.3 Material didático 2.1.2 Postura corporal do adestrador 2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão 2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito 2.1.5 Exercícios de Obediência Básica 2.1.5.1 Exercício de andar ao lado 2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto 2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO 2.2.1 Sociabilização intraespecífica 2.2.2 Sociabilização interespecífica

1.4 O ADESTRADOR 1.4.1 1.4.2 1.4.3

Exigências Físicas Exigências Mental Ética profissional

… e donos responsáveis! Página 1


Formamos: Cães Cães & & Lobos Lobos

Entrevista

Edição Edição Nº Nº 1 4

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS Módulo 3

(prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão 3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário 3.1.2.2 Equipamento 3.1.2.3 Formação 3.1.3 O trabalho de motivação 3.1.4 O treino técnico das mordidas 3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga) 3.1.6 O treino da fuga do figurante 3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia 3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4

(teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades 4.1.1.1 Definição e tipologias 4.1.1.2 Tratamento 4.1.1.3 Prevenção de agressividade por complexo de controlo

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento 4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição 4.1.3.2 Tratamento 4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição 4.1.4.2 Tratamento 4.1.5 Manias Maternais 4.1.5.1 Definição 4.1.5.2 Tratamento 4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade 4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição 4.1.7.2 Tratamento 4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha 4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva 4.1.9.1 Definição e Sintomas 4.1.9.2 A importância de um Diagnóstico Correto 4.1.9.3 Prognóstico 4.1.9.4 Tratamento

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial) Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente Características do Curso Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas, incluindo as componentes prática e teórica. Início do Curso: A combinar com o formando Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra Método de Ensino: Científico Quantidade de Alunos por Curso: 1 Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico) Módulo 2 (prático)

Do Curso de duração normal

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Ficha Técnica

Edição Nº 9

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Propriedade:

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com contacto@ccvlonline.com Edição:

Dep. Divulgação do CCVL http://Comportamentocanino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos Editor:

Sílvio Pereira sp@ccvlonline.com Colaboraram nesta Edição: Alexandra Pereira, Ana Camacho, Anabela Guerreiro, Eneida Cardoso, Inês Pereira, Karin Pirá, Suzette Veiga, Tânia Carvalho, Vanessa Correia Paginação e execução gráfica: Sílvio Pereira Nota: Todo o material publicado nesta edição é da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

_________________________ Página web: http://revistacaeselobos.weebly.com revista.caeselobos@ccvlonline.com

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Colaboradores Alexandra Pereira alexandrapere@gmail.com Ana Camacho ana.camacho@netcabo.pt Anabela Guerreiro anabelapg@iol.pt Eneida Cardoso glimpse.eneida@gmail.com Inês Pereira marta.ines.santos.pereira@gmail.com Karin Pirá adestramentoresponsavel@gmail.com Suzette Veiga suzette@estrela-dog.com Tânia Carvalho tania.carvalho.rodrigues@gmail.com Vanessa Correia vanessa_correia_sb@hotmail.com


Formamos:

Profissionais competentes... Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes traumatizantes idas às escolas de treino canino. Características do Curso Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno). A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condições de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estudadas. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conhecimento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da aprendizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas também para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Estrutura Programática (resumida) Módulo 1 (teórico) 1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão 2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão 3ª Parte - A Comunicação Canina 4ª parte - Os Instintos 5ª Parte - Condicionamento Operante 6ª parte - Descobrir o Clicker

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social 8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão 9ª parte - Exercícios de Obediência Básica 10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

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Características do Curso Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identificação, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos. Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação. Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e prevenção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Estrutura Programática do Curso Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

(Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

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