Revista CESVI - Máquinas pop

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Obras de arte

sobre rodas

Livro aponta os 50 carros com design mais revolucionário de todos os tempos Alexandre Carvalho dos Santos

O

Design Museum, de Londres, é o principal museu do mundo dedicado ao design contemporâneo, e se empenha em demonstrar a riqueza e a importância da criatividade encontrada em todas as formas de design: da arquitetura ao vestuário. E passando pelo desenho de carros também. Para revelar a engenhosidade dos designers de veículos ao longo da história, a instituição publicou o livro Cinquenta Carros que Mudaram o Mundo (Autêntica Editora) – destacando os modelos que revolucionaram o design automobilístico e criaram tendências, algumas seguidas até hoje. O primeiro modelo comentado – como não poderia deixar de ser – é o Ford T, de 1908, primeiro veículo fabricado em uma linha de produção. “Ele não tinha muitos dos caprichos dos carros anteriores, mas foi cuidadosamente projetado e, para a época, era relativamente fácil de conduzir, graças à transmissão semiautomática epicíclica.” Outra presença obrigatória é a do Volkswagen original – popularizado no Brasil como Fusca. O livro revela que os primeiros esboços do carro foram feitos pelo próprio Hitler, que queria um projeto “para continuar a motorização do povo alemão”, expressando a forte estética modernista do país. O resultado (mérito dos engenheiros, não do nazista) foi uma estrutura de carroceria revolucionária, e também com uma motorização que não dava trabalho. “A hegemonia da Alemanha em engenharia eletromecânica significava também que os equipamentos elétricos (motor de arranque, ignição e dínamo) eram excelentes, e assim o Fusca sempre dava partida nas manhãs frias e úmidas.” A obra também destaca aspectos inovadores de segurança dos carros. Alguns, inclusive, que não vingaram, como os controles excessivamente sensíveis do Citroën DS, de 1955. O modelo “precisava apenas do controle suave da ponta do dedo no volante para evitar que se desviasse para o lado errado da estrada, e um pedal de freio Citroën DS, – apenas um botão, na verdade – tão sensível que de 1955 parecia um interruptor de liga/desliga. Nem todos os motoristas gostaram da extrema sensibilidade desses controles.” E há modelos recentes também. Como o Toyota Prius, de 1997, que provou o compromisso da montadora com a redução de emissões de poluentes.

“O motor a gasolina só aciona as rodas através do sistema elétrico e, portanto, funciona sempre na velocidade e na energia mais eficientes.” Se você quiser saber um pouco da história do design de carros lendários, como a Ferrari 125S, de 1947, o Táxi Austin FX4, de 1956, e até o Mini, de 1959, Cinquenta Carros que Mudaram o Mundo vai fazer bonito na sua estante.

O carro que matou a bailarina

Reza a lenda que a bailarina americana Isadora Duncan, um mito da dança, morreu em 1927, estrangulada por seu próprio xale, que enroscou numa das rodas de um Bugatti conversível. O livro desmente a história: o estrangulamento ocorreu assim mesmo, é verdade, mas o carro era um Amilcar, outro modelo esportivo da década de 1920. 13


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