Domínio FEI 16: Busca pelo conhecimento

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DO MÍNIO FEI Publicação do Centro Universitário da FEI - Ano IV - Nº16 - Julho a Setembro de 2013

Busca pelo conhecimento

Pesquisas da FEI envolvem polímeros, plásticos biodegradáveis e nãotecidos para isolamento

Vice-presidente da Ford,

Associação Atlética da FEI

se autointitula um

é atuante e coleciona títulos desde a década de 1950

Rogelio Golfarb especialista em diversidade

Pós-graduação em sistemas elétricos aprofunda os conhecimentos de engenheiros


Editorial

Trabalho em rede: uma sinergia de competências Professor doutor Fábio do Prado Reitor Centro Universitário da FEI

Às vésperas da comemoração do bicentenário de restauração da Companhia de Jesus, a ser celebrado em 2014, ordem inspiradora do desenvolvimento de nossa Instituição, importantes lições podem ser tiradas deste momento histórico que reflete o espírito empreendedor de seu fundador, Inácio de Loyola, e de todos os jesuítas que continuaram sua obra missionária ao longo dos séculos. É sabido que, apesar de sua supressão, a Companhia de Jesus se manteve ativa no oriente – nos impérios russo e prussiano – e uma das principais razões da atitude dos reis locais de autorizar a permanência dos jesuítas em contraposição às ordens da Santa Sé foi o nobre papel que estes exerceram na educação da juventude nessas monarquias, reconhecendo a formação dos jovens como base de uma nação esclarecida, autônoma e tolerante. Outra importante lição que pode ser tirada desse período, e que justificou a tenacidade da Companhia face à adversidade da situação, é o espírito missionário e peregrino dos jesuítas, que foram às fronteiras geográficas do mundo a ensinar valores e preparar os jovens para a ação social e para a profissão. Esse movimento reforçou a internacionalização da Companhia e a abertura de seus membros às redes de cooperação, que mesmo durante a confinação territorial se manteve globalizada e atualizada para, rapidamente, retomar suas atividades no processo de restauração. Ficam duas lições para nós, colaboradores nesta tarefa de educar: enxergar nossa missão como possibilidade única e verdadeira de autonomia e crescimento social da juventude, e valorizar o trabalho em rede em todos os níveis de relacionamento humano – seja social, científico ou tecnológico –, como efetivo modo de sinergia de ideias e competências, bem como de compreender as especificidades das diferentes culturas mundiais. O Centro Universitário da FEI mantém-se em seu itinerário de qualidade e de inovação, oferecendo um serviço educacional diferenciado que busca responder às demandas emergentes e às oportunidades que se apresentam. Para tanto, apropriar-se da história e renovar seus ensinamentos tornam-se elementos essenciais, nos dias de hoje, para alcançar novos e mais desafiadores horizontes. Que as últimas realizações de nossa equipe e parceiros, apresentadas nas próximas páginas, sejam também inspiração para mais e melhores cooperações. Abraços fraternos.

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Espaço do Leitor

Revista Domínio FEI Publicação do Centro Universitário da FEI

expediente “A revista Domínio FEI é uma forma de me manter próximo da Instituição. Uma vez feiano, sempre feiano. Acho a revista bastante moderna e elegante. Tudo mudou muito, os cursos, o campus, os alunos, a calça jeans cedeu lugar ao moletom, mas a sensação de pertencer à FEI permanece a mesma. Isso é traduzido pela revista através dos depoimentos de feianos que se realizaram na carreira e das inovações desenvolvidas pelo Centro Universitário. Isso também mudou! Na minha época era Faculdade de Engenharia Industrial e hoje é Fundação Educacional Inaciana, quase uma universidade. Mas o sentimento sobre a revista é esse mesmo: um elo entre o presente e o passado vivido nesse campus! A FEI é ainda muito nova. Não é como as universidades europeias com centenas de anos de tradição. Mas a Domínio FEI ajuda a sedimentar essa tradição. Tenho certeza que, como eu, muitos feianos reativam esse link através dela. Continuem realizando esse ótimo trabalho, ele é importante para quem não está mais no campus, mas guarda com carinho as lembranças daí.”

Paulo Roberto Razza Engenharia Elétrica – ênfase Telecomunicações – Turma 1984 “Não me formei na FEI. Essa é a frase que sempre martela meus pensamentos, e a única coisa de que irei me arrepender para o resto da vida. Tive a enorme oportunidade de estudar na FEI

por oito anos, e a imensa incompetência e irresponsabilidade em não concluir o curso. Posso dizer que a mágoa por não ter concluído o curso me acompanha até hoje, pois quando, em 2000, no início de meu 9º ciclo, me toquei da importância do que eu estava até então desprezando, me senti incapaz de continuar por problemas pessoais e familiares... Isso, logo quando percebi que o bem mais precioso que eu poderia ter era o meu diploma... Hoje, com 39 anos, olho para trás e vejo o quão ignorante e errado eu fui. Nunca tive a oportunidade (na verdade, a coragem) de voltar a visitar a FEI. Mas, deixo aqui meu agradecimento à Instituição que me fez enxergar o mundo diferente (apesar de eu ter demorado a entender), e me deu base cultural para ser o que sou: um pai que quer para os filhos, e luta para isso, uma formação pessoal de valores e conhecimentos para enfrentar o mundo atual. Formação essa que a FEI é capaz de transmitir. Escrevo isso após uma conversa com meu filho de 7 anos e meio que, após ouvir minha história na FEI, me disse no alto de sua experiência e inteligência para eu não ficar mais triste, pois ele fará a Faculdade de Engenharia na FEI, e que o diploma será nosso, já que eu não consegui. Não preciso dizer que chorei muito e me senti no caminho certo como pai e educador, e por isso agradeço muito à FEI. Obrigado.”

Douglas da Silva Pinto Ex-aluno – Turma 2000

Fale com a redação A equipe da revista Domínio FEI quer saber a sua opinião sobre a publicação, assim como receber sugestões e comentários. Escreva para Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, Bairro Assunção S.B.Campo - SP - CEP 09850-901, mande e-mail para redacao@fei.edu.br ou envie fax para o número (11) 4353-2901. Em virtude do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Domínio FEI agradece a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação. As matérias publicadas nesta edição poderão ser reproduzidas, total ou parcialmente, desde que citada a fonte. Solicitamos que as reproduções de matérias sejam comunicadas à redação pelo e-mail redacao@fei.edu.br.

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Centro Universitário da FEI Campus São Bernardo do Campo Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972 – Bairro Assunção São Bernardo do Campo – SP – Brasil CEP 09850-901 ­– Tel: 55 11 4353-2901 Telefax: 55 11 4109-5994 Campus São Paulo Rua Tamandaré, 688 – Liberdade São Paulo – SP – Brasil – CEP 01525-000 Telefax: 55 11 3274-5200 Presidente Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J. Reitor Prof. Dr. Fábio do Prado Vice-reitor de Ensino e Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Pavanello Vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias Profª. Drª. Rivana Basso Fabbri Marino Conselho Editorial desta edição Professores doutores Flavio Tonidandel, Alexandre Massote, Willian Francine e Camila Borelli Coordenação geral Andressa Fonseca Comunicação e Marketing da FEI Produção editorial e projeto gráfico Companhia de Imprensa Divisão Publicações Edição e coordenação de redação Adenilde Bringel (Mtb 16.649) Reportagem Adenilde Bringel, Vanessa Azevedo, Fernanda Ortiz, Rosângela Rosendo, Fabrício F. Bomfim (FEI) e Thais Valverde (estagiária) Fotos Arquivo FEI, Jésus Perlop, Cadú Coppini e Ilton Barbosa Programação visual Felipe Borges Tiragem: 17 mil exemplares

Centro Universitário da FEI Instituição associada à ABRUC

www.fei.edu.br


sumário

16 ENTREVISTA O engenheiro de produção mecânica Rogelio Golfarb, vice-presidente de Assuntos Corporativos da Ford para a América do Sul, aborda o mercado, os desafios e a diversidade da carreira

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DEstaques

FEI organiza simpósio internacional de biomecânica Mesa-redonda discute o futuro do curso de Administração Engenharia Elétrica inaugura Ramo Estudantil do IEEE Trabalho em Rede é tema da Semana da Qualidade Turma de formandos de 1969 se encontra na FEI Docente há 51 anos recebe título de Professor Emérito Recruta FEI reúne empresas e estudantes no campus SBC

srebrina/istockphoto.com

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matéria de Capa

Pesquisadores do Centro Universitário avaliam fibra de carbono em nãotecidos para isolamento térmico e analisam reciclagem de polímeros

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DESTAQUE JOVEM Engenheira de produção formada em 1998 assume diretoria de Marketing de tintas decorativas da Suvinil

GESTÃO & INOVAÇÃO

Estudo mostra importância da inovação para a busca constante da competitividade

ARQUIVO O esporte une os alunos da FEI e incorpora valores na formação desde a fundação da Associação Atlética, em 1955

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PÓS-GRADUAÇÃO

Curso de especialização em Sistemas Elétricos de Energia visa ampliar conhecimentos de engenheiros

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Bolsas de estudos transformam a vida e ampliam os sonhos de alunos e colaboradores da FEI

40 Mestrado Seções 41 Agenda 42 Artigo julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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destaques

Encontro de simulação computa 14º Simpósio Internacional da área foi realizado pela primeira vez no Brasil

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primeira simulação computa­ cional utilizada para compreen­ der o movimento feito pelo cor­ po humano ao caminhar, utilizando um modelo biomecânico detalhado, foi rea­ lizada em 2001, no Estado do Texas, nos Estados Unidos. A simulação foi realizada com o auxílio de um supercomputador e teve a duração de um mês. No entanto, se o mesmo processo tivesse sido realizado com o uso de um único processador, o tempo gasto para finalizar o cálculo se­ ria de aproximadamente 10 mil horas, período superior a 14 meses. Apesar de esta experiência ter sido relativamente recente, a modelagem computacional é

mais antiga e data da década de 1980, período em que começou a ser explorada pela biomecânica. Desde então, muitos avanços já foram feitos na área, com a melhoria nos algoritmos numéricos e aumento substancial na capacidade de processamento. Há 26 anos, os profissionais que uti­ lizam a modelagem computacional para estudar o corpo humano participam do Simpósio Internacional de Simulação Computacional em Biomecânica, evento bienal que tem por objetivo promover a troca de informações entre os pesqui­ sadores da área. Em 2013, foi realizada a 14ª edição do encontro, a primeira delas no Brasil. Com organização do professor doutor Marko Ackermann, do Departamento de Engenharia Mecânica da FEI, e do professor doutor Mark King, da Universidade de Loughborough, do Reino Unido, a reunião antecedeu o 24º Congresso Internacional em Biomecâ­ nica, o mais importante evento sobre o

assunto no mundo, também sediado pela primeira vez no País. Realizado em Natal, no Rio Grande do Norte, entre os dias 1 e 3 de agosto, o simpósio trouxe ao Brasil 65 parti­ cipantes de 15 países, como Austrália, Bélgica, Canadá, Cingapura, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Itália e Japão, entre outros. Ao todo, 36 pesquisadores apresentaram trabalhos em simulação computacional em biomecânica, sen­ do seis deles brasileiros. “É de grande importância para o Brasil receber esse evento. A comunidade de biomecânica vem crescendo muito no País, especial­ mente nas duas últimas décadas”, destaca o professor doutor Marko Ackermann. Durante os três dias de evento, os pesquisadores trocaram informações sobre métodos de simulação, modelos biomecânicos, softwares, hardwares e suas aplicações. Multidisciplinares, os resumos trataram de assuntos diversos, como locomoção, esportes e estudos de

Apresentações envolveram pesquisas que buscam melhorias de Entre os trabalhos apresentados no simpósio está o do professor doutor Marko Ackermann, em coautoria com o ex-aluno de mestrado em Engenharia Mecânica Bruno Augusto Taissun. O docente desenvolveu um estudo sobre o ciclo completo da marcha humana com muletas e o projeto foi complementado com a dissertação ‘Modelagem e simulações da marcha tipo pendular com muletas convencionais e elásticas’, desenvolvida por Bruno Taissun em 2012. A marcha humana com muletas é composta por quatro fases: balanço, apoio e duas etapas de duplo apoio. O projeto apresentado no simpósio internacional contempla a simulação computacional das fases de balanço e apoio e a verificação de algumas características das muletas no padrão de locomoção. Para tanto, foi proposto um modelo matemático do sistema de locomoção com muletas nessas fases. “Para gerar simulações de movimento é necessário resolver um problema de ‘controle ótimo’. Neste caso, foi utilizado o custo energético a fim de que a pessoa se desloque com o uso mínimo de energia. Trata-se de uma etapa para a investigação de novos conceitos para os dispositivos”, explica o professor. A resolução do problema foi feita com o uso de um

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software específico, tecnologia disponível na FEI. O docente explica que o uso excessivo de muletas pode gerar trombose e paralisia, além de ocasionar dor e desconforto ao usuário. Uma dupla de pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura apresentou uma pesquisa que, com o auxílio de um software de elementos finitos, analisou as tensões e deformações do colo do fêmur para avaliar a eficácia de medicações inibidoras de reabsorção óssea em mulheres com mais de 50 anos que receberam diagnóstico de osteoporose entre os anos de 2008 e 2010. O projeto usou exames de tomografia computadorizada realizados pelas pacientes no período para verificação do efeito das medicações. Por meio das avaliações médicas, os pesquisadores criaram simulações computacionais para retratar a reação do osso ao medicamento. Aproximadamente 75% das fraturas de quadril após os 50 anos de idade são registradas em mulheres com diagnóstico de osteoporose. Nesta faixa etária, uma em cada três mulheres apresenta fratura relacionada à doença, que causa perda de massa e enfraquecimento dos ossos, de acordo com dados da Fundação Internacional da Osteoporose (FIO) e da Sociedade Brasileira de Osteoporose (Sobrao).


caso, com foco no desenvolvimento de métodos computacionais para a simulação do movimento humano. Os pesquisadores também realiza­ ram demonstrações dos programas utilizados no desenvolvimento de suas pesquisas. Para realizar o simpósio, os or­ ga­nizadores receberam o suporte do Centro Universitário da FEI, que co­laborou com o planejamento das atividades científicas, sociais e de di­ vulgação. “O encontro foi muito bem organizado e isso é mérito da FEI, que teve participação muito impor­ tante no simpósio”, afirma o docente Marko Ackermann. A oportunidade de envolvimento na organização da reunião reforçou a importância dos projetos científicos dentro do Centro Universitário e contribuiu para a consolidação da FEI como Instituição de excelência também no desenvolvi­ mento de pesquisas na área.

Fotos: Rodolpho Paparazzi

cional do movimento humano

Professor doutor Marko Ackermann (2º à esquerda) e alguns dos pesquisadores que participaram do encontro

locomoção e saúde

A pesquisadora Vera Bulsink, da Holanda, é uma das envolvidas no projeto das bicicletas

idosos e o exercício de pedalar Apesar do forte apelo sustentável, as bicicletas podem representar perigo para indivíduos com mais de 65 anos de idade, pois a redução da velocidade, comum aos grupos mais velhos, pode ocasionar a perda de estabilidade e elevar o índice de quedas. Com o objetivo de compreender o uso do veículo por pessoas nesta faixa etária, um grupo de pesquisadores da Universidade de Twente, na Holanda, apresentou um modelo computacional para estudar o comportamento da população idosa em situações de risco durante o exercício de pedalar. A pesquisa é parte de um projeto que tem como propósito melhorar a mobilidade dos idosos ao andar de bicicleta. Principal meio de transporte na Holanda, as bicicletas representam 26% do movimento de tráfego naquele país. Ao todo, 40% da população utiliza os veículos de duas rodas diariamente para chegar aos seus compromissos, segundo a Dutch Cycling Embassy, instituto que promove o uso da bicicleta na Europa.

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destaques

Competências e habilidades do Especialistas avaliam necessidades de mudanças na formação da área

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resolução número 4 da Câmara de Educação Supe­ rior do Conselho Nacional de Educação (CNE), datada de 13 de julho de 2005, menciona as competências e habilidades que o egresso dos cursos de Administração deve ter, a partir de uma formação integral baseada na capacidade e na aptidão para compreender as dife­ rentes questões da área, assim como as novidades globais. Oito anos depois da publicação da normativa, educadores e profissionais da área discutem como as instituições de ensino podem melhorar a capacitação dos futuros administradores frente às novas demandas globais. O Centro Universitário da FEI, que foi a primeira Instituição a criar um curso superior de Administração no Brasil, em 1941 – a Escola Superior de Administração de Negócios (ESAN) – já trabalha para desenvolver um novo Pla­ no Pedagógico de Curso (PPC) baseado na formação por competências. “Com­ petência é conhecimento (saber), habili­ dades (saber fazer) e atitude (saber ser). Quando formamos profissionais por competência damos a eles a oportunida­ de de conhecer sobre o assunto, ter mais habilidades e atitude para desempenhar uma determinada atividade”, resume o professor doutor Hong Y. Ching, chefe do Departamento de Administração do campus São Bernardo do Campo da FEI. A principal diferença entre a forma­ ção por conhecimento e a formação por competências é a mudança de modelo de ensino para modelo de aprendizagem,

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Da esq.: Os convidados Mauro Kreuz, Sandra Cabral, Roger Trimer, Hamilton Correia e Silvio

no qual o docente adota metodologias ativas de aprendizagem e o aluno atua como protagonista em sala de aula. No modelo que a maioria dos cursos adota, de todas as áreas, o ensino é baseado em conhecimento compartimentado, em que cada compartimento é uma disciplina. “Na Administração da FEI, pretendemos que os componentes curriculares tenham como referência as competências para as quais servem. Isso será uma grande mudança no curso da Instituição”, adianta o professor. Para ampliar a discussão sobre o tema, o Departamento de Administra­ ção da FEI organizou, em agosto, uma mesa-­redonda com especialistas na área. Segundo o professor Hong Ching, que organizou o encontro, esse debate coloca a Instituição à frente na discussão sobre a formação de administradores e demonstra a preocupação em formar profissionais cada vez mais alinhados

com as necessidades do mercado. O rei­ tor do Centro Universitário, professor doutor Fábio do Prado, enfatiza que é fundamental participar ativamente dos processos de revitalização dos cursos de graduação. “A FEI abre o diálogo de peito aberto para ouvir o que é possível fazer para formar administradores cada vez melhores”, ressalta. Visão sistêmica Na opinião do vice-presidente acadê­ mico do Conselho Regional de Adminis­ tração (CRA), Hamilton Correia, a grande vantagem dos cursos de Administração é formar especialistas e não generalistas, mas é fundamental trabalhar o conheci­ mento, as habilidades e as atitudes nos jovens. “Se o jovem quer algo, precisa pensar nas competências que tem e se algumas têm relação com suas atitudes e comportamentos”, acentua. Com isso, os estudantes serão levados a pensar nas


prof issional de Administração Mudanças necessárias

Minciotti e o professor doutor Hong Y. Ching

competências que possuem e naquelas que precisam desenvolver para chegarem onde desejam. O professor doutor Silvio Minciotti, ex-reitor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul e ex-professor da ESAN, concorda com as opiniões e acrescenta que é preciso que as instituições de ensino reconheçam as limitações dos próprios es­ tudantes. O educador acredita que, na busca pelo todo, a universidade acaba deixando de dar mais atenção para aqueles que, efetivamente, apresentam potencial para se tornarem bons administradores. Para estes, o docente sugere que poderiam ser de­ senvolvidas atividades acadêmicas complementares que permitam trabalhar melhor suas competências. “É uma tarefa para todos. Quando o aluno é o sujeito do processo tem de assumir o seu papel. As mudanças serão boas, mas o estudante vai ter de aderir e querer mudar também”, enfatiza. A primeira tarefa a ser superada pelos estudantes será conhecerem-se bem e identificarem suas com­ petências pessoais. A partir daí, poderão organizar seu projeto de vida e, particularmente, seu projeto de formação acadêmica.

Para o presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), professor Mauro Kreuz, é fundamental avaliar como formar novos administradores para atuar em um mercado imerso em complexidades. “Para um ambiente complexo é necessário ensinar baseado na ciência, na inovação e na interdisciplinaridade”, defende. Segundo o representante, o questionamento pilar deve ser respondido pelos professores do curso, pois são estes que podem informar se estão preparando profissionais com essas competências. Em 2011, por meio de pesquisa que envolveu estudantes de Administração de várias partes do Brasil, a entidade identificou que 62,2%, na época, buscava o curso para melhorar no trabalho, en­quanto apenas 28,6% optava pela aptidão. Esse resultado dá uma diretriz importante para as instituições de ensino, pois sinaliza que o curso deve estar ainda mais voltado ao mercado de trabalho. “A pergunta é se o mercado, o profissional e a academia­estão falando a mesma linguagem”, questiona o professor Mauro Kreuz. A diretora de Desenvolvimento da Cia de Talentos, empresa especializada na colocação de trainees e estagiários no mercado de trabalho, Sandra Cabral, destaca que todo o processo de mudanças e transformações visto no mundo nas últimas décadas impactaram diretamente na forma de as pessoas se relacionarem e de as empresas fazerem negócios. No contexto organizacional, as mudanças ocasionaram a revisita às relações, principalmente na forma de se relacionarem líderes e liderados e, por consequência, no perfil do profissional que as empresas buscam. Em pesquisa realizada pela Cia de Talentos com jovens de diferentes universidades, 54% dos entrevistados afirmaram que gostariam de ter mais contato com os profissionais de mercado, receber mais orientações de carreira e ter mais informações sobre empreendedorismo. “Competência em recursos humanos é qualquer motivo, atitude ou comportamento para o desempenho da função. No trabalho, temos de focar o que há de melhor; na escola, cabe ao educador ajudar o estudante a descobrir suas potencialidades e habilidades e reforçá-las”, acredita Sandra Cabral. A especialista reforça, ainda, que fazer diferente exige uma mudança no modelo da universidade, do docente e do aluno, que deve ser tratado como um ser mais integrado e holístico. O professor Mauro Kreuz acrescenta que os cursos de Administração precisam preparar os alunos para enfrentarem todas as situações profissionais, das mais simples às mais complexas, e trabalhar melhor o ‘saber ser e saber fazer’. “A palavra-chave na educação é eficácia e os docentes precisam avaliar de que maneira os alunos estão sendo preparados para o mercado”, reforça o diretor editorial da Pearson, editora especializada em publicações didáticas, Roger Trimer, ao lembrar que o desafio dos editores é oferecer conteúdos complementares aos docentes, municiando com outras ferramentas de apoio além das ferramentas básicas do conhecimento.

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destaques

Muito mais conhecimento para todos os estudantes Engenharia Elétrica inaugura Ramo Estudantil do IEEE

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proposta dos Ramos Estudan­ tis do Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), a maior sociedade profissional e técnica do mundo dedicada ao avanço da teoria e prática da Engenharia nos campos da eletricidade, eletrônica e computação, é expandir conhecimentos, integrar os estudantes, contribuir com a formação e ir muito além da teoria. Criados para dar oportunidades aos universitários de pro­ moverem atividades sociais e científicas, os ramos estudantis estão em mais de 900 universidades e faculdades ao redor do mundo. No dia 30 agosto, foi a vez de o Departamento de Engenharia Elétrica da FEI oficializar a inauguração de seu ramo estudantil, oferecendo aos alunos a opor­ tunidade de desenvolver e participar de atividades técnicas e educacionais, como cursos extracurriculares, eventos, semi­ nários, palestras com profissionais do mundo inteiro, competições acadêmicas e encontros nacionais e internacionais. O Ramo Estudantil da FEI tem como primeiro presidente o aluno de doutora­do em Engenharia Elétrica Genaro Mariniel­ lo, que é associado ao IEEE e assumiu a posição voluntária através de votação en­ tre os alunos que assinaram a petição para criação do ramo. O vice-reitor de Ensino e Pesquisa, professor doutor Marcelo An­ tonio Pavanello, atuará como orientador, e a professora doutora Michelly de Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica, será a conselheira do ramo. Ambos os do­ centes são membros do IEEE. “Seremos os

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orientadores, mas são os alunos que irão atuar e discutir os temas que são mais interessantes para organizar os eventos e cursos”, explica a docente. Alunos de pós-graduação da FEI tam­ bém demonstraram interesse na forma­ ção de um Capítulo de EDS (Electron Devices Society), que é uma subseção dentro do Ramo Estudantil destinada a desenvolver atividades voltadas a áreas de estudo específicas da Engenharia Elétrica e Eletrônica. No caso da FEI, a área de interesse é a de dispositivos eletrônicos integrados. Para criar um capítulo basta reunir um grupo mínimo de 12 alunos associados a uma mesma sociedade do IEEE e fazer uma petição. “É muito importante ter um capítulo sobre dispo­ sitivos eletrônicos, pois é uma área que está em crescente evolução. O capítulo pode despertar o interesse de alunos de graduação que, depois de formados, têm a opção de fazer mestrado ou doutorado na área, como eu escolhi fazer na FEI”, ressalta Genaro Mariniello. Apesar de a iniciativa ter sido dos estudantes de pós-­graduação, o foco será

envolver também os alunos de graduação no capítulo. “Queremos mostrar aos gra­ duandos as inúmeras possibilidades que existem quando se faz parte de um ramo do IEEE. As atividades, além de comple­ mentar a graduação, auxiliam na criação de um networking fundamental para os novos profissionais”, afirma o presidente do Ramo Estudantil da FEI. O mestre em Engenharia lembra que o mercado procura profissionais com boa base teórica, mas se destaca aquele que interage com o mundo. ABERTURA Na abertura do Capítulo no Centro Universitário da FEI, o presidente da Se­ ção Sul Brasil do IEEE, professor doutor Edson S. Gomi, apresentou um pouco sobre a história e os objetivos do IEEE. Além disso, dois pesquisadores interna­ cionais, o professor doutor Cor Claeys e o doutor Eddy Simoen, ambos do Interuni­ versity Microelectronics Cen­tre (IMEC), na Bélgica, ministraram palestras sobre os avanços e as tendências nas pesquisas em micro e nanoeletrônica, assunto de interesse do Capítulo Estudantil da EDS.

Da esq.: O vice-reitor Marcelo Antonio Pavanello (1º) e a professora doutora Michelly de Souza com os convidados da abertura do Capítulo no Centro Universitário


Trabalho em rede na educação Tema foi destaque na Semana da Qualidade realizada no campus São Bernardo do Campo

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iante das enormes demandas que envolvem a humanidade nestes tempos de globaliza­ ção, o trabalho em rede passa a ter uma característica fundamental para as em­ presas, os governos e as instituições de ensino. No âmbito da educação superior, a necessidade de trabalhar em conjunto com outras instituições e organizações torna-se fundamental para garantir uma formação mais aprofundada dos alunos e, também, para ir além na busca do conhe­ cimento nas diferentes áreas. Diante da importância das ações em rede, o Centro Universitário da FEI discutiu o tema ‘O trabalho em rede: uma sinergia de competências’ na Semana da Qualidade no Ensino, na Pesquisa e Extensão, em agosto, na abertura do período letivo do segundo semestre deste ano. A FEI já faz parte da Rede de Pesquisa do Grande ABC, que reúne sete grandes universidades para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas. Além disso, por meio de parcerias com várias empresas, produz conhecimento e amplia as possi­

bilidades de aprendizado de seus alunos. “A FEI estimula a participação em rede, porque não basta ser competente no seu ambiente. É preciso haver reciprocidade de ações entre instituições congêneres”, afirma o presidente da Fundação Educa­ cional Inaciana Padre Saboia de Medeiros (FEI), Padre Theodoro Peters, S. J.. Um dos convidados da Semana da Qualidade, o engenheiro eletricista Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), afirma que a entidade vê com muito interesse a intensificação da presença da FEI em busca de subsídios para as pesquisas, o que significa que a Instituição está cada vez mais voltada à geração do conhecimento. A FEI ocupa o quarto lugar entre as insti­ tuições de ensino privado do Estado de São Paulo que utilizam recursos da FAPESP para pesquisas, especialmente na área da Engenharia. No ano passado, 32 pesquisadores da FEI tiveram seus projetos de pesquisa aprovados pela entidade, com taxa de su­ cesso global de 60%, similar ao índice geral da FAPESP. De 2008 a 2012, a FEI utilizou verbas da entidade para participação em 55 congressos e simpósios científicos no exterior, 10 bolsas de mestrado e oito au­ xílios para pesquisas regulares. O diretor ressalta que a Instituição também tem

grandes oportunidades de interagir com universidades no exterior, com boas op­ ções na Inglaterra, Canadá, França, Esta­ dos Unidos e Japão. “A verba da FAPESP atende todas as áreas do conhecimento humano. No caso da FEI, há muito espaço para avançar”, ressalta. O orçamento total da entidade, que recebe 1% de todo o Im­ posto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado de São Paulo, passou de R$ 1 bilhão em 2012. Humanismo O Padre Fernando Montes, reitor da Universidade Alberto Hurtado, no Chile, que também participou da Semana da Qualidade da FEI, ressaltou que os jesuí­ tas conseguiram desenvolver a primeira globalização da história, ao percorrer o mundo levando o conhecimento e a cul­ tura humanista. “Na universidade, temos de ter a lucidez de transmitir a cultura e os valores aos nossos alunos. E a cultura é também a alegria e a capacidade de ser uma pessoa boa e voltada a toda a socie­ dade”, ressalta. O educador acredita que as instituições de ensino jesuítas – como a FEI – devem estar conectadas, especial­ mente na América Latina, para capacitar os alunos de forma que sejam capazes de trabalhar em conjunto para melhorar a vida da sociedade, apesar das diferenças culturais, sociais e de idiomas. julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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destaques

Quatro décadas de histórias Em animada confraternização, turma de engenheiros graduados em 1969 retorna ao campus da FEI

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ispostos a recordar as histórias e os bons mo­ mentos compartilhados na antiga Faculdade de Engenharia Industrial (hoje Centro Universitário da FEI), na década de 1960, um grupo de engenheiros formados em 1969 se reuniu no campus São Bernardo do Campo, dia 8 de setembro, para uma confraternização. O encontro reuniu 22 ex-alunos dos cursos de Engenharia Mecânica Industrial, Engenharia Química e Engenharia Elétrica, além de algumas esposas. A turma de 1969 foi a primeira a ter aulas no campus São Bernardo do Campo e a primeira aula foi realizada em 13 de março de 1965. Antes disso, os cursos eram ministrados no prédio do bairro da Liberdade, em São Paulo. A primeira visita ao campus, desde a formatura, trouxe boas recordações e a surpresa pelo crescimento da Instituição. Após um passeio pelas instalações da FEI, o organizador do encontro, Vilien Soares, ficou surpreso com as transformações promovi­ das no local. Segundo o engenheiro, o espaço está mais bonito e arborizado e as salas de aula e laboratórios muito modernos e atualizados. “Tínhamos aula de topografia no local onde agora

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é o campo de futebol”, compara o engenheiro mecânico Flávio Aragão dos Santos. Apesar de não terem voltado à FEI desde a formatura, os laços de amizade da turma perduram há 44 anos. O engenheiro Mário Loberto Filho, presidente da comissão de formatura de 1969, enfatiza que o grupo permaneceu unido porque a FEI estimulava esse tipo de amizade, que se estendeu aos familiares de cada um deles. “Todos os anos promovemos um grande encontro e, desta vez, nos reunimos na FEI para matar as saudades dos tempos da faculdade”, completa o engenheiro mecânico Marcílio Sabino dos Santos. Casa do Feiano Com a vinda da FEI para São Bernardo do Campo, em 1965, os estudantes resolveram criar a Fundação Casa do Feiano. Localizado na rua Jurubatuba, região central do município, o espaço foi planejado para receber os alunos que vinham de outras cidades somente para estudar na FEI. A Casa do Feia­ no era um local para estudos e desenvolvimento dos projetos acadêmicos, mas também servia como área de convivência, uma vez que o campus só tinha um prédio com salas de aulas. “Todos os sábados realizávamos um baile para aproximação com a juventude local, além das ‘Feistinhas’, que sempre fo­ ram muito disputadas”, acrescenta Flávio Aragão dos Santos, primeiro presidente da Fundação.


Ao centro, o professor Álvaro Puga Paz com o reitor da FEI, professor doutor Fábio do Prado, a vice-reitora Rivana Marino e professores da Instituição

Vida dedicada ao ensino FEI concede título de Professor Emérito para docente há 51 anos na Instituição

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as instalações precárias da dé­ cada de 1960 à transformação­ em Centro Universitário reco­ nhecido e respeitado pela formação de mais de 50 mil alunos. Ao longo dos últimos 51 anos, o professor Álvaro Puga Paz vivenciou inúmeras transformações na FEI e ajudou a formar milhares de profissionais. As mais de cinco décadas dedicadas à educação de jovens cheios de ideais e ao aprendizado da Matemáti­ ca­­ foram o motivo de o docente ter recebido, dia 4 de setembro, o título de Professor Emérito concedido pelo Centro Universitário da FEI. Professor titular do Departamento de Matemática dos cursos de Engenharia, Álvaro Puga Paz começou sua trajetória profissional na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) e, em setembro de 1962, aceitou o convite do professor Luiz Mauro Rocha para assumir as aulas de Cálculo Diferen­ cial­ Integral na antiga Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). “Cheguei em um período meio conturbado, após uma greve de alunos que gerou a saída de­muitos professores, e logo de início

assumi 12 aulas. Apesar das dificuldades, acreditei no potencial da Instituição, que nascia para atender a uma demanda das empresas que se instalavam na região. Confesso que em nenhum momento tive dúvidas e sabia que tinha feito a melhor escolha”, assegura o docente. Anos mais tarde, o professor assumiu as aulas de Cálculo Numérico, disciplina que passou a ser obrigatória no currí­ culo e da qual é coordenador até hoje. “Como é uma disciplina presente nos primeiros ciclos de Engenharia, posso dizer que a maioria dos alunos que aqui estudaram, em algum momento, tiveram contato comigo”, orgulha-se. Saudoso, o docente lembra que muitas mudanças aconteceram­nesses 51 anos, mas o que nunca se alterou foi sua relação com os alunos, que sempre foi a melhor possível, com respeito, cumplicidade e amizade. Campeão em receber convites para ser paraninfo nas formaturas, o docente fica lisonjeado com o carinho de profissionais que se formaram há 20, 30, 40 anos e que, vez ou outra, cruzam seu caminho. “Acho que esse é o maior reconhecimen­ to: ser parado na rua por um ex-aluno que, às vezes, nem lembro o nome, e que agradece pelas aulas, pelos conselhos ou simplesmente por eu ter feito parte da sua história. É gratificante”, enaltece. O professor acrescenta que também aprendeu muito com os estudantes, com a juventude de cada um, com a fome de

conhecimento, com a forma como enca­ ram o mundo e como se jogam a novos desafios, aspectos que, sem dúvida, o impulsionam a continuar lecionando. Outro fator determinante destaca­ do pelo professor Álvaro Puga Paz é o ambiente e a infraestrutura que a FEI oferece. O docente lembra que a relação com a reitoria, com os professores e demais colaboradores sempre foi muito boa. “Em todos esses anos fui respeitado e acolhido, tive excelentes condições de trabalho e autonomia para dar aulas da forma que julgava melhor, o que é essencial para o desempenho das nossas funções. Fiz grandes amigos e colecionei histórias, mas sempre com a certeza de ter feito o meu melhor”, acrescenta. Homenagem A indicação para o título de Professor Emérito foi feita em 2012 pelo professor Hélio Gomes Mathias, do Departamento de Engenharia de Materiais, e aprovada­ por unanimidade pelo Conselho de Pesquisa, Ensino e Extensão do Centro Universitário da FEI. “Indiquei o pro­ fessor Álvaro Puga por ser uma pessoa excepcional, um excelente professor, pela dedicação que sempre teve com os alunos, colegas e Instituição, pela humildade e, acima de tudo, pelo carinho e respeito que desperta em todos os que com ele convi­ vem”, afirma o docente, que fala como amigo, ex-aluno e colega de trabalho. julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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destaques

Parceria para a busca de jovens Recruta FEI promove aproximação entre estudantes e empresas

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ados da Associação Brasileira de Estágios (ABRES) indicam que, em 2011, 740 mil alunos de graduação estavam estagiando no País, apenas 10,98% do total de estudantes que cursavam o ensino superior no mesmo período. Embora muitos alunos tenham dificuldade para encontrar uma chance de conciliar a teoria e a prática fora das salas de aula, outros são disputados pelas empresas, que veem nos jovens talentos suas futuras lideranças. Para aproximar os estudantes dos cursos de Engenharia, Ciência da Computação e Administração das maiores empresas instaladas no Brasil, anualmente o Centro Universitário da FEI realiza o Recruta FEI. Para muitos estudan­ tes, a atividade é o primeiro contato com as empresas e o mercado de trabalho. Neste ano, 37 organizações participa­ ram do Recruta FEI. A feira idealizada pela empresa de consultoria Júnior FEI, forma­ da por estudantes do Centro Universitário,

possibilita aos alunos conhecerem os pro­ gramas de estágio e trainee de diferentes empresas, além de participarem de pales­ tras sobre processos de seleção e rotinas técnicas em diferentes áreas de atuação. Danilo Dimas Ramos, diretor presidente da Júnior FEI, ressalta que o objetivo é oferecer aos alunos uma oportunidade para descobrirem o mercado de trabalho para cada carreira. “Muitos estudantes não sabem em quais empresas podem estagiar. É importante que conheçam as organizações e as opções que cada uma oferece para os diferentes cursos”, opina. Aluno do 5º ciclo de Engenharia Elétri­

ca, Rodrigo Lima já está em busca de um estágio. Para o estudante, a possibilida­de­ de entrar em contato com grandes em­ presas é importante para descobrir se há convergência entre os seus valores e as cul­ turas corporativas promovidas pelas com­ panhias. “Aqui podemos saber mais sobre as organizações, entender seus métodos de trabalho e planos de carreira”, afirma. A opinião é compartilhada por Guilherme Oliveira Santos, colega de sala de Rodrigo. O jovem acredita que a aproximação com os recrutadores é importante para escla­ recer dúvidas e comparar os programas de estágio, e também para que os estudantes

Processos de seleção são concorridos

Felipe Guardia cursa Engenharia de Produção

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Bons salários e oportunidades de rápido crescimento profissional são apenas alguns dos atrativos dos programas de trainee, processos seletivos que visam a escolha e a capacitação de estudantes recém-formados. Em 2010, a Cia de Talentos recebeu, em média, 2 mil inscrições para cada vaga de trainee que gerenciou. Levantamento realizado pela consultoria nesse mesmo ano indica que o total de candidatos por programa variou de 3 mil a 49 mil. Já em fase de conclusão de curso, o estudante do 10º ciclo de Engenharia Mecânica, Márcio Freire Ghisloti, visitou o Recruta FEI

para obter mais informações sobre os programas de trainee. Por já ter sido selecionado em um concorrido processo de estágio durante a graduação, o aluno se sente mais preparado para disputar uma vaga como trainee. “Obtive não apenas a vivência profissional do estágio, mas também experiência para participar de processos de escolha longos e competitivos”, avalia. Para o aluno, o interesse das empresas em ir até o Centro Universitário reforça o histórico e a tradição da Instituição em formar bons profissionais. Felipe Guardia, do 10º ciclo de Engenharia de Produção, ressalta que um dos


talentos possam conhecer os processos de maior interesse e evitar decepções quanto às futuras contratações. Embora ainda esteja no 3º ciclo de Engenharia, Bruno Mimura foi ao Recruta FEI com objetivo de obter informações que o ajudem a decidir em qual área se espe­ cializar. “Ainda tenho dúvidas quanto ao que quero seguir. Por meio desse contato pude descobrir os mercados, as tarefas e as perspectivas profissionais envolvidas em cada carreira”, relata. Segundo o jovem, a participação de organizações renomadas na feira reforça a importância da qualidade do ensino da FEI para a rápida colocação profissional de seus alunos. A consultora Bruna Ferracini, da Cia de Talentos, empresa especializada em recrutamento e seleção de trainees, reforça que o estágio supervisionado deve aliar o conteúdo apresentado em sala de aula com as vivências pertinentes às profissões. “O estágio é uma demonstração do que é o ambiente corporativo. Por meio dele, o aluno pode se desenvolver e adquirir ex­ periência”, aponta. Com muitos benefícios, os programas de estágio e trainee estão cada vez mais atrativos para os jovens profissionais. Waldir Lúcio, gerente de Recursos Humanos da Atlas Copco Brasil,

diferenciais dos programas de trainee é o job rotation, recurso que permite aos jovens profissionais trabalharem em diferentes departamentos das empresas antes de optarem por uma área. “Em um projeto como esse é possível conhecer todos os aspectos da empresa”, acredita. O estudante acentua que os processos de seleção para recém-graduados são concorridos, porque os profissionais estão mais exigentes quanto aos seus planos de carreira. Karina Barbosa, profissional de talent acquisition do Citibank, afirma que os programas de trainee buscam perfis mais direcionados e

Os alunos Rodrigo Lima e Guilherme Oliveira Santos participaram do evento

Bruno Mimura, do 3º ciclo de Engenharia, queria mais informações sobre as áreas

lembra que o curso de graduação é a fase ideal para atrair o interesse dos jovens. “As pessoas com as melhores formações serão disputadas pelas empresas cada vez mais cedo. O investimento na carreira deve ser feito desde o início”, argumenta. Ao todo, 35% dos gerentes brasileiros da Atlas Copco ingressaram na empresa como estagiários.

que alguns cuidados devem ser toma­dos quando o estudante for convidado­para participar de uma entrevista, como o uso de roupas adequadas e a honestidade ao falar a respeito de suas competências, vivências e características pessoais. Bruna Ferracini, da Cia de Talentos, acrescenta que alguns processos seletivos, além de concorridos, podem ser demora­ dos. “Ao se inscrever em mais de um pro­ grama, o candidato deve ficar atento para administrar os prazos das fases de testes e as datas e horários das etapas presenciais”, alerta. Os meses de agosto, setembro e ou­ tubro são ideais para quem está em busca de vagas de estágio ou trainee, pois muitas organizações iniciam processos seletivos nesta época do ano para concluí-los em janeiro, quando será iniciada a atividade supervisionada.

BOAS Dicas Entre as principais exigências das empresas para contratar um estagiário ou trainee estão a boa formação e os cursos extracurriculares, como idiomas e infor­ mática. Analista administrativo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Suellen Costa sugere que o candidato pes­ quise e busque referências sobre a compa­ nhia e seus valores. A especialista lembra

as faculdades de primeira linha são muito valorizadas nesses processos, bem como a fluência em outro idioma. Visão técnica Com objetivo de oferecer uma visão mais técnica das carreiras e esclarecer dúvidas quanto aos processos de seleção para estágios e trainee, o último dia do Recruta FEI foi destinado às palestras. Ao todo, 12 apresentações foram realizadas, e dentre as mais esperadas estava a do diretor de projetos da Alstom, Eduardo Cardoso. Graduado pela FEI em Engenharia Elétrica com

ênfase em Telecomunicações, em 2001, o profissional retornou ao Centro Universitário para compartilhar um pouco de sua trajetória profissional e percepção quanto à carência de profissionais de Engenharia no mercado, principalmente na área técnica. Para o ex-aluno, o sucesso é resultado de uma combinação de fatores. “É importante ter conhecimento e atitude, saber agregar valor para a empresa e aplicar o conteúdo aprendido nas aulas”, pontua. Na multinacional francesa, atualmente, um terço dos estagiários contratados são estudantes do Centro Universitário da FEI.

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Entrevista – rogelio golfarb

Um especialista em di

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esde que iniciou a carreira em

1981, como engenheiro de Produto na Ford Motor Company Brasil, o engenheiro de produção mecânica Rogelio Golfarb, formado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), ocupou posições nas áreas de Engenharia, Finanças,­Vendas & Marketing, Planejamento Estratégico, Relações Governamentais e Comunicação. A ampla experiência em negócios internacionais, a capacidade de liderar negociações no âmbito financei­ro,­comercial e de acordos de comércio exterior com os setores privado e governa­men­tal proporcionaram ao executivo as qualidades ideais para assumir a vice-presidência de Assuntos Corporativos da Ford para a América do Sul, cargo criado recentemente pela montadora. Além disso, Rogelio Golfarb participa de inúmeros fóruns de discussão sobre a indústria automobilística e é membro do Conselho de Administração da FEI, mantenedora do Centro Universitário.

O senhor assumiu, em 2012, um cargo criado pela Ford baseado em uma mudança organizacional. Qual foi a missão que a companhia lhe atribuiu?

A América do Sul está, de maneira geral, em um momento de grandes mudanças políticas e de visão econômica, e o Brasil mudou de patamar e, hoje, é sem dúvida uma das grandes economias do mundo, influente e o quarto maior mercado automotivo mundial quando olhamos as vendas por país. Como é uma característica dos mercados emergentes e da América do Sul ter uma velocidade de mudança muito grande, era preciso ter alguém que conhecesse bem a região, que tivesse experiência local, experiência de negócios e que fosse capaz de capturar todo esse ambiente de negócio nas suas várias facetas e traduzir para algo positivo e utilizável na estratégia da companhia na América do Sul. Portanto, minha função é

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essa. Eu tenho conhecimento do que fazemos na Ford e dos desafios que temos, e sou aquele que traz essa visão do resto do mercado, do ponto de vista de governo, de comunicação, financeiro, econômico. Claro que existe uma série de outras atividades mais específicas no cargo, mas uma das grandes missões que tenho é traduzir toda essa volatilidade e mudança em algo que possa ser planejado, administrado e projetado para nossos investimentos futuros. O senhor passou por diferentes áreas na Ford. Isso tudo o qualificou para ocupar essa função tão estratégica?

Sem dúvida foi fundamental e isso foi algo claro na minha carreira. Esta era uma ansiedade que eu tinha desde que entrei na Ford e que foi se materializando aos poucos. Minha meta era realmente começar a ter essa visão multidisciplinar do negócio. Comecei na Engenharia fazendo projeto de produto, logo depois da faculdade. Depois evoluí para a área de gerenciamento e planejamento dos projetos e fui para a área de planejamento estratégico. Quando terminei este ciclo fui para vendas e marketing, depois passei um período em finanças. Assumi a Diretoria de Produtos Estratégicos para a América do Sul e trabalhei um período muito próximo da área de manufatura, produção e planejamento de manufatura. Por fim, assumi esta posição de assuntos corporativos, exatamente para completar este ciclo. Passei praticamente por todas as áreas técnicas e faltava essa visão mais política, uma visão de comunicação, imprensa, governos, economia, ou seja, trabalhei muito dentro da companhia e era hora de entender o mundo fora da Ford para compreender como esse mundo influencia e define a maneira como a companhia opera. E foi por isso que aceitei esta posição. Aqui dentro aprendi bastante e agora está na hora de entender como o resto do mundo influencia o nosso negócio.

E como é que o resto do mundo influencia os negócios da Ford?

A Ford comercializa produtos em mais de 85 países e tem uma cultura de estar no mundo. Henry Ford, pouco tempo depois de fundar a companhia, mais de um século atrás, já estava montando a operação da Argentina. Você imagina o que era a Améri­ ca­Latina há 100 anos? Pois ele começou a fazer carros nos Estados Unidos, que foram uma revolução e, cerca de 10 anos depois, já estava na Argentina. A Ford Argentina vai fazer 100 anos neste ano e, em 2014, a Ford Brasil completa 95 anos. Esta companhia tem a cultura de trabalhar em muitos países, com muitas culturas e é preciso entender a economia, os costu­ mes, os governos. É preciso conhecer para entender, compreender e criar sua visão de negócio. É impossível tocar um negócio sem entender profundamente a sociedade em que se está atuando. As empresas devem ter uma sintonia social e institucional com os países e as sociedades. Não se consegue ter sucesso operando no vácuo. Este é um diferencial da Ford?

Acho que é um dos diferenciais da Ford, porque vem da história da companhia. Quando Henry Ford resolveu fazer a Ford Motor Company, ele tinha uma visão clara: queria abrir as estradas para todos os homens. Naquela época, o carro era algo para poucos e o Henry Ford queria democratizar o automóvel. Essa era uma visão muito clara de crescer, de fortalecer a sociedade e vender os seus produtos. Hoje, o Bill Ford, tataraneto do Henry Ford e presidente do conselho da empresa, tem a visão de democratizar a tecnologia. Esta empresa nasceu com visão social e se manteve como empresa familiar, o que é raríssimo para uma corporação deste tamanho, e esses valores de família e sociais estão presentes em todos os aspectos do negócio, eu diria que até em decisões capitais de investimento.


versidade Tivemos uma prova disso recentemente na crise econômica mundial, em que as empresas norte-americanas estavam em situação dificílima e a decisão da família Ford foi de não pedir dinheiro para o governo. E isso foi uma demonstração não só para a sociedade, mas também para os funcionários. Quanto a sua formação em Engenharia colaborou para este caminho vitorioso na carreira?

Eu realmente tive na FEI uma experiência de vida. Era uma faculdade onde ficávamos o dia inteiro e, às vezes, até a noite, e onde o padrão de ensino era rigorosíssimo. Eu, que vinha da escola pública, tinha dificuldades, mas tive grandes professores com nível de exigência altíssimo e isso me ensinou uma lição de vida. Essa passagem pela FEI e esse rigor na qualidade do ensino e no próprio currículo foram muito importantes. Cursei Engenharia de Produção e tive desde matérias mais técnicas, como desenhar uma máquina nos mínimos detalhes, quanto técnicas de administração, sempre com o mesmo rigor. Essa lição de vida foi o que me deu a base para percorrer esse caminho que defini para mim, de não ter medo de novas fronteiras, de saber mais, de entender o negócio como um todo. Quando entrei em uma grande corporação queria fazer um ótimo trabalho na Engenharia. Minha meta era entender o negócio como um todo e não ter portas fechadas que eu não pudesse abrir. Isso veio muito da faculdade, porque eu tinha professores que instigavam o conhecimento de uma forma muito rigorosa, positiva. Ao descobrir que existiam muitas áreas e que todo esse processo decisório passava por muitas facetas, eu não me conformava em conhecer apenas uma delas e sempre quis fazer coisas radicalmente diferentes. Assim, entrei na Ford com 23 anos e com 25 já estava gerenciando projeto. A Ford foi seu primeiro emprego?

Sim. Quando exauri muito esse lado técnico, eu quis ir para vendas, que era um choque cultural. E, mais à frente,

“Minha meta era entender o negócio como um todo e não ter portas fechadas que eu não pudesse abrir. Isso veio muito da faculdade, porque eu tinha professores que instigavam o conhecimento de uma forma muito rigorosa, positiva... julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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Entrevista – rogelio golfarb quando saí do planejamento estratégico, que é uma área bastante técnica também, tive uma oportunidade de ser presidente da ANFAVEA (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), que é uma função altamente política, o que também é um choque. Sempre gostei de ir para o oposto daquilo que eu fazia e culpo a FEI por isso. O senhor exerce uma série de atividades, além da vice-presidência da Ford. Como é possível conciliar tudo?

A verdade é que gasto, normalmente, 70% do meu tempo na Ford e os outros 30% nas demais atividades. Eu me considero um especialista em diversidade. Não tenho conhecimento tão profundo como muitos colegas que se especializam, mas gosto de ter um horizonte bem amplo. Podemos navegar por todos os mares, mas precisamos ter uma âncora que nos dá uma garantia e essa âncora, de onde tiro o conhecimento, a capacidade de análise, a lógica da análise, a racionalidade e os objetivos vem da Engenharia. Qual é o perfil de engenheiro que interessa para a Ford?

O engenheiro moderno é aquele que tem uma base matemática muito forte e uma capacidade de comunicação. No mundo globalizado e no desenvolvimento compartilhado, que é a bola da vez, a comunicação é fundamental. Não basta ser bom, tem de conseguir contar isso para todos os públicos. A base tem de ser muito forte e o engenheiro tem de ser inovador e criativo, porque o segredo está na inovação e na criatividade. Isso é cultura e o engenheiro precisa ser treinado para isso. Acho que é esse o engenheiro que interessa à Ford. Claro que tem de ter conhecimento técnico, mas esta é a base que vai permitir que tenha todos os conhecimentos ao longo da carreira, além de querer saber mais e da vontade de conhecer, que é fundamental. A Ford quer trazer modelos globais para o Brasil. O que a companhia está fazendo para isso?

Sempre trabalhei, dentro das minhas

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“A base tem de ser muito forte e o engenheiro tem de ser inovador e criativo...” possibilidades e dos fóruns que partici­ pa­­va, para desenvolver a Engenharia local, nas negociações com o governo, nos acordos internacionais, e isso também fiz aqui dentro. A Ford Brasil tem a meta de, até 2015, ter toda a sua linha de produtos formada por plataformas globais. Aqui no Brasil, participamos ativamente desse processo de globalização de plataformas. Trazemos plataformas de fora, mas, quando são desenvolvidas, temos engenheiros brasileiros no exterior dizendo quais são as especificidades do mercado brasileiro e sul-americano para que, quando esse carro seja projetado, já incorpore essas necessidades. A outra meta é desenvolver aqui o produto global, que é o mais difícil, e acredito que somos os únicos fazendo isso realmente. Um exemplo é o EcoSport. Desenhamos e lançamos recentemente a nova geração do EcoSport e essa geração é global. Temos um desafio de custo no Brasil, por isso não podemos produzir aqui para o mundo, mas podemos projetar aqui para o mundo. O EcoSport foi totalmente desenvolvido no País e vai ser produzido na China, na Índia e na Tailândia para ser vendido em todo o mercado asiático e europeu, um dos mais exigentes do mundo, e na América Latina. O fornecimento da América Latina está sob a responsabilidade do Brasil. Aqui temos engenheiros com a responsabilidade de desenhar carros que sejam aptos a operar e satisfazer os clientes nas regiões mais diversas do mundo. Isso integra, definitiva­mente, a Ford brasileira

neste processo de troca com o resto do mundo, e mostra que temos dificuldades e temos desafios, mas a Engenharia brasileira é capaz e cria sucessos mundiais. O EcoSport é um sucesso mundial! Também acabamos de projetar o Cargo Extra Pesado, que é um produto global desenhado no Brasil em conjunto com o pessoal da Turquia. Como estão os negócios para a indústria automotiva no Brasil?

A indústria automotiva depende do crescimento da economia e a expectativa neste ano é de crescimento do PIB em rela­ ção ao ano passado, e isso traz bons ares para a indústria. Existe o desafio dos custos­ de maneira geral, o desafio das novas tecno­logias que têm de ser incorporadas por legislações – o que está absolutamente correto, mas traz mais peso e mais custos para o veículo –, e o consumidor cada vez mais consciente que quer pagar menos e ter maior valor agregado. Esse é um desafio para a indústria no mundo e o brasileiro não é diferente. Acho que as perspectivas são boas e a indústria automotiva deverá continuar crescendo por um bom período. Por que o carro no Brasil é tão caro?

Na verdade, a indústria brasileira atualmente é cara. Isso é uma questão da estrutura da indústria, que o governo está procurando atacar com o regime automo­ tivo e outras questões. Por exemplo, o automóvel tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, o custo logístico para automóveis ainda é caro, existem as dificuldades de infraestrutura, os portos, a questão das estradas, das distâncias. Tudo isso, quando combinado em um mundo altamente competitivo, nos torna caros. No entanto, somos o quarto maior mercado do mundo. Aqui, temos todo tipo de montadora fazendo todos os tipos de produto e acho que o valor do carro é mais um desafio que vamos superar. Quais são as metas da Ford para 2013?

O mercado automotivo neste ano deve crescer por volta de 4,5% e chegar a 3,9 milhões de unidades. Nossa participação


está na faixa de 10%. Temos a meta de chegar em 2015 com todos os produtos globais localizados aqui. Temos certa preocupação de falar só de crescimento, pois também é importante destacar a saúde financeira da companhia e a satisfação dos clientes. Nossa experiência no mundo indica que precisamos ter alta qualidade e alta satisfação do cliente, porque isso é um patrimônio. Entre as grandes montadoras, fomos a que menos perdeu participação no mercado nos últimos cinco anos. Temos a ambição de crescer e, por isso, estamos fazendo um grande esforço em tecnologia e em novos produtos. O senhor faz parte do Conselho de Administração da FEI. Como os executivos que o compõem podem ajudar a melhorar ainda mais a Instituição?

Existem vários aspectos de participar desse conselho. O primeiro é aquela vontade de, de alguma maneira, contribuir e retribuir para a escola que fez tanto por nós. A faculdade foi realmente importante na minha vida, foi um divisor de águas. A segunda coisa importante são as pessoas que estão lá: descobri que eu aprendia na FEI e continuo aprendendo no Conselho de Administração. Há uma diversidade de culturas, pessoas de altíssimo nível e um ambiente de potência cerebral, de gente do bem, que quer ajudar. Não posso falar sobre assuntos específicos do Conselho, mas há uma preocupação clara da administração de preservar esse grande diferencial de qualidade da FEI, de melhorar e otimizar a administração do dia a dia. Também há uma preocupação muito grande com o futuro do País, o papel dos educadores nesta sociedade que está em mudança contínua e cada vez mais rápida, e como a universidade tem de evoluir para prestar esse serviço de educar cidadãos para que estejam preparados para esses novos desafios, que a cada dia são maiores e diferentes, nessa escalada gigantesca, nessa viagem chamada ‘evolução tecnológica’ cada vez mais acelerada. Existe uma visão clara de que a FEI não pode parar e tem de evoluir, e acho que a grande busca é definir qual é

“Acho que as perspectivas são boas e a indústria automotiva deverá continuar crescendo...” o tamanho do passo e para que lado temos de dar esse passo para que a Instituição continue com essa relevância, essa eficácia, em um momento tão dinâmico em termos de tecnologia do mundo. Quais são as suas melhores lembranças do tempo da faculdade?

Tenho várias lembranças interessantes. Não faz tanto tempo assim, mas existia muito verde naquela região e, por causa da umidade, tinha muita neblina. Lembro-me de, no inverno, avistar neblina dentro da classe e, se sentássemos muito no fundo, não dava nem para enxergar o professor. Também não me esqueço de uma vez que desmontamos o carro de um amigo, pois já tínhamos bastante conhecimento em Engenharia, e ele levou bastante tempo para montá-lo. Mas, a minha grande lem-

brança são os professores. Não temos essa percepção quando estamos na faculdade, mas depois, quando entramos na vida profissional e começamos a olhar a dedicação, a preocupação que eles tinham em responder, em educar, entendemos como isso é importante. A partir disso, descobrimos que tivemos muita sorte de estudar na FEI, com professores muito dedicados em fazer os alunos crescerem, se desenvolverem, serem cidadãos conscientes e do bem. A FEI era como uma mãe; ali dentro estávamos protegidos, o mundo era bom, todo mundo focado em coisas positivas, em missões nobres... E, quando saímos, vemos que o mundo não necessariamente é assim, mas ali dentro tivemos realmente todo esse carinho e essa dedicação. Quais sãos os seus prazeres, além dos negócios e da engenharia?

Independentemente do nível, quem trabalha em grandes corporações precisa ser meio atleta: o ritmo é intenso, as informações são cada vez mais globalizadas, viajamos através dos fusos horários, temos de estar disponíveis para surpresas, mudanças e muitas atividades, e isso exige um bom condicionamento físico. Descobri que, no meu caso, o preparo físico é fundamental para ter sucesso. Tenho um programa de atividade física há muitos anos e, como bom engenheiro, procuro me educar e vou em busca da ciência para me exercitar com o que há de melhor em tecnologia. Também tenho uma preocupação com a alimentação. O pilar desse meu programa físico é correr, pois consigo correr em qualquer lugar do mundo, na rua ou na esteira. E, como fiquei ‘pai velho’ – tenho dois gêmeos de um ano –, eles complementam o meu preparo físico. Inclusive, a minha mulher disse que estou com os braços muito mais fortes, porque eles são grandes, pesam praticamente 11 quilos, e também são meu hobby. Também me divirto com essa turma da Ford, que é bastante dinâmica. Não sei qual é o preparo físico deles, mas eles não dormem, são ligadíssimos e preciso correr atrás para acompanhar esse ritmo. julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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destaque jovem

Marketing de resultados Engenheira de Produção formada em 1998 é responsável pela área no segmento de tintas decorativas da Suvinil

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Amanajé fotografia

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esde que entrou no Centro Universitário da FEI para cursar Engenharia de Produção, aos 18 anos de idade, Daniela Tavares já tinha como meta conseguir uma formação abrangente e que propiciasse visão ampla, embora com conhecimento específico que fizesse a diferença no mercado de trabalho. Na época, a jovem era bailarina e jogava handebol, mas, sempre que tinha um tempo livre viajava para aprender idiomas e participava de alguns estágios. Graças a essa dedicação, logo que se formou passou por diferentes empresas e cargos até assumir, no começo deste ano, a diretoria de Marketing da área de tintas decorativas da Suvinil, uma das empresas da multinacional alemã BASF. Aos 37 anos de idade, Daniela Tavares é responsável por todas as áreas e projetos de marketing da marca, que incluem produto, trade, estratégia, inovação e comunicação. A engenheira começou sua carreira na BASF em novembro de 2006, onde atuou na área de consultoria estratégica para desenvolvimento de mercado e inovação. Depois, passou pelo processo de integração da CIBA e foi gerente de negócios em EM (Care Chemicals) para produtos de higiene, beauty care solutions e global key accounts. Além disso, foi gerente de Planejamento Estratégico e Informação para tintas decorativas (ECD) e repintura (ECR), quando liderou as áreas de SAC, análise de performance e sistemas de informação de mercado. “Atuar na divisão de tintas decorativas é um novo desafio e certamente acrescentará muito à minha trajetória profissional”, afirma. Daniela Tavares conta que sempre quis trabalhar em empresas com equipes grandes e complexas, e também em áreas próximas ao mercado consumidor, embora use os conhecimentos da Engenharia no dia a dia, especialmente a visão sistêmica e a capacidade de levar em consideração o setor de produção. “Nunca tomo uma decisão de mercado ou comercial sem levar a fábrica ou a logística em consideração”, assegura. Durante a carreira, a executiva também atuou em empresas como Amcham, Coca-Cola/Panamco e Rhodia. Além disso, trabalhou na FIFA durante a Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2006, ambas na Alemanha. “Na mesma época, participei de uma experiência enriquecedora na ONG Kieler Tafel”, complementa. A executiva, que gosta de desafios e da complexidade do trabalho em equipe pela busca de resultados, pretende seguir atuando em diversos negócios na carreira. Para isso, aproveita os ensinamentos que adquiriu na FEI, no MBA em Marketing Estratégico e na especialização na Center of Creative Leadership, em Bruxelas. “Sempre busquei fazer o que gosto e, em todas as funções, me dediquei a aprender e entregar o melhor. Por isso, em minha trajetória sempre procurei me aproximar das pessoas e buscar resultados através da contribuição de cada um”, acrescenta, ao adiantar que, para o futuro, pretende estar à frente de mais negócios na BASF.


Mais sustentabilidade para o termoplástico Pesquisas sobre reciclagem de polímeros e plásticos biodegradáveis objetivam composições e aplicações mais nobres para a resina

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Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) estima que o brasileiro consuma, em média, 30 quilos de plástico reciclável por ano. De acordo com dados de 2010, mais de 5,9 mil toneladas do material foram utilizadas no País, índice 50% superior ao registrado há 10 anos. Estatísticas de 2011 do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) indicam que 6,5 milhões de resinas termoplásticas foram usadas no País, mas apenas 21,7% foram reaproveitadas. As 953 mil toneladas reutilizadas colocaram o Brasil atrás de Suécia (53%), Alemanha (33%), Bélgica (29,2%) e Itália (23,5%) no ranking mundial de reciclagem de plásticos.

O termoplástico já representa 20% dos resíduos domésticos e, apesar de possuir grande variedade, tem o consumo concentrado em cinco tipos: polietileno (PE), polipropileno (PP), poliestirenos (PS), policloreto de vinila (PVC) e poliésteres (PET) que, juntos, totalizam 90% do consumo nacional. O plástico é um material polimérico que pode ser dividido em termofixos e termoplásticos. Os polímeros termofixos não se fundem quando reaquecidos e, portanto, não podem ser reciclados. Já os termoplásticos não sofrem alterações em sua estrutura química durante o aquecimento, podendo ser novamente fundidos e utilizados. Com características como baixo peso, reduzidos custos de produção, elevadas resistências mecânica e química, facilidade de aditivação e possibilidade de reaproveitamento, a resina termoplástica vem sendo utilizada há anos em substituição a diferentes materiais, como aço, vidro e madeira, por exemplo. Entre os usos mais comuns estão a fabricação de sacos e sacolas, embalagens para alimentos e filmes plásticos, além de julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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pesquisa & tecnologia

A docente Adriana Martinelli Catelli de Souza orienta a pesquisa

aplicações nas indústrias automotivas e têxteis. Sinônimo de versatilidade, o plástico é antagonista quando o assunto é sustentabilidade, pois o tempo médio de decomposição das resinas termoplásticas é de 400 anos e aterrá-las corretamente é um problema. Nos lixões, o plástico representa entre 15% e 20% de volume e entre 4% e 7% da massa de resíduos. A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) estima que, em 2011, 42% dos resíduos sólidos gerados no País foram destinados em locais inadequados, como lixões e aterros não controlados. Com o objetivo de pensar em alternativas para a decomposição do plástico e para o reaproveitamento mais nobre de resinas, o Departamento de Engenharia de Materiais do Centro Universitário da FEI desenvolve pesquisas sobre reciclagem de polímeros e polímeros biodegradáveis. A linha de estudo é recente na Instituição e acompanha a crescente preocupação por soluções inteligentes e em larga escala para o problema dos compostos termoplásticos. Desenvolvidos

há três anos, os projetos contemplam os níveis de Iniciação Científica, trabalhos de conclusão de curso e dissertações de mestrado. “Existe uma demanda muito grande nessa área de estudos. No caso dos polímeros biodegradáveis, a limitação de aplicações destes materiais está diretamente ligada ao seu desempenho mecânico e ao alto custo de produção envolvido, principalmente devido ao baixo volume de produção. No Brasil, ainda é uma tecnologia cara”, argumenta a professora doutora Adriana Martinelli Catelli de Souza, do Departamento de Engenharia de Materiais. A docente é orientadora do projeto de mestrado desenvolvido pela engenheira química Ana Lúcia Perrone de Lima Freitas, que trata sobre polímeros biodegradáveis. Graduada pela FEI em 2010, Ana Lúcia Freitas retornou em 2012 para dar sequência à sua formação acadêmica. O interesse em estudar os polímeros e temas relacionados à sustentabilidade a levou a avaliar as propriedades mecânicas, térmicas e de biodegradação do composto polimérico PLA/PBAT contendo argila

Estudo analisa propriedades de polímeros biodegradáveis O PLA/PBAT é uma blenda polimérica (mistura mecânica de dois polímeros). Neste caso, os dois polímeros são biodegradáveis, o que significa que, ao serem aterrados em condições ideais, se decompõem muito mais rapidamente do que o plástico convencional (em torno de 180 dias). Estes polímeros sofrem a ação de microrganismos que convertem o carbono dos plásticos em dióxido de carbono e água em ambiente aeróbico. De origem natural, o poli(ácido lático) (PLA) é um polímero que pode ser obtido a partir da cana-de-açúcar, do amido de milho, entre outros. O PLA tem carac­terísticas similares à de polímeros advindos do petróleo, como transparência, elasticidade, rigidez, boa capacidade de moldagem e biocompatibilidade. Já o poli(butileno adipato-co-­ tereftalato) (PBAT) é um polímero sintético

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de procedência fóssil. Para realizar o projeto, Ana Lúcia Freitas trabalha com a blenda polimérica PLA/PBAT na proporção de 45% em massa de PLA e 55% em massa de PBAT. A blenda PLA/PBAT apresenta diversas aplicações industriais, entre as quais a fabricação de embalagens. A adição de argila montmorilonita tem o objetivo de reforçar esta blenda biodegradável, além de aumentar a propriedade de barreira a gases, característica muito importante para embalagens alimentícias. Durante o processamento, a blenda PLA/ PBAT pode sofrer degradação térmica. Quando a argila é incorporada à blenda PLA/PBAT, durante o processamento, a degradação térmica é intensificada, resultando na diminuição de sua massa molar e das propriedades mecânicas. “Os extensores de cadeia são elementos estruturais adi-

cionados ao polímero com a finalidade de controlar sua degradação térmica através da recuperação de sua massa molar. Neste trabalho, o extensor de cadeia utilizado foi um copolímero acrílico contendo funções epóxi”, detalha a docente. Para avaliar as propriedades do polímero, a aluna de mestrado da FEI transformou os grânulos de polímero PLA/PBAT em corpos de prova com diferentes composições. Para isso, os grãos foram colocados em uma extrusora a fim de obter mistura homogênea quando acrescentados de argila e/ou extensores de cadeia. Após esse processo, o material foi novamente transformado em pellets e, ao passar pela injetora, adquiriu as formas dos corpos de prova normatizados para os testes. “O propósito da pesquisa é avaliar, por meio dos ensaios, as propriedades do


montmorilonita e/ou extensores de cadeia. “O projeto é uma alternativa sustentável à diminuição do impacto ambiental. Trata-se da promoção de melhorias de propriedades para produção, aplicação, aterramento e decomposição do plástico”, explica a mestranda, que possui bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para o desenvolvimento da pesquisa. Reconhecimento Em setembro, um artigo sobre o projeto de mestrado desenvolvido pela estudante Ana Lúcia Freitas foi apresentado no 12º Congresso Brasileiro de Polímeros (CBPol), realizado em Florianópolis, Santa Catarina. Na ocasião, a professora doutora Adriana Martinelli Catelli de Souza, coautora do artigo, apresentou o trabalho que trata das propriedades térmicas do composto PLA/PBAT quando misturados à argila montmorilonita e/ou extensores de cadeia. O artigo teve participação da professora doutora Patrícia Schmid Calvão, também do Departamento de Engenharia de Materiais da FEI.

polímero e a influência dos extensores de cadeia e da argila na melhoria de suas qualidades. A aplicação é uma consequência do estudo, e não a sua finalidade”, afirma a engenheira. Os testes mecânicos realizados por Ana Lúcia Freitas envolveram ensaios de resistência à tração (rigidez, alongamento), de resistência à flexão e de resistência ao impacto. A aluna utilizou uma máquina universal de ensaios e um equipamento para ensaio de impacto do tipo Charpy. Para as análises térmicas foram utilizadas calorimetria diferencial de varredura (DSC) e termogravimetria (TGA), ambas feitas em equipamentos específicos com o propósito de avaliar as temperaturas de transição vítrea e de fusão, porcentagem de cristalinidade dos compostos e temperatura de degradação, respectivamente.

A engenheira química Ana Lúcia Perrone de Lima Freitas desenvolve o tema em seu mestrado

Consistência Os resultados das amostras puras, com argila e extensores de cadeia ou com apenas um dos elementos, estão sendo comparadas para avaliar ganhos ou perdas de propriedades. No entanto, algumas constatações sobre o estudo já podem ser feitas. “Os resultados são repetitivos, ou seja, consistentes, o que é bom para a pesquisa. Com a adição de argila, o processamento do polímero se torna mais fácil”, adianta a engenheira. A argila utilizada no estudo é uma montmorilonita. De origem norte-americana, o produto é modificado com sal quaternário de amônia e tem uma de suas dimensões da ordem de nanômetros. A concentração do material usada nos compostos é de 5% em massa. Outro importante teste realizado foi o da biodegradação através da análise de

perda de massa. Para executá-lo, a engenheira simulou condições de aterramento para acompanhar a decomposição de peças com diferentes composições. A mistura de areia, terra e adubo é mantida em condições normatizadas de temperatura, umidade, pH e presença de microrganismos. Semanalmente, as peças são regadas e, todos os meses, são lavadas e colocadas na estufa para posterior análise de perda de massa. Uma possível aplicação para a nova mistura seria a fabricação de filmes e embalagens de alimentos, como embutidos, margarinas e iogurtes. “São alimentos de consumo rápido, desembalados assim que saem do supermercado e cujas embalagens representam significativa parcela do plástico jogado no lixo”, argumenta a professora doutora Adriana Martinelli Catelli de Souza.

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pesquisa & tecnologia

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Estudo avalia possibilidade de reci

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O estudo para o reaproveitamento de plástico para fins industriais é uma das preocupações do Centro Universitário da FEI ao desenvolver pesquisas sobre reciclagens de polímeros. Isso porque as empresas consomem grandes quantidades do produto, podendo reabsorvê-lo em suas linhas de produção para gerar itens novos ou de mais durabilidade. O estudante do 8º ciclo de Engenharia Mecânica, Rafael Pontes­Marques, desenvolve projeto de Iniciação Científica sobre a influência da tinta na reciclagem de para-choques auto­m otivos, com orientação da professora doutora Patrícia Schmid Calvão e colabo­ração da professora doutora Adriana Martinelli Catelli de Souza. Atualmente, muitos componentes dos automóveis são feitos de materiais

poliméricos, como painéis, estofados, tapetes, acabamentos laterais e teto, entre outros. O para-choque é constituído de polipropileno (PP), polímero que possui moléculas que se atraem com intensidade formando materiais com alta resistência térmica, e EPDM, um polímero de consistência similar à borracha. “O projeto visa entender as propriedades do material do para-­choque com e sem tinta, por meio da realização de testes para, posteriormente, tentar melhorar essas propriedades com a adição de outros polímeros ou de outros elementos”, informa o estudante, que possui bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) para desenvolver a pesquisa. Normalmente, a separação do para-­ choque e da pintura é feita com solvente, procedimento considerado caro. A tinta utilizada na pintura de veículos é composta por duas partes: a solúvel é formada por solvente ou água, enquanto a sólida é composta de resina, pigmentos, cargas e aditivos. A reciclagem do para-choque é de categoria mecânica, modalidade mais realizada no Brasil, com 15% do total, de acordo

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Professora Patrícia Schmid Calvão: apoio

com a Abiquim. Para realizar o estudo, Rafael Marques separou os materiais em amostras com tinta e sem tinta. Os para-choques foram cortados com serra de fita para depois serem triturados e processados utilizando a técnica de extrusão, seguida de injeção dos materiais em corpos de prova. Algumas peças foram trituradas e diretamente injetadas. Na sequência, foram realizados testes mecânicos, como tração, dureza e flexão. Uma das dificuldades enfrentadas pelo aluno para desenvolver sua pesquisa é quanto à bibliografia sobre o tema. Nenhuma literatura que trate, com detalhes, sobre a influência da pigmentação no reaproveitamento de para-choques foi encontrada, fator que reforça o caráter inovador da investigação. “Um projeto como esse é muito importante para o aprendizado do aluno. Há o ganho de perspectiva técnica, vivência com equipamentos de laboratório e também de tomada de decisão


clagem de para-choques

Bruno de Almeida Fortunato realiza estudo com PVC

quanto aos caminhos a serem seguidos durante o desenvolvimento do projeto”, defende a orientadora da pesquisa. O projeto de Iniciação Científica ainda está em andamento e tem conclusão prevista para o primeiro semestre de 2014. Até lá, o estudante deverá executar mais avaliações mecânicas e ensaios térmicos. Como resultado parcial, o jovem pesquisador já percebeu a queda de resistência mecânica em para-­choques processados com a tinta. Reutilização de PVC Também sob supervisão da professora doutora Patrícia Calvão, Bruno de Almeida Fortunato, do 8º ciclo de Engenharia Mecânica, desenvolve o projeto de Inicia­ção Científica ‘Tratamento de resíduos industriais: reutilização de revestimentos de fio de cobre de PVC e borracha de silicone’. O aluno, que também foi contemplado com bolsa PIBIC, estuda a possibilidade de reaproveitar o PVC usado para encapar fios de cobre

Rafael Pontes Marques separou amostras com e sem tinta

de fiação elétrica na fabricação de pisos. O poli(cloreto de vinila) (PVC) utilizado na confecção de revestimento de fio de cobre possui propriedades diferentes do PVC empregado na produção de tubos hidráulicos como, por exemplo, a flexibilidade, além de conter cargas, antichama, pigmentos e plastificantes. Novamente, trata-se de um estudo para avaliar as propriedades dos materiais a fim de verificar as suas aplicações. Bruno Fortunado já realizou ensaios de tração, impacto, dureza, abrasão, fluência, deformação permanente à compressão e resiliência com o PVC puro, e agora está testando o material processado junto a diferentes quantidades de borracha. O aluno afirma que o PVC possui ótimas propriedades mecânicas e pode ser reutilizado para diversas finalidades. “Há muito interesse em reciclar o cobre e, como as pessoas não sabem o que fazer com o PVC, optam por queimá-lo. Além de destruírem um produto que pode ser reutilizado, ainda lançam poluentes,

como o ácido clorídrico, na atmosfera”, lamenta o estudante. Um dos desafios de Bruno Fortunado para executar a pesquisa também é a dificuldade em encontrar referências bibliográficas sobre o reaproveitamento de revestimento de PVC e sobre as propriedades de pisos que levam o material em sua composição. Segundo a professora Patrícia Calvão, esta dificuldade é minimizada com a infraestrutura oferecida pela FEI para as pesquisas, pois o Centro Universitário possui grande diversidade de equipamentos nos laboratórios, o que permite um estudo detalhado das propriedades físico-químicas dos materiais poliméricos. “Usamos o plástico uma única vez e o descartamos. O lixo plástico que descartamos, hoje em dia, é um material que não apenas pode ser reaproveitado, mas que contém um valor econômico que não pode ser desconsiderado. A reciclagem já existe, mas ainda não é aplicada de forma sistêmica para produtos de maior valor agregado”, argumenta a docente. julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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pesquisa & tecnologia

Engenharia têxtil volta Estudo envolvendo f ibra de carbono em nãotecidos indica vantagens

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mbora esteja fortemente relacionada ao segmento do vestuário, a indústria têxtil também está presente em áreas como saúde, construção civil e segurança, além de ter atuação crescente no mercado automobilístico. Atualmente, os materiais têxteis são usados no interior dos veículos para absorção dos ruídos do motor e do ambiente, isolamento térmico externo, amortecimento ou funções conjuntas. Um automóvel possui, hoje, pelo menos 30 componentes têxteis, o que indica que existem novas possibilidades de essa indústria ampliar a aplicação dos produ­ tos para o setor. A perspectiva ganha força a partir de conclusões otimistas de pesquisas com têxteis técnicos com alto valor agregado. Este é o caso de recente pesquisa realizada por alunos de Engenharia Têxtil do Centro Universitário da FEI, que analisaram a influência da fibra de carbono em nãotecidos de isolamento térmico para automóveis. Os resultados obtidos em

laboratório foram tão promissores que o estudo foi o único do setor aprovado para participar, em agosto, do SIMEA 2013 – XXI Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, reconhecido como o mais importante fórum de debates e articulação entre engenheiros, técnicos, representantes do governo, universidades, empresários e formadores de opinião ligados à Engenharia Automobilística. A fibra de carbono já é objeto de estudos realizados pelo Departamento de Engenharia Têxtil, o que facilitou os primeiros debates dos alunos Ana Luiza De Rosa e Yuri Fazion Gradela, do 6º e 9º ciclos, respectivamente. O objetivo do trabalho era demonstrar a influência do uso de fibras de carbono na composição de nãotecidos juntamente com poliéster, agulhados e termofixados, melhorando suas propriedades térmicas e mecânicas. Os nãotecidos são estruturas planas formadas por fibras dispostas aleatoriamente ou direcionais, consolidadas por processo térmico, mecânico ou químico. No mercado são usados como isolantes térmicos e acústicos no interior dos veículos e no compartimento do motor, conferindo mais segurança e desempenho mecânico. “A hipótese de fazer a mistura dessas fibras e melhorar a propriedade antichama do nãotecido

despertou o senso de investigação nos alunos, o que é fundamental para a pesquisa científica”, destaca a professora doutora Camilla Borelli, coordenadora do curso de Enge­nharia Têxtil da FEI que, juntamente com­a professora Márcia Zanini Carrieri, orientou o trabalho dos estudantes. Medida certa Misturas de fibras têxteis para unir comportamentos distintos em um pro­ du­to e melhorar suas propriedades, semelhantes em comprimento e título, são muito usadas atualmente. As fibras sintéticas são empregadas no mercado devido à variada disponibilidade de configurações, capacidades de durabilidade e propriedades termoplásticas. Por sua vez, as fibras de carbono – classificadas como fibras sintéticas e obtidas pela oxidação e carbonização de fibras acrílicas – possuem grande resistência térmica e de tração, com possibilidade de substituir aditivos químicos. O desafio da pesquisa na FEI era testar a ação da adição de fibras de carbono junto ao poliéster em proporções diferentes formando nãotecidos, de modo a maximizar o efeito de retardo às chamas, evitar a emissão de gases tóxicos provocados por produtos químicos e preservar as propriedades Seis amostras de nãotecido foram preparadas nos laboratórios da FEI

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da ao setor automotivo mecânicas e acústicas de cada elemento. “Resolvemos iniciar as misturas das fibras na proporção 100% poliéster até 100% carbono com intervalo de 20%”, explica o aluno Yuri Gradela. Para a aplicação da pesquisa, as seis amostras de nãotecidos – preparadas em diferentes proporções de composição – foram produzidas nos laboratórios de Engenharia Têxtil. Também foram feitos testes de alongamento do nãotecido, de ruptura e de inflamabilidade, todos com referência às normas ASTM D1230 Inflamabilidade a 45°, D6413 Inflamabilidade vertical, MVSS 302 Inflamabilidade horizontal, NBR 13041 Tração de nãotecidos método Grab e Tira. À medida que os ensaios eram aplicados, os futuros engenheiros registravam os resultados em gráficos comparativos de alongamento, carga de ruptura, velocidade de queima horizontal, distância queimada horizontal, velocidade de queima e distância queimada vertical. Com apenas 20% de carbono os resultados foram considerados ótimos, pois o nãotecido não pegou fogo. A partir daí, os pesquisadores foram variando cada vez mais a proporção de poliéster. Uma vez que o efeito retardante de chama se mostrou eficiente em duas amostras e o efeito antichama ocorreu em quatro

As professoras doutoras Márcia Zanini Carrieri e Camilla Borelli: orientadoras

amostras, os alunos resolveram identificar o intervalo com maior alteração de comportamento e produzir três novas amostras de diferentes misturas, com variação de 5%, 10% e 15% de carbono. “Foi uma surpresa, pois concluímos que, com mínimo de 5% de carbono, o material já adquire propriedade retardante”, comemoram. Na opinião dos jovens pesquisadores, a partir das propriedades antichamas do nãotecido, adquiridas com o carbono, é possível dispensar etapas do processo produtivo do material têxtil. “Hoje, o

Os estudantes envolvidos com a pesquisa, Yuri Fazion Gradela e Ana Luiza De Rosa

mercado utiliza produtos químicos para impregnar as fibras e alcançar o efeito retardante de chamas. Entretanto, com a adição de fibra de carbono podemos eliminar algumas etapas de produção, tornando o material mais viável e interessante para o mercado”, ressalta Yuri Gradela. A pesquisa também demonstrou que o material apresentou resistência a altas temperaturas e manteve sua capacidade retardante mesmo exposto a repetidas exposições, porque não sofreu alteração independentemente do tempo de exposição às chamas.

SIMEA 2013 Para as orientadoras da pesquisa, a indicação do trabalho no SIMEA 2013 representou o passo inicial de novas possibilidades de estudo da Engenharia Têxtil para o mercado automotivo. “É a primeira vez que participamos do evento e temos a chance de mostrar o enorme potencial da indústria têxtil na interface com o setor automotivo”, destaca a professora Camilla Borelli. A docente Márcia Carrieri acrescenta que é importante dar continuidade às análises, fazer levantamentos de custos e comparações para verificar outras vantagens das aplicações têxteis. O SIMEA, promovido há 29 anos pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), foi realizado nos dias 22 e 23 de agosto, em São Paulo, com o tema ‘Inovação e Competitividade no Novo Regime Automotivo’. O encontro reuniu mais de 1,2 mil participantes.

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gestão & inovação

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Empresas inovadoras

Conceito deve envolver todos os setores, de Pesquisa & Tecnologia à Comunicação e Marketing

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fundador da Apple, Steve Jobs, afirmava que ‘as pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas.’ Ao acreditar neste princípio, o empresário criou uma das mais importantes empresas de tecnologia­ de todos os tempos e, mais do que isso, desenvolveu produtos inovadores que nenhum consumidor imaginava precisar, mas que se tornaram o sonho de consumo de milhões de pessoas ao redor do plane­ ta. O pensamento de Steve Jobs pode ajudar a resumir o conceito de inovação: criar sentido para os produtos, para que possam chegar ao mercado e ser, efetiva­

mente, desejados pelo consumidor. Histo­ ricamente relacionada à área de Pesquisa & Tecnologia (P&D), a inovação passou a ganhar mais importância nas últimas décadas e, atualmente, envolve todos os setores das empresas, com destaque para as áreas de Comunicação e Marketing, pois influencia os negócios e as decisões de compra dos consumidores. Tema emergente que permeia qua­ se todas as organizações, a inovação também tem influenciado as pesquisas acadêmicas, a exemplo do trabalho de­ senvolvido pelo professor doutor William Sampaio Francini, coordenador do curso


são mais competitivas de Administração do Centro Universi­ tário da FEI – campus São Paulo, que é o autor da pesquisa de doutorado ‘Modelos de Gestão da Inovação: Um Estudo de Casos em Empresas Brasileiras do Setor Petroquímico’. No trabalho, o professor analisou o modelo de gestão da inovação de três organizações do segmento – a Braskem, uma gigante da área, e duas pequenas transformadoras de plástico, Hausthene Poliuretanos e Prorevest Revestimentos de Poliuretanos, pertencentes, respectiva­ mente, à segunda e terceira gerações no contexto da estrutura de um polo quími­ co/petroquímico. A meta era compreen­ der quais elementos as direcionam e como ocorre o alinhamento da gestão da inova­ ção com a estratégia empresarial. “Também analisei como a adoção de inovações provoca alterações nas organizações, em particular nos resultados e no de­ sempenho, obtidos fundamentalmente em função da introdu­ ção da inovação”, ressalta. O modelo proposto buscou identificar as condições necessárias para a inovação, que possibilitam a gestão da inovação em produtos, processos e na gestão das próprias empresas, assim como seus possíveis resultados. “Enquan­to a Bras­ kem é um exemplo de processo robusto de gestão da inovação e possui, inclusive, uma vice-presidência direcionada a isso, as empresas de pequeno porte demons­ traram ter empreendedores que buscam caminhos para também inovar e sur­ preender os clientes”, resume. Em razão de não haver um setor específico voltado à inovação nestas empresas, o caminho encontrado é visitar os clientes perio­

dicamente para identificar necessidades e possibilidades de desenvolvimento de novos produtos. Com isso, as empresas conseguem manter sistematicamente um processo de geração de novos produtos. “A gestão da inovação e seu alinha­ mento com a estratégia organizacional pode representar um diferencial compe­ titivo significativo. Através de uma visão sistêmica sobre a gestão da inovação é possível que as organizações gerem benefícios e externalidades que poderão atender a diversos atores envolvidos e públicos interessados no processo, tais como colaboradores, parceiros de negó­ cios, fornecedores, usuários, clientes e agências do governo”, destaca o docente. A partir dessa perspectiva, a estratégia de inovação é considerada uma abordagem central no que diz respeito à estratégia empresarial. Em tempos de globalização da infor­ mação e de concorrência acirrada, os gestores que conseguem estimular a ino­ vação em suas equipes têm conquistado melhores resultados, independentemente da área de atuação e do tamanho da em­ presa. O professor lembra que também

O professor doutor William Sampaio Francini analisou modelos de gestão

há uma forte relação entre inovação e gestão de riscos, uma vez que os em­ preendedores, ao lançar um novo produto no mercado, se expõem à avaliação dos consumidores. “Invenção é diferente de inovação. Os inovadores geralmente são líderes de mercado e podem até ocupar uma posição mais confortável do que as próprias empresas que inventaram deter­ minados produtos, pois têm a capacidade de melhorá-los e efetivamente colocá-los no mercado, com sucesso”, argumenta.

De A a Z A estratégia de inovação aberta, presente na denominada ‘quinta geração’ dos modelos de inovação, é aquela que envolve todos os segmentos de dentro e de fora das empresas, em especial parcerias externas em pesquisa, desenvolvimento e inovação de produtos e serviços, processo este que inclui aqueles setores das empresas que, aparentemente, não estão relacionados à área de inovação, como o departamento jurídico. Um exemplo de atuação deste setor para apoiar a inovação é elaborar contratos detalhados sobre os novos processos e produtos desenvolvidos com parcerias externas, facilitar o registro de patentes e, ainda, providenciar para que a confidencialidade das inovações em andamento seja resguardada. Segundo o professor William Francini, as empresas inovadoras são aquelas que têm mentalidade mais receptiva para as diversas fontes de informação e sabem como tratar essas informações com inteligência competitiva. “Um empresário inovador é aquele que sabe olhar para o mercado, combinar diferentes conhecimentos e criar soluções e novas oportunidades. Ao fazer isso de forma sistemática tende a gerar maior taxa de inovação”, destaca.

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Fotos: Arquivo FEI/AAAEI

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Atividade esportiva A Atlética incentiva alunos a participarem de torneios esportivos desde 1955

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m turbilhão de fatos marcou a década de 1950 no Brasil, mais conhecida como ‘Anos Dourados’. E não poderia ser diferente, uma vez que essa época registrou fatos políticos, científicos e mudanças socioculturais que mudariam o comportamento da sociedade para sempre. As primeiras transmissões da televisão brasileira, o lançamento do primeiro satélite ao espaço, o Sputinik I, e a expansão da indústria automobilística em São Paulo naquela época já davam os primeiros sinais de avanços futuros. Mas a atenção não se voltou apenas ao desenvolvimento socioeconômico, embalado por canções de Elvis Presley e Bossa Nova. A década foi marcada, também, pelo despertar da maior paixão dos brasileiros, o esporte, que avançou em várias direções, inclusive na área acadêmica.

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Três Copas do Mundo (1950, 1954 e 1958), início dos primeiros Jogos Pan-Americanos e dos Jogos Olímpicos. Era o começo de uma história de desafios, vitórias e consagração de grandes atletas. E foi justamente neste período, mais precisamente em 29 de março de 1955, que nove alunos da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), com sede na rua São Joaquim, em São Paulo, resolveram fundar uma sociedade civil com fins esportivos. A Associação Atlética Acadêmica Engenharia Industrial (AAAEI), idealizada pelos estudantes Luiz Roberto Sayão, José Maria Brito, Mozart Vieira, Carlos Faria, Antônio Conrado Jacinto, José Inoue, Paulo Roberto Vilela e João César Rossi, teve base no decreto federal 3.617 e foi aprovada por unanimidade em sessão presidida por Mozart Vieira. Mas era preciso estabelecer normas e, para isso, os alunos formaram uma comissão a fim de elaborar o estatuto da Associação, que representaria a FEI em competições espor-


e formação social tivas universitárias. Ficou estabelecido que a AAAEI teria o papel de organizar e realizar treinos das mais variadas modalidades, desenvolver as habilidades atléticas dos alunos e promover atividades esportivas. E, a partir da fundação da AAAEI, as equipes de esportes da FEI elevaram a Instituição ao status de potência esportiva universitária com a conquista de títulos em diversos torneios acadêmicos e mundiais. Mas não foi fácil conquistar premia­ ções, porque a sede da FEI, em São Paulo, ainda dependia de estrutura física para o esporte. O engenheiro Hideo Hama, ex-aluno do curso de Engenharia Mecânica Industrial de 1966, lembra a falta que uma quadra­ poliesportiva fazia na época. “A faculdade era dividida em duas partes – um prédio sede e o ‘Maracanã’, uma sala ampla que ficava na mesma rua, em frente de onde tínhamos aulas práticas. Embaixo do ‘Maracanã’ ficavam o Centro Acadêmico, o restaurante e uma única mesa de

O engenheiro Hideo Hama fazia parte do time

pingue-pongue, alugada, superdisputada entre os alunos”, lembra. Com o tempo, a solução encontrada para o treino de natação, polo aquático, atletismo e outras modalidades foi utilizar o espaço de clubes como o Regatas Tietê, o Clube Bragança e o Clube Esperia. julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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Primeiros destaques Ainda que a Atlética não tivesse espaço físico para treinos, nomes de peso se destacaram no esporte da FEI ao longo dos anos, como Ivo Bock, introdutor do handebol na Instituição e jogador da Seleção Brasileira na época; Dorismundo Camargo, o Dinho da Seleção Brasileira de Vôlei; e Ruy Alves Mitsubayashi, jogador de polo aquático e antigo dirigente de natação na Federação Paulista de Esportes Universitários (FPEU). “Foi uma época de aprendizado e formação pessoal”, confirma Ivo Bock, engenheiro químico da turma de 1966. Além de atleta e de ter sido diretor geral de esporte da Associação, Ivo Bock representou a FEI junto à Confederação Brasileira de Desportos Universitários e organizou os Jogos Universitários Norte-Nordeste e Sul-Sudeste, em Maceió (AL) e Niterói (RJ), respectivamente, e o 1º Campeonato Universitário de Futebol de Salão, em Porto Alegre (RS). Segundo o engenheiro, a prática esportiva complementa o ensino técnicoadministrativo do aluno de Engenharia, com benefícios à saúde e à vida acadêmica e social. Ivo Bock ressalta que o esporte é fundamental para adquirir autocontrole em situações de crise, planejar ações, trabalhar em equipe, atingir metas, ter disciplina e respeitar adversários. O engenheiro químico da turma de 1967, Clóvis Betti, primeiro diretor de voleibol da Atlética, acrescenta que o esporte imprime ao aluno características como perseverança, determinação e respeito com o próximo. “Os anos em que estive na FEI foram alguns dos melhores da minha vida e as pessoas que conheci naquele tempo são meus amigos até hoje”, enfatiza.

Os atletas de handebol que seguiram para competir

Presença co

Fotos: Arquivo pessoal de Euclides V. Soares

Os alunos que seguiram para Fortaleza na década de 1960 (acima) são amigos até hoje. Ao lado, da esq.: Euclides Valente Soares, Fúlvio Atilio Salmaso, Clovis Betti, Claudiney Fullmann, Ivo Bock e Carlos Gouveia Soares

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Conhecida pela qualidade técnica dos seus atletas, a FEI sempre esteve presente em torneios esportivos no Estado de São Paulo. Mas a Atlética também foi destaque em competições de outras localidades, como os Jogos Universitários da Associação Atlética Faculdade Ciências Econômicas de Fortaleza, em janeiro de 1964. O torneio reuniu atletas de várias modalidades da Faculdade de Economia do Ceará e da Faculdade de Engenharia Industrial. “Foi curiosa essa viagem, pois conseguimos transporte com o Departamento Nacional de Aviação, que arrumou dois aviões DC-3 para nos levar”, recorda o engenheiro elétrico Euclides Valente Soares, da turma de 1966, que foi presidente da Atlética em 1963. Na ocasião, os feianos foram os responsáveis por introduzir o handebol em Fortaleza. “Um antigo colega, o engenheiro mecânico Ken Yamazato, estudava pequenos


em Fortaleza, em 1964

Os jovens saíram do Rio de Janeiro em dois aviões DC-3 do Departamento Nacional de Aviação

nstante em torneios esportivos

Euclides Valente Soares com as memórias daquela época

foguetes. Daí, resolvemos marcar uma apresentação na praia, que ficou lotada de pessoas e da imprensa local. Ficamos famosos, especialmente por cauda do Ken, porque ninguém jamais tinha visto um oriental em Fortaleza”, brinca o engenheiro. Em 1979, 18 atletas do futebol da

O professor de Educação Física Paulo Pellogia é responsável pela área

Atlética da FEI passaram 40 dias na Europa para um torneio e visitaram França, Áustria, Suíça, Alemanha e Dinamarca. Os jovens foram acompanhados pelo então diretor de futebol, o aluno Evaldo Moral Viscoco, e pelo professor de Educação Física da FEI, Paulo Peloggia, que está à

frente da área na Instituição desde 1973. Como não havia patrocínio, os atletas organizaram uma rifa para levantar dinheiro para as passagens de avião. “Os atletas treinaram por dois meses sem parar. Voltamos após sete partidas com sete vitórias”, orgulha-se o professor. julho a setembro DE 2013 | Domínio fei

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Bom desempenho nos torneios Devido à dedicação e ao êxito obtido nos esportes, muitos alunos tornam-se referência para os colegas do Centro Universitário da FEI. Esse é o caso de Lucas Filipe Arronque, do 6º ciclo de Enge­ nharia Civil, nadador desde os 2 anos de idade, mas que começou a praticar natação de alto rendimento a partir dos 8 anos. Quando entrou na faculdade e se apresentou como nadador, o estudante deu as primeiras braçadas na piscina e foi admitido na Atlética, onde também se tornou monitor de natação. O jovem é campeão sul-americano de natação e foi campeão pela FEI em 2011 e 2012 em todos os estilos da modalidade, tanto no torneio Engenharíadas quanto nos jogos internos da FEI, o Jodesp. “Se hoje tenho responsabilidade e maturidade para tomar decisões devo ao esporte e ao incentivo que sempre tive dos meus pais e, agora, da faculdade”, ressalta.

O engenheiro mecânico e judoca Carlos Alberto Pacheco, mais conhecido como Fuscão, compartilha a opinião. Campeão sul-americano em 1977, pan-americano em 1976 e 1979, e vice-campeão do Torneio de Paris em 1978, Fuscão lembra que o esporte foi o maior responsável por melhorar a sua autoestima e o fazer acreditar que tudo é possível se houver perseverança e dedicação. “Sempre fui batalhador, mas minha autoestima era baixa. Quando comecei a ganhar campeonatos percebi que, se eu era bom no esporte, também poderia me sair bem na escola”, reforça o judoca da turma de 1975. Carlos Alberto Pacheco foi monitor da modalidade e competiu pela Atlética por quatro anos, fato que estabeleceu uma rotina intensa ao ex-aluno. “Só tenho a agradecer à FEI pelo apoio e tolerância em entender meu caso. No último ano de faculdade ganhei a eliminatória do Mundial de Paris, o que

A mestranda Louise Fernanda Rodrigues Oliveira é atleta de handebol da equipe FEI

Infraestrutura disponível inclusive para

O atual presidente da Atlética, Luiz Henrique de Araújo Lellis

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A prática de esportes sempre integrou a grade das aulas de Educação Física na FEI. Até 1995, o cumprimento da disciplina era obrigatório nos primeiro e segundo ciclos dos cursos de graduação. Com a homologação do parecer nº 376/97, a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) desobrigou as instituições de ensino superior da competência de decidirem sobre a

oferta ou não da disciplina em seus cursos. Atualmente, o graduando do 1º ciclo de Engenharia diurno da FEI tem a opção de escolher, dentro da grade de Educação Física, a prática da modalidade que melhor se enquadra ao seu perfil. A intenção é tornar a educação física o mais agradável ao aluno, para que o mesmo se sinta motivado a continuar praticando esporte. “Já é tradição da FEI oferecer uma


Lucas Filipe Arronque é campeão sul-americano de natação e foi campeão pela FEI em 2011 e 2012

como referência exigiu que viajasse exatamente na semana de provas. Expliquei minha situação à direção, que me autorizou fazer o exame em uma semana. Eram duas a três provas por dia, foi difícil, mas valeu o sacrifício”, assegura. Formada em Engenharia Mecânica Automobilística em 2011 e atual mestranda de Engenharia Mecânica com ênfase em Materiais na FEI, Louise Fernanda Rodrigues Oliveira também é um exemplo de sucesso para os colegas. Atleta de handebol dos 11 aos 20 anos de idade, a engenheira conquistou muitos campeonatos representando a Instituição. Em 2008, foi campeã da Liga Universitária e, em 2009, conquistou o vice-campeonato do torneio. Em 2012, jogou e conquistou o título de campeã no handebol e no basquete do Engenharíadas e, ainda neste ano, participará do Desafio FEI x Mauá, tradicional torneio contra o Instituto

Mauá de Tecnologia nas modalidades handebol, basquete e vôlei. A atleta comenta que o esporte sempre esteve presente na sua vida por prazer e diversão, e que, além dos benefícios à saúde, também ajuda no convívio social. “Esporte é fundamental no trabalho em equipe, no reconhecimento de problemas e de estratégias para solucioná-los. Antes eu era muito tímida, mas, por meio da prática do esporte, melhorei muito essa característica”, argumenta a ex-aluna, que foi membro da Atlética de 2007 a 2010. As equipes da AAAEI costumam representar o Centro Universitário da FEI em torneios como Engenharíadas, que reúne as faculdades de Engenharia de São Paulo; Torneio da Semana da Asa ITA, Liga Paulista Universitária, Jogos Universitários Paulistas, Federação Universitária Paulista de Esportes (FUPE) e Novo Desporto Universitário (NDU).

O engenheiro judoca Carlos Alberto Pacheco e sua coleção de medalhas

ex-alunos formação mais humanística, que também pode ser conquistada pela prática esportiva. O estudante que faz algum esporte adquire, com o tempo, mais responsabilidade, disciplina e respeito com o próximo”, avalia o professor Paulo Peloggia. Instalada no campus São Bernardo do Campo, a Atlética busca difundir e proporcionar meios para a prática desportiva entre os alunos e ex-alunos da Instituição; promover competições e intercâmbios

com entidades congêneres do Estado, País e exterior; representar oficialmente a FEI no esporte universitário e comunitário, e colaborar para o desenvolvimento do esporte universitário, seguindo as diretrizes traçadas pela Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU). Para isso, os atletas dispõem de ginásio de esportes coberto, duas quadras externas, campo de futebol com grama natural, piscina aquecida de 25m de

comprimento e 100 mil litros e pista de atletismo. “Materiais para treinamento como bola e uniforme, por exemplo, são disponibilizados pela FEI conforme a necessidade da Atlética”, explica Luiz Henrique de Araujo Lellis, estudante de Engenharia Mecânica e atual presidente da entidade. Para dar suporte aos atletas, a Associação disponibiliza treinadores para basquete, voleibol, handebol, futebol, judô, jiu-jítsu, xadrez e futsal.

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pós-graduação

Setor estratégico para Curso de especialização em sistemas elétricos de energia visa aprofundar o nível de conhecimento nos principais temas da área

O

setor elétrico brasileiro tem vivenciado profundas e irreversíveis transformações, gerando mudanças técnicas, estruturais e comerciais. Com essas mudanças, o governo federal pretende garantir a continuidade de crescimento do País, ampliar a eficiência do sistema energético e incentivar a inclusão social com planos de serviços e tarifação. Além de organizado e tradicional, o setor energético passa a ter um papel protagonista na manutenção e no crescimento da infraestrutura, apresentando como diferencial de competitividade uma ampla matriz de fontes renováveis de energia, não disponíveis em outros países. Apesar da implantação de novas tecnologias, o País ainda enfrenta desafios para atualizar e modernizar a infraestrutura já instalada e para criar

novos parques geradores e, assim, atender à demanda que não para de crescer. Com a reestruturação do sistema de energia brasileiro, todo o cenário tem mudado. “Observa-se que, apesar dos problemas de investimentos, a rede de geração e distribuição elétrica brasileira serve de referência a diversos países, principalmente por sua grande extensão e abrangência”, analisa a professora doutora Milene Galeti, coordenadora do curso de especialização em Sistemas Elétricos de Energia – Suprimentos, Regulação e Mercado do Centro Universitário da FEI. A docente explica que, por estar em constante desenvolvimento, a área tornou-se muito atrativa, pois abre espaço para novos estudos, aplicações e investimentos que garantam a expansão da oferta de energia e, com isso, torna-se crescente a demanda por profissionais especialistas no setor energético. Para um melhor aproveitamento das oportunidades oferecidas pela indústria de energia elétrica é necessário que estes profissionais estejam suficientemente atualizados com o novo contexto do setor, tanto do ponto de vista do consumidor de energia elétrica, do concessionário ou daqueles que atuam de forma consultiva na elaboração de projetos de instalações

A professora Milene Galeti coordena o curso

e processos industriais. “O curso de Sistemas Elétricos de Energia, que foi implantado em 2008 e já certificou 210 profissionais, tem por finalidade aprofundar o nível de conhecimento teórico nos principais temas desta área, para que o profissional esteja apto a desempenhar suas funções com qualidade e solucionar problemas com rapidez e precisão”, detalha a coordenadora. Dividido em oito disciplinas, o curso aborda questões sobre Análise de Redes Elétricas de Potência, Sistemas de Geração, Transmissão e Distribuição,

Qualificação amplia as possibilidades de atuação Engenheiro eletricista formado pelo Centro Universitário da FEI em 2009, Alexandre de Oliveira Silva trabalha no segmento de segurança eletrônica. Apesar de não estar diretamente ligada à sua área de atuação, escolheu a especialização para se qualificar no setor de energia, em especial na área de Elétrica de Potência, focando em um segmento estratégico da infraestrutura brasileira e na possibilidade de ampliar seus conhecimentos. O aluno ressalta que a grade curricular tem temas atuais e o corpo docente é altamente qualificado. “Já tive contato com alguns temas durante a graduação, mas a oportunidade de me aprofundar em pontos estratégicos como geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, em aulas ministradas por professores especialistas com importante atuação no setor, são fundamentais para meus projetos futuros e o grande diferencial para me destacar no mercado”, ressalta.

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Operação e Controle de Sistemas Elétricos de Potência, Instalações e Equipamentos Elétricos Industriais, Utilização e Racionalização da Energia Elétrica em Processos Industriais, Qualidade de Fornecimento de Energia Elétrica, Compatibilidade Eletromagnética aplicada à Indústria, Contratos, Regulação e Mercado de Energia Elétrica. “Com um conteúdo amplo e focado no cenário atual, nosso curso forma especialistas prontos a atuar nos setores de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica”, pontua a docente. Além das aulas expositivas, os alunos participam de dinâmicas de grupo e simulações computacionais. Ao final da especialização, o aluno apresenta uma monografia de acordo com o conteúdo abordado no decorrer do curso. “Temos excelentes trabalhos na área, tornando-se evidente a dedicação e o interesse dos alunos, seja através de propostas de novas soluções baseadas em suas próprias experiências profissionais ou estudos sobre a viabilidade de implementação de sistemas de geração e distribuição ou, ainda, análise de custos de fornecimento de energia elétrica agregados a um processo industrial escolhido”, enumera. A coordenadora atribui o desempenho dos alunos à grade curricular, que está em sintonia com o setor elétrico brasileiro, e ao corpo docente altamente qualificado, formado por professores doutores e profissionais especializados com ampla atuação neste mercado.

ktsimage/istockphoto.com

a economia do País

O curso Objetivos – Atender aos requisitos imprescindíveis para os profissionais que atuam ou desejam atuar no setor de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Público-alvo – Graduados em Engenharia. Pré-requisitos – Graduação em Engenharia. Análise de currículo. Duração e local – 432 horas-aula, distribuídas em três semestres letivos, duas noites por semana, no campus São Bernardo do Campo e, também, sob consulta no campus São Paulo. Informações – Campus São Bernardo do Campo – (11) 4353-2909 - Envio de currículos para análise – iecat@fei.edu.br.

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responsabilidade social

Diploma ao alca Programas de bolsas de estudo contribuem para a formação de alunos e colaboradores

lucato/istockphoto.com

P

ara muitos estudantes, o sonho do curso superior só é possível graças aos programas de bolsas de estudos. O Centro Universitário da FEI, Instituição jesuíta que preconiza valores éticos e huma­ nísticos, disponibiliza bolsas de estudo para jovens carentes e com bom desempenho aca­ dêmico e, também, para colaboradores. Atualmente, além dos programas do Governo Federal, Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e Programa Universidade para Todos (Prouni), pelos quais o aluno pode obter bolsa integral ou de 50%, a FEI possui seu próprio Programa de Bolsa de Assistência Social. Hoje, são 1.384 alunos fazendo parte dos progra­ mas de bolsas da Institui­ ção. Um desses alunos é Rosana Damas, do 6º ciclo

de Engenharia Elétrica. Dedicação, compro­ metimento e superação não faltam para a estudante que, após um passado de dificulda­ des financeiras em que precisou inclusive morar em albergues, conseguiu uma bolsa de estudos para cursar o ensino superior. “A FEI é um presente para a minha vida, pois sempre fui apaixonada pelos estudos e tudo o que eu mais desejava era uma oportunidade de fazer uma faculdade de Engenharia Elétrica. E essa oportunidade me foi dada por essa Instituição, pela qual tenho um imenso orgulho e admira­ ção”, diz, emocionada. A aluna lamenta que o Brasil ainda seja um país de poucas oportunidades para muitos jo­ vens, e enfatiza que somente iniciativas como as bolsas de estudos podem realizar o sonho e transformar a vida daqueles que são menos favorecidos economicamente. “Não tem dinhei­ ro que pague o que a FEI fez por mim. Minha meta é, em breve, poder pagar a mensalidade para que o benefício que recebo possa ser re­

Benefício para quem ajuda na tarefa de A possibilidade de conquistar um diploma de curso superior se estende aos colaboradores do Centro Universitário, que recebem o direito de cursar uma graduação ou pós-graduação na FEI. Hoje, são 91 colaboradores trabalhando e estudando na Instituição, entre eles Samuel Monteiro Junior, marceneiro de manutenção que, em junho deste ano, se formou em Engenharia Mecânica Plena. “É um sonho de infância que está sendo concretizado e isso só foi possível devido à oportunidade que a FEI me deu”, comemora o funcionário. Contratada para trabalhar na FEI como telefonista em 1988, Renata Yeger, hoje assistente da reitoria, também aproveitou o benefício da Instituição para se formar em Administração, e pouco tempo depois concluir a pós-graduação em Gestão Empresarial, também com bolsa da FEI. Para Renata Yeger o estudo deve fazer parte da vida das pessoas, pois acredita que é por meio do conhecimento e da experiência que se tem a oportunidade de crescer como ser humano e profissionalmente. “A concessão de bolsas de estudo


nce de todos

Renan Fernando Campari é aluno de Engenharia Civil

passado para outro aluno que necessite”, acrescenta a jovem, que se prepara para abrir uma microempresa de consultoria em projetos elétricos. Estímulo para continuar Muitas vezes, ter de trabalhar para pagar os estudos se torna um dilema, principalmente porque sobra pouco tempo para se dedicar aos livros e exercícios, ocasionando dificuldades para acompanhar o curso. E foi exatamente isso que levou o aluno do 6º ciclo de Engenharia Civil, Renan Fernando Campari, a pedir uma bolsa de estudos na FEI. Morador do interior de São

Rosana Damas pretende abrir uma microempresa de consultoria

Paulo e muito focado em se tornar um engenheiro civil formado pela Instituição, o jovem conseguiu o benefício e passou a se dedicar integralmente aos estudos. O estudante afirma que, se não fosse a bolsa de estudos da FEI, jamais conseguiria continuar os estudos, pois tinha mui­ ta dificuldade de conciliar o trabalho com o curso e precisava de mais tempo para estudar. “Muitos colegas e conhecidos acabaram desistindo do sonho de se formar devido à mesma dificuldade que eu tive. Sou e sempre serei eternamente grato à FEI”, acrescenta o aluno que, desde o momento em que se tornou bolsista, nunca mais perdeu um semestre.

formar pessoas disponibilizada pela FEI permite que os funcionários e seus dependentes desenvolvam suas habilidades e alcancem a felicidade e o sucesso profissional. Tenho orgulho e alegria de ter também um filho engenheiro formado pela FEI e uma filha que deverá se formar em Engenharia em 2016, ambos com bolsa de estudo”, declara a colaboradora da FEI. “Nossa missão está vinculada à educação das pessoas. Trabalhamos com o propósito de formar jovens para a vida e para o mercado de trabalho. É justo que os colaboradores tenham as mesmas oportunidades de estudos que oferecemos aos demais alunos da Instituição”, acrescenta a vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias da FEI, professora doutora Rivana Basso Fabbri Marino.

Os funcionários Renata Yeger e Samuel Monteiro Junior são graduados na FEI

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mestrado

FEI lança mestrado em Engenharia Química

A

Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), criada em 1946, nasceu da intuição e ousadia do padre jesuíta Roberto Saboia de Medeiros, S.J., que anteviu o crescimento econômico e a necessidade de engenheiros para a indústria. A Instituição iniciou suas atividades em 20 de maio daquele ano, com 50 vagas na habilitação Engenharia Química, em São Paulo. A história e a tradição do curso de Engenharia Química, com cerca de dois mil graduados, incentivou a FEI propor a abertura de um programa de pós-graduação stricto sensu, cujo objetivo é se posicionar entre os melhores do Brasil. Após quase 70 anos formando engenheiros químicos, no último dia 20 de setembro, dia do engenheiro químico, a Instituição passou por outro marco importante ao receber a autorização pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para a abertura do curso de pós-­graduação stricto sensu (mestrado) em Engenharia Química. “Apesar das atividades de Engenharia Química terem sido iniciadas no ano de 1946, faz-se necessário buscar um novo direcionamento para o curso. Uma das ações é instituir um ensino fundamentado em uma base científica para que seja possível criar competências para desenvolver tecnologias para o Grande ABCD e para o Estado de São Paulo. Com isso, acredita-se que a abertura de um programa de mestrado dará início a esse processo com a pós-graduação influindo diretamente no ensino de graduação”, afirma o professor doutor Ricardo Belchior Tôrres, chefe do Departamento de Engenharia Química da FEI. O mestrado abrangerá duas linhas de pesquisa, ‘Processos Químicos e Biotecnológicos’ e ‘Petróleo, Gás e Biocombustível’. Nenhum programa de pós-­graduação stricto sensu em Engenharia Química do Estado de São Paulo oferece uma linha de pesquisa específica em petróleo, gás e biocombustíveis, e esse fato pode ser um diferencial no futuro do programa. Além disso, a linha de pesquisa em Processos Químicos e Biotecnológicos contempla os fundamentos da Engenharia Química, incluindo a nanotecnologia e os bioprocessos. A escolha de uma linha de pesquisa em petróleo, gás e biocombustíveis deve-se, essencialmente, a descoberta de novas reservas mundiais de petróleo, principalmente as reservas brasileiras do

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pré-­sal. O gás natural é a fonte energética que mais cresce no mundo e poderá estar na segunda posição da matriz energética mundial, atrás apenas do petróleo. Além disso, o Brasil tem a maior reserva mundial de terra para a expansão agrícola, o que o coloca como a maior potência para o desenvolvimento de biocombustíves. De acordo com o professor doutor Marcelo Antonio Pavanello, vice-­ reitor de Ensino e Pesquisa, o programa vai permitir que a FEI faça parte na produção de conhecimento em uma das áreas mais importantes da indústria nacional, a Engenharia Química. Além disso, o trabalho foi claramente reconhecido pela CAPES em sua avaliação, incentivando a Instituição a fazer um trabalho diferenciado também nesta área, como já faz nos demais programas de pós-graduação. “O mestrado permitirá ao aluno a formação sobre o ponto de vista de produção de conhecimento. Estamos entrando na área com a importância que a FEI tem no cenário nacional não apenas para figurar, mas ser um elemento protagonista. Iniciamos o mestrado com vista no próximo passo, que é o doutorado, e assim permitiremos ao estudante a formação completa em todos os níveis acadêmicos”, afirma o vice-reitor. Serão oferecidas 10 vagas e as aulas iniciam em março de 2014. Com 10 docentes em regime de dedicação integral, a duração média do curso é de 24 meses, sendo um ano para integralização de cursos e o restante para o desenvolvimento da dissertação. O corpo discente do programa deverá ser constituído por graduados em Engenheira Química e áreas afins. As aulas acontecerão no campus São Bernardo do Campo, no período noturno.

caracterdesign/istockphoto.com

Programa tem pesquisa específica na área do petróleo


AGENDA

Segundo semestre de 2013 17 de outubro

SICFEI Campus São Bernardo do Campo da FEI

O Congresso de Iniciação Científica, Didática e Ação Social de Extensão da FEI visa introduzir o aluno de graduação na prática de apresentação de seus projetos de pesquisa. No evento serão apresentadas todas as pesquisas desenvolvidas pelos alunos que fazem parte do Programa de Iniciação Científica da FEI. Saiba mais sobre o evento no site www.fei.edu.br/sicfei.

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a 23 de outubro

V Werice Aeroespacial 2013

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a 23 de outubro

I Workshop of Chemical Engineering of FEI Campus São Bernardo do Campo da FEI

O I Workshop de Engenharia Química (I ChEFEI),­que possui como tema central ‘Produção e Exploração no Pré-Sal: Desafios para a Engenharia Química’, tem como objetivo unir profissionais da Engenharia Química e áreas correlatas em torno do debate técnico-científico de temas relacionados à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação no setor petrolífero e às diversas etapas do processo produtivo da indústria do petróleo, com destaque para o aproveitamento das reservas nacionais do pré-sal. O evento propõe a construção de um ambiente produtivo de ideias, envolvendo discussões sobre políticas de desenvolvimento científico e tecnológico, formação de recursos humanos, equipamentos e processos industriais. Mais informações no site www.fei.edu.br/chefei.

São José dos Campos – SP

O Centro Universitário da FEI é uma das instituições organizadoras do evento, que tem como foco abordar os problemas decorrentes dos efeitos da radiação de origem cósmica em equipamentos embarcados em satélites e aeronaves, e que têm contribuído para agregar a comunidade empresarial atuante no setor aeroespacial, os órgãos de pesquisa e as universidades com competências nas áreas de interesse do Programa Espacial Brasileiro. O Werice terá palestrantes internacionais experientes em radiação, área que a FEI constantemente tem explorado por meio de projetos e pesquisas. Saiba mais no site www. ieav.cta.br/werice2013/.

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a 06 de novembro

HSM ExpoManagement 2013 Transamérica Expo Center – SP

O Centro Universitário da FEI estará presente na 13ª edição do HSM ExpoManagement, um dos maiores e mais importantes eventos sobre o conhecimento da gestão, inovação e marketing da América Latina. No evento, a FEI divulgará os cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado em Administração. Saiba mais sobre o evento no site www.eventos.hsm.com.br.

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Subway in Barcelona/istockphoto.com

artigo

Heitor Yoshiyuki Kawano é professor do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI

Bom sistema sobre trilhos é indiscutível

A

ntes mesmo da chegada do metrô à capital

paulista, os trens de subúrbio, conforme denominação na época, já exerciam influente papel no transporte de passageiros. Estamos falando de uma São Paulo não tão distante (década de 1960), onde ainda existiam grandes espaços vazios. Passados quase 50 anos, não mais existem os espaços vazios. São Paulo se encontra conturbada com os municípios vizinhos, sem distinção na mancha urbana única que dá forma à Região Metropolitana (RMSP). Hoje, devido ao excesso de veículos e à falta de locais para expansão da infraestrutura (viário), a lentidão no trânsito que afetava os picos da manhã e tarde também se expandem para os demais períodos, fazendo com que a mobilidade da cidade diminua em função do aumento gradativo na quantidade de veículos. Neste contexto, a ferrovia, que exerce a função do transporte metropolitano de passageiros na RMSP, se torna a opção de transporte mais atrativa para os usuários dos ônibus e, também, dos autos particulares em sua área de influência. Os trens não enfrentam congestionamentos. Essa demanda que está migrando do modo de transporte sobre pneus para o transporte sobre trilhos tem influenciado o carregamento das linhas, fazendo com que, em todos os horários, sejam identificados trens com lotação acima do esperado. Atualizar um sistema sobre trilhos não se resume em colocar mais vagões à disposição da população. Tendo como primeiro preceito

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a ‘segurança operacional’, essa atualização passa pela remodelação das estações, introdução de outras novas justamente para atender à demanda residente naqueles vazios, hoje totalmente ocupados; atualização do material rodante e dos sistemas de controle e, também, pela vedação da linha para segurança da população que habita nas proximidades. O Estado, através da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), está investindo nesta atualização, com obras em praticamente todas as linhas, o que possibilitará ampliar significativamente a oferta de lugares nos sistemas sobre trilhos. Até o término do processo, as linhas continuarão em operação, podendo ocasionar, em alguns momentos, alguma lentidão em função das obras em curso, bem como da manutenção necessária para continuidade da operação do atual sistema. O sistema metropolitano de trens, conjuntamente com o metrô, exercerá papel fundamental para a mobilidade da cidade. O fortalecimento de uma malha de transporte sobre trilhos, devido à sua eficiência operacional e à grande capacidade de transporte de passageiros, deverá exercer papel fundamental no equacionamento trânsito versus capacidade viária, ao motivar que os deslocamentos venham a ser efetuados através desses modais, evidenciando, assim, que a estruturação de uma rede de transporte público de passageiros é peça fundamental para o desenvolvimento dos grandes centros urbanos.


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