Domínio FEI 10: Nova metodologia para cálculo de fundações

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DO MÍNIO FEI Publicação do Centro Universitário da FEI - Ano III - Nº10 - Janeiro/Março de 2012

Nova metodologia para cálculo de fundações Jaime Troiano,

Centro Curso de Ciência Universitário da Computação

fundador do Grupo Troiano encerra as de Branding, afirma que a comemorações formação na FEI contribuiu para seu sucesso profissional dos 70 anos

foi criado no boom da informática e hoje é destaque


Editorial

10 anos em 70 Professor doutor Fábio do Prado Reitor do Centro Universitário da FEI

Comemorar uma década de Centro Universitário em meio às celebrações dos 70 anos de serviços educacionais da FEI à sociedade brasileira é comemorar a consistência de um projeto institucional que remonta às premissas qualificadas de sua fundação e à visão empreendedora de seu fundador, o Padre Saboia de Medeiros. Celebrar também significa prestigiar todos os protagonistas dessa história e suas ações acadêmicas e administrativas de relevância, e reconhecer a qualidade do trabalho do corpo diretivo que soube, estrategicamente, reposicionar a Instituição buscando alinhá-la às demandas contemporâneas de uma sociedade globalizada e exigente. Ao longo dos anos, os gestores da FEI conseguiram criar um ambiente pautado pela universalidade das ideias, pelo convívio de opostos, pelo diálogo franco das partes e por um modelo de educação pautado na articulação entre ensino e pesquisa, e na abertura, daí decorrente, às inúmeras possibilidades de aprendizagem, bem como de geração do conhecimento por meio dos programas de pós-graduação e da pesquisa institucionalizada. A decisão tomada há uma década de se trilhar um caminho em direção aos padrões acadêmicos universitários deve ser vista como importante ponto de inflexão no processo de desenvolvimento institucional. Como tal, caracterizou-se não como descontinuida­ de­­­­­­­­­­aos padrões até então executados, mas, por meio destes, novas ações puderam ser desenvolvidas em ambiente estruturado e favorável, e os bons resultados foram alcançados rapidamente. A máxima de nosso fundador – “tudo que falta me atormenta”, certamente consistiu (e ainda consiste) em elemento referencial do processo inflexivo de desenvolvimento nessa última década, e sustentou a transformação das extintas faculdades isoladas – a Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN), a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e a Faculdade de Informática (FCI) – de 60 anos de história gloriosa, em um espaço universitário integrado e interdisciplinar, que completa 10 anos de existência. Não falamos de 60 + 10, mas de 10 anos em 70 – celebrando, portanto, a riqueza da história das faculdades isoladas e a contribuição de todos aqueles que as construíram, bem como o potencial acadêmico do Centro Universitário e a sabedoria daqueles que, oportunamente, o planejaram e desenvolveram a partir de condições já privilegiadas. Celebramos, enfim, a dedicação competente do atual corpo diretivo, funcional, docente e discente que reconhecem o mérito do modelo proposto e estão comprometidos com sua consolidação e com sua expansão. Orgulha-me muito observar a Instituição aberta para o diálogo sobre temas contemporâneos, apoiando eventos científicos, culturais, artísticos e esportivos, sendo palco de congressos e competições, e mantendo um relacionamento com alunos da rede de educação básica, com a população e com o Poder Público, prestando serviços e desenvolvendo conhecimento atento às demandas sociais e tecnológicas. É a qualidade garantindo o cumprimento do papel social da universidade.

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Espaço do Leitor

Revista Domínio FEI Publicação do Centro Universitário da FEI

expediente “Caros amigos Feianos. Todo mês, quando o correio chega trazendo esta bela revista ‘Domínio FEI’, me sinto ainda mais honrado e feliz por ter me formado na FEI. Foram tempos difíceis e de verdadeira aventura naqueles idos de 1966, quando ingressamos, até 1970, ano do tri do México em futebol, quando nos formamos. Praticamente inauguramos o campus de São Bernardo do Campo e, assim como eu, muitos dos meus colegas possuem histórias de vida que foram e ainda são interessantes. Um abraço especial deste engenheiro que não virou suco, mas que, com quase 66 anos de idade, tendo exercido a profissão de engenheiro metalurgista em grandes empresas até 1998, hoje executa funções administrativas em negócios de família.” José Carlos Ramires Engenharia Metalúrgica – Turma 1970 “Formei-me em Engenheira Mecânica pela FEI há 13 anos, mas, desde então, tinha pouco contato com o universo Feiano. Quando recebi a primeira edição da ‘Domínio FEI’, em 2010, fiquei muito contente por poder inteirar-me das atividades e evolução da Instituição, ver como professores queridos continuam ensinando e produzindo e verificar o crescimento de colegas. Parabéns!” Denise Obara Engenharia Mecânica Plena – Turma 1999 “É com grande prazer que recebo a revista ‘Domínio FEI’. Vejo constantemente o destaque da Instituição no segmento acadêmico, encontro profissionais ex-alunos da FEI e, sobretudo, a recente

apresentação do vice-reitor de Ensino e Pesquisa, Marcelo Pavanello, no processo seletivo realizado em dezembro na FEI. Os resultados comprovam que a sólida formação acadêmica, respaldada pela ideia com foco no ser humano, tem produzido um nível de excelência valiosíssimo. Após 23 anos de formada, parte da minha turma continua a se encontrar e um dos nossos ‘projetos’ é a celebração de um encontro ecumênico em nossa Capela por ocasião dos 25 anos de formatura, união esta que estimula que permaneçamos com grande e forte identidade entre os ex-alunos e familiares.” Nestor de Oliveira Filho Engenharia Elétrica – Turma 1988 “Acabo de receber o último exemplar da revista que, como de costume, está perfeita, com artigos de alta qualidade de apresentação e conteúdo. Parabenizo-os por isso! Quero, entretanto, destacar a reportagem que fizeram do encontro de minha turma, na qual conseguiram retratar muito bem o espírito do evento, o forte vínculo de amizade que até hoje norteia nossa turma e, principalmente, o excelente tipo de formação que tivemos durante nossa vida universitária, tão raro nos dias atuais e que permitiu tornar-nos cidadãos cônscios de nossas responsabilidades técnicas, humanísticas, políticas e sociais. Agradeço em nome da turma a especial atenção que nos deram na cobertura de tão importante encontro para nós, e até o próximo encontro!” Euclides Soares Engenharia Elétrica – Turma 1966

Fale com a redação A equipe da revista Domínio FEI quer saber a sua opinião sobre a publicação, assim como receber sugestões e comentários. Escreva para Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, Bairro Assunção S.B.Campo - SP - CEP 09850-901, mande e-mail para redacao@fei.edu.br ou envie fax para o número (11) 4353-2901. Em virtude do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Domínio FEI agradece a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação. As matérias publicadas nesta edição poderão ser reproduzidas, total ou parcialmente, desde que citada a fonte. Solicitamos que as reproduções de matérias sejam comunicadas à redação pelo e-mail redacao@fei.edu.br.

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Centro Universitário da FEI Campus São Bernardo do Campo Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972 – Bairro Assunção São Bernardo do Campo – SP – Brasil CEP 09850-901 ­– Tel: 55 11 4353-2901 Telefax: 55 11 4109-5994 Campus São Paulo Rua Tamandaré, 688 – Liberdade São Paulo – SP – Brasil – CEP 01525-000 Telefax: 55 11 3207-6800 Presidente Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J. Reitor Prof. Dr. Fábio do Prado Vice-reitor de Ensino e Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Pavanello Vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias Profª. Drª. Rivana Basso Fabbri Marino Conselho Editorial desta edição Professores doutores Rivana Basso Fabbri Marino, Flavio Tonidandel e Kurt André Pereira Amann Coordenação geral Andressa Fonseca Comunicação e Marketing da FEI Produção editorial e projeto gráfico Companhia de Imprensa Divisão Publicações Edição e coordenação de redação Adenilde Bringel (Mtb 16.649) Reportagem Adenilde Bringel, Elessandra Asevedo, Aline Nascimento e Fabrício F. Bomfim (FEI) Fotos Arquivo FEI, Jésus Perlop, Alex Lodovico e Ilton Barbosa Programação visual Irati Motta, Felipe Borges e Marcelo Moraes Tiragem: 16,5 mil exemplares

Centro Universitário da FEI Instituição associada à ABRUC

www.fei.edu.br


SUMÁRIO

24 ENTREVISTA

Formado em Engenharia Química pela FEI, Jaime Troiano, fundador do Grupo Troiano de Branding, explica como as empresas podem manter o consumidor fiel às suas marcas

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28 Pesquisa da FEI amplia as possibilidades de cálculos que determinam o tipo de fundação utilizado na construção civil

BirdImages/Istockphoto

Pesquisa & Tecnologia

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caderno especial

Eventos marcaram as festividades de aniversário Pai, mãe e filho optaram pela Administração Professor leciona há 59 anos na Instituição Economista começou na FEI com 19 anos Casal de colaboradores recebe homenagem Comemorações celebram os 70 anos

DESTAQUE

Centro Universitário completa 10 anos Doutorado em Engenharia Elétrica é aprovado TCC demonstra inovação e criatividade FEI recepciona os calouros com desafio em gincana Encontro reúne engenheiros eletricistas de 1971 Semana da Qualidade discute paradigmas da educação

DESTAQUE JOVEM Aos 27 anos de idade, ex-aluno de Engenharia de Materiais assume gerência em grande empresa de logística

Gestão & inovação

Especialistas discutem o desafio de formar pessoas aptas para a inovação e a sustentabilidade nas empresas

ARQUIVO

Criado em 1999 como Faculdade de Informática (FCI), curso de Ciência da Computação é destaque

PÓS-GRADUAÇÃO

Cursos de especialização visam as melhores práticas do PMBOK e a gestão e o desenvolvimento de projetos

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Com foco na inclusão digital, FEI realiza curso básico de computação para colaboradores de diversas áreas

46 Mestrado Seções 49 Agenda 50 Artigo janeiro a março DE 2012 | Domínio fei

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CADERNO ESPECIAL

FEI encerra festividades Evento realizado dia 30 de janeiro, no campus São Bernardo, reuniu cerca de 500 pessoas e homenageou professores e colaboradores administrativos

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om a criação do primeiro curso de Administração do Brasil, oferecido pela Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN), fundada em 1941, começava a história do Centro Universitário da FEI. Ao longo de 70 anos, completados em março de 2011, a Instituição formou mais de 50 mil profissionais e, para agradecer a todos que fizeram parte desta história, homenageou os 70 colaboradores que estão há mais tempo na Instituição – 35 professores e 35 funcionários administrativos. O evento, realizado dia 30 de janeiro, no campus São Bernardo do Campo, encerrou as comemorações do 70° aniversário da FEI. Durante o evento, os homenageados receberam uma placa de prata e uma camisa comemorativa. Um vídeo foi exibido com as principais ações realiza-

das durante o ano de comemoração e com depoimentos de alunos, ex-alunos e colaboradores. Formada em Engenharia de Produção em 2011, mesmo ano em que a Instituição completou 70 anos, Patrícia Corsi foi a escolhida para con­duzir a solenidade como mestre de cerimônia. A engenheira, que trabalha na área de Planejamento e Controle de Produção da Votorantim Siderurgia, teve os passos seguidos pelos irmãos, que também estudam na Instituição. “Meus irmãos e eu temos orgulho de ser­ Feianos. A FEI representa a pessoa que eu sou. Graças à formação humana e ao excelente ensino, aprendi a enfrentar as dificuldades e sou uma profissional preparada. E, para mim, a prova disso é ter sido escolhida para representar os alunos neste evento”, reforça.

O presidente da Fundação Educacional Inaciana Padre Saboia de Medeiros (FEI), mantenedora do Centro Universitário, Padre Theodoro Peters, S.J., destaca a importância de a FEI ter sido criada no começo dos anos de 1940 por um padre jesuíta que tinha como sonho ver um Brasil mais bonito sendo construído pelo seu povo. “Visionário, o Padre Saboia de Medeiros acreditava que uma instituição universitária deveria ter um ambiente sadio para avançar pela estrada do conhecimento e construir uma metodologia científica que possibilitasse agregar a versatilidade da ciência à vida profissional, política e social”, resume. O professor doutor Fábio do Prado, reitor da Instituição, lembra a trajetória da FEI e a importância de todos que participaram de sua história. “O resul-


dos 70 anos tado de todos os esforços passados para a construção e consolidação do Centro Universitário convergem com a excelência e a qualidade do ensino da Instituição hoje”, afirma. O professor José Maria Bechara, que agradeceu em nome de todos os homenageados, ressaltou que a FEI é um exemplo de excelência. “É muito importante estar entre os profissionais que ajudaram a construir a história de credibilidade desta Instituição. Nós amamos a FEI”, acrescenta. Além das homenagens, a FEI premiou a banda Sagrada Raiz, vencedora do FEIstival de Música (leia mais nas pá­gi­­nas 12 e 13), que animou a festa. Para Joel Bosio de Alcântara, estudante de Engenharia e integrante da banda, a apresentação representou mais do que uma oportunidade de divulgação de trabalho. “Fiquei muito feliz por ter tocado na comemoração, pois também faço parte da história da FEI. Tenho certeza que a apresentação ficará marcada na memória do grupo”, ressalta.

Da esq.: O vice-reitor Marcelo Antonio Pavanello, a superintendente da FEI Neusa Rodrigues, a vice-reitora Rivana Basso Fabbri Marino, o reitor Fábio do Prado e o presidente da FEI, Padre Theodoro Peters


CADERNO ESPECIAL Homenagens

Herança de família

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uando o estudante do segundo ano da Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN), Oswaldo Petrucci Junior, resolveu fazer parte da comissão de trote para recepcionar os calouros de 1980, não imaginava que ali começaria uma história que iria mudar o rumo de toda a sua vida. O trote, que era um baile, reunia os veteranos e os calouros do curso, e entre os novos alunos estava a jovem Maria Cristina Marcelino da Silva, que comemorava sua entrada na faculdade. Ao se conhecer no dia da festa, o casal não tinha a menor pretensão de constituir família, mas, em julho de 1981, estava diante do altar para selar uma união que já dura 30 anos. “Foi amor ao primeiro encontro”, ressalta Oswaldo Petrucci, com olhar apaixonado para a esposa, que concorda com a afirmação, embora lembre que suas metas iniciais eram se formar e trabalhar na área. O professor Ailton Alves Pinto, então diretor da ESAN, foi o padrinho do casamento, celebrado pelo Padre Donatou Pascarelli na Igreja São Gabriel. Mas as coincidências com a área de Administração e a FEI estavam apenas começando naquele dia. Dos três filhos do casal, dois escolheram a mesma carreira dos pais e o caçula, Nícolas, de 23 anos, também resolveu estudar na FEI, onde se formou em 2011. Atualmente, Maria Cristina ministra aulas como professora concursada em Gestão de Administração e Logística no Centro

Nícolas, Maria Cristina e Oswaldo Petrucci Junior

Paula Souza; o marido administra duas empresas de consultoria da família e o filho Nícolas trabalha na área de compras da Makro Atacadista. “Nossa família respira Administração e este é o assunto em casa todos os dias. Afinal, se não fosse a Administração e a FEI não haveria família”, raciocina Oswaldo Petrucci Junior. A família foi homenageada no dia da festa em comemoração aos 70 anos da Instituição, representando os mais de 50 mil alunos formados ao longo deste período.

Funcionários homenageados Sueli Vignali Gomierato Wilma Alzira Garcia de Andrade Neusa Rodrigues Gilson José Morais Mafra Neusa Inauda de Menezes Etevaldo Santos Araujo

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Ines Soares Pilotto João Batista Langner Rosa Maria Augusto Toyoshima Elisabete Garcia Fonseca Thais De Zordo Simola Marcos Gomierato

Waltrudes Krueger Maria Silvia A de C Puglisi Noemia Murata Vanda Menconi Tazio Franco Muraro Paulo Antonio Messias


Homenagens

Dedicação ao ensino

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esde que foi convidado pelo professor João Augusto Breves Filho, na época titular do Departamento de Engenharia Mecânica da FEI, para dar aulas de Mecânica Geral para os alunos dos primeiros ciclos dos cursos de Engenharia, o prazer por ensinar passou a fazer parte da vida do engenheiro eletricista Paulo Álvaro Maya. Formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) no começo da década de 1950, o professor começou a dar aulas na FEI em 1953 e continua até hoje. Homenageado como o mestre com mais tempo na Instituição na festa de 70 anos da FEI, o educador afirma que sempre gostou de ensinar e, por isso, mesmo depois de aposentado continua ministrando suas aulas. Embora esteja na FEI há 59 anos, o professor também construiu uma longa carreira como engenheiro da Light, empresa responsável pela distribuição

de energia no Estado de São Paulo até 1981, e como consultor na área de energia. Aposentado desde 1993, faz questão de continuar dando aulas de Controle Avançado, uma das disciplinas de Sistemas de Controle, uma vez por semana, para o curso de Engenharia Elétrica. “Tenho muito orgulho de ter acompanhado e participado da evolução da FEI ao longo de quase seis décadas”, assegura. O professor, que começou a lecionar na FEI ainda no prédio da rua São Jo­­­­a­­­­ quim, em São Paulo, lembra da precariedade das instalações do campus São Bernardo do Campo no começo, quando ainda era um local rústico e sem muita infraestrutura. “Além disso, vivíamos uma grande inflamação política naquela época, devido ao período que antecedeu a Revolução de 1964, quando os militares tomaram o poder e instalaram uma ditadura no Brasil”, recorda. Casado

Da esq.: o professor Paulo Maya recebe placa das mãos do Padre Theodoro Peters

desde 1954, pai de duas filhas e avô de um casal – um dos netos cursa Engenharia Química nos Estados Unidos –, o professor afirma que gosta do contato com os alunos e com os colegas. “Fico muito feliz e muito à vontade no meio universitário”, ressalta.

Funcionários homenageados Valter Ramos José Maria Pereira Nascimento Sergio Luís Alves Cunha Sergio Luiz de Oliveira Roseli Belzunces Neide Barbara Amadei

Antonio Thadeu Sacchitelli Adelaide Bispo de Sá Maria do Socorro Silva Edson Gomes Jardim Silvana Vieira Mendes Arruda Cileide Pereira do N Boroski Antonio Carlos Braz

Viviane Carramaschi Tubero Tereza Quaresma Neres Delfina Maria de J Cerqueira José Modesto Laurindo Custódio F de Souza Mutsuko Ussami Koeke Maria Ap Ferreira Pussateli

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CADERNO ESPECIAL Homenagens

Início na Ação Social

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os 19 anos de idade e no primeiro ano do curso superior de Economia, Wilma Andrade estava à procura de um estágio na região do ABC, onde mora, pois a mãe não a queria trabalhando na Capital. No entanto, por sugestão de uma pessoa muito próxima, a jovem foi indicada para trabalhar na secretaria da Presidência da Fundação de Ciências Aplicadas (FCA), mantenedora da FEI e da Ação Social, à época mantenedora da ESAN e da Escola Técnica. Ambas as instituições eram presididas pelo Padre Aldemar Moreira, S.J., e funcionavam no Bairro da Liberdade, em São Paulo. Embora tenha aceitado a indicação para ficar apenas alguns meses, Wilma Andrade completará 40 anos de dedicação à FEI em 2012. Depois de formada, a colaboradora passou a atuar na área administrativa e foi neste período que aprimorou seus conhecimentos. “Tínhamos um consultor muito experiente e capacitado, com quem

muito aprendi, e foi gratificante participar de um grande projeto da estruturação organizacional que hoje alicerça a FEI”, relata. Atualmente, a economista é uma das principais executivas da Fundação Inaciana Padre Saboia de Medeiros (FEI), mantenedora do Centro Universitário da FEI, coordenando trabalhos desenvolvidos por profissionais competentes nos setores administrativo, financeiro, jurídico e de obras da Administração Central da Funda­ ção. Porém, ao longo da carreira esteve engajada em projetos especiais de implan-

tação, como o do Centro de Computação Integrada, bem como atuou em diferentes cargos e funções, tidos como ‘missões especiais’, inclusive temporariamente como superintendente do campus São Bernardo. Na década de 1980, a economista também deu aulas em cursos de Administração e Economia. Casada com um ex-aluno da FEI que conheceu fora da Instituição, e com dois filhos adultos, Wilma Andrade conseguiu, ao longo dessas quatro décadas, conciliar a profissão e a vida pessoal. Ao olhar para trás, a economista sente muita alegria e orgulho de ter construído uma carreira tão sólida. “Tenho muito respeito e comprometimento com a obra criada pelo Padre Saboia de Medeiros, por ver no meu trabalho a oportunidade não só de realização profissional, mas também pessoal, ao sentir-me coadjuvante de obra reconhecidamente importante para todos que, de alguma forma, a ela se vinculam. Esta é a grande motivação”, resume.

Professores homenageados Paulo Alvaro Maya Álvaro Puga Paz José Bueno de Camargo Rubener da Silva Freitas Arthemio A P Ferrara Dalton Rubens Maiuri

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Gilberto Oswaldo Ieno Raul dos Santos Rodrigues Hugo Lagreca Filho Francisco de P Assis Junior Edson Paladini Veiga Milton Caetano Ferreroni

Hélio Gomes Mathias Raul Edison Martinez Renato Ioiti Teramoto Adilson Novazzi Alfredo Armando Pires José Luiz de Oliveira


Homenagens

Disposição para aprender

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om apenas 15 anos de idade, mas com muita disposição pa­ra­ aprender, Sueli Gomierato começou a carreira profissional no campus São Bernardo do Campo da FEI. O ano era 1972 e a vaga era para o setor de bolsas de estudos da Instituição. Três anos depois, a jovem foi transferida para a sede da Fundação de Ciências Aplicadas (FCA), onde passou por vários cargos administrativos até ser promovida, em 1996, à função de secretária executiva da Presidência, onde está até hoje. A FEI transformou a vida da colaboradora que, em meados de 1977, começou a namorar um colega de trabalho – Marcos Gomierato – formado em Administração pela antiga ESAN-SP, que atua no setor financeiro da Instituição. Em 1981, logo após ter se formado em Economia, seu casamento foi celebrado pelo Padre Aldemar Moreira, S.J., então presidente da FCA, na Capela da FEI, e desta união nasceram três

filhos. “Nem preciso dizer quanto a FEI foi e é importante na minha vida”, enaltece. Sueli Gomierato conta que, ao mesmo tempo em que caminhava para a própria ma­turidade, pôde acompanhar de perto o desenvolvimento da FEI durante os últimos 40 anos, vendo a Instituição

projetar-se para o futuro, vencendo desafios e concretizando muitos projetos. “Sinto muito orgulho de fazer parte de uma Instituição voltada a formar pessoas com elevada qualidade profissional, mas sem perder o foco nos valores humanos”, acrescenta.

Professores homenageados Luiz Fiorani Luiz Gonzaga Morettin José Maria Bechara Armando Pereira Loreto Junior José Henrique Mendes Tarcia Antonio Borsoi Filho

Renato J P Costa Miranda Antonio Santoro Joaquim Augusto Telles Filho Fernando Piero Laugeni Ayrton Novazzi Paulo Roberto Canton

José Milton Perrotta José Augusto G da Silveira Rubens Camargo Guarnieri Maria Angela Savaresi Paulo Peloggia Primo Alcindo Marcio Ludovice

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CADERNO ESPECIAL

Um ano repleto de co

Hotsite, exposição, homenagens e ações culturais fizeram parte da celebração

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esde março de 2011, o Centro Universitário da FEI vem desenvolvendo uma série de ações comemorativas para marcar os 70 anos. Um dos destaques foi a elaboração do hotsite de aniversário que, além de contar a história da FEI por meio de fatos e imagens, divulgou as atividades realizadas ao longo do ano e abriu espaço para mensagens e manifestações de alunos, ex-alunos, colaboradores e admiradores da Instituição. “Nosso objetivo com o hotsite era fa­­­­­zer um resgate histórico, mas fomos surpreendidos com mensagens de sau-

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dades, felicitações e desejos de que a FEI comemore pelo menos mais 70 anos, o que demonstra o carinho que muitos têm pela Instituição”, reflete a vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias, professora doutora Rivana Basso Fabbri Marino. Para disseminar a história e apresentar o trabalho e a visão do fundador da FEI, também foi realizada a exposição ‘Pe. Saboia de Medeiros – um jesuíta visionário e empreendedor’. A mostra foi exposta nos campi da FEI em São Bernardo do Campo e São Paulo, e no colégio jesuíta São Luís. Desenvolvida pelo professor de Ensino Social Cristão do Centro Universitário da FEI, Rafael Marcoccia, a exposição reuniu informações sobre a vida, a obra e as criações do missionário, além de diversos textos escritos pelo jesuíta. “As informações reunidas na mostra evidenciam que os atuais princípios da

FEI estão diretamente relacionados com o legado do seu fundador. Preocupado com a educação e com a formação humana, o Padre Saboia desejava formar mais do que bons técnicos, ele queria formar profissionais com visão humana e social”, ressalta o docente. Para desenvolver a exposição, o professor utilizou como fontes de pesquisa livros, reportagens encontradas em acervos de jornais e entrevistas concedidas pelo Padre Saboia em programas de rádio. A Revista de Serviço Social, dirigida pelo religioso, e alguns livros de­­­­­ sua autoria também foram usados durante a pesquisa, e agora podem ser encontrados na biblioteca do Centro Universitário da FEI. A professora doutora Rivana Basso Fabbri Marino enfatiza que, ao longo de seus 70 anos, a FEI passou por adaptações para acompanhar a evolução da socieda-


memorações Concurso cultural

Hotsite (à esq.) foi construído para contar a história da FEI, também apresentada na mostra ‘Pe. Saboia de Medeiros’ (ao lado)

A preocupação com a formação moral e cultural dos alunos, característica deixada pelo Padre Saboia, também continua presente nos valores da FEI. Por isso, entre os eventos de comemoração não poderiam faltar as atividades culturais, como o FEIstival de Música que reuniu 11 bandas de estudantes da FEI, nos campi São Bernardo e São Paulo, em outubro de 2011. Para Inácio D’Elboux, assistente de reitoria e um dos jurados do FEIstival, a iniciativa de promover o concurso foi fundamental, pois a cultura também deve integrar a formação dos alunos. “A música é parte importante do programa pedagógico e a arte é um excelente recurso para ativar e desenvolver a chamada ‘Inteligência Emocional’, responsável pelas habilidades de comunicação, liderança, bom relacionamento e criatividade”, esclarece. Os critérios para participar do concurso eram possuir uma canção de autoria da banda e ter como integrantes, no mínimo, dois estudantes da FEI. Por melhor ter atendido aos critérios de avaliação, como presença no palco, harmonia e afinação, a banda Sagrada Raiz conquistou a primeira posição no FEIstival e, além de receber como prêmio 40 horas de gravação em estúdio, teve a oportunidade de tocar na festa que encerrou as comemorações do aniversário da Instituição (leia mais nas páginas 6 e 7). Os irmãos Joel e João Bosio de Alcântara, integrantes da banda, afirmam que o concurso representou uma importante forma de aproximar os estudantes da história da Instituição. “Decidimos participar do concurso porque a FEI é uma escola renomada e queríamos divulgar a nossa mensagem através da música”, diz João de Alcântara.

de, mas sempre manteve o alinhamento com a origem de sua história. “Quando olhamos para o passado é possível perceber quanto o Padre Saboia era arrojado e estava à frente de seu tempo, pois já dava valor à formação na área de tecnologia, e seu projeto educacional se mantém atual ainda hoje”, complementa. A vice-reitora também destaca a im­ portância da festa que encerrou as comemorações, dia 30 de janeiro, pois reuniu o conjunto de colaboradores da FEI e permitiu que todos tivessem mais contato com a missão e a história da Instituição e percebessem a importância de cada um para que a obra do Padre Saboia tenha continuidade. “Acredito que todos entenderam sua importância no contexto da nobreza da missão da FEI e perceberam que compõem o maior valor da Instituição, que são as pessoas que a fazem viva e dinâmica”, acrescenta.

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destaque

Uma década de bons result Centro Universitário da FEI completa 10 anos focado na busca pela excelência do ensino superior

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riado em dezembro de 2001 por resolução do Ministério da Educa­ ção (MEC), o Centro Universitário da FEI uniu a Faculdade de Engenharia Indus­trial (FEI), a Faculdade de Informá­ tica (FCI) e a Escola Superior de Adminis­ tração de Negócios (ESAN) em torno de um projeto que visava, essencialmente, ampliar a excelência de seus cursos. Uma década depois, a Instituição festeja os re­ sultados alcançados e traça os rumos para o futuro, alinhados às novas demandas da educação superior. Ao longo desses 10 anos, o Centro Uni­versitário contabiliza uma série de resultados importantes, especialmente relacionados à formação superior, à pes­ quisa e à geração de conhecimentos. Se­ gun­do o reitor da FEI, professor doutor

FEI sediou Joint Conference, que abrigou a Latin American Robotics Competition (LARC)

Fábio do Prado, alguns aspectos devem ser considerados como fundamentais para esse sucesso. Um deles é a estrutura organizacional enxuta e suas células ad­ ministrativas hori­zon­talizadas, que per­ mitem um diálogo eficiente entre todos os agentes acadêmicos­e, consequentemente, agilidade nas decisões e ações. Outro ponto importante é o ambiente

Os alunos Nick Azevedo e Júlia Marangoni participam de projetos de pesquisa

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favorável a um processo de articulação e diálogo para a indução de projetos e inicia­ tivas inter e multidisciplinares, o que tem resultado em encaminhamentos de pro­ postas conjuntas entre diferentes áreas e cursos. “Esse ambiente tem possibilitado que bons docentes passem a ter espaço em qualquer área, o que contribui para a rápida formatação de redes e fóruns informais de discussão, que é o ponto de partida da investigação intelectual e científica”, reforça o reitor, ao enfatizar que essas redes suportam, sustentam e dão massa crítica a novas metodologias pedagógicas, a linhas de pesquisa e à geração do conhecimento. O professor doutor Fábio do Prado também destaca a importância de a FEI ter se voltado fortemente à pesquisa nos últimos anos, com a criação de um am­ biente de investigação científica muito saudável e bem fundamentado, que cria oportunidades que vão além do saber em sala de aula. “Os alunos têm potencial e o ambiente da pesquisa pode estimular que se interessem cada vez mais pela busca de novos conhecimentos”, argumenta.


ados Reconhecimento público Desde que começou a institucionalizar a pesquisa, a FEI vem colhendo importan­ tes resultados que se refletem em prêmios. Entre os exemplos estão o International Italian Textile Technology Award, conquis­ tado por alunas da Engenharia Têxtil, e o prêmio do Conselho Regional de Química pelo projeto sobre obtenção de celulose utilizando resíduos de produtos agrícolas. A FEI também foi premiada pela Coor­ denação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por ter sido a Instituição de ensino privada que mais utilizou as normas técnicas da base ASTM internacional em atividades de ensino, pesquisa e extensão no ano passado. Além disso, recebeu conceito 4 no Índice Geral de Cursos (IGC) do MEC, que avalia as instituições a partir de indi­cadores como o Exame Nacional de De­sempenho dos Estudantes (Enade) e o percentual de professores com doutorado; e ficou em primeiro lugar na pesquisa do Guia do Estudante, da Editora Abril, como Melhor Centro Universitário do Brasil na categoria Organização Acadêmica-Centros Acadêmicos. “Temos a responsabilidade de perpetuar todas essas conquistas por meio de trabalho sério e atento às novas demandas sociais. Os alunos exigem quali­

Estudantes projetam e constroem aeronaves rádio-controladas no projeto AeroDesign

dade e temos de dar a eles o que esperam”, enfatiza o reitor Fábio do Prado. A solidez da estrutura do Centro Uni­ versitário e a credibilidade da FEI também se refletem na evolução do número de alu­ nos inscritos e matriculados nos últimos­ processos seletivos, com destaque para a concorrência às vagas dos cursos diurnos­ de Engenharia. Além disso, houve um aumento efetivo da participação da FEI em editais públicos do Ministério da Edu­ cação e do Ministério da Ciência, Tecno­ logia e Inovação em nível de graduação

e pós-graduação. A Instituição também conquistou sua participação em diversos programas que prestigiam a qualidade acadêmica, como o Programa CNPq/ PBIC Institucional, o Programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal e o acesso gratuito ao Portal de Periódicos da CAPES, entre outros. “A FEI não é apenas uma ótima Instituição de ensino superior, mas tornou-se referência em educação superior. A FEI é um projeto consistente e este é o momento de consolidarmos a sua expansão”, conclui o reitor.

Da esq.: O Fórmula SAE, a conquista do prêmio International Italian Textile Technology Award e o FEI Baja representam a excelência no ensino

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Netwizard/Istockphoto

CAPES aprova Doutorado em Engenharia Elétrica Conquista é fruto do alto nível acadêmico e da produção científica desenvolvida pela Instituição

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m meio às comemorações dos 10 anos da criação do Centro Universitário da FEI, a Instituição recebeu, em fevereiro, a aprovação e autorização pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação, para o início do curso de Doutorado em Engenharia Elétrica. Com mais esta conquista, a FEI comprova que possui toda infraestrutura, pessoal qualificado e produção científica para atuar no mais alto nível acadêmico, contribuindo para a evolução do conhecimento nacional em Engenharia. A proposta do doutorado em Engenharia Elétrica foi envia­da ao Ministério da Educação em julho de 2011 e aprovada no dia 29 de fevereiro. A conquista é fruto de um trabalho que começou no fim de 2004, quando foi constituído um grupo de professores e pesquisadores em Engenharia Elétrica, dando origem à proposta do curso de mestrado. O professor doutor Marcelo Antonio Pavanello, vice-reitor de Ensino e Pesquisa do Centro Universitário da FEI, afirma que a aprovação para o doutorado é motivo de muito orgulho e honra, pois demonstra que a Instituição é reconhecida pela comunidade científica e fará parte do seleto grupo de conhecimento que tem contribuição nacional. “Além disso, é vital institucionalmente por envolver a FEI no estágio mais alto de produção do conhecimento. Atingimos o ápice da pirâmide acadêmica. Esta é a primeira conquista das engenharias da FEI, que sempre tiveram em seu DNA proximidade com a engenharia nacional”, enfatiza. Segundo o coordenador de pós-graduação stricto sensu em

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Engenharia Elétrica da FEI, professor doutor Carlos Eduardo Thomaz, o primeiro passo do grupo foi a consolidação do programa de mestrado stricto sensu. Graças ao trabalho desenvolvido e ao envolvimento de toda a equipe, o mestrado obteve resultados positivos nas duas avaliações realizadas pela CAPES no período, recebendo nota 4 na última análise trienal, o que demonstrou que a Instituição tinha mérito para ter o doutorado em sua grade de cursos. “A importância imediata de ser autorizado a ter o douto­rado é que hoje conseguimos exercer a pós-graduação em sua plenitude, até o último nível possível. Isso gera novas perspectivas de desenvolvimento científico aos corpos docente e discente, que podem realizar trabalhos inéditos e com alto nível de inovação, rompendo a fronteira do conhecimento”, destaca o professor. O programa de doutorado também estimula o desenvolvimento de atividades técnico-científicas nos seus segmentos de atuação e visa a capacitação de pesquisadores e docentes para o setor produtivo e para instituições de ensino e pesquisa. Com corpo docente formado por 15 professores doutores com experiência em formação de recursos humanos e produção científica, o doutorado de Engenharia Elétrica da FEI terá 10 vagas abertas por ano e inscrições em fluxo contínuo, sem datas prefixadas. Os alunos poderão escolher entre três áreas de pesquisa: Dispositivos Eletrônicos Integrados, Inteligência Artificial Aplicada à Automação e Processamento de Sinais, cada linha com disciplinas específicas ministradas no período noturno de forma análoga ao já realizado com sucesso no curso de mestrado. Os candidatos devem ter graduação em uma instituição reconhecida e possuir mestrado, objetivando desenvolver projeto de pesquisa contextualizado em uma das áreas de pesquisa do programa e, preferencialmente, já ter discutido com um dos professores da pós-graduação em Engenharia Elétrica.


destaque

Inovação sustentável Estudantes de Engenharia Química da FEI desenvolvem detergente ecologicamente correto para máquina de lavar roupas

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asl/Istockphoto

ealizada em 1972, em Es­­to­ col­mo, na Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – primeiro encontro mundial promovido com o objetivo de discutir assuntos relacionados à sustentabilidade – marcou o começo da preocupação da sociedade com a preservação ambiental. Desde então, líderes de diversos países e empresas de todos os segmentos acumulam esforços para desenvolver produtos que protejam o meio ambiente.

Essa preocupação também está presente em muitos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) do Centro Universitário da FEI, como o que foi apresentado em dezembro de 2011 por formandos de Engenharia Química. Os estudantes Ana Carolina Biteli, Ariane Cesar Gomes, Bruno Zanfelicce e Thuani Nascimento Freitas desenvolveram o projeto denominado ‘Estudo e Produção de Detergente Enzimático na Forma de Tablet para Máquina de Lavar Roupas’, que resultou na criação de um produto sustentável e econômico. Com base em uma fórmula padrão, os alunos realizaram adequações por meio da variação de componentes e desenvolveram um detergente diferenciado para ser usado em máquinas de lavar roupas. Inovador, o produto não existe no mercado brasileiro e apresenta alta eficiência de limpeza, além de ser sustentável. “O detergente é ecologicamente correto, porque substituímos produtos poluentes por enzimas, substâncias biodegradáveis que eliminam as manchas. Além disso, para a produção no formato tablet, a quantidade de água usada é mínima”, explica Ana Caro­lina Biteli. Para obter o detergente com eficiência de limpeza, resistente e compacto, os alunos estudaram os efeitos e a quantidade de enzimas e desagregado­res, responsáveis pela dissolução do tablet, além da pressão necessária para compactar os componentes. Para a professora do Departamento de Engenharia Química e orientadora do projeto, Andreia de Araújo Morandin-Giannetti, o trabalho

Os alunos Bruno Zanfelicce, Ariane Cesar Gomes e Ana Carolina Biteli

desenvolvido pelos alunos representa uma importante contribuição para a área de Engenharia Química.­“O produto reúne as características procuradas pelo mercado e o trabalho foi desenvolvido com doações de empresas, o que mostra o interesse das indústrias”, afirma. Segundo Ana Carolina Bitelli, o trabalho já despertou o interesse de uma empresa que, em longo prazo, pretende produzir e comercializar o produto. Durante o desenvolvimento do trabalho, o grupo realizou nove experimentos. No entanto, para aprimorar o produto e obter melhores resultados o grupo planeja realizar novos estudos e testes.

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Destaque

Desafio

para os calouros FEI inova com gincana na integração de novos estudantes

C Gustavo Trevisan representou os elementos da tabela periódica na prova de Engenharia Química

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haradas, aquecimento com exercícios físicos e muitas provas marcaram a integração de calouros do Centro Universitário da FEI, realizada em 3 de fevereiro no campus São Bernardo do Campo. O Desafio dos Calouros, composto de 14 tarefas distribuídas pelo campus, reuniu aproximadamente 720 alunos com o objetivo de apresentar as instalações, a história e os projetos das áreas de ensino da Instituição de maneira mais dinâmica e divertida. Na abertura, o professor doutor Marcelo Antonio Pavanello, vice-reitor de Ensino e Pesquisa da Instituição, deu

as boas-vindas aos novos estudantes e apresentou os coordenadores dos departamentos e os principais programas e projetos oferecidos pela FEI. Para descontrair e integrar os calouros, professores, funcionários e alunos dos diferentes cursos contribuíram com a organização da gincana e cada departamento desenvolveu uma prova relacionada com a sua área de ensino. “A proposta da gincana foi acolher os estudantes de forma mais amistosa, utilizando uma linguagem e atividades mais próximas ao universo deles, além de ser um meio de comemorar a entrada para a universidade, que é uma experiên­cia importante na vida de um jovem”, explica a professora doutora Carla Andrea Soares de Araújo, chefe do Departamento de Ciências Sociais da FEI. Divididos em equipes, os calouros receberam um mapa do campus, além de


destaque

Equipe vencedora Empenhada e organizada, a equipe lilás (foto à esquerda), formada por cerca de 30 alunos, decidiu dividir o grupo logo no início da gincana. Graças a essa decisão, a equipe conseguiu cumprir as provas em menos tempo, que deveriam ser realizadas por no mínimo 15 integrantes, e conquistou o primeiro lugar na competição. “Conseguimos vencer a gincana porque trabalhamos em equipe. A competição reuniu provas dinâmicas e inteligentes, que mostraram conceitos de diversas áreas de ensino e aproximaram os alunos”, afirma Marcela Pelegrino, integrante do grupo lilás e caloura de Engenharia. No fim da gincana, a equipe vencedora recebeu camisetas da FEI e a banda Black Manolo, formada por alunos da FEI, tocou para os participantes.

um roteiro com a descrição das atividades e as dicas de como encontrar o local onde as provas seriam realizadas. No laboratório de Engenharia Química, por exemplo, os estudantes foram desafiados a utilizar, na prática, o conhecimento que adquiriram durante o ensino médio. Para cumprir a prova, a equipe deveria reconhecer os elementos da tabela perió­ dica por meio de imagens, que seriam desenhadas por um integrante do grupo. Graças ao conhecimento e interesse pela química, Gustavo Trevisan não teve dificuldades para reconhecer os elementos e representá-los por meio de­ desenhos. “Quando disse para a equipe que faria Engenharia Quí­mica eles me escolheram. Achei a gincana muito interessante, pois, de forma divertida, conheci as instalações da FEI”, afirma. Organização, agilidade e cooperação foram as habilidades necessárias para cumprir o desafio de Ciên­cias Sociais e Jurídicas, que também procurava permitir que os calouros conhecessem mais sobre a história da FEI e de seu fundador, o Padre Roberto Saboia de Medeiros.

Organizadores auxiliam alunos para a realização das provas da gincana

Alunos fazem alongamento, orientados pelo mascote da Atlética da FEI e pelo professor Paulo Peloggia, no ginásio de esportes do campus São Bernardo antes do começo das provas

Também foram realizadas experiências nos laboratórios de todos os cursos oferecidos pela FEI, como Química, Têxtil e Mecânica. Na prova de Engenharia Elétrica, os estudantes tiveram de controlar uma cadeira de rodas elétrica em um pequeno percurso com obstáculos. Já o Departamento de Ciência da Computação criou um desafio no qual os alunos tinham de hackear senhas em um programa de computador. O Departamento de Ad-

ministração elaborou uma prova com objetivo de identificação de marca. Para o estudante Adriel Pugliese, a recepção de calouros representou, além de uma forma de integrar-se às diversas áreas de ensino oferecidas pelo Centro Universitário, uma oportunidade de conhecer novos colegas. “Moro em Barretos e escolhi cursar Engenharia Mecânica aqui, porque a FEI é referência na área. Achei a gincana fantástica, porque já consegui fazer amizades”, revela.

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destaque

Quatro décadas de amizade Encontro realizado no Centro Universitário da FEI reúne ex-alunos da turma de Engenharia Elétrica de 1971

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ma missa especial foi celebrada na Capela do Centro Universitário da FEI, em novembro de 2011, para marcar uma data importante para um grupo de engenheiros eletricistas: os 40 anos da formatura. Com clima de alegria, descontração e saudosismo, os ex-alunos da turma de 1971 relembraram as dificuldades daquele período e agradeceram pelas conquistas e pela amizade mantida ao longo dos anos. Durante a celebração destacaram que a turma, que estudou no campus São Bernardo do Campo no início de seu funcionamento, foi um exemplo de união e de persistência. Os ex-alunos também homenagearam familiares, amigos e professores que contribuíram para a formação e para o sucesso de suas carreiras. Além de ex-alunos e familiares, o encontro foi prestigiado pelo professor Carlos Augusto Hirsch, formado pela FEI em 1969 e que deu aulas na Instituição nas décadas de 1970 e 1980. “Lecionei para parte da turma que havia escolhido a modalidade Eletrotécnica e até hoje mantenho contato com

Ex-alunos visitaram as instalações da FEI durante o encontro

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alguns ex-alunos”, relata o docente, ao ressaltar que se orgulha por ter contribuído com a formação de excelentes profissionais. Para manter o contato, o grupo promove encontros bimestrais em um restaurante de São Paulo e uma reunião especial a cada cinco anos. Os ex-alunos lembram que o curso da FEI era muito difícil, as instalações do campus eram precárias, havia grande dificuldade de locomoção e o período político era complicado, pois o Brasil estava no auge da ditadura. “Tudo isso fez com que a turma se mantivesse unida e solidificasse a amizade, que dura até hoje”, ressalta o engenheiro Francisco José Lucas dos Santos, um dos organizadores do encontro. Mesmo não sendo da mesma turma, Georgina Lucas dos Santos, que cursava Engenharia Operacional e era uma das poucas mulheres na FEI naquela época, foi ‘adotada’ pelo grupo e acabou se casando com Francisco José, com quem tem três filhas e sete netos. “A convivência era maravilhosa. Embora fôssemos poucas moças, éramos muito respeitadas pelos colegas e pelos professores”, assegura. Por questões profissionais, o engenheiro Shiguehiko Inagaki não conseguia participar dos encontros e, com isso, desde que se formou não via os colegas de turma. Inclusive, o ex-aluno sequer pôde participar da própria solenidade de formatura, por ter sido transferido de São Paulo no seu primeiro emprego. “Pretendo passar a frequentar as reuniões, pois é muito bom rever os colegas. Sempre quis fazer Engenharia, e meu pai não tinha condições de ajudar financeiramente, mas consegui uma bolsa de estudos. A FEI me deu uma excelente base educacional, que contribuiu para a consolidação de uma carreira de sucesso”, afirma. O ensino de qualidade e a formação humanística da FEI foram os principais fatores para que a Instituição tenha sido


Engenheiros e familiares se reuniram para comemorar os 40 anos de formatura no campus São Bernardo do Campo

escolhida pelo ex-aluno Eduardo Taufic Nahas. “Optei pela FEI porque era uma faculdade humana, além de oferecer um excelente ensino. Graças à minha formação, sempre atuei na área e me realizei como engenheiro”, garante. Para Ruy Souza e Silva, manter uma amizade ao longo de 40 anos é uma raridade que merece ser sempre festejada. O engenheiro lembra que a FEI só possuía um prédio central na época, mas já tinha um diferencial na formação e credibilidade na área de Engenharia. “O pessoal chamava os alunos de Eletrônica e Elétrica de ‘turma do poste da Light’, que era a companhia de energia de São Paulo na época”, conta, ao ressaltar que as aulas começavam cedo e os alunos tinham de madrugar por causa da distância. Com isso, a maioria dos estudantes ficava no campus o dia inteiro. Empolgado ao rever a escola onde estudou , uma vez que não voltava à FEI há 25 anos, o engenheiro Sérgio Mosca tem as melhores lembranças dos tempos da graduação e conseguiu construir uma carreira vitoriosa graças à formação recebida na FEI. “Quando concluímos o curso havia muito mercado para os engenheiros eletricistas. O Brasil vivia uma expansão econômica e a televisão colorida, que funcionava no sistema PAL-M, estava desembarcando no País”, conta, ao

lembrar que os engenheiros da FEI eram muito capacitados e procurados pelo mercado, pois estavam aptos para resolver qualquer problema. “A FEI mudou a história da minha vida”, diz Fernando de Cantone, apelidado pelos colegas de ‘Cenoura’ por ter os cabelos ruivos e a pele avermelhada. Como ficou em oitavo lugar no vestibular da FEI, o ex-aluno recebeu bolsa de estudos, o que possibilitou fazer o curso, pois vinha de uma família carente de recursos. O engenheiro, que começou a carreira na antiga Companhia Telefônica da Borda do Campo (CTBC), atualmente é proprietário de uma empresa de representação comercial de equipamentos elétricos. Quem também estava presente no encontro era o engenheiro Paulo Setúbal, que foi o orador da turma de 1971. Embora morasse em São Paulo e tivesse como opções outras importantes faculdades de Engenharia, Paulo Setúbal escolheu a FEI devido à forte formação humanística e técnica da Instituição. “Optei pela Engenharia porque tinha dom para a Matemática, mas também porque a carreira dá uma formação pluralista que capacita o profissional para atuar em vários segmentos do mercado”, afirma o engenheiro, que é membro do Conselho de Administração da ITAÚSA.

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Destaque

Novos paradigmas para a formação superior Semana da Qualidade da FEI discute os caminhos da universidade moderna

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o início do período letivo, tradicionalmente, o Centro Univer­sitário da FEI reúne o corpo docente e os colaboradores admi­ nistrativos para discutir assuntos ligados à formação superior e para atualizar co­ nhecimentos nas mais diversas áreas. O objetivo do encontro é, além de integrar os professores, oferecer informações e oportunidade de discussão sobre os caminhos do ensino superior. Neste ano, o tema escolhido foi­‘Novos paradigmas para a formação superior’. Na abertura, o Padre Theodoro Peters S.J., presidente do Centro Universitário da FEI, lembrou que a universidade tem o papel de agregar valor ao conhecimento dos alunos para que possam reconhecer as condições propícias para o desenvol­ vimento constante e sustentável. “O ensino superior foi o maior beneficiado com os novos paradigmas discutidos para balizar a formação, que convida a integrar ensino e pesquisa”, destacou. Segundo o presidente, os alunos devem ser bons nos laboratórios e nos cálculos, mas também devem ser criati­ vos e inventivos, desenvolvendo novas maneiras de propor objetos, de produzir e de gerir. “Queremos oferecer forman­ dos cobiçados pela sociedade e queremos que o Centro Universitário da FEI seja re­ conhecido cada vez mais pela qualidade das pessoas e de sua formação”, reforçou.

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O Padre Theodoro Peters afirmou, ainda, que sem produção científica atualizada os currículos deixam de cumprir com a sua finalidade de atestar a seriedade da Instituição. O reitor do Centro Universitário, pro­ fessor doutor Fábio do Prado, elencou os pontos considerados fundamentais para que a Instituição continue formando pessoas altamente qualificadas. O gestor garantiu que a Instituição vai perseguir sempre a vanguarda na formação de recur­sos humanos, assim como exigir exce­lência e superação e, para tanto, pre­cisa de uma equipe bem preparada e estimulada. “Estes são alguns dos pontos que devem constar de nossos objetivos permanentemente e são irrenunciáveis”, enfatizou. Nos dias 1º e 2 de fevereiro, convida­ dos abordaram a Formação para a Ino­ vação e a Formação para a Sustentabili­ dade com objetivo de apresentar de que

forma é possível incutir nos estudantes o interesse pelas áreas e qual é o papel do­professor para que isso ocorra. As apresentações tiveram como mediadores os professores doutores Flávia Conso­ ni e Jacques Demajorovic, dos cursos de graduação, mestrado e doutorado em Administração. O tema ‘Formação para a Inovação’ foi apresentado por convidados do Ministério do Desenvol­ vimento, Indústria e Comércio Exterior, da Associação Brasileira de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) e do Laboratório de Gestão da Inovação da Escola Politécnica da Uni­ versidade de São Paulo (POLI-USP). O tema da mesa redonda ‘Formação para a Sustentabilidade’ teve a presença de convidados da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, do Banco Santander e da Pontifícia Univer­ sidade Católica de São Paulo (leia mais nas páginas 32 a 34).


Destaque jovem

Fazer para acontecer

T Arquivo pessoal

rabalho, determinação e meta são as palavras que regem a vida do engenheiro de materiais Caio Razzano Rossmann e colaboraram para que, aos 27 anos de idade, assumisse um dos cargos mais importantes da América Latina Logística (ALL), maior empresa independente de serviços de logística da América do Sul. Para chegar à gerência de manutenção de locomotivas da Malha Norte, que abrange as cidades de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, Bauru e Mairinque, no Estado de São Paulo, e Ponta Grossa, no Paraná, o engenheiro formado pela FEI em 2006 se dedicou integralmente à graduação, fato que também colaborou para que garantisse uma vaga no Programa de Engenheiros da ALL que, a cada processo seletivo, tem mil candidatos por vaga. O começo na ALL foi em agosto de 2006, quando ficou responsável pela área de reforma de vagões. O trabalho era intenso, pois naquele ano a empresa conseguira a aquisição da Brasil Ferrovias e da Novoeste, que operavam as ma­lhas da região

Centro-Oeste e do Estado de São Paulo. “Com a privatização tivemos de reformar muitos vagões e, como eu era analista da área de projeto de vagão, que englobava os cuidados com os materiais de manutenção, me dediquei totalmente a essa tarefa”, ressalta. A recompensa veio em setembro do mesmo ano, quando foi promovido a coordenador de manutenção da área de locomotiva e vagões, setor localizado em Ponta Grossa. O engenheiro permaneceu na área até maio de 2007, quando conseguiu uma licença não remunerada para fazer intercâmbio e estudar inglês na Austrália. Ao retornar, em 2008, foi transferido para Bauru, interior de São Paulo, e quatro meses depois mudou para a unidade de Itu. Em setembro de 2009 assumiu a oficina de vagões em Rio Claro e, em abril de 2010, foi promovido a gerente de materiais, cargo responsável pelo fornecimento de peças de locomotivas e vagões. Ao passar por diferentes funções e unidades, o engenheiro adquiriu experiência para assumir cargos de maior importância e, em novembro de 2011, foi promovido a gerente de manutenção de locomotivas Malha Norte. Ao analisar o histórico de sua trajetória profissional, Caio Rossmann afirma que está acima do que esperava. “Depois de assistir a uma palestra, aos 20 anos, tracei minha meta pessoal até os 30 anos, que era ser gerente de uma grande empresa, receber a faixa salarial que tenho hoje e falar inglês fluentemente. Graças à minha determinação consegui atingir meus objetivos antes do esperado”, comemora. O jovem garante que novas metas estão sendo traçadas, tanto na vida profissional quanto pessoal. Para isso, neste ano ingressará na Fundação Getúlio Vargas (FGV) para fazer MBA em Gestão Estratégica de Novos Negócios. “Quero ser superintendente, depois diretor, casar e constituir família. Na vida, não basta traçar metas, é necessário entender o que é preciso fazer para se conseguir o que quer”, complementa.

Divulgação

Aos 27 anos de idade, engenheiro assume cargo de gerente de manutenção de locomotivas da ALL

Escolha certa Caio Rossmann escolheu a profissão devido à crescente demanda do mercado de metalurgia, além de se identificar com as disciplinas da área. Consciente da importância que a faculdade tem para o sucesso da carreira, o nome forte da FEI no mercado foi essencial para sua escolha. “Durante meu curso entendi que a FEI tem um diferencial, porque trabalha paralelamente a parte teórica e prática muito bem. Por isso, quando conheço um engenheiro formado na Instituição sei que se trata de um ótimo profissional”, ressalta.


Entrevista – jaime troiano

Um engenheiro em meio às marcas P ara entender o comportamento do consumidor e ajudar as empre­ sas a manterem suas marcas cada vez mais fortes, Jaime Troiano aliou a formação em Engenharia Química com a Sociologia. O fundador do Grupo Troiano de Branding, que se formou na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) em 1970, afirma que as empresas devem manter uma constante preocupação com suas mar­ cas, mas, para conquistar a fidelidade do exigente consumidor, qualidade continua sendo fundamental. Como foi que um engenheiro químico se envolveu com gestão de marcas?

Essa é uma longa história. Saí da FEI em 1970, de­pois de formado, mas a FEI não saiu de mim. Quer dizer: o que a FEI me ensinou, o que ficou dentro de mim, os relacionamentos que tive e, principalmente, a estrutura mental que um aluno de Engenharia desenvolve são conquistas eternas que se consegue aplicar e utilizar em inúmeras áreas. Acho que uma boa prova disso é a quantidade de en­ genheiros que hoje estão ocupando postos importantes em áreas de administração, negócios e finanças em muitas empresas. A base que tive como aluno da FEI – e fui um bom aluno, porque tenho bom histórico escolar – serviu para eu criar uma­forma de

“Acho que a FEI deixou essas raízes que uso no meu dia a dia, não só pela habilidade mental, racional, numérica, mas o jeito de pensar, que devo muito à FEI” 24

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pensar que foi útil em muitas outras áreas da minha vida. Acontece que, de 1968 para 1969, o mundo estava virando de cabeça para baixo, não só nos Estados Unidos, na França, mas também no Brasil, em São Bernardo e na FEI. E aquilo começou a me mostrar o seguinte: eu faço na FEI a minha formação em Engenharia, mas tem alguma coisa a mais que eu gostaria de entender, de aprender. Então, resolvi combinar esse aprendizado com uma formação comple­ mentar e fui fazer Ciências Sociais na USP. E o senhor gostou do resultado des­ta mistura de conhecimentos?

Olha, foi a melhor combinação. Porque­ acho que consegui integrar duas grandes vertentes ou dois grandes vetores do pen­­samento humano, do pensamento universal. Por conta dessa integração tive o privilégio de ter uma carreira na área de branding, de estudos de comportamento do consumidor e de comunicação muito mais acelerada do que outras pessoas com formação em Ciências Humanas ou em Comunicação e Marketing. Se tivesse de recomendar a alguém poder fazer as duas áreas eu recomendaria mesmo. Acho que a FEI deixou essas raízes que uso no meu dia a dia, não só pela habilidade mental, racional, numérica, mas o jeito de pensar, que devo muito à FEI. A escolha pela Engenharia Química tinha algum motivo naquela época?

Tinha um motivo importante. A pessoa­ que eu mais admirava na minha família, além dos meus pais, era meu primo Mau­ ro Borghetti, que foi engenheiro químico formado pela FEI. Tive chance de ir para a Mauá (Instituto Mauá de Tecnologia) e não fui; tive chance de ir para a POLI (Escola Politécnica da USP) e não fui. Meu primo me falou: você vai fazer Enge­nharia Quími­ ca na FEI, o melhor curso de Engenharia do Brasil, e fui. Eu gostava muito de química, já na época do­curso secundário, e juntei isso com a minha admiração pelo meu primo e pelo que ele tinha feito. Entrei na FEI em 1966, acho que foi o segundo ano

no campus São Bernardo do Campo. Algu­ mas salas nem tinham vidro, pois aquele campus tinha acabado de ser montado. E quais são as suas melhores lembranças da faculdade?

O campus era fraquinho, primário... A área de alimentação era muito básica, mas tenho muitas lembranças boas. Nos­ sa turma tinha 35 alunos e ficamos juntos do primeiro ao quinto ano. Convivo com a minha turma até hoje, porque a gente se encontra regular­mente. A qualidade dos professores que ti­ve na FEI foi fantástica. Professores como o Bino Bigalli, o Paulo Mathias e tantos ou­tros marcaram muito minha passagem pela FEI. No primeiro ano tive como professor de religião o Padre Luciano Mendes de Almeida, que depois virou Dom Luciano Mendes e foi secretário geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. Você não sabe a importância que ele teve para abrir os meus olhos e de mui­ tos colegas sobre outros aspectos que não têm a ver com a materialidade da Engenha­ ria. Lembro muito disso e são recordações im­por­tantes. A qualidade dos professores e, acima de tudo, o grau de intensidade de ensino na FEI, o quanto você se dedica, aprende, o quanto a sua cabeça passa a pensar de forma mais organizada em uma fase da vida em que as ideias estão todas muito bagunçadas ainda. São recordações super­importantes. O senhor chegou a trabalhar como engenheiro químico?

Eu fiz alguns estágios rápidos que nem considero muito e dei aula de Química du­ rante seis anos em escolas e cursinhos. No mesmo período em que era professor de Química à noite, fazia Ciências Sociais na USP à tarde. Foi uma combinação que me acompanhou durante muitos anos.

essas duas formações. Certo dia, encontrei algumas pessoas em uma festa e uma delas era o famoso Celso Pinto. Ele me disse: ‘por que­você não tenta uma carreira na área de estudo de comportamento e de pesquisa de­mercado, que integre um pensa­mento de sociologia, de comportamento hu­ ma­­­­no e de habilidades mais analíticas, téc­­nicas, numéricas, estatísticas’. Bom, aque­la conversa foi a salvação da minha vi­da. Acabei entrando em uma empresa de comunicação chamada Lintas, onde atuei­com pesquisa de comportamento e de­comunicação. Minhas duas formações­ ajudaram para que eu rapidamente conse­ guisse aprender mais que os meus colegas e evoluísse na carreira. Assim, com os pés na­área de pesquisa de comportamento e­ comunicação já fiquei próximo do mundo das marcas, que é muito interessante. Como a formação em Engenharia ajudou no seu caminho por esta área?

Como engenheiro, aprendi muito bem sobre processos que geram produtos e, com a área de comunicação e branding, entendi muito bem também como é que esses produtos podem ser representados por uma marca e fazer sentido para a vida das pessoas. Não existe marca forte que resista a produto medíocre. Se tenho um pé na Engenharia e sei a importância da qualificação de produtos, também tenho um pé na área de branding e sei o quanto a marca representa bons produtos, porque a marca sozinha não representa nada a não ser que o produto ou serviço seja de qualidade. As pessoas falam de marca de forma meio ingênua. Para mim, marca é ape­nas a representação de um produto ou serviço que tem uma qualidade intrínseca e que precisa ser apresentada por meio de um nome, de alguma coisa que gere significa­dos e sentimentos. Mas, para isso, a qualificação de um produto é essencial.

E quando foi que o senhor se envolveu com a gestão de marcas?

Como se constrói uma marca sólida?

Isso começou em 1977. Eu ainda era professor de Química à noite e cursava Ciências Sociais, e queria integrar melhor

O engenheiro, o responsável pelo de­ senvolvimento de um produto, é tão ou mais importante que o profissional que

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Entrevista – jaime troiano qual queremos pertencer versus o grupo de pessoas do qual queremos nos diferenciar.

vai ao mercado comunicar aquilo por meio de uma marca. Essa separação que poderia existir entre Engenharia e Marketing é puramente aparente, pois as duas ativi­ dades são muito integradas. E tive a sorte e o privilégio de fazer isso na minha vida. A FEI é uma marca poderosa porque tem serviços de qualidade, ensino intenso e profundo, senão poderia se desfazer com o vento, como qualquer outra marca.

Isso significa status?

Por isso algumas marcas não pegam e outras são tão cobiçadas?

O primeiro passo para uma marca de sucesso ou uma marca de valor é oferecer para o consumidor aquilo que ele precisa e, algumas vezes, aquilo que ele nem ima­ ginava que pudesse precisar, mas que, no fundo, precisa. Esse é o segredo de marcas fortes, esse é o segredo do branding. Por que algumas marcas viram objeto de desejo de milhares de pessoas?

Acho que são várias razões, mas, ten­ tando simplificar, todos têm na vida um ‘eu’ que sentem quando olham no espelho, quando colocam a cabeça no travesseiro, quando pensam em si mesmos. E tem ou­ tro ‘eu’ integrado a esse que idealizamos, que gostaríamos de ser a mais daquilo que somos, não obrigatoriamente negando o que­somos, mas somando esses dois ‘eus’. Esses dois mundos, o eu atual e o eu ideal existem, normalmente, na vida de todos nós. As marcas mais célebres são aquelas que conseguem entender o que está fal­ tando em mim e fazer com que aquele pro­ duto, de qualidade evidentemente, pos­sa representar também esse significado que me aproxima do ‘eu’ que quero ser. Esse é o segredo das marcas de maior sucesso: criar uma oportunidade de me aproximar do­‘eu’ que idealizo, que é meu ‘eu’ ideal, mas, isso só existe quando, além de a marca ter essa representação, está fundamentada em produto de qualidade. Isso é essencial. Como identificar esse desejo nos consumidores?

Hoje está mais do que provado que ninguém cria necessidades inexistentes no

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“A marca cria um sinal de identidade que me aproxima das pessoas que admiro...” outro. O que as marcas mais famosas, mais poderosas e mais inteligentes conseguem fa­zer é detectar antes dos outros fabrican­ tes um desejo que, às vezes, não está explícito ainda. A partir disso, apresentar para esse consumidor alguma coisa que ele nunca soube que pudesse existir e, quando vê, quer para si, é o primeiro passo. O im­ portante é identificar esse sentimento que nem sempre é aparente, e existem técnicas para isso. O segundo ponto é que certas marcas fazem o consumidor se sentir mais próximo desse ‘eu’ idealizado. Agora, de maneira geral, as marcas mais desejadas são aquelas que têm, em primeiro lugar, uma forma mais consistente de se comu­ nicar com o consumi­dor, uma linguagem fácil de entender. A marca também repre­ senta um sinal da identidade do grupo ao

Status no sentido sociológico do termo, porque usamos a palavra de maneira equi­ vocada. Status para nós está ligado à ideia de prestígio, diferenciação social, fluência, posição. Mas status, sociologicamente, é simplesmente a definição da posição que ocupamos na sociedade, independente­ mente de ser uma posição mais para cima ou mais para baixo. A marca cria um sinal de identidade que me aproxima das pes­ soas que admiro e afasta das pessoas com quem não quero ser confundido. Isso tudo somado cria marcas de valor e não é fácil fazer isso. Como as marcas podem se transformar, como fez a Havaianas?

Casos como o das Havaianas não são muito frequentes. Marcas que nasceram na base da pirâmide e hoje são consumi­ das por todos, aliás, por todo o mundo, costumam ser diferenciadas. Aliás, a assinatura das campanhas de Havaianas é ‘Todo mundo usa’. Em um determinado momento, no final da década de 1990, a São Paulo Alpargatas começou a perceber que, se criasse alguns sinais de identidade para a marca Havaianas no topo da pirâmi­ de, conseguiria fazer com que pessoas da classe mé­dia também usassem o produto. Porque a base da pirâmide já usava, mas, a parte de cima nunca tinha usado e a me­ tade, que é a classe média, tinha vergonha de usar. Assim, quando atores, atrizes, esportistas e outras celebridades come­ çaram a usar Havaianas, isso começou a criar no grupo da classe média o desejo de identificação com essas pessoas, e a marca in­vadiu a classe média. A Havaianas tem a capacidade que poucas marcas têm de ser socialmente democrática. É possível reconstruir uma marca que perdeu a credibilidade?

É possível, mas, em função do nível de competição no mercado, dos investimen­ tos que se faz nessa recuperação, isso não é


muito comum. O melhor conselho é: trate bem dela enquanto é forte e desejável, e evite alguns pecados na administração das marcas. O primeiro pecado é a incon­sis­ tência, da noite para o dia mudar muitos aspectos da sua marca e da forma como se comunica com o mercado. O outro pecado é a vaidade, que é quando a empresa acha que conhece exatamente o que o consumi­ dor pensa sobre aquela marca e evita ouvir o que de fato está sentindo e percebendo. Em empresas onde há gestores com vaida­ de corporativa esse risco é maior. É preciso ouvir o consumidor sempre. Propaganda é fundamental para manter a lembrança das marcas?

Hoje, eu prefiro chamar de comunica­ ção, porque são tantos braços que entram em contato com o cliente final, pelos mais diversos meios, pelas redes sociais, pelo boca a boca. Comunicação de maneira geral, quando é integrada com suas diver­ sas formas de contato com o mercado, é essencial. O consumidor atual é fiel às marcas?

Ele é volátil. Esse consumidor mais cativo, mais fiel, mais leal, hoje é muito mais raro. Tem um livro que compara consumidor com borboletas, porque gos­ ta de experimentar várias coisas. Hoje, o consumidor é muito mais volátil, muito mais inteligente, muito mais informado e está muito mais protegido. Agora, há cer­ tas marcas do coração e devem continuar sendo por muito tempo. Depois de analisar mais de 600 marcas eu diria que 10% delas são do coração, de quem o consumidor não abre mão. No entanto, tem 90% que estão por aí e precisam conquistar o seu espaço. Como é o trabalho da empresa que o senhor comanda?

Nosso trabalho começa com o cliente, para que possamos entender o que as em­ presas pensam sobre seus produtos e suas marcas, o que estão fazendo, quais são as principais dúvidas. Daí surge um roteiro de trabalho baseado nas necessidades que a empresa tem, e nos leva a ouvir não

“Esse consumidor mais cativo, mais fiel, mais leal, hoje é algo muito mais raro... o consumidor é mais volátil... ”

a imóveis, de automóveis a produto para casa. Nos nossos projetos, na maior parte das vezes as mulheres têm uma participa­ ção muito maior que a dos homens, porque elas têm uma primazia no processo de decisão, não tenho a menor dúvida. As redes sociais também ajudam?

Sim. Os jovens e as redes sociais são quase uma coisa só. As redes sociais têm, em primeiro lugar, um papel social de integração, de informação. Secundaria­ mente, têm um papel profissional, e são uma grande oportunidade de negócios, se bem usadas, se bem acompanhadas. E os jovens lideram esse processo. é possível usar as estratégias de branding na vida profissional?

só clientes internamente, mas também o mercado, os consumidores e até públicos intermediários. É importantíssimo con­ versar com vendedores e compradores para entender o que pensam, assim como ouvir a mídia especializada e o consumidor. Se toda essa cadeia não estiver bem com­ preendida não é possível construir uma estratégia para orientar aquela empresa sobre como usar a sua marca da forma mais inteligente possível e não dá para criar uma estratégia de branding. Hoje se sabe que as marcas têm de ter uma voz única, têm de ser percebidas da mesma forma por todos os seus públicos, a começar pelo público interno, que são os verdadeiros apóstolos das marcas. Se o público interno não acre­ dita em uma determinada marca, os outros certamente não acreditarão. O difícil em branding é exatamente criar essa sintonia em que todos os públicos possam partilhar dos mesmos sentimentos e percepções. As mulheres são mesmo responsáveis por 70% das decisões de compra?

Sim, pelo menos 70% das decisões de compra, direta ou indiretamente, estão nas mãos das mulheres, que é um público privilegiado. Não existe mais no mercado uma única área de negócios essencialmen­ te masculina, acabou. E isso vai de viagem

Sim. Certos princípios que se aplicam para a área de negócios valem para a vida pessoal, quase como uma forma de auto­ ajuda. Por exemplo, quem é consistente nas suas ações e nos seus princípios tem uma forma de se comunicar com as outras pessoas, com o mercado, com os colegas e agrega um valor a si mesmo, que é algo que também ocorre com as marcas. Nós não so­ mos um produto, nem as celebridades são, mas acho que alguns princípios valem sim, principalmente esses ligados aos nossos valores e aos nossos princípios. O que o senhor faz para manter-se em forma?

Eu acredito que a nossa vida é muito integrada. Tenho cinco filhos, 65 anos, sou casado há 20 anos com a Cecília, que é minha sócia. E a minha vida está dividida entre o escritório, minhas pedaladas de bicicleta, a academia, minhas viagens, tomar vinho, fim de semana, muita leitu­ ra, adoro ler. Acho que esse equilíbrio me deixa em paz. Não sei se obrigatoriamente feliz sempre, porque a nossa sociedade vive uma busca insaciável pela felicidade e, mais que a felicidade, eu quero estar em paz. Acho que devemos fazer aquilo que gostamos, tratar bem os outros, que é uma coisa essencial, olhar para a vida com muita humildade, enfim, acho que é isso tudo. janeiro a março DE 2012 | Domínio fei

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pesQUISa & tecnologia

Edificações sem risco Pesquisa desenvolvida na FEI propõe nova metodologia para estimar capacidade de carga em estacas

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ZogArt/Istockphoto

m 2011, o segmento da construção civil registrou crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior, acima do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Boa parte desse crescimento está relacionada à construção de edifícios residenciais, pois a verticalização das cidades tem sido considerada uma solução mais efetiva para o déficit habitacional. Além disso, os governos investem cada vez mais em projetos de infraestrutura que envolvem pontes, viadutos, portos e uma infinidade de outras obras que visam melhorar as condições de vida nas cidades. A primeira ação das construtoras ao escolher um terreno para uma edificação é avaliar as características do solo, que determinará o tipo de fundação a ser utilizada para garantir a segurança da obra. Para ampliar as possibilidades de cálculo de engenheiros e projetistas, assim como baratear o custo das fundações, o professor doutor Kurt André Pereira Amann, coordenador do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI, criou a Metodologia Semiempírica Unificada (MSU), que é a base do seu trabalho de doutorado desenvolvido na Universidade de São Paulo sob a orientação do professor doutor Faiçal Massad. A tese já está disponível para o mercado no site www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3145/tde-21102010-094919 e o objetivo do autor é produzir um software aberto que estará disponível no site da FEI (www.fei.edu.br) para que os projetistas possam utilizar como base de cálculo. Atualmente, existem 12 métodos de cálculo voltados à Engenharia de Fundações no Brasil desenvolvidos para calcular

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e mais econômicas a distribuição da carga compatível com o terreno onde será edificada a construção. A primeira forma de fundação é distribuir o peso do edifício em uma área grande o suficiente para que o solo não sofra ruptura. Quando a área a ser usada é muito grande porque o solo é fraco, é necessário utilizar estacas para fundação profunda, de acordo com a carga que chega às diferentes regiões do edifício. O papel do engenheiro de fundações é determinar o número de estacas para sustentar o edifício em camadas profundas, que podem ser formadas basicamente por três tipos de solo: areia, argila e silte, este último composto de partículas muito pequenas e variáveis que não são tão soltas quanto a areia e nem tão ‘pegajosas’ quanto a argila. O professor doutor Kurt Amann, que estuda o assunto há aproximadamente 15 anos, lembra que as estacas ficam firmes no solo tanto pela ponta, que deve encontrar resistência, como com a ajuda do solo em volta das mesmas, que faz com que ocorra um atrito lateral. Com

a nova metodologia para correção dos resultados dos métodos semiempíricos, as construtoras também poderão ter a vantagem de economizar nas obras, uma vez que a MSU permite gerar projetos que consumam menos recursos devido ao menor uso de estacas. “A proposta inicial era pesquisar uma maneira de corrigir o que não deu certo nos métodos convencionais”, acrescenta. O trabalho analisou os 12 métodos existentes e as diferenças entre eles, que dependem basicamente da região de influência da ponta, que pode chegar até alguns metros acima e abaixo da ponta da estaca. “Os métodos semiempíricos de estimativa da capacidade de carga de estacas não devem ser empregados indiscriminadamente em qualquer região do País sem as devidas adequações às características do solo local”, argumenta o docente, ao ressaltar que não existem metodologias específicas para corrigir as estimativas, o que leva os técnicos a realizarem apenas a classificação dos métodos existentes em ‘conservador’ ou ‘contra a segurança’.

Professor doutor Kurt André Pereira Amann, coordenador do curso de Engenharia Civil da FEI

Proposta é desenvolver metodologia em etapas O estudo do professor doutor Kurt Amann propõe a metodologia em três etapas. Na primeira, o projetista estima a capacidade de carga a partir da otimização das melhores práticas adotadas pelos diversos métodos utilizados no Brasil. Na segunda etapa é realizada a verificação de desempenho com base nos critérios de ruptura aplicados à curva carga-recalque de provas de carga, quando é possível analisar as imprecisões e fazer uma nova proposta de aplicação dos critérios de ruptura. Na terceira é desenvolvida uma retroanálise para aferição da estimativa semiempírica unificada da primeira etapa. “A proposta é o uso da separação das parcelas de atrito e ponta por meio de métodos de transferência de carga, bem como por meio de ajustes polinomiais, no caso de ensaios instrumentados. A análise crítica desse processo gerou a proposta de uma nova abor-

dagem matemática da transferência de carga”, informa o docente. A correção dos valores adotados para os coeficientes semiempíricos de cada camada, individualmente, é feita pela proposta de aplicação do conceito de Hierarquia dos Solos, desenvolvida pelo professor em tese de mestrado concluída em 2000. O pesquisador lembra, no entanto, que os resultados de correção dos métodos semiempíricos são específicos para o solo de cada local em estudo. Por isso, é interessante investir em ensaios em diversas regiões do País para verificar a aplicabilidade da metodologia proposta. O objetivo do docente é que a FEI também possa oferecer, em breve, ensaios de provas de carga para diferentes empresas, por meio de convênio com o Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais (IPEI), que pertence à Instituição.

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pesQUISa & tecnologia

Iniciação Científica amplia os estu Alunos de Engenha­ria Civil que participam do Programa de Iniciação Científica da FEI vêm desenvolvendo novos estudos que complementam os dados do trabalho do professor doutor Kurt Amann e ampliam as pesquisas sobre fundações. Um desses estudos foi feito pelo aluno do 9º ciclo, Alberto Alvarez, e se transformou em base de dados sobre o assunto. “Tabulei os dados e comparei o método mais apresentado versus o solo, com resultados mais positi­vos”, conta. Agora, as estudantes Isabela Cerigatto­ e­Mayara Marini Morelli, do 5º ciclo, aprofundam os estudos sobre os métodos semiempíricos com o levantamento de todos os trabalhos publicados sobre o tema no­Brasil nas décadas de 1980 e 1990. O objetivo é que os resultados apurados nes­tes estudos, tanto positivos quanto ne­ga­tivos, sejam compilados para que se transformem em um banco de dados para projetistas de fundações usarem como literatura de orientação. O material deverá conter tipos de estaca, métodos de avaliação de solo e detalhamento das características das cidades pesquisadas, entre outras questões.

Da esq.: Isabela Cerigatto, Alberto Alvarez e Mayara Marini Morelli desenvolvem pesquisas

Também na área de fundações, a pes­ qui­­sa de Clei Moisés Detilli, do 5º ciclo, utiliza a fotoelasticidade de uma mistura de glicerina com gelatina para simular as condições do solo. O objetivo é avaliar modelos de sapata em tanque com essa mistura para visualizar a mobilização das tensões de profundidade. Outra pesquisa

de Iniciação Científica é do aluno do 7º ciclo, Daniel Britzki de Sordi, e consiste no desenvolvimento de um modelo de blocos de estacas em concreto, que foi iniciado pelo professor Milton Mautoni (falecido recentemente), com barra de aço para medição de tensões da estrutura sob carga. O estudante usará extensômetros aplicados

Metodologia permite custos menores nas

Temmuzcan/Istockphoto

Para calcular a fundação de uma edificação, em geral os engenheiros e projetistas utilizam a carga da obra e a comparam à condição do solo, levando em conta também as características do entorno da área para definir o tipo de estaca que será utilizado. A partir da escolha do tipo de estaca, o projetista define o método e a sondagem que serão usados para avaliação do solo, aplicando fatores de multiplicação para estimar a carga que a estaca poderá suportar, assim como o número de estacas que deverá ser utilizado. “Se o projetista fosse

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capaz de saber exatamente quanto a estaca suportaria, poderia economizar na obra. Isso porque, se o método não der certo, terá de gastar para solucionar o problema e, se der certo, não saberá o quanto de estacas usou além do necessário”, argumenta o professor doutor Kurt André Pereira Amann, ao afirmar que, com a aplicação da MSU, é possível conseguir um resultado melhor. A proposta da Metodologia Semiempírica Unificada (MSU) também é de fazer ensaios de prova de carga, porém, com execução de duas ou três estacas antes de co-


no trabalho de Ana Carolina Nagao Douverny, do 4º ciclo, que avaliou como proteger esses instrumentos colados na barra de aço e imersos em concreto. “Os trabalhos estão todos interligados de alguma forma, com objetivo de avaliar novas possibilidades para a área da construção civil”, define o professor doutor Kurt Amann.

Os prédios inclinados de Santos O edifício Maembi, no número 65 da avenida Bartolomeu de Gusmão, é um dos prédios mais tortos da cidade de Santos, no litoral Sul de São Paulo. Construídos nas décadas de 1940, 1950 e 1960 na orla da praia, este e outros aproximadamente 90 edifícios começaram a inclinar no começo dos anos de 1970. Isso ocorreu porque os prédios foram construídos com fundações pouco profundas e apoiadas na areia, que é a primeira camada do solo, mais resistente, porém, com pouca profundidade (média de sete metros), principalmente entre os canais 3 e 6, onde se concentra a maioria dos prédios tortos. O problema aconteceu porque a sondagem do solo na época era feita a uma profundidade menor, onde está a areia com boa resistência, não identificando camadas profundas de argila deformável. Para avaliar o problema ocorrido com os edifícios de Santos e analisar as soluções encontradas pelos engenheiros que trabalham na recuperação dos

prédios, três ex-alunos de graduação do Centro Universitário da FEI, orientados pelo professor doutor Kurt Amann, desenvolveram um trabalho de conclusão de curso sobre o tema, em 2011. Os estudantes Caroline Castanheira Diniz, Cauê Alves das Neves e Roberto Paulo Pavanelli Filho fizeram um levantamento do subsolo do local, da causa do problema e das soluções empregadas. “O maior problema em Santos foi o tipo de fundação utilizado. Muitos edifícios sofreram recalque e, por con­se­ quên­cia, desaprumaram devido ao tipo de fundação e às camadas de solos existentes”, explica o engenheiro Cauê Alves das Neves, que ficou responsável pelo histórico do estudo do solo no lo­­cal. Das soluções empregadas para solucionar o recalque dos prédios, o que deu melhor resultado foi a colocação de estacas de grande porte (1,5m a 2m de diâmetro) e em grande profundidade (50 metros), com objetivo de reforçar definitivamente a estrutura. Tadeu Nascimento/Prefeitura Municipal de Santos

dos na área

construções meçar o projeto, o que permitirá avaliar a carga por meio de ensaios. Assim, ao avaliar o valor da resistência da estaca, também será possível corrigir o método, se necessário. Em alguns casos, o custo de carga a mais poderá não ser tão maior, porém, poderá haver economia se não houver necessidade de reparar problemas ou gastar a mais. “Minha proposta é que, com a metodologia, vale a pena fazer ensaios prévios, pois, ao aplicar o método, pode-se fazer obras mais econômicas”, justifica o professor da FEI.

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gestão & inovação

Fator decisivo para a competitividade

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onceito que significa a introdução de um serviço ou produto novo, ou melhorado, no mercado, a ino­ vação deve fazer parte dos currículos de formação superior porque gera diferencial. Entretanto, para formar profissionais com este conceito, os educadores devem ver na inovação uma prioridade, diferentemente do que ocorre atualmente. Para isso, é fun­ damental que a universidade mantenha uma preocupação constante de discutir e incutir o conceito de inovação na formação dos alunos, de modo multidisciplinar, por meio de estímulos e desafios. Essa dificuldade de abordagem do tema nos currículos escolares faz com que o Brasil tenha poucos profissionais envolvidos com a inovação. Embora o País receba reconhecimento internacional em várias áreas e seja destaque em relação ao desenvolvimento na ciência, ainda há uma fragilidade para que esse conhecimento se transforme em resultados de mercado. “A inovação é a ponte entre as boas ideias e o mercado, devendo ser vista como um fator decisivo para a competitividade”, afirma a professora doutora Flávia Consoni, dos cursos de graduação, mestrado e doutorado em Adminis­ tração da FEI. A docente lembra que o tema deve ser tratado de maneira trans­ versal, em todos os currículos acadê­ micos, para transformar os alunos

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em empreendedores interessados em buscar a inovação. “Todas as instituições de ensino superior deveriam ter uma agência de inovação que se ocupasse não apenas com o fomento da inovação na universidade, mas que também desper­ tasse esse interesse nos alunos”, acredita. A afirmação é compartilhada pelo diretor de Fomento à Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Vinícius de Souza, um dos convidados da FEI para a mesa redonda realizada dia 1º de fevereiro durante a Semana da Qualidade, mediada pela professora Flávia Consoni. Segundo o representante do MDIC, o governo federal vem trabalhando no incentivo à inovação desde a geração do conhecimento, por meio de ações que estimulem a pesquisa orientada e a qua­ lificação de pesquisadores, até

atingir as empresas. Para ajudar neste processo, o MDIC desenvolve, desde agos­ to de 2011, o Plano Brasil Maior, que tem como uma das metas a internacionalização do conhecimento para que estudantes, pesquisadores, tecnólogos e funcionários de empresas tenham acesso a bolsas de es­ tudos para uma formação diferenciada no exterior. Um dos projetos do Plano Brasil Maior é o Ciência sem Fronteiras, coorde­ nado pela CAPES e pelo CNPq, que busca promover a consolidação, expansão e in­ ternacionalização da ciência e tecnolo­gia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. O programa envolve vários países, com destaque para o Reino Unido que, sozinho, oferece 10 mil bolsas de estudos para brasileiros. “Só uma empresa britânica vai abrir 500 vagas, grande parte

GKCRN/Istockphoto

Inovação é diferencial na formação para o mercado de trabalho


Professora doutora Flávia Consoni mediou mesa redonda com Marcos Vinícius de Souza, Oswaldo Massambani e Mario Sergio Salerno

para estudantes pesquisadores”, exempli­ fica Marcos Vinícius de Souza, ao afirmar que o Brasil tem qualidade e potencial para atender a academia e as empresas, mas ainda falta explorar esse potencial para de­ senvolver mais tecnologia no País. Dados divulgados no Fórum Econômico Mundial no ano passado, em Davos, indicam que o Brasil está em 13º lugar em publicações científicas, no entanto, é o 47º quando o assunto é inovação e o quinto pior quando

se trata de alinhamento da indústria com a academia. Mudanças necessárias Na Europa, há pelo menos cinco anos foi dado início a uma série de ações para mudar o quadro de desinteresse dos jo­ vens pelas áreas técnicas, especialmente de engenharias. Em alguns países, ficou claro que o problema não era o perfil dos alunos, mas sim as políticas públicas e

educacionais não adaptadas à realidade da nova geração. “Eles estavam ensinando da mesma maneira que faziam nas décadas de 1960 a 1990 para uma geração que está completamente voltada à tecnolo­ gia”, ressalta Marcos Vinícius de Souza, ao lembrar que a geração que interage com a informação o tempo todo precisa ser estimulada de outra maneira para o aprendizado e constantemente desafiada para ter mais motivação.

Inovação na agenda acadêmica O professor doutor Oswaldo Massambani, vice-presidente da Associação Brasileira de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), acredita que, para inserir a inovação na formação, é fundamental estimular o ambiente acadêmico em todos os níveis. “O professor é o agente condutor deste processo, pois é quem forma pessoal inovador e deve trabalhar para internalizar competências nos estudantes”, afirma. Além da formação é preciso pensar na capacitação para a inovação no contexto profissional, para formar gestores voltados ao tema. Neste caso, é importante buscar formação em nível de extensão, como pós-graduação ou, ainda, cursos on demand com as próprias empresas. O professor reforça que as universidades têm a responsabilidade de dar acesso a fontes relevantes de conhecimento, pois, sem isso, não é possível produzir inovação. “Conhecimento, educação e inovação é um tripé para todas as escolas que querem formar profissionais talentosos”, acentua. Uma das formas de ampliar os conhecimentos em inovação é usar o banco de patentes como fonte de informação e, para tanto, as universidades devem ter

‘cérebros’ formados para este tipo de pesquisa. Além disso, quanto mais cedo o conceito de internacionalização for inserido no aluno, melhor. “O inovador é um empreendedor, um talento e o responsável pela sobrevivência das organizações. E é a escola quem tem de fazer dos talentos a excelência”, sentencia o docente. O professor doutor Mario Sergio Salerno, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), coordenador do Laboratório de Gestão da Inovação da Instituição e do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Econômicos da Instituição, afirma que nada é mais prático do que a teoria na hora de abordar a inovação, pois o aluno sem base não é capaz de desenvolver projetos de qualidade. O docente lembra que os alunos hoje são melhores, pois estão mais bem informados, falam vários idiomas e têm mais capacidade de ir atrás do que pretendem aprender. “Há grande apelo para estimular a prática, mas precisamos ter cuidado. Para trabalhar em grupo é preciso reconhecer no outro um conhecimento que você não tem. Esse é o desafio de quem quer desenvolver pessoas”, ressalta.

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gestão & inovação

Formação para a sustentabilidade O maior desafio dos educadores é inserir o tema em todas as disciplinas e cursos

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termo sustentabilidade es­tá sendo exaustivamente discu­ tido em todos os meios de co­municação e, diferentemente do que ocorria há 10 anos, também faz parte da agenda da maioria das empresas, que buscam formas de desenvolver processos e produtos mais sustentáveis. No Brasil, a legislação ambiental tem sido uma das responsáveis por este processo de mudan­ ça. Em 2010, por exemplo, a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos obrigou diversas empresas, como as produtoras de celulares e computadores, a se responsabilizarem pela destinação adequada e segura de seus produtos ao final de sua vida útil. Em relação ao papel das instituições de ensino superior tam­ bém ocorreu uma grande evolução. Do primeiro curso de graduação criado no Brasil, no ano 2000, hoje mais de 400 tra­ tam desta temática nas diferentes áreas­ de conhecimento, como Administração e Engenharia. Porém, ainda é necessário am­­­pliar a formação ligada ao tema. “Na academia, embora os avanços sejam visíveis, o grande problema é que as disciplinas que tratam do assunto são desenvolvidas de forma isolada, sem interação com as demais disciplinas dos cursos, quando o ideal seria que todas dialogassem com a sustentabilidade para formar profissionais mais engajados e

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comprometidos com a temática”, avalia o professor doutor Jacques Demajoro­ vic, do curso de mestrado da FEI, que mediou a mesa redonda sobre o tema na Semana da Qualidade da Instituição, dia 2 de fevereiro. O docente acrescenta que, apesar de todo o avanço na última década, ainda é preciso equacionar os problemas relacionados ao crescimento da demanda, especialmente nos países emergentes, pois, por mais que tenha havido inovação nos processos industriais, ainda há muito a se fazer para garantir que a produção seja mais sustentável. Para o professor doutor Ladislau Dowbor,­­­­­ titular do programa de pós-gra­ duação em Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), atualmente o educador vive o desafio de gerar interesse nos alu­ nos para essa área do conhecimento, pois ainda é difícil convencer alguns setores

na própria academia a se abrirem para aprender sobre sustenta­ bilidade. “O problema central é a governança do processo, é como estudar processos decisórios para que a susten­ tabilidade penetre na mente das pessoas”, avalia. Apesar das dificuldades, a boa notícia é que já se começa a articular o conjunto de conhecimentos sobre sustentabilidade, que está disponí­ vel para pesquisas, inclusive, no blog do educador – dowbor.org–, gratuitamente. O docente afirma que o caminho para a formação em sustentabilidade é ensinar e aprender que há interações nos diversos processos e, neste caso, o essencial é a convergência para tentar solucionar as macrotendências ligadas à problemática do meio ambiente. Uma das questões importantes a ser lembrada

Da esq.: O professor doutor Jacques Demajorovic mediou a mesa redonda que teve como um dos participantes o professor doutor Ladislau Dowbor, da PUC-SP


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é que desigualdade e sustentabilidade estão profundamente interligadas, na própria lógica. “A Terra já ultrapassou a linha da sustentabilidade em 30%. Seria necessário termos quatro planetas para assegurar o consumo no modelo de países desenvolvidos como os Estados Unidos, por exemplo”, alerta. Esta realidade exige outro tipo de conceito para a formação em sustentabi­ lidade, que envolva as diversas áreas do conhecimento, e cabe à academia formar profissionais com visão sistêmica. Um bom exemplo vem da China, onde as 12 principais universidades optaram pelo formato de Open Course, em que tudo está acessível on line a todos, inclusive os conceitos e ensinamentos sobre sus­ tentabilidade. “A ideia é que, quando o principal fator de geração de valor é o conhecimento incorporado, a lógica do ensino muda. Esse é um grande desafio da academia hoje, de produzir conhecimen­ to com acesso aberto”, avalia o professor doutor Ladislau Dowbor.

Bons modelos já em vigor Tanto no meio empresarial quanto nos governos, a sustentabilidade começa a fazer parte mais frequente das preocupações, embora os investimentos nem sempre sejam expressivos. Um bom exemplo de gestão corporativa sustentável vem do Banco Santander que, desde 2001, trabalha voltado a criar uma consciência e uma prática de processos e produtos sustentáveis. “Uma empresa sustentável deve traduzir as questões de sustentabilidade em oportunidades de negócio benéficas para a organização e para a sociedade”, acredita Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva, diretora executiva de Desenvolvimento Sustentável do banco. A executiva enfatiza que os gestores devem estar preparados para avaliar as implicações econômicas, sociais e ambientais de seus processos de tomada de decisão, incluindo ciclo de vida dos produtos, certificações, prevenção à poluição, ecoeficiência, redução de custos e ecodesign. Para isso, a instituição deve estar pronta para formar profissionais, de todas as áreas, que saibam que sustentabilidade e inovação geram valor aos negócios. “Independentemente de sua área de atuação, todo profissional deve ser formado para ter um olhar ampliado e visão sistêmica em sua atuação”, avalia. O médico sanitarista Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, lembra que a questão ambiental tem pouco orçamento público – em média 0,4% – porque chegou há pouco tempo na política pública brasileira. No entanto, alguns gestores já voltam os olhos com mais interesse e desenvolvem projetos estratégicos para diminuir os impactos ambientais. “São Paulo é uma das poucas cidades do País com alguma estrutura na área e destina 1% do orçamento para o meio ambiente, bem acima da média nacional”, informa. Para o secretário, o trabalho mais importante é fazer com que todas as áreas se comuniquem e incorporem as pautas de meio ambiente em suas rotinas de trabalho. “O aquecimento global é uma questão social, ambiental e econômica”, enfatiza, ao ressaltar que o diálogo com a sociedade e a formação são fundamentais para que essa consciência ecológica passe a fazer parte do dia a dia dos governos, das empresas e de toda a sociedade. Um dos exemplos de ação de compensação ambiental na cidade de São Paulo é a implantação de usinas para geração de energia a partir da captação de gás metano em dois aterros sanitários, o que já resultou em dois leilões de carbono de acordo com o que preconiza o Protocolo de Kyoto. Além disso, há um projeto de compensação ambiental no entorno desses aterros, com a verba da venda desses créditos de carbono. “Com esta ação, São Paulo deve diminuir as emissões em 10%”, comemora. A cidade também trabalha para substituir a frota de ônibus a diesel por uma ecofrota composta de veículos híbridos, elétricos e movidos a etanol e biodiesel até 2018; desenvolve uma adaptação ecológica com o plantio de aproximadamente 200 mil árvores por ano; implanta calçadas com faixas verdes, que ajudam na drenagem das águas da chuva; e cria outras áreas de permeabilidade em vários pontos do município.

Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva: sustentabilidade gera valor aos negócios

O secretário Eduardo Jorge enfatiza ações sustentáveis realizadas na cidade

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Sempre no topo Criado para atender o boom da informática, no fim dos anos de 1990, o curso de Ciência da Computação da FEI é atualizado constantemente

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O professor Francisco Enéas Cunha Lemos ajudou na criação da FCI

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área de Tecnologia da Informação ganhou força na década de 1980, quando o mundo identificou a necessidade de informatização de alguns setores da economia que objetivavam ampliar seus serviços, principalmente os bancos, que criaram um setor de tecnologia para o desenvolvimento dos próprios produtos. Os anos de 1980 também foram o início da criação dos Centros de Processamento de Dados (CPD), que eram responsáveis por cuidar dos servidores que guardavam as informações das empresas e por desenvolver tecnologia e processamentos mais rápidos. Na década seguinte, o governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello abriu o mercado para empresas estrangeiras e, com isso, fabricantes de com-

putadores começaram a se instalar no Brasil, o que resultou em equipamentos mais acessíveis à população. Ao mesmo tempo, a internet passou a ser utilizada pelo público em geral, surgiu o sistema operacional Windows, da Microsoft, e outros softwares, o que resultou em um verdadeiro boom da informática. Para atender a essa demanda, em março de 1999 foi criada a Faculdade de Informática (FCI) que, a partir de 2002, foi agregada ao Centro Universitário da FEI como curso de Ciência da Computação. A criação da FCI ocorreu quando a Fundação de Ciências Aplicadas (FCA), na época também mantenedora das faculdades isoladas FEI e ESAN, sentiu a necessidade de criar um curso específico de computação e informática. O


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arquivo

plano pedagógico foi estruturado entre 1997 e 1998, quando formou o corpo docente composto por professores do curso básico de Engenharia e pelos que trabalhavam em áreas como Engenharia Elétrica e Administração com Informática. “Também foram contratados professores especialistas em disciplinas específicas, como banco de dados, redes e inteligência artificial, trazidos de universidades federais”, ressalta o professor doutor Francisco Enéas Cunha Lemos, que fez parte do plano de implantação do curso e foi diretor e coordenador da FCI. Atualmente, o docente leciona Arquitetura de Computadores e é coordenador da Comissão Própria de Avaliação (CPA), que avalia o processo de qualidade dos cursos da FEI. Entre os convidados para integrar o corpo docente estava o atual chefe do Departamento de Física, professor doutor Vagner Bernal Barbeta, que preparou o programa da disciplina para a FCI. “Era um caminho novo e o grande desafio era ter foco em Ciência da Computação e não em Engenharia. Tínhamos de criar um programa que envolvesse

os conceitos da Física com motivação, então, a opção foi fazer um laboratório baseado em simulações e o resultado foi muito positivo”, acrescenta. Para ministrar as aulas de laboratório foi convidada a professora Silvana Zacarelli, que participou do roteiro de experimentos de laboratório para orien­tação dos alunos. “Na época, a FEI já dispunha de computadores e softwares modernos,

O professor Vagner Bernal Barbeta foi convidado para integrar o corpo docente

como o EWB (Eletronics Workbench) e o Interactive Physics que, ao longo dos anos, foram atualizados conforme os lançamentos para continuar atendendo à demanda e oferecendo aos alunos as mais recentes soluções em equipamentos e programas”, reforça, ao lembrar que, nas salas de aula, que ficavam no prédio I, sempre foram utilizados recursos audiovisuais.

A professora Silvana Zacarelli lembra que a FEI sempre esteve atualizada

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Boa estrutura na primeira turma Com a programação preparada e o corpo docente formado, a mantenedora enviou a documentação ao Ministério da Educação (MEC) para obter autorização da criação da Faculdade de Informática e, em outubro de 1998, recebeu a visita do órgão para avaliação do campus, da infraestrutura e das ementas. O sucesso da criação do curso foi imediato, pois o primeiro vestibular teve uma relação de cerca de três candidatos por vaga. O reconhecimento e a emissão do diploma foram efetivados em 2003, com a visita da Comissão de Reconhecimento do MEC, após a formação da primeira turma.

O sucesso do novo curso foi justificado pela credibilidade que a FEI sempre manteve no mercado. Paulo Sérgio Germano da Silva, gerente de sistemas corporativos para a América Latina da Anglo American, grupo de mineração e recursos naturais, ingressou na primeira turma da FCI em 1999, junto com seu irmão Daniel Germano da Silva, que trabalha como Project Planner na Ericsson Telecomunications, por acreditarem na Instituição. “Não fiquei com receio por ser a primeira turma, e os poucos que ficaram em dúvida perceberam logo no começo que se tratava de um curso bem

estruturado e com professores de qualidade”, afirma. O corpo docente foi destaque também para a ex-aluna da primeira turma Renata Lopes Rosa, analista de sistemas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU­ USP) e sócia-proprietária da empresa ITTEG Tecnologia, que fazia parte da pequena porcentagem de mulheres do grupo. “Quando iniciei a faculdade percebi que os professores eram maduros, com forte formação acadêmica e boa base didática. A grade curricular era completa, com Física, Português, Sociologia e

Da esq.: Paulo Sérgio Germano da Silva e Renata Lopes Rosa destacam a credibilidade e o corpo docente da Instituição

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Mercado aquecido

Jin Yoshinari sempre se identificou com a área de Ciência da Computação

disciplinas da área”, enfatiza. A ex-aluna conta que, na época, não era comum ter computadores em casa, por isso, a maioria dos alunos utilizava os equipamentos da faculdade. Para Jin Yoshinari, a entrada no curso ocorreu de maneira inusitada, pois tinha prestado vestibular para Odontologia e começou a cursar, embora não se identificasse muito com a área. “Desde os 15 anos de idade, quando usava meu computador 386, me interessava por informática, porém, nunca tinha pensado em fazer faculdade de computação. Um dia, folheando o caderno de informática de um jornal, vi o anúncio da Faculdade de Informática e surgiu a ideia de prestar vestibular na Instituição. E acabei passando em segundo lugar”, relembra o ex-aluno, que é analista de testes da IBM.

De acordo com a pesquisa ‘O merca­ do­ de profissionais de TI no Brasil’, da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brass­ com), dentro do mercado de TI algumas funções lideram as contratações no País e os salários desses profissionais crescem acima da inflação na maioria dos estados desde 2003. Além disso, a escassez de mão de obra qualificada na área é um fator comum no Brasil, mas, no Estado de São Paulo, a situação é ainda mais crítica, já que a contratação de profissio­ nais em 2010 foi de quase 14 mil e as universidades formam apenas 10 mil­­ estudantes por ano. Com um mercado tão aquecido, os profissionais formados encontram mui­ tas opções de carreira. O ex-aluno da FEI formado em 2008, Pedro Henrique dos Santos Principeza, lembra que na época da faculdade todos os colegas de classe faziam estágio e, mesmo antes de se for­ marem, já estavam efetivados. “Mesmo para quem não está procurando emprego é perceptível a alta demanda e a falta de profissionais capacitados. A empresa na

qual trabalho sempre manda comunica­ dos internos com as vagas para que os funcionários divulguem, tamanha a ne­ cessidade de profissionais qualifica­dos”, afirma o especialista pleno de sistemas operacionais da IBM. Elton Spinelli Rosalino, formado em 2007 e líder de projeto da IT Lab, em­ presa de desenvolvimento de software, análise, customização e implantação de sistemas, também relembra que todos os seus colegas de classe terminaram o curso bem empregados, mas reforça que, embora a demanda seja grande, é preciso ser um profissional capacitado. Para isso, garante que a dedicação aos estudos é fundamental, por isso, ao sentir dificuldade em acompanhar as aulas e a complexidade dos conteúdos dos primeiros semestres, principalmente de Física, não teve dúvidas e fez aulas particulares. “Isso mostra a qualidade de ensino e sei que todo esforço valeu a pena, pois estou bem posicionado no mercado de trabalho. Além disso, ainda utilizo o que aprendi em cálculo 4 como base para o que faço”, destaca.

Da esq.: Elton Spinelli Rosalino e Pedro Henrique dos Santos Principeza acreditam que o mercado está aquecido, principalmente para os profissionais capacitados

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O professor doutor Flavio Tonidandel é o coordenador do curso e chefe do Departamento de Ciência da Computação da FEI

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Atividades extras estimulam aprendizado O Departamento de Ciência da Com­ putação da FEI participa de vários proje­ tos,­como o futebol de robôs – com o time RoboFEI ­–, que é associado ao Departa­ mento de Engenharia Elétrica e­também possui alunos de Engenharia Mecânica e Engenharia de Automação e Controle. Com foco no desenvolvimento de robôs que jogam futebol, a atividade começou em 2003 e, desde então, tem conquistado resultados interessantes, com tecnologia de ponta no mesmo pa­tamar das melho­ res instituições de en­sino do mundo. A

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equipe RoboFEI reúne 11 alunos que são responsáveis pelo time de cinco robôs que fazem o papel de jogado­res e goleiro. Cada equipamento tem cinco motores e quatro rodas, que garantem estabilidade e aceleração mais uniformes em qualquer direção, além de quatro baterias de 7,4 volts. Em 2010, o aluno de Iniciação Científica Eduardo Garcia do Nascimento iniciou um trabalho de criação de um robô humanoide, e o estudante Milton Peres Cortez Junior, em dois projetos de Iniciação Científica orientados pelos professores doutores Flavio

Tonidandel e Reinaldo Bianchi, fez o projeto estrutural e o protótipo mecânico. Neste ano, o aluno Eduardo Mello Nottolini está cuidando da parte eletrônica com o profes­ sor Reinaldo Bianchi, que será responsável pelos movimentos do robô. Outro projeto do departamento é a Ma­­ratona de Programação, organizada e realizada pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), que reúne estudantes de vários ciclos e cursos com objetivo de criar programas rápidos e eficientes para resolver problemas de computação. A


Novidades frequentes Ao longo da sua história, o curso de Ciência da Computação do Centro Universitário da FEI passou por diversas atualizações para adequar a grade curricular às necessidades do mercado e atualizar o conteúdo das disciplinas. Em 2009 foram criados três laboratórios específicos para a área: rede de computadores, hipermídia/interfaces e sistemas operacionais. A última reestruturação curricular­ do curso foi colocada em prática em 2007, quando alguns temas foram incluídos e alguns assentos em desuso foram excluídos. Neste ano está sendo elaborada uma nova reforma curricular, que entrará em vigor em 2013, na qual será dada mais ênfase em sistemas operacionais de sistema mobile, como tablet e celular, ampliação da área de entretenimento, além de ajustes e acertos de conteúdos nas disciplinas. “O curso de Ciência da Computação da FEI é dinâmico, assim como o segmento. Por isso, a cada quatro ou cinco anos mudamos o currículo, além de

faze­rmos pequenas­reformulações entre esses períodos. Hoje, temos um foco grande na área de gerência de projetos, entretenimento, sistemas distribuídos, inteligência artificial e interface. Formamos profissionais ecléticos que sabem trabalhar e programar para diversas plataformas”, resume o professor doutor Flavio Tonidandel, coordenador do curso e chefe do Departamento de Ciência da Computação do Centro Universitário da FEI. Outro destaque é o corpo docente, formado por professores doutores que fazem pesquisas e garantem ensino atualizado de qualidade. Credibilidade na área Por manter importantes estudos nas áreas de Robótica e Inteligência Artificial, em outubro de 2010 o Centro­ Universitário da FEI sediou, no campus­ São Bernardo do Campo, o Joint Confe­ rence, um dos mais importantes encontros de pesquisas e competições da América Latina. Em paralelo, a Insti-

ma­ra­tona envolve eliminatórias regionais e uma final brasileira, que vale uma vaga no mundial da International Collegiate Programming Contest. A FEI também participa da competição da SBC que é realizada no Congresso IHC (Interface Humano Compu­ tador), na qual as equipes devem fazer análises de usa­ bi­lidade e interface, vencendo aquela que apresentar melhores resultados. A novidade do departamento neste ano é a participação na Imagine Cup, da empresa Microsoft,­ que premia os alunos que desenvolverem o melhor aplicativo em diferentes categorias. O Departa­ mento de Ciência da Computação está montando um grupo para a próxima edição.

tuição abrigou o Simpósio Bra­sileiro de Inteligência Artificial (SBIA), o Simpósio Brasileiro de Redes Neu­rais Artificiais (SBRN) e a Jornada de­Robótica Inteli­ gente (JRI), que também envolveu a La­tin American Robo­tics Competition­ (LARC) e a Olimpíada Bra­s ileira de Ro­bótica (OBR). “A FEI foi escolhida para sediar este importante encontro por já ser reconhecida na área pela comunidade científica mundial”, ressalta o professor doutor Flavio Tonidandel. Os eventos científicos foram prestigiados e apresentados por professores e pesquisadores renomados de diversos países, como Japão, Inglater­ ra­­­e Canadá. Com a OBR e a LARC, o gi­násio de esportes da FEI reuniu robôs de todos os tama­nhos e estilos com competições que envolveram representantes de vários estados bra­sileiros e de universidades de outros paí­­ses. A Ins­ti­ tuição participou de duas ca­tegorias e foi campeã absoluta com o RoboFEI na categoria Soccer Small Size.

A equipe RoboFEI participa de competições de robótica

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pós-graduação

Criatividade para o mercado Gestão de Tecnologia em Projeto de Produtos visa inovação

C

om objetivo de capacitar profis­ sionais das áreas de Engenharia, Arquitetura e outros que tenham interesse em aprofundar os conhecimen­ tos na área de projetos, o Centro Uni­ versitário da FEI implantou, em 2006, o curso de pós-graduação Gestão e Tec­ nologia em Projeto de Produtos. Com foco nas competências para a criação, desenvolvimento e gestão de projeto de produtos, a especialização é oferecida no campus São Bernardo do Campo e visa proporcionar aos alunos condições para melhorar e desenvolver processos de gestão de novos produtos e serviços, o que inclui a implantação de novos projetos, geração de ideias inovadoras, criação e estabelecimento de um processo de gestão de riscos. “Para garantir a competitividade, as empresas necessitam desenvolver ra­pi­ damente, e submeter ao mercado, pro­

dutos inovadores e distintos dos já ofe­ recidos, por isso, há grande demanda por profissionais qualificados”, resume o pro­ fessor Raul Rodrigues, coordenador do curso, ao enfatizar que a especializa­ção oferecida pela FEI foi criada justamente para suprir essa deficiência educacional. O curso do Centro Universitário da FEI é composto por quatro módulos e as disciplinas são ministradas com a utiliza­ ção de estudos de casos, por professores com vasta experiência profissional. Além disso, os estudantes participam de pales­ tras e workshops, e são avaliados por meio­de seminários, trabalhos e provas. A disciplina ‘otimização’, que apresenta aos estudantes modelos matemáticos diversos para a construção de um projeto, é o principal diferencial da especialização oferecida pela Instituição, pois possibilita que o aluno desenvolva habilidades para a escolha da melhor alternativa para o de­ senvolvimento e a gestão de um produto. A utilização de softwares específicos para a criação e gestão de projetos também está entre os destaques do curso da FEI. Desde que foi criado, mais de 300 alunos já foram formados na área.

O curso Objetivos – Preencher a lacuna existente no Brasil de programas formais de orientação sobre o desenvolvimento de projetos e das práticas operacionais correspondentes.

ção de Empresas, Economia, Engenharia, Tecnologia, Mecânica, Elétrica e Telecomunicações ou áreas afins. Análise de currículo.

Público-alvo – Engenheiros, arquitetos e outros profissionais que tenham interesse em aprofundar seus conhecimentos na área de projetos.

Informações e local Campus São Bernardo do Campo (11) 4353-2909

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Envio de currículos para análise iecat@fei.edu.br

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Pré-requisitos – Graduação em Administra-

Duração – 3 semestres


Qualidade e eficiência Centro Universitário oferece especialização em Gestão de Projetos

Skynesher/Istockphoto

C

om os mercados de tecno­­lo­­­­­gia,­ telefonia e Engenharia Ci­vil­­­ em expansão, a busca por profissio­ nais aptos ao gerenciamento de projetos aumenta a cada ano. Para atender à de­ manda e suprir a carência no ensino, o Centro Universitário da FEI implantou, em agosto de 2010, o curso de especializa­ ção Gestão de Projetos: Melhores Práticas do PMBOK Guide. Oferecido nos campi São Bernardo do Campo e São Paulo, o curso contribui para o desenvolvimento de habilidades em gestão de projetos com a utilização da metodologia do Project Management Body of Knowledge (PM­ BOK), manual desenvolvido pelo Project Management Institute (PMI), que reúne um conjunto de conhecimentos em ge­ renciamento de projetos, amplamente reconhecido nas empresas. A especialização também objetiva preparar os profissionais para a certifi­ cação PMP, desenvolvida e mantida pelo PMI. O foco do curso é oferecer ao aluno competências para gerir qualquer tipo de projeto, além de capacitá-lo para obter a certificação, que valoriza o currículo

do profissional. “Pesquisas indicam que, no mercado, há uma carência de 10 a 20 mil profissionais certificados”, revela o professor Edson Coutinho da Silva, coordenador do curso. O conjunto de disciplinas de gestão empresarial, como empreendedorismo e gestão de pessoas, representa o diferencial da especialização oferecida pela FEI, pois o aluno adquire habilidades exigidas para a gestão de projetos, amplo conhecimento para re­ conhecer a organização, as estratégias e as necessidades da empresa. “O curso oferece formação que ultra­ passa o nível técnico, o que é fundamen­ tal, pois um gerente de projetos necessita desenvolver habilidades de comunicação,

liderança e trabalho em equipe. Além de gerir projetos, deve saber gerir pessoas”, resume o docente. As aulas das disciplinas relacionadas à metodologia PMBOK são ministradas somente por professores com a certificação PMP. A FEI oferece completa infraestrutura com laboratórios de informática e sistema wireless nas salas, e a utilização de quatro softwares específicos: WBS Chart, para gestão de escopo de projetos; Pert Chart, para apresentar a sequência de atividades do projeto; MS­-Project (disponibilizado gra­ tuitamente aos alunos da FEI), para gerir cronogramas de projeto; e Mindmapper, para organizar conteúdo e informação de projetos.

Pré-requisitos – Graduados em Administração, Administração Pública, Engenharia, Ciência da Computação, Economia, Ciências Sociais, Saúde, Turismo e Lazer, e outras; compreensão do idioma inglês; experiência. Análise do currículo.

Local – Campus SBC – Avenida Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, Bairro Assunção. Campus SP - Rua Tamandaré, 688 - Liberdade

O curso Objetivos – Construir competências em gestão de projetos utilizando a metodologia do PMBOK e preparar alunos para a certificação PMP. Público-alvo – Profissionais que desejam conhecer, aprimorar ou construir uma carreira na área de gestão de projetos e buscam um crescimento pessoal e um diferencial competitivo por meio da certificação PMP.

Duração – 450 horas, distribuídas em duas noites por semana (terças e quintas-feiras), oito sábados pela manhã por semestre e três semestres letivos.

Informações – Campi São Bernardo do Campo (11) 4353-2909 e São Paulo (11) 3207-6800 Envio de currículos para análise iecat@fei.edu.br

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Porta de entrada para o mundo digital O Centro Universitário da FEI ministra curso básico de informática para colaboradores

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egundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2011 o Brasil atingiu a marca de 85 milhões de computadores em uso. Ao mesmo tempo, dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) indicam que o País terminou o ano passado com 242,2 milhões de celulares, com uma densidade de 123,87 aparelhos para cada 100 habitantes. Esses números são apenas um exemplo de quanto a tecnolo­ gia está presente na vida das pessoas, entretanto, ainda há um universo de indivíduos que, na era digital, não têm acesso à informática, o que gera distorções sociais e culturais. Com objetivo de mini­ mizar as consequências provocadas pela

exclusão digital, o Centro Universitário da FEI ministrou um curso básico de in­ formática para 26 funcionários de áreas como portaria, manutenção e inspetoria. Promovido por colaboradores da Coordenadoria Geral de Informática (CGI) e do setor de Recursos Humanos da Instituição, o projeto ofereceu mais do que uma oportunidade de ca­ pa­c itação profissional, pois contribuiu também para a inclusão social dos funcionários. “A informá­ tica e, principalmente, a internet, proporcionam um mundo de facilidades e possibilidades, por isso, saber utilizar essa tecnologia é fundamental”, acredita Neusa Rodrigues, superintendente adminis­ trativa da FEI. Devido à carência de conhecimento para uso de computadores pelos partici­ pantes, o curso reuniu apenas informa­

Rafael Ferreira Gouveia, de 22 anos, era o aluno mais novo da turma


Funcionários de áreas como portaria e manutenção participaram do primeiro curso básico de informática da FEI

ções básicas, como o modo correto para ligar e desligar a máquina, criação e ge­ renciamento de contas de e-mail e acesso à internet. “O objetivo foi oferecer um conhecimento básico para aguçar a cu­ rio­sidade e, assim, incentivar a prática da utilização da informática em outros ambientes. A iniciativa de contribuir com a inclusão digital, em um período em que tudo gira em torno da evolução tec­nológica, é fundamental”, ressalta Joel de Souza, analista de suporte de re­de da FEI.

O analista, que ministrou o curso, também realiza trabalhos sociais ofere­ cendo aulas de informática voluntaria­ mente. Além dele, durante o curso os alunos tiveram o auxílio de dois monito­ res – Protasio Oliveira Junior, técnico de suporte, e Rodolfo Costa, aten­dente do CGI. Para apresentar os benefícios da informática e aproximar as aulas da realidade dos alunos, durante o curso os funcionários também aprenderam como agendar consultas e retirar resultados de exames pela internet.

Com o curso, Maria do Socorro Silva realizou o sonho de usar o computador

Integrados à rede Aos 67 anos de idade, a inspetora Maria do Socorro Silva nunca havia utilizado um computador, e foi graças ao curso oferecido pela FEI que teve a oportunidade de realizar um antigo sonho. “Sempre quis aprender a usar o computador e, apesar de ter um em casa, tinha medo de mexer e danificá­lo. Com o curso perdi o medo e agora pretendo praticar, pois meu neto já se comprometeu a me ajudar”, afirma. Maria do Socorro ressalta a importância da iniciativa da FEI, assim como o apoio e a paciência dos instrutores que ministraram as aulas.

Com apenas 22 anos de idade, o auxiliar de manutenção geral do campus São Bernardo, Rafael Ferreira Gouveia, era o aluno mais novo da turma e já aguarda ansioso pelas próximas aulas. “Decidi fazer o curso porque é uma forma de ampliar minhas habilidades, afinal, conhecimento nunca é demais. Como já sabia utilizar alguns programas, também ajudei meus colegas de turma”, afirma. Para oferecer um conhecimento mais amplo aos colaboradores, a Instituição planeja desenvolver um novo curso ainda neste ano.

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MESTRADO

Consumidor consciente E

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xistem vários estudos no Brasil investigando o perfil demográfico das pessoas que se preocupam mais com o meio ambiente e, teoricamente, também se comportam de maneira mais favorável ao ambiente. Entretanto, nenhum estudo brasileiro investigou a personalidade destas pessoas para avaliar se estão mais preocupadas com o meio ambiente e se têm traços de personalidade diferentes. Foi em busca de respostas para esta questão que a ex-aluna do mestrado em Administração da FEI, Célia Braga Dalla, defendeu a dissertação ‘Consumo Consciente: Comportamento do Consumidor por Meio de uma Análise Psicográfica’ para obtenção do título de mestre em Administração na área de Gestão da Inovação. A ex-aluna explica que a ideia do estudo foi investigar se determinadas características psicográficas, como altruísmo, liberalismo e preocupação ambiental influenciam na opção dos indivíduos por produtos verdes, oferecendo, desta forma, subsídios importantes para ações no campo do marketing de produtos verdes. Célia Braga Dalla procurou algo que conciliasse o comportamento do consumi­ dor consciente com a sustentabilidade. “Eu percebi, após a leitura de vários artigos, que a evolução das pesquisas acadêmicas sobre questões ambientais espelhavam a evolução da sensibilidade ambiental da população em geral. Porém, as pesquisas sobre o consumidor consciente baseadas nas variáveis sociodemográficas (idade, gênero, educação, renda, moradia) demonstraram resultados controversos. Optamos por fazer a pesquisa utilizando as variáveis psicográficas por acreditarmos que teriam mais potencial para o desenvolvimento da problemática”, diz a autora do trabalho. O orientador da dissertação, professor

doutor José Mauro da Costa Hernandez, explica que estudos anteriores publicados­ fora do Brasil relacionaram algumas variá­ veis de personalidade com atitudes em relação ao meio ambiente. Entretanto, para este trabalho foi realizada uma abordagem diferente. “Desenhamos um experimento em que as pessoas viam as propagandas de dois produtos e eram solicitadas a escolher um dos dois. Uma das propagandas comunicava o lançamento de um produto normal e outra o de um ambientalmente correto. Os resultados permitiram concluir que, de fato, as pessoas que escolheram os produtos ambientalmente corretos têm características de personalidade diferentes das que escolheram os que não eram ambientalmente corretos”, informa o docente. Para a ex-aluna, os resultados foram satisfatórios, uma vez que as variáveis psi­ co­­gráficas demonstraram ser mais eficazes do que as sociodemográficas para caracterizar o comportamento do consumidor consciente, o que confirma resultados de estudos anteriores. “A pesquisa confirma que essas variáveis são mais relevantes para explicar o comportamento dos consumidores conscientes”, conclui Célia Braga Dalla, que pretende dar continuidade ao estudo e publicar um artigo. Arquivo pessoal

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Estudo desenvolvido na FEI aponta perfis diferentes entre os consumidores sustentáveis

Célia Braga Dalla é a autora da dissertação sobre o meio ambiente


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Dissertações defendidas por alunos de mestrado da FEI Engenharia Mecânica Autor – Ricardo Trevelin

autor – Marcos Bianchi

Título do Trabalho – Influência dos Parâmetros do Processo de Fresamento sobre a Integridade Superficial e Forças de Corte do Aço AISI H13 Endurecido.

Título do Trabalho – Desbalanceamento de Resistência em Materiais Poliméricos: Caracterização Experimental e Aplicação Exploratória para Projeto

Orientador – Prof. Dr.Sergio Delijaicov

Orientador – Prof. Dr. Gustavo Henrique Bolognesi Donato

Autor – Andrei La Neve Título do Trabalho – Busca da Melhoria na Produtividade de uma Pequena Indústria Moveleira Utilizando o Auxílio da Simulação Computacional. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Massote

Autor – Samara Storion Bittencourt Título do Trabalho – Estudo Experimental e Mode­ lagem de Propriedades Volumétricas de Soluções Líquidas Binárias Contendo Acetonitrila e Aminas a Diferentes Temperaturas e à Pressão Atmosférica. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Belchior Tôrres

Título do Trabalho – Um Estudo das Características Existentes em Células de Manufatura e suas Influências no Rendimento Global, Utilizando Indicador de Eficiência (O.E.E.). Orientador – Prof. Dr. Alexandre Massote

Engenharia Elétrica

autor – Guilherme Heinv

Autor – José Angelo Gurzoni Junior

Título do Trabalho – Estratégia de Operações e a Dimensão Ambiental: Um Estudo de Caso na Indústria Automotiva.

Título do Trabalho – Uma Arquitetura de Alocação de Tarefas para Sistemas Multi-Robôs Utilizando Aprendizado por Reforço.

Orientador – Profª Drª Gabriela Scur da Silva

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Autor – Benedito Teodoro de Souza

Orientador – Prof. Dr. Reinaldo A. C. Bianchi autor – Lilian Roberta Arisa Caranti Título do Trabalho – Estudo da Influência dos Teores de Fibra, Agente Compatibilizante e Tamanho de Fibra nas Propriedades de Compósitos de Polipropileno com Fibra de Bambu.

Autor – Eduardo Luiz Ronchete da Silva

Orientador – Prof. Dr. Baltus Cornelius Bonse

Orientador – Prof. Dr. Marcelo Antonio Pavanello

Título do Trabalho – Obtenção e Análise de Ruído de Baixa Frequência em Transistores SOI MOSFETs de Canal Gradual. Para conferir as dissertações na íntegra acesse a página do mestrado no site www.fei.edu.br

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MESTRADO Autor – Albert da Costa Xavier

Autor – Gracieli Regina Mendes Tavares

Título do Trabalho – Análise Discriminante e Classificação de Imagens 2D de Ultrassonografia da Mama.

Título do Trabalho – Licença Médica no Traba­lho: direito e castigo?

Orientador – Prof. Dr. Carlos Eduardo Thomaz

Orientador – Prof. Dr. André Mascarenhas

Autor – Ingrid Catherine Baptista dos Santos

Autor – Osmar Mitsuo Saito

Título do Trabalho – Associação Série e Análise de Descasamento em Transistores SOI MOSFET de Canal Gradual Operando em Saturação.

Título do Trabalho – Estratégia e Gestão de Centros de P&D em Multinacionais: Estudo de Caso em uma Multinacional no Segmento Químico.

Orientador – Prof. Dr. Marcelo Antonio Pavanello

Orientador – Prof. Dr. Roberto Bernardes

Autor – Rodrigo Alves de Lima Moreto

Autor – Mauro José de Oliveira

Título do Trabalho – Projeto de um Ota Cmos por Meio de um Sistema Evolucionário Integrado ao Spice. Orientador – Prof. Dr. Salvador Pinillos Gimenez

Título do Trabalho – Comunicação Dialógica na Internet: um Estudo de Caso sobre as Práticas Empresariais em Sites Brasileiros. Orientador – Profª Drª Melby K. Z. Huertas

Autor – Klaus Huscher Cirne Título do Trabalho – Estudo e Fabricação de MOSFETs Robustos à Radiação para Aplicações Espaciais de Circuitos Integrados. Orientador – Prof. Dr. Salvador Pinillos Gimenez

Autor – Nilton Stringasci Moreira Título do Trabalho – A Relação entre Segurança de Informação e Vantagem Competitiva na Micro e Pequena Empresa do Setor de Serviços de Tecnologia da Informação. Orientador – Prof. Dr. Roberto Bernardes

Autor – Adeline Cecília Sécolo Título do Trabalho – Raciocínio Espacial Qualitativo para um Sistema de Segurança em Tráfego de Veículos.

Administração

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Orientador – Prof. Dr. Paulo Eduardo Santos

Autor – Eber Celoto de Souza

Autor – Anselmo Buttner Título do Trabalho – Contribuição do Planejamento Estratégico para Obter Vantagem Competitiva nas Firmas de Autopeças no Brasil. Orientador – Prof. Dr. Felipe Zambaldi

Autor – Marcio de La Cruz Lui

Título do Trabalho – A Imagem do Brasil Vista por Diferentes Culturas.

Título do Trabalho – Posicionamento Estratégico de Novos Produtos com Inovação Tecnológica: Um Estudo de Caso.

Orientador – Profª Drª Suzane Strelhau

Orientador – Prof. Dr. Braulio Oliveira Para conferir as dissertações na íntegra acesse a página do mestrado no site www.fei.edu.br

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AGENDA

primeiro semestre de 2012 12

e 13 de abril

Congresso SEMINATEC Centro Universitário da FEI campus São Bernardo do Campo Organizado pelo Centro Universitário da FEI, o evento é focado em tendências tecnológicas, nos quais vários grupos de pesquisas com foco nas tecnologias de semicondutores, micro e nanotecnologias terão a oportunidade de compartilhar sucessos e dificuldades de suas pesquisas, além de aprender com experientes palestrantes internacionais especialmente convidados para o evento. O objetivo do workshop é promover a interação entre indústria, academia, centros de pesquisa e desenvolvimento, governo e estudantes, todos à procura de oportunidades reais para a melhoria da educação, pesquisa e tecnologia. Acesse www.fei.edu.br/seminatec2012 e saiba mais sobre o evento.

19 de maio

FEI Portas Abertas Centro Universitário da FEI campus São Bernardo do Campo Interessados em conhecer a tecnologia, a inovação e as pesquisas realizadas no Centro Universitário da FEI, e obter mais informações sobre os cursos de Administração, Ciência da Computação ou Engenhari, poderão participar de um dia de visita ao campus. A terceira edição do FEI Portas Abertas, projeto que abre as portas do campus São Bernardo, será realizada em maio. Fique atento aos informes e não deixe de visitar o site da Instituição para mais informações: www.fei.edu.br.

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a

23 de maio

VI ENAPEGS

O Centro Universitário da FEI, juntamente com a PUC-SP, organiza um fórum de pesquisadores, estudantes, profissionais e outros atores sociais envolvidos ou interessados em conhecer formas de gestão dialógicas, mobilizadoras e inclusivas. O evento será realizado de 21 a 23 de maio no campus Monte Alegre da PUC-SP (Rua Ministro Godói, 969 - Perdizes) e tem como objetivo pavimentar os caminhos para a institucionalização e os futuros desenvolvimentos do campo da gestão social no Brasil, além de ser uma oportunidade de encontro para pesquisadores, estudiosos e profissionais com experiências em sustentabilidade, gestão e políticas públicas, inovação social, entre outros temas.

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a 29 de junho

Congresso ICAPS 2012

Atibaia – SP O Centro Universitário da FEI será uma das instituições organizadoras do ICAPS 2012, principal fórum para a troca de notícias e resultados de pesquisa em teoria e aplicações de planejamento inteligente e tecnologia de programação. A conferência contará com um programa pré-conferência de workshops, tutoriais e um consórcio de doutorado. O programa principal será composto por palestras ministradas por cientistas que trabalham na área e apresentações de trabalhos técnicos, Acesse o site do evento e saiba mais: www.icaps12.icaps-conference.org

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a 27 a julho

24ª Assembleia Geral da FIUC Centro Universitário da FEI campus São Bernardo do Campo O Centro Universitário sediará a 24ª Assembleia Geral da Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC). Reconhecida pela Unesco no âmbito da educação, ciência e cultura, e pelo papa Pio XII, a FIUC é a mais antiga e importante associação de universidades católicas do mundo, com 210 instituições associadas e instaladas nos cinco continentes. A assembleia discutirá ‘Ensinar e Aprender na Universidade Católica – Educar e Formar’, um tema muito oportuno e que foi selecionado no fim de 2009 em Roma, na Itália, assim como a preferência pela FEI para sediar o evento.

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artigo

Ricardo Belchior Tôrres Coordenador do curso de Engenharia Química do Centro Universitário da FEI

Um ano inteiro dedicado à química

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alvez o momento maior das comemorações do Ano Internacional da Química (AIQ-2011), dentre muitas ocorridas mundo afora, tenha sido o 43o Congresso Mundial de Química realizado entre os dias 30 de julho e 7 de agosto de 2011 na cidade de San Juan, Porto Rico, com a presença de aproximadamente 3 mil participantes, incluindo sete ganhadores do prêmio Nobel de Química. A Sociedade Brasileira de Química se fez presente, com apresentação de mais de 50 trabalhos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros. No âmbito nacional, a 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, entre os dias 23 e 26 de maio de 2011 na cidade de Florianópolis, foi a maior da história, com mais de 4 mil inscrições. Vários cientistas laureados com o prêmio Nobel de Química também estiveram no Brasil, tendo o Estado de São Paulo recebido quatro deles de uma única vez. A FEI, através de seus pesquisadores, esteve presente com apresentação de trabalhos desenvolvidos na nossa Instituição tanto em Florianópolis quanto em Porto Rico. A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) realizou ações destinadas ao público infanto­juvenil com a intenção de despertar nos jovens o interesse pela química. Essas ações foram realizadas através de vários meios de comunicação, assim como nas redes sociais Twitter, Facebook e YouTube. Tivemos o privilégio de receber os senhores Henri Slezynger e Fernando Figueiredo, respectivamente, presidente do Conselho

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Domínio fEi | janeiro a março de 2012

Diretor e presidente executivo da Abiquim, que proferiram seminários sobre as perspectivas atuais e futuras da indústria química brasileira e mundial. Foram realizados alguns seminários, sob a responsabilidade do Departamento de Engenharia Química da FEI, com destaque para o de abertura das atividades do AIQ, proferido pelo professor Fernando Galembeck. Intitulada ‘Alquimia do Século 21’, a palestra contou a belíssima história da química e o momento atual da indústria química brasileira. Outro seminário que despertou interesse da comunidade foi a palestra do professor Osvaldo Luiz Alves mostrando o fascinante mundo da nanotecnologia e suas aplicações. Ambos são renomados cientistas brasileiros do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC). O AIQ também foi um ano que marcou a nossa história com a conquista do Prêmio Regional da Química (CRQ) IV Região, na categoria Engenharia da Área da Química, pelas pesquisas desenvolvidas em um dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) do Departamento de Engenharia Química, com orientação das professoras Adriana Lucarini e Maristhela Marin. Continuaremos neste ano com as nossas atividades de extensão por meio do ‘Café com a Engenharia Química’, divulgando e mostrando a importância da química e as novas pers­ pectivas e desafios para o crescimento da Engenharia Química no Brasil.


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