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Salinas

O LOCAL ESCOLHIDO PARA SER COLOCADO O CANHÃO FOI UMA ILHA, QUE ERA A PONTA MAIS SALIENTE DA COSTA, HOJE ILHA DO ATALAIA, NOME DADO JUSTAMENTE POR TER SIDO ESCOLHIDA COMO LOCAL PARA SE “VIGIAR” “FICAR DE SENTINELA”

Oprimeiro nome atribuído ao município de Salinópolis foi “Virianduba” ou “Viriandeua”, que em Tupinambá significa, abundância de pássaros, característica marcante do município ainda nos dias atuais. A segunda denominação foi “Destacado”, escolhida pelo Governador e Capitão Geral do Maranhão André Vidal de Negreiros, responsável também pela administração do Pará entre 1655 e 1656. O nome foi criado quando o Capitão Negreiros incumbiu o Capitão-Mor do Pará, Feliciano Correa, de estabelecer uma atalaia, isto é, uma espécie de guarita construída em lugar elevado, para indicar aos navegantes da região a estrada da Barra de Belém por meio de tiros de canhão. Essa iniciativa contribuiu para prevenir o afundamento de embarcações nos recifes da costa paraense, dando destaque aos capitães envolvidos na vigilância da costa, por isso o título “Destacado”.

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Em 1645 os jesuítas ensaiaram um princípio de localização, mas o fundador oficial da povoação foi André Vidal de Negreiro, que em 1656 reuniu alguns práticos e suas famílias em um pequeno povoado, localizado na Ilha do Atalaia no alto de um barranco de uns 20 metros de altura, de onde sinalizavam para as embarcações da proximidade dos recifes.

Antes da separação do Maranhão e do Pará, em 1774, Salinas pertencia a Capitânia do Caeté, criada pelo Decreto Lei de 25 de fevereiro de 1652. Esta Capitânia começava no rio Gurupi e se estendia 50 léguas de costa até o Guamá. (Relatório do Ouvidor do Maranhão bacharel João Antônio da Cruz Diniz, em 1751)

Dois elementos contribuíram na fundação da cidade: A fábrica de sal e a praticagem na Ilha do Atalaia.

Os primeiros a exercerem a função de práticos neste município foram os índios, guiando as embarcações que faziam a rota Salinas/Belém e Salinas/São Luis. Eram profundos conhecedores dos rios, furos e enseadas desta região. Com a chegada dos portugueses foram promovidos a função de pilotos.

No período colonial, o Estado do Pará possuía muitas salinas, as quais eram mantidas na região por padres jesuítas. Estes recrutavam os índios Tupinambás já aculturados como mão-de-obra, sendo levados pela experiência da natureza a fabricar sal para salgar os peixes com os quais se abasteciam nas piracemas. A região de Virianduba, por sua vez, começou a prosperar e, pouco tempo depois, em decorrência das explorações de uma salina em seu território, foi-lhe atribuída o terceiro nome – “As Salinas” – alterado, posteriormente, para “Salinas” pelo Capitão General José de Nápoles Teles de Menezes em 1781, que elevou a região à categoria de Freguesia, sob o padroado de Nossa Senhora do Socorro de Salinas.

Atl Ndida

Em 1882, Salinas foi elevada a município, cuja instalação ocorreu em 1884, obtendo, ainda, foros de Cidade em 1901. Já em 1920, foi estruturado um projeto de desbatizamento da cidade, objetivando trocar seu nome para “Atlântida”, que segundo os administradores, seria mais clássica e elegante. No entanto, esse novo título não correspondia à indústria salineira, característica que o nome atual na época naturalmente conseguia fazer, comunicando desde tempos

No período colonial, o Estado do Pará possuía muitas salinas, as quais eram mantidas na região por padres jesuítas. Estes recrutavam os índios Tupinambás já aculturados como mão-de-obra, sendo levados pela experiência da natureza a fabricar sal para salgar os peixes com os quais se abasteciam nas piracemas.

O primeiro nome atribuído ao município de Salinópolis foi “Virianduba” ou “Viriandeua”, que em Tupinambá significa abundância de pássaros, característica marcante do município ainda nos dias atuais.

Hist Rico

remotos a vocação da região para a produção salineira. O decreto não foi baixado e o nome não foi alterado. Mas no ano de 1930, o município teve seu território anexado ao município de Maracanã até 1933, quando ocorreu sua segunda emancipação político administrativa. Em virtude de a legislação federal proibir a duplicidade de nomes de cidades e vilas, em 1943, Salinas passou a chamar-se Salinópolis. O topônimo de origem portuguesa significa “cidade de Salinas”. Aos habitantes locais dá-se a denominação de “salinopolitanos”. Em 1966, através da Lei Nº 3.798, Salinópolis foi transformada em Estância Hidromineral de Salinópolis.

Est Ncia Hidromineral

A instalação oficial ocorreu em 11 de fevereiro de 1967 e os seus prefeitos passaram a ser nomeados pelo Governador do Estado do Pará, permanecendo sob esta condição até o dia 29 de janeiro de 1985, quando por força de Decreto Presidencial, foram extintas as chamadas “Áreas de Segurança Nacional”, e com elas as nomeações de prefeitos pelos governadores. Dessa maneira, o município readquiriu sua autonomia político-administrativa, podendo eleger seus dirigentes através de eleição direta com o voto popular.

Hino E Bandeira

Em 1920, foi criado um projeto para mudar o nome deste município. O nome para com o qual seria rebatizado era Atlândida, mas o mesmo não correspondia à industria salineira que no passado deu o nome de Salinas ao mesmo.

Pela falta de insistência, falta de decreto e o desinteresse do povo a mudança em jogo, em 1930 foi extinto o município e seu território foi anexado ao município de Maracanã, até junho de 1933 quando foi restabelecido.

Salinópolis da Amazônia é a cidade mais almejada, pois só ela dentre todas pelo Atlântico é banhada. Seu clima puro e seco, a todos nós saúde dá... E suas praias são tão lindas, que outras mais lindas não há.

Em Atalaia suas belas dunas, de fina areia alvinitente, fazem um belo contraste com o verde escuro arborescente.

Na bela praia do Maçarico, em ânsia vertiginosa, os doentes vão banhar-se na lama miraculosa.

O município de Salinópolis, de acordo com as estimativas do IBGE, no ano de 2021, possuía uma população de 41.164 habitantes. O percentual da população em idade de trabalho (que considera pessoas de 15 a 69 anos) foi de 72%, em 2021. Do total de pessoas inscritas no CadÚnico, cerca de 36% encontrava-se em situação de extrema pobreza.

Sua área total é de 226,120 Km2, com uma densidade demográfica de 157,40 habitantes/Km2. Salinas é um dos principais polos turísticos do Pará. Está localizado na região Nordeste paraense e a 220 quilômetros da capital, Belém.

A boa água do Caranã, cristalina, sulfurosa, dá saúde a toda gente que a bebe sequiosa.

Para os nautas Salinópolis é um seguro pioneiro. Apontar-lhes o caminho com seu farol mil altaneiro.

Por tão bela situação é uma cidade risonha. Por tudo isso Salinópolis é o paraíso da Amazônia.

Hist Rico

Os faróis de Salinópolis possuem importância histórica, que remonta aos idos do século XVII, quando Salinópolis fazia parte da Capitania do Maranhão, que tinha como Governador e Capitão Geral André Vidal de Medeiros, que ficou famoso pela resistência pernambucana contra o domínio holandês. A cidade foi então escolhida para abrigar uma atalaia, espécie de guarita construída para avisar os navegantes que percorriam o caminho Belém-Maranhão qual direção seguir. Na época, ao invés de faróis, utilizavase o sistema de fogueiras para orientar os navios que passavam pela região.

Aproveitando uma elevação de cerca de 15 metros sobre o nível do mar, os “práticos” –inicialmente caboclos e índios que trabalhavam no atalaia –acendiam uma fogueira durante a noite, para que os navios não se aproximassem dos arrecifes, e durante o dia havia um pequeno canhão, chamado de bombarda, que tinha a mesma finalidade. Construiu-se então o primeiro Farol ou Farol Velho, em 1848, cujas ruínas encontram-se até hoje na praia do Farol ficando parte delas exposta quando a maré está baixa. O material utilizado foi pedra e cal, que até hoje resiste às águas e desgastes do mar.

“Para os nautas Salinópolis é um seguro pioneiro. Apontar-lhes o caminho com seu farol mil altaneiro”.

O terceiro Farol é o que funciona até os dias de hoje. Localizado ao lado da Igreja Matriz, foi montado entre 1936 e 1937. Sua estrutura foi toda trazida da França pelo engenheiro francês Desiré Potart, responsável por sua construção e montagem. Possui 30 metros de altura e integra o complexo do Rádio-Farol da Marinha, estando sob a guarda do mesmo órgão.

Em 1916 foi construído o segundo farol, ainda na praia do Farol, mas em local mais alto e afastado das correntezas da maré.

O terceiro Farol é o que funciona até os dias de hoje. Localizado ao lado da Igreja Matriz, foi montado entre 1936 e 1937. Sua estrutura foi toda trazida da

França pelo engenheiro francês Desiré Potart, responsável por sua construção e montagem. Possui 30 metros de altura e integra o complexo do RádioFarol da Marinha, estando sob a guarda do mesmo órgão.

Aproveitando uma elevação de cerca de 15 metros sobre o nível do mar, os “práticos” –inicialmente caboclos e índios que trabalhavam no atalaia – acendiam uma fogueira durante a noite, para que os navios não se aproximassem dos arrecifes, e durante o dia havia um pequeno canhão, chamado de bombarda, que tinha a mesma finalidade. Construiu-se então o primeiro Farol ou Farol Velho, em 1848, cujas ruínas encontram-se até hoje na praia do Farol ficando parte delas exposta quando a maré está baixa. O material utilizado foi pedra e cal, que até hoje resiste às águas e desgastes do mar.

Hist Rico

Farol de Salinas (Antigo Pharol do Apheu)

Na base de concreto do Farol de Salinópolis, por dentro da mureta que o protege, existe uma placa de identificação datada de 1937, ano de sua montagem naquele local; aparafusada sobre ela está a original de 1893 que veio no equipamento de sinalização marítima encomendado à fábrica F. Barbier et Cie., situada no número 82 da rue Curial em Paris:

O farol que desde 1937 está em Salinópolis compôs um pedido de 10 faróis feito em 1891 pela Marinha Brasileira ao engenheiro francês Fréderic Barbier; desses, de acordo com a Revista Marítima Brasileira, três foram especificados à construção com colunnas tubulares sobre esteios de rosca, systema Mitchell: Belmonte (BA), Rio Doce (ES) e Salinas (PA) – discriminado à Ponta do Atalaia onde já existia um farol sobre torre de alvenaria ameaçada de solapar pela invasão do mar.

O sistema construtivo denominado Mitchell fora inventado pelo engenheiro irlandês Alexander Mitchell para erigir arcabouços metálicos em terrenos instáveis; a firma F. Barbier et Cie. o utilizava quando demandada a desenvolver faróis completos, inclusive com habitação de faroleiros na própria estrutura:

Ao lado, acima, se vê dois faróis, anteriores à citada encomenda da Marinha em 1891, que já uti-

Salinópolis nos anos 1940 (pintura de E. Bastos cedida por Paulo Andrade) lizavam o Sistema Mitchell; no período de confecção desses faróis pré-moldados ainda era sócio de Fréderic Barbier o senhor Stanislas Tranquille Fenestre, morto em 1887 – Fréderic e Stanislas desde 1860 mantinham uma parceria produtiva que gerou a Barbier et Fenestre em 1862.

Note-se na pintura, a existência de habitação aos faroleiros, do que se via no de Salinópolis nos anos 1940 (pintura de E. Bastos cedida por Paulo Andrade)

E o Farol de Salinas foi à Ilha de Apehu: Dissemos que o Farol de Salinas fora encomendado em 1891 para substituir um farol velho [localizado onde hoje está parte de sua muralha na praia do Farol Velho, na Ilha (ou Pon- ta) do Atalaia]; contudo, a torre de alvenaria desse farol velho, que ameaçava ruir pelo choque e varredura das marés altas em suas fundações, teve um reparo de baixo custo que deu solução aparentemente definitiva ao problema (o farol novo chegou em 1893 e só foi decidida sua montagem em 1901 noutro lugar); deste modo se vê a perda da serventia de um equipamento náutico que veio para ser instalado em Salinas em substituição ao velho (de 1852) que por oito anos de observação acurada diagnosticou-se firme.

O Diário Oficial da União, de 25AGO1909, revela o pagamento reclamado por Frederico Carlos Pusinelli, pela armazenagem de 412 volumes contendo as peças do pharol de Salinas, que estiveram no Trapiche S. João, naquele Estado (do Pará), desde janeiro de 1894 até setembro de 1901.

Estando a navegação em ritmo acelerado nesta parte do território brasileiro, armou-se, em setembro de 1902, o farol de fabricação francesa na Ilha de Apehu:

Fonte: FAU-UFPA.

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