VII PRÊMIO INFI - FEBRABAN DE ECONOMIA BANCÁRIA
Angela Nazeazena Vique Fraga CATEGORIA C – Categoria Especial – Educação Financeira
Trabalho: Planejamento Financeiro Pessoal dos Moradores de Nova Petrópolis - RS Frente aos Apelos e Facilidades do Consumo Moderno
São Paulo 2015
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA
PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL DOS MORADORES DE NOVA PETRÓPOLIS - RS FRENTE AOS APELOS E FACILIDADES DO CONSUMO MODERNO
NOVA PETRÓPOLIS/RS 2013
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA RESUMO Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar como os moradores de Nova Petrópolis – RS fazem seu planejamento financeiro diante dos apelos e facilidades de crédito do mundo moderno. Primeiramente foi feito um levantamento bibliográfico para ter melhor compreensão sobre o assunto e aprofundar o melhor entendimento sobre finanças, finanças pessoais, educação financeira, consumo, endividamento e planejamento financeiro. Trata-se de uma pesquisa aplicada, de caráter exploratório e descritivo, de natureza qualitativa e quantitativa. Obteve-se a coleta de dados através de um questionário. Esta pesquisa se propõe a analisar quais os principais objetivos dos moradores de Nova Petrópolis - RS e como costumam agir diante dos apelos da mídia. Qual é a importância de ter conhecimento de suas despesas e receitas e de que forma é feito esse controle. Qual é a importância de ter um planejamento financeiro e como pode ser feito. Quais são as suas prioridades de pagamentos e as suas necessidades. Além de ter o interesse de despertar nas pessoas o hábito de ter controle e organização de suas finanças, enfim, a necessidade de ter um planejamento financeiro. Demonstrar como um bom planejamento financeiro pode influenciar no futuro das pessoas. Compreender alguns conceitos como o que são finanças, finanças pessoais, consumo, entre outros, assim como apresentar um modelo de planejamento financeiro pessoal. Palavras-chave: Controle. Finanças. Planejamento.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA ABSTRACT The purpose of this paper is to analyze how the citizens of Nova Petrópolis – RS do their financial planning in regards to all the appeals and credit conveniences offered nowadays. First, a bibliographical survey was conducted on the subject, in order to have a better understanding of finances, personal finances, financial education, consumption, indebtedness and financial planning. This study used applied research, descriptive and exploratory, with a qualitative and a quantitative approach. The data was obtained from a questionnaire. It intends to examine what the main goals of the people who live in Nova Petrópolis – RS are and how they usually react to mass media appeals. Underscoring the importance of being aware of personal expenses and income and how you control them. How important it is to have a financial planning and how you can do it. Which of your payments should be prioritized and what your needs are. Moreover, it aims to make people get into the habit of controlling and organizing their finances, emphasizing the necessity of having a financial planning. Showing how a good financial planning can influence the future. It also explains some concepts such as finances, personal finances, and consumption and presents a model of personal financial planning. Keywords: Control. Finances. Planning.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Gênero dos entrevistados ...................................................................................... 46 Gráfico 2 - Estado Civil dos entrevistados .............................................................................. 46 Gráfico 3 - Escolaridade dos entrevistados ............................................................................. 47 Gráfico 4 - Idade dos entrevistados ......................................................................................... 48 Gráfico 5 - Renda Mensal dos entrevistados ........................................................................... 48 Gráfico 6 - Conhecimento das receitas e despesas .................................................................. 49 Gráfico 7 - Importância do planejamento pessoal ................................................................... 49 Gráfico 8 - Existência de controle financeiro pelos entrevistados .......................................... 50 Gráfico 9 - Tipo de controle utilizado pelos entrevistados ...................................................... 51 Gráfico 10 - Bom uso dos recursos mensais dos entrevistados ............................................... 52 Gráfico 11 - Prioridades de pagamento dos entrevistados....................................................... 53 Gráfico 12 - Existência de reservas ......................................................................................... 54 Gráfico 13 - Frequência de suas reservas ................................................................................ 54 Gráfico 14 - Significado de “às vezes” guardar algum recurso para os entrevistados ............ 55 Gráfico 15 - Tipos de aplicação dos entrevistados .................................................................. 55 Gráfico 16 - Valorização das pessoas diante a sociedade........................................................ 56 Gráfico 17 - Frequência de mudança de objetivos .................................................................. 57 Gráfico 18 - Aquisição através da mídia ................................................................................. 57 Gráfico 19 - Mídia X Metas ou objetivos ................................................................................ 58 Gráfico 20 - Economizar ou adquirir algo novo ou que está na moda .................................... 59 Gráfico 21 - Desejo é diferente de necessidade de ter algo novo ............................................ 60 Gráfico 22 - Prioridade das necessidades dos entrevistados ................................................... 61 Gráfico 23 - Pesquisa de preço ................................................................................................ 62 Gráfico 24 - Controle nas compras .......................................................................................... 62 Gráfico 25 - Oportunidades milagrosas das facilidades do crédito ......................................... 63 Gráfico 26 - Informação de quanto pagam de juros em um parcelamento.............................. 64 Gráfico 27 - Possui algum tipo de parcelamento ..................................................................... 65 Gráfico 28 - Quantos parcelamentos possui ............................................................................ 65 Gráfico 29 - Comprometimento dos parcelamentos ................................................................ 66 Gráfico 30 - Pontualidade dos parcelamentos, empréstimo e/ou financiamentoa ................... 66 Gráfico 31 - Forma de pagamento das compras dos entrevistados ......................................... 67 Gráfico 32 - Possui limite de cheque especial ......................................................................... 68 Gráfico 33 - Quando costuma utilizar o limite do cheque especial ......................................... 68
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Gráfico 34 - Pretende adquirir algum bem ou serviço novo no próximo ano ......................... 69 Gráfico 35 - O que pretende adquirir no próximo ano ............................................................ 69 Gráfico 36 - Possui algum objetivo a ser alcançado no curto prazo........................................ 70 Gráfico 37 - Objetivos a serem alcançados no curto prazo ..................................................... 70 Gráfico 38 - Prioridade dos objetivos mais comuns para os entrevistados ............................. 71 Gráfico 39 - Preocupação com aposentadoria ......................................................................... 72 Gráfico 40 - Ações feitas para ter aposentadoriatranquila e com qualidade de vida............... 72
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Pir창mide de Maslow.......................................................................................... 24
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Idade dos entrevistados........................................................................................48
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Resultado do balanço patrimonial......................................................................... 32 Quadro 2 - Pesquisa do Instituto de Educação Financeira com clientes e planejadores financeiros ................................................................................................................................ 37
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 1.1 Definição do problema ......................................................................................... 17 1.2 Objetivos ................................................................................................................ 17 1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 18 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 18 1.3 Justificativa ........................................................................................................... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 20 2.1 Finanças ................................................................................................................. 20 2.2 Finanças Pessoais .................................................................................................. 21 2.2.1 Educação Financeira ............................................................................... 24 2.3 Consumo ................................................................................................................ 26 2.3.1 Endividamento ......................................................................................... 28 2.4 Planejamento Financeiro ..................................................................................... 29 2.4.1 Determine sua situação financeira atual ................................................. 32 2.4.1.1 Balanço Patrimonial .................................................................. 32 2.4.1.2 Orçamento familiar ................................................................... 34 2.4.2 Defina seus objetivos ............................................................................... 36 2.4.3 Crie metas de curto prazo para cada objetivo......................................... 38 2.4.4 Avalie a melhor forma de atingir suas metas .......................................... 39 2.4.5 Coloque em prática seu plano de ação .................................................... 40 2.4.6 Revise as estratégias ................................................................................ 40 3 MÉTODO ............................................................................................................................. 41 3.1 Tipo de pesquisa quanto à natureza.................................................................... 41 3.2 Tipo de pesquisa quanto aos objetivos ................................................................ 41 3.3 Tipo de pesquisa quanto à abordagem ............................................................... 42 3.4 Tipo de pesquisa quanto aos meios ..................................................................... 43 3.5 Universo e amostragem ........................................................................................ 44 3.6 Coleta de dados ..................................................................................................... 45 3.7 Análise dos dados .................................................................................................. 45 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 46 4.1 Perfil dos entrevistados ........................................................................................ 46 4.1.1 Renda Mensal dos entrevistados.............................................................. 48 4.2 Gestão Financeira dos entrevistados................................................................... 49 4.2.1 Controle Financeiro dos entrevistados.................................................... 50
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4.3 Prioridade de pagamentos ................................................................................... 52 4.4 Perfil dos moradores poupadores........................................................................ 53 4.5 Valorização diante a sociedade ............................................................................ 56 4.6 Mudanças de objetivos X Mídia .......................................................................... 56 4.7 Desejo X Necessidade ........................................................................................... 59 4.7.1 Prioridade das necessidades.................................................................... 60 4.8 Compras por impulso ........................................................................................... 61 4.9 Parcelamentos, empréstimos ou financiamentos ............................................... 63 4.10 Formas de pagamento das compras dos entrevistados ................................... 66 4.11 O uso do cheque especial .................................................................................... 67 4.12 Aquisição de bem ou serviço novo..................................................................... 68 4.13 Objetivos a serem alcançados ............................................................................ 69 4.14 Objetivos comuns entre os entrevistados.......................................................... 71 4.15 Planejamento para o futuro ............................................................................... 72 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 73 5.1 Contribuições da pesquisa ................................................................................... 77 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 79 APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO....................................................................................... 82 ANEXO A – BALANÇO PATRIMONIAL ......................................................................... 86 ANEXO B – CONTROLE DE ORÇAMENTO FAMILIAR ............................................. 87 ANEXO C – POPULAÇÃO DE NOVA PETRÓPOLIS - RS ............................................ 88
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 1 INTRODUÇÃO
Na antiguidade, quando ainda não existia dinheiro, as pessoas precisavam fazer trocas de produtos ou mercadorias para adquirir o que desejavam, utilizavam seus excedentes para realizar as trocas; tais trocas eram mais conhecidas como escambo. Segundo Kenski (2002), “a criação de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo Estado coube aos gregos do século VII A.C”. “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis de fazer quando os valores eram contados em bois ou imóveis”, afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano, da Universidade de São Paulo - USP (KENSKI, 2002). Segundo D’Aquino (2008, p. 4), “desde que surgiu o dinheiro, surgiu a necessidade de se pensar sobre ele. Não por acaso, é possível encontrar até mesmo lá atrás, na Grécia antiga, conselhos sobre o melhor uso das finanças”. No Brasil, diante de uma economia estável e moeda forte, desde a implantação do Plano Real, em Julho de 1994, houve uma queda considerável no índice da inflação. Até então, o país estava acostumado com um índice de inflação galopante, que chegou a quase 50% ao mês no primeiro semestre daquele ano. Já no primeiro semestre de 2012 chegou ao máximo de 0,64% ao mês (IBGE, 2012). Com essa queda na inflação houve um aumento considerável na capacidade de consumo da população (GASPARETTO JÚNIOR, 2010). Hoje com índices tão baixos na inflação, o crédito está extremamente facilitado. São oferecidas diversas formas de pagamento nas compras e só não compra o objeto desejado quem realmente não quer, pois as facilidades são muitas. Com tantas facilidades para o consumo, as pessoas esquecem-se do seu futuro, se tornam perdulárias, gastam mais do que ganham e acabam gerando um endividamento quase que irreversível, pois muitas vezes para sanar uma dívida acabam fazendo outra para liquidar a anterior. Com isso, ao invés de juntar algum recurso para o futuro, o consumidor acaba utilizando o seu salário pagando juros. É preciso realizar um planejamento para não adquirir dívidas, saber exatamente quais suas receitas e despesas para gerir seu orçamento. Atualmente, com um computador, telefone celular ou algo do gênero, e uma conexão à Internet, qualquer pessoa pode adquirir uma imensa variedade de objetos vindos de qualquer lugar do mundo sem sair de casa. Com os avanços tecnológicos e a globalização em ascensão,
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA fica quase impossível resistir aos apelos da mídia em relação a bens ou serviços. Tais apelos estão em todos os lugares, são apresentadas várias mensagens ao longo do dia para influenciar no consumo de mercadorias e as pessoas nem percebem. “Realmente, é difícil resistir ao consumo, já que somos bombardeados por apelos de marketing 24 horas por dia” (CERBASI, 2004, p. 136). É difícil ficar inerte frente aos apelos de consumo e propaganda no mundo moderno em que se vive. Nesse sentido, Lück (2002 apud STEPHANI, 2005, p. 12) afirma que: [...] ao ligar a TV, enquanto telespectadora, a pessoa recebe a mensagem de que fumar o cigarro da marca X lhe atribui status, charme e até mesmo atração sexual, para em seguida ser informado de que faz mal à saúde. Da mesma forma que, num minuto recebe a estimulação para que compre um produto, no outro, recebe o apelo para economizar, depositando na caderneta de poupança.
Assim, Stephani (2005, p. 12) faz as seguintes indagações: “Qual é o apelo a ser seguido? Fumar ou não fumar? Comprar para me sentir bem, satisfazer minhas necessidades com as facilidades da tecnologia moderna ou economizar para o futuro?”. O planejamento das finanças pessoais é de extrema importância, pois a partir desse planejamento é que depende o futuro dos indivíduos. E não é tão difícil fazer um planejamento financeiro, é preciso criar o hábito, se organizar, colocar prioridades e traçar planos para o futuro, ou então surgirão sérias dificuldades financeiras. Mas, como diz Günther (2008, p. 10), Um bom planejamento pode fazer mais pelo futuro do que muitos anos de trabalho e, em geral, é o diferencial entre sonhadores e realizadores. Com o planejamento, se passa a gastar de acordo com as possibilidades e pode-se começar a poupar também, ninguém gosta de controlar gastos, mas é importante saber que todas as pessoas têm gastos controlados, se não é pela vontade, é pela impossibilidade de crédito.
Segundo Cerbasi (2004, p. 55), “[...] dificuldades financeiras são escolhas pessoais: vocês decidem tê-las quando ignoram a importância do planejamento financeiro”. As pessoas muitas vezes consomem ou adquirem algo, simplesmente para ostentar uma situação que não existe, consomem por impulso e não por necessidade, esquecendo-se do seu futuro. Consomem para ter certo status social ou para se posicionarem de modo diferente diante de outras pessoas, ou seja, muitas consomem para mostrar algo que os outros querem ver, que talvez nem seja tão importante para ela.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 1.1 Definição do problema
Com as facilidades no crédito, a população brasileira tem aumentado muito sua capacidade de consumo e, na maioria das vezes, este consumo é feito apenas por impulso e não por necessidade. A necessidade que dizem ter é pelo simples fato de querer aparentar algo que não têm, algo que não existe, muitas vezes para impressionar ou para conquistar certo status diante de outras pessoas. Devido à grande dificuldade em gerenciar seus recursos, os indivíduos acabam se endividando, criando esta situação, pois querem aproveitar todas as ofertas e promoções mesmo sem precisar do que está sendo ofertado. Tentam aproveitar todas as facilidades, mas de forma desorientada. Segundo o professor de Varejo da Fundação Getúlio Vargas, Daniel Plá (2012), “[...] nos últimos cinco anos o endividamento dos brasileiros está crescendo a um ritmo de 20% ao ano”, dado que confirma a irrelevância do planejamento financeiro na vida das pessoas. Mesmo tratando-se de um dado em nível nacional, esta situação também pode ocorrer em nível local, neste caso em Nova Petrópolis - RS. Assim, este trabalho destina-se a descobrir o seguinte: de que forma os moradores de Nova Petrópolis - RS estão realizando seu planejamento financeiro pessoal frente aos apelos e facilidades de consumo do mundo moderno?
1.2 Objetivos
Devido as grandes proporções que o assunto finanças pessoais e planejamento financeiro tem tomado em nossas vidas, se faz necessário o esclarecimento sobre alguns pontos, mais precisamente como os moradores de Nova Petrópolis – RS têm conhecimento sobre o assunto, como priorizam seus gastos e como enfrentam os apelos e facilidades de consumo do mundo moderno.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 1.2.1 Objetivo Geral
Analisar o planejamento financeiro realizado pelos moradores de Nova Petrópolis - RS diante dos apelos e facilidades de consumo do mundo moderno.
1.2.2 Objetivos Específicos
Analisar as prioridades de gastos dos consumidores de Nova Petrópolis - RS; Averiguar a importância do planejamento das finanças pessoais dos moradores de Nova Petrópolis – RS; Descobrir o perfil de endividamento dos consumidores de Nova Petrópolis - RS; Analisar a capacidade dos moradores de Nova Petrópolis - RS de resistir aos apelos de consumo.
1.3 Justificativa
Segundo D’Aquino (2008), a educação financeira pode ter início ainda quando somos bebês, por volta dos quatro meses de idade, quando a mãe começa a sentir-se mais segura e o filho um pouco mais tolerante em relação aos seus desejos. A partir desse momento é possível ensiná-lo a esperar. Ainda de acordo com D’Aquino (2008, p. 19), “levar o bebê a se acostumar a esperar para conseguir o que deseja – uma arte que muitos reféns do cheque especial e do cartão de crédito não conseguem exercitar jamais na vida adulta – é apenas uma das razões por que recomendo esse tempo de esperar”. A dificuldade em manter uma disciplina financeira é igualmente acentuada pela realidade econômica de um país. Atualmente, o Brasil apresenta uma economia estável e com juros baixos, o que levou a um considerável aumento de consumo. As pessoas estão focadas em consumir algo novo e diferente, sem levar em conta se aquele bem ou serviço é necessário ou simplesmente foi adquirido por impulso. Portanto, além da questão de educação de berço que se carrega, é preciso ser emocionalmente resistente às tentações do consumo.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA As organizações têm criado apelos de marketing, e fica quase impossível resistir a uma compra facilitada pelo crédito. E muitos não resistem, esquecendo que amanhã poderão precisar daquele recurso, que foi utilizado para consumir algo supérfluo. Esse consumo se dá simplesmente por se obter algo que está na moda, algum lançamento, algo que um vizinho, amigo ou colega tem. E, muitas vezes agem emocionalmente, ou porque estão tristes, alegres, eufóricas ou até mesmo em depressão, o consumo é utilizado como uma válvula de escape. No tocante a esse tipo de consumo, Martins diz: O ser humano é resultado mais das suas emoções do que das suas habilidades técnicas. Nenhum conhecimento levará você a um determinado objetivo se as suas emoções forem inadequadas para alcançar tal objetivo; a relação com o dinheiro não é diferente. A nossa trajetória financeira se dá em três pontos: como ganhamos, como gastamos e como conservamos dinheiro (MARTINS, 2004, p.48, grifo do autor).
Analisando este cenário, nota-se que as pessoas deixam para trás o planejamento financeiro pessoal achando que muitas vezes é muito cedo para se pensar neste tipo de situação, ou então pensam não ser necessário, porém, nunca se sabe o que irá acontecer amanhã. Desta maneira, as pessoas podem ser surpreendidas por algum imprevisto, deixando- as desnorteadas, recorrendo a empréstimos bancários, além dos parcelamentos que já tinham, devido ao consumo impulsivo, comprometendo seu salário além do recomendável, e assim, se endividando. Devido ao grande número de apelos ao consumo moderno, estes podem prejudicar as pessoas, trazendo não só o endividamento, mas problemas de saúde. “Uma vida financeira pessoal desequilibrada é um sério problema para qualquer pessoa e acarreta situações indesejáveis, tais como: depressão, ansiedade, baixa autoestima e enfraquecimento da saúde” (MEKELBURG, 2010, p.11). Logo, é preciso conscientizar as pessoas da importância de se ter um planejamento financeiro pessoal, começando pela organização, controle e gerenciamento de seus recursos, para no futuro, não serem surpreendidas por situações inimagináveis.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem como finalidade apresentar conceitos teóricos para embasar o estudo em questão. Serão abordadas questões relacionadas a finanças, finanças pessoais, educação financeira, consumo e planejamento financeiro.
2.1 Finanças
Segundo Gitman (1997, p. 4), “finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de administrar fundos”. Por se tratar de uma área ampla e dinâmica, as finanças estão relacionadas com a vida de todas as pessoas ou de empresas de diferentes segmentos, podem ser pequenas ou grandes empresas, com ou sem fins lucrativos. “Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e investimentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas ou governo” (GITMAN, 1997, p. 4). Hoji (2012, p. 16) define como conceito de finanças: “... investimento feito para gerar retorno financeiro”. Levando em consideração que o “objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de mercado, por meio de geração contínua de lucro e caixa no longo prazo, executando as atividades inerentes ao seu objetivo social” (HOJI, 2012, p. 11), o acionista ou proprietário gera e junta suas próprias riquezas. Pode-se notar que o objetivo econômico de uma família não fica muito longe do objetivo das empresas, mas com um diferencial em sua nomenclatura. Então, quanto ao objetivo, o planejamento econômico e financeiro de uma família também é de longo prazo e não difere ao aplicado em empresas. “Guardadas as devidas proporções, o sistema de geração de lucro pode ser transportado para o ambiente da ‘Família’” (HOJI, 2012, p. 13). Ainda segundo Hoji (2012, p. 13), o objetivo econômico e financeiro da Família é “... a maximização de seu patrimônio por meio da profissão (objetivo pessoal de longo prazo, correspondente ao objetivo social da empresa)”. “Existem pessoas que acumulam riquezas para deixar legado para seus filhos e outras que ‘investem’ nos filhos” (HOJI, 2012, p. 14). Os filhos são considerados
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA investimentos quando geram alguma receita para a família, quando ao optarem por uma profissão, uma carreira ofereça algum retorno para a família, caso contrário, são considerados despesas. Para Hoji (2012) existem muitas pessoas que não conseguem aposentar-se definitivamente, pois precisam de recursos extras para complementar sua renda, ou então não conseguem sobreviver. Segundo Troster e Mochón (2002), as pessoas precisam suprir suas necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde e educação, para isso precisam de recursos, mas muitas vezes estes recursos não são suficientes para satisfazer suas necessidades. Além de haver esta falta de recurso para suprir tais necessidades, são submetidas a diversos apelos irresistíveis no seu dia a dia, que acabam deixando seu controle ou planejamento financeiro de lado. De forma complementar, Gava (2004 apud Grüssner, 2007, p. 17) destaca que a população tem suas relações de sobrevivência intermediadas pelo dinheiro. Porém, a importância do dinheiro vai além do objetivo mínimo do sobreviver. A sobrevivência é o objetivo mínimo de cada pessoa, porém, a qualidade de vida depende de uma série de outros fatores e do suprimento de diversas outras necessidades subjetivas. O fato é que para o suprimento dessas necessidades humanas atuais é necessário o uso do dinheiro como forma de pagamento. (...) Quem não tem condições de pagar por isso tudo ou não tem privilégio de ter sua vida patrocinada, fica excluído da sociedade moderna (GAVA, 2004, p. 13).
“Por isso, é necessário ter um planejamento financeiro de longo prazo, constantemente monitorado, para poder aposentar-se e usufruir da riqueza acumulada durante sua vida de trabalhador. O benefício se estende à companheira ou ao companheiro” (HOJI, 2012, p. 14).
2.2 Finanças Pessoais
Finanças pessoais são um tema pelo qual as pessoas não se interessam, não é divertido, mas é necessário e sensato que se fale sobre ele, é um tema que ocupa espaço na nossa vida, principalmente em nossa conta bancária, afirma Cherobim (2011). “Só nos interessamos por finanças pessoais porque, felizmente, nossas necessidades são maiores do que os nossos recursos!... finanças pessoais são a ciência que estuda a
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA aplicação de conceitos financeiros nas decisões financeiras de uma pessoa ou família” (CHEROBIM, 2011, p. 1). Cada pessoa possui seu evento financeiro para cada fase de sua vida para auxiliar no planejamento das finanças pessoais. Dentre alguns exemplos de tarefas associadas a finanças pessoais estão: acompanhamento de receitas e despesas, acompanhamento de patrimônio, planos de aposentadoria, cálculos de financiamentos e investimentos, etc. (CHEROBIM, 2011). O objeto de estudo das finanças pessoais é a análise de financiamentos, aquisições de bens ou serviços, os quais atendam as necessidades e desejos de cada indivíduo (PIRES, 2007). De forma complementar, Cherobim (2011, p. 3) afirma que nas finanças pessoais “o principal objetivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da otimização do uso dos recursos materiais e humanos disponíveis”. Segundo Pires (2007, p. 14), “as finanças pessoais são diferentes das finanças empresariais, não por serem menos complexas ou por terem objetivos distintos (ambas visam maximização de posição – maior benefício com menor custo), mas essencialmente pela natureza dos objetivos”. Pires (2007, p. 14) ainda afirma que “as finanças pessoais têm um objetivo não mensurável, situado no campo da subjetividade (a satisfação das necessidades e desejos), a empresa visa o lucro (mensurável e, portanto, passível de tratamento não ambíguo)”. A maior diferença que pode ser percebida é que um desejo é um sonho almejado, um pouco diferente disso é uma necessidade, pois a necessidade é o básico que um consumidor precisa, é uma comparação difícil de ser entendida porque normalmente as pessoas confundem os termos, mas sabe-se que uma pessoa tem necessidade por estar vestida, alimentar-se ou locomoverse, isto é uma necessidade do ser humano, por sua vez usar a melhor roupa de certa grife, comer em um restaurante luxuoso e andar com o carro mais caro que o dinheiro pode comprar deixa bem claro o que é um desejo (MENSHHEIN, 2006).
As pessoas têm necessidades e desejos diferentes umas das outras, mas a maioria acredita que ganha pouco e que merecia ganhar melhor, ou seja, estão sempre infelizes com o salário. Entretanto, não pensam que poderiam gastar melhor seus recursos e otimizar suas receitas e gastos para no futuro ter melhor qualidade de vida. “Desejar objetos de consumo é extremamente comum – e desejar faz bem. Pense que, se não fossem nossos desejos, ainda estaríamos vivendo nas cavernas” (MACEDO
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA JR., 2010, p. 6). Para o mundo ter evoluído tanto foi preciso que as pessoas tivessem desejos e não simplesmente necessidades. Para Macedo Jr. (2010, p. 6), “não se pode simplesmente reprimir nossos desejos. O que se deve é pensar muito antes de transformar desejar em querer”. Em 1943 foi desenvolvida por Abraham Maslow uma teoria, conhecida como Teoria de Maslow ou Pirâmide de Maslow, onde são elencadas as principais necessidades das pessoas, e procura estabelecer uma escala de valores para as necessidades dos seres humanos, ou seja, seus níveis hierárquicos. Seguindo esta lógica hierárquica, Maslow classificou as necessidades das pessoas conforme a figura a seguir:
Figura 1 - Pirâmide de Maslow Fonte: adaptado de Macedo Jr. (2010, p. 14).
Necessidades fisiológicas: estão relacionadas à sobrevivência do indivíduo, estão associadas à fome, sono, saúde, etc.; Necessidades de segurança: tem relação com todo o risco real ou imaginário, refere-se a segurança física pessoal, segurança financeira, previsibilidade, estabilidade, entre outras; Necessidades sociais: o indivíduo busca a associação a outros indivíduos, incluem aspectos relacionados à emoção, podemos citar como exemplo
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA as amizades, relacionamentos íntimos, família, mentores, sociedades em geral;
Necessidades de estima: se refere ao ego da pessoa, o indivíduo começa a buscar algo mais, como autoestima, progresso, respeito, confiança, reconhecimento, etc.;
Necessidade de autorrealização: onde o indivíduo motiva-se para a realização de seu máximo potencial alcançando sua autorrealização, autossatisfação e autodesenvolvimento. Da base até o nível mais alto da pirâmide, os grupos tornam-se menos prioritários, na base estão as necessidades primárias, enquanto na parte superior encontram-se as mais complexas. Segundo Macedo Jr. (2010), Maslow teria sido criticado por afirmar que a medida que um nível é satisfeito, o indivíduo busca alcançar o próximo nível. Isto significa que as necessidades dos níveis mais baixos têm de ser atendidas para que o ser humano possa alcançar os níveis superiores. Em contrapartida, Godoy (2009) afirma que as necessidades descritas por Maslow podem ser apresentadas como motivações humanas, ou seja, as pessoas têm a motivação de agir devido às inúmeras necessidades. Nem sempre a hierarquia de necessidades é obedecida, muitas vezes as necessidades básicas dão lugar às necessidades do topo da pirâmide. “Não é rara a existência de pessoas que abrem mão das suas necessidades básicas em função de um sonho, de uma autorrealização, pervertendo totalmente o sentido hierárquico da pirâmide” (GODOY, 2009, p. 6).
2.2.1 Educação Financeira
Para termos um equilíbrio financeiro é preciso que os ensinamentos venham desde o berço, quando ainda somos muito pequenos, pois é desde lá que estaremos aptos a termos controle de nossas reações e atitudes, é ainda nessa época que aprendemos o que é certo ou errado. Segundo Frankenberg (2012), “... a atitude perante a vida e o dinheiro depende muitíssimo da herança genética que recebemos de nossos antepassados remotos e mais recentes”. Os fundamentos que são transmitidos por
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA nossos pais se tornam extremamente relevantes, para que possamos pensar e agir diante de nossas próprias finanças. Segundo D’Aquino (2008, p. 18), “O principal objetivo de se educar os filhos em relação a dinheiro deve ser levá-los a atingir a maturidade financeira, ou seja, a capacidade de adiar os desejos de agora em função de futuros benefícios”. De acordo com Frankenberg (2012), a conscientização é identificada como uma fase em que as pessoas precisam passar para obterem o chamado “sucesso financeiro”. Se não houver uma conscientização ficará muito mais difícil responder as indagações que surgem com o decorrer do tempo, onde os indivíduos começam a se perguntar quem são e o que realmente querem da vida. Grüssner (2007, p.18) afirma que: “todos têm necessidade de saber lidar com o próprio dinheiro. Não basta ter recursos, tem que saber administrá-los. Quem não sabe, corre o risco de viver com um padrão de vida abaixo daquele em que teria condições de estar”. A educação financeira é pouco explorada no Brasil. Na maioria dos colégios, não existem matérias sobre dinheiro, orçamento familiar e pessoal, planejamento financeiro. Na faculdade, nas mais diversas áreas, novamente o tema é ignorado. Mesmo quando se trata de cursos relacionados, como Administração e Ciências Econômicas, não existem cadeiras específicas sobre o assunto, os conceitos devem ser adaptados do ambiente empresarial para o pessoal (GRÜSSNER, 2007, p. 7).
O autor ainda afirma que devido à falha educacional, a maioria das pessoas enfrenta obstáculos causados pela falta de conhecimento no assunto chamado dinheiro e muitas vezes perdem a oportunidade de traçar um futuro apropriado para suas necessidades. Com esta falta de conhecimento acabam gastando seus recursos sem pensar, gerando dívidas futuras. Conforme Martins (2004, p. 56), “a omissão da escola em relação a noções de comércio, de economia, de impostos e finanças tem uma consequência perversa: a maioria das pessoas, quando adulta, continua ignorando esses assuntos e segue sem instrução financeira e habilidade para manejar dinheiro”. Assim, Segundo Filho (2003 apud GRÜSSNER, 2007, p. 08) afirma que:
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Os conhecimentos básicos de finanças pessoais não devem ficar restritos aos especialistas da área financeira. Qualquer pessoa, independente de sua atividade profissional, deve conhecer os princípios básicos necessários à administração de sua vida financeira. É extremamente importante que se saiba como poupar, escolher os investimentos que geram a melhor rentabilidade, administrar os riscos envolvidos nessas operações, além de se enquadrar no perfil de investidor que melhor se adapte aos seus objetivos de curto e longo prazo.
Desta forma as consequências para quem não tem conhecimento ou noção sobre o assunto se tornam muito graves, pois qualquer pessoa independente de sua profissão não está livre de ter problemas financeiros, e na maioria das vezes, só se dá a devida atenção quando acontece algum desastre financeiro. De acordo com Martins (2004, p. 57), “educação não é assunto apenas de educadores; é um problema de toda a sociedade. No caso de alfabetização financeira, o primeiro passo é enfrentar o descaso e rejeição”. Para Frankenberger (2012), “... uma boa dose de humildade e sinceridade para consigo mesmo são igualmente ingredientes imprescindíveis para nosso crescimento intelectual, predicados estes razoavelmente positivos e influenciadores para termos uma maior probabilidade de êxito financeiro”.
2.3 Consumo
Consumo é o ato de adquirir algo que se tenha necessidade, algo que é preciso para a sobrevivência, como por exemplo, água, alimentos, agasalhos, entre outros. “[...] o consumo se baseia em necessidades primordiais para o homem e para a sociedade na qual vive (o que pode variar de pessoa para pessoa, de sociedade para sociedade)” (FACCIOLLO, 2009). Já consumismo, para Facciollo (2009), é o ato de adquirir bens ou serviços que geralmente são supérfluos, que não existe a necessidade vital de tê-los, normalmente adquiridos de forma compulsiva, gerando graves dificuldades financeiras, pois muitas vezes as pessoas empregam certo valor em objetos sem necessidade. Em nossa sociedade atual, o consumismo é incentivado pelas empresas, na mídia, mesmo os indivíduos passam a achar que é "correto", necessário até. Muitos o entendem como sinal de status, de riqueza, de estar "antenado" com as novidades do mercado. Outros consomem vorazmente para gerar uma (falsa e transitória) sensação de bem-estar interior, como se fosse urgente, vital comprar algo para se sentirem em paz, ou mais felizes (FACCIOLLO, 2009).
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA O consumo depende dos recursos que as pessoas têm por mês, ou seja, de qual é o valor de seu salário, então quanto maiores seus recursos, maior será seu consumo. Assim quem decide o quanto quer e pode gastar é o consumidor, que muitas vezes tenta aparentar algo que não tem ou que não é, preocupa-se com seu entorno, preocupa-se com a forma que é visto pelos outros (informação verbal)1. Há pessoas que querem ficar ricas para consumir porque acreditam que fazer isso as torna estimadas pela sociedade e lhes dá o prazer de pertencerem a um grupo. Assim, talvez você se sinta tentado também a comprar um carro, usar certas marcas, fazer alguns luxos ou frequentar determinados clubes – tudo para satisfazer sua necessidade de amor e estima social, mesmo que aqueles objetos em si nem sejam tão importantes para você (MACEDO JR., 2010, p.16).
De acordo com Günther (2008, p. 18), “é primordial que as pessoas conheçam a renda, saibam respeitar as restrições orçamentárias. A existência de limites é uma realidade para todos, independente da renda”. D’Aquino (2008) afirma que gastar dinheiro é uma arte refinada, no entanto, as pessoas dão maior importância quando estão prestes a fazer uma compra de algo que tenha um valor considerável, onde estas aquisições necessitem de um aporte maior de recursos, como é o caso da compra de um imóvel. Muitas vezes nesse tipo de aquisição, os indivíduos até perdem o sono, fazendo cálculos de parcelas e juros, colocando tudo na ponta do lápis. Em contrapartida, não percebem que o perigo está nas compras do dia a dia, nos pequenos gastos que levam segundos para serem decididos. Tal fato faz com que esses pequenos consumos deixem que o orçamento escoe sem que se perceba, cada momento que se decide gastar dinheiro está se fazendo uma escolha. Todas as vezes que alguém decide fazer uma compra (ou não), está optando por algo e, em decorrência dessa predileção, abrindo mão de alguma por outra possibilidade. Não importa que seja o cafezinho na esquina ou o almoço no restaurante da moda, há sempre uma situação de escolha envolvida em cada ato de consumo (D’AQUINO, 2008, p. 100).
De acordo com Muller (2010), o acúmulo de bens e serviços frente ao poder de compra tem a capacidade de valorização do status social das pessoas ampliada na sociedade capitalista. São vários os símbolos de consumo que são estimulados pela 1
Informação obtida em aula ministrada pelo Prof. Dr. Márcio André Kny na disciplina de Estratégias de Marketing, na Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis, em Novembro de 2012.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA propaganda que criam e aumentam as necessidades humanas, são motivos de desejo de diversas pessoas que procuram o reconhecimento de sua posição na sociedade por meio da valorização da sua imagem e do seu espaço de atuação. Martins (2004, p.52) afirma que: “o desejo em excesso ofusca a razão e racionalidade. As pessoas que têm compulsão ao consumo não são pessoas que apenas desejam coisas; elas compram por impulso, compram em exagero e, por conseguinte, compram o que não precisam com dinheiro que não têm”. “Com frequência, gastamos dinheiro que não temos pra comprar coisas que não nos interessam só para impressionar pessoas de quem não gostamos” (MACEDO JR., 2010, p. 21).
2.3.1 Endividamento
O consumo é marca da sociedade moderna, onde as pessoas são bombardeadas por anúncios, propagandas e informações de bens e serviços a todo instante, com o intuito de influenciar em suas necessidades, desejos e escolhas. Com tantas influências e com as imensas facilidades de crédito, as pessoas consomem muito mais do que realmente precisam, ocasionando assim um superendividamento. Nesse sentido o autor Pinto (2010), afirma: O carro do ano, dinheiro fácil e rápido na mão, um laptop de última geração, TV Full HD. Muitas famílias desfrutam de todos estes bens, adquiridos mediante uma vasta e sedutora “oferta” de crédito. Ao final, as contas se acumulam, e, mês após mês, no mínimo mais da metade do salário serve unicamente para quitar essas dívidas. A cada dia, mais pessoas assumem excessivas dívidas, não podendo fazer frente às mesmas, por não terem arrecadado/ganhado mais do que gastam. Com isto, nos deparamos com um fenômeno conhecido como "superendividamento".
Muitas pessoas possuem dificuldades em lidar com o crédito, mas, muitas vezes o crédito se faz necessário, principalmente quando é preciso adquirir algo com um valor mais expressivo, como a compra de um carro, de uma casa ou até mesmo um eletrodoméstico de maior valor. Atualmente, todos os bens e serviços podem ser parcelados ou financiados de alguma forma, e os indivíduos ficam fascinados com as diversas oportunidades de crédito “fácil”, principalmente quando as parcelas são muito pequenas, e esquecem que essas parcelas acumulam-se com outras, gerando assim, um
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA valor maior e muitas vezes impagável. Segundo Cerbasi (2009, p. 122), “não conseguir pagar os compromissos assumidos é nítido sinal de que lhe falta consciência quanto à real utilidade de seus limites de crédito”. O desafio maior não está em perceber quando passamos do limite, mas sim em agir e corrigir o problema. O uso do crédito passa a ser nocivo quando consideramos difícil ou desgastante honrar os compromissos assumidos no passado ou quando passamos a recorrer frequentemente a pequenas ajudas financeiras para manter as contas em dia. Se nossas contas já não estão em dia há muito tempo, a situação é considerada gravíssima (CERBASI, 2009, p. 111).
Fernandes (2010 apud PINTO 2010) declara, ”... nas modernas sociedades, tipicamente consumistas, não há dúvidas de que o superendividamento do consumidor acarreta em prejuízos à sua dignidade como pessoa humana. O consumidor superendividado tem como resultado imediato do acúmulo das dívidas a perda do crédito...” Devido ao mau uso do crédito, as pessoas perdem essa possibilidade, então, quando passam por dificuldades financeiras ou ocorre algum imprevisto, o crédito é negado, pois já possuem um histórico de quando atrasaram seus pagamentos ou se tornaram inadimplentes. Segundo Cerbasi (2004), os casais não costumam falar sobre dinheiro ou controle de gastos, principalmente quando um dos dois possui salário bem maior que o outro ou somente um coloca recursos em casa, quando isso acontece, essa pessoa é que costuma ter o controle orçamentário da casa. Então, para aquele que não tem o controle, os objetivos antes estabelecidos se transformam em problemas. “É o passo inicial para um relacionamento repleto de desconfianças, displicência na limitação de gastos e perda de controle financeiro” (CERBASI, 2004, p. 34). Com esse descontrole, as dívidas começam ser geradas, e muitas vezes ficam incontroláveis.
2.4 Planejamento Financeiro
O futuro das pessoas é fruto de escolhas e decisões feitas ainda no passado ou no presente. Então, o futuro da humanidade depende de um bom planejamento, para que com o passar do tempo consigam ter melhor qualidade de vida e não sejam pegas desprevenidas com alguma catástrofe. “Infortúnios não acontecem apenas na casa da
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA vizinha... Podem acontecer conosco. Por isso, reservas financeiras são essenciais!” (CHEROBIM, 2011, p. 26). Ainda no século XVII, o escritor francês Jean de La Fontaine apud Macedo Jr. (2010, p. 24), levantou uma questão, intrigante até hoje: “ser previdente e trabalhar de modo árduo, pensando sempre no futuro, ou viver o momento presente e curtir a vida sem se preocupar com o amanhã?”. Os imprevidentes adoram apontar a má sorte daqueles que se preocupam muito com o futuro e acabam morrendo antes de poderem aproveitar suas poupanças. Esquecem-se, porém, de apontar seus inúmeros colegas que, ‘por azar’, ficam velhos e pobres, como cigarras que pensam no inverno da vida (MACEDO JR., 2010, p. 25).
Segundo Macedo Jr. (2010), as pessoas têm sim condições de poupar, aproveitar a vida e pensar no futuro ao mesmo tempo, basta ter um planejamento. Com um bom planejamento, pode-se não apenas ter suas realizações materiais, mas também pessoais e profissionais. Para Macedo Jr. (2010, p. 26), “planejamento financeiro é o processo de gerenciar seu dinheiro com o objetivo de atingir a satisfação pessoal”. Para Cherobim (2011, p. 28), “... planejamento é a reunião sistematizada de informações que nos permite avaliar a realidade, estabelecer procedimentos e identificar caminhos que nos permitam chegar a determinado fim”. Então o planejamento pessoal tem relação com os objetivos dos indivíduos, serve para dar um norte para o que realmente as pessoas querem no curto, médio e longo prazo. “Planejar possibilita que você assuma as rédeas de sua vida e guie-a para o caminho que mais o agradar” (MACEDO JR., 2010, p. 26). De acordo com Calixto (2007, p. 23), Planejamento financeiro pessoal é o trabalho de organização de informações relevantes para que se obtenha saúde financeira no controle e gestão das finanças pessoais. Estabelecendo objetivos, etapas, prazos e os meios necessários para garantir a proteção e estabilidade do patrimônio pessoal.
Com um bom planejamento é possível que as pessoas gastem conforme seus recursos, e ainda poupar um pouco para o futuro, claro que para ter um planejamento eficiente é preciso ter um equilíbrio orçamentário, saber o quanto se ganha e o quanto se gasta, ou seja, saber quais suas receitas e despesas, “... o que se traduz em gastar menos do que ganha e investir a diferença com regularidade” (CERBASI, 2009, p. 25). Muitas pessoas contam com o limite de cheque especial como se fosse parte de seu salário, isto é, gastam enquanto o saldo bancário permite, desta forma pode-se dizer que o uso do
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA dinheiro é feito sem nenhuma responsabilidade, negligenciando a necessidade de reservas para o futuro. De acordo com Cerbasi (2009, p. 25), “... o ideal é ter conhecimento detalhado de seus gastos mensais e agir sobre essa informação, adotando iniciativas para viabilizar uma poupança regular, para dar mais qualidade a seu consumo e para viabilizar pequenos luxos, afinal ninguém é de ferro”. Macedo Jr. (2010) afirma que apesar das pessoas não gostarem de controlar os gastos, é importante saber que todas as pessoas têm gastos controlados – se não pela vontade, é pela impossibilidade de crédito. É imprescindível ter controle. No momento em que o indivíduo começar a ter dívidas maiores que seus recursos, seu crédito será vedado, ficando impossibilitado de consumir ainda mais. Com o término do limite de crédito, as pessoas precisam devolver o dinheiro emprestado e pagar os juros sobre este crédito. Em relação ao endividamento do brasileiro, Macedo diz: Em cada três brasileiros, dois possuem os juros como um novo item de despesa no dia a dia. Apenas um em cada três brasileiros não possui dívidas – isso se excluirmos dessa lista de dívidas as contas do pagamento da casa própria. E apenas metade desse grupo faz reserva financeira. Ou seja, somente uma em cada seis pessoas no Brasil tem poupança (MACEDO JR., 2010, p. 27).
O mesmo autor ainda comenta que “o planejamento financeiro deve funcionar como um mapa de navegação para a vida financeira” (MACEDO JR., 2010, p. 27). Segundo o mesmo autor, existem alguns passos que devem ser seguidos para se obter um bom planejamento: 1. Determine sua situação financeira atual; 2. Defina seus objetivos; 3. Crie metas de curto prazo para cada objetivo; 4. Avalie a melhor forma de atingir suas metas; 5. Coloque em prática seu plano de ação; 6. Revise as estratégias. Ainda conforme Macedo Jr. (2010), um grande erro que as pessoas cometem é de pensar em fazer um planejamento financeiro apenas quando estão em crise e endividadas. Neste tipo de situação há um grande desgaste familiar e o planejamento
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA implicará em cortes. O certo é fazer um planejamento quando está tudo bem, sem problemas. “Quando a situação não é de crise, o plano visa redirecionar os gastos para aquilo que realmente pode melhorar sua vida” (MACEDO JR., 2010, p. 28). De forma complementar, Cherobim (2011) afirma que cada pessoa tem objetivos diferentes e que existem diversas formas de atingir tais objetivos, dependendo muito da fase de vida que cada indivíduo está vivendo, de sua estrutura familiar ou ainda das características pessoais de cada um. Porém, todos esses aspectos podem facilitar ou dificultar um bom planejamento.
2.4.1 Determine sua situação financeira atual
É preciso fazer um levantamento de todas as despesas e receitas mensais e todo o patrimônio que se tem e este pode ser feito em uma planilha ou ainda em uma folha de papel (MACEDO JR., 2010).
2.4.1.1 Balanço Patrimonial
Em uma tabela de duas colunas, devem ser listados todos os ativos e passivos (o exemplo de balanço patrimonial encontra-se no Anexo A deste trabalho). “Após faça o cálculo dos ativos menos passivos para obter o valor de seu patrimônio líquido, como segue o exemplo” (MACEDO JR., 2010, p. 29):
ATIVOS
-
PASSIVOS
= Patrimônio Líquido
Meus bens e direitos
Minhas dívidas
O que sobrou
R$.......................
R$....................
R$.....................
Quadro 1 - Resultado do balanço patrimonial Fonte: adaptado de Macedo Jr. (2010, p. 28).
“Um ativo é algo que põe dinheiro em meu bolso e um passivo é algo que tira dinheiro de meu bolso” (KIYOSAKI apud MACEDO JR., 2010, p. 30).
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Depois de feito o balanço patrimonial, analisa-se se a pessoa está no vermelho, ou seja, se está com dívidas ou não. Caso ocorra essa situação, devem-se responder algumas perguntas para encontrar uma forma de sair dessa situação. Segue abaixo algumas perguntas que o autor sugere que sejam feitas:
Qual é o percentual de suas dívidas em relação aos ativos que tem? As dívidas devem ser menores que o valor de seus bens, que geram renda.
Quanto maior a idade do indivíduo, menos dívidas deve-se ter. Muitas pessoas têm mais dívidas que o total de seus bens e direitos, ou seja, o patrimônio é considerado negativo. Se a situação for essa, deve-se tomar muito cuidado (MACEDO JR., 2010).
Qual o percentual de sua casa em relação a seus ativos? Quanto mais idade a pessoa tiver, menor deve ser esse percentual. Se aos 45
anos sua casa somar mais da metade de seus ativos, fique atento (MACEDO JR., 2010).
Quando você pretende quitar suas dívidas? O que levou a pessoa a fazer as dívidas? Quando se sabe a origem dos
compromissos financeiros, pode evitar que se assumam novas dívidas (MACEDO JR., 2010).
Será que você pode ou precisa vender algum ativo para pagar dívidas? É imprescindível constatar se as dívidas são compatíveis com o padrão de vida
que a pessoa tem, pois de que adianta ter tantos bens se afinal deve-se tudo (MACEDO JR., 2010).
Qual o percentual de seus ativos que geram renda? Deve ser verificado se realmente se faz necessário manter tantos bens que só
geram despesas (MACEDO JR., 2010).
Existe algum ativo que possa gerar renda? O exemplo é de alguma propriedade que a família possui que seja ocupada
somente na temporada, e que possa ser alugada nos outros meses do ano (MACEDO JR., 2010).
Dos ativos que não geram renda, quantos dão o prazer correspondente a seu valor?
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA As pessoas devem se desfazer de bens que não geram renda e que não são mais utilizados, que não dão prazer de se ter. Como por exemplo, um barco ou um sítio que já foram aproveitados, mas no momento só geram despesas (MACEDO JR., 2010).
De seus ativos, quantos podem se converter em dinheiro rapidamente? Muitas vezes as pessoas com um bom patrimônio, passam por dificuldades
financeiras e apesar de estar bem, com muitos bens, não conseguem vendê-los, pois são ativos de baixa liquidez, e esta possibilidade pode gerar grandes conflitos familiares (MACEDO JR., 2010).
2.4.1.2 Orçamento familiar
Macedo Jr. (2010) afirma que após ter feito um levantamento do patrimônio atual, o próximo passo é descobrir para onde está indo o dinheiro. Para isso é preciso elaborar um orçamento familiar, que significa ter um plano de gastos e poupança. Deve ser feito um raio X de todas as receitas e despesas do mês (a tabela de controle do orçamento familiar encontra-se nos anexos deste trabalho). Embora seja uma tarefa um tanto desagradável, é necessário ter domínio sobre o fluxo de caixa, ou então, haverá uma desorganização financeira. Organizar as contas também mostra a real dimensão de sua saúde financeira e quais são seus hábitos de consumo. Possibilita que você diminua seus gastos ao cortar desperdícios e pagamento de juros e poupe para investir em você. Ao colocar tudo no papel, você pode ter uma agradável surpresa e descobrir que tem mais dinheiro do que imagina (MACEDO JR., 2010, p. 34).
Macedo Jr., no capítulo 2, aborda o tema de que no Brasil poucas pessoas têm costume de colocar suas receitas e despesas no papel. Normalmente as pessoas de classe média lembram 80% do destino de seus salários quando requisitadas, ou seja, não conseguem relacionar 20% de seus gastos, e quando iniciam um processo de controle, anotando os gastos, conseguem reduzi-los em 12%. Quando essa lista é feita, as pessoas se obrigam a pensar no que estão fazendo. Muitas vezes as pessoas acabam esquecendose de relacionar os famosos gastos extras, que pode ser um simples cafezinho, o ingresso do cinema ou ainda o estacionamento do shopping, pois acham que no final do
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA mês não vai fazer diferença. O bom é fazer uma relação separadamente e acrescentar ao controle de orçamento no final do mês. [...] pequenos gastos nem sempre devem ser cortados do orçamento. Eles muitas vezes são fundamentais para manter a saúde emocional. O que você precisa cortar são os gastos com os itens com menor custo-benefício – aqueles que não geram qualidade de vida na mesma proporção do trabalho que você despende para poder comprá-los (MACEDO JR., 2010, p. 37).
Para organizar o orçamento familiar, primeiro deve-se descobrir quanto se ganha por mês, ou seja, o valor total da renda, após é feita a previsão de gastos e por último devem ser apontadas todas as despesas fixas e variáveis do mês. Os gastos podem ser relacionados por categorias como moradia, alimentação, transporte, saúde, educação, lazer e gastos futuros. Quando o orçamento estiver detalhado, deve ser calculada a diferença das receitas e despesas e conferir a atual situação. Quando as receitas forem maiores que as despesas, é sinal que está sobrando algum dinheiro no final do mês, porém além de poupar é preciso investir bem os recursos poupados. Já quando as receitas forem iguais às despesas, é preciso ficar atento, é preciso encontrar formas de sobrar algum dinheiro por mês, o orçamento deve ser revisto. E quando as receitas forem menores que as despesas, além de ficar atento, é preciso tomar as devidas medidas para sair do vermelho. No momento em que se percebe que as receitas são iguais às despesas ou as receitas são maiores que as despesas, é preciso rever o orçamento, mexer nos gastos, e descobrir se existe algum desperdício em contas de água, luz ou telefone, que são as despesas fixas do mês. Também é preciso verificar se os gastos extras, como cinema, restaurantes ou viagens estão extrapolando o orçamento. Tudo aquilo que não contribui para a qualidade de vida deve ser eliminado, assim como o pagamento de juros que prejudica a renda e o patrimônio das pessoas. Os gastos feitos para gerar certo status, devem ter um cuidado todo especial, pois esta atitude pode gerar graves consequências. Mas então, por que poupar? Existem diversas razões para que as pessoas tenham o hábito de poupar, dentre elas estão: aposentadoria, educação dos filhos, reforma da casa, compra do primeiro carro ou imóvel, dentre muitos outros projetos para o futuro. Além de todos esses motivos, uma boa poupança ajuda a ter tranquilidade e paz de espírito para aproveitar a vida. Mas, poupar demais também é ruim, pois muitas vezes
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA as pessoas poupam mais do que precisam e acabam deixando de aproveitar a vida, virando escravos de suas economias (MACEDO JR., 2010). A poupança é a semente de seu trabalho. Quando investe, você está plantando seu futuro e construindo sua árvore de dinheiro. Se você adubá-la corretamente, poupando de forma sistemática e investindo, poderá ter renda para sempre sem despender da venda de seu tempo para ganhar dinheiro. Poderá trabalhar e fazer aquilo que realmente o faz feliz (MACEDO JR., 2010, p. 41).
Um equilíbrio orçamentário se traduz em gastar menos do que se ganha e investir a diferença com regularidade. “Alcançar e manter o equilíbrio orçamentário mês a mês é fundamental para viabilizar a realização de seus sonhos, já que os sonhos têm custo” (CERBASI, 2009, p. 25).
2.4.2 Defina seus objetivos
Todas as pessoas têm sonhos, mas dificilmente fazem um planejamento para viabilizá-los. Na maioria dos casos as pessoas não têm definido seus objetivos, não sabem o que querem para o futuro, nem têm ideia de como gostariam de estar daqui a 10, 20 ou 30 anos (MACEDO JR., 2010). No quadro a seguir estão os objetivos mais comuns:
VOCÊ QUER...
Ter uma vida com mais conforto e estabilidade;
Pagar dívidas e não voltar a contraí-las;
Conseguir dinheiro para viagens;
Poupar para a educação superior dos filhos;
Reformar a casa;
Comprar casa própria;
Conquistar poder, prestígio, status e reconhecimento na comunidade;
Formar um plano de aposentadoria;
Iniciar seu próprio negócio;
Poupar para trocar de carro;
Proteger o patrimônio para os filhos e netos.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Quadro 2 - Pesquisa do Instituto de Educação Financeira com clientes e planejadores financeiros Fonte: adaptado de Macedo Jr. (2010, p. 46).
Só ter sonhos não basta, é preciso traçar objetivos concretos para não desanimar ao longo do percurso, os objetivos devem ter algumas características básicas como: mensuráveis, atingíveis, específicos, priorizados e previsíveis. De acordo com o autor, podemos descrever esses objetivos da seguinte forma: Atingíveis – ser admissível e realizável para sua situação. Exemplo: economizar certa percentagem do dinheiro recebido todo mês para atingir minha meta dentro de um ano; Específicos – determinar objetos de consumo, para traçar uma ação. Exemplo: Economizar dinheiro suficiente para adquirir um produto específico; Mensuráveis – saber exatamente o quanto falta para atingir uma meta. Exemplo: Certo produto custa R$ 1.200,00 e eu tenho R$ 700,00 já guardados. Quando não se especifica quanto falta, as metas ficam muito mais difíceis de atingir; Previsíveis – quando a data está definida. Exemplo: Meu computador não vai durar mais seis meses; Priorizados – o que é mais essencial. Exemplo: A compra do computador agora é mais urgente do que trocar a decoração do quarto. Deve também ser definido o que se quer, quando e por quanto tempo, além de definir o que será realizado primeiro. As metas devem ser de curto, médio ou longo prazo. As de curto prazo são aquelas atingíveis em até um ano, as de médio prazo, são aquelas que se deseja atingir nos próximos dois a cinco anos e as de longo prazo são aquelas que serão atingidas daqui a cinco ou mais anos (MACEDO JR., 2010). Ao estabelecer metas, não se esqueça de que a vida é muito boa e curta para viver pensando somente em acumular dinheiro. Seu planejamento deve estar direcionado a objetivos que estejam de acordo com seus valores pessoais, propiciem melhoria na qualidade de vida e lhe permitam obter tranquilidade financeira. Pior do que não se preocupar com dinheiro é viver apenas para ganhá-lo (MACEDO JR., 2010, p. 46).
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Quando os objetivos e seu planejamento forem definidos, é necessário manter o foco, para as ideias não se perderem ao longo do tempo. O planejamento deve ser revisado com periodicidade, sem ter a preocupação de manter as regras pelas quais foram criados. “Mas, cuidado para não mudar por qualquer impulso de consumo, o que irá comprometer os objetivos realmente importantes” (CERBASI, 2009, p. 80). O autor aconselha a refletir sempre em casa e nunca na loja antes de assumir gastos que irão atrapalhar o planejamento. Com essa atitude as pessoas irão entender o que realmente é mais importante.
2.4.3 Crie metas de curto prazo para cada objetivo
Com os objetivos definidos, é preciso pensar de que forma deverão ser atingidos e como devem ser incluídos no orçamento mensal, assim, deve ser definido um plano em que mantenha a atual situação ou que tenha uma alteração de rota. Quando os planos envolvem mudanças, geralmente estão relacionadas com o aumento de ganhos ou na redução de despesas. Será que é preciso trabalhar mais ou cortar gastos? O grande segredo para que os objetivos sejam atingidos, é fazer sobrar algum recurso, e este ser incluso no orçamento como se fosse uma despesa fixa para ser utilizada nos objetivos e projetos de vida. Mas, o que realmente não pode ser esquecido é que as pessoas que têm família, casais e filhos, devem estar envolvidas no processo, todos precisam ter seus objetivos alinhados para que o objetivo de um não anule o do outro, e assim atingir a meta prioritária com mais facilidade. Geralmente em uma família, cada pessoa tem pensamentos e decisões diferentes em relação ao dinheiro, por isso se faz necessário que todo o orçamento tenha um percentual, de 3% a 8%, para cada indivíduo gastar conforme sua vontade, sem esquecer a mesada dos filhos, que não é assunto menos importante. Mas, deve-se ter um cuidado especial de um dar palpite nas compras do outro (MACEDO JR., 2010).
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 2.4.4 Avalie a melhor forma de atingir suas metas
Cada indivíduo com suas peculiaridades deve determinar a melhor maneira de atingir seus objetivos. No seu dia a dia devem ser incluídas pequenas ações que possam ajudar a encurtar o longo percurso que distancia o dia de hoje do seu grande objetivo, tal objetivo pode variar entre fazer a viagem dos sonhos, aposentar-se, enriquecer, dentre muitos outros objetivos (MACEDO JR., 2010). Segundo Macedo Jr. (2010, p. 55), “pessoas que conseguem economizar dinheiro utilizam basicamente três estratégias”: 1. Regularmente é feito um orçamento, onde a poupança mensal aparece como meta, além do equilíbrio das receitas e despesas. Essa estratégia facilita a convivência dos filhos com o dinheiro e possibilita a criação da poupança. 2. É reservada uma quantia fixa mensal para investimentos. “É a famosa estratégia do ‘PAGUE-SE PRIMEIRO’. A vantagem desse comportamento é que ele é simples e fácil de executar. É ideal para pessoas pouco organizadas ou que não querem despender muito tempo com as finanças” (MACEDO JR., 2010, p. 55). 3. Um dos cônjuges fica encarregado do dinheiro, e normalmente fica assustando o restante da família que a situação financeira não é nada boa, irrita-se com os gastos e age de forma reativa aos descontroles financeiros. “Essa estratégia gera muitos milionários, mas prejudica muito a vida familiar” (MACEDO JR., 2010, p. 55). “Pague-se primeiro”, significa que antes de pagar qualquer conta do mês, as pessoas guardem de 8% a 15% de seu salário assim que receber. É preciso fazer todo o mês como se fosse uma despesa fixa. Normalmente, quando se recebe o salário o primeiro passo é pagar todas as contas, para depois se sobrar algum recurso, poupar. Lógico que não é para deixar para trás os compromissos do mês, mas priorize a você. “Você verá como esse pequeno ato poderá transformar sua vida, aproximar a aposentadoria, comprar um futuro tranquilo e, principalmente regar sua árvore do dinheiro” (MACEDO JR., 2010, p. 56).
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 2.4.5 Coloque em prática seu plano de ação
O plano de ação deve ser começado o quanto antes, “... não deixe para mais tarde, quando a situação melhorar, caso contrário, é bem provável que você nunca ache tempo para dar o pontapé inicial” (MACEDO JR., 2010, p. 57). O autor ainda afirma que, é preciso ter atitude, dar o primeiro passo, pois se não for assim os objetivos nunca serão alcançados, e ficar se queixando por não ter começado antes, não resolverá nada. Ver seus objetivos escritos pode ajudar a modificar a realidade. [...] “Nunca se esqueça de plantar sua árvore de dinheiro e construir sua independência financeira. Para isso crie o hábito de poupar e não se permita desperdiçar dinheiro porque isso, muitas vezes, significa desperdiçar a vida que você gastou para conquistá-lo” (MACEDO JR., 2010, p. 57).
2.4.6 Revise as estratégias
Segundo Macedo Jr. (2010, p. 58), “o planejamento financeiro é um processo dinâmico: você precisa rever regularmente suas decisões e recomeçar”. O recomeçar é tarefa muito difícil, mas não impossível. Muitas vezes, as pessoas habituam-se a determinadas situações, estão em uma ‘zona de conforto’, sem perceber as mudanças ao seu redor, mesmo não satisfeitas, continuam lá, pelo simples fato de ter certo receio de recomeçar. “Se sua vida não satisfaz, mude logo” (MACEDO JR., 2010, p. 58).
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 3 MÉTODO
Métodos, processos e técnicas de pesquisa devem ser empregados para que os objetivos do trabalho sejam atingidos com sucesso (CALIXTO, 2007). Neste capítulo serão abordados os processos e técnicas para a realização deste estudo como: o tipo de pesquisa, a forma de coleta de dados e a análise dos mesmos. Conforme Marconi (2010, p. 65), “o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. No entanto, para os objetivos serem atingidos, deve-se seguir algumas fases e etapas. Dentre as etapas necessárias para atingir o objetivo estão: a formulação do problema, a revisão da literatura, a coleta e análise de dados e a interpretação dos mesmos (ACEVEDO; NOHARA, 2009).
3.1 Tipo de pesquisa quanto à natureza
Quanto à natureza, a pesquisa utilizada neste trabalho foi aplicada, pois tem como objetivo analisar como os moradores de Nova Petrópolis - RS estão realizando seu planejamento financeiro pessoal frente aos apelos e facilidades de consumo do mundo moderno. Desta forma os moradores de Nova Petrópolis - RS terão maior conhecimento de suas finanças, assim melhorando seu planejamento financeiro atual e futuro. Segundo Prodanov e Freitas (2009, p. 62), “a pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos”.
3.2 Tipo de pesquisa quanto aos objetivos
Quanto aos seus objetivos, a pesquisa é de caráter exploratório e descritivo, pois desta forma foi possível obter mais informações sobre o tema abordado, sem que se tivesse interferência sobre o mesmo. No exploratório foi feito um levantamento bibliográfico, que facilitou a compreensão do assunto, antes desconhecido pelo
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA pesquisador, gerando maior conhecimento. Gil (2010, p. 27) afirma que: “as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses”. Para Prodanov e Freitas (2009, p. 63), “a pesquisa exploratória possui planejamento flexível, o que permite o estudo do tema sob diversos ângulos e aspectos”. Ainda conforme Prodanov e Freitas (2009, p. 63), “nas pesquisas descritivas os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador”. Desta forma, a pesquisa descritiva foi utilizada para descrever, analisar, interpretar e avaliar o planejamento financeiro dos moradores de Nova Petrópolis - RS.
3.3 Tipo de pesquisa quanto à abordagem
O presente trabalho tem uma abordagem tanto qualitativa quanto quantitativa. A conjunção das duas abordagens visa compreender o comportamento dos moradores de Nova Petrópolis - RS em relação ao planejamento financeiro, e analisar como e quanto ele pesa em suas vidas. Segundo Acevedo e Nohara (2009, p. 52), “... tal delineamento é recomendado quando se deseja conhecer os fatores que afetam o comportamento humano, tais como: atitudes, crenças, sensações, imagens e motivos”. Na abordagem quantitativa, Prodanov e Freitas (2009, p. 81), afirmam que “... tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. E na abordagem qualitativa, os autores Prodanov e Freitas (2009, p.81) afirmam que “há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”. Neste trabalho foi quantificado o número de pessoas que têm ou não um planejamento financeiro, sendo utilizadas também fórmulas estatísticas como percentagens para fazer a distribuição entre o número de pessoas associadas a fatores financeiros, entre outros. A qualitativa foi utilizada para fazer uma relação entre o planejamento financeiro e o grau de escolaridade, e idade dos moradores de Nova
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Petrópolis - RS, também foi realizada uma relação entre consumo e finanças, bem como a comparação entre outros fatores relevantes.
3.4 Tipo de pesquisa quanto aos meios
O meio utilizado para iniciar o presente trabalho foi uma pesquisa bibliográfica que apresenta conceitos sobre finanças, finanças pessoais, educação financeira, consumo, endividamento, planejamento financeiro e ainda um modelo de planejamento financeiro pessoal, para dar maior conhecimento sobre o assunto. A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet (GIL, 2010, p. 29).
Ainda segundo o autor, a pesquisa bibliográfica tem como principal vantagem dar uma cobertura mais ampla sobre os fatos que poderiam ser pesquisados diretamente, principalmente quando se precisa de dados muito dispersos. Após foi feito um levantamento através de questionário aplicado diretamente as pessoas, que visa dar maior conhecimento de seus comportamentos. “Os levantamentos caracterizam-se pela coleta das informações entre um grande número de pessoas e pela análise quantitativa de dados” (ACEVEDO; NOHARA, 2009, p. 50). A coleta de dados deste trabalho foi feita através de questionários. Para Prodanov e Freitas (2009, p. 119), “o questionário é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante (respondente)”. O questionário deve ter uma linguagem simples e direta, para que possa ser compreendido por quem o está respondendo. A elaboração do questionário teve início dia 05 de Março de 2013, assim que o questionário estava praticamente pronto foi feito um pré-teste, para ver se as pessoas entenderiam as questões a serem respondidas. O pré-teste foi aplicado através de emails, foram enviados 10 emails com um prazo de cinco dias para serem respondidos, o
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA retorno desses emails foi baixo, apenas 40% deram retorno. Após ter feito o pré-teste, foram feitos alguns ajustes, então, feitos os ajustes necessários, foram impressos, dando início a aplicação efetivamente, o questionário consta no apêndice 1 deste trabalho.
3.5 Universo e amostragem
Segundo Prodanov (2009, p. 108), “as pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-lo em sua totalidade”. Desta maneira, no presente trabalho que abrange moradores de Nova Petrópolis - RS foi realizada uma amostra, ou seja, foi selecionada uma pequena parte que compõe a população. “População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo” (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 108). No presente trabalho foram selecionados cerca de 1% dos moradores de Nova Petrópolis – RS que tem uma vida financeira ativa, ou seja, foi feita uma amostra (a população total é de 19.045 habitantes). No anexo C deste trabalho consta a tabela com a população de Nova Petrópolis - RS. Para Acevedo e Nohara (2009), “amostra é uma parte da população ou universo. A amostragem, por sua vez, é o processo de colher amostras do universo”. No município de Nova Petrópolis - RS, para que se tenha uma amostra expressiva da população para estar em condições de se fazer inferências sobre a mesma, estimou-se ser necessário entrevistar aproximadamente 200 pessoas. Para que todos os questionários fossem validados, optou-se em fazer 10% a mais de entrevistas para não correr o risco da pesquisa ser invalidada devido ao não entendimento das questões, assim como alguns respondentes não concluir o questionário por completo Neste trabalho a amostragem foi feita por conveniência. Segundo os autores Acevedo e Nohara (2009, p. 56), “na amostragem não probabilística por conveniência as pessoas são selecionadas de acordo com a conveniência do pesquisador. São os sujeitos que estão ao alcance do investigador”. Optou-se por este tipo de amostragem para que pudesse ser atingida uma amostra mais ampla, onde apareciam pessoas de diferentes idades e classes sociais.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 3.6 Coleta de dados
Como foi dito anteriormente a coleta de dados deste trabalho foi feita através de questionários com os moradores de Nova Petrópolis - RS que tem uma vida financeira ativa, normalmente pessoas que tenham idade entre 15 a 60 anos, de ambos os sexos. Foram aplicados 220 questionários, a grande maioria diretamente aos entrevistados. Somente 5% dos questionários foram enviados através de email, esses com um retorno de 36%. O início das pesquisas foi no dia 21 de Março de 2013, a tabulação foi feita de forma simultânea a aplicação da pesquisa, então dia 15 de Abril foram recebidas as últimas pesquisas e no dia seguinte, todas as pesquisas já estavam tabuladas.
3.7 Análise dos dados
Como a tabulação dos dados se deu de forma simultânea à coleta dos mesmos, quando foram recebidos os últimos questionários já estavam praticamente todos inseridos na tabela. A tabulação foi feita através de uma planilha do software Microsoft Excel®, onde foram apurados os resultados através da aplicação de filtros e cálculos de percentagens e pesos, após foram montados os respectivos gráficos, que produziram os resultados apresentados no próximo capítulo.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos na aplicação do questionário com os moradores de Nova Petrópolis – RS. Estes dados também são relacionados com o referencial teórico, para um maior entendimento da análise do planejamento financeiro desses moradores frente aos apelos e facilidades de consumo do mundo moderno.
4.1 Perfil dos entrevistados
Foram entrevistadas 220 pessoas com o objetivo de analisar o que e como tratam de suas finanças pessoais, se realmente têm conhecimento de suas receitas e despesas e como costumam agir diante de alguma novidade apresentada no mercado. Atingiu-se uma amostra de 137 mulheres (62%) e 81 homens (37%), sendo que o restante da amostra (1%), não respondeu essa pergunta. A maioria dos entrevistados é solteira e possui 3º grau incompleto. Conforme segue os respectivos gráficos.
Gráfico 1 - Gênero dos entrevistados Fonte: próprio autor
Gráfico 2 - Estado Civil dos entrevistados Fonte: próprio autor
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Gráfico 3 - Escolaridade dos entrevistados Fonte: próprio autor
No que diz respeito à idade, 218 entrevistados responderam sua idade. Suas idades, foram divididas em 5 faixas etárias. Conforme se pode notar na tabela 1 e gráfico 4, a maioria dos entrevistados possui idade entre 15 e 30 anos, sendo que 24% possui entre 15 e 20 anos e 40% entre 21 e 30 anos. A faixa etária entre 31 e 40 anos ficou com 14%, a de 41 a 50 anos com 12% e 9% para pessoas com mais de 50 anos.
Tabela 1 - Idade dos entrevistados Faixa etária
Quantidade
%
15 a 20 anos
54
24
21 a 30 anos
87
40
31 a 40 anos
32
14
41 a 50 anos
26
12
Mais de 50 anos
19
9
Em branco
2
1
220
100
Total Fonte: próprio autor
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Gráfico 4 - Idade dos entrevistados Fonte: próprio autor
4.1.1 Renda Mensal dos entrevistados
A renda mensal foi divida em cinco faixas salariais, onde a 1ª faixa representa pessoas que recebem até um salário mínimo e a última para pessoas com renda mensal superior a cinco salários. Apenas 7,7% dos entrevistados ganham até um salário mínimo, enquanto 47,3% recebem até dois salários mínimos, conforme está representado no gráfico que segue.
Gráfico 5 - Renda Mensal dos entrevistados Fonte: próprio autor
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4.2 Gestão Financeira dos entrevistados
Para se ter um bom planejamento financeiro, em primeiro lugar é preciso ter conhecimento de todas receitas e despesas. Com a aplicação e coleta de dados desta pesquisa pode-se notar que os moradores de Nova Petrópolis – RS têm conhecimento de suas receitas e despesas sim, o que representa 85% dos entrevistados, enquanto apenas 14% não tem esse conhecimento. Como mostra o gráfico 6 a seguir.
Gráfico 6 - Conhecimento das receitas e despesas Fonte: próprio autor
Gráfico 7 - Importância do planejamento pessoal Fonte: próprio autor
Conforme Macedo Jr. (2010), para ter uma vida equilibrada e com controle as pessoas precisam ter o hábito de fazer um planejamento financeiro, muitos não dão a devida importância para tal fato e não gostam de falar sobre o assunto, muito menos pensar em ter um planejamento financeiro, tem gente que acha que é perda de tempo, depois quando estão no meio de uma crise financeira então, pensam, “porque não pensei antes”, um planejamento financeiro deve ser feito sempre e não somente em momentos de crise como a maioria faz. A maioria absoluta, 62% dos moradores de Nova Petrópolis - RS atribuem muita importância para o planejamento financeiro pessoal, 33% diz que é importante e apenas
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4% dos entrevistados são indiferentes ao planejamento financeiro. Podemos considerar um resultado bem relevante, conforme está no gráfico 7, simbolizado na página anterior.
4.2.1 Controle Financeiro dos entrevistados
Muitas dessas pessoas que conhecem suas receitas e despesas fazem um controle financeiro. O controle financeiro serve para compreender a real situação financeira dos indivíduos, entender se as finanças precisam de maior atenção ou não, então para não ter eventuais surpresas é preciso fazer um controle mensalmente. Dos entrevistados, 67,73% faz algum tipo de controle financeiro e 31,82% deles não faz nenhum tipo de controle, abaixo o gráfico 8 que representa o fato citado.
Gráfico 8 - Existência de controle financeiro pelos entrevistados Fonte: próprio autor
Existem várias formas de se fazer um controle financeiro, seja simples anotações em um caderno, agenda ou caderneta, seja montando uma planilha no Excel ou utilizando softwares financeiros mais complexos e sofisticados, depende da habilidade ou disponibilidade de cada um, e ainda existem as pessoas que utilizam a memória para fazer seu controle financeiro, de certa forma esta é a forma menos utilizada pelos moradores de Nova Petrópolis – RS, apenas 2% confiam em sua memória para fazer o
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA seu controle financeiro, até porque deve ser mais fácil de cometer algum erro ou ainda ser traído pela própria memória, que de vez em quando é falha. O que realmente é surpreendente na questão de fazer um controle financeiro é que a grande maioria, mais de cem pessoas, 67%, mesmo vivendo em pleno século XXI, ainda o faz utilizando cadernos, agendas ou cadernetas para fazer suas anotações de seu controle financeiro, deve ser devido a prática e facilidade de ter qualquer um desses itens a seu alcance, seja no trabalho, escola, casa ou ainda fazendo seus percursos para suas jornadas diárias, ou ainda a falta de habilidade de manusear algum software. Esta curiosidade pode ser observada no próximo gráfico.
Gráfico 9 - Tipo de controle utilizado pelos entrevistados Fonte: próprio autor
Apesar de 85% das pessoas terem conhecimento de suas receitas e despesas, ainda não é suficiente para que toda essa amostra seja capaz de fazer bom uso de seus recursos, gastar menos do que ganha. A esse respeito 74% dos entrevistados fazem bom uso de seus recursos, embora as duas questões não tenham apresentado o mesmo resultado, ainda assim podemos considerar esse resultado bem significativo. Quando falamos de fazer bom uso de nossos recursos financeiros há algo além de se gastar menos do que se ganha, é preciso ter conhecimento de suas receitas e despesas, além desse conhecimento fazer um controle, e neste caso podemos afirmar que mais de 75% das pessoas que fazem bom uso de seus recursos financeiros fazem um controle
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA financeiro, seja num simples caderno ou de forma mais complexa. Segue gráfico 10, que representa o bom uso dos recursos mensais dos moradores de Nova Petrópolis – RS.
Gráfico 10 - Bom uso dos recursos mensais dos entrevistados Fonte: próprio autor
4.3 Prioridade de pagamentos
Em geral, as pessoas passam por diversas fases na vida, infância, adolescência, juventude, fase adulta e maturidade, e cada fase tem suas características, peculiaridades e prioridades. Normalmente na rotina de um indivíduo existem despesas a serem pagas, despesas essas que podem ser classificadas como fixas ou variáveis. Nesta pesquisa, foram elencadas seis despesas mensais, moradia, educação, saúde, lazer, alimentação e poupança. Onde os moradores deveriam colocar em ordem de prioridade de pagamento cada uma delas, sendo enumeradas de um a seis. A prioridade número um seria a mais importante e a prioridade número seis a menos importante. Então, foram distribuídos pesos para cada alternativa, sendo a prioridade um peso seis, prioridade dois peso cinco, a três peso quatro, a prioridade quatro peso três, a prioridade cinco peso dois e consequentemente a prioridade seis peso um, onde se obteve uma pontuação para cada despesa mencionada.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Todas as despesas relacionadas são extremamente importantes na vida do ser humano, e devem ser consideradas as fases em que esses seres humanos se apresentam. Então, os moradores de Nova Petrópolis – RS, levando em consideração a sua atual fase de vida e suas características, classificaram suas prioridades de pagamento. A primeira prioridade de pagamento dos entrevistados é alimentação, com 911 pontos; em segundo lugar moradia, com 848 pontos; a terceira prioridade de pagamento é a saúde, com 814 pontos; em quarto lugar ficou a educação, com 712 pontos; a quinta prioridade é a poupança, com 405 pontos e a sexta e última prioridade de pagamento é o lazer, com 403 pontos, mas com pouca diferença em relação à poupança, ficando essas duas últimas quase empatadas. Tal resultado pode ser constatado no gráfico 11 que segue.
Gráfico 11 - Prioridades de pagamento dos entrevistados Fonte: próprio autor
4.4 Perfil dos moradores poupadores
Quanto a fazer algum tipo de economia, guardar algum recurso, a maioria dos moradores de Nova Petrópolis – RS ainda o faz. Pode-se constatar um número bem notável de pessoas que fazem alguma economia, 71% possuem algum tipo de investimento, enquanto apenas 29% não possuem economias. Tal fato encontra-se simbolizado no gráfico 12 que segue.
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Gráfico 12 - Existência de reservas Fonte: próprio autor
Gráfico 13 - Frequência de suas reservas Fonte: próprio autor
Claro que poucos ainda o fazem com frequência, uma vez por mês, apenas 29% dessas pessoas guardam algum recurso com frequência, ainda não existe a cultura do “pague-se primeiro”, a maioria, 66% dos entrevistados, às vezes guardam algum recurso e apenas 5% nunca fazem reservas, o que pode ser observado no gráfico 13. Percebe-se que o termo “às vezes” guardar algum recurso, é muito relativo, tem pessoas que consideram esse termo somente quando sobram recursos, outras pessoas alguns meses no ano, algumas que consideram quando existe algum ganho extra e ainda as que o consideram quando quer adquirir algo, tal fato está representado no gráfico 14 que segue. Mesmo não tendo o hábito de poupar todo o mês, 43% dos entrevistados costumam guardar algum recurso somente quando sobra, não tem a assiduidade de quando recebe seu salário já separar algum recurso para fazer uma reserva. Ainda assim esse número de pessoas encontra-se em grande vantagem diante daqueles que nunca poupam. “Economizar é como se exercitar: no início pode ser chato, mas depois vira uma necessidade” (Macedo Jr., 2010, p. 40). Conforme as pessoas criam o hábito de poupar, conforme vira rotina, quando não o fazem sentem falta. Então, é preciso dar o primeiro passo, depois continuar com a caminhada fica bem mais fácil.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA
Gráfico 14 - Significado de “às vezes” guardar algum recurso para os entrevistados Fonte: próprio autor
Quanto ao tipo de reserva feita pelos moradores de Nova Petrópolis – RS podese dizer que estes são conservadores, tradicionais em suas escolhas, pois 71% utilizam a poupança como meio para fazer alguma reserva, embora seu rendimento não seja um dos melhores. São pessoas que não querem correr risco algum, querem segurança, em geral são pessoas contra a mudança. A seguir gráfico 15, onde se pode perceber tal conservadorismo.
Gráfico 15 - Tipos de aplicação dos entrevistados Fonte: próprio autor
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4.5 Valorização diante a sociedade
Frequentemente, as pessoas desejam ou até compram algo novo para se sentir apreciada, aparentar algo que não são ou que não podem ter, procuram ter certo engajamento com certos grupos, tudo para satisfazer seu ego, enfim para obter certo respeito ou status diante de seus amigos, colegas ou até mesmo familiares, mas tudo isso é passageiro porque não se pode aparentar o que não é ou se tem para toda vida. Para 67% dos moradores de Nova Petrópolis – RS adquirir algo novo ou que está na moda, às vezes pode aumentar sua valorização diante da sociedade, para 24% dessas pessoas nunca esse tipo de situação vai aumentar sua valorização diante dos outros, já para a minoria, 7% dos entrevistados dizem que sempre ter algo novo ou que está na moda vai ampliar sua valorização, como podemos compreender no gráfico a seguir.
Gráfico 16 - Valorização das pessoas diante a sociedade Fonte: próprio autor
4.6 Mudanças de objetivos X Mídia
Muitas pessoas costumam mudar suas opiniões e objetivos, mudam porque é conveniente diante de certas situações, ou porque com o passar do tempo, amadurecem,
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA e tomam decisões mais sensatas. Dos entrevistados desta pesquisa 8% costumam mudar sempre seus objetivos, 7% nunca mudam seus objetivos e a grande maioria 81%, às vezes costumam mudar seus objetivos. Mas, muitas dessas mudanças acontecem por influência de algum meio ou por influência de outras pessoas, e pode ocorrer com mais ou menos frequência. O que era bom ou necessário ontem já não é mais hoje. Um dos fatos que podemos relacionar a mudanças de objetivos das pessoas é ao fato das mesmas estarem rodeadas de informações e apelos publicitários através da TV, revistas, rádio, internet, etc. Dos moradores de Nova Petrópolis – RS entrevistados, 50% costumam adquirir algo que obteve informação através das mídias citadas e 47% não costumam fazer esse tipo de aquisição. A seguir podem-se analisar os gráficos 17 e 18, respectivamente, que apontam a frequência de mudanças de objetivos e o fato de adquirir algo que esteja na mídia.
Gráfico 17 - Frequência de mudança de objetivos Fonte: próprio autor
Gráfico 18 - Aquisição através da mídia Fonte: próprio autor
Entre as pessoas que costumam obter algo que está na mídia, 90% delas mudam sempre ou às vezes seus objetivos, pode-se considerar um número bem relevante, podese dizer que são pessoas influenciáveis, que realmente os diversos apelos bombardeados ao longo do tempo, tornam-se eficaz. O gráfico 19 que segue, demonstra tal fato.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA
Gráfico 19 - Mídia X Metas ou objetivos Fonte: próprio autor
Como as pessoas costumam mudar suas metas ou objetivos e costumam adquirir algo que está na mídia, seria muito comum que as mesmas pessoas deixassem de economizar para adquirir algo novo ou que esteja na moda. Mas tal fato não acontece com a amostra dos entrevistados. Os moradores de Nova Petrópolis – RS possuem o hábito de economizar em primeiro lugar, não deixam de economizar para adquirir algo novo ou que está na moda, o que é representado por 58% dos entrevistados, enquanto 41% deles sim deixam de economizar para adquirir algo novo. Tal evento pode ser explicado pela idade que essas pessoas têm, mas o surpreendente desta pesquisa é que a maioria das pessoas que não deixam de economizar para adquirir algo novo ou que está na moda tem idade entre 15 e 30 anos, ou seja, das cento e vinte e oito pessoas que responderam não, setenta e seis pessoas estão dentro dessa faixa etária. Surpreendente porque normalmente as pessoas com menos idade, são extremamente impulsivas, o que dirá deixar de comprar algo para economizar. No gráfico 20, que segue está simbolizado este evento.
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Gráfico 20 - Economizar ou adquirir algo novo ou que está na moda Fonte: próprio autor
4.7 Desejo X Necessidade
Muitas pessoas confundem desejo de ter algo com necessidade de ter algo. Desejo diz respeito às vontades do ser humano e pode ser controlado, enquanto que necessidade é algo relacionado às condições básicas para viver como moradia, alimentação, etc. Para os moradores de Nova Petrópolis – RS desejo é diferente de necessidade. A opinião dessas pessoas foi quase que unânime 93% considera que desejo é diferente de necessidade, enquanto que apenas 5% dos entrevistados consideram ao contrário, desejo não é diferente de necessidade. Segue gráfico 21 onde simboliza essa diferença de opiniões.
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Gráfico 21 - Desejo é diferente de necessidade de ter algo novo Fonte: próprio autor
4.7.1 Prioridade das necessidades
Como já foi comentado anteriormente, em 1943 foi desenvolvida uma teoria, na qual ficou mais conhecida como Pirâmide de Maslow, onde eram apresentadas as necessidades dos seres humanos e estabeleceu-se uma escala, onde na base encontravam-se as necessidades mais básicas e no topo as mais complexas. Com base nessas necessidades os moradores de Nova Petrópolis – RS foram questionados quais seriam as suas prioridades de necessidades, onde eles deveriam enumerar essas alternativas de um a cinco, em que a prioridade número um seria a mais importante e a cinco a menos importante. Então, para esta análise as alternativas foram pontuadas, foi feita uma pontuação de um a cinco, onde a prioridade número um que seria a mais importante teve pontuação cinco e consequentemente a menos importante teria pontuação um, desta forma, foi possível colocar essas necessidades em ordem de prioridade para os entrevistados. Para estes entrevistados, a prioridade número um seria as necessidades fisiológicas, com 787 pontos, no que diz respeito à sobrevivência do indivíduo. Como prioridade número dois encontra-se a necessidade social, com 657 pontos, que está relacionada à emoção da pessoa, o que engloba família, amizade... A necessidade de
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA segurança para estas pessoas encontra-se em terceiro lugar como prioridade, com 655 pontos, uma pontuação bem semelhante às necessidades sociais do indivíduo, a necessidade de segurança está relacionada a segurança física pessoal, estabilidade financeira, entre outras. A necessidade de autorrealização vem em quarto lugar, com 482 pontos, que é a necessidade de motivar o máximo potencial das pessoas. Já em quinto e último lugar vem a necessidade de estima, com 374 pontos, que se refere ao ego do indivíduo, autoestima. Em relação a teoria desenvolvida em 1943, as prioridades das necessidades para os moradores de Nova Petrópolis – RS, só concordam em um único quesito, que são as necessidades fisiológicas em prioridade número um. Tal fato pode ser constatado no gráfico 22 que segue.
Gráfico 22 - Prioridade das necessidades dos entrevistados Fonte: próprio autor
4.8 Compras por impulso
Existem pessoas que quando pretendem adquirir algum bem ou serviço vai às compras com total controle sob suas atitudes, costumam até fazer pesquisas de preços antes, mas ainda existem outras que saem comprando sem pensar, com total impulso, e muitas vezes, depois que compram, percebem que nem tinham necessidade de tal aquisição. Compraram só por comprar, os objetos ficam empilhados, sem serventia alguma. Os moradores de Nova Petrópolis – RS quando pensam em adquirir algum bem ou serviço, a maioria absoluta, 93% faz pesquisa de preço, somente 4% dos entrevistados não faz pesquisa de preço, consequentemente suas compras são feitas com
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA total controle, pois quando se faz uma pesquisa de preço, a tendência é que as pessoas pensem, reflitam sobre suas aquisições. Apenas 13% das pessoas fazem suas compras por impulso, como segue nos gráficos 23 e 24.
Gráfico 23 - Pesquisa de preço Fonte: próprio autor
Gráfico 24 - Controle nas compras Fonte: próprio autor
As pessoas quando fazem suas compras por impulso, muitas vezes estão diante de alguma promoção ou ainda diante dessas oportunidades milagrosas de crédito, onde o valor das parcelas é reduzido, e por não se tratar de um valor expressivo, as pessoas consomem sem pensar, nessas pequenas parcelas é que os juros são mais elevados devido aos prazos serem mais estendidos dando a impressão de uma falsa economia, pois as pessoas acham que aquela pequena parcela cabe certinho em seus orçamentos, muitas vezes, assim acumulam-se as dívidas, com insignificantes parcelas. E quando as pessoas se dão conta já é tarde demais. Para os moradores de Nova Petrópolis – RS essas oportunidades milagrosas de crédito não tem importância alguma, pois 82% dessas pessoas não aproveitam desses milagres de crédito facilitado. A seguir o gráfico 25 simboliza o fato.
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Gráfico 25 - Oportunidades milagrosas das facilidades do crédito Fonte: próprio autor
4.9 Parcelamentos, empréstimos ou financiamentos
Quando uma pessoa passa por dificuldades financeiras ou pretende obter algum bem ou serviço com um valor mais expressivo costuma recorrer para algum tipo de parcelamento, empréstimo ou financiamento. Alguns procuram informações dos mínimos detalhes das operações, já outros não se importam se estão pagando juros excessivos, que não condizem com o cenário atual, onde só o que se fala é que os juros baixaram. Quando procuram esse tipo de serviço para adquirir algo, normalmente a renda ou emprego é favorável para tal aquisição, mas ninguém pensa que num futuro bem próximo este cenário pode ser modificado, e quando se percebe aquela parcela que antes estava de acordo com o salário, pode se tornar pesada, e aquele valor pode fazer falta para pequenos imprevistos. Dos entrevistados desta pesquisa, 82% deles costumam saber quanto paga de juros em seus parcelamentos, empréstimos e/ou financiamentos, tal fato mostra que a grande maioria está atenta o quanto suas dívidas podem evoluir, com o pagamento de juros excessivo. Segue gráfico 26 simbolizando o interesse das pessoas pelos juros pagos.
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Gráfico 26 - Informação de quanto pagam de juros em um parcelamento Fonte: próprio autor
Ora se os moradores de Nova Petrópolis - RS procuram saber quanto pagam de juros em um parcelamento, empréstimo e/ou financiamento é porque os mesmos possuem alguma dessas operações. Não que seja errado fazer esse tipo de operação. Mas se as pessoas não fossem tão imediatistas poderiam deixar de pagar tantos juros, é uma questão de planejamento, organização e controle. Neste caso, 60% dos moradores de Nova Petrópolis – RS possuem algum tipo de parcelamento, empréstimo e/ou financiamento. Nesta condição, 48% dessas pessoas possuem duas ou mais operações deste gênero. Como pode ser visualizado nos gráficos 27 e 28 que seguem.
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Gráfico 27 - Possui algum tipo de parcelamento Fonte: próprio autor
O
nível
de
comprometimento
Gráfico 28 - Quantos parcelamentos possui Fonte: próprio autor
dos
parcelamentos,
empréstimos
e/ou
financiamentos é bem parecido entre os entrevistados. Quarenta e sete pessoas, que corresponde a 21,4% da amostra, têm um comprometimento de até 10% de sua renda, sendo que a maioria é do sexo feminino e tem idade entre 15 e 30 anos. Já as pessoas que tem mais de 30% de comprometimento da renda, correspondem a 21,8% da amostra, uma diferença de apenas um entrevistado o que corresponde a 0,04% a mais, as características dessas pessoas são as mesmas de quem tem menor comprometimento, a maioria tem a mesma faixa etária e o mesmo sexo. Sabe-se que para ter crédito é preciso honrar com os mesmos, se os compromissos não forem honrados, se houver qualquer deslize, o crédito até pode ser reconquistado depois de algum tempo, mas com algumas restrições. Quanto a pontualidade dos seus pagamentos, as respostas foram quase unânimes, os moradores de Nova Petrópolis – RS não costumam pagar seus parcelamento, empréstimos e/ou financiamentos com atraso, apenas 5% da amostra tem esse hábito costuma fazer seus pagamentos com atraso. Como seguem os gráficos 29 e 30, que simbolizam, respectivamente, quanto os parcelamentos comprometem da renda e se as pessoas costumam pagar seus parcelamentos com atraso.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA
Gráfico 29 - Comprometimento dos parcelamentos Fonte: próprio autor
Gráfico 30 - Pontualidade dos parcelamentos, empréstimo e/ou financiamentoa Fonte: próprio autor
4.10 Formas de pagamento das compras dos entrevistados
As pessoas no seu dia a dia precisam consumir, seja por necessidade, seja por desejo de ter algo. Na atual sociedade, quando se precisa ou se quer comprar algo, existem inúmeras formas de fazer o pagamento das compras, os estabelecimentos
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA comerciais têm se empenhado para cada vez ter mais formas de recebimento, se não tiverem certa flexibilidade, perdem muitas vendas, consequentemente gerando prejuízos. Entre os moradores de Nova Petrópolis – RS a forma de pagamento para suas compras que prevalece é o pagamento à vista, onde 41,8% das pessoas fazem esse tipo de pagamento, já 28,2% dos entrevistados costumam utilizar o parcelamento próprio do estabelecimento para efetuar seus pagamentos e 20,5% utilizam o cartão de crédito. Mas, ainda existem pessoas que utilizam duas ou até três formas de pagamento para efetuar suas compras, essas pessoas representam 6,4% da amostra. Segue gráfico 31 onde simboliza o fato.
Gráfico 31 - Forma de pagamento das compras dos entrevistados Fonte: próprio autor
4.11 O uso do cheque especial
Quando as pessoas têm um relacionamento com uma instituição financeira, são oferecidos vários serviços, entre eles o cheque especial, que nada mais é que um limite de crédito rotativo, onde é determinado um valor de limite que fica a disposição dos clientes, vinculado a sua conta bancária, caso este limite seja utilizado, é cobrado juros e outros encargos sobre o valor e período que foi usado. A maioria dos moradores de
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Nova Petrópolis – RS desta amostra não possui limite de cheque especial, o que representa 59% dos entrevistados e 39% possui tal serviço. Das pessoas que possuem o serviço, 31,8% utilizam o serviço em caso de imprevistos e urgências e o mesmo número de pessoas têm o limite, mas não o utilizam. E apenas 9,4% dos entrevistados costumam utilizar sempre. Como segue nos gráficos 32 e 33.
Gráfico 32 - Possui limite de cheque especial Fonte: próprio autor
Gráfico 33 - Quando costuma utilizar o limite do cheque especial Fonte: próprio autor
4.12 Aquisição de bem ou serviço novo
O ser humano está sempre com a intenção de comprar algum bem ou serviço, e quando adquire algo, nem usufruiu o bem ou então, muitas vezes nem recebeu o que havia comprado e já pensa em outro bem ou serviço novo, isso nada mais é do que consumismo. Dos moradores de Nova Petrópolis – RS que foram entrevistados, 73% pretendem adquirir algum bem ou serviço no próximo ano, enquanto 26% não pretendem adquirir. Esses bens ou serviços são ao mais variados, que pode ser desde uma casa até um celular ou máquina fotográfica. Mas, a maioria dos entrevistados respondeu que pretende comprar um carro ou uma moto, o que corresponde quase 40% dos respondentes, já 31,1% pretende comprar ou reformar casa ou apartamento ou ainda
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA comprar um terreno e 10,6% responderam várias opções que pode ser fazer carteira de motorista, comprar livros, celular, fazer cursos, festa de formatura, entre outros. Como pode ser observado nos gráficos 34 e 35 a seguir.
Gráfico 34 - Pretende adquirir algum bem ou serviço novo no próximo ano Fonte: próprio autor
Gráfico 35 - O que pretende adquirir no próximo ano Fonte: próprio autor
4.13 Objetivos a serem alcançados
Quanto aos objetivos das pessoas podem ser considerados os mais variados possíveis, podem ser bens materiais ou imateriais, e de tempo em tempo esses objetivos são modificados, o que antes era considerado de tanto valor, hoje já não é tão valorizado assim. Para os objetivos serem atingidos, é preciso traçar metas e saber onde se está e onde se quer chegar, e claro o prazo que se pretende conquistar tais objetivos. Foi feita a seguinte pergunta para a amostra desta pesquisa: “Sabendo que podemos considerar curto prazo um espaço de tempo de um ano, você possui algum objetivo para ser alcançado no curto prazo”? Os moradores de Nova Petrópolis – RS possuem sim objetivos a serem alcançados em um ano, o que representa 51% dos entrevistados e 46% não possuem objetivos a serem alcançados. Dentre os objetivos mais citados estão: adquirir ou reformar casa, apartamento ou terreno com 22,1%; comprar ou trocar carro
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA ou moto com 15%; reorganizar a vida financeira apareceu empatado com iniciar ou terminar cursos com 13,3% da amostra; e outros como metas pessoais, trocar de emprego, comprar móveis, fazer cirurgia plástica, fazer carteira de motorista, montar próprio negócio, fazer viagens, etc. apareceu com 25,7% e somente 2,7 % tem como objetivo guardar recursos, como se pode notar nos gráficos 36 e 37 a seguir.
Gráfico 36 - Possui algum objetivo a ser alcançado no curto prazo Fonte: próprio autor
Gráfico 37 - Objetivos a serem alcançados no curto prazo Fonte: próprio autor
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4.14 Objetivos comuns entre os entrevistados
Conforme foi visto anteriormente existem alguns objetivos mais comuns entre as pessoas, neste subtítulo será abordada qual a prioridade entre esses objetivos para os moradores de Nova Petrópolis – RS. Nesta questão os entrevistados precisavam enumerar suas prioridades de um a nove, onde o número um representava ser mais importante, e o número nove representava ser o menos importante entre as pessoas. Então, foi estabelecida uma pontuação para estas prioridades, que a mais importante a número um teria peso nove e a menos importante teria consecutivamente peso um. A prioridade número um dos objetivos mais comuns é ter uma vida com mais conforto, com 1325 pontos; a segunda prioridade é pagar as dívidas e não voltar a contrailas, com 1203 pontos e a última prioridade é conquistar poder, prestígio e status, com 476 pontos O gráfico 38 simboliza as prioridades dos objetivos mais comuns dos entrevistados.
Gráfico 38 - Prioridade dos objetivos mais comuns para os entrevistados Fonte: próprio autor
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 4.15 Planejamento para o futuro
De modo geral o ser humano sonha com o dia de se aposentar, fica imaginando e fazendo muitos planos. Mas quando realmente as pessoas começam a planejar e se preocupar com sua aposentadoria? Será que se preocupam mesmo? Que ações tem feito para ter uma aposentadoria tranquila e com qualidade de vida? E quando chegar esse dia será que estarão preparadas para encarar uma rotina de aposentados? As pessoas têm se aposentado cada vez mais cedo, e muitas vezes quando se aposentam, ainda continuam trabalhando para se distrair ou como na maioria das vezes para complementar sua renda. Em se tratando de preocupar-se ou não com sua aposentadoria, as respostas dos moradores de Nova Petrópolis – RS foi bem dividida, 46% dos entrevistados se preocupam com sua aposentadoria, mas a maioria, 50% não se preocupam com o fato. Dessas pessoas, 9% se preocupam com a aposentadoria, mas não planeja nada, não tem feito nenhuma ação, 15,8% pagam previdência privada, 27,7% acham que para ter uma aposentadoria com tranquilidade e qualidade de vida é só ter um emprego com carteira assinada ou em caso de autônomos fazer sua contribuição mensal com o INSS e quase 32% desses entrevistados possui algum tipo de investimento, como poupança, aplicação ou adquirindo algum imóvel para ter uma renda mensal extra, como segue nos gráficos 39 e 40.
Gráfico 39 - Preocupação com aposentadoria Fonte: próprio autor
Gráfico 40 - Ações feitas para ter aposentadoriatranquila e com qualidade de vida Fonte: próprio autor
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como motivação a análise da forma como os moradores de Nova Petrópolis – RS estão realizando seu planejamento financeiro pessoal frente aos apelos e facilidades do consumo moderno, enfim se essas pessoas deixam de economizar para adquirir algo que está na mídia ou quando existem facilidades para ser adquirido. Para que os objetivos geral e específico deste trabalho fossem atendidos, primeiramente foi feita uma pesquisa exploratória, através da revisão bibliográfica. Logo após foi aplicado um questionário junto aos moradores de Nova Petrópolis – RS com vida financeira ativa, onde haviam questões relacionadas a finanças e planejamento financeiro das pessoas. Em relação ao perfil dos moradores entrevistados, a maioria é do sexo feminino (62%), possui 3º grau incompleto (32%), tem idade entre 21 e 30 anos (40%), e sua renda mensal é de até dois salários mínimos (47,3%). No que diz respeito às receitas e despesas dos entrevistados, eles possuem conhecimento, acham muito importante ter um planejamento financeiro e a grande maioria faz seu controle financeiro utilizando caderno, caderneta ou agenda para fazer suas anotações e considerações. Então, com esse controle, conseguem fazer bom uso de seus recursos, gastar menos do que ganham. Segundo Macedo Jr.(2010, p. 26), “planejar possibilita que você assuma as rédeas de sua vida e guie-a para o caminho que mais o agradar”. Um bom planejamento permite com que as pessoas possam saber o que está acontecendo com suas finanças, permite que as pessoas enxerguem aonde querem chegar, possibilita planejar o presente e o futuro, podendo assim alcançar os seus objetivos propostos. Quando foram questionados sobre fazer algum tipo de economia, se possuem algum tipo de investimento, teve grande predominância fazer sim algum tipo de investimento, mas essas pessoas não possuem o hábito de economizar sempre e sim quando sobra algum recurso e a principal forma de guardar algum recurso entre os moradores de Nova Petrópolis – RS ainda é a poupança, apesar dos juros não serem tão atraentes é assim que essas pessoas se sentem seguras. Para Paludo, Cherobim e Espejo (2011, p. 93), “não basta apenas guardar dinheiro em produtos financeiros que
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA proporcionem segurança e rentabilidade”. Apesar das pessoas procurarem segurança em suas aplicações é preciso escolher algum investimento que no mínimo seja igual ou que supere o índice da inflação para que seus recursos não sejam desvalorizados com o passar do tempo, claro que investimentos que possuem rentabilidade acima da média são investimentos de maior risco, e normalmente não é isso que os indivíduos procuram pelo menos os moradores de Nova Petrópolis – RS. Para os respondentes desta pesquisa, desejo é diferente de necessidade. E sobre suas necessidades, os entrevistados classificaram suas prioridades um pouco diferente do que diz a Teoria de Maslow. Para esses entrevistados, a primeira necessidade são as fisiológicas, que diz respeito à sobrevivência do indivíduo, concordando com a antiga teoria; em segundo lugar para eles está a necessidade social, que está relacionada a família e as amizades, já na teoria encontra-se a necessidade de segurança; em terceiro lugar para os entrevistados vem a necessidade de segurança, que diz respeito a segurança pessoal e financeira, na Teoria de Maslow vem a necessidade social; em quarto lugar os entrevistados colocaram a necessidade de autorrealização, que se refere a motivação e autossatisfação, enquanto na teoria está as necessidades de estima; e em quinto e últimos lugar para os respondentes está a necessidade de estima, que refere-se ao ego da pessoa, e na teoria encontra-se a necessidade de autorrealização. Pode-se dizer que estas diferenças de prioridades entre os entrevistados e a Teoria de Maslow se deve a época em que vivemos e a diferenças culturais, pois esta teoria foi criada por um americano a muitos anos atrás. Quanto a seus pagamentos mensais os entrevistados têm como prioridade de pagamento sua alimentação, que pode ser vista como uma necessidade fisiológica do indivíduo, necessidade de sobrevivência. A qual pode ser confirmada como prioridade quando se fala na prioridade das necessidades dos entrevistados. Em segundo lugar está a moradia, logo após e consecutivamente, saúde, educação, poupança e lazer. “Poucas pessoas que consultam um especialista em investimentos têm um plano consistente para a vida financeira. Muitas sequer sabem como gostariam de estar daqui a 10, 20 ou 30 anos. Outras têm sonhos, mas não fazem nada para viabilizá-los” (MACEDO JR., 2010, p. 45). Todo o ser humano está sempre almejando comprar algo novo ou ainda possuem alguns objetivos na vida. Os moradores de Nova Petrópolis, não poderiam ser diferentes, eles possuem alguns objetivos a serem alcançados ou querem comprar algum bem ou serviço, entre esses propósitos estão, comprar ou reformar casa
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA ou apartamento; comprar ou trocar de carro, fazer viagens, fazer carteira de motorista; comprar móveis; fazer cirurgia plástica etc. Essas pessoas, às vezes costumam mudar suas metas ou objetivos, isso quer dizer que seu planejamento, às vezes muda de rota, o que querem hoje, amanhã poderá ser diferente. “Mas, cuidado para não mudar por qualquer impulso de consumo, o que irá comprometer os objetivos realmente importantes” (CERBASI, 2009, p. 80). Mas, a grande curiosidade é que quando se fala em adquirir algo ou ter algum objetivo a ser alcançado, somente uma pequena minoria, 2,7% dos entrevistados tem como objetivo no curto prazo de guardar algum recurso, então, entende-se que quem já tem o hábito de economizar, ótimo, mas quem não tem, não faz nenhum planejamento em começar, pensam em adquirir algum bem a fazer alguma economia. Dentre os objetivos mais comuns existentes, os moradores de Nova Petrópolis – RS colocaram como primeira prioridade, ter uma vida com mais conforto e estabilidade, e em segunda prioridade ficou pagar as dívidas e não voltar a contraí-las, o que na verdade significa ter maior qualidade de vida. Os entrevistados costumam ter controle quando fazem suas compras, o que confirma este fato é que os mesmos não aproveitam dessas oportunidades milagrosas de crédito fácil, onde são oferecidas oportunidades de se adquirir bens através de parcelamentos longos e com pequenas parcelas que parecem se encaixar perfeitamente no bolso de cada um, além do que fazem pesquisa de preço quando estão pensando em comprar algo. Outro fato que confirma este controle é que estas pessoas poderiam fazer suas compras utilizando o limite do cheque especial, mas a maioria delas não possui limite de cheque especial e as que possuem, só utilizam em caso de urgências e imprevistos. O que é muito interessante que se percebe nesta pesquisa é que mesmo as pessoas dizendo que não aproveitam dessas oportunidades de crédito fácil, costumam comprar bens ou serviços que obtém informação da mídia, provavelmente essas aquisições são feitas com pagamentos à vista conforme foi exposto no gráfico 31, onde 41,8% dos entrevistados responderam que costuma fazer o pagamento de suas compras à vista. Mas, mesmo assim a grande maioria dos respondentes não deixa de economizar para adquirir algo novo ou que esteja na moda. Mas, para eles comprar algo novo ou usar roupa da moda às vezes pode aumentar sua valorização diante da sociedade. Pode trazer certo status.
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA Outro fato que merece a atenção nesta pesquisa é que a grande maioria dos entrevistados, 60%, possui algum tipo de parcelamento, empréstimo e/ou financiamento e para a maior parte dos respondentes essas dívidas comprometem mais de 30% de suas rendas mensais, e este comprometimento se divide entre dois ou mais parcelamentos, empréstimos e/ ou financiamentos, normalmente essas dívidas são feitas para adquirir algum bem de maior valor ou quando estão passando por uma crise financeira que, são renegociadas antigas dívidas. Mesmo com um comprometimento tão alto de suas rendas, os entrevistados não costumam fazer esses pagamentos com atraso e procuram ter conhecimento de quanto pagam de juros. No que diz respeito à aposentadoria a maioria dos moradores de Nova Petrópolis – RS não se preocupam com este tema, e a maior parte dos que se preocupam procuram fazer algum tipo de investimento para o futuro, como poupança ou aquisição de imóveis. “Planeje-se para a independência financeira. Vem da filosofia antiga a definição de que, para sermos felizes, precisamos de três condições simultâneas: estar com quem amamos, fazer o que gostamos de fazer e ter sonhos a realizar” (CERBASI, 2009, p. 182). Se as pessoas pararem por completo suas atividades, estarão abandonando duas dessas condições. Para Paludo, Cherobim e Espejo (2011, p. 95), “pensar na aposentadoria muitas vezes nos faz conceber a ideia de depender de outras pessoas, de um período de cuidar dos netos ou de viver com poucos recursos”. É chegado um momento em que as pessoas precisam parar, mas existem pessoas que não estão preparadas para este momento, então é preciso prevenir-se para ter uma aposentadoria tranquila e com qualidade de vida. Mudanças sempre trazem certo desconforto, mas quando as pessoas não estão satisfeitas ou estão incomodadas com qualquer situação, neste trabalho referindo-se mais precisamente a vida financeira, é preciso enfrentar o momento. Muitas pessoas se queixam que ganham pouco, mas não fazem nada para mudar ou então se adequar a suas receitas, existe certo descontentamento com as circunstâncias. Para solucionar este problema, basta realmente querer resolvê-lo. Então, um bom planejamento financeiro é a solução mais indicada para esta lacuna. Pode-se concluir de modo geral que os moradores de Nova Petrópolis possuem algum tipo de parcelamento, mas não deixam de economizar para adquirir algo novo ou que esteja na moda, não costumam comprar por impulso e possuem controle sobre seus gastos e finanças. E mesmo não tendo o hábito de poupar sempre, quando sobra algum
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA recurso costumam guardar, fazer algum tipo de investimento. Os entrevistados consideram muito importante ter um planejamento financeiro, mas mesmo assim, a maioria ainda não está preocupada com seu futuro, ainda não se preocupam com o dia da chegada de sua aposentadoria.
5.1 Contribuições da pesquisa
Esta pesquisa foi importante, pois possibilitou a melhor compreensão por parte da pesquisadora sobre os hábitos e costumes dos moradores de Nova Petrópolis – RS já que a mesma não é natural desta cidade. Onde se pode notar a real dimensão em que as pessoas tratam de seus recursos e fazem seu planejamento. “... Lembre-se: o dinheiro é um ‘ser’ carente, e vai para a mão de quem cuida bem dele. Se você não fizer isso, outro fará” (MACEDO JR., 2010, p. 37). Além das contribuições científicas, a presente pesquisa trouxe contribuições pessoais, onde foram superados certos obstáculos que antes pareciam insuperáveis. No decorrer deste trabalho foram apresentadas situações inusitadas, as quais jamais as pessoas se imaginam estar. Dar explicações ou ainda informações sobre um tema pouco conhecido pela pesquisadora, e ainda sobre o curso propriamente dito. Dentre alguns questionamentos sobre o tema, pode-se destacar como fazer um planejamento financeiro ou ainda como fazer bom uso dos recursos. Já sobre o curso destaca-se qual área em que se pode atuar, se vale a pena ou ainda se o curso é muito difícil ou complexo de ser encarado. É sempre bom poder ajudar ou incentivar as pessoas a tomar um rumo em sua vida, porque em muitos casos, essas pessoas não fazem parte de sua vida ou história, nada mais são do que desconhecidos. As perguntas e curiosidades são muitas, mas o mais interessante é saber que você nunca imaginou passar por aquela situação, onde pelo que você se conhece, não teria coragem ou seria capaz de tomar tais atitudes, mas o caminho tem que ser continuado, pois essa é só mais uma etapa para terminar um projeto. Neste percurso é que se nota que as responsabilidades começam a aumentar, não por ser mais um profissional que está se preparando para continuar ou começar uma nova jornada, mas sim porque mexe com a vida ou a motivação de outras pessoas, que
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA muitas vezes est達o sem rumo ou destino ou simplesmente porque ainda n達o despertou algo interessante ou diferente que possa ser feito.
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ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Esta pesquisa faz parte do estudo que estou desenvolvendo para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso. O objetivo é analisar a forma como os moradores de Nova Petrópolis – RS estão realizando seu planejamento financeiro pessoal frente aos apelos e facilidades do consumo moderno. Por se tratar de uma pesquisa acadêmica, sua identidade será guardada em sigilo. Não existem respostas certas ou erradas. Apenas gostaria que fossem sinceros, para poder alcançar meus objetivos. 1 - Tem conhecimento de todas suas receitas e despesas? ( ) Sim ( ) Não 2 – Faz algum tipo de controle financeiro? Se sua resposta for afirmativa que tipo de controle utiliza? (planilha Excel, caderno, software financeiro, outros). ( ) Sim.
( ) Não
3 - Para você qual a importância de se ter um planejamento financeiro pessoal? ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Indiferente. 4 - Pretende adquirir algum bem ou serviço novo no próximo ano? ( ) Sim O quê? ( ) Não 5 – Possui algum tipo de aplicação financeira, investimento ou poupança? ( ) Sim Qual? ( ) Não 6 – Com que frequência você costuma guardar algum recurso? ( ) Sempre ( ) Às vezes Quando? ( ) Nunca
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA
7 - Você deixa de economizar para adquirir algo novo ou que esteja na moda? ( ) Sim ( ) Não 8 – Costuma adquirir algo que obteve informação na TV, rádio, internet, revistas, etc.? ( ) Sim ( ) Não 9 - Possui algum tipo de parcelamento, empréstimo ou financiamento? ( ) Sim Quantos? ( ) Não 10- Costuma pagar seus parcelamentos, empréstimos ou financiamentos com atraso? ( ) Sim ( ) Não 11 - Tem ideia de quanto seus parcelamentos, empréstimos e/ou financiamentos comprometem sua renda mensal? ( ) até 10% ( ) de 11 a 20% ( ) de 21 a 30% ( ) mais de 30% 12 - Preocupa-se com sua aposentadoria? Se sua resposta for afirmativa que ações tem feito para ter uma aposentadoria tranquila e com qualidade de vida? ( ) Sim O que? ( ) Não 13 - Costuma aproveitar dessas oportunidades milagrosas das facilidades no crédito? ( ) Sim ( ) Não 14 - Procura saber quanto paga de juros em um parcelamento, empréstimo e/ou financiamento? ( ) Sim ( ) Não 15 – Quanto a seus gastos mensais, qual sua prioridade de pagamento? Instruções de preenchimento: Coloque em ordem: 1 para o que tem maior prioridade até 6 para o que tem menor prioridade. ( ) Moradia ( ) Educação ( ) Saúde ( ) Lazer ( ) Alimentação ( ) Poupança 16 – Quando pensa em adquirir algum bem ou serviço, faz pesquisa de preço? ( ) Sim ( ) Não 17 – Quando faz algum tipo de compra: ( ) Faz com total controle ( ) Faz as compras sem pensar, por impulso 18 – Como costuma fazer o pagamento de suas compras? ( ) Á vista ( ) No cartão de crédito ( ) Parcelamento próprio do estabelecimento
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 19 – Sabendo que podemos considerar curto prazo um espaço de tempo de um ano, você possui algum objetivo para ser alcançado no curto prazo? ( ) Sim Qual? ( ) Não 20 – Consegue fazer bom uso de seus recursos mensais (gastar menos do que ganha)? ( ) Sim ( ) Não 21 – Em sua opinião desejo é diferente de necessidade de ter algo novo? ( ) Sim ( ) Não 22 – Qual a ordem em que você classificaria suas necessidades? Instruções de preenchimento: Coloque em ordem: 1 para o que tem maior prioridade até 5 para o que tem menor prioridade. ( ) Necessidade de Autorrealização (motivação, autossatisfação); ( ) Necessidades fisiológicas (sobrevivência, do indivíduo); ( ) Necessidades de Estima (refere-se ao ego da pessoa); ( ) Necessidade Social (amizade, família); ( ) Necessidade de Segurança (segurança pessoal, financeira). 23 – Em sua opinião, comprar algo novo ou usar roupa da moda, pode aumentar sua valorização diante da sociedade? ( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca 24 – Dentre os objetivos mais comuns abaixo relacionados, qual a prioridade para você? Instruções de preenchimento: Coloque em ordem: 1 para o que tem maior prioridade até 9 para o que tem menor prioridade. ( ) Vida com mais conforto e estabilidade; ( ) Comprar ou reformar a casa; ( ) Pagar as dívidas e não voltar a contraí-las; ( ) Poupar para sua educação ou de seus filhos; ( ) Fazer uma viagem; ( ) Trocar ou comprar um carro; ( ) Formar plano de aposentadoria; ( ) Iniciar seu próprio negócio; ( ) Conquistar poder, prestígio e status. 25 – Com que frequência costuma mudar suas metas ou objetivos? ( ) Sempre ( ) Às Vezes ( ) Nunca
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA 26 - Possui limite de cheque especial? Se sua resposta for afirmativa, quando costuma utilizálo? ( ) Sim Quando? ( ) Não
Por fim gostaríamos de saber um pouco mais sobre você. 27 – Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino 28 – Qual sua idade? ( ) 15 a 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) mais de 50 anos 29 – Escolaridade: ( ) 1º Grau Incompleto ( ) 2º Grau Incompleto
( ) 3º Grau Incompleto
( ) 1º Grau Completo
( ) 3º Grau Completo
( ) 2º Grau Completo
( ) Pós-graduação 30 – Estado Civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a)/ Relação Estável ( ) Divorciado(a)/separado(a) ( ) Viúvo(a) 31 – Renda Mensal: ( ) até R$ 678,00 ( ) R$ 679,00 a R$ 1356,00 ( ) R$ 1357,00 a R$ 2034,00 ( ) R$ 2035,00 a R$ 3390,00 ( ) Acima de R$ 3391,00
Data:
/ /
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA ANEXO A – BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVOS
PASSIVOS
Bens
Dívidas
Dinheiro vivo
R$........
Empréstimo imobiliário
R$........
Conta corrente
R$........
Financiamento de carro
R$........
Caderneta de poupança
R$........
Empréstimo bancário
R$........
Fundos de investimento
R$........
Dívidas em loja
R$........
Ações
R$........
Dívidas com particulares
R$........
Participação em empresas
R$........
Cartão de crédito
R$........
Clubes de investimentos
R$........
Cheques especiais
R$........
Planos de previdência
R$........
R$........
R$........
R$........
R$........
R$........
Títulos públicos
R$........
Debêntures
R$........
Outros ativos financeiros
R$........
Veículos
R$........
Patrimônio Líquido O quanto eu tenho de fato
Casa própria
R$........
Ativos – passivos
Casa de praia
R$........
Sítio
R$........
Outros imóveis
R$........
TOTAL
R$........
TOTAL DO ATIVO
R$........
Fonte: adaptado de Macedo Jr. (2010, p. 32).
TOTAL DO PASSIVO
R$........
R$........
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA ANEXO B – CONTROLE DE ORÇAMENTO FAMILIAR
RECEITAS Salários Receitas extraordinárias Subtotal DESPESAS MORADIA Aluguel/impostos
R$................................................... R$................................................... R$...................................................
R$................................................... . Condomínio/prestação da casa Conta de luz/água/gás Telefone Conserto/manutenção ALIMENTAÇÃO Supermercado Feira/sacolão TRANSPORTE Prestação do carro/seguro Combustíveis/estacionamento Impostos Ônibus/metrô/trem
R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$...................................................
. SAÚDE Plano de saúde Médicos/dentistas Farmácia EDUCAÇÃO Mensalidades escolares Cursos extras – idiomas/computação LAZER/INFORMAÇÃO Academia/programas culturais Jornais/revistas TV por assinatura/Internet OUTROS GASTOS Vestuário Cuidados Pessoais RESERVA PARA GASTOS FUTUROS Impostos Escala Viagem Subtotal SALDO (Receita total – Despesas total) Fonte: adaptado de Macedo Jr. (2010, p. 35).
R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$................................................... R$...................................................
ANGELA NAZEAZENA VIQUE FRAGA ANEXO C – POPULAÇÃO DE NOVA PETRÓPOLIS - RS
Faixa Etária da População Faixa Etária
Homens
Mulheres
Total
Percentual
0 a 4 anos
468
530
998
5,24%
5 a 9 anos
570
484
1.054
5,53%
10 a 14 anos
599
602
1.201
6,31%
15 a 19 anos
638
690
1.328
6,97%
20 a 24 anos
767
777
1.544
8,11%
25 a 29 anos
835
807
1.642
8,62%
30 a 34 anos
809
802
1.611
8,46%
35 a 39 anos
731
742
1.473
7,73%
40 a 44 anos
757
736
1.493
7,84%
45 a 49 anos
676
676
1.352
7,10%
50 a 54 anos
640
622
1.262
6,63%
55 a 59 anos
526
526
1.052
5,52%
60 a 64 anos
449
489
938
4,93%
65 a 69 anos
327
333
660
3,47%
70 a 74 anos
236
303
539
2,83%
75 a 79 anos
173
222
395
2,07%
80 a 84 anos
106
175
281
1,48%
85 a 89 anos
41
98
139
0,73%
90 a 94 anos
20
51
71
0,37%
95 a 99 anos
1
8
9
0,05%
Mais de 100 anos
1
2
3
0,02%
9.370
9.675
19.045
100,00%
TOTAL Fonte: adaptado Censo Demográfico IBGE 2010