Jornal Quirão

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ANO XXIX n° 147 – Julho de 2015

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Ano AnoXXIX XXIX- -Nº Nº147 147Julho Julhodede2015 2015 Ano XXIX - Nº 147 Julho de 2015

Saúde Pública é foco de projeto didático do CRMV-GO

Saúde SaúdePública Públicaéééfoco focode deprojeto projetodidático didático do CRMV-GO Saúde Pública foco de projeto didáticodo doCRMV-GO CRMV-GO Cobertura Coberturado doIVIV Cobertura do IV Ciclo Ciclode dePalestras Palestras Ciclo de Palestras da daZootecnia Zootecnia daPag. Zootecnia Pag.08 08 Pag. 08

Gerenciamento Gerenciamento Gerenciamento de deResíduos Resíduosna na deVeterinária Resíduos na Veterinária Veterinária Pag. Pag.10 10 Pag. 10

Mala MalaDireta Direta MalaBásica Direta Postal Postal Básica Postal Básica

9912328541-DR/GO 9912328541-DR/GO 9912328541-DR/GO CRMV-GO CRMV-GO

CRMV-GO CORREIOS CORREIOS CORREIOS


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Editorial

ANO XXIX n° 147 – Julho de 2015

Tentativas para o sucesso “Eu tive sorte, mas só depois que comecei a treinar 10 horas por dia”. A frase é de Tiger Woods, considerado um dos melhores golfistas de todos os tempos. A expressão só revela o óbvio: o sucesso não aparece de repente, muito menos cai do céu. Precisamos Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho Presidente do CRMV-GO

plantar para colher, mas devemos plantar boas sementes, trabalhar duro para que cres-

Quirão A mitologia grega relata que a medicina dos animais

çam saudáveis e, por fim, colher os resultados promissores. Assim é em toda profissão e

teria sido descoberta pelo Centauro Quirão (Chiron),

não seria diferente na Medicina Veterinária ou na Zootecnia. A perfeição, a competência

figura metade homem, metade animal, filho de Saturno

e, em consequência, o sucesso representam o resultado de muito treinamento, esforço,

e da ninfa Fílira. Em sua mão direita conduz a serpente e

dedicação e, especialmente muito, muito estudo. Neste aspecto não existem fórmulas milagrosas. Parece indiscutível, entretanto muitos profissionais são imediatistas e desejam resultados instantâneos sem terem sequer feito um curso de graduação com desempenho e aprendizado mediano. Querem pegar a carteira profissional e logo partir para o sucesso “no estilo miojo”. O resultado desse imediatismo é que após um breve período de experiência, às vezes decepção, se desencantam, decidem pela baixa do registro profissional no conselho, ficam descontentes e magoados com as profissões e com o próprio CRMV-GO, que existe desde 28 de julho de 1969 para atuar como tribunal de honra dos profissionais. Portanto, este mês comemoramos 46 anos de existência. Vale lembrar que

o bastão, atributos de Esculápio, seu discípulo, símbolo da arte de curar. Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás Goiânia: Avenida Universitária, n° 2169 Setor Leste Universitário. Cep: 74610-100. Goiânia-GO. Fone/Fax: (62) 3269-6500. E-mail: crmvgo@crmvgo.org.br

Entendo que todos deveriam se espelhar naqueles que atingiram o ápice de suas profissões e pesquisar como eles

Rio Verde Rua Goiânia, Qd 47 Lote 1-A n° 2329, Jd. Goiás, Rio Verde-GO. Cep: 75903-380 Fone: (64) 3613-2417. E-mail: rioverde@crmvgo.org.br

chegaram até lá, se foi difícil, como foi a trajetória percorrida por eles, quantas vezes pensaram em desistir e princi-

Funcionamento: das 09h às 12h e das 13h às 17h.

o primeiro presidente do CRMV-GO, Méd. Vet. Pio José da Silva (CRMV-GO n° 001) é atuante até hoje.

palmente os fatores que os motivaram. Bill Gates, por exemplo, o bilionário fundador da Microsoft, também já emitiu uma frase interessante: “seus clientes insatisfeitos são sua melhor fonte de aprendizado”. Com certeza o grupo dos bem-sucedidos computou erros e acertos ao longo da árdua carreira. Os erros e a suposta “falta de sorte” podem nos ensinar inúmeras coisas, inclusive a trilha com GPS para o sucesso. Pensem nisso antes de criticar as ações desenvolvidas, bem como as punições aplicadas pela autarquia contra alguns profissionais, antes de dizer que “o conselho não faz nada” ou de justificar a própria falta de esforço e de profissionalismo porque preferem colocar a culpa no mercado, no CRMV-GO, no empresariado, nos governos, na sorte, no azar e até em Deus. Agora vamos falar de boas experiências. Após as comemorações do Dia do Zootecnista, celebrado em 13 de maio e comemorado em 13 de junho (ver matéria na página 8), partimos agora para o planejamento das ações do Dia do Médico Veterinário, comemorado em 9 setembro, que vão incluir um jantar por adesão e palestras técnicas dentro do XXV Encontro dos Médicos Veterinários. Os dois eventos estão programados para o dia 4 de setembro. Fiquem atentos ao site para mais atualizações sobre as comemorações, programação e valor dos ingressos (Veja matéria na página 9). Não deixe de participar e comemorar conosco! Espero que todos gostem desta edição do Quirão, que está com nova programação visual, assim como o site do CRMV-GO. Falamos nesta edição sobre o projeto de Saúde Pública nas Universidades, que deflagramos em maio. O Quirão se encontra em sua 147°edição, após 32 anos. Durante este período passou por inúmeras mudanças, sempre buscando oferecer informações atualizadas aos profissionais. Agora, surge uma grande novidade: o Caderno Técnico, cujo objetivo é levar informações técnicas aos profissionais do campo sobre assuntos relevantes à atuação profissional. Teremos duas edições por ano com o Caderno Técnico. Neste primeiro, com o tema “Colheita de material para exames laboratoriais” inaugura-se uma nova etapa na trajetória do nosso informativo Quirão. Enfim, espero que experimentem o novo, porém com segurança, vivenciando tentativas, erros, mas também com acertos, realizações e repleto de muito sucesso. Boa leitura a todos!

Mensagens “Foi meu aluno, muito competente. Vai fazer muita falta. Deus ilumine esta família.” Zoot. Alexandre Câmara Bernardes (sobre a morte do médico Veterinário Luis Humberto de Souza Batista, vítima de acidente de trânsito no dia 7 de maio). (via Facebook)

“A programação deste ano do CRMVZ Jovem está fantástica. O tema de postura profissional é muito importante porque o Médico Veterinário e o Zootecnista são vistos como broncos. O CRMV-GO está de parabéns pela iniciativa do projeto e pela programação”. Méd. Vet. Cesmar Sotkeviciene Moura

www.crmvgo.org.br www.facebook.com/crmvgo www.twitter.com/crmvgo Presidente Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho CRMV-GO 0438 Vicepresidente Méd. Vet. Wanderson Alves Ferreira – CRMV-GO 0524 Secretária-geral Méd. Vet. Rosângela de O. Alves Carvalho – CRMV-GO 2316 Tesoureiro Méd. Vet. Rafael Costa Vieira – CRMV-GO 5255 Conselheiros Efetivos Méd. Vet. Edward Robinson Lacerda – CRMV-GO – 1232 Zoot. Elis Aparecido Bento – CRMV-GO 0254/Z Méd. Vet. Marcius Ribeiro de Freiras – CRMV-GO 0973 Méd. Vet. Mércia de Oliveira Silva – CRMV-GO 1136 Méd. Vet. Olízio Claudino da Silva – CRMV-GO 0547 Méd. Vet. Ronaldo Medeiros de Azevedo – CRMV-GO 1193 Conselheiros Suplentes Méd. Vet. Arthur Francisco Júnior – CRMV-GO – 1751 Méd. Vet. Cidervane Rabelo da Pascoa – CRMV-GO – 2004 Méd. Vet. Ingrid Bueno Atayde – CRMV-GO 2738 Méd. Vet. Luciano Schneider da Silva – CRMV-GO 2765 Méd. Vet. Stiwens Roberto T. Orpinelli – CRMV-GO 4308 Méd. Vet. Valdir Cardoso Martins – CRMV-GO 0949 Jornalista Responsável: Denise Duarte Reg. Prof. GO 917-JP Fotos: Denise Duarte Contato com a Redação Assessoria de Comunicação do CRMV-GO (62) 3269-6531/8102-5680 ascom@crmvgo.org.br Programação Visual Darts Comunição & Marketing (62) 3932-2249 | 3646-5028 Tiragem: 9 mil exemplares Periodicidade: bimestral Impressão: Flex Gráfica e Editora Ltda. (62) 3207-2525


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Campanha Contra Carne Clandestina em Goiás Material impresso e dois áudios sobre carne clandestina começaram a ser divulgados oficialmente no dia 8 de julho pelo grupo de trabalho responsável por definir ações a fim de coibir o consumo de carne clandestina em Goiás. O grupo vem se reunindo há dois anos. Entre as medidas a serem tomadas estão a realização de campanha educativa para a população e execução de

Laboratório para mormo em Goiás A confirmação de sete casos de mormo, do ano passado até agora em Goiás, precipitou uma solução para ajudar no combate à zoonose, que não tem cura e afeta o rebanho de equídeos do Estado, considerado o quarto maior do país. O Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário (Labvet), da Agrodefesa, vai receber um aporte de R$ 50 mil e deve se tornar o primeiro estabelecimento goiano a realizar exames para detectar a infecção pela bactéria Burkholderia mallei. O investimento foi aprovado dia 28 de abril no Conselho Deliberativo do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária de Goiás (Fundepec Goiás). O gerente do Labvet, Méd. Vet. Rafael Costa Vieira, também tesoureiro do CRMV-GO, informou que os recursos serão usados para montagem de equipamentos que já estão comprados e também para aquisição de insumos. Veja especial sobre mormo publicado na última edição do Quirão e que está disponível no site www.crmvgo.org.br (Notícias).

diversas ações conjuntas dos órgãos de fiscalização pelo Estado. Além do CRMV-GO, as discussões sobre o consumo de carne clandestina em Goiás reúnem representantes do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás (Sindicarnes), Associação Goiana de Supermercados (Agos), Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater), Conselho Regional de Engenharia (CREA-GO), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Vigilâncias Sanitárias, Ministério Público Federal e Estadual. Veja o material impresso e os áudios produzidos pelo Ministério Público Estadual no site www.crmvgo.org.br. As denúncias sobre carne clandestina estão sendo recebidas pelo número 127, também do MPE.

CRMVZ Jovem O projeto CRMVZ Jovem, promovido pelo CRMV-GO, divulgou seu calendário de palestras deste ano. Todas com o enfoque na valorização e imagem profissional. A primeira foi dia 26 de maio, às 19 horas, no auditório do CRMV-GO (foto). A palestrante é María Júlia Costa, argentina que vive no Brasil há 14 anos. É consultora de imagem e estilo desde 2009 e professora no Senac-GO nos cursos de imagem, etiqueta e eventos. Veja o calendário completo do projeto CRMVZ Jovem 2015, com enfoque nos acadêmicos e recém-formados, no site www.crmvgo.org.br (Notícias). As palestras prosseguem até agosto. Participe!

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Clicks

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Méd. Vet. Edmar Soares Nicolau, da UFG, e Méd. Vet. Débora Borges Barreto, dos Laticínios JL, palestrantes do Seminário de Responsabilidade Técnica, com o tema “Indústria Láctea”, dia 15 de maio, no auditório do CRMV-GO.

Médicos Veterinários responsáveis pela comissão organizadora do Congresso Brasileiro da Anclivepa 2016, que será em Goiânia. Em pé (da esq. para a direita): Ronaldo Medeiros de Azevedo, Karla Braga, Mariana Andraschko, Sérgio Luiz Pereira e Antônio Carlos de Carvalho. Sentados: Wanderson Alves Ferreira, Marcelo Seixo de Brito e Silva e Luciano Schneider. O site www.anclivepa2016.com.br já está no ar.

Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho, Maria Júlia Costa, consultora de etiqueta e eventos (centro) e Méd. Vet. Rosângela Alves de Carvalho, secretária-geral, durante lançamento do projeto CRMVZ Jovem 2015, dia 26 de maio. Palestras prosseguem até agosto. Veja na página 12 os próximos eventos.

Zootecnistas Luciana Rufino, presidente da Comissão de Zootecnia do CRMV-GO, juntamente com membros da Comissão, professores e estudantes e patrocinadores do IV Ciclo de Palestras da Zootecnia, realizado em 13 de junho. Presidente do CRMV-GO, Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho, estava presente.

Méd. Vet. Cláudia Bueno Alves (esq) com a Méd. Vet. Raquel de Sousa Braga durante Seminário de Responsabilidade Técnica, dia 27 de maio, que trouxe o tema “Hospitais, Clínicas e Consultórios Veterinários”. Cláudia Bueno falou sobre gerenciamento de resíduos. Veja matéria nas páginas 10 e11.

Foto: Fujioka

(Da dir. para esq.) Méd. Vet. Geraldo Edson Rosa (Comissão de Bem-Estar Animal – Cebea), Méd. Vet. Veruska Castilho de Oliveira Neve (Cebea), Méd. Vet. Luiz Elias Bouhid de Camargo (presidente da Cebea), Méd. Vet. Pedrita Carvalho Assunção (coordenadora do curso de Medicina Veterinária das Faculdades Objetivo), Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho (presidente do CRMV-GO), Méd. Vet. Osvaldo José da Silveira Neto (Cebea) e Ângelo de Castro Basile, diretor-geral das Faculdades Objetivo, durante lançamento do Projeto CRMV-GO nas Universidades, dia 11 de maio. Ver matéria na página 5.


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CRMV-GO nas Universidades

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Saúde Pública é tema de projeto didático do CRMV-GO A Comissão de Saúde Pública do CRMV-GO lançou, no dia 11 de maio, o Projeto CRMV-GO nas Universidades, com o objetivo de levar palestras sobre saúde pública para os acadêmicos dos oito cursos de Medicina Veterinária de Goiás. A primeira a receber o conteúdo foi a UNIP (Faculdades Objetivo), onde mais de 150 alunos compareceram. As palestras tiveram duração de quatro horas. No dia 25 de junho, o grupo esteve na UFG, câmpus de Jataí e na Universidade de Rio Verde (UniRV). Para o presidente da Comissão de Saúde Pública do Conselho, Méd. Vet. Luiz Elias Bouhid de Camargo, este segmento é um grande mercado de trabalho para os Médi-

cos Veterinários com importante impacto na sociedade, pois atua no controle populacional de animais e vetores, animais sinantrópicos e zoonoses emergentes como febre maculosa, malária, leishmaniose, dengue, febre chikungunya, Zika vírus e febre de Mayaro, temas com grande repercussão atualmente em todo o Brasil. Além disso, existem inúmeros casos de contaminação por alimentos de origem animal que são registrados todos os anos. Acompanhe no site www.crmvgo.org.br e redes sociais o cronograma das visitas nas instituições de ensino nos próximos meses. Veja mais fotos deste evento em Galeria de Fotos no site.

Alguns conteúdos do Projeto CRMV-GO nas Universidades votado à aplicação das habilidades, conhecimentos e recursos da profissão veterinária para a proteção e melhoria da saúde humana. (World Health Organization, 1975).

Lançamento do Projeto CRMV-GO nas Universidades

• O presidente do CRMV-GO, Méd. Vet. Benedito Dias de Oliveira Filho, fala sobre o funcionamento do Conselho Regional e lembra que cerca de 500 profissionais por ano são registrados em Goiás. • A saúde pública veterinária é um componente das atividades de saúde pública de-

• Portaria do Ministério da Saúde n° 2488, de 21 de outubro de 2011, incluiu a Medicina Veterinária no NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família). Detalhe: existem menos de 20 Médicos Veterinários fazendo parte do programa até agora em todo o Brasil. • Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 60% dos patógenos humanos são zoonóticos, 75% das enfermidades emergentes humanas são de origem animal e 80% dos patógenos que poderiam ser usados em bioterrorismo também são de origem animal.

• Algumas áreas da saúde pública veterinária: planejamento, fiscalização e coordenação de programas de defesa sanitária e vigilância sanitária; inspeção sanitária animal; combate, controle e busca de erradicação das zoonoses; controle e sanidade de alimentos de origem animal; pesquisa na área de controle de sanidade; diagnóstico e tratamento para garantia da saúde de animais e pessoas e ainda o NASF. • De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 287, de 8 de outubro de 1998, o Médico Veterinário é considerado profissional de saúde de nível superior, juntamente com outras 13 profissões. Antes era classificado como profissional das ciências agrárias.

Dicas de eventos: 2° Curso de Planejamento de Saúde Pública Veterinária aplicado ao SUS/NASF Data: 28 de setembro a 02 de outubro Local: Botucatu-SP (câmpus da UNESP) Inscrições até 22 de setembro. Serão ofertadas 50 vagas. Informações: saudeanimal@fmvz.unesp.br

11° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva Data: 28 de julho a 01 de agosto Local: Goiânia-GO Informações: www.abrasco.org.br

Consulte os Links Úteis no site www.crmvgo.org.br para saber sobre os órgãos e entidades que atuam no segmento de saúde pública veterinária. Veja ali também as perguntas frequentes sobre o NASF.


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Parabólica

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Permissão de uso de Avermectinas de longa ação O Ministério da Agricultura (Mapa), em seu memorando circular de 6 de abril de 2015, informa que voltou a vigorar a Instrução Normativa (IN) n° 12 sobre o uso das Lactonas Macrocíclicas (Avermectinas) em produtos de longa ação, entretanto, esses deverão ser controlados conforme a Instrução Normativa nº25/12 (ver lista C1). As Superintendências Federais de Agricultura (SFAs) devem notificar todos os estabelecimentos de sua jurisdição que fabriquem, manipulem, fracionem, armazenem, comercializem e importem produtos antiparasitários de longa ação que contenham como princípios ativos as Lactonas Macrocíclicas (Avermectinas) para uso veterinário. Essas empresas devem solicitar

imediatamente o seu cadastro no sistema Sipeagro, disponível no site do Mapa (www. agricultura.gov.br). A IN 25/12 é omissa quanto à prescrição para rebanho, assim como a IN 12/14. Essa omissão será corrigida com a implantação do sistema Sipeagro, onde em breve constará esta opção para emissão de notificação eletrônica da receita. Dessa forma, até a implantação dos controles via sistema eletrônico, as notificações de receita de produto de uso veterinário que contenha avermectinas de longa ação, quando destinadas para uso em rebanho, devem ser preenchidas da seguinte forma: nos itens 1.1, 1.3, 1.4, 1.5 e 1.7 da notificação de receita especial, deve-se informar “tratamento de rebanho”.

As empresas fabricantes e importadoras de produtos de uso veterinário antiparasitários de longa ação que contenham como princípios ativos as Lactonas Macrocíclicas (Avermectinas) para uso veterinário, e suscetíveis de emprego na alimentação de todos os animais e insetos, terão prazo até o dia 1° de outubro de 2015 para adequar seus impressos ao preconizado na IN 25/12. Após essa data não será permitida a fabricação ou importação desses produtos sem as devidas adequações de impressos, ressaltando que os produtos produzidos ou importados poderão ser comercializados até essa data.

CENSURA PÚBLICA O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS, no uso das atribuições legais conferidas pela Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969, considerando a decisão na 120ª – Centésima Vigésima Sessão Especial de Julgamento do CRMV-GO, realizada na sede do CRMV-GO, nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2015, comunica que foi aplicada ao Médico Veterinário JALLES DE FARIAS JÚNIOR – CRMV-GO nº 2876, a pena de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, prevista na alínea “c” do artigo 33, da Lei nº 5.517/68, por infração aos artigos: 1º; 6º, incisos I e II; 13, inciso II; 14 incisos I e V; 21 e 24 incisos I, II e V, da Resolução CFMV 722/2002, do Código de Ética do Médico Veterinário, considerada infração ética “séria”. Goiânia, 13 de abril de 2015. Benedito Dias de Oliveira Filho Méd.Vet. CRMV-GO 0438 Presidente

CENSURA PÚBLICA O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS, no uso das atribuições legais conferidas pela Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969, considerando a decisão na 113ª – Centésima Décima Terceira Sessão Especial de Julgamento do CRMV-GO, realizada na sede do CRMV-GO, no dia 29 de julho de 2014, e a decisão do Conselho Federal de Medicina Veterinária, na Septuagésima Sétima (LXXVII) Sessão Especial de Julgamento do CFMV, realizada no dia 08 de dezembro de 2014, comunica que foi aplicada ao Médico Veterinário JOSÉ FRANCISCO VARGAS – CRMV-GO nº 0843, a pena de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, prevista na alínea “c” do artigo 33, da Lei nº 5.517/68, por infração aos artigos: 1º; 6º, incisos III e XV; 13, incisos II, V, VII e XXVIII; 14, incisos I, II e V; 15, inciso II; 24, inciso I todos do Código de Ética do Médico veterinário, baixado pela da Resolução CFMV 722/2002. Goiânia, 13 de maio de 2015.

Benedito Dias de Oliveira Filho Méd.Vet. CRMV-GO 0438 Presidente

CENSURA PÚBLICA O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS, no uso das atribuições legais conferidas pela Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969, considerando a decisão na 121ª – Centésima Vigésima Primeira Sessão Especial de Julgamento do CRMV-GO, realizada na sede do CRMV-GO, no dia 23 de março de 2015, comunica que foi aplicada ao Médico Veterinário MOACIR PEREIRA DUARTE – CRMV-GO nº 0574, a pena de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, prevista na alínea “c” do artigo 33, da Lei nº 5.517/68, por infração aos artigos: 1º; 6º, incisos I e XV; 13, inciso V; 14, incisos I e V; 24, inciso I; 26, inciso I, do Código de Ética do Médico Veterinário, da Resolução CFMV 722/2002, considerada infração ética “séria”. Goiânia, 20 de maio de 2015. Benedito Dias de Oliveira Filho Méd.Vet. CRMV-GO 0438 Presidente


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Responsabilidade Técnica

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Documentos Importantes para o R T Sugestão de Contrato de Prestação de Serviço de RT Na edição 2015 do Manual de Responsabilidade Técnica está disponível uma sugestão de modelo de contrato de prestação de serviço de responsabilidade técnica. A Resolução CFMV nº 682, de 16 de março de 2001, em seu artigo 4°, prevê que “o responsável técnico dispõe de 10 dias, após firmado o contrato de Responsabilidade Técnica com o estabelecimento, para promover a anotação de responsabilidade técnica junto ao CRMV da jurisdição onde se localizar a empresa com a qual firmou o contrato”. Portanto, o RT deve ficar atento ao efetivar o contrato de prestação de serviço ou contratação mediante carteira assinada. O CRMV-GO alerta aos RTs que a infração àquele artigo acarretará em multa no valor de R$ 600,00 e que a fiscalização está atenta ao cumprimento do prazo.

Atenção para baixa de registro profissional O CRMV-GO esclarece que os débitos com o Conselho Regional valem até o pedido de baixa de registro no órgão. Alguns profissionais que se aposentam, por exemplo, devem informar o CRMV-GO e solicitar o serviço, pois os débitos não são suspensos a partir da aposentadoria do profissional, mudança de atividade ou de endereço e sim a partir da data do pedido de baixa na seção de registro de pessoa física do CRMV-GO. Lembrando que para cancelar sua inscrição, o profissional deve informar os motivos e declarar que não exerce nem exercerá atividades profissionais em determinado período ou em definitivo. Também deverá devolver sua cédula de identidade profissional. Se o motivo for aposentadoria, o profissional poderá ficar com a carteira e dar baixa nas ARTs. Fique atento e evite transtornos! Especialização não é Especialista

Declaração de RT substituto Há também na edição 2015 do Manual de RT, a declaração de RT substituto. Caso seja necessário o afastamento do responsável técnico, será necessário protocolar no CRMV-GO um documento de substituição do titular. Esse documento é válido pelo prazo estipulado na declaração, sendo de no máximo até o final do contrato da ART vigente. Veja mais detalhes no Manual de RT versão 2015, disponível no site do CRMV-GO.

O CRMV-GO alerta os profissionais que fizeram especialização em qualquer área do conhecimento: cuidado com a divulgação de nomenclaturas nos cartões de visitas, panfletos, currículos ou outras mídias. Para divulgar o título de especialista, o profissional deve ter concessão desse título emitida por entidades habilitadas pelo CFMV, que são: Associação Brasileira de Acupuntura (Abravet), Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária, Associação Brasileira de Oncologia Veterinária (Abrovet), Associação Brasileira de Patologia Veterinária

(ABPV), Academia Brasileira de Medicina Veterinária Intensiva, Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira e a Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa Brasil). Os que concluíram pós-graduação em qualquer instituição de ensino, mas não fizeram as provas de título nessas entidades habilitadas podem divulgar o termo “especialização em determinada área por tal instituição” e não “especialista”. Conforme o Código de Ética do Médico Veterinário (Resolução CFMV nº722/02), é proibido usar título que não possua ou que lhe seja conferido por instituição não reconhecida oficialmente ou anunciar especialidade para qual não esteja habilitado. Fique atento!

Fale com a Coordenadora Técnica Méd. Vet. Raquel de Sousa Braga, em caso de dúvidas: (62) 3269-6527 ou raquel@crmvgo.org.br. Consulte o Espaço do RT no site www.crmvgo.org.br Consulte na página 12 o cronograma de Seminários de RT deste ano. Mantenha seu e-mail atualizado para receber o boletim eletrônico RT em Foco com as últimas notícias da área. Acompanhe também nossas redes sociais!

A Méd. Vet. Raquel de Sousa Braga, Coordenadora Técnica do CRMV-GO, participa da Comissão Nacional de Fiscalização do CFMV, que se reuniu em Brasília entre os dias 4 e 6 de maio para dar início aos trabalhos. A Comissão é composta ainda pelos médicos veterinários José Pedro Soares Martins (Rio Grande do Sul), Aldrin Gonçalves Bruce (Amazonas), Letícia Olbertz (Paraná) e pelos agentes fiscais Ivanildo da Silva

Porto (Pernambuco) e Antônio Alberto Rocha e Cruz (Pará). A Comissão Nacional de Fiscalização (CNAF) tem como objetivo propor diretrizes para as ações de fiscalização, além de revisar e propor atualização da legislação referente à fiscalização do Sistema CFMV/CRMVs. Foi criado um questionário que deve ser encaminhado aos Conselhos Regionais com o intuito de conhecer a estrutura de pessoal,

Divulgação: CFMV

Comissão Nacional de Fiscalização é instaurada

infraestrutura e procedimentos de fiscalização adotados. A Comissão espera poder analisar os resultados do questionário e propor ações na próxima reunião, marcada para julho.


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Zootecnia

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IV Ciclo de Palestras da Zootecnia O IV Ciclo de Palestras da Zootecnia aconteceu dia 13 de junho, no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), evento em comemoração ao Dia do Zootecnista, festejado em 13 de maio. A programação foi diversificada incluindo mercado de carnes, suinocultura, confinamento de gado de corte, manejo alimentar em zoológicos modernos, entre outros temas. Mais de 200 pessoas participaram do projeto, organizado pela Comissão de Zootecnia do CRMV-GO, sob a presidência da Zoot. Luciana Moura Rufino. Na oportunidade quatro profissionais foram homenageados. Na categoria “Educador” os contemplados foram: Zoot. Marilma Pacheco Chediak Corrêa e o Zoot. Bruno de Souza Mariano. Na categoria “Zootecnista Destaque” os homenageados foram: Zoot. Maíra Silva Matos e Zoot. Antelmo Teixeira Alves. Veja mais fotos em Galeria de Fotos no site www.crmvgo.org.br e nas redes sociais, inclusive a foto da mídia busdoor em 10 ônibus da Capital que circularam no período de 11 de maio a 11 de junho com a campanha 2015 em homenagem ao Dia do Zootecnista.

Evento reuniu mais de 200 pessoas no auditório da Faeg.

Zoot. Bruno de Souza Mariano, à esquerda, (Pontifícia Universidade Católica – PUC-GO), homenageado na categoria “Educador”. Recebeu o prêmio do Zoot. Rodrigo Medeiros da Silva, da Associação dos Zootecnistas do Estado de Goiás (Azeg).

Zoot. Marilma Pacheco Chediak Corrêa, à direita, (Universidade Estadual de Goiás - UEG), homenageada na categoria “Educadora”. Recebeu o prêmio das mãos da Zoot. Luciana Moura Rufino, presidente da Comissão de Zootecnia do CRMV-GO.

Zoot. Maíra Silva Matos (Super Frango), homenageada na categoria “Zootecnista Destaque”. Recebeu o prêmio das mãos do Zoot. Aldi Fernandes, membro da Comissão de Zootecnia do CRMV-GO.

Zoot. Antelmo Teixeira Alves, à esquerda, (Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária – Emater), homenageado na categoria “Zootecnista Destaque”. Recebeu o prêmio do Zoot. Fabrício Estrela, também membro da Comissão de Zootecnia do CRMV-GO.

Mídia busdoor, com a campanha 2015 pelo Dia do Zootecnista, circulou de 11 de maio a 11 de junho em 10 ônibus da Capital.


Tome nota

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Comemorações pelo Dia do Médico Veterinário O Dia do Médico Veterinário, celebrado em 9 de setembro, será comemorado em Goiás com o XXV Encontro de Médicos Veterinários, seguido de um jantar por adesão. O evento técnico acontecerá dia 04 de setembro no auditório da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), durante o dia. No mesmo dia, às 20 horas, no Green Place Festas e Eventos, no Parque Anhanguera, acontecerá a parte festiva, com um jantar por adesão. Na oportunidade serão homenageados alguns profissionais em destaque da Medicina Veterinária em Goiás. Acompanhe no site e redes sociais do CRMV-GO mais informações sobre o valor do ingresso do jantar e também a programação completa da parte técnica, que está em fase de conclusão. Veja mais em www.crmvgo.org.br ou informe-se pelo (62) 3269-6531. Participe!

Data: 04 de setembro - Durante o dia – Encontro dos Médicos Veterinários de Goiás, no auditório da SGPA. - 20 horas – Jantar por adesão no Green Place Festas e Eventos.

Primeiro surto de Tripanossomose Bovina em Goiás Tripanossomose bovina é uma doença causada por um protozoário que parasita o sangue de ruminantes e vem assumindo grande importância econômica no Brasil. Em seu local de origem, continente africano, a transmissão para os animais (bovinos, ovinos e caprinos) está relacionada com a picada da mosca Tsé-tsé infectada. Na América do Sul, não existe esta mosca, desta forma a transmissão de Trypanosoma vivax em bovinos é atribuída a vetores como as mutucas e a mosca do estábulo, além do uso de equipamentos contaminados (seringas e agulhas). Os animais doentes apresentam sinais clínicos comuns a diversas enfermidades, o que dificulta o diagnóstico. Os sinais mais observados são: febre, anemia, perda de apetite, fraqueza progressiva, animal deitado, emagrecimento, inchaço na barbela e no abdômen, sangramentos, problemas reprodutivos (aborto e repetição de cio) e, em casos graves, sinais nervosos (andar cambaleante, tremores musculares e cegueira) que podem levar à morte de forma rápida (em 7 dias) ou lenta (com mais de 100 dias). No Brasil, a tripanossomose bovina já foi detectada nos seguintes Estados: Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Paraíba, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo. Este é o primeiro relato de um surto de tripanossomose bovina detectado em Goiás. O problema ocorreu em uma propriedade rural próxima ao município de Ipameri-GO. Já possuindo um alto nível de tecnificação e

com 160 animais no rebanho, o proprietário resolveu adquirir mais 18 animais Girolando, de origem desconhecida, em um leilão na cidade vizinha. Dezesseis dias após a aquisição destes animais, três deles apresentaram decúbito. Observou-se queda de 25% na produção de leite no vigésimo dia após a compra. Seis animais morreram no 22º dia e o proprietário relacionou estas mortes a erros no manejo nutricional. Observando a persistência dos sinais clínicos, outros seis animais morreram até o 42º dia. Foi devido a este evento que o proprietário solicitou apoio junto ao Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (EVZ/UFG). Foi relatado pelo produtor a presença de um grupo com cerca de 20 animais apresentando os seguintes sinais clínicos: anemia, caquexia, lacrimejamento, diarreia sanguinolenta em um animal, fraqueza nos membros posteriores, decúbito, emagrecimento, aborto e morte. Nesta ocasião, colheu-se sangue de cinco animais, sendo que um deles era conhecidamente autóctone, e encaminhou para o Laboratório de Diagnóstico de Doenças Parasitárias dos Ani-mais da EVZ/UFG. Ao exame parasitológico direto, foi detectada alta parasitemia por tripanos-somatídeos em todas as amostras analisadas. Durante visita in loco, não foi observada presença de tabanídeos. Enquanto realizava-se anamnese, foi relatado pelo proprietário que

diariamente as fêmeas recebiam 5 UI de ocitocina por via endovenosa antes da ordenha, para auxiliar na descida do leite. Esta prática era realizada há mais três anos na propriedade. A aplicação era feita na veia epigástrica cranial superficial, empregando a mesma agulha e seringa (de 1mL) para todos os animais. Os primeiros sinais da enfermidade surgiam após a aquisição dos 18 animais de origem desconhecida. Portanto, este caso trata-se do primeiro surto de tripanossomose bovina detectado no Estado de Goiás, sendo o mesmo desencadeado após manejo inadequado durante aplicação de medicamento endovenoso. A partir destas observações, foram transmitidas recomendações que visavam tratar os animais contra a enfermidade e interromper a transmissão da doença. Guido F. C. Linhares¹, Thiago S. A. Bastos²*; Adriana M. F² e Luciana C. Bessa³ 1- Prof. Dr. de Doenças Parasitárias dos Animais, EVZ/UFG. 2- Doutorandos em Ciência Animal, EVZ/UFG. 3- Residente em Sanidade Animal, EVZ/UFG *E-mail: tsabvet@gmail.com


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A legislação vigente define os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) como todos os produtos resultantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com atendimento à saúde humana ou animal e que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua destinação final. Dos resíduos gerados pelas atividades veterinárias, cerca de 80% são comparáveis ao lixo domiciliar. O restante é considerado material perigoso por ser infectante (como os resíduos contaminados com sangue e derivados, carcaças de animais portadores de doenças infecto-contagiosas e suas forrações, culturas de agentes infecciosos, dentre outros); produtos químicos (soluções residuais contendo formol, fenol, ácido bórico, ácido acético e outros) e perfurocortantes (lâminas de bisturi e tricotomia, tubos de vidro, agulhas, placas de Petri e outros similares). Conhecer os tipos de resíduos gerados em um estabelecimento veterinário permite maior eficiência no manejo, segurança e economia, pois possibilita a redução dos riscos e gastos no seu manuseio. Assim, os sistemas de tratamento mais seguros e dispendiosos se destinam à fração de resíduos que realmente necessitam, facilitando a tomada de decisões quanto aos resíduos que podem ser recuperados e aos que podem seguir o fluxo de tratamento e

disposição final, sem tratamento prévio. A informação é da Médica Veterinária Cláudia Bueno Alves, especialista em Saúde Pública, Doutora em Ciência Animal pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), com tese sobre Programa de Biossegurança em Laboratórios de Análises Clínica e Diagnóstico Veterinário. O assunto foi abordado no último Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica, com o tema “Gerenciamento de Resíduos”, dia 27 de maio, no auditório do CRMV-GO. A Médica Veterinária lembra que, conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008, mais da metade (50,8%) dos municípios no Brasil destinam os resíduos sólidos inadequadamente em lixões (vazadouros a céu aberto), 22,5% em aterros controlados (considerados lixões maquiados) e apenas 27,7% dos municípios utilizam a forma correta de disposição final desses produtos (aterros sanitários).

Classificação e manejo Conforme descrito na RDC 306 de 2004 da ANVISA, os RSS são classificados em cinco grupos listados de A a E, de acordo com as características que apresentam. Pertencem ao grupo A, os resíduos potencialmente infectantes; grupo B,

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Foto: Divulgação

Gerenciamento de Resíduos na Veterinária: uma questão de biossegurança

resíduos químicos; grupo C, rejeitos radioativos; grupo D, resíduos comuns e o grupo E, materiais perfurocortantes ou escarificantes. A partir desta classificação, os resíduos devem ser manuseados de formas distintas em todas as etapas, que incluem a segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta, transporte externo e destinação final. 1 – Segregação – Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos e é a etapa fundamental do manejo, pois norteará processos subsequentes, incluindo a necessidade de tratamento ou não antes da disposição final. 2 – Acondicionamento – consiste no ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes providos de tampa acionada a pedal, resistentes a vazamentos, punctura e ruptura. Sua função principal consiste em isolar os resíduos do meio externo, impedindo contaminação ambiental, manter veto-

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res afastados e evitar contato direto dos trabalhadores com os resíduos. Neste sentido, os resíduos do grupo A devem ser acondicionados em sacos brancos leitosos ou vermelhos; resíduos do grupo B, em recipientes rígidos adequados para cada tipo de substância química; os rejeitos radioativos, em recipientes com blindagem adequada ao tipo de elemento radioativo a sofrer decaimento; resíduos do grupo D, em sacos impermeáveis e os do grupo E, em recipiente rígido, estanque, resistente à ruptura e vazamento, impermeável e com tampa 3 – Identificação – deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando símbolos, cores e frases, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo de resíduos. 4 – Transporte Interno/Externo – A partir dessas etapas, os resíduos deverão ser transportados do ponto de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para coleta. Este manejo deve ser feito em recipientes adequados, ou seja, constituídos de material rígido, lavável, impermeável, providos de tampa, com cantos e bordas arredondadas e em horários não coincidentes com o maior fluxo de pessoas ou de atividades.

5 – Armazenamento Temporário – feito em local dentro do estabelecimento até a coleta para o armazenamento externo. 6 – Tratamento – consiste em quaisquer processos que alterem as características dos resíduos, visando a minimização do risco à saúde, preservação do meio ambiente, segurança e saúde do trabalhador. O método a ser empregado é variável conforme o grupo a que pertence o material, sendo as técnicas de desinfecção térmica as mais comumente utilizadas e dentre estas, a autoclavação e incineração. 7 – Armazenamento Externo – abrigo externo que deve ser construído em alvenaria, fechado, dotado de aberturas teladas para ventilação, ter localização que não abra diretamente para a área de permanência de pessoas e circulação de público, dando-se preferência aos locais de fácil acesso à coleta externa. 8 – Disposição Final – Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental. Em Goiânia esta etapa é efetuada em aterro sanitário. Ao levar em consideração os riscos inerentes ao manuseio dos RSS, todos os serviços de saúde devem elaborar um Plano de Gestão dos Resíduos (PGR), contemplando as etapas citadas e descrever medidas de prevenção a acidentes ocupacionais, englobando também

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os equipamentos de proteção utilizados para o manejo desses produtos. Desse modo, um caminho para se otimizar a gestão dos RSS é o exercício do bom-senso, aliado à educação e treinamento dos profissionais. “A adoção do manuseio adequado dos resíduos veterinários, no contexto da biossegurança, aliando economia de recursos, preservação do meio ambiente, ética e responsabilidade poderão garantir mais qualidade de vida no presente e um futuro mais saudável para as próximas gerações”, completou Cláudia Bueno Alves.

Dicas de consulta:

Resolução da Diretoria Colegiada - RDC/ Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) n° 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS, no uso das atribuições legais conferidas pela Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969, considerando a decisão na 120ª Centésima Vigésima Sessão Especial de Julgamento do CRMV-GO, realizada na sede do CRMV-GO nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2015, comunica que foi aplicada ao Médico Veterinário JOÃO EDMUNDO REBOUÇAS – CRMV-GO nº 1449, a pena de SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL POR 60 (SESSENTA) DIAS, prevista na alínea “d” do artigo 33, da Lei nº 5.517/68, por infração aos artigos 1º; 3º; 5º; 6º inciso II; 13, inciso XX e 14, incisos I e III, do Código de Ética do Médico Veterinário - Resolução CFMV nº 722/2002, sendo classificada como “Grave”. Goiânia, 16 de junho de 2015. Benedito Dias de Oliveira Filho Méd.Vet. CRMV-GO 0438 Presidente


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Eventos

ANO XXIX n° 147 – Julho de 2015 Local: Goiânia-GO Informações: www.crmvgo.org.br

JULHO 09

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Projeto CRMVZ Jovem Tema: Imagem e Valorização Profissional Local: Goiânia-GO Informações: www.crmvgo.org.br

Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Comércio de Produtos Agropecuários Local: Ceres-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

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Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Indústria Cárnea Local: Goiânia-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

12 a 17

Congresso Mundial sobre Integração Lavoura-Pecuária-Florestal Local: Brasília-DF Informações: www.wcclf2015.com.br

22 a 24

28/08 a 05/09

IV Curso de Capacitação para Trabalho com Fauna em Vida Livre Local: Aquidauana-MS Informações: http://projetotamandua.wix.com/cursopantanal

31/08 a 02/09

Feira Internacional de Produtos para Veterinários e Pet Shops (Vet Expo) Local: São Paulo-SP Informações: www.relieventos.com.br

XX Congresso Brasileiro e XVII Congresso Latino-Americano de Buiatria Local: São Paulo-SP Informações: www.buiatria.com.br

24

Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Comércio de Produtos Agropecuários Local: Itumbiara-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

24 e 25

SETEMBRO

09

Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Fábrica de Ração Local: Goiânia-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

20 a 23

7° Congresso Brasileiro de Homeopatia Veterinária Local: São Paulo-SP Informações: www.amvhb.org.br

30

Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Comércio de Produtos Agropecuários Local: Goiânia-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

04

31/10 a 02/11

42° Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária (Conbravet) Local: Curitiba-PR Informações: www.conbravet2015.com.br

11

Seminário Básico de Responsabilidade Técnica Local: Goiânia-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

18 e 19

11° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva Local: Goiânia-GO Informações: www.abrasco.org.br

Congresso Brasileiro de Dermatologia Veterinária Local: Campos do Jordão – SP Informações: www.sbdv.com.br

Encontro dos Médicos Veterinários do Estado de Goiás Local: auditório da SGPA durante o dia. Jantar dos Médicos Veterinários, às 20 horas, no Green Place Festas e Eventos, no mesmo dia. Informações: www.crmvgo.org.br.

1° Congresso Internacional de Medicina Veterinária Legal Local: Curitiba-PR Informações: www.medvep.com.br

28/07 a 01/08

OUTUBRO 5a8

VI Conferência Internacional de Medicina Veterinária do Coletivo Local: Belo Horizonte-MG Informações: www.itecbr.org

NOVEMBRO 23 a 27

Curso de Treinamento para Habilitação de Médicos Veterinários para o Diagnóstico de Brucelose, Tuberculose e de Noções sobre Encefalopatia Espongiforme Bovina Local: Goiânia-GO Informações: www.evz.ufg.br ou (62) 3521-1581 (veja outras datas deste curso)

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AGOSTO 06

Projeto CRMVZ Jovem Tema: Imagem e Valorização Profissional Local: Goiânia-GO Informações: www.crmvgo.org.br

14

Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Indústria Láctea Local: Morrinhos-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

Seminário Avançado de Responsabilidade Técnica Tema: Comércio de Produtos Agropecuários Local: Luziânia-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

28/09 a 02/10

DEZEMBRO 04

Seminário Básico de Responsabilidade Técnica Local: Goiânia-GO Informações: (62) 3269-6527 e www.crmvgo.org.br

2° Curso de Planejamento de Saúde Pública Veterinária aplicado ao SUS/NASF Local: Botucatu-SP (câmpus da UNESP) Informações: saudeanimal@fmvz.unesp.br

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Projeto CRMVZ Jovem Tema: Imagem e Valorização Profissional

Consulte a agenda de Eventos e Cursos no site www.crmvgo.org.br para acessar a programação completa.

29/09 a 01/10

IX Congresso Brasileiro de Biossegurança Local: Porto Alegre-RS Informações: www.anbio.org.br

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