Período da grande tribulação e suas principais características

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Período da Grande Tribulação e suas principais características – por: Célio Bispo de Souza

INTRODUÇÃO A Bíblia prediz que o caos mundial, a instabilidade e a desordem aumentarão quanto mais nos aproximarmos do final dos tempos, Jesus disse que haveria “guerras rumores de guerra, fome, peste e terremotos em vários lugares (Mt 24,6,7).

Este ensaio científico foi fruto de horas a fio de reflexões acerca do assunto tratado. O propósito maior - foi apresentar um breve estudo à luz dos preceitos bíblicos sobre os eventos dos últimos dias - enfocando de forma breve a tribulação, a grande tribulação e suas características, cujos enunciados bíblicos mostraram na tessitura do texto a diferença entre eles. São acontecimentos escatológicos 1 discutidos hoje, no presente para preparação prévia aos acontecimentos futuros – lembrando, porém - que a Bíblia, indiscutivelmente é a fonte de informação mais autêntica e sua mensagem o ponto focal nas discussões deste gênero. Justificou-se a escolha do tema - por consistir em um período de destaque na história escatológica da humanidade. Evento único que todos os cristãos devem conhecer. Já o problema em destaque se liga ao fato da existência de várias teorias que tentam distorcer a interpretação literal do assunto. A problemática que se instaurou diz respeito à escatologia cristã, que nos tempos presentes vem se apresentando de forma diluída na liturgia e na vida das igrejas em geral deixando os crentes confusos sem distinguir a profecia bíblica com a adivinhação do futuro e as predições dos profetas. Nesse contexto pergunta-se: Por que se tornou louvável a iniciativa deste estudo ao socializar a escatologia aos crentes e descrentes da Palavra? Nada de novo, aparentemente, apareceu sobre o tema proposto, além do que já foi dito e discutido entre os proponentes das várias interpretações milenaristas do fim dos tempos – mesmo assim, buscou-se reflexões na doutrina das últimas coisas em autores da área pertinente - para que o leitor se aprofunde na Palavra e, assim adquira o discernimento das coisas – ou seja, o sentido e as diferenças entre as profecias – e só assim, poder distinguir claramente a escatologia da apocalíptica. 1

Escatologia significa uma parte da teologia e filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final do gênero humano, comumente denominado como fim do mundo. A escatologia - consiste em uma daquelas áreas em que, na melhor das hipóteses, os crentes concordam em discordar. Pinto apud Pentecost 2006 In Manual de escatologia. São Paulo: Vida Acadêmica, 2006.

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Etapas serão enfrentadas - tais como: o arrebatamento da igreja – visto como assunção dos redimidos deste mundo por cristo, imediatamente antes do começo da Grande Tribulação – período de sete anos, começando após o arrebatamento, quando o mundo entra em Juízo por causa dos seus pecados passados. Nesta época a nação de Israel restaurada passa pelo fogo de sofrimento para levar os judeus a uma atitude receptiva para com Cristo como seu Messias-Salvador. Devido à última metade de este período ser mais severo no grau de sofrimento experimentado, o termo é mais usado para se referir somente aos últimos três anos e meio do total de sete. (WOOD, 2003). A grande tribulação é um dos temas teológicos mais discutidos na pósmodernidade, por ser um tema fascinante do ponto de vista escatológico, condiz ao período que o anticristo estará presente literalmente sobre o governo deste mundo tenebroso. Surge um novo governo mundial com controle total do estado, político, social, econômico e, principalmente religioso (Ap. 13. 12-16). A nova ordem mundial organiza a globalização da economia e política - semelhantes ao sistema de governo do anticristo. Com passos gradativos ela vem avançando com ações irreversíveis. A globalização é um sistema ainda regional apontam-se blocos característicos desse processo como: Nafta, Tigre Asiático, União Européia e o Mercosul. Já o governo do anticristo será universal – busca em princípio a unificação da economia para transformar as nações em aldeia global. O estudo se concentrou também em - mostrar a importância das profecias da nação de Israel, esclarecendo que a igreja de Cristo não passará por esta aflição, e aos que crêem que ela passará pela grande tribulação está equivocado - os chamados de seguidores da teoria pós- tribulacionista. De forma específica o estudo visou - multiplicar a palavra de Deus - aos crentes da sua Existência, para que compreendam os aspectos que explicam os momentos de tribulação e suas características. Durante o desenvolvimento do estudo percebe-se, porém que o mesmo não consiste em relatar o caráter do anticristo – que busca a negação e a rejeição da verdade de Jesus Cristo - e seus atributos, mas sim que a grande tribulação será

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após o arrebatamento da igreja, mas que haverá um governo mundial pronto a desvirtuar a palavra e os desígnios da bíblia. Espera-se que a possível contribuição deste estudo consiga provar que todos sem distinção podem ser salvos antes da grande tribulação. A reflexão sobre a amargura que surgirá nesse período, também foi enfocada neste trabalho. E os que vivem nesta dispensação –“oikonomia”, palavra grega que se deriva da palavra economia – no conceito bíblico – representa a administração que Deus faz em sua grande “casa” universal, na qual estão afetos a Ele todas as inteligências, tanto homens como seres angelicais (Olson, 2002), alertando os que não estão de acordo com o plano da salvação - para possam ainda se arrepender e aceitar o senhor Jesus cristo como salvador e escapar da ira de Deus. O trabalho foi estruturado através de cinco subtemas relacionados, desde conceitos, características, bem como os eventos que ocorrerão na vida futura da humanidade, e ainda os comentários sobre os propósitos da grande tribulação. A metodologia procedeu-se baseada no método descritivo dos fenômenos; tendo como fonte norteadora a pesquisa bibliográfica centrada na Bíblia, bem como em subsídios bibliográficos da área escatológica pertinente. Para melhor explicação dos eventos empregou-se esquemas e ilustração em tabelas que citam nomes relacionados com os versículos bíblicos, para melhor compreensão do texto. Oportuno dizer ainda, que não houve nenhuma dificuldade em compilar as informações bíblicas, denotando que a Palavra vem sendo bastante divulgada, mas que ainda é pouco diante do grande número de habitantes da terra que não conhece o Pai, o Filho e o Espírito Santo por falta de acesso à Bíblia – maior instrumento deixado pelo filho de Deus – mediatizador dos desígnios da humanidade. A seguir para melhor situar o leitor numa perspectiva espacial e temporal procedeu-se ainda nesta parte introdutória - a apresentação das reflexões de teólogos dos últimos séculos sobre os estudos escatológicos voltado à postura de Jesus aqui na terra, bem como o alcance da humanidade ao reino de Deus enfocado e, a seguir no desenvolvimento do trabalho - as premissas da Tribulação e da Grande Tribulação e suas características.

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1.1 A escatologia no século XIX

Como se sabe a escatologia – vem de Escaton – que designa a doutrina que diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindouro que trata das “Últimas coisas”. Enquanto o teólogo, talvez se sinta livre para explorar outras fontes de interesse potencial, a doutrina é historicamente ligada às escrituras, em virtude da historicidade da comunidade que a formulou. As comunidades de fé orientam-se e identificam-se com referência a fontes de autoridade que são idênticas às escrituras ou delas derivadas. (SAWYER, 2009).

Vê-se na concepção do autor a importância da doutrina para a humanidade. Os dados a seguir foram retirados da obra do autor ROLDÁN, Alberto Fernando. Do terror a esperança: paradigmas para uma escatologia integral. Londrina: Descoberta, 2001 - com o fim de esclarecer como se processam as reflexões de estudiosos e crentes quanto a doutrina das últimas coisas. A escatologia entendida neste estudo, como “proximidade de deus”, tem sua expressão máxima em jeus de Nazaré. Toda a sua prepagação e sua práxis se concentram no reino de deus, que é, fundamentalmente, ação soberanam livre, de Deus. O pr´prio jesus, em sua pessoa e ação, é a personificação do reino de deus. Citando as palavras de Jesus em Lucas 17.20, 21 diz que o reino já está presente. (ROLDÁN, 2001).

A seguir apresentam-se os, teólogos e escatologistas presentes nos séculos passados que deixaram as suas contribuições sobre o tratado dos últimos dias.

Albrecht Ritschl (1822-1889) teólogo luterano alemão evidencia na sua teologia uma forte influência de Imannuel Kant, o grande filósofo alemão, criado num ambiente pietista e com uma posição decidida a favor da ética do dever. Ritschl destacou que o conceito de reino de deus era a chave para a compreensão da mensagem de Jesus e da teologia em geral.

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O

teólogo

Ritschl

-

descreveu

o

cristianismo

como

uma

religião

completamente espiritual e ética, que abrange o impulso de conduzir-se a partir do amor, que aponta para a organização moral da humanidade. O reino, então já não é tanto de deus, mas representa, antes, uma tarefa humana. Ritschl apela para a função dos redimidos para que eles, com sua atividade, estabeleçam o reino de deus no mundo. Para Ritschl, a religião cristã é, em sua essência, uma questão de conduta, de moral, de ética. O reino vem representar os mais altos valores éticos que se encontram no Novo Testamento e foram ilustrados por Jesus de Nazaré. Em termos práticos, dentro do esquema Ritschl, a escatologia não tem um lugar preponderante.

Adolf Von Hernach (1851-1930), outro teólogo que preleciona que o ensinamento de Jesus compreendia dois pólos: o reino de deus como acontecimento futuro e o reino de deus como uma experiência interior. À pergunta: Quando chega o reino?

Harnach responde: “Ele vem quando se aproxima do indivíduo, entrando em seu coração e tomando posse dele. O alcance futuro do reino é absorvido pelo imediato, e o reino de deus se reduz a uma experiência subjetiva, íntima e individual em que a esperança se concretiza externa e escatológica - praticamente nula.

Johannes Weiss (1863-1914), outro teólogo mencionado. Weiss criticou Ritschl no sentido de que as palavras de Jesus deviam ser interpretadas exatamente ao contrário do que afirma Ritschl, pois Jesus não foi simplesmente um mestre de moral. Mas estava convicto de que se encontrava na encruzilhada dos tempos e que era ele quem proclamava a salvação escatológica. Weiss define o reino futuro como “a explosão de uma tormenta divina irromperá na história - destruirá e renovará.”

Weiss faz uma contribuição para a compreensão da escatologia, mas, ao acentuar ta fortemente o aspecto futuro do reino, ele parece fazê-lo em detrimento do seu alcance atual. 19


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1.2 A escatologia no século XX

Roldán (2001) leciona que o século XX foi o século da missão da igreja. Também se pode afirmar que foi o período histórico em que se recuperou a ênfase no espírito santo. Dois fatos se salientam: neste século começou o pentecostalismo e surgiram os movimentos carismáticos de vários ramos. O que dizer então da escatologia. Desde que Cristo irrompeu e com Ele o Reino e Deus, o domínio da escatologia já está presente misteriosamente ente nós, com o seu peso de promessas e, simultaneamente em seu atual julgamento.

No Novo Testamento alguns termos técnicos designam o domínio presente, atual e futuro, ao mesmo tempo da escatologia na vida da igreja e no mundo.

Conforme (Silva, 1988), os termos a seguir se focalizam com exclusividade ao tempo futuro E assim a Bíblia ensina: “E nos últimos dias acontecerá... que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne...” (J12.28 e ss; At 2.17 e ss). Mas, o espírito expressamente diz que nos últimos dias apostarão alguns da fé... (1 Tm 4.1ª). Saiba, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos (2Tm 3.1). Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb. 1.1). Sabendo primeiro isto: que nos últimos virão escarnecedores...” (2 Pd. 3.3a).

Em Hindson (1999) encontra-se que é compreensível até que os falsos profetas e seitas extremistas surjam de religiões que rejeitam a Jesus Cristo. Quando, porém, as seitas aparecem dentro do próprio cristianismo, tem-se algo particularmente desconcertante.

O Novo testamento está cheio de advertências sobre heresias, falsos profetas e falsas profecias. Já no tempo apostólico, João escreveu: “Filhinhos, esta é a última 20


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hora; e como ouvistes que vem o anticristo [...]. Saíram de nosso meio, mas não eram dos nossos... (I Jo 2.18,19). (HINDSON, 1999).

Albert Schweitzer (1875 - 1996) - um dos teólogos do século XX. Figura bem destacada desse século para a escatologia. Para ele uma das suas definições brilhantes da vida é esta: “A ética consiste na responsabilidade por tudo o que vive responsabilidade por tudo o que vive responsabilidade essa que se tem ampliado tanto, que carece de limitação.”

Schweitzer criticou o cristianismo que, na sua maneira de ver, se havia desviado dos objetivos e da missão de Jesus. Jesus veio para anunciar o reino de deus, um reino iminente que exige preparo. Para o famoso sermão do Monte, com sua ética rigorosa, serve de preparação para os que querem experimentar o reino.

Contudo, o cristianismo, tal como se desenvolveu, tem se preocupado mais com o perdão dos pecados e a ressurreição da carne do que com aquilo que era mais caro para Jesus: o fato de que a humanidade tem e compreender o significado do reino de deus. Jesus não pretendeu se o Messias. Não pretendeu ser o Messias. Não pretendeu ser nenhuma das coisas que se tem dito sobre ele. A única coisa que afirmava era conhecer a realidade da vinda do reino de Deus.

Para Schweitzer Jesus aparece como um mestre moral que estava convencido – erroneamente – de que o reino de deus viria em pouco tempo, talvez para a época da colheita. Mas as coisas não sucederam assim como ele as instituiu.

A despeito de essa imagem de Jesus não corresponder com os dados bíblicos nem com a cristologia cristã através dos séculos, ele dá ênfase à mensagem escatológica de Jesus obrigou os teólogos posteriores a interessar-se real e vivamente por esses temas.

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O teólogo Schweitzer representa o que se chama de escatologia conseqüente, completa ou cabal. No seu conceito, Jesus agiu dominado pela idéia da vinda iminente do reino de Deus, conceito tomado da apocalíptica judaica do seu tempo.

Charles Harold Dodd (1884-1975). Britânico, contribuiu com uma nova e influente corrente escatológica. Afirma que com a proposta escatológica de Jesus, o reino de Deus anunciado pelos profetas do Antigo Testamento chegou de modo que o Escathon se deslocou do futuro para o presente, da esfera da expectação para a da experiência vivida. Diante da pergunta: em que sentido Jesus declarou que o reino de Deus está presente? Dodd apela para as palavras de Jesus a João: “Os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres (Mt. 11.5).

Dood preleciona: “Este é um ponto de onde deve partir nossa interpretação da doutrina referente ao reino de deus. Nela, o ministério de Jesus aparece como “escatologia realizada”, isto como o impacto produzido a esse mundo pelos poderes do mundo futuro” numa série de feitos inéditos e irrepetíveis no presente.”

Observa-se que a posição de Dodd está em aberta oposição à sustentada por Schweitzer. Neste, a escatologia era algo do futuro, enquanto em Dodd esse futuro já passou para o presente, já se realizou, de maneira que não se deve esperar mais nada no porvir. Diante do fato de que algumas parábolas contêm fortes notas escatológicas (por exemplo, Mt. 24.43-44 e Mc 13.33-37). Dodd sugere que não precisamos interpretá-las literalmente porque “parece possível dar a todas essas parábolas ‘escatológicas’ uma aplicação dentro do contexto do ministério e Jesus.”

Em síntese, tem-se em Dodd uma escatologia realizada que não deixa nenhum lugar para o futuro. Trata-se de certa maneira, de uma visão espiritualista do reino que não concebe uma concretização mais plena e mais concreta no futuro.

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Dodd reconhece a validade e a importância do reino na vida do próprio Jesus, um aspecto negligenciado na perspectiva de Schweitzer.

Karl Barth (1864-1968), teólogo reforma o suíço destacou a importância da escatologia a ponto de afirmar que “o Cristiano que não seja totalmente e em sua integridade escatológica, não tem nada em absoluto a ver com Cristo.” Toma-se como referência seu comentário a Romanos, pode-se encontrar vários elementos importantes. Um dos primeiros é a relação que Barth estabelece entre a esperança e a parusia de Jesus Cristo.

Essa relação aparece quando ele comenta Romanos 5.2 “Gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”. Barth disse que isso se refere aos despontar do reino dos céus; a unificação entre o aquém e o além, na ressurreição; e a unidade entre o homem e Deus, em plena visibilidade (3, [22 e 23]. A unidade do Sim e do Não, divinos, na segunda vinda e Cristo, na “parusia". Sintetizando Barth afirma que os grandes postulados da escatologia cristã são: a parusia de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos, a consumação do reino de Deus.

Contudo, sua visão parece mover-se dentro de um plano transcendental, já que ele fala do “a-histórico”, “sobre histórico”, “proto-histórico” e “sobre-histórico”, expressões que reduzem a interpretação de Merkouwer, uma escatologia vertical, na qual não há um fim para a história em termos de tempo no plano horizontal, mas somente um Eschathon vertical marcado pela crise permanente da vida e a gravidade real da proximidade de Deus.

Em Rudolf Bultmann (1884-1976), outro teólogo conhecido pela ousadia das suas afirmações – ou negações – a escatologia deste teólogo ganhou repercussão em debates e discussões destacam-se no campo da exagese do Novo testamento. Sob forte influência do filósofo existencialista Martin Heidegger patê do pressuposto de que o Novo testamento está cheio de elementos mitológicos. Para ele - entendêlo se faz necessário “demitização” do seu conteúdo. 23


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Mito para Bultmann, não é necessariamente algo não histórico, mas se refere a um tipo de linguagem não científica, na qual o divino se expressa como humanos.

Bultman não pode desconhecer o forte conteúdo escatológico, tanto na mensagem de Jesus nos evangelhos, como nas epístolas, especialmente de Paulo e de João. Resumindo suas idéias, para Bultman a escatologia se reduz a uma decisão existencial que pode acontecer como resposta de fé a mensagem cristã. Reconhecer que a ressurreição de Jesus, a fé, a paz e a alegria, são acontecimentos escatológicos.

O enfoque existencial de sua teologia não permite a Bultman destacar os aspectos futuro da escatologia. O teólogo afirma decisivo na pregação escatológica - é o conceito vivo de Deus e a inteligência que ela contém da existência humana, não a fé na iminência temporal do fim do mundo.

Bultman diz que o evangelho de João “não fala de uma parusia realista; outras passagens tampouco falam de uma relação mística entre Jesus e os seus. Essas palavras descrevem a existência escatológica do crente separada do mundo.”

Bultman diz ainda que a escatologia mítica está eliminada, fundamentalmente pelo simples fato de que a parusia de Cristo não ocorreu muito em breve, como o Novo testamento o aguardava. Ao contrário, a história da humanidade continuou e continuará – como está convicta toda e a qualquer pessoa de juízo são.

Essas palavras além de revelar uma rejeição pela escatologia nos seus alcances futuros manifesta uma crítica demasiado ousada e desrespeitosamente para com quem crê nesses alcances. Pela simples implicação de suas palavras, Bultman está dizendo que aqueles que aceitam a parusia como um evento futuro não pertencem às pessoas de “juízo são”. 24


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Para Roldán (2001), a escatologia de Bultman é, portanto, anti-social e nada tem a ver com a construção do reino de Deus, e também atemporal e nada tem a ver com um futuro que pudesse converter-se em plenitude. Paul Tilisch, teólogo luterano afirma que duas doutrinas teológicas centrais se baseiam na doutrina da criação: a encarnação e a escatologia. Para ele Deus só pode aparecer dentro da finitude desde que o finito não esteja em conflito com ele.

E a história só poder ser planificada no Escatón se a devolução não implicar elevação por cima da finitude. Dentro de um contexto mo qual TIlich reflete sobre os termos gregos para o amor (ágape, eros e philia), ele comenta que o escaton pode ser comparado com Eros porque se trata do impulso pelo summum bonum, mas ele esclarece: ele só pode ser comparado, não igualado, com Eros, pois Deus em sua eternidade, transcende a realização e não realização da realidade. Para ele os três tipos de amor contribuem para a simbolização do amor divino, mas o símbolo básico adequado e o amor ágape.

Tilisch lamenta que o cristianismo antigo sofresse um retrocesso em sua consciência escatológica. De uma ênfase escatológica passou para uma salvação individual. Ele diz que em Paulo já se observa essa diferença. “Isso já se evidencia em Paulo, cujo misticismo cristológico e cuja doutrina do espírito serviu de ponte importante através da qual podia entrar no cristianismo o tipo não-histórico. “A escatologia de Tilich é uma nova forma de visão cíclica.

Para Roldán (2001), o pensamento de Tillich parece concentrar-se demasiado na origem de tudo. Revela uma espécie de nostalgia pelas origens É uma escatologia do eterno retorno. Torna-se uma obsessão de Tillich pela origem, sua insistência na experiência imediata e existencial.

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Oscar Culmann, também teólogo, a princípio a escatologia dele coincide com a perspectiva de Dodd, mas só no sentido de que em Cristo a escatologia já começou. Culmann difere de Dodd no sentido de que outorga à escatologia um cumprimento futuro e cunha um binômio que veio caracterizar a escatologia de muitos evangélicos: “Já, mas ainda não”, no sentido de que o reino de Deus e por extensão, a escatologia, já está presente, mas ainda não na plenitude.

Assim, toda a teologia do Novo testamento, incluindo a pregação de Jesus, é caracterizada por essa tensão. Culmann utiliza reiteradamente em seus escritos a segunda Guerra Mundial como ilustração, dizendo que o “dia D” já se concretizou na cruz de cristo, enquanto se aguarda “o dia V” da vitória final. Já é o último tempo, mas ainda não é o fim. Essa tensão é visível em toda a teologia do cristianismo antigo. A era presente da igreja é o tempo que separa a batalha que foi decisiva do resultado da guerra e do “Dia da Vitória”.

a) A ilustração tomada da segunda guerra mundial, estabelecendo um paralelismo entre o dia D e o dia V, não feliz, já que o ponto do “dia D” foi decisivo. b) Que a noção de tempo linear não é, na verdade, um dado bíblico, mas antes um conceito da ciência moderna e, portanto, não é aplicável em termos da história da salvação; c) A teologia da história da salvação é uma “teologia do Iluminismo”, aparentada com o deísmo, no qual Deus é uma espécie de relojoeiro da história do mundo.

Culmann trouxe o estudo mais completo do significado do Acontecimento em Cristo em relação ao conceito de tempo que se reflete no Novo testamento.

Jurgen Moltmann, outro teólogo – faz severa crítica e começa criticando os enfoques tradicionais que partem da mesma definição de escatologia. Ao ser 26


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definida como “doutrina das últimas coisas”, concebia-se o último dia como algo além da história ou, pelo menos, sem significado orientador para o presente. Para Roldán (2001), a escatologia é necessária – consiste em uma doutrina norteadora dos passos daqueles que crêem em um só Deus verdadeiro. 2. CONCEITO DE GRANDE TRIBULAÇÃO E SUAS DESIGNAÇÕES 2.1 Conceito A

grande

tribulação

compreende

o

período

que

ocorrerá

após

o

arrebatamento da igreja. Haverá totalidade governamental do anticristo, isto é, todo planeta terra sido tomado pelo governo mundial, chamado besta conforme o livro de Apocalipse 13. O alerta maior se liga à questão de que ao relatar sobre esse período deve o leitor estar atento às convicções de que “[...] a ira de DEUS, uma vez derramado sobre a terra através dos toques da corneta pelos anjos, não serão levado em conta.” A grande tribulação ocorrerá após o arrebatamento da igreja. O alerta maior diz respeito ao aparecimento de um governo mundial, por isso este estudo preocupou-se em mostrar também como o crente de Deus – precisa saber diferenciar todas as demais tribulação. A orientação é a seguinte: [...] a igreja não será removida do mundo antes da grande tribulação, pelo contrário, passará por ela, suportando-a pela graça e força de Deus. Somente depois desse grande e terrível período é que Cristo voltará para arrebatá-la. No final dessa tribulação, Cristo voltará pela segunda vez, o que acreditam ser um evento unitário. Desacreditam que haja duas etapas com relação a volta de Jesus Cristo, que segue o seguinte fato: Cristo voltará para a igreja (arrebatamento) antes da tribulação e no final desta com a igreja para julgar as nações, e implantar o reino milenar (PENTECOST, 2006).

Dessa forma, Pentecost (2006) consoante com HINDSON (1999) caracteriza o início da grande tribulação, precedido pelo arrebatamento da igreja, o qual será literal para o cristão. Esse acontecimento é indicado em várias passagens bíblico, principalmente na primeira epístola de Paulo aos tessalonicenses, na qual ele diz “pois o mesmo senhor descerá do céu com grande brado, a voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois, os 27


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que ficarem vivos, serão arrebatados juntamente com ele nas nuvens para sempre com o senhor”. Nesse contexto Hindson apud Lahaye (1999) resume o que acontecerá após o arrebatamento: Será um acontecimento de tais proporções, que todo o mundo tomará conhecimento da nossa partida. Haverá acidente com aviões, ônibus e trens em todos os países. Quem pode imaginar o caos no início da grande tribulação? Nas rodovias será um desespero quando muitos carros ficarão sem motorista. Muitos procuraram os templos para adorem a Deus. Os salvos não estarão presentes, foram arrebatados (1co 15.50-55). As igrejas liberais, em que heregeres com vestes clericais, pregarão a palavra de Deus, suas igrejas estarão lotadas, com membros confusos e iradas, perguntando, o que aconteceu? Pois haverá então uma grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, e nem haverá jamais (Mc 13.19). Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria, mas por causa dos escolhidos será abreviado aquele dia “(Mt 24:21-22).

A bíblia registra ainda, o tempo de conflito mundial e devastação, o qual resultará na poluição do ar e das águas, na destruição das vegetações do planeta e na eliminação parcial da humanidade (Ap 6-8). Atualmente mudanças climáticas, queimadas, desmatamento, processo de desertificação podem ser considerados um sinal que está próximo ao período da grande tribulação. (BLOMFIELD, 1987). De acordo com Olson (2006), a grande tribulação terá seu início logo que a igreja de Cristo for arrebatada aos céus, e se prolongando por um período de sete anos (Dn 9:24-27; Ap 11:1;12:6; Ap13:5; Ap 12:14), sendo seu término caracterizado com a volta de Cristo a terra na companhia de seus Santos para vencer o anticristo, o falso profeta e as nações ímpias (Ez. 20.33-44; 22. 17-22). SILVA (1989) confirma que a grande tribulação ocorrerá logo após o arrebatamento da igreja, um período sombrio de sofrimento sobre a humanidade que os escritores do antigo testamento, denominam de “grande tribulação”. “O vocábulo ‘tribulação” ocorre por dezenas de vezes, em ambos os testamentos. Mas é o novo testamento que encontramos maior luz projetada sobre o sofrimento e da tristeza do homem. O termo português se deriva do latim “tribulum”, ou instrumento de destorroar o restolho, mediante o qual o lavrador separava o trigo de sua palha.

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Olson (2006) comenta também, sobre o significado da grande tribulação. Para ele, a doutrina bíblica da tribulação refere-se ao período de sofrimento de angustia e dor para os gentios e todos aqueles que não foram arrebatados com Cristo na sua segunda vinda. Esse período terá duração de sete anos e governará sobre a terra o anticristo, falso profeta e a besta. Lembra ainda que, Jesus Cristo no monte das Oliveiras, respondeu as interrogações dos discípulos, mencionou a vinda de um período de tribulação sem paralelo em toda história do povo de Deus (Mt. 24.21,22). A Bíblia prega que o profeta Jeremias teve uma visão profética concernente a Israel, e viu como essa nação ficou liberta do jugo das nações gentílicas, sendo restaurada ao favor divino.

Hindson (1999) e Olson (2002) destacam também que o profeta Jeremias, antes que isso acontecesse, viu que Israel passou por um tempo de tribulação sem igual onde o chamou do tempo de angustia, conforme Jacó (Jr 30.4-9).

Para o teólogo Pentecost (2006), a grande tribulação tem outras expressões na bíblia sagrada como “o dia do senhor (ou JEOVÁ) que se refere ao juízo de Israel e das nações gentílica (Is 20.10-22; JI1.15; 2.1; 3.14; Am 5.18-10).

Essas profecias às vezes se referem – a algo que aconteceria num futuro imediato, no tempo do profeta, mas, no entanto o contexto revela que muitas vezes se referem também a um juízo muito remoto e que precede por pouco o tempo da restauração de Israel. Assim, a expressão “o dia do senhor” refere-se à tribulação.

No novo testamento também se encontra semelhante expressão, “o dia do senhor” (1CO 5.5; II TS 2.2-3) e o dia de Cristo (I CO 1.8; IICO1.14; FI 1.6-10), expressão que se refere ao período de tempo entre o rapto da igreja e a revelação de Jesus cristo. Será nesse dia em que a igreja receberá o seu galardão e será unida com cristo nas bodas do cordeiro.

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Encontra-se ainda no novo testamento a expressão “o dia de Deus”, a qual evidentemente se refere à renovação da terra por fogo e o início do perfeito estado eterno.

2.2 Designações da Grande Tribulação

PENTECOST (2006) relata que a grande tribulação pode ser denominada de “dia do senhor”, visto que é importante nas escrituras sagradas, e são citados por: Isaias 2.12; 13.6,9; Ezequiel 13.5; 30.3; Joel1.15; 2.1,11,31; 3.14; Amos 5.18 (duas vezes), 20; Obadias15; Sofonia 1.7, 49 (duas vezes); Zacarias 14.1; Malaquias 4.5; Atos 2.20; I Tessalonicenses 5.2; 2 Tessalonicenses 2.2;

2 Pedro 3.10.

Além

dessas citações, as expressões “aquele dia, o grande dia” aparecem 75 cinco vezes no antigo testamento. Deduz-se que o dia do senhor incluirá o período tribulacional. Zacarias 14.1- 4 - afirma que os acontecimentos da segunda vinda de Jesus Cristo também estão incluídos no dia do senhor. II Pedro 3.10 valida a idéia de incluir todo o milênio nesse período. Se o dia do senhor não começasse até a segunda vinda, visto que esse acontecimento é precedido por sinais, ele não poderia vir como um “ladrão na noite” inesperado e sem anúncio, como se diz que virá em I Tessalonicense 5.2. A única maneira que este dia pode chegar ao mundo é imediatamente após o arrebatamento. Logo se conclui que o dia do senhor é o extenso período de tempo que se inicia com a retomada do tratamento de Deus para com Israel após o arrebatamento, início do período tribulacional, passando pelo segundo advento e pela era milenar até a criação do novo céu e a nova terra, e depois do milênio. Tal conclusão é uma interpretação baseada na posição de Scofield, que diz: “O dia de Jeová” (“também chamado” aquele “dia” e o “grande dia“) “[...] é o período prolongado de tempo que se inicia com o retorno do senhor na sua glória e termina com a destruição dos céus e da terra pelo fogo, preparando novo céu e nova terra (is 65.17-19; 66.22; 2Pe 3.13; Ap 21.1)”.

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Outra visão sobre o dia do senhor é de Ironside (2002), que explica: “[...] quando finalmente o dia de graça terminar, o dia do senhor o sucederá [..] o dia do senhor segue [o arrebatamento]. Será o tempo em que os juízos de Deus são derramados sobre a terra. Isso inclui a vinda do senhor com todos os seus santos para executar julgamento sobre seus inimigos e tomar posse do reino.. E reinar em justiça por mil anos gloriosos”. (PENTECOST, 2006). Observa-se nas tabelas abaixo, as denominações da grande tribulação. TABELA 1. VÁRIAS DENOMINAÇÕES PARA A GRANDE TRIBULAÇÃO Última semana de Daniel Daniel 9:24-27 Tempo da angustia de Jacó Jeremias. 30:7 Sofonias 1:15 Ira futura I Tessalonicenses. 1:10 e 5: 9 - Apocalipse 6:16 e 17 Tempo de destruição I Tessalonicenses. 5:3; Jl 1.115 Tempo de Eclipse Isaías 24:20-23; Amos 5:18; Jl 2.2; Sf 1.14-18 (escuridão) Tempo de castigo Tempo de choro (pranto) Tempo de aflição Dilúvio de açoites Período de ira

Ezequiel 20:37-38; Is 24.20,21 Amos 5:16 -17 São Mateus 24:21 Isaías 28:15 e 18 Sf1.15,18; Its1.10; 5.9; Ap6.16; 11.18; 14.10,19; 15.1,7;

Tempo de provação Julgamento

16.1,19 Ap. 3.10 Ap 14.7; 15.4; 16.5,7;1 9.2

Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de estudo profética. 2005. Bíblia de estudo profética. São Paulo: Anos, 2006 e PENTECOST, J. Dwighit. Manual de escatologia. São Paulo: Vida, 2006.

A ira sobre a face da terra será tão grande que o livro de Apocalipse 6.15-17 relata e alerta a toda humanidade: Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todos os escravos e todo livre se esconderão nas cavernas e nos penhascos dos montes e desceram aos montes e aos rochedos: caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles, e quem pode suster-se (HOEHEMA, 2001).

Na concepção do autor a ira de Deus se manifestará e ninguém a aplacará.

Nessa linha de pensamento e observações PENTECOST (2006), afirma que [...] o pós- tribulacionista insistem em que a severidade da tribulação se deve apenas a atividade do homem ou de satanás, e assim desassociam Deus do período. 31


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Ainda de acordo com Pentecost (2006), Darby e seus seguidores, acreditam que a grande tribulação “é a ira de Deus contra o povo judeu dado a rejeição deste em relação a cristo.”

Em PENTECOST (2006) encontra-se que isso é:

[...] uma grande aberração, pois a verdade bíblica relata a respeito desse assunto que toda posição darbista seja desmascarada como uma campanha de suposições, falsas declarações e pura paixão. De acordo com a escritura, ela é a ira do diabo contra os santos por rejeitarem o anticristo e seguirem a Cristo.

RIBEIRO (1985) destaca que as escrituras estão repletas de declaração de que esse período não é ira do homem, nem mesmo a ira de satanás, a não ser à medida que Deus os utiliza como canais para execução de sua vontade; é uma tribulação de Deus. Esse período difere de toda tribulação anterior, não apenas em intensidade, mas também em tipo, já que vem do próprio Deus. Veja as referências Bíblicas (Is 24.1; Jl1.15; sf; 1.18; AP 6.16-17; Ap 11.18; Ap 14.7; Ap14.10; Ap 15.7; Ap16.7; Ap 19.1,2).

3.

DIVISÃO DO PERÍODO DA GRANDE TRILUAÇÃO

Silva (1989) confirma que a duração da grande tribulação será de sete anos, Conforme o livro de Daniel 9.24-27, verifica-se que a última semana que equivale a sete anos ainda não se cumpriu é exatamente a grande tribulação, divididas em duas partes de três anos e meio.

O livro de Apocalipse 11 e 13 relata o período da grande tribulação em dois períodos, dividindo em quantidade de meses da seguinte forma: quarenta e dois meses e mil e duzentos e sessenta dias. Sete anos corresponde a oitenta e quatro meses, sua metade é 42 meses, que é igual a --/--1260 dias. 32


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TABELA 2. QUANTIDADE DE DIAS DA GRANDE TRIBULAÇÃO Mil duzentos e sessenta dias Apocalipse 11:1 12:6 Quarenta e dois meses

Apocalipse 13:5

Tempo e tempos e metade de um tempo

Apocalipse 12:14

Fonte: WOOD, LEON J. A Bíblia e os Eventos Futuros:Panorama da Escatologia Bíblica. São Paulo: Editora Candeia, 1993.

Olson (2006) diz que, “a duração deste período é calculada pelo estudo da passagem em Daniel 9.24-27. Foi revelado a Daniel na ocasião de sua fervorosa oração em favor do seu povo, Israel, que “Setenta Semanas” ( “setes” de anos e não de dias, como o versículo 2 indica), foram determinadas (ou “marcadas”) sobre o seu povo e a cidade santa, Jerusalém. Esse período de “Setenta Semanas”, ou seja, setenta vezes sete anos, corresponde a 490 anos sacros de 360 dias em cada ano”. O autor argumenta que o período teria início com um decreto para reconstruir a cidade de Jerusalém. Tal decreto foi realmente expedido por Artaxerxes, rei da Pérsia, no dia 4 de março do ano 445 a.C. Na profecia foi revelado a Daniel que esse tempo de 490 anos seria dividido em três períodos da seguinte maneira: a) Sete “setes”, ou seja, 49 anos sacros (Dn 9.25). Reinaram sobre a Pérsia os reis Ciro, Xerxes e Artaxerxes. Foi este último rei que lavrou o decreto ao qual se refere a profecia, em 445 a.C., que é mencionado em Neemias 2.1-6.19. A profecia cumpriu-se com a restauração de Jerusalém no tempo de Neemias, 49 anos depois, quando havia terminado o cativeiro babilônico. b) Sessenta e dois “setes”, ou seja, 434 anos sacros. Este período teve início logo após o primeiro período de 49 anos e continuou sem interrupção até o tempo quando Jesus foi morto (Dn 9.26). A palavra hebraica “Karath”, traduzida “tirado” refere-se à crucificação de Cristo, fato que se deu no dia 10 e Nisan, do ano 30 a.D., que corresponde aos 6 de abril do nosso calendário. Com esse acontecimento haviam decorrido exatamente as “Sessenta e nove Semanas”, ou seja, 483 anos sacros. Isso deixa ainda “uma semana” de anos, ou seja, sete anos, a se cumprir depois da crucificação de Cristo. 33


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c) Um “sete” de anos sacros, ou seja, um período de sete anos que completará o período de 490 anos previstos, na profecia de Daniel 9.24-27. Com a morte de Cristo por crucificação, que significou a recusa total do Messias por parte de Israel, Deus também suspendeu suas relações com esse povo. Israel ficou “quebrado” na sua incredulidade (Rm 11.17). Em Roldán (2001:118) encontra-se que se tem esperado por vinte séculos para início deste último período de sete anos da profecia. Agora que Israel está novamente na posse de sua terra, parece iminente a realização desta “semana” que ainda está faltando. Esses sete anos serão o fim da “Dispensação da Graça”. Durante esse período haverá um pacto entre Israel e o Anticristo, e todos os eventos previstos em Apocalipse 6.1 a 19.21 terão finalmente o seu cumprimento. Essa “semana” terá início logo após o Rapto da Igreja, à segunda vinda de Cristo. O período de intervalo que tem havido entre a 69ª e a 70ª “semana” tem sido o período da Igreja, durante o qual Israel é rejeitado.

4. OS EVENTOS DURANTE A TRIBULAÇÃO HINDSON (1999) relata que no princípio deste período de sete anos o Anticristo fará aliança com o povo de Israel, que na maioria será um povo apóstata (Dn 9.27). No meio da semana, ou seja, depois de três anos e meio, ele quebrará a aliança cujas cláusulas permitiriam o restabelecimento da antiga religião judaica e a reconstrução do templo, no mesmo lugar onde Salomão o construiu. Por enquanto o local é ocupado pela Mesquita de Omar - local sagrado da religião muçulmana. Os propósitos da tribulação são: “preparar a nação de Israel para o Messias promovendo a conversão de uma multidão de judeus que entrarão nas bênçãos do reino e de todas as alianças de Israel e “derramar juízo sobre homens e nações descrentes.” (Ap 3.10) In PENTECOST (2006).

Para Ice e Demy (2001), o Anticristo então erguerá, no Santo dos Santos desse Templo reconstruído, o que Daniel e Jesus chamaram “a abominação da desolação” (Dn 9.27; Mt 24.15). Uma imagem de si próprio, como os antigos imperadores romanos costumavam fazer, a qual seria obrigatoriamente adorada por todos. Em Apocalipse 13.15 é a segunda metade da septuagésima, semana de Daniel, será a grande tribulação propriamente dita. Mt 42.21. 34


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O início da Grande Tribulação será um tempo de grande prosperidade, quando todos estarão proclamando “paz e segurança” (1 Ts 5.3), por terem alcançado o estado muito desejado de “utopia” sob o governo do “super-homem”, o grande dirigente político universal que a Bíblia chama de Anticristo.

“Pois que,

quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.” Na segunda parte da Grande Tribulação, Silva (1989) relata que Deus derramará seus juízos, cada vez mais severos (Ap 16), e a terra sofrerá grandes pragas, como o Egito sofreu as pragas nos dias de Moisés. Os homens rejeitarão a verdade a ponto de acreditar no “engano da injustiça”, propagado pelo Anticristo, que resultará em sua condenação (2 Ts 2.8-12; 2 Pe 3.1-9). Abaixo, a tabela 03 apresenta os eventos: TABELA 03. PRIMEIRA PARTE DA GRANDE TRIBULAÇÃO TRÊS ANOS E MEIO Israel terá pleno domínio de Jerusalém

Daniel 9:24 Daniel 9:27 - São João

Israel fará acordo com o anticristo por sete anos.

5:43; Isaías 28:15-18

Israel reconstruirá o templo derrubado por Roma em 70 d.C

II Tessalonicenses 2:4

O livro com sete selos

Apocalipse 5: 1 a 14

Os quatro cavalos e seus cavaleiros. “quatro selos”

Apocalipse 6:1 a 8

Os mártires de Deus “Quinto selo”

Apocalipse 6:9 a 11

O sexto selo “terremotos, chuva de meteoros, Eclipse

Apocalipse 6: 12 a 17

As duas testemunhas darão as suas profecias

Apocalipse 11:1 a 12

Fonte: GRUDEM, WAYNE.Teologia Sistemática . São Paulo: 1999 e ERICKSON, J. MILLARD - Opções contemporâneas na escatologia. São Paulo: Vida Nova , 1982.

A seguir o estudo apresenta a segunda parte dos eventos futuros. TABELA 04. A SEGUNDA PARTE DA GRANDE TRIBULAÇÃO Israel e invadida pelo anticristo O Anticristo no templo em Jerusalém

Apocalipse 12:6 II Tess. 2:3-4 Daniel 9:27 S. João

As duas bestas (O falso profeta e anticristo) As sete pragas

5:43 Isaías 28:15-18 Apocalipse 13 Apocalipse 15 e 16 35


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A Batalha do Armagedom (nações contra Israel) O espírito do demônio controlando os reis da terra Os reis do oriente marcham rumo a Israel Uma chuva de meteoros de até 34 quilos cada

Zacarias 14:12-13 Apoc. 19:19 Apocalipse 16:13 e 14 Apocalipse 16:12 e 16 Apocalipse 16:21 (um talento

As sete trombetas do juízo de Deus

equivale a 34 kg) S. Mat.24:29 Apocalipse 8:2 a 12 - 9:1 a 13 -

A volta de Cristo com seus santos para livrar Israel

11:15 Apocalipse

19:11-26,

1:7,

S.

Judas 1:14 , S. Mat. 24:30-31 Fonte: LADD, G. E. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980.

Para Lockyer (1988), mesmo depois que se iniciaram esses juízos terríveis sobre os homens, esses desafiarão o próprio Deus (Ap. 9.20,21; 6.2-11; 17.1-18; 18.1-24). Não há palavras para descrever a rebelião e a iniqüidade praticada pelos homens durante este período da derradeira luta, entre Deus e Satanás pela posse da terra (Ap. 11.15; 12.7-12; 19.11-21; 20.1-3). O Senhor se manifestará do céu, vindo como seu libertador e vingando-se dos seus inimigos. Ele julgará as nações e implantará seu governo de 1000 anos de paz sobre a terra. A capital desse governo será a própria Jerusalém (Mt 24.27-31; 25.31-46). (LOCKYER apud MIDKIFF, 1989).

Na concepção bíblica o fim desse período será quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos das nações aliadas sob o Anticristo (Zc 14.1-4; Jl 3.9-17), quando Israel não dispuser de mais qualquer meio de resistência, quando parecer que Israel desaparecerá como nação, sendo totalmente destruído, nesse momento esse povo se arrependerá, invocando o nome do senhor, pedindo-lhe socorro (Is 64; Zc 12.8-10). 5.

DIFERENÇAS ENTRE AS TRIBULAÇÕES Relata BERKHOF (1990), que pode distinguir a tribulação que a humanidade

passará na vida antes do arrebatamento com a tribulação pós-arrebatamento chamada de grande tribulação da seguinte forma: A palavra tribulação significa: Aflição, amargura, adversidade, trabalho, ou seja, são aqueles problemas que todo mundo tem, é muito comum se ouvir em nossos dias as frases: “Eu estou atribulado”, “Estou passando por uma tribulação”, porém isto não passa de momentos maus, que acontece na vida de todo mundo, quem não passa por problemas na família, na escola, financeiros, no trabalho, no ministério da igreja, problemas de viagem a negócios ou a passeio, problemas com o carro, e outras.

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Período da Grande Tribulação e suas principais características – por: Célio Bispo de Souza

O autor quer dizer que são tribulações, porém nada comparado com a grande tribulação, que será um período muito ruim, a qual nunca houve sobre a terra, e nem mais haverá em outro tempo (São Mateus 24:21), não será um simples problema financeiro, familiar ou desemprego, será algo muito pior, nunca ninguém passou por isso, por esta razão o apostolo São Paulo fala da tribulação do tempo presente. Lêse em Romanos 8:18, isto porque se refere aos momentos difíceis do dia a dia, o apóstolo não quis deixar nenhuma brecha para alguém confundir tribulação com grande tribulação. Em I Tessalonicenses 3:3 diz o apostolo São Paulo sobre as tribulações que a igreja passava na ocasião, e até mesmo os apóstolos, estavam conscientes da situação, o próprio Cristo deixou bem claro que Paulo passaria por problemas em Atos 9:16 (E eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome. Com relação aos Tessalonicenses e a toda a igreja de Cristo, o nosso Senhor não prometeu a ninguém isenção de problemas São João 16:33, mas prometeu vitórias sobre eles, isto é chamado de tribulação, aflições, e nunca de grande tribulação, porém existem aqueles que dão suas próprias interpretações a este texto dizendo que a igreja foi destinada para passar pela grande tribulação, porém o texto é claro ao afirmar que a igreja tal como o apóstolo foram destinados a passar por tribulações o que é muito diferente de grande tribulação (CORSINI, 1984). Nesse mesmo teor informativo Oliva (2009) denuncia arrolando que: [...] várias pessoas morreram perseguidas pela igreja católica. Há poucos anos evangélicos foram perseguidos nos países comunistas, mas isto não aconteceu simultaneamente nos países da época, não é possível generalizar nenhuma destas situações, isso deixou claro que a tribulação de um tempo, ou povo isolado, não aconteceu com todos os cristãos ao mesmo tempo, ao contrário da grande tribulação, que será uma perseguição generalizada e implacável contra todos os que aceitarem o reinado de Cristo, todos os que estiverem vivos na ocasião sofrerão perseguições do anticristo, não havendo diferença para oceanias e demais continentes, muitos irão aceitar a marca da besta, e farão parte do reinado do anticristo na grande tribulação, porém os que não aceitarem seu domínio irão sofrer extrema perseguição por parte deste governo mundial, porém serão salvo.

Para complementar as idéias confusas tem-se que - João exilado na ilha de Patmos teve uma visão que viu uma grande multidão de veste branca que venceram 37


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a grande tribulação. Mas como está previsto aqueles que aceitarem a marca do Anticristo perderam a salvação. Sendo assim em várias passagens bíblicas relata-se a palavra tribulação: [...] como no caso da tribulação de dez dias de Apocalipse 2:10, que a igreja de Esmirna iria passar, isto não tem nada a ver com a grande tribulação, e sim chamada tribulação de tempo presente, pois a grande tribulação não será de dez dias, e nem tão pouco acontecerá só com a igreja de Esmirna, visto que nas sete cartas das igrejas da Ásia, havia uma mensagem específica para cada igreja, a mesma coisa aconteceu com o Apóstolo São Pedro, quando o Senhor lhe perguntou três vezes se Pedro o amava mais dos que a seus amigos São João 21:15 a 18, onde o no versículo 18, Jesus fala da vida de Pedro quando ainda era mais jovem, o como se vestia, e o caminho por onde andava, mas em tempos futuros iria glorificar a Cristo com uma morte semelhante a de Cristo, e São Pedro foi crucificado numa cruz de cabeça para baixo, isto não é regra geral que todos os apóstolos morreriam de igual modo, pois existiu caso do apostolo João que mesmo nas perseguições do século I morreu de morte natural. (LINDSEY, 1988).

Vê-se que há muitas tribulações, uns foram perseguidos, outros morreram decapitados, porém não se pode generalizar e ver isso como uma grande tribulação. 6. PROPÓSITO DA GRANDE TRIBULAÇÃO 6.1 Quanto à nação de Israel conforme (Jr 30.4-9; Dn12.1; Mt 24.15,21):

PENTECOST (2006) relata que o propósito de Deus para Israel na tribulação é promover a conversão de uma multidão de judeus que entrarão nas bênçãos do reino e experimentarão o cumprimento de todas as alianças de Israel. As boas novas que o rei está preste a retornar serão pregadas (Mt 24.14) para que Israel possa voltar-se para o seu libertador.

Assim como João batista pregou tal mensagem a fim de preparar Israel para a primeira vinda, Elias pregara a fim de preparar Israel para o segundo advento. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do senhor; ele convertera dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição (Ml 4.5,6). Esse testemunho parece eficaz uma vez que muito judeus serão convertido durante o período da tribulação e aguardaram o Messias (Ap 7.1-8; Mt 25.1-13). 38


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O propósito de Deus é povoar o milênio com grande multidão de gentios convertidos, que serão redimidos pela pregação do remanescente fiel. Esse objetivo será alcançado na multidão de toda a nação, tribos, povos e línguas (Ap 7.9) e nas ovelhas (Mt 25-31-46) que entrarão na era milenar. 6.2 Quanto ao derramar juízo sobre os homens e nações descrentes: Em Apocalipse 3.10, revela-se o propósito que se refere à igreja de Filadélfia: “[...] também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro para experimentar os que habitam sobre a face da terra”. A mensagem é para a Igreja, pois é a garantia de que será guardada daquele tempo. Portanto, a igreja não passará pela grande tribulação. Olson (2002) cita oito razões, apontando que a igreja não passará pela grande tribulação: 1- nenhuma passagem bíblica declara explicitamente que a igreja passará pela grande tribulação; 2- o livro de apocalipse trata em geral dos derradeiros sete anos do século atual, a “septuagésima”; 3- promessa da igreja em Filadélfia; 4- a grande tribulação apresenta um período de ira e fúria (Ap. 15.1; 16.1,19); 5- a grande tribulação tem haver com a nação de Israel (Jr. 30.4-9; Dn. 12.1; Mt 24.15,21); 6- o período da igreja está entre 69ª a 70ª semana vista em Dn. 9.25-27; 7- Jesus deixa claro em Lu. 21-.25-36 que o destino da igreja é escapar do castigo que o mundo sofrerá; 8- o ensino paulino enfatiza que a salvação da igreja inclui o ser salvo da ira futura (I Ts. 1.10; 5.9). Com base nessa passagem, pode-se verificar que Deus está julgando as nações da terra por causa de sua infidelidade. As nações da terra serão enganadas por um falso ensinamento religioso prostituído (Ap. 14.8), e têm partilhado do vinho da fúria da sua prostituição. Elas seguiram o falso profeta na adoração da besta (Ap. 13.11-18). Por essa impiedade, deve ser julgada. Esse julgamento recai sobre os “reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todos os 39


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escravos e todo livre...” (Ap. 6.15), todos os que blasfemaram o nome de Deus [..] nem se arrependeram para lhe darem glória.” (Ap 16.9). (PENTECOST, 2006).

Os profetas do Antigo testamento descrevem o reino mediador antes de mais nada como um assunto espiritual. Ele traz perdão do pecado, purificação espiritual, provisão da justiça divina, novo coração e novo espírito, conhecimento direto de Deus, harmonia interior com as leis de Deus, derramamento do espírito sobre toda a carne e restauração da alegria à vida humana (Jr31.34; 23.5,6); Rz 36.24-28; Zc 8.20-23; Jr 31,.33, Jl 2.28, Is35.10). (PENTECOST, 2006).

O reino também será ético em seus efeitos [...] uma estimativa apropriada de valores morais [...] um ajuste das desigualdades morais perpassará todos os aspectos das relações humanas [...] (Is32.5; 40.4; jr 31.28-30). O estabelecimento desse reino também produzirá grandes mudanças sociais e econômicas [...] a guerra será eliminada [...] as artes e ciências serão voltadas a usos econômicos [...] a paz mundial será introduzida [...] justiça social para todos [...] (Zc 9.10; Is 2.4; 9.7; 42.3; 65.21, 22; Sl 72.1-4,12-14; Sf 3.9).

Os aspectos mais inteiramente físicos da vida também sentirão os efeitos desse reino mediador. A doença será eliminada. A longevidade será restaurada [...] somente morrerão os indivíduos duros e incorrigíveis que se rebelarem contra as leis de do reino. Os perigos comuns da vida física estarão sob o controle sobrenatural [...] A terra estará sob o controle direto d´Aquele a cuja voz até os ventos e as ondas obedecem [...] mudanças geológicas [...] mudanças climáticas [...] grande aumento na fertilidade e produtividade do solo [...] Is 32.14; 35.5,6; 65.20-22; Zc 14.3,4; Am 9.13; Is 11.6-9; 32.15.16). (PENTECOST, 2006).

7- CONCLUSÃO Ao término deste breve estudo, muito me honrou participar de tão magnífico pleito. Fica, portanto, registrada, a reflexão de que creio fielmente de que uma 40


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tríplice divisão natural será empreendida, melhor me expressando, que a vinda do Senhor Jesus se assentará numa tríplice relação: a Igreja (arrebatamento), a Israel (preparo para receber o Messias sete anos depois) e às Nações (ao Milênio). Crendo ainda, que nesse evento, Deus povoará o milênio por judeus e nação gentílicas. Portanto, fica clara que haverá salvação durante a tribulação, mesmo que tenha que custar a vida de quem enfrentar o anticristo. A Grande Tribulação não se destina à Igreja de Cristo e, sim, para o povo de Israel e o mundo gentio. Todos os juízos de Deus profetizados terão o seu cumprimento. Não sabemos o dia da volta do Senhor, mas sabemos que é a nossa missão principal: pregar o Evangelho e dar testemunho de Cristo diante dos homens. Nestas finalizações torna-se oportuno reforçar que as escrituras orientam que a tribulação será um tempo de sete anos. Logo, os juízos de Deus sobre o mundo estão previstos no período da Grande tribulação, porém aqueles que resistirem as marcas e não adorarem a besta será salvo. Ficou patente através das referências bíblicas citadas, que um remanescente de judeus será salvo. Isso prova que haverá salvação durante a grande tribulação. Ainda em tempo quer-se dizer aqui que o período de tribulação servirá para dois propósitos principais: retribuir às nações do mundo por seus pecados, pois todo homem tem sido pecador e todas as nações como grupo de indivíduos, também têm seguido caminhos desagradáveis a Deus – o outro propósito diz respeito à preparação a Israel para receber o Messias. Conclui-se frente às premissas ora ressalvadas que o povo de Deus deverá ter uma atitude receptiva ao seu Messias – pois, os judeus não estavam prontos para receber Cristo na primeira vez, portanto bem aventurado aqueles que forem arrebatados antes da grande tribulação, não conhecerá tal aflição, fique atento para não ser pego de surpresa quando o senhor Jesus voltar nas nuvens, com poder e grande glória, para buscar seus escolhidos. Ora vem senhor Jesus. Maranata. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERKHOF, LOUIS.Teologia Sistemática. Campinas, SP: Luz para o Caminho, 1990. 41


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Período da Grande Tribulação e suas principais características – por: Célio Bispo de Souza

SAWYER, M. James. Uma introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São Paulo: Editora Vida, 2009. SILVA, Severino Pedro. Escatologia, doutrina da última coisa. RJ: CPAD, 1989. WOOD, LEON J. A bíblia e os eventos futuros: panorama da escatologia bíblica. São Paulo: Editora Candeia, 1993.

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Período da Grande Tribulação e suas principais características – por: Célio Bispo de Souza

A N E X O S

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Período da Grande Tribulação e suas principais características – por: Célio Bispo de Souza ARREBATAMENTO A - Dispensação da graça: - presença da Igreja de Cristo no mundo esperando o arrebatamento. - Período de tempo indeterminado, pois o arrebatamento está previsto na Bíblia Sagrada, conforme o cumprimento de sinais dos fins dos tempos.

B

CÉLIO BISPO DE SOUZA

FIGURA 1. EVENTOS DAS TRIBULAÇÕES C

1000 ANOS

D

GRANDE TRIPULAÇÃO: DURAÇÃO DE 07 ANOS BC – período de paz e globalização universal da economia, política e cultura. No final de três anos e meio haverá rompimento do pacto de Israel com o anticristo. O anticristo é como fosse um grande governo em que estabilizará todos os conflitos de guerra de fome, peste, social, político e econômico. CD – período de perseguição a todos que opor o governo do anticristo. O Anticristo quer ser adorado como se fosse Deus, por todas as religiões. Grande sofrimento de angústia, dor e peste. Eventos da primeira metade da tribulação 1 Os juízos dos selos, trombetas e dos Apocalipse 6:8; 1-2 Apocalipse 8;9;11 e 15 Apocalipse 15;16 2- Surgimentos do anticristo e a confederação das dez nações Dn. 9326-27/DN 2.42-44; 7:7-24/Apoc.12-3; 131;17.12-16

E

F

FINAL

MILÊNIO

Eventos da metade da tribulação 1 – O livrinho – Apocalipse 2 – O Anticristo é morto 3 – Satanás é lançado do céu para a terra 4 – A ressurreição do anticristo 5 – Três reis são mortos e sete se submetem 6 – A destruição da falsa igreja: Apocalipse 7 – A morte e a ressurreição dos deuses testemunhas 8 – A adoração do anticristo 9 – Falso profeta 10 – 666 A março do Besta – APC 13.16-18 11 – A aliança de sete anos é que tudo 12 – A abonação dos desoladores 12 – A perseguição dos judeus Eventos da segunda metade da tribulação 1- Os juízos das taças 2- A proteção remanescente de judeu 3- A conversão dorsal

4- O reavivamento através dos 144.000 judeus. Apocalipse 7

Fonte: Esquema elaborado pelo autor da obra em epígrafe. 12/2010.

G

NOVO CÉU E NOVA TERRA

5 – Os juízos da trombeta 6 – o ministérios das testemunhas 7 – A falsa Igreja. Apocalipse 17:1-6

3- O Ministério de Elias – Malaquias 4:5-6

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JUÍZO


Período da Grande Tribulação e suas principais características – por: Célio Bispo de Souza CÉLIO BISPO DE SOUZA

FIGURA 2. AS DISPENSAÇÕES BÍBLICAS Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. São Paulo: Hagnos, 2005. Jesus Cristo é a luz, a Bíblia a lâmpada e a Igreja é a casa da luz. A luz interior são os olhos da fé, os óculos que nos permitem perceber a luz corretamente. Assim , podemos dizer que a Igreja está debaixo da Bíblia, e a Bíblia está debaixo do evangelho. As autoridades para a fé não são iguais, porém todas elas são de importância decisiva. A experiência religiosa é o meio pelo qual discernimos a luz e a verdade. A experiência religiosa depende da Bíblia para encontrar sua verdade, mas a Bíblia, por sua vez, depende da experiência religiosa ser eficaz. (SAWYER, 2009).

FIGURA 3. OS PICOS DAS MONTANHAS DA PROFECIA

Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. São Paulo: Hagnos, 2005. No Novo Testamento, encontramos dois fenômenos: a continuação do ministério profético e uma reeleitura do Antigo testamento desde uma perspectiva cristológica. Algumas vezes o próprio jesus é chamado ou considerado como profeta (Mc6.15; 8.27,28; Jo 4.19; 6.14; 7.40; 9.17; At 3.20-22). Porém também se fala de “profeas” e “profetizas” (veja Lc 2.36; At 13.1; 21.9). em Efésios é dito que a igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. O livro de Apocalipse é chamado de “profecia” (1.3) e relata atividades de profetas de deus tanto quanto de falsos profetas (11.3, 10. 19.20). Designações e descrições devem serinterpretadas respeitando-se o sentido original de “profecia” e “profetizar” e, também, dentro de uma literatura especial como é chamada a “apocalíptica”

FIGURA 4. O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. São Paulo: Hagnos, 2005. Na segunda parte da Grande Tribulação, Deus derramará seus juízos, cada vez mais severos (Ap. 16). No fim desse períodod, quando jerusalém estiver cercada pelos exercéitos das nações aliadas sob o Anticristo (Zc 14.1-4; Jl 3.9-17), quando Israel não dispuser de mais qualquer meio de resistência, e quando parecer que Israel desaparecerá como nação. Sendo totalmente destruído, nesse momento esse povo se arrependerá, invocando o nome do senhor pedindo-lhe socorro (Is 64; Zc 12.8-10). O senhor se manifestará no céu, vindo como seu Libertados e vingando-se dos seus inimigos. Ele julgará as nações e implantará seu gloriosos governo de 1000 anos de paz sobre a terra. A capital desse governo será a própria cidade de jerusalém (Mt 24.27-31; 25.31-46). (OLSON, 2002).

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FIGURA 5. O

ANTICRISTO E A PROFECIA DE DANIEL Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. São Paulo: Hagnos, 2005. O termo anti-cristo aparece apenas cinco vezes na bíblia e todas elas se encontram nas primeira e segunda epístolas de I João2:18, 2:22; 4:3; II João 7. [...] de acordo com sua promessa, esperamos que, nos últimos dias, o Anticristo sendo destruído, os judeus chamados, os adversários do reino de seu Filho amado despedaçados, e as igrejas de Cristo sendo aumentadas e edificadas por meio de uma comunicação livre e plena de luz e graça, desfrutaremos neste mundo de uma condição -mais quieta, pacífica e gloriosa do que aquela que tempos desfrutado (26.5). [...] mulidões de convertidos, muitas pessoas, sim, nações” Is 60.7,8; 66.8; 49.18-22; A.7.9”, e sujeição professa das nações por todo o mundo ao Senhor Cristo – Dn. 2.44; 7.26,27; Is 60.6-9.”

FIGURA 6. A ERA DOS GENTIOS Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. São Paulo: Hagnos, 2005. “Tú ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua... a cabeça dquelaestátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braço 121de prata; o seu ventre e as suas coxas; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, qual feriua estáua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata, e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estrio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles, mas a pedra, que feriu a estátua se tornou grande monte, e encheu toda a terra.”Na interpetação do sonho e daniel, a imagem é ntendida em termos da sucessão de reinos terrenos, e a pedra 0misteriosa que os destrói é identificada com o reino de Deus. (Nm20.80; Dt32.4; Is 8.14.17.10; 44.8; 51;1).

FIGURA 7. OS QUATRO TEMPLOS DE ISRAEL Fonte: LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. São Paulo: Hagnos, 2005. E de tal forma, em verdade deve ele imperar, que, repercutida só pela vara de sua boca, a Terra toda, com seu poder de ferro e bronze, com seu resplendor de ouro e prata, ele a despedaçará como se outra coisa não fosse senão diminutos vasos de oleiro, na exata medida em que os profetas vaticinam acerca da magnificência de seu reino (Dn2.32-35). O remanescente de Israel será então novamente congregado de entre as nações em toda a terra e o reino milenial de cristo terá início, em que israel será “a cabeça” e não a “cauda” entre asnações. O resto das nações (as ovelhas)), reconhecerão a Deus e ao lado do povo israellita honrarão ao Senhor (Zc 14.1

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