BIOÉTICA NO USO DAS CÉLULAS TRONCAS EMBRIONÁRIAS, SEUS ASPECTOS HISTÓRICOS E ANÁLISE TEOLÓGICOS- POR: CÉLIO BISPO DE SOUZA.
BIOÉTICA NO USO DAS CÉLULAS TRONCAS EMBRIONÁRIAS, SEUS ASPECTOS HISTÓRICOS E ANÁLISE TEOLÓGICOS.
¹ CÉLIO BISPO DE SOUZA
RESUMO
Introdução: Bioética é a ética da vida. Seu tema esta relacionada com o uso das células tronco embrionárias, suicídios, aborto, eutanásia, clonagem, sustentabilidade, medicina humanitária etc, sendo que sua área é interdisciplinar, onde teólogos são os primeiros a participar das discussões de fórum em bioética, através de seu saber religioso e epistemológico, tanto na teologia prática pública, como confessionais. Sua meta é proteger, e garantir a dignidade humana. Justificativa: Justifica-se a escolha deste tema sob o entendimento que a bioética e a teologia estão ligadas, pois apresenta o ser humano na esfera comum, uma vez que a teologia é de suma importância na área humana, e como ciência contribui para a humanização do conhecimento e tecnológico biomédico. OBJETIVO: Analisar bioeticamente o tema de células tronco embrionárias opinando de forma teológica e confessional a respeito da terapia celular quanto a seus aspectos históricos, analisando se é permitido esse tipo de terapia pela escritura sagrada do cristianismo. Metodologia: Dessa forma, esse trabalho caracteriza: Pesquisar bioética no uso das células troncas embrionárias, seus aspectos histórico e análise teológicos através de referência bibliográfica; É uma pesquisa descritiva; Trata-se de uma análise referencial, ou qualitativo; É uma pesquisa bibliográfica. Conclusão: Dessa forma à bioética e a teologia vem caminhando em conseguir a qualidade, dignidade e proteção à vida, de forma que a sociedade seja privilegiada ou equilibrada, através do conhecimento de ambas, de tal forma que a ciência construa uma sociedade igualitária e autonomia, responsabilidade com equidade, voltada para a preservação da vida humana desde a fase intrauterina à adulta.
Palavra chaves: Bioética, Teologia, tecnologia biomédica, humanização, células tronco embrionárias.
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BIOETHICS IN THE USE OF EMBRYONIC CELLS TRUNKS, ITS HISTORICAL ASPECTS AND ANALYSIS THEOLOGICAL
ABSTRACT
INTRODUCTION: Bioethics is the ethics of life. Its theme is related to the use of embryonic stem cells, suicide, abortion, euthanasia, cloning, sustainability, humanitarian medicine etc, and its area is interdisciplinary, where theologians are the first to participate in forum discussions on bioethics, through its religious knowledge and epistemological, both in public practice theology as faith. Your goal is to protect and ensure human dignity. JUSTIFICATION: It is justified to choose this theme with the understanding that bioethics and theology are linked, because the human being has in common sphere, since theology is of paramount importance in the human area, and how science contributes to the humanization of biomedical and technological knowledge. OBJECTIVE: To analyze bioethically the topic of embryonic stem opining so theological and confessional about cell therapy as its historical and allowed this type of therapy for the sacred scripture of Christianity. METHODOLOGY: Therefore, this work features: Search bioethics in the use of embryonic cells trunks, historical aspects and theological analysis through bibliographic reference, is a descriptive, this is a reference analysis, or qualitative, is a literature search. CONCLUSION: Thus bioethics and theology comes walking in to get a quality, dignity and protection of life, so that the company is privileged or balanced by knowledge of both, so that science build an egalitarian society with autonomy accountability and equity in relation to the preservation human life from the intrauterine stage adult.
Key Word: Bioethics, theology, biomedical technology, humanization, embryonic stem cells.
_______________________________________ ¹ É médico veterinário militar (Crmv- 1944/MT) e teólogo. Especialista em clínica médica veterinária e doenças infecciosas transmitidas de animais aos homens. Especialista em Antigo Testamento. Especialista em docência no ensino superior- Mestre em teologia prática – bioética pela FTML. Atualmente é mestrando em teologia pela faculdade batista do Paraná- FTBP. É professor de teologia do antigo testamento na faculdade cantares de Salomão- FEICS é diretor executivo da faculdade teológica de ciências humanas e biomédica do Mercosul- FATHUBIOM
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CÉLULAS-TRONCO
1.0 INTRODUÇÃO
Atualmente as manchetes têm publicado notícias sobre terapia celular, destinadas a salvar vidas, que é realizado nos laboratórios de pesquisas biomédicas. Essas pesquisas são destinadas aos estudos das células- tronco e do seu potencial na regeneração de tecidos e de órgãos irremediavelmente lesados por doenças adquiridas ou congenitamente malformados. Furtado (2005), relata a evolução das pesquisas biomédicas, que em 1981
pesquisadores
descrevem
métodos
para
crescerem
células–tronco
embrionárias de camundongos em laboratório. Em 1998, pela primeira vez, pesquisadores isolaram estas células de embriões humanos e conseguiram crescer em laboratório. James Thomsom isolou célula dos blastocistos e desenvolveu a primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas. John Gearthart relata que a primeira derivação de células-tronco germinativas humanas, isoladas de uma população de tecido gonadal fetal (células germinativas primordiais) destinadas a tornarem-se óvulos ou espermatozoides. Para Gomes (2007) com o desenvolvimento da biotecnologia, descobriuse a capacidade de transformação das células-tronco adultas e posteriormente das embrionárias, podendo estas ser utilizadas para a regeneração de órgãos e tecidos lesados. Como a maior capacidade de diferenciação das células-tronco é encontrada nas células-tronco oriundas de embriões, as possibilidades de utilizar esses
embriões
excedentes
criopreservados
em
laboratórios,
geraram
questionamentos de ordem ética, moral, e religiosa no mundo todo. Com o avanço das pesquisas e a verificação de doenças, que atingem milhões de pessoas no mundo que possivelmente poderão ser curadas, tem-se
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utilizado a terapia celular, com células-tronco embrionárias. Vários países já autorizaram a sua utilização criando leis para essa permissão. Muitos dizem que o século XXI será o século da terapia celular (Durant, 2008). Dessa forma Viera (2005) cita os principais interesses no uso das célulastronco: a)
Biologia básica do desenvolvimento: compreensão do desenvolvimento
humano normal e anormal b)
Estudo das doenças humanas em modelos animais: células-tronco de ratos
poderiam incorporar genes humanos mutados (erros genético) de doenças em particular. c)
Cultura de linguagens celulares especialistas: Poderiam ser utilizadas para
estudos de farmacologia e testes toxicologia, por exemplo, pela verificação,
de
como a população de células especificas diferenciadas respondem a novo produto medicinais. d)
Terapia gênica: as células-tronco poderiam ser usadas como vetores para
entrega de genes. Uma aplicação prática em estudos clínicos é o uso das células tronco hematopoiéticas modificadas geneticamente para torná-la resistente ao HIV . e)
Produções de linhagem celulares específicos para transplante: esta é
aplicação terapêutica mais promissora das células- tronco. O objetivo maior é dirigir a diferenciação das células- tronco pluripotentes para a produção de populações puras e saudáveis de tipo celulares a serem usada para repor tecidos doentes ou injuriados, por exemplo, células do músculo cardíaco, células pancreáticas para produção de insulina, células hepáticas, células neurais, e mesmo células para tratamento de algumas formas de câncer; este é o caminho para a medicina. Desta forma este trabalho consiste em conhecer o emprego das células tronco embrionárias, questionando seus aspectos, ético, religioso e/ou teológico e jurídico. Para saber o ponto limiar e sua epistemologia científica, como também seu limite de descoberta que pode realmente benéficas ou não á sociedade, deve ser levado em conta à religiosidade pluralista e jurídica das nações envolvida na pesquisa.
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CRUZ (2011) cita que outra relevância é a religiosidade e o cientificismo. Juntos
sustentam
ideologia
adversativas.
Dessa
forma
como
analisar
o
comportamento delas, diante da descoberta biomédica e da aprovação de legislação do uso das células troncos embrionárias. Por isso bioeticamente é questionado até que ponto a legislação está correta em defender a preservação da vida. O questionamento é: Será que para curar certas patologias é necessário letar a vida intra-uterina? Há outros meios de terapia curativa e regenerativa sem que haja necessidade de usar o embrião de 3 ( três) á 5 (cinco) dias de vida?. A legislação a favor do uso de células tronco embrionárias está de acordo com o uso bioético da vida, ou está equivocado? Quem esta com a razão: A bioética, A religiosidade, a legislação, ou o cientificismo das células tronco- embrionárias? Do ponto de vista teológico, há concordância com o uso dessa terapia? Teologicamente é correto usar células tranco embrionária pelo método de reprodução assistida? Esse é o método mais eficaz, pois não afeta a moralidade da reprodução natural, mas sim artificial. Assim sendo, questionar o uso de terapia celular é um caso de grande importância em bioética. Como explica os profissionais das áreas de interesse comum á bioética (saúde, teologia, direito, antropologia, filosofia, ciência da religião, medicina, enfermagem, biomedicina e outras) e de como a sociedade deve comportar diante da ética da vida, sem trazer prejuízo á raça humana, incluindo seus valores culturais, morais, religiosos, político e social (Cunha, 2002). Por outro lado o que significa refletir em bioética numa perspectiva teológica, no período que a pós-modernidade se auto-gloria como geração do conhecimento? Analisando esse fato, observa que teologia e bioética estão intimamente unidas em estudo científico comum, a humanidade, isto é o antropo. Dessa forma, um sistema de estudo na origem da bioética percebe que sempre esteve intimamente ligada à teologia de tradição cristã. A maioria dos autores e das obras iniciais em bioética é originária da área teológica. Para Barchifontaine & Pessini (Org, 2005) isso teve início no II congresso mundial de bioética em 1994 na argentina, que dentre os participantes foram profissionais da área médica voltado para ética e medicina legal, advogados, filósofos, especialista em ciências biológicas e teólogos especialistas em ética teológica, e entre outros. Os teólogos da moral sempre marcaram presença significativa nos comitês e fóruns de discussão. O processo de consolidação da bioética é um saber independente, e com estatuto epistemológico próprio, obrigou os
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teólogos a explicitar o papel e a contribuição específica da teologia na discussão dos desafios enfrentados pela bioética. Junges (2005) e Zabatiero (2011) concordam que a maior parte dos teólogos, num fórum plural e público, defende simplesmente posições confessionais da sua Igreja de uma maneira dogmática ou reflete racionalmente a partir da fé com abertura, tentando construir uma antropologia consistente que fundamente um determinado posicionamento. Porém refletindo sobre o lugar e o papel da teologia na universidade (teologia publica), distingue entre fazer teologia para o interior da Igreja, que é confessional (Teologia eclesiástica) e fazer teologia para o espaço público da universidade e da sociedade, que é plural (Teologia pública). A primeira está centrada na comunhão eclesial, visando principalmente à confirmação dos membros na sua fé e a formação de quadros para a Igreja. A segunda está preocupada com o anúncio do Reino de Deus no mundo, apontando para uma presença relevante e pertinente da fé cristã no espaço público de uma sociedade já pós-cristã. A Teologia pública objetiva, por um lado, deixar-se desafiar em sua tradição de fé pelos questionamentos atuais com honestidade e abertura de mente e, por outro, desafiar com coragem e pertinência a mentalidade hodierna a partir do Evangelho. Essas duas faces da teologia são necessárias e complementares. Uma não pode querer ocupar o lugar da outra, pois respondem a diferentes especificidades que devem ser mantidas num ambiente cultural, não mais de cristandade. Analisando com Junges (2005), tem se que a igreja é uma figura histórica do Reino de Deus, anunciado por Jesus de Nazaré. Por isso o Reino de Deus abre um horizonte mais amplo de esperança e de futuro para a humanidade. Reduzir o Reino de Deus de forma estática no sentido da propagação do evangelho significa dificultar abertura e o acesso à novidade teológica, como também não transmitir mensagem de salvação à humanidade. Nesse sentido a teologia não pode reduzirse a sua “função eclesial”; deverá assumir, também, uma “função no Reino de Deus” neste mundo. Nessa função a teologia como ciência humana poderá investir nas esferas da vida política, cultural, econômica, científica e ecológica da sociedade. A Teologia pública participa da sociedade numa perspectiva profética e crítica, pois vê as realidades na prospectiva do Reino de Deus que virá. Assumindo essa posição crítica, ela deve estar disposta a sofrer, também, a crítica pública. Trata-se de uma
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linguagem pública acessível ao conjunto da coletividade social sem perder a integridade da mensagem cristã, daí a importância da teologia pública nos questionamento da bioética com relação à terapia de células tronco embrionárias. Por outro lado, a religião segundo Rosa (1992) sempre esteve ligado ao assunto social, político, econômico de uma comunidade, interagindo de forma madura nas decisões humanas. Pois a religião é aponte que liga o homem a Deus, apesar de que o fenômeno religioso baseado na fé, também apresenta caráter de ciência quando apresente característica de pesquisa qualitativa, descritiva com metodologia que convence nas discussões do fórum de bioética. Por isso a religião tem sua participação fundamental quando se trata de assunto humanitário com relação a novas tecnologias biomédicas.
2. A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA PRÁTICA NOS ASSUNTOS BIOÉTICO DA PÓS- MODERNIDADE.
A sociedade pós-moderna é uma sociedade de informação, de tecnologia, de velocidade e globalização. Atualmente os meios de comunicações são tão velozes, que a noticia é quase instantânea em toda parte do globo terrestre. Mas o que caracteriza a humanidade na pós- modernidade? Pode citar exemplo: A valorização do humanismo, isto é, o homem pós-moderno vive a seu bel prazer (prostituições, drogas, violência de vários tipos, bebedices, fornicação, adultério, casamento sem compromisso etc..). As pessoas não têm limites, e o respeito pelo próximo não existe. Por outro lado, a pós-modernidade é caracterizada pelos conflitos como aumento da incidência de divórcio, aumento do homicídio, suicídio, abandono (mãe que abandona o filho na lagoa, na lata de lixo, em aeroporto) tudo isso resume a falta de amor, respeito, proteção e dignidade pela vida (Brustolin, 2010). De acordo com Cunha (2002) a organização mundial de saúde (OMS), define saúde como o bem-estar físico, mental, social e não meramente a ausência
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de doenças. Nesse contexto, a sociedade atual esta doente, através dos fatos sociais descritos acima. Além disso, os congressos de saúde no Brasil têm relatado que a falta de equilíbrio espiritual e corporal, levam ao aparecimento de patologias que cujas etiologias são as emoções negativas (ausência de espiritualidade) onde os caos sociais, depressão (falta da serotonina), problemas familiar, ódio, raiva, inveja, tristeza, etc, levam queda da imunidade e do desequilíbrio fisiológico do organismo. Isso causa o surgimento respectivamente de patologia infecciosa oportunista e patologia como alterações cardíacas e algumas vezes até transtornos mentais de origem social. Mas o que é bioética? Baechifontaine e Pesseni (2005) realta que pode dizer que essa palavra surgiu na década de 60, com finalidade de resgatar a moral, a ética, a proteção, a dignidade e valorizar a vida. Pois são inúmeras causas que resulta em decadência moral do homem. Como molde desse gênero cita: uma pessoa viciada em drogas de entorpecente, ou viciada em álcool, isso faz com que as pessoas perdem sua moral, seu valor e seu respeito. Para Durant (2008) bioética é ética da vida, sendo o estudo interdisciplinar do conjunto das condições exigidas por uma administração responsável da vida humana (ou da pessoa humana), tendo em vista os progressos rápidos e complexos do saber das tecnologias biomédicas. Por outro lado, a autonomia que a liberdade humana oferece, é uma liberdade sem limites, e sem regras. Por isso a igreja como construtor do conhecimento científico religioso, da moral, da ética e da espiritualidade, faz com que a igreja torna-se um apologético do ensinamento bioético. Dessa forma cito também um conceito de Bioética, como sendo a ciência que estuda a ética da vida, que é relativa aos problemas colocados pelo progresso das tecnologias e avanços das ciências biomédicas como eutanásia, obstinação terapêutica, engenharia genética, aborto, proteção a dignidade a vida, eutanásia fetal, clonagem, células troncos embrionárias, bebê de provetas, inseminação artificial, reprodução assistida, doação de órgão, saúde ambiental e ecologia, tortura, pesquisas farmacológicas, transexualidade, políticas de saúde, sociologia biomédicas, banco de espermas, embriões congelados, suicídios e outros. Ao empregar o evangelho como teologia prática nas questões éticas da célula tronca embrionária será analisada com reflexão e racionalidade a situação da tecnologia médica, sendo que ao retirar um embrião em vida para estudo pode parecer um aborto. Pois para colher célula embrionária é necessário haver
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fecundação na formação do zigoto humano. Dessa forma é possível questionar sobre o aborto, seja na forma de vida intra-uterina ou in vítreo, pois o conhecimento da palavra de Deus em seu decálogo diz “não matarás”?. Ou quando analisar uma mulher que foi violentada sexualmente e engravidou? Como fica a questão do aborto? Por isso o cristão deve estar interado do assunto bioético para aconselhar e discutir o relevante tema. Essa prática teológica da igreja, ZABATIERO (2005), define como teologia prática, sendo que todo e qualquer serviço que, como lideres do povo de Deus, deve realizar para a gloria de Deus, a expansão do reino, o crescimento da igreja e a edificação do corpo de cristo. Logo, temas de várias áreas do campo cientificam, são de importância a teólogos e a todos os cristãos, que devem dialogar com os seguintes temas bioéticos: Eutanásia, obstinação terapêutica, recuperação, verdades aos doentes, direito à morte; aborto, diagnósticos pré-natal, aconselhamento genéticos, eutanásia fetal; esterilização dos deficientes, eugenismo, experimentação sobre o ser humano, ainda embrião; inseminação artificial, fecundação artificial, banco de esperma, bebê de proveta; suicídios, estímulo ao suicídio; doação do coração, rim etc.; transexualidade; concessão de verbas limitadas; políticas da saúde; a contracepção; o crescimento demográfico e seu controle; a pesquisa e o desenvolvimento dos armamentos biológicos e químicos; a guerra.;a tortura; a pena de morte; poluição ( Baechifontaine e Pesseni 2005). Apesar da bioética como ciência, não ter ideologia e sem interesse religioso, encontra-se na teologia prática uma forma de ajudar a humanizar todos os temas bioéticos, de forma que venha valorizar a vida e o bem-estar da humanidade, pois a ciência teológica com base às sagradas escrituras, contém orientação ética e moral para reger o comportamento humano. A bíblia sagrada tem se registrado o seguinte “O que adianta o homem falar as línguas dos anjos, mas se não tiver amor nada adianta”. I Co 13:1-4. Bento (2011) concorda em citar o código de Nuremberg (Código internacional de regulamento em pesquisa em seres humano) e a declaração dos direitos humanos da organização das nações unidas (ONU) em seu art. 1º fica estabelecido “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade. São todos de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. É isso que a teologia prática ensina defender a vida, dando a ela a
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autonomia, a equidade e o direito de sobreviver sem que a ciência interfira na vida, julgando qual embrião deve viver ou morrer.
3. CÉLULAS–TRONCO: CONCEITOS
Entende-se por conceito células-tronco (Alison 2009, Evans& Kaufn 1981) ao considerar que todos nós fomos uma célula única, resultante da união de um espermatozóide e de um óvulo. Esta primeira célula já tem no seu núcleo a molécula de DNA (acido desoxirribonucléico) com todas as informações genéticas para gerar um novo ser. Logo após a fusão dos espermatozóides e do óvulo, a célula resultante começa a se dividir: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante. Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver em qualquer tecido do ser humano, essas células são chamadas de totipotentes. São células – tronco totipotentes ou embrionárias significando que cada uma delas tem a capacidade de se diferenciar em qualquer tecido ou um dos 216 tecidos (inclusive a placenta e os anexos embrionários) que formam o organismo humano. Após 72 horas em que ocorreu a fecundação, as divisões celulares sucessivas dão origem a um aglomerado de cerca de 100 células (embrião), denominada blastocistos. Nessa fase ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina. As células internas dos blastocistos vão originar as centenas de tecidos que compõem o organismo humano- estas células são chamadas células embrionárias pluripotentes. Estas células somáticas, ainda iguais, à partir de um determinado momento, passam a diferenciar-se nos vários tecidos que vão compor o organismo: sangue, fígado, coração, osso, cérebro, etc., (Souza & Elias, 2005). Gomes (2005) relata que o zigoto atinge a fase com 16 células no 3º dia de desenvolvimento, formado a mórula. A organização dos blastômeros dentro da mórula já apresenta duas populações celulares, sendo que nas mais externas, as células irão originar a parte embrionária da placenta; a massa celular interna (ICM. Inner cel mass), será a precursora das células–tronco pluripotentes, cuja progênie formará o embrião propriamente dito, o saco vitelínico, o alantóides e o saco
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amniótico, sendo denominado também de embrioblasto. Durante o quarto dia do desenvolvimento, no percurso da tuba uterina, a mórula transforma-se em blastocistos. A implantação do blastocisto ao endométrio do útero se inicia normalmente no 6º dia após a fertilização estando encerrado no fim da segunda semana após a fertilização. Dessa forma, células-tronco segundo Souza & Elias (2005), é um tipo especial de células que tem a capacidade singular de gerar outras células- tronco ou gerar um tipo de células especializadas. Dessa forma Furtado (2005) conceitua células- tronco da seguinte maneira: a) Células–tronco prototípicas: é o óvulo fertilizado (zigoto) b) Células- tronco: é um tipo especial de células que tem a capacidade única de renovar-se a si própria e a dar origem a tipos celulares especializadas. c) Células- tronco: é uma capacidade do embrião, do feto ou do adulto que tem certas condições, a capacidade de se autoduplicar por longos períodos. No caso de células- tronco adulto possui a condição de autoduplicar durante toda à vida do organismo, porém sua diferenciação é limitada, isto é não consegue diferenciar em todos os tecidos do organismo. Essa é a razão pela qual célula tronco embrionária é mais estuda. Por exemplo, a célula-tronco adulta não tem a propriedade de diferenciar em células para regeneração cardíacas, enquanto a célula-tronco embrionária consegue diferenciar em todos os tecidos humanos. d) Células- troncas embrionárias e células-tronco germinativas, embora sejam ambas totipotentes, tem características diferentes e não parecem ser equivalentes. Segundo Zerbo (2001), células-tronco adultas, é uma designação errônea, pois são encontradas em tecidos maduros, no corpo de crianças e adulto. As células- tronco de adultos são mais especializadas que as embrionárias e dão origem a tipos específicos de células. São chamadas de multipotentes. Algumas pesquisas sugerem que as células-tronco adultas podem se transformar em muitos tipos mais variados de células do que se suponha antes.
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Viera (2005), cita que células- tronco, tem a capacidade para dividir por um período indefinido em cultura e dar origem a células especializadas. Já as células tronco embrionária (pluripotentes), são células primitivas (indiferenciadas) de embrião que tem potencial para se tornarem uma variedade de tipos celulares especializados. As células troncas adultas (multipotentes) são indiferenciadas, encontrada em um tecido diferenciado que pode renovar-se e diferenciar para produzir o tipo de células especializada do tecido do qual se origina. As célulastronco hematopoiéticas são células da qual se originam todas as células vermelhas (eritrócitos e brancos (leucócitos) do sangue. A diferenciação celular consiste no processo por meio do qual a célula embrionária não especializada adquire característica de células especializada, tais como as do coração, fígado e músculo. Conforme Viera (2005) às células–tronco podem ser encontrada em várias partes do organismo humano, veja a tabela: Tabela 01: Locais onde as células-tronco são encontradas: Origem Locais Embriões recém- fecundados
descrições Criados por fertilização in vitro- Aqueles que não serão utilizados no tratamento da fertilidade ou criados especificamente
Embriões recém- fecundados
para pesquisa. Criado por inserção do núcleo celular de uma célula adulta em um óvulo que teve seu núcleo removido- reposição de
Células germinativas ou órgão de fetos
núcleo celular (clonagem) ----------------------------------------------------
abordados Células sanguíneas de cordão umbilical Alguns tecidos adultos Células maduras de tecidos adultos
No momento do nascimento Exemplo; medula óssea Reprogramada para ter comportamento de células- tronco.
Fonte: Viera 2005
3.1-Propriedades das células-tronco, (Souza & Elias, 2005):
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3.1.A) Não são Especificas:
As células- tronco não são especializadas, que se renovam por longos períodos através da divisão celular. Portanto a célula-tronco ao contrário das células somáticas especifica, não são comprometidas e assim permanece até receberem sinal que indica a necessidade de se transformar em um tipo de célula específica. Isso quer dizer que outras células apenas diferenciam em células originais dos mesmos tecidos a que pertence. Exemplo; os hepatócitos somente podem gerar células do fígado. Viera (2005), cita que sinal que as células- tronco aguardam para se diferenciar são fatores internos e externos que controlam modificações na estrutura e função da célula.
3.1.B) Auto- Replicação:
A capacidade de auto- replicação das células- tronco, é a sua função de gerar cópias idênticas delas mesmas. Portanto a capacidade das células-tronco de proliferar combinada coma habilidade de tornar-se especializada, fazem dela uma “célula singular e única”.
3.2- Classificação das células- tronco (Pereira, 2008):
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3.2.1-Células–tronco Totipotentes e Embrionárias:
Para Souza & Elias (2005), a células totipotentes são células–tronco capazes de se diferenciar em qualquer tipo de tecidos do organismo humano. Correspondem as células- tronco resultante das primeiras divisões celulares que ocorre logo após a fecundação. Encontram-se nos embriões. As células-tronco totipotentes podem originar tanto um organismo totalmente funcional, como qualquer tipo celular do corpo, inclusive todo o sistema nervoso central e periférico (GAGE, 2000). Correspondem às células do embrião recém-formado e têm potencial para originar até mesmo as células do folheto extra embrionária que formará a placenta. Entretanto, estas células são efêmeras e desaparecem poucos dias após a fertilização (ROBEY, 2000).
Figura 01: Divisão mitótica do zigoto até a formação da mórula e blastocistos“Fase ideal para colher célula tronco-embrionária”.
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Fonte: conselho de informação sobre biotecnologia. As células-tronco embrionárias presente no embrião em estágio de blastocisto, que é a massa celular interna se diferenciam para formar o ectoderma primitivo, o qual, durante a gastrulação, finalmente se diferencia nos três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma). Quando removidas do seu ambiente embrionário normal e cultivadas em condição apropriada, estas células dão origem a células que se proliferam e se renovam indefinidamente (WEISSMAN, 2000; ODORICO; KAUFMAN; THOMSON, 2001). As células-tronco embrionárias são células pluripotentes dotadas de grande plasticidade, que apresentam características essenciais, como uma ilimitada capacidade de proliferação indiferenciada in vitro, além de formar os derivados dos três folhetos embrionários mesmo após um longo período em cultura (THOMSON et al., 1998). Devido à sua origem as células- tronco embrionárias, podem se distinguir de outras linhagens de células humanas pluripotentes denominadas células do carcinoma embrionário (CCE) e células germinativas embrionárias (CGE). As CCEs são linhagens de células pluripotentes derivadas de componentes de células-tronco indiferenciadas, originárias de tumores de células germinativas, que surgem de forma espontânea, encontradas ocasionalmente em malformações de ratos e humanos. Já as CGEs são derivadas de células germinativas das cristas genitais de fetos humanos ou de ratos e, assim como as duas primeiras, são capazes de formar as três camadas germinativas que compõem todos os órgãos do corpo humano,
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embora seu potencial seja mais limitado se comparado com as CTEs, pois se encontram em um estágio mais avançado de desenvolvimento (Van Inzen et al., 1996; Pera, Reubinoff, Trounson, 2000; Odorico; Kaufman; Thomson, 2001). Para serem induzidas à diferenciação in vitro, deve-se promover a agregação celular, cujo resultado será a formação de corpos embrionários contendo células indiferenciadas. Estas, na presença de substrato, formarão diversos tipos celulares, incluindo músculos esquelético e cardíaco, neurônios e células hematopoiéticas. No entanto, para se promover uma diferenciação direcionada das CTEs, faz-se necessário conhecer os mecanismos controladores da diferenciação.
3.2.2- Células-tronco Pluripotentes ou Multipotentes:
Segundo Souza & Elias (2005), células- tronco pluripotentes são as células–tronco que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, exceto a placenta e os anexos embrionários. Como as anteriores, encontram-se apenas nos embriões. Para Souza et . al (2003), Estas células têm sido utilizadas na criação de animais transgênicos e possuem uma grande variedade de aplicações clínicas e comerciais. Apesar de existirem em menor número, as células-tronco pluripotentes estão presentes, também, em indivíduos adultos. Se oriundas da medula óssea, por exemplo, podem originar células de sangue, ossos, cartilagem, músculos, pele e tecido conjuntivo. Já as células tronco multipotentes, Souza et. al (2003), As células-tronco multipotentes são um pouco mais diferenciadas, presentes no indivíduo adulto, com capacidade de originar apenas um limitado número de tipos teciduais. Estascélulas são designadas de acordo com o órgão de que derivam e podem originar apenas células daquele órgão, possibilitando a regeneração tecidual. Entretanto, com o avanço das pesquisas, a existência desta categoria de células-tronco tem sido cada
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vez mais questionada, visto que células antes consideradas multipotentes, a exemplo das células-tronco neurais, têm se revelado como pluripotentes. Quanto à origem, as células-tronco podem ser divididas em células-tronco embrionárias derivadas da massa celular interna de um blastocisto (embrião prematuro), e células germinativas embrionárias (CGE), obtidas do tecido fetal em um estágio mais avançado de desenvolvimento (da espinha gônadal).
3.2.3 – Células- tronco Oligopotente:
São células capazes de diferenciar-se em pouco tecidos. São encontrados em diversos tecidos, como no trato intestinal (Pereira, 2008).
3.2.4- Células-tronco Unipotentes: São as células- tronco que apenas conseguem diferenciar-se em um único tecido, ou seja, o tecido a que pertencem. Em linhas gerais, podemos dizer que, quanto mais primitiva na linha de desenvolvimento embrionário, maior é o potencial de diferenciação de uma célula-tronco. As células-tronco funcionam como verdadeiros curingas no organismo, porque teriam a função de ajudar no reparo de uma lesão em qualquer tecido. As células-tronco das medulas espinhais especialmente possuem uma função importante: regenerar o sangue, porque as células sanguíneas se renovam constantemente.
3.2.5 Células- tronco Hematopoiéticas:
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Células-tronco hematopoiéticas As primeiras células-tronco adultas identificadas com caráter de pluripotêncialidade foram às do sistema hematopoiético (Liang & Bickenbach, 2002), que derivam de uma única célula-mãe, totipotente, denominada célula- tronco hematopoiético, de modo que todas possuem uma origem comum. Essas células-tronco têm como característica principal a capacidade de auto-renovação e a pluripotencialidade. Após estímulo apropriado, originam um compartimento de células já comprometidas com uma determinada linhagem hematológica: as células formadoras de colônias (CFC), que são reconhecidas morfologicamente como as precursoras imediatas das diversas células maduras presentes no sangue periférico (Silveira, 2000). Nos últimos anos, a utilização de células-tronco do sangue periférico, no transplante de células hematopoiéticas em substituição ao transplante de medula óssea, tem se tornado cada vez mais comum. Estas células-tronco hematopoiéticas estão presentes em número restrito na circulação periférica, sendo representadas por toda subpopulação de células CD34+, obtidas após administração de fatores estimuladores de colônia (Gallacher et al., 2000; Cutler & Antin, 2001).
3.2.6-Células-tronco Neurais:
Durante muito tempo, acreditou-se que o sistema nervoso central adulto era incapaz de sofrer renovação celular e remodelação estrutural. Pesquisas recentes demonstraram que, mesmo após o nascimento e em indivíduos adultos, a neurogênese ocorre em diferentes regiões cerebrais, e estas regiões possuem células-tronco adultas. As células epêndimas e os astrócitos, residentes na zona subventricular adjacente, têm sido apontadas como fonte de células-tronco neurais adultas multipotentes (Gritti; Vescovi; Galli, 2002). Estas células são estimuladas a proliferar em resposta a fatores mitogênicos, como fator de crescimento de fibroblasto 2 (FGF-2), fator de crescimento epidérmico (EGF), e têm a capacidade de originar neurônios, astrócitos, oligodendrócitos e uma variedade de células
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sangüíneas (Bjornson et al., 1999; Pagano et al., 2000; Gage, 2000; Villa et al., 2001). Muito se tem estudado acerca da pluripotencialidade das células-tronco neurais adultas. Clarke e colaboradores (2000) verificaram que estas células, quando implantadas em blastocistos de rato, participam da formação de diferentes tecidos e órgãos oriundos dos três folhetos embrionários, pois as células derivadas apresentaram marcadores específicos dos tecidos aos quais foram incorporadas, como, por exemplo, destina no tecido cardíaco, citoqueratina 20 no epitélio intestinal e albumina no fígado. Este experimento demonstrou o perfil pluripotente da célulatronco neural adulta e sua ampla capacidade de desenvolvimento, podendo, potencialmente, ser utilizado para gerar uma variedade de tipos celulares para transplantes em diferentes doenças, como o mal de Parkinson, o mal de Alzheimer e a esclerose múltipla.
3.3-Células-tronco totipotente ou embrionária:
O texto de Souza & Elias (2005), relata que uma criança é formada a partir da união de uma célula reprodutora da mãe (o óvulo) e uma célula reprodutora do pai (o espermatozóide). Quando o espermatozóide se une ao óvulo forma-se a célula inicial de um novo ser. Esta célula se divide muitas vezes, originando outras células que, por fim, formam o embrião, cujo desenvolvimento dará origem ao feto. As células reprodutoras são formadas em órgãos especiais: os ovários, na mulher, e os testículos no homem. Para (Alison, 2009) estas células reprodutoras, ao contrário das demais células do organismo, têm 23 cromossomos diferentes (um de cada par). Após a união do óvulo com o espermatozóide, a célula formada terá 46 cromossomos. Um óvulo (a célula reprodutora feminina) ao ser penetrado pelo espermatozóide (a célula reprodutora masculina) gera a célula denominada ovo ou zigoto. Esse processo é denominado fecundação. Na atualidade, a fecundação pode ser produzida em laboratório e o zigoto obtido pode ser implantado em um útero com a finalidade de desenvolver a gravidez
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ou pode, simplesmente, ser congelado para uma eventual gravidez futura. Numerosos embriões obtidos em laboratórios são utilizados em pesquisas com o consentimento do casal doador Carlson (1994). O zigoto fertilizado constitui as primeiras células- tronco totipotentes, ou seja, uma célula com capacidade de formar qualquer célula existente no ser completamente formado e desenvolvido. Essas células- tronco inicial se divide em duas, que se dividem em quatro, que se dividem em oito e assim sucessivamente até formar um conjunto de células que constitui o blastocisto. As células dos blastocistos são as células-tronco embrionárias pluripotentes. Uma célula-tronco pluripotentes, tem a capacidade de desenvolver-se em qualquer tipo celular necessário ao desenvolvimento do feto, mas não pode desenvolver célula própria. Da gravidez como a placenta, por exemplo, (Hib & Robertis, 2006). A célula é a unidade básica da vida. No organismo humano os órgãos são agregados de tecidos que, por sua vez, são agregados de células capazes de desempenhar as mesmas funções. Theodor Schwan, em 1839, na Alemanha afirmou que todos os seres vivos são formados por células. O estudo da reprodução celular em culturas de laboratório, permitem diversas descobertas, como por exemplo, o conhecimento do comportamento de tecidos normais ou malignos, a possibilidade de aperfeiçoamento genético de vegetais e o desenvolvimento de várias formas de tratamento dirigidas à infertilidade. Souza & Elias (2005), relatam que as pesquisas realizadas com célulastronco, também denominadas células-mãe, pela sua capacidade de originar novas células,
permitiram explorar uma
via
terapêutica
alternativa,
baseada
na
recomposição de tecidos ou órgãos danificados por trauma ou por qualquer outro tipo de injúria, seja de natureza química, física, metabólica, infecciosa ou funcional. A reconstrução anatômica (histológica) e funcional de determinados órgãos já é uma realidade, no caso da medula óssea e constitui uma grande promessa, no caso do miocárdio e de outros órgãos e tecidos nobres, a partir do emprego de colônias de células tronco. Os estudos desenvolvidos a partir das células-tronco representam um grande avanço do conhecimento relacionado ao modo pelo qual um organismo complexo se desenvolve a partir de uma única célula. Representam também um enorme progresso na observação de que células sadias substituem células danificadas nos organismos adultos.
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Esta promissora área da ciência também levou os cientistas a investigar o potencial de novas terapias baseadas em células (ou em reposição celular) para tratar determinadas doenças. Esta metodologia é freqüentemente denominada medicina regenerativa ou reparativa e constitui um novo e promissor campo de investigação científica. É simplesmente fascinante a idéia de que em um futuro próximo poderá ser possível regenerar uma área do coração que torna- se uma cicatriz fibrosa, como conseqüência de um infarto do miocárdio, mediante a injeção de células tronco na região afetada. As células-tronco constituem uma das áreas mais fascinantes da biologia moderna. Entretanto, à semelhança de outras áreas em rápida expansão, as pesquisas com as células-tronco suscitam questões de natureza as mais variadas, para as quais ainda não há respostas satisfatórias. Os resultados das experiências com clonagem animal e o sucesso obtido com os transplantes de células da medula óssea no tratamento de diversas doenças hematológicas, evidenciaram a importância das células embrionárias e de células que mantém a capacidade de se diferenciar e produzir tipos celulares variados, conforme a natureza do estímulo para a reprodução e as necessidades do organismo. Essas células, de um modo genérico, são chamadas de células-tronco (Hib & Robertis, 2006).
Figura 02- Células embrionárias pluripotentes originando seus tecidos
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Fonte: conselho de informação sobre biotecnologia Há uma grande discussão a nível mundial, sobre o emprego de célulastronco obtidas de embriões não utilizados nas clínicas de fertilização e que seriam destruídos. Os opositores argumentam com os riscos de criar-se um mercado paralelo de óvulos ou a destruição de embriões humanos. Esses argumentos não se justificam, uma vez que as células seriam obtidas mediante a transferência do núcleo ou pelo emprego de embriões descartados e, portanto, sem a nidação ou seja, a implantação em um útero humano. Todo o procedimento é laboratorial e seu potencial terapêutico mais do que justificaria a realização do procedimento. A comunidade científica, certamente, deverá demonstrar a comparação entre os riscos e os benefícios do procedimento que, como todo procedimento inovador, gera muita discussão e controvérsias (Pereira, 2008). Pesquisadores coreanos já demonstraram a possibilidade de obter-se células-tronco pluripotentes a partir da técnica de clonagem terapêutica ou transferência de núcleos, com a colaboração de dezesseis mulheres voluntárias que doaram cerca de 240 óvulos e células "cumulus" (que habitam a redondeza dos óvulos). Nos dias atuais, a clonagem terapêutica constitui mais uma esperança ou um projeto do que, propriamente uma realidade. A técnica enfrenta severo criticismo de segmentos da sociedade, de órgãos governamentais e de lideranças religiosas. Sob o ponto de vista terapêutico, a clonagem e o emprego das células-tronco constituem um gigantesco avanço que pode caracterizar o desenvolvimento da ciência no século XXI. ( Evans; Kaufman, 1981).
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A ciência não busca a clonagem de seres humanos ou a criação de "supermercados" contêm mais diversos órgãos nas suas prateleiras. Os cientistas contemporâneos buscam métodos capazes de curar doenças fatais e para as quais a medicina convencional ainda não encontrou os caminhos da cura ou da prevenção. O caminho a percorrer ainda é longo e tortuoso. Contudo, os primeiros passos já foram dados. A medicina veterinária, que é menos vulnerável às considerações legais, éticas e religiosas, já obteve progressos enormes no emprego terapêutico das células-tronco. O trabalho laboratorial bem conduzido, na dependência do tempo disponível pode, inclusive, gerar órgãos completos e absolutamente compatíveis com o receptor a que se destina, eliminando a necessidade do emprego de métodos de qualquer natureza para o controle da rejeição. Este é o papel que a ciência e a sociedade esperam do emprego ético e legal das células-tronco pluripotenciais (Souza & Elias 2005).
3.4-Células-tronco do cordão umbilical
Nos anos oitenta identificou-se o sangue do cordão umbilical e da placenta dos recém-natos como uma fonte rica em células-tronco. Aceita-se que dentre as células-tronco do cordão umbilical haja um percentual de células-tronco pluripotentes e, portanto, capazes de se desenvolver em praticamente todos os tecidos do organismo, exceto a placenta e os anexos embrionários. O sangue do cordão umbilical tem, portanto, um potencial extraordinário no tratamento de numerosas doenças a partir da reposição celular. Nos dias atuais há um número crescente de instituições que armazenam o sangue do cordão umbilical em ambientes apropriados, constituindo os Bancos de Sangue de cordão umbilical. O material pode representar uma grande fonte de células-tronco para o tratamento das leucemias e de outras doenças letais ou incapacitantes. Quanto maior a reserva de sangue de cordão umbilical, tanto maiores serão as chances de conseguir-se um doador compatível para o tratamento das neoplasias hematológicas. O doador ideal deve ter compatibilidade dos grupos sanguíneos ABO e compatibilidade dos antígenos leucocitários, para assegurar uma
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ampla margem de sucesso no tratamento. Leucemias e linfomas são habitualmentes curadas com a utilização das células-tronco do cordão umbilical (Souza & Elias 2005). Figura 03: Exposição e colheita de células-tronco embrionário
Fonte: conselho de informação sobre biotecnologia.
3.5-Células-tronco adultos:
Furtado (2005), cita que ás célula-tronco adulta é uma célula indiferenciada, encontrada em tecidos diferenciados (especializados), como o sangue. Pode gerar tipos de células especializadas do tecido do qual se origina, assim como pode renovar-se a si mesma. Pode originar também tipos celulares característicos de outros tecidos. Ex: Células-tronco hematopoiéticas da medula óssea são capazes de se diferenciar em células sangüíneas, células imunes, ou em neurônios. Surge um novo conceito e um novo termo: Plasticidade de célula-tronco adulta, que é: a capacidade de uma célula-tronco adulta de um tecido, gerar tipos de células especializadas de outro tecido. Há evidências de que em condições especiais, algumas células-tronco adultas são capazes de se “reprogramarem geneticamente.” As fontes de células-tronco adultas incluem: medula- óssea, sangue, a córnea e a retina, o cérebro, músculos esqueléticos, polpa dental, fígado, pele, epitélio gastrointestinal e pâncreas. Muitas células do corpo, como as do coração ou da pele, estão destinadas a cumprir uma função específica ( PEREIRA, 2008).
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3.6- As células- tronco na prática terapêutica
Conforme Souza & Elias (2005), A terapia com células-tronco ainda se encontra em estágio evolutivo e seu potencial é objeto de muita especulação, expectativas e esperanças. Essa terapia consiste em usar grupos de células-tronco para tratar doenças e lesões através da substituição de tecidos doentes por tecidos formados por células saudáveis. O transplante de medula óssea para o tratamento das leucemias é uma forma de tratamento com células-tronco de eficácia comprovada. A medula óssea do doador compatível contém as células-tronco hematogênicas que irão formar as novas células sanguíneas sadias. Figura 04: Introdução intramiocárdica de células-tronco
Fonte: conselho de informação sobre biotecnologia. Há uma grande variedade de aplicações das células-tronco no tratamento de diversas doenças más, há também, grandes obstáculos a serem vencidos. Entre as dificuldades técnicas existentes no emprego das células-tronco e a sua aplicação no tratamento de doenças graves que acometem os indivíduos, há uma série de perguntas que ainda não foram satisfatoriamente respondidas. Um dos principais objetivos do estudo das células-tronco embrionárias é a coleta de informações sobre os eventos complexos que ocorrem durante o desenvolvimento do embrião humano. É preciso saber como as células-tronco indiferenciadas tornam-se células de determinados tecidos. Sabe-se que a manipulação de genes (introduzindo ou
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removendo) pode interferir na diferenciação celular. As melhores compreensões dos controles moleculares e genéticos podem contribuir para conhecer como doenças Do tipo de câncer e doenças congênitas se originam e como podem, eventualmente, Serem mais adequadamente tratadas. Algumas linhagens de células-tronco podem ser usadas para testar a potência e a eficiência de determinadas drogas, como as que se usam no tratamento de alguns tipos de câncer, por exemplo, e muitas outras drogas potentes, antes da sua indicação para uso em humanos, ainda que em caráter experimental. Talvez a maior esperança do uso das células-tronco resida na geração de células capazes de serem usadas como terapia substitutiva de células danificadas por doenças, em lugar dos transplantes. As células-tronco diferenciadas podem ser usadas em doenças como, mal de Parkinson, doença de Alzheimer, doenças e traumatismos da medula espinhal, acidentes vasculares cerebrais e um sem número de outras doenças severas e incapacitantes (Pereira, 2008) O Brasil inicia, nos dias atuais, um ambicioso programa de emprego de células-tronco adultas no tratamento de doenças cardíacas com aproximadamente 40 centros e 1200 pacientes, com a finalidade de comprovar os resultados iniciais favoráveis obtidos em um pequeno grupo de pacientes (14 casos) pelo grupo de estudos constituído por profissionais do Hospital Pró-Cardíaco, do Rio de Janeiro, e do Texas Heart Institute. Numa primeira fase demonstrou-se que as células-tronco tinham o potencial de regenerar as artérias e aumentar a vascularização das áreas miocárdicas comprometidas e isquêmicas. Posteriormente, o estudo dos pacientes tratados demonstrou que além dos vasos, as células-tronco utilizadas haviam regenerado o próprio músculo cardíaco fibrosado em conseqüência de infartos prévios. Outras equipes realta Alison (2009) que estudam o emprego das células tronco na regeneração do pâncreas, em pacientes diabéticos. Outros grupos buscam determinar a eficácia do emprego das células-tronco na regeneração de tecido cerebral e da medula espinhais comprometidos por diversos processos patológicos, congênitos ou adquiridos. Os estudos com a regeneração de células cerebrais visam buscar a cura ou, pelo menos, a melhora de pacientes portadores de doenças graves, como a doença de Alzheimer ou a doença de Parkinson, além de outras degenerações neurológicas menos freqüentes. Na maioria das áreas de estudo, os resultados inicialmente obtidos tem confirmado as hipóteses dos
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cientistas, o que, sem dúvida, assegura a validade do aprofundamento das pesquisas. Viera (2005), faz as seguintes indicações terapêuticas no uso de célulastronco: veja: Tabela 02- Indicação terapêutica das células-tronco Câncer: para reconstrução dos tecidos.
Doenças hepáticas: para repor células
hepáticas ou fígado todo Doenças do coração: para reposição Esclerose lateral amiotrófica: do
tecido
cardíacas
isquêmico saudáveis
com e
para
células geração de novo neural ao longo da para
o medula espinhal e corpo.
crescimento de novos vasos. Osteoporose: por repopular o osso com Doenças de alzhemeir: células tronco células novas e fortes
poderiam tornar-se parte de cura pela
reposição e cura das células cerebrais. Doenças de Parkinson: para reposição Distrofia muscular: para reposição de das células produtoras de dopamina.
tecido
muscular
e,
possivelmente,
carreando genes que promovem a cura. Diabetes: para infundir a pâncreas com Osteoartrite: para ajudar o organismo a novas células produtoras de insulina. desenvolver nova cartilagem. Cegueiras: para repor as células da Doenças auto-imune: para repopular as retina. Danos
na
medula
espinhal:
células do sangue e do sistema imune. para Doenças pulmonar: para o crescimento
reposição das células neurais da medula de um novo tecido pulmonar. espinhal. Doenças renais: para repor as células, Doenças neurológicas: reparação do tecidos ou mesmo o rim inteiro. tecido nervoso. Fonte: Produzido pelo autor Célio Bispo de Souza 3.6.1 Células-tronco para tratamento de afecções neurológicas:
Viera (2005) recordar que a preferência pelo uso das células-tronco embrionárias deve-se ao fato de que um indivíduo adulto não possui células-tronco totipotentes ou pluripotentes. Embora o organismo adulto possa, na verdade, conter algumas células multipotentes, estas células já sofreram algum dano ao seu DNA devido ao processo natural de envelhecimento, que é cumulativo, ao longo dos
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anos. Essa degeneração do DNA leva à formação de vários tipos de câncer no organismo adulto e, além disso, a duração da vida dessas células é menor do que as células-tronco embrionárias. Já foi demonstrado experimentalmente que as células-tronco podem se transformar em neurônios. Diversos pesquisadores encontraram uma forma de implantar células-tronco de embriões no cérebro e na coluna de ratos e, desse modo, as células-tronco implantadas desenvolveram novas células nervosas. Esses resultados fazem com que a possibilidade de no vos tratamentos para doenças neurodegenerativas fique mais próxima da realidade. Ao tratar as células-tronco quimicamente, os cientistas conseguiram transformá-las em neurônios. As pesquisas em torno das células-tronco estão sendo encaradas pelos cientistas como um instrumento potencialmente capaz de curar uma série de doenças, entre elas, o mal de Parkinson e o de Alzheimer onde as células do cérebro e da medula estão afetadas. Contudo, ainda há muitos estágios a serem superados antes que os tratamentos para os seres humanos possam ser desenvolvidos e aplicados. É preciso, por exemplo, verificar se os novos neurônios podem liberar os neurotransmissores, e então observar se há uma recuperação funcional á longo prazo. Também é necessário verificar se não haverá formação de tumores a partir das células-tronco implantadas. (Pereira, 2008; Alison, 2009)
3.6.2- Células-tronco e diabetes
Viera (2005), relata que durante várias décadas os estudiosos do diabetes buscaram meios de substituir as células produtoras de insulina do pâncreas que são destruídas pelo próprio sistema imunitário dos pacientes. Nos dias atuais, isso parece ser possível. O diabetes constitui um grupo de doenças caracterizado por níveis anormalmente elevados de glicose no sangue circulante. Este excesso de glicose é responsável pela maioria das complicações do diabetes, que incluem: cegueira, insuficiência renal, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, neuropatias, doenças artérias periféricas e amputações. O diabetes do tipo 1, também conhecido como diabetes infanto-juvenil, tem início precoce e afeta tipicamente as crianças e
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os adolescentes. O sistema imunitário interpreta as células produtoras de insulina como sendo estranhas e as destrói. Na ausência de insulina a glicose não pode penetrar no interior das células e se acumula no sangue. O diabetes tipo 2, também conhecido como diabetes adulto, afeta primariamente os indivíduos maduros, sedentários, obesos e com história familiar de diabetes. O diabetes do tipo 2 se caracteriza pela inabilidade do organismo utilizar a insulina eficazmente. Este fenômeno é chamado de resistência à insulina e o resultado é semelhante ao que ocorre com os portadores de diabetes do tipo 1 - acúmulo de glicose no sangue. Atualmente não existe cura para o diabetes. Os pacientes com diabetes do tipo 1(um) podem necessitar o uso diário de insulina injetável e realizar testes para verificar seus níveis de glicose. Esse tratamento deve ser mantido permanentemente, por toda a vida, para reduzir a incidência e a severidade das complicações. Os portadores de diabetes do tipo 2(dois), frequentemente conseguem controlar os níveis séricos da glicose mediante uma combinação de dieta, exercício e drogas antiglicemiantes orais. Indivíduos portadores de diabetes do tipo 1 (um), não raro, são tratados com transplantes de pâncreas e, após 1(um) ano da operação, 83% dos receptores não apresentam sintomas de diabetes e podem abandonar o uso de insulina. Contudo, devem ser mantidos em rígido esquema de drogas anti-rejeição. A demanda por transplantes, entretanto, supera em muito as disponibilidades de órgãos. James Shapiro, no Canadá, desenvolveu um interessante protocolo de transplantes de células das ilhotas de Langerhans, que produzem insulina. Esse protocolo está em testes em vários centros mundiais e constitui uma grande evolução, quando comparado com o transplante de todo o pâncreas. Ainda assim, a terapia anti-rejeição é obrigatória (ALISON, 2009). O pâncreas desenvolve no arco duodenal e, nos mamíferos, é um órgão constituído por três classes de células: as células ductais, as células acinares e as células endócrinas. As células endócrinas ou das ilhotas são as mais importantes. Existem 4 tipos de células endócrinas nas ilhotas de Langerhans: as células beta, produtoras de insulina; as células alfa, produtoras de glucagon; as células delta, secretoras de somatostatina e as células PP que produzem o polipeptídeo pancreático. Os hormônios liberados por cada tipo celulares têm importante papel na regulação dos hormônios liberados pelos outros tipos de células das ilhotas. Estimase de 65% a 90% das células das ilhotas de Langerhans são células beta, secretoras de insulina. Em busca de tratamentos alternativos para o diabetes, os
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pesquisadores esperam desenvolver um sistema capaz de produzir e renovar suas células em meios de cultura. Não se sabe ainda se para o tratamento do diabetes é preferível produzir apenas as células beta das ilhotas ou se os demais tipos celulares são também necessários para um melhor controle do diabetes. Alguns estudos mostram que as células betas crescidas em culturas respondem menos ao estímulo da glicose do que os grupos de células contendo todos os tipos celulares das ilhotas de Langerhans. As células das ilhotas respondem ao estímulo da glicose pela produção de insulina em duas fases, uma rápida e outra mais lenta. Os estudos em desenvolvimento com as culturas de células-tronco para a produção de células das ilhotas pancreáticas de Langerhans são promissores e, apesar das dificuldades em produzir as células, os resultados iniciais mostram que, em um futuro não muito distante, será possível dispor de células capazes de produzir insulina para substituir as células danificadas pelo sistema imunológico, no diabetes do tipo 1 (um), mesmo que, em princípio estas novas células devam ser protegidas com uma terapia capaz de bloquear a resposta imunológica que agride as células nativas( Pereira, 2008).
4.HISTÓRIA POLÍTICA DA APROVAÇÃO DO USO DE CÉLUAS-TRONCO EMBRIONÁRIA NO BRASIL.
Dê acordo com Castillo (2009) no ano de 2005 internacionalmente começa um agitamento cientifico e político das descobertas terapêuticas de célulastronco embrionário, para a legalidade do uso terapêutico e de pesquisa com tais células. Cita (Castilho, 2009; Burgard, 2009) que vários países entre eles, a República federal do Brasil, República da Itália, Alemanha, Estado de Israel, república Islâmica do Irã,Canadá, Comunidade da Austrália,Confederação da suíça, Coréia, Estados Unidos da America, Estado Unidos Mexicanos, Federação Rússia, Japão, Reino da Dinamarca, Reino da Espanha,Reino da Noruega, Reino da Suécia, Reino dos países baixos, Reino Unido da Grã- Bethania E Irlanda do norte, República da
África do Sul,
República da Finlândia, República da França,
República da Índia, República da Cingapura, República de Portugal, República federal da Alemanha, República popular da china. Todos os países questionaram o
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uso de células tronco para regeneração e tratamento de patologia, exceto a Itália que pronunciou contra. Os países acima autorizaram em Lei que somente está liberado o uso de células tronco embrionária para uso de pesquisas em embriões congelados e remanescente de clínicas de fertilizações quando autorizados pelos seus genitores. Somente a Alemanha autoriza a comercialização de embriões. No Brasil o projeto de Lei 11.105/2005 foi de iniciativa do presidente da república. Em 03/10/2003 foi encaminhado para a câmara dos deputados federais, uma mensagem nº 579, onde no texto original continha o uso de células-tronco embrionárias. Foi aprovado na câmara dos deputados, onde o relator foi o deputado Aldo Rabelo, que remetido ao senado volta à câmara federal reprovada o uso de células tronco, sendo prorrogada uma audiência pública para possível debate do assunto em dezembro de 2003 á junho de 2004 (Bugard, 2009). Dessa forma o senado em 20 de setembro de 2004 recebe o parecer dos senadores, Osmar Dias e Ney Suassuna favorável ao uso de células tronco. Em 06 de outubro de 2004, é aprovado no senado por 53 a 2 votos o projeto por completo, que é remetido, a câmara federal, sendo que em 02 de março de 2005 é aprovado o projeto Lei. Em 14 de outubro de 2005 o projeto Lei é sancionado pelo presidente da república (Luiz Inácio Lula), convertendo se na lei 11.105/2005. Pois essa lei passa a chamar lei de biossegurança que no seu artigo V (quinto) autoriza o uso da pesquisa com células tronco embrionárias, gerados em clínicas de fertilização in vitro e congelados a mais de três anos e/ ou serem considerados sem qualidade para ser implantado no útero para gerar um novo ser humano. Seu uso deve ser autorizado pelos seus genitores e pelo conselho de ética e pesquisa das instituições dos cientistas pesquisador (Pease, 2007). No dia 30 de março de 2005, o então procurador- geral da república, Claudio fontanelas, entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN 3510) contra o artigo 5º da lei de biossegurança. Para o procurador geral da republica, os dispositivo ferem o artigo 5º “Caput” da constituição federal, no que tange a proteção constitucional ao direito a vida e o artigo 1º, inciso III, que estabelece a dignidade de pessoa humana como fundamento da república federativa do Brasil. Para o procurador Claúdio fontanelas a vida começa na fecundação e o embrião humano é o início da vida humana. Na tentativa de equilibrar a jurisdição da célula tronco embrionário, o ministro do supremo tribunal federal e relator da ADIN 3510, Carlos Ayres Brito, em
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dezembro de 2006, convoca uma audiência pública com a sociedade civil, importantes instituição universitária e autoridade religiosa para discutirem a ADIN 3510 com relação à proteção e dignidade a vida. Vale ressaltar que a igreja evangélica pouco participou dessa audiência. Teve como destaque no campo religioso dessa audiência a confederação nacional dos bispos no Brasil (CNBB) da igreja católica. Pois ainda há uma carência de representantes políticos evangélicos na bancada federal como também uma carência de maior participação dos evangélicos nos interesses de assuntos bioéticos e na cidadania da sociedade brasileira. A audiência pública ocorreu no dia 16 de Abril de 2007, pois foi divulgado pelo programa “fórum TV de justiça”. Diante desse grande debate público, foram feitos dois grandes blocos: bloco a favor e bloco contra a pesquisa da célula tronco embrionária. Diante do conflito intelectual entre universitários, religiosos, cientista e camada popular, o supremo tribunal federal do Brasil marca o julgamento da ADIN 3510 para o dia 5 de março de 2008. Havendo desentendimento entre os ministros sobre a lei de biossegurança, uma nova data foi marcada para o julgamento do referido projeto lei, para o dia 28 e 29 de maio de 2008 (Burgard, 2009; Pease, 2007) Portanto os ministros que votaram a favor da pesquisa em células-tronco embrionária: Ministra Ellen Gracie, Ministro Carlo Ayres Brito, Ministra Cármem Lúcia, Ministro Marcos Aurélio, Ministro Joaquim Barbosa, Ministro Celso de Mello. Os ministros que votarão contra as pesquisas em células-tronco embrionárias: Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, Ministro Ricardo Lewandowski, Ministro Eros Graus, Ministro Cezar Peluso, Ministro Gilmar Mendes (Castillo, 2009). Dessa forma a Lei de biossegurança, Lei 11.105/2005, foi aprovada pela câmara federal, senado e pelo supremo tribunal federal (STF), sendo sancionado pelo presidente da república depois de muitas discussões jurídica, científica e popular, valendo ressaltar que a participação religiosa foi sem muita expressão por falta de evangélicos com conhecimento científico, cultural e político. Para os ministros da defesa da lei de biossegurança a questão do início da vida não é questão jurídica, mas sim filosófica, por estar ligado ao ensinamento religioso, e que um blastocisto está muito longe de um ser humano, não passando de apenas um aglomerado de células ou massa celular (Bugard, 2009).
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5. ANÁLISE BIOÉTICA E TEOLÓGICA DAS CÉLULAS TRONCA-EM BRIONÁRIA
Até no momento, Cruz (2011) concorda que parece que não chegou há um entendimento entre ciência e religião sobre o uso de células tronco-embrionárias. Pois muitos cientistas, pesquisadores, leitores, e intelectuais jurídicos e outros, não sabem dizer sobre o início da vida de um ser humano. Entre o século XV E XVIII, muitas teorias sobre o surgimento da vida tentaram explicar esse início. A teoria da abiogênese afirmava que a vida teve seu início a partir de um objeto orgânico, pois um pedaço de madeira, uma camiseta com suór, ao longo dos anos poderiam se evoluir em um ser com vida. Já do outro lado à teoria da biogênese defendia, que a vida podia surgi de outra vida, explicando que as moscas têm capacidade de gerar outras moscas quando seus ovos eclodem em larvas. Apesar da biologia moderna e através da embriologia, explicar que o início da vida dos mamíferos, inclusive o homem, tem início na fecundação, parece que essa questão volta a Tônica. Dessa forma a própria ciência não chega há uma conclusão sobre a origem e início da vida. Para entender o que é fecundação, concepção, clivagem ou segmentação devemos voltar este assunto para a embriologia, ciência que estuda a reprodução dos seres vivos. Costumo dizer que fecundação é o início da vida de um ser humano ou de um mamífero. Carlson (1994) e Moore Persaud (1994) concordam que a fecundação ocorre durante a cópula ou coito, onde a ovulação da mulher que libera oocisto maduro (gameta feminino) na tuba uterina, através da presença hormonal, ao encontrar com o gameta masculino, e após vencer várias barreiras biológicas no interior do útero femenino, consegue penetrar na camada do ovulo, que após a fusão do pró-núcleo masculino e femenino, ocorre o início da vida humana, isto é a fecundação. Após a fusão dos pró-núcleos, que é a fecundação propriamente dita, começa uma serie de divisão mitótica em varias células primordial até chegarem à formação da mórula, que é uma massa interna de 32 células. Em seguida a divisão mitótica prossegue originando outra massa celular com 64 células chamada de blastocisto. Assim sendo, essa fase da divisão mitótica, que compreende a mórula até os blastocistos, é ideal para a formação original de qualquer tecido do organismo humano.
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Ao analisar do ponto de vista ético, percebe que a vida tem início na fecundação. Ao extrair uma massa celular do zigoto, seja de 2(dois) a 10 (dez) dias de idade, o pesquisador biomédico estará cometendo se um homicídio contra a vida, pois toda massa celular que darão origem a um ser humano são extraído para uso de terapia curativa ou experimental. A Teologia Bíblica revela no Pentateuco, um código religioso, jurídico e civil da cultura judaica, como também primórdio para o cristianismo, que matar alguém seja na forma intra- uterina ou pós- nascimento é crime. O decálogo em Êxodo capítulo 20 (vinte) deixa isso bem claro, “não matarás” (DURANT, 2008). A igreja católica romana como a ortodoxia grega e as igrejas evangélicas históricas do Brasil, assim como a ciência biológica, acredita que o início da vida começa na fecundação. Dessa forma, dizer que a vida inicia depois da formação dos blastocistos e que a mórula e os blastocistos são meramente um aglomerado de células é negar as evidências científicas e biológicas da vida. Portanto matar o desenvolvimento primordial da vida (fecundação, mórula e blastocisto) pela intervenção humana, seja através do aborto ou para fins de pesquisa médica, pode cometer crimes contra o direito a vida, a dignidade da vida, proteção á vida e abandono de incapaz de preservar a vida. Isso é praticar ação contra o código penal brasileiro, que diz sobre matar alguém, não somente a vida intra-uterina em seu processo
primordial,
(CONGREGAÇÃO
como
também
na
vida
adulta
de
uma
pessoa
PARA A DOUTRINA DA FÉ, INSTRUÇÃO DIGNITAS
PERSONAE, 2008). Por outro lado afirmar que o primórdio da vida humana na fecundação, não possui dignidade da vida é uma aberração jurídica ou filosófica. Ao analisar a fecundação humana, observa Carlson (1944), que existe dentro do zigoto um núcleo celular diploide (2n), isto é com 46 cromossomos, independente do sexo, e uma carga genética, que é a principal herança de um ser um humano, isto o seu DNA (material genético), e contém em toda a sua extensão, genes de origem humana, e não de outro animal qualquer. Por isso desde a fecundação há presença da vida humana. Logo ela deve ser preservada com dignidade mesmo que seja uma vida com patologia congênita ( má – formação) ou normal. No campo teológico, a teologia moral, ética e Bíblica, concordam que matar um embrião, seja fecundado por meios naturais ou in vitro, é um crime, pois isso configura a prática de um tipo de homicídio. O livro da lei religiosa, Pentateuco,
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como o código de Hamurabi, que também é jurídica, afirma que devemos amar a vida, amar o próximo, e preservar a vida. Sempre houve leis severas contra a prática do aborto como preservar a vida da humanidade. No século XVIII a.C., o Código de Hamurabi destacava aspectos da reparação devida a mulheres livres em casos de abortos provocados, exigindo o pagamento de 10 siclos pelo feto morto. Na Grécia antiga, as leis de Licurgo e de Sólon e a legislação de Tebas e Mileto tipificavam o aborto como crime. Hipócrates, uma das figuras mais importantes da história da saúde, frequentemente considerado "pai da medicina", negava o direito ao aborto e exigia dos médicos jurar não dar às mulheres bebidas fatais para a criança no ventre. Na Idade Média, a Lex Romana Visigothorum editava penas severas contra o aborto. O Código Penal francês de 1791, em plena Revolução Francesa, determinava que todos os cúmplices de aborto fossem flagelados e condenados a 20 anos de prisão. O Código Penal francês de 1810, promulgado por Napoleão Bonaparte, previa a pena de morte para o aborto. Posteriormente, a pena de morte foi substituída pela prisão perpétua. Além disso, os médicos, farmacêuticos e cirurgiões
eram
condenados
a
trabalhos
forçados.
Disponível
em
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http://www.gostodeler.com.br/materia/13995/o_aborto_e_uma_pratica_hedionda_de sde_o_codigo_de_hamurabi.html>. Acesso em 05 de julho de 2013. No Êxodo, no segundo livro do Pentateuco, lê-se no capítulo. 2, versículos 22 a 25: “Se homens brigarem e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém, sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe” ( Bíblia de estudo plenitude, 2001). A lei serve para reger o comportamento e corrigir a vida social de todos os cidadãos, como também beneficia-lo através de sua cidadania. Portanto a Lei moral Bíblica é um código ético que está presente em vários códigos constitucionais e penal de várias nações. Por exemplo: A doutrina bíblica cristã proíbe o uso de bebida alcoólica em excesso, exatamente devido à desordem pública que pode causar. “Os bêbados . . . não terão parte no Reino de Deus.” — 1 Coríntios 6:9-11. “Não fiqueis embriagados de vinho, em que há devassidão.” — Efésios 5:18. “Quem tem ais? Quem tem apreensão? Quem tem contendas? Quem tem preocupação? Quem tem ferimentos sem razão alguma? Quem tem embaçamento dos olhos? Os
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que ficam muito tempo com o vinho, os que entram para descobrir vinho misturado. Não olhes para o vinho quando apresenta uma cor vermelha, quando está cintilando no copo, quando escorre suavemente. No seu fim morde igual a uma serpente e segrega veneno igual a uma víbora. Teus próprios olhos verão coisas estranhas e teu próprio coração falará coisas perversas.” — Provérbios 23:29-33. A lei brasileira também concorda com tal assunto. O supremo tribunal federal do Brasil (STF), junto com a câmara federal e senado, e com assinatura do presidente da república aprovam a lei seca, proibindo motorista de dirigir embriagado com bebida alcoólica. Assim mesmo é a lei do tabaco, que proíbe fumar em lugar público.
A Bíblia que é um livro de princípios, e no livro de
Tessalonicenses está o seguinte: “Abstende-vos de toda aparência do mal (1º Ts 5.22). Não existe nenhum mandamento bíblico específico a respeito do uso do tabaco, como “Não fumarás”. Versículo que muitos citam para combater o vício: “Os viciados não herdarão o reino de Deus”. A respeito disso, é evidente que o servo do Senhor deve se afastar dos vícios (cf. Jó 11.11; Dn 6.4) e nem todas as coisas lícitas (não proibidas expressamente) convêm ao salvo em Cristo (1 Co 6.12). Se o consumo de tabaco gera dependência e com consequência prejudica à saúde e sabendo que o cristão é templo do Espírito Santo (1 Co 6.19,20) e aquele que destrói esse templo, Deus o destruirá (1 Co 3.16,17 o ), logo não devemos fumar Desta forma tais leis já eram mencionadas no código religioso do bíblia. Isso coloca a teologia bíblica e moral em regimento jurídico atualizado, pois desde há tempo, esse código de lei religiosa já proibia tal ação humana. Isso demonstra que o código religioso não está desatualizado ou atrasado, está em evidência contemporânea para participar dos assuntos bioéticos para a preservação da vida. Sendo assim, a bioteologia acredita que a vida surge na fecundação, sendo reprovável tal argumentação que letando o zigoto humano para colher células tronco embrionárias, será um bem favorável a vida. Pois matar uma vida sem proteção é uma covardia. Que os biomédicos e pesquisadores descubram uma nova técnica que consiga preserva a vida embrionária. Sendo assim Moore & Persaud (1944), relata que a partir da concepção já existe um ser humano. Portanto para Bento ( 2011) já possui o direito a dignidade da vida, direito constitucionais e autonomia de sobrevivência e cabe a responsabilidade das ciências promoverem vidas e não morte pré-maturas de seres humanos.
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A proteção a pessoa está inserida no Código Civil Brasileiro nos artigos 1ª e 2 ª que diz “ toda pessoa é capaz de direito e deveres na ordem civil e que a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde da concepção, os direitos do nascituro”. Por outro lado, acredita-se que na concepção natural ou artificial, Deus cria-se a alma. Dê acordo com Rausch (org, 2009) após o nascimento há um ser humano tricotômico, isto é formado por corpo, alma e espírito. O ser humano que não está revestido de corpo é aquele que ainda está na fase entre a fecundação e a blastocistos, sua vida é apenas um aglomerado de células preparando para a implantação no útero, a qual esse processo chama-se de nidação. Somente a partir de então se dá a formação do corpo de forma seqüencial no processo chamado organogênese. Enquanto o ser humano esta na fase embrionária, fecundação a blastocisto pode se dizer que essa vida é composta de alma e espírito, e possui todo direito a vida. Após o nascimento, o ser humano na forma tricotômica, será um produto do meio, não cabendo julgar, se este ou aquele embrião, será um cidadão íntegro ou mau para a sociedade. Isso dependera do caráter, da personalidade e de fatores sociais em que esse ser humano irá conviver. Portanto não cabe a teologia ou jurídico, em julgar se um embrião será bom ou ruim para a sociedade após seu nascimento. Desta maneira, questionar que a vida se inicia na fase da neurulação, isto é, fase em que o embrião forma no tubo neural, como sendo a origem do sistema nervoso central e periférico, não está descrito em nenhuma ciência, mas no achismo de alguém. Pois adverte Moore & Persaud (1944) que primeiro formam os folhetos embrionários para originar o sistema nervoso. Essa teoria nega o início da vida na fecundação. Para os defensores que a vida é iniciada no tubo neural, não há problemas de extrair a massa celular dos blastocistos devidos afirmarem que na fase da fecundação ainda não existem presença da vida humana. Para eles a vida está iniciada na fase da organogênese, quando se inicia o processo da formação do sistema nervoso, e outros órgão. Dê acordo com a bíblia sagrada, há relatos históricos que Deus, escolheu muitos embriões desde o ventre de suas progenitoras, para que esses fossem profetas e ensinadores de sua palavra. Dessa forma ao interromper a gestação de uma mulher, ou deixar morrer um embrião por fecundação in vitro, corre o risco de “matar uma vida” que desenvolverá uma grande função no reino messiânico. Ao
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analisar algumas passagens históricas da bíblia sagrada, observa que Deus escolheu para a obra messiânica, algumas pessoas antes e depois do nascimento, seja na fase intra-uterina ou na fase adulta do ser humano. Porém não sabermos quais gametas serão escolhidos para a formação do embrião que deve ser protegido em todo seu aspectos. Portanto independente dessa escolha, deve-se proteger qualquer embrião, devido o grande mandamento do decálogo “não mataras” e por se tratar de um ser humano, pois a bíblia recomenda amar uns aos outros, pois são nossos semelhantes (CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, INSTRUÇÃO DIGNITAS PERSONAE, 2008). Durante o século I, II e III até o século XX, não havia pesquisa em células tronco embrionárias. Pois essa prática torna-se um genocídio de vidas humanas na fase embrionária uterina, que vão contra os princípios cristãos. Posso citar exemplo de objetivos comum ao genocídio da raça humana semelhante a das pesquisas de células embrionárias. No século I, havia lei que também causava genocídios humanos, é o caso da letalidade das crianças. A Bíblia Sagrada relata a história do rei Herodes para proteger seu reinado, decretou morte de todos nascidos da linha de Israel para impedir a ascensão de Cristo, pois para o rei Herodes o nascimento de Cristo seria uma ameaça política ao império romano da época. Hitler com sua idéia de raça pura ou raça “superior” levou a genocídios de muitos israelenses. O grande líder religioso Moises, também foi vitimas de lei egípcia, onde faraó decretou morte de todos os primogênitos dos hebreus. Por outro lado, surgi um novo conceito de genocídios, através da engenharia genética, que significa usar um pool de células embrionadas para uso terapêutico e o mesmo que matar e/ou cometer homicídio de crianças inocentes ainda embrionadas, que não tem o direito de sobreviver desde a fecundação, afirmando que embriões humanos é a solução das curas de várias enfermidades. A bíblia sagrada revela que Deus conhece o homem desde o ventre materno, seja antes da fecundação, durante o desenvolvimento embrionário, e após o nascimento. Antes da fecundação é revelado o profeta Jeremias, pois Deus o escolheu, antes do nascimento, ou seja, quando era apenas um gameta. Deus escolheu Jeremias antes do nascimento. As palavras de Deus são: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e antes que saísse da madre,
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te santifiquei e as nações te deram por profetas” jr.1.5. Se na época do referido profeta, houvesse terapia de células embrionárias, talvez o mesmo não pudesse ser profeta, pois seria fruto da morte causado pela pesquisa da engenharia biomédica. Durante o desenvolvimento embrionário, Deus escolheu o salmista Davi, que expressa que sua escolha por Deus ocorreu durante o processo de formação no ventre de sua mãe. As palavras de Davi foram: “Pois
possuíste
no
meu
interior;
entreteceste no ventre de minha mãe” Sl 139.13.
“Os meus ossos não te foram
encoberto,
quando
no
oculto
fui
formado....” SI 139.15 .“Os teus olhos viram meu corpo ainda informe” Sl 139.16 O profeta Isaías, escreveu e suas palavras foram: “O senhor me chamou desde o ventre, das estranhas de minha mãe e fez menção do meu nome”. IS 49.1. Após o nascimento, Deus também conhece o ser humano, ele sabe quantos fios de cabelos que cada ser humano possui. As palavras de Davi são: “Senhor tu me sondas e me conheces, tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento” Sl 139.1-2. Outra questão e do homem achar que é um deus, por conseguir manipular os primórdios da vida, as células tronco embrionárias. Esse pensamento de que alguém querer ser deus é antiga, sendo relatada no bíblia sagrada, a idéia de satanás desde os princípios da criação também queria ser Deus. Agora satanás eleva o coração da ciência humana, mostrando ao homem que pode construir vida (técnica de reprodução assistida) e interrompe-lá a qualquer instante. “Satanás usa à ciência e diz: “vocês homens são deus”“. Ele usa o mesmo argumento na queda da mulher que ocorreu no jardim do “Éden”. Porém a epistemologia da ciência em formar e criar do nada uma celular progenitora ou germinativa (espermatozóide e óvulo) semelhantemente a espermatogênese e a ovogênese está longe da realidade. Logo
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o homem através da ciência não pode ser considerado deus. Analogicamente satanás mais uma vez está enganando os cientistas em dizer que pode construir uma vida. Somente DEUS (JEOVÁ) pode gerar a vida do nada. Portanto o homem apenas esta usando células germinativas, criadas não por humanos, mas por DEUS, sendo que até o momento o homem não é criador da vida, mas possui o direito de conhecer limitadamente, pois a bíblia concorda no livro de Daniel 12. 4, que a ciência multiplicara nos últimos dias. Por isso teólogos devem crescer no conhecimento e na graça de DEUS para ser apologista da causa do evangelho e da palavra de Deus não admitindo coisas alguma, que é contrária a palavra do transcendente.
6. CONCLUSÃO
Esse trabalho é uma pesquisa qualitativa e descritiva, que procura mostrar a realidade sobre a o conflito que existe em saber a origem da vida humana. No meio cientifico há duas vertentes de raciocínio: Uma que acredita que a vida humana somente existirá a partir do desenvolvimento dos folhetos embrionários com a formação do sistema nervoso central. O sistema nervoso central é o primórdio da vida humana, pois o tubo neural é fonte da origem da vida humana. Para outro cientista a vida tem inicio na fecundação. É o momento em que o espermatozóide penetra no ovulo feminino. Do ponto de vista bíblico teológico a concordância que o a fecundação é o inicio da vida, já citado nesse trabalho varias trechos bíblicos que afirmam esse parecer. Teologicamente analisando o fato, o uso de células-tronco embrionárias para efeito de terapia e pesquisa cientifica é um homicídio. Muitos embriões serão mortos. Biblicamente o homicídio não é princípio cristã. Uma vez que está escrito nos dez mandamentos “não matarás”. Êxodo capítulo 20. Outros questionam que à vida humana somente surgi, quando o feto adquire um corpo. O embrião é formado, isto é, quando todo folheto embrionários estiver desenvolvido no organismo. Essa hipótese acredita que na fase embrionária não há vida, é que o embrião não possui alma e nem espírito. Somente terá alma e espírito quando o corpo estiver formado.
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Biblicamente essa teoria não é aceita, pois a bíblia deixa explícito que desde a fecundação há alma e espírito já existem. Pois somos a semelhança de Deus. Salmo 139.13 e Jr 1.5 nesse versículo ha noção perfeita que os atributos das emoções humanas existem no embrião e no feto quando está no útero materno. Como está escrito na bíblia, que o mundo já é do maligno. A comunidade científica buscou recurso para respaldar diante da sociedade com aprovação da lei de biossegurança que autoriza a pesquisa de células-tronco embrionárias. Mas isso não significa que a comunidade eticamente está correta. Pois nem tudo que está aprovado pela constituição de um país é correto. Pois isso pode levar a atitude que contrária o Mandamento divino. Dessa forma, mesmo com aprovação da lei de biossegurança, a palavra de Deus continua a mesma. Ela não muda. Assim sendo isso é uma forma de homicídio, aborto e violação contra a vida sem defesa, isto é, vida embrionária. Na prática teológica o homicídio é condenado. Sendo que sua função é defender vida e levar requisitos religiosos que salve vidas, e que elas tenham abundância em viver, que prolongue os dias de vida humana. Portanto a vida humana deve ser protegida em todos seus aspectos. Seja na vida intra-uterina, na fecundação e pós-nascimento. Pois todos nós queremos viver e ter saúde, mas para que isso ocorra é preciso que não prejudique o meio ambiente, os nossos semelhantes e não cause morte de pessoas com fins de pesquisa científica. Matar para dar vida não é pesquisa é um fenômeno crucial e empírico.
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