Domínio FEI 30 - Legado de Transformação

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Publicação do Centro Universitário FEI | Ano IX • no 30

legado de transformação

O curso de Engenharia de Produção da FEI completa 50 anos, alinhado à inovação tecnológica e com atuação em todas as áreas da atividade econômica ALUNOS DA FEI SE DESTACAM EM COMPETIÇÕES NACIONAIS E GARANTEM VAGA PARA ETAPAS INTERNACIONAIS EM 2018

FEI desenvolve projeto institucional para preparar alunos e docentes para criarem as soluções de grandes problemas do futuro

Mauro Luis Correia, presidente da Caoa, relata sua trajetória desde os tempos de estudante de Engenharia de domínio Produção Mecânica nos anosfei 1980 1



EDITORIAL

traNsForMaÇÃo pEnsandO nO FuturO Prof. Dr. Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário FEi

A FEI se reestrutura para ser protagonista na construção de um futuro sustentável e justo, formando profissionais que se veem como parte das soluções inovadoras, de alto valor tecnológico agregado.

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o raiar o Ano de 2018, o iniciamos animados pelas realizações e conquistas acadêmicas do ano que se findou, e nas boas expectativas do porvir, desejosos de redobradas inspirações para nossas atividades futuras e esperançosos pela recuperação política, moral, social e econômica de nosso País. O Ano de 2017 tornou-se emblemático na história de nossa Instituição. O Projeto Plataforma FEI de Inovação, cuja finalidade é proporcionar uma verdadeira transformação organizacional e cultural com vistas ao protagonismo institucional na formação de profissionais capacitados e preparados para a liderança de projetos e processos inovadores, cumpriu fases ousadas de seu plano de trabalho e causou grande impacto acadêmico. O referido Projeto fundamenta-se em três grandes pilares: a) o fomento à cultura de inovação; b) a sintonia com as megatendências; e c) a construção de projetos pedagógicos inovadores. Nesta fase, conduzida ao longo de 2017, cumprimos a agenda de aperfeiçoamento e capacitação do corpo docente e técnico-administrativo nos passos do processo inovador, buscando inspirar nossos talentos para a criatividade, a imaginação, a criação de visões, a iniciativa e o engajamento ao Projeto. O programa de aperfeiçoamento envolveu 500 colaboradores em 40 turmas de trabalho. Dentre estes, foram eleitos tutores para multiplicação do programa.

Nossa equipe se inspira e se coloca como força de transformação, buscando se antever às tendências de futuro e com capacidade de influenciar o processo. A FEI se reestrutura para ser protagonista na construção de um futuro sustentável e justo, formando profissionais que se veem como parte das soluções inovadoras, de alto valor tecnológico agregado. Empresto as palavras de Rainer Maria Rilke, em seu livro Cartas a um Jovem Poeta, para expressar de forma poética este movimento: “o futuro nos invade... a fim de, dentro da gente, transformar-se antes mesmo de ocorrer”. É este espírito pioneiro que deve incentivar nossa missão e nos fortalecer no caminho da inovação. Esta edição da Revista Domínio FEI conta um pouco desta trajetória ao longo do último ano, apresenta os destaques acadêmicos e alguns resultados colhidos, bem como descreve o protagonismo de antigos e atuais alunos. Destaca-se, nesse sentido, a trajetória do Curso de Engenharia de Produção, ao completar 50 anos de existência, alinhada aos passos da inovação tecnológica, e pilar na geração do conhecimento em manufatura digital e interação autônoma de sistemas de fabricação. O ano de 2018 se abre com grandes expectativas. Acolhamos as novas tendências e construamos um mundo melhor. Boa leitura!

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Divulgação

curiosidades

edição 30

EXPEDIENTE REVISTA DOMÍNIO FEI Uma publicação do Centro Universitário FEi

maquete dO uiraquitaN.

A cabine do motorista ficava no alto e era uma das principais inovações do projeto.

A FEI construiu sua história com inovação e espírito colaborativo entre alunos e docentes. Neste espaço, são compartilhadas algumas curiosidades que mostram estas características.

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UIRAQUITAN - o projeto de um ônibus sem catraca e com uma cabine exclusiva para o motorista foi desenvolvido pelo DEPV – Departamento de Pesquisa de Veículos da FEI, para atender uma encomenda em 1972 da prefeitura de Curitiba (PR). Entre as preocupações no desenvolvimento do projeto, estava o meio ambiente. O Uiraquitan possuiria completo sistema antipoluição, instalado junto ao motor: um filtro obrigatório, que eliminaria grande parte das partículas emitidas pelo veículo na atmosfera.

SHAK – o projeto do veículo agrícola com implemento central destinado a pequenos e médios produtores agrícolas obteve a 2ª colocação em 1995, no Brussels Eureka – Salão Internacional de Inventos em Bruxelas. No mesmo ano, ele alcançou o 1º Lugar no Salão Nacional de Inventos promovido pela Associação Nacional dos Inventores.

MERLIN E A MÁGICA DA ELETRICIDADE – A FEI projetou seu primeiro carro elétrico em 1997. Apesar das dificuldades que envolvem a produção em série de veículos movidos a eletricidade (alto custo, vida útil curta das baterias, recarga demorada, falta de postos, investimento em produção de energia elétrica), o projeto mostrou a visão de longo prazo, considerando novas alternativas. As baterias escolhidas para formar o conjunto para acionamento eram de níquel-cádmio, pela sua alta durabilidade. Como esta bateria encontrava-se em desenvolvimento, seu custo era muito alto. Assim, o grupo decidiu-se por baterias existentes no mercado nacional, de chumbo-ácido.

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A equipe da revista Domínio FEI quer saber a sua opinião sobre a publicação, assim como receber sugestões e comentários. Envie sua mensagem via e-mail para redacao@fei.edu.br. As matérias publicadas nesta edição poderão ser reproduzidas, total ou parcialmente, desde que citada a fonte. Solicitamos que as reproduções de matérias sejam comunicadas antecipadamente à redação pelo e-mail redacao@fei.edu.br

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Campus São Bernardo do Campo Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3.972, Bairro Assunção, São Bernardo do Campo, SP CEP 09850-901 – Tel.: 11 4353-2900 Campus São Paulo Rua Tamandaré, 688, Liberdade, São Paulo. CEP 01525-000 Tel.: 11 3274-5200 Presidente Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J. Reitor Prof. Dr. Fábio do Prado Vice-reitor de Ensino e Pesquisa Prof. Dr. marcelo Pavanello Vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias Profa. Dra. Rivana Basso Fabbri marino Conselho editorial desta edição Profº. Drª. Rivana marino Prof. Dr. Gustavo Donato Prof. Dr. Rodrigo magnabosco Prof. Dr. Kurt Amann Prof. Dr. Hong Ching Coordenação geral Andressa Fonseca Comunicação e marketing da FEi Produção editorial e design CDi Comunicação Corporativa Edição e coordenação da redação Lena miessva (mTb 13.965) Reportagem Dado Carvalho e Denise mello Revisão Lena miessva e monica Giacomini Fotos Arquivo FEi, acervo pessoal das fontes e Shutterstock Tiragem 2,5 mil exemplares e versão online no endereço: fei.edu.br/revistas Impressão Editora e Gráfica Stampato

instituição associada à ABRUC www.fei.edu.br


SUMÁRIO

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DESTAQUES • FEI recebe visita do Superior Geral da Companhia de Jesus • Campus São Paulo recebe IV Simpósio Brasileiro de Dinâmica de Sistemas • FEI vence Desafio Acadêmico de Engenharia de Materiais • Coordenador de Inovação da FEI ganha troféu Marco da Paz • Equipe RoboFEI conquista duas premiações na Robótica 2017 • Projeto Fórmula Elétrico impressiona em evento Latino-Americano • Tese de docente da FEI sobre plataformas digitais é premiada em Projeto do Itaú Cultural • FEI destaca-se em avaliações institucionais • Pesquisa sobre ensino de matemática ganha evidência em Congresso • Aluno da FEI se destaca e recebe bolsa do Fórmula Santander • FEI é premiada no maior evento brasileiro de microeletrônica • Projetos de iniciação são apresentados no VII SICFEI • Reitor da FEI é reeleito vice-presidente do CRUB • Reitor da FEI participa de Seminário Internacional do INEP • FEI desafia estudantes a construírem pontes com barbante e palitos de sorvete • Feira de empreendedorismo incentiva novos projetos • FEI desenvolverá projeto com foco em Internet das Coisas

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ENTREVISTA Mauro Luis Correia, presidente da Caoa e da SAE, destaca a importância da formação na FEI em sua carreira e conta os principais desafios de um líder

• Maratona de Programação classifica FEI para etapa mundial

26 Destaque Jovem Elis Almeida Melo, formada em Engenharia de Materiais e mestre em Engenharia Mecânica, é compliance manager na Lego, em que é responsável pela segurança dos bloquinhos

e Inovação 38 Gestão Plataforma de Inovação promove transformação institucional e irá preparar os alunos para o futuro

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Pesquisa e Inovação Engenharia de Produção completa 50 anos e prepara alunos para a Indústria 4.0

42 ARTIGO Ingo Plöger, Conselheiro da FEI, aborda a importância da imaginação para a visão e a inovação

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Destaques

visita ilustre. Prof. Dr. Fábio

do Prado, Reitor da FEI; Padre João Renato Eidt S. J., Provincial do Brasil; Padre Arturo Sosa, Superior Geral da Companhia de Jesus; Profa. Dra. Rivana Marino, Vice-Reitora de Extensão e Atividades Comunitárias e Padre Theodoro Paulo Severino Peters, S.J., Presidente da FEI

FEI recebe a visita do superior geral da Companhia de Jesus Padre Arturo Sosa foi homenageado, dialogou com a comunidade e ministrou palestra sobre o papel da universidade na sociedade e a importância do diálogo entre grupos com diferentes ideologias

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Centro Universitário FEI recebeu em outubro a visita do padre Arturo Sosa, superior geral da Companhia de Jesus, e o 30º sucessor de Santo Inácio de Loyola. Em viagem pelo Brasil, participou do Congresso Internacional dos Delegados de Educação da Companhia de Jesus (JESEDU-Rio 2017), visitou diversas obras da Companhia no Brasil e todas as instituições jesuítas de educação superior. Em sua passagem pela FEI, Pe. Sosa dialogou com os gestores acadêmicos sobre a visão de futuro da Instituição, participou do descerramento da placa comemorativa à sua visita e, em seguida, proferiu a pa-

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lestra “Os desafios e oportunidades para a universidade jesuíta face às novas tendências da sociedade”, na qual falou sobre o papel de uma universidade, a necessidade de diálogo e a missão da FEI na geração de conhecimento e inovação. A mesa diretora de abertura da cerimônia foi composta pelo professor doutor Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário FEI; pelo padre Theodoro Peters, S.J., presidente da FEI; pelo Pe. Arturo Sosa, superior geral da Companhia de Jesus e pelo padre João Renato Eidit, S.J., provincial dos jesuítas do Brasil. “O projeto de uma universidade oferece espaço para todas as correntes de pen-

samento, a toda produção intelectual da humanidade. (...) Porém, não se trata de um simples acumular de ideias, técnicas e produções. Se essa convergência de tantas informações, experiências, técnicas, projetos e saberes só forem colocadas juntas, teríamos apenas um depósito, um armazém, e não uma universidade”, destacou Pe. Sosa no início de sua apresentação. “Na universidade, esses saberes se encontram e dialogam, às vezes em confrontos difíceis. Todos os que convivem na universidade e lhe dão vida compartilham de um mesmo interesse: buscar a verdade, criar e transmitir conhecimento”, complementa. Para o padre geral, nossos tempos pe-


“O projeto de uma universidade oferece espaço para todas as correntes de pensamento, para toda produção intelectual da humanidade”. Pe. Arturo Sosa dem que a universidade tenha como norte uma formação que leve em conta as múltiplas dimensões da complexa tarefa de “fazer-se ser humano”. “Uma universidade que contribua significativamente para a formação de profissionais capacitados para participar positivamente, com criatividade, crítica e liberdade, em um mundo que vive o fenômeno da globalização com luzes e sombras. Uma formação que leve de forma séria, e amplamente a necessidade cada vez mais urgente de imaginar e estabelecer novas relações com a natureza e com o planeta Terra, cada vez mais golpeado e ameaçado, convertendo esse desafio em prioridade para sua missão de criar e transmitir saberes”, disse. O convidado ressaltou também a importância do diálogo para eliminar os atritos entre diferentes correntes de pensamento. “A violência, a anarquia, a guerra não podem ser consideradas como verdadeiras alternativas sociais e políticas ao diálogo. Elas são o fracasso da palavra e, por isso, o fracasso da humanidade”, aponta.

INOVAÇÃO

O padre geral também ressaltou o novo direcionamento do Centro Universitário FEI voltado para a inovação. “As reflexões que compartilho com vocês estão em plena sintonia com o projeto de inovação que a FEI lançou este ano, com o qual busca melhorar ainda mais a qualidade de sua missão educativa e de pesquisa”, afirmou o padre Sosa. “Com a aplicação do projeto, espera-se que em cinco anos

palestra inspiradora. A comunidade da FEI recebe com alegria as palavras do Padre Arturo Sosa, 30º sucessor

de Santo Inácio de Loyola na Companhia de Jesus

a FEI tenha se tornado uma das instituições de ensino superior mais inovadoras do País. E é o que todos desejamos! O projeto sonha com um centro de estudos universitários que seja multidisciplinar, conectado internacional e globalmente, atento aos grandes temas do futuro, com criatividade, atitude empreendedora e processos de gestão claros.”

SOBRE O PADRE SOSA

Nascido em Caracas (Venezuela) em 1948, o padre Arturo Sosa, S.J., entrou para a Companhia de Jesus em 1966 e foi ordenado sacerdote em 1977. Foi coordenador do Apostolado Social e diretor do Centro Gumilla, instituição voltada para pesquisa e ação social dos jesuítas na Venezuela. Em 1990, tornou-se doutor em Ciências Políticas pela Universidade Central da Venezue-

la. Entre 1996 e 2004, foi Superior Provincial dos Jesuítas no país. A dedicação à vida acadêmica sempre esteve presente em sua trajetória. Além de exercer funções em várias instituições de ensino durante dez anos, o padre Sosa foi reitor da Universidade Católica del Táchira, na Venezuela, no período de 2004 a 2014. Publicou diferentes obras, especialmente sobre história e política venezuelana. Em 2008, foi escolhido pelo padre Adolfo Nicolás, então padre geral da Companhia de Jesus, para conselheiro geral. Nos últimos anos, o padre Sosa desempenhava a função de delegado do superior geral para as Casas Internacionais, em Roma (Itália). Padre Sosa foi eleito superior geral da Companhia de Jesus em 2016, tornando-se o 30º sucessor de Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem religiosa.

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Destaques

troca de ideias.

O debate permitiu reflexão sobre o comportamento dos sistemas em diversos cenários

CAMPUS SÃO PAULO RECEBE O IV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE DINÂMICA DE SISTEMAS Técnica pode auxiliar na solução de questões complexas com ampla gama de aplicações

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om o objetivo de incentivar atividades profissionais, científicas e de treinamento, além de fomentar a capacitação técnica e o intercâmbio de conhecimento, o campus São Paulo do Centro Universitário FEI realizou o Simpósio Brasileiro de Dinâmica de Sistemas. O evento, em sua quarta edição, aconteceu no fim de outubro, e recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A Dinâmica de Sistemas é uma técnica desenvolvida originalmente nos anos 1960 por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e busca entender o comportamento de sistemas complexos, característicos nas organizações humanas. Esse conceito pode ser aplicado em cidades, empresas e sistemas de saúde. Imagine, por exemplo, uma região que tem problema de consumo de drogas. Qual seria a melhor maneira de contornar a questão? É uma situação complexa. Uma alternativa seria a repressão por meio da

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força policial – porém, essa atitude pode gerar o efeito oposto, espalhando os usuários e aumentando o problema. Uma modelagem de dinâmica de sistemas pode ajudar a simular a situação e encontrar caminhos para a melhor solução. Outra possibilidade de aplicação é em questões pertinentes à sustentabilidade. A dinâmica de sistemas pode contribuir para calcular o impacto ambiental com o uso de determinado material, ou mesmo prever o ganho ao optar por um método menos poluente. “A ideia da dinâmica de sistemas é ver como as coisas se relacionam e prever como seria o comportamento delas a partir de diferentes cenários”, afirma o professor doutor Edmilson Alves de Moraes, do Departamento de Administração. Edmilson explica que, apesar de ter sido criado há muitos anos, o conceito ainda é muito novo no Brasil. “Ele exige um processo de amadurecimento. É preciso que o modelador seja um profundo conhecedor do assunto estudado e da técnica da dinâmica de sistemas. Daí a importância de um

evento como esse que realizamos”, finaliza. O simpósio contou com a participação de professores e alunos de mestrado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A próxima edição será realizada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Curso avançado

Durante os três dias de evento, houve também um curso avançado sobre o tema, ministrado por três renomados convidados internacionais: Rebeca Niles, consultora e integrante do Conselho da Sociedade Internacional de Dinâmica de Sistemas; Leonard Malczynski, sócio da Mindseye Computing LLC e professor-adjunto da Faculdade de Administração da Universidade do Novo México; e Karim Chichakly, vice-presidente da empresa de softwares de dinâmica de sistemas Isee Systems.


Destaques

FEI vence Desafio Acadêmico de Engenharia de Materiais Após conquistar o primeiro lugar em duas categorias, alunos da FEI são classificados para representar o Brasil em competição internacional

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lunos do Centro Universitário FEI foram destaque na edição de 2017 do Desafio Acadêmico da Ponte, uma competição internacional também chamada de “Student Bridge Contest”, organizada pela Sociedade para o Avanço de Materiais e Engenharia de Processos (SAMPE). As provas da etapa brasileira ocorreram em São José dos Campos (SP), durante a primeira semana de outubro. A FEI participou com duas equipes, cada uma com quatro alunos dos cursos de Engenharia de Materiais e Engenharia Mecânica. A Instituição concorreu em duas das quatro categorias disponíveis, as categorias A e B (uma viga em I e uma viga quadrada, ambas de fibra de carbono). “O objetivo desta iniciativa é proporcionar aos alunos de diversos cursos de tecnologia uma experiência real na execução de projetos em materiais compósitos. Com muito trabalho em equipe, ganhamos nas duas categorias e nos consagramos campeões nacionais”, explica a professora Adriana Catelli, do Departamento de Engenharia de Materiais. Por somar mais pontos em toda a prova, os estudantes da Instituição foram classificados para representar o Brasil pela segunda vez na etapa internacional da competição. A FEI já participou de quatro edições nacionais da competição e foi três vezes vencedora (2014, 2016 e 2017).

AVALIAÇÃO

Dez instituições participaram do desafio com cerca de 16 projetos. O critério de avaliação consiste em classificar a ponte (viga) mais leve, capaz de suportar uma carga pré-estabelecida.

bem sucedidos. Competição permitiu aos alunos da FEI oportunidades de intercâmbio com colegas de outras instituições

Além de um prêmio em dinheiro, a instituição vencedora também ganha o direito de disputar o desafio internacional nos Estados Unidos, em 2018. O aluno Felipe Beluche, do curso de Engenharia de Materiais, foi o líder do grupo inscrito na categoria A, que concorreu com uma viga em formato de “I”. Segundo ele, parte do material utilizado (fibra de carbono e resina epóxi) é fornecido pelos patrocinadores do concurso. Os alunos manufaturaram a viga com antecedência nos próprios laboratórios da FEI. Esta etapa é muito importante e

envolve conhecimento na área de processamento de compósitos. No grupo do Felipe, após a produção da viga, a estratégia foi fazer simulações em um software para compreender o funcionamento da distribuição de esforços na viga. “Com isso, tivemos a resposta de esforços mecânicos para saber se a peça aguentaria a carga. Depois, começamos a fazer ajustes para reduzir o peso da viga, aumentando nossa competitividade”, conta Felipe. Para ele, “o espírito da competição é muito bacana, pois dá oportunidade de disputar com outras universidades”.

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Destaques

COORDENADOR DE INOVAÇÃO DA FEI GANHA RECONHECIMENTO Por contribuir positivamente com o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens estudantes, o professor Gustavo Donato foi condecorado em evento em São Paulo

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professor doutor Gustavo Donato, coordenador da Plataforma de Inovação da FEI, recebeu o prêmio Marco da Paz, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A cerimônia foi realizada em setembro no Páteo do Collegio, em São Paulo, e reuniu 250 pessoas, entre autoridades, empresários e membros da sociedade civil. O intuito da condecoração é reconhecer uma pessoa jovem que contribui de forma expressiva para o cenário regional. “O prêmio traz ainda mais significado à minha trajetória docente e de vida, como alguém que quer promover a transformação social pela educação em seu sentido mais amplo”, afirma o prof. Gustavo. O troféu Marco da Paz é uma iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em conjunto com o Comitê Cívico Cultural e coordenação de Gaetano Luigi, idealizador da ONG Marco da Paz e indicado ao prêmio Nobel da Paz. De acordo com o Prof. MSc. Eng. Régis de Barros, que também é vice-diretor superintendente da ACSP Tatuapé e Coordenador do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP, a indicação dos homenageados anuais é delegada a cada sede distrital. “O Prof. Gustavo é um cidadão da nossa região que hoje ocupa cargo de destaque no cenário tecnológico nacional e mereceu o devido reconhecimento. No mais, tive o privilégio de ter Gustavo como meu professor”, afirmou Barros. Para o prof. Gustavo, “não há nada mais gratificante que o reconhecimento por par-

te dos nossos discípulos de que a missão está sendo cumprida e que nossos ensinamentos transcendem os conteúdos técnicos, incluindo orientações de vida, valores, postura, propósitos, justiça e a promoção do bem-estar e da paz de todos por meio de nossas competências e ações. O prêmio significou para mim uma sinalização de que estou no caminho que desejo na formação de indivíduos profissionais, éticos e humanos”. Além de ter contribuído na formação de profissionais renomados na indústria e no meio acadêmico por meio das orientações em Iniciações Científicas, Mestrados e Coorientação de Doutorado, a integridade pessoal e profissional, que sempre foi transmitida em suas aulas e ações, chamou a atenção da ACSP. “O jovem é a real força propulsora das transformações sociais, econômicas, políticas, morais e éticas que podem garantir ao nosso País a reconstrução dos abalados pilares estruturantes da nação, especialmente se pensarmos em políticas de longo prazo. E empreendedorismo, no entendimento mais amplo da palavra e à luz da minha perspectiva, pressupõe abertura ao novo, proatividade e iniciativa para questionar e aprimorar o ‘status quo’ objetivando o bem comum”, ressaltou o professor Gustavo. Para ele, a harmonia e a paz podem ser conseguidas de duas maneiras: uma mais passiva, sem iniciativa e que evita o enfrentamento; e uma ativa, de ação intensa, mas no sentido de buscar o bem-estar por meio do diálogo e do desenvolvimento.

“O jovem é a real força propulsora das transformações sociais”. Professor Gustavo Donato 10

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fazendo a diferença. Marco da Paz é entregue

no Pateo do Collegio, no centro paulistano.

“A Associação Comercial de São Paulo tem certeza de que a educação é a chave para o sucesso de um país. A bagagem cultural de cada um é intrínseca, mas pode ser compartilhada”, conclui Régis. “É difícil explicar em palavras, mas sou sincero em dizer que há muitos anos não me emocionara em tal intensidade, ao refletir introspectivamente sobre o papel que desejo ter para os jovens e para aqueles que estão à minha volta”, confidenciou prof. Gustavo. “Receber o troféu neste ambiente, das mãos de seu idealizador, Sr. Gaetano Brancati Luigi, indicado ao prêmio nobel da paz, e ouvir que devo continuar sendo um “mensageiro da paz por meio da educação e do exemplo”, foi realmente memorável e orientador”, conclui.


Destaques

EQUIPE ROBOFEI CONQUISTA DOIS PRÊMIOS EM COMPETIÇÃO INTERNACIONAL Robôs humanoide e Judith foram destaques na Competição Latino-Americana e Brasileira de Robótica, realizada em Curitiba avanços importantes para continuarmos em busca do maior objetivo que é termos robôs autônomos e inteligentes”. A equipe RoboFEI participa da Competição Brasileira de Robótica (CBR) desde a sua primeira edição, em 2003. Atualmente, concorre nas categorias que demandam os mais avançados robôs, e é uma das maiores vencedoras das competições em que participa.

O GRUPO

sucesso duplo. Equipe RoboFEI ganha troféus por projetos considerados os melhores da América do Sul

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equipe RoboFEI participou da Competição Latino-Americana e Brasileira de Robótica 2017, realizada em Curitiba (PR) no início de novembro e conquistou mais dois troféus: um na categoria Humanoide, com o robô que joga futebol de forma autônoma, e outro na categoria @Home (lê-se “at home”), com a famosa Judith, o robô doméstico que tem como objetivo auxiliar nas funções dentro de casa. “O grande diferencial da FEI é a complexidade dos robôs, tanto na parte mecânica como na programação”, explica o aluno Guilherme Garcia, que está no sexto ciclo de Engenharia de Produção e faz parte da equipe. Ele conta que o protótipo do Centro Universitário é capaz de manter-se de pé, reconhecer a bola, ir até ela e chutar – diferenciando-se dos projetos de outros grupos participantes pelo

conjunto de atividades executadas. “O título de campeão valeu a pena”, orgulhase Guilherme. Já o diferencial do robô Judith é sua capacidade de interagir via Telegram. “Você consegue, por exemplo, pedir que ela vá a um cômodo da casa, tire uma foto e te envie.” Esse prêmio tem grande relevância, uma vez que os vencedores são considerados os melhores projetos de toda a América do Sul. Com as vitórias, o robô humanoide da FEI é tricampeão e a Judith é bicampeã. Para o coordenador do curso de Ciência da Computação, professor Flavio Tonidandel, “as competições trazem a motivação necessária para que os alunos se dediquem a aprender e desenvolver robôs. Um dos objetivos principais também é aprender com os robôs desenvolvidos pelas outras equipes. A interação nas competições, segundo o professor, “permitem identificar caminhos e

A equipe RoboFEI reúne alunos de graduação dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia de Automação e Controle, Engenharia Mecânica, além de alunos de mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica. Além de participar das provas, alunos de doutorado da FEI também apresentaram três trabalhos na área de Robótica no Latin American Robotics Symposium (LARS), que foi realizado simultaneamente. O objetivo da iniciativa é conquistar avanços científicos na área de robótica, por meio de trabalhos realizados pelos alunos de graduação e pós-graduação. As atividades ocorrem desde 2003, quando a equipe começou a projetar, desenvolver e aprimorar projetos de robótica para competir nas categorias de futebol de robôs da IEEE e RoboCup. Desde então, o projeto cresceu e foi muito além da criação de um time de robôs para disputar partida de futebol. “Participar de projetos como estes, que envolvem tecnologia e pesquisas de ponta em robótica, faz com que os alunos, em ambientes desafiantes e motivadores, desenvolvam suas capacidades proativas, criativas e inovadoras de modo consistente. Com certeza, esses projetos moldam um perfil inovador e criativo em nossos alunos”, destaca Flavio Tonidandel.

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entrevista

FEI IMPRESSIONA COM PROJETO FÓRMULA ELÉTRICO Projeto desenvolvido por estudantes da FEI recebe elogios de engenheiros e especialistas em evento sobre carros elétricos

maior eficiência. Fábio Delatore (à esquerda) apresenta o Fórmula Elétrico e no carro o atual campeão da categoria profissional de Fórmula Elétrico, Luca Di Gracci

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desenvolvimento de um projeto de alta complexidade e tecnologia traz diversos reconhecimentos. É o que acontece com o Fórmula FEI Elétrico, destaque na 13ª edição do Salão Latino-Americano de Veículos Híbridos-Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias. O evento reuniu os principais projetos de instituições acadêmicas, especialistas do mercado de transportes e sustentabilidade e órgãos governamentais para apresentar novas soluções e inovações do setor. “O projeto coloca a Instituição em sintonia com um tema que está sendo amplamente discutido e aplicado, tanto na esfera nacional como internacional, que é o veículo elétrico, além de ser capaz de colocar os alunos em contato com os melhores materiais e equipamentos

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destinados à área de tração elétrica”, afirma o professor doutor Fábio Delatore, coordenador do projeto Fórmula FEI. O professor comenta que, durante o evento, o protótipo recebeu muitos elogios. “Especialistas que visitaram o local onde o carro ficou exposto apreciaram o nível de tecnologia e ficaram surpresos em saber que a maior parte é desenvolvida e construída por alunos”, ressalta. Desde 2013, o trabalho é aprimorado pela equipe de alunos envolvidos no projeto, matriculados em diferentes Engenharias, principalmente da Elétrica, Mecânica, e de Automação e Controle. Em 2015, o projeto foi campeão nacional da competição promovida pela SAE (Society of Automotive Engineers), o que o qualificou para representar o Brasil em 2016 na competição mundial, realizada nos Estados

Unidos, onde atingiu a segunda posição na classificação geral. “Foi a nossa primeira competição internacional, motivo de muito orgulho para todos”, diz Delatore. Todos esses bons resultados e a experiência adquirida ao longo dos anos foram usadas para a montagem do projeto em 2017, que contempla o desenvolvimento de um carro totalmente novo. “O Fórmula FEI RB5 2017 é um carro com um acerto dinâmico voltado para as exigências e especificações que um veículo de tração elétrica demanda, com referências às exigências impostas pelas provas dinâmicas da competição. A busca de uma maior eficiência foi uma preocupação constante no novo projeto”, acrescenta o professor. De acordo com Delatore, foram mantidas as diretrizes e premissas já empregadas em projetos anteriores, como alto desempenho, confiabilidade do conjunto mecânico e elétrico e segurança para o piloto. Para atingir uma maior eficiência, todos os subsistemas do carro foram revistos, resultando em um carro que contempla: um novo conjunto de powertrain elétrico (composto por novo motor elétrico, inversor de frequência –, arranjo das células da bateria, transmissão formada por redução do tipo planetária acoplada à um sistema de pinhão e coroa); um gerenciamento eletrônico aperfeiçoado e atualizado para as necessidades desse novo veículo; dinâmica veicular aprimorada em função do novo projeto de chassis e suspensão, desenvolvida para as exigências e particularidades de um veículo elétrico; e novo conjunto aerodinâmico, incluindo novas asas dianteira e traseira, acoplados a um conjunto de asas laterais; e sistema de asa móvel (DRS).


TESE DE DOCENTE DA FEI SOBRE PLATAFORMAS DIGITAIS É PREMIADA em PROJETO DO ITAÚ cultural O trabalho do professor Luiz Ojima Sakuda analisou a governança de cadeias globais de valor aplicadas à indústria de jogos digitais

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tese de doutorado “Plataformas como novo tipo de governança de cadeias globais de valor: estudo na indústria de jogos digitais”, do professor Dr. Luiz Ojima Sakuda, do Departamento de Administração da FEI, foi uma das vencedoras do programa Observatório Itaú Cultural, que tem como propósito promover a formação e o desenvolvimento de profissionais e pesquisadores atuantes nas instituições acadêmicas e culturais. O objetivo é reunir estudos da economia da cultura em vários aspectos, como sistemas de informação, indicadores, financiamento, internacionalização, mercado de trabalho, demanda e desenvolvimento territorial.

A TESE

O trabalho do professor Sakuda analisou a governança das cadeias globais de valor (CGVs) em empresas de jogos digitais. Seguindo o conceito de CGV, o padrão de comércio internacional transformou-se notavelmente nos últimos anos. As empresas hoje distribuem suas operações pelo mundo – desde o projeto dos produtos até a fabricação das peças, sua montagem e comercialização. Isso tem contribuído para a formação de cadeias internacionais de produção, que têm alterado o processo produtivo e os modelos comerciais no mundo. Essas são as cadeias globais de valor. De uma forma geral, os estudos de governança em CGVs já analisaram um grande espectro de indústrias nos últimos

20 anos, mas no que se refere às indústrias de bens de informação, a pesquisa ainda é limitada. Cartões de crédito, sistemas operacionais, jogos digitais e aplicativos móveis são exemplos de indústrias que possuem provedores de plataforma, que mediam as interações entre fornecedores e consumidores, e que podem ser analisadas com a aplicação do conceito de CGV. Desta forma, o trabalho do professor Sakuda, focou na análise de negócios baseados em plataformas digitais. “Os relacionamentos em plataformas são desenhados para serem multilaterais e possuírem efeitos de rede para atrair um

“Vencer esse prêmio é um grande reconhecimento da importância do tema que estudei” maior volume de participantes, o que muda a natureza da coordenação em relação às cadeias tradicionais baseadas em relacionamentos bilaterais sucessivos”, explica. A indústria de jogos digitais foi escolhida por ter simultaneamente características de plataforma tecnológica e de distribuição, enfatizadas respectivamente na literatura sobre plataformas industriais e multilaterais. “A pesquisa em jogos digitais é um campo emergente, muitas vezes não reconhecida no meio acadêmico. E o Itaú

estudo reconhecido. Professor Luiz Ojima

Sakuda analisou a governança das cadeias globais de valor em empresas de jogos digitais

Cultural é uma das instituições mais respeitadas na área de cultura. Vencer esse prêmio é um grande reconhecimento da importância do tema que estudei, e isso dá mais força para esse campo de pesquisa”, afirma o professor Sakuda. “Além disso, trata-se de uma monografia que fala sobre as transformações da indústria em geral, não só na de jogos digitais, e de como essa expansão do modelo de plataformas muda a indústria. É também uma discussão sobre um novo tipo de capitalismo.”

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Destaques

Fei É destaque Em aVaLIaÇÕEs InstItucIOnaIs o Centro Universitário recebeu 51 estrelas no Guia do Estudante, da Editora Abril, e tem alguns cursos em primeiro lugar no RUF, da Folha de S. Paulo. o Programa de pós-graduação (mestrado e doutorado) em Administração também foi bem avaliado pela CAPES

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Centro Universitário FEI foi, mais uma vez, destaque em importantes avaliações de instituições de ensino superior: o Guia do Estudante e o Ranking Universitário Folha (RUF), que tiveram sua edição de 2017 divulgadas entre setembro e outubro. Trata-se de uma conquista que é resultado do esforço e comprometimento de professores, alunos e funcionários, para manter o Centro Universitário FEI entre as melhores instituições não estatais do País. Guia dO estudaNte O Guia do Estudante engloba uma família de publicações da Editora Abril, com revistas e um portal sobre vestibulares, orientação vocacional e resumo sobre atualidades. As instituições de ensino são avaliadas, e os cursos considerados elegíveis a figurar no Guia recebem notas de três a cinco estrelas. O Guia do Estudante também organiza uma feira anual voltada para estudantes do ensino médio que estão em dúvida sobre o ensino superior. A feira conta com a participação de diversas instituições de ensino, como o Centro Universitário FEI. A edição de 2017 do Guia do Estu14

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dante rendeu à FEI um total de 51 estrelas, sendo que todos os cursos da Instituição receberam as “Estrelas do Guia do Estudante “, ressaltandose o curso de Engenharia de Automação e Controle, que foi classificado com a nota máxima (cinco estrelas). Além desse, os cursos de Engenharia Química e Ciência da Computação apresentaram uma evolução em relação ao ano passado: subiram de três para quatro estrelas. Confira a relação completa no quadro ao lado. ruf Elaborado pelo jornal Folha de São Paulo, o RUF é desenvolvido a partir de dados das bases do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (INEP-MEC), do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), do Scientific Electronic Library Online (SciELO, biblioteca eletrônica com uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros), da base de dados de periódicos Web of Science, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de fundações estaduais de fomento à ciência e de duas pesquisas nacionais do Datafolha. A lista classifica as 195 instituições brasileiras a partir de indicadores de pesquisa, ensino, mercado, internacionalização e inovação. O ranking fica disponível na internet (www.ruf.folha. uol.com.br/2017) e, em setembro, foi publicado pelo jornal um caderno especial com a lista e reportagens especiais sobre o ensino universitário no País. Os cursos da FEI ocupam as primeiras posições entre as instituições de ensino particulares do Brasil. Os cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Química e Engenharia de Produção ficaram em primeiro lugar. O de Engenharia Elétrica ficou em segundo, enquanto os Engenharia Civil e Ciência da Computação ocuparam o quinto lugar. Já entre as Instituições de Ensino do Grande ABC, alguns cursos foram considerados os melhores: Administração, Ciência da Computação, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção e Engenharia Química. “Esses resultados são o reconhecimento do trabalho que realizamos.


Além do grande prestígio do mercado, temos o reconhecimento dos nossos pares acadêmicos e, em um universo com tantas instituições, isso é bastante relevante”, aponta a Profª Dra. Rivana Basso Fabbri Marino, vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias do Centro Universitário FEI. “Além disso, temos consistência nos resultados. De maneira geral, a FEI vem crescendo constantemente, o que demonstra um caminho seguro”, acrescenta. avaliaÇÃO quadrieNal Os cursos de pós-graduação stricto sensu também contam com uma avaliação aplicada pela CAPES a cada quatro anos, a Avaliação Quadrienal, realizada para a entrada ou permanência de um curso no Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). As atividades são conduzidas com algumas premissas: reconhecimento e confiabilidade fundados na qualidade, assegurada pela análise dos pares; além de critérios debatidos e atualizados pela comunidade acadêmicocientífica a cada período avaliativo. Os resultados são expressos em notas de 1 a 7. Essa análise é conduzida nas comissões de área de avaliação e, posteriormente, no Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC/ES), que homologa os resultados finais. Os dados fundamentam a deliberação do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre quais cursos obterão a renovação de reconhecimento para a continuidade de funcionamento no período subsequente. Entre os programas de pós-graduação da FEI, o mestrado e doutorado em Administração figurou com nota 5. Os programas de Pós-graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica vêm em seguida, com nota 4, seguidos dos mestrados em Engenharia Química (nota 3) e Engenharia Mecânica (nota 3).

GraduaÇÃO

raNKiNG uNiversitÁriO fOlha (ruf)

administração

O melhor curso do ABC na avaliação entre as instituições particulares do País

Ciência da Computação

Considerado como o melhor do ABC na avaliação geral e 5º do País entre as instituições particulares

engenharia Civil

entre as melhores instituições de ensino particulares do País

engenharia de produção

lugar entre as melhores instituições de ensino particulares do País

engenharia elétrica

lugar entre as melhores instituições de ensino particulares do País

engenharia Mecânica

lugar entre as melhores instituições de ensino particulares do País

engenharia química

lugar entre as melhores instituições de ensino particulares do País

3º 5ª

3º entre as melhores instituições de ensino particulares do País (avaliação do mercado)

engenharia de automação e Controle engenharia de Materiais

Curso não avaliados no RUF

engenharia têxtil

Curso não avaliados no RUF

pÓs-GraduaÇÃO CAPES Mestrado e doutorado em

NOTA

Mestrado e doutorado em

NOTA

Mestrado em

NOTA

Mestrado em

NOTA

administração

engenharia elétrica

engenharia química engenharia Mecânica

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“Esses resultados são o reconhecimento do trabalho que realizamos. Além do grande prestígio do mercado, temos o reconhecimento dos nossos pares acadêmicos e, em um universo com tantas instituições, isso é bastante relevante”. Profª Dra. Rivana Basso Fabbri Marino

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PESQUISA DE PROFESSORES DO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA É PREMIADA EM CONGRESSO O trabalho dos professores Fábio Gerab e Elenilton Vieira Godoy analisou o ensino de matemática nos cursos de Engenharia

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trabalho “O ensino de matemática nos cursos de engenharia: o olhar do professor – uma análise quantitativa”, de autoria dos professores doutores Fábio Gerab e Elenilton Vieira Godoy, foi destaque no XLV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (COBENGE 2017), realizado entre 26 e 29 de setembro de 2017 em Joinville (SC). O congresso reúne nomes de destaque na discussão sobre o ensino e a aprendizagem em Engenharia no Brasil e teve em sua última edição mais de 600 trabalhos selecionados. O trabalho analisou a posição dos professores do Departamento de Matemática da FEI sobre distintos temas re-

lacionados a cinco eixos principais: predisposição para o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs); preocupação com a qualidade do processo de ensino e aprendizagem; preocupação com a aplicabilidade na aprendizagem; frequência da análise da atitude docente; preocupação com a metodologia e uso da História e da Educação Matemática. A análise dos resultados concluiu que as pequenas diferenças entre grupos de professores estão associadas às concepções pedagógicas individuais, sem indicar um grupo característico de professores. Concluiu também que as opiniões majoritárias são consistentes com a cultura institucional vigente no Centro Universitário. Assim, mudan-

ças de abordagens pedagógicas devem atentar-se às políticas institucionais, pois a visão corporativa na Instituição e suas tradições sobrepõem-se às visões individuais dos docentes. O trabalho dos professores Fábio e Elenilton foi um dos oito mais bem avaliados. “Isso nos trouxe muita satisfação, dado o elevado nível do evento sobre o tema Educação em Engenharia”, afirma Fábio. Foram dois processos de avaliação: o primeiro como melhor colocado de sua sessão de apresentação; já o segundo foi feito por uma comissão que avaliou todos os melhores trabalhos de cada sessão. Desses, foram selecionados o primeiro colocado de todo o evento e os demais oito trabalhos mais bem avaliados.

Aluno da FEI conquista bolsa para intercâmbio universitário na Europa O estudante disputou a bolsa com quase 200 candidatos da FEI e fará o intercâmbio no segundo semestre de 2018

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ustavo Magalhães Tercete, aluno do oitavo ciclo de Engenharia Civil, se prepara para fazer um intercâmbio universitário

a caminho da europa.

Gustavo Magalhães Tercete celebra bolsa de estudo do Fórmula Santander

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na Europa ano que vem após conquistar uma das bolsas de estudo do Fórmula Santander, um programa que conta com a FEI como parceira e que tem como objetivo fomentar a colaboração universitária na América Latina e em países da Europa, como Espanha e Portugal, concedendo bolsa de estudos em intercâmbios de seis meses em uma universidade conveniada com a Instituição, além de uma ajuda de custo no valor de cinco mil euros para despesas com alimentação e moradia. A iniciativa beneficia alunos da graduação e da pós-graduação desde 2013. Segundo Tiago Muzilli, coordenador de Relações Internacionais da FEI, este programa representa uma ótima oportunidade para estreitar relacionamento com universidades estrangeiras. “Além disso, demonstra a preocupação da FEI com o in-

vestimento na capacitação de seus alunos, já que o projeto permite formar profissionais com competências globais”, afirma. Já Gustavo Magalhães Tercete, indicado neste semestre para receber o incentivo, comemora a conquista e ressalta a importância de estar cada vez mais preparado para essas oportunidades. “Estou muito feliz com essa conquista. Acredito que foi o resultado de muita dedicação e esforço, uma vez que são avaliadas as notas de todo o curso para fazer a seleção”, explica. O programa Fórmula Santander faz parte do Santander Universidades, uma divisão global do banco conveniada a mais de 1.200 instituições de ensino superior em todo o mundo. A proposta é investir no ensino superior como forma de desenvolvimento dos jovens e, consequentemente, dos países onde a empresa está presente.


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FEI É PREMIADA EM EVENTO INTERNACIONAL SOBRE MICROELETRÔNICA Trabalhos de pesquisa são reconhecidos no maior evento científico de nanoeletrônica e circuitos integrados do Brasil

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ois artigos resultantes de pesquisas realizadas por professores e alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica da FEI foram premiados no maior evento de microeletrônica do País, o Chip on the Sands, realizado entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, em Fortaleza (CE). O Chip in do qual faz parte este evento, teve início em 2000 com o Chip in the Jungle, no Amazonas. O congresso internacional reúne diversos eventos que ocorrem simultaneamente e atraem pesquisadores, líderes da academia e da indústria e estudantes para apresentar e discutir questões relacionadas às principais áreas de pesquisa e desenvolvimento da Microeletrônica. Neste ano, a FEI conquistou o 1º lugar no 2nd International Symposium on Instrumentation Systems, Circuits and Transducers - INSCIT 2017 - com o artigo Semiconductor Bending Setup for Electrical Characterization of Mechanical Stress, de autoria de Rudolf Buhler, pesquisador de pós-doutorado e de Renato Giacomini, professor e coordenador do curso de Engenharia Elétrica, ambos da FEI e André Perin, professor da Universidade Metodista de São Paulo. O 2º lugar conquistado pela FEI foi no 32nd Symposium on Microelectronics Technology and Devices - SBMicro 2017 – com o artigo intitulado Channel Width

Engenharia Elétrica. Rafael Assalti (à esquerda) e Rudolf Buhler (à direita) recebendo os prêmios

Influence on the Analog Performance of the Asymmetric Self-Cascode FD SOI nMOSFETs, que contou com a autoria do doutorando Rafael Assalti e da professora doutora Michelly de Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica. Os trabalhos recebem apoio financeiro da FAPESP, CAPES e CNPq. Este ano estiveram representando a FEI um grupo formado por cinco professores, dois pós-doutorandos e seis alunos de pós-graduação (mestrandos e doutorandos), todos da área de Dispositivos Eletrônicos Integrados. “O SBMicro é o maior evento científico internacional da área de nanoeletrônica e circuitos integrados realizado

no Brasil. A FEI tem se destacado nessa área com trabalhos científicos de alta qualidade. Acredito que a premiação nesse importante evento demonstra a relevância das atividades de pesquisa desenvolvidas na Instituição”, destaca a professora doutora Michelly. O professor doutor Renato Giacomini explica que o prêmio é fruto dos constantes investimentos da Instituição em pesquisa e do espírito empreendedor de seus alunos: “Somos reconhecidos em micro e nanoeletrônica por nossas contribuições científicas, e essa premiação, ao lado dos outros prêmios que já conquistamos, demonstra nossa força nesta área”, finaliza.

“A premiação demonstra a relevância das atividades de pesquisa desenvolvidas na Instituição”. Profa. Dra. Michelly de Souza domínio fei 17


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olhares atentos.

Apresentação de alunos contou pontos para a premiação

ALUNOS APRESENTAM SEUS PROJETOS DE INICIAÇÃO NO VII SICFEI Edição teve aumento de 25% em trabalhos apresentados e mostrou o interesse crescente pela área de pesquisa

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sétima edição do Simpósio de Iniciação Científica, Didática e de Ações Sociais de Extensão do Centro Universitário FEI (VII SICFEI), que aconteceu em setembro, mostrou que os alunos têm se interessado por atividades extracurriculares, ampliando seu conhecimento além das salas de aula. O encontro, realizado anualmente, é voltado para alunos de graduação da FEI que tenham bolsas de Iniciação e visa introduzir o estudante na prática de apresentação de seus projetos de pesquisa desenvolvidos em diversas áreas de conhecimento. Os trabalhos foram avaliados por professores da FEI e convidados de outras instituições, levando-se em consideração um artigo submetido previamente e a apre-

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sentação do aluno durante o simpósio. Ao fim do evento, cinco trabalhos foram premiados: três de Iniciação Científica e Tecnológica, um de Iniciação Didática e um de Iniciação de Ações Sociais de Extensão. Em 2017, houve um aumento de 25% no número de participantes: foram 241 trabalhos apresentados. “Neste ano, optamos por não dividir os trabalhos por departamento”, explica a professora Michelly de Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica e coordenadora dos programas de Iniciação Científica e Tecnológica e de Inovação na FEI. “A opção por colocar todos os trabalhos juntos foi, inclusive, para que professores de outras áreas vissem o que vem sendo feito e onde podem contribuir”. Michelly

cita o exemplo do projeto de um robô, que é a mescla de diversas áreas: “Você não tem um robô sem a parte elétrica, sem a programação, sem a parte mecânica. É um projeto interdisciplinar por natureza”, comenta. O programa de iniciação permite ao aluno uma complementação de sua formação. Para tal, ele pode ter interesse maior por uma área e procurar um professor para se desenvolver ainda mais. Além disso, ele tem a oportunidade de perceber a aplicação prática do que é aprendido na sala de aula, e tem contato com conteúdos não abordados ao longo da graduação. “Estamos em um curso de engenharia, mas não podemos pensar só na parte técnica. Falamos em promover tecnologia e inovação, mas para uma aplicação. E qual é essa aplicação? É o bem


-estar da sociedade. Não podemos ter uma solução que seja perfeita tecnicamente e que seja antiética. Tudo isto está retratado nesses trabalhos”, afirma Michelly.

INICIAÇÃO DIDÁTICA

Os programas de Iniciação Didática e de Ação Social de Extensão também tiveram trabalhos apresentados no Simpósio, tornando-os mais conhecidos. A Iniciação Didática visa desenvolver projetos que serão utilizados em alguma disciplina da FEI, geralmente que esteja sendo reestruturada a fim de atualizar seu conteúdo. Pode ser em consequência de um novo plano pedagógico, novos materiais ou mesmo novas experiências em laboratórios. Para isso, é realizada uma pesquisa bibliográfica prévia. “Às vezes, ao desenvolver um projeto de Iniciação Didática, o aluno tem como objeto de estudo um tema que não faz parte do seu curso, por se tratar de outra disciplina. Por conta disso, ele precisa estudar, por conta, ferramentas ou práticas de desenvolvimento para a disciplina, para que possa demonstrá-la didaticamente”, explica a professora Maria Cláudia Ferrari de Castro, do Departamento de Engenharia Elétrica e coordenadora do Programa de Iniciação Didática.

compreensão do quanto a sua formação, a tecnologia e o conhecimento são de alguma forma tangentes com as questões da sociedade. Com isso, eles percebem que podem impactar positivamente o seu entorno. Eles podem empoderar pessoas, ao mesmo tempo em que também se empoderam e se tornam mais protagonistas dentro de sua realidade”, completa Carla.

VIDA ACADÊMICA

“Para a FEI, esses programas são muito importantes porque permitem que o aluno tenha seu primeiro contato com a metodologia científica, com o desenvolvimento de um conhecimento que vai ser importante para a sociedade e que pode ser aplicado em diversos âmbitos do saber”, afirma o professor doutor Marcelo Pavanello, vice-reitor de Ensino e Pesquisa do Centro Universitário FEI. “Esse é mais um pilar sólido da FEI, que realiza a sua missão de formar as pessoas com a melhor qualidade possível. A educação que estamos proporcionando para o aluno permite que ele entenda o meio científico, a colaboração em ações sociais e a montagem didática de uma disciplina. Estamos desenvolvendo cada vez mais as potencialidades desses seres humanos. E esse é o grande objetivo da nossa existência como Instituição.”

RECONHECIMENTO

Um dos trabalhos premiados foi o de Leonardo Contador Neves, aluno do último semestre do curso de Engenharia de Automação e Controle. Ele faz parte da equipe RoboFEI e, em seu projeto, desenvolveu um sistema que pode ser usado na interação entre um robô e um ser humano, com o intuito de adequar o comportamento do robô de acordo com as emoções do usuário naquele momento. “Fiquei muito feliz com o prêmio”, conta. “Fiz uma parte do trabalho, mas a equipe inteira ajudou, visto que o projeto RoboFEI é desenvolvido por outros alunos. Não existe um vencedor: todo mundo sai ganhando junto por gerar o conhecimento e agregar na pesquisa e tecnologia”. Essa é a segunda Iniciação Científica de Leonardo, como explica: “Eu me interesso por pesquisa. Acredito que, acima de tudo, é preciso que sejamos formados como engenheiros que, além de resolver problemas, pensem e abstraiam. Ou seja: devemos olhar os problemas de outros ângulos e isso é proporcionado pela pesquisa. Você tem uma base da engenharia, mas começa a ampliar seus horizontes para outras áreas”, conclui o estudante.

INICIAÇÃO DE AÇÃO SOCIAL DE EXTENSÃO

Já os projetos de Ações Sociais de Extensão visam contribuir, de alguma forma, com a sociedade. “Pela identidade da Instituição, entendemos ser importante desenvolver conhecimentos que impactem positivamente na realidade social. Afinal, a universidade existe para desenvolver conhecimentos, tecnologias e também para servir à comunidade”, comenta a professora Carla Andrea Soares de Araújo, do Departamento de Ciências Sociais e Jurídicas e coordenadora do Programa de Ações Sociais de Extensão. Os projetos de Iniciação de Ação Social de Extensão permitem que cada vez mais os alunos desenvolvam iniciativas específicas dentro de suas áreas de engenharia, ciência da computação, administração ou mesmo projetos interdisciplinares voltados à comunidade. “Isso tem trazido para esses jovens a

oportunidade. O programa de iniciação permite ao aluno complementar sua formação e aplicar na prática

o aprendizado teórico

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REITOR DA FEI É REELEITO VICE-PRESIDENTE DO CRUB Prof. Dr. Fábio do Prado, que já havia sido eleito em 2015, integra a diretoria do Conselho de Reitores de Universidades Brasileiras até 2019

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Reitor do Centro Universitário FEI, o professor doutor Fábio do Prado, foi empossado pela segunda vez consecutiva como vice-presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB). A solenidade ocorreu durante a 88ª Reunião Plenária, realizada em outubro, com a nova diretoria eleita para o biênio 2017/2019. A eleição havia sido realizada durante o 6º Fórum de Reitores do CRUB, em Balneário Camboriú (SC). O CRUB tem como missão promover o intercâmbio e a cooperação entre as universidades brasileiras, além de ser a única entidade que representa todos os reitores

do País. O reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, prof. Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto, também foi reeleito como presidente. “O CRUB é a única associação nacional que congrega os reitores das universidades e centros universitários de todos os segmentos educacionais: públicas federais, estaduais e municipais, comunitárias e privadas. Ele tem por finalidade promover a integração dessas instituições, buscando o aperfeiçoamento da educação superior. Participar, portanto, da diretoria de uma associação com estas nobres atribuições é inserir-se na agenda de discussão da educação nacional, contribuin-

do para o desenvolvimento do País e da população brasileira”, afirma o professor Fábio do Prado. O reitor explica também que sua participação no CRUB proporciona para a FEI visibilidade e liderança nas questões relativas à educação superior brasileira, além da possibilidade de partilhar, de forma direta e efetiva, as experiências da FEI com as demais universidades e centros universitários. “Quem não é visto não é lembrado, diz o ditado. Desse modo, assumimos uma interlocução ativa e podemos alcançar diretrizes e informações que devem realimentar positivamente os processos acadêmicos na FEI”, pontua.

intercâmbio e cooperação. Integrantes do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras - CRUB – com o prof. Dr. Fábio do Prado (2 o à esquerda).

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REITOR DA FEI PARTICIPA DE SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO INEP Instituições de Ensino Superior devem ter referencial mínimo de qualidade

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Avaliação da Educação Superior foi o tema do Seminário Internacional promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) nos dias 30 e 31 de novembro, em Brasília (DF), onde o reitor do Centro Universitário FEI, Prof. Dr. Fábio do Prado foi convidado para participar de uma das mesas-redondas do evento. Foram mais de 500 convidados, entre membros de instituições de ensino, do Ministério da Educação e demais órgãos ligados à educação superior, reunidos para fazer uma reflexão crítica sobre a Avaliação da Educação Superior em suas diferentes frentes: contribuição dos sistemas de avaliação para garantia da qualidade da educação; integração entre as avaliação interna e externa; medidas de qualidade da educação superior; Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Enade) e Indicadores de Qualidade. O seminário internacional contou com uma intensa programação, e no segundo e último dia do evento o professor Fábio do Prado foi um dos convidados, representando o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – CRUB - para compor a mesa redonda “O papel do Enade e dos Indicadores na Indução da Qualidade na Educação Superior”, juntamente com representantes da SESU, SERES, CNE, ABMES. Entre as contribuições do Professor Doutor Fábio, reitor da FEI e vice-presidente da CRUB, ele destacou “a importância das IES terem um referencial mínimo de qualidade, considerando as dimensões continentais de nosso País - são 30.000 cursos avaliados a cada três anos; o respeito à diversificação de modelos e vocação das instituições; a garantia de uma abordagem sistêmica, que não se estruture num modelo único de qualidade; e a necessidade de

programação intensa. Professor Dr. Fábio do Prado (primeiro à esquerda) e convidados em Seminário

Internacional do INEP

permanente atualização dos indicadores, de modo que as inovações acadêmicas possam ser identificadas e valorizadas”. Particularmente, mostrou ainda preocupação quanto ao caráter conteudista do processo, com peso excessivo à prova ENADE; a inexistência de indicadores de acompanhamento da produção e realização profissional dos egressos; bem como a eficiência do indicador IDD: “da forma que este índice é atualmente calculado, questiona-se se ainda é capaz de avaliar o valor agregado aos alunos durante sua passagem pela universidade”. Outro item enfatizado pelo Prof. Fábio foi a corresponsabilidade dos estudantes no processo avaliativo: “é fundamental para o sucesso do sistema de avaliação que as responsabilidades sejam devidamente

compartilhadas entre instituições e estudantes. E neste ponto, retomamos a antiga reivindicação das IES de se registrar a nota ENADE nos históricos escolares”. O evento realizado em Brasília é o destaque no calendário comemorativo do Projeto INEP 80 anos. A presença de educadores e pesquisadores institucionais, além dos agentes da Educação Superior no debate tinha como objetivo apontar novas reflexões e caminhos, agregando mais valores e eficiência às atribuições do INEP e suas responsabilidades nesse segmento educacional no Brasil. O Seminário Internacional é uma realização do INEP, por meio da Diretoria de Avaliação da Educação Superior (Daes) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

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FEI desafia estudantes a construírem pontes com barbante e palitos de sorvete Alunos do ensino médio e superior tiveram a oportunidade de desenvolver habilidades e aplicar importantes conceitos de Engenharia no desafio

à toda prova. Ajustes foram feitos para reduzir o peso da viga e aumentar a competitividade

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om o objetivo de estimular novas habilidades em estudantes como o desenvolvimento de raciocínio lógico, trabalho em equipe, muito planejamento e conceitos de Física, Matemática e Química, o Centro Universitário FEI promoveu a 9ª edição do Concurso Travessia nos dias 09 e 10 de novembro. A competição desafiou os participantes a construir pontes utilizando apenas palitos de sorvete, cola, barbante e clips, e proporcionou principalmente aos estudantes do ensino médio uma excelente oportunidade para experimentarem na prática, atividades relacionadas à carreira de Engenharia. “A experiência de produzir uma estrutura desde sua concepção ou ideia, construí-la e testar seu desempenho é um aprendizado rico que pode despertar

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aptidões e a paixão pela Engenharia”, destaca o coordenador do curso de Engenharia Civil da FEI e um dos organizadores do evento, prof. doutor Kurt Amann.

A competição

O concurso é dividido em três categorias: EMC, para alunos do ensino médio (escolas públicas e privadas); ABC, voltado para alunos da FEI, e PRO para alunos (também da FEI) do ciclo profissionalizante de qualquer modalidade de Engenharia. No desafio proposto pela competição, os competidores tiveram que construir pontes em formato de arco em apenas quatro horas. Tudo começa com a passagem de um carrinho, chamado de trem-tipo, acionado manualmente pelos membros da equipe. A cada travessia, o trem-tipo deve deter-se

por cinco segundos no centro do comprimento da ponte para realização da leitura da carga suportada. A travessia total deve durar entre 15 e 30 segundos. Caso ultrapasse este tempo ou tenha velocidade excessiva, a equipe perde pontos. A cada passagem são adicionadas cargas para avaliar a capacidade de suporte da estrutura da ponte. A avaliação da equipe encerra-se com a ruptura da estrutura em um ponto qualquer ou com uma deformação excessiva. Já a classificação é baseada no Coeficiente de Eficiência Estrutural (CEE), calculado pela divisão da carga máxima suportada, pela massa da ponte, o que avalia a capacidade resistente em relação à unidade de material usado na ponte. Além disso, a pontuação final também leva em consideração aspectos de criatividade, estética, cooperatividade e limpeza. O júri foi composto por professores das áreas de Arquitetura, Engenharia Civil, Física, Resistência de Materiais e afins.

Equipe vencedora

O Colégio Integrado Diadema venceu esta edição do Concurso Travessia. A equipe, composta por alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, concorreu pela quarta vez. “Gostaria de parabenizar a FEI pela iniciativa, que é muito interessante e possibilita colocar em prática todo o trabalho que fazemos na sala de aula. Além disso, despertamos a curiosidade dos estudantes e trabalhamos habilidades como trabalho em equipe, coordenação, concentração e foco. Para chegar à vitória, observamos os projetos realizados pelas equipes do ano passado. Estudamos muito e estamos muito felizes com a conquista”, finaliza o professor Victor Hugo Neris Alves, responsável pela equipe vencedora.


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Feira de Empreendedorismo incentiva o desenvolvimento de novos projetos Visões complementares sobre novos negócios foram compartilhadas para fortalecer a formação de futuros administradores

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ara promover contato direto dos alunos com o mercado de trabalho e incentivá-los a pensar em soluções criativas e inovadoras, foi realizada, em novembro, no campus São Paulo do Centro Universitário FEI, a Feira de Empreendedorismo, que acontece semestralmente. Em sua 22ª edição, o evento foi dividido em dois segmentos. O primeiro abordou novos negócios e contou com apresentações de projetos de alunos do curso de Administração a avaliadores externos das áreas de Investimento e Empreendedorismo. Já o segundo teve o foco em trabalhos de sistemas de informação, com destaque para aplicativos para smartphones. Para o coordenador do evento, professor Luiz Sakuda, a feira fortalece os laços entre o ecossistema empreendedor e a comunidade da FEI. “Além disso, promove a integração das disciplinas com professores

de diferentes áreas aprofundando visões complementares sobre a concepção e implementação de novos negócios”, ressalta. Já a professora Éryka Augusto, coordenadora das iniciativas de sistemas de informação, reforçou que ações como esta representam a oportunidade de aprender a olhar a problemática, a se relacionar e buscar informações; tudo através de uma atividade multidisciplinar. “Essas ações são as principais competências que todo administrador deve ter”, finaliza. Os projetos foram avaliados por uma renomada banca de jurados, que contou com a participação do professor doutor Gustavo Donato, coordenador da Plataforma de Inovação da FEI, além de Gabriel Filassi e Mylena Avelino Diegues, da aceleradora Infolk. Na categoria Novos Negócios, o vencedor foi o projeto Umbrella, que tem foco na economia criativa e na produção video-

jovens talentos. Campus São Paulo recebe projetos empreendedores

gráfica. Ou seja, trata-se de uma produtora de vídeos de curta duração, intitulados Book Trailers. Nele, são inclusos elementos visuais e sonoros que tenham relação com o conteúdo da obra com o intuito de incentivar o consumidor a adquirir o livro. “O projeto nos permitiu trabalhar diversas competências exigidas pelo mercado de trabalho e também colocar em prática tudo aquilo que aprendemos na sala de aula. Essa conquista só foi possível graças ao empenho e dedicação de cada integrante do grupo”, comenta Larissa Soares, integrante do grupo responsável pelo Umbrella. Já no segmento sistemas de informação, houve empate entre os aplicativos ABC Down, que visa formar e orientar os pais sobre como estimular seus filhos com Síndrome de Down; e Decatrônico, com foco na reutilização e descarte adequado de aparelhos eletrônicos. “Foi uma experiência desafiadora, pois nos colocou em um verdadeiro trabalho em equipe, promovendo superação de obstáculos e de nossos limites. Trabalhamos para fazer o nosso melhor e para que nosso aplicativo superasse as nossas próprias expectativas e pudesse realmente alcançar o público desejado”, explica Déborah Coelho, uma das alunas que desenvolveu o ABC Down. Houve também mesas de debates sobre investimento semente, o papel dos investidores-anjo, das pré-aceleradoras e aceleradoras, e que contou com a presença de Valentim Biazotti, da Aceleradora Worth a Million; Roberto Sekiya, da Subsecretaria de Empreendedorismo da SDECTI - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de São Paulo; Gabriel Filassi, da Insight Ventures; e Frederico Olivieri, investidor-anjo.

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FEI desenvolverá projeto com instituições do Brasil e da Europa

Parcerias preveem desenvolvimento de tecnologia baseada na Internet das Coisas (IoT)

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Centro Universitário FEI, em parceria com instituições brasileiras e europeias, aprovou um projeto de pesquisa no programa de Pesquisa e Inovação Horizon 2020, patrocinado pela União Europeia. Chamado de SWAMP (Smart Water Management Platform), a iniciativa tem o objetivo de desenvolver tecnologias para o melhor aproveitamento dos recursos hídricos na agricultura de precisão. O projeto, que será realizado por instituições de ensino e pesquisa e por empresas nos dois continentes, é uma oportunidade para incentivar os estudantes da graduação e da pós-graduação a desenvolver conhecimento sobre Internet das Coisas (IoT), análise de dados e áreas correlatas. A iniciativa será realizada em conjunto com a Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Embrapa, Levertech e CISB Brasil - Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro, além da Technical Research Centre of Finland – VTT, da Universidade de Bologna, Intercrop e Consorzio di Bonifica dell’Emilia Centrale. O professor doutor Rodrigo Filev, do Departamento de Ciência da Computação, ressaltou que o convite para integrar este consórcio se deve à solidez e reputação da FEI em pesquisa. “Colaboramos com os parceiros em todo o desenvolvimento da proposta de trabalho e vamos liderar diversas iniciativas ao longo do projeto. Além disso, vamos elaborar as especificações dos testes pilotos, arquitetura da plataforma IoT e algoritmos. Será uma oportunidade única de aprendizado e troca de experiência para a Instituição e para os nossos alunos”, destacou.

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futuras tecnologias. Projeto internacional será focado em recursos hídricos e agricultura de precisão

O projeto também conta com o apoio da Telefônica-Vivo, pois o consórcio pretende utilizar como base de seu desenvolvimento uma plataforma IoT aberta que tem a empresa como uma das maiores apoiadoras mundiais.

Parceria de resultados

O Centro Universitário FEI possui um acordo de cooperação com a TelefônicaVivo há três anos, o que permitiu a criação de um espaço para estudos na área de IoT, inovação, usabilidade para ambientes digitais e mobile. Em 15 de setembro, o presidente da companhia no Brasil, Eduardo Navarro, visitou o campus de São Bernardo do Campo da FEI e conferiu de perto os projetos e pesquisas desenvolvidos no laboratório. Para o executivo, a parceria firmada com a FEI é de extrema importância. “Eu fiquei muito impressionado com a

qualidade dos laboratórios da FEI, com os projetos desenvolvidos e com os professores. Para que o País avance na velocidade que nós precisamos, é muito importante que os nossos jovens tenham uma boa formação tecnológica, como a que a FEI tem proporcionado. Com certeza essa parceria vai gerar muitos outros projetos. Esse é o nosso desejo”, destacou Navarro.

O que é IoT?

A Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things - IoT) é uma rede de objetos que possuem tecnologia embarcada, sensores e conexões capazes de coletar e transmitir dados. Trata-se de uma extensão da Internet atual, que possibilitam que quaisquer objetos se conectem à rede.


Destaques

Alunos da FEI se destacam em mais uma edição da Maratona de Programação A equipe disputou com mais de 800 times de 200 instituições do Brasil

A

lunos do Centro Universitário FEI mais uma vez se destacaram na Maratona de Programação. Trata-se de um projeto que visa desenvolver e treinar equipes de alunos da FEI para participar das competições promovidas nacionalmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), em parceria com a Association for Computing Machinery (ACM). Esta foi a sétima vez que a Instituição se classifica para a etapa nacional da competição em dez anos de participação. O formato da competição é através de eliminatórias regionais, que valem vagas na etapa nacional. Os vencedores dessa última são classificados para a etapa mundial, denominada ACM International Collegiate Programming Contest, promovida pela ACM. A Maratona de Programação se destina a alunos de cursos de graduação e início de pós-graduação na área de Computação e afins (como Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Sistemas de Informação, Matemática). A competição promove nos alunos a criatividade, a capacidade de trabalho em equipe, a busca de novas soluções de software e a habilidade de resolver problemas sob pressão. Várias universidades do Brasil desenvolvem concursos locais para escolher os melhores times para participar da Maratona de Programação, que seleciona os melhores para participar das Finais Mundiais do evento. Os times são compostos por três alunos. Eles têm cinco horas para resolver o maior número possível de tarefas, que são entregues no início da competição. Completar uma tarefa se resume em desenvolver um programa que resolva determinado problema.

O programa é desenvolvido sem interfaces gráficas e deve receber uma entrada que contenha os parâmetros do problema para dar como saída a resposta solicitada. Os alunos têm à disposição apenas um computador e material impresso (livros, listagens, manuais) para vencer a batalha contra o relógio e solucionar problemas propostos. O time que conseguir resolver o maior número de problemas no menor tempo é declarado o vencedor.

SELEÇÃO

A FEI participa da Maratona desde 2005. Para definir seus times, são feitas seletivas por semana – quem vai bem e tem boas notas no curso é escolhido. Anualmente, de três a cinco equipes participam da Regional de Santos. Quem ganha, passa para a etapa Nacional junto com as melhores equipes do Brasil. As quatro melhores equipes classificam-se para o Mundial. Além de todo o aprendizado e da experiência, os alunos que integram a Maratona de Programação são valorizados pelo mercado. “Grandes empresas de tecnologia ficam de olho nos alunos que ganham essas competições porque eles são capazes de resolver problemas complexos e têm conhecimento avançado em programação. Essa é uma competição para solução de problemas”, aponta o professor doutor Paulo Sérgio Rodrigues, coordenador e coach do projeto.

lidar com a pressão de estar presente de várias equipes fortes das melhores faculdades do País. Outro desafio foi assimilar tópicos de matérias que ainda não tinha visto em sala de aula. Sempre tive a motivação de aprender tanto para aplicar em uma competição de programação como para me superar e evoluir”, afirma. Para ele, a classificação representa ser reconhecido como um dos melhores programadores. “Ser capaz de solucionar problemas difíceis em pouco tempo é uma característica, para mim, essencial e de grande destaque na área da Ciência da Computação”, comenta. Lucas considera muito importante participar de programas e projetos propostos além da grade curricular. “É uma oportunidade única que a faculdade oferece de aplicar e expandir ainda mais o conhecimento passado no curso. Além de familiarizar o aluno com ambientes de pesquisa e desenvolvimento de projetos de alto nível, é um ótimo ambiente de aprendizagem”, aponta.

DESAFIOS

O estudante Lucas Brandon, do curso de Ciência da Computação, fez parte de uma das equipes classificadas para a etapa mundial e conta sua experiência: “Acho que um dos meus maiores desafios foi

solução de problemas.

Seletivas semanais definem os times para a Maratona

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Destaque jovem

dedicação.

Elis Almeida Melo une conhecimento à experiência para garantir que os brinquedos estejam de acordo com as normas no Brasil

EX-ALUNA DA FEI APLICA OS CONHECIMENTOS DE ENGENHARIA PARA GARANTIR A SEGURANÇA DE BRINQUEDOS Graduada em Engenharia de Materiais e mestre em Engenharia Mecânica, Elis Almeida Melo é compliance manager na Lego e assegura que os bloquinhos de montar estejam dentro das especificações técnicas

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ijolinhos coloridos de montar. Foi com esses brinquedos que muitas crianças descobriram, logo cedo, um talento nato para a Engenharia. E eles estavam entre as brincadeiras de Elis Almeida Melo, que não apenas se tor-

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nou engenheira, como também foi trabalhar justamente na fábrica dos tais tijolinhos: ela hoje atua como compliance manager do escritório brasileiro da Lego. “Quando me disseram que a vaga era para trabalhar na Lego, eu disse: ‘meu

Deus!’. Acho que é o sonho de qualquer pessoa”, brinca Elis. “Trabalhar com brinquedo é muito gostoso, sem contar que materializar a sua infância é sensacional – e eu, que cresci brincando com Lego, fiquei com um sorriso de orelha a orelha.”


O ambiente da empresa ajuda no clima de nostalgia. Aqui e ali, o escritório tem esculturas enormes – feitas de tijolinhos coloridos. Tem, por exemplo, um castelo da Disney, a casa dos Simpsons e até uma roda gigante de Lego. Não bastasse isso, as salas de reunião contam com potes cheios de bloquinhos – o que deixa todos no clima do negócio. As peças de Lego também estão presentes nas luminárias e ornamentando um ou outro móvel, criando a sensação de estar em um escritório de brinquedo.

que faz com que as exigências se conversem em vários aspectos. O produto, portanto, acaba sendo universal. Outro ponto que Elis destaca é a segurança, tida uma como prioridade da empresa, para que as crianças possam desfrutar da diversão do Lego da melhor forma possível. Para se ter uma ideia, centenas de matérias -primas são documentadas para cumprir com as regulamentações, e uma única peça de Lego passa por diversas verificações, com relatórios e documentos.

DIA A DIA

TRAJETÓRIA

Compliance é o conjunto de disciplinas que uma companhia adota para cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio, além de evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer. No caso da Lego, que fabrica itens manuseados por crianças, Elis assegura que os produtos cumpram as determinações de segurança dos órgãos reguladores, o que contempla seguir procedimentos estruturados. Os testes são feitos por laboratórios externos, que não têm relação com a Lego. Em seu trabalho, Elis cuida para que os produtos estejam disponíveis para que os órgãos realizem suas verificações. “Eu garanto que todos os produtos sejam certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)”, explica Elis. “E quando há uma nova regulamentação, fazemos um rastreamento para nos certificar de que tudo está de acordo com as normativas estabelecidas em todos os países.” Há, contudo, um detalhe: sendo uma companhia multinacional, a Lego não fabrica seus produtos no Brasil. Como, então, conciliar a fabricação com legislações de diferentes locais? A companhia segue um raciocínio interessante para lidar com a questão. Como está presente em muitos países (e sujeita a regulamentações variadas), a Lego segue como parâmetro as exigências mais rígidas. Dessa forma, mesmo em um local com exigências mais brandas acerca da segurança dos brinquedos, a companhia vai além do necessário e garante que está de acordo com o que é exigido. Além disso, as normas geralmente têm referências em práticas internacionais, o

Toda a formação acadêmica de Elis foi no Centro Universitário FEI: sua graduação foi em Engenharia de Materiais, e depois ela fez um mestrado em Engenharia Mecânica. “Quando adolescente, eu era muito estudiosa, e todos diziam que seria professora, mas esse nunca foi o meu desejo”, lembra Elis. Durante o ensino médio, sem fazer ideia de que carreira seguiria, entrou em um curso técnico em laboratorista industrial, voltado para a área química. “Eu adorei, porque era algo muito analítico. Encontrei um caminho”, conta. Somado isso, ao fato de ter uma certa preferência pelas matérias de ciências exatas, Elis pensou em cursar Engenharia Química. Até visitar uma feira de carreiras voltada

“Trabalhar com brinquedo é muito gostoso, sem contar que materializar a sua infância é sensacional”

para estudantes e ter conhecido a Engenharia de Materiais – uma área que envolve temas com os quais ela já tinha alguma familiaridade, como química, física e termodinâmica. Depois de alguns meses, ela estava matriculada no curso da FEI. Em uma área com predominância de rapazes, Elis era a única mulher da turma. Mas isso nunca foi um problema. “Quando eu tirava nota melhor que os meus colegas, eles brincavam dizendo que é porque eu sou menina. Mas nunca senti nenhuma hostilidade. Eu era tratada com muita neutralidade. A convivência era bem gostosa”, lembra. Ela começou sua carreira em uma fábrica de autopeças, e logo conseguiu um emprego em outra marca de brinquedos, até que surgiu a oportunidade na Lego. A atuação de Elis evidencia que a Engenharia é algo bastante abrangente e vai muito além de projetos e métodos de produção. “Acredito que nesses cinco anos de graduação e mais dois de mestrado, fui treinada para pensar analiticamente”, avalia. “Em todas as situações aparecem desafios. Para criar planos de ação e executar da melhor maneira possível, esse pensamento analítico ajuda muito.”

MEMÓRIA

Elis tem ótimas lembranças de sua vida universitária. “Na FEI, sempre havia pessoas muito diferentes. Foi o primeiro lugar onde eu aprendi a conviver com a diversidade, interagi mais com as pessoas e aprendi coisas que fizeram a diferença na minha formação”, relembra. “Além, é claro, de aprender a pensar analiticamente e ser uma profissional rápida. Isso é importante para ser mais produtiva. A gente acaba sendo treinada sem perceber. Quando você vê, está pronta para o mercado.” Elis aproveita para transmitir alguns conselhos para os alunos FEIanos. “Aproveitem bem as matérias e também curtam bastante essa fase em que são jovens estudantes – acho que dá para equilibrar essas coisas. A FEI é uma faculdade muito difícil, mas proporciona momentos únicos e abre portas, sobretudo no início da carreira. Ter a FEI no currículo faz muita diferença.” E a dica não se restringe à vida universitária: “É importante focar no domínio de idiomas. Falar uma segunda língua foi fundamental na minha carreira”, aconselha.

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entrevista

À frente de um negócio em plena expansão Formado em Engenharia de Produção Mecânica, em 1985, no Centro Universitário FEI, Mauro Luis Correia é hoje presidente da Caoa, uma das maiores empresas do setor automobilístico do País, que acaba de anunciar uma parceria com a montadora chinesa Chery

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om mais de 30 anos de experiência nos setores automobilístico, têxtil e de tecnologia, o engenheiro de produção mecânica formado pela FEI Mauro Luis Correia é, desde dezembro de 2016, presidente da Caoa, um dos maiores grupos automotivos do País. A empresa está em um momento de expansão. Em novembro, foi anunciada a compra da operação brasileira da montadora chinesa Chery, formando a Caoa Chery, com sociedade 50% brasileira e 50% chinesa, que prevê o intercâmbio de tecnologias exclusivas e um investimento de dois bilhões de dólares nos próximos dois anos. Este é um grande reconhecimento para um negócio brasileiro. A Caoa foi criada em 1979 por Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que havia comprado um Landau em uma concessionária da Ford em Campina Grande (PB). 28

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A revenda, porém, faliu pouco tempo depois, e Carlos Alberto fez uma proposta: assumiria a empresa para compensar o pagamento do veículo. Em menos de seis anos, a Caoa se tornou a maior revendedora Ford do Brasil. Ao longo dos anos, a empresa foi a responsável pela entrada de grandes marcas no Brasil, como Renault e Subaru. A parceria com a Hyundai surgiu em 1999, quando a Caoa passou a ser a importadora exclusiva da marca no Brasil e, por conta do sucesso no mercado, o grupo Caoa inaugurou em 2007 uma moderna fábrica em Anápolis (GO), que produz alguns modelos da Hyundai. Além de estar à frente do grupo Caoa, Mauro também é presidente da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade) para o biênio 2017/2018, sucedendo Frank Sowade, que também foi aluno da FEI.

Em entrevista para a revista Domínio FEI, Mauro conta como a sua formação acadêmica e a busca pela atualização constante de seus conhecimentos contribuiu para uma trajetória profissional de sucesso. Segundo o executivo, fazer o que gosta com dedicação e comprometimento, agarrar todas oportunidades e não recusar desafios são alguns dos pontos indispensáveis para uma carreira brilhante e feliz. Qual foi a importância da FEI em sua formação? A FEI foi responsável por toda a minha base técnica. Além disso, sempre foi uma universidade muito bem aceita no mercado, principalmente pela indústria automotiva. Sem dúvida, a FEI orientou a minha carreira. Ou seja, me preparou para a início da vida profissional.


Por que escolheu o curso de Engenharia de Produção Mecânica? Desde pequeno eu gostava de carros. Meu pai tinha uma loja de autopeças e acredito que isso tenha despertado meu interesse para o segmento automotivo. Com 11 anos, eu já falava em ser engenheiro. E pode parecer engraçado, mas sempre tive o sonho de fazer FEI. Passei em outras universidades, mas a escolha já estava feita antes do vestibular. Conte um pouco da sua trajetória acadêmica. Acredito que o espaço da universidade é muito rico para qualquer profissional, de qualquer segmento. Além disso, é muito importante estar atualizado para acompanhar o mercado. Assim que me formei, fui atuar na Ford, na área de qualidade. Fui então indicado para fazer um curso nesse segmento. Logo após, ajudei um grupo da empresa a criar, junto a uma importante universidade de São Paulo, um curso de Administração, focado no setor automotivo. Concluí um mestrado na Universidade de São Paulo e recebi uma bolsa, também da Ford, para participar de um curso sobre ambiente industrial, no Japão. Na sequência fui selecionado, junto a mais três colegas, para um MBA nos Estados Unidos, na Michigan University. Agarrei todas as oportunidades que tive para aprimorar meus conhecimentos. Sobre a sua trajetória profissional? Atuei por 20 anos na Ford. Iniciei a carreira como estagiário e cheguei ao cargo de gerente executivo. Depois, trabalhei na Volkswagen como diretor de operações. Nos cinco anos seguintes, estive à frente de duas empresas do setor de tecnologia: na Nokia, como diretor de operações, e na Semp Toshiba, como vice-presidente. Após esse período, fui para a Scalina Group como COO. Estou na Caoa há quatro anos, sendo que há um ano assumi a presidência da empresa.

“Além da formação acadêmica, é muito importante ter a humildade de aprender com profissionais mais experientes e transitar em todos os níveis da organização” domínio fei 29


entrevista Estamos em um momento de transformações muito dinâmicas nos métodos de produção. O que mudou da época em que o senhor se formou em Engenharia Industrial até agora? Muita coisa. Podemos observar mudanças desde a forma de produção e gestão até o relacionamento com o cliente. As indústrias estão muito mais conectadas e o cliente mais exigente. O tempo mudou e, com isso, a forma de pensar, de desenvolver e produzir um veículo também. Hoje temos mais tecnologia e, consequentemente, mais qualidade e segurança. O senhor atuou em grandes empresas do setor automotivo e de tecnologia. Qual a dica para crescer

Em um setor competitivo como o da Caoa, como uma empresa pode se destacar? Quais as tendências e expectativas para esse setor? O grande desafio para os engenheiros que estão se formando é a velocidade com que as coisas acontecem. Há uma tendência de atualização muito maior do que na época em que me formei. Outro ponto é a rápida transformação do setor. Em breve teremos novas maneiras de comercializar carros e os automóveis passarão por uma “mutação”. A realidade do carro autônomo e elétrico, por exemplo, deve acontecer mais rápido do que o mercado espera. Devemos ter novas formas de utilizar os meios de transporte, haverá mais opções para os consumidores.

preciso também planejar e visualizar o futuro. O segredo de uma grande equipe é a mescla de profissionais maduros e experientes com jovens competentes e ousados. De que maneira a formação em Engenharia de Produção Mecânica, que muitas vezes é tida como extremamente técnica, o ajudou a desempenhar suas atividades? Quais as habilidades necessárias para um cargo de tamanha importância? A Engenharia Industrial traz uma formação técnica, mas também um pensamento estruturado, processos e o conceito de disciplina. Para ocupar um cargo de destaque em uma empresa é preciso ainda desenvolver conhecimen-

“O grande desafio para os engenheiros que estão se formando é a velocidade com que as coisas acontecem. Há uma tendência de atualização muito maior que na época em que me formei”

dentro de uma grande corporação? Quais os diferenciais que um profissional precisa ter? Primeiro de tudo é preciso estar sempre aberto a novas experiências. Além disso, comprometimento e adaptabilidade são características importantes. Ou seja, o profissional precisa ter vontade para se adaptar a novas situações. Eu nunca rejeitei nenhuma função ou tarefa, e acredito que este seja um diferencial importante. É preciso ir atrás de novos desafios, ser flexível, dedicado e atualizado. Eu, por exemplo, em dois ou três anos mudava de posição e sempre estava disposto a me atualizar. 30

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A Caoa cresceu muito nos últimos anos. Como o senhor avalia esse crescimento e sua contribuição? Estou na Caoa há quatro anos. Três deles como vice-presidente e um como presidente. Minha contribuição se dá na liderança de grupos que são responsáveis por fazer a empresa crescer. Ninguém faz nada sozinho. As coisas só acontecem com um grande time. Quais os principais desafios do cargo de presidente de uma grande empresa? O desafio é justamente a liderança e a motivação dos demais funcionários. É

tos em gestão – finanças e contabilidade, por exemplo. E, para isso, há diversos cursos no mercado. Além da formação acadêmica, é muito importante ter a humildade de aprender com profissionais mais experientes e transitar em todos os níveis da organização. Eu aprendo muito com os colaboradores da fábrica. As pessoas precisam ter em mente que você não é presidente. Você está presidente. E você não é especialista em tudo. As conversas constantes com os responsáveis de cada área orientam as minhas tomadas de decisão. Acredito que todos os profissionais são importantes para o sucesso da empresa.


“Para ter sucesso, além de dedicação, o importante é fazer aquilo que gosta” Você imaginou, quando mais jovem, que alcançaria essa posição? Não. Tudo aconteceu de forma orgânica. Nunca perdi oportunidades. Mesmo sem saber se daria certo, agarrei os desafios. E assim cheguei até aqui. Podemos fazer uma analogia com um ônibus. Quando você dá o sinal, não sabe o que encontrará lá dentro. Se ele estará cheio ou vazio. Pode ser uma excelente oportunidade, ou não. Se achar que não vale a pena, basta dar um jeito de descer.

A chamada Indústria 4.0 é uma realidade que exige profissionais multidisciplinares e soluções completamente integradas. Como você avalia essa questão? A Indústria 4.0 é sim uma realidade. As empresas precisam se preparar para não ficar para trás. Porém, é importante dosar como a tecnologia será utilizada por cada empresa, saber onde cada organização vai entrar dentro desse contexto.

Que conselho daria para os novos estudantes de Engenharia? O último ano da faculdade, a formatura, é só o primeiro passo. Os estudos estão apenas começando e são uma base forte para o desenvolvimento futuro. Esteja preparado para se atualizar, sempre. E, por fim, para ter sucesso, além de dedicação, o importante é fazer aquilo que gosta. Não busque apenas retorno financeiro, pois a chance de se tornar um profissional frustrado será grande.

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pesquisa e tecnologia

de história e inovação Criado como uma ênfase dos cursos já existentes, o curso de Engenharia de Produção completa 50 anos de existência e evolução, alinhado à inovação tecnológica e atuação em todas as áreas da atividade econômica

D

esenvolvido para atender as demandas específicas do ambiente industrial, o curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário FEI, que completa meio século acompanhando a complexidade das organizações, já formou mais de 6.400 engenheiros de produção. Essa é uma área da engenharia relacionada às transformações vivenciadas nos processos de produção desde a Revolução Industrial e é fundamental para a novíssima Indústria 4.0. Esta edição da revista Domínio FEI traz um pouco da história do curso, as mudanças ao longo dos anos e o seu papel para as próximas mudanças da indústria. O Centro Universitário FEI foi a primeira Instituição de ensino particular a criar um curso específico de Engenharia de Produção. A faculdade já havia, alguns anos antes, introduzido o curso de Engenharia Operacional, com duração de três anos. Em 1967, surgiu a oportunidade de os engenheiros operacionais obterem uma complementação em Engenharia de Produção. Inicialmente, o curso era oferecido à noite, durante dois anos. Assim, naquela época, a FEI formava engenheiro mecânico de produção, engenheiro têxtil de produção, engenheiro eletricista de produção, engenheiro químico de produção e engenheiro metalurgista de produção. No ano seguinte, a FEI passou a oferecer o curso de Engenharia de Produção no período diurno,

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nas áreas de Mecânica, Eletrônica, Têxtil, Química e Metalurgia. O aluno fazia a opção definitiva pela Engenharia de Produção ao final do 8º ciclo, e o curso era ministrado nos 9º e 10º ciclos. O título do profissional mudou e passou a ser engenheiro de produção mecânico, engenheiro de produção químico etc. A opção pelas áreas Mecânica e Eletrônica foram adicionadas em 1998 no curso noturno. A partir de 2002, a FEI ofereceu o curso de Engenharia de Produção de forma plena, sendo o título obtido de engenheiro de produção. “A área de conhecimento da produção cresceu devido a pesquisas e métodos mais sofisticados no mercado. Com isso, o dia a dia passou a ter novas situações e novos problemas, o que passou a exigir novas soluções”, explica o professor doutor Dário Alliprandini, chefe do Departamento de Engenharia de Produção e coordenador do curso na FEI. “Antes, em um ano o professor ensinava as técnicas de planejamento, de análise econômica e tudo o que era necessário para a produção. Mas, com o tempo, foi necessário criar um curso específico para isso.” Em 2006, houve uma reforma curricular no curso, aumentando o alinhamento com as diretrizes da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO) e a inclusão da área como uma modalidade oficial pelo Ministério da Educação (MEC) e no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).


digital. Estudantes

podem simular todo o funcionamento de uma fábrica e seus processos industriais automatizados

Em 2016, uma nova reestruturação ampliou a carga horária de disciplinas de conteúdo específico da Engenharia de Produção e fortaleceu o uso da tecnologia da informação.

ATUAÇÃO

Com a complexidade surgida pela evolução da indústria e crescimento exponencial de produção, aliado à maior variedade de tipos de produtos, equipamentos e maneiras de fabricá-los, o engenheiro de produção foi ampliando sua atuação para atender as organizações que diversificavam a gama de fornecedores e exigiam uma mão de obra cada vez mais especializada para competir em mercados internacionais. As empresas transcenderam fronteiras entre países e pulverizaram suas operações em diversos locais. Se antes a produção era verticalizada, na qual o ciclo começava e terminava na mesma fábrica, com o tempo as atividades se expandiram e se fragmentaram. Novos paradigmas surgiram no horizonte, gerando questionamentos, como a decisão de transferir a produção para outro lugar com menor custo de mão de obra, assim como a análise da localização de fornecedores estratégicos. Para gerenciar tantas variáveis, houve a criação de métodos de planejamento e controle, algoritmos, indicadores de desempenho, análise estatística, simulação, modelos para projetos de sistemas de produção etc.

investimento constante. A Engenharia de Produção atua em diferentes

processos industriais

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pesquisa e tecnologia “A Engenharia de Produção é fundamental para a Indústria 4.0. É ela que articula a adoção de cada tecnologia a ser aplicada a cada contexto”. Prof. Dr. Dário Alliprandini Outro fator decisivo para as transformações do mercado foi a concorrência. “Antes, havia mais demanda do que oferta”, explica o professor Dário. “Hoje, com mais competitividade, a qualidade se tornou determinante, principalmente com a criação de métodos de controle estatístico. Como a demanda ficou menor que a oferta, surgiu a necessidade de diminuir o custo sem comprometer a qualidade. O mercado, de uma forma geral, se tornou mais exigente, o que demanda uma manufatura ágil e responsiva.” Para o recém formando em Engenharia de Produção, Janderson Lopes Silva, a FEI tem o grande diferencial de se preocupar com a aplicabilidade real do conteúdo. “Sou muito feliz por ter me formado na FEI, uma universidade que valoriza o aluno, promove tanto aulas técnicas quanto práticas, possui laboratórios supermodernos e é muito reconhecida pelo mercado de trabalho. Além do conhecimento em engenharia, tive a oportunidade de desenvolver outras habilidades, como a de me comunicar e me relacionar, já que o curso conta com muitos projetos e apresentações. Isso ajuda a preparar o aluno para a realidade das empresas, que buscam por profissionais que saibam de fato gerir projetos e estejam aptos a solucionar problemas. Hoje, trabalho na área de Logística e, após seis meses de estágio, fui efetivado. Acredito que isso só foi possível graças a todo o aprendizado que tive na faculdade”, destaca Janderson. Já Amanda Gomes Teramachi, também recém-formada em Engenharia de Produção, conta que fez engenharia por influência do pai, que é engenheiro, e se surpreendeu com a qualidade do curso. “Sempre ouvi falar muito bem da FEI e o curso foi muito bom. Tive a oportunidade de estar em contato com disciplinas muito interessantes e de ter uma sólida base em gestão. Os alunos possuem importante diferencial no mercado de trabalho, pois a Instituição é muito reconhecida. Além disso, há muitos profissionais em cargos de liderança que fizeram FEI. Trabalho em um grande banco, na área de telemetria, e sou responsável por construir indicadores importantes para tomadas de decisão”, finaliza. Jorge Sagayama, aluno da turma de 1979 de Engenharia Mecânica de Produção, ressalta que todas as disciplinas tiveram muita relevância no desenvolvimento da sua carreira, principalmente Estatística e Métodos Quantitativos. “Foram muitas soluções desenvolvidas em equipe, onde pudemos criar competitividade pela melhoria de qualidade e redução de custos. Apli-

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cações de métodos de controle estatístico de processo (CEP) e design of experiments (DOE) propiciaram a descoberta de causas e soluções para o avanço tecnológico das organizações em que atuei. A pesquisa operacional também deu todo suporte para o desenvolvimento do Lean Manufacturing e Six Sigma, ou Sistema Toyota de Produção, e, a partir de 1993, passei a implantar estes métodos ampliando a abrangência para outros segmentos como fundição e alimentos”, destaca Jorge. Ele atingiu o cargo de diretor industrial em grandes empresas do setor alimentício e de embalagens e retornou à FEI em 2017, para se desenvolver no meio acadêmico e concluir o mestrado.

MÚLTIPLOS AGENTES

A produção também envolve questões que, a princípio, não são ligadas diretamente à fabricação. É o caso do Supply Chain, que pode ser entendido como “cadeia de suprimentos” ou “cadeia logística”. O conceito envolve todo o processo logístico de um produto ou serviço, desde a sua matéria-prima até a entrega ao consumidor final, bem como a operação reversa de forma alinhada às boas práticas ambientais, o que inclui vários agentes em suas diferentes etapas: fabricantes, fornecedores, armazéns, distribuidoras, varejistas e, por fim, os consumidores. Ou seja: atividades completamente relacionadas à Engenharia de Produção. Trata-se de uma fatia considerável: estima-se que 30% dos alunos que se formam atualmente vão para a área de logística. “É algo muito significativo”, aponta o professor doutor Mauro Sampaio, do Departamento de Engenharia de Produção. Ele conta que, hoje, uma fábrica é uma organização muito mais complexa, que transcende seus limites físicos. “Fora da planta, até chegar ao consumidor, o produto passa por fornecedores e canais de distribuição”, exemplifica. Com isso, a competição não ocorre apenas entre empresas; ocorre também em cadeias de suprimentos. “Não adianta ter o melhor sistema de montagem se os fornecedores e distribuidores não forem bons”, exemplifica o professor Mauro. Nessa realidade, a composição da receita precisa considerar os custos em toda a cadeia, e os diferentes agentes precisam colaborar entre si. E a grande alavanca para isso tem sido a tecnologia da informação, que permite unir os parceiros, melhorar a produção, ter uma visão mais clara da demanda do cliente e fazer todo o acompanhamento online. No curso de Engenharia de


Produção da FEI, os alunos já vivenciam o dia a dia com esse tipo de ferramenta, com soluções de ponta introduzidas de forma pioneira no Brasil. “O engenheiro de produção tem o perfil ideal para trabalhar com logística. É um assunto multidisciplinar, que conversa com outras áreas de uma empresa, como produção, planejamento, marketing, vendas, suprimentos e compras”, considera o professor Mauro.

TESTEMUNHA DA EVOLUÇÃO

O professor doutor Alexandre Augusto Massote foi coordenador do curso de Engenharia de Produção da FEI por 17 anos e acompanhou de perto a evolução da área. Ele participou, inclusive, de uma comissão formada por representantes de instituições de ensino superior para pleitear junto ao INEP a definição do que seria um curso nessa área. Foi assim que, em 2002, passou a existir oficialmente o curso de Engenharia de Produção plena, deixando de ser uma especialização de outras áreas da Engenharia. “Na época, os 35 cursos oferecidos, incluindo na FEI, eram uma especialização, que o aluno optava nos últimos anos da graduação. Hoje, são mais de mil opções de curso”, relembra o professor. “Tínhamos cerca de cem alunos na FEI fazendo esse curso. Hoje, são mais de 1200.” Massote pontua também o potencial do mercado brasileiro para os engenheiros de produção. Para ele, o Brasil não tem um histórico voltado no desenvolvimento de produtos. “Somos um País focado em produzir. E quem produz, tem que produzir bem, saber avaliar processos e otimizar custos. Além disso, os conceitos de produtividade e competitividade são muito acentuados hoje”, afirma.

FORA DA FÁBRICA

Com um escopo de atividades tão abrangente, o engenheiro de produção está mais do que apto a atuar em negócios que vão bem além de uma fábrica. Um setor onde o profissional vem ganhando muito espaço é o de serviços. Em um banco, por exemplo, o engenheiro de produção pode trabalhar com análise de investimentos, análise de risco, processo e gerenciamento de projetos. Outro setor com grande potencial é o de saúde. Afinal, um hospital tem questões práticas que vão bem além da medicina, como disponibilidade de leitos, gestão de estoque, contratações etc. A FEI tem um projeto nesse sentido. O Centro Universitário firmou em 2012 um convênio com o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que define a melhor priorização de atividades, visando a otimização dos recursos das instalações, como salas de cirurgia, leitos e equipamentos. Essa é uma forma de melhorar os processos e aumentar a capacidade de atendimento com os recursos já disponíveis. A princípio, a ideia era otimizar as atividades do centro cirúrgico. “Um hospital, no entanto, é um complexo”, explica o professor do Departamento de Engenharia de Produção, João Chang Junior, que está à frente do projeto. Ele conta que uma unidade como o InCor tem ambulatórios, exames, enfermagem, hemodinâmica, pronto-socorro, UTI, entre outros. E tudo isso interfere na programação de cirurgias do centro cirúrgico. Com isso em mente, o escopo do projeto aumentou consideravelmente: estudantes do programa de Iniciação Científica, graduandos fazendo trabalho de conclusão de curso e alunos do mestrado analisam os processos do hospital e seus diversos indicadores para identificar o que pode ser melhorado. Isso envolve medir o tempo de permanência

“Somos um País focado em produzir. E quem produz, tem que produzir bem, saber avaliar processos e otimizar custos”. Prof. Dr. Alexandre Massote

Pioneirismo. Um dos primeiros laboratórios da FEI, onde começou a evolucão do curso rumo à indústria 4.0

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pesquisa e tecnologia “O nosso objetivo é continuar no caminho de posicionar a FEI como Instituição atuante e formadora de recursos humanos qualificados para o novo cenário de manufatura avançada e alinhada com as tendências da indústria”. Prof. Dr. Fabio Lima

dos pacientes nos leitos, quanto cada atividade demora, a disponibilidade de vagas e eventuais imprevistos. “Existem, por exemplo, as cirurgias eletivas, que têm data marcada. Mas elas podem ser postergadas por conta de outros procedimentos de urgência e emergência”, esclarece o professor Chang. Outras variáveis são as alterações no quadro de saúde dos pacientes, o que pode fazê-los passar mais tempo nos tratamentos. Trata-se, portanto, de uma atividade que envolve processos, análise de dados e big data, o que é completamente condizente com a atuação do engenheiro de produção. “Essa é uma área tradicionalmente voltada para a produção industrial, mas também engloba operações, o que inclui serviços, como segurança, saúde e até educação. Temos na FEI, inclusive, uma linha de pesquisa chamada de Qualidade em Instituições de Saúde, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica com Ênfase em Engenharia de Produção”, aponta o professor Chang. Com mais conhecimento sobre o funcionamento de um hospital de alta complexidade, os alunos vêm desenvolvendo três softwares que já estão em fase de registro no INPI - Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. Para o professor Chang, a tendência é que o engenheiro de produção fique menos focado em fábricas. “As atividades de serviços estão mais proeminentes e há uma grande demanda para isso. Os hospitais vêm adotando metodologias para simular e otimizar seus processos, que além de melhoria no atendimento, propicia ganho financeiro”.

Com esse novo tipo de indústria, as linhas de produção têm mecanismos de automação com capacidade de tomada de decisões, mais segurança e uma nova organização em termos de engenharia de sistemas. “A Engenharia de Produção é fundamental para a indústria 4.0. É ela que articula a adoção de cada tecnologia a ser aplicada a cada contexto”, comenta o professor Dário. Embora o conceito já esteja sendo assimilado em todo o mercado, a sua aplicação completa demandará tempo, em função de suas mudanças propostas, como a possibilidade de produzir itens customizados em larga escala. Atualmente, isso só é possível com produtos padronizados. Para que isso seja viável, o conceito propõe uma associação de tecnologias, como inteligência artificial, manufatura aditiva (também conhecida como “impressão 3D”), robótica avançada e internet das coisas. “A conectividade é a palavra-chave nessa nova realidade”, comenta o professor Fábio Lima, do Departamento de Engenharia de Produção. Um exemplo do possível

FUTURO – INDÚSTRIA 4.0

A Engenharia de Produção tem tudo a ver com a Indústria 4.0, uma tendência irreversível do mercado. O termo se refere à interação autônoma e inteligente entre sistemas de fabricação automáticos complexos – uma mudança de paradigma tão grande, que também é conhecida como “a quarta revolução industrial” (a primeira ocorreu com a mecanização da produção usando água e energia a vapor; já a segunda fez uso da energia elétrica para estabelecer a produção em massa; a terceira, por sua vez, trouxe a revolução digital e o uso de tecnologia da informação).

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prática aplicada. Equipamentos permitem a vivência do cotidiano das organizações


funcionamento da Indústria 4.0 é o acesso de um cliente ao seu fornecedor por uma plataforma eletrônica (como um site ou aplicativo), para definir o seu produto e finalizar o pedido, enviado para produção – que pode até ser completamente autônoma. “É o cliente conectado com a fábrica, a fábrica conectada com a cadeia de suprimentos e tudo interligado”, explica Fábio. O professor aponta, com isso, uma forte modificação nas relações. O atual B2C, que é o “business to customer”, é a relação da empresa para o consumidor. A empresa define o produto, o fabrica, e o cliente consome de acordo com o encontra disponível no mercado. “Agora, estamos invertendo o caminho”, esclarece Fábio. “A Indústria 4.0 é C2B: o consumidor acaba gerando o negócio, ao apontar o que deseja receber como produto.” Como profissional de processos, o engenheiro de produção estará cada vez mais inserido nessa realidade, indo além do cotidiano da indústria. “Hoje, falamos em saúde 4.0, cidade 4.0 e até campo 4.0. Os conceitos inicialmente pensados para fábrica estão indo além da fábrica, em uma busca por eficiência operacional em diferentes áreas”, diz o professor Fábio. “Tudo depende do conhecimento dessas tecnologias e da visão de como os ambientes podem ser mudados”, completa. Na FEI, os alunos já estão sendo preparados para essa realidade. A Instituição conta com o Laboratório de Manufatura Digital, implementado por meio de uma parceria com as empresas SIEMENS e SPI, um espaço com infraestrutura de ponta e softwares de alta tecnologia. No espaço, estudantes e professores podem simular todo o funcionamento de uma fábrica, com processos industriais automatizados e até mesmo a ergonomia de postos de trabalho. “A FEI tem um foco em dar uma formação voltada para inovação. A Engenharia de Produção atua em todo o processo de inovação, da ideia inicial à comercialização, incluindo até a retirada do produto do mercado. Afinal, inovação não é só inventar algo – que, a propósito, não é privilégio de uma única profissão. Só dizemos que é inovação quando se trata de um produto que a sociedade utiliza e que transforma a vida das pessoas”, define o professor Dário.

LABORATÓRIOS E ROBÔS: MANUFATURA DIGITAL E INTEGRADA COMO PASSOS DE EVOLUÇÃO O Centro Universitário FEI investe constantemente na melhoria e inovação da infraestrutura em novos laboratórios e equipamentos, onde os alunos têm a oportunidade de vivenciar na prática situações do cotidiano das organizações. Além de um Laboratório de Manufatura Digital, há também o Laboratório de Manufatura Integrada, onde vários experimentos e projetos são desenvolvidos nas disciplinas de Engenharia de Produção. Recentemente, a Instituição adquiriu três robôs da empresa KUKA AG – líder mundial na fabricação de robôs industriais – como parte do processo de modernização do laboratório de Manufatura Integrada. Além disso, a Instituição negociou o empréstimo de um robô colaborativo, um equipamento avançado que pode trabalhar junto com o ser humano sem a necessidade de enclausuramento (como acontece com os robôs convencionais). Isso é importante pois o engenheiro de produção é responsável por projetar, pois, os sistemas de produção das fábricas, e a aplicação da robótica já é uma realidade e também um desafio. Todos os robôs adquiridos são comumente encontrados na indústria, o que, segundo o professor do Departamento de Engenharia de Produção e responsável pelos equipamentos, Fábio Lima, evidencia a preocupação da FEI em estar em constante modernização dos laboratórios. “O nosso objetivo é continuar no caminho de posicionar a FEI como Instituição atuante e formadora de recursos humanos qualificados para o novo cenário de manufatura avançada e alinhada com as tendências da indústria”, destacou.

A origem No início da produção de mercadorias, o artesão desenvolvia todas as fases produtivas, desde a concepção até a sua execução final. A Engenharia de Produção surgiu quando esse artesão, além de produzir, passou a se preocupar em organizar, integrar, mecanizar, mensurar e aprimorar a produção. Com a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra, houve o surgimento da ideia de manufatura – ou seja: atividades baseadas na divisão do trabalho. Isso passou a exigir um tratamento mais adequado aos processos de produção: as inovações não estavam restritas à técnica e à tecnologia, mas também à organização do trabalho. Já no final do século XIX, começaram a ser desenvolvidos os sistemas integrados de produção, que se relacio-

nam mais diretamente com essa modalidade de engenharia como atualmente é conhecida. A produção foi se tornando cada vez mais complexa, exigindo um profissional especializado em novos métodos, processos e tecnologias que foram surgindo ao longo do tempo. A princípio, essa demanda foi contemplada em disciplinas de cursos já existentes. Em 1950, o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) criaram as primeiras disciplinas relacionadas à automação e computação. Pouco mais tarde, foram desenvolvidas as disciplinas de Engenharia de Produção e Complementos de Organização Industrial no curso de doutorado.

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gestão e inovação

cultura inovadora.

Capacitações iniciaram o processo de criação da plataforma

O FUTURO É DISRUPTIVO

De olho nas megatendências e nos desafios para 2050, a FEI criou a Plataforma de Inovação para promover uma transformação institucional e preparar alunos e docentes para criarem as soluções que resolverão os grandes problemas do futuro

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uais serão as tecnologias adotadas no futuro? Como serão as soluções criadas para resolver grandes problemas da nossa sociedade? Como será feita a integração entre o campo e a cidade para enfrentar o desafio de alimentar cerca de 10 bilhões de pessoas no ano de 2050? Quem será o profissional do futuro em termos de comportamentos, habilidades e atitudes para enfrentar estes desafios? Ainda que o futuro seja repleto de incógnitas, a resposta para essas dúvidas já está sendo desenvolvida, com qualificação, ensino, pesquisa e extensão no Centro Universitário FEI. Para preparar a Instituição e os universitários de hoje, que serão os profissionais que desenvolverão tecnologias e soluções criativas e de alto impacto para os problemas do futuro, foi criada a Plataforma de Inovação, que tem como finalidade proporcionar uma verdadeira transformação organizacional e cultural da Instituição, a fim de atingir níveis mais elevados de qualidade em sua missão de educar, gerar e difundir conhecimento. A ideia é fortalecer a cultura inovado-

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ra na Instituição, norteada por visões de futuro que consideram as megatendências globais, seus cenários e as soluções que indivíduos e sociedades esperam para o enfrentamento destas. “Tecnologias, processos e gestão andam de mãos dadas em espaços cada vez mais articulados, multidisciplinares e universais. A pesquisa e o desenvolvimento buscam orientação de aplicação e as soluções requerem cada vez mais transformações criativas. É nesse contexto que a FEI se lança a uma proposta de inovação, integrando os elementos didático-metodológicos de seus currículos, com a pesquisa científica e tecnológica, práticas em seus laboratórios, projetos de cooperação com instituições e empresas, ancoradas numa visão de futuro e condizentes com as tendências mundiais”, explica o professor doutor Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário FEI. O professor doutor Gustavo Donato, do Departamento de Engenharia Mecânica da FEI, foi convidado a assumir a coordenação da nova Plataforma. “A institucionalização da Plataforma de Inovação FEI como projeto estruturante para o futuro demonstra

como a Instituição está atenta às grandes problemáticas das próximas décadas, se posicionando de maneira proativa no sentido de se reinventar continuamente, além de desenvolver profissionais com criatividade e autonomia, e ciência e tecnologia que culminem em soluções disruptivas que farão frente a essa emergente e desafiadora realidade”, afirma Gustavo. Ele destaca ainda a importância do envolvimento do corpo docente, técnico-administrativo e discente, o que fortalece o desenvolvimento dos três pilares da plataforma, que envolve o fortalecimento da cultura inovadora, o alinhamento a uma agenda de futuro e a atenção à sua curricularização.

CAPACITAÇÃO

A Plataforma de Inovação FEI se apoia em um projeto elaborado a partir de 2015 por meio de um grupo orientador composto por grandes lideranças externas e também da FEI e que teve início em 2016 com apresentações da reitoria do Centro Universitário nas semanas da qualidade e com a primeira edição do Congresso de Inovação e Megatendências 2050, que fo-


cou a internet das coisas (IoT). O congresso é um evento anual e visa propiciar um espaço de reflexão sobre megatendências, visões de futuro e a formação do profissional do amanhã, capaz de responder ativamente às imprevisibilidades. Neste contexto, o estabelecimento de um ecossistema inovador pressupõe, primeiramente, inspirar e capacitar os docentes e colaboradores técnico-administrativos para que possam expandir seu modo de pensar e para que conheçam o processo inovador, técnicas de geração de ideias e de criatividade, além de se permitirem ir além do planejamento rígido típico de currículos tradicionais, inspirando os alunos a maior autonomia e criatividade na solução de problemas reais que não possuem respostas prontas. As capacitações se iniciaram em março de 2017, com uma primeira etapa de treinamento para os gestores e corpo docente do Centro Universitário sobre cultura de inovação e processo criativo, ministrado no campus de São Bernardo do Campo. O treinamento teve como objetivo aperfeiçoar os docentes em relação à criação de visões de futuro e às práticas pedagógicas para inovação com foco nas soluções de problemas mal estruturados atrelados a grandes temas complexos das próximas décadas, que exigem uma abordagem criativa, articulada e integrada às demandas da sociedade, de indústrias e de serviços de alta intensidade tecnológica. Paralelamente, foi criado um grupo gestor para o acompanhamento e a implantação da sequência do projeto da Plataforma de Inovação FEI. Essa primeira fase de capacitação envolveu 42 docentes e colaboradores, estrategicamente selecionados por sua função e formação. Desse grupo, foram escolhidos tutores, que receberam novas capacitações e ficaram responsáveis pela replicação do treinamento para todos os demais docentes e colaboradores da Instituição na segunda etapa, realizada em agosto. Posteriormente, durante novembro e dezembro, foram conduzidas capacitações análogas com um primeiro grupo de colaboradores técnico-administrativos, integrado por 150 pessoas e com o mesmo propósito de fortalecimento da cultura inovadora, com o foco nos laboratórios e demais setores de atendimento e suporte. Os

esforços de capacitação seguirão em 2018, incluindo ações voltadas a discentes-monitores que auxiliarão na permeação da nova cultura aos alunos. “O nosso objetivo com essas capacitações é ajudar na conceituação, formulação e execução deste maravilhoso projeto, que fará uma enorme diferença na educação, pois iremos formar na FEI profissionais para serem os solucionadores dos grandes temas do futuro”, ressaltou Ingo Plöger, um dos conselheiros da FEI e idealizador do treinamento.

MUDANÇA DE PARADIGMA

O avanço tecnológico faz o mundo passar por transformações rápidas. Profissões que atualmente são conhecidas e valorizadas poderão, nas próximas décadas, se tornar obsoletas.

“Iremos formar na FEI profissionais para serem os solucionadores dos grandes temas do futuro”. Ingo Plöger Um levantamento realizado na Austrália este ano pela organização não governamental Foundation for Young Australians aponta que 60% dos jovens daquele país estão estudando para postos de trabalho que deixarão de existir ou serão totalmente automatizados nos próximos 15 anos. Uma pesquisa semelhante realizada em 2016 pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que um terço das profissões será obsoleta nos próximos 20 anos, demandando uma completa atualização dos profissionais. As pesquisas destacam a urgência de preparar as novas gerações para responder às rápidas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, desenvolvendo não apenas competências e fundamentos técnicos, mas também flexibilidade para atuar com autonomia e criatividade, buscando soluções para problemas reais. “O mundo tem demandado profissionais capazes de atuar em um cenário imprevisível, voltados à busca

de soluções para problemas mal estruturados da sociedade”, afirma o professor Fábio. A FEI tem se pautado em megatendências do futuro para preparar seus estudantes para os desafios das próximas décadas. “Pensamos em como estarão nossos alunos daqui a 30 anos, os atuais universitários no auge de sua vida produtiva ou até em cargos de liderança. Olhamos esse futuro para pensar na educação que queremos oferecer a eles hoje”, explica o professor Fábio. Para o reitor, o profissional que estará no mercado de trabalho nas próximas décadas deve ser criativo, ter autonomia para agir e aprender com os erros. “A lista de habilidades e competências necessárias é grande, mas é possível destacar algumas que serão indispensáveis, independentemente da área em que o profissional atuar”, destaca.

O FUTURO É AGORA

Olhando para o cenário de 2050, o Centro Universitário FEI firmou seu projeto de inovação. A proposta já está impactando positivamente os profissionais da FEI, e em 2018, chegará aos estudantes na forma de aulas mais dinâmicas, baseadas na resolução de problemas práticos e com participação ativa de todos. Essa é a ideia da Plataforma de Inovação, cujo objetivo é formar uma comunidade visionária que inspire as novas gerações. “Um de nossos esforços em 2017 tem sido no sentido de fortalecer a integração e a cultura de inovação entre todos os docentes e colaboradores, estabelecendo um ambiente propício para a inserção dos alunos em 2018”, diz o professor Gustavo Donato. Em paralelo, é estratégico entender os temas prioritários que pautarão a inovação nas próximas décadas. Para isso, a Instituição realizou em outubro de 2017 o 2º Congresso de Inovação e Megatendências, evento que contou com grandes líderes empresariais e de governo objetivando discutir as principais tendências e visões para 2050 nas áreas de conectividade, mobilidade, energia, alimentação, tecnologia e uso dos recursos naturais, que impactarão diretamente os futuros profissionais e sua atuação na sociedade. “É nosso trabalho olhar o futuro buscando enxergar as tendências para preparar a nova geração e deixá-la apta a realizar o novo e propor soluções aos problemas que surgirem”, conclui Prado.

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gestão e inovação

CONGRESSO DE INOVAÇÃO 2017 Com o tema “A cidade e o campo inteligentes, para uma melhor qualidade de vida”, a FEI realizou em outubro a segunda edição do Congresso de Inovação - Megatendências 2050. O evento promoveu debates entre a comunidade acadêmica e o setor privado sobre as megatendências para 2050 – ano em que, segundo projeções, a população atingirá 10 bilhões de pessoas. Os painéis realizados durante três dias de Congresso levantaram questões, sugeriram soluções e estimularam os alunos, docentes e colaboradores a se anteciparem aos problemas. “O futuro é imprevisível, cheio de incógnitas e surpresas. Esse foi o nosso mote. Toda essa Plataforma de Inovação, da qual o congresso é uma das iniciativas, vem para dar uma sustentação na formação de jovens que estejam qualificados para gerir e solucionar problemas”, explicou o professor Fábio. Durante Congresso, importantes nomes da academia, jornalismo, política, empresariado e agronegócio também se revezaram nos auditórios do Centro Universitário em mesas-redondas e sessões técnicas.

TRABALHO POR UMA CAUSA

Como deverá ser o profissional do futuro? Esse foi um tópico muito levantado durante o Congresso, principalmente em função do momento de incertezas geopolíticas em todo o cenário atual. Mais do que um funcionário produtivo, capacitado e eficiente, o mercado estará de olho em pessoas humanizadas e ligadas a causas relevantes, não só para sua empresa, mas também na sua comunidade. Alida Bellandi, presidente da Guarany, defendeu que os profissionais devem estar aliados com conceitos positivos para a sociedade e seu local de trabalho. “Essas iniciativas vão criando um DNA da empresa para problemas que são universais e precisam ser tratados de forma coletiva”, disse.

Essa macrovisão, que visa o bem-estar dentro e fora dos ambientes de trabalho, foi endossada por Mauro Kern, vice-presidente executivo de Operações da Embraer. Ele apontou como é importante a preocupação do indivíduo de fazer o bem ao próximo. “É muito difícil prever como o mundo será em 2050, mas ele será como a gente quiser. Se fortalecermos a diversidade, fortaleceremos a empresa. Temos que pensar integrados como uma comunidade”, afirmou.

INOVAÇÃO E PESQUISA

Mais do que aumentar a exportação, ter todos os indicadores “no azul” e ser mais produtivo, o Brasil deve assumir as rédeas na área da pesquisa. Vários palestrantes insistiram na necessidade da inovação chegar ao campo para que soluções sejam criadas. Além de fazer a produtividade crescer, o desenvolvimento de novas tecnologias dá valor agregado ao produto e credibilidade internacional. Christian Lohbauer, diretor de Assuntos Corporativos e Governamentais da Bayer, lembrou que o País é líder, por exemplo, na exportação de suco de laranja, uma referência que veio junto com o desenvolvimento de soluções que enriqueceram o produto final. “O suco sai do interior de São Paulo em um caminhão, desce a serra, entra no navio e vai até uma fábrica na Alemanha sem entrar em contato com o ar. Isso foi desenvolvido em Araraquara por brasileiros”, afirmou. Esse valor pode ser incorporado a um produto a partir do desenvolvimento de uma tecnologia ou uma solução que torne sua produção mais transparente. Muitos consumidores buscam adquirir produtos sustentáveis. Mônika Bergamaschi, presidente executiva do Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio, citou o crescimento da demanda por alimentos orgânicos. “Estaremos no

“Toda essa Plataforma de Inovação, da qual o congresso é uma das iniciativas, vem para dar uma sustentação na formação de jovens que estejam qualificados para gerir e solucionar problemas”. Prof. Dr. Fábio do Prado 40

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campo, e quem dará o voto monetário será o consumidor”, afirmou.

UMA GRANDE OPORTUNIDADE

Seja para o Brasil despontar como um grande protagonista na produção de alimentos, seja para que os alunos de hoje trabalhem suas pesquisas no campo, os palestrantes concordaram sobre o potencial que o País tem de crescimento dentro do agronegócio. Para Bernardo Silva, presidente executivo da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial, o Brasil terá que duplicar o uso de recursos naturais, mas ele vê todo o cenário de maneira otimista. “Frente a esses desafios, temos uma grande oportunidade de negócio, possivelmente a maior da nossa geração”, disse. É dentro desse grande potencial de desenvolvimento da pesquisa que a FEI quer inserir seus alunos. “Estamos sempre antenados e alinhados com as novas demandas. Hoje, esse ecossistema de inovação exige um profissional bem preparado”, disse o reitor da FEI. Para ele, os debates entre setor privado, políticos, corpo docente e estudantes podem criar projetos e soluções através do uso da criatividade e da abstração: “Precisamos pensar em algo novo. Os problemas exigirão abordagens novas. Tenho certeza de que saímos todos daqui mais inteligentes, mais motivados, mais engajados e cúmplices neste projeto de transformação.”

CAMPO E CIDADE COMO UM SÓ

Uma parte marcante do Congresso de Inovação foi uma viagem simulada ao futuro. Encarnando os personagens de dois argonautas, os professores doutores Rodrigo Magnabosco, coordenador do programa de pós-graduação stricto sensu em Engenharia Mecânica, e Gustavo Donato, coordenador da Plataforma de Inovação, narraram sua viagem imaginária até o ano de 2050, onde “viram” toda a tecnologia implementada nos campos e uma integração entre vida rural e urbana nunca antes imaginada. Embora os termos como “big data”, “internet das coisas” e “inteligência artificial” estejam mais ligados às cidades inteligentes, haverá aplicação cada vez mais


olhando para o futuro. Centenas de participantes refletiram sobre o futuro na cidade e no campo

intensa da tecnologia no campo e deste com a cidade. O engenheiro agrônomo Gustavo Grobocopatel, presidente do Grupo Los Grobo, foi enfático: “A revolução virá das áreas rurais.” Ele explicou que a biotecnologia será vital para melhorar a produtividade e também responsável pela mudança demográfica das cidades, onde nascerão zonas mistas de áreas urbanas e rurais. “A robótica vai mudar tudo o que conhecemos no campo. Nem precisaremos de tratores para mexer na terra. Teremos máquinas para injetar sementes em grande velocidade, todas controladas por GPS com sistemas integrados e provavelmente impulsionados por energia solar”, imaginou. Muitos palestrantes alertaram para que os estudantes, futuros engenheiros, administradores e alunos formados em Ciência da Computação, fiquem de olho no potencial que o agronegócio trará nos próximos anos na demanda por cargos especializados e mão de obra qualificada. “Antigamente, dizia-se que quem não estudava não iria ‘sair da roça’. Agora é o contrário: se não estudar, não vai ter lugar pra trabalhar na roça”, brincou Francisco Matturro, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio.

AUTOMAÇÃO, BEM-ESTAR E EVOLUÇÃO INTELECTUAL

O papel fundamental da tecnologia nos anos que nos separam até 2050 é indiscutível. A automação de tarefas repetitivas, um fenômeno observado no campo e na indústria, deve ser cada vez mais intensa. Há uma necessidade importante, principalmente no setor do agronegócio, para que a curva de crescimento siga acentuada de modo a aumentar a eficiência e a produtividade. Além de resolver inúmeros problemas ligados ao desperdício e aumentar exponencialmente a produtividade, a automação é vista com bons olhos pelos especialistas, principalmente em relação ao bem-estar e à criação de novas posições intelectuais nas companhias. “Quem sabe a gente não seja obrigado a trabalhar menos e curtir mais a vida”, brincou Mauro Kern Jr., vice-presidente executivo de Operações da Embraer, em sua participação no evento. “Há 20 anos, o contingente da produção era maior que na engenharia. Hoje, eliminamos atividades repetitivas que trazem pouca contribuição intelectual”, disse. “O nível de qualificação cresce ao longo do processo, e vamos usar tudo o que for possível dentro da tecnologia para transformá-lo”, concluiu.

PRODUTIVIDADE DO AGRONEGÓCIO

Alimentar 10 bilhões de pessoas não é uma tarefa nada fácil, mas também não é uma perspectiva que assusta os especialistas do setor. Responsável por uma fatia importante do PIB brasileiro e indicador sempre crescente da economia, o agronegócio terá um papel fundamental nos próximos anos e tem a oportunidade de colocar o Brasil como protagonista no cenário econômico. Esse otimismo pelo protagonismo nacional no cenário internacional é compartilhado por outros países. Alex Foessel, diretor do Centro de Inovação Tecnológica da América Latina da John Deere, afirmou que a atenção do setor privado estará focada em países como o Brasil. “A principal fonte de alimentação vai se originar nos trópicos. Essa liderança de máquinas e conhecimento virá daqui. Ninguém vai poder inovar e ter tantas soluções como o Brasil”, explicou. Ele aproveitou para pedir que os alunos da FEI também olhem para o campo como uma oportunidade profissional. “Participem de uma empresa que produza máquinas, faça peças e pesquisas para trabalhar no agronegócio”, sugeriu.

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artigo

“A importância da imaginação para a visão e a inovação” Aris Martínez/La estrella de Panamá

V Ingo Plöger - Conselheiro Internacional do CEAL Conselho Empresarial da América Latina - e Conselheiro da FEI.

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ale uma reflexão sobre a frase acima, inspirada no autor da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, o qual atribuía fundamental importância à imaginação para se ir além do que se tem como conhecido. A capacidade criativa é inerente ao ser humano para resolver problemas mal estruturados do imediato ao longo prazo. Imaginar o possível ou o impossível dá ao ser humano a perspectiva de saída de seus pequenos e grandes problemas. Oferece a esperança de que existe uma alternativa melhor. Einstein conseguiu desenvolver a Teoria da Relatividade, no momento em que pôde imaginar que a massa, o tempo e a velocidade são elementos variáveis e não parâmetros fixos, como “normalmente” imaginariam. Cada ser humano sonha com um possível futuro que aspira. Quando compartilha este sonho ele abre a perspectiva deste sonho se tornar uma visão, que será compartilhada com outros criativamente ou criticamente desencadeando a criação de uma Comunidade Visionária. Se a aspiração for pequena, a visão será medíocre, mas se a aspiração for ampla e pretensiosa a visão se torna generosa e ambiciosa. Quando grupos ou instituições buscam visões compartilhadas de longo prazo, incentivam a imaginação dos participantes para serem não meros observadores, mas sim protagonistas do futuro. O mesmo se dá quando o processo de inovação em seus cinco passos distintos se consolida na mente das pessoas para resolverem problemas mal estruturados. Assim, a formulação adequada dos problemas, a busca criativa de soluções, a seleção objetiva da melhor, a experiência de prototipagem e a inclusão no mercado - ou a utilização efetiva da solução conscientemente treinada e aplicada - configuram um ferramental imbatível para o desenvolvimento de soluções disruptivas. O Projeto INOVA FEI, define que seu propósito é capacitar o jovem para ser um

solucionador dos grandes temas do futuro, que requerem criatividade e domínio do processo inovador através do uso multidisciplinar de tecnologias, com a finalidade de ser um importante protagonista na melhoria da condição humana pela qualidade de vida (Valor irrenunciável da FEI). Os problemas bem estruturados são aqueles do curriculum atual dos engenheiros, administradores e das demais disciplinas. Os problemas mal estruturados são aqueles que requerem soluções combinadas, multidisciplinares e que apresentam muitas opções possíveis. Neste contexto, os professores e administradores estão sendo capacitados para dominar os processos de inovação que realcem a capacidade imaginativa de formular visões e gerenciar processos de inovação. A realização de dois Congressos de Inovação e Megatendências 2050, em 2016 com o tema da Internet das Coisas e em 2017 sobre Cidades e Campo inteligentes, levou a comunidade acadêmica da FEI a reflexões que tiveram repercussões nacionais e internacionais, iniciando o processo da criação de uma agenda do futuro e a criação de uma comunidade visionária. Em 2017, mais de 500 professores e administradores da FEI foram capacitados na gestão da inovação e visão. Em 2018, o movimento se amplia e teremos também o primeiro grupo de alunos que estarão se confrontando com o desenvolvimento de visões e com os primeiros passos na gestão da inovação. Em 2050 esperamos que os profissionais formados pela FEI sejam protagonistas das grandes mudanças que o País e o mundo esperam desta geração. Para implementar o Projeto INOVA FEI foi criada a Plataforma de Inovação FEI, ligada diretamente à reitoria, que está coordenando nos mais diversos aspectos a implantação desta missão. Estas são as ideias que mudarão o mundo, e elas serão construídas por VOCÊ! Seja um protagonista do futuro, conte com a FEI!”.




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