Alma Popular Novembro 2015

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Novembro 2015


Editorial Caríssimos leitores, Terminada que está a Legislatura do XIX Governo constitucional da república portuguesa não podemos deixar de relembrar e reconhecer o inquestionável trabalho realizado pelos ministros do governo PSD/CDS-PP que com enorme empenho e profissionalismo conseguiram em pouco mais de três anos reverter a situação difícil em que o país se encontrava desde Março de 2011, altura em que o governo de José Sócrates caiu resultado das más políticas que levaram o país à terceira intervenção externa (sempre pela mão do PS) deixando Portugal à beira da bancarrota. De entre os muitos ministros deste governo que agora findou, destacamos António Pires de Lima Ministro da Economia que muito contribuiu para que fossem criadas as melhores condições para que Portugal ao nível do empreendedorismo, do investimento, da criação de emprego e de novas oportunidades de negócio, da recuperação de empresas e das exportações fosse a par dos empresários, aqueles que realmente criam riqueza, a chave do sucesso para a recuperação económica e confiança no investimento gerador de negócios, criador de postos de trabalho e motor do desenvolvimento do país.

Ao mesmo deixamos o mais sentido agradecimento numa justa homenagem através de uma Entrevista realizada no seu gabinete na Hora Seca em Lisboa, e que agora se reporta, neste último verão. Não ficaríamos bem connosco próprios que a mesma não fosse partilhada com todos e na integra. A situação de impasse em que o país se encontra resultado do bloqueio de forças derrotadas nas urnas de dia 4 de Outubro, Partido Comunista, Bloco de Esquerda e o Partido Socialista de António Costa, e o suspense de um país estagnado por força desse bloqueio, têm destaque atenção nesta edição especial do Alma Popular, tal como um balanço do que foi a campanha na estrada ao longo das semanas de campanha, nomeadamente no Distrito de Setúbal onde mobilizou centenas de militantes dos dois partidos dando um não só de união mas de esperança numa viragem que se deseja em Setúbal. Retomaremos ainda neste mês de Novembro as edições da revista online Alma Popular com todos os seus conteúdos sempre com o objectivo de informar e passar uma mensagem clara das ideias e objectivos do CDS-PP Bem hajam António Pedro Maco Editor da Revista Alma Popular

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Editor: Ant贸nio Pedro Maco | Editor-Adjunto: Sara Machado Gomes | Colaboradores: Irina Ludovico | Reportagem Fotogr谩fica: Sara Machado Gomes I Propriedade: CDS-PP Almada

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Entrevista a Ant贸nio Pires de Lima*

*de Julho de 2015


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Em Portugal, o custo do trabalho não é, neste momento, o factor relevante, mas a flexibilidade laboral pode ainda ser melhorada. Que medidas o governo pensa aplicar de forma a tornar o mercado laboral ainda mais flexível e dinâmico? O Mercado laboral português inserese na média da adptabilidade dentro do universo com o qual queremos ser comparado que é a União Europeia. Somos seguramente muito menos flexíveis, mais rígidos, do que outros mercados com origem na Ásia, e também nas Américas. Ainda, o progresso que fizemos nos últimos 4 anos é assinalável de acordo com o ranking do Fórum Económico Mundial. Portugal estava no lugar 126 no que se refere a rigidez do mercado laboral entre 124 países em 2011, e agora estamos em 83º, ou seja, melhorámos 43 posições e já estamos dentro de padrões de considerados padrões médios daquilo que se considera na União Europeia. Eu creio que, ao nível da flexibilidade usando mecanismos de dispensa colectiva ,Portugal evoluiu muito e tem uma legislação muito flexível, naquilo que diz respeito à rescisão individual, por ventura, há ainda alguns pontos que podemos melhorar tornando os contratos individuais de trabalho matéria mais flexível. Curiosamente, o mercado de trabalho começou a melhorar, quando a legislação se tornou mais flexível, o que só vem contrariar o pensamento da esquerda mais reacionária que temos em Portugal, a extrema esquerda, e também, por vezes, o Partido Socialista, que acham que se protege trabalho “rejificando” o mercado de trabalho, não é assim. Quanto mais flexíveis forem as regras dentro de determinadas balizas, mais justas, mais emprego se cria, mais os empresários se sentem à vontade para criarem emprego.

Portanto, a flexibilização, ainda que ligeira do mercado de trabalho em Portugal, foi acompanhada por um aumento a partir de 2013, do emprego em Portugal. Creio que existem passos que podemos dar nesta matéria e ainda ao nível contrato individual de trabalho, mas também acho que o desafio económico em Portugal, tem outras variáveis importantes com que podemos jogar.... 2 - Ao nível do sector empresarial é reconhecida a necessidade de tornar os custos operacionais, neste caso, energéticos e outros, equivalentes aos países concorrentes, com também reduzir os custos como o licenciamento industrial. Quais os passos que foram dados neste sentido, e quais os passos que têm de ser dados no sentidos de se resolverem estas questões? Na área do licenciamento penso que foram dados passos importantes; Portugal é, neste momento, o 5º país do mundo, também de acordo com o ranking do Fórum Economico Mundial, onde é mais fácil e mais rápido constituir uma nova actividade. Por isso em matérias de empreendedorismo, tanto ao nível do licenciamento tanto ao nível de procedimentos, eu creio que houveram passos muito importantes que foram dados em Portugal nos últimos 7, 8 anos, e hoje pontuamos bem quando comparamos com outros países. Mas admito, que hajam ainda ferramentas que foram operacionalizadas com este governo, como foi o licenciamento online, que não estão totalmente generalizadas ao nível de todas as autarquias. Às vezes decretam-se determinadas medidas que visam simplificar a vida aos empresários facilitando os licenciamentos, depois o processo acaba por demorar algum tempo a chegar à vida das pessoas, à vida das empresas.

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A burocracia é uma forma de estar, é da cultura. Tornarmo-nos mais simples, mais fáceis, mais amigos do investimento passa também por uma mudança cultural que ás vezes vai muito mais além dos decretos-lei que se publicam. Demora tempo a fazer o seu caminho... ...acha que ainda há muita burocracia em Portugal? ...acho que hoje em dia o Estado é claramente um Estado muito mais parceiro das empresas e da iniciativa privada, temos feito um esforço muito grande nesse sentido, mas é um caminho que tem de continuar a ser percorrido, ainda não estamos no ponto óptimo, nem pouco mais ou menos. 3 - Outro factor que impede a melhoria da produtividade é a denominada economia paralela ou informal. Uma vez que ainda muitas empresas que a usam como factor de competitividade deteriorando a capacidade concorrencial das empresas mais organizadas, produtivas e cumpridoras das regras. Que caminho já foi percorrido nesta legislatura para se reverter esta situação? Os dados da execução fiscal comprovam que o combate à denominada economia informal tem sido um combate do ponto de vista da administração tributária, sem tréguas; a verdade é que, em muitas áreas, nomeadamente na área do IVA, o crescimento da receita fiscal tem estado acima daquilo que é o crescimento normal atendendo à evolução da economia. Por isso, eu creio, que a cultura que hoje vivemos em Portugal no ano de 2015 é muito diferente daquela que o país tinha em 1990, 1995, antes começarmos a considerar que faz parte dos deveres dum cidadão responsável cumprir as suas obrigações fiscais....


“Acho que hoje em dia o Estado é claramente um Estado muito mais parceiro das empresas e da iniciativa privada, temos feito um esforço muito grande nesse sentido”

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...essa mentalidade também tem vindo a mudar? Essa mentalidade tem vindo a mudar quanto mais não seja pela necessidade das pessoas se adaptarem aos instrumentos que hoje em dia o Estado possui; como sabe, houve um investimento muito grande no primeiro governo PSD/CDS-PP, na altura era Ministra das Finanças a Drª Manuela Ferreira Leite, nos sistemas informáticos e também, é justo reconhecer, na atracção de pessoas que pudessem protagonizar essa mudança, foi o caso do actual Ministro da Saúde Dr. Paulo Macedo, que na altura aceitou ser Diretor-geral dos impostos. E desde então, desde 2004, 2005, através da informação dos sistemas que permite o cruzamento de dados, nós passámos a ter uma administração fiscal muito mais eficaz, por vezes, até bastante intromissiva na vida das pessoas, é preciso também, evitar exageros, pois os contribuintes não podem estar à mercê da administração tributária sem ver os seus direitos acautelados. Eu creio que a economia informal terá um peso de 20 a 25% do PIB; digo isto, com base nas transacções e na utilização de moeda que ainda se verifica na economia portuguesa e também de acordo com as informações do banco de Portugal vai dando. Penso que um passo importante que deveríamos dar durante a próxima legislatura é reduzir a carga fiscal. Uma carga fiscal muito elevada também funciona como um incentivo maior à informalidade.

4 - Segundo um estudo recente da PWC não é no custo da mão-deobra que podem ser encontradas as soluções para os problemas da produtividade da industria portuguesa. Contudo, é necessário uma legislação laborar mais adaptada às necessidades de algumas empresas, nomeadamente às empresas que trabalham por turnos. Concorda com esta conclusão? Como lhe digo, eu acho que a nossa legislação laboral como lhe digo, já teve mudanças importantes ao longo dos últimos anos que a tornaram bastante mais adaptável, por exemplo nessas matérias, a organização do banco de horas, a própria forma como hoje em dia as empresas podem agilizar o terceiro e até o quarto turno, enfim, há todo um conjunto de mecanismos que foram introduzidos na legislação portuguesa, por exemplo a redução do custo das horas extraordinárias. Repare, eu não vejo na generalidade das empresas portuguesas, as que mais exportam, isto é, portuguesas e internacionais, porem o foco dos seus problemas em Portugal na legislação laboral. Eu acho que o grande desafio que temos pela frente, o desafio de ganhar produtividade, joga-se, mais noutros campos, ou seja no campo da inovação, no campo de saber juntar a ciência às empresas investigação -, no campo da criação de marcas mais fortes, temos por exemplo, uma indústria do vinho fabulosa, mas depois são poucas as marcas que são conhecidas fora de portas, no domínio dos canais de

comercialização. São nesses factores, que são factores que acrescentam muito valor à indústria, que, do meu ponto de vista, se joga o desafio da produtividade, mais do que mudar as nossas leis laborais ou por as pessoas a trabalhar mais horas; os portugueses já trabalham muito, ás vezes não trabalham é para boas empresas. 5 - Senhor Ministro, outro custo que não deve ser descorado é o custo relativo ao licenciamento industrial e toda a burocracia que as empresas se vem envolvidas para iniciarem e manterem a sua actividade. O que foi feito em Portugal neste sentido e o que pode ser ainda feito para se melhorar? Bom... fizemos várias coisas, desde logo o sistema industrial responsável que é uma espécie de licenciamento zero ou quase zero, que permite às empresas cumprirem todas as suas obrigações de licenciamento por via digital e num prazo record. Portugal, repito, está em quinto lugar entre 144 países quando se mede o tempo que é necessário para criar uma nova empresa. Também apostamos forte na simplificação das regras para o comércio, serviços e restauração, com a publicação do regime jurídico para as actividades do comércio, serviços e restauração que mudou o paradigma ao permitir que as actividades de comércio, serviços e restauração possam agora iniciar-se através de uma mera comunicação prévia às autoridades, nomeadamente à Direcção Geral de Actividades Económicas e à autarquia respectiva.

“Penso que um passo importante que deveríamos dar durante a próxima legislatura é reduzir a carga fiscal”

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“Em 2014, e tambĂŠm 2013, criaram-se 35 mil novas empresas e este ano, nos primeiros meses de 2015, houve um crescimento ainda de 20% sobre os dados dos primeiros meses de 2014â€?

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Creio que também se deram passos importantes no sentido de simplificar procedimentos ao nível do regime jurídico dos empreendimentos turísticos que conheceu já em 2014, uma simplificação do seu sistema de licenciamento. Essa foi um das preocupações que este governo teve nomeadamente o Ministério da Economia, fazer aprovar todo o conjunto de normativos que tornam o licenciamento de actividades mais simples, embora também estejamos conscientes, como já disse há pouco, que estas mudanças depois demoram algum tempo para fazerem o seu caminho junto dos empresários e das autarquias. Mas em geral a receptividade tem sido boa? Bem, a verdade é que em Portugal no ano passado em 2014, e também 2013, criaram-se 35 mil novas empresas e este ano, nos primeiros meses de 2015, houve um crescimento ainda de 20% sobre os dados dos primeiros meses de 2014. Estes são números recorde porque nunca nos anos mais recentes, talvez desde 2005, 2006, tinha havido uma intensidade tão forte de criação de novas empresas. Tem sido um dos responsáveis importantes pela recuperação económica, toda a dinâmica demonstrada pelos empresários, pelo mundo do empreendedorismo. 50% dos empregos criados em Portugal foram criados por empresas que não existiam há 5 anos. Em ambiente de crise, como é possível essa dinâmica toda? Admito que muitas vezes a necessidade também aguce o engenho e o facto de existirem menos oportunidades nas empresas mais tradicionais, tenha atirado muitas pessoas,

nomeadamente jovens, para fora da sua zona de conforto e como a nossa geração mais jovem tem um potencial extraordinário e está bem formada, tem-se verificado um aumento importante do número de jovens que se decidem em constituir a sua própria empresa. Por outro lado, a nossa educação em Portugal, também já fomenta este tipo de valores muito mais que por exemplo no meu tempo se quer que lhe diga. Portanto, esta onda de empreendedorismo, tem sido um dos responsáveis pela reactivação económica em Portugal. 6 - A ligação das indústrias competentes aos estabelecimento de ensino, não só as Universidades, pode ser um factor relevante no sentido de se conseguir melhorar os sistemas e processos a custos controlado além de poder criar vantagens competitivas, fruto do aumento da inovação. Existe algum programa criado neste sentido? Há uma agência que o governo criou, a Agência Nacional da Inovação (ANI), que no fundo está entre as empresas e a ciência, e aliás, acolhe na sua estrutura a COTEC que é uma sociedade de direito privado, mas que se preocupa com as estratégias de inovação dentro das empresas. Por outro lado, temos vindo a fomentar bastante aquilo a que os alemães chamam de "ensino dual", o ensino profissionalizante; neste momento são cerca de 170 mil jovens estão em instituições de ensino profissionalizante. É importante que muitos jovens

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, aqueles que assim o decidem, possam por optar por este tipo de ensino e entrar na via do trabalho dentro das empresas através das oportunidades que este ensino mais técnico propicia. Por último, eu acho que tem sido notável o trabalho do Instituto do Emprego e Formação Profissional que se tem constituído como um parceiro de múltiplas empresas organizando estágios, formação para jovens desempregados, formação essa, feita à medida ou feita com empresas, e isso justifica que uma boa parte dos estágios organizados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional se transformem em oportunidades de trabalho douradoras para as pessoas. 7 - O desenvolvimento de clusters num ambiente de equilíbrio entre grandes e pequenas empresas com escala, inovação e empreendedorismo, será a chave na conquista de um processo de lançamento da Indústria como sector de relevância no país à escala internacional e coloca as empresas portuguesas num patamar de competitividade elevado nos mercados externos alvo. O que tem sido feito neste sentido? A organização por clusters de alguns sectores permite potenciar oportunidades desses sectores na forma como se podem candidatar à utilização de fundos europeus. Temos tido vários exemplos de sectores, por exemplo, o têxtil, o calçado, o sector automóvel que ao se organizaram desta forma e através de associações comuns conseguem justificar projectos de


parceria com fundos comunitários que os ajudam a crescer e a desenvolveremse internacionalmente. Os clusters devem ter uma correspondência real à forma como a própria economia se vai organizando, mas é também verdade, que hoje em muitas e diferentes áreas como o turismo, os serviços, o sector automóvel, a aeronáutica, têxteis, calçado, produtos de papel, penso que ultimamente também o mobiliário, a industria e os serviços crescentemente se organizam procurando beneficiar da escala para com isso poderem justificar acções de desenvolvimento, promoção e marketing fora do país, e ganhar uma dimensão que não teriam se actuarem apenas como agentes individuais. 8 O relançamento do sector industrial em Portugal deve alinhar-se com a estratégia Europa 2020 apostando na competitividade internacional nomeadamente através de uma aceleração da transição de uma economia de conhecimento, tecnologia e verde. O que tem sido feito e quais as metas que o governo se propõe a alcançar nesta matéria? Aqui no Ministério da Economia tivemos oportunidade de discutir e aprovar em 2013 a estratégia de fomento industrial para o crescimento e emprego, sendo o objectivo através dessa estratégia que Portugal se possa posicionar como um país de crescimento claramente superior a dois, dois e meio por cento, se possível até três por cento, durante a próxima legislatura, alias, diria que vamos terminar esta legislatura na perspectiva de crescer já quase dois por cento, e

portanto, estamos no bom caminho. Houve um conjunto de passos bastante importante em termos agilização, operacionalização do acordo de pareceria, a criação da instituição financeira de desenvolvimento, a publicação do plano estratégico de transportes e infraestruturas constituído por cinquenta e nove medidas que está a fazer o seu caminho, está a ser implementado, são um conjunto de instrumentos ao nível do financiamento e da capitalização das pequenas e médias empresas que também estão gradualmente a ser operacionalizado para as empresas havendo uma aposta muito grande como se sabe, na formação dual e na ligação entre a escola/universidade e as empresas, e portanto, ao nível industrial e ao nível económico este momento que estamos agora a viver mais positivo da nossa economia foi antecipado por um conjunto de documentos e de acção que aprovamos no governo em 2013, estão agora a ser executados. Também ao nível do crescimento verde e do ambiente, como se sabe, não é da minha responsabilidade directa, mas o ministro Jorge Moreira da Silva, teve oportunidade de no final do ano passado, no final de 2014, discutir e fazer aprovar estes documentos e está a existir um foco importante na redução dos custos de energia nomeadamente ao nível do gás e da electricidade para as empresas e para os consumidores, a anulação do deficit tarifário, mas, admito, que no gás natural a situação das empresas

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portuguesas ainda não seja aquela que deveria ser. 9 - É reconhecido por todos que a centralidade atlântica será conseguida apenas através de uma eficiente integração de logística portuária e ferroviária num quadro de relacionamento geopolítico entre Portugal-Europa-África-Brasil. Quem tem sido feito nesta matéria? O que tem sido feito são várias coisas, em primeiro lugar uma intensa diplomacia política e económica tanto ao nível do presidente da república, do Primeiro Ministro, mas sobretudo, do Vice-Primeiro Ministro que fez as relações com os países da América Latina e de África, uma prioridade. Depois o desenvolvimento de missões empresariais a vários destes países que constituem este eixo, o eixo Atlântico e a relação com África, o que faz com que, neste momento, a nossa actividade exportadora fora da União Europeia esteja a crescer e valha já mais do que 30% das nossas exportações. Tem tido um crescimento notável as exportações para o Norte de África e também para muitos países de língua portuguesa embora este ano seja um ano menos positivo nas nossas relações comerciais com Angola, para os países da América Latina desde o Brasil, Colômbia, Perú, o México, muito importante, entre outros. Finalmente, temos feito uma aposta muito práctica na qualificação das nossas infraestruturas portuárias, basta ver que Sines está neste momento, a crescer para poder receber até


2,7milhões TEU´s, consensualizados com o Partido Socialista e com os autarcas da Margem Sul do Tejo aquele que deve ser o desenvolvimento do Porto de Lisboa nas suas várias vertentes como o turismo de cruzeiro e actividade portuária, tal como o mesmo que se fez em Leixões. A actividade portuária e o investimento nas suas infraestruturas, é umas das prioridades fundamentais do PETI, o nosso Plano Estratégico Transportes e Infraestruturas, e está a ser executado com enorme rigor. As nossas infraestruturas portuárias, são seguramente um activo muito grande que temos de utilizar cada vez mais, para potenciar as nossas relações atlânticas. 10 - Qual o papel da China neste contexto? Pode ter. Está a ter. A China é só a maior economia do mundo. Eu acho, e é curioso, que seja um governo do Centro-Direita a mostrar que é um governo sem preconceitos daquilo que são

as relações políticas e comerciais com outros países do mundo nomeadamente a China. A China, ou melhor, alguns empresários chineses têm apostado forte em Portugal como porta de entrada para o mercado europeu e isso faz parte da nossa estratégia atrair investidores internacionais que usem Portugal como ponto central, país central na sua estratégia de desenvolvimento europeu, assim como temos também de atrair empresas a operar em Portugal para daqui crescerem e estabelecerem parecerias com países do sul nomeadamente países em África, até porque a língua portuguesa é muito falada no hemisfério sul sendo cerca de 250 milhões de pessoas, e portanto, olhar para Portugal como um posicionamento estratégico para empresas internacionais entrarem na Europa e empresas várias poderem fazer negócio em África, eu acho que é uma visão que nos interessa acarinhar.

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11 – A realidade em que o país se encontrava em 2001 era de verdadeira emergência económica. O governo de que faz parte teve de intervir de modo a combater as dificuldades recorrentes. Passado esse período, com a recuperação das finanças nacionais, é suposto que no próximo mandato se possam avançar com medidas estruturais para um país de futuro. Teme que questões como ocorridas recentemente na Grécia possam por em causa esse período tão importante para Portugal? Eu espero que não. Os indicadores últimos mais frescos são de um acordo a nível europeu o que eu saúdo, vamos ver se se confirma, enfim, este processo com os gregos tem sido rico em volatilidades e incertezas e que sem dúvida a saída da Grécia do Euro provocaria a turbulência ou alguma turbulência, espero que passageira, ao nível europeu tanto do ponto de vista político como do ponto de vista económico que a Grécia permaneça


e com isto a Europa vencer mais um dos desafios tendo condições para aprofundar a sua integração política e também consolidar o seu processo de recuperação económica. 12 – Numa vertente mais de política partidária interna, o que a liderança de António Costa de diferente para o país e para o PS? A liderança do Dr António Costa, não me parece que tenha trazido grandes novidades do ponto de vista do discurso político. Actualmente o Partido Socialista tem uma enorme dificuldade em encontrar o seu espaço de propostas políticas na conjectura actual, estamos praticamente em cima das eleições e a verdade é que o sentimento que se vai tendo é que o governo e os partidos que o apoiam estão em crescendo e que um cenário que era visto como altamente improvável há um ano que era a vitória dos partidos da maioria é hoje um cenário crescentemente credível, quiçá até, com uma maioria absoluta; realmente depois dos quatros anos de enorme dificuldade que nos couberam em termos de governação o país teria tudo a ganhar em manter uma trajectória de responsabilidade e competência para poder crescer, atrair mais investimento, combater o desemprego e que os aventureirismos políticos

que são sugeridos pela direcção de António Costa, não são, francamente, recomendáveis atendendo às exigências dos tempos que ainda temos para viver. 13 – Entende então que uma vitoria do PS nomeadamente com maioria absoluta, poderia por em causa todo um trabalho que foi feito em quatro anos? Eu prefiro um governo do PSD-CDS-PP com maioria absoluta a um governo do PS, óbvio. Mas deixe-me dizer que é muito importante que Portugal tenha uma solução governativa nas próximas eleições e essa solução governativa seja estável e credível precisa de uma maioria no Parlamento. 14 – Há uns anos num Congresso do CDS-PP realizado em Lisboa, numa sua intervenção do púlpito proferiu uma celebre expressão: “O CDS deve ser um partido sexy!” O CDS-PP continua ainda hoje a ser um partido sexy e atractivo? Bem, eu disse, na altura, que gostava que o CDSPP fosse um partido sexy, mas isso já foi há muitos anos. Hoje os desafios do CDS-PP são outros. 15 - Uma última questão, vê-se um dia como Chefe de Estado? Não.

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Espaço Nacional Especial Eleições por Irina Ludovico

No passado dia 4 de Outubro de 2015 Portugal foi a votos para decidir qual seria o XX Governo Constitucional. Apesar da coligação Portugal à Frente ter reunido 36.86% dos votos e por isso ter maioria relativa, a questão imediatamente lançada pela esquerda foi se poderia ser criado um Governo legítimo com maioria relativa ou se a proposta mais viável seria a criação de uma coligação de esquerda com maioria absoluta entre PS, BE e PCP. Portanto a questão colocase, Cavaco Silva fez bem ou não em indigitar Pedro Passos Coelho como Primeiro-Ministro? De acordo com a tradição eleitoral portuguesa, forma Governo quem obtém mais votos o que dá razão à decisão tomada pelo Presidente da República. No entanto, que poder terá um Governo sem maioria parlamentar e que dificilmente verá o seu Orçamento de Estado aprovado em Parlamento? Uma das hipóteses mais faladas nos últimos tempos é a da criação de um Governo de Gestão, que acaba por não ser uma opção aceitável pois este cinge-se simplesmente à prática de actos que sejam estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos e nada mais ou seja, torna-se uma situação ingovernável e instável.

Relativamente à criação de um Governo de coligação de esquerda é necessário focar alguns pontos que têm importância para o futuro do país. É um facto de que a esquerda obteve maioria parlamentar, mas de que forma é que essa maioria é estável? Um acordo entre os três partidos está a verificar-se difícil de atingir devido às divergências existentes sobre assuntos como a posição europeia ou políticas de austeridade, e estando o PS em minoria dentro da coligação teria que ceder perante uma esquerda mais forte e mais extrema. Estas divergências acabam por ter consequências tanto a nível económico como a nível de credibilidade europeia. Uma coligação de esquerda antieuropeia faz com que a Comunidade Europeia tema o incumprimento dos acordos previamente feitos, o que acaba por ser perigoso numa época pós Troika em que qualquer passo mais arriscado ou inconsciente pode prejudicar a situação económica portuguesa e anular tudo o que foi feito pelo anterior Governo, algo que este não deixará acontecer. O Presidente da República acabou por tomar a decisão correcta quando decidiu empossar o novo Governo de maioria relativa pois olhou para a perspectiva tanto da estabilidade interna como da

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estabilidade internacional. No discurso de tomada de posse do Governo, Cavaco Silva destacou que um país é ingovernável se não for estável e a esquerda não ofereceu uma alternativa estável ou consistente em nenhum dos níveis, tanto financeiro, económico ou social. A coligação Portugal à Frente acaba por ser a opção que atribui ao país uma imagem mais confiante, necessária para a existência de financiamento externo, sendo que sem este Portugal tem mais dificuldades em cumprir os seus compromissos e em gerar riqueza e emprego. É de destacar que o desenvolvimento de Portugal passa por um Governo que mostra fidelidade relativamente aos compromissos internacionais que assumiu e acima de tudo que mostra fidelidade perante os compromissos feitos com os portugueses. A coligação PSD/CDS-PP consegui fazê-lo durante 4 anos e os resultados estão à vista de quem olha para a realidade de forma objectiva e não faccionada, e de quem confiou neste Governo para continuar com o bom trabalho. “Desrespeitar o esforço dos portugueses traduz-se por pôr em risco tudo o que juntos alcançámos” (Pedro Passos Coelho na Tomada de Posse do XX Governo Constitucional)


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Fotografias de Sara Machado Gomes

A coligação Portugal á Frente no Distrito de Setúbal, apresentou uma lista com grande força, liderada por Maria Luís Albuquerque e Nuno Magalhães. Foi com grande dedicação e empenho que todas as estruturas locais se uniram em torno da lista, dando o seu melhor na transmissão da mensagem e das bandeiras, assim como das propostas de política local para o Distrito de Setúbal. Para Paulo Portas e Pedro Passos Coelho o Distrito de Setúbal apresenta imenso potencial quer a nível Turístico, Agropecuário como também Industrial, sendo dessa forma um Distrito de imensa importância e relevância Nacional Do contacto directo com a população e instituições, foi notória uma clara empatia relativamente á coligação assim como o reconhecimento do excelente trabalho de recuperação financeira do anterior governo PSD/ CDS-PP. Prova da enorme mobilização foi a arruada de encerramento de campanha que uniu milhares de pessoas que fizeram questão de demonstrar o seu apoio.

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