2017 projeto político pedagógico ceu heliopolis 2017 arquivo unicos

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CEU HELIÓPOLIS PROFª ARLETE PERSOLI PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

MEMÓRIAS DE HELIÓPOLIS - RAÍZES E CONTEMPORANEIDADE –

SÃO PAULO 2017


Sumário

1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4 Breve Histórico ............................................................................................................................. 5 Projeto Arquitetônico – Concepções e Espaços .................................................................... 13 2 - PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS POLÍTICO-PEDAGÓGICOS ............................ 21 Educação Integral e o Bairro Educador .................................................................................. 21 Cidades Educadoras – Articulação Comunitária e o Bairro Educador............................... 22 Currículo ...................................................................................................................................... 23 Gestão democrática .................................................................................................................... 23 Objetivos ...................................................................................................................................... 25 3 – ATRIBUIÇÕES E OBJETIVOS DOS NÚCLEOS ......................................................... 26 Núcleo de Ação Educacional (NAE) ...................................................................................... 26 Núcleo de Ação Cultural (NAC) .............................................................................................. 28 Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação .................................................................................. 29 Núcleo de Administrativo (NA) ............................................................................................... 31 4 – PLANO DE TRABALHO 2017 ........................................................................................... 33 Eixos Integradores e Estruturantes 2017 ................................................................................ 33 Organização do Plano ................................................................................................................ 35


5 – PROJETOS INTEGRADORES E ESTRUTURANTES ............................................... 37 Calendário Temático .................................................................................................................. 37 Ludicidade .................................................................................................................................... 46 Movimento Sol Da Paz .............................................................................................................. 58 Visibilidade Da Periferia – Agenda Cultural Do CEU Heliópolis ...................................... 62 Ler O Mundo, Escrever A História ......................................................................................... 66 Comissão De Formação Da Unas ............................................................................................ 83 Encontros E Seminário Da Educação..................................................................................... 87 Relação Com As Universidades - Estágios ............................................................................. 99 O CEU Escuta .......................................................................................................................... 103 Oficinas Culturais ..................................................................................................................... 112 Agendamento De Quadra ....................................................................................................... 115 Agendamento Da Piscina ........................................................................................................ 117 Uso Recreativo Das Piscinas ................................................................................................... 118 Aulas E Projetos - Analistas De Informação E Desporto ................................................. 119 Oficinas – Orientadores Voluntários E Parcerias Com Outras Instituições ................... 130 Junto E Misturado .................................................................................................................... 133 Plano De Comunicação Do CEU .......................................................................................... 145 Sustentabilidade Heliópolis: A Economia Solidária Nas Bases ......................................... 153 6 – PROGRAMAS ....................................................................................................................... 158 Recreio Nas Férias .................................................................................................................... 158 Temático De Artes Marciais.................................................................................................... 159 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 161 8 – ANEXOS ................................................................................................................................ 164


1 - INTRODUÇÃO Heliópolis é um território marcado por uma história na qual a presença de vulnerabilidades sociais e violação de direitos convive com diversas conquistas. A história da comunidade mostra que essas conquistas não seriam possíveis não fosse a parceria estreita entre muitas pessoas que dedicaram suas vidas à transformação do bairro. A população local vivenciou um processo intenso de urbanização e participou do desenvolvimento de uma trajetória exemplar de organização social, na qual a mobilização promovida pelas organizações comunitárias rendeu frutos e a reivindicação por projetos de intervenção urbana, cultural e educacional foi atendida pelo poder público. Dessa forma Heliópolis transitou de uma estrutura urbanística que a caracterizava como favela, e cujos esforços principais se dirigiam às demandas por habitação, regularização de terras e serviços sociais básicos, a uma articulação comunitária que busca a construção e consolidação de um Bairro Educador. Tendo isso em vista, nossas ações buscam privilegiar essa articulação, promovendo o diálogo entre os moradores da região, as organizações comunitárias, as instituições parceiras, os equipamentos de saúde, de educação, de assistência e o CEU. Assim, buscamos qualificar e fortalecer os vínculos com o movimento já atuante na região e ampliar os espaços que promovem o desenvolvimento integral dos cidadãos e cidadãs, garantindo a promoção e consolidação dos direitos humanos através da educação e da gestão democrática.

Vista panorâmica da comunidade com destaque para o CEU Heliópolis


Breve Histórico Heliópolis Heliópolis possui aproximadamente 1 milhão de metros quadrados e se localiza na região sudeste da cidade de São Paulo, a 8 km do centro. Em sua área vivem cerca de 200 mil habitantes, a maioria de origem nordestina. De acordo com dados da prefeitura de São Paulo, Heliópolis possui 18.080 imóveis. A maior parte dos barracos se transformou em construção de alvenaria. Hoje, 90% do bairro conta com infraestrutura urbana, como serviços de água, esgoto, energia elétrica e coleta de lixo. O transporte público não entra nas vielas e becos de Heliópolis, e as pessoas se deslocam até as vias principais, onde estão localizados os pontos de ônibus. Aproximadamente 40% das famílias de Heliópolis são compostas por mães e filhos, sendo a mãe a única provedora. A área de Heliópolis foi adquirida em 1942, pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), propriedade do Conde Sílvio Álvares Penteado e outros. Em 1966, a gleba passou para o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS). Em 1969 o IAPAS construiu o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica (PAM) e alguns trabalhadores se alojaram nos arredores da obra. Um pedaço deste terreno foi desapropriado pelo estado para uso da SABESP e outra parte foi negociada com a Petrobras.

Antigos alojamentos provisórios, momento de mutirão de urbanização em Heliópolis, em meados dos anos 1980


É nessa paisagem que, entre 1971 e 1972, a prefeitura de São Paulo retirou 153 famílias de áreas ocupadas na favela da Vila Prudente e Vergueiro, com a intenção de fazer vias públicas e as acomodou em alojamentos provisórios, que se tornaram permanentes. Além disso, em virtude dos altos preços do aluguel, outras famílias foram construindo seus barracos. A partir daí a história é marcada por diversas ocorrências envolvendo a disputa de grileiros (que pretendiam impedir as ocupações e assim comercializar a terra que não lhes pertencia), de lutas contra a polícia e, ao mesmo tempo, pelo surgimento de lideranças locais e pela exemplar mobilização comunitária em

Mutirão de urbanização, meados dos anos 1980

defesa do direito à moradia e por condições mais dignas de vida. Nesse momento, a comunidade se organizava em diferentes núcleos, que eram solidários entre si na luta pela defesa da terra. É comum, nos depoimentos das pessoas que viveram essa época, o relato de que se um núcleo estava ameaçado todos os outros iam ajudar a defendê-lo. Os moradores entendiam que se uma casa que fosse “caísse”, todas cairiam. No final dos anos 1980, os núcleos sentem a necessidade de se unir em uma só organização para melhor dialogar com o poder público e daí surge a União de Núcleos e Associações de Moradores de Heliópolis e região (UNAS), maior e mais representativa organização civil local.

Primeira associação de moradores de Heliópolis


A união entre a UNAS e a EMEF Pres. Campos Salles

Em meados dos anos 1990 a EMEF Pres. Campos Salles adotou dois princípios, que se tornaram parte de seu Projeto Político Pedagógico e passaram a nortear as ações da escola: ● Tudo passa pela educação, isto é, a educação é um processo muito amplo, que abrange toda a formação dos seres humanos, que se educam mutuamente. Nesse sentido, todos os espaços possuem um potencial educativo (não apenas a escola, apesar dela ser extremamente importante) e, portanto, toda a sociedade é responsável pelos processos de formação. ● A escola como um centro de liderança: a atuação da escola deve ocorrer de modo articulado com as lideranças da comunidade onde ela está inserida, garantindo que também dentro da escola se constituam lideranças. Afinal, escola e comunidade são espaços educativos, que se retroalimentam.

Braz Nogueira derrubando as paredes da EMEF Pres. Campos Salles


Em 2007, a Campos Salles fez mais uma transformação em seu projeto político pedagógico: inspirada pela Escola da Ponte, a comunidade escolar decidiu derrubar as paredes das salas de aula, transformando-as em grandes salões de estudo. Derrubaram, também, as “paredes simbólicas” que separavam os professores entre si e os professores dos alunos. Nesse momento, àqueles dois princípios juntaram-se mais três: ●

Autonomia, Responsabilidade e Solidariedade, que, juntos, formam um

código de ética que deve balizar as ações da escola, uma vez que se busca educar os sujeitos na e para a autonomia, para a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas de modo responsável, a fim de que se tornem capazes de responder pelas consequências de seus atos, sempre fundamentados pela consideração ao outro. Concomitantemente,

a

UNAS também passou por uma transformação,

através

da

articulação com a escola. Sua principal bandeira de luta, que era o acesso

à

moradia

digna

se

transformou em uma luta pela educação. Esse movimento, no entanto, não se deu ao acaso, foi construído dentro de um processo que intensificou o entendimento de que a educação deve ser prioritária, uma vez que ela é o eixo condutor e organizador da comunidade para o enfrentamento e luta pela efetivação

Braz Nogueira derrubando as paredes da EMEF Pres. Campos Salles

dos direitos ao trabalho, à saúde, à moradia, ao transporte, à cultura, ao lazer e outros. Desse encontro entre escola e comunidade organizada nasce, então, o sonho de transformar Heliópolis em um Bairro Educador. Esse sonho é incorporado à missão da UNAS e ao projeto político pedagógico da EMEF Pres. Campos Salles. Os cinco princípios da escola passam a ser, então, os cinco princípios do Bairro Educador. O CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli nasce da parceria entre a comunidade organizada, a escola e o poder público (que viabilizou o projeto e a sua construção) em meio a esse


movimento que vem ganhando força e contagiando outros equipamentos educacionais e socioculturais da comunidade, bem como os moradores, as famílias e, principalmente, as crianças e jovens.

Grafite do artista local 8ou80, na quadra da UNAS

CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli Em 2009, depois de anos de negociação entre a comunidade organizada e o poder público, a Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) criou o Centro de Convivência Educativa e Cultural de Heliópolis, CCECH (Decreto nº 50.740, de 16 de julho de 2009), onde considera “por fim, que o protagonismo individual e coletivo dos moradores

de

Heliópolis

é

fundamental para a constituição dessa

comunidade

como

bairro

educador”. No mesmo ano, a PMSP também criou os cargos de gestão do CCECH. De 2010 a 2014 várias atividades

e

projetos

foram

desenvolvidos por esse grupo de gestão,

com

voluntários participação

a e

colaboração com

da

de

intensa

Cleide Alves, atual presidente da UNAS em assembleia de moradores

comunidade

organizada, além de outras atividades articuladas pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME).


Neste

início,

em

2012,

dada

a

relevância da história de Heliópolis e de seus moradores,

foi

Memórias

de

desenvolvido Heliópolis

o

projeto

Raízes

e

Contemporaneidades, viabilizado por uma emenda parlamentar e desenvolvido pela UNAS, com assessoria da gestão do CCECH. Esse projeto tinha o intuito de sistematizar a história do bairro a partir do ponto de vista dos Logotipo do Projeto Memórias de Heliópolis

próprios moradores que a viveram. Além disso,

o projeto Memórias de Heliópolis tinha como objetivo produzir material que pudesse ser usado pelas escolas, projetos e equipamentos educativos da região, estimulando que esse conteúdo passasse a fazer parte de seus currículos, ao lado daqueles considerados mais tradicionais. Assim, ao longo do projeto foi produzido um livro intitulado Memórias de Heliópolis – Raízes e Contemporaneidades; o documentário Memórias de Heliópolis; 12 oficinas que recontaram a história do bairro por meio de diferentes linguagens artísticas, tais como: teatro, histórias em quadrinhos, dança, hip hop, dentre outras. Em 2013, também através de uma emenda parlamentar, foi desenvolvido o projeto Kombi da Memória que, com o mesmo intuito de sistematizar e difundir a memória dos moradores de Heliópolis realizou durante o intervenções comunidade.

em

mês de dezembro

diferentes

Eram

pontos

quatro

da

kombis

especialmente cenografadas para essa ação, que

desenvolveram

atividades

como

biblioteca itinerante, oficinas de artesanato, contação de histórias, shows, recolhimento

Kombi do projeto Kombi da Memória

de fotos e relatos dos moradores reunidos em um site. Em 2015, o CCECH foi transformado em CEU pela PMSP (Decreto nº 56.079, de 29 de abril de 2015) considerando que ambos programas se articulam enquanto concebidos como equipamentos públicos construídos para e com a comunidade. As histórias dos CEUs e do então CCECH se encontraram, com a diferença de que, em Heliópolis, essa proposta tenha partido dos próprios moradores organizados. Então, em


29 de abril de 2015 o CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli foi inaugurado com uma grande festa que durou todo o dia e contou com a participação ativa de milhares de atores sociais, que auxiliaram na construção deste equipamento: estudantes e suas famílias, educadores, militantes dos movimentos sociais, representantes do poder público, moradores da comunidade, artistas locais...

Quem foi a Profª Arlete Persoli? Arlete Persoli nasceu em São Paulo aos 12 de outubro de 1955. Foi uma incansável lutadora pelo direito à educação, sobretudo na comunidade de Heliópolis, onde atuou por diversos anos no CCECH. Arlete concluiu o curso de Matemática e passou a exercer o ofício de professora concursada na PMSP. Sempre com o olhar atento às enormes desigualdades sociais e preocupada com a transformação da sociedade, engajou-se na atividade políticopartidária, como militante do Partido dos Trabalhadores. No início dos anos 80, se junta a um grupo de educadores na EMEF Profª Sylvia Martin Pires, dentre os quais estava Braz Nogueira, seu futuro companheiro de vida e de sonhos e, juntos, passam a defender dois

princípios

básicos

para

a

construção de uma escola integrada na sua comunidade e em diálogo constante com a mesma: tudo passa pela educação e a escola como centro de liderança na comunidade. Em 1991, assume o cargo de

Arlete Persoli

diretora de escola, por meio de concurso público, dando continuidade à defesa dos ideais que acreditava. Com a criação da Caminhada pela Paz de Heliópolis, em 1999, Arlete passa a atuar em todas as suas edições, até a XV, realizada em 2013. É convidada a trabalhar com a então secretária municipal de Educação da gestão Marta Suplicy, Maria Aparecida Perez, em cujo mandato foram implementados os CEUs, modelo exitoso e revolucionário de Educação Integral. Foi a primeira gestora do


CEU Rosa da China, no Jardim São Roberto, zona leste da capital, tendo realizado duas Caminhadas Pela Paz na região. Em 2005 assume a direção da EMEI Gabriel Prestes, no bairro da Consolação, e implanta os princípios que nortearam o seu Projeto Político Pedagógico: autonomia, solidariedade e responsabilidade. Assembleias de crianças de 3 a 6 anos passaram a ser a solução de muitos dos problemas que as afligiam no dia-a-dia. Em 2009, após anos de vanguardismo da EMEF Pres. Campos Salles, dirigida pelo seu companheiro Braz desde 1995, localizada na comunidade de Heliópolis e em franco diálogo com a mesma comunidade e com suas lideranças mais expressivas, Arlete é indicada pela UNAS, para o cargo de gestora do CCECH. À frente do CCECH, seu maior legado (que deve ser visto como modelar) foi o fato de ter sido uma das principais articuladoras do projeto de Educação Integral local: o movimento que busca transformar Heliópolis em um Bairro Educador, assumindo e ampliando as conquistas de uma educação de qualidade para os moradores de lá que, efetivamente, garantisse uma formação humanista e comprometida com valores capazes de preparar as crianças e os jovens para a efetivação de seus direitos sociais e políticos. Liderou a equipe de gestão do CCECH, que em 2012 realizou o Projeto Memórias de Heliópolis. Além disso, a presença de Arlete foi fundamental na aglutinação da força dos movimentos sociais organizados - da juventude, LGBTT, de mulheres, por moradia, dentre outros - que garantiram a ampliação dos equipamentos públicos que transformaram Heliópolis num dos mais completos centros de educação da cidade de São Paulo. Depois de lutar contra um câncer por um ano, faleceu em São Paulo, dia 11/09/2014. Foi companheira de Braz Rodrigues Nogueira por 27 anos e com ele teve uma filha, Marília Persoli. Sua prática e seus ideais lhe renderam grande admiração de educadores e da comunidade em que atuou, prova disso foi a iniciativa da própria comunidade de homenageá-la, dando seu nome ao Equipamento Público que foi tão presente em sua vida, de modo a preservar sua trajetória de luta.1

1

Texto retirado do Projeto de Lei enviado à câmara dos vereadores da cidade de São Paulo, que propunha colocar o nome de Arlete no novo CEU Heliópolis como uma forma de homenageá-la.


Projeto Arquitetônico – Concepções e Espaços O arquiteto Ruy Ohtake, que projetou o CEU Heliópolis, é parceiro antigo da comunidade e desde o início das negociações entre a UNAS, a EMEF Pres. Campos Salles e o poder público participou do planejamento dos espaços que constituiriam o CEU e, posteriormente, os projetou em diálogo com diferentes segmentos da população local.

Reunião com o arquiteto Ruy Ohtake

Dessas conversas entre a comunidade, a gestão e o arquiteto surgiu a forma que o espaço do CEU iria ter, pautada tanto nos princípios, quanto na história do Bairro Educador, mas, especialmente, em uma ideia de que, enquanto espaço público, o CEU deveria permitir o fácil acesso e ausência de barreiras que pudessem afastar as pessoas do local, auxiliando no fortalecimento da democratização e da participação comunitária nos processos que o CEU propõe.


Tudo o que está sendo programado vai na direção da ocupação dos espaços pela comunidade, com orientação saída do diálogo com os moradores (...) Toda a área se configurará em um pequeno parque de 40 mil metros quadrados, no qual os equipamentos (escolas, creches etc.) não terão grades. Não haverá muros. E os carros não entrarão: o espaço será destinado apenas à circulação de pedestres, sejam alunos, crianças pequenas e seus pais, e também idosos, com área verde, com bancos etc. Ruy Ohtake. Arquitetura como exercício de cidadania. In: Heliópolis, Bairro Educador.

Além disso, era essencial atender às demandas da comunidade, também no que se refere à configuração arquitetônica, desde a localização da sala de gestão, até a reconfiguração da sala de informática para as demandas do século XXI. Como cidadão, o que eu aprendi com Heliópolis? Que os projetos não devem ser feitos só no escritório, e sim que devemos ir e vir à comunidade, interagindo com sua população. Cada um desses projetos tem sua particularidade, sua peculiaridade. E depois, é um pouco da nossa responsabilidade também trabalhar, não de forma assistencialista, mas de maneira co-responsável. Ruy Ohtake. Arquitetura como exercício de cidadania. In: Heliópolis, Bairro Educador.

Croqui do CEU Heliópolis Arlete Persoli

Na primeira fase da obra, concluída em 2009, foram construídos três Centros de Educação Infantil (CEI), uma Escola Técnica (ETEC), um Centro Cultural com cinema, um teatro de arena, áreas para exposição e as “ruas” que ligam todos esses espaços (onde já havia a EMEF e a EMEI). Em 2015 a segunda fase da obra foi concluída e foram entregues mais três edifícios: a Torre da Cidadania, a Biblioteca e o Complexo Esportivo.


Inauguração do CEU Heliópolis, show do grupo de Hip Hop Avante, O Coletivo.

Funcionamento

A área total do CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli possui 47.800m². As seis escolas que ficam dentro do CEU recebem diariamente mais de 2.000 pessoas, atendidas por 299 profissionais. Desde abril de 2015 foram feitas quase 10.000 carteirinhas e a média de atendimento mensal é de 8.000 pessoas em diversas aulas, oficinas, eventos, festas, shows, apresentações culturais e nas áreas de lazer.

Descrição dos edifícios Escolas ETEC Heliópolis - 3.000m² Cerca de 1000 estudantes; Cerca de 95 funcionários;

EMEF Pres. Campos Salles - 3.685m² 917 estudantes; 82 funcionários;

EMEI Antônio Francisco Lisboa - 1.150m² 350 estudantes; 40 funcionários;


CEI Aparecida das Graças Silva Roseira - 1.200m² 166 estudantes; 26 funcionários;

CEI Nora Auler de Arruda Botelho- 1.200m² 178 estudantes; 30 funcionários;

CEI Simone Agnalda Ferreira - 1.200m² 160 estudantes; 26 funcionários;

Outros Equipamentos Centro Cultural - 1.340m² 1 cinema com capacidade para 130 pessoas; 1 teatro de arena; Saguão externo - espaço para peças de teatro, shows musicais e outros tipos de evento;

FAB LAB - SP Parte do projeto Fab Lab Livre SP, a Fab Lab CEU Heliópolis é um laboratório público de fabricação digital e sua consolidação na cidade é a concretização de um projeto formulado pela gestão Haddad (2013-2016) na gestão da PMSP, executado pela Secretaria de Serviços e pelo Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil, via convênio. Segundo reportagem da PMSP, esses laboratórios de fabricação digital: São locais que possuem equipamentos de última geração, como impressoras 3D (impressão de objetos), fresadoras (usada para corte ou desgaste de madeira, plástico isopor, etc), fresadora de precisão (capaz de produzir placas de circuitos eletrônicos), cortadora a laser (permite cortes com precisão milimétrica) e cortadora de vinil (corta com precisão adesivos e papéis de gramaturas variadas). (...) Tais ferramentas permitem a criação de diversos objetos, como próteses e próteses inteligentes, drones, robôs e até mesmo mobiliário. (...) Ricardo Elias Delgados, funcionário da ITS Brasil, explicou alguns dos objetivos do projeto. ‘Democratizar o conhecimento, de forma que todos saibam como usar os laboratórios e essas máquinas e preparar, no sentido que os usuários sejam treinados para utilizar os espaços’, disse. (...)


Em 24 de março de 2016, inaugurou-se a Fab Lab CEU Heliópolis, que atualmente ocupa um andar do Centro Cultural do CEU. A oferta de cursos de curta, média e longa duração, além das visitas monitoradas e palestras de sensibilização ao projeto iniciou-se no dia 1º de abril de 2016 e desde então a Fab Lab CEUHeliópolis atende cerca de 400 a 500 pessoas por mês. Também vem realizando parcerias fundamentais com a gestão do CEU Heliópolis, contribuindo para a concepção, execução e avaliação de projetos como “Espaço Zen”, “Escape Room” e outros (descritos ao longo deste PPP). Além de articular com outros parceiros como o projeto PrograMaria, que ofereceu aulas de programação para mulheres da comunidade.

Torre da Cidadania - 2.168m²  Térreo: sala da gestão, refeitório e vestiário para os funcionários da segurança e limpeza;  Sala Multiuso para espetáculos e shows, equipada com iluminação e som;  3 Salas de aula, ateliê de artes visuais e cozinha experimental;  Sala de Tecnologias da Informação e Comunicação – laboratórios de informática, estúdio de áudio e vídeo;  Sala de dança e corpo;

Polo UniCEU Heliópolis Profª Arlete Persoli A UniCeu Heliópolis Profª Arlete Persoli (programa da PMSP) foi inaugurada em agosto de 2016, atualmente ocupa o 3º andar da Torre da Cidadania, além de alguns outros espaços do CEU. Oferece o curso semi presencial de pedagogia que atende cerca de 50 estudantes oriundos de escolas públicas. É de extrema importância que a UniCEU esteja articulada com a Gestão e a estrutura dos Núcleos de Ação do CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli, assim como o Conselho Gestor e o Colegiado de Integração, uma vez que precisa mapear as possíveis parcerias para atender a comunidade de Heliópolis afim garantir formação continuada através de cursos de extensão, cursinhos populares, ciclos de formação e cultura (ciclo de cinema e educação - um projeto que será desenvolvido em 2017.), aquisição de acervo, geração de publicações para estimular a produção de pesquisa e conhecimento, tudo isso perpassado pela integração com o Calendário Temático do CEU (descrito abaixo).


Além disso, faz-se importante criar possibilidades e instrumentos capazes de ampliar o acesso à informação e ao conhecimento, proporcionar à população a autonomia necessária para gerenciar a própria aprendizagem, transformando-a em ações na realidade local, construindo identidade, agindo com autonomia, e em relação com o outro além de se apropriar das diversidades culturais. A presença de um equipamento de ensino superior nos territórios, capaz de atribuir significados, ou melhor, ressignificar o desenvolvimento da população local, dialoga com a construção da identidade, da autonomia e da liberdade. A educação construída de forma coletiva e a partir das necessidades de cada território, democratiza os saberes produzidos.

De acordo com a Portaria 7.779 de 25 de novembro de 2016, são objetivos da UniCEU Heliópolis Profª Arlete Persoli : I – ampliar e apoiar a oferta de cursos nos Polos de Apoio Presencial UAB-SP; II - ofertar cursos de qualidade e gratuitos nas diferentes áreas do conhecimento, de modo a ampliar o acesso ao ensino superior às populações de maior vulnerabilidade social em todas as regiões da cidade; III – assegurar a formação continuada dos profissionais da educação em conformidade com as diretrizes de SME; IV – constituir uma rede de estudantes da UniCEU, articulando troca de experiências e produção de conhecimentos entre todas as regiões da cidade; V – tornar-se referência de atendimento à comunidade na construção de itinerários formativos visando o ingresso no ensino superior, especialmente para a população jovem; VI – estimular a formação de profissionais em cursos de licenciatura para atender às demandas das redes públicas de ensino, prioritariamente em regiões em que há falta de profissionais da educação; VII – fomentar o desenvolvimento local sustentável. Biblioteca - 2.552,79m²

Desde a sua abertura, a Biblioteca tem à disposição da comunidade cerca de 5583 livros e já realizou cerca de 4 mil empréstimos, com 1626 leitores(as) cadastrados(as). Usam os computadores disponíveis para a pesquisa em média 110 pessoas por dia. Possui três pisos: ● Térreo: voltado para o público infantil, com brinquedoteca, acervo apropriado, espaço para contação de histórias, que comporta ainda um auditório, com


capacidade para receber 100 pessoas; ● Intermediário: possui uma bancada de 11 computadores, espaço para jogos de tabuleiro e acervo de literatura nacional e internacional; ● Segundo andar: possui acesso para a Estrada das Lágrimas, e uma bancada de 8 computadores, sala de exposições, sala de estudos de uso compartilhado com a UNICEU.

Complexo Esportivo - 2.333,71m² ● 2 piscinas; ● Quadra poliesportiva; ● Vestiários; ● 3 Salas: de professores, da coordenação e de monitores aquáticos.

Praças ● 3 praças com aparelhos de ginástica, banheiros e brinquedos para as crianças. ● 3 praças Wi-Fi Livre; ● 4 parquinhos.

Quadras ● 2 quadras, uma delas coberta.

Horários de funcionamento

2ª a 6ª feira, das 7h às 23h; Sábados e domingos das 8h às 20h; Feriados 8h às 18h Atendimento ao público: 2ª a 6ª feira, das 8h30 às 20h; Sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h; As matrículas para as atividades que têm espera (mais interessados do que vagas) são realizadas uma vez por mês. Piscina *Horário de funcionamento:


3ª a 6ª feira, das 8h às 20h (para aulas e atendimento das escolas e equipamentos sociais do entorno e do CEU) Sábados, domingos e feriados das 9h às 17h (aberta para uso recreativo da comunidade).

Biblioteca 2ª a 6ª feira, das 8h30 às 20h30; Sábados, das 8h30 às 17h30; Equipe Gestora2

Em 29 de abril de 2016 o CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli completou 1 ano de existência. Em 2 de abril de 2016 foi publicada a Lei nº 16.418, de 1 de abril de 2016, regulamentando os Cargos de Provimento em Comissão do Centro Educacional Unificado Heliópolis, da Diretoria Regional de Educação Ipiranga (DRE-IP). De acordo com a referida Lei, o quadro da equipe gestora do CEU ficou assim configurado: ● Gestor ● Coordenador de Ação Educacional ● 2 Coordenadores de Projeto Educacional ● Coordenador de Ação Cultural ● 2 Coordenadores de Projeto Cultural ● Coordenador de Projeto Cultural – Biblioteca ● Coordenador de Ação de Esportes e Lazer ● 2 Coordenadores de Projeto de Esportes e Lazer ● 2 Assistentes Técnicos I Além da equipe gestora o CEU Heliópolis conta ainda com 7 Assistentes Técnicos Educacionais, 7 Analistas de Desporto, Informação e Cultura – Educação Física, 1 Analista de Desporto, Informação e Cultura – Bibliotecários, 4 Monitores Aquáticos, 1 Técnico de Som, 1 Técnico de Luz, 55 funcionários responsáveis pela limpeza e zeladoria, cerca de 34 funcionários responsáveis pela segurança.

2

O quadro de horário da equipe gestora encontra-se no anexo 1.


2

-

PRINCÍPIOS

E

FUNDAMENTOS

POLÍTICO-

PEDAGÓGICOS O CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli se insere na perspectiva da inclusão social de todos, independentemente da sua condição de cor, etnia, gênero, credo religioso, situação socioeconômica, ou de qualquer outra natureza. É um centro vivo de possibilidades de participação e gestão, gerador de sujeitos que desejam, buscam e atuam na direção de uma sociedade mais humana e igualitária.

Educação Integral e o Bairro Educador O Projeto Político Pedagógico do CEU Heliópolis vem sendo construído a partir de uma perspectiva de Educação Integral, na qual entende-se que o aprendizado gerado pela práxis realizada na localidade, amplia a visão de mundo dos sujeitos, de modo que os problemas e soluções locais sejam compreendidos numa dimensão global. Porque uma concepção nova esclareceu que educação não é simplesmente preparação para a vida, mas a própria vida em permanente desenvolvimento, de sorte que a escola deve se transformar em um lugar onde se vive e não apenas se prepara para viver. (Anísio Teixeira. Educação para a Democracia).

Na concepções,

perspectiva é

necessário

dessas envolver

outros atores na educação e mais do que isso redefinir os espaços e os tempos em que ela ocorre, ampliando-os. Os atos de ensinar e aprender passam por todas as atividades humanas e se dão ao longo de toda a vida. Para Paulo Freire, não é possível “ser gente” sem estar engajado

Apresentação de Ballet da EMEF Pres. Campos Salles no Festival da Paz de 2013

em alguma prática educativa e A educação é permanente na razão, de um lado, da finitude do ser humano, de outro, da consciência que ele tem de sua finitude. Mais ainda, pelo fato de, ao longo da história, ter incorporado à sua natureza não apenas saber que vivia, mas saber que sabia e, assim, saber que pode saber mais. A educação e a formação permanente se fundem aí. (Paulo Freire. Educação e Política).

21


O território – que é formado tanto pelos espaços, pelas pessoas, quanto por suas dinâmicas – é assim, não apenas objeto de aprendizagem, mas também o sentido próprio para o qual converge a construção de qualquer conhecimento. Assim, mais do que um conjunto de espaços a cidade é compreendida como território educativo e o binômio escola-comunidade é sua síntese. (...) Fundamentalmente, a educação integral reconhece oportunidades educativas que vão além dos conteúdos compartimentados do currículo tradicional e compreende a vida como um grande percurso de aprendizado e reconhece a própria como uma grande, permanente e fluída escola. (Centro de Referências em Educação Integral Conceito de Educação Integral).

Ao longo da história da educação brasileira algumas propostas foram construídas na perspectiva de tornar concretas as concepções da Educação Integral (mesmo que elas não fossem ainda um conceito como o são hoje), como as Escolas Parque de Anísio Teixeira,

os

Centros

Integrados

de

Educação Pública (CIEPs) no Rio de Janeiro e os Ginásios Vocacionais, por exemplo. Os CEUs, em São Paulo, também têm como fundamento essas concepções, especialmente no que se refere ao Currículo, à

Gestão

Democrática

e

ao

Apresentação da CEI Simone Agnalda Ferreira no Festival da Paz - 2014

Desenvolvimento Integral. No trabalho realizado no CEU Heliópolis mais especificamente, até pela história de sua construção fomentada pela articulação comunitária, a Educação Integral se traduz em um movimento que busca articular diferentes atores na transformação da comunidade em um Bairro Educador, pautado nos cinco princípios: Tudo passa pela educação, A escola como um centro de liderança, Autonomia, Responsabilidade e Solidariedade.

Cidades Educadoras – Articulação Comunitária e o Bairro Educador O conceito de Cidades Educadoras surgiu na década de 1990 em Barcelona e propõe que a gestão dos territórios seja voltada para a garantia do desenvolvimento integral das pessoas que lá vivem. Nesse sentido, além da formação ser uma prática permanente, capaz de estimular iniciativas e projetos que proponham soluções para os

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problemas da comunidade, o poder público, articulado ao território, teria uma tarefa “pedagógica” e a cidade seria um espaço privilegiado para tal, uma vez que oferece mais oportunidades de aproximação entre o Estado e as pessoas. “Para educar uma criança é preciso toda uma aldeia.” (Provérbio africano).

Currículo O currículo de uma educação que se propõe integral considera uma maior diversidade de saberes e suas expressões, olhando cada sujeito e cada grupo como um todo, adequando propostas e auxiliando no desenvolvimento individual e comunitário. Por isso, nos CEUs, o currículo pressupõe também as dimensões da cultura e do esporte na educação. A qualidade neste entendimento da Educação Integral pode ser indicada, dentre outras coisas, por essa capacidade de articulação entre diferentes atores sociais (...) e o conteúdo proposto pelos educadores nas atividades que dirigem aos educandos (...) Tem como finalidade a melhoria da qualidade de vida. (Centro de Referências em Educação Integral Conceito de Educação Integral).

Gestão democrática Na perspectiva da Educação Integral e do Bairro Educador, a qualidade social da educação se dá, principalmente, a partir da gestão democrática dos processos propostos, pois esta, além de garantir a proximidade entre poder público e comunidade, aposta na capacidade dos idosos, adultos, jovens e crianças de se responsabilizar pelas questões que assolam a comunidade e, para além disso, propor soluções a elas. No CEU Heliópolis isso não poderia ser diferente, uma vez que sua construção só foi possível a partir da articulação dos moradores com a escola e o poder público. Além disso, nos CEUs, a participação comunitária é garantida por instâncias previstas pelo regimento, compostas por diferentes membros da comunidade, nas quais se decide desde as regras de funcionamento do CEU, até as concepções pedagógicas que balizarão as suas ações. As principais instâncias são: ● Conselho Gestor: formado por representantes da gestão e da direção das Unidades Educacionais do CEU, professores, estudantes, representantes das escolas e equipamentos do entorno, membros da sociedade civil organizada da região, frequentadores do CEU e familiares dos estudantes. É uma instância

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deliberativa e consultiva, cuja ação está voltada para a consolidação dos objetivos e diretrizes do CEU. Auxiliados pela APMSUAC (Associação de Pais, Mestres e Servidores, Usuários e Amigos do CEU) também acompanha e toma decisões a respeito das atividades de orçamento e aplicação das verbas. Tem como prerrogativa, segundo o regimento padrão dos CEUs (Decreto Nº 57.478, de 28 de novembro de 2016): Art.35º Deve o Conselho Gestor do CEU promover a participação, organização e controle social (...) como instância máxima de decisão de caráter permanente, respeitadas as competências do poder público municipal e os limites da legislação vigente.(...) Propor alternativas para a solução de problemas de natureza pedagógica e administrativa, tanto aqueles detectados pelo próprio Conselho Gestor, como os que forem a eles encaminhados.

Primeira reunião do Conselho Gestor do CEU Heliópolis

● Colegiado de Integração: formado por representantes da gestão do CEU e das Unidades Educacionais tem como prerrogativa, segundo o Regimento Padrão dos CEUs (...) assegurar a integração pedagógica, administrativa e operacional, promovendo unicidade e a organicidade do projeto político pedagógico do CEU e a formação de seus membros alinhados aos princípios do CEU.

A principal estratégia de articulação que vem sendo construída no Colegiado de Integração do CEU Heliópolis é unificação de um Calendário Temático, debatido e acordado por todos os participantes e que tem o intuito de subsidiar as ações de determinado ano, incluindo desde temas a serem trabalhados nos PPPs das unidades educacionais

e

da

gestão

do

CEU,

até

ações

mais

específicas

como reuniões pedagógicas unificadas (previstas em portaria da SME), a articulação do Movimento Sol da Paz e do Seminário da Educação, dentre outros. O novo regimento padrão dos CEUs, publicado em meados de novembro de 2016 também preve a criação de outros mecanismos de gestão democrática, tais como 24


assembleias, assembleias de crianças, grêmio juvenil e comissões temáticas. De forma assistemática, a gestão do CEU vem realizando ações similares desde a sua construção, como pode ser observado neste PPP. Ainda assim, ao longo de 2017 pretendemos consolidar essas ações.

Objetivos Na perspectiva dos cinco princípios do Bairro Educador, o CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli tem os seguintes objetivos: ● Articular

escolas,

lideranças

comunitárias,

famílias,

equipamentos

socioculturais, associações, ONGS, empresas; ● Promover a socialização dos bens culturais socialmente construídos, como instrumento de inclusão; ● Promover o desenvolvimento integral de bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, assim como seu protagonismo nas ações realizadas no CEU; ● Mapear e revelar a produção cultural de Heliópolis, respeitando e garantindo a diversidade, abrindo espaços de diálogo entre as gerações e sua criação, exposição, difusão, multiplicação e circulação; ● Organizar o debate e criar condições de novas ideias e proposituras sobre as questões educacionais, políticas, econômicas, sociais e éticas que afligem a comunidade, a cidade, o país e o mundo; Promover o diálogo entre a sociedade civil organizada e o poder público.

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3 – ATRIBUIÇÕES E OBJETIVOS DOS NÚCLEOS3 O modelo de gestão dos CEUs baseia-se na divisão da equipe em três núcleos: educacional, cultural e de esportes, lazer e recreação que têm atribuições específicas, mas que devem trabalhar de forma articulada. No CEU Heliópolis, devido à relevância dada ao atendimento ao público (que é eixo integrador e estruturante desse PPP), foi criado também o Núcleo Administrativo.

Núcleo de Ação Educacional (NAE) O Núcleo de Ação Educacional (NAE) tem como objetivo planejar, desenvolver, implantar, executar e avaliar projetos e ações que promovam a construção de uma rede integrada, formada por diferentes atores sociais, que pactuem princípios, visando à construção de uma sociedade mais justa e à garantia da qualidade social da educação. Entendendo a educação como um processo que vai além dos muros da escola e que perpassa diferentes momentos da vida social, as concepções que balizam as ações do NAE buscam construir práticas de educação que sejam articuladoras de pessoas e instituições, misturando diferentes saberes que contribuam para o desenvolvimento da comunidade, implementando novas ações e integrando outras já existentes, articulando novos tempos e espaços educativos ou qualificando aqueles já consolidados, a fim de subverter situações de opressão e desigualdade e criar novas formas de educação. Além disso, o NAE visa contribuir para a promoção de uma formação que seja mobilizadora, e de uma mobilização que seja formadora, expandindo a adesão em torno do movimento que visa transformar Heliópolis em um Bairro Educador, com qualidade e intencionalidade pautadas na Educação Popular, auxiliando na organização coletiva pela garantia e consolidação de direitos. No regimento padrão dos CEU’s as ações que acontecem na biblioteca estão ligadas ao Núcleo de Cultura. No exercício cotidiano, porém, a gestão do CEU Heliópolis constatou a necessidade de aproximar e relacionar as ações realizadas pela equipe da biblioteca ao Núcleo de Educação. Assim, é também atribuição do NAE auxiliar na consolidação de um processo que considere a leitura e a escrita como um 3

Os objetivos e atribuições dos Núcleos foram adaptados do Regimento Padrão dos CEUs.

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direito histórico, cultural e político de valorização e empoderamento dos cidadãos contra a exclusão social.

Assim, são objetivos do NAE: •

Fomentar o protagonismo e participação das crianças, dos jovens, dos adultos e dos idosos, nas ações do CEU Heliópolis, de modo a incluir esses grupos em todos os processos: desde o planejamento, passando pela execução até a avaliação.

Promover o caráter intencionalmente educacional de todas as ações desenvolvidas no CEU, na perspectiva da educação e gestão democrática;

Contribuir com a formação de educadores, de modo a auxiliá-los na elaboração de concepções e práticas a partir dos princípios acordados no PPP do CEU;

Auxiliar na consolidação dos planos de trabalho oriundos dos demais Núcleos, das Unidades Educacionais, dos Equipamentos e de possíveis parcerias, articulando-os de modo transversal;

Contribuir

para

a

difusão

das

experiências

educacionais

inovadoras

desenvolvidas no CEU e fora dele; •

Avaliar e viabilizar parcerias e execução de propostas de pesquisas educacionais desenvolvidas por instituições de ensino superior, institutos de pesquisas, entidades governamentais.

Ampliar os vínculos institucionais com e entre as escolas, equipamentos de saúde, educativos e da assistência social de dentro do CEU e do seu entorno. Incluindo a qualificação e ampliação do uso da biblioteca por esses equipamentos.

Contribuir para a construção de uma biblioteca reconhecida enquanto espaço público para a socialização, guarda, organização, compartilhamento de informações, para a produção coletiva de conhecimentos e memória.

Promover o acesso à biblioteca do CEU Heliópolis através de ações de mediação e consequente democratização da cultura e da palavra escrita.

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Núcleo de Ação Cultural (NAC) O trabalho do Núcleo de Ação Cultural (NAC) é realizado a partir de parcerias e articulações do CEU Heliópolis com colaboradores como produtores artísticos e culturais, oficineiros, artistas, arte-educadores ou profissionais de outras instituições públicas, privadas ou da sociedade civil. O NAC define suas linhas gerais de atuação a partir dos princípios do Bairro Educador e, principalmente, a partir do compromisso de dar visibilidade à periferia, através da articulação das ações culturais realizadas na localidade em diálogo com produções culturais de outros territórios. O trabalho do NAC também se realiza a partir da concepção de que todos são, ao mesmo tempo, produzidos pela cultura e produtores culturais. Isto implica repensar as práticas tradicionais de ação cultural, buscando novas possibilidades de trocas de experiências numa perspectiva democrática, fomentando a formação de um público frequente e dos grupos de pessoas que desejamos sensibilizar como público alvo da programação cultural do CEU. Do mesmo modo, essa formação deve estimular novas oportunidades de criação, seja do ponto de vista material, fornecendo espaços para ensaios, equipamentos, formação técnica etc, seja disponibilizando informações sobre leis de fomento e sobre formas de qualificação das manifestações culturais locais, estimulando a participação e o comprometimento dos produtores de cultura, informação e conhecimento, como sujeitos de suas próprias histórias, alinhados com os interesses coletivos. Assim são objetivos do NAC: ● Contribuir com o desenvolvimento cultural local, dando visibilidade à produção periférica, através da promoção do acesso e diálogo entre múltiplas formas e bens culturais que compõem a programação do CEU; ● Mapear, sistematizar, articular as experiências culturais de instituições e equipamentos locais, assim como de coletivos e artistas da comunidade; ● Avaliar e viabilizar parcerias de pesquisa cultural desenvolvidas por instituições de ensino superior, institutos de pesquisa, entidades governamentais e não governamentais, organizações da sociedade civil, etc e, fundamentalmente, por coletivos culturais; ● Articular, em conjunto com o NAE, projetos e ações que integrem, do ponto de 28


vista político, pedagógico e cultural, as instituições e equipamentos do CEU e do entorno às produções artísticas da cidade e da comunidade.

Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação4 As ações do NEL visam promover o desenvolvimento integral dos cidadãos e cidadãs, situando-os(as) como sujeitos de direitos e deveres e buscando a garantia da qualidade de vida e inclusão social. O NEL tem como finalidade articular junto à comunidade as diretrizes de funcionamento dos espaços do CEU e coordenar as atividades e projetos desenvolvidos nas áreas de esportes, lazer e recreação, sempre baseado nos eixos integradores e estruturantes. Para tanto o CEU Heliópolis conta com um quadro fiel de professores voluntários, que atuam desde que o CEU era o CCECH, além de sete analistas de desporto concursados e três coordenadores do núcleo. O NEL busca trabalhar através da elaboração de uma grade de aulas oferecidas pelos voluntários e analistas, desenvolvendo projetos construídos em diálogo com a comunidade, com as unidades educacionais do CEU e do entorno, integrado com os demais núcleos, visando sempre o melhor atendimento e formação dos profissionais envolvidos, além da ocupação adequada e consciente dos espaços públicos. Para 2017 o NEL ampliou o quadro de atividades em função da demanda da comunidade. O atendimento nas atividades ultrapassaram a média de 2100 usuários por mês, distribuídos em 45 atividades esportivas visando a saúde e qualidade de vida e 4 projetos desenvolvidos prioritariamente pelos Analistas de Desporto, articulados com a coordenação e os outros núcleos, respeitando a história e a luta da comunidade (memória e identidade). Além disso, o trabalho do NEL busca operar a partir de quatro dimensões (conforme quadro 1)5:

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Além do regimento referido na nota anterior, as atribuições e objetivos do NEL também se basearam na Portaria Nº 3.844 de 20 de maio de 2016, que regula o trabalho dos Analistas de Informação e Desporto. 5 Quadro elaborado a partir da Portaria Nº 3844 de 20 de maio de 2016, que dispõe sobre as atividades a serem desenvolvidas pelos Analistas de Informações, Cultura e Desporto - Educação Física em exercício nos CEUs.

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Dimensão

Conteúdos

Ações que possibilitem o desenvolvimento integral, mobilizando aprendizagens a Direito de brincar partir da vivência de atividades que estimulem o desenvolvimento individual e coletivo de forma lúdica e prazerosa. Ações que possibilitem o desenvolvimento integral, Modalidades mobilizando aprendizagens que esportivas articulem os conteúdos relacionados ao desenvolvimento motor, cognitivo e socioafetivo. Ações que possibilitem o desenvolvimento integral, mobilizando aprendizagens que Saúde e qualidade contribuam na melhoria da de vida qualidade de vida e estimulem desenvolvimento da autonomia e valorização da atividade física para o bem-estar. Ações que possibilitem o desenvolvimento integral, mobilizando aprendizagens Lazer proporcionando momentos prazerosos que estimulem a curiosidade e a mudança de paradigmas. Quadro 1. Ações do PPP a partir das dimensões.

Ações

LudiCidade

Temático de Lutas; Aulas – Analistas e Oficinas – Or. Voluntários e Inst. Parceiras

EmagreCEU; Núcleo da Melhor Idade.

Recreio nas Férias; Visibilidade da Periferia no Bairro Educado; Agendamento de Quadras e Piscinas; Ludicidade; Uso recreativo das piscinas aos finais de semana.

Tendo em vista essas dimensões, são objetivos do NEL: ● Planejar, executar, acompanhar e avaliar as ações nas áreas de esportes, lazer e recreação do CEU, em articulação com os demais núcleos; ● Promover ações esportivo educacionais, atividades físicas, de lazer e recreação com base na colaboração e na participação visando aprendizagens com ênfase nas relações sociais, no respeito às diferenças, na promoção da saúde e na qualidade de vida, a partir da demanda da comunidade; ● Auxiliar na formação e mobilização da comunidade que frequenta as aulas, projetos e atividades oferecidas pelo NEL, de modo que os alunos e alunas passem a conhecer e exercer melhor seus direitos de cidadão ou cidadã. ● Contribuir com a formação dos profissionais e voluntários envolvidos nas ações esportivas, de lazer e recreação, de modo a auxiliá-los na elaboração de concepções e práticas dos princípios acordados no PPP do CEU; ● Zelar pela e realizar a manutenção dos espaços e materiais esportivos de 30


acordo com as orientações do Conselho Gestor do CEU Heliópolis e de forma integrada com os outros núcleos.

Núcleo de Administrativo (NA) O Núcleo Administrativo (NA) tem como objetivo planejar, desenvolver, implantar, executar e avaliar projetos e ações que promovam os trabalhos desenvolvidos pelos demais núcleos do CEU Heliópolis, a partir dos princípios de seu Projeto Político Pedagógico, com ênfase na viabilização de seus eixos estruturantes. Assim, são objetivos do NA: ● Favorecer o protagonismo e participação das crianças, dos jovens, dos adultos e dos idosos, nas tomadas de decisões que ocorrem nas diversas instâncias de participação do CEU: Conselho Gestor, Colegiado de Integração, APMSUAC, Comissões Mediadoras (em construção), Reuniões Pedagógicas, Reuniões ordinárias com Movimentos Sociais; ● Facilitar a comunicação entre os Núcleos e entre os diversos atores sociais que convivem no CEU, na perspectiva da educação e gestão democrática; ● Promover processos de administração dos bens patrimoniais do CEU, zelando pelos equipamentos, mobiliários e estrutura física do espaço; ● Gerenciar os atendimentos oferecidos à população, desenvolvendo os processos de cadastramento/matrícula e o controle de frequência dos usuários nas atividades oferecidas pelo CEU; ● Organizar as escalas de plantão dos funcionários do CEU, assim como suas frequências diárias; ● Organizar e transmitir aos Núcleos de Ação as informações relativas aos atendimentos realizados pelo CEU; ● Informar aos usuários do CEU sobre as atividades elaboradas e desenvolvidas pelos Núcleos de Ação e sobre as normas de convivência deliberadas pelas instâncias de participação democrática; ● Fiscalizar os contratos firmados entre a Prefeitura de SP e empresas terceirizadas que prestam serviços ao CEU; ● Acompanhar e auxiliar todos os servidores que trabalham no CEU no que diz respeito à vida funcional; 31


● Promover processos de formação continuada junto aos Assistentes Técnicos Educacionais (ATEs), com a intenção de qualificar as ações de todos os trabalhadores do CEU no desenvolvimento de seu Projeto Político Pedagógico; ● Representar o CEU em encontros e reuniões demandadas pelo poder público ou pela sociedade civil organizada.

Ações Previstas para 2017: ● Promover reuniões semanais para cuidar da manutenção do CEU, a partir das deliberações feitas pela APMSUAC e da eminência de reparos emergenciais; ● Realizar reuniões mensais com os Assistentes Técnicos Educacionais, para o desenvolvimento de ações baseadas nos princípios do Projeto Político Pedagógico do CEU; ● Participar de todas as reuniões deliberativas que ocorrerem no CEU, organizando pautas, registros de frequência e atas; ● Desenvolver um plano de comunicação para organizar o fluxo de informações geradas pela comunidade que convive no CEU (trabalhadores e usuários); ● Organizar e sistematizar os dados de atendimentos e matrículas, em articulação com o NAE; ● Promover a criação de uma CIPA no CEU Heliópolis; ● Favorecer a construção de projetos de ocupação da Sala de Informática do CEU; ● Elaborar um Manual do Plantão, para estabelecer um fluxo de informações uniforme entre funcionários e usuários do CEU.

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4 – PLANO DE TRABALHO 2017 Dando continuidade ao trabalho que vem sendo realizado desde 2012, as prioridades de ação para a gestão aqui propostas estão em consonância com a legislação vigente, além de buscar adequar-se o regimento padrão dos CEU de novembro de 2016, aprofundando e sistematizando as ações que priorizam a democratização do acesso e a garantia e permanência da população nos espaços educativos, o fortalecimento de uma rede de proteção social e, finalmente, a efetivação do sentimento de pertencimento das pessoas aos espaços públicos. Segundo o regimento Art. 105 Entende-se por planejamento o processo dialógico, participativo e contínuo de ação-reflexão-ação em todas as instâncias de decisão das diferentes unidades educacionais, espaços e núcleos do CEU (...)

No CEU Heliópolis as ações desenvolvidas buscam, desde o seu planejamento até a sua execução, articular diferentes pessoas, instituições, equipamentos etc. e suas demandas.

Eixos Integradores e Estruturantes 2017 Além de ser realizado em conjunto com diversos atores, o plano de trabalho elaborado pela gestão do CEU Heliópolis segue eixos integradores e estruturantes, que facilitam a articulação e concepção de todas as ações desenvolvidas e consolidadas através dos projetos integradores e estruturantes.

Memória e Identidade Em 2012 o então CCECH realizou o projeto intitulado Memórias de Heliópolis Raízes e Contemporaneidades, que tinha o intuito de contar a história da comunidade do ponto de vista de seus moradores, que são fruto e protagonistas dessa história, tanto os mais antigos (que vivenciaram a construção do bairro), quanto os mais jovens. Desse modo, os moradores podem se identificar e se reconhecer nessas narrativas. O objetivo era, além de sistematizar esse conteúdo, também estimular que ele passasse a fazer parte dos currículos das escolas e equipamentos educativos de Heliópolis. Por isso, os temas

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memória e identidade são considerados eixos estruturantes e integradores do CEU Heliópolis. Para Paulo Freire as cidades educam de modo quase espontâneo, no momento em que elas desnudam as suas memórias A Cidade somos nós e nós somos a Cidade. Mas não podemos esquecer de que o que somos guarda algo que foi e que nos chega pela continuidade histórica de que não podemos escapar, mas sobre o que podemos trabalhar e pelas marcas culturais que herdamos. (Paulo Freire. Educação e Política).

Mas, para além disso, muito da tarefa educativa da cidade implica em um posicionamento político, a maneira como se exerce o “poder” na cidade e a favor de quem e do quê ele é exercido. Nesse sentido, as memórias da cidade são manifestações vivas de sua cultura e a luta pelas formas de significação é também uma luta pela garantia de direitos. A cidade é, então, não apenas “educadora”, mas também “educanda” No fundo, a tarefa educativa das Cidades se realiza também através do tratamento de sua memória e sua memória não apenas guarda, mas reproduz, estende, comunica-se às gerações que chegam. (Paulo Freire. Educação e Política).

Um currículo tendo como centro a cidade, ou no caso de Heliópolis, o Bairro Educador, trabalha então com o binômio memória e identidade todo o tempo E aí está posta a construção do bairro educador. Queremos fazer um trabalho para que cada viela, beco e cada casa de Heliópolis seja uma escola. Não uma escola no sentido tradicional, e sim um lugar onde as pessoas aprendam umas com as outras. (Braz Rodrigues Nogueira. Tudo passa pela Educação In: Heliópolis, Bairro Educador).

Ocupação dos Espaços Públicos – Atendimento e Formação O aprendizado acumulado através da vivência dos cinco princípios que regem o Bairro Educador: tudo passa pela educação, a escola como um centro de liderança, autonomia, solidariedade e responsabilidade, ensina que a principal preocupação de quem lida com a educação pública e, portanto, com a gerência de espaços públicos não deve ser apenas com o conteúdo que se deve ensinar ali, mas também e, mais especialmente, com a práxis gerada pela experiência do público com o espaço destinado a ele. A relação de cada pessoa com o CEU Heliópolis deve ser antes de tudo, uma experiência de cidadania, na qual o senso de responsabilidade e cuidado com o espaço 34


são criados através da própria relação com ele e da convivência solidária entre as pessoas que lá estão. (...) cidadão significa indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado e que cidadania tem que ver com a condição de cidadão, quer dizer, com o uso dos direitos e o direito de ter deveres de cidadão. Paulo Freire. Educação e Política.

Desse modo há uma constante preocupação em aproximar as pessoas do CEU Heliópolis. Esta preocupação está em sua concepção arquitetônica, passando pelas formas de planejamento das ações desenvolvidas, até o primeiro acolhimento daqueles e daquelas que têm interesse em saber sobre as atividades que oferecemos. (...) a escola, e este pólo6 especificamente, tem de ser algo sem paredes. Não pode haver muros, pois a escola deve ser feita para a comunidade. E não só os muros físicos: há outras paredes invisíveis que, inclusive, são muito fortes. (...) Todo o nosso trabalho está sendo feito no sentido de a comunidade ter poder efetivo. (Braz Rodrigues Nogueira. Tudo passa pela Educação In: Heliópolis, Bairro Educador). A construção do pólo educacional nasce de tudo isso que eu falei, dessa força de vontade e dessas parcerias (...) E tudo com uma participação muito grande da comunidade. Foi discutido, por exemplo, quais cursos a população queria que fossem oferecidos na escola técnica. Até o primeiro filme que vai passar no cinema foi debatido em conjunto. Isso é muito bom. (...) Nós acreditamos na força de nossa comunidade para cuidar e garantir a continuidade e a consolidação desse grande Pólo Educacional, que é a concretização de um grande sonho da população de Heliópolis. (João Miranda Neto. O resultado de uma boa mobilização comunitária. In: Heliópolis, Bairro Educador).

Organização do Plano Os núcleos de ação têm atribuições específicas e trabalham de forma articulada a partir de projetos estruturantes e integradores que são vinculados aos eixos “Memória e Identidade” e “Ocupação dos Espaços Públicos - Atendimento e Formação”. Esses projetos, segundo o regimento padrão dos CEUs são (...) as formas de organização de atividades (...) que envolvem simultaneamente equipes e recursos de mais de um núcleo ou unidade do CEU, com objetivos diretamente identificados com seus objetivos estratégicos, função social ou finalidade e em torno dos quais estrutura-se a própria atividade do Centro.

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Antes do início da construção do CCECH, ainda na época em que ele estava sendo concebido nas conversas entre a escola, a comunidade organizada, o arquiteto e o poder público, ele era chamado de “pólo educacional” apelido que até hoje persiste e que, em nosso entendimento, resume muito bem sua vocação: ser um pólo articulador de diversos atores para a consolidação do Bairro Educador.

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Cada um desses projetos integradores e estruturantes é composto por uma série de ações nas quais os núcleos atuam prioritariamente de forma integrada, mas que também podem ser coordenados por um núcleo em específico. Além dos projetos integradores e estruturantes, a gestão do CEU Heliópolis também executa programas e políticas públicas que podem variar de acordo com o governo que está na PMSP.

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5 – PROJETOS INTEGRADORES E ESTRUTURANTES Calendário Temático Histórico/ Justificativa O calendário temático foi criado como uma forma de integrar diversos atores que fazem parte do Bairro Educador - e compactuam com seus princípios - em torno de uma discussão e transformação curricular. Recentemente se descortinou um debate geral sobre a necessidade de incluir, nos currículos das escolas e equipamentos socioeducativos, temáticas relacionadas a grupos marginalizados já que, historicamente, esses currículos foram construídos a partir de uma visão de mundo ocidentalizada, branca e patriarcal. Algumas leis já foram criadas nesse sentido. Além disso, órgãos governamentais vêm realizando, também, um esforço de formação de educadores.

Roda de Conversa - Semana dos Direitos Humanos

Por outro lado, os produtores culturais, através de manifestações artísticas, há tempos vêm constituindo um trabalho de difusão e reflexão dessas temáticas. Além deles, há também os movimentos sociais que lutam para reverter situações de opressão e pela garantia de direitos fundamentais.

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Mesa de Debate com a presença do Secretário de Direitos Humanos e Cidadania Eduardo Suplicy, Dia da Resistência

De forma geral, para facilitar sua articulação interna, os equipamentos educativos se organizam pela estruturação dos conteúdos que devem ser trabalhados ao longo do ano em um calendário. Por isso, a gestão do CEU Heliópolis propôs ao Colegiado de Integração e à Comissão de Formação da UNAS um calendário integrado, como uma maneira de, por um lado, fomentar a diversidade de temas trabalhados em sala de aula ao longo do ano, buscando a descolonização do currículo e, por outro lado, promover uma integração entre as unidades educacionais, os equipamentos socioeducativos, os artistas locais, os movimentos sociais, os órgãos da PMSP responsáveis pela formação de educadores e as secretarias envolvidas com essas temáticas na cidade. Para tanto, além de incluir os dias, meses e semanas do calendário temático nos calendários das escolas do CEU Heliópolis e dos equipamentos socioeducativos do entorno, realizamos reuniões de planejamento conjunto com todos esses atores, para constituir a programação através de um processo que dialogue com as necessidades internas de cada equipamento, buscando articular os saberes locais e da cidade, para qualificar o trabalho em sala de aula. Como resultado desse processo, que vem sendo realizado desde 2013, temos um calendário que permite aos estudantes e educadores de Heliópolis contato com grande diversidade de temas, expressões culturais, movimentos sociais pertinentes à vida e convivência na cidade e no bairro.

Objetivos E Descrição Das Ações Para 2017 38


Geral ●

Contribuir para a descolonização do currículo das escolas e equipamentos

socioeducativos de Heliópolis, através da articulação de diferentes atores sociais em torno de discussões temáticas.

Foliópolis -

Objetivo: contribuir para a valorização, resgate e difusão da cultura popular brasileira, especialmente ligadas ao carnaval de rua. O Foliópolis foi criado há seis anos por

lideranças jovens da UNAS, preocupadas em valorizar manifestações da cultura africana e afrobrasileiras. Ao logo do tempo esta ação passou a fazer parte, também, da programação do CEU Heliópolis. Trata-se de evento pré-carnavalesco que envolve equipamentos internos do CEU, projetos sociais e unidades escolares da Região Ipiranga, que realizam cortejos e bailes. É realizado normalmente na sexta-feira que antecede o

Folheto de divulgação do Foliópolis 2015

carnaval. Mês da Mulher -

Objetivo: promover a conscientização dos direitos da mulher e da necessidade da igualdade de gênero, através de debates, palestras, depoimentos, filmes, entre outras manifestações artísticas. O dia 08 de março é marcado pelo Dia Internacional da Mulher. Historicamente,

a data surgiu em homenagem às manifestações de operárias pela redução da jornada de trabalho. A data emblemática faz referência ao dia 08 de março de 1857, quando 129 mulheres tecelãs de uma fábrica em Nova Iorque foram reprimidas pela polícia e, ao refugiarem-se nas dependências da fábrica, foram trancadas e carbonizadas no local. Entre as conquistas obtidas pelas mulheres nos últimos anos estão, por exemplo, o 39


direito ao voto, a inserção profissional em áreas de atuação que eram exclusivamente masculinas e a autonomia econômica. No Brasil, uma considerável conquista foi a publicação da Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres. No CEU Heliópolis se busca lembrar essa data através da realização de debates com o movimento de mulheres local, brincadeiras, exposições que trazem a discussão de gênero, shows, peças de teatro etc. Além disso, os analistas de Desporto também realizam o evento “Circuito Rosa” - atividades desenvolvidas, para comemorar, lembrar e fazer uma reflexão sobre tudo o que as mulheres já passaram, reconhecê-las e parabenizá-las pela força que sempre tiveram e sempre terão para enfrentar qualquer tipo de obstáculo.

Dia da Resistência -

Objetivo: promover debates e reflexões sobre o período da ditadura civil-militar

no Brasil, através da rememoração das atrocidades cometidas no período, refletindo sobre suas consequências na atualidade. No dia 31 de março de 1964 o Brasil sofreu um golpe civil-militar, no qual o Estado cometeu atrocidades contra a própria população que governava. Passados mais de cinquenta anos do golpe, ainda sabemos pouco sobre o que aconteceu nesse período e alguns torturadores e defensores do regime ainda vivem entre nós, como se não tivessem cometido crime algum. Além disso, até hoje, vivemos consequências desse período de violência de estado, mas nem sempre nos damos conta da relação histórica entre o regime ditatorial civil-militar e a atualidade. Por isso, se faz necessário relembrar e compreender o que aconteceu para que essas atrocidades não se repitam. No CEU Heliópolis o Dia da Resistência - tanto em 2015, quanto em 2016 - foi marcado por uma série de debates e discussões voltados para os estudantes e educadores, além de saraus, manifestações em áreas e vias públicas, exibição de filmes etc.

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Mês da Minoria Indígena -

Objetivo: promover debates sobre a diversidade cultural, a partir de uma discussão sobre formas de cultura diferentes, mas que podem contribuir umas com as outras começando com questões comuns, como por exemplo, a posse da terra; Em 2016, diferentes grupos de educadores e educandos de Heliópolis realizaram

uma visita à aldeia indígena Tenondé Porã, localizada no bairro de Parelheiros em São Paulo. Virada Cultural Interna -

Objetivo: Realizar um evento que tenha a participação dos artistas locais. A Virada Cultural é promovida pela PMSP, por meio da SMC, com apoio e

adesão de outros parceiros institucionais. Ao longo de sua história, a Virada Cultural aliou programação diversificada, de qualidade, com acesso gratuito a toda a população. Tivemos nas duas últimas edições a proposta de realizar a Virada também nos CEUs. Em 2015 em 4 (incluindo o CEU Heliópolis) e em 2016 em outros 10 CEUs. Em 2017 sem previsão da inclusão dos Centros de Educação Unificados no roteiro - planejamos uma Virada Interna com participação de artistas locais e convidados.

Festa da Cultura Popular -

Objetivo: visibilizar e fomentar a reflexão sobre os processos culturais populares e suas diversas manifestações. Em 2016 foi realizada a I Festa da Cultura Popular que contou com uma Feira de

Economia Solidária e com a participação das 6 escolas de dentro do CEU - as crianças e suas famílias, com a comunidade, artistas locais etc.

Semana dos Direitos Humanos -

Objetivo: promover a difusão e o debate sobre os Direitos Humanos. Desde 2015, o evento é composto por apresentações culturais nas linguagens de

teatro, música e vídeo, além de mesas de debate e participação dos movimentos sociais e das escolas nas discussões realizadas. Em 2016 a semana também contou com a realização do II Encontro da Juventude, do II Encontro LGBT e da Virada Sustentável.

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Mês da Criança -

Objetivo: oferecer um contraponto às intenções criadas pelo apelo consumista, retomando o sentido do brincar como um direito das crianças. O dia das crianças no Brasil foi criado em 1924 por Galdino do Valle Filho, que

na época era deputado federal. A proposta foi votada e os deputados aprovaram a ideia, tornando a data oficial para o país. Porém, a data só passou a ser comemorada em 1960, após uma promoção criada por uma fábrica de brinquedos. Eles criaram a chamada "Semana do Bebê", o que influenciou para aumentar muito o número de vendas. Em contraponto às intenções criadas pelo apelo consumista, e em articulação com as EMEF, CEIs e EMEIs, a proposta é realizar uma série de eventos com filmes, teatro e brincadeiras onde as crianças retomem, exerçam e reflitam sobre os sentidos e os direitos do “brincar”. Foram realizadas duas edições do mês da criança que contaram com uma programação de peças, shows, exposições diversas, além da participação dos movimentos sociais e das escolas na produção de trabalhos para o Mês.

Semana do Saci -

Objetivo: proporcionar informação e apropriação de patrimônio cultural brasileiro de maneira lúdica e envolvente. A semana tem a intenção de valorizar a cultura brasileira. Dia 31 de outubro é

Dia do Saci no estado de São Paulo, data tirada de uma reivindicação de movimentos organizados para fortalecimento das tradições históricas brasileiras. A data se coloca como resistência à hegemonia cultural imperialista, que na mesma data propaga eventos para o dia das bruxas - tradição estadunidense. Na semana do Saci são desenvolvidas atividades como contação de histórias, caça ao saci, dentre outras.

Mês da Consciência Negra -

Objetivo: contribuir para a implantação da lei 10639/03 e para a promoção, valorização e difusão da cultura africana e afro-brasileira. O evento é composto por apresentações culturais nas linguagens de teatro,

dança, shows, roda de capoeira, contação de histórias, saraus, projeção de curtas e debates sobre o tema e é voltado para estudantes e educadores e o público do CEU em geral. 42


Mostra Cultural Integrada -

Objetivo: promover, visibilizar e difundir de modo integrado as produções artísticas das escolas e equipamentos socioeducativos de Heliópolis. Em 2016 fizemos a primeira Mostra Cultural Integrada do CEU Heliópolis A

ideia é dar visibilidade às produções realizadas pelas escolas e equipamentos socioeducativos de Heliópolis, que queiram participar da ação.

Acervo itinerante para eventos -

Objetivo: Democratizar e facilitar o acesso ao acervo da biblioteca do CEU Heliópolis. Durante os eventos do Calendário Temático (debates, festas, apresentações

artísticas, feiras de economia solidária), estará presente um expositor com acervo da biblioteca do CEU de interesse ao tema do evento.

Zumbalada Objetivo: a socialização das alunas através de uma festa.

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No ano de 2016 foram iniciadas aulas de Zumba por voluntários do CEU Heliópolis Profa. Arlete Persoli, a procura pelas aulas e seu enorme alcance dentro da comunidade de Heliópolis criaram o projeto “Zumbalada”, a Zumbalada é uma festa temática, à fantasia, com músicas de zumba e ritmos. Elas ocorrem bimestralmente e consistem em 3hs de zumba, sempre das 19h às 22h e são abertas a convidados não matriculados. No ano de 2016 aconteceram 3 edições da festa: 01 de setembro – 1ª Zumbalada. Tema: Fantasia livre; 27 de outubro – 2ª Zumbalada. Tema: Festa Brega, 15 de dezembro: 3ª Zumbalada. Tema: Festa Havaiana Cronograma/Calendário

Mês

Atividade

Fevereiro

24/ 02 – Foliópolis; 02/03 - 4ª Zumbalada. Tema: Fantasia de Carnaval

Março

Mês da Mulher/ Circuito Rosa 31/03 - Dia da Resistência;

Abril

Mês da Minoria Indígena 24 a 28/04 - Semana de Aniversário do CEU

Junho

24/06 – Festa da Cultura Popular 01/06 - 5ª Zumbalada. Tema: Fantasia Junina

Agosto

28 a 31/03 - Semana dos Direitos Humanos; 31/08 - 6ª Zumbalada. Tema: Fantasia Pijama

Outubro

Mês da Criança 26 a 31/10 - Semana do Saci 26/10 - 7ª Zumbalada. Tema: Fantasia Halloween

Novembro

Mês da Consciência Negra 25/11 – Mostra Cultural Integrada

Dezembro

14/12 - 8ª Zumbalada. Tema: Fantasia Havaiana

Público Alvo Estudantes e educadores de CEI, EMEI, EMEF, Ensino Médio, ETEC, EJA, MOVA, CCAs, de equipamentos internos e do entorno do CEU. Público frequentador do CEU Heliópolis, interessados(as) em geral. 44


Parcerias O calendário temático é construído em parceria com a UNAS, as escolas internas do CEU Heliópolis e do entorno, a DRE-IP, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), a SME, a Subprefeitura do Ipiranga, alguns artistas locais e parceiros diversos.

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Ludicidade Histórico/ Justificativa Na perspectiva das Cidades Educadoras, a formação é uma prática permanente, capaz de estimular iniciativas e projetos que proponham soluções participativas para os problemas da comunidade. Nesse sentido, todos os espaços possuem um potencial educativo, não apenas a escola. Desde sua origem, o CEU Heliópolis é uma política pública que foi gestada a partir de uma intensa participação comunitária. Seu projeto arquitetônico, por exemplo, foi idealizado a partir de um diálogo próximo entre a comunidade organizada e o arquiteto Ruy Ohtake. Esse modo de fazer tem íntima relação com o que acreditamos ser o espaço público, que deve ser local de construção conjunta, nunca finalizado, sempre apto a transformações e novas soluções a partir da ação dos coletivos que o utilizam e suas demandas. Como um espaço público, um CEU pode afastar ou acolher, oprimir ou emancipar pessoas. Isso depende das formas através das quais a comunidade pode ou não se apropriar do local. A cidade com a qual sonhamos é sustentada pelos princípios e práticas do Projeto Político Pedagógico do CEU Heliópolis, que atribuem um papel fundamental à educação no desenvolvimento comunitário e, portanto, de seus espaços públicos. O direito à cidade é não apenas o acesso a ela, mas também a maneira como nos apropriamos de seus lugares, de modo a transformá-los e sermos transformados por eles. Por isso, nós acreditamos que o exercício de pensamento, de concepção e de construção dos espaços públicos deve ser coletivo, assim como a criação de soluções para problemas que surjam do uso que diferentes grupos fazem e devem fazer deles. Assim, a gestão de um lugar como um CEU, que é público, deve ser democrática, possibilitando que a comunidade se envolva para pensá-lo e organizá-lo continuamente. É nessa direção que o LudiCidade vem sendo construído, como uma contínua busca de consolidar o CEU Heliópolis como um espaço que acolhe e atende a todas as pessoas; que proponha soluções coletivas e lúdicas para as questões comunitárias, de forma a aproveitar diferentes saberes e potenciais presentes tanto nos espaços do CEU, quanto nas pessoas que o frequentam. 46


Ao longo de 2014 e 2015, as primeiras ações do LudiCidade buscaram pensar sobre os espaços para a primeira infância. Dentro do CEU Heliópolis há três CEIs, uma EMEI e uma EMEF, por isso é grande a quantidade de crianças que circulam e usam o CEU para o lazer. Há, portanto, uma demanda dessa comunidade no sentido da promoção de atividades lúdicas e do desenvolvimento de equipamentos e espaços voltados para essa finalidade. Segundo os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana, parâmetro que serviu para conduzir uma avaliação da Educação Infantil na cidade de São Paulo, Os bebês e crianças se manifestam, criam, investigam e descobrem o mundo por meio das linguagens de forma integral, onde corpo, pensamento e emoções estão juntos. Os espaços coletivos das infâncias precisam considerar essa integralidade favorecendo as experiências e acolhendo as múltiplas linguagens das crianças. Essas linguagens são vividas pelos bebês e crianças como brincadeiras que é a forma mais significativa e legítima que ela tem para se expressar no mundo, se conhecendo e se desenvolvendo. Brincar é a expressão de manifestação e apropriação do conhecimento. (Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana).

Além disso, ainda segundo os Indicadores, A Rede de Proteção Sociocultural se efetiva a partir do território no qual a Unidade Educacional está localizada, no contexto da Cidade Educadora, ao garantir acesso aos bens culturais socialmente constituídos (na UE, na comunidade e na cidade) e aos equipamentos sociais veiculadores e produtores dessas culturas (centros culturais e esportivos, teatros, parques, museus) seja de iniciativa do poder público ou das comunidades.

Isso implica que os educadores que atendem a primeira infância reflitam sobre a capacidade de acolhimento e adequação dos espaços do CEU às crianças bem pequenas e proponham ações que visem solucionar essa questão. Além disso, a ETEC Heliópolis, outra das escolas que faz parte do CEU, tem em seu currículo um curso técnico em Edificações, cujos estudantes – também frequentadores do CEU e moradores da comunidade - estão aprendendo, dentre outras coisas, a projetar e construir equipamentos e mobiliários. Por um lado, há, então, uma demanda de refletir com esses estudantes sobre o potencial educativo de seu trabalho, na perspectiva do Bairro Educador. De outro lado, há nos cursos da ETEC (tanto entre educadores, quanto entre educandos) um conhecimento técnico específico necessário para pensar essas intervenções em diferentes espaços, adequando-os à primeira infância e, assim, acrescentar à eles, além daquele potencial educativo, também uma perspectiva lúdica, o que significa ao mesmo tempo não limitar a educação somente à sala de aula, nem a brincadeira e criação apenas à infância.

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Em 2016, com a inauguração da Fab Lab Heliópolis ganhamos mais uma possibilidade de construir equipamentos que possibilitem novos usos para os espaços do CEU. Desde 2015 o LudiCidade vem realizando diversas intervenções no sentido tanto da preparação para o desenvolvimento de novos mobiliários urbanos para as áreas externas do CEU, quanto propondo novos usos possíveis para esses espaços. Foram realizadas, então, três principais ações em 2016 denominadas “Corpo e Movimento” (intervenção realizada pelos Analistas em conjunto com as escolas de Educação Infantil do CEU Heliópolis); “Expresso Infantil” (construção na Fab Lab de um carrinho para os bebês se locomoverem pelo CEU); “Praças” (formação para a realização de um concurso de mobiliário, em parceria com as escolas de Educação Infantil do CEU Heliópolis e a ETEC).

Objetivos Geral ● Promover intervenções contínuas nos espaços do CEU Heliópolis, propondo soluções coletivas e lúdicas para as questões comunitárias, de forma a aproveitar diferentes saberes e potenciais, para que o CEU seja sempre um espaço que abarque e atenda cada vez mais a todas as pessoas e suas diferentes demandas, estimulando a convivência, o encontro e o diálogo. Tal processo deve respeitar a diversidade étnica, etária, de orientação sexual, de gênero, cultural, dentre outras características humanas.

Específicos ● Estimular as diferentes formas de uso dos espaços do CEU, de modo que as pessoas de diferentes faixas etárias possam conviver entre si; ● Incentivar a criatividade e a aplicação de instrumentais técnicos na resolução de problemas locais; ● Mobilizar diferentes saberes e atores em torno da resolução de um desafio da comunidade; ● Descortinar formas de diálogo entre adultos e crianças bem pequenas, de maneira a estimular esse dispositivo em diferentes propostas pedagógicas; ● Contribuir para o desenvolvimento integral das crianças e bebês com atividades

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que estimulem o desenvolvimento cenestésico-corporal de forma lúdica e prazerosa, além do desenvolvimento da autonomia. ● Estimular e criar formas de acesso das crianças bem pequenas aos mais diversos espaços do CEU, considerando seus desejos, afetos e necessidades, e integrando escolas, estudantes, famílias, crianças, bebês e educadores, gestores e frequentadores; ● Proporcionar a todos os indivíduos da comunidade de Heliópolis ações que contribuam para a ocupação dos espaços onde o lúdico e o lazer atendam à convivência e às relações interpessoais, buscando incluir a família como foco principal, porém sem distinção de faixa etária, orientação sexual, de gênero ou cultural; ● Concretizar a criação do personagem Seu Helipa a partir de um cronograma de ações realizadas com as crianças frequentadoras do CEU Heliópolis, em parceria com o grupo de teatro Esparrama. Ações Para 2017 E Cronogramas

Praças e espaços de convivência

Praça para a primeira infância

Em 2015, o projeto “Praça para a Primeira Infância” envolveu uma preparação para o desenvolvimento e execução de mobiliários e equipamentos urbanos para as áreas comuns entre as edificações já existentes no CEU Heliópolis. A ideia era que eles fossem planejados e construídos em conjunto entre bebês, crianças, estudantes, educadores e famílias de maneira colaborativa. O produto final desse processo seria a construção de uma praça pensada a partir das necessidades e demandas das crianças bem pequenas. No primeiro momento, foram realizadas ações formativas com as educadoras das escolas de educação infantil do CEU, os estudantes do curso de Edificações da ETEC Heliópolis e a comunidade. Esse processo compreendeu os seguintes passos: ●

Elaboração e aplicação de um questionário a ser enviado para as famílias das

crianças que estudam no CEU; ●

Roda de Conversa entre Estudantes da ETEC e os arquitetos Bia Goulart e Jorge

Ciancio: "Planejamento e Construção de Espaços Públicos para as Infâncias - Reflexões 49


e experiências"; ●

Realização de um curso “Arte e Intervenção: Espaços Públicos X Espaços

Lúdicos”, no qual participaram os estudantes dos cursos técnicos de Edificações e Administração, do Ensino Médio Regular da ETEC (que entraram em contato com as crianças dos CEIs) e com as coordenadoras das escolas de educação infantil do CEU, a partir da orientação da arte-educadora do Programa Vocacional da Prefeitura de São Paulo, Adriana Amaral.

Em 2017 as ações planejadas são:

PERÍODO Maio e Junho

ATIVIDADES - Retomada das reuniões com a ETEC.

Agosto

- Exposição do material produzido em 2015 e 2016 nos encontros; - Oficinas e Rodas de Conversa com coletivos que trabalham o tema, envolvendo também a Fab Lab. Construção da Praça

Novembro e Dezembro

Espaço Zen O CEU Heliópolis possui 47.800m², uma área muito grande, onde se observam alguns pontos considerados cegos, escuros, e com pouco fluxo de pessoas. Com a intenção de dar mais vida a esses espaços foi criado o projeto de revitalização desses lugares, iniciando pelo espaço localizado ao lado da Torre da Cidadania. Através da construção do "Espaço Zen", que contará com bancos feitos em madeira e um deck também feito em madeira, construídos com pallets usados e recuperados. Para tanto, contamos com a parceria com a Fab Lab Heliópolis e com o curso de Edificações da ETEC Heliópolis.

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As ações e cronograma para 2017 são:

PERÍODO

ATIVIDADES

Até abril de 2017

Finalização do processo de criação dos decks e mobiliários;

Até abril de 2017

Realização de cursos em eletrônica e arduíno

com

enfoque

na

fonte

e

iluminação do espaço; Preparação do espaço para receber o mobiliário 29 de abril de 2017

Inauguração

do

“Espaço

Zen”

aproveitando os festejos do 2º aniversário do CEU Heliópolis Profa. Arlete Persoli

Escape Room Heliópolis Segundo reportagem do site “Tec Mundo”, o Escape Room faz parte de um conceito inédito e intrigante no Brasil, onde um grupo com até 10 pessoas usa a inteligência, a solidariedade, o raciocínio e muita criatividade em uma sala temática (celas de prisão, estações espaciais, laboratórios, entre outros) cheia de pistas, enigmas e quebra-cabeças que ficam espalhados por toda a sala e que também se cruzam para formar as respostas aos enigmas. Para sair da sala e cumprir o objetivo do jogo os participantes tem 60 minutos para desvendar o enigma final. Trata-se de um jogo presencial que nasceu no Japão e rapidamente se espalhou por outros países. O objetivo dessa ação é criar o primeiro Escape Room gratuito da cidade de São Paulo, cujo roteiro será elaborado de acordo com a história de Heliópolis e suas lideranças. A ação vem sendo uma articulada entre os núcleos de ação do CEU e a Fab Lab Heliópolis (e outros da rede municipal). Os participantes e executores do projeto serão 9 jovens Bolsa-Trabalho que estão atuando na Fab Lab Heliópolis e as aulas para confecção do projeto serão às terças feiras, das 13h às 17h.

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Ações para 2017: PERÍODO

ATIVIDADES

Fevereiro

Criação do roteiro

Março

1ª Reunião Geral (representantes dos 3 núcleos do CEU, FabLab Heliópolis e Fablabs Parceiros)

Abril

Início dos trabalhos de execução do espaço

Setembro

Inauguração do Escape Room Heliópolis

Circuito Lúdico

A comunidade de Heliópolis e seu entorno possui uma grande população de crianças e o território apresenta carência de espaços de lazer para essa faixa etária. O CEU tem como um dos seus objetivos se tornar uma referência na rede de proteção sociocultural. Assim, vem fazendo uma articulação junto às unidades de educação infantil internas e externas, visando contribuir com a ampliação das atividades que promovam a expressão e experimentação corporal de crianças e bebês de 0 a 5 anos. Em 2015, uma das formas de promover essa articulação foi oferecer a possibilidade de um trabalho conjunto entre os Analistas de Desporto e as educadoras dos CEIs e da EMEI, através da realização do Circuito Lúdico, um acompanhamento das crianças realizado pelos Analistas de Desporto, que, em um trabalho conjunto com os professores destes equipamentos de Educação Infantil, propuseram atividades adequadas a cada idade. A partir de 2016, e em virtude da Portaria Nº 3844 (20/05/16), a grade horária dos Analistas de Esporte passou a incluir o atendimento das crianças de 0 a 5 anos, por meio do desenvolvimento das ações denominadas “Mini Olimpíadas” e “Expresso Infantil” (mais informações sobre essas ações no PPP do CEU Heliópolis de 2016). Considerando que o Lúdico é tudo aquilo que leva uma pessoa somente a se divertir, se entreter, se alegrar, passar o tempo. É importante observarmos que esse estado de espírito acontece espontaneamente e não pode ser provocado, talvez apenas estimulado. (Cavallari e Zacharias. Trabalhando com Recreação).

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E o lazer é (...) o estado de espírito em que o ser humano se coloca instintivamente (não deliberadamente) dentro do seu tempo livre em busca do lúdico (diversão, alegria, entretenimento. (Cavallari e Zacharias. Trabalhando com Recreação).

Em 2017 serão realizadas ações nas quais todos os profissionais envolvidos no atendimento a essa faixa etária continuem a construção iniciada em 2015 e promovam atividades em sintonia com a formação oferecida pela SME e pela gestão do CEU, As ações para 2017 que serão realizadas de março a dezembro: ●

Formação contínua de toda a equipe, incluindo os Analistas de Informação e

Desporto, com vistas à elaboração de projetos de atendimento de crianças de 0 a 5 anos nos espaços do CEU, com o apoio do NAE; ●

Inclusão de projetos de atendimento a crianças de 0 a 5, na grade horária dos

analistas de informação e desporto; ●

Articulação dos CEIs e da EMEI do CEU e do entorno na formação continuada e

no desenvolvimento dos projetos; ●

Realização de atividades para crianças e seus familiares (ou algum adulto

responsável); ●

Realização de clínicas esportivas;

Desenvolvimento de material lúdico para uso nas piscinas em conjunto com as

educadoras dos CEIs e EMEI.

Expresso Infantil Além do Circuito Lúdico, alguns Analistas de Desporto aliaram a vontade de oferecer uma atividade diferenciada para os bebês com as possibilidades oferecidas pela Fab Lab e confeccionaram o Expresso Infantil, um carrinho que possibilita levar seis bebês ao mesmo tempo para passear pelo CEU. Este projeto surgiu da necessidade de propor alternativas relacionadas ao direito dos bebês de acessarem os espaços externos aos CEIs. Para construir o Expresso Infantil, contamos com a parceria do pessoal que trabalha na Fab Lab, inclusive peritos em marcenaria, que ajudaram na montagem da estrutura. O carrinho foi construído com caixotes de feira e madeiras encontradas em entulho, baseado na sustentabilidade e reaproveitamento de materiais descartados.

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Atualmente o Expresso Infantil serve aos três CEIs localizados no CEU, em sistema de rodízio. As ações para 2017 são: ● Multiplicação do conhecimento na fabricação do carrinho para outras creches

interessadas em desenvolver o projeto. InterCei´s O InterCei´s é uma atividade que será realizada com os alunos matriculados nas unidades de CEI’s e EMEI do CEU Heliópolis. Serão desenvolvidas ações lúdicorecreativas que estimulem o desenvolvimento e percepção motora e a capacidade cinestésica e corporal, ampliando de forma qualitativa o repertório motor e levando em consideração a cultura corporal do movimento. A intenção é promover por meio da prática de atividades lúdico-recreativas a inclusão, integração esportiva, intercâmbio e a confraternização entre os núcleos, bem como, ampliar as oportunidades de socialização, estabelecer identidade de lazer e recreação.

Ações e cronograma para 2017: PERÍODO Março a Setembro

Abril a Outubro

ATIVIDADES Encontros com as CEIs e EMEI (a cada 15 dias) para capacitação e planejamento das atividades . Realização das atividades.

Lazelópolis: Cidade do Lazer Com o objetivo se tornar uma referência na rede de proteção sociocultural, os analistas de desporto baseados na portaria Nº 3.844, juntamente com os núcleos de cultura, educação e esportes, criaram o projeto de lazer aos sábados e domingos, com atividades voltadas para as famílias e/ou para os participantes do EmagreCEU. Segundo Joffe Dumazedier, Lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. Portanto, se opõe a obrigações. Tem por características: a) livre escolha; b) desinteressado, não pragmático e frequente; 54


c) procura de um estado de satisfação; d) caráter pessoal, dando asas à imaginação.

Se as atividades envolvem obrigatoriedade, o mais comum é que não venham acompanhadas de prazer, desta forma, se descaracterizam enquanto uma atividade de lazer, que tem como funções o descanso, o divertimento e o desenvolvimento (social, cultural, atividade voluntária etc.). Resumindo, as atividades de lazer liberam no indivíduo seu poder de criatividade e de realização de sua personalidade. O projeto será desenvolvido por meio de ações voltadas para o lazer, com a elaboração de um cronograma pontuando cada ação. Serão divididas pelos seguintes interesses: Físicos: disponibilização do ginásio (meia quadra de vôlei e meia quadra de basquete); saguão montado com jogos de tabuleiro e tênis de mesa; mini ciclovia. Sociais: espaço para piquenique; redes de descanso. Intelectuais: incentivo à leitura; pesquisas desinteressadas na internet. Artísticos: espaço para danças. Manuais: culinária, jardinagem, artesanato, consertos e restaurações. Para o desenvolvimentos destas atividades serão formuladas regras de uso dos espaços e equipamentos, evitando monopolização e possibilitando o uso e divertimento por todos e, também, a elaboração de faixas para divulgação de todas as ações. Em um primeiro momento, cada ação será desenvolvida em um final de semana, visando explicação da proposta e regras de utilização do espaço. Após o conhecimento da comunidade das possibilidades do lazer dentro do CEU, os Analistas supervisionarão a ação, que deverá fluir livremente com o decorrer do tempo.

PERÍODO Fevereiro

Março à Dezembro

ATIVIDADES Planejamento das atividades entre os analistas e os núcleos (NAE, NAC e NEL) Realização das atividades aos sábados e domingos das 13h às 17h.

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Seu Helipa Em 2016 iniciamos o projeto Seu Helipa, com objetivo de criar um personagem que personifique o CEU Heliópolis e funcione como um anfitrião, um mascote, um representante lúdico, que esteja sempre próximo do nosso público, em todos os veículos de comunicação interna do CEU (placas, filipetas, cartazes, folderes, painéis, etc), acolhendo e informando as pessoas sobre o uso dos espaços. Durante o mês de novembro de 2016 foram realizadas várias entrevistas em vídeo com frequentadores do CEU. Eles foram estimulados a contar livremente suas lembranças e experiências vividas no CEU Heliópolis. Essas entrevistas serão compiladas em um vídeo único, que será exibido para as crianças como estímulo para a criação da biografia do Seu Helipa. A criação do Seu Helipa será realizada pelas crianças frequentadoras do CEU, através de diversas ações que acontecerão em parceria com o “Esparrama”, importante grupo de teatro paulistano, especializado em intervenções cênicas que ressignificam o espaço público, transformando-o em local de convívio com a arte.

Ações e cronograma para 2017 ● Entrevistas - elaboração de um vídeo com as entrevistas realizadas em 2016. ● Lançamento do concurso de desenho Durante os festejos do Foliópolis, o Carnaval de Heliópolis, será lançado o Concurso Seu Helipa, que convidará a comunidade a contribuir livremente para a criação do personagem. Um boneco com feições não definidas e uma grande interrogação no rosto será levado às ruas da comunidade, durante o desfile do bloco Foliópolis. O regulamento do concurso será distribuído aos moradores. ● Contação da história do Seu Helipa para os alunos Serão realizadas várias sessões de contação da história do Seu Helipa para os alunos dos CEI’s e da EMEI do CEU, acompanhadas de uma oficina de desenho do Seu Helipa. Os desenhos serão recolhidos e analisados por uma comissão composta por membros da gestão do CEU, que escolherá os mais representativos para dar origem à imagem do Seu Helipa.

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● Exposição e apresentação Todos os desenhos produzidos durante o projeto farão parte de uma exposição na biblioteca do CEU, a ser realizada no mês de junho, durante o Festival da Paz. Na abertura da exposição será apresentada à comunidade a imagem final do Seu Helipa. ● Confecção do boneco gigante do Seu Helipa. ● Desfile do boneco gigante na 19ª Caminhada pela Paz.

CRONOGRAMA:

CRONOGRAMA:

Fevereiro

Lançamento do Concurso Seu Helipa no Bloco Foliópolis.

Março

Início das ações com o grupo de teatro Esparrama.

Abril

Contação da história do Seu Helipa para os alunos e alunas.

Maio

Seleção dos desenhos inscritos. Período de finalização da imagem do Seu Helipa.

Junho

Exposicão dos desenhos participantes do Concurso no Festival da Paz. Lançamento oficial do Seu Helipa à comunidade do CEU Heliópolis durante a 19ª Caminhada Pela Paz.

Parceiros O projeto Ludicidade é uma parceria da gestão do CEU Heliópolis com diversos atores: ETEC Heliópolis, CEIs e EMEIs do CEU e seu entorno, do grupo de teatro “Esparrama”, Fab Lab Heliópolis, dentre outros.

Público Alvo Moradores da comunidade e frequentadores do CEU. Crianças - alunas ou não de 0 a 6 anos.

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Movimento Sol Da Paz Histórico/Justificativa

Em 1999, a aluna Leonarda Soares Alves, estudante da EMEF Pres. Campos Salles, foi assassinada na saída da escola. Indignados com o acontecimento, o diretor Braz Nogueira e um dos professores, Orlando Jerônimo, procuraram o então presidente da UNAS, João Miranda, e propuseram a organização de uma caminhada pela paz nas ruas e vielas de Heliópolis. Assim, aconteceu a I Caminhada pela Paz, que hoje é um dos eventos mais importantes para a comunidade, aumentando em número de participantes a cada edição e, consequentemente, em sua capacidade de mobilização. Na I Caminhada pela Paz havia cerca de duas mil pessoas. Na última, realizada em 2017, foram mais de dez mil. Ao longo dos anos a Caminhada Pela Paz provocou muitas transformações em Heliópolis, a violência diminuiu significativamente por sua grande força simbólica e pela ocupação da rua como um espaço público de convivência e de reivindicação de direitos.

Reunião do Movimento Sol da Paz, realizada em 2014

A Caminhada Pela Paz fez nascer o Movimento Sol da Paz que, como um dos articuladores do Bairro Educador, promove reuniões mensais para debater assuntos pertinentes à Heliópolis. Diversas escolas, equipamentos educativos e projetos sociais da região, além do CEU Heliópolis, são membros do movimento. Dentre outras 58


concepções, o movimento entende que a comunidade deve ser protagonista na formulação de políticas públicas locais. Por isso, o tema das últimas caminhadas foi “Consciência Comunitária + Políticas Públicas = Sociedade Educadora”. Além da Caminhada Pela Paz, o Movimento Sol da Paz organiza o Festival da Paz, que reúne os equipamentos educativos e os artistas da região em uma celebração artística da cultura de paz nos dias que antecedem a caminhada. Como parte da programação do Festival, outras duas ações são realizadas: a Caminhadinha Pela Paz – organizada pelas escolas de educação infantil (CEIs e EMEIs) e a gestão do CEU. Na Caminhadinha, as crianças bem pequenas fazem percursos menores em vários espaços da comunidade, uma delas no CEU Heliópolis. Outra ação é a Caminhada Noturna, organizada pelas escolas da região que têm turmas de Educação de Jovens e Adultos, as educadoras do MOVA e a gestão do CEU, e é voltada para os estudantes e trabalhadores e que não podem participar da Caminhada Pela Paz, em função do horário em que ela se realiza. Em 2016, o Movimento Sol da Paz também organizou um café da manhã com educadores dos equipamentos e escolas da região, com o intuito de (re)apresentar o Movimento. Também participaram desse encontro lideranças comunitárias, membros dos movimentos sociais locais e artistas. Além desse encontro inicial, o Movimento articulou o Concurso do Manifesto pela Paz e o Concurso do Logotipo Sol da Paz; dessa forma ampliou a participação dos estudantes e da comunidade em geral aos debates e às produções realizadas no ano. Além disso, o Movimento também realizou uma exposição baseada na “Declaração Universal dos Direitos Humanos” na II Semana da Direitos Humanos. Para 2017, tais iniciativas, avaliadas como bem-sucedidas, serão repetidas e acrescidas de mais um concurso público, a saber, o Prêmio Nobel Sol da Paz, que visará dar visibilidade à boas práticas que fomentem a cultura da paz no território.

Objetivos ● Organizar e coordenar a Caminhada anual pela paz; ● Organizar e coordenar o Festival da Paz, a Caminhadinha e a Caminhada Noturna, além de outras ações; ● Articular as escolas e equipamentos públicos da região para a inclusão dos temas da comunidade e da cultura de paz nos seus currículos; ● Captar as necessidades da comunidade, trazendo-as para o debate, visando o 59


encaminhamento de ações conjuntas para a superação das mesmas; ● Despertar a compreensão de que a educação é fundamental para a solução dos problemas da comunidade; ● Fortalecer as escolas da região para que se tornem centros de lideranças e assim possam contribuir efetivamente na construção de uma cultura de paz.

Ações Para 2017 ● 19ª Caminhada Pela Paz; ● Festival da Paz; ● III Caminhadinha Pela Paz; ● III Caminhada Noturna; ● II Café da Manhã com educadores; ● Concursos do Manifesto, do Logotipo e do Prêmio Nobel Sol da Paz; ● Reuniões ordinárias mensais que fortaleçam o Movimento, em processo autoformativo, e que sejam a base para a organização das ações.

Cronograma PERÍODO Fevereiro a Novembro

ATIVIDADES -

- Reuniões nas últimas quartas-feiras do mês com discussão de temas pertinentes à cultura de paz;

Fevereiro e Março

sd - Organização do Café da Manhã com Educadores; -

- Elaboração do Material Educativo e dos regulamentos dos Concursos; - 29/03: Café da Manhã com Educadores

Abril e Maio

-

- Reuniões quinzenais, na primeira e na última quarta-feira do mês com discussão de temas pertinentes à cultura de paz e organização da 19ª Caminhada Pela Paz, Festival

da

Paz,

Concursos,

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Caminhadinha e Caminhada Noturna; -

Junho

- 05 e 06/06: Realização do Festival da Paz;

-

- 07/06: Realização da Caminhadinha Pela Paz – CEU Heliópolis Profª Arlete Persoli;

-

-

07/06:

Realização

da

Caminhada

Noturna – EJA e MOVA. -

- 08/06: Realização da 18ª Caminhada Pela Paz.

-

- Reunião, na última quarta feira do mês, para avaliação da 19ª Caminhada Pela Paz;

Outubro

-

- Elaboração de plano de ação do Movimento para 2018.

Novembro

-

- Elaboração do Calendário de 2018.

Público Alvo Escolas, equipamentos sócio educativos e de saúde, moradores e movimentos sociais de Heliópolis.

Parcerias CEIs, CCAs, Projetos e Serviços administrados pela UNAS, escolas internas e do entorno do CEU Heliópolis, Diretoria Regional de Educação (DRE) Ipiranga.

Link para a Carta de Apresentação do Movimento Sol da Paz: https://goo.gl/25udRJ Link para o Material Educativo de Manifestos: https://goo.gl/nh0Z7l

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Visibilidade Da Periferia – Agenda Cultural Do CEU Heliópolis Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação Cultural, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/Justificativa A formação de público é um assunto muito discutido em todas as instituições culturais atuais, pois se faz necessário inserir o espectador na história da cultura para garantir que se torne público ativo, interessado e crítico daquilo que assiste. Considerando que o acesso aos bens simbólicos implica um processo de educação que envolve o fazer artístico, sua contextualização histórica e sua apreciação, entendemos nossa programação cultural como um instrumento de formação dos artistas e coletivos locais, e também do público que acessa essa programação. Para dar visibilidade aos bens culturais produzidos na periferia, utilizamos um mapeamento cultural como uma das referências para articular os artistas locais, de forma que eles participem da programação cultural do CEU. Além disso, através dos programas públicos de financiamento de artistas (editais e leis de incentivo, por exemplo), também fazemos orientações para os coletivos no sentido de inseri-los nas políticas culturais da cidade. Em 2014, como uma das ações do Projeto Kombi da Memória, em parceria com a ONG Ação Educativa, fizemos um levantamento sistematizado do comércio, pontos de cultura, serviços e artistas locais. Este levantamento foi disponibilizado em uma página da internet. Além do mapa virtual, também foi criado um guia cultural impresso de Heliópolis. O mapeamento é uma ferramenta cultural para o (re)conhecimento de nós mesmos e daqueles com os quais convivemos em nossa comunidade, que acontece de forma espontânea em nosso cotidiano, uma vez que somos frequentemente procurados por diversos grupos para dar orientações. Essa experiência traz dados não somente sobre os artistas, mas também sobre entidades, equipamentos culturais e organizações em atuação no território. Com tais informações é possível constituir uma rede para a política cultural local e planejar ações futuras.

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Considerando que todos podem ser produtores de cultura, a programação do CEU Heliópolis é uma costura entre diversas manifestações de artistas locais, de outras comunidades, ou mesmo daqueles já consagrados no meio cultural, promovendo constante diálogo entre diferentes culturas, resultando em uma agenda que nasce das diferentes formas de participação desses artistas: através dos programas da SMC e SME, das parcerias com grupos que conseguem leis e editais de fomento, ou mesmo de modo voluntário. Por se tratar de um período de implementação de uma nova gestão, aguardamos informações sobre os programas que serão mantidos e sobre programas a serem lançados, para que sejam incorporados às nossas formas de articulação de artistas e público e à composição da nossa agenda. Até o momento, as principais formas de articulação dos artistas para a composição da agenda são:

Leis e Editais de Incentivo São leis e editais públicos como, por exemplo, PROAC, Fomento, VAI, entre outros que normalmente patrocinam produções artísticas e exigem contrapartidas sociais, que nos chegam através de oficinas, apresentações artísticas, debates etc.

Objetivos

Geral ● Contribuir para o desenvolvimento cultural local, promovendo o diálogo entre diferentes culturas e dando visibilidade à produção periférica.

Específicos ● Ampliar a rede local de artistas parceiros do CEU Heliópolis; ● Articular a comunidade para participar da programação cultural, tanto como público, quanto como artistas; ● Fomentar a diversidade cultural local; ● Capacitar e apoiar artistas em processo de profissionalização; ● Possibilitar a formação do público através do reconhecimento da produção cultural local e da ampliação de repertório de forma geral.

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Ações Para 2017

Agenda Cultural do CEU Heliópolis ● Composição da agenda, incluindo os finais de semana, articulada, preferencialmente, com o Calendário Temático do CEU; ● Garantir apoio de infraestrutura aos grupos e artistas locais, proporcionando salas para ensaios, apresentações, equipamentos de som, etc; Pé na Rua Promover visitas periódicas à comunidade, instituições como escolas, equipamentos sócio educacionais, de saúde e outros estabelecimentos do bairro a fim de: ● Mapear, articular e sistematizar uma ampla lista de artistas locais; ● Colher relatos da história oral, da culinária, da cultura local e da cultura de origem dos moradores da comunidade a fim de valorizar e preservar sua cultura e memória. Formação de Público ● Promover a formação dos artistas locais estreitando relações com os grupos e artistas identificados pelo mapeamento, através da criação de alguma instância de participação capaz de identificar demandas desses artistas; ● Realizar ações formativas para o público frequentador do CEU, difundindo os princípios do Bairro Educador. Formação do Público ● Oferecer aos professores e professoras das escolas do CEU e do entorno, atividade pedagógica a ser aplicada em sala de aula, abordando o tema dos eventos a serem assistidos, a fim de qualificar e aprofundar a relação do público com os símbolos culturais; ● Oferecer aos Analistas de Desporto um material pedagógico especialmente desenvolvido para eles e para os alunos e alunas, a fim de envolvê-los no processo formativo do Bairro Educador; ● Oferecer aos outros projetos (UBS’s, CAPES, etc) um material pedagógico especialmente criado para eles, a fim de envolvê-los também no processo formativo do Bairro Educador.

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Cronograma

PERÍODO Agenda

AÇÃO Cultural

do Janeiro a Dezembro

Bairro Educador

Pé na Rua

Março a Julho

Julho a Dezembro

Formação do Público

Fevereiro a Novembro

Formação de Público

Fevereiro a Novembro

ATIVIDADE - Composição da agenda de programação, a partir do Calendário Temático, com atualização mês a mês; - Articulação do público para os eventos culturais; - Envolver os artistas locais na programação cultural do CEU. -Fazer o mapeamento dos artistas locais parceiros; -Sistematizar e articular informações sobre artistas parceiros. -Utilizar o mapeamento para articular os artistas locais, envolvendo-os em nossa Agenda Cultural. -Criar os materiais pedagógicos; -Promover formações aos artistas locais; - Promover discussões antes e depois do evento a ser assistido, a fim de qualificar e aprofundar a relação do público com os símbolos culturais.

Público Alvo Educandos e educadores das escolas que compõem o CEU e as escolas do entorno, dos projetos de UNAS. O público frequentador do CEU, artistas parceiros de Heliópolis e Região e artistas locais.

Parcerias Artistas locais, UNAS, Escolas do CEU e do entorno, Ação Educativa, PMSP.

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Ler O Mundo, Escrever A História Histórico / Justificativa Tendo iniciado o atendimento ao público em agosto de 2015, a Biblioteca do CEU Heliópolis optou por apostar na leitura espontânea, aproveitando o caráter de novidade tanto do equipamento, quanto do acervo. Aposta que se mostrou acertada naquele período, colocando-a como a segunda biblioteca de CEU que mais empréstimos efetuou nos últimos cinco meses de 2015, de acordo com nossos levantamentos. A disposição dos livros nas estantes, em especial na área infantil onde utilizamos caixas temáticas, incentivou a leitura espontânea. Não há dúvidas de que mais de 95% dos empréstimos desse período inicial se deram dessa forma, com a descoberta in loco dos livros de interesse, em contraposição à procura por títulos ou autores específicos. Passado o tempo de novidade, observamos uma queda nos empréstimos. Ao mesmo tempo, um público diverso passou a frequentar a biblioteca em busca dos computadores disponíveis para utilização da internet, dos jogos da ludoteca e da brinquedoteca. Desse modo, os profissionais que trabalham na biblioteca iniciaram um processo de aproximação e vinculação com as crianças e jovens que, diariamente, frequentam esse espaço, houve um investimento no sentido de conhecer e entender quem estava usando a biblioteca e o que essas pessoas buscavam e esperavam desse espaço. As portas abertas e os diálogos criaram uma relação de troca e de escuta entre todos os envolvidos e muitas questões, demandas e potenciais foram descobertos a partir desses encontros. Inicialmente havia uma questão específica relacionada a conflitos entre as crianças, que às vezes desrespeitavam as regras de uso do espaço e até os funcionários. Esse processo somado às concepções e eixos integradores e estruturantes do PPP do CEU evidenciaram a necessidade de que esses usuários entendessem esse espaço como sendo deles, de direito e de cuidado, e, para isso, era necessário o desenvolvimento de projetos e de ações que intencionalmente os envolvessem e os tornassem protagonistas das ações e formas de uso da biblioteca. Ou seja, os usuários precisavam estar envolvidos na construção das regras, nas mediações de conflitos e outras situações do dia-a-dia. Com o tempo, foi possível identificar o fluxo de frequentadores da biblioteca: crianças e pré-adolescentes que chegam depois do período de aulas ou dos projetos de 66


contra-turno, mães que trazem seus filhos para brincar, desempregados em busca de trabalho e/ou acesso à políticas de inclusão e distribuição de renda, moradores de rua, pessoas com deficiência intelectual ou física, concurseiros, vestibulandos e estudantes em geral, Além disso, algumas demandas foram revelados: necessidade de espaços de acolhimento, diálogo, socialização, convivência, constituição de identidade e pertencimento, algumas pessoas com dificuldades de leitura e escrita ou até mesmo sem estar alfabetizadas, outras pessoas buscando informações utilitárias e com muito interesse pela cultura escrita. Por outro lado, junto com essas necessidades também evidenciou-se outros potenciais: uma grande capacidade de articulação e resolução de problemas, de compartilhamento de histórias (especialmente das crianças e préadolescentes), de ajuda mútua, muitos saberes ligados principalmente à memória oral, os diversos interesses e disponibilidade dos trabalhadores do CEU que atuam mais diretamente na biblioteca. Diante de tal cenário, evidenciou-se a necessidade de criação de um projeto que tivesse como principal objetivo a leitura do mundo e a evidente necessidade de leitura das palavras em uma sociedade fundamentalmente letrada. O analfabetismo sempre foi um desafio fundamental no Brasil. De certa forma, pode-se dizer até que trata-se de um “projeto de formação” das classes populares. Nesse sentido, é possível até falar sobre um certo “analfabetismo de classe”. O esgarçamento do espaço político, a pouca participação social, a democracia como voto apenas, o descaso com a área de humanidades, o reducionismo rádio/televisivo, entre outros fatores, distorcem uma leitura do mundo condizente com a realidade. Por parte das bibliotecas - e de muitos outros envolvidos com a leitura e a escrita – a armadilha se fez no esvaziamento do sentido político da leitura e da escrita que, por vezes, é reduzida a uma atividade desprovida de reflexão e até mesmo de um embate de ideias que por vezes causa desconforto. Silvia Castrillón afirma que precisamos de bibliotecas que fomentem o interesse e o gosto pela leitura, que permitam a descoberta do valor que ela tem como meio de busca de sentido, como referência de si mesmo no mundo e para o reconhecimento do outro. Bibliotecas onde a leitura não seja concebida [APENAS] como uma forma de passar o tempo, de se divertir, mas como algo imprescindível para um projeto de vida que pretenda superar uma sobrevivência cotidiana. (Sílvia Castrillón. O direito de ler e escrever)

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“Ler o mundo” e “Ler a palavra” então, são atividades complementares para o entendimento da realidade vivida e para superação das desigualdades. De forma que se torne necessário o confronto com outras narrativas que desconstruam o discurso hegemônico da classe dominante. Este confronto se dá pelo debate público e pela exposição sistemática a outras formas de ver o mundo. Ainda segundo Castrillón, um país requer bibliotecas que... se convertam em meios contra a exclusão social, isto é, que se constituam em espaços para encontro, para o debate sobre temas que dizem respeito a maiorias e minorias; bibliotecas onde crianças, jovens e adultos, leitores e não leitores, escolares e não escolares, encontrem respostas aos seus problemas e interesses e lhes sejam abertas novas perspectivas. (Sílvia Castrillón. O direito de ler e escrever)

Como síntese desse processo, a escrita é a representação desse mundo lido, debatido e confrontado. É a busca de um registro perene e passível de disseminação a influenciar a sociedade. É a escrita da própria história, sem intermediários, mesmo que bem intencionados. Leitura como munição e escrita como arma para mudanças nos destinos da sociedade. A biblioteca é uma ferramenta de transformação social para a comunidade, à medida que se preocupa com a apropriação de conteúdos formativos, promove o incentivo das diversas formas de expressão humana, visando o exercício da cidadania, combinando educação com criticidade e mediação cultural. Dessa forma e tendo como base os eixos que estruturam o PPP que organiza e dá sentido às práticas do CEU Heliópolis criou-se o projeto “Ler o Mundo, Escrever a História” cujas ações específicas estão descritas abaixo e organizadas em um calendário que aos poucos se tornará público no sentido de a comunidade apropriar-se das ações realizadas.

Objetivos

Geral Promover a apropriação/aprimoramento da leitura/escrita – consideradas enquanto direito inalienável –, respeitando os diferentes saberes e graus de autonomia, acolhendo assim públicos diversificados (escolar, mães, vestibulandos, concurseiros, a procura de emprego etc.), visando sempre o desenvolvimento da cidadania e da qualidade de vida;

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Específicos ● Apresentar a leitura tanto como exercício lúdico quanto crítico, sendo uma oportunidade de viver momentos estimulantes, contemplando a riqueza interna do(a) leitor(a); ● Estimular o hábito da leitura; ● Proporcionar reflexões críticas sobre o contexto social atual, usando-se da memória de Heliópolis e da articulação entre seus diversos atores; ● Incentivar a busca de informações de fontes comprometidas com a democracia, em todas as suas formas de veiculação; ● Promover a autonomia das crianças em qualquer atividade de mediação cultural em que se encontrem; ● Abarcar as diversas formas de expressão humana: oralidade, comunicação escrita, artes, musicalidades; ● Desenvolver mecanismos de autogestão e uso autônomo da biblioteca, como por exemplo, ações realizadas por voluntários da comunidade, em conjunto com as crianças e pré-adolescentes frequentadores do espaço, com base nos cinco princípios do Bairro Educador; ● Fomentar a produção cultural local, e não apenas o consumo de cultura hegemônica; ● Contribuir para que a biblioteca também seja um centro de memória social e identidade, sendo responsável pela guarda, organização e disseminação do acervo de fotos, vídeos, produções acadêmicas e outras informações sobre o bairro de Heliópolis e sua história; ● Recolher, armazenar e disseminar o que é produzido localmente, dando-lhe visibilidade; ● Fomentar parcerias e articulação com escolas e salas de leitura do CEU e entorno, assim como projetos sócio educacionais focados na leitura/escrita; ● Propor açoes de gameficação da biblioteca.

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Ações Para 2017

Hora do Conto A Hora do conto, chamada também de contação de histórias, é um instrumento de estímulo à leitura e à reflexão, geralmente transmitindo histórias da literatura infantil. Realizada por funcionários ou voluntários e utilizando como recursos livros, dobraduras, recortes de papel e colagens, além de música, cantigas, parlendas e a própria expressão vocal e corporal, é capaz de provocar viagens imaginárias e ser um estímulo à aprendizagem, fortalecendo a tradição oral e preparando os(as) ouvintes para o exercício de seguir passando adiante os valores humanos. Cabana de leitura – espaço de convivência infantil Espaço infantil para leitura individual ou coletiva, contando com a participação dos educadores nas atividades.

Acervo didático e para concursos Acervo voltado para estudantes, vestibulandos e candidatos em concursos, atendendo uma exigência da própria comunidade. Espaço “Bairro Educador” Área reservada para discussões da comunidade, contendo acervo sobre educação popular, direitos humanos, economia solidária, mulheres etc., bem como para exposição de conteúdo bibliográfico produzido pela comunidade.

Apoio à pesquisa Apoio à pesquisa, em especial para educadores e alunos da ETEC Heliópolis que demandam esse tipo de serviço.

Feira de troca de livros Livros previamente selecionados (literatura nacional e estrangeira, pequenos negócios, religião, autoajuda etc.), disponibilizados no segundo pavimento da biblioteca para troca com e entre usuários. A ação visa atuar em frente complementar aos empréstimos, apoiando-se no fato de muitos usuários manifestarem o desejo de terem 70


um livro só seu, tornando-se um objeto afetivo, além de possibilitar a troca de ideias, a formação de clubes de leitura e a constante renovação dos títulos que se tem em casa.

Uso das TICs para o desenvolvimento local Oficinas ofertadas mensalmente e que buscam contribuir para a utilização das TICs como forma de desenvolvimento local, auxiliando na difusão e na busca autônoma por informações “práticas” e “utilitárias”. Para o ano de 2017 estão sendo propostas oficinas de elaboração e divulgação de currículos (informações a dar destaque, modos de organização, repositórios online, redes sociais), de técnicas e normas para a formatação de trabalhos escolares e acadêmicos, de utilização de e-mails e acesso a serviços via internet.

Pergunte ao bibliotecário Ações que visam tornar a biblioteca um ponto de articulação da rede de proteção social de Heliópolis, conhecendo assim seus percursos e disponibilizando informações úteis e de interesse da coletividade para a resolução de demandas cotidianas com agilidade. Um dos principais recursos e ferramentas para tanto está sendo a construção de uma base de dados georreferenciada, com informações sobre os diversos serviços públicos e privados ao alcance da coletividade.

Clube do filme Acesso à linguagem audiovisual através de exibições de filmes (clássicos, nacionais, infantis, temáticos) em dias e horários definidos, usando como percurso a apresentação da obra, sua história e contextualização, com discussão em grupo ao final sobre alguma temática relevante abordada pelo filme. Aos sábados, a partir das 13h, projeto de exibição de curtas e longas infanto-juvenis sucedidos de oficinas de pintura e desenho, buscando sempre relacionar as atividades com o universo do livro e da literatura.

Oficinas de Xadrez, Mancala, Jogo da Onça e Go Oficinas semanais que promovem o desenvolvimento de habilidades estratégicas e do raciocínio lógico, ampliam o universo cultural através da contextualização da história de criação de cada jogo, além de aproximar as pessoas da biblioteca, proporcionando um espaço de convivência onde confluem diversas atividades além da 71


leitura. Buscando ainda um maior envolvimento dos jogadores com o espaço, ampliando as possibilidades de diálogo entre linguagens, para o ano de 2017 está sendo estabelecida uma parceria com o FabLab de Heliópolis para o oferecimento de oficinas de confecção de peças e tabuleiros pelos próprios jogadores, a ser utilizadas nos jogos e campeonatos.

Jogos no computador A relação de jogos eletrônicos e conteúdos violentos foi uma grande preocupação para educadores e funcionários nos primeiros meses de funcionamento da biblioteca, uma vez que crianças e adolescentes vinham buscar nos computadores esse tipo de utilização. A estratégia foi então aliar, de forma lúdica, esta busca ao hábito de participar de ações educativas, sejam leituras de livros, gibis, ou participação em saraus, exibição de filmes, animações. Passado assim o momento inicial de entendimento, estabelecimento de ações e processos avaliativos, hoje são propostas diferentes atividades, dinâmicas e torneios como forma de intervir na maneira como eles se relacionam com esses jogos, provocando espaços de reflexão conjunta.

Como funciona? Os jogos eletrônicos são permitidos nas quintas e sábados, por uma hora para cada participante. Para ficar mais tempo jogando, o jogador pode participar da atividade “Jogos com palavras”, ou das oficinas ofertadas na biblioteca, o que dá pontos que podem ser revertidos em maior tempo de uso no computador no dia dos jogos eletrônicos. No entanto, os jogos violentos são sempre proibidos e se não seguir os combinados da biblioteca, os pontos também são descontados. Os Jogos com palavras (para conquistar pontos) são diversas atividades sugeridas e acompanhadas pelos bibliotecários e coordenadores, como por exemplo: ler revistas, gibis, livros, letras de músicas, assistir a filmes, fazer saraus, batalha de rimas, debates etc. É realizado semanalmente e todos os acessos e pontos são registrados pela equipe de funcionários da biblioteca. Já em fins de 2016 e início de 2017, partindo da grande afinidade manifestada por muitos dos frequentadores da biblioteca pelo mundialmente famoso “Minecraft” (jogo eletrônico em rede que permite a construção de mundos tridimensionais a partir de uma paisagem simulada e de um conjunto de ferramentas para manipulá-la, misturando estratégias de sobrevivência e exploração, não apresentando assim objetivos 72


previamente requeridos ou enredos que necessitem ser seguidos) e buscando redirecionar suas potencialidades criativas para fins mais formativos, passou-se a realização periódica de torneios e campeonatos de modo a incentivar a troca de ideias, a formação de lideranças e estratégias em conjunto, assim como o respeito pelo espaço e autonomia do outro. Na realização desses torneios os competidores devem escrever uma pequena história ou narrativa de em média duas páginas e desenvolver os cenários e objetivos a partir dela, procurando sempre o relacionamento e diálogo entre diferentes linguagens (audiovisual, escrita, corporal etc.). Brinquedoteca – atividades lúdicas Além da utilização dos brinquedos de forma espontânea, são oferecidas atividades regulares (como teatro de fantoches, jogos, dobraduras) que procuram contribuir para a formação de um espaço de socialização que exercite o direito de brincar, além de estimular o desenvolvimento de mecanismos de autogestão e cuidado com os jogos e brinquedos (como o projeto de parceria com o FabLab para a criação de um Hospital do Brinquedo, com oficinas de criação de próteses para bonecos danificados pelo uso), buscando sempre aproximar futuros leitores do mundo da criatividade e da leitura.

PinCEU No segundo pavimento da biblioteca, próximo ao atendimento e às mesas de jogos de tabuleiro, são disponibilizados diariamente materiais para pintura, desenho, recorte e colagens. As segundas e sextas-feiras, partindo do desejo manifestado pelas crianças por desenhos para colorir impressos da internet, a cada exemplar emprestado o leitor tem direito a escolher um desenho relacionado à temática do livro em questão, que podem ser pintados em casa ou na biblioteca, havendo a realização periódica de exposições de suas expressões artísticas. Por outro lado, tendo como desafio o atendimento de públicos não alfabetizado, isto é, públicos das mais variadas faixas etárias que não dominam a comunicação na forma de leitura e escrita, para o ano de 2017 encontra-se em fase de prototipagem uma ação que tem como objetivo criar no usuário uma relação de intimidade e empatia com o livro e as artes plásticas através de práticas informais e desescolarizadas a fim de que este seja estimulado à cultura da leitura e também desenvolva seus potenciais artísticos em um ambiente que seja saudável e acolhedor para a criação artística. Nesse sentido, 73


através de oficinas de artes a ideia é que cada participante possa criar seu próprio livro que depois será incorporado ao acervo da biblioteca do CEU.

Detetives da biblioteca O Detetives da Biblioteca surgiu da necessidade de repensarmos o uso e ocupação da biblioteca por seus usuários a fim de que estes ampliem cada vez mais seu repertório cultural, produzam e exponham suas obras e participem da gestão do espaço. Nesse sentido, em 2016 foi desenvolvido um jogo de RPG, uma vez que a biblioteca contava com um grande fluxo de crianças e pré-adolescentes. Esta primeira fase aconteceu às quintas-feiras e formou uma turma de aproximadamente 12 crianças e jovens. Os jogadores criaram seus personagens, suas características, deram-lhe poderes, tentaram desvendar mistérios, duelaram com monstros... O jogo teve a mediação de Eliton (doutorando pela USP) e o tabuleiro – criado pelos jogadores – é inspirado no mapa do CEU.

, Tabuleiro feito pelos participantes do Detetives da Biblioteca

Além dos personagens, os jogadores construíram suas peças, dados, avatares e tabuleiros a partir de uma formação na Fab Lab Heliópolis.

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Dados feito na FablabSP pelos participantes do Detetives da Biblioteca

Participantes do Detetives da Biblioteca

Dessa forma e partindo do propósito de tornar o uso e a ocupação da biblioteca mais lúdica, o Detetives da Biblioteca visa dinamizar as práticas que já ocorrem no espaço, a fim de que elas se tornem cada vez mais estimulantes e engajadoras. O projeto acontece em duas frentes: Jogos de RPG e Almanaque de leituras. ● Jogos de RPG 1) Formação de mestres de RPG A Formação de Mestres de RPG é uma ação que surgiu das primeiras experiências do Detetives da Biblioteca em 2016. A ação visa instruir os participantes da edição de 2016 a fim de que esses continuem se consolidando enquanto equipe; tem a finalidade de dar sustentabilidade e autonomia ao projeto de forma que seja possível se replicar em outros lugares e momentos. Serão realizados encontros semanais nos quais as crianças e jovens aprenderão: a liderar e organizar grupos, criar histórias de 75


RPG, registrar e divulgar resultados, produzir acervo por parte de crianças e adolescentes. 2) Jogo Livre de RPG Formação de um grupo de RPG dando continuidade ao projeto realizada em 2016. ● Almanaque O Almanaque trata-se de uma dinâmica de estímulo à cultura da leitura na forma de um game no qual as interações buscam trabalhar a autonomia e espontaneidade do jogador/leitor que pode interagir ao seu tempo e à sua maneira, a partir da comanda de cada desafio. A atividade pode ser sequenciada ou pontual, mas sua finalização implica em um produto que pode ser uma ilustração, uma redação, uma leitura de um trecho a outra pessoa ou qualquer outra atividade, que será “avaliada” por um dos trabalhadores da biblioteca. É parte do projeto também a adequação de um espaço do prédio a fim de que ele se torne receptivo, confortável e lúdico, atrativo à leitura e à produção de escrita. Como ilustração do que se pretende criar nesse espaço, apresentamos a imagem que segue abaixo, na qual cada quadrado representa uma estação com 3 tipos de atividade para diferentes idades—0 a 7 anos; 7 a 14 anos; 14 em diante. Os elementos da natureza podem ser uma forma de organizar as atividades do mais simples ao mais sofisticado. A definição dos estilos literários também é uma categoria de interação. Haverá também um mapeamento sentimental o leitor que se propuser a realizar a atividade saiba quais sentimentos serão explorados nesse desafio.

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Na imagem seguinte pode-se ver um exemplo de como poderão ser as comandas para a execução da dinâmica de leitura. A estrutura segue um padrão que visa a atração estética da proposta, enfatiza os conhecimentos prévios que cada usuário tem, apresenta um panorama de como se segue a obra literária e quais os sentimentos que a obra aborda, ressalta pontos importantes e outras relações que a obra possa vir a ter, estimula o leitor a investigar determinados pontos e, por fim, sugere que este também realize uma atividade referente ao livro.

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Além disso, também através do Almanaque será possível criar um acervo e memória feita pelos próprios jogadores que realizarem as tarefas descritas nas comandas, assim como também ampliar a apropriação e mesmo o conhecimento do acervo da biblioteca. Desse modo, ainda em fase de testes, essa ação pretende seguir os passos: 1) Desenvolver os primeiros protótipos e validar a proposta junto aos usuários da biblioteca 2) Avaliar e atualizar segundo os resultados obtidos pelos protótipos 3) Realizar mutirão de escrita das comandas 4) Realizar instalação do espaço de jogo no “redondo” da biblioteca – 1º andar 5) Realizar formação com os funcionários a fim de que estes tenham o domínio para fazer avaliações 6) Avaliação continuada do projeto

Aniversariantes do mês O Aniversariante do Mês surgiu a partir de conversas com as crianças e os préadolescentes que frequentam a biblioteca nas quais elas contavam sobre suas vidas, faziam perguntas, instigavam e desafiavam os trabalhadores a repensar certos caminhos antes trilhados. Desse modo, criado em conjunto com essas crianças e pré-adolescentes, uma das principais intenções é tornar o aniversário um momento de compartilhamento, de organização coletiva, de festividade, já que muitos trouxeram essa data como sendo aquela marcada pela “falta”, pela expectativa de algo que não se concretizava. É um projeto que começou em janeiro de 2017 e ainda está em construção. A última festa contou com a colaboração de muitas das crianças, que se envolveram na organização prévia e também nas brincadeiras. Foi possível notar que essa data pode ser um momento de reunião festiva e lúdica, marcada principalmente pelas brincadeiras e jogos, envolvendo diferentes faixas etárias.

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Cronograma/Calendário De Atividades

Hora do conto

Periodicidade: mensal (última 4ª feira do mês) Executantes: João Robson e convidados Local: Aquário da biblioteca Público: infanto-juvenil Horário: manhã e tarde

Cabana

da Montagem da estrutura com auxílio do FabLab (até 10 de abril)

leitura

Executantes: professoras das CEIs e bibliotecários Horário: manhã Público: educandos das CEIs

Acervo didático Recebimento de doação e seleção de materiais (março) e de concursos

Organização e registro do acervo (abril) Criação do espaço (abril) Executantes: Eduardo Fahl e João Robson

Espaço Educador

Bairro Pesquisa de outras fontes sobre Heliópolis (março) Duplicação dos materiais existentes (abril) Organização do acervo (maio) Criação do espaço (junho) Executantes: Eduardo Fahl e João Robson

Apoio à pesquisa Atividade diária Executantes: Eduardo Fahl e João Robson Feira de troca de Periodicidade: trimestral livros

Duração: 10 dias consecutivos Local: Piso intermediário da bibliotecas Executantes: bibliotecários e ATEs

Uso para

das

TICs Periodicidade: mensal (1ª quarta-feira do mês) o Local: Laboratório de informática

desenvolvimento Executantes: Eduardo Fahl e João Robson local 80


Pergunte

ao Levantamento da rede de proteção (Silvana e João, até 2ª quinzena de

bibliotecário

abril) Criação da base georreferenciada (João Robson e Eduardo Fahl, até 1ª semana de junho) Parceiros: UNAS, CRAS e FabLab

Clube do filme

Levantamento e curadoria permanente (João Robson, Eduardo Fahl e Bárbara – voluntária) Local: Auditório da biblioteca Periodicidade: semanal (aos sábados às 13h00)

Oficina de jogos

Conserto das mesas (Eduardo e João, 1ª quinzena de março) Parceria: FabLab para criação de peças e tabuleiros (até final de Março) Periodicidade: terças às 10h00 e 14h00 Executantes: João Robson e Ricardo

Jogos computador

no Periodicidade: quintas e sábados para uso. Campeonatos bimestrais Local: Biblioteca Executantes: Eduardo Fahl e João Robson

Brinquedoteca

Periodicidade: mensalmente, realização da manutenção do espaço. Criação do “Hospital de Brinquedos” (até junho de 2017) Local: Biblioteca Executantes: Eduardo Fahl e João Robson

PinCEU

Periodicidade: todos os dias. Segunda e Sexta serão disponibilizados desenhos para colorir. Em um dia da semana a combinar será realizada uma oficina de confecção de livros Executantes: Eduardo Fahl, João Robson, Victor Gonçalves; Laila Sala e estagiária.

Detetives Biblioteca

da RPG para mestres Periodicidade: quintas Local: Biblioteca e Fab Lab Heliópolis Executantes: Eduardo Fahl, João Robson, Eliton (Voluntário), Victor 81


Gonçalves. RPG livre Periodicidade: quintas Local: Biblioteca Executantes: Eduardo Fahl, João Robson, Eliton (Voluntário), Victor Gonçalves. Almanaque Periodicidade: todos os dias Executantes: Todos os trabalhadores da biblioteca e voluntários. Comissão Mediadora Biblioteca

Periodicidade: reuniões mensais e participação nas reuniões do da

Conselho Gestor e outras atividades. Executantes: Todos os trabalhadores da biblioteca e voluntários.

Aniversariante do Mês

Periodicidade: uma vez por mês Executantes: todos os trabalhadores do CEU e a Comissão Mediadora da Biblioteca.

Público Alvo Todos os frequentadores, atuais e potenciais, da biblioteca do CEU Heliópolis.

Parceiros Escolas do CEU e do entorno, projetos e equipamentos sócio educativo, instituições ligadas à área da saúde, UNAS e Biblioteca Comunitária da UNAS, Fab Lab Heliópolis, voluntários e frequentadores da Biblioteca do CEU Heliópolis.

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Comissão De Formação Da Unas

Histórico/Justificativa A Comissão de Formação é uma instância de trabalho da UNAS, montada para organizar os processos formativos que já acontecem desde sua origem, no final da década de 1970, período em que organizava a comunidade local para identificar as demandas e propor intervenções junto ao poder público. Na década de 90 a UNAS passa a responder como pessoa jurídica e a firmar convênios com o poder público. Esta configuração requer um novo olhar da direção para com os profissionais que passam a exercer funções nos serviços conveniados. Nesse sentido, ao longo dos anos, foram criadas instâncias de reflexão e participação, para fomentar o diálogo da entidade com seus funcionários. No final de 2007 a diretoria da UNAS consolidou o planejamento estratégico da organização para o exercício do quadriênio 2008-2012, e incluiu a Comissão de Formação como um instrumento para aprimorar os processos formativos já existentes e desenvolver novas metodologias. Atualmente a Comissão de Formação desenvolve processos que alcançam, de forma direta ou indireta, cerca de 800 funcionários, que atuam em vários projetos e serviços administrados pela UNAS através de convênios firmados, em sua grande maioria com a PMSP e/ou com a iniciativa privada. São dezesseis Centros de Educação Infantil (CEIs), onze salas do Movimento de Alfabetização (MOVA-SP), onze Centros para Crianças e para Adolescentes (CCAs), duas unidades do Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (SMSE- MA), um Núcleo de Proteção Jurídico Social (NPJ), uma unidade de Serviços de Assistência Social à Família (SASF), um Centro Dia do Idoso, uma Biblioteca Comunitária, uma Rádio Comunitária e três Telecentros. Além dos projetos Jovens Alconscientes, Coletivo Coca-Cola, dentre outros. A participação do Professor Braz Rodrigues Nogueira (na época diretor da EMEF Pres. Campos Salles) e da Professora Arlete Persoli (na época diretora da EMEI Gabriel Prestes) na revisão do planejamento estratégico da UNAS foi uma contribuição determinante para a relação entre a comunidade organizada e a escola. Por isso, naquele momento, ambos foram convidados a integrar, em conjunto com representantes da UNAS, a Comissão de Formação.

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A principal tarefa da comissão é consolidar os cinco princípios que fundamentam o movimento que busca transformar Heliópolis e região em um Bairro Educador, e que coloca o CEU Heliópolis, a UNAS e a EMEF Pres. Campos Salles como protagonistas desta luta.

Objetivos ● Contribuir para a implantação do Bairro Educador em Heliópolis e Região; ● Integrar as Unidades Educacionais formais e não formais do CEU e do seu entorno aos Movimentos Sociais organizados pela UNAS; ● Desenvolver e implantar processos que valorizem as histórias e práticas da comunidade local; ● Desenvolver e implantar processos de formação para as pessoas que trabalham para a consolidação do Bairro Educador de Heliópolis e região.

Ações Para 2017 ● Organização, coordenação e participação nas reuniões mensais do Fórum de Gestores da UNAS; ● Acompanhamento e avaliação das reuniões mensais das

gestoras e

coordenadoras pedagógicas dos CEIs; ● Acompanhamento e avaliação das reuniões mensais de gestores e coordenadores pedagógicos dos CCAs; ● Acompanhamento e avaliação das reuniões mensais dos Projetos e Serviços da UNAS (PSUNAS); ● Compor a organização do VII Seminário da Educação; ● Compor a organização do III Encontro da Educação Infantil; ● Compor a organização do III Encontro da Juventude; ● Acompanhamento, avaliação e coordenação de formação com as educadoras do MOVA, acompanhando inclusive as salas de aula e as formações realizadas em conjunto com a DRE-IP. Também serão realizadas diversas atividades, tais como: Coral MOVA-UNAS; arrticulação e organização da participação do MOVA-UNAS na Semana de Alfabetização, promovida pela DRE Ipiranga; realização de festas e confraternizações; avaliação dos processos realizados; participação no Calendário Temático e no II Encontro da Ed. Popular.

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● Organização das paradas pedagógicas gerais, Pré-Encontro e Encontro de trabalhadores dos projetos da UNAS (avaliação e planejamento das atividades desenvolvidas no ano, propostas para o ano seguinte).

Cronograma Período

Atividade

Fevereiro a Dezembro

Planejamento,

avaliação

e

acompanhamento das seguintes reuniões: Diretoria

Ampliada,

Formação,

Fórum

Comissão de

de

Gestores,

Coordenadores e Gestores dos CCAs e CEIs, representantes dos Projetos e Serviços,

Movimento

de

Mulheres,

Movimento Negro, Movimento LGBT, Movimento Sem Teto e da Rádio Comunitária. Março

Organização do III Encontro da Educação Infantil; 24/03: III Encontro da Educação Infantil

Abril e Maio

Organização

do

Mês

das

Minorias

Indígenas; Organização do II Encontro de Educação Popular; Organização do Aniversário do CEU; Organização da XIX Caminhada da Paz Junho, Julho, Agosto e Setembro

Organização

do

VII

Seminário

da

Educação Heliópolis, Bairro Educador; Organização da Semana de Direitos Humanos; Organização

do

III

Encontro

da

Juventude; 85


28 e 29/09: VI Seminário da Educação Heliópolis, Bairro Educador. Outubro, Novembro e Dezembro

Organização do pré-Encontro da UNAS; Organização do Encontro da UNAS.

Público Alvo Trabalhadoras e trabalhadores dos serviços e projetos da UNAS, além das pessoas que são atendidas por eles.

Parcerias Além da parceria entre a UNAS, o CEU Heliópolis e a EMEF Pres. Campos Salles que constituem a comissão, o grupo ainda pode contar com o apoio de outras organizações em projetos pontuais.

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Encontros E Seminário Da Educação Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação Educacional, com a colaboração dos outros núcleos. Histórico/Justificativa Seminário da Educação O Seminário da Educação nasceu em um contexto no qual as concepções de educação são geradas pela práxis desenvolvida na comunidade. O Seminário vem sendo construído desde 2008, com a elaboração do planejamento estratégico da UNAS, e consiste em uma das ações que fazem parte do calendário anual de atividades voltadas para a educação. É uma importante maneira de fomentar reflexões e, consequentemente, novas práticas associadas aos princípios do Bairro Educador, que consolidam ações educativas centradas na valorização do ser humano e na construção, vivência e disseminação de novos valores, capazes de trazer a possibilidade real de construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana. À Comissão de Formação da UNAS, da qual faz parte atualmente a equipe gestora do CEU Heliópolis, em parceria com a EMEF Pres. Campos Salles, foi delegada a função de planejar e realizar o Seminário da Educação. No I Seminário, que aconteceu na quadra da UNAS, foram discutidas as relações entre a educação formal e não formal. Além da participação dos trabalhadores da UNAS e da EMEF Pres. Campos Salles, educadores de outras escolas da região também estiveram presentes. O II Seminário ocorreu em 2012 e contou com a presença de aproximadamente 400 pessoas. Foram realizadas duas mesas de debates, com personalidades importantes para o mundo da educação: Arlete Persoli, Braz Nogueira, Helena Singer, José Pacheco, Paul Singer e Sônia Kruppa. A Comissão de Formação, ao avaliar o II Seminário, percebeu a necessidade de ampliar os espaços de participação e debate dos educadores, público alvo do evento, considerando a experiência acumulada em seus locais de trabalho, e também a necessidade de trocar essas experiências com seus pares. Por isso, decidiu-se mudar a estrutura no III Seminário e, dessa forma, o evento que acontecia em um dia foi realizado em dois. No primeiro dia aconteceu uma mesa de abertura e, no segundo, quatro mesas de debate simultâneas, com pelo menos três palestrantes cada uma,

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seguidas de discussões em grupos de trabalho, compostos pelo público dessas mesas. Quatro temas balizaram os debates do III Seminário da Educação: 

Educação Integral na perspectiva do Bairro Educador;

Espaço Público e Educação: perspectiva urbanística;

Autonomia Escolar: inovações dentro da rede;

Políticas Públicas para a primeira infância numa perspectiva inter-secretarial. Como resultado desse processo foi redigido um documento que sintetiza as

discussões dos Grupos de Trabalho, que pode ser lido em https://goo.gl/l4xzu9 Em 2014 a Comissão de Formação entendeu que era importante aumentar ainda mais a participação dos educadores de Heliópolis não só durante o seminário, mas também em seu planejamento e organização. Dessa forma, o evento cresceu e se tornou mais complexo, com novos parceiros e temas sendo incorporados, crescendo também o número de instituições que compõem o Bairro Educador. Assim, as escolas do CEU Heliópolis: ETEC Heliópolis, EMEI Antonio Francisco Lisboa, CEI Nora Auler de Arruda Botelho, EMEF Pres. Campos Salles, CEI Aparecida das Graças Silva Roseira e CEI Simone Agnalda Ferreira, os projetos e equipamentos administrados pela UNAS e a EMEI Gabriel Prestes (escola parceira do Bairro Educador, que teve como diretora a Arlete Persoli) incorporaram o seminário aos seus calendários oficiais. Além do envolvimento de mais instituições em relação à última edição, a escolha dos temas debatidos durante o IV Seminário aconteceu em um processo bastante democrático, em diversos encontros da Comissão de Formação com o Fórum de Gestores da UNAS e o Colegiado de Integração do CEU Heliópolis. Também foram feitas reuniões com os adolescentes do projeto Jovens Alcoonscientes da UNAS, do Grêmio da ETEC Heliópolis e da República de Estudantes da EMEF Pres. Campos Salles, que resultaram em uma mesa de debate mediada pelos próprios jovens. O IV Seminário da Educação contou com uma intensa programação, que durou seis dias. Antecedendo os debates, houve uma Mostra de Cinema, com a exibição dos filmes Educação.Doc, Memórias de Heliópolis e Quando Sinto Que Já Sei, seguida de rodas de conversa com os produtores dos documentários. No dia 25 de setembro aconteceu a mesa de abertura. No quinto dia do seminário, 26 de setembro, aconteceram sete mesas de debates simultâneas. Na tarde do mesmo dia, o público dessas mesas foi

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dividido em 10 grupos de trabalho, que discutiram os mesmos temas apresentados pelas mesas da manhã: 

Educação Integral e Desenvolvimento Local;

Práticas de Participação Comunitária: Mobilização e Formação;

A cultura da Infância: Políticas Públicas e Formação do Educador.

O Direito à Cidade: as conquistas e os desafios da sociedade civil na perspectiva do Plano Diretor da cidade de São Paulo;

Políticas Públicas para a juventude;

Direitos Humanos: Rede de Proteção Social e Educação;

O papel das Tecnologias da Informação e Comunicação na construção do Bairro Educador. No último dia houve uma plenária para organizarmos as diretrizes do registro

final do seminário, que teve por objetivo sintetizar as discussões elaboradas a partir dos sete temas debatidos, tornando-se uma reflexão sobre assuntos relevantes para as pessoas engajadas no Bairro Educador e também um diagnóstico do momento em que estávamos. Esta síntese pode ser encontrada no link: https://goo.gl/qV6Iw2 Como resultado dessa configuração, o VI Seminário da Educação Heliópolis, Bairro Educador recebeu um público de cerca de 1000 pessoas, 19 palestrantes, 8 mediadores das mesas da manhã, 28 mediadores e sistematizadores dos Grupos de Trabalho da tarde, 7 apresentações de artistas, coletivos e educandos da comunidade, além das cerca de 100 pessoas que ajudaram na organização, antes, durante e depois do evento. A partir das discussões realizadas no III e IV Seminários, entendemos que seria necessário ampliar os espaços de debate e formação, através de encontros com temáticas e públicos mais específicos, aumentando os momentos de reunião entre as pessoas que trabalham em Heliópolis e os membros da academia e de outras instituições da cidade. Assim, além do V Seminário, realizamos o I Encontro da Educação Infantil e o I Encontro da Juventude. Em julho de 2015 demos início ao processo de escuta que sempre antecede a escolha dos temas para o Seminário. No entanto, dessa vez, propusemos que os educadores e estudantes que participaram desse processo opinassem também sobre o formato do Seminário (mesas de debate e grupos de trabalho, com os mesmos temas das 89


mesas). Uma reivindicação que surgiu foi a necessidade de variar este formato, de maneira que os temas da manhã pudessem ser ainda mais aprofundados na parte da tarde. Por isso, em 2015, os grupos de trabalho foram transformados em grupos de discussão, nos quais os temas da manhã foram desdobrados em suas especificidades e, para tal, foram convidados mediadores (da comunidade e de fora dela) que têm um trabalho reconhecido sobre aquela temática. Na parte da manhã realizamos sete mesas de debate e, à tarde 14 grupos de discussão: Mesas de Debate:  

Gênero e Diversidade na Educação; Do Bairro à Pátria Educadora: A articulação da Educação Integral em um território;

A garantia de direitos fundamentais e a articulação entre a Saúde, a Educação e a Assistência Social;

A Democratização dos Meios de Comunicação como Estratégia para o Desenvolvimento Social;

Movimentos Sociais, Participação Comunitária e Democracia;

Maneiras Formais e Não Formais de Resolução de Conflitos;

Participação da juventude nas transformações sociais e na construção de políticas públicas.

Grupos de discussão: 

Por que incluir as questões de gênero e diversidade no Plano Municipal da Educação?

Entre o cuidar e o educar: qual o papel político das mulheres na educação de crianças?

O Bairro Educador de Heliópolis e região: qual proposta de Educação Integral estamos construindo?

Qual a importância dos CEUs enquanto política pública de Educação Integral da cidade de São Paulo?

Protagonismo comunitário em Heliópolis: quais as conquistas e desafios dos movimentos sociais na atualidade?

Da palmada à redução da maioridade penal: violência é falta de limite?

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Rede de Proteção Social: como se dá a interação entre os serviços, projetos, fluxos de encaminhamento, fóruns e reuniões de rede existentes em Heliópolis e região?

O que as famílias esperam da escola e o que a escola espera das famílias?

Juventude, Mercado de Trabalho e Vestibular: que currículo queremos para o Ensino Médio?

Como a educação pode liderar um processo de cuidado e desenvolvimento pessoal e comunitário?

Como estudantes e educadores podem se tornar aliados na luta pela melhoria da educação?

Qual o papel dos movimentos culturais periféricos na cidade de São Paulo?

Vozes dissonantes: quais são as alternativas às grandes mídias?

25 anos do ECA: avanços e desafios. Em 2016 o VI Seminário Heliópolis, Bairro Educador foi realizado nos dias 29 e

30 de setembro e contou com a participação de mais de 1.000 educadores de Heliópolis e região. Foi estruturado da seguinte maneira

Mesas de Debate: *MESA 1: Educação e Luta de Classes. Debatedores: João Bosco e Selma Rocha; Mediação: Antônia Cleide Alves. *MESA 2: Transformações e Inovações na rede pública de ensino: uma questão de autonomia? Debatedores: Braz Nogueira e Natacha Costa; Mediação: Daniela Zaneratto Rosa. *MESA 3: Ocupação de escolas e escola sem política: movimentos antagônicos? Debatedor: Vitor Henrique Paro; Mediação: Amélia Arrabal Fernandez. *MESA 4: Mulheres, Negros e Negras e LGBTs: uma questão de minorias? Debatedoras: Sara Siqueira, Symmy Larrat e Genésia Miranda; Mediação: Lídia Tavares. *MESA 5: Revivendo Paulo Freire: cultura, educação e movimentos sociais. 91


Debatedores: Iraci Ferreira e José Geraldo; Mediação Meire Lima. *MESA 6: Direitos Humanos: A vulnerabilidade dos espaços públicos e privados – Da violência doméstica contra crianças e adolescentes à drogadição. Debatedores: Ana Carolina de Oliveira Zanoti (Carol Zanoti), Edmundo Barboza da Silva, Lumena Almeida Cássio, Maria Angélica de Castro Comis; Mediação: Patricia de Araujo Brasil. *MESA 7: Memória e Resistência – os golpes no Brasil. Debatedores: Amelinha Telles; Luiz Galeão e Irma Passoni; Mediação: Beatriz Besen. *MESA 8: O direito à cidade: o que as crianças têm a ver com isto? Debatedores: André Gravatá e Raiana Ribeiro; Mediação: Débora Orellana.

Grupos de Discussão 1.

Escola sem partido – análise do projeto de lei, como refutá-lo? Mediação: Meire Lima;

2.

Narrativas das ocupações das escolas estaduais e protagonismo juvenil. Mediação: Edelsvitha Partel Murillo, Alerson de Melo

3.

Ativismo Político nas Redes Sociais. Mediação: Camila Fusco e Ninive Loriani Ferreira.

4.

Genocídio da Juventude negra – Violência de Estado nas periferias. Mediação: Mércia Ribeiro;

5.

Educação Integral: interações entre território e currículo. Mediação: Cínthia Bettoi Pais.

6.

Políticas Públicas, Ensino Superior, Direito à Cidade etc. – Como a juventude

pode se organizar para exigir seus direitos? Mediação: Rafael Outtone, Adriana de Cássia Moreira e Ênio Tadeu de Freitas; 7.

Participação das comunidades nas escolas (conselhos, grêmios etc.). Mediação: Elie Ghanen; 8. Fab Lab Público: cultura maker e participação comunitária. Mediação: Artur Cordeiro e Yuri Alexsander; 9. Políticas Afirmativas e reparação histórica – as cotas étnico-raciais. 92


Mediação: Victor Gonçalves e Maria Antônia. 10. Garantia de direitos das crianças e adolescentes – o conselho tutelar no combate à violência doméstica. Mediação: Gilmar Pereira e Débora Orellana; 11.

A arte na construção do Bairro Educador: uma inspiração freireana.

Mediação: Camila Arelaro. 12.

Política, Ideologia e Educação.

Mediação: Jhonatan Constantino. 13.

Arte e Política.

Mediação: Laila sala 14.

Memórias e Resistências.

Mediação: Beatriz Besen Encontro da Educação Infantil A Educação Infantil se apresenta como um dos maiores desafios colocados à rede pública de educação na cidade de São Paulo, tanto no que se refere à demanda por vagas, quanto em relação às especificidades do sentido da qualidade social da educação para crianças bem pequenas. Por outro lado, as experiências realizadas por escolas públicas de educação infantil, tanto em Heliópolis quanto em outras partes da cidade, vêm se tornando referência de qualidade e inovação nessa área em vários aspectos, desde o aumento de vagas oferecidas na cidade e especialmente na comunidade, até a visibilidade das questões relacionadas aos direitos das primeiras infâncias, na família, na escola e na cidade. Essas questões vêm sendo pautadas nos Seminários da Educação realizados em Heliópolis desde 2013. No entanto, apenas esses momentos não se mostraram suficientes para aprofundar a reflexão e o debate sobre os temas específicos da educação infantil e dar visibilidade às experiências bem sucedidas nessa área em Heliópolis. Por isso, foi criado o Encontro da Educação Infantil, organizado pela Comissão de Formação da UNAS, a gestão do CEU Heliópolis e as equipes do CEI Nora Auler de Arruda Botelho e EMEI Antonio Francisco Lisboa. Nas duas edições realizadas, cerca de 500 educadoras participaram dos debates. Assim como no Seminário da Educação, os temas e o formato do encontro são criados a partir de um processo de escuta. Em março de 2015 realizamos o I Encontro da Educação Infantil, trazendo no período da manhã uma mesa de debate, cujo tema foi: “A cidade e as crianças” e, na 93


parte da tarde, treze CEIs administrados pela UNAS apresentaram, em formato de oficinas, algumas de suas experiências pedagógicas. Foram elas: 

Integração entre crianças de diferentes idades;

Adaptação e acolhimento;

Identidade e autonomia;

Contação de histórias e memória;

Brincadeiras de parque;

Exploração do espaço público;

Arte e Educação Infantil;

Mini-Caminhada Pela Paz: avanços, desafios e princípios;

Cantos diversificados;

Os desafios da alimentação saudável;

Reunião com famílias;

Cultura Popular e cantigas de roda;

Ocupação dos espaços públicos: como articular a rede? Em 2016 fizemos o II Encontro da Educação Infantil, com a mesa de debate: “A

participação política das crianças e suas famílias". Encontro da Juventude Em virtude da participação ativa dos jovens no planejamento, organização, realização e avaliação dos III, IV e V Seminários da Educação Heliópolis, Bairro Educador e por uma reivindicação feita pelos próprios jovens, em 2015 pautamos no calendário do CEU Heliópolis o I Encontro da Juventude. Nesse mesmo ano, foi retomado pela SMDHC, mais especificamente pela Coordenadoria de Políticas para a Juventude, o Conselho Municipal da Juventude de São Paulo, cuja eleição foi realizada em agosto. Alguns dos jovens já engajados nas lutas políticas da região se lançaram candidatos a duas cadeiras do Conselho: educação e cultura. Por esse motivo, como forma de começar uma discussão mais aprofundada sobre políticas públicas e participação nos processos de decisão da cidade, o I Encontro da Juventude foi realizado no dia da votação para o Conselho (um dos polos foi o CEU Heliópolis), momento de culminância das discussões que precederam as eleições e que discutiram justamente sobre a questão da participação política dos jovens. No dia do Encontro, além da eleição, também fizemos rodas de conversa e debates públicos, rinhas de MC e contamos com apresentações de teatro e Hip Hop. 94


Em 2016 realizamos o II Encontro da Juventude, planejado e organizado em conjunto com vários grupos da juventude organizada de Heliópolis. A programação do Encontro contou com mesas de debates, oficinas e apresentações culturais. Encontro da Educação Popular: Diálogos com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) Nos vários trabalhos de formação e discussão que fizemos nos últimos anos, dentre eles o Seminário da Educação e a contribuição nos processos de formação das educadoras do MOVA administrados pela UNAS, percebemos duas necessidades: aumentar os espaços de encontro e diálogo entre os educadores que trabalham com a educação de jovens e adultos, para que eles possam se conhecer, assim como conhecer os trabalhos e os diferentes tipos de atendimento que oferecem, de modo a articulá-los melhor e mais profundamente. E também - considerando quem são os estudantes da EJA, suas histórias e origens e as formas através das quais eles foram excluídos e depois voltaram à escola. Dessa forma, nos pareceu importante destacar a EJA como uma das formas de educação popular. Essas percepções se encontraram com as percepções da equipe da DIPED da DRE-IP, através do diálogo com a Joana Alves, e assim surgiu o I Encontro da Educação Popular, que contou com a participação de cerca de 500 estudantes, educadores, supervisores e equipe de apoio da DRE-IP que trabalham com os diferentes tipos de atendimento na modalidade EJA: EJA regular, MOVA,CIEJA, CMCT e EJA Modular). A partir de um processo de escuta, o Encontro se dividiu em dois dias: no primeiro, realizamos uma mesa de debate, cujo título foi: “O compromisso político do educador de EJA”. No segundo dia os participantes foram divididos em sete salas temáticas e depois foi realizada uma plenária final. Os temas das salas temáticas foram: 

Relatos de Prática: Alfabetização e Letramento;

Oficina: Cartografia da Memória;

Oficina: Por Que Pobreza? Educação e Desigualdade;

Grupo de Trabalho: Currículos para EJA e territórios;

Oficina: Círculo de Cultura, Educação e Direitos Humanos em sua transversalidade; 95


Roda de Conversa: Juvenilização da EJA;

Oficina: Teatro do Oprimido.

Encontro de Educação Especial A necessidade de realizar um Encontro de Educação Especial no CEU Heliópolis mostrou-se latente e inadiável. Procuramos apoio da equipe da DIPEDCEFAI Ipiranga e essa necessidade transformou-se em uma parceria, que tornou possível a realização, em dezembro de 2016, do I Encontro de Educação Especial do CEU Heliópolis, que contou com a presença de 200 pessoas e teve como tema: “A pessoa com deficiência como sujeito de direitos, apropriando-se dos espaços públicos”. Participaram do Encontro os seguintes convidados: 

Renata Alencar Lopes Garcia - Diretora de DIEE - SME;

Sandra Paula da Silva Batistão - Mestre em Mudanças Sociais e Políticas Públicas;

Shirley Rodrigues Maia - Doutora em Psicologia da Educação e fundadora da Ahimsa;

Maria Josefina Nórcia - Mestre em Educação e Membro ativista pelos direitos da pessoa com deficiência no movimento de participação social do município de São Paulo;

Elaine Cristina Greche Paes de Camargo - Educadora e mãe do Luan, estudante da RME;

Luan Talles Greche Paes de Camargo Clarindo - Estudante da RME.

Encontro de Estagiários Desde 2011 em parceria com a FE-USP o CEU Heliópolis vem contribuindo com a formação de estudantes de graduação no sentido de articular espaços, ações e pessoas para que eles possam complementar seus estudos. Ao longo dos anos, outras instituições foram se juntando ao processo e por isso em 2016, fizemos um encontro entre estudantes, representantes das instituições que os receberam e professores orientadores das universidades. O I Encontro de Estagiários de Heliópolis foi realizado em 14 de dezembro de 2016 e contou com a participação de estudantes da FE-USP, do Centro Universitário Sennac e do Mackenzie, representantes da gestão do CEU Heliópolis e das EMEFs 96


Abrão Huck e Pres. Campos Salles, da EMEI Antônio Francisco Lisboa, do CEI Simone Agnalda Ferreira que receberam estagiários. Encontro de Escritores de Heliópolis Encontro anual de escritores de Heliópolis, publicados ou não, para troca de informações e experiências. Projeto articulado pela biblioteca do CEU Heliópolis, com o objetivo de valorizar e dar visibilidade à produção dos escritores locais e suas produções. Objetivos 

Contribuir para ampliar a visão de mundo dos sujeitos envolvidos no movimento que busca transformar Heliópolis em um Bairro Educador, orientando-os para a conquista da autonomia, da responsabilidade e da solidariedade, de modo que os problemas e soluções locais sejam compreendidos numa dimensão global;

Fomentar reflexões e, consequentemente, novas práticas que, associadas aos princípios do movimento que busca transformar Heliópolis em um Bairro Educador, ajudem a consolidar ações educativas centradas na qualidade social da educação;

Promover espaços de encontro, troca e reflexão coletiva sobre a história, conquistas e desafios da educação em Heliópolis;

Registrar as discussões realizadas de modo a fomentar uma teorização das práticas da comunidade, assim como proporcionar uma visão histórica dos debates. Esses registros podem ser utilizados como norteadores da formação de cada projeto, escola, instituição etc envolvidas no movimento que busca transformar Heliópolis em um Bairro Educador;

Organizar encontros com temáticas específicas, que antecedam os debates realizados no Seminário da Educação.

Ações Para 2017 

III Encontro da Educação Infantil (março de 2017);

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II Encontro da Educação Popular: Diálogos com a Educação de Jovens e Adultos (maio de 2017);

III Encontro da Juventude (agosto de 2017);

I Encontro de Escritores de Heliópolis (Agosto de 2017);

VII Seminário da Educação Heliópolis, Bairro Educador (setembro de 2017);

II Encontro de Educação Especial (dezembro de 2017).

II Encontro de Estagiários (dezembro de 2017)

Cronograma Mês Fevereiro Março

Atividade e - Organização do III Encontro da Educação Infantil; - Levantamento do tema da mesa; - Convite aos palestrantes; 24-03 Realização do III Encontro da Educação Infantil.

Março, Abril e - Organização do II Encontro da Educação Popular: Diálogos com a Maio Educação de Jovens e Adultos, em parceria com a DRE-Ipiranga; - Levantamento das ações e cronograma do Encontro; - Convite aos palestrantes e oficineiros; - Divulgação e articulação dos participantes; 26-05 Realização do II Encontro da Educação Popular: Diálogos com a Educação de Jovens e Adultos. Junho, Julho e Organização do I Encontro de Escritores de Heliópolis; Agosto - Convite aos participantes; - Divulgação e articulação do evento; - Realização do I Encontro de Escritores de Heliópolis. Junho, Julho e - Organização do III Encontro da Juventude; Agosto - Constituição de uma comissão organizadora; - Definição do formato e temas do encontro; - Mobilização dos convidados para o encontro. 01-09 Realização do III Encontro da Juventude. Junho, Julho, - Organização do VII Seminário da Educação Heliópolis, Bairro Agosto e Educador Setembro - Levantamento dos temas: *Colegiado de Integração do CEU Heliópolis; * Reuniões pedagógicas e JEIFs das escolas do CEU Heliópolis; * Fórum de Gestores da UNAS; * Grupo de Jovens da UNAS, Grêmio da ETEC Heliópolis, República de Estudantes da EMEF Pres. Campos Salles e demais representantes de estudantes das escolas do entorno; - Organização dos temas das mesas de debate e grupos de discussão;

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- Articulação dos palestrantes, mediadores e sistematizadores; - Articulação da comissão de organização do VII Seminário de Educação Heliópolis, Bairro Educador; 28 e 29-09 Realização do VII Seminário da Educação: Heliópolis, Bairro Educador; Outubro, Novembro Dezembro

- Organização da sistematização do VII Seminário da Educação: e Heliópolis, Bairro Educador. - Organização do II Encontro da Educação Especial do CEU Heliópolis em parceria com a DRE-Ipiranga; - Levantamento das ações e cronograma do Encontro; - Convite aos palestrantes; - Divulgação e articulação dos participantes; 01-12 Realização do II Encontro da Educação Especial do CEU Heliópolis. -Realização do II Encontro de Estagiários.

Relação Com As Universidades - Estágios Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação Educacional, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/Justificativa Desde a elaboração do planejamento estratégico, a UNAS tem como uma de suas metas auxiliar na ampliação da formação universitária dos moradores e trabalhadores de Heliópolis, visando especialmente o acesso às universidades públicas. Por isso, a Comissão de Formação buscou a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP) a fim de pedir auxílio para a capacitação dos educadores que trabalham nos projetos desenvolvidos pela entidade e também como uma forma de reivindicar participação nos processos de formação que acontecem na maior universidade pública do país. Pelo ineditismo do pedido e por considerar justa a reivindicação, a FE-USP criou o Projeto Heliópolis que tinha como primeiro objetivo a atuação de estagiários nos projetos e serviços desenvolvidos pela UNAS. Assim, em 2013 cerca de 20 estagiários bolsistas atuaram nos CCAs desenvolvendo atividades junto aos educadores desses equipamentos, coordenados pela Comissão de Formação e por educadores da FE-USP. Esses mesmos estagiários atuaram na EMEF Pres. Campos Salles. 99


No entanto, apenas a relação com os estagiários não era suficiente para atender à reivindicação feita pela UNAS, assim o Prof. Elie Ghanem assumiu a coordenação do Projeto Heliópolis e começou uma série de diálogos que visavam ampliar as formas de atuação da FE-USP na comunidade. Foram feitas, então, as seguintes ações: 

Percurso (for)mativo: uma série de reuniões que tinham o intuito de pensar as questões do bairro e as formas de atuação conjunta entre diferentes atores (em 2013 e 2014);

Educação Democrática Como Desenvolvimento Local: curso de extensão ministrado pelo Prof. Elie Ghanem que contou com a participação de cerca de 60 educadoras da região (em abril de 2014);

Estágios: reuniões de planejamento, acompanhamento e avaliação com os estagiários, gestão do CEU Heliópolis e Comissão de Formação, que em 2014 ampliaram seus locais de atuação para escolas de dentro do Centro e de seu entorno. Em 2015 o Projeto Heliópolis foi encerrado pela FE-USP, mas a parceria entre a

faculdade e a comunidade organizada permaneceu, principalmente através do Prof. Elie Ghanem e da gestão do CEU Heliópolis. No segundo semestre desse mesmo ano, através de outro financiamento, cerca de 30 estagiários bolsistas passaram a atuar no CEU Heliópolis e outros equipamentos da região, através de outro programa também coordenado pelo Profº Elie Ghanen, esse programa vem sendo executado desde então. Além da parceria com a FE-USP, a gestão do CEU Heliópolis também foi procurada pelas faculdades de Licenciatura em Educação Física e Pedagogia do Centro Universitário SENAC, com o intuito de tornar o CEU um polo de estágio para os estudantes desses cursos. Essa parceria foi consolidada no segundo semestre de 2016. A partir de uma avaliação dos pontos positivos e negativos desses processos e refletindo sobre a relação entre as universidades, especialmente as públicas, e as maneiras como elas atuam nos territórios periféricos, a ideia desse processo é (re)inventar essa relação que, em última instância, também pode ser vista como a relação entre a teoria e a prática. Assim, pretendemos que as potencialidades de cada universo contribuam na transformação das práticas educativas nos territórios periféricos e o conhecimento produzido sobre elas, de modo a democratizá-lo. Por isso, em 2017, além dos projetos de estágio a ideia é que a parceria com as universidades possa também ser consolidada através de um Ciclo de Formação articulado em conjunto com a UNICEU Heliópolis, oferecido por docentes e pesquisadores das universidades aos

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educadores de Heliópolis de diversos modos: cursos de extensão, rodas de conversa em momentos de formação continuada, participação em encontros e seminários etc. Desse modo, a expectativa é de que, através dos estágios e do Ciclo de Formação, se possam abrir espaços nos quais os estagiários vivenciem situações reais de trabalho e os educadores tenham momentos de reflexão sobre a própria prática.

Objetivos

Geral 

Fortalecer laços entre as escolas, a comunidade, o CEU e as Universidades, ampliando a rede de abrangência do Bairro Educador, através da criação de espaços de formação, tanto para estudantes universitários, quanto para educadores que atuam em Heliópolis.

Específicos 

Oferecer aos estagiários ampla possibilidade de experiências práticas em diferentes unidades educacionais;

Propor, em diálogo com as escolas, os educadores, o CEU, a UNICEU Heliópolis e as universidades, um Ciclo de Formação.

Ações Para 2016 

Reuniões de avaliação das ações da parceira em 2016;

Reuniões de planejamento da parceria em 2017;

Reuniões de acompanhamento das ações dos estagiários em Heliópolis;

Elaboração de um calendário para o Ciclo de Formação junto à UNICEU

Heliópolis; 

Articulação das escolas e educadores de Heliópolis para participação das ações

do Ciclo de Formação.

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Cronograma Mês Março Março, Abril, Maio, Junho e Julho

Atividade - Reuniões de planejamento e avaliação com os estagiários. - Atuação dos estagiários nas ações do CEU Heliópolis e outras instituições da região; - Reuniões de acompanhamento dos projetos desenvolvidos pelos estagiários; - Articulação de parceria com a UNICEU Heliópolis para a organização de uma agenda para o Ciclo de Formação. Julho - Reuniões de planejamento e avaliação com os estagiários. - Divulgação da agenda do Ciclo de Formação. Agosto, setembro, - Reuniões de acompanhamento dos projetos desenvolvidos outubro pelos estagiários; - Atuação dos estagiários nas ações do CEU Heliópolis e outras instituições do entorno; - Realização do Ciclo de Formação. Novembro e - Reuniões de planejamento para 2018 e avaliação de 2017; Dezembro - Atuação dos estagiários nas ações do CEU Heliópolis.

Parcerias Faculdade de Educação – FEUSP e Centro Universitário - SENAC; UNICEU Heliópolis.

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O CEU Escuta Histórico/ Justificativa Axel Honneth em sua obra “Reificación, un estudio en la teoria del reconocimiento” (2007) promove um retorno ao conceito de Lukács (2003) de “reificação” tentando pensar seu sentido e suas implicações na atualidade. Este autor desenvolve a tese de que na base dos conflitos sociais existe uma luta por reconhecimento. A partir da filosofia do direito de Hegel, ele depreende uma concepção de reconhecimento que se traduz pela expressão ser-consigo-mesmo-no-outro (ou “intuição recíproca”), que se desdobra em etapas afetivas e alcança como dimensão máxima a esfera da solidariedade. As reflexões sobre a obra do autor dentro do contexto da Psicologia Social Comunitária nos proporciona pensar que o que temos tratado como experiência comunitária trata-se de um exercício do reconhecimento nesta esfera da solidariedade. A reificação seria então o esquecimento do reconhecimento, ou ainda, aquilo que barra a possibilidade de uma genuína experiência comunitária. No conceito de Nisbet (1974:48) encontra-se um retrato claro de como a atual compreensão da Psicologia Social Comunitária de comunidade sustenta essa tese: Comunidade abrange todas as formas de relacionamento caracterizado por um grau elevado de intimidade pessoal, profundeza emocional, engajamento moral (...) e continuado no tempo. Ela encontra seu fundamento no homem visto em sua totalidade e não neste ou naquele papel que possa desempenhar na ordem social. (...) A comunidade é a fusão do sentimento e do pensamento, da tradição e da ligação intencional, da participação e da volição.

O homem com tradição, com sentimento, é aquele que é capaz de implicar-se com interesse em relação ao outro, é aquele homem que não é meramente observador passivo de seu entorno social e nem mesmo de sua vida interior. Um dos termos citados merece atenção: participação. Para Honneth, haveria uma concepção de reificação dentro do próprio texto de Lukács, que estaria relacionado a uma atitude de indiferença, ou falta de engajamento existencial. Enquanto a práxis seria o grande movimento do homem na sociedade, a criação dessa relação coisificada seria consequência de um esquecimento da situação originária de reconhecimento, aquela que torna o indivíduo capaz de inserir-se no mundo social. A práxis verdadeira é sinônimo de envolvimento, participação e engajamento preocupado, é enfrentamento da mercantilização. Honneth, portanto, traz a ideia de reificação também para o plano da intersubjetividade e, se não há história do indivíduo e do grupo, ou se há esquecimento dessa história, a práxis 103


verdadeira não ocorre. Portanto, a práxis verdadeira é uma genuína experiência comunitária, na qual há possibilidade de encontro, de compartilhamento de histórias, de troca de sentidos, de valores, de possibilidade de envolvimento, participação e engajamento com o seu próprio destino e de seus próximos, não deixando de lado a importância dos resultados objetivos de tal organização, na forma das reinvindicações que são atendidas, seja pelo poder público, seja pela ação dos próprios grupos da comunidade. Essa teoria nos acresce de semântica para pensar em um projeto que viabilize que o CEU seja um espaço de escuta e organização sistemática de memórias da comunidade, pois assim estaremos trabalhando com a superação da reificação. É somente esse contato que permitirá tanto àquele que escuta, quanto ao que fala, perceber o quão dialética é a luta social e o quão importante é a noção de “continuado no tempo” para definir a comunidade.

Temos como conceitos norteadores a questão da

repressão/desrespeito, da reificação, e da luta pelo reconhecimento e da memória coletiva, de modo que esse projeto possa contribuir com a promoção de uma vivência de auto-realização e colaborar na movimentação da memória coletiva. Tendo em vista que as lideranças comunitárias e o próprio movimento da Juventude muitas vezes nos comunicam sobre a preocupação em relação ao esquecimento e ao desconhecimento da história da comunidade, principalmente por parte dos jovens, pensamos que esse pode ser um fator determinante no processo de desenraizamento. Esse esquecimento também faz muito sentido se pensado a partir do diagnóstico de Walter Benjamin em relação à perda da capacidade de narrar na sociedade moderna, e das dificuldades em apreender uma narração, que nos é evidenciada maravilhosamente por Ecléa Bosi: Nós temos que aprender a amar esse discurso tateante, as suas pausas, as suas franjas, com fios perdidos quase irreparáveis. Bem mais que um documento unilinear, a narrativa da testemunha mostra a complexidade do real. Oferece uma via privilegiada para compreender a articulação dos movimentos da história com a cotidianeidade. É muito belo escutar esse rememorar meditativo da testemunha. E nós então compreendemos que se pode fazer da memória um apoio sólido para a construção do presente e ela se torna para nós uma verdadeira matriz de projetos (Bosi, 2012 – grifos nossos).

Entendendo dessa maneira, podemos então tratar o resgate da memória coletiva de uma comunidade como uma matriz de projetos. Ou seja, atividades ou projetos que foquem a narração coletiva, o compartilhamento de memórias dos indivíduos e do território podem promover uma nova práxis, que seja traduzida em participação e engajamento dos membros da comunidade. 104


A memória compartilhada é composta também da memória individual e todos, dentro de uma linha do tempo, fazem parte da história de uma comunidade, mesmo que apenas habitando o espaço. Agora, se inserir nessa linha implica também em uma evocação de todos os acontecimentos e lutas que permitiram que aquela linha se mantivesse até o ponto em que o indivíduo se insere. "O narrador retira da experiência o que ele conta: sua própria experiência ou a relatada pelos outros. E incorpora as coisas narradas à experiência dos seus ouvintes" (Benjamin, 1994). Ou seja, a memória coletiva é viva, e através dos testemunhos próprios ou de seus pares as pessoas se implicam e se envolvem, entrando em questões que muitas vezes são de difícil acesso.

Objetivos ● Contribuir com o resgate da memória da comunidade de Heliópolis como uma possibilidade de superação da reificação e experiência de reconhecimento recíproco; ● Contribuir com a promoção da identidade comunitária, sob o eixo da memória coletiva; ● Fortalecer a oralidade entre os coletivos; ● Fortalecer os saberes locais (Dialogismo); ● Incentivar a narrativa da memória comunitária como ferramenta de fortalecimento comunitário e das lutas coletivas; ● Promover espaços de fala, escuta, acolhimento e compartilhamento das lutas por redistribuição e reconhecimento no CEU Heliópolis; ● Promover projetos envolvendo as marcas da memória.

Ações Para 2017

Museu Comunitário O Museu Comunitário é uma extensão dos projetos já desenvolvidos pelo CCCECH, desde 2012: Memórias de Heliópolis e Kombi da Memória. As novas ações têm como objetivo final transformar o espaço da Biblioteca, em especial o terceiro andar, em um espaço de exposições sobre a história dos movimentos sociais de Heliópolis, e de muitos de seus moradores. Inicialmente pretende-se organizar o acervo audiovisual e fotográfico já coletado nos projetos Memórias de Heliópolis e Kombi da Memória e ampliá-lo, contando com diversas vias de produção de memórias. Esse 105


espaço também será destinado à realização de escutas e oficinas, para que parte desse acervo seja reconfigurado e se reconstitua a partir de histórias de vida e de luta de pessoas que vão se inserindo ao cotidiano do CEU.

Atividades ● Impressão dos painéis (linha do tempo) com fotografias já existentes do acervo do projeto “Memórias de Heliópolis”; ● Conclusão da Edição de Som do Filme Memória de Heliópolis; ● Veiculação do filme Memórias de Heliópolis nos espaços do CEU e fora dele; ● Levantamento e seleção de acervo audiovisual; ● Articulação de parcerias para o estabelecimento da concepção do museu; ● Levantamento de fundos para a construção do Museu; ● Construção do museu.

Memórias e Resistências Essa ação trata-se de um desdobramento das Clínicas do Testemunho nas Margens, atividades de reparação psicossocial que acontecem a partir de recurso oriundo de um edital do Governo Federal, no qual um projeto submetido pelo grupo Margens Clínicas foi contemplado. O projeto Clínicas do testemunho nas margens pretende constituir Heliópolis e Perus como dois polos da clínica do testemunho. Esse projeto é parte da Comissão da Memória e da Verdade, que busca registrar e fornecer reparação psíquica às vítimas e aos familiares das vítimas de violências no período da ditadura militar no Brasil. Entendendo que a história é um processo contínuo de lutas sociais, consideramos que seja impossível pensar que a violência de Estado não atingiu as periferias durante a ditadura e, especialmente, que não segue atingindo após a transição democrática. Muitas são as histórias de moradores da periferia que sofreram diversas violências durante a ditadura, porém tais pessoas foram silenciadas e suas histórias negligenciadas nas comissões até então organizadas. Além disso, muitos deles não se identificaram como afetados pela violência política, e nem como merecedores da anistia promovida por essas comissões, por isso não buscaram nenhum tipo de reparação. Mesmo considerando esse fato, sabemos que desde os anos 70, a comunidade de Heliópolis iniciou uma luta pela garantia de moradia, luta essa que foi se ampliando com os anos para uma luta pela transformação de Heliópolis e Região em um Bairro 106


Educador. Com essa sistemática organização, centralizada na figura da UNAS e de sua parceria com a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Presidente Campos Salles, muitas foram as conquistas na forma de garantia de direitos e, consequentemente, na alteração da qualidade de vida dos moradores de Heliópolis. Isso resultou em uma diminuição significativa das taxas de violência na região, mas não representa uma ausência da violência de Estado nem no presente, nem no passado. Tendo em vista que as lideranças comunitárias e o próprio movimento da Juventude de Heliópolis nos comunicam sobre a preocupação em relação ao esquecimento e ao desconhecimento da história da comunidade, principalmente por parte dos jovens, pensamos que esse pode ser um fator determinante no processo de desenraizamento. Entendendo dessa maneira, podemos então tratar o resgate da memória coletiva de uma comunidade como uma matriz de projetos. Ou seja, atividades ou projetos que foquem a narração coletiva e o compartilhamento de memórias dos indivíduos e do território podem reforçar a resistência coletiva. Atividades que estimulem uma genuína experiência comunitária, na qual haja possibilidade de encontro, de compartilhamento de histórias, de troca de sentidos e de valores. Isso acarreta, portanto, em uma participação e engajamento das pessoas com o seu próprio destino e de seus próximos, não deixando de lado a importância dos resultados objetivos de tal tipo de organização, na forma das reivindicações que são atendidas, seja pelo poder público, seja pela ação dos próprios grupos da comunidade. Considerando isso, a organização da memória coletiva e o acesso a ela podem ser capazes de produzir resistência e participação e, consequentemente, gerar uma demanda pela garantia de direitos. “A memória deixa de ter um caráter de restauração e passa a ser memória geradora do futuro. (...) O horizonte para o qual tende a memória narrativa é a transição da nostalgia para um “horizonte de espera”, na feliz expressão de Paul Ricoeur. ” (Bosi, 2004, p. 66 e 67) E quando falamos sobre a necessidade de uma práxis verdadeira que conduza a participação e, consequentemente, a um “horizonte de espera” pela garantia de direitos, precisamos destacar que esse engajamento se torna especialmente importante para as comunidades periféricas (periferias econômicas e geográficas). Nessas áreas a vulnerabilidade social, principalmente do jovem, é muito maior. Segundo o “Mapa da

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Juventude Paulistana”7, realizado pelo grupo de pesquisa CEDEC da UNICAMP: “A composição da mortalidade segundo o grupo de causas de óbitos na população jovem de 15 a 29 anos exibe uma forte concentração de mortes relacionadas à causas externas.”*, ou seja, os jovens das periferias não estão morrendo em virtude de doenças, mas vítimas de ações violentas. Esse mapa revela ainda índices muito expressivos de óbitos pelo que chamam de “morte por homicídios e causas legais”, que diz respeito a todas as ações policiais e militares. A pesquisa da GEVAC-UFSCAR (2014) é ainda mais diretiva, evidenciando que quem está morrendo são os jovens, homens, negros, periféricos, ou seja, que há também uma desigualdade racial quando falamos em termos da letalidade policial. Procuramos envolver justamente os jovens vítimas da violência, que, enquanto pesquisadores locais, produzirão marcos da memória que dialoguem com a juventude e disseminem essa história de resistência coletiva pela comunidade. Esse projeto busca produzir uma mudança de olhares, uma maior autoestima e, consequentemente, uma organização da demanda por direitos humanos. Os mobilizadores e sensibilizadores do projeto dentro da comunidade são 9 jovens, que tem passado, desde outubro de 2016 por uma formação em Direitos Humanos e Racismo. Esses jovens contam com uma bolsa e são acompanhados e apoiados para poder lidar com a escuta e contato com as histórias de violência, tanto do período da ditadura, quanto do presente. A formação desses jovens é coordenada pelo grupo de pesquisa em Psicologia Comunitária do Prof. Luis Galeão e da Profa. Vera Paiva (do Instituto de Psicologia da USP), membros da gestão do CEU Heliópolis, da UNAS e do coletivo Margens Clínicas. Os materiais produzidos nas oficinas também poderão ser agregados ao Museu Comunitário, tornando-o permeável à história que segue em curso. Diante das experiências prévias com oficinas e atividades junto aos jovens já percebemos que em muitas das memórias e histórias de violação de direitos narradas, surgem experiências de resistência. Mas essa resistência costuma ser individual e resulta em frustração na transformação de uma conjuntura. Uma das grandes apostas do grupo é que a resistência surge a partir de uma luta por reconhecimento, a qual só ocorre através de uma vivência de solidariedade, no

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* O “Mapa da Juventude da Cidade de São Paulo”, foi realizado pelo Cedec por solicitação da Coordenadoria da Juventude da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP). A pesquisa foi coordenada por Aylane Bousquat Amélia Cohn, Eunice Nakamura, Gabriel Coutinho Barbosa e José Ronaldo Trindade.

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sentido de compartilhamento. A resistência torna-se luta e tem maior poder de combate às injustiças quando se torna coletiva, e quando ganha sentido. A memória é o grande fio condutor desse projeto, principalmente a memória das resistências e das lutas que surgiram a partir das violações de direitos. A resistência, em Heliópolis promoveu e ainda promove transformações em uma sociedade marcada pela desigualdade e injustiça. Trabalhar em uma comunidade periférica e escolher jovens de diferentes instituições desse território, significa pautar questões que são vividas cotidianamente, e isso exige um compromisso ainda maior de todos os envolvidos com a constituição de um coletivo no qual haja respeito e confiança.

Atividades  Atendimento clínico individual e coletivo a partir do edital com a Comissão da  Anistia;  Formação para o grupo de 9 jovens bolsistas, que irão contribuir para: o Identificar as famílias e pessoas que moraram em Heliópolis antes de 1988; o Comunicar e divulgar a possibilidade de atendimento, criar espaços dialógicos sobre o direito à reparação para moradores da periferia, qualificar a capacitação de profissionais da psicologia em atendimento de reparação psicossocial (através do CFP); levar as discussões sobre memória para dentro das escolas; promover conversas públicas sobre a concepção de “afetado pela ditadura” dos Jovens Bolsistas. Conteúdos:  Memória individual e coletiva;  Ações do projeto Memória e Resistência;  Repertório popular sobre a violação de direitos e as lutas por reconhecimento existentes;  Relação entre experiência comunitária e reconhecimento recíproco;  Relação entre memória coletiva e resistência;  Problematização de questões como: Racismo, Homofobia, Machismo e Transfobia no Brasil e em Heliópolis;  Conhecimento sobre o período da ditadura no Brasil e em outros países da América Latina e a relação entre eles; 109


 Capacidade de articulação e mobilização entre os jovens e a comunidade;  Histórias de Heliópolis e da UNAS;  Origem e repercussão da luta por direitos humanos;  Instrumentos e espaços que permitem mobilizar e registrar a memória coletiva;  Possibilidade de relacionar suas experiências com os temas do projeto;  Capacidade de realizar uma análise de conjuntura, entendendo como a história em relação com o presente;

Metodologia:  Espaços para fortalecimento do grupo, enquanto coletivo;  Espaços para escuta das histórias individuais no grupo;  Espaço para proposição de temas e pautas de interesse;  Encontros para formulação do Encontro da Juventude (levantamento de pautas e  temas);  Participação no Encontro da Juventude  Espaço para discussão sobre as experiências dentro das escolas;  Discussão sobre o Ensino Médio em Heliópolis;  Atividades com a Temática de Gênero e Sexualidade;  Atividades com a Temática do Racismo;  Atividades sobre a constituição dos Direitos Humanos;  Pesquisas no território;  Produção de materiais a partir dos encontros;

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Cronograma Período

Atividades

Janeiro

- Reuniões de coordenação do projeto - Retomada do trabalho com os jovens - Organização de um roteiro de entrevistas - Reuniões semanais com os jovens

Fevereiro

- Oficinas sobre “Cartografia das Memórias” - Reuniões semanais com os jovens - Início das entrevistas - Reunião com a UNAS para apresentação do cronograma do ano

Março

- Sistematização das entrevistas - Reuniões Semanais com os Jovens - Conversa Pública sobre o tema “Quem são os afetados pela ditadura?”

Abril

- Produção e compartilhamento dos materiais coletados -Reuniões semanais com os jovens - Finalização do período de bolsas -Planejamento para captação de recursos

Público Alvo Comunidade em geral.

Parcerias Instituto de Psicologia da USP (IP-USP); Coletivo Margens Clínicas, UNAS, Bruta Flor Filmes Produções.

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Oficinas Culturais Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação Cultural, com a colaboração dos outros núcleos. Histórico/Justificativa Apoiados nos princípios do Bairro Educador, buscamos potencializar e difundir as expressões dos saberes locais. Desde 2010, ainda como CCECH, muitos voluntários e estagiários nos procuraram disponibilizando seus conhecimentos para realização de oficinas abertas à comunidade. Para garantir a ocupação do CEU Heliópolis por seus frequentadores, disponibilizamos seus espaços para a realização das oficinas, divulgando-as à comunidade, organizando matrículas e turmas e coordenando o percurso formativo dos grupos que daí se formam, através de ações pedagógicas em conformidade com os princípios do Bairro Educador. Voluntários Em 2016 cerca de 220 estudantes foram atendidos em diversas oficinas realizadas por voluntários e/ou instituições parceiras, incluindo várias modalidades: Título da Atividade Ciranda do Inglês Forró Informática para a 3ª Idade Violão Violão Grafite Teatro 1 - Grupo Artes Simples Teatro 2 - Grupo Artes Simples Ballet Clássico - Baby Class Ballet - Chutando Para o Alvo Ballet - Chutando Para o Alvo Ballet - Chutando Para o Alvo Contato e Improvisação Desenho e Pintura Artes Visuais - Extensão de Jornada Street Dance A – Extensão de Jornada Street Dance B - Extensão de Jornada Street Dance C - Extensão de Jornada Street Dance C - Extensão de Jornada PIA 1 PIA 2

Faixa etária Acima de 10 anos Adultos 3ª Idade Sem limite Sem limite Acima de 14 anos Acima de 12 anos Acima de 12 anos 4 a 7 anos 4 a 6 anos 6 a 8 anos 8 a 10 anos Acima de 16 anos Livre 4 a 14 anos 4 a 14 anos 4 a 14 anos 4 a 14 anos 4 a 14 anos 05 a 07 anos 08 a 10 anos

Frequência 40 15 7 12 12 15 15 20 20 20 20 20 15 17 2 20 20 20 20 5 5

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Programas Em virtude das mudanças na gestão municipal, aguardamos confirmação dos programas que serão mantidos e daqueles que serão lançados pela nova gestão para incluí-los em nossas Oficinas Culturais.

Objetivos ● Viabilizar o oferecimento das oficinas dos voluntários e instituições parceiras aos frequentadores do CEU; ● Articular os saberes locais contidos nessas oficinas aos princípios do Bairro Educador; ● Articular as oficinas oferecidas por voluntários e instituições parceiras ao PPP do CEU Heliópolis; ● Articular oficinas oferecidas pelos programas a serem oferecidos pela PMSP ao PPP do CEU Heliópolis; ● Promover e divulgar o trabalho dos voluntários e das instituições parceiras.

Ações Para 2017 ● Organizar a agenda de cursos, matrículas, turmas e espaços para cada oficina; ● Promover ações formativas para os voluntários a fim de que sejam levadas também aos alunos e alunas; ● Realizar, conforme nosso Calendário Temático, uma Mostra dos Voluntários, com apresentações no mês de novembro.

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Cronograma/Calendário

O Cronograma será desenvolvido ao longo de todo o ano, de acordo com as agendas do CEU, dos grupos e dos voluntários.

PERÍODO

AÇÃO

Janeiro

Organização das oficinas recorrentes;

Fevereiro

Matrículas para novas turmas das oficinas recorrentes e para novos cursos;

Março a Junho

Período de aulas ministradas;

Julho

Reorganização das turmas e período de rematrículas e matrículas novas;

Agosto a Novembro

Período de aulas ministradas;

Final de Novembro

Mostra Cultural dos Voluntários

Público Alvo Comunidade em geral.

Parcerias Grupos locais; Voluntários; Outras instituições e PMSP.

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Agendamento De Quadra Obs.: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/Justificativa Heliópolis é uma comunidade com pouca área livre para a prática de esportes e para o lazer, sendo assim o CEU é um equipamento público que tem o compromisso de atender a esses direitos da comunidade uma vez que possui espaços que atendem a esse fim, como, as quadras poliesportiva, térrea e ao lado da EMEF Pres. Campos Salles. As unidades educacionais localizadas dentro do CEU possuem dia e horário durante a semana já determinados (escolhidos pelas próprias unidades) para o uso das quadras, auxiliando assim no planejamento e desenvolvimento de atividades por parte das educadoras e dos educadores. A partir da perspectiva da gestão democrática, por deliberação do Conselho Gestor, periodicamente é realizado o agendamento dos espaços destinados à prática de Esporte e ao Lazer, com a intencionalidade de garantir o uso a todos os frequentadores do CEU. Para tanto, uma das premissas desse processo desenvolvido foi de que as pessoas organizassem equipes para a realização do agendamento das quadras 8. Essa organização permite a identificação e o agrupamento de pessoas distribuídas nas diversas práticas e modalidades esportivas, além de colocá-los em diálogo com a gestão, que as auxilia na compreensão de que a comunidade é a principal responsável pelo zelo com os espaços. A partir daí, diversos grupos de moradores da comunidade se organizaram em times devidamente cadastrados. Esta organização possibilita ainda a inclusão de crianças na prática livre dos esportes de quadra, pois com os agendamentos todos têm a mesma oportunidade. As quadras podem ser agendadas pelos times cadastrados no CEU. Para formar um time é necessário que todos os membros tenham carteirinha do CEU e se inscrevam na gestão. Toda última quarta-feira do mês esses times podem fazer suas reservas para as quadras: ao lado da ETEC, ao lado da Campos Salles e a Poliesportiva (nos horários em que não são utilizadas pelas escolas e pelas aulas e 8

Atividade com regimento e data específicos para o uso das quadras poliesportivas (em anexo), no qual constam o compromisso e cuidado do espaço e as regras para agendamento todas elaboradas pelo Conselho Gestor.

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cursos do CEU). Em 2016 cerca de 80 times já foram cadastrados e, por mês, aproximadamente 800 pessoas são atendidas através dos agendamentos das quadras.

Objetivo ● Promover à comunidade e às unidades educacionais do CEU e do entorno, oportunidades da prática livre de atividades físicas, recreação, exploração dos espaços assim como a prática de esportes como o futsal, handebol, basquetebol e o voleibol em espaço acolhedor, público e a partir do exercício da autonomia e da responsabilidade, pois a comunidade participa da concepção e do controle das regras de convivência e cuidados para com o espaço.

Ações Para 2017 ● Ampliação da divulgação das regras de uso das quadras do CEU Heliópolis, acordadas no Conselho Gestor; ● Organização das equipes da comunidade; ● Agendamento mensal das quadras poliesportivas; ● Incentivo à reserva de quadras para outros gêneros,modalidades e projetos.

Cronograma/Calendário O agendamento de quadras ocorre na última quarta-feira de cada mês, das 8h00 às 12h00 e das 19h00 às 22h00. Cada equipe pode agendar até quatro horários, com duração de uma hora e meia (1h30min) , não sendo permitido o acúmulo de horários em sequência de jogos.

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Agendamento Da Piscina Obs.: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/Justificativa A partir da perspectiva da gestão democrática, o CEU executa periodicamente agendamento das piscinas com a intencionalidade de garantir o uso à todas unidades educacionais e equipamentos sócio educacionais do CEU e do entorno.

Objetivo ● Auxiliar e facilitar o planejamento e desenvolvimento de atividades por parte das educadoras, fortalecendo os espaços democráticos e o protagonismo infantil, para isso dividimos as piscinas em pequena, média e grande, possibilitando assim acesso a todos usuários.

Ações Para 2017 ● Otimização dos horários; ● Agendamento mensal aberto; ● Horários específicos para o público infantil;

Cronograma/Calendário O agendamento das piscinas é aberto, pode ser feito a qualquer momento, até que se ocupem todos os horários disponíveis, facilitando assim a programação das unidades que possuem horários e rotinas diferentes.

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Uso Recreativo Das Piscinas Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/ Justificativa Embora o lazer seja um direito garantido pela Constituição Federal Brasileira, os territórios periféricos e populares contam com pouquíssimos espaços destinados a este fim. Na região de Heliópolis, os parques aquáticos dos CEUs (Heliópolis e Meninos) são os únicos equipamentos públicos existentes que possibilitam à comunidade o uso de piscinas. Diante disso, o uso recreativo das piscinas pela comunidade sempre foi intenso, e por isso o plano de ação do NEL, amparado pelas propostas aprovadas em Conselho Gestor, incentiva e promove a utilização dos usuários. As regras de uso livre das piscinas foram garantidas pelo Conselho Gestor para que todas as pessoas possam ter seu direito ao lazer. O parque aquático está à disposição para a comunidade em geral aos sábados, domingos, feriados e datas comemorativas.

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Objetivos ● Oferecer oportunidade de lazer para crianças, adolescentes, adultos e idosos; ● Oferecer um uso recreativo não direcionado; ● Atender às famílias;

Ações Para 2017 ● Intensificar as orientações aos usuários para o uso adequado das piscinas; ● Atender à demanda da comunidade nos finais de semana e feriados, e de terça a sexta-feira nos horários de intervalos entre as aulas de natação e hidroginástica Sábados, domingos e feriados das 09h às 18h00. Terça a sexta-feira das 8h00 às 19h00; ● Plano Verão: consiste em ampliar os horários de uso livre das piscinas durante o período de férias (dezembro e janeiro), com atividades recreativas orientadas por Analistas de Informação e Desporto.

Aulas E Projetos - Analistas De Informação E Desporto Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/Justificativa Em função do atendimento à demanda local, as atividades físicas orientadas pelos Analistas de Informação e Desporto, em suas diversas modalidades e em atendimento às diversas faixas etárias, são distribuídas durante o horário de funcionamento do CEU. Todas as atividades objetivam a melhoria da qualidade de vida e a promoção da saúde para todas as idades, e estão voltadas para a prática regular de exercícios e jogos. Considerando a expertise de cada um dos Analistas, o programa esportivo é composto por atividades esportivas gímnicas, aquáticas e coletivas que atendem ao público infantil (a partir dos quatro anos), adultos e idosos. Atualmente, a quantidade de atendimentos com as atividades ultrapassa a margem dos 2100 alunos. 119


Além das aulas, os Analistas desenvolvem atividades de projetos ligados aos processos contínuos do CEU, como o Ludicidade (descrito no capítulo acima, mais especificamente as ações “Lazerlópolis” e “Circuito Lúdico”), o EmagreCeu e o Núcleo da Melhor Idade. Tais projetos compõem a grade de horário de trabalho destes profissionais.

Objetivos ● Qualificar o entendimento das demandas por atividades esportivas no CEU, aumentando, se necessário, a quantidade de aulas com maior procura e remanejar as de menor procura; ● Desenvolver projetos de lazer que venham a ocupar os espaços destinados a este fim; ● Garantir o direito de brincar, assegurado às crianças de 0 a 5 anos, através de atividades lúdicas e educacionais, respeitando as características da faixa etária e proporcionando um atendimento de qualidade.

Ações Para 2017 ● Avaliação das demandas dos usuários do CEU Heliópolis, para a manutenção ou reformulação das atividades esportivas vigentes; ● Ampliação do quadro de aulas e desenvolvimento de projetos, de acordo com a portaria nº 3.844 de 20 de maio de 2016, para a efetiva participação da equipe de Analistas no atendimento às quatro dimensões a que se refere a portaria; ● Ampliação de atendimento à comunidade.

As modalidades oferecidas em formato de aula pelos Analistas em 2017: ● Alongamento - Os alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento, resultando em aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação, resultando também na diminuição de lesões. Benefícios – Aumenta a mobilidade articular, corrige a postura e alivia as tensões e as dores.

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Alongamento - 2017

● Basquete - O basquetebol é um esporte no qual competem duas equipes constituídas por cinco jogadores cada. O objetivo é acertar a cesta da equipe adversária. As aulas consistem em trabalhar a modalidade, principalmente, de forma educacional, estimulando o trabalho em equipe e o respeito ao adversário e às regras do jogo. Benefícios - Desenvolvimento de força, fortalecimento dos ossos, melhora da resistência cardiovascular, melhora do equilíbrio e da coordenação e desenvolvimento da concentração e da autodisciplina. ● Circuito Aeróbico - Combinação de vários exercícios diferentes, montados em forma de circuito, sem pausa para descanso, garantindo o trabalho de músculos diferentes no mesmo exercício, acelerando a queima de calorias se comparado com exercícios aeróbicos convencionais. Benefícios - Melhora o condicionamento físico, alivia o estresse, previne doenças, trabalha todos os músculos e melhora a circulação sanguínea. ● Clube da Caminhada - Atividade de fácil acesso para todas as pessoas, de baixo impacto e sem contraindicações. Benefícios - Melhora a circulação, deixa o pulmão mais eficiente, combate a osteoporose, proporciona sensação de bem-estar, auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes. ● Futsal - O futsal é uma atividade física que desenvolve habilidades motoras gerais como locomoção, coordenação, domínio de bola, manipulação e equilíbrio através de movimentos específicos. Benefícios - Melhora a capacidade cardiovascular e o condicionamento físico em geral, promove melhoria no equilíbrio, na agilidade e na percepção espacial, desenvolve a concentração e a autodisciplina.

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● Ginástica Artística - consiste em um conjunto de exercícios corporais sistematizados, em que se avaliam a força, a agilidade e a elasticidade. Os ginastas realizam exercícios em aparelhos oficiais. Benefícios- Flexibilidade, fortalecimento muscular, aumento do repertório motor, aumento da concentração e da coordenação motora. ● Ginástica Geral - Atividade física que consiste na elaboração de uma coreografia envolvendo todas as possibilidades de movimentos, não possui restrições à participação, sendo acessível a todas as pessoas. Benefícios - Contribui para o bem-estar físico e psíquico, agindo como fator cultural e social, atua na prevenção de doenças e melhora a autoestima. ● Ginástica Localizada - Atividade física que consiste em uma variedade de movimentos simples, geralmente feitos sem o uso de equipamentos, utilizandose de movimentos como flexões e saltos, aproveitando-se apenas do peso do corpo, trabalha músculos específicos. Benefícios - melhora o condicionamento físico, fortalece a musculatura, melhora a agilidade, equilíbrio e coordenação, aumenta a capacidade cardiorrespiratória, melhora a autoestima, bem-estar e disposição.

● Ginástica aeróbica - Atividade física onde se realizam movimentos de ginástica de forma continuada e em alta intensidade, utilizam-se músicas motivacionais e de marcação rápida. Benefícios - Maior socialização e elevação da autoestima, alivia o estresse, melhora a disposição, fortalece os músculos, melhora a circulação, melhora a postura e previne o risco de doenças.

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● Hidroginástica - Atividade física aeróbia leve, que pode ser praticada por todas as pessoas, consiste em realizar movimentos de ginástica dentro da piscina. Benefícios - Melhora a saúde mental, diminui o risco de desenvolver doenças crônicas, melhora a resistência muscular,

melhora

a

flexibilidade

e

o sistema

cardiovascular. ● Iniciação esportiva - Atividade física que oferece ao praticante inúmeras possibilidades e vivências motoras no processo de aprendizagem de um grande número de jogos e modalidades esportivas Benefícios - Melhora a capacidade cardiovascular e o condicionamento físico em geral, promove melhoria no equilíbrio, na agilidade e na percepção espacial, desenvolve a concentração e a autodisciplina, desenvolvimento de senso de equipe e colaborativo, desenvolvendo a solidariedade. ● Agita Kid’s – Atividades lúdico-recreativas que estimulem o desenvolvimento e percepção motora, capacidade Cinestésica e corporal. Benefícios - Estas atividades ampliam qualitativamente o repertório motor levando em consideração a cultura corporal do movimento. ● Atletismo - é um conjunto de atividades esportivas composto por corridas, lançamentos e saltos. Trata-se de uma modalidade esportiva para ser praticada em diferentes espaços e com adaptação de materiais que estimulem o aprendizado. Benefícios - Melhora a capacidade cardiovascular e o condicionamento físico em geral, força e potência muscular, promove melhora do equilíbrio, agilidade, desenvolve a concentração e a autodisciplina, desenvolvimento de senso de equipe e colaborativo, desenvolvendo a solidariedade. ● Natação - Atividade que consiste em deslocar-se no ambiente aquático com independência e autonomia, através de movimentos coordenados de membros inferiores e superiores, aliados à respiração. Benefícios - Fortalecimento da musculatura cardíaca, fortalecimento dos músculos torácicos, melhora a autoestima, reduz o risco de diabetes, equilibra os níveis de colesterol, melhora a força e o tônus muscular.

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● Pilates - Atividade física que utiliza o peso do próprio corpo na execução de seus exercícios. Trabalha a reeducação do movimento através de movimentos suaves e contínuos, com ênfase na concentração, no fortalecimento e na estabilização dos músculos centrais do corpo (Abdômen, coluna e pelve). Benefícios - alonga, tonifica e define a musculatura; melhora a postura; reduz o estresse e alivia as tensões; deixa a coluna mais forte e flexível; aumenta a coordenação e o equilíbrio; corrige sobrecargas e alinha os músculos; melhora a mobilidade e a agilidade; e previne o risco do desenvolvimento de doenças. ● Ritmos - Aula de dança com coreografias estimulantes e simples, misturando vários ritmos atuais como: Dance, Axé, Sertanejo, Música latina. Benefícios- Melhora a coordenação motora, auxilia na diminuição e manutenção do peso, diminui o estresse, proporciona sensação de bem-estar. ● Rugby - Esta modalidade é uma adaptação feita ao jogo de Rugby tradicional, é ideal para a iniciação ao jogo e para a sua implementação em quadras. O jogo não envolve contato físico, sendo o tackle (interceptação do atleta) substituído pelo arrancar de uma (de duas) fitas que cada jogador tem à cintura, e que são presas por velcro a um cinto próprio. Assim, todo o jogo se desenrola com o objetivo de ultrapassar a linha de fundo adversária. Benefícios - Desenvolvimento de disciplina, respeito, lealdade, camaradagem, responsabilidade, comprometimento, espírito de equipe e jogo justo. ● Tênis de mesa - Conhecido popularmente como "pingue-pongue", o esporte requer que o praticante lance a bola com o auxílio de uma raquete, por cima da rede, na área da mesa do adversário, somando pontos quando o oponente não consegue devolvê-la. Benefícios - melhoria de coordenação, força, resistência, velocidade; aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio rápido, melhora os reflexos, desenvolve o controle emocional e melhora o relacionamento interpessoal. ● Vôlei Adaptado - Consiste em segurar a bola recebida para lançá-la para o outro lado da rede. O aluno tem até três toques para que seja obrigado a arremessar com o objetivo de tocar o chão. Voltado para o público idoso. Benefícios - Promove a socialização dos praticantes, aumenta o nível de concentração, melhora a coordenação motora, melhora a respiração e aumenta a resistência cardiopulmonar. 124


● Vôlei - esporte praticado em uma quadra dividida em duas partes por uma rede, possuindo duas equipes de seis jogadores, uma em cada lado. O objetivo é passar a bola sobre a rede de modo que esta toque no chão dentro da quadra adversária, ao mesmo tempo em que se evita que o adversário faça o mesmo. Benefícios - estimula a interação e a sociabilização, aumenta a resistência muscular, diminui o estresse, estimula o senso de equipe, cooperação e solidariedade. ● XADREZ - É um esporte, mas também considerado uma arte e uma ciência. Pode ser classificado como um jogo de tabuleiro de natureza recreativa ou competitiva para dois jogadores. A partida de xadrez é disputada em um tabuleiro de casas claras e escuras, sendo que, no início, cada enxadrista controla dezesseis peças com diferentes formatos e características. O objetivo da partida é dar xeque-mate (também chamado de mate) no rei adversário. Benefícios - Promove o desenvolvimento cerebral, exercita os dois lados do cérebro, aumenta seu QI, ajuda a prevenir o alzheimer, aguça sua criatividade, melhora a capacidade de resolver problemas, ensina planejamento e melhora a tomada de decisão, melhora suas habilidades de leitura, otimiza a melhoria da memória, acelera a recuperação de acidente vascular cerebral: ● DANÇA de SALÃO - A expressão dança de salão refere-se a diversos tipos de dança executados por um par de dançarinos. As danças de salão são consideradas uma forma de entretenimento e de integração social, bem como uma forma de desporto. Benefícios – Favorece a saúde mental, emocional e física, reduz o estresse, aumenta a energia e ajuda a desenvolver a confiança pessoal, melhora o tônus muscular e desenvolve o sistema circulatório, Contribui para o controle de peso e para o desenvolvimento cardiovascular, Aumenta o equilíbrio e a coordenação motora, fortalecendo também pernas e quadris, Melhora a postura e controle corporal, Contribui para a interação social, além de ser uma atividade divertida. ● AVALIAÇÃO FÍSICA - As avaliações físicas são testes antropométricos e ergométricos compostos por uma anmenese, testes de bio-impedância, dobras cutâneas e neuromuscular Benefícios – Identificar o estado atual de condicionamento físico, seja muscular, cardio respiratório e de gordura.

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Atividades oferecidas pelos Analistas em forma de projetos Obs.: As ações “Lazerlópolis” e “Circuito Lúdico” encontram-se no capítulo “Ludicidade” deste PPP.

Núcleo Da Melhor Idade Segundo dados do IBGE, o número de pessoas idosas vêm aumentando de maneira consistente. Como consequência desse aumento, temos a necessidade de uma maior atenção à saúde desse público, pensada de maneira integral, assim como com as suas potências, suas demandas e suas formas de contribuição à sociedade. Por isso, em um primeiro momento, o projeto Núcleo da Melhor Idade, se focará em saber quem são os idosos de hoje da comunidade de Heliópolis, quais são os seus objetivos e projetos, formando assim um grupo solidário, organizando atividades que priorizem o desenvolvimento individual e coletivo de cada participante. O Projeto do Núcleo da Melhor Idade é voltado para homens e mulheres acima de 59 anos de idade.

Objetivos Específicos desta ação ● Proporcionar à pessoa idosa atividade para melhorar a sua saúde física e mental; ● Valorizar a pessoa idosa respeitando suas capacidades pessoais e sua contribuição para a sociedade; ● Descobrir novas possibilidades de movimentos rítmicos; ● Desenvolver a criatividade da pessoa idosa; ● Formar um grupo de convivência, integrando atividades esportivas, educativas e culturais.

Ações para 2017 ● Divulgar o Núcleo da Melhor Idade para aumentar o número de participantes; ● Ofertar atividades que envolvam também o público masculino acima de 60 anos. ● Realizar o Baile da Terceira idade ● Promover o Concurso MISS terceira idade As atividades do Núcleo da Melhor Idade ocorrem às quartas e sextas-feiras, das 09h30 as 11h00, em locais variados do CEU, para pessoas com mais de 59 anos.

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Cronograma PERÍODO

ATIVIDADES

Março

25/03 – Concurso de Bolos Oficina de Bijuterias Eco Sustentáveis

Abril

Apresentação de Ginástica Geral no Aniversário do CEU

Maio

25/05 – Concurso Miss Terceira Idade

Junho

Apresentação no Festival da Paz Apresentação na Festa da Cultura Popular

Agosto

Ida ao teatro

Setembro

16/09 – Baile da Primavera

Outubro/Novembro

Jogos dos Idosos

Dezembro

08/12 – Caminhada Natalina no Parque do Ibirapuera

#EMAGRECEU Em 2016, após período de recesso das atividades esportivas, alguns Analistas de Desporto perceberam que uma boa parte da comunidade se matriculava nas aulas de esportes do CEU Heliópolis buscando aumentar sua qualidade de vida e a promover mais saúde. Além disso, havia também um interesse por informações sobre a prática de exercícios físicos, sobre assuntos relacionados à alimentação e principalmente à redução de medidas corporais. A partir destas demandas, o NEL criou um projeto multidisciplinar, considerando a atuação de outras áreas da saúde que agregassem informações pertinentes ao exercício e à qualidade de vida, especialmente em seus aspectos alimentar e social. A intenção principal do EmagreCEU é oferecer orientação aos alunos das modalidades esportivas oferecidas no CEU Heliópolis sobre hábitos alimentares saudáveis, práticas regulares de exercícios e a qualidade de vida, assim como promover uma reflexão mais aprofundada sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade, especialmente às mulheres. Foi realizada, então, uma primeira edição do projeto que durou de abril a junho de 2016 e contou com a participação de cerca de 60 pessoas, divididas em grupos que 127


competiram entre si a fim de acumular maior quantidade de pontos. Para pontuar, o grupo precisava participar das aulas regulares de esportes oferecidas pelo CEU Heliópolis (no máximo uma aula por dia), das aulas extras aos finais de semana e das orientações nutricionais articuladas pelo NEL com o curso de Nutrição da ETEC Heliópolis. Além disso, as competidoras também passaram por uma avaliação física inicial e final (peso, relação cintura/quadril, porcentagem de massa magra e de gordura) realizadas pelos profissionais de Educação Física do CEU. No último dia, as participantes e os coordenadores realizaram uma festa de encerramento na qual foi anunciada a equipe vencedora, que recebeu um troféu confeccionado na FabLab, e todas as participantes receberam certificado, assim como um relatório de sua evolução física ao longo do projeto. No ano de 2016 foram realizadas duas edições do #EmagreCeu, uma no primeiro e outra no segundo semestre. A segunda edição do #EmagreCeu foi realizada como competição individual, contou com três avaliações de medidas e a parceria da ETEC Heliópolis através de palestras relacionadas À área de nutrição. A terceira edição que será realizada em 2017 será direcionada às alunas(os) matriculadas(os) nas aulas de esportes ofertadas pelo CEU Heliópolis. Contará como recurso com aparelhos para avaliação física, profissionais das áreas da saúde e a parceria do curso de Nutrição da ETEC Heliópolis. A avaliação será realizada através da análise, em reunião do NEL, de uma sistematização dos dados recolhidos durante a realização do projeto.

Objetivos Específicos desta ação: ● Incentivar as alunas das aulas de esporte do CEU Heliópolis a transformar seu estilo de vida e adotar hábitos saudáveis, prevenindo doenças e refletindo sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade. ● Promover a socialização entre as alunas das aulas de esportes do CEU Heliópolis; ● Aumentar a assiduidade às aulas oferecidas pelo CEU Heliópolis; ● Realizar trabalho multidisciplinar em saúde; ● Aumentar a mobilização da comunidade para participar das ações oferecidas pelo CEU Heliópolis; ● Realizar um monitoramento periódico dos alunos.

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Ações para 2017 ● Realizar a terceira edição do #EmagreCEU, reestruturando o projeto com novas metas; ● Novas avaliações que possam delinear melhor a redução de medidas corporais; ● Agregar o projeto às atividades dos demais núcleos do CEU Heliópolis, especialmente o NAC;

Cronograma

PERÍODO

ATIVIDADE

Março

- Divulgação do 3º#EmagreCEU através de folder explicativo com as principais orientações e regulamento

31 de março

- Palestra informativa sobre o #EmagreCEU junto com as professoras e alunas da ETEC

3 a 13 de abril

- Período de inscrições

17 a 20 de abril

- Primeira avaliação

24 de abril (segunda-feira)

- Início da contagem de pontos por atividade

Abril (data a definir)

- Palestra ETEC

Maio (data a definir)

- Palestra ETEC

Junho (data a definir)

- Palestra ETEC

7 a 11 de agosto

- Avaliação intermediária

4 a 8 de dezembro

- Avaliação final

15 de dezembro

- Encerramento do projeto

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Oficinas – Orientadores Voluntários E Parcerias Com Outras Instituições Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Esportes, Lazer e Recreação, com a colaboração dos outros núcleos.

Histórico/Justificativa Em 2009, momento de implantação do CCECH, várias oficinas foram articuladas pelo grupo gestor e oferecidas à população de Heliópolis, sendo a maioria desenvolvida por professores voluntários que permanecem até hoje com suas atividades. Os Orientadores Voluntários e os Orientadores vinculados a instituições parceiras do CEU desenvolvem suas atividades de acordo com o Projeto Político Pedagógico aqui apresentado, e atendem À todas as especificações e condutas para a sua realização. Atualmente cerca de 1000 pessoas são atendidas nas oficinas promovidas pelos Orientadores Voluntários e Parceiros, que agregam crianças a partir dos cinco anos, adolescentes, adultos e idosos.

Objetivo ● Fomentar, articular e monitorar continuamente parcerias e ações de voluntariado para as práticas esportivas, recreacionais e de lazer no CEU, de modo a ampliar o atendimento à população e promover a ampla troca de saberes.

Ações Para 2017 ● Manutenção das oficinas; ● Organização de novas turmas de acordo com a demanda local; ● Plano de ação para o desenvolvimento de projetos compartilhados com os outros núcleos do CEU (educação e cultura); ● Monitoramento dos planos de aulas e do fluxo de pessoas nas atividades; ● Formação continuada aos voluntários, a partir do Projeto Político Pedagógico do CEU. ● Realização de Mostra de Trabalhos dos Voluntários.

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As modalidades desenvolvidas em 2016 pelos Voluntários são ● Capoeira - expressão cultural afro-brasileira que mistura dança, cultura popular e música. É caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos e elementos acrobáticos. Benefícios - resistência, agilidade, flexibilidade, velocidade, equilíbrio, coordenação, melhora as capacidades cardiovascular e respiratória, melhora o condicionamento físico e mental, torna o corpo mais forte e melhora o estado de saúde em geral. ● Karatê - O Karatê é uma arte marcial que consiste em desferir golpes utilizando socos, pontapés, golpes de joelho, cotoveladas e técnicas de mão aberta. Benefícios - fortalece a musculatura cardíaca, ossos e músculos; desenvolve resistência, coordenação motora e visual; diminui o risco do aparecimento de doenças;

desenvolve

paciência,

disciplina,

perseverança,

compreensão,

concentração e foco. ● Kickboxing - Consiste em um método de luta que utiliza golpes como socos, chutes de canela, joelhadas, cotoveladas e chutes dos mais variados possíveis. Benefícios - Perda de peso, definição muscular, melhora no condicionamento físico, cardiovascular e respiratório, melhora na coordenação motora, alívio do estresse, melhoria da autoestima, aumento da agilidade e concentração. ● Taekwondo - Versão de combate desarmado desenvolvido com a finalidade de autodefesa. As técnicas de combate envolvem chutes, bloqueios e esquivas com as mãos e os pés livres para a destruição rápida do movimento do oponente. Benefícios - Melhora a coordenação motora, flexibilidade, equilíbrio e concentração; desenvolve a capacidade de defesa pessoal; desenvolve o espírito de grupo e promove a disciplina; melhora a autoconfiança e a autoestima; promove o autocontrole e o respeito ao próximo. ● Zumba - é um programa de ginástica inspirado principalmente pelas danças latinas. Utiliza-se de coreografias com passos simples e intervalos entre elas com a finalidade de acelerar a queima calórica. Benefícios - Favorece a perda de gordura; aumenta a autoestima e a interação social; melhora a coordenação motora e os reflexos; melhora o sistema cardiovascular; fortalece a musculatura e estimula a memória.

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As modalidades desenvolvidas em 2017 pelos Parceiros ● Futebol de Rua – Calejeiro: “Futebol Callejero” - futebol de rua em tradução livre, nasceu a partir da ideia da Organização Defensores del Chaco em ampliar o espaço de diálogo entre jovens argentinos de comunidades com altos índices de vulnerabilidade social. Atualmente, esta iniciativa se difundiu por toda a América Latina e países da Europa e África. O principal objetivo é fazer com que o futebol, um esporte popular e de massa, sirva de maneira eficiente para a transformação social e formação de lideranças infanto-juvenis, promovendo direitos educativos, culturais e da juventude, tendo em vista a justiça social, a democracia participativa e o desenvolvimento sustentável. As instituições parceiras são a Ação Educativa e a UNAS. ● Futebol de Rua: Esta modalidade de esporte educacional é desenvolvida por uma ONG com sede em Curitiba (PR), que mescla o futebol com atividades educacionais e de orientação através de clínicas, palestras educativas, sempre abordando temas como saúde pública, cultura, atualidades e cidadania. ● Chutando Para O Alvo: O Projeto Chutando para o Alvo teve início com o professor Roberto Jefferson no ano de 2006. Nasceu da necessidade de oportunizar para as crianças e jovens da comunidade de Heliópolis uma atividade na perspectiva de contornar a exposição frente à vulnerabilidade social local, tornando-as “craques na vida”. Este projeto utiliza como principal ferramenta motivadora o esporte, na modalidade futsal, aproveitando o amor e a paixão de seu público pela linguagem universal mais utilizada nos quatro cantos do planeta. Aproveita-se deste enredo para atrair crianças e jovens para transformar suas vidas por intermédio das vivências, ações e valores aplicados durante a prática.

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Junto E Misturado Obs.: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação Educacional em articulação com os outros Núcleos. Histórico/Justificativa O Projeto Junto e Misturado surgiu como uma forma de aproximação e estímulo ao protagonismo da juventude que ocupa o CEU. Em 2015, percebemos que estava acontecendo uma ocupação do espaço hoje conhecido como “saguão da FabLab” pelos jovens da comunidade. Essa ocupação, em alguns momentos, gerava conflitos e não adequada às regras de uso do espaço estabelecidas pelo Conselho Gestor do CEU. Como a equipe de gestão era chamada para mediar algumas dessas situações, criou-se um vínculo com alguns desses jovens. Sabíamos que uma das razões para esse tipo de conflito era a ausência de ações e projetos que estimulasse outras formas de uso dos espaços do CEU. Diante da recorrência dessas questões e da evidente necessidade de envolver esses jovens na concepção e estabelecimento de regras e projetos dentro do CEU, iniciamos um diálogo. Assim, a partir de perguntas tais como “Quais são as maneiras possíveis de se divertir nos espaços do CEU?” “O que significa um espaço público?” realizamos várias reuniões com esses jovens. Logo nos primeiros contatos percebemos que todos aqueles jovens também usavam aquele espaço como ponto de encontro para dançar, cantar, ensaiar, andar de skate. Ou seja, havia muita produção cultural acontecendo e essa era uma das grandes ideias de diversão compartilhada por eles, o que deu origem à 1ª Mostra de Talentos do CEU Heliópolis, em 2015, com o objetivo de dar espaço e estrutura às práticas culturais dos jovens. Com uma programação sugerida por eles, envolvendo canto, dança, música, cinema e um campeonato de skate, a mostra foi um sucesso e mobilizou muitos jovens na organização e realização. Além da Mostra de Talentos e Microfone aberto, a ação também ofereceu a Mostra de Cinema, no dia 28 e 29 de janeiro de 2015, apresentado os filmes “Uma onda no mar”, do diretor Helvécio Ratton,”Pina” de Win Wenders e trechos selecionados do “Grupo DV8”. Esse processo de vinculação e organização junto a esse grupo de jovens mudou muito a relação e a ocupação desse espaço. Hoje pensamos no Junto e Misturado como um projeto que teve seu despertar nessa ação, mas que está relacionado a todas as 133


iniciativas que tem como público-alvo a juventude. Trata-se de um eixo de trabalho essencial, que tem nos revelado a importância dos vínculos e da aposta na juventude como transformadora e protagonista, capaz de inovar e produzir conhecimentos e metodologia para o Bairro Educador. Desde então o Junto e Misturado vem tentando instaurar espaços e tempos fixos de encontro articulados pela coordenação do CEU e direcionados para os diferentes grupos da juventude que frequentam o equipamento. Tais encontros seriam espaços de troca e de construção coletiva, com a intenção de unir os grupos organizados e não organizados e fomentar o protagonismo juvenil, tanto para a gestão do espaço quanto para a criação de projetos e atividades que mobilizem a juventude na luta e garantia pelos seus direitos. Assim, no Junto e Misturado, buscamos articular as três principais ações que o CEU Heliópolis vem realizando com a juventude: Sarau do Polo, Cursinho Preparatório para o Vestibulinho da ETEC e Helipa na Universidade, além da organização do Encontro da Juventude (que está descrito no capítulo “Encontros e Seminários”. Sarau do Polo Em 2017, alguns parceiros da área da cultura trouxeram a ideia de organizar um Sarau, buscando a ocupação cultural de espaços, já iniciada pela exposição “Preto no Branco”, feita no prédio Redondo pelo “Avante, O Coletivo”, próximo ao saguão. Tal exposição trazia elementos da ocupação de Heliópolis, dos barracos e das vielas, acompanhada da produção de dois artistas locais. Para desenvolver e construir conjuntamente o sentido desse Sarau, os jovens do projeto Junto e Misturado foram convidados a participar das reuniões de organização do evento. A ideia central foi apresentada e através de diálogos entre os jovens, os parceiros e a gestão buscou-se criar a identidade desse Sarau, definindo também como ele seria divulgado, quem era o público-alvo, onde ele seria feito. A concepção que saiu dessas reuniões foi de que um Sarau é um encontro de artistas, mas que, artistas não seriam aqueles que já estão “no mercado”, já organizados, mas sim toda e qualquer pessoa que tivesse vontade de compartilhar aquilo que produz, em diversas linguagens: música, teatro, dança, artesanato, poesia, prosa, performance. O foco principal do sarau é a instauração de um encontro fixo em que todos tenham um lugar de fala. O nome “Sarau do Polo” também foi sugerido pelos jovens,

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que seguem chamando o espaço de Polo, assim como grande parte da comunidade, trata-se de um nome afetivo e que representa a identidade do CEU. O primeiro Sarau do Polo aconteceu no dia 20 de janeiro de 2017 e contou com uma grande participação e protagonismo dos jovens na organização, na execução e na avaliação da ação. Na primeira reunião de avaliação decidiu-se que o Sarau do Polo acontecerá uma vez por mês, sempre na primeira sexta-feira, das 18h às 21h. Estabeleceram-se também outros objetivos para essa ação: que esse Sarau seja um movimento que dialogue com outros movimentos culturais que estão atuando em Heliópolis e em toda periferia de São Paulo. Há um registro de todos os encontros com o objetivo de produzir material gráfico e audiovisual para os próprios participantes e para divulgação. Assim focando visibilizar a produção cultural da juventude de Heliópolis e colocá-la em diálogo com a cidade. Cursinho Preparatório para o Vestibulinho da ETEC O Cursinho Preparatório para o Vestibular da ETEC é uma ação que nasceu em 2014, e que foi realizada em 2015 pela UNAS em parceria com a Associação Assistence. Tal projeto tem como objetivo contribuir para o aumento das possibilidades de acesso e permanência nos cursos da ETEC por parte dos alunos da região oriundos de escolas públicas. Apesar da ETEC Heliópolis estar instalada dentro da comunidade e se tratar de uma instituição pública, muitos estudantes de Heliópolis não se sentiam estimulados a prestar o vestibulinho e acabavam desistindo antes mesmo de tentar fazer a prova. Por essa razão, grande parte dos alunos da ETEC vinha de outras regiões da cidade. No ano de 2014 o projeto se desenvolveu graças à contribuição de alguns professores voluntários e a uma parceria com o Projeto Heliópolis, da FE-USP, encerrado em 2015. Por isso, a fim de garantir a continuidade do projeto buscamos novas parcerias e com a ajuda da UNAS – que fez a captação e administração dos recursos e a Assistence que financiou o projeto, pudemos remunerar um grupo de 4 educadores bolsistas e 2 coordenadoras estagiárias. Nesses três anos de duração, já conseguimos alcançar cerca de 420 jovens e hoje o cursinho é um projeto conhecido e procurado pela comunidade. Em 2015 tivemos cerca de 140 inscritos divididos em 4 turmas, além de uma lista de espera com mais de 60 alunos. Cerca de 70 estudantes do cursinho acessaram não só a ETEC Heliópolis, mas outras ETECs da cidade. Em 2016, tivemos 120 alunos divididos em 3 turmas e 135


tivemos uma lista de espera com mais de 100 alunos. Ainda não temos o número exato de alunos do cursinho que ingressaram no ensino técnico. Alguns dos princípios que norteiam o movimento que busca transformar Heliópolis em um bairro educador são a autonomia, a responsabilidade e a solidariedade. Por isso, a UNAS e o CEU Heliópolis procuraram desenvolver neste projeto uma metodologia semelhante à EMEF Pres. Campo Salles, referência em educação inclusiva e democrática. Tal metodologia tem como base a formação de um aluno autônomo, que entenda que a construção do conhecimento se dá de forma coletiva, mas que o aprofundamento não depende apenas do auxílio de um professor ou mesmo de uma aula expositiva. Uma grande parte do trabalho no cursinho é realizada em grupos. A autonomia garante que o espaço de estudos se amplie para além da “sala de aula”, e que esses alunos consigam se adaptar ao ambiente da ETEC. A confiança garante que eles se sintam capazes e não se intimidem diante das provas, situando-os como cidadãos de direitos e deveres. Os educadores responsáveis pelas turmas trabalham com os alunos no primeiro período a partir de um banco de questões de vestibulinhos anteriores, previamente selecionadas e apoiados por livros e materiais didáticos, resolvendo dúvidas dos estudantes e dificuldades que possam surgir no decorrer do processo. Além disso, também trabalham com aulas expositivas, rodas de conversa, seminários, simulados, filmes e confraternizações. No início do ano letivo, organizamos em conjunto com as equipes gestoras da ETEC e das escolas de Ensino Fundamental da comunidade um processo de visitação aos laboratórios e instalações da ETEC Heliópolis. Nesse momento, também realizamos uma palestra sobre a forma de ingresso e os cursos oferecidos na escola. Essa ação tem uma importância simbólica muito grande: os alunos das escolas de ensino fundamental da região entram na ETEC e conhecem seus cursos, seus espaços, sua coordenação e seu modo de funcionamento, começando um processo de identificação daquele local, como um espaço público. Em 2016, não conseguimos financiamento para o projeto e trabalhamos por cerca de 3 meses com 6 educadores voluntários que se revezavam para atender três turmas, duas à tarde e uma à noite. Consideramos de extrema importância a rearticulação dos recursos para continuarmos o atendimento com a mesma qualidade de 2015. Pretendemos manter a metodologia, que foi bem avaliada por professores e alunos, mas aprimorar o 136


acompanhamento individual para identificar e potencializar as capacidades e talentos dos estudantes. Foram realizadas, desde o início do Cursinho, diversas reuniões de avaliação entre os diferentes atores participantes do projeto, também foram elaborados relatórios semanais e final, contendo aspectos qualitativos e quantitativos. O relatório de 2015 pode ser encontrado em: https://goo.gl/ETkVcQ. Helipa na Universidade A partir da experiência do cursinho preparatório para o Vestibulinho da ETEC, observou-se que também havia uma demanda para a realização de um projeto que visasse apoiar os jovens e adultos de Heliópolis que desejam estudar em uma universidade. Sabemos que o sistema de admissão em universidades públicas promove a exclusão de jovens e adultos de baixa renda. O SIS (Síntese de Indicadores Sociais do IBGE) de 2013 revelou que apenas 7,2% dos estudantes de ensino superior estão na faixa dos 20% dos brasileiros com menores rendimentos. A estatística é alarmante, mas também representa avanço, pois em 2004 essa porcentagem de estudantes era de apenas 1,4%. Tal avanço pode ser explicado pelo investimento em políticas de democratização de acesso ao ensino superior iniciado em 2003. Não obstante o aumento pontuado, a estatística ainda escancara a existência de uma enorme desigualdade de oportunidades para os jovens de baixa renda. No contato com algumas escolas estaduais do entorno, pudemos perceber que a maioria dos jovens não considera continuar seus estudos no ensino superior, principalmente em universidades públicas, porque desconhece as políticas existentes de democratização do acesso. O Helipa na Universidade surgiu, em 2015, da inquietação e do desejo de transformar essa realidade. Ainda que seu principal objetivo seja o de aumentar as chances de ingresso dos moradores de Heliópolis nas universidades, principalmente nas públicas, o projeto não se exime de uma reflexão sobre os sistemas de seleção e das condições da escola básica pública, especialmente as de ensino médio, sempre com uma análise do contexto atual. Por isso, investiu-se no desenvolvimento e aprofundamento do pensamento crítico acerca das questões políticas, sociais e culturais, para problematizar e desnaturalizar diversos processos de exclusão experimentados pelos alunos. Além disso, pretendeu-se criar um ambiente afetivo e de confiança, para que os estudantes pudessem, em parceria com os professores e coordenadores, pensar, 137


pesquisar, se informar e, sobretudo, fomentar sonhos, escolhas e desejos individuais e coletivos. Em 2015 foi realizado um projeto piloto, que contemplou 40 estudantes, em parceria com a Geekie, startup criadora de uma plataforma interativa online de estudos para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio – que promove o acesso a diversas universidades federais, ao PROUNI, FIES e colabora no ingresso para algumas universidades estaduais), que opera a partir de um primeiro simulado e das opções de curso do usuário, realizando uma orientação de estudos, com o levantamento das matérias de maior dificuldade do aluno e o posterior gerenciamento de seu tempo de estudo. São indicadas duas horas de uso semanais, e para isso foram organizadas oficinas de duas horas e meia, para orientação e uso da plataforma no laboratório de informática do CEU Heliópolis. Neste piloto, além do uso da plataforma, orientado por um monitor contratado pela Geekie, também foram abordados conteúdos do Ensino Médio, através de oficinas presenciais de redação, atualidades, idiomas e EntreMídias, ministradas por professores voluntários. Essas oficinas foram articuladas para criar um maior vínculo com os jovens, apoiando-os ainda mais em seu preparo para o ENEM. A escolha dos temas dessas oficinas surgiu por meio de uma reflexão sobre os nossos objetivos: queríamos espaços reflexivos, com turmas pequenas, que proporcionassem aproximação entre os alunos para conhecer sua história e suas escolhas. Cada oficina teve mais de uma opção de horário e o uso da plataforma teve três horários disponíveis. O aluno pôde escolher quais as oficinas que desejava participar, de acordo com seu interesse e disponibilidade. A partir dessa experiência, que aconteceu entre setembro e outubro de 2015, concebemos o projeto de 2016, com ações de aproximação com as escolas de ensino médio, próximas ao CEU Heliópolis. A função dessas ações foi divulgar o projeto e, simultaneamente, promover uma discussão sobre o ENEM e o ensino superior como um horizonte possível, dentro da trajetória de vida dos jovens de Heliópolis. Assim, realizamos o evento chamado “Manos e Minas: e agora?”, no qual fizemos uma roda de conversa com a presença de ex-estudantes de escolas públicas, que cursaram ou estão cursando o Ensino Superior em universidades públicas. Em seguida, houve um pequeno sarau com apresentação de coletivos compostos por jovens, frequentadores do CEU Heliópolis. Em seguida, realizamos inscrições e as 60 primeiras pessoas da lista de espera (que continha 90 interessados) foram chamadas a participar de um encontro inicial, no 138


qual os educadores e educandos se apresentaram e discutiram sobre os princípios políticos pedagógicos que norteiam o projeto. Como ferramenta disparadora da discussão foi exibido o documentário “Memórias de Heliópolis”, fomentando o diálogo sobre a vida dos estudantes no bairro, e ressaltando a relação entre o currículo e o território. A partir de uma avaliação realizada com os estudantes em 2015, ampliamos os temas das oficinas, tornando-os mais interdisciplinares e transversais, conforme a proposta do ENEM: Leitura e Escrita; Humanidades, Exatas e Biológicas. A equipe de oficineiros é composta por educadores voluntários e bolsistas (do projeto de estágio da FE-USP), que se reúnem duas vezes por mês para discutir, dentre outras coisas, a interdisciplinaridade de suas áreas de atuação e a adesão ao projeto. Em 2016 o projeto contou com um financiamento da SAP, que viabilizou a contratação de um coordenador e um estagiário, além dos acessos a plataforma Geekie para aqueles que não estavam matriculados no Ensino Médio. Pelo desejo e objetivo de estabelecer um vínculo entre os educadores e os estudantes, organizamos para que cada uma das oficinas tivesse, no máximo, 20 estudantes. Assim, o projeto atingiu 60 pessoas. Em 2017 conseguimos mobilizar uma equipe maior de educadores voluntários. No momento, contamos com 13 educadores, além da equipe de coordenação. O projeto contará com financiamento da SAP, a partir de junho. Nesse primeiro momento de reuniões, consideramos importante realizar uma discussão mais aprofundada sobre os dispositivos pedagógicos que desenvolvemos a partir de nossos objetivos com o projeto.

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O que esperamos alcançar com os alunos? - Que eles m preparados para o vestibular Conteúdos Familiarizado com a prova/ com a experiência de fazer provas Administração do tempo Estratégias para fazer a prova

Quais são nossos dispositivos pedagógicos e seus desdobramentos? - Oficinas - Tutorias - Simulados - Formação para Tutoria - Material Pedagógico - Agenda, calendário e planejamento (temático, calendário de vestibulares, da equipe, dos eventos, das oficinas) - Autônomo para os estudos: - Tutorias (Portfólio) Transformação da relação com o - Passeios/ Idas a campo/ Visitas estudar - Orientação Profissional Postura ativa/ pesquisadora - Oficinas Responsabilidade Que seja produtor de conhecimento Que seja capaz de se avaliar (auto avaliação) - Crítico/ pensamento reflexivo - Divulgação formativa Que seja capaz de desconstruir a - Cine-debate meritocracia, de problematizar os - Oficinas processos de seleção - Orientação Profissional - Integração e desenvolvimento - Tutorias professor/aluno conjuntamente -Oficinas Diálogos -Sarau/confraternizações - Que seja capaz de ler, interpretar e -Oficinas escrever textos Comunicação escrita - Autonomia/ capacidade para fazer - Orientação Profissional escolhas (escolha emancipada) -Tutoria (portfólio) Autoconhecimento -Oficinas Autoestima -Agenda/calendário/planejamento Planejamento/ capacidade de projetar/ fazer projetos Motivação - Protagonismo juvenil/ capacidade -Oficinas de se organizar coletivamente -Tutoria Diálogos/ contato com os espaços de -Agenda/calendário/planejamento organização comunitária e culturais Informado sobre os -Divulgação vestibulares/cursos técnicos, -Eventos/encontros (produzidos a partir da políticas de democratização do demanda da Tutoria) acesso e permanência -Oficinas -Tutoria

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Decidimos que, em 2017, um dos trabalhos principais será a formação dos educadores para a tutoria e sua posterior prática. Entendemos que o desenvolvimento da autonomia para os estudos está diretamente relacionado ao processo da tutoria, a partir do acompanhamento do plano de estudos e da organização dos alunos. Trabalharemos a partir de portfólios e, cada professor, será responsável por cerca de cinco estudantes. Além disso, concebemos a divulgação dentro das escolas como dispositivo pedagógico, buscando torná-la formativa. Pretendemos fazer algumas ações dentro da E.E. Ataliba de Oliveira e da E.E. Manuela Lacerda Vergueiro, envolvendo todas as séries, buscando tratar o tema do acesso ao Ensino Superior de qualidade. Serão apresentadas para a coordenação das escolas algumas propostas de atividades, e grupos de Orientação Profissional serão formados, para serem atendidos no espaço da escola, durante o contraturno. Objetivos Gerais 

Estimular e articular o protagonismo juvenil envolvendo os jovens na criação, gestão e planejamento de projetos e ações do CEU e na comunidade de Heliópolis. Incentivando a abertura de espaços de escuta e debate sobre as principais questões que assolam a juventude hoje.

Instituir um espaço e um lugar fixos nas práticas do CEU a fim de que este estimule o encontro de Jovens para troca de experiências;

Criar ambientes seguros, para que se abordem escolhas e planos de vida;

Formar lideranças entre as juventudes.

Específicos Sarau do Polo  Instituir a cultura de Sarau no CEU; 

Articular e estimular a organização de artistas locais;

Estimular que cada vez mais pessoas engajem-se político-artisticamente.

Cursinho Preparatório para o Vestibulinho da ETEC 

Contribuir para o aumento das possibilidades de acesso, ingresso e permanência de jovens e adultos de Heliópolis e Região na ETEC de Heliópolis.

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Estimular uma postura ativa, autônoma, pesquisadora entre estudantes e professores.

Helipa na Universidade  Aumentar as chances de ingresso e permanência dos jovens e adultos nas universidades públicas, contribuindo para a democratização do acesso e do uso do espaço público. 

Trazer discussões sobre Universidade para dentro das Escolas Públicas Estaduais;

Estimular uma postura ativa, autônoma, pesquisadora entre estudantes e professores;

Contribuir para que o CEU seja visto como um espaço de estudos e circulação para os estudantes de Ensino Médio da região.

Ações E Cronograma Para 2017 Sarau do Polo 

Realização do Sarau do Polo uma vez por mês nas dependências do CEU Heliópolis;

Reunião da organização que é composta por jovens, artistas da comunidade e a gestão do CEU, a cada 15 dias. A reunião tem como objetivo avaliar realizações passadas e planejar novas ações a fim de que estas melhorem e ampliem o sarau;

Visitas a outros saraus da periferia São Paulo;

Discussões sobre as práticas do espaço público, sobretudo o CEU;

Integrar as ações ao Calendário Temático do CEU;

Cafofo poético: criação de espaço de convivência na torre em frente ao Centro Cultural para apropriação da leitura e da escrita, através do contato com áudiotextos, letras de música, filmes e outras manifestações artísticas e culturais, buscando desse modo apoiar a socialização, a troca de conhecimentos e a produção cultural local.

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mar abr mai jun jul ago set out nov dez de 31 28 26 30 28 25 29 1 24

Reunião planejamento Realização do sarau Reunião de avaliação Visita a outros saraus

3 10

7 14 x

5 12

2 9

7 14 x

4 11

1 8

6 13 x

10 17

1 8

dia

Cursinho Preparatório para o Vestibulinho da ETEC Período Março e Abril

Janeiro a Março

Abril a Dezembro

Atividade - Reunião com ETEC e escolas de Ensino Fundamental para articulação das visitas; - Visitas à ETEC. - Rearticulação da parceria financeira; - Contratação de professores; - Planejamento com os professores. - Realização de reuniões pedagógicas semanais; - Realização de aulas do cursinho; - Avaliação do projeto em 2016.

Além desse cronograma, também é possível realizar outras articulações para participação dos alunos e professores: 

Atividades do Calendário Temático;

Reuniões do Movimento Sol da Paz;

Reuniões do Fórum da Juventude da UNAS (uma quarta-feira por mês às 16h);

Encontro da Juventude (agosto) – organização de uma comissão para participar de reuniões prévias.

Helipa na Universidade 

Divulgação e mobilização dentro das escolas;

Oficinas;

Reuniões pedagógicas entre educadores e coordenadores;

Cine-Debates;

Visitas à Universidades

Eventos temáticos

Participação no Encontro da Juventude e Fala Jovem]

Oficina de leitura e produção de textos: Ofertada aos(as) candidatos(as) ao vestibular de Pedagogia da UniCEU, é composta de dois encontros de três horas cada, o primeiro abordando estratégias para organização das ideias a serem 143


usadas no texto argumentativo, sendo pensadas e discutidas em pequenos grupos de trabalho, e o segundo encontro buscando delinear as características e estruturas do texto argumentativo a ser usado na redação avaliativa. PERÍODO ATIVIDADE Fevereiro e - Reuniões de planejamento com os educadores; Março - Mobilização de educadores e coordenadores. Março e - Mobilização e articulação dos educadores e estudantes das escolas de Abril Ensino Médio do entorno: EE Manoela Lacerda Vergueiro e EE Professor Ataliba de Oliveira - Reuniões para organização de um calendário e compartilhamento de concepções. Abril e Maio - Reuniões de planejamento; - Início das oficinas - 2 semanas de apresentação com Tutoria e atividades planejadas Maio Dezembro

a - Reuniões quinzenais para articulação das atividades ao calendário; - Oficinas; - Cine-debates; - Confraternizações; - Reuniões Pedagógicas; - Visita às Universidades - Agosto: participação do Encontro da Juventude; - Avaliação junto a educadores e estudantes.

Público Alvo Todos os moradores de Heliópolis e os usuários do CEU, em especial os jovens, que queiram ingressar em cursos técnicos ou universitários, que tenham trabalhos artísticos para mostrar. Recursos/Parceiros Professores voluntários, coordenadores pedagógicos, material didático, salas de aula. Equipamentos e instalações do CEU, parceria com artistas locais

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Plano De Comunicação Do CEU Histórico E Justificativa O CEU Heliópolis conta, hoje, com alguns dispositivos de comunicação virtual e material em que são feitas divulgações, registros, trocas de informações e diálogos entre a comunidade e a gestão. No âmbito virtual temos a página no Facebook como uma das nossas principais ferramentas. No âmbito material alimentamos comunicação via mural, espaços para colagem de cartazes e folhetos impressos pela gestão. As ações desse projeto serão dividida em três frentes: Virtual, Material e Audiovisual.

Frente Virtual No que diz respeito à comunicação virtual, a página do CEU no Facebook é usada para comunicação, registros e divulgação de ações e eventos que ocorrem no CEU e na comunidade. Funciona, também, como e meio de comunicação e diálogo, tirando dúvidas dos usuários através das mensagens inbox. Até o início de fevereiro, a página do CEU no Facebook nos apresentou os seguintes dados: - 5.496 pessoas fizeram check-in na página; - 2.276 curtiram a página. - Nossa última publicação sobre a oficina de vídeo e cartografia teve o alcance orgânico 898 pessoas, conforme a imagem abaixo.

Numa análise mais geral, temos uma amostra de como se comportou nossa ferramenta de comunicação virtual nos últimos 28 dias. A partir da análise desses dados podemos traçar planos de ações para qualificar as potencialidades que a página já dispõe e alcançar melhor desempenho.

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Frente Material A comunicação por meio de materiais impressos ou artesanais, faz parte da cultura e da comunicação de equipamentos como o CEU e costuma produzir resultados positivos. Murais de recados estão presentes nas unidades educacionais, na FabLabSP, na biblioteca e na gestão. Assim como a comunicação virtual, a comunicação material tem um grande potencial a ser explorado. O alcance, direto e efetivo, aos frequentadores do CEU é a justificativa que sustenta a qualificação desta frente. Tem como finalidade intensificar e ampliar a apropriação e uso dos espaços pelos usuários e demais cidadãos, bem como pormenorizar e elucidar como funciona a gestão do CEU através da atuação do Conselho Gestor. Frente Audiovisual A terceira frente da comunicação do CEU tem como objetivo dar suporte às outras áreas, para produção de recursos audiovisuais. Em anos anteriores tivemos experiências que evidenciam e justificam a consolidação de recursos audiovisuais como frentes importantes de comunicação. Exemplos que mostraram sua eficácia foram o curta-metragem que produzimos contando a história do CEU e a atuação do Conselho Gestor, apresentado em reuniões internas e externas. O uso desses recursos já faz parte

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da dinâmica do CEU, e pode qualificar ainda mais o trabalho desempenhado pela equipe. Outro exemplo, “A Hora do Bairro Educador” é um projeto criado em parceria com a Rádio Heliópolis, emissora comunitária que atua no bairro desde 1992, levando música e informação à comunidade. Junto com representantes da UNAS, da EMEF Presidente Campos Salles, da Biblioteca do CEU e da Biblioteca Comunitária de Heliópolis, fizemos várias reuniões para definir diferentes programas e assuntos, divididos entre as unidades envolvidas, e realizamos diversas ações, visando ocupar os espaços disponíveis na programação da rádio com informações de qualidade, comprometidas com os cinco princípios do Bairro Educador. O intuito desse programa é convidar os moradores do bairro a fazer parte de nossas atividades, conhecer o conceito de Bairro Educador e ser um multiplicador dos seus princípios. Também visamos ocupar os horários da Rádio Heliópolis, estimulando o aumento de sua audiência e contribuindo para sua valorização, dada a sua fundamental importância na constituição do bairro de Heliópolis. Os programas vêm sendo realizados desde o mês de outubro de 2016 e têm repercutido positivamente na comunidade, com a participação ao vivo de ouvintes do bairro e de outras localidades, contribuindo com elogios, sugestões e críticas para a continuidade do trabalho. Em 2017, além da continuidade dessas ações também será criado o “Mediação de Leitura”. Objetivos Geral 

Ampliar, qualificar, difundir, divulgar e registrar os acontecimentos, eventos, programas e projetos que irão acontecer e que aconteceram no CEU e em Heliópolis.

Específicos 

Divulgar para toda a comunidade as ações que acontecem no CEU;

Organizar, sistematizar e arquivar as ações, formando um banco de consulta;

Formação da equipe, a fim de buscar autonomia para desenvolver publicações e suas estratégias de alcance;

Organizar uma comissão de comunicação do CEU para efetivar estes objetivos; 147


Realizar programas de rádio diários na Rádio Heliópolis, no horário das 12h00 às 14h00, mobilizando diversos parceiros e ocupando horários livres para levar os princípios do Bairro Educador a toda comunidade de Heliópolis e região.

Ações Para 2017 Frente Virtual Considerando o panorama da comunicação do CEU traçamos uma série de estratégias para qualificar e ampliar seu alcance, dando maior visibilidade às ações que o equipamento realiza: 

Formar uma comissão de comunicação do CEU, responsável por coletar, organizar e divulgar informes, acontecimentos, ações e projetos do CEU;

Definir coletivamente entre os núcleos a frequência de publicações;

Criar perfis em outras redes, além do Facebook: Instagram, Twitter, ampliando nossa rede virtual;

Disponibilizar a Agenda “Visibilidade da Periferia no Bairro Educador” mensal e semanal;

Definir entre os Núcleos de Ação um dia da semana para fechar a agenda da semana seguinte;

Programar a publicação da Agenda da Semana para as segundas-feiras, no período da manhã;

Padronizar as imagens de divulgação adaptadas a cada rede social e os pontos importantes da informação, para sua melhor;

Montar um Agência Pública de Notícias em parceria com outros projetos, como o “Jovens Comunicadores no Bairro Educador”;

Alimentar

e

usar

como

base

o

site

da

prefeitura:

<http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Page/PortalSMESP/CEUHeliopolis>

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Frente Material 

Produzir material-guia para melhoria da comunicação interna ou externa;

Estruturar e qualificar os espaços de mural;

Montar um arquivo para registrar os eventos ocorridos no CEU;

Criar placas de sinalização para os espaços do CEU: 

Avaliar as que já estão prontas;

Implantá-las;

Validá-las e testar sua eficiência.

Frente Audiovisual 1 -Horário do Bairro Educador “A Hora do Bairro Educador”, é um grupo de programas que acontece de segunda a sexta-feira, das 12h00 às 14h00. Cada programa tem seu tema e roteiro criado por um dos parceiros envolvidos: - Show do Limeira: Programa levado ao ar às segundas-feiras, traz variedades, músicas e show de humor, apresentado por Rubenildo Limeira, artista local, membro da UNAS e coordenador do MOVA-UNAS (Movimento de Alfabetização). - Biblioteca no Fluxo Programa criado e coordenado pela Biblioteca do CEU Heliópolis, em parceria com a Biblioteca Comunitária de Heliópolis. A intenção é se aproximar do público não frequentador da biblioteca, apresentar-lhe seu acervo, divulgar seus espaços e serviços à comunidade, informar e dar visibilidade ao conhecimento que é produzido no bairro. São divulgados no programa trechos falados, pré-gravados, de poesias e outros textos literários e as atividades culturais e esportivas que estão por acontecer na agenda do CEU. - Programa CEU Heliópolis O Programa CEU Heliópolis tem o objetivo de divulgar a agenda cultural, os projetos e ações que acontecem no CEU. A cada semana o programa é apresentado por um coordenador do CEU, abordando diferentes assuntos, acompanhados por informações sobre os eventos que estarão na agenda da semana e as atividades permanentes do CEU: aulas de esporte, o uso do complexo aquático e poliesportivo, emissão de carteirinhas, novos cursos etc. 149


- A escola e você Programa produzido pelos professores e alunos da EMEF Presidente Campos Salles, com o compromisso de divulgar à comunidade um pouco do projeto diferenciado que acontece na escola, levando aos ouvintes informações sobre a elaboração e aplicação dos roteiros de estudo. A cada semana os alunos se preparam para discutir um novo tema, tornando-se protagonistas do fortalecimento dos princípios do Bairro Educador.

- A voz do MOVA O Programa A voz do MOVA é uma realização do CEU Heliópolis em parceria com o MOVA-UNAS, tem a intenção de divulgar as ações do MOVA para a comunidade, valorizar seus educadores(as) e seus educandos(as), sempre na perspectiva da Educação Popular. A cada programa um educador ou educadora do MOVA é entrevistado, contando sua história de vida e sua trajetória no MOVA, acompanhado por uma trilha sonora cuidadosamente escolhida pelo entrevistado(a), a fim de valorizar sua história de vida e estimular outros moradores da região a procurar as salas do MOVAUNAS para alfabetizar-se. Eventualmente, o programa também conta a história do Movimento de Alfabetização em São Paulo e no Brasil. O Horário do Bairro Educador vai ao ar pela Rádio Heliópolis, 87,5 FM e acontecerá de março a dezembro, obedecendo a seguinte organização:

CRONOGRAMA/CALENDÁRIO Programa “A Hora Do Bairro Educador” De Segunda A Sexta-Feira, Das 12 Às 14h00 SEGUNDATERÇAQUARTA-FEIRA QUINTAFEIRA FEIRA FEIRA Show do Biblioteca no Programa CEU A escola Limeira Fluxo Heliópolis você

SEXTAFEIRA e A voz do MOVA

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2 - Vídeos para Mediação de Leitura Criação de vídeos com duração em torno de 5 minutos, para serem divulgados nas redes sociais, apresentando bibliotecários, escritores ou outros convidados, dando dicas de livros, resumos e análises de obras previamente selecionadas. Cronograma de Ações das Frentes de Comunicação Frentes Comunicação

Virtual

Formar Comissão de comunicação Agenda CEU Heliópolis Reuniões com Jovens Comunicadores para criação da Agência Pública de Notícias Alimentação de site prefeitura Produzir Material Guia

Material

Audiovisual

Mural Montagem do arquivo Histórico Placas de sinalização etapa 1 Placas de sinalização etapa 2 Placas de sinalização etapa 3

Ações Fevereiro a Abril Alimentar semanalmente Março a Julho Alimentar semanalmente Semanalmente, conforme Agenda de Eventos Alimentar semanalmente Março/ Abril Maio /Junho Julho / Agosto

Vídeos de divulgação

Durante cada evento com divulgação imediata nas redes sociais

Vídeos de Mediação de Leitura

Mensalmente

Fotos de divulgação

Durante cada evento com divulgação imediata nas redes sociais

Avaliações e reuniões

Mensalmente

Público Alvo 

Usuários do CEU;

Estudantes e educadores da EMEF;

Alunos(as), educadores(as) do MOVA;

Alunos e professores de equipamentos internos e do entorno do CEU;

Ouvintes da Rádio Heliópolis em geral;

Moradores do Bairro Educador. 151


Recursos E Parceiros 

As dependências, as instalações e os equipamentos do CEU;

Site da Prefeitura;

FabLabSP;

Redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter);

Rádio Comunitária de Heliópolis.

EMEF Presidente Campos Salles;

Biblioteca Comunitária de Heliópolis;

MOVA-UNAS;

Gestão do CEU Heliópolis (NAE, NAC e NEL).

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Sustentabilidade Heliópolis: A Economia Solidária Nas Bases Obs.: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação Cultural, com a colaboração dos outros núcleos. Eu não acredito em caridade, eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima pra baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas. Eduardo Galeano

Histórico\ Justificativa O trabalho é uma forma de aprender, de crescer, de amadurecer, e essas oportunidades a economia solidária oferece a todos, sem distinção; O raciocínio horizontal rechaça a divisão social do trabalho no sistema capitalista e sua consequente “meritocracia”. Há igualdade de direitos e de posse dos meios de trabalho e a democracia se faz ferramenta principal. A chamada economia solidária é uma forma associativa e sustentável que aponta princípios, práticas e valores fora de qualquer âmbito de exploração do ser humano ou da natureza. Visa à geração de trabalho e renda, à inclusão social e à promoção do desenvolvimento justo e solidário. Na rede produtiva são diversas as iniciativas econômicas, no campo e na cidade, em que os trabalhadores e trabalhadoras estão organizados coletivamente: associações e grupos de produtores(as), cooperativas de agricultura familiar, cooperativas de coleta e reciclagem, empresas assumidas e recuperadas pelos trabalhadores, redes de produção, comercialização justa e consumo, bancos comunitários, cooperativas de crédito, clubes de trocas, entre outras. São atividades que empreendem práticas sustentáveis, na medida em que desconstroem barreiras sociais, como hábitos consumistas idealizados, por exemplo, ou atitudes depredatórias para com a natureza, desde sua exploração em recursos até o descarte de resíduos em locais inadequados. Na comunidade, desde 2015, tem se articulado uma rede colaborativa entre comerciantes e coletivos culturais, a partir do projeto de Economia Solidária desenvolvido pela UNAS, com o apoio da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária), chamado Rede Coopersol. O CEU Heliópolis tem colaborado com esse processo, como sede de feiras, qualificação de seu acervo teórico na biblioteca e realização de formações para a rede comunitária. Atualmente, vem fortalecendo suas ações como espaço de imersão, formação e práticas para a consolidação de uma rede de 153


economia solidária na comunidade; esta fase também é chamada de incubação de empreendimentos solidários. Além das ações descritas acima, em 2017 a esse projeto também se juntará uma ação iniciada em 2016, chamada “Clube de Mães”, descrita abaixo. Clube de Mães - Círculo de mulheres empoderadas “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” Cora Coralina

Da observação às mães que esperavam seus filhos na brinquedoteca surgiu a indagação: o que podemos fazer junto a elas, de maneira que não fiquem neste tempo só como espera? Nossa intencionalidade com as mulheres de Heliópolis é clara: trabalhar os olhares quanto à condição histórico-social em que estão inseridas, promover novas atitudes (delas para com elas) de maneira a refletir na realidade comunitária. A base deste entendimento reside também no conceito de interseccionalidade: “(...) trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras” (CRENSHAW, 2002: 177).

Segundo o dossiê “Mulheres negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil9”, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em 2013, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões (exceto Sul). Todas as mulheres negras compartilham a comum experiência de comporem uma sociedade que as desprivilegiam. Outro ponto a ser destacado é a forma como os estereótipos vinculados à representação social são fontes inesgotáveis de violência contra as mulheres negras e, também, confinadores sociais. O espaço que propomos a estas mulheres - para além da leitura de que as desigualdades devem ser objetos de produção de conhecimento reflexivo e crítico – vem para acolher as vozes historicamente silenciadas, as vozes das mulheres periféricas, sejam mães ou não. E, uma vez mães, consideramos levantar a ciência das violências que circundam as comunidades, como a violência policial, por exemplo; neste sentido, o senso comum incute que as mães precisam ser fortes (porque o Estado é omisso) e essa 9

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20978 consultado em 08/03/2017

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denominação, além de encobrir a omissão e ilegalidade do Estado, também é desumana ao não reconhecer suas fragilidades próprias da condição humana (e de serem mulheres). O início do clube de mães se deu na escuta destas – postura mediadora para todo o projeto – dos retornos à pergunta: que atividade lhes seria agradável neste meio tempo? Uma “chuva de ideias se apresentou”: conversar num momento de privacidade; instante de se cuidar; ouvir umas às outras; trocar informações; dar e receber apoio. Com estas ideias, podemos também ilustrar a luta das mulheres em executar seus anseios, porque são plenas, e o papel que lhes é atribuído socialmente está aquém dos reais desejos femininos, ou seja, contra qualquer redução de gente a coisa ou a corpoobjeto. Com a mediação da equipe do CEU, o clube nasceu em outubro de 2016 e acontece em círculo, numa mesa grande, na área comum da biblioteca em que se pode também fazer trabalhos manuais coletivos; enquanto as mulheres estão reunidas, suas crianças estão sob acompanhamento de uma recreadora, que lhes dirige atividades lúdicas, planejadas com antecedência. Em novembro e dezembro recebemos o apoio de uma arteterapeuta, que através dos trabalhos coletivos pode promover a escuta como retorno das observações dos resultados destes trabalhos. Para esta fase das participações arteterapêuticas no clube demos o nome de “mulher, um olhar que humaniza o mundo”. Em março está prevista a retomada com a arteterapia, mas através de uma assessoria da profissional em questão para nós da equipe mediadora do CEU, de maneira que atividades desta natureza sigam compondo os trabalhos. Objetivos

Gerais  Promover momentos formativos na perspectiva democrática;  Apoiar como organização/curadoria das feiras de Economia Solidária para mostras de produtos dos empreendimentos que fazem parte da Rede Coopersol;  Alimentar coletivos de convivência e de trocas;  Aperfeiçoar diagnóstico social local;  Promover a quebra do ideal do consumismo como finalidade.

155


Específicos  Assegurar ciclos de formação na linha de pensamento do economista Paul Singer e sob o método da Educação Popular;  Apropriação dos espaços públicos pela população;  Promover memória e identidade;  Trabalhar a autonomia.

Clube de Mães

Gerais  Promover os direitos da mulher  Nutrir a convivência em vista das questões da realidade em comum;  Incentivar a apropriação dos espaços públicos como desenvolvimento coletivo;  Fortalecer as trocas de experiências  Facilitar ações em comum, com base na cultura da Solidariedade.  Específicos  Potencializar o núcleo familiar  Favorecer o bem-estar  Alavancar a comunicação/expressão  Estimular sentimentos de identidade  Proporcionar momentos de saúde e lazer, com inspiração em ações sustentáveis Ações E Cronograma De 2017  Fórum de Sustentabilidade Heliópolis - círculo de pessoas diversas para discussão de questões sócio ambientais. Hoje a urgência está em intervir no acúmulo de resíduos e suas consequências para a saúde pública, e o horizonte é o desenvolvimento integral da comunidade, na perspectiva do Bairro Educador. Segue-se na soma de mais agentes para o processo de levantar - problematizar propor – agir para transformar, com um cronograma de ações do coletivo, por uma Heliópolis Sustentável. Mensal – terceira 5ª feira.  Clube de mães, círculo de mulheres empoderadas – coletivo, que através do círculo de convivência, visa promover vínculos solidários para o fortalecimento 156


das capacidades e saberes das mulheres envolvidas. Periodicidade: semanal. Terças, das 19h às 21h, na biblioteca. 10 de janeiro a 5 de dezembro – 47 encontros, de duas horas cada. Programas na Rádio Comunitária Heliópolis: mensais, a partir de 8 de março, toda segunda quarta-feira de cada mês.  Feiras COOPERSOL Heliópolis – feiras que acompanham o calendário temático do CEU, com participantes da Rede Ecosol (Economia Solidária) de instâncias comunitárias, municipais e estaduais. Mensal, com datas sob definição.  Troca de Saberes e Conhecimentos – mural público com inscrições de profissionais que se disponibilizam para trocar seus serviços com outros profissionais também inscritos. Disponível nas dependências do CEU a partir de maio.  Circuito Formativo – Incubadora Social CEU Heliópolis – plano pedagógico voltado

para

a

formação

de

trabalhadores(as)

em

autogestão

e

empreendedorismo. Aberto para parcerias de coletivos com idéias afins. A partir de maio, com plano e cronograma sob construção.  Programa na Rádio – questões sociais debatidas nos encontros são desdobrados nos programas na rádio comunitária Heliópolis, uma vez por mês, dentro do horário do “Bairro Educador”. Público Alvo Comunidade, usuários do CEU, educandos(as) das EJAs e MOVA Heliópolis, comerciantes e empreendimentos justos e solidários da comunidade. Mulheres a partir de 18 anos, moradoras de Heliópolis (Clube de Mães). Parceiros Rede Coopersol UNAS, Ponto de Cultura Heliópolis, UNISOL, Ponto de Cultura e Economia Solidária do Butantã, Rádio Comunitária Heliópolis – 87.5 FM, Arteterapeuta Isabela Cicalise - voluntária, Recreadora infantil Luiza Martini – voluntária.

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6 – PROGRAMAS A gestão do CEU tem como prerrogativa de seu trabalho a execução de políticas públicas e programas de governo. Devido à mudança de gestão de 2017, aguardamos os programas e políticas que serão mantidos ou transformados.

Recreio Nas Férias Descrição O Programa “Recreio nas Férias” apresenta um novo conceito de lazer e formação lúdica/cultural como integrantes do processo educacional, visando proporcionar às crianças e adolescentes participantes das diversas regiões de São Paulo a possibilidade de perceberem-se como parte viva e pulsante da Cidade, e, assim, fruir os bens culturais e recreativos que ela oferece. O Programa prevê a criação de ambientes de convivência lúdica, de lazer e de desafios, dinamizando os equipamentos sociais das Secretarias envolvidas, enquanto espaços de vivências diversificadas, na perspectiva das Cidades Educadoras. Pretende despertar em cada criança, em cada família, em cada educador a ideia de que o lazer é um direito que deve ser assegurado a todos, imprescindível para a qualidade de vida e o bemestar social. Comunicado Nº 560, publicado pela SME em 08 de abril de 2015.

Em 2017 o Recreio nas Férias aconteceu do dia 16 a 20 de janeiro nos CEUs. Na programação foram realizadas oficinas de artes plásticas, cultura popular e indígena, além de passeios e atividades planejadas pela coordenação do programa e dos agentes recreacionistas. O tema do Recreio de janeiro de 2017 foi “Brincadeiras de Rua”. Direcionadas para crianças entre 4 e 14 anos de idade, foram 300 inscritos no Recreio nas Férias de janeiro. O seu objetivo foi, em alinhamento com o tema do evento, fortalecer a identidade cultural das crianças e incentivar a ludicidade, além de promover práticas artesanais e brincadeiras que desenvolvessem a sua cognição motora.

Periodicidade O Recreio nas Férias é realizado nas férias escolares, normalmente com duração de uma a duas semanas nos meses de janeiro e julho, com data e tema orientados pela SME. O CEU Heliópolis participa da programação desde janeiro de 2012.

Parcerias O Recreio nas Férias é realizado pela SME, em parceria com outras secretarias, além do SESC-SP e outras instituições da cidade. Público Alvo Crianças e adolescentes de 04 a 14 anos. 158


Balanço O CCECH recebeu o programa Recreio nas Férias em todas as suas edições desde 2012. Desde que o Centro se tornou o CEU Heliópolis houve quatro edições, realizadas em Julho de 2015, com o tema “Brincadeiras de Matrizes Africanas”, janeiro de 2016, duas semanas, com o tema “Brincando com Olimpíadas e Paralímpiadas”, julho de 2016, uma semana, com o tema “Brinquedos e Brincadeiras dos Povos Originários do Brasil” e janeiro de 2017, uma semana, com o tema “Brincadeiras de Rua”. Na edição mais recente foram atendidas 300 crianças.

Temático De Artes Marciais Obs: Coordenado prioritariamente pelo Núcleo de Ação de Esportes, Lazer e Recreação, com a colaboração dos outros núcleos. Descrição O Temático de Artes Marciais é um programa da SEME em parceria com as federações de artes marciais, para a prática de Karatê, Boxe, Judô, Jiu-Jitsu, Tae-KwonDo, Tai Chi Chuan, Kung Fu e Kickboxing, como atividades esportivas e recreativas de caráter socioeducativo. As aulas têm uma hora de duração, com três turmas distintas, sendo duas na semana e uma aos sábados. A partir dos quatro anos de idade, todos os interessados podem se inscrever, com exceção do Boxe, que é a partir dos 10 anos e do Tai Chi Chuan, que é a partir dos 17 anos. As federações são responsáveis pelos professores de cada modalidade, assim como pelo fornecimento dos uniformes e materiais esportivos para as oficinas. No CEU Heliópolis a modalidade contemplada neste programa é o Tai Chi Chuan, que teve início em janeiro de 2015. Periodicidade O novo convênio entre SEME e as Federações estabelece mais dois anos de duração. As aulas de Tai Chi Chuan no CEU Heliópolis estão divididas em três turmas: 

Turma A - terças e quintas das 9h30 às 10h30;

Turma B - terças e quintas das 10h30 às 11h30;

Turma C - sábados das 10h15 às11h15.

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Parcerias O Temático de Artes Marciais é uma parceria entre a SEME, as federações de artes marciais de cada uma das modalidades ofertadas e a SME. Público-Alvo Pessoas da comunidade e regiões próximas com idade acima de 17 anos, de ambos os sexos. Balanço O Tai Chi Chuan teve início em janeiro de 2015 e depois de um trabalho de divulgação da modalidade que é pouco conhecida nas regiões periféricas da cidade, a adesão se tornou grande, com aproximadamente 35 alunos por turma. Em 2016 e 2017, dando continuidade ao programa, as aulas são oferecidas nos mesmos horários. Todas as turmas estão com as vagas esgotadas.

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7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENJAMIN, Walter. O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 197-221 BRUCK, Mozahir S. “Memória: enraizar-se é um direito fundamental do ser humano”Entrevista: Eclea Bosi // Interview: Eclea Bosi D Dispositiva- Revista da Pós-graduação da Puc- Minas- n.2 (2012) CAVALLARI, V.R. e ZACHARIAS, V. Trabalhando com recreação. 2.ed. São Paulo: Ícone,1994. CASTRILLÓN, Silvia. O direito de ler e de escrever. São Paulo: Pulo do Gato, 2011. CRENSHAW, K. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory, and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum, 14, 1989. DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva. 3a ed. 2001. FREIRE, Paulo; Freire, Ana Maria de Araújo (org.). Educação e Política. São Paulo: Paz e Terra, 2015. HONNETH, Axel. Reificación: un studio en la teoria del reconocimiento. Buenos Aires: Katz, 2007b. ________________.Luta por Reconhecimento: a gramática social dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2009. LANE, Sílvia T.M. Histórico e Fundamentos da Psicologia Comunitária no Brasil. In: CAMPOS, PADILHA, Paulo Roberto; Silva, Roberto da (org). Educação com qualidade social - a experiência dos CEUs em São Paulo. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2004. SANTIS, Marília de. De favela a bairro educador: protagonismo comunitário em Heliópolis. Disseração (mestrado). Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2014. SÍNTESE DE INDICADORES SOCIAIS (SIS). Rio de Janeiro: IBGE, 2013. VÁRIOS AUTORES. Heliópolis bairro educador: a construção de um pólo de educação e cultura. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2008. Legislação: SÃO PAULO. Decreto Nº 50.740, de 16 de julho de 2009.

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___________. Decreto Nº 56.079 de 29 de abril de 2015 ___________. Portaria SME Nº 4.672, de 05 de dezembro de 2006. ___________. Comunicado Nº 560 SME-SP, de 08 de abril de 2015. ___________. Portaria SME Nº 7.464, de 03 de dezembro de 2015. ___________. Portaria SME Nº 8.004, de 14 de dezembro de 2016. ___________. Decreto Nº 57.478 de 28 de novenbro de 2016. ___________. Decreto Nº 3.844 de 20 de maio de 2016. ___________. Portaria Nº 7.779 de 25 de novembro de 2016.

Sites: Portal de Notícias da PMSP http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/noticias/?p=19802 consultado em 21/06/2016 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/dec/formacao/index.php?p=8 465 consultado em 27/06/2016 Associação de Arteterapia do Estado de São Paulo http://aatesp.com.br/arteterapia.aspx consultado em 07-03-2017 Dossiê “Mulheres negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil”, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20978 consultado em 07-03-2017 Centro de Referências em Educação Integral http://educacaointegral.org.br/ consultado em 29/11/2015 Futebol de Rua http://www.futebolderua.org consultado em 27/06/2016. www.acaoeducativa.org.br consultado em 27/06/2016. http://educacaointegral.org.br/experiencias-internacionais/futebol-callejero-colabora-naconstrucao-da-cidadania-de-jovens/ consultado em 27/06/2016.

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Outros www.fedeesp.org.br consultado em 27/06/2016. www.oe.org.br consultado em 27/06/2016. http://projetochutandoparaoalvo.blogspot.com consultado em 27/06/2016. http://teen.ibge.gov.br/mao-na-roda/idosos.html consultado em 27/06/2016.

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8 – ANEXOS

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REGULAMENTO DE USO DAS QUADRAS

TERMO DE COMPROMISSO O CEU Heliópolis Prof. Arlete Persoli é um espaço Educacional e Cultural que nasceu da conquista da comunidade organizada que luta por melhores condições de vida de seus moradores. Assim, sua participação e o zelo pelo espaço são de fundamental importância na manutenção de nossa nobre missão: Transformar Heliópolis num Bairro Educador. Para tanto, pedimos sua colaboração para o uso adequado das Quadras de Esportes, observando os seguintes itens: 1. Usar somente calçados adequados; 2. Cuidar da limpeza, não jogando objetos no chão como papéis, plásticos, bitucas de cigarros, etc.; 3. Cuidar para que os componentes da quadra sejam usados adequadamente (traves, redes, cestos, etc.); 4. Não entrar na quadra portando comidas nem bebidas, exceto água; 5. Usar somente as entradas da quadra, não permitindo que se danifiquem as grades que circundam o espaço; 6. Não ultrapassar o horário previsto para o término de sua reserva, liberando a quadra para o agendamento seguinte sem atraso; 7. Sempre apresentar à Segurança o comprovante de reserva. Se perder ou rasurar, solicitar outra via com antecedência à Gestão do Esporte; 8. Apresentar à Segurança nos dias dos jogos a Carteirinha do CEU, ou na falta desta, apresentar comprovante de identidade oficial; 9. Alertar sempre os componentes do time não somente sobre as regras das quadras, mas também as regras do CEU como um todo, por exemplo, a proibição de bebidas alcoólicas, uso de drogas, cigarros etc.; 10. É de responsabilidade da equipe trazer o equipamento a ser utilizado (bola especifica, coletes, bomba de bola, fardamento, etc..) 11. Orientar as pessoas que compõem seu time sobre as regras descritas acima; 12. Cada time terá direito a quatro agendamentos mensais de uma hora e meia cada; 13. O agendamento será sempre na última quarta-feira de cada mês, das 8h às 12h e das 19h às 21h30.

Responsáveis pelo time Nome:__________________________________________________ Data de nasc. ______/______/______ RG: __________________________________ Telefone: ____________________________ Nº carteirinha: ________________ Assinatura: _________________________________

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