O que é Ikigai? Ogimi um vilarejo de Okinawa no Japão tem 3 mil habitantes e está no Livro Guinness dos Recordes por ter a população mais velha do mundo. Um epicentro do ikigai. Páginas 08 e 09
CURITIBA | PARANÁ Distribuição dirigida nos bairros: • Batel • Bigorrilho • Ecoville • Seminário • Centro • Setembro de 2021
235
Especial Geração Mais Dia 1 º de outubro - Dia Internacional da Terceira Idade: “A jornada para a igualdade”
Doenças oculares que mais atingem os idosos Causas, sintomas e prevenção: Dr. Luis Arana Oftalmologista Página 05
Como será a nossa audição no futuro? Reflexições com a Fonoaudióloga Dra. Clari Dumke Página 06
Entrevista com a Dra. Aline Frizon Geriatra Doença de Alzheimer: saiba mais sobre a doença, seus sintomas, como preveni-la e como tratá-la. Página 10
Bronzeamento Artificial: quem pode fazer? Página 13
Folha do Batel
PÁGINA 02
Editorial Envelhecimento saudável é uma das metas atuais A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que no período de 2021 a 2030 como Década do Envelhecimento Saudável. “O anúncio da Década do Envelhecimento Saudável da ONU manda um sinal claro de que é apenas trabalhando unidos, dentro do sistema das Nações Unidas e com governos, sociedade civil e setor privado, que poderemos não apenas adicionar anos à vida, mas também melhor qualidade de vida a estes anos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Ao adotar uma abordagem ampla da ONU em apoio ao envelhecimento saudável, seremos capazes de encorajar a ação internacional para melhorar a vida dos idosos, suas famílias e comunidades, tanto durante a pandemia de COVID-19, como depois disso”, acrescentou Etienne Krug, diretor do Departamento de Determinantes Sociais da Saúde da OMS. Melhores condições de vida, de trabalho, de alimentação e de acesso à saúde são alguns dos fatores que têm colaborado para que as pessoas vivam mais. Isso tem ocorrido no mundo todo. Uma expressiva população, com idade avançada e necessidades diárias de apoio, se consolida e todos têm de estarem aptos a enxergar as implicações disso. A colaboração entre as duas publicações ocorre em um momento singular no mundo, de rápido envelhecimento populacional e de crescente preocupação com a qualidade de vida das pessoas idosas. O aumento da longevidade em todo o planeta e, mais recentemente, o fenômeno da pandemia que resultou no trágico número de óbitos por Covid-19, na faixa etária superior aos 60 anos, levaram a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a implementar a Década do Envelhecimento Saudável, no período de 2020 a 2030. O propósito da Década do Envelhecimento Saudável é articular vários atores pela criação de condições para que ao longo de toda a vida seja viabilizado o envelhecimento saudável e ativo, para todas as pessoas e não apenas para aquelas que eventualmente sofram de alguma doença no momento. Nesse contexto, o acesso à informação segura e responsável adquire um papel estratégico, pois contribui para a orientação, para o esclarecimento, para a reflexão e para o estímulo de uma visão crítica sobre os múltiplos aspectos associados ao envelhecimento. Produzir e disponibilizar informação jornalística confiável, e desse modo, contribuir para um envelhecimento mais ativo e mais saudável do público, tem sido a missão nessa edição em comemoração a Dia Internacional da Terceira Idade. Boa leitura Celina Ribello
SETEMBRO / 2021
Os sonhos, a Memória e a Oração Por Dom Rodolfo Weber Nem todos os avós são idosos e nem todos os idosos são avós. O Papa Francisco com o desejo de homenagear os avós e os idosos pediu que no quarto domingo de julho, nas proximidades da festa de São Joaquim e Santa Ana (26 de julho), se celebrasse o Dia Mundial dos Avós e Idosos na Igreja. Joaquim e Ana, segundo o apócrifo protoevangelho de Tiago, do século II, são os pais de Maria. O papa dirige-se aos avós e aos idosos através da carta intitulada “Eu estou contigo todos os dias” (cf. Mateus 28,20). Foi a promessa de Jesus antes de subir ao Céu. As promessas são para serem cumpridas. Deus é fiel e cumpre o que diz, recorda o papa. Os avós e idosos podem ter a certeza da presença divina, testemunha Francisco, ele também idoso. Faz-se solidário a eles e pede que toda a Igreja manifeste, de forma criativa a sua presença junto a esta parcela significativa da Igreja e da humanidade. Sempre que o Papa se refere a um grupo específico de pessoas, mesmo que sejam os mais marginalizados da sociedade e da Igreja, ele nunca os trata como meros destinatários passivos ou simples receptores de cuidados. Sempre afirma que são agentes e devem também colaborar conforme as suas potencialidades e possibilidades. Os mais fragilizados sempre têm algo a oferecer e ensinar. Francisco dá o seu testemunho pessoal lembrando que estava se tornando arcebispo emérito de Buenos Aires, já não esperava nenhuma nova missão, mesmo assim foi eleito
Expediente Razão Social: Celina Susy Pires Ribello ME Jornalista Profissional: Celina S. P. Ribello - CRTE /PR | Habilitação: 8221 Diretora Executiva: Celina S. P. Ribello Rua Paulo Gorski, 1818 CNPJ: 07478063/0001-05 Fone: 3274- 0104 / 4199602-2284 www.jornalfolhadobatel.com.br | contato@jornalfolhadobatel.com.br Diagramação: Tatiana Carla de Souza Distribuição: Dirigida e Gratuita | Periodicidade: Mensal As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião do jornal.
papa aos 76 anos. Foi lhe dada a mais desafiadora missão para um católico, ser papa. Lembra que o mandato de Jesus “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19) é dirigido aos idosos e avós. Escreve na carta: “Atenção! Qual é nossa vocação hoje, na nossa idade? Salvaguardar as raízes, transmitir a fé aos jovens e cuidar dos pequeninos. Não esqueçais disto. Não importas quantos anos tens (…) porque não existe idade para aposentar-se da tarefa de anunciar o Evangelho, da tarefa de transmitir tradições aos netos. É preciso pôr-se a caminho e, sobretudo, sair de si mesmo para empreender algo de novo”. Convida os avós e idosos para ajudar a “construir, na fraternidade e na amizade social, o mundo do amanhã”. Sugere três pilares para sustentar a nova criação que eles podem ajudar a colocar: “os sonhos, a memória e a oração”. Os idosos e avós têm “sonhos de justiça, de paz e de solidariedade”. Sonhos partilhados com os jovens, e juntos
constroem o futuro. São sonhos alimentados e purificados pelos anos vividos e que são realizáveis. O segundo pilar é a memória. Recordar é viver, diz o ditado. Fazer memória dos fatos significativos, principalmente daqueles dolorosos das guerras, das violências e catástrofes causadas pela maldade humana. Estes fatos não podem ser esquecidos. São alertas para desestimular a escolha de alguns caminhos, mesmo que aparentemente sejam solução de problemas. A memória ajuda a aprender com a história. O terceiro pilar é a oração. Cita um ensinamento de Bento XVI de 2012 que a “oração dos idosos pode proteger o mundo, ajudando-o talvez de modo mais incisivo do que fadiga de tantos”. Diante da oração de intercessão de avós pelos filhos e netos, pela Igreja e pelo mundo não será vã e Deus não ficará indiferente. Pois a oração é “um recurso preciosíssimo: é um pulmão de que não se podem privar a Igreja e o mundo”, conclui o papa.
Folha do Batel | PÁGINA 03
SETEMBRO / 2021
01/10 – Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Terceira Idade: “A jornada para a igualdade” O processo demográfico mundial passa por uma transição única e irreversível, resultando em mais populações idosas em todos os lugares. À medida em que as taxas de fertilidade diminuem, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais hoje deve triplicar, alcançando cerca de dois bilhões em 2050. Na maioria dos países, o número de pessoas acima dos 80 anos deve quadruplicar para quase 400 milhões. Atualmente no Brasil, os idosos representam 14,3% da população, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, saindo de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015. O envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, apontando para a importância da organização da rede de atenção à saúde. Criada em 1991 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a data reforça os termos da Resolução 46, que objetiva sensibilizar a sociedade mundial para as questões do envelhecimento, destacando a necessidade de proteção e de
cuidados para com essa população. No Brasil, em 1º de outubro de 2003, foi aprovada a Lei nº 10.741 (Estatuto do Idoso), prevendo em seu art. 2º que, ao idoso sejam garantidas todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. A partir do Estatuto do Idoso, também ficou estabelecido, entre outros pontos, que é crime: Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade. Abandonar o idoso em hos-
pitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado. Negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa de sua finalidade. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração.
Envelhecimento saudável
Prefeitura celebra o Dia do Idoso com atividades para público dos centros esportivos
A fim de comemorar o Dia Mundial do Idoso (1º/10, sexta-feira), a Prefeitura de Curitiba está organizando duas atividades especiais e exclusivas para os maiores de 60 anos que frequentam os três centros esportivos da Regional Matriz (Ouvidor Pardinho, Oswaldo Cruz e Velódromo do Jardim Botânico). O motivo da limitação de público são as exigências sanitárias decorrentes da pandemia do novo coronavírus. Todos os participantes estarão de máscara corretamente colocada sobre o rosco e observando o distanciamento exigido pelas normas sanitárias. A organização do evento oferecerá álcool gel aos grupos. Passeio e palestra O dia começará com uma caminhada, a partir das 8h30, por um dos cartões postais mais conhecidos de Curitiba: o Jardim Botânico. O grupo sairá da pista de velocidade que fica atrás da estufa do espaço verde e seguirá até o Museu Botânico para uma visita guiada. A atividade deve durar no máximo 1h30 e reunir cerca de 20 pessoas. Às 14h30, no ginásio da Praça Oswaldo Cruz, cerca de 80 idosos ouvirão a palestra do geriatra e gerontólogo Rubens de Fraga Júnior, que falará sobre o tema “O idadismo na década do envelhecimento”. Idadismo é o preconceito ainda vigente com relação às pessoas mais velhas e que contraditoriamente se verifica na época em que as pessoas estão vivendo mais, buscando qualidade de vida e se mantendo conectadas com os desafios do mundo moderno. A coordenação das atividades é do Núcleo Matriz da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), que tem cerca de 3 mil alunos de todas as idades inscritos em ginástica, alongamento, hidroginástica, natação, musculação e ciclismo. Destes, cerca de 1.200 têm a partir de 60 anos.
PÁGINA 04 | Folha do Batel
SETEMBRO / 2021
Contato com a tecnologia na terceira idade estimula o cérebro e combate a depressão Interagir na internet evita o isolamento e serve como estímulo cognitivo, dizem especialistas Conversar com os amigos em um grupo do Whatsapp, fazer uma chamada de vídeo com aquele parente que mora longe e pagar contas pelo aplicativo do banco no celular: se você acha que tudo isso é coisa de gente jovem, está na hora de rever os seus conceitos. De acordo com Maisa Kairalla, médica geriatra e presidente da SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Estado de São Paulo), a inclusão digital na terceira idade, mais que necessária, é positiva para a saúde da população com mais de 60 anos. — O acesso aos dispositivos digitais estimula o cérebro e, nesse sentido, os ganhos cognitivos são vários. Há pesquisas que mostram benefícios para aspectos como memória e até depressão, que nós observamos muito no consultório. Na internet, o idoso interage e socializa mais. Isso faz bem para o comportamento dele, já que ele fica
mais ativo e se integra à realidade de hoje, em que boa parte da rotina envolve tecnologia. No Brasil, cada vez aumenta o número de pessoas acima de 60 anos envolvidas com as novas tecnologias. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2016, 14,9% da população idosa brasileira utiliza a internet — dez anos atrás, os usuários eram apenas 7,3%. O número de idosos dessa faixa etária que utiliza o celular também aumentou bastante: pulou de 16,8% em 2005 para 55,6% nos dias de hoje.
— Só o fato de aprender algo novo, independentemente de ser no computador ou celular, já é um estímulo cognitivo para eles. Fora isso, a interação com os dispositivos tecnológicos acaba trabalhando estimulação motora, percepção visual, memória, atenção e processamento de informações. Qualidade de vida e combate à solidão As novas possibilidades de interação com amigos e familiares, aliás, representam um dos grandes impactos positivos que o contato com tablets, smartphones e computadores podem
trazer para os idosos. Isso porque na terceira idade as tendências ao isolamento aumentam, principalmente nessa época de pandemia , segundo a psicóloga Blenda de Oliveira, da SBP-SP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo). — Esse isolamento acontece depois dos 60 anos por vários motivos. Às vezes por limitação física, por abandono da família ou porque os parentes e amigos moram longe. O problema é que essa solidão, muitas vezes, faz com que eles percam as trocas com o mundo e até leva a doenças como depressão. O bom da tecnologia é que ela funciona como uma ferramenta eficiente de interação. O aposentado Julio Miskolci, de 81 anos, por exemplo, faz chamadas de vídeo todos os dias para conversar com o filho, que mora no Catar. É um ritual quase religioso: às 13h em ponto, ele liga o tablet e aguarda a ligação. Também acessa o
e-mail para ver fotos de parentes e bate papo com os netos. “Comecei a mexer há alguns anos. Meu filho deu algumas dicas e eu fui seguindo”, conta. A psicóloga da SBP-SP ressalta que os idosos que cultivam o contato com outras pessoas — na internet e fora dela — têm uma qualidade de vida muito maior, com mais alegria e menos queixas do ponto de vista psicológico. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 11,1% da população brasileira com mais 60 anos se declara depressiva. O que não pode acontecer, de acordo com Blenda, é o exagero: “É sempre bom observar a forma como essas tecnologias são utilizadas. Elas não devem substituir o contato presencial com as pessoas e a atividade física, por exemplo. Caso contrário, a tecnologia pode levar a um outro tipo de isolamento, igualmente preocupante”, completa.
Folha do Batel | PÁGINA 05
SETEMBRO / 2021
Doenças oculares que mais atingem os idosos: causas, sintomas e prevenção: Assim como outras partes do corpo, o olho também envelhece e, com isso, sofre alterações. Tal situação demanda a realização de consultas e exames periódicos como forma de prevenção. Existem doenças que, embora não apresentem causas conhecidas, podem vir associadas a alguns fenômenos, como o tabagismo, o diabetes, hipertensão arterial e exposição ao sol. Essas condições podem tornar as doenças mais frequentes e cumulativas; com o passar dos anos, aumenta, para idosos, a prevalência de problemas oculares, como: catarata, glaucoma, doenças venosas oclusivas da retina e, principalmente, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI); esta, considerada uma das principal causa de perda visual em pessoas acima de 60 anos. 1. Catarata Essa é a principal causa de cegueira reversível no mundo e ocorre principalmente após os 50 anos de idade, quando há perda progressiva da transparência do cristalino, causando visão embaçada. Geralmente, acontece de forma natural por causa do envelhecimento do organismo, podendo ser potencializada por doenças sistêmicas, como o diabetes. A catarata também pode ser induzida pelo uso crônico de drogas, como an-
ti-inflamatórios hormonais (corticoides). SINTOMAS: O principal sintoma da doença é o embaçamento visual, com evolução gradual até a completa perda da visão. CUIDADOS PREVENTIVOS: Não existe uma forma de evitar ou prevenir a doença. Uma dieta rica em alimentos antioxidantes pode ser importante para adiar o surgimento da catarata. Também é importante proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros e proteção ultravioleta. 2. Glaucoma A doença provoca lesão no nervo ótico, é genética e se manifesta, principalmente, na terceira idade, podendo levar à cegueira irreversível, caso não seja diagnosticada a tempo. Causada pelo aumento da pressão ocular, pode acometer um ou os dois olhos , inicia pela perda do campo visual periférico se estendendo até a área central da visão na fase tardia da doença. SINTOMAS: O Glaucoma agudo ou de ângulo fechado se apresenta com fortes dores de cabeça, fotofobia, enjoo, baixa acuidade visual e intensa dor ocular. Já a forma mais comum do glaucoma (crônico ou de ângulo aberto) é uma doença silenciosa que somente na sua fase final o paciente percebe a baixa visão. Por isso, é extre-
mamente necessário aferir a pressão ocular na avaliação oftalmológica para a detecção do glaucoma numa fase inicial. CUIDADOS PREVENTIVOS: A realização rotineira de consulta oftalmológica completa em pacientes acima dos 45 anos que tenham histórico familiar para glaucoma é indicada. Todos os pacientes acima de 60 anos devem comparecer, ao menos uma vez por ano, em uma consulta com especialista. No exame oftalmológico é realizado a medida da pressão intraocular, avaliação do nervo óptico e quando necessário o exame de campo visual para confirmar o diagnóstico do glaucoma. A grande importância do diagnóstico precoce do glaucoma é impedir a cegueira pelo uso de colírios antiglaucomatosos. 3. Retinopatias (diabética e hipertensiva) Doença que altera os vasos sanguíneos, causando má circulação na retina, provocada por complicações do diabetes e da hipertensão arterial nos vasos da retina, gerando deformidades em seu percurso, extravasamento de líquido e até mesmo hemorragias. Quanto maior o tempo de evolução do diabetes e da hipertensão, maior o risco de lesão dos vasos retinianos. SINTOMAS: As retinopatias se instalam devagar e por muitas vezes não há sintomas, no
início. Posteriormente, podem ser frequentes o embaçamento e a diminuição da acuidade visual. Em casos de hemorragia, há queixa de perda da visão súbita no olho acometido. CUIDADOS PREVENTIVOS: Por se tratar de uma doença progressiva e relacionada ao agravamento de outras duas enfermidades maiores, torna-se imprescindível o controle severo da glicemia e da pressão arterial. 4. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) Principal causadora de cegueira em idosos, em função do envelhecimento do organismo, a DMRI doença consiste na degeneração da estrutura da parte posterior do olho (mácula), responsável pela visão central. Existem duas formas da DMIR: seca e úmida. SINTOMAS: Dificuldade na leitura, visão com linhas onduladas, pontos escuros ou espaços em branco, embaçamento da vista e distorção das formas, evoluindo para a perda gradual e irreversível da visão, se detectada no início, pode ser controlada. CUIDADOS PREVENTIVOS: Adotar uma dieta rica em alimentos com alto teor de ômega-3, além de vegetais de folhas verdes; não fumar ou parar de fumar; praticar exercícios físicos com frequência; controlar
o peso e a pressão arterial; proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros com proteção ultravioleta. Exame com oftalmologista especialista em retina para detectar sinais inicias da DRMI, nesse caso é indicado o uso de vitaminas antioxidantes diariamente para a forma seca da DMRI. Entretanto se o paciente apresentar a forma úmida da DMRI é necessário injeções intraoculares de antiangiogênicos.
Luís Augusto Arana Especialista em Catarata e Retina Mestre e Doutor pela Universidade Federal do Paraná Preceptor do Hospital de Olhos do Paraná www.drluisarana.com.br 41 3310-4262; 99914-5710; 99946-4262
PÁGINA 06 | Folha do Batel
SETEMBRO / 2021
Como será a sua vida e sua audição no futuro? Acompanhe e reflita! Com o avançar dos anos, percebemos que o nosso corpo já não responde mais aos mesmos estímulos e comandos. Mesmo tendo uma vida rica em atividades físicas e mentais, não temos o controle de como será o nosso futuro. O cérebro jovem de hoje não será mais o mesmo em poucos anos, a visão vai aos poucos enfraquecendo, a mente já não lembra todos os detalhes, a mobilidade e habilidade manual passam a ficar mais lentas, o sono já não dura a noite toda, as conversas muitas vezes passam a ser repetitivas e a capacidade auditiva vai sendo afetada aos poucos e quando percebemos, tudo mudou. Como fonoaudióloga, posso dizer que em poucos anos, sua voz não será a mesma, talvez apresente uma voz mais rouca ou áspera pela modificação de suas pregas vocais, sua deglutição (ato de engolir) pode apresentar alterações, talvez engasgue com os alimentos ou água, seu equilíbrio
pode ficar comprometido e seu andar mais difícil, sua leitura pode se tornar mais lenta, sua escrita talvez não seja mais tão perfeita quanto gostaria, e por fim, a sua audição, algo que grande maioria das pessoas não se preocupa em verificar, em fazer exames auditivos, a não ser que tenha algum desconforto, dor, coceira ou zumbido passa a incomodar. É comum encontrarmos idosos que nunca realizaram uma avaliação auditiva e que
Fonoaudióloga Clari Dumke
buscam ajuda apenas quando a família relata dificuldade em ser compreendida. A audição, assim como todo o nosso corpo, precisa de atenção e cuidado durante a vida. O excesso de ruído ao que estamos expostos diariamente é cada vez mais preocupante e mesmo quem não tem pré disposição genética pode apresentar capacidade auditiva reduzida já a partir dos 30 a 35 anos. Com o avanço tecnológico dos últimos anos e o aumento do uso de fones de ouvido cada dia mais presente entre crianças e adolescentes, teremos no futuro um grande público adulto e idoso com problemas auditivos. Já se sabe que o zumbido é sinal de alerta para a audição, porém desconsiderado por grande parte da população. Juntamos a exposição aos ruídos ao longo dos anos e o processo de envelhecimento natural e o resultado é uma capacidade auditiva reduzida com entendimento prejudicado. A famosa frase, “Ouço, mas
não entendo”! Por isso, ressaltamos a importância de incluir o exame auditivo na rotina de exames anuais e iniciar o tratamento adequado o mais cedo possível para que o resultado seja satisfatório. Ao longo dos meus 10 anos de formada trabalhando com adaptação de aparelhos auditivos em adultos e idosos, pude auxiliar, acompanhar e aprender muito sobre não negligenciar os cuidados auditivos ao longo da vida, principalmente quando conhecemos o problema auditivo e deixamos para resolver no futuro. Temos muitos idosos com dificuldade de compreensão mesmo usando aparelhos auditivos, e isso, não é porque o aparelho auditivo é básico ou porque não está programado adequadamente ao seu caso, mas sim, porque ele demorou para buscar ajuda profissional e a compreensão das palavras já está bastante prejudicada, seu cérebro acostumou ao silêncio dos anos, e com
isso, já não conseguimos ajudar da forma como gostaríamos. Quero fazer você pensar, como gostaria de ouvir aos seus 60,70,80 anos... ? E se você é idoso, ou tem algum familiar idoso, como gostaria que ele estivesse ouvindo agora? E ainda por meio dessa reflexão, pense em como agir e como tratar um idoso, seja ele familiar, amigo ou mesmo um desconhecido. Muitos deles vivem isolados, sem ouvir bem, outros não vão te contar que usam aparelhos auditivos, alguns vão concordar contigo mesmo sem saber o que você falou. Portanto trate o com carinho, cuidado e res-
peito pensando em você no futuro. E se você perceber que esse idoso usa aparelhos auditivos ou está com dificuldade em te entender, procure falar de frente, em seu tom de voz normal, de forma clara e pausadamente, sem gritar ou sussurrar, para que você seja ouvido e compreendido da melhor forma possível. Fonoaudióloga Clari Dumke CRFa 9907 Fonasa Aparelhos Auditivos Curitiba Centro Auditivo Endereço: R. André de Barros, 226 - Sala 503 Centro Telefone: (41) 98846-5454
SETEMBRO / 2021
Folha do Batel | PÁGINA 07
PÁGINA 08 | Folha do Batel
SETEMBRO / 2021
Idosos
O segredo da longevidade de japoneses do arquipélago de Okinawa pode estar em achar uma razão de viver O que é o ‘ikigai’, o segredo japonês para uma vida longa, feliz e saudável Por Eva Ontiveros/ BBC O segredo da longevidade de japoneses do arquipélago de Okinawa pode estar em achar uma razão de viver Você sabe por que se levanta pela manhã? Se consegue responder a isso, então, você já encontrou seu ikigai, um conceito japonês antigo que pode ser a chave para uma vida longa, feliz e saudável. Não existe uma tradução literal para o termo. O mais próximo que se pode chegar é a descrição feita por Ken Mogi, autor do livro Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz (Astral Cultural, 2018). “Ikigai é a sua razão de viver”, diz o neurocientista japonês. “É o motivo que faz você acordar todos os dias.” O conceito vem de Okinawa, um grupo de ilhas ao sul do Japão com uma população de moradores centenários bem acima da expectativa de vida média, mesmo para os padrões japoneses. Muitos acreditam que o ikigai é o segredo de sua longevidade. O termo é bem conhecido em todo o país, como explica Mogi, e a ideia representada por ele está se espalhando para outras partes do mundo. Segundo o autor, é “muito importante identificar as coisas que você gosta de fazer e que te dão prazer, porque elas dão propósito à vida e levam a uma existência longa e feliz”. “E não se trata apenas de viver por um longo tempo, mas de aproveitar a
vida e saber o que você quer fazer com ela”, afirma. O ikigai também é algo muitas vezes relacionado à vitalidade. “É a felicidade que vem de sempre ter algo para fazer, de estar ocupado”, diz Francesc Miralles, que, junto com Héctor García, escreveu Ikigai: Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz (Intrínseca, 2016). A ideia por trás disso é que, “se você encontra algo que dê sentido à sua vida, isso o faz seguir em frente e o mantém motivado”, diz Miralles.
Como achar seu ‘ikigai’? Não é difícil, segundo Mogi. Você pode começar por algo simples como beber uma xícara de café pela manhã. “Em geral, somos tão obcecados com o sucesso e grandes metas que a vida acaba se tornando intimidadora. O legal do ikigai é que você pode partir de coisas pequenas até chegar aos grandes objetivos de vida.” Ser fácil de começar é um dos fatores que levam cada vez mais pessoas de fora do Japão a se interessarem pelo conceito, e alguns livros já foram puBoas amizades podem ser uma fonte de alegria ao longo da vida blicados sobre o assunto.
“Qualquer um pode partir do que está ao seu alcance e começar a sentir-se bem e a experimentar os benefícios que isso traz antes de, gradualmente, evoluir para objetivos maiores.” Mas todo esse bem-estar em potencial depende de um pequeno detalhe: encontrar um ikigai. E se você não sabe o que mexe com você?”Você precisa se observar”, recomenda Mogi. “Parta do zero, olhe-se no espelho: que tipo de pessoa é você? Pense no passado e no que te dá prazer. Isso te dará uma pista. Como neurocientista, eu acredito que as coisas que nos dão prazer são reflexos do tipo de pessoas que nós somos.” Mas ampliar seu horizonte para objetivos maiores pode ser mais complexo. “Se você não sabe o que quer da vida, comece fazendo uma lista do que você não quer, quais situações te deixam pouco à vontade ou infeliz, quais atividades prefere evitar”, aconselha Miralles. “Você pode descobrir que há várias coisas que te fazem feliz: aprender coisas novas, cuidar do jardim, ajudar outras pessoas, resolver problemas, fazer música... ou vender coisas, falar em público.” Miralles admite que encontrar um ikigai não é sempre um processo simples. “Há pessoas que sabem o que que-
rem ser desde a infância, mas a maioria de nós não sabia o que queria.” E há o peso do cotidiano: “Vamos à escola, procuramos emprego, lidamos com obrigações e pagamos contas... e, com isso, podemos nos distanciar de nossos impulsos naturais”. Para ajudar a encontrar sua paixão, o escritor sugere seguir o conselho do cientista da computação e palestrante motivacional Randy Pausch (19602008): “Resgate seus sonhos de infância. Quais eram? Desenhar por horas? Dançar? Correr? Pense em quando era pequeno e no que te deixava feliz e você não faz mais”. “A beleza do ikigai é que é algo muito pessoal”, diz Mogi. “Não é algo dado a você, de forma passiva. Você precisa explorar sua mente e cultivar seu ikigai.” Isso torna-se muito importante em sociedades como a japonesa, que podem ser vistas como bastante homogêneas, afirma Mogi, “porque cada pessoa tem seu ikigai, e isso vira uma forma de celebrar as diferenças individuais”. ‘Você quer ser minha família?’: como as redes sociais têm incentivado a adoção de jovens ‘esquecidos’ nos abrigos. Quantos ‘ikigais’ você pode ter? Há muitas formas de ter prazer. Na verdade, é importante ter vários ikigais, dos mais simples aos mais ambiciosos. “A maioria das religiões só acreditam em um deus. Mas, no Japão, acreditamos que há 8 milhões de deuses”, diz Mogi. “Isso influencia como os japoneses veem o ikigai: não acreditamos que há só uma coisa importante, não perseguimos apenas um objetivo, pode haver milhares de coisas diferentes que podem nos dar prazer.” Mogi dá um exemplo como isso se aplica em sua vida prática. “Meu ikigai menor é correr 10 km em Tóquio todos os dias. Mas, como cientista, minha maior alegria é ter ideias novas e, talvez, dar uma contribuição para o mundo. Isso também é meu ikigai”.
SETEMBRO / 2021
Folha do Batel | PÁGINA 09
Pesquisas mostram que, ao saber seu propósito na vida, as pessoas fazem escolha melhores sobre sua dieta e estilo de vida
Há alguma prova de que o ‘ikigai’ funciona? Mogi está convencido de que sim, e aponta estudos realizados pela Universidade Toho, em Tóquio, que investigam o sentido e significado da vida e sua correlação com a taxa de mortalidade em idosos. Pesquisas mostram que, ao saber seu propósito na vida, as pessoas fazem escolha melhores sobre sua dieta e estilo de vida De acordo com estudos realizados com idosos que levam um estilo de vida equilibrado, há uma correlação entre longevidade e ter uma razão de viver: seu sistema imunológico - e, em especial, um tipo de glóbulo branco, o neutrófilo - atua melhor, ajudando a mantê-los saudáveis por mais tempo. Em uma outra pesquisa, a neuropsicóloga americana Patricia Boyle, do Centro Rush para Mal de Alzheimer, em Chicago, acompanhou 900 idosos que corriam o risco de desenvolver demência em um período de sete anos. Ela concluiu que aqueles com uma boa noção de seu propósito de vida tinham 50% menos chances de ficar doentes. “O cérebro humano tem uma habilidade incrível de regular as funções do corpo. Em alguns casos, pode se curar por conta própria, como demonstrado pelo efeito placebo”, afirma Mogi. “Se você acha seu ikigai, as pequenas coisas que dão significado à vida podem te ajudar a preservar sua saúde por mais tempo.” Quem são os mestres do ‘ikigai’? Quando Francesc Miralles e Héctor García visitaram Ogimi, um vilarejo de Okinawa, eles chegaram à mesma conclusão sobre a relação entre a longevidade e o ikigai. Ogimi tem 3 mil habitantes e está no Livro Guinness dos Recordes por ter a população mais velha do mundo. Também é um epicentro do ikigai. Não é uma surpresa, portanto, que Okinawa seja conhecida como a “Terra dos Imortais”.
As pessoas dessa região do Japão tiram proveito do clima subtropical, têm uma dieta rica em frutas e vegetais, moram em comunidades onde se valorizam os laços pessoais e se mantêm ativas fisicamente por toda a vida. Miralles e García se interessaram pela “história do vilarejo de centenários, onde tantas pessoas vivem além dos 100 anos”. “Queríamos descobrir o porquê disso”, diz Miralles. “Como parte de nosso trabalho de campo, perguntamos aos idosos de Ogimi o motivo de estarem sempre alegres, por que cuidavam uns dos outros, o que os fazia ter laços tão fortes uns com os outros... e uma palavra era mencionada com frequência: ikigai.” Um dos aspectos que diferenciam o ikigai de simplesmente ter um hobby é que não se trata de obter uma gratificação instantânea. É algo que impulsiona a pessoa rumo ao futuro e a faz seguir em frente. Miralles diz que há outros lugares do mundo com condições de vida semelhantes às de Ogimi, mas não com a mesma proporção de moradores centenários. Então seria o ikigai o segredo da longevidade? “Acredito que essa seja a diferença.” Expectativa de saúde x expectativa de vida Outro fator que diferencia os centenários de Okinawa é sua expectativa de saúde maior - eles permanecem saudáveis por quase toda a sua longa vida. O Estudo Centenário de Okinawa é uma pesquisa contínua com essa população feita por uma equipe internacional de médicos que coleta dados sobre o tema desde 1975. Ele revela que os idosos desta região japonesa não têm apenas uma das taxas de mortalidade mais baixas do mundo em relação a uma série de doen-
O neurocientista Ken Mogi diz que uma pessoa pode ter múltiplos ‘ikigais’ na vida
A expectativa de vida de quem vive em Okinawa fica acima até mesmo da média japonesa
ças crônicas ligadas ao envelhecimento, mas uma das maiores expectativas de saúde do planeta. Fazendo o ‘ikigai’ funcionar para você É claro que nem todos nós podemos levar uma vida idílica em Okinawa, “mas todos podemos ‘criar nossa Okinawa’ onde estamos”, segundo Miralles. Ele destaca que, ainda que essa região seja bem diferente do resto do país, outras partes do Japão adaptaram o conceito às suas vidas, mesmo em ambientes urbanos. Para trazer o ikigai para sua vida você não precisa se mudar, mas apenas entender a essência do conceito e torná-lo parte do seu cotidiano. “O ikigai pode te servir de apoio sem que seja necessária a aprovação
Francesc Miralles (de casaco azul) e Héctor García (de casaco vermelho) decidiram investigar a longevidade em Ogimi
de outras pessoas para isso”, diz Ken Mogi. “Trata-se de descobrir o que te faz feliz. Não é preciso que outras pessoas te avaliem e te premiem por isso.” Então, se você quiser ter uma vida longa e saudável, vale a pena tentar descobrir seu ikigai. “Não é apenas bem-estar. O Ikigai também é uma esperança para o futuro”, afirma o neurocientista japonês.
PÁGINA 10 | Folha do Batel
SETEMBRO / 2021
Doença de Alzheimer: saiba mais sobre a doença, seus sintomas, como preveni-la e como tratá-la Entrevista com a Dra. Aline Frizon, Geriatra - CRM-PR 28209, RQE 16834 Todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de viver uma vida longa e saudável Envelhecer com saúde é uma questão de escolha. Nossos genes têm alguma influência, mas não são os determinantes principais de como vamos envelhecer e das doenças que vamos ter. Mudanças na dieta e estilo de vida poderiam prevenir milhões de doenças por ano. O diagnóstico de Doença de Alzheimer, por exemplo, vem com um fardo psicológico para o paciente e a família. Ela é incurável, mas pode ser prevenida, assim como hipertensão, diabetes e colesterol alto. Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer (DA). No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos. Em uma pessoa com DA, o cérebro começa a se deteriorar muito antes que os sintomas da doença fiquem evidentes. A boa notícia é que, antes de aparecerem os sintomas, há maneiras de se prevenir a piora da memória. FB- O que é Alzheimer? Dra Aline: A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo, que se manifesta pela piora cognitiva, comprometimento das atividades de vida diária e uma variedade de
sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. Ocorre uma perda progressiva de algumas funções do cérebro, como memória, compreensão, atenção, cálculo, comportamento e linguagem. Na fase mais inicial, muitas vezes a doença é confundida com o envelhecimento cerebral natural. FB- Quais são os sintomas da Doença de Alzheimer? Dra Aline: O primeiro sintoma, e o mais característico, é a perda de memória para fatos recentes. Com a progressão da doença, vão aparecendo outros sintomas, como a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no tempo e no espaço.
Outros sintomas comuns são: repetição da mesma pergunta várias vezes, dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos, dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais. FB- Como prevenir a Doença de Alzheimer? Dra Aline: Não há uma forma de prevenção específica, no entanto acredita-se que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença. Com isso, as principais formas de prevenir, não apenas a DA, mas outras doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão, são: - Não fumar. - Evitar exagero no consumo de bebidas alcoólicas - Ter uma alimentação saudável e balanceada - Praticar atividade física regular FB: Como é feito o tratamento e acompanhamento da Doença de Alzheimer? Dra Aline: Há medicações que podem ajudar, com objetivo de aliviar os
sintomas, buscando uma progressão mais lenta da doença. Além disso, devem ser feitas atividades de estimulação cognitiva, social e física, visando manter a funcionalidade e a independência do idoso por mais tempo. Acompanho os pacientes no meu consultório e também através de visita domiciliar. É gratificante atuar na promoção de saúde, prevenção e tratamento de doenças visando manter o paciente com autonomia pelo maior tempo possível.
O Consultório da Dra Aline fica em Curitiba, na Rua Padre Anchieta, 2348 sala 1702 - Bigorrilho Telefones para contato: 41 3204-0654 e 41 99590-7793 Siga a Dra Aline no Instagram: @draalinegeriatra
SETEMBRO / 2021
Folha do Batel | PÁGINA 11
PÁGINA 12 | Folha do Batel
Gastronomia
Receitas da vovó Palmirinha Fricassê de Frango Rápido
Ingredientes 5 batatas médias cozidas e descascadas 1 caixinha de creme de leite 1 peito de frango cozido e desfiado (reserve a àgua do cozimento) 1 lata de milho verde 1/2 lata de palmito picado 2 tomates cortados sem pele e sementes Cebola ralada a gosto 2 dentes de alho espremidos Requeijão cremoso a gosto Temperos a gosto (pimenta, sal, etc) Modo de Preparo Bata a batata com o creme de leite no liquidificador e reserve. Refogue a cebola e o alho num pouco de azeite ou óleo, acrescente o frango, o milho e o palmito, deixe fritar um pouco acrescente os tomates e vá colocando a água reservada aos poucos até derreter o tomate. Num refratário coloque o frango coloque colheradas de requeijão e por cima coloque o creme de batatas, leve ao forno só para deixar bem quente.
Trufa de Café
Ingredientes 1kg de chocolate meio amargo para cobertura picado 1 lata de creme de leite sem soro 1 colher (sopa) de glucose de milho 1 colher (chá) de café solúvel em grãos 2 colheres (sopa) de conhaque Açúcar e chocolate em pó para polvilhar Modo de Preparo Coloque metade do chocolate e o creme de leite em um refratário e leve para derreter em banho-maria, tomando cuidado para que o fundo do refratário não encoste na água fervente. Tire do fogo e junte a glucose. Dissolva o café no conhaque e acrescente à mistura de chocolate, mexendo até obter uma pasta homogênea. Deixe esfriar bem em temperatura ambiente. Depois tampe e deixe na geladeira por 12 horas. Passado esse tempo, modele bolinhas de massa do tamanho desejado e passe pelo açúcar. Leve as trufas de volta à geladeira e deixe por mais 4 horas. Para a cobertura, repita o procedimento de banho-maria para derreter o restante do chocolate. Espere esfriar um pouco antes de utilizar. Use um garfo para banhar as trufas no chocolate derretido e coloque-as sobre papel-manteiga ou papel alumínio para secar em temperatura ambiente. Quando estiverem secas, passe pelo chocolate em pó. Mantenha fora da geladeira, em local fresco e arejado. Fonte: www.vovopalmirinha.com.br
Mercado Sal centro gastronômico e artístico no coração do bairro Portão
SETEMBRO / 2021
Coluna
O ponto é um centro de entretenimento com várias as opções de restaurantes, lanchonetes, bares e muita arte Alimentação é a especialidade da casa! Tudo para você curtir a vida a gosto com boa música ao vivo, gastronomia de excelência, enfim o encontro de sabores e ritmos. Uma atração a parte são os bares especializados em chopps artesanais, vinho e drinks incríveis. O Mercado Sal tem vários ambientes, pavilhão com palco e shows diários, três praças amplas e arejadas, com aquecedores para nossos dias de friozinho. A infraestrutura oferece também rooftoop e várias opções de decks ao ar livre. E que tal assistir partidas ao vivo do seu time favorito em telões, brincar nos fliperamas ou parar nas mesas de sinuca? Para as crianças a opção é o espaço kids, e para os aumigões todos os espaços são petfriendly. O Mercado Sal é a casa de todos os sabores, ritmos, ponto de encontro de famílias e de todas as tribos. E o aplicativo Furão é uma das novidades nos serviços. O Furão traz ao cliente toda a facilidade do mundo moderno. Através do celular e do QR em cada mesa o cliente pode navegar nos menus das lojas, realizar o pedido e ser notificado de que está pronto sem sair do lugar ou enfrentar filas. O Furão traz mais agilidade, comodidade e qualidade durante o passeio dos clientes!
Mercado Sal comida, diversão e arte! Serviço: Mercado Sal Atendimento: Terças: 17h às 22h Quartas: 17h às 23h Sextas e Quintas: 17h às 24h Sábados: 11:30h às 24h Domingos: 11:30h às 22h Reservas e informações: 41 99893-6000 Rua Itacolomi 1515 - Portão. SF Estacionamentos
Beleza
SETEMBRO / 2021
Folha do Batel | PÁGINA 13
Bronzeamento Artificial a cor do verão Final de ano chegando.. Só que você mal consegue ir à academia de vez em quando. Para e se olha na frente do espelho. Falta uma cor, um bronze , uma pele iluminada. No meio de tanta correria, o que fazer? O bronzeamento artificial é um método que facilita muita a vida de quem não tem muito tempo disponível. Segundo Viviane Penner (foto) proprietária da Vicelli Bronze algumas recomendação são importantes: “- Para um bronzeamento bonito e com marquinha de biquíni são necessárias em média 5 a 6 sessões, é normal nas primeiras sessões a pele apresentar alterações de cor, e ficar mais bronzeada em algumas regiões e menos em outras, para um bronzeamento uniforme e duradouro é preciso concluir o número mínimo de sessões; - Evitar fazer depilação com cera, 48 horas antes e após a sessão, assim evitará manchas; - Ingerir muito líquido antes, e depois do procedimento para evitar a desidratação; - Trazer sua própria toalha de banho e biquíni; - Não é permitido o uso de bronzeadores, protetores, ou aceleradores de bronzeado pois danificam o acrílico da máquina; - Evitar banhos quentes nas primeiras 48h após o procedimento, hidratar-se com líquidos, exceto álcool, e hidratantes corporais. Vestir roupas leves; - Não esfregar a pele, nem utilizar esfoliantes nas primeiras 48h após a sessão para evitar descamação; - Pessoas que estejam fazendo uso de algum tratamento à base de ácido, nãopoderá realizar o bronzeamento; - Necessário intervalo de no mínimo 48h entre uma sessão e outra; - Gestantes, lactantes, e menores de 18 anos não são permitidos; - Pessoas com tom de pele mais claro precisará de maior número de sessões para atingir o resultado esperado;
- Pessoas com doenças de pele, ou casos de doenças de pele na família não poderá realizar o bronzeamento. ” Já houve polêmicas envolvendo o uso das camas bronzeadoras. As ações na justiça solicitando liberação das câmaras de bronzeamento artificial por parte de órgãos que se beneficiam delas surtiram efeitos, a Associação Brasileira de Bronzeamento Artificial (ABBA) e o médico dermatologista de São Paulo, Miguel Carlos de Andrade conseguiu pleitear na justiça o direito do uso das maquinas de bronzeamento solar desde dezembro de 2018 . Antes de iniciar as sessões de bronzeamento artificial é necessário confirmar se a clinica possui registro na Vigilância Sanitária do estado em que ela se encontra. “O bronzeamento artificial é um excelente recurso para quem quer manter a cor do verão em qualquer época do ano. Ele é um procedimento seguro, pois age na camada superficial da pele, dando a ela a cor desejada, sem ser necessário passar horas e horas embaixo do sol.” “A diferença entre o sol e o bronze artificial é que na cama de bronzeamento você terá proteção contra os raios UV, diferentemente do sol, se ficarmos expostos por muito tempo, não tendo essa proteção. É claro que
tudo que é exagerado faz mal. Se você está indo pra praia amanhã e gostaria de ficar bem bronzeada hoje, não será possível fazer as 10 sessões de uma vez, por exemplo. “Conclui Viviane Penner Paloma Neri aderiu ao bronze artificial do espaço Vicelli, “agradeço pelo ótimo atendimento da equipe Vicelli e por esclarecer todas as minhas dúvidas. O espaço é super aconchegante, estou feliz com as sessões de bronze, aumentou minha auto estima nunca me senti tão linda como estou me sentido agora”. Serviço: VICELLI BRONZE Bronzeamento artificial CLÍNICA LEGALIZADA - Terça a sábado, 9h às 19h (41) 3024-6272 fixo e WhatsApp Rua Prof João Falarz, 59 - Orleans
Divas e famosas com mais de 60 anos ícones de beleza e estilo dão dicas de beleza pra manter a forma Algumas famosas com mais de 60 anos parecem ter descoberto a fonte da juventude A diva Madonna, por exemplo, de 62 anos com um corpo de dar inveja a qualquer mortal. Além de cuidar da mente com os ensinamentos da cabala, a cantora tem uma rotina rígida de exercícios físicos com personal trainer. De acordo com a “W Magazine”, Tarin Graham é o responsável pelos cuidados da beleza facial da cantora desde 2010.Conhecedora dos cuidados com a pele, a rainha do pop tem sua própria linha de produtos cosméticos, a MDNA Skin, desenvolvida com ajuda de Paul Jarrod Frank, seu dermatologista.
A atriz e escritora Bruna Lombardi de 68 anos contou em seu canal no Youtube os segredos da boa forma. Bruna contou que não come carne vermelha e tem uma dieta vegana. Adepta da beleza natural, Bruna afirmou que seus cuidados com a pele são básicos: somente limpeza, hidratação e uma boa noite de sono. “Comecei a ir ao dermatologista muito tarde e também sou muito natureba. Antes de dormir, limpo bem o rosto e uso um creme para nutrir a pele.
A atriz Susana Vieira completou 79 anos. “Minha pele é maravilhosa, e quando tinha 50 anos operei com o Dr. Ivo Pitanguy, já fiz um peeling também , daquele que tira (tudo), com anestesia”, revelou a jornalista Luiza Zveiter. A veterana também contou que não poupa quando o assunto são os produtos de uso facial. “Creme gosto muito.Compro pote de creme de 500 dólares.. Susana luta há alguns anos contra um tipo raro e incurável de leucemia. Em uma conversa com Leo Dias, a global garantiu estar muito bem de saúde. “Minha doença está controlada, mas o que me assustou mais foi esse vírus [novo coronavírus]. Poucas pessoas fazem realmente justiça à nomenclatura diva ou ícone e uma dessas pessoas com certeza é Cher. A cantora e atriz, conhecida como “Deusa do Pop” de 75 anos , conquistou o público e uma posição de destaque que mantém há seis décadas – sempre reinventando sua música e estilo, sem perder a essência. Em seu livro “Cher Forever Fit: The Lifetime Plan for Health, Fitness and Beauty”, a artista afirmou que segue uma dieta low-fat restrita. “Tendo evitar comidas com uma grande quantidade de gordura, porque elas me deixam lenta e aumentam meu peso”, afirma. Um dos maiores segredos de Cher é um exercício físico: a prancha. A cantora revelou que começou ficando 30 segundos na posição e, na época, achou que iria morrer. Agora, com anos de prática, consegue ficar até cinco minutos na mesma posição – o que a ajuda a subir no palco e cantar em cima do salto.
PÁGINA 14 | Folha do Batel
SETEMBRO / 2021
Covid: o que alta em internação de idosos revela sobre efetividade da vacina e 3ª dose As últimas estatísticas de casos, internações e mortes por covid-19 no Brasil trazem uma conclusão importante: as vacinas funcionam e protegem contra as formas graves da doença, mas algumas pessoas mais vulneráveis realmente precisam tomar uma terceira dose, apontam especialistas. Um dos principais trabalhos a mostrar essa realidade é o Boletim Observatório Covid-19, publicado semanalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). “Falhamos na comunicação e precisamos ajustar expectativa com vacinas”, diz ex-diretor do Butantan. No material, é possível ver claramente como a proporção de indivíduos acima de 60 anos que foram hospitalizados ou morreram por infecções respiratórias diminuiu ao longo de todo o primeiro semestre de 2021 — vale lembrar aqui que a campanha de imunização do Brasil se iniciou justamente pelos mais velhos. Com o passar do tempo, porém, a participação relativa dessa faixa etária entre os acometidos pela pandemia voltou a subir de forma preocupante. A reversão nas tendências exigiu adaptações no Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, que anunciou que ofertaria uma terceira dose da vacina a alguns grupos a partir de setembro. “Nosso trabalho enquanto cientistas é justamente coletar os dados e orientar ajustes nas políticas conforme a gente conhece melhor os imunizantes e seus efeitos na prática”, diz a imunologista Cristina Bonorino, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Outra mudança importante, que tem a ver com os aprendizados recentes, foi a necessidade de adotar estratégias mais inteligentes sobre o uso dos recursos disponíveis. Antes, num cenário de escassez de doses, a pre-
missa era aplicar as vacinas que estivessem disponíveis em quem mais precisava. Hoje em dia, existe a possibilidade de indicar o uso de um imunizante ou outro para situações e públicos específicos. Mas como chegamos até aqui? E como esses novos conhecimentos impactam a vacinação contra a covid-19 e podem ajudar a controlar a pandemia? Como uma onda Para entender todo esse cenário, precisamos olhar com mais atenção para os informes publicados pelo Observatório Covid-19 da FioCruz. Lá, é possível conferir que os indivíduos acima de 60 anos representavam 63% de todas as internações e 80% das mortes por Síndrome Aguda Aguda Grave (SRAG) registradas no Brasil durante a primeira semana de 2021. E aqui vale uma ressalva: os serviços de saúde do país são obrigados a notificar ao Ministério da Saúde todos os casos de hospitalização por infecção respiratória. Essa base de dados de SRAG, portanto, permite ter uma ideia de como está a situação dessas doenças no país, embora não consiga detalhar especificamente qual o tipo de vírus (ou outro agente) que é o principal responsável por todas essas internações. Mas, durante a atual pandemia, considera-se que a maioria dos quadros infecciosos tenha mesmo a ver com o coronavírus. Bom, mas o que aconteceu com esses números nos meses seguintes, conforme a campanha de vacinação contra a covid-19 avançava e protegia especialmente a camada mais velha da população brasileira? Como era de se imaginar, os números despencaram: em meados de junho, os idosos passaram a representar 27% das internações e 34% das mortes por SRAG. A participação relativa deles nas estatísticas oficiais caiu pela metade.
Porém, a partir de julho e agosto, esses índices voltaram a subir significativamente entre essa população. Em algumas semanas de setembro, 54% das hospitalizações e 74% dos óbitos ocorreram entre os mais velhos. E há pelo menos quatro fatores que ajudam a explicar esse fenômeno. 1. Mais jovens vacinados Como explicamos acima, a vacinação contra a covid-19 priorizou, num primeiro momento, os profissionais da saúde e os idosos.A meta era proteger aqueles que tinham mais probabilidade de infecção pelo vírus ou que corriam maior risco de sofrer com as complicações da doença, que exigem internação e intubação. Com o passar dos meses, os mais jovens foram incluídos aos poucos na campanha, até que, nos meses de agosto e setembro, muitas cidades brasileiras já tinham aplicado ao menos a primeira dose em praticamente 100% de todos os indivíduos com mais de 18 anos. “O avanço da vacinação com a primeira dose já permitiu que houvesse uma redução de risco dos mais jovens, que também passaram a ficar um pouco mais protegidos de hospitalizações e óbitos pela covid-19”, analisa o infectologista Julio Croda,
professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Com isso, a participação relativa de cada faixa etária nos números de internações e mortes voltou a ficar “equalizada”: como a infecção pelo coronavírus é muito mais perigosa para os idosos, eles voltaram a representar novamente uma fatia grande dos acometidos. 2. Sistema imune dos mais velhos O segundo ponto que ajuda a explicar esse aumento de hospitalizações de idosos por infecções respiratórias é o envelhecimento natural do sistema imunológico. Conhecido entre especialistas como imunossenescência, esse processo foi descrito há tempos e tem a ver com uma menor efetividade das células de defesa com o passar das décadas. E isso traz consequências práticas para a saúde: os idosos são mais suscetíveis às infecções, correm maior risco de desenvolver câncer e costumam responder menos aos imunizantes. “A imunossenescência é algo natural e já prevíamos que poderia ocorrer uma maior perda de proteção das vacinas entre idosos”, aponta Croda, que também faz pesquisas pela FioCruz. 3. As variantes O terceiro ponto tem a ver com o desenvolvimento
de novas versões do coronavírus, como a Alfa, a Beta, a Gama e a Delta. Essas quatro, inclusive, são classificadas como variantes de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Elas começaram a aparecer no final de 2020, quando as primeiras vacinas contra a covid-19 já estavam na etapa final dos testes antes da aprovação pelas agências regulatórias. Ou seja: os imunizantes foram desenhados para proteger contra as versões “mais antigas” do coronavírus. As novas linhagens, porém, trazem mutações genéticas importantes, que podem interferir na efetividade das doses. “Nós temos dados que mostram essa queda de proteção das vacinas em relação à variante Delta, por exemplo”, diz Croda. A boa notícia é que, embora tenha ocorrido um certo prejuízo no desempenho, os imunizantes continuam a funcionar relativamente bem e garantem uma proteção, especialmente contra as formas mais graves da covid-19. 4. O tipo de vacina utilizada Nos primeiros meses de campanha, justamente o período em que os mais velhos tomaram as doses, a CoronaVac era o principal imunizante à disposição no Brasil. Desenvolvido e fabrica-
do pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, em São Paulo, esse produto é baseado na tecnologia do vírus inativado, que é utilizada há décadas pela ciência. Em resumo, amostras do coronavírus passam por uma série de procedimentos em laboratório, que inativam o agente infeccioso e impedem que ele se replique no nosso organismo. Mesmo assim, aquele material pode ser reconhecido pelo sistema imune, que gera um contra-ataque caso o vírus de verdade resolva aparecer pelo pedaço. Mas há um problema nessa história: idosos costumam responder menos às vacinas de vírus inativado. “A CoronaVac foi muito importante por ser a primeira a chegar e ajudou a diminuir o número de pessoas hospitalizadas e mortas por covid-19”, destaca o imunologista Jorge Kalil Filho, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Quando utilizada em duas doses em indivíduos idosos ou com a imunidade comprometida, porém, ela não desencadeou uma resposta suficientemente elevada”, completa o especialista, que também faz pesquisas no Instituto do Coração (InCor), na capital paulista. Evidências anteriores já mostravam que idosos costumam responder menos às vacinas de vírus inativado, como a CoronaVac Alguns trabalhos já demonstraram essa menor taxa de eficácia da CoronaVac em pessoas de idade mais avançada. Uma das evidências mais recentes nesse sentido vem de uma pesquisa conduzida pelo imunologista Manoel Barral-Netto, da FioCruz Bahia. O cientista avaliou dados de mais de 75,9 milhões de brasileiros que tomaram a CoronaVac ou a vacina de AstraZeneca/FioCruz entre 18 de janeiro e 24 de julho de 2021.
SETEMBRO / 2021
Comprei um Porsche Um rapaz de 16 anos chega em casa com um Porsche e os pais gritam: - Onde conseguiu isto? Ele calmamente responde: - Acabei de comprar. - Com que dinheiro? perguntam. Sabemos quanto custa um Porsche! - Bem, ele disse, este custou 15 dólares. E os pais esbravejaram ainda mais: - Quem venderia um carro destes por 15 dólares??? - A senhora logo acima na rua. Não sei seu nome, recém mudou-se para cá. Ela me viu passando de bicicleta e perguntou se queria comprar o Porsche por 15 dólares. - Santo Deus! gemeu a mãe, deve abusar de crianças. Quem sabe o que fará depois? John, vá lá imediatamente, para ver o que está acontecendo. O pai foi até à casa da senhora e ela calmamente planta va petúnias no jardim. Ele se apresentou como pai do rapaz a quem ela vendeu o Porsche e perguntou por que ela havia feito aquilo. - Bem, disse ela, esta manhã meu marido ligou. Pensei que estivesse viajando a serviço, mas ele fugiu para o Havaí com a secretária e não pretende voltar. Pediu que vendesse o Porsche e lhe enviasse o dinheiro, então eu vendi. O velho diabético No meio de uma viagem, a aeromoça pergunta a um passageiro da 1ª classe: O senhor aceita um docinho?Muito obrigado, eu sou diabético. Que tal um suco de laranja? Não, laranja tem açúcar e eu sou diabético. Depois de ter oferecido tudo e ele nada aceitar ela avacalha: E o que o senhor acha de uma pinga? Ele, sacando que ela estava curtindo com sua cara, respondeu: “Não, pinga vem da cana, cana tem açúcar e eu sou diabético.” Sendo assim, de que forma eu poderia atendê-lo para o senhor sair satisfeito de nosso vôo? Ele se ergue e fala no ouvido dela: Eu quero te pegar de jeito . Ela, com a maior cara de espanto, responde: “Mas o senhor é um velho muito atrevido, safado, vou contar ao comandante e ele tomará uma atitude!” Ela foi na cabine de comando e reclamou: Comandante, aquele senhor da poltrona 2 disse que quer me pegar ! E eu fui gentil com ele, ofereci-lhe tudo que havia para comer. E agora, o que faremos com aquele sem vergonha? Bom, eu sugiro que você volte lá e fiquei com ele afinal ele é o presidente desta companhia, é genioso e nosso emprego está em suas mãos, ou, melhor dizendo, no seu rabo. E tanto o comandante como o co-piloto gritaram: “Confiamos em você!” Ela voltou cabisbaixa e disse para o velho: Senhor, vamos lá pro fundo do avião que eu lhe darei o que me pediu. E ele respondeu-lhe: Agora eu não quero mais. Como? Eu faço questão de dar... Agora é tarde. Você fez cú doce e eu sou diabético. Só por 3 vezes O casal de idosos, tomado pela rotina e falta de assunto, decidiu fazer confidências sobre traições.- Fala, minha véia, pode ser sincera, já estamos velhinhos… Você já me traiu nesses 60 anos de casados?- Tudo bem – respondeu a velha esposa – Eu vou te confessar… Eu já te traí… Mas foram só três vezes… E, todas elas, foi por amor a você!- Por amor… – duvida o velho – Até parece…- É verdade, véio… Lembra que você estava insatisfeito com o seu salário de secretário, em 1957?- Sim, me lembro…- Pois então… Certo dia eu fui falar com o seu patrão, ele aceitou te promover, mas eu tive que transar com ele!- É, até que eu ganhei uma boa promoção…- Pois então… Eu fiz isso para o seu bem! E quando você estava muito doente e tinha que ser operado com urgência, mas havia uma longa fila de espera? Você se lembra?- Sim, me lembro…- Eu fui lá falar com o médico e ele aceitou te passar na frente… Mas eu tive que transar com ele…O velhinho ficou um pouco decepcionado, mas aceitou.- E a terceira vez? – perguntou ele.- Você se lembra quando foi candidato a deputado estadual?- Lembro! Graças a Deus eu me elegi! – orgulhou-se ele.- Não só a Deus! – replicou a velha esposa – Você se lembra que precisava de três mil votos pra se eleger?
Folha do Batel | PÁGINA 15
PÁGINA 16
Folha do Batel
SETEMBRO / 2021