egon schiele

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Juventude de Schiele

1890-1906

• Schiele nasceu numa estação de comboio (5º filho). O pai dirigia a estação de Tulln, uma pequena cidade nos arredores de Viena. • A juventude de Egon é ensombrada pela progressiva doença mental do pai e pela morte prematura da mãe, algo que vai marcar o sombrio e melancólico universo pictórico deste artista. • Só na ultima fase dos estudos é que os professores se interessaram pelo talento de Schiele. • Czihaczek, o padrinho, torna-se seu tutor e só cede à vontade de Schiele quando este é admitido na Academia das Belas Artes. • Relação muito forte com a irmã Gertude, que foi sua modelo até á idade adulta, posando nomeadamente para nus. • O pai de Schiele aos 52 anos, deixou o serviço, por sofrer de perturbações mentais queimando inclusive todas as acções da família, deixando-a uma precária situação financeira. • O padrinho, Czihaczek financiou os seus estudos.


Clima social vivido em Viena no final do século XIX • O Clima social e a actualidade política constituíam o pano de fundo para a problematização de temas relacionados com a existência humana. Freud

• Em nenhum outro lugar da Europa decorria uma discussão tão intensa sobre a sexualidade, tanto na literatura como na medicina ou na psicologia.

• Com Freud a elaborar a sua teoria da sexualidade. • Com Schnitzler, escritor, que descrevia nas suas obras o erotismo como o mais importante factor das motivações humanas. • A sexualidade desempenhava igualmente um papel importante no reconhecimento da Arte Nova representada pelo pintor, Klimt. Schnitzler


1909 • Deixa a Academia. • Funda o “ Grupo para uma Nova Arte” e enquanto seu presidente organiza a primeira exposição do grupo. • O grande interesse que tinha pela organização de exposições baseava-se na ambição de se assemelhar a Klimt.

• Atrai a atenção de algumas personalidades influentes.

1910- 1912 • Longas permanências em Krumau, pequena cidade no sul da Boémia. Onde Schiele prefere o campo. ( cidade esta que mais tarde lhe vai arranjar problemas) • Schiele descobre novos temas, como a cidade e as crianças. • Está cansado de Viena por a vida ser cara. • Os retratos que faz para ganhar dinheiro mal chegam para o assegurar.


1913- 1916 • 1914 participa na “Secessão Internacional”, em Roma e é representado em outras exposições, Munique, Bruxelas e Paris. • No momento em que começa a cimentar o seu nome artístico, surge a I Guerra Mundial. • Casa com Edith, primeira e única mulher. • Os últimos anos do artista são marcados pela felicidade pessoal.

1918 • A mulher morre com a gripe espanhola, grávida de seis meses. • Três dias depois morre Schiele.

“Uma contaminação do meu amor, - sim. amava tudo. a rapariga aproximou-se, descobri o seu rosto, o seu inconsciente, as suas mãos de operária; amava tudo nela”


Paisagens • Quando Schiele abandonou os estudos ( porque não se sentia familiarizado com aquele género de formação artística onde só lhe ensinavam a pintura clássica), Schiele partiu para a experiencia de diversos estilos que na época se consideravam mais avançados, na tentativa de encontrar o seu próprio estilo. • Schiele ia com o cavalete para o ar livre e pintava a natureza, com cores luminosas, aplicando a cor de maneira totalmente anti- académica. • As paisagens captam atmosferas. • São muitas vezes a expressão simbólica de momentos existenciais, particularmente de decadência e morte. • Não apresentava interesse por luminosidade. • Para Schiele, a natureza era um “espaço vital”, onde a vida germinava e depois morria.



A influência de Klimt • Conheceram-se no Café Museum em 1907. • Unia-os os interesses comuns pelo corpo nu e pela sexualidade humana. • Klimt ajudou Schiele comprando-lhe desenhos, arranjando modelos ou apresentando-o a potenciais patrocionadores/ patrões. • Em 1908 conseguiu que Schiele trabalhasse para as Wiener Werkstate (fundada pelo arquitecto Josef Hoffmann) • Wiener Werkstate criavam e produziam objectos artesanais, como vestidos, objectos domésticos e móveis. Schiele criou para as WW alguns postais ilustrados e desenhos moda masculina. • Foi devido á influencia de Klimt que pode exibir em 1909 quatro quadros numa exposição de artistas que tinham deixado a Secessão, com a companhia de pintores, como: Munch, Matisse podendo ainda ver-se quadros de Van Gogh e Gauguin.

Klimt



Auto- retratos • Até ao início do séc XX os auto- retratos eram muitas vezes testemunhos da vida do sujeito ou auto- estilizações. Schiele quebrou essa tradição, não fixando uma situação social ou emocional, mas o estranho, o desconhecido, o lado obscuro do eu. • Nos seus auto- retratos surge com poses excêntricas e gestos exagerados que criam uma imagem distante, geradora de tensão. • O espelho não reflecte nem a autoconfiança nem a consciência de si; é um outro que dele espreita, com traços distorcidos por caretas ou por uma estranha mímica.




O nu | Arte erótica • Schiele gostava de ter como modelos as mulheres com quem tinha uma relação mais próxima. • Durante a juventude e durante os primeiros anos de actividade foi a irmã, Gertude que desempenhou o papel de modelo. • A mulher, Edith Schiele também serviu de modelo. • Schiele vai além do simples tema do nu, representar por vezes de forma unívoca e por vezes crua, os sexos feminino ou masculino ou então uma prática sexual determinada. • Tendência para a deformação do corpo. • À temática da mulher fatal prefere a do tortuoso impulso sexual e da precariedade do corpo humano.





• Schiele interessasse pela representação de crianças que retratava nuas ou seminuas e portanto não se via com bons olhos o vaivém permanente de crianças ao atelier do pintor, facto que despertava a desconfiança dos vizinhos. • Ainda na cidade pequena de Krumau, é acusado de rapto e abuso sexual de menores, e é preso enquanto aguarda julgamento, sendo liberto quase um mês depois sem transgressão.


Figuras simbólicas e alegóricas • Temas religiosos, como a Ressurreição ou eremitas em oração. • Abstracção de forma alegórica. (como é o exemplo da “Grávida e a Morte) que evoca os perigos da gravidez, colocando ao lado da mulher grávida a Morte com aparência humana. • Schiele considerou este tipo de obras as mais importantes. • Schiele foi o primeiro a superar a pintura intelectual alegórica proclamada pelo simbolismo da Secessão. • A sua pintura não se libertou totalmente da tradição da pintura histórica.





Eu, criança eterna, sacrifiquei-me por outros, por aqueles que estavam longe ou que me não viam, a mim que os via. Fizlhes ofrendas, enviei-lhes olhos (…), tornei-lhes os caminhos praticáveis e não os salvei. Depressa alguns reconheceram a mímica do visionário e deixaram de fazer perguntas.



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