Paulo Helder destaca importância da Expoece e ACC
Flávio Saboya dirigiu a ACC por nove anos e divulga ações da FAEC
R$10,00
Edição Nº 124 - Ano XIX
EXPOECE A FORÇA DA PECUÁRIA CEARENSE
60 Anos
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Setembro/ Outubro 2014
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EXPOECE 60 ANOS
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MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA
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Expoece está completando sessenta anos não só de existência, mas também de muitas conquistas e vitórias, sempre se consolidando como o maior evento da pecuária cearense. A sua existência se deve à persistência dos cearenses que nestas seis décadas dirigiram a Associação dos Criadores do Ceará - ACC, homens obstinados pelo desenvolvimento da pecuária do nosso estado, proporcionando a troca de experiência e assim o melhoramento genético do nosso rebanho. Como cearense e sertanejo que sou, e escolhido a minha formação profissional aliada à agricultura, não poderia furtar-me de assumir a presidência da referida entidade, tornandome o décimo primeiro presidente da ACC, sucedendo o meu amigo Flávio Saboya. Para mim, é de grande importância dirigir a ACC, por ser uma entidade
de classe que representa os criadores do ceará além de ser a realizadora do maior evento da agropecuária do ceará a Expoece, que desde 2011, vem sendo realizada sob a minha coordenação, em parceria com outras associações de criadores (gado Jersy, clube do berro, Núcleo do Pardo Suíço, da Manga Larga Marchador), nossos patrocinadores Governo do Estado, SEBRAE, FAEC/Senar-Ce, BB, BNB, alem dos expositores e criadores, os quais trazem as estrelas da festa, que são os animais (bovinos, equinos, caprinos e ovinos). Para comemorar os sessenta anos da Expoece, resolvemos dar uma cara nova à ACC, recuperando a sua sede e homenageando os seus ex-presidentes com uma galeria de fotos, para que os criadores de hoje possam conhecer aqueles que nestas seis décadas trabalharam com todo afinco para o fortalecimento da ACC e da agropecuária do estado do Ceará.
04. Expoece 60 anos 08. Galeria de Ex-presidentes 09. Homenageados
Paulo Helder de Alencar Braga Presidente da Associação dos Criadores do Ceará-ACC, primeiro vice presidente da FAEC E Superintendente do Senar-AR/CE.
26. Fazenda Flor da Serra é exemplo em inovação 32. Feira dos Municípios
12. Entidades parceiras da ACC
36. Senar-Ce terá Centro de Ovinocaprinocultura
14. Gerardo Majela Fonteles: O Doutor Pecuarista
38. FAEC promove encontro com governamentáveis
18. Flávio Saboya: o 10º presidente da ACC
43. Pronatec do Senar incentiva a permanência no campo REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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ARTIGO 60 Anos
EXPOECE: 60 ANOS
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alar sobre os sessenta anos da Exposição Agropecuária Estadual em Fortaleza, denominada EXPOECE, é necessário retornar aos idos da década de 50 do século passado, quando no local existia a “Granja Modelo”, espaço criado pelo Governo do Estado para estimular os criadores na adoção de novas tecnologias voltadas às atividades pecuárias, mediante Unidades Demonstrativas de Produção das principais cadeias produtivas, com destaque para a bovinocultura, a ovinocaprinocultura, a apicultura, a avicultura, a suinocultura, dentre outras. Naquele espaço destacava-se a bovinocultura leiteira, com seus estábulos construídos com esmero compondo o conjunto arquitetônico com o Escritório Central, prédio de harmoniosa beleza que, ainda hoje, centraliza as atividades da EXPOECE. Estimuladas pela equipe técnica da então Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio – SAIC foram surgindo, na região metropolitana de Fortaleza, as primeiras “vacarias”, destinadas à produção e à comercialização do leite de melhor qualidade, onde citamos Narcísio Pessoa de Araújo, Natanael Cortez, os irmãos Antonio e Paulo Cirino Nogueira, Valdir Silva, além de outros. Foram aqueles criadores os pioneiros e muitos dos seus filhos chegaram aos dias atuais e serviram de exemplo para os grandes empreendimentos com leite, hoje destaque no cenário nacional da bovinocultura leiteira. Por outro lado, concomitantemente, surgiram os rebanhos zebuínos que tanto orgulho trouxeram ao criatório cearense, campeões nacionais em Uberaba, mercê das atividades exercidas pelos seus principais criadores, em que se destacavam Claydson Rangel, Fazenda Canhotinho, João Gomes Granjeiro, entre outros. Essas iniciativas privadas, estimuladas pelo governo estadual Setembro/ Outubro 2014
levaram à realização da primeira exposição agropecuária de Fortaleza, ocupando o espaço da já comentada “Granja Modelo”. A partir dos anos 60 e 70 a “Granja Modelo” já havia perdido aquela missão inicial e passa para o papel de Parque de Exposições Agropecuárias Governador César Cals. Iniciaram-se as primeiras adaptações no espaço físico que à época estava interligado à atual sede da SDA, inicialmente, pela transformação dos tradicionais estábulos nos atuais pavilhões de exposição acrescidos dos pavilhões destinados para a ovinocaprinocultura e para os equídeos. Nessa mesma época e, por decisão da Secretaria de Agricultura, o tradicional prédio central foi reformado, ampliado com novas salas e auditórios, passando a abrigar as sedes das Associações de Criadores que assumem, não só a administração do Parque de Exposições mas, também, a promoção da EXPOECE juntamente com o governo estadual. Outros eventos de repercussão em todo o Estado do Ceará foram ali promovidos, a exemplo da Feira dos Municípios, evento de iniciativa da APRECE, com o apoio do governo do estado, em que na década de 1970, um número superior a 50% dos municípios cearenses, ali se “instalavam em barracas”, muito bem edificadas, a mostrarem a elevação do setor econômico de sua comunidade, passando a ser um encontro alegre e de muita animação para os seus munícipes e para Fortaleza. Uma outra iniciativa importantíssima naquela ocasião, que sedimentou a EXPOECE, foi o Crédito Rural do Banco do Nordeste do Brasil que permitiu o surgimento de novos criadores com o melhoramento dos rebanhos dos pioneiros selecionadores do Ceará, inclusive apoiando a importação de animais dos melhores criatórios do Canadá, Estados Unidos e Europa, com destaque para as raças Holandesa, Pardo Suíço, Jersey, Saanen e Anglonubiana.
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Aquelas iniciativas proporcionaram uma rápida expansão da EXPOECE que passou a cumprir o seu verdadeiro papel de uma exposição agropecuária, isto é, comercializar animais de elevado nível genético e produtivo permitindo, também, a troca de experiências entre os criadores de todo o Ceará e o Nordeste. A EXPOECE transforma-se, então, em um ponto de referência regional, atraindo criadores, não só do Nordeste, mas de todo o Brasil, principalmente, em decorrência da participação dos nossos planteis nas exposições de outros estados. Esta é mais uma comprovação do papel e do estímulo proporcionado pelo grande evento no melhoramento genético animal do rebanho cearense. Esta realidade viabilizou a sua auto sustentabilidade, até os dias atuais. Mais recentemente, eventos voltados para a agricultura familiar deram uma nova função à EXPOECE além de incrementar o segmento importante do agronegócio cearense, que passa a cumprir um papel social de estímulo à pequena produção. Outros técnicos que já deixaram o nosso convívio, também, muito significaram para este logradouro, no caso, Mauro Barbosa Botelho, Emanuel Maia dos Santos Lima, Clóvis Menezes Fontenele, Silvio Túlio de Albuquerque, José Italo Santana, afora outros. Flávio Viriato de Saboya Neto Ex-presidente da Associação dos Criadores do CEARÁ – ACC Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará - FAEC
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EXPOECE: NOVA CULTURA NO MEIO RURAL
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EXPEDIENTE
Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (EXPOECE) que neste ano de 2014 completa 60 anos, além de fazer parte do calendário de grandes e importantes eventos do Estado do Ceará, é também responsável pelas mudanças substanciais verificadas no setor ao longo desses anos, fazendo nascer uma nova cultura na forma de pensar, realizar e viver no meio rural. A Expoece nasceu, exatamente, do pensamento de pessoas, homens e mulheres empreendedores do campo, que acreditaram, enxergavam horizontes e perceberam a necessidade de mudanças no desenvolvimento rural. O crescimento da economia rural, com o esforço desta gente, foi possível ao longo desses 60 anos apresentar para a sociedade as mais diversas raças de animais bovinas, ovinos, caprinos e equinos, dando a oportunidade de apresentar ao povo da cidade a realidade e modernização do meio rural. Além da movimentação de negócios rurais, a exposição de animais, a Expoece é antes de tudo
ponto de encontro de pessoas, familiais, que viveram e vivem no meio rural. Nos últimos oito anos a exposição vem criando novas oportunidades, com a apresentação de empreendimentos da agricultura familiar, como forma de ampliar a participação de todos que fazem a economia rural, além do visitante encontrar a fazendinha que representa uma fazenda no interior do Estado. Também encontrará a casa de farinha e o engenho, que representam uma das ações mais coletiva do interior. Lá se pode degustar uma tapioca, tomar um caldo de cana, saborear a rapadura, tudo feito na hora. Muitas conquistas foram concretizadas ao longo desses 60 anos na agricultura, na pecuária e, principalmente, na gestão dos negócios. Estamos em um novo momento, onde conquistamos o status de livre de aftosa com vacinação de animais, permitindo a a EXPOECE receber com segurança os criadores de todos Estados do Brasil. Tudo isso só foi possível por conta da grande parceria que o Governo do Estado vem tendo com os criadores, suas associa-
REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS (85) 3264.3665 - 9662.1700 www.cearaemunicipios.com.br Ano XIX - Número 124 - Agosto/Setembro de 2014 DIRETOR PRESIDENTE Italo Frota Catunda italofrotacatunda@icloud.com
DIRETORA ADMINISTRATIVO FINANCEIRO Carmem Marfisa X. G. F. Boelen cmx22@hotmail.com EDITORA GERAL Jornalista Silvana Frota (653 JP)
REDAÇÃO Jornalista Silvana Frota - MTB/CE - 432 silvanaxgfrota@hotmail.com ESTAGIÁRIA DE COMUNICAÇÃO
ções e representações dos seus sindicato e federações. Estamos vivendo nestes três últimos anos de estiagem (2012,2013 e 2014) situações criticas, em especial no tocante à falta de água. Isto tem exigido e despertado em cada um dos criadores, sabedoria para amenizar o sofrimento do rebanho e buscarem solução dentro da adversidade que os problemas exigem. Antônio Amorim, Secretário de Desenvolvimento Agrário em exercício.
Vitória Matos REVISÃO Silvana Frota Carmem Frota Boelen
FOTOGRAFIA Arquivo Revista, Assessorias, internet. DIAGRAMAÇÃO E CAPA Vitória Matos pravitoria@gmail.com
GERENTE DE CONTAS Michelle Fernandes municipiosdoceara@gmail.com COLABORADORES Assessoria de Imprensa dos Municípios e Instituições IMPRESSÃO Expresão Gráfica
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Esta publicação é Editada há 18 anos pela Editora Eventtus Ltda. EDITORA EVENTTU’S LTDA
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EXPOECE 60 Anos
SEIS DÉCADAS FOMENTANDO A PECUÁRIA CEARENSE 60 anos de atividades agropecuárias trazendo de volta a Feira dos Municípios
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Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece 2014) chega a sua 60ª edição trazendo consigo resultados favoráveis para pequenos produtores, criadores e empresários do ramo do agronegócio da pecuária. O evento que começa no domingo (21) e termina no dia (28), sete dias de atividades, é a maior feira agropecuária do estado do Ceará e tem como objetivo promover a agropecuária cearense e fortificar as relações produtivas que envolvem o setor, além de fortalecer o comércio dos produtos da agricultura familiar, promover o empreendedorismo do meio rural, estimular a troca de experiências e divulgar o plantel cearense. A Expoece 2014 apresenta animais de diversas raças, produtos baseados na agricultura familiar, além de concursos que movimentaram o Parque de Exposição Governador César Cals. Segundo o presidente da Associação dos Criadores do Ceará (ACC), Setembro/ Outubro 2014
Paulo Hélder de Alencar o evento de 2013 trouxe resultados acima do satisfatório. “Nós conseguimos superar nossas expectativas, tínhamos uma séria preocupação a respeito do resultado do evento, pois estávamos no segundo período consecutivo de estiagem. O medo era que não tivéssemos animais preparados. Mas felizmente, superamos o ano de 2012 em todos os setores possíveis. Tivemos bovinos, caprinos, ovinos e equinos, todos eles atingiram bons números de participação e estamos contentes com o resultado deste ano”, destaca Paulo Hélder de Alencar. Tivemos também a “Prova oficial de Cavalo Quarto de Milha” (04), a “Prova oficial da National Barrel Horse” (05), e shows artísticos para promover o entretenimento dentro do espaço. De acordo com Maria Rejane Bastos, Eng.ª agrônoma que é coordenadora técnica da Exposição, o evento contou com a participação de 250 produtores, que apresentaram os mais variados produ-
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tos. Para a engenheira agrônoma o evento vem atingindo seus objetivos, que segundo ela, é fomentar o agronegócio, atuando como uma vitrine onde o criador ou produtor traz seus artigos, divulgando o que produz, e isso tudo pode ser visto dentro da Exposição e fora dela.
Para este ano são esperados cerca de 250 mil pessoas na 60ª edição, nela o público de nove Estados participantes terão a oportunidade de conhecer o melhor da produção agrícola e pecuária do Ceará
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O O coordenador geral também comenta sobre a parceria entre o sistema FAEC/Senar/SEBRAE que se faz presente durante a feira. “Essa parceria sempre foi muito saudável e positiva. Ela traz assistência, capacitação e aperfeiçoamento para os produtores. Isso é muito bom, porque com toda essa ajuda, eles, consequentemente, irão obter mais lucros, podendo desenvolver seus negócios. O Sistema leva conhecimento, o que é algo extremamente importante para os produtores”, afirma Paulo
Eventos Centrais e Simultâneos
Helder. A Exposição movimenta de forma significativa o agronegócio e mais, segundo Paulo Hélder, “mostra aos criadores que o semiárido é um meio viável. Desde que haja preparação, zelo e planejamento, o meio tem condições de manter seus animais saudáveis e sua produção apresentando lucros”, comenta. Para este ano são esperados cerca de 250 mil pessoas na 60ª edição, nela o público de nove Estados participantes terão a oportunidade de conhecer o melhor
cultura Familiar • Apresentações folclóricas • Feira dos Municípios • Parque de Diversões • Exposição de animais • Casa do Mel • Julgamento de animais • Piscicultura (filetagem de • Concurso leiteiro • 8ª Feira Estadual da Agri- peixes)
da produção agrícola e pecuária do Ceará. Dentro do evento haverá além da exposição de animais e produtos, cerca de 300 estandes, movimentando, aproximadamente, R$ 15 milhões em negócios. Apesar de estarmos atravessando um período mais crítico do que os dois últimos anos, quando até água para a produção agrícola e pecuária está faltando, a expectativa é da participação de quatro mil animais, como no ano passado, disse o coordenador Paulo Hélder.
• Pesque e Pague • Casa de Farinha • Engenho • Fazendinha • Shows com bandas nacionais e regionais.
TORNEIOS LEITEIROS VALORIZAM ANIMAIS A Expoece é o local onde o Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário - SDA fomenta o setor através de conhecimento zootécnico do seu rebanho e equipamentos para que ele possa desenvolver melhor sua atividade pecuária.
Além disso, ela promove a valorização dos animais, sendo um ambiente propício para os criadores exporem seus animais, onde acontecem negócios, onde estão expostos os melhores animais de alta linhagem, de alto valor genético.
Tipos de julgamento: Campeão e Grande Campeão
Torneios leiteiros
Todos os dias pela manhã e a tarde, são feitas as ordenhas dos animais, e no sábado ocorre o julgamento para, em seguida, acontecer a entrega da premiação. O julgamento valoriza os animais no momento em que o produtor resolver fazer a venda.
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Retrospectiva Histórica
GALERIA DOS EX-PRESIDENTES Rui de Almeida
Célio Gurgel
Oswaldo Studart Filho
Wicar Parente de Paula Pessoa
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João Sidrin Ellery EXPOECE 60 ANOS
Expedito Leite de Sousa
Gerardo Majela Fonteles
Geraldo Paiva Câmara
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Retrospectiva Histórica HISTÓRICO DOS PRESIDENTES DA ACC
Flávio Viriato de Saboya Neto
1º – Rui de Almeida Martins 2º – Oswaldo Studart Filho 3º – Stênio Gomes da Silva 4º – Wicar Parente de Paula Pessoa 5º – Geraldo Paiva Câmara 6º – Expedito Leite de Sousa 7º – João Sidrin Ellery 8º – José Célio Gurgel de Castro 9º – Gerardo Majela Fonteles Paulo Helder de Alencar Braga 10º – Flávio Viriato de Saboya Neto 11º – Paulo Helder de Alencar Braga
Os Homenageados
A comissão organizadora da Expoece aproveita as comemorações pelos 60 anos da Exposição e presta uma homenagem a todos os seus ex-presidentes, com a aposição de suas fotos na sede da Instituição, bem como, faz uma homenagem através da entrega de uma placa à diversos criadores, técnicos e funcionários e instituições que vêm colaborando com a realização deste importante evento da agropecuária cearense. CRIADORES
1- Cristiano de Moraes Rola 2- Geraldo Melo 3-Waldir Diogo 4- Aécio de Borba 5- José Pereira Filho 6- Narciso Pessoa 7- José Dias Macedo 8- Constantino Queiroz 9- Fazenda Columijuba 10- Waldir Pessoa 11- Cleiton Rangel 12- Álvaro Mota 13- Capitão Bezerra 14- Antônio Círilo Nogueira 15- Cornélio Diógenes 16- João José Joca 17- Renato Diógenes
18- Agaci Nogueira Diógenes 19- Chiquinho Feitosa 20- Frankilin Gindim 21- José Rolim 22- Wilson Mourão 23 - Cláudio Teófilo 24- Jeová Danasceno 25- Luís Saboya INSTITUIÇÕES
1- SEBRAE 2- BANCO DO BRASIL 3- BANCO DO NORDESTE DO BRASIL 4- SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
TÉCNICOS E FUNCIONÁRIOS 1- Assis Macedo 2- Néstor Pinheiro Costa 3- Isaias Leite 4- Fernando Airton Lopes Barrocas 5- Sérgio Evangelista 6- Cid. Carneiro Gomes 7- Osman Pontes 8- Rejane Bastos Dias 9- Clovis Fontenele 10- Emanoel Maia 11- Italo Santana
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Retrospectiva Histórica
UM PASSEIO PELA EXPOECE O sertão para dentro do Parque de Exposições Governador César Cales, em Fortaleza, reunindo o que há de melhor em termos de padrão genético do nosso rebanho bovino, caprino e equino. Esta é a síntese do que ocorre na Expoece, que conta com a participação de produtores dos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Piauí, Sergipe e até de Minas Gerais. A Expoece traz como atrações exposições e julgamento de animais, comercialização de produtos da
A Exposição tem entrada pela Av. Sargento Hermínio
Autoridades participando da abertura
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agricultura familiar, concurso leiteiro, além de vários shows musicais. Outras atrações
Entre as atrações uma bodega típica e uma Fazendinha, réplica de uma pequena propriedade rural bem na entrada da Exposição. Dentro da casa, fogão a lenha, rádio antigo, um altar com imagens de santos que representam a religiosidade do sertanejo.
Estandes de vendas dos produtores
Pesque-Pague dentro do Evento
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EXPOECE 60 ANOS
Local de desfile dos animais e apresentações culturais
Apresentações musicais
Desfile de ovinos
Julgamento de bovinos da raça Holandesa
Desfile de bovinos da raça Nelore
Desfile de bovinos da raça Gir
Engenho de rapadura
Cursos do Senar para produtores
Casa de Farinha
Família Paulo Helder (Paloma e Sônia) visitando a Expoece
Desfile de ovinos
Desfile de bovinos da raça Guzerá
Desfile de cavalos Manga Larga
Estande FAEC/Senar-Ce
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ENTIDADES PARCEIRAS DA ACC CLUBE DO BERRO
A ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE CRIADORES DE CAVALO MANGA LARGA MACHADOR
ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GADO JERSEY
A Associação Cearense de Criadores de Cavalo Mangalarga Machador é presidida pelo criador Moacir Cavalcante Albuquerque, também participa da Expoece deste ano com 30 expositores, e anualmente participa de cerca de 18 exposições em todo o Brasil, divulgando a raça Mangalarga Machador, que segundo Moacir Cavalcante, é uma raça “superdotada” que serve tanto para trabalhos no campo, como para passeios. Atualmente a Associação conta com 60 participantes e possui um plantel próximo a duas mil cabeças, que custam em média R$ 10.000 por cabeça. Durante a Expoece 2014, haverá um concurso de marcha e morfologia, nos dias 25, 26 e 27 de setembro.
O presidente da Associação dos Criadores de Gado Jersey, Miguel Bittar, disse que, no Ceará existem cerca de 19 criadores da raça. Os irmãos Luis e Teoberto Landim, são criadores da raça Jersey, Simental e Girolando nas suas fazendas em Apuiarés, com uma produção de 320 litros de leite/dia e cerca de 80 animais. Dentre os criadores podemos destacas, Antonio Nogueira Magalhaes, Antonio Carlos Fernandes de Castro, Antonio Augusto Silva Brito, Alex Sá Antunes Rodrigues, Bruno Carvalho de Vasconcelos, Cláudio Augusto Teófilo, Cláudio Augusto Teófilo Junior, Daniele Pinto Vasconcelos, Francisco Fonteles Teixeira, Flavio Viriato de Saboya Neto, Jair Rolim, Helder César de Vasconcelos, Heitor Moreira, José Miguel Bitar Neto, José Ribamar Fernandes Paixão, Julio de Moura Rolim Neto, Leopoldo César de Vasconcelos, Luiz Carlos Mourão Landim e Sebastião Teoberto Mourão Landim.
ExpoCeará 2014
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O Clube do Berro é uma organização que tem como intuito reunir criadores de caprinos para o bom desenvolvimento da espécie, além de fomentar a caprinocultura. Há 10 anos realiza a ExpoInverno, que desde 2014 passou a se chamar ExpoCeará, a última aconteceu de 30 de abril a 4 de maio, no Parque de Exposições Governador César Cals. Na Expoece, o Clube do Berro é quem organiza a inscrição dos produtores de ovinos e caprinos. A ExpoCeará é promovida pelo Clube do Berro e pela Associação dos Criadores de Caprinos Leiteiros do Ceará (Caprileice), em parceria como Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). O Presidente do Clube do Berro Amilcar de Araújo Silveira, organizador do evento, disse que o evento gerou aproximadamente cerca de R$ 2 milhões em negócios”. A exposição congrega amostra e julgamento de ovinos, caprinos, bovinos e equinos, vindos do Maranhão, Piauí, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Para a avaliação dos animais virão juízes do Ceará e Rio Grande do Norte, cadastrados pela associação brasileira dos criadores de ovinos e caprinos. Ocorre também leilão de animais e para as espécies equinas haverá prova de batida, picada e conformação e curso de doma e conformação para cavalos quarto de milha. Setembro/ Outubro 2014
Conheça mais a raça
O Mangalarga Marchador é uma raça tipicamente brasileira, originária do cruzamento da raça Álter com éguas do Sul de Minas. De porte médio, estrutura forte, e bem proporcionada, de andamento marchado, simétrico, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de tríplice apoio, confere-lhe uma maior comodidade, resistência, confiabilidade, imponência e sendo muito usado tanto para trabalho como lazer. É ágil, com estrutura forte e bem proporcionada, expressão vigorosa e sadia, visualmente leve na aparência, pele fina e lisa, pelos finos, lisos e sedosos, temperamento ativo e dócil.
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Conheça mais a raça
A raça Jersey é originária da França e écriado puramente há mais tempo que qualquer outra raça bovina. Sua rusticidade viabiliza que sejam criadas em diversos climas, consumindo alimentos variados e resistindo à doenças.
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NÚCLEO CEARENSE DE CRIADORES DE PARDO SUÍÇO
ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE GADO ZEBU
ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE GADO HOLANDÊS
O Ceará possui um Núcleo de criadores da raça Pardo Suíço, segundo o presidente desse núcleo, Eulino Filho, são cerca de seis criadores espalhados pelos municípios de Pacajus, Hidrolândia, Morada Nova, Jaguaribe, Pindoretama e Limoeiro do Norte, perfazendo um plantel de cerca de 350 animais. Segundo ele a média comercial da raça fica em todo de R$ 4,500 uma matriz. A nível nacional existe a Associação de Criadores de Pardo Suíço com sede em São Paulo. Durante a Expoece, a raça será representada por oito animais de alta linhagem, dos criadores Eulino Filho, Eduardo Saraiva e Dilvan Sabino.
A Associação Cearense de Gado Zebu funciona na sede da ACC, e segundo seu secretário, Jurandir de Oliveira Pascoal, é uma das raças de grande aceitação e adaptada ao semiárido nordestino. O Nordeste representa uma parcela de 14% na criação dessa raça. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que representa cerca de 20 mil associados (no Brasil e no exterior) dentro das 6 categorias que possui. É uma entidade nacional que coordena e centraliza todas as atividades relacionadas ao zebu nas áreas técnica, política e econômica. A ABCZ realiza anualmente a ExpoZebu, em Uberaba - MG, evento que está entre as três maiores feiras de agronegócio do Brasil. Tanto em volume de negócios como em dimensão. A feira chegou em 2014 a sua 80ª edição.
A Associação Cearense de Criadores de Gado Holândes, localizada na Av. Bezerra de Menezes, 1820, que é presidida por José Wilson Mourão de Farias, é uma das diversas associações em todo o Brasil, fundadas exclusivamente para os criadores da raça Holandesa. A Associação conta com cerca de 25 produtores espalhados em fazendas por todo o Estado, que desenvolvem a criação dessa raça de gado. Entre os produtores podemos destacar Antonio Nogueira Magalhães, Antonio Laerte Guedes, Alex Sá Antunes Rodrigues, Amauri Carneiro, Cleber Medeiros Barreto, Eduardo de Araújo Fontes, Eduardo Aragão Albuquerque Junior, Flávio Carneiro, Fernando Rodrigues Ferreira, Francisco Eugênio Maia Esmeraldo, Francisco de Paula Fortaleza, João Mauro Linhares Queiroz, João Hilário Coelho Correia, José Aldegundes Muniz Gomes de Matos, José Alberto Costa Bessa Junior, José Eulino de Oliveira Filho, José Moreira Neto, José Wilson Mourão de Farias, Luis Saboya de Albuquerque Neto, Luiz Fernandes Filho, Luiz Haroldo Cavalcante Serra, Mairton Gomes Palácio, Nelson Bernardes Prado e Vandeilton Sucupira Francelino.
Conheça mais a raça
Escavações realizadas no Lago Suíço, na borda dos Alpes, revelaram esqueletos de animais que viveram em 4.000 anos A.C. As características se assemelham as do Pardo-Suíço atual. Diferentes fatores, tais como a qualidade do solo, variações climáticas, topografia montanhosa e pastos entre 700 e 2.000 metros acima do nível do mar, forjaram o Pardo-Suíço robusto e autossuficiente, verdadeiro produto de sua terra natal. Sua tolerância a grandes variações térmicas possui origem na aridez do verão e na neve do inverno alpino. A raça pode ser criada tanto para produção leiteira, como para corte. Trata-se de gado disseminado e valorizado em todos os continentes, em virtude de características especiais.
Conheça mais a raça
O gado zebu é um bovino da subespécie “Bos taurus indicus”, apelidado por sua característica marcante de boi de corcova. A “corcova” é também chamada giba ou cupim, no Brasil, país onde a sub-espécie demonstrou grande potencial de adaptação. A raça é extremamente dócil, com aptidões para o leite e carne, o caracteriza-se por apresentar perfil convexo e ultraconvexo, testa proeminente, com chifres laterais freqüentemente retorcidos, o barbela desenvolvida e com pelagens das mais variadas, podendo apresentar pêlos brancos, vermelhos, amarelos e pretos em combinações muito variadas.
Conheça mais a raça
Há afirmações que a domesticação desta raça de gado data de 2000 anos a.C. Não se sabe ao certo quando a raça foi introduzida no Brasil, presume-se que o gado holandês tenha sido trazido ao país nos anos de 1530 a 1535. É a raça de maior produção leiteira e de maior disseminação no Brasil. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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EXPOECE
Retrospectiva Histórica 60 Anos
GERARDO MAGELA FONTELES O DOUTOR PECUARISTA
Foram 18 anos no comando da Associação dos Criadores do Ceará- ACC por Silvana Frota Gerardo Majela Fonteles define-se como médico por profissão e pecuarista de coração. Aos 92 anos de idade, ele só parou a atividade médica pela aposentadoria (expulsória), mas ainda visita sua fazenda no município de Irauçuba, e foi um dos presidentes da Associação dos Criadores do Ceará - ACC, o que mais tempo permaneceu na função, 18 anos. Em companhia de sua amiga e ex-auxiliar Rejane Bastos estivemos na sua residência para relembrar os momentos vividos na ACC, onde fomos recebidos por ele e sua esposa, D. Telma Silveira Fonteles, com quem está casado há 61 anos. Confesso que, como jornalista, gostei de rever Dr. Majela que foi meu médico durante algum tempo, na década de 70, ainda dotado da mesma serenidade e simplicidade, característica dos grandes homens. Confira nossa conversa com o Dr. Pecuarista. Silvana Frota - Dr. Magela, podemos definir o senhor como medico por profissão e pecuarista de coração? Dr. Majela - Sim. Foi através da medicina que consegui juntar algum dinheiro e investir na pecuária, por influência de meu pai, Antônio Avelino Fonteles, comecei a criar gado, tinha duas fazendas em Irauçuba, saía na sexta-feira e voltava domingo. Cheguei a criar mais de 200 cabeças de gado e até exportar para a Tailândia, quase fiquei rico. SF - Como foi sua carreira de médico? DM - Me formei em 1950, na Universidade Federal da Bahia, e logo voltei para minha terra natal, São Benedito, onde fui gerir um Posto de BOBA (doença de pele), fiz concurso para a Polícia Militar, voltando para São Benedito como capitão-médico. Fui convocado pelo general Castelo Branco, então comandante da 10ª Região Militar, para trabalhar como ginecologista, atendendo no Hospital do Exército. Toda quinta-feira ia medir a pressão de Castelo Branco, quando ele foi escolhido presidente da República, me convidou para morar em Brasília com todas as regalias, mas não quis, preferi ficar aqui. Depois, ingressei no serviço publico, como médico do IPEC, onde trabalhei até os 70 anos, atendendo nas áreas de ginecologia e obstetrícia, hoje este salário é o que me sustenta. 14
Setembro/ Outubro 2014
Majela é um dos maiores expositores da história da EXPOECE
SF - E a família? DM - Em 1953, casei-me com Telma Silveira, o pai dela era médico também foi fundador da Faculdade de Medicina do Ceará, Luis Gonzaga da Silveira, que me levou a ser professor substituto da Faculdade. Comecei a namorar com D. Telma quando ela tinha 14 anos, e eu 28 anos. Tivemos quatro filhos: Sandra (formada em Letras), Sergio (empresário), Marcos (engenheiro) e Carla (advogada) e 11 netos. Ela sempre me apoiou nas atividades que abracei, nossa casa na Fazenda em Irauçuba, é montada com todo requinte e conforto.
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EXPOECE 60 ANOS
SF- A Expoece comemora agora em 2014, 60 anos de atividades, o que a Expoece representa para o senhor? DM - Uma coisa muito grata, foi onde eu me desenvolvi como pecuarista, me permitiu a troca de experiência com animais de alta linhagem, todos os anos ia para a exposição de animais em Uberaba (MG), onde integrei a Associação Brasileira de Criadores de Zebu e até hoje sou Conselheiro da ABCZ, inclusive recebi agora em maio último, o Diploma pelos 80 anos da Instituição. Com a participação em outras exposições, acabei adquirindo animais de alto padrão
EXPOECE 60 Anos
Dr. Gerardo Majela (à direita) com sua esposa, filhos e netos
genético e exportei para a Tailândia animais da raça INDU-Brasil, “quase fiquei rico”. Comprei um touro em Uberaba e vendi por 18 mil dólares, uma bezerra por cinco mil dólares e uma vaca, a oito mil dólares, isso tudo nos anos 80. Sempre fui premiado na Expoece, por diversas vezes como melhor expositor e criador da raça INDU Brasil, acho que dei minha colaboração a este segmento. SF - O senhor comandou a Associação dos Criadores durante 18 anos, o que mais recorda deste período? DM - No começo foi difícil pela inexperiência, mas depois consegui um secretário muito competente, Nestor Pinheiro Bastos, que cuidava de tudo. Nesse tempo eram 12 associações de criadores de gado Holandês, Zebú, Jersey, Pardo Suíço, Clube do Berro, de Coelhos, Suínos, e eu era presidente da Associação dos Criadores do Ceará, considerada a “Associação-mãe”, que congregava todas elas. Foram 18 anos seguidos, organizando a Expoece, graças a Deus tive sempre o apoio dos governadores, principalmente do Governador Ciro Gomes, que sempre me recebeu sem precisar marcar audiência. Eu queria largar, mas não deixavam, mas isso me trouxe muita experiência e prazer em me relacionar com muitos colegas . A EXPOECE era mantida com recursos do governo. Construí vários pavilhões, eu e Rejane, lembramos que a ACC comprava os troféus gravados em caneta na hora,
durante o evento. SF - A seca assola nosso Estado há três anos e já temos problemas de abastecimento d’água, com a sua vivência como pecuarista, o que poderia ser feito para oferecer mais segurança aos pecuaristas?
“
Dr. Magela e Dona Telma têm uma relação muito bonita, muito forte, de amor. Ela foi quem sempre o apoiou em tudo e que abraçou na vida.
”
Rejane Bastos, coordenadora técnica da ACC, que ainda acompanhou cinco anos da gestão do Dr. Magela.
DM - A solução é construir fonte d’água em maior quantidade, poço só para pequena quantidade de animais e serviços de casa. SF- Nos períodos de seca, como o senhor fazia para manter seu rebanho numa das regiões mais secas do Estado? DM - Graças Deus me preparei com água, tinha três açudes nas duas fazendas, que hoje estão todos secos, estou mantendo uns 40 animais com um poço profundo, com vazão de
Majela atualmente, sendo entrevistado em sua residência
quatro mil litros por hora. Por incrível que pareça, o pasto de Irauçuba é muito forte, qualquer “sereninho” nasce novamente, mas agora já estamos dando um pouco de ração, o pecuarista sabe que se der muita ração o animal não vai para o campo. SF - O Presidente da FAEC, Flávio Saboya sugeriu um seguro de alimentação animal para ajudar os pecuaristas nestes períodos de crise de abastecimento de alimentos, o que o senhor acha dessa iniciativa? DM - É uma grande ideia, a pecuarista precisa de muito apoio do Governo. Deveriam aumentar mais o seguro. SF - O senhor poderia apresentar três sugestões de como manter um negócio desse tipo no semiárido? DM - Primeiro, ter coragem, segundo, gostar da profissão e terceiro, ter água em abundância . SF - Sua mensagem aos pecuaristas
DM - Ter amor a profissão é essencial, procurar auxiliares que tenham experiência e sejam honestos. Sintome um homem realizado nas duas profissões que abracei. Como médico, tive tudo na vida, a pecuária veio depois de pouco tempo de formado em Medicina, vendi leite e queijo, não tive muitos lucros, mas o importante é que você faça sempre o que gosta.
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EXPOECE 60 Anos
Retrospectiva Histórica 1954
A Exposição Agropecuária e Industrial do Estado do Ceará, nasceu como Granja Modelo, espaço criado pelo governo do Estado para estimular os criadores, na adoção de novas tecnologias voltadas às atividades pecuárias, mediante a demonstração de Unidades de Produção.
1960 A Granja Modelo passa a ter o nível de Exposição Agropecuária, transformando os estábulos em pavilhões.
1970
Introduz a Feira dos Municípios e instala-se ali a Associação dos Criadores do Ceará – ACC.
1980 Transformas-se então, em um ponto de referência regional, exposições de outros estados.
atraindo criadores não só do Nordeste, mas de todo o Brasil, principalmente, em decorrência da participação dos nossos plantéis nas
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Com o passar dos anos o evento foi se firmando e hoje faz parte do calendário oficial do nosso Estado, uma tradição que fez com que o nome do evento servisse de referência para o Parque de Exposição, que é mais conhecido como Parque da Expoece, do que pelo seu verdadeiro nome Governador Cesar Cals.
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EXPOECE 60 ANOS
Depoimentos Tonar-se tradição é feito que requer empenho, organização e relevância social. Não se torna tradição da noite para o dia, sem compromisso e seriedade. Com certeza, a Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece) já galgou o status de tradição no calendário agropecuário cearense. São 60 anos movimentando o mercado do setor e promovendo a valorização da cultura da interior do nosso Estado. Acompanhando essa longa trajetória de sucesso, o Sistema OCBSESCOOP/CE tem orgulho de ser um apoiador assíduo da Expoece. É fácil compreender porque acreditamos no evento: o setor agropecuário é um dos principais ramos de desenvolvimento das cooperativas cearenses. Agricultores e pecuaristas encontram no cooperativismo uma alternativa para transformar cenários de carência e estagnação
econômica em oportunidades de geração de renda e de desenvolvimento socioeconômico sustentável. A Expoece é, assim, um importante espaço para que os produtores mostrem os resultados de seus trabalhos e esforços no cooperativismo. Acrescenta-se também que a Exposição permite a geração de parcerias e negociações que impulsionam as atividades dos cooperativistas cearenses. São milhões de reais em negócios firmados em cada edição do evento, o que prova que a agropecuária tem papel fundamental na economia do nosso Estado. Então, que façamos mais 60 anos! Que possamos contribuir cada vez mais e mais para que a Expoece cresça e continue trazendo mais oportunidades para todos da cadeia produtiva agropecuária e cooperativista cearense. O Sistema OCB-SESCOOP/CE almeja continuar apoiando esse tradicional evento do Ceará. João Nicédio Alves Nogueira, Presidente do Sistema OCB-SESCOOP/CE
SENAR/AR-CE PROMOVE OFICINAS NA EXPOECE
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar-Ce oferece durante o período da Expoece, cinco oficinas voltadas para a gastronomia regional incluindo o caju, a macaxeira, pães artesanais, e ainda, a carne suína. As oficinas são gratuitas, e abertas ao público em geral. O projeto faz parte do programa de Promoção Social do Senar-Ce. Confira a programa na tabela abaixo.
23/09 Culinária do CAJU 14:00 às 18:00 h 24/09 Culinária da CARNE SUÍNA 14:00 às 18:00 h 25/09 Culinária da CARNE SUÍNA 14:00 às 18:00 h 26/09 Culinária da MACAXEIRA 14:00 às 18:00 h 27/09 Culinária de PÃES ARTESANAIS 09:00 às 13:00 h
Opinar sobre a importância econômica da Expoece, para o setor Agropecuário do Ceará, é consolidá-la como um evento, que, há 60 anos, leva o nome do nosso Estado além-fronteiras, visto primar pela organização e programação de assuntos técnico e cultural, no decorrer de sua realização, como cursos e oficinas, para os criadores, concursos leiteiros, leilões, sem falar do desfile e da exposição de animais, que comprovam o alto padrão genético, dentre bovinos, caprinos, ovinos, muares e outros. Vale destacar que a Expoece é uma oportunidade ímpar de mostrar o potencial do Agronegócio e da Agricultura Familiar a milhares de visitantes, inclusive de outros Estados, considerando-se a venda de produtos alimentares, pelos agricultores familiares, sem uso de agrotóxicos, bastante procurados pelos visitantes, em mais de 20 estandes, o que se torna um atrativo a mais para o público de modo geral. Como presidente da Ematerce, órgão público estadual, que assiste, anualmente, sem repetição, a mais de 140 mil agricultores, sobretudo os de base familiar, a Expoece, ao longo dos anos de sua atuação, no Parque de Exposições Governador César Cals, em Fortaleza-CE, representa um marco histórico na Agropecuária cearense, pois contribui também para a divulgação das ações extensionistas, nos 183 municípios do Estado, dos 184 existentes, mediante um estande institucional, agropecuaristas, atendidos com assistência técnica e extensão rural, o que os ajuda a alcançar maior produção e produtividade, nas lavouras e na pecuária, proporcionando-lhes melhores condições de vida no meio rural. Por último, os parabéns aos organizadores e participantes da Expoece-2014, com votos de sucessos. José Maria Pimenta Lima, Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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ENTREVISTA 60 Anos
O DÉCIMO PRESIDENTE DA ACC Flávio Viriato de Saboya Neto foi o décimo Presidente da Associação dos Criadores do Ceará ACC, função que exerceu por nove anos. Há quatro, ele está à frente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - FAEC, fazendo quase o mesmo papel, que é a liderança do segmento agropecuário e a sua defesa. Acompanhe o que ele pensa sobre a Expoece. Ceará e Municípios: A EXPOECE chega aos 60 anos e o Senhor a coordenou durante 12 anos à frente do Departamento Técnico da Secretaria de Agricultura do Estado e 9 anos como presidente da Associação dos Criadores do Ceará – ACC. Na sua visão qual a grande contribuição da EXPOECE à pecuária cearense? Flávio Saboya: A EXPOECE nesses 60 anos transformou-se num ponto de referência da pecuária nordestina. Também foi, através de suas
“As exposições e feiras agropecuárias são instrumentos da maior importância para o fomento do setor”.
realizações, a grande incentivadora do melhoramento genético do rebanho cearense, com destaque
para a pecuária leiteira. CeM: Fazendo uma retrospectiva destas seis décadas, o que lhe traz mais lembranças? FS: Ainda muito jovem, com meu pai, participava das reuniões da ACC, na sua antiga sede, no centro de Fortaleza. Posteriormente, já como engenheiro agrônomo da antiga Secretaria de Agricultura e Abastecimento e, na qualidade de seu Diretor Técnico, autorizamos a transferência da sua sede para o Parque de Exposições, inclusive, mediante convênio, a quem foi atribuída a sua administração. Outro momento de grande importância foi a reforma do Parque, cujas obras foram coordenadas pelo meu saudoso pai, Cel. José Flávio de Paula Pessoa Saboya, Engenheiro Civil e criador.
“ O seguro seca será a
solução definitiva para as secas nordestinas já que irá garantir maior rentabilidade às atividades econômicas.
”
Flávio Viriato de Saboya, presidente da FAEC
CeM: As feiras agropecuárias estão se expandindo no Estado, agora mesmo foi criada mais uma a de Maranguape, como o senhor vê a importância destes eventos para a pecuária? FS: As exposições e feiras agropecuárias são instrumentos da maior importância para o fomento e o melhoramento das espécies bovina, caprina, equína, dentre outras. CeM: Como Presidente da FAEC, o Senhor tem trabalhado bastante 18
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EXPOECE 60 ANOS
Retrospectiva Histórica para a instituição de um Seguro Seca. Como se encontra esta demanda? FS: O seguro seca será a solução definitiva para as secas nordestinas já que irá garantir maior rentabilidade às atividades econômicas. Neste momento, a CNA constituiu um Grupo de Trabalho para a análise da nossa proposta, já contando, inclusive, com a sensibilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. CeM: A FAEC luta há anos pela renegociação das dívidas rurais dos produtores cearenses, finalmente qual é a melhor proposta para o segmento rural? FS: Todas as leis aprovadas nos últimos anos veem, de certa forma, atendendo parte dos produtores, todavia, a nossa maior preocupação é a ausência de incentivos à renegociação para os pequenos e médios produtores. Daí a nova investida que faremos nesta área com o apoio da CNA que, para tanto, constituiu um Grupo de Trabalho. CeM: Deixe sua mensagem para os produtores rurais cearenses. FS: Neste momento, enfrentamos sucessivas secas, levando nossas atividades pecuárias ao quase total esfacelamento. É o momento para reflexão e aceitação das alternativas para a implementação de uma pecuária sustentável no semiárido cearense, que é possível e rentável. Vamos às mudanças.
“A EXPOECE
nesses 60 anos transformou-se num ponto de referência da pecuária nordestina.
”
Febre Aftosa – com status de livre da enfermidade, com vacinação Esta foi uma vitória de todos. Aqui enaltecendo os produtores rurais e os governos. No entanto, falar sobre o alcance e a importância deste feito, leva-nos há algumas décadas, quando da criação do Grupo Estadual de Saúde Animal – GESA, em 1976, na então Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Aquela foi a primeira iniciativa de uma estrutura especifica de Defesa Animal com escritórios instalados, inicialmente, em 46 municípios do Ceará que tinha como missão precípua o combate à febre aftosa, à raiva dos herbívoros e à brucelose, além da criação de postos de fronteiras e o controle do trânsito animal. À época, o Ministério da Agricultura já havia implantado as ações que objetivam a erradicação de febre aftosa no Território Nacional. As regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste foram as primeiras a atingir o status de livre da Zoonose com vacinação, juntamente, com alguns estados das demais regiões. Naquela ocasião, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará e as Associações de criadores, também abraçaram o combate a essas enfermidades. Todos reconheciam os reflexos dos surtos da febre aftosa e que seriam, por exemplo, obstáculos às exportações de frutas, cuja produção crescia vertiginosamente. Os criadores cearenses, rapidamente, colaboraram com o processo da erradicação, passando a, rotineiramente, vacinar seus rebanhos, viabilizando níveis de atingimento que garantiram as mudanças sucessivas de status do Ceará, perante a Campanha Nacional. Ainda neste contexto, o Governo do Ceará instituiu em 2004, a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará – ADAGRI, entidade constituída de médicos veterinários, engenheiros agrônomos e profissionais de nível médio, competentes e denotados, com a causa da defesa agropecuária estadual. A união das políticas de defesa dos Governos Federal e do Estado do Ceará, bem como os municipais, passam a caminhar juntos na busca da tão sonhada zona livre de febre aftosa, com vacinação, agora obtida. No entanto, nada teria sido possível, sem a dedicação pessoal dos técnicos da ADAGRI que não mediram esforços nesta batalha, apesar dos recursos financeiros reduzidos, entrando nessa luta de corpo e alma. Para eles a missão e a causa sempre estiveram acima das dificuldades pessoais e materiais. Na fiscalização sistemática procedida pelos organismos Nacional e Internacional, referidos profissionais sempre estiveram irmanados com os criadores e suas entidades representativas de classe, os Sindicatos Rurais e o Governo do Ceará, mediante as ações da ADAGRI e da EMATERCE, no sentido de mostrar a união, a nossa vontade e os compromissos nesta luta. Os resultados foram auspiciosos, o que culminou com a abertura das fronteiras do Ceará aos negócios pecuários com outras regiões do Brasil e do mundo.Dessa forma, caem por terra, as quarentenas que tanto inviabilizavam nossas vendas para outras paragens do Brasil.Com este feito, o Ceará e o Nordeste passam a deter o maior rebanho de ovinos e caprinos do mundo, sem barreira sanitária, o que permitirá a possibilidade de exportação para o mercado mundial. A vitória e os benefícios pertencem a todos, todavia, o próximo passo será atingir o status de livre de febre aftosa, sem vacinação. Vamos à luta! Flávio Viriato de Saboya Neto Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará – FAEC
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ENTREVISTA 60 Anos
“A Expoece é uma das mais tradicionais exposições de animais do Nordeste, com 60 anos de tradição, o que vem comprovar a força e a pujança do agronegócio da pecuária cearense, que representa 7% do PIB do Nordeste.” Paulo Helder Braga - presidente da ACC
Paulo Helder destaca importância da EXPOECE e ACC
O
eng. agrônomo Paulo Helder de Alencar Braga está no comando da Associação dos Criadores do Ceará - ACC há cerca de quatro anos, procurando integrar os produtores rurais em torno da maior associação de produtores do Ceará que é a ACC. Confira a entrevista exclusiva com o atual presidente da ACC e vice presidente da FAEC.
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EXPOECE 60 ANOS
Ceará e Municípios: A Expoece comemora 60 anos de atividades. O senhor acompanha esta exposição há quanto tempo? Ela vem cumprindo sua função? Paulo Helder: Participo da Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará – EXPOECE desde 1974, como estagiário na época e convidado pelo Flávio Saboya que era Diretor Técnico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento - SAAB, realizadora da referida Exposição, juntamente com ACC. Passei a ter um bom relacionamento com os criadores, inclusive com o Secretario de Agricultura Dr. Valdir Pessoa e todo o quadro de pessoal da SAAB. No ano de 1977, fui contratado pela EMATERCE por solicitação do então Secretário Valdir Pessoa, e colocado à disposição da Secretaria, passando então a fazer parte da equipe técnica da Coordenaria de Exposições. A partir, participei de todas as exposições agropecuarias do Estado. Posteriormente alcei a função de Coordenador Técnico das Exposições, coordenando a comissão técnica da Expoece, juntamente com o Coordenador Administrativo da ACC, o técnico Assis Macedo. Em 2011 fui eleito Presidente da ACC, sucedendo o meu amigo Flávio Saboya e dando continuidade a todas as ações desenvolvidas nesta entidade, entre elas a principal que é a realização da Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará - EXPOECE, neste ano completando 60 anos, o que aumenta a nossa responsabilidade para a execução de um evento à altura do Criador Cearense e de todos os que serão homenageados pelos serviços prestados a este grande evento da Pecuária Cearense, a EXPOECE. CeM: Em sua opinião, o que esta exposição já contribuiu para o crescimento da pecuária? PH: A EXPOECE sempre foi e sempre será um evento de grande importân-
60 Anos
cia para a Agropecuária do Ceará, por ser o palco onde desfilam os melhores animais das espécies Bovina, Equina, Caprina e Ovina, colocando o nosso rebanho em igualdade ao nacional. As maiores contribuições da EXPOECE para o crescimento da pecuária foram: a) Melhoramento genético do rebanho b) Introdução de novas raças no Estado c) Introdução de novas tecnologias e manejos d) A participação de criadores de outros estados criando um ambiente de disputa
Secretário da SDA, Nelson Martins, Paulo Helder, governador Cid Gomes, e o presidente da FAEC, Flávio Saboya, na exposição de 2013
CeM: Quando a Expoece foi criada o objetivo era o mesmo de hoje? Ou foi preciso inovar? PH: A EXPOECE sofreu algumas alterações no decorrer desses 60 anos, mas sempre teve objetivos principais como: • Fomentar o melhoramento genético do rebanho • Trazer novas raças de bovinos, equinos, caprinos e ovinos para o estado • Criação de um ambiente de negócios entre criadores e empresas ligadas à Agropecuária • Local para exposição de animais, equipamentos e apresentação de novas tecnologias, dando oportunidades aos nossos criadores e técnicos de adquirirem novos conhecimentos. • Local de trocas de experiências entre pequenos , grandes criadores e todos aqueles que se relacionam com a Agropecuária. • Local onde a população vai conhecer e adquirir produtos que vem da agricultura familiar, produzidos na Casa de Farinha (tapioca e beiju) e no Engenho (mel, rapadura, caldo de cana) além de ter com a nossa cultura. • A presença dos agentes financeiros com linhas de creditos es-
Governador Cid Gomes ao lado do Casal Sônia e Paulo Helder Braga
peciais para pecuária. CeM: Quem o senhor gostaria de destacar como grandes colaboradores da Expoece? PH: Os maiores colaboradores da EXPOECE são os criadores, os produtores rurais, os expositores e os patrocinadores, sem os quais não aconteceria o evento. CeM: A Assembleia vai prestar uma homenagem a alguns produtores, como foi feita a escolha? PH: Os homenageados serão os ex -presidentes e criadores que se destacaram atuando em benefício da ACC e da Pecuária Cearense. Em relação à escolha, foi a mais democrática possível. Consultamos criadores e os arquivos da ACC, identificando aqueles que prestaram serviços relevantes,
para que a EXPOECE fosse realizada com sucesso nesses sessenta anos. CeM: Qual a sua mensagem para os pecuaristas diante de três anos de seca? PH: O criador cearense, antes de tudo é um FORTE. Com todas as dificuldades enfrentadas em 3 (três) anos de estiagem, continua mantendo o seu rebanho e produzindo. Só temos de parabenizá-los pela sua persistência e coragem, características do cearense. CeM: Qual é a expectativa da Expoece deste ano? PH: Estamos muito otimistas para a EXPOECE 2014, tanto pelas parcerias que conseguimos realizar, como com os criadores, patrocinadores e outros segmentos que nos tem procurado para participar do evento. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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Retrospectiva Histórica REJANE BASTOS: 30 ANOS DE DEDICAÇÃO ção. Durante o evento, trabalhava na admissão dos animais, secretariando nas pistas de julgamentos, homologando os resultados, e na entrega das medalhas, troféus, premiações, bem como coordenava a comissão de sanidade. Eu me identifiquei muito com esse trabalho, porque os resultados e as decisões são divulgados e tomados num espaço de tempo muito exíguo e, em muitas ocasiões, estressantes, mas, com muita determinação e satisfação, estou até hoje trabalhando na EXPOECE. CeM: Antes disso, qual era a sua atividade?
A
engenheira agrônoma Maria Rejane Mesquita Bastos Dias há 30 anos participa como membro da coordenação técnica da Expoece, onde exerce também a função de coordenadora administrativa e organizacional. Con�ira a entrevista. Ceará e Municípios: Como foi sua primeira experiência na EXPOECE? Rejane Bastos: A primeira vez que participei da EXPOECE foi em 1985, fazendo parte da Comissão Técnica. A Secretaria, mediante publicação no Diário Oficial do Estado, nomeava essa Comissão e outorgava a esta poderes para coordenar os trabalhos técnicos constantes no Regulamento Geral da Exposição, cuja iniciação se dava com a inscrição de todos os animais que seriam julgados durante o evento. Antigamente, essa inscrição era feita manualmente. Depois, eram confeccionados os catálogos de pista e dos animais, os quais eram datilografados e, posteriormente, repassados para os criadores das diversas espécies e raças expostas na exposi22
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RB: Formei-me em Engenheiro Agrônomo no dia 16 de Julho de 1982 e, em 13 de agosto desse mesmo ano, fui contratada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Naquela época, havia o Projeto Sertanejo, programa que tinha por objetivo fazer projetos para os produtores rurais, visando aumentar a sua capacidade produtiva, de forma a melhorar suas condições socioeconômicas e a convivência com as adversidades do nosso meio. Inicialmente, fui para Pentecoste fazer um treinamento e depois trabalhei em Itapajé no Projeto Sertanejo. Retornei para Secretaria de Agricultura e fui nomeada Coordenadora do Programa de Divisão da Cunhã no Estado do Ceará. A cunhã é uma leguminosa com alto teor proteico, e muito utilizada na alimentação animal. Nessa época, a Secretaria de Agricultura era o órgão que fazia a coordenação dos projetos, a Ematerce executava e dava a assistência técnica e, especialmente neste programa, o BNB era o responsável pelos recursos para difusão e implantação do programa em todo o Estado do Ceará.
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EXPOECE 60 ANOS
CeM: Neste período, o que a EXPOECE trouxe para você como experiência em termos profissionais? RB: Como falei anteriormente, em 1985 comecei a participar da EXPOECE e, em 1996, fui trabalhar na Associação dos Criadores do Ceará, tendo sido cedida pela Secretaria. Durante onze anos, fui Coordenadora Técnica da EXPOECE e devo ressaltar que antes nunca um técnico havia passado tanto tempo nesta função, havendo, assim, uma rotatividade muito grande. Com o falecimento, em 2006, do meu amigo Nestor Pinheiro Costa, administrador da Associação dos Criadores e do Parque de Exposição Governador César Cals, fui nomeada para o seu lugar. Assim, na EXPOECE, passei a atuar na Coordenação Administrativa, Financeira e Operacional e também como membro da Comissão Técnica, funções estas que ocupo até a presente data. A experiência de trabalhar na EXPOECE me proporcionou muito conhecimento, muita experiência e convivência com os criadores do nosso Ceará e Estados vizinhos. CeM: Na sua visão, quais são os principais resultados proporcionados pela EXPOECE aos produtores? RB: Através da EXPOECE, o Governo Estadual tem a oportunidade de fomentar a agropecuária do nosso Estado, porque propicia um ambiente adequado para negociação, conhecimento e interação entre os diversos segmentos que atuam no setor, traduzido em melhoramento genético dos seus rebanhos, elevação do valor de seus produtos, numa vitrine para negociar durante o evento e posteriormente, na atualização dos
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Retrospectiva Histórica conhecimentos sobre os trabalhos zootécnicos e dos equipamentos especializados que as indústrias laçam para o setor, na presença dos bancos que ofertam créditos com juros diferenciados. Enfim, oportunidades de grandes negócios. CeM: Qual sua expectativa para esse ano? RB: Apesar dos dois anos de seca,
Rejane divulgando a EXPOECE no programa Mulheres no Parlamento
pela minha experiência, tenho certeza de que a EXPOECE-2014 será, mais uma vez, coroada como uma das maiores exposição do Estado do Ceará. Em virtude da sua tradição, da persistência, da determinação, do amor que os nossos criadores têm demonstrado durante esses anos, enfrentando as dificuldades inerentes a atividade, do julgamento dos animais, dos torneios leiteiros, do apoio que o governo estadual tem dado
através da SDA, da participação dos agricultores familiares, da feira dos municípios que, dentro do evento, traz para a capital os produtos típicos, agrícolas e artesanais produzidos nos seus respectivos municípios, das barracas e restaurantes com comidas regionais, do parque de diversão e dos shows artísticos, afirmo, mais uma vez, que tenho a certeza e fé em Deus de que a EXPOECE-2014 será um grande sucesso.
Rejane Bastos comandando a entrega de prêmios durante a EXPOECE
Rejane com o ex-presidente da ACC, Gerardo Majela.
JURANDIR PASCOAL: O MAGISTRADO QUE VIROU PECUARISTA
D
esde pequeno quando Jurandir Pascoal começou a dar os primeiros passos, já via seu pai na labuta diária em sua fazenda de criar gado. Quando cresceu, o menino ganhou os bancos da faculdade, formou-se em Direito, foi ser juiz no Estado do Ceará onde atuou por 11 anos, e depois, desembargador no Tribunal de Justiça de
Roraima, onde passou por todas as funções chegando ao cargo máximo de Presidente do TJRR. Desde 2000 passou a criar gado em sua fazenda Arizona, no município de Jaguaruana, onde tem um plantel de gado da raça Zebu Gir Mocho (sem chifre), em constante melhoramento genético, inclusive por meio de inseminação artificial. Sua produção de leite é apenas para consumo interno, variando entre 150 e 200 litros de leite/dia, utilizados na produção de queijo. Segundo ele, hoje existem diversas espécies de Zebuínos, sendo criados aqui no Estado, destacando-se as raças Gir, Guzerá e Nelore. Desde então, vem também participando da Expoece, sendo sempre um dos expositores campeões da raça, em oito anos, já conquistou todos os títulos. Este ano ele vai ex-
por com 20 animais. Atualmente, Jurandir Pascoal é secretário da Associação dos Criadores do Ceará- ACC. Para ele, a Expoece, é um evento que congrega não somente o agropecuarista do Ceará, mas de quase todo o Nordeste, abrigando também o setor de indústria e comércio. Ainda sobre a Expoece ele deixou uma mensagem aos produtores rurais: “precisamos nos unir mais em torno das entidades que nos representam, para que possamos nos ajudar e nos fortalecer na solução dos nossos problemas, como por exemplo, a questão da segurança alimentar animal, que hoje é dos maiores problemas para os criadores”. Apesar de ter milho na Região, Centro-Oeste falta logística e uma política setorial para o segmento pecuário no Nordeste, especialmente no Ceará, finaliza Jurandir. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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FEIRA 60 Anos
FEIRA NO PARQUE É DESTAQUE NA AGRICULTURA FAMILIAR A Feira no Parque é uma iniciativa das cooperativas do ramo agropecuário do SistemaOCB-SESCOOP/CE.
Q
ual o consumidor que não gostaria de comprar produtos da agricultura familiar como frutas, verduras e legumes, castanha de caju, mel, farinha e muitos outros diretos do produtor? Na garantia de um produto com qualidade agrega-se o baixo preço. Isso porque, para comercializar tais produtos, os produtores não precisam passar por terceiros, os chamados atravessadores, para realizarem a venda, o que deixa o produto mais em conta. Essa é a grande novidade que o cooperativismo cearense traz todos os finais de semana, de sexta a domingo, de maneira fixa, na Feira no Parque: uma iniciativa de dez cooperativas de vários municípios do ramo agropecuário do Sistema OCB-SESCOOP/CE. Quem for até o Parque de Exposições Governador César Cals, exatamente no local onde acontece a famosa feira da Expoece, poderá aproveitar esta novidade. “A Feira no Parque é uma novidade que chegou para mostrar ao consumidor que o cooperativismo tem um potencial enorme no setor agropecu-
ário. Essas cooperativas se uniram dispostas a comercializar seus produtos de maneira diferenciada, ou seja, com preços baixos e com muita qualidade, pois eles são os próprios produtores.”, diz o Técnico de Monitoramento do Sistema OCB-SESCOOP/CE, Francisco Alves Queiroz. O projeto da Feira no Parque surgiu depois que o Sistema OCBSESCOOP/CE começou a investir
e a toda a sociedade que o cooperativismo tem potencial pra competir diretamente com os grandes revendedores. Estamos vivendo um momento ótimo. Mas é como sempre digo: o cooperativismo é uma solução econômica bastante viável a toda a sociedade e com esse projeto da Feira no Parque queremos que todos conheçam o que produzimos e de onde saem os produtos da agricultura familiar.”, diz o Presidente do Sistema OCB-SESCOOP/CE, João Nicédio Alves Nogueira. Atualmente passam pelo local cinco mil pessoas por final de semana. A Feira no Parque conta ainda com estacionamento gratuito, espaço para alimentação e contará ainda com diversão com a futura instalação de um pesque-pague “Essa é um estimativa inicial. Claro que, como a feira é permanente, esse número deverá aumentar. Assim esperamos ter uma previsão de movimentação nos negócios em torno de R$ 20 mil por final de semana. Isso sem falar nos restaurantes e empresas que compram frutas e verduras e muitos outros estabelecimentos.”, diz o Vice-Presidente da Cooperativa Agropecuária do Trairi, Marcelo Gordiano.
“ O cooperativismo
é uma solução econômica bastante viável a toda a sociedade
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Nicédio Nogueira
mais no cooperativismo agropecuário cearense. Foram meses de investimentos, negociações e capacitações para que os produtores do ramo agropecuário tivessem essa iniciativa de montarem a Feira. “O cooperativismo tem esse diferencial de procurar atender e bem a toda a sociedade. Para isso estão sendo investidos mais de R$ 3 milhões ao longo de três anos. Nosso objetivo é mostrar ao consumidor
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EXPOECE 60 ANOS
SERVIÇO: Feira no Parque Horários: Sextas e Sábados (7h às 19h); Domingos (7h às 12h). Local: Parque de Exposições Gov. César Cals (pátio da Expoece). Entradas pelas Avenidas Bezerra de Menezes e Sargento Hermínio. Informações: (85) 9600.4852/ (85) 9974.9904 / (85) 8811.0232
FEIRA 60 Anos
FETRAECE PROMOVE FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR
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Feira Cearense da Agricultura Familiar - Feceaf é uma ação que possibilita levar para o meio urbano a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a agricultura familiar, que segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Censo Agropecuário de 2006, é responsável por mais de 70% da produção dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro. A Feira é uma realização da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares no Estado do Ceará (Fetraece) em parceria com o Governo do Estado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) e realiza-se anualmente. A Feira da Agricultura Familiar é uma das grandes atrações da Expoece, que dedica um pavilhão inteiro para a referida feira e deve contar com a participação de cerca de 100 estandes de vendas de produtos fabricados pelos pequenos produtores, além de uma casa de farinha e um engenho. Na casa de farinha os visitantes podem acompanhar de perto o beijú e a tapioca. No engenho, a cana de açúcar é moída e daí surgem o melaço, o caldo, a rapadura inteira e a moída. No local também é montado um pesque-pague, vendas de aves (galinha caipira, capote e peru) e ainda, uma unidade demonstrativa de mel, queijo e castanha.
VII Feira Cearense da Agricultura Familiar (FECEAF) é realizada com sucesso A Feira Cearense da Agricultura Familiar (Feceaf ) teve a sétima edição realizada entre os dias 25 e 27 de julho de 2014, no Parque de Exposições Governador César Cals, em Fortaleza, com grande sucesso. O evento contou com a participação de cerca de 300 expositores escolhidos entre agricultores e agricultoras familiares do Ceará. A Feira levou milhares de famílias que moram em Fortaleza a ter um contato maior com a cultura dos homens e mulheres do campo. Os visitantes puderam acompanhar o funcionamento de uma casa de farinha e de um engenho de cana-de-açúcar. Ainda teve lago de pesque e pague, exposição e venda de animais e de produtos de origem na agricultura familiar, além de shows culturais. A Feceaf contou com a presença de 290 animais, divididos entre ovinos e caprinos, que participaram de concursos como melhor reprodutor (respeitado as diferenças de raças), a melhor cabra leiteira, entre outras categorias. Durante o evento, ocorreram também seminários e oficinais que mostraram aos agricultores e agricultoras como conviver melhor como o semiárido e obter
2014: O ANO DA AGRICULTURA FAMILIAR O Ano Internacional da Agricultura Familiar está sendo celebrado em 2014 por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas em reconhecimento à contribuição da agricultura familiar para a segurança alimentar e para a erradicação da pobreza no mundo. O principal objetivo do Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) é promover em todos os países políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento sustentável de sistemas de produção agrícola baseados em unidades familiares, fornecer orientações para pôr em prática essas políticas, incentivar a participação de organizações de agricultores e despertar a consciência da sociedade civil para a importância de apoiar a agricultura familiar. uma melhor produção. O presidente da Fetraece, Luiz Carlos Ribeiro, destacou no encerramento do evento a importância que feiras como a Feceaf têm para mostrar a força da agricultura familiar, responsável por mais de 70% dos alimentos que chega a mesa dos brasileiros, segundo o Censo Agropecuário 2006 do IBGE. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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PECUÁRIA 60 Anos
EXEMPLOS EXITOSOS NA PECUÁRIA CEARENSE
FAZENDA FLOR DA SERRA IMPLANTA A MAIS MODERNA ORDENHADEIRA MECÂNICA DO CEARÁ A produção já chega a 24 mil litros leite/dia
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Fazenda Flor da Serra, localizada no município de Limoeiro do Norte, inaugurou no ultimo mês de agosto a mais moderna ordenhadeira mecânica do Ceará. Para o seu proprietário empresário Luis Prata Girão, a fazenda entra para uma nova fase que vai permitir ordenhar 10 mil litros de leite em apenas uma hora. Conheça o trabalho que o Empreendedor Luís Girão vem desenvolvendo em sua fazenda há 14 anos, para levar a empresa Betânia a ser hoje uma das 10 maiores produtoras de leite no Brasil, conforme dados da Revista Exame. Confira o pensamento de Luiz Girão. O início “Não foi fácil chegar aonde cheguei, foi difícil porque tive que quebrar paradigmas e iniciar um processo de produção de leite no Estado, que é um processo antigo e refratário. Foram 14 anos de experiência e de crescimento lento, gradual, com vitórias e percalços, e muita determinação”, disse.
Hoje Já começa a haver o reconhecimento de um trabalho e acima de tudo, a difusão dessa tecnologia que permite o acesso do produtor, do pequeno ao grande. O mérito Foi o envolvimento de novos empreendedores, a difusão da parceria entre o capital e o trabalho, e, acima de tudo, a aplicação da meritocracia, onde os lucros são divididos na proporção dos resultados.
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Novos equipamentos A empresa Betânia passou a contar no ultimo mês de agosto com Setembro/ Outubro 2014
“Estou feliz. Inauguramos a mais moderna ordenha do Ceará. Parabéns a todos da Fazenda Flor da Serra.” Luis Girão
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uma nova ordenhadeira mecânica, que utiliza a tecnologia GEA, que permite a permanência de 48 animais em linha capaz de ordenhar até 10 mil litros de leite em apenas uma hora. Essa é uma série de mudanças em ordenha que ocorrerá nos próximos anos.
Produção A produção da empresa Betânia atingiu no mês d agosto uma média de 24 mil litros de leite/dia, e espera chegar em dezembro com média entre 28 e 30 mil, com um rebanho 1.800 a 2 mil vacas ordenhadas.
Para os próximos anos esperamos chegar a 50 mil litros, em 2016.
Genética A empresa associou-se ao laboratório GENORDESTE Ltda. e hoje ela é aplica em nosso rebanho a técnica da FIV (transplante de em-
Luis Girão está entre os 278 grandes produtores da região Norte/Nordeste e Centro-Oeste e é décimo do Brasil em produção de leite a perfuração de poços artesanal no
brião), onde seleciona doadores da melhor genética nacional para transferir ao nosso rebanho, já tendo executado 200 transferências esses ano. Alimentação Todo o rebanho de bezerras a vaca em lactação se alimentam do pasto rotacionado, a qualidade do capim chegou a um ponto de eficiência tão alto, que dispensa a utilização de soja na ração suplementar, utilizando exclusivamente milho e sal mineral.
Manejo As bezerras são alimentadas com colosto e leite materno até os 30 dias, e de 30 a 60 dias sucedâneo, as bezerras recebem uma suplementação até um ano, de 2 kg de ração, e daí pra frente só se alimenta do pasto, até chegar a 90 dias, antes de parir quando recebem ração pré
-parto até a parição, que ocorre entre 24 a 30 meses.
Estabilização do rebanho O rebanho está estabilizado em cinco mil animais sendo que de agora em diante, a empresa já terá novilhas de alta linhagem para venda ao mercado, disseminando a genética desenvolvida na Fazenda Flor da Serra.
Como fazer isso no semiárido Para produzir leite no Ceará com lucratividade, faz-se necessário uma fonte de água perene e uma área de irrigação, que suporte inclusive, as grandes estiagens como essa que está acontecendo há três anos. Essa é a razão maior de todos os agricultores e pecuaristas do Ceará exigirem urgente o fim da obra da transposição, não só do rio São Francisco, mas no futuro próximo, dos demais rios do norte,
Ceará é restrita a área de aluvião e pequenas outras áreas específicas, não sendo factível a utilização desse equipamento nos sertões, cujo solo é totalmente cristalino. Realização “Eu me sinto um homem realizado nessa área da pecuária, e o meu prazer maior é ter realmente ajudado a desenvolver a atividade leiteira do Ceará desde 1975. Hoje eu moro na minha fazenda Flor da Serra, em Limoeiro do Norte, que tanto gosto, e a parte industrial das Empresas do Grupo Betânia, foi toda entregue para os meus dois filhos Bruno Girão, na CBL BETANIA E David Girão, na LEBON. as duas empresas produzem também derivados do leite, como iogurte, manteiga, queijo”, finalizou.
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PECUÁRIA 60 Anos
TORTUGA PROMOVE DIA DE CAMPO NA FAZENDA FLOR DA SERRA
DIA DE CAMPO SOBRE PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO TEM MAIS DE 200 PARTICIPANTES E É SUCESSO SOBRE A TORTURA A Tortuga, a marca de ruminantes da DSM, é pioneira em nutrição e saúde animal, é o maior produtor de suplementos minerais para animaisde produção no Brasil e uma das maiores do mundo. Além do Brasil, a empresa vende seus produtos emmais de nove países da América Latina, atendendo as exigências dos produtores rurais que trabalham compecuária (carne e leite), suínos, aves, eqüinos, caprinos e ovinos. Com mais de 60 anos de história, aTortuga tem contribuído decisivamente para o progresso da produção animal no Brasil introduzindo de forma pioneira novos conceitos de suplementos vitamínicos e minerais, incluindo a tecnologia dos mineraisorgânicos na nutrição animal. A Tortuga tem mais de 1.200 funcionários e cerca de 700 empresasrepresentantes de vendas espalhadas pelo Brasil. A Tortuga, com sede em São Paulo, tem três unidades industriais no Brasil localizadas em Mairinque (SP), São Vicente (SP) e Pecém (CE).
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dia de campo promovido pelo Programa Leite Ceará e Tortuga, com apoio da Vet Agro, superou a expectativa e contou com mais de 200 participantes. O evento foi realizado na fazenda Flor da Serra (Chapada do Apodi - Limoeiro do Norte/CE), umas das maiores produtoras de leite do Brasil, com 23 mil litros/dia e 1.400 vacas em lactação. Os participantes puderam coSetembro/ Outubro 2014
nhecer todas as fases de produção, desde a criação de bezerras, a recria, que é feita totalmente a pasto, e a produção de leite. “O que vocês vão ver aqui foi fruto de um trabalho de mais de 15 anos, de muitos acertos e erros, de grande aprendizado”, relatou Luiz Girão, proprietário da Flor da Serra no seu discurso de abertura do evento e boas vindas aos presentes. “Sabemos que temos muito que evoluir, mas acredito que estamos no caminho certo”, finalizou o anfitrião. Inovação tecnológica e simplicidade, essa é a nova palavra de ordenhas para as fazendas de leite. “Apresentamos algumas ferramentas utilizadas na fazenda como rotina e que estão nos auxiliando nas tomadas de decisões na condução da atividade”, informou Francisco Christian, da Tortuga. Dois bons exemplos são as análises bromatológicas do capim e do leite como rotina. “Com os dados dessas análises, foi possível retirar o fornecimento de soja na dieta dos animais. Hoje só fornecemos as vacas milho e sal mineral. O impacto financeiro foi grande”, complementa Felipe Lins, técnico da Tortuga que acompanha sistematicamente a fazenda Flor da Serra. Sabendo da importância pela busca de maior eficiência no processo produtivo e na necessidade de melhoria da qualidade do leite, a propriedade vem investido em novos equipamentos e justes de manejo. A fazenda adquiriu um novo equipamento de ordenha, totalmente automatizado. “Esse sistema vai permitir maior velocidade e qualidade da ordenha, hoje
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fatores preponderantes em uma fazenda de leite”, informa Gilmário Feitosa da Vet Agro. Em todas as estações do dia de campo, além da explanação dos instrutores, houve a participação dos respectivos colaboradores das fazendas. Segundo Felipe Lins, além de abordar um conteúdo mais técnico a idéia foi deixar quem vive e executa as tarefas do dia a dia falar sobre os manejos realizados. Luiz Girão destaca dia de campo
De acordo com o proprietário da fazenda, empresário Luiz Prata Girão, o dia de campo teve o objetivo de apresentar os projetos que são desenvolvidos na própria fazenda e pelos pequenos produtores da região da Chapada do Apodi. No entender de Luizinho Girão, as políticas públicas voltadas para o aprimoramento da produção do leite no estado do Ceará tiveram um grande avanço a partir da gestão do então governador Tasso Jereissati, que segundo ele, viabilizou toda uma infraestrutura voltada para os pequenos produtores. Conforme mencionou o empresário, o então governador teve a preocupação de levar energia para o campo através do projeto São José e perenizarão do Castanhão, o que na sua avaliação, contribuiu para que as pessoas pudessem utilizar as tecnologias da irrigação, contribuindo também a valorização do setor. Luizinho Girão destacou a grande importância que tem a Chapada do Apodi no setor produtivo do estado do Ceará, seja na produção do leite, do milho, da banana, ou na difusão de tecnologias.
SUINOCULTURA 60 Anos
PRESIDENTE DA ASCE: MISSÃO DE SUINOCULTORES À CHINA PODE GERAR NOVOS NEGÓCIOS
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ara o presidente da Associação Cearense de Suinocultores - ASCE Paulo Hélder de Alencar Braga, que participou no período de 9 a 25 de maio de uma missão á China composta por 60 profissionais dos dois países, liderada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e apoiada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a referida missão pode gerar importantes negócios entre Brasil e a China, ampliando também para o Estado do Ceará. A comitiva pode conhecer de perto as oportunidades comerciais entre os dois países, prospectar compras de equipamento e tecnologia; obter percepções de compradores chineses sobre os produtos suínos brasileiros; além de conhecer “in loco” a realidade de oferta e demanda da carne suína na China. A comitiva participou também da maior feira de alimentos do mundo, a SIAL China 2014, vitrine única do mercado alimentício mundial e referência para compradores em busca de fornecedores e parceiros chineses e internacionais, que aconteceu de 13 a 15 de maio na cidade de Xangai. AVALIAÇÃO POSITIVA Para o presidente da ASCE e diretor financeiro da ABCS, Paulo Helder Braga, a SIAL foi ideal para conhecer os últimos lançamentos e o que vai ser tendência na indústria mundial do setor de alimentos. “O evento contou com centenas de empresas internacionais e chinesas, com um diversificado mix de produtos, onde pudemos conferir de perto as inovações e tendências de alimentação do mundo”, disse.
Comitiva da ABCS em visita à China
Na avaliação de Paulo Hélder que é também o primeiro vice-presidente da FAEC e Superintendente do SenarCe, a China possui equipamentos de alta tecnologia, tanto na parte industrial, com abatedouros mais modernos e quase 50% mais baratos, como também na criação de suínos, gaiolas e maternidade. No entanto, ressaltou que o Brasil detém uma melhor posição na parte de criação com suas matrizes produzindo até 26 leitões /ano/ matriz, enquanto na China a relação é de 18 leitões/ano. Paulo Hélder disse ainda que os donos dos frigoríficos chineses estão interessados em comprar “os miúdos” e a “barriga” dos suínos brasileiros onde a gordura é mais concentrada, para uso na alimentação humana. Conforme dados apresentados pela Adida do Brasil, a China é um grande importador de carne bovina e frango, mas em 2012 importou um milhão de toneladas de carne suína, sendo grande porcentagem proveniente dos
Estados Unidos. A carne suína está em sexta colocação nos produtos brasileiros exportados para a China. Ele comentou também sobre uma palestra do gerente geral de suínos da Shanghai Songlin Industrial Trade Company, Foo Jing Lee, a comitiva brasileira teve o primeiro contato com o formato da produção de suínos na China. A empresa que possui atualmente cerca de 6 mil matrizes e produz mais de 120 mil animais ano é um dos modelos que mais cresce no país, a produção verticalizada. Por fim, o evento também abriu as portas para a suinocultura nacional nos Consulados brasileiros em Pequim e Xangai, por meio dos representantes diplomáticos do Brasil na China: Ana Cândida Perez, Cônsul-Geral em Xangai; Andrea Bertolini, Adida Agrícola da Embaixada do Brasil em Pequim e André Saboya, Cônsul para promoção comercial e investimentos, que deram todo o suporte institucional ao evento e a missão em solo chinês.
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Presidente da ASCE, Paulo Helder, com o Diretor Administrativo do SEBRAE, Airton Gonçalves, e a gestora do PNDS, Paula Cavalcante Braga REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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NOTÍCIAS
Por Silvana Frota
Microcrédito orientado favorece superação da pobreza Lucro do Banco do Nordeste cresceu 63% no 1º semestre O Banco do Nordeste apresentou lucro líquido de R$ 326 milhões no 1° semestre de 2014, resultado 63% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O presidente Nelson Antônio de Souza (foto) ressalta que, do total contratado, R$ 4 bilhões foram com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal funding do Banco. Por meio do fundo,
Ministro abre Frutal
No ato de abertura da Frutal 2014, no dia 23 de setembro, no Centro de Eventos, haverá uma palestra magna sobre Recursos hídricos do Ceará para os próximos 20 anos. O ministro da Integração Nacional, Francisco José Teixeira, falará a respeito e os especialistas debaterão. Teixeira é especialista no assunto, já foi presidente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos, onde acompanhou todo o trabalho de gerenciamento das águas no estado, depois foi para Brasília, o de assumiu a pasta de Recursos Hídricos do Ministério, até subir para o cargo de Ministro.
Transposição
o BNB realizou 214 mil operações no semestre. Em relação a crédito de curto prazo, o programa de microcrédito urbano do Banco do Nordeste (Crediamigo) lidera, seguindo sua trajetória ascendente. Alcançou crescimento de 24,5% no semestre, com R$ 3,3 bilhões emprestados. Já o Agroamigo, voltado para agricultores familiares, superou a marca de R$ 2 bilhões em sua carteira ativa, registrando crescimento de 19,7% em relação a dezembro do ano passado. Fonte: Diário do Nordeste
Seminário Nacional da ABCS será no Ceará
A Associação Brasileira de Criadores de Suínos realizará no próximo ano, na segunda quinzena de junho de 2015, em Fortaleza, o Seminário Brasileiro de Suinocultura, com a participação de representantes dos 27 estados brasileiros. Quem informa é o presidente da Associação Cearense de Suinocultores - ASCE, Paulo Helder de Alencar Braga, que esteve em Brasília participando da reunião do Conselho da ABCS e do lançamento de um livro sobre suinocultura. Trata-se de um documento que vai orientar os criadores brasileiros.
E por falar no Ministro Francisco Teixeira, ele continua entusiasmado com a conclusão do Canal Norte da transposição do Rio São Francisco, que vem para o Ceará e o Rio Grande do Norte. Os operários estão trabalhando a pleno vapor, são cerca de 11 mil homens e quatro mil máquinas e equipamentos a operar. No final de 2015, água do São Francisco, chegará ao Ceará assegura o Ministro.
Agropacto com deputados
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Depois de promover um encontro com os candidatos ao governo do Estado do Ceará, no dia 3 de agosto, o Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense - AGROPACTO promoveu no dia 9 de setembro, um encontro com os candidatos a deputados estaduais e federais indicados pelas coligações ou partidos políticos. No encontro, Setembro/ Outubro 2014
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o presidente da Faec, Flávio Saboya destacou a importância dos parlamentares estarem comprometidos com o segmento do agronegócio. Participaram do encontro quatro candidatos a deputado estadual e três a federal. O encontro foi encerrado pelo vice-presidente e Diretor de Infraestrutura da CNA. José Ramos Torres de Melo Filho, que destacou a importância do Agropacto iniciado há 18 anos, que a cada dia se renova e inova. “Essa é a primeira experiência de unir deputados com o agronegócio cearense, chamando-os a serem co-participantes no processo de desenvolvimento do Estado. Segundo ele, o agronegócio é um setor que mantém a balança comercial positiva, “por isso temos que estar ao lado do Congresso Nacional lutando por uma melhor infraestrutura logística e para transformar nossas propostas em lei” comentou.
NOTÍCIAS 2º maior consumidor de carne de frango do mundo
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, o segundo maior consumidor e também o maior exportador do setor, mas ainda tem espaço para ampliar as negociações com outros países. A avaliação é do diretor executivo global de assuntos corporativos da BRF, Marcos Jank. Segundo ele, a carne de frango é a proteína animal mais consumida pela população brasileira desde 2008 e, em pouco tempo, se tornará a carne mais consumida mundialmente. “Com o consumo per capita de 42 quilos ao ano, o mercado interno brasileiro absorve 70% da nossa produção”, destacou.
Governador Cid: grande desafio é a assistência técnica
O governador Cid Gomes, tem dito reiteradas vezes que o grande desafio do campo é a assistência técnica. “Não se pode pensar em exportar sem conseguir a certificação de zona livre da febre aftosa, graças a Deus conseguimos sair de zona desconhecida, para o reconhecimento internacional de zona livre, e isto só foi possível com muita assistência técnica”, disse.
FAO lança Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014 O Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva abriu oficialmente no dia 22 de novembro de 2013, o Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos. Tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, a agricultura familiar - áreas rurais que dependem principalmente dos membros da família para a mão de obra e a gestão continua sendo a forma dominante de agricultura.
Posse na FIEC
No dia 25 de setembro, Beto Studart (foto) toma posse na presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), para a qual foi eleito por aclamação, em chapa única. Uma semana depois da posse, ele promoverá um workshop destinado ao universo industrial, a academia, a imprensa e às lideranças da política que conhecerão em detalhes o projeto da Usina Siderúrgica do Pecém, um empreendimento de Us$ 4,8 bi.
Carlos Prado defende segmento O empresário Carlos Prado (foto), presidente da Itaueira, uma das maiores produtoras de melão do Estado, e vice presidente da FIEC, fez questão de ressaltar a questão hídrica no Estado, que segundo ele merece uma atenção especial das autoridades. “Tivemos uma ação desgastante com a suspensão da água para o perímetro irrigado Curu/Paraipaba, e vamos ter outros problemas futuros em outras áreas”, disse. Carlos Prado, disse que está comprovado a viabilidade econômica da agricultura irrigada, especialmente o segmento de frutas. No entanto, para evoluirmos temos o problema da segurança hídrica, completou.Por isso apontou como uma das primeiras soluções as eleições, “nós do setor agropecuário, temos por obrigação de apoiar esses candidatos que são úteis para criar as condições de segurança hídrica no Estado
Pingo D’água nos perímetros
O coordenador do Agropacto e presidente da FAEC, Flávio Saboya sugeriu ao secretário em exercício da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Antônio Amorim, que uma solução rápida para a falta d’água nos perímetros irrigados seria a implantação do Projeto Pingo D’água, através da abertura de poços rasos em terras de aluviões destes projetos, especialmente no Curu/Paraipaba, para minimizar a situação dos produtores de coco, que tiveram a água suspensa para irrigação, o que permitiria executar, pelo menos, uma irrigação de salvação, já que a cultura do coco demora cinco anos para produzir e o prejuízo será incalculável. “Ali se encontra a maior produção de coco do Ceará e segunda do Nordeste”, disse Saboya.
Festival do Camarão da Costa Negra
O engenheiro agrônomo Antônio Bezerra Peixoto, coordenará mais uma vez esse ano, o VI Encontro do Arranjo Produtivo Local da Carcinicultura do Litoral Oeste, onde haverá palestras, oficinas, painéis e mesas-redondas. Cerca de 300 pessoas devem participar da programação, que será realizada na fazenda Cacimbas em Acaraú, de 14 a 16 de novembro.
Prática coordena IX EXPOLOG
A Prática Eventos que tem como presidente a empresária Enid Câmara (foto) coordenará mais uma vez este ano o IX Seminário SEP de Logística e VI EXPOLOG , evento promovido pela Secretaria de Portos da Presidência da República, com o apoio da Companhia Docas do Ceará, de 6 a 9 de novembro. Este ano a Feira de Logística terá uma participação especial do Sistema CNA/FAEC abrindo um canal com o agronegócio cearense. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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FEIRA DOS MUNICÍPIOS O reencontro da Capital com o Interior
Visando aproximar os municípios da Expoece, a Coordenação resolveu convidar os prefeitos municipais para retomarem um dos eventos mais importantes do Estado, quando na década de 70/80 foram realizadas diversas feiras.
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isando a retomada da Feira dos Municípios que ocorreu dentro da Expoece durante as décadas de 70 e 80, a organização da Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará - Expoece resolveu trazer de volta esse ano a Feira, outro evento tradicional. Segundo o coordenador geral da Expoece, eng.º Agrônomo Paulo Helder de Alencar Braga e presidente da Associação dos Criadores do Ceará - ACC foi reservado dentro do Parque de Exposições um pavilhão de 500 m², para que os Setembro/ Outubro 2014
municípios possam trazer suas atrações, fazendo a festa do interior dentro da capital e congregando os conterrâneos que residem em Fortaleza. Na programação será feito um desfile de bandeiras dos municípios, na abertura da Expoece e no mesmo dia será feita a escolha da Rainha da Expoece. Cada município pode trazer seu artesanato, cultura, culinária, projetos sociais e educacionais para apresentar, bem como números artísticos, pois haverá um espaço (Arena) para essas apresentações. A Feira dos Municípios conta
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com o apoio institucional da APRECE e está sendo coordenada pela jornalista Silvana Frota, editora da revista Ceará e Municípios, que também preparou uma edição especial para o evento. Segundo ela, a adesão dos municípios ficou prejudicada, tendo em vista o período eleitoral, e as dificuldades financeiras e climatológicas, inclusive com a falta d’água em algumas cidades. Porém, a sua expectativa para o próximo ano, é que a Feira seja realizada com grande participação dos municípios cearenses.
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SENAR-CE TERÁ CENTRO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM OVINOCAPRINOCULTURA EM SOBRAL TIPOLOGIA PLÁSTICA E PADRÃO ESTÉTICO PROPOSTO
VISTA DAS FACHADAS ANTERIORES/CONJUNTO EDIFICADO
VISTA FRONTAL DO CONJUNTO PÓRTICO E GUARITA
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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-Senar- Nacional, que faz parte do Sistema da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA, vai implantar 10 Centros de Excelência em Educação Profissional e Assistência Técnica Rural no Brasil , dois serão no Nordeste, um no Ceará, em Sobral, sobre Caprinovinocultura e outro na Bahia, em Juazeiro, sobre Fruticultura. De 8 a 10 de abril, técnicos de várias áreas estiveram reunidos, no Hotel Sonata Iracema, em Fortaleza, para formação de um comitê nacional , definir as ocupações da cadeia da ovinocaprinocultura e a metodologia do curso, identificar o perfil dos profissionais de nível médio a serem formados de acordo com as expectativas do produtor rural moderno e adequar as novas tecnologias já avaliadas pelo setor de pesquisa e utiliza-las na prática ,levando-as também àqueles produtores que ainda não se enquadram neste novo perfil de produção. O evento foi aberto pelo Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará -Faec e ,Presidente do Conselho Deliberativo do Senar-Ce,Flávio Sabpya que explicou a importânSetembro/ Outubro 2014
cia e o porque da localização do Centro de Excelência em Caprinovinocultura em Sobral, que segundo ele, vem somar com o Centro Nacional de Pesquisas de Caprinos da Embrapa, com sede também em Sobral, unindo a pesquisa com a extensão, no sentido de aprimorar cada vez mais os conhecimentos dos produtores e de suas famílias. Além disso, conforme ressaltou, a cidade tem duas escolas de formação superior, uma de Veterinária, da UECE, e outra de Zootecnia, da Uva , podendo fornecer os professores para o referido Centro. Sobral tem também uma infraestrutura hoteleira muito boa em condições de receber profissionais e técnicos de diversos estados do Brasil, disse Saboya. O superintendente do SenarCe, Paulo Hélder de Alencar Braga, presente ao encontro afirmou que o terreno da sede do Centro de Excelência em Sobral já foi doado pelo governo do Estado, devendo ocupar uma área de 2 hectares, e que a obra será iniciada em 2015, para funcionar a partir de 2016. O Centro vai formar técnicos de nível médio , com habilitação ou especialização técnica. A nossa excelência vai estar centrada na inovação
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e na qualidade do ensino , ressaltou o superintendente do SenarCe. Para o chefe geral do Centro Nacional de Caprinos da Embrapa, Evandro Holanda, o Centro de Excelência do Senar em Sobral, é uma grande iniciativa para apoiar a inovação tecnológica das cadeias produtivas dos produtos de caprinos e ovinos , ampliando as oportunidades de inclusão sócio-produtiva e da empregabilidade no meio rural .
O CENTRO
O Centro de Excelência do Senar terá capacidade máximo para 840 alunos/dia em três turnos, nos diversos níveis de ensino: formação inicial e continuada, que é chamado FIC, técnico de npivel médio, superior e pós graduação, e nas modalidades presencial e à distância. O Centro contará com oito blocos em setores distintos e integrados Um dos blocos está configurado para receber atividades práticas e operacionais, configurado em forma de galpão ou pavilhão com pé direito em dois níveis, e uma área construída de 403 m².
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PROGRAMA LEITE LEGAL DO SENAR REÚNE COM PRODUTORES DO INTERIOR DO ESTADO O programa Leite Legal executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar-Ce já esteve reunido com produtores de Maranguape e Pedra Branca.
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o dia 30 de maio, em reunião na Cooperativa Agrícola Mista de Maranguape foi agendada a primeira turma do Programa Leite Legal do Estado, estiveram presentes o presidente da Cooperativa Sr. Wilson Rodrigues Filho, o vice-presidente, técnico agrícola bem como o veterinário da Cooperativa, esteve também um representante do MAPA. A Médica Veterinária Carolina Machado, Coordenadora do Programa Leite Legal - SENAR/CE apresentou o programa aos produtores e as vantagens em produzir-se leite de qualidade para toda a cadeia produtiva. O primeiro momento foi a parte teórica, que aconteceu nos dias 06 e 07 de junho, na própria Cooperativa, tendo como instrutor o técnico Jodeilson de Souza que já faz parte do quadro de instrutores do SENAR há alguns anos. Após esta capacitação foram agendadas as visitas a cada propriedade rural participante, quando o instrutor acompanhará a rotina da propriedade e fará as recomendações a fim de melhorar os índices de qualidade de leite, ou seja, CCS e CBT. O segundo encontro aconteceu no mês de agosto último, no município de Pedra Branca, para dar continuidade ao projeto que foi iniciado no final de maio, e tem como objetivo obter uma melhor qualidade do Leite no Ceará, através da capacitação dos produtores rurais. A DANONE, empresa de laticí-
“O Senar/AR-Ce é um dos parceiros do Programa Leite Ceará, lançado pela Adece, e terá a função de capacitar os produtores quanto a qualidade do leite.” nios presente no mercado cearense, é responsável pela análise da qualidade do leite e junto ao Senar-Ce, esteve presente no município de Pedra Branca realizando a visita aos produtres. Carolina Machado, que é coordenadora do Leite Legal, programa do Senar-AR/CE afirmou que em Pedra Branca, o processo está em fase de desenvolvimento. “Os produtores foram receptivos com o programa, e agora estamos esperando a DANONE nos fornecer a avaliação dos produtores e as análises microbiológicas das propriedades participantes, para agendarmos as turmas do programa”, comentou. Segundo a coordenadora, a primeira etapa de capacitação teórica e visita prática já foi concluída com os produtores do município de Maranguape. “Agora esperamos um prazo de dois meses, para refazermos as análises microbiológicas das amostras de leite de cada produtor participante, avaliarmos os resultados junto a eles e a Cooperativa que eles representam e revisitarmos aqueles produtores que ainda não conseguiram alcançar os índices exigidos
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o MAPA”, concluiu Carolina. O Leite Legal é um programa desenvolvido pelo sistema CNA/ SENAR, em parceria com o SEBRAE, que pretende criar possibilidades, através de ações de formação profissional rural, para que os pequenos e médios produtores produzam leite de qualidade, atendendo assim aos padrões exigidos pela legislação, além de contribuir para o desenvolvimento do setor. O projeto já foi iniciado em 10 municípios do Estado, são eles: Maranguape, Pedra Branca, Senador Pompeu, Amontada, Sobral, Milhã, Morada Nova, Jaguaribe, Quixadá e Jaguaretama. Além disso, já foi apresentado no 1ºSimpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite - Interleite do Nordeste, que ocorreu em 2013 na Bahia, e durante a III PECLEITE, que esteve presente durante o PECNORDESTE 2014. O QUE É O PROGRAMA
O programa irá trabalhar essencialmente a assistência técnica ao produtor em três frentes: segurança alimentar animal, melhoramento genético e melhoria da qualidade do leite, disse o Coordenador de Supervisão do SENAR/CE, Engº Agrônomo Eduardo Queiroz de Miranda. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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AGRONEGÓCIO
FAEC PROMOVE ENCONTRO COM CANDIDATOS E ENTREGA PROPOSTAS Governamentáveis no Agropacto prometem apoio e diálogo com os representantes do agronegócio Câmara Setorial do Mel, Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, Instituto Frutal, Instituto Agropolos, Embrapa Agro-industrial, Associação dos Servidores do DNOCS - ADESG, e diversos empresários, entre eles Luiz Girão, do Leite Betânia Luis Roberto Barcelos, da Agrícola Famosa, que é também presidente da Abrafrutas, João Teixeira, da Coperfrutas .
Representantes do Sistema FAEC/Senar-Ce e presidentes de sindicatos rurais
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ais de 250 pessoas entre presidentes de Sindicatos Rurais, dirigentes da FAEC, SENAR-Ce, deputado federal Raimundo Gomes de Matos, vereador Capitão Wagner, o Diretor de Infraestrutura da CNA, José Ramos Torres de Melo, representantes de diversos órgãos e instituições participaram no dia 12 de agosto, durante toda a manhã do encontro do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense - Agropacto, com o objetivo de discutir as propostas dos candidatos ao governo do Ceará para o segmento agropecuário. A exemplo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, cada candidato teve direito a 25 minutos para fazer a apresentação de suas propostas para o agronegócio cearense, seguindo-se cinco perguntas, com cinco minutos para cada resposta e 10 minutos para as considerações finais. A jornalista Silvana Frota funcionou como moderadora do encontro. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária e coordenador do Agropacto, Flávio Viriato de Saboya Neto, se disse satisfeito com as respostas dos candidatos às perguntas formuladas e com as propostas por ele apresentadas, esperando que os mesmos mantenham um diSetembro/ Outubro 2014
álogo mais próximo com os representantes do agronegócio, atendendo também, às suas reivindicações, e que elas atinjam ao médio produtor rural, integrando o Plano de Governo daquele que for eleito pelo povo cearense. No final da apresentação de cada candidato e das respostas as cinco perguntas previamente estabelecidas pelos representantes do Sistema Faec/Senar/Sinrural e outros órgãos ligados ao agronegócio, Flávio Saboya entregou a cada candidato um documento intitulado “O que esperamos do próximo governador”, contemplando oito áreas: pobreza rural, insegurança no campo, meio ambiente, ovinocaprinocultura, bovinocultura leiteira, seca e fruticultura. Entre os representantes de órgãos e instituições presentes ao encontro do Agropacto com os governamentáveis cearenses, destacamos o presidente da Ematerce, CREA, Ceasa, OCB, SEBREA, FACIC, Adece, secretários de Agricultura de vários municípios, presidente da Aprece, do Conselho de Secretários Municipais de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Presidente da Associação dos Criadores de Camarão, Associação dos Criadores do Ceará, Associação dos Suinocultores,
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Eunício apresenta propostas a agricultores e pecuaristas
Uma platéia lotada de sindicalistas rurais, líderes de associações interioranas e produtores rurais assistiu, a apresentação das propostas do candidato da coligação “Ceará de Todos” ao Governo do Ceará, Eunício 15, para o setor Eunício defendeu o fomento da agricultura familiar e da pecuária como forma de impulsionar a economia do Estado. “Estão cometendo equívocos sérios que causam profundos prejuízos. A Ematerce (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará) foi sucateada. Temos é que fortalecer os órgãos que produzem tecnologia pra esse segmento. Há de se pensar um novo momento político e de desenvolvimento. Temos, no Brasil e lá fora, projetos prontos para serem postos em prática. É só questão de prioridade”, disse. Ele declarou considerar necessário o treinamento de pessoal do Estado e de trabalhadores rurais para aperfeiçoamento do setor, e a criação de um parque tecnológico no Ceará. “Temos que criar um sentimento de vanguarda. Incentivar nossas vocações e estimular novas. A educação tem que ser vol-
AGRONEGÓCIO
tada para a realidade específica do campo e as polícias precisam ser interiorizadas para haver segurança. Afirmou ser essencial a desburocratização da emissão de licenças ambientais e a extinção dos lixões, assim como o estímulo à produção e a garantia do destino dessa produção. “A burocracia quase aniquila o desenvolvimento em algumas áreas”, avaliou Eunício. Ele criticou o fato de o Estado não ter um programa de convivência com a seca, apesar de historicamente ser assolado pelos efeitos da estiagem. “Temos que criar mecanismos de barramento de córregos e rios, interligar bacias, equipar a SRH (Secretaria Estadual de Recursos Hídricos) para a perfuração de poços e construir adutoras”, declarou. Atualmente, o Governo dispõe de apenas cinco máquinas perfuratrizes. Eunício denunciou ainda o estrangulamento da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa). Ele também colocou-se a favor da proteção da cajucultura e de parcerias público-privadas para a produção de forragem irrigada e hortifrutigranjeiros. O candidato lamentou a ociosidade de 10 mil hectares nos perímetros irrigados cearenses. E comprometeu-se em achar uma solução para os agricultores que ainda têm dívidas de empréstimos contraídos no extinto Banco do Estado do Ceará (BEC).
Camilo Santana defende que produtor deve ter crédito,comercialização segura e logística.
O candidato ao governo do Estado, pela coligação “Para o Ceará seguir m u d a n d o”, Camilo Santana (PT), defendeu uma estratégia sistêmica de desenvolvimento do agronegócio, durante a reunião do Agropacto. E avançou ao reforçar que só é possível ampliar a produção do Estado, em qualquer setor, com garantias. “O produtor deve ter crédito, comercialização segura e logística. E eu vou lutar por isso”, ratificou. Segundo Camilo, o setor demanda um planejamento abrangente. “É preciso pensar de forma macro. A energia é um fator que já foi resolvido. Hoje, exportamos energia para outros estados. Quanto à água, há grandes projetos em andamento, como a Transposição do rio São Francisco, que pretendo inaugurar em 2015, e o Cinturão das Águas, obra em andamento. Também vou fortalecer o Dnocs”, disse.A logística é outro ponto a ser fortalecido no seu governo. “Estamos trabalhando com a duplicação do Anel Rodoviário Metropolitano (Rodoanel) e com o projeto da Transnordestina”, citou.O candidato destacou, ainda, que a qualificação da mão de obra também será um pilar de seu governo. “É outra vertente, onde temos que pensar não somente em ensino, mas em profissionalização. É o que o Governo do Cid tem feito, com a criação das 102 escolas profissionalizantes. Camilo, que estava acom-
panhado da sua candidata a vice-governadora, Izolda Cela, falou sobre a importância que o agronegócio, e o meio rural sempre tiveram nas duas gestões de Cid Gomes e que o setor também será respaldado em sua gestão. Sobre os planos para o desenvolvimento do setor agropecuário no Ceará, o candidato falou em fortalecer as câmaras setoriais ligadas à agricultura, com oferta de crédito, assistência técnica, logística para a distribuição e incentivos fiscais, preço mínimo para os produtores.“Quero fortalecer o diálogo entre os produtores, entidades e Governo. Temos que dar todas as condições de produção e distribuição”, comentou Camilo. “Nós levamos a Ceasa para o interior do Estado. Além da de Maracanaú, que é na Região Metropolitana de Fortaleza, nós temos a Ceasa do Cariri. E quero ampliar com a Ceasa da Serra da Ibiapaba, em Tianguá”, adiantou. “Com relação ao setor agropecuário, o Estado construiu, na Região Norte, talvez o maior parque agropecuário do Nordeste, no Crato, é há a pretensão de expandir o Parque Agropecuário do Crato. Na minha gestão, eu pretendo construir um parque na Região Central”, relatou Camilo, sobre a logística. “Sou simpático à criação dentro do primeiro escalão do Governo, de uma instituição ou secretaria para dar mais representatividade ao a g ro n e g ó cio”, falou Camilo. A posse de terra foi outro assunto abordado pelo candidato, que comprometeu-se em avançar ainda mais no grande projeto iniciado no governo Cid Gomes. “Já foram entregues mais de 67 mil títulos de terra. Vamos universalizar, para os 180 mil títulos fundiários. REVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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AGRONEGÓCIO
Candidato a vice governador do PSB apresentou seis propostas para o agronegócio O candidato a vice governador na chapa da candidata Eliane Novaes (PSB) participou do encontro do Agropacto, onde após apresentar-se como empresário do ramo da agropecuária, disse que o agronegócio é uma questão de política, e que os governantes esquereceram de priorizar o médio produtor rural. Segundo disse, a candidata Eliane Novaes, ajudou a construir um plano de convivência com o semiárido na Assembléia Legislativa, onde é
deputada estadual De forma didática, ele apresentou através de transparências seis propostas para o desenvolvimento do agronegócio cearense: 1 - estabelecer um sistema de governança territorial descentralizado ,atraves de gabinetes em oito macro regiões do Estado,
2 - Concluir as obras de infraestrutura hídrica( Transposição, Cinturão das Águas, Intensificar a perfuração de poços, facilitar a
outorga e uso das Águas) 3 - Fortalecer o serviço publico ligado a agropecuária( Ematerce, Adagri, FUNCEME, Criação de um órgão de pesquisa,formatação adequada das escolas profissionalizantes rurais, para formação de mais técnicos agrícolas , criar estrutura para unidades demonstrativas e laboratórios) 4- Política de incentivos para a atracão de industrias produtoras de insumos agrícolas, através da concessão de infra-estrutura e incentivos fiscais; 5- Política de incentivos para expansão da produção agrícola ( manutenção da escala de produção agrícola,abertura de novos mercados , produção contínua, aumento na participação do PIB do Estado) 6- Integração dos modais de transporte nos diferentes pólos produtores do Estado( ampliação do Aeroporto Internacional, conclusão da Ferrovia Transnordestina , conclusão do Arco Metropolitano)
O QUE ESPERAMOS DO PRÓXIMO GOVERNADOR? O presidente da FAEC, Flávio Saboya, apresentou as propostas aos candidatos ao Governo.
Conheça agora parte do documento elaborado pelos representantes do setor agropecuário cearense e suas expectativas em relação aos seus principais desafios, de forma a ampliar o debate em torno de uma agenda propositiva para o setor. A proposta envolve oito ações: Pobreza Rural, Seca,Bovinocultura Leiteira, Caprinovinocultura, Meio Ambiente, Infraestrutura e Insegurança no Campo. 40
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PRINCIPAIS DEMANDAS - Criação da secretaria de Desenvolvimento do Agronegócio - Transformar o Comitê integrado de combate aos Efeitos da Seca em comitê permanente com o semiarido - Criação de um programa específico para o agronegócio de sequeiro( cajucultura, bovinocultura de leite, apicultura, ovinocaprinocultura e aquicultura) - Criar o Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural para os médios e pequenos produtores, NÃO incluídos na agricultura familiar .
1 - POBREZA RURAL O que esperamos do próximo Governador - Educação voltada para a realidade da agricultura e do campo; - Melhoria da infraestrutura na educação rural; - Criar um Programa Estadual de Formação Profissional Rural; - Fomentar os trabalhos não agrícolas no meio rural; - Implantação de programas de desenvolvimento no semiárido; - Formulação de políticas de estímulos a pequena e a média produção.
2 - INSEGURANÇA NO MEIO RURAL
- Maior atuação do Estado no combate à criminalidade no campo; - Criação de um Batalhão Rural; - Patrulhamento ostensivo; - Criação de uma estrutura policial especifica para o combate à criminalidade no meio rural; - Instalação de postos de segurança pública nos distritos, equipados com, no mínimo, um veículo e policiais permanentes; - Criação de projetos sociais que en-
volvam e ocupem a juventude rural, afastando-a do caminho das drogas; - Incrementar a fiscalização nas comunidades rurais, para encontrar e apreender os veículos roubados ou irregulares; - Implantação de uma unidade de inteligência específica para o meio rural. - Cumprimento tempestivo das medidas judiciais de reintegração de posse.
3 - MEIO AMBIENTE
- Proceder a uma maior desburocratização do licenciamento ambiental; - Revisão urgente da legislação ambiental do Estado; - Proporcionar um equilíbrio na discussão do tema das relações entre produção e preservação ambiental; - Reduzir a morosidade na análise de projetos para concessão do levantamento ambiental; - Fiscalização ambiental com caráter educativo; - Elaboração de uma lei ambiental estadual; - Criação de programa de apoio técnico e suporte financeiro para a preservação ambiental nas propriedades rurais; - Criação de programa de educação ambiental nas escolas.
4 - INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
- Melhoria das estradas vicinais; - Criação de mais unidades armazenadoras da produção; - Criação, nas regiões voltadas para exportações, de Portos Secos – Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros – CLIA; - Viabilizar, com celeridade, a produção de fósforo na Usina de Itataia/Santa Quitéria; - Agilização imediata da transposição do Rio São Francisco; - Continuidade das obras do Cinturão das Águas; -Implantação imediata da Transnordestina.
5 - EDUCAÇÃO NO CAMPO
- Criação de um programa Estadual de Formação Profissional Rural
- Criação de um programa Estadual de Formação Profissional Rural - Maior apoio do Governo do Estado nas ações de educação profissional; - Direcionamento de políticas públicas de valorização da pessoa; - Maior atenção no que tange à melhoria na qualidade do transporte escolar; - Aumentar o número de escolas rurais de tempo integral; - Melhorar a infraestrutura das escolas rurais e seus laboratórios; - Inclusão no currículo escolar de disciplina voltada para a importância da agricultura.
6 - SEGURANÇA ALIMENTAR - Fortalecimento da defesa agropecuária; - Inspeção unificada nos três níveis de Governo; - Certificação e rastreabilidade dos produtos agropecuários; - Criação de um programa de educação sanitária para as cadeias produtivas; - Implantar o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – SUASA; -Instituir uma rede de Laboratórios.
7 - DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO CEARENSE
- Criação de uma Secretaria de Desenvolvimento do Agronégocio; - Implantação de um Conselho Estadual de Desenvolvimento do Agronegócio; - Identificação nos mercados interno e externo de oportunidades de comercialização dos produtos do Ceará; - Incentivar novos investimentos no Estado voltados ao agronegócio; -Criar uma Unidade Estadual de Pesquisa com a participação da iniciativa privada; - Manter e incrementar as ações voltadas para as cadeias produtivas de maior importância econômica no estado; - Incentivar a agricultura irrigada, com destaque para o desenvolvimento de tecnologias alternativas; - Modernizar a lei estadual de registro de agroquímicos; - Criar um programa especifico para o agronegócio de sequeiro (SemiáriREVISTA CEARÁ E MUNICÍPIOS
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AGRONEGÓCIO
do) destacando a Cajucultura, a Bovinocultura Leiteira, a Apicultura, a Ovinocaprinocultura e a Aquicultura - Desenvolver um programa de reflorestamento nas pequenas e médias propriedades rurais; - Criar o serviço de assistência técnica e extensão rural para os médios e pequenos produtores não incluídos na categoria de agricultor familiar; - Implementar um programa de capacitação em empreendedorismo e gestão para os médios e pequenos produtores não incluídos na categoria de agricultor familiar; - Investimentos permanentes na captação e armazenamento de água, por meio da construção de açudes de grande, médio e pequeno portes, barragens subterrâneas, cisternas, poços tubulares rasos, dentre outras. - Identificar, limpar, fazer teste de vazão, analisar a água e instalar novos equipamentos nos poços em desuso; - Fomentar o turismo rural e atividades de esportes radicais e aquáticos e outras modalidades; - Transformar o Comitê Integrado de Combate aos Efeitos das Secas, num comitê permanente de convivência
com o semiárido; - Criar um programa de segurança alimentar animal que contemple o estímulo, a orientação e o suporte financeiro para as ações de: - Produção irrigada de forragens; - Produção de forragem em rios perenizados; - Cultivo de palma forrageira; - Produção de feno de forrageiras nativas e artificiais como reserva estratégica alimentar; - Armazenamento de forragem sob a forma de silagem como reserva estratégica alimentar; - Pugnar junto ao Governo Federal a ampliação do programa Venda Balcão, de modo a atender às reais necessidades de milho para a pecuária cearense. - Incentivo ao plantio de culturas alternativas para insumos de ração animal - ex: sorgo; - Subsídio para tarifas de água nas granjas , incluindo a isenção de tarifas no caso de uso de água de poços profundos; - Desenvolvimento de política diferenciada voltada para incentivo ao processamento de aves e ovos no es-
#PenseNisso Raimundo Matos – 4511 O parceiro do agronegócio
DEPUTADO FEDERAL
RAIMUNDO 42
MATOS
Setembro/ Outubro 2014 Facebook
raimundomatos
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Instagram raimundomatos4511
www.raimundomatos4511.com.br
CNPJ: 20.574.043/0001-98
Como presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) na Câmara dos Deputados, Raimundo Matos – 4511 – foi responsável pela articulação de avanços importantes para o setor, a exemplo da aprovação do Código Florestal. O trabalho do deputado federal Raimundo Matos – 4511 – é na defesa nas seguintes bandeiras: • Aprimoramento da legislação da Política Agrícola Brasileira e implantação do Plano Nacional de Defesa Agropecuária; • Modernização da infraestrutura rodoviária, ferroviária e aquaviária, e implantação de Centros Logísticos de Armazenagem; • Estabelecimento de uma política educacional e de assistência técnica e revisão das normas que regulamentam as relações trabalhistas no setor rural; • Política agrícola diferenciada para as regiões do Norte e Nordeste e uma solução definitiva para o endividamento rural no Nordeste brasileiro; Parceiro do agronegócio, Raimundo Matos – 4511 – é o nome certo para continuar lutando pelas demandas do setor.
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tado; - Licenciamento ambiental - rever as exigências para as unidades de produção pré-existentes, principalmente, para as pequenas unidades. - Identificar os frigoríficos paralisados e os que operam com capacidade ociosa e apoiar o soerguimento dessas unidades industriais, imprescindíveis para a formação da cadeia produtiva; - Fortalecer o serviço de inspeção municipal visando reduzir o abate clandestino; - Apoiar a organização da produção visando à oferta regular de carne e de pele de qualidade e a integração produção/frigorífico/ indústria; - Formalizar parceria com o setor privado e o SEBRAE; - Instalação de um laticínio escola para a caprinocultura; - Fomentar o melhoramento genético dos rebanhos caprino e ovino; - Pleitear junto ao Governo Federal a criação do “Seguro Seca” para a cobertura de prejuízos econômicos causados aos produtores rurais.
SENAR-CE
PRONATEC DO SENAR/CE CONTRIBUI PARA PERMANÊNCIA NO CAMPO
O programa permite que produtores permaneçam dentro da área rural através do conhecimento e capacitação profissional
C
Turma do município de Pedra Branca durante o curso de criação de galinha caipira
apacitar as pessoas que vivem no campo para que elas possam ter uma atividade e permanecer nas suas propriedades é uma das premissas que o Programa Nacional do Ensino Técnico e Emprego - Pronatec do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar vem conseguindo cumprir desde o seu lançamento, em 2012. No Ceará, o Pronatec-Senar está presente em 14 Municípios, levando capacitação para lugares que antes
não chegava. Desde maio desse ano, o Pronatec do SENAR-CE já capacitou 630 pessoas, distribuídas em 42 cursos, entre eles: preparador de pescado, horticultor orgânico, preparador de doces e conservas, produtor de mandioca, avicultura e tratorista agrícola, que é um novo curso da grade oferecida. Segundo o Superintendente do Senar Ceará, Paulo Hélder de Alencar Braga somente nesse semestre de 2014, 37 turmas foram criadas, em 14 municípios, dentre eles: La-
vras da Mangabeira, Limoeiro do Norte, Madalena, Maranguape e Paraipaba.
Contatos:
Procure o Sindicato Rural de sua cidade ou Região e inscreva-se, o curso é gratuito. Fernanda Celi – 3535-8000
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