INTERLÚDIO
deslocamentos e encantamentos: um convite à leitura vânia fialho Antropóloga; Coordenadora do Núcleo de Pernambuco do Projeto Nova Cartografia Social; Professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco.
Entre Encantados e encantamentos, estamos diante de um conjunto de narrativas que deslocam o nosso lugar e nosso olhar sobre o mundo. Como nos comunicamos aqui através da língua portuguesa, inicio com uma provocação, considerando que o des-locar tem importância fulcral nesse nosso entrevero. Vou assumir esse atrevimento e solicitar que a leitura deste texto seja realizada de forma deslocada no intuito de retirar cada leitor ou leitora de seu lugar comum. Intercalarei os parágrafos que escrevi com a poesia de Graça Graúna1, escritora indígena Potiguara do Rio Grande do Norte, posicionando-a na margem direita do texto. Advirto que a relação entre os dois textos não é linear, mas compõem o jogo de palavras que desconcerta o porvir, assim como o conteúdo das três publicações resultantes do projeto Cosmonucleação Regenerativa e Encantamento no Manejo de Territórios Tradicionais em Pernambuco, realizado através da rede 1. GRAÚNA, Graça. Flora da Mata. Belo Horizonte: Penninha Edições, 2014. 25