Jornadas de Enfermagem: refletir na pandemia, perspetivar o futuro - resumos

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JORNADAS

Créditos da imagem: ©Enf.º João Paiva

design: DEII - D.er Luís Baptista

MAIO

Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro RESUMOS

www.chualgarve.min-saude.pt

publicação disponivel no ISSUU


JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

COMISSÃO ORGANIZADORA

COMISSÃO CIENTÍFICA

Ana Rita Oliveira André Rodrigues Andrea Martins Andreia Leão Cátia Páscoa Carla Albino Carlos Gomes Daniela Lopes Débora Martins Gina Pereira Graça Rainha Helder Pino Isabel Outeiro Joana Fontes Joana Pereira José Garcia Josefina Pina Liliana Pereira Magda Climaco Mariana Santos Marlene Silvestre Sónia Fontinha Tânia Gonçalves Telma Quaresma

Adriana Martins Ana Rita Grilo Cláudia Branco Diana Filipe Florinda Jacinto Françoise Lopes Iria Gonzalez Joana Figueira João Gonçalves José Neutel Marco Piedade Paula Gomes Pedro Rocha Tânia Martins Gonçalves

JÚRI DO CONCURSO DE FOTOGRAFIA Miguel Gonçalves André Martins Pedro Rodrigues Silva Sérgio Pastrana Ana Sousa Daniela Teixeira Rodrigo Soares

GRAFISMO

Ilustração: ©Enf. João Paiva Design: ©CHUA2021 Departamento de Ensino, Investigação e Inovação Der. Luís Baptista


JORNADAS DE ENFERMAGEM

Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro INDICE

05 | PROGRAMA DAS JORNADAS

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80

| MENSAGENS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO | MENSAGENS DE PARCEIROS SOCIAIS | RESUMOS 28 | DIA 10 39 | DIA 11 48 | DIA 12 58 | DIA 13 71 | DIA 14 | APOIOS


JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro


JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

PROGRAMA DAS JORNADAS

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

OBJETIVOS • Assinalar o contributo dos enfermeiros na resposta dos serviços de saúde à atual situação pandémica; • Refletir sobre os desafios experienciados e as estratégias definidas por enfermeiros em diferentes contextos; • Contribuir para o desenvolvimento de habilidades facilitadoras da tomada de decisão e intervenção em situações futuras.

10 MAIO LOCAL: Auditório do CHUA Unidade de Hospitalar de Portimão 9h00 - Sessão de abertura Dr.ª Ana Castro

Presidente do Conselho de Administração

Enf.ª Mariana Santos Enfermeira Diretora

Enf. Sérgio Branco Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros

FUNDAMENTAÇÃO Estas jornadas visam celebrar o Dia Internacional do Enfermeiro e incidem precisamente na contribuição essencial dos enfermeiros na defesa da saúde, relevando a reflexão acerca da imprescindibilidade da sua intervenção na prestação dos cuidados, na gestão das organizações, nas funções de assessoria, no ensino e na investigação. Tendo por preâmbulo o tema que o ICN anunciou para comemorar este dia – “Uma voz para liderar: uma visão para o futuro dos cuidados de saúde”. Nestas jornadas procurar-se-á promover a profissão e influenciar estratégias futuras, subsidiadas na partilha dos desafios que diversos enfermeiros do Centro Hospitalar Universitário do Algarve enfrentaram. Num período onde a

Comissão de Honra Enfermeiros Gestores e Gestores em funções de Direção do CHUA

10h15 - Covid 19: Impacte e estratégias em situação pandémica Moderador: Enf. Filipe Beato

Prevenção e Controlo de Infeção: uma realidade em constante atualização Enf.ª Ana Dora Veiga e Enf.ª Daniela Louro

11h00 - Coffee break 11h30 - Obstetrícia e Ginecologia em tempo de pandemia: Enfermagem, que desafios? Moderadora: Enf.ª Antónia Nabais

Nascer na pandemia

imprevisibilidade ganhou enfâse e a necessidade

Enf.ª Carla Duarte

de readaptação foi uma constante, apropriar-nos

Intervenções de Enfermagem na Grávida com SARS-CoV-2

do presente para refletir e partilhar sobre o passado, confere-nos a oportunidade de reescrever

Enf.ª Cristina Galucho

o futuro do cuidado de enfermagem e definir um

Experiências no Puerpério em Internamento de COVID-19

legado que eleva o perfil dos enfermeiros e garante o CUIDAR.

Enf.ª Catarina Guiomar

Cantinho de amamentação: apoio em tempo de pandemia Enf.ª Sandra Palma

Cuidar da utente do foro Ginecológico na pandemia Enf.ª Patrícia Messias

13h15 - Almoço

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

14h30 - Enfermagem pediátrica em tempos de pandemia: Entender o passado para preparar o futuro Moderadora: Enf.ª Fátima Maia

Pandemia: vivências em contexto pediátrico

Enf.ª Maria Ricardo e Enf.ª Telma Justino

Os heróis também têm medo Enf.ª Susana Silva

Fénix, o renascer do cuidar em pediatria Enf. José Neutel

16h15 - Momento Musical

Enf.ª Joana Rato Enf. Bruno Davide Estudante de Enfermagem Gonçalo Rosa

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11h30 - Doente crítico em contexto pandémico: desafios em tempo de crise Moderador: Enf. Fernando Aleixo

VMER: A Enfermagem pré-hospitalar na linha da frente. Que desafios? Enf. José Marvão

COVID-19 e os Serviços de Urgência Básicos: uma reflexão sobre a pandemia Enf.ª Isabel Outeiro

Desafios na liderança de equipas: o medo do desconhecido Enf. Pedro Rocha

13h00 - Almoço 14h30 - SU e a continuidade dos cuidados em tempo de pandemia: a articulação com os outros serviços Moderador: Enf. Vitor Jacinto

Sistemas de resposta rápida: um olhar para além da pandemia LOCAL: Auditório do CHUA Unidade de Hospitalar de Faro 9h00 - Pandemia e a urgência: impacte, planeamento e reestruturação Moderador: Enf. José Brás

Pandemia e agora? A restruturação organizacional inicial do Serviço de Urgência face ao desconhecido

Enf.ª Joana Barbosa

Circuito do doente cirúrgico: experiência num contexto atípico Enf.ª Ana Sanches e Enf.ª Gina Pereira

SARS-CoV-2 no SU: Doente suspeito vs doente infetado, do teste ao internamento Enf.ª Alda Pereira

15h45 - Momento Musical Enf.ª Liliana Mendes

Enf.ª Filomena Martins

Resiliência e Gestão Operacional: A reinvenção organizacional contínua Enf.ª Maria Manuel Vieira

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Serviço de Urgência: uma nova realidade Enf.ª Leonor Luís

A Enfermagem na gestão de recursos materiais e equipamentos Enf.ª Adelaide Aparício e Enf.ª Sónia Camilo

10h30 - Coffee break 11h00 - Ligação em direto com curso SBV a decorrer em simultâneo no CHUA

LOCAL: Auditório do CHUA Unidade de Hospitalar de Faro 9h00 - Formação em contexto pandémico: um desafio Moderadora: Enf.ª Françoise Lopes

Disrupção: desafios para o ensino em enfermagem Prof.ª Helena José

Resposta emergente no CHUA: dos constrangimentos às oportunidades

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

Enf.ª Tânia Gonçalves

Resiliência e supervisão clínica: o testemunho do enfermeiro orientador Enf.ª Sofia Sequeira

Ensino clínico em pandemia: um catalisador de transformações

Estudante de enfermagem Inês Rego

10h30 - Coffee break 11h00 - Resiliência: a prática que acompanha a melhor evidência Apresentadora: Enf.ª Felizarda Santiago Enf. Sérgio Branco Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros

12h00 - Gestão: refletir sobre o passado, projetar o futuro Moderadora: Enf.ª Conceição Cruz Enf. Nelson Guerra Presidente da APEGEL

13 MAIO LOCAL: Auditório do CHUA Unidade de Hospitalar de Portimão 9h00 - Unidades COVID: do planeamento à realidade Moderadora: Enf.ª Sara Mourão

Experiência na Unidade Hospitalar de Portimão Enf.ª Liliana Beato

Experiência na Unidade Hospitalar de Faro Enf. Vasco Fernandes

Para além do Plano de Contingência: os 4R’s de um serviço de medicina Enf.ª Paula Gomes

Continuar a cuidar “na” e “para além” da pandemia (vídeo) Enf.ª Joana Fontes

13h00 - Almoço

10h30 - Coffee break

14h30 - Gerir a imprevisibilidade

11h00 - A realidade numa Unidade de Cuidados Intensivos

Moderadora: Enf.ª Neida Isaías

Planos de contigência Enf.ª Amélia Gracias

Reorganização e expansão de serviços Enf.ª Fernanda Henriques

Moderador: Enf.º Álvaro José Silva

Integrar e capacitar enfermeiros na UCI COVID durante a fase de pandemia Enf.ª Rita Martins e Enf.ª Inês Santos

Humanização em UCI: utopia ou realidade

Hospital de Campanha: um desafio superado

Enfª. Ana Paula Faustino

16h00 - Momento Musical

Enfª. Natália Mendonça

Enf.ª Monique Cabrita

Enf.ª Cristina Paulo

Amor entrelinhas: a partilha de uma experiência Luto em tempos de pandemia: o que muda na hora do adeus? Enfª. Ana Carrancha

12h30 - Almoço 14h00 - As unidades de contigência como recurso Moderador: Enf. Fernando Gregório

Unidade no Centro de Medidicina Física e Reabilitação do Sul Enf. João Lopes

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

Unidade no Hospital de Santa Maria Enf.ª Joana Pereira

Unidade no Hospital de São Gonçalo Enf.ª Vera Calado

Estratégias de promoção da Saúde Mental em tempos de pandemia Enf.ª Iria Gonzalez

A Experiência na primeira pessoa Enf. Samuel Martins

15h15 - Foco na Proximidade: Realidades Domiciliárias na Pandemia Moderadora: Enf.ª Alexandra Ferreira

Hospitalização domiciliária Enf.ª Ana Nascimento

COVID Casa

Enf. Acácio Rodrigues

12h30 - Almoço 14h00 - Experiência de Gestão em tempo de pandemia Apresentadora: Enf.ª Diretora Mariana Santos Dr. Jorge Botelho Sr. Secretário de Estado e Coordenador Regional COVID

14h30 - Momento de Homenagem

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Homenagem aos enfermeiros aposentados

LOCAL: Universidade do Algarve Campus da Penha, Auditório 1.5

Momento Musical

9h00 - Quando o utente é o profissional: o Serviço de Saúde Ocupacional Moderador: Enf. Ricardo Mestre

Os rastreios e a vigilância: intervenção de enfermagem

Vídeo de homenagem aos enfermeiros do CHUA Brasa Doirada

Entrega de prémios do concurso de fotografia Sessão de Encerramento Enf.ª Mariana Santos Enfermeira Diretora

Enf. Marcelino Correia

A vacinação: contributo diferenciador do enfermeiro Enf.ª Manuela Simão

Regressar ao serviço depois de ter contraído a doença COVID 19 Enf.ª Teresa Garcia

O Serviço de Saúde Ocupacional está preparado para o futuro? Enf.ª Cláudia Branco

10h30 - Coffee break 11h00 - Cuidar em Saúde Mental: desafios face a uma Pandemia (in)visível Moderadora: Enf.ª Paula Franco

O papel do enfermeiro na Equipa de Saúde Mental Comunitária: novos desafios Enf.ª Cristina Amorim

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

MENSAGENS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

Refletir na pandemia leva-nos a repensar em tudo o que foi feito neste último ano, a incerteza, o desconhecido, mas acima de tudo, a capacidade de trabalhar em equipa, de nos reinventarmos, de conseguir transformar as fragilidades em modos de trabalho inovadores, sempre com o objectivo de conseguirmos os melhores cuidados para os nossos doentes. Foi com muito orgulho que trabalhei lado a lado com todos os nossos profissionais, e com eles superámos desafios e vencemos tantas batalhas. Mas nem tudo foram sucessos, todos sabemos que na saúde o nosso trabalho por vezes não tem o desfecho que gostaríamos, mas ainda assim, considero que, desde que tenhamos feito tudo o que podíamos para que esses doentes estivessem confortáveis e com dignidade, então fizemos tudo o que era devido e expectável. Esta semana será de reflexões no âmbito da enfermagem, e quero desejar que as vossas sessões de trabalho sejam bem sucedidas, pois delas sairão melhorias para a qualidade dos cuidados que prestam diariamente. Que possam olhar para o que a pandemia nos trouxe e ensinou, e que possam chegar a conclusões que nos permitam perspectivar um futuro mais risonho e acima de tudo mais saudável, sempre num ambiente de multidisciplinaridade, pois os cuidados de saúde requerem sempre uma equipa de excelência, que sejam parte activa e crítica nesta equipa, e que com isso os nossos doentes tenham sempre cuidados de saúde que merecem. Votos de bom trabalho e um bom dia do Enfermeiro.

Ana Castro Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

“Enfermeiro: Uma voz para liderar. Uma visão para o futuro dos cuidados de Saúde” Este é o tema do ICN para a comemoração do Dia Internacional do Enfermeiro. Este tema não é mais do que o reflexo daquilo que foram os últimos tempos da prestação de cuidados de Enfermagem. Foi necessário liderar uma prestação de cuidados onde o inesperado obrigou a uma capacidade de resiliência sem precedentes. Os Enfermeiros conseguiram, desde o início da pandemia, reestruturar a sua atuação às necessidades impostas a cada momento, onde o inesperado surgia e se afigurava sempre mais exigente… A intervenção de Enfermagem foi determinante na resposta à pandemia. O Enfermeiro esteve sempre no centro dos cuidados, identificou necessidades, elaborou planos de intervenção e esteve em permanente avaliação dos resultados, reestruturando a sua prática tendo como horizonte o CUIDAR!... A prática de Enfermagem reafirmou-se, não só na resposta dada na linha da frente, onde foi necessário enfrentar o primeiro impacto do desconhecido, como também no seio das diversas equipas das outras áreas que se viram desfalcadas para apoiar as prioridades impostas, assim como devastadas pela própria pandemia. Comprovou-se que a resiliência não foi uma conquista mas que é intrínseca ao “saber ser” em Enfermagem. Podemos pois, orgulharmo-nos por estas Jornadas de Enfermagem que não são mais que um momento de reflexão sobre uma prática em contextos atípicos, conturbados e de difícil controlo. Sendo esta capacidade de resposta que permitiu afirmar a Enfermagem, dando-lhe mais visibilidade e credibilidade. E porque provamos que temos “voz para liderar”, cabe-nos perspetivar uma prática para o “futuro dos cuidados de saúde”.

Mariana Santos Enfermeira Diretora do Centro Hospitalar Universitário do Algarve

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

MENSAGENS DE PARCEIROS SOCIAIS

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

Mensagem do Bispo do Algarve para o Dia do Enfermeiro Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve Prezados(as) Enfermeiros(as) do Algarve A celebração do vosso Dia Internacional, no próximo dia 12 de maio, proporciona-me a oportunidade para vos saudar fraterna e cordialmente e vos dirigir esta mensagem, interpretando o sentir de toda a comunidade católica algarvia, como também de quantos possam rever-se nos sentimentos que nela exprimo. A minha primeira palavra é de reconhecimento e gratidão pelo vosso testemunho, presente no modo dedicado como desempenhais o vosso trabalho em benefício de quantos são entregues aos vossos cuidados. A consciência dos riscos que correis, particularmente em tempos da COVID 19, riscos que alguns de vós não pudestes evitar, não diminuiu a vossa disponibilidade e a vossa dedicação. Por isso mesmo quero exprimir-vos, neste vosso Dia Internacional, a minha estima e o meu muito obrigado pelo vosso testemunho. Se bem que saibamos, à luz da fé, que a vida e a saúde são dons de Deus ou como refere o povo em linguagem simples “estamos nas mãos de Deus”, sabemos também que Ele distribui estes dons atra-

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

vés de pessoas que arriscam e doam a sua própria vida, com palavras e, sobretudo, com gestos generosos e heroicos. A doença, que tem sempre um rosto - o rosto de todas as pessoas doentes -, é oportunidade para questionar o sentido da vida e para procurar um significado novo e um caminho novo para a própria existência. Na assistência ao doente desempenhais um papel insubstituível: estabelecer uma relação direta e contínua com ele; escutar as suas necessidades que ultrapassam o âmbito do cuidar do corpo; aceitar a confiança e a solicitude em vós depositadas como parte fundamental e integrante do processo de cura, que o vosso Código deontológico bem sintetiza nestas palavras: promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento. Se é verdade que isto exige de vós um elevado profissionalismo, apoiados numa contínua atualização e especialização aos mais diversos níveis, também é verdade que isto não dispensa o cultivo de relações humanas personalizadas de acolhimento e proximidade, dando um contributo decisivo ao processo curativo e reabilitativo. Com efeito, diante da singularidade de cada situação, não basta seguir um protocolo, mas é exigido um contínuo e persistente esforço de discernimento e de atenção a cada pessoa. Tudo isto faz da vossa profissão uma verdadeira missão, e faz de vós “peritos em humanidade”, chamados a desempenhar uma tarefa insubstituível de humanização numa sociedade distraída, que com alguma frequência esquece as pessoas mais débeis. A sensibilidade que adquiris, no contato diário com os doentes, torna-vos promotores da vida e da dignidade da pessoa, assumidos como valores prioritários. A atenção à espiritualidade e o desejo, tantas vezes não manifestado de assistência religiosa, representa para muitos doentes um elemento fundamental de sentido e de serenidade, particularmente importante na fragilidade e na doença. Para a Igreja, os doentes são pessoas nas quais Jesus está particularmente presente, uma vez que Ele próprio se identifica com eles: “Estava doente e visitastes-me” (Mt 25, 36). Permito-me recordar-vos ainda, com o Papa Francisco, neste vosso dia, o poder sanador da ternura e da compaixão. Um toque, um sorriso, reveste-se de grande importância para o doente. O gesto, embora discreto e simples, anima-o, fá-lo sentir-se acompanhado, incute-lhe esperança na recuperação da saúde, ao ver-se tratado como pessoa e não um número. Atitudes que este tempo de pandemia veio dar ainda maior relevo e importância, unidas à dedicação e generosidade dos profissionais de saúde em geral, dos voluntários, dos capelães hospitalares que, com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, ajudam, tratam, confortam e servem tantos doentes e os seus familiares. Equipas de homens e mulheres que optam por fixar aqueles rostos, ocupando-se das suas feridas visíveis e invisíveis, que sentem como próximo em virtude da pertença comum à família humana. (...) e cuja proximidade é um bálsamo precioso, que dá apoio e consolação a quem sofre na doença.

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

Por feliz coincidência, a data escolhida para assinalar vosso Dia Internacional, estimados(as) enfermeiros(as), - o dia do nascimento de Florence Nightingale (1820), considerada a fundadora da enfermagem moderna -, ocorre na véspera do 13 de maio, dia escolhido pela Virgem Maria para vir, em Portugal, ao encontro dos seus filhos e para lhes oferecer consolação, estímulo e alento, ao longo da sua peregrinação na terra. Invoco a sua proteção sobre cada um de vós, como Mãe de ternura e de misericórdia, ela que acompanhou o sofrimento do seu Filho Jesus junto à cruz, o acolheu no seu regaço materno e viveu em silêncio a dor da sua morte, na esperança da luz da sua ressurreição. E que, como Senhora dos Aflitos e Saúde dos Enfermos, vos assista, cada dia, no exercício da vossa nobre missão. Faro, 20 de abril de 2021. + Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve cf. Papa Francisco, Discurso Aos Membros da FNOPI, 3.3.2018. cfr Papa Francisco, Mensagem para o dia mundial do doente, Roma, 20.12.2020.

Dia do Enfermeiro Um dia de todos os dias. A pandemia sublinhou a importância do essencial. O Serviço Nacional de Saúde e os Enfermeiros são parte desse essencial. Os Enfermeiros estão no coração das respostas e das dinâmicas das comunidades. São credores da nossa gratidão, mas devemos ir mais longe no reconhecimento do seu papel na sociedade. António Pina Presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve - AMAL

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Nunca como agora a Saúde esteve tão presente na ordem do dia. A pandemia COVID-19 é um dos maiores, se não mesmo o maior desafio colocado, nos tempos recentes, aos vários grupos profissionais da Saúde. A competência, experiência, responsabilidade e capacidade de inovação – atributos há muito reconhecidos aos enfermeiros portugueses – têm sido determinantes para a resposta dada a esta ameaça global. Merece sublinhar igualmente a competência relacional destes peritos em humanidade, proporcionando o devido conforto aos utentes. Um bem-haja pelo V/ trabalho e dedicação. Hugo Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Lagos

Uma palavra de conforto e de encorajamento àqueles que mais diretamente lidam com os doentes, muitas vezes, sabe-se lá em que condições, mas sempre com uma dedicação extrema. Para as enfermeiras e para os enfermeiros, a minha homenagem, o meu apreço e a minha admiração. Francisco Amaral, Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim

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JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

O Centro Distrital de Segurança Social associa-se às comemorações do dia do Enfermeiro, verdadeiros heróis neste capítulo que a Humanidade atravessa. Acreditamos que este será um ano de mudança e de esperança, e é assente nesta premissa que continuamos a acreditar que unidos somos mais fortes. Margarida Flores Diretora do Centro Distrital da Segurança Social de Faro.

Agradeço e felicito todos os enfermeiros pela dedicação, pelo humanismo e profissionalismo que depositam, diariamente, no exercício desta nobre profissão. Neste período conturbado de pandemia, os enfermeiros demonstraram que a sua missão vai muito além dos cuidados de saúde. A enfermagem é um ato de amor ao próximo. Bem hajam! Ana Paula Martins A Presidente da Câmara Municipal de Tavira

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Costuma dizer-se que nem todos os super-heróis usam capa colorida, e é bem verdade: muitos vestem bata branca e salvam vidas. A esses, hoje é dia de dizer “Obrigado!” por cuidarem, por salvarem, por lutarem por cada um de nós ao longo do último ano – e sempre! Feliz Dia do Enfermeiro. João Fernandes Presidente da Região de Turismo do Algarve

Aos enfermeiros cuja vocação e o sentido de missão se transformam, diariamente e independentemente da dureza das circunstâncias, no serviço ao próximo, cumpre-nos o dever de reconhecimento e profunda gratidão. Obrigado. Osvaldo dos Santos Gonçalves Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim

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Num ano impar no que se refere à saúde individual e coletiva dos cidadãos do mundo, portugueses e particularmente cidadãos algarvios, destaco o trabalho dos enfermeiros pelo seu desempenho no cumprimento de cuidados seguros e de alta qualidade prestados à população. Os enfermeiros são o pilar de qualquer sistema de saúde e hoje, que é o seu dia “Dia Internacional do Enfermeiro” quero dar os parabéns a cada um de vós, pelo empenho, dedicação, profissionalismo e talento na arte de saber cuidar. As suas competências permitem intervir nas diferentes áreas de promoção de saúde, junto dos indivíduos, famílias e comunidades e ainda na prevenção da doença. Os enfermeiros que hoje atravessam talvez um dos maiores desafios da sua profissão, na batalha contra a Covid-19, têm dado provas inequívocas de estar à altura de tal desafio, com longas e difíceis horas de trabalho, correndo riscos de lesões, infeções, acompanhado de uma elevada carga na saúde mental, por tudo que envolve esta pandemia. Quero, pois, felicitar todos os enfermeiros, que apesar das dificuldades vivenciadas pela pandemia depositam um esforço diário no exercício da sua profissão em prol da segurança dos cidadãos. Vítor Norberto de Morais Vaz Pinto O Comandante Regional do Algarve

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O Município de Loulé felicita e agradece a tod@s @s Enfermeir@s da região do Algarve, todo o enorme esforço que diariamente têm empreendido e certamente continuarão a empreender, na defesa e proteção da saúde dos nossos concidadãos e da comunidade em geral, contribuindo para a dignificação da sua classe profissional e para a afirmação do algarve como região segura. Vitor Aleixo Presidente - Câmara Municipal de Loulé

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Os profissionais do CHUA, e em particular os enfermeiros, agradecem, a todos, pelas vossas mensagens. Muito Obrigado!




RESUMOS

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10h15 - Covid 19: Impacte e estratégias em situação pandémica MODERADOR: FILIPE BEATO NOTA BIOGRÁFICA Bacharelato em Enfermagem em 1998. Licenciatura em Enfermagem em 2006, exerceu funções no bloco operatório até 2008. Enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica em 2008, tendo desempenhado funções de enfermeiro especialista no Bloco Operatório de 2009 até 2012. Desde maio de 2012, é enfermeiro gestor no Serviço Central de Esterilização na Unidade Hospitalar de Portimão do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

Prevenção e controlo de infeção: uma realidade em constante atualização ORADORAS: ANA DORA VEIGA, DANIELA LOURO NOTAS BIOGRÁFICAS Ana Dora Veiga Enfermeira gestora; frequentou o Curso de Estudos Superiores Especializados em Enfermagem Médico-cirúrgica na componente de Higiene Hospitalar; Mestre em Infeção Associada aos Cuidados de Saúde; integra o Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA) da Unidade Hospitalar de Faro desde 2001. Daniela Louro Licenciada em Enfermagem, em 2006, pela Escola Superior de Enfermagem de Chaves; enfermeira especialista e mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica, em 2013, pela Universidade Católica Portuguesa; a exercer funções no GCL-PPCIRA da Unidade Hospitalar de Portimão/Lagos desde 2017.

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RESUMO Os enfermeiros que integram os GCL-PPCIRA debatem-se diariamente com as medidas a adotar perante a identificação de agentes infeciosos ou potencialmente infeciosos. Com o surgir do SARS-CoV-2, verificou-se a necessidade de reforço de aplicação de todas as medidas que já anteriormente eram indicadas, mas nem sempre cumpridas até à exaustão. Nunca a promoção da segurança de utentes e profissionais esteve na ordem do dia como durante a pandemia, através da redefinição de circuitos, a disponibilização de equipamento de proteção individual (EPI) e a formação /informação célere e segura. Nunca o trabalho em equipa se mostrou tão importante e imprescindível. Desde março de 2020 até janeiro de 2021, pode-se dizer que a unidade de saúde se foi preparando para dar resposta às necessidades de utentes e profissionais. Mesmo assim, a acompanhar o aumento de casos na comunidade, foi aumentando o número de casos dentro da unidade de saúde obrigando à investigação de possíveis surtos fora das áreas dedicadas. A taxa de infecção nosocomial por SARS-Cov-2 identificada foi de 0,57/100 doentes (março de 2020 a abril de 2021). O aumento substancial do consumo de EPI foi acompanhado por uma maior produção de resíduos de grupo III, apesar de se terem verificado menos doentes internados e menos dias de internamento. Relativamente aos agentes comummente identificados nas infeções associadas aos cuidados de saúde, verificou-se uma redução na ordem dos 50% nas taxas de infeção por Staphylococus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Enterobacteriaceas produtoras de carbapenemases. Importa manter a vigilância, a aplicação de medidas básicas de prevenção e controlo de infeção e a perceção de que um individuo (utente ou profissional) com teste negativo para SARS-CoV2, não significa necessariamente ausência de risco de transmissão. Protejam-se e promovam cuidados seguros. No âmbito da pandemia, o grande objetivo do GCL-PPCIRA foi planear e implementar medidas de boas práticas para prevenção e controlo da transmissão de SARS-CoV-2. Estas medidas requerem a identificação rápida de casos suspeitos, criação de circuitos para casos suspeitos e não suspeitos de infeção por SARS-CoV-2 e a adesão às precauções básicas de prevenção e controlo de infeção, nomeadamente a higiene frequente das mãos, a etiqueta respiratória, o uso criterioso e correto do EPI e o controlo ambiental. Outra vertente importante é a formação que, durante o ano 2020, teve particular relevância junto dos profissionais de saúde na prevenção e controlo da transmissão do SARS-CoV-2. Esta pandemia veio salientar o papel importante que o GCL-PPCIRA tem junto dos serviços e a necessidade de estar em constante atualização.

* Os textos dos resumos são da responsabilidade dos proponentes.

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11h30 - Obstetrícia e ginecologia em tempo de pandemia: enfermagem, que desafios? MODERADORA: ANTÓNIA NABAIS NOTA BIOGRÁFICA Natural de Angola, iniciou funções no Hospital de Faro a 4 de janeiro de 1985 no serviço de Medicina. Terminou a Especialidade de Saúde Materna e Obstétrica em 1990. Iniciou funções no Bloco de Partos de Faro a 4 de dezembro do mesmo ano até fevereiro de 1996, tendo sido posteriormente transferida para o serviço de Obstetricia/puérperas onde exerceu funções como especialista até ao ano 2000. Por sua vez, neste ano tomou posse como enfermeira chefe e exerceu funções no mesmo serviço até junho de 2006. De julho de 2006 a fevereiro de 2011, a sua atividade profissional teve lugar no Serviço de Urgência. E, em 2011, integrou a recém-criada Unidade de Convalescença de Faro, onde trabalhou até setembro de 2012. A posteriori abriu o serviço de Medicina III, onde exerceu funções até julho de 2015. Até à presente data, é enfermeira gestora no Bloco de Partos de Faro.

Nascer na pandemia ORADORA: CARLA DUARTE NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira há 24 anos e especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia há 11 anos; é pós-graduada em Gestão e Administração na Saúde. Durante o seu percurso profissional exerceu funções nos serviços de Ortopedia, Especialidades Cirúrgicas, Cardiologia e Obstetrícia. Em 2010 iniciou funções como especialista na área supramencionada no Serviço de Urgência de Ginecologia/ Obstetrícia e Bloco de Partos da Unidade Hospitalar de Portimão. É formadora em Preparação para o Parto, Babyoga, Massagem Infantil e Hipnobirthing. RESUMO Volvido 1 ano e 5 meses do início da pandemia de COVID-19 é necessário refletir sobre o que foi feito e sobre o que ainda se pode fazer. Experienciar uma pandemia foi algo novo para quase todos nós, como cidadãos, como utentes e como profissionais de saúde. Foram necessárias mudanças na organização do cuidado de enfermagem, no contexto da prática clínica e, essencialmente, no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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* Os textos dos resumos são da responsabilidade dos proponentes.


JORNADAS Enfermagem: Refletir na pandemia, Perspetivar o futuro

Os primeiros casos de COVID-19 surgiram na China e o que parecia distante rapidamente se dissipou por todo o mundo. Foram emanadas diretrizes pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Direção Geral da Saúde (DGS), mas, na realidade, cada país, cada cidade, cada instituição adaptou-as à sua realidade. Nascer em pandemia desencadeou medo e ansiedade por parte das utentes e dos profissionais de saúde. No serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA, o acesso aos pais foi restrito, tendo a grávida deixado de ter acompanhante, numa fase inicial, durante o trabalho de parto, assim como no decurso das visitas no período pós-parto. Foi uma fase difícil para os casais e para os profissionais de saúde. Nunca descurando o cuidar, foi dada atenção redobrada às nossas utentes e encontradas estratégias que pudessem minimizar o impacto desta pandemia na vida dos casais e dos bebés. Ao longo deste ano e meio, muito se aprendeu acerca do vírus e, com ele, também as práticas dos profissionais de saúde foram alteradas, assim como a presença do pai no nascimento, tendo sempre em mente o bem-estar da tríade. Atualmente, em função das orientações emitidas pela DGS e dos dados epidemiológicos relacionados com a pandemia, a nível nacional, está a ser alterada novamente a conduta em sala de partos e no serviço de Obstetrícia. Estão a ser realizados esforços para que o pai/ acompanhante muito em breve possa voltar a acompanhar a grávida em trabalho de parto e no puerpério com horário mais alargado.

Intervenções de enfermagem na grávida com SARS-CoV-2 ORADORA: CRISTINA GALUCHO NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde de Beja, em 2006. Mestre na área de especialização de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica pela Universidade de Évora, em 2013. Desempenha funções na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA desde 2008. Iniciou funções no serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia em 2012, desempenhando funções de enfermeira especialista desde setembro de 2013 até à presente data. RESUMO Devido ao contexto de pandemia e às restrições inerentes, tornou-se necessário adaptar o serviço de Urgência de Obstetrícia/Ginecologia, no que concerne a circuitos e recursos humanos, conferindo uma nova dinâmica ao serviço.

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No início da pandemia, deparámo-nos com muitas dúvidas e questões acerca da afeção do vírus SARS-CoV-2 durante a gravidez, no momento do parto e transmissão ao recém nascido (RN). No decorrer deste ano pandémico inferimos que a grávida não tem risco acrescido de infeção e são raros os RN´s positivos para SARS-CoV-2 nas primeiras horas de vida. De salientar que baseámos a nossa atuação sempre nas orientações da DGS. Foi criado um circuito de atendimento para grávidas suspeitas/confirmadas com SARS-CoV-2, destacando um enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica para a prestação de cuidados. Esta envolvência pandémica acresceu o volume de trabalho, aumentou a pressão psicológica dos profissionais, implicando ajustes organizacionais constantes.

Experiências no Puerpério em Internamento COVID-19 ORADORA: CATARINA GUIOMAR NOTA BIOGRÁFICA Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Saúde Jean Piaget do Algarve, em 2009. Mestranda do Curso de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Promotora de Aleitamento Materno desde 2010, integrando a equipa do Cantinho de Amamentação desde 2015. Iniciou funções na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA a 11 de maio de 2010 no serviço de Obstetrícia. Integrou a equipa do serviço de Medicina 3 de 2012 a 2015, regressando ao serviço de Obstetrícia em setembro de 2015, local onde tem exercido funções até à presente data. RESUMO A OMS declarou a COVID-19 como pandemia no dia 11 de março de 2020. A 23 de março de 2020, o serviço de Obstetrícia, Unidade de Puerpério, teve a necessidade de se restruturar, com a sua mobilização e integração no espaço físico do serviço de Ginecologia. Neste sentido, criaram-se duas áreas distintas, não COVID-19 e COVID-19 (no edifício principal). Subsequentemente, o espaço físico do serviço de Obstetrícia ficou exclusivamente destinado ao serviço COVID-19 Puerpério/Ginecologia.

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Neste período, onde os sentimentos predominantes eram a insegurança, medo do desconhecido e também de nos infetar, tivemos de ser capazes de superar os nossos sentimentos para nos adaptarmos à nova realidade, continuando a cuidar de forma holística e individualizada da puérpera e do RN. Sendo o puerpério um período de grande vulnerabilidade, a ausência do pai como acompanhante na prestação de cuidados ao seu filho, teve um impacto negativo na vivência da maternidade e da paternidade, causando elevados níveis de stress e ansiedade. A equipa de enfermagem teve um papel fundamental no apoio à díade. Não obstante, a partir do dia 29 de março de 2020 regressámos ao espaço físico do serviço de Obstetrícia, uma vez que houve novas reestruturações na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA. Neste sentido, as puérperas com teste positivo para SARS-CoV-2, apesar de parirem no edifício principal, uma vez cumprido o recobro imediato, são transferidas para o serviço de COVID-19 (localizado no outro edifício do hospital, destinado exclusivamente à área COVID-19). A equipa de enfermagem sofreu um processo de adaptação, de forma a dar resposta às necessidades pandémicas para que seja possível manter os padrões de qualidade e alcançar as expectativas das mães e dos pais.

Cantinho de amamentação: apoio em tempo de pandemia ORADORA: SANDRA PALMA NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira nesta Instituição há 22 anos, exerceu funções em vários serviços e atualmente presta cuidados no serviço de Obstetrícia da Unidade Hospitalar de Portimão. Possui o Curso de Conselheira em Aleitamento Materno pela OMS/UNICEF desde 2007 e tem prestado cuidados no Cantinho da Amamentação desde a sua génese. RESUMO O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio foi creditado como Hospital Amigo dos Bebés em 2008. O Cantinho da Amamentação surgiu para dar resposta à necessidade de apoiar as famílias após a alta da maternidade, nomeadamente em questões relacionadas com o aleitamento materno e cuidados à mãe/bebé. Todas as puérperas são encaminhadas para este Cantinho da Amamentação e contactadas três a quatro dias após a alta. O aconselhamento pode ser presencial ou telefónico. Em tempo de pandemia, o atendimento passou a ser maioritariamente telefónico, dando prioridade às situações urgentes. Pretende-se retomar em

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pleno a atividade presencial, pois o contacto telefónico tem lacunas no que concerne aos procedimentos que algumas mães necessitam para conduzir com sucesso o seu projeto de amamentação.

Cuidar da utente do foro ginecológico na pandemia ORADORA: PATRÍCIA MESSIAS NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem, em 2009, pela Escola Superior de Saúde de Faro; Mestranda em Enfermagem na área de especialização de Enfermagem de Reabilitação. Desempenha funções, desde 2009, na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA. Desde 2018 que exerce funções no serviço de Ginecologia. RESUMO Em janeiro de 2020, a OMS declarou uma emergência de saúde pública associada à infeção por SARS-CoV-2. O desconhecido, associado à natureza pandémica desta situação, fez aflorar uma corrente de medo, não só em todo o mundo, como na nossa organização e, mais especificamente, no nosso serviço. Perante esta situação de exceção, o reajuste constante foi imprescindível, face às alterações quase diárias. No seio deste reajuste permanente, a equipa de enfermagem assumiu um papel fundamental no desenho e implementação de toda uma estratégia para nos adequarmos às novas condições do ambiente envolvente. Esta adaptação assentou numa reorganização do funcionamento de todo o serviço, na manutenção de informação atualizada e adequada no seio da equipa, disponibilização de EPI, bem como conhecimento/treino da sua adequada e eficiente utilização. Para além disso, foi importante potenciar a resiliência da equipa face à situação pandémica, através da capacitação da mesma para uma adequada performance. Perante esta premissa, tornou-se crucial otimizar as relações interpessoais dentro da equipa, colmatando as necessidades individuais de cada profissional, aspeto imprescindível à promoção de um ambiente envolvente adequado e facilitador de uma prestação de cuidados capaz de dar resposta às necessidades das pessoas em situação de doença internadas no serviço. A situação pandémica trouxe momentos desafiantes no íntimo das nossas vidas, mas também enquanto profissionais de saúde, deixando-nos vulneráveis. Nesta vulnerabilidade, as estratégias inovadoras são potenciadas e, num espírito de missão abnegado, característico dos enfermeiros, objetivamos alcançar a meta a que diariamente nos propomos quando escolhemos esta profissão, que é o cuidado de excelência do outro.

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14h30 - Enfermagem pediátrica em tempos de pandemia: entender o passado para preparar o futuro MODERADORA: MARIA DE FÁTIMA ZORRINHO MAIA 55 Anos. Enfermeira há 34 anos. Frequentou o Curso Geral de Enfermagem na Escola de Enfermagem de Beja de 1984 a 1986 e o Curso de Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica na Escola Superior de Enfermagem de Maria Fernanda Resende em Lisboa, de 1990 a 1992. Enfermeira Especialista no Hospital Distrital de Faro desde 1993. Enfermeira Chefe desde 1997; em exercício de funções na Urgência de Pediatria desde 2 de janeiro de 2019.

Vivências em contexto pediátrico ORADORAS: MARIA RICARDO, TELMA JUSTINO NOTAS BIOGRÁFICAS MARIA RICARDO 28 anos, enfermeira há 6 anos, a desempenhar funções no serviço de Pediatria e Cuidados Especiais de Neonatologia na Unidade Hospitalar de Portimão há 3 anos. Atualmente a frequentar o Mestrado em Saúde Infantil e Pediatria na Universidade de Évora. TELMA JUSTINO 52 anos, enfermeira há 30 anos, especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria há 12 anos, atualmente a exercer funções no Hospital de Dia e Consulta Externa de Pediatria da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA. RESUMO Face ao contexto de Pandemia que atualmente se vive, foi necessário adequar os serviços para dar resposta às medidas preconizadas pela DGS, vislumbrando a promoção de um cuidado seguro e de qualidade para todos. Daí resultaram alterações na forma de cuidar em Pediatria: a presença de apenas um acompanhante da criança, em caso de internamento; e, a impossibilidade do mesmo se deslocar ao exterior; áreas lúdicas encerradas; partilha de brinquedos desaconselhada e visitas não autorizadas. Estas mudanças tiveram repercussões na vida da criança/família. Coube ao enfermeiro reconhecê-las e assegurar o cuidado atraumático. Para colmatar esta situação, associada às restrições pandémicas, os enfermeiros, no contexto pediátrico, recorreram à criativida-

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de, ao humor terapêutico, à empatia, à escuta, ao reforço da parceria dos cuidados e à intervenção centrada na família, procurando garantir uma resposta adequada às necessidades identificadas. Futuramente, espera-se retomar a visita de, pelo menos, uma pessoa significativa para a criança/família; possibilitar que a criança com doença crónica ou em cuidados paliativos, com pais migrantes ou que apresentem barreira linguística, possa ser acompanhada, no decurso da consulta de enfermagem, por ambos os cuidadores informais. Esta permissa é justificada pela importância que a família assume na parceria de cuidados, sobretudo nas situações elencadas. A este nível, as estratégias adotadas têm pautado por desenvolver guias claros de orientações específicas sobre a COVID-19 destinados à criança/adolescente; otimizar recursos criativos e artísticos; resolver constrangimentos relacionados com o ambiente devido à despersonalização das unidades, assim como à grande afluência às consultas, de modo a prevenir o distanciamento social e a garantir as condições de segurança. O papel do enfermeiro que cuida da criança/família é essencial, ao valorizar a dimensão emocional do cuidado humano e ao complementar a dimensão técnico-científica. O enfermeiro assumiu muitas vezes, neste contexto, um papel de “substituto da família”, devido ao isolamento a que esta está sujeita. Um longo caminho há ainda a percorrer, contudo, caminhamos depositando toda a emocionalidade, empenho e profissionalismo no nosso cuidar.

Os heróis também têm medo ORADORA: SUSANA SILVA NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde Jean Piaget, Algarve, em 2007. A exercer funções no CHUA, Unidade Hospitalar de Portimão, no serviço de Urgência Pediátrica desde 2007. Em 2019 concluiu o Mestrado em Enfermagem e Especialidade na área da Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, na Escola Superior de Saúde de Setúbal. RESUMO No final do ano de 2019 surgiu um novo coronavírus, que através da sua facilidade de transmissão, rapidamente se dispersou pelo mundo. A sua veloz propagação veio carecer de uma resposta, que, por falta de informação, se baseou na prevenção. Assim, o distanciamento físico/isolamento, a etiqueta respiratória, a utilização de máscaras e o condicionamento das normais atividades de vida diária, surgiram como medidas de prevenção do contágio.

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Os serviços de saúde viram-se obrigados a reestruturar os seus espaços e a reorganizar o seu funcionamento no sentido de criar circuitos covid e não-covid, de forma a dar resposta aos múltiplos casos suspeitos/confirmados que foram surgindo. A Urgência Pediátrica de Portimão não foi exceção. A prestação de cuidados em pediatria pressupõe um elevado grau de complexidade e exigência, e dadas as condições a que os profissionais de saúde foram submetidos, cuidar em pediatria tornou-se um desafio árduo e preocupante. Onde, apesar do esforço em contrário, a vigilância das crianças, e o contacto/diálogo com as mesmas, foi prejudicado. O brincar, o olhar e o sorriso enquanto formas de transmitir confiança às crianças e de tornar a experiência o menos traumática possível, ficaram escondidos por detrás dos equipamentos de proteção individual, tal como as fardas coloridas. Assim, torna-se importante refletir sobre a dimensão emocional a que os profissionais de saúde foram/estão sujeitos e o impacto que o distanciamento físico/isolamento tem na relação enfermeiro - criança/ jovem – família.

Fénix, o renascer do cuidar em pediatria ORADOR: JOSÉ ANTÓNIO NEUTEL MARTINS DA SILVA NOTA BIOGRÁFICA 46 Anos. Enfermeiro há 34 anos. Concluiu o Curso de Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Viseu em 1996 e o Curso de Complemento de Formação em Enfermagem na Escola Superior de Saúde de Faro, em 2005. Terminou o Curso de Pós Licenciatura de Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica na Escola Superior de Enfermagem de Viseu em 2007. Enfermeiro Especialista na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA desde 2008, na Urgência de Pediatria desde 2001. RESUMO: E de repente a nossa vida mudou. Os nossos hábitos, rotinas, e a nossa forma de cuidar sofreram alterações.A prestação de cuidados nestes últimos meses foi marcada por várias fases: Primeiro foi a EXPECTATIVA, a calmaria antes da tempestade, alimentada por noticiários intermináveis de acontecimentos do outro lado do mundo. Após o primeiro caso em Portugal ser anunciado: a REAÇÃO: alteração de rotinas e de procedimentos, criação de novos circuitos por diversas vezes e a reestruturação de unidades para fazer face ao desafio.

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Pouco depois, avassaladoramente, veio o MEDO do contágio, de nos infetarmos a nós e à nossa família, de tocar, aproximar, sentir. Os cuidados ressentiram-se, diminuiu a empatia com o utente, surgiram barreiras físicas mas também as psicológicas, bem mais difíceis de ultrapassar. Houve um retrocesso no cuidar em pediatria, decorrente de um “roubo” de direitos da criança, como o de estar acompanhada pela figura parental e o próprio direito de ser criança. Com o passar do tempo, começou a sentir-se O CANSAÇO PSÍQUICO. Originado pelas constantes mudanças estruturais, físicas, protocolares e incertezas relativamente a qual era o papel do enfermeiro na prestação dos cuidados. Este cansaço teve o seu preço, tanto a nível pessoal como profissional. E isto poderá ter levado a outro estádio, o da ESTAGNAÇÃO, resignação com os acontecimentos. Mas o espírito do enfermeiro não se poderia continuar a afundar, a perder a sua essência. Deu-se início ao RENASCER, relançando o cuidar centrado na criança a quem foi devolvido alguns direitos que tinham sido sequestrados, como a presença parental, o brincar e a preservação da sua individualidade. Este caminho, já desbravado ao longo de anos, terá de ser novamente percorrido, mas a esperança é que já sabemos o que queremos e como lá chegar. Com este trabalho pretendemos recordar o que foi vivido na primeira pessoa pelo enfermeiro, pois: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”, George Santayana.

11 MAIO

9h00 - Pandemia e a urgência: impacte, planeamento e reestruturação MODERADOR: JOSÉ BRÁS NOTA BIOGRÁFICA Enfermeiro Supervisor Enfermeiro gestor em funções de direção no Departamento de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos

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Pandemia e agora? A restruturação organizacional inicial do serviço de urgência face ao desconhecido ORADORA: FILOMENA MARTINS NOTA BIOGRÁFICA Maria Filomena Martins nasceu em Faro há 63 anos. Desempenha funções como Enfermeira Gestora no serviço de Neurocirurgia/Ortopedia desde 1 de abril de 2021, data em que comemorou 40 anos de profissão. Ao longo destas 4 décadas desempenhou funções como Enfermeira, Enfermeira Graduada, Enfermeira Chefe, Enfermeira com funções de Supervisão, Enfermeira Gestora com funções de Direção e, por duas vezes, Enfermeira Diretora. Coordenadora do Sistema de Classificação de Doentes em Enfermagem (SCD/E) e da equipa de auditores internos, colaborou com o Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde e atual Administração Central do Sistema de Saúde, enquanto formadora e auditora externa do SCD/E ao longo de 20 anos. Integrou diferentes grupos de trabalho tendo por objetivo o desenvolvimento da disciplina e profissão de enfermagem. RESUMO Deparávamo-nos com o imprevisível, os órgãos de comunicação social alertavam para situações trágicas em países distantes. Tomar decisões era absolutamente necessário, não aquelas que seguem o hábito, a rotina, a padronização, culminando num processo de tomada de decisão para cada problema percecionado, em consonância com a pandemia decretada. Subsequentemente, foram criados dois grupos de crise (um na Unidade Hospitalar de Faro e outro na Unidade Hospitalar de Portimão) que reuniam diariamente e discutiam as várias alternativas de resposta aos problemas identificados. O Serviço de Urgência Polivalente existente no CHUA, porta aberta ao exterior, mostrava-se de vital importância, mas, concomitantemente, constituía a primeira instância onde nos deparávamos com dificuldades e com a necessidade de definir estratégias com celeridade. Espaços exíguos e repletos de doentes internados eram uma realidade. Assim, foram disponibilizados e equipados espaços contíguos (contentores) que viriam a ser um dos recursos fulcrais. As fronteiras encerradas e o consumo nunca visto de EPI conduziam a horas de ansiedade e à premente procura de resoluções. A este nível, umas das primeiras estratégias adotadas culminou na criação de uma equipa constituída por profissionais que conheciam os equi-

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pamentos necessários e que ficaram responsáveis pela sua gestão. Esta reposta era assegurada 12 horas por dia por enfermeiros, pretendendo aproximarmo-nos do modelo “Just in Time”. Os recursos humanos, historicamente insuficientes, e a ausência de autorização para novas contratações, impeliram-nos para a implementação de horários de 12 horas que seriam igualmente importantes na redução do consumo de EPI e na diminuição do risco de contágio/infeção por SARS-CoV-2. Paralelamente, foram mobilizados profissionais entre serviços, estratégia possível porque muita outra atividade assistencial ficou reduzida. O medo do desconhecido e informações, por vezes contraditórias, estavam presentes no dia a dia da organização e especialmente no serviço de Urgência. Neste sentido, era necessário formar todos os profissionais para que, com segurança, utilizassem os meios ao dispor, na garantia da sua proteção.

Resiliência e gestão operacional: a reinvenção organizacional contínua ORADORA: MARIA MANUEL VIEIRA

Serviço de Urgência: uma nova realidade ORADORA: LEONOR LUÍS NOTA BIOGRÁFICA Curso de Enfermagem Geral pela Escola de Enfermagem das Franciscanas Missionárias de Maria, em 1984; Pós Graduação em Gestão e Administração em Saúde, pela Universidade do Algarve, em 2004; Especialização em Enfermagem Médico-cirúrgica, pela Escola Superior de Saúde da Guarda, em 2008; Pós graduação em Feridas e Viabilidade Tecidular, pela Universidade Católica Portuguesa, em 2009. Exerce funções como Enfermeira Chefe desde julho de 2009, primeiramente no Bloco operatório (2009-2012), posteriormente no serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (2012-2021) e atualmente no serviço de Ortopedia. RESUMO A emergência e a rápida disseminação internacional do novo coronavírus (SARS-COV-2) colocou desafios inesperados a todas as entidades nos mais diversos setores.

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Antecipando a necessidade de organização em fase de pandemia, deu-se início à reestruturação do serviço de Urgência, de forma a gerir e priorizar o atendimento dos doentes, assim como alocá-los de forma organizada consoante a sintomatologia apresentada. Em março de 2020, iniciou-se a reorganização das áreas de atendimento do serviço de Urgência e a adequação dos equipamentos e materiais, criando um circuito independente para a alocação dos doentes suspeitos de COVID-19. Nesta linha de pensamento, o pré-atendimento foi deslocado para a área de decisão clínica, possibilitando a criação de uma área para os doentes com alterações do foro respiratório. Adicionalmente, foi transformada uma sala de apoio numa sala para a realização de zaragatoas. Assim, a área de decisão clínica passou a receber todos os doentes que recorrem ao serviço de Urgência, excetuando os doentes com alterações do foro respiratório, ou suspeitos de infeção por SARS-CoV-2. Na mesma linha, era necessário isolar os doentes em ambulatório com sintomatologia sugestiva de COVID-19, pelo que, foi adquirido um contentor com 10 boxes (partilhado com os serviços de Urgência Pediátrica e Ginecologia\Obstetrícia). A triagem de doentes foi deslocada para uma tenda no exterior, minimizando o risco de contágio. Também foi fundamental a criação de uma zona de pré triagem onde era aferida toda a sintomatologia suspeita de COVID-19 e efetuado o respetivo encaminhamento. Com esta mudança foi possível criar uma sala de emergência para doentes com COVID-19 ou suspeitos que necessitassem de cuidados emergentes. A intervenção dos recursos humanos foi de extrema importância para efetivar esta reestruturação. Em qualquer plano de reorganização é fundamental a capacidade de adaptação dos profissionais às funções que vão sendo criadas e alteradas, de acordo com as necessidades em cada momento. A capacidade técnica, aliada ao profissionalismo, espírito de missão, resiliência e determinação, constituíram a chave do sucesso desta nova realidade.

A enfermagem na gestão de recursos materiais e equipamentos ORADORAS: ADELAIDE APARÍCIO, SÓNIA CAMILO NOTA BIOGRÁFICA ADELAIDE APARÍCIO Bacharelato em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de São João – Porto, em 1997; Licenciatura em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde do Algarve em 2008. Exerceu funções no serviço de Neonatologia no Hospital de São João - Porto, de 1997 a 1998;

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no serviço de Medicina Intensiva Neonatal e Pediátrica de 1998 a 2011; e na Consulta Externa de Pediatria - Faro. É enfermeira de Referência do Centro de Desenvolvimento Pediátrico do CHUA desde 2011. SÓNIA CAMILO Enfermeira especialista em Enfermagem de Saúde Pediátrica e Infantil. Bacharelato em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde do Algarve, em 1993; Licenciatura em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde do Algarve, em 2002; Mestrado em Psicologia da Saúde pela Universidade do Algarve – Faro, em 2007; Curso de Especialidade de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica – Escola Superior de Saúde Coimbra, em 2010. Iniciou funções no CHUA em 1993 e na área da especialidade em 2001. É enfermeira Responsável pela Formação em Serviço na Consulta Externa de Pediatria de Faro desde 2014. RESUMO Com o objetivo de garantir que a quantidade dos EPI’s existentes fosse sempre adequada às necessidades reais foi definida uma equipa de enfermagem constituída pelas enfermeiras Sónia Camilo, Adelaide Aparício, Milene Neves, Sílvia Lazaro e Manuela Pratas. Efetivamente, a intervenção desta equipa convergiu no cálculo, através do qual houve uma previsão de consumo; gestão da distribuição e respetivos registos; acompanhamento e ensinos. O âmbito de atuação do enfermeiro no Gabinete de Gestão de EPI foi muito mais que gerir materiais e equipamentos. Acima de tudo, este gabinete quis CUIDAR dos profissionais para que todos nós estivéssemos protegidos ao realizarmos o nosso trabalho, protegendo, consecutivamente, todos os utentes. Não podemos esquecer o que vivenciámos, pois só assim construiremos o futuro.

11h30 - Doente crítico em contexto pandémico: desafios em tempo de crise MODERADOR: FERNANDO ALEIXO NOTA BIOGRÁFICA Enfermeiro há 39 anos, é especialista em Enfermagem Médico-Cirurgica desde 1994. Os últimos 20 anos foram dedicados à Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente (UCIP), sendo atualmente enfermeiro gestor na UCIP 2.

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VMER: A enfermagem pré-hospitalar na linha da frente. que desafios? ORADOR: JOSÉ MARVÃO NOTA BIOGRÁFICA 44 anos, dos quais 22 dedicados à Enfermagem. Neste momento é enfermeiro no Bloco Operatório, Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e Heli5. RESUMO A VMER integra uma equipa constituída por um enfermeiro e um médico. Tem como missão prestar cuidados ao doente crítico em contexto pré-hospitalar, dispondo de equipamento para Suporte Avançado de Vida. Durante a pandemia, foram vários os desafios que enfrentámos. Perante esta nova realidade foi necessário criar o Plano de Contingência para a VMER, repensar e adaptar equipamento utilizado nas técnicas invasivas de forma a garantir a segurança da equipa, bem como a utilização de EPI´s que não facilitam a comunicação e a avaliação dos doentes. Esta apresentação tem como objetivo expor a forma como enfrentámos os desafios e superámos as dificuldades que encontrámos, de modo a manter a qualidade e eficiência da intervenção desta equipa que presta cuidados diferenciados ao doente crítico.

COVID-19 e os Serviços de Urgência Básicos: uma reflexão sobre a pandemia ORADORA: ISABEL OUTEIRO NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem do Porto, em 2007, ano em que iniciou funções no Hospital de Faro, EPE, no serviço de Cardiologia, tendo integrado a Unidade de Cuidados Intensivos Coronários em 2009. Em 2014, foi transferida para o Serviço de Urgência Básico (SUB) de Loulé, integrando a equipa de ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) em 2015. Por sua vez, desde 2017 que integra a equipa de enfermagem da VMER de Albufeira.

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RESUMO A apresentação começa com uma resenha sobre os SUB’s, desde a sua integração no CHUA até à era pré-COVID-19, descrevendo áreas de influência e atuação, média de doentes admitidos antes e durante a pandemia, dificuldades experienciadas e a sua importância para os serviços de Urgência de Faro e Portimão. Seguidamente é abordada a chegada da pandemia a Portugal e o impacto que causou nos profissionais de saúde dos SUB’s a nível psicológico e na relação interdisciplinar. Salientam-se as dificuldades, constrangimentos e alterações institucionais para melhorar a prestação de cuidados e proteger os profissionais. A terceira parte, reporta às ambulâncias de SIV, integradas em três dos SUB: Lagos, Loulé e Vila Real de Santo António. É clarificada a relação protocolar entre o CHUA e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no que concerne a este meio pré-hospitalar e é explanado o papel do enfermeiro em contexto de SIV. Por último, são enunciadas algumas das dificuldades com que os profissionais do SUB se deparam diariamente e referidas sugestões de melhoria.

Desafios na liderança de equipas: o medo do desconhecido ORADOR: PEDRO ROCHA NOTA BIOGRÁFICA Natural de Santo Tirso, terminou o curso de Licenciatura em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em 2006; especialista em Enfermagem Comunitária pela Escola Superior de Saúde de Beja desde 2015. Mais tarde, em 2007, iniciou a sua aventura pelo Algarve onde pensava vir apenas por uns meses; a vida não decorreu dessa forma, pelo que, acabou por permanecer desde então na terra mais a sul de Portugal. Presta funções no serviço de Urgência Polivalente desde 2007 após breve passagem pelo serviço de Medicina 1; assume funções de coordenação de equipa desde 2014, coordenando a equipa V da Urgência Polivalente desde 2020. Pai de duas meninas. RESUMO A sessão será uma reflexão de um enfermeiro, responsável pela coordenação de uma equipa de 20 a 30 enfermeiros e assistentes operacionais, num serviço de Urgência Polivalente, o mais movimentado a Sul do País, num hospital de referência, em tempo conturbado de restruturação organizacional, numa fase em que fomos assombra-

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dos pela Pandemia COVID-19. Esta reflexão expõe os desafios, os sentimentos, as abordagens, assim como as vitórias e as derrotas de uma equipa constituída por pessoas que cuidam de pessoas.

15h30- Serviço de Urgência e a continuidade dos cuidados em tempo de pandemia: a articulação com os outros serviços MODERADOR: VITOR JACINTO NOTA BIOGRÁFICA Licenciatura em 1997 pela Escola Superior de Enfermagem de Beja; Curso de Pós Licenciatura de Especialização em Enfermagem Médico-Cirúrgica em 2009; MBA em Gestão e Administração de serviços de Saúde. Enfermeiro Especialista em funções de Gestão desde 2009, tendo gerindo os serviços de Especialidades Cirúrgicas / Exames Especiais de Gastrenterologia e Medicina 4C. Atualmente, coordenador da VMER de Portimão e em funções de Gestão no Serviço de Urgência Geral de Adultos.

Sistemas de resposta rápida: um olhar para além da pandemia ORADORA: JOANA BARBOSA NOTA BIOGRÁFICA Licenciada pela Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo, em 2006, tendo efetuado o Curso Avançado de Interpretação de Traçado Tlectrocardiográfico nos anos de 2008 e 2009 e o Curso Avançado de Urgências Cardiológicas em 2010. Em 2012, pós graduou-se em Enfermagem de Urgência e Emergência e, posteriormente, em 2015, concluiu o Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, conferente do título profissional de Enfermeiro Especialista com o projeto: “Circuito do Cliente com suspeita de Síndrome Coronário Agudo no Serviço de Urgência”. Exerceu funções de 2006 a 2009 nos serviços de Cirurgia e Medicina do Hospital Particular do Algarve e desde 2009 que exerce funções no serviço de Urgência Geral da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA.

* Os textos dos resumos são da responsabilidade dos proponentes.

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RESUMO As Vias Verdes, nome utilizado para designar os sistemas de resposta rápida, são algoritmos clínicos de avaliação e tratamento de processos patológicos, em que a relação entre o tempo para a execução de determinadas atitudes clínicas é absolutamente decisiva no resultado terapêutico. O Enfarte Agudo do Miocárdio é considerado uma emergência médica, sendo fatal em cerca de um terço dos doentes, verificando-se metade dos óbitos nas primeiras horas após o início dos sintomas. A Via Verde Coronária, implementada a nível nacional desde 2007, define-se como uma estratégia organizada para a abordagem, encaminhamento e tratamento adequado, planeado e expedito, nas fases pré, intra e inter-hospitalar de doentes acometidos por doença cardíaca súbita. Continuamos a inferir que a maioria dos utentes acometidos por esta patologia recorre ao serviço de Urgência por meios próprios. Tal determina a imperiosidade da implementação e atualização de circuitos internos de encaminhamento de utentes com Síndrome Coronária Aguda, por forma a permitir uma atividade assistencial célere, cujos objetivos assentam no alívio dos sintomas, na preservação do miocárdio, na prevenção/resolução de possíveis complicações e no rápido encaminhamento para tratamento definitivo. A pandemia, ao dificultar a acessibilidade aos cuidados de saúde preventivos, veio agravar de forma determinante o prognóstico do doente com alterações coronárias. Concomitantemente, sabe-se, à luz da atual evidência científica, que existe uma relação entre a doença cardiovascular pré existente e um pior outcome nos doentes com COVID-19. Por sua vez, doentes com COVID 19, sem condição cardíaca prévia, encontram-se em risco mais elevado de desenvolver complicações cardíacas, nomeadamente, síndrome coronária aguda. Assim, deixamos a reflexão: estará a resposta à COVID-19 a comprometer a rápida triagem de doentes não COVID com doença cardiovascular?

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Circuito do doente cirúrgico: experiência num contexto atípico ORADORAS: ANA SANCHES, GINA PEREIRA NOTAS BIOGRÁFICAS ANA SANCHES Enfermeira a exercer funções no Bloco Operatório da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA desde 1999; Pós-graduada em Enfermagem Perioperatória; Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na área de enfermagem à pessoa em situação perioperatória. GINA PEREIRA Enfermeira a exercer funções no Bloco Operatório da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA há 12 anos; Responsável pela Formação em Serviço e Elo de Ligação com a Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses; coautora do projeto “Contacto telefónico aos familiares ou pessoas significativas do doente cirúrgico”.

SARS-CoV-2 no serviço de Urgência: doente suspeito versus doente infetado, do teste ao internamento ALDA PEREIRA NOTA BIOGRÁFICA Nasceu em Faro; licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de Faro com términus em 2001. Exerce funções no Serviço de Urgência Polivalente da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA desde 2008. Em 2019, concluiu o Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde cuja temática de dissertação foi: “O serviço de Urgência da unidade de Faro do CHUA: um Contributo do Método DISTATIS para Classificar e Hierarquizar os Principais Problemas e Desafios”. RESUMO A pandemia por COVID-19 representou um enorme desafio à prestação de cuidados perioperatórios, na otimização dos recursos com a salvaguardada da segurança de utentes e profissionais. No Bloco Operatório houve a necessidade de reestruturações a vários níveis: reestruturações do espaço físico ao nível dos circuitos dos doentes COVID e não COVID, dos circuitos dos profissionais, materiais utilizados e resíduos produzidos; e na dinâmica de funcionamento da equipa cirúrgica. Neste contexto, a equipa de enfermagem participou na elaboração de listas de verificação e protocolos de atuação,

* Os textos dos resumos são da responsabilidade dos proponentes.

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e, nomeadamente o enfermeiro responsável/chefe de equipa, assumiu um papel de liderança na coordenação da atividade cirúrgica, dos profissionais envolvidos e com os serviços de ligação. Paralelamente a todas as adaptações necessárias, e por ser considerado um local restrito, desconhecido e de difícil acesso, o Bloco Operatório constatou, ao longo destes tempos de pandemia, que muitos dos doentes se sentiam ansiosos, não só pela incerteza e necessidade de cuidados cirúrgicos, mas também pela dificuldade em comunicarem com os seus familiares ou pessoas significativas. Desta forma, tendo por base a humanização dos cuidados, com vista a diminuir a ansiedade sentida e verbalizada por muitos dos doentes peri-operatórios, foi criado, pela equipa de enfermagem, o projeto de intervenção “Contacto telefónico aos familiares ou pessoas significativas do doente cirúrgico”.

12 MAIO

09h00 - Formação em contexto pandémico: um desafio MODERADORA: FRANÇOISE LOPES NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira Generalista, formada na Suíça em 1979; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (Suíça) em 1982; Mestre em Ecologia Humana pela Universidade de Évora em 2001; Doutorada em Enfermagem pela Universidade Católica de Lisboa, em 2016. É enfermeira chefe desde 1993, atualmente a desempenhar funções no Núcleo de Formação e Investigação de Enfermagem na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA. Colaborações com a Universidade do Algarve (UAlg) e a Universidade de Évora como Professora Adjunta convidada.

Disrupção: desafios para o ensino em enfermagem HELENA JOSÉ NOTA BIOGRÁFICA Doutoramento em Enfermagem; Mestrado em Comunicação em Saúde; Curso de Enfermagem Geral em 1986, na antiga Escola de Enfermagem de Faro. É Professora Coordenadora, Diretora da Área

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Departamental de Enfermagem, Diretora do Curso de Licenciatura em Enfermagem e Presidente do Conselho Técnico-Científico na Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve; Presidente da Comissão de Ética da Universidade do Algarve; Investigadora na UICISA-E. Presidente da Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Médico-Cirúrgica, na Ordem dos Enfermeiros. RESUMO Março de 2020: Portugal iniciava, em termos pandémicos, aquele que, sabemos hoje, seria um percurso muito mais longo e doloroso do que podíamos sequer imaginar... e a 9 de março, com 39 pessoas infetadas por SARS-CoV-2, uma delas no Algarve, o Curso de Licenciatura em Enfermagem da UAlg atravessou aquele que, acredito, foi o seu momento mais difícil desde sempre, ao ver, nesse dia, suspensos os Ensinos Clínicos. Encontravam-se em Ensino Clínico os estudantes do 2.º, 3º e 4.º anos. As horas e dias que se seguiram foram repletos de dúvidas e preocupações partilhadas em reuniões online e em e-mails urgentes entre colegas, com a direção da Escola Superior de Saúde, estudantes, serviços académicos e reitoria. Preocupava-nos o percurso académico dos estudantes e a sua segurança. Os estudantes expressavam preocupação sobre o que uma interrupção desta natureza significaria para o seu percurso académico; estavam preocupados com a interrupção, mas também com o futuro. Não tínhamos todas as respostas ou soluções e fomos partilhando decisões, tentando tranquilizá-los e assegurando que tudo faríamos para que o seu trajeto decorresse o mais perto possível do desejável... Os estudantes que se encontravam no 4.º ano já tinham, nessa altura, realizado as 2000 horas de prática clínica que a Ordem dos Enfermeiros considerou como mínimo para a conclusão do curso, pelo que desenvolveram atividades complementares. Para os restantes foram avançadas unidades curriculares teóricas do ano letivo 20202021, lecionadas online, por troca com os Ensinos Clínicos, que deviam decorrer no ano letivo 2019-2020. Foi um tremendo desafio para todos! Hoje sabemos que o conseguimos transformar em oportunidade, oportunidade para o desenvolvimento de novas competências, sobretudo porque a COVID-19 é uma crise contínua; é uma lição em tempo real sobre liderança, justiça, equidade, ética e cuidados complexos às pessoas... Esta pandemia mudou, para sempre, o panorama da educação em enfermagem ...

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Resposta emergente no CHUA: dos constrangimentos às oportunidades TÂNIA GONÇALVES NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve; Mestre em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Economia da mesma instituição de ensino e doutoranda em Enfermagem na Universidade de Lisboa. Florence Nightingale afirmou “escolhi Enfermagem porque amo e respeito a vida” e a Enf.ª Tânia Gonçalves não poderia estar mais de acordo. Sempre a cativou essa essência da enfermagem, de preservar a subjetividade das pessoas sem as resumir a meros objetos que serão alvo de tratamento. Porque, se assim fosse, como seria quando não existisse opção de tratamento? Mesmo na ausência de tratamento e na impossibilidade de acrescentar dias à vida, o enfermeiro tem um papel preponderante em acrescentar vida aos dias, acompanhando a pessoa no processo de morrer. Sempre foi esta a ideia que construiu da Enfermagem, uma profissão que se tem afirmado pela sua autonomia técnica e científica, cujo agir está presente em diversos contextos e que integra uma formação para a vida, que assenta não apenas em técnicas e conhecimentos teóricos baseados na evidência científica, mas também uma profissão repleta de princípios e valores, técnicas de comunicação e relação interpessoal, autoconhecimento e resposta humana. Exerceu funções no serviço de Medicina I, recentemente colaborou no serviço de Saúde Ocupacional, no âmbito de análise de dados da vacinação dos profissionais, e, atualmente trabalha no Núcleo de Formação e Investigação de Enfermagem do CHUA. Simultaneamente, colabora com a Universidade do Algarve, na qualidade de docente, desde 2015. Investiga na área das dotações de enfermagem. Publicou vários capítulos de livros como autora e co-autora. Recebeu 4 prémios de mérito. RESUMO A OMS designou o ano transato como o Ano Internacional do Enfermeiro, em consonância com a celebração do segundo centenário do nacimento de Florence Nightingale, num momento em que estávamos longe de perspetivar os desafios que os enfermeiros viriam a enfrentar. É indubitável o papel que estes profissionais desempenharam em contexto formativo, as estratégias que redesenharam para assegurarem, em continuum, uma prática clínica baseada na melhor evidência científica. Se numa fase inicial, a suspensão da formação em serviço dos enfermeiros e dos ensinos clínicos de estudantes de Licenciatura/ Mestrado em Enfermagem constituíram estratégia imperativa face à necessidade de reorganização dos serviços, alocação de capital humano e gestão de recursos materiais; a posteriori, na assunção da resposta assistencial, os enfermeiros rapidamente encetaram es-

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forços no sentido de garantir a continuidade da atividade formativa, conscientes da sua preponderância para prevenir, controlar e gerir a emergência de saúde associada à atual situação pandémica. Foi e é fundamental manter a formação em serviço, imprescindível na resolução de problemas inscritos no contexto da prática clínica, particularmente numa fase em que a produção do conhecimento científico foi exponencial, revelando-se absolutamente necessária para garantir a segurança do cuidado de enfermagem. Não menos importante, foi a necessária prossecução da formação dos estudantes de Licenciatura em Enfermagem. O facto dos períodos de aprendizagem em contexto clínico serem frequentes nos planos de estudos destes Cursos e necessários à sua acreditação, emergiu num dilema: numa face confrontámo-nos com a necessidade de minimizar o risco de contágio/infeção por SARS-CoV-2 dos estudantes, a otimização do equipamento de proteção individual e a disponibilidade para supervisão clínica; numa outra face deparámo-nos com a necessária realização destes ensinos clínicos para transição de ano letivo, imprescindível à conclusão do ciclo de estudos e ingressão de novos profissionais, extremamente necessários, no mercado de trabalho. De relevar que a resiliência e capacidade de liderança das enfermeiras diretoras, enfermeiros gestores em funções de direção, enfermeiros gestores dos serviços, enfermeiros responsáveis pela formação em serviço e enfermeiros orientadores foi indubitável, possibilitando a realização de um elevado número de ensinos clínicos que visam suplantar os que foram anteriormente suspensos, assim como o recurso a plataformas digitais que viabilizaram a oferta contínua de formação em serviço e a subsequente qualificação do capital humano. A forma como se transitou do papel para o online, do contexto de sala de formação para a versão multimédia, incorreu numa permanente inovação e transformação, essenciais a uma resposta assistencial segura e em tempo útil. Concomitantemente, todos os esforços imprimidos no sentido de orientar estudantes, têm possibilitado compensar as horas de formação que ficaram suspensas no ano transato., Muito devemos a todos os enfermeiros que hastearam a formação, enquanto compromisso, enquanto ação.

Resiliência e supervisão clínica: o testemunho do enfermeiro orientador SOFIA SEQUEIRA NOTA BIOGRÁFICA Licenciatura de Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de Faro, em 2003; Pós-Graduação em Supervisão em Enfermagem pela Universidade de Évora, em 2013; Curso “Erasmus Intensive Programme: Human Resource and Knowledge Management in Social and Health Care” pela Universidade de Évora em parceria com a Lahti University of Aplied Sciences em 2013; Pós-Graduação em Gestão

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em Unidades de Saúde pela Universidade do Algarve, em 2014; Certificado de Competências Pedagógicas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP, em 2016. Em 2003 iniciou a sua atividade profissional como enfermeira no serviço de Medicina, no Hospital de Santa Maria em Lisboa, onde permaneceu até 2006. Desde 2006, exerce funções na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA e integrou a equipa de transporte de Doentes Críticos até 2017. Entre 2009 a 2021 foi enfermeira orientadora de estudantes de enfermagem em ensinos clínicos (3º e 4º anos) e integrou profissionais de enfermagem no serviço de Urgência Polivalente. RESUMO “A resiliência do sistema de saúde pode ser definida como a capacidade de os atores de saúde, (...)se prepararem para as crises e lhes darem uma resposta eficaz; manterem as suas principais missões (...) e, com base nas lições aprendidas durante a crise, se reorganizem se as condições o exigirem.” (Kruk et al., 2015, p. 1910). Adaptação, reorganização, esperança e vontade foram conceitos/ palavras muito presentes no discurso de todos nós, profissionais de saúde, principalmente nos primeiros meses de pandemia, na incerteza de um futuro próximo, prevendo apenas um objetivo final: acreditar e não desistir! (perante o desânimo e receio do desconhecido que imperava mundialmente). Enquanto profissionais de saúde todos os dias tínhamos presente que teríamos de nos adaptar à realidade que constantemente se encontrava em mudança, resultando no recorrer constante à nossa capacidade de resiliência e superação no serviço. O serviço de urgência caracteriza-se pela dinâmica de constante mudança num contexto complexo onde é exigida uma resposta eficiente, eficaz e cientificamente adequada, inerente à realidade do movimento assistencial, onde as atividades não programadas exigem uma grande capacidade de flexibilidade e de adaptação pelas equipas de profissionais de saúde. Um ensino clínico em enfermagem neste contexto, determina que, por vezes, os estudantes se apresentem algo apreensivos, outras vezes, ansiosos perante o que encontram no primeiro dia: o impacto com uma realidade que, até à data, muitas vezes lhes era desconhecida. Neste âmbito, deparam-se com utentes que apresentam situações clínicas de urgência e ou emergência, com as condições estruturais, o volume de doentes no serviço, o que poderá influenciar o processo de aprendizagem numa fase inicial do ensino clínico. Como tal, é importante que a supervisão clínica do estudante assente num modelo de colaboração entre supervisor e supervisado, e, num processo contínuo de planificação, avaliação, análise e observação.

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Ensino clínico em pandemia: um catalisador de transformações INÊS REGO NOTA BIOGRÁFICA Estudante do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde da UAlg e delegada de turma do 4ºano. Neste momento, está a realizar o “Ensino Clínico VIII: Integração à Vida Profissional” no Serviço de Urgência Polivalente da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA. RESUMO O ensino clínico é visto como um dos locais de eleição para a aprendizagem dos estudantes. Com o aparecimento da pandemia por SARS-CoV-2, surgiu uma nova realidade repleta de medos, preocupações, dúvidas e incertezas. Desta forma, torna-se fundamental analisar a perspetiva do estudante em ensino clínico em contexto de pandemia, compreender como estes receios se foram dissipando e como este acabou por se tornar numa oportunidade para o desenvolvimento pessoal e profissional. O contexto de mudança provocado pela pandemia possibilitou aos futuros profissionais a aquisição de novas competências e conhecimentos para enfrentar os desafios imprevisíveis no contexto clínico da prestação de cuidados de enfermagem, nomeadamente a adaptação a novos cenários.

11h00 - Resiliência: a prática que acompanha a melhor evidência APRESENTADORA: FELIZARDA SANTIAGO Enfermeira nesta Instituição desde 1991. Especialista em Enfermagem Comunitária, vertente Geriatria / Gerontologia; Mestre em Psicologia da Saúde; Pós Graduada em Reabilitação Cardíaca e em Gestão e Administração dos Serviços de Saúde; realizou o Programa de Formação em Gestão Pública do Instituto Nacional de Administração, dirigido ao exercício de cargos de direção intermédia. Assume funções de Gestão desde 2006; sendo Enfermeira Gestora da Consulta Externa, Hospital de Dia Polivalente e Técnicas de Pneumologia do Hospital de Faro desde 2019.

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SÉRGIO BRANCO NOTA BIOGRÁFICA Enfermeiro desde 1995, é enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e exerce funções de Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros. RESUMO Tendo por base um conjunto de conceitos, pretende-se uma visão critica relativamente à resiliência do nosso sistema de saúde e mais concretamente do seu principal pilar, os Enfermeiros.

12:00h gestão: refletir sobre o passado, projetar o futuro MODERADORA: CONCEIÇÃO CRUZ NOTA BIOGRÁFICA Detentora da Especialidade em Enfermagem Comunitária vertente de Geriatria/Gerontologia; Pós graduada em Feridas e Viabilidade Tecidular; enfermeira Gestora do serviço de Medicina 3A da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA. É enfermeira há 34 anos, assumindo funções de gestão há 21 anos. NELSON GUERRA NOTA BIOGRÁFICA Nasceu em 1959, é enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação; Mestre em Gestão dos Serviços de Saúde pelo ISCTE; Doutorado em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa; Enfermeiro Gestor na DGS; Investigador no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa; Presidente da Direção da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Gestores e Liderança. Integra o grupo de investigadores do projeto RN4CAST. A sua produção científica centra-se nas áreas da Enfermagem, Gestão, Dotações de Enfermagem e Segurança dos cuidados de Enfermagem. Publicou 16 trabalhos em atas de eventos. Possui 2 capítulos de livros publicados. Efetuou apresentações/conferências em múltiplos eventos em Portugal e no estrangeiro. Recebeu 2 prémios e/ou homenagens. Participou em diversos júris académicos de Mestrado e Doutoramento na área de Ciências da Saúde. Nas suas atividades profissionais interagiu com 8 colaboradores em coautorias de trabalhos científicos.

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RESUMO A história da gestão/administração de Enfermagem está suportada nos saberes e competências que detemos, que norteiam o nosso exercício e que projetam o nosso futuro. Os enfermeiros Gestores assumem um compromisso com a sociedade contribuindo para a resposta às necessidades em saúde da sociedade portuguesa, garantindo que os enfermeiros, respondem, com a excelência do cuidar, competência e eficácia, às necessidades complexas de todos os contextos. O enfermeiro Gestor detém as competências que garantem a segurança das organizações, da prática clínica, das dotações e do conhecimento que consubstanciam a segurança do doente, enquanto pivô que garante a efetiva proximidade nos cuidados prestados, na liderança dos projetos e nas condições para uma prática adequada. A importância dos cuidados de enfermagem é tanto maior quanto maior a necessidade de ultrapassar a situação de não saúde. O reconhecimento efetivo da necessidade de cuidados de enfermagem deve ser tido em conta como garantia da qualidade e da segurança dos cuidados prestados.

14h30 - Gerir a imprevisibilidade MODERADORA: NEIDA ISAÍAS NOTA BIOGRÁFICA Em 1981 termiou o Curso Geral de Enfermagem, ingressando no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro. Licenciada em Enfermagem em 1998, concomitantemente com conclusão do Curso de Estudos Especializados em Enfermagem de Saúde Comunitária – Infanto-juvenil.Exerceu funções nos serviços de Neonatologia, Urgência de Pediatria e Urocirurgia. Em 2004 integrou o grupo multidisciplinar responsável pela atividade do Centro de Desenvolvimento Infantil; em 2008 foi nomeada Coordenadora da Consulta Externa de Pediatria; em 2010 exerceu funções como docente na UAlg - Escola Superior de Educação e Comunicação, no Curso de Formação de Especialização de Educação da Criança e concluiu o curso do Programa de Formação em Gestão Publica, ministrado pelo Instituto Nacional de Administração. De 2011 a 2018 foi enfermeira Chefe do Serviço de Cirurgia/Urologia, tendo coordenado o grupo de formação sobre ostomias; iniciou consulta de apoio a pessoas portadoras de ostomias de eliminação, após formação como Estomaterapeuta (2013/2014), oficialização em 2015. Membro integrante do Grupo Nacional de Investigação em Ostomia – INVESTIGO com participação/realização de trabalhos de investiga-

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ção, cujos resultados se encontram publicados em revistas científicas e apresentados sob forma de panfletos, comunicações livres e posters em Congressos Nacionais e Internacionais. Atualmente, assume funções de Enfermeira Gestora no serviço de Internamento de Oncologia e Cuidados Paliativos.

Planos de contingência AMÉLIA GRACIAS NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira Supervisora, atualmente Enfermeira Gestora com funções de Direção do CHUA, Unidade Hospitalar de Portimão. Enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica e Mestre em Ciências de Enfermagem. Integrou vários grupos de trabalho a nível local, regional, nacional e internacional, onde se destaca o facto de ser auditora externa do programa Internacional de Acreditação Hospitalar – CHKS. Mãe do João e do Pedro e avó do Fausto. RESUMO Das referências teóricas à execução de um plano de contingência. Do pensamento estratégico à operacionalização do Plano: a intervenção dos Enfermeiros Gestores da unidade hospitalar não dedicada à COVID-19 face à necessidade emergente de resposta da organização. Como foi gerir a especificidade da pandemia, o desconhecimento científico, o stress dos profissionais, utentes e comunidade e a escassez de recursos. As lideranças necessárias ao sucesso do Plano.

Reorganização e expansão de serviços FERNANDA HENRIQUES NOTA BIOGRÁFICA É enfermeira especialista em Enfermagem de Reabilitação, com o Curso de estudos superiores em Administração do Serviço de Enfermagem pela atual Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Mestre em Gerontologia Social pela UAlg. É Enfermeira Gestora com funções de Direção no CHUA, Adjunta da Enfermeira Diretora e Professora adjunta Convidada (50%) na Universidade do Algarve, em Faro.

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Áreas interesse: Prestação de cuidados seguros, prevenção e tratamento de feridas crónicas, envelhecimento, pobreza e gestão de recursos humanos. RESUMO Vivenciamos uma pandemia! O mundo faz previsões sobre o “novo normal”, mas de facto quando não se pode prever, a única coisa em que nos podemos apoiar é em estimativas, factos similares, extrapolação do conhecimento e vivências; isto é a base da Gestão do Imprevisível. A Pandemia obrigou-nos a mudanças! Apesar das mudanças, na reorganização e expansão de serviços prestadores de cuidados de saúde para responder às necessidades das pessoas com doenças transmissíveis e não transmissíveis, houve mudança, e um conjunto de preocupações a nível profissional com uma política de gestão de cuidados, de recursos materiais e equipamentos. Todavia o enfoque da mudança foi na gestão de recursos humanos para torná-la adequada às necessidades das pessoas doentes, ajustada aos profissionais, organização e sociedade. Sabemos que as crises provocam alterações profundas nas organizações e na vida das pessoas! A nível da organização hospitalar ocorreram rápidas e várias adaptações para reorganização, expansão e abertura de serviços, o que obrigou profissionais de saúde a abdicarem da sua vida pessoal. Foi necessário implementar e reorganizar novas formas de trabalhar. Neste cenário de mudança e de imprevisibilidade, alguns Gestores de Enfermagem, assumiram um dos maiores destaques como verdadeiros parceiros na definição de estratégias para gestão da crise. Gestão operacionalizada, primariamente com os equipamentos e profissionais de saúde da nossa organização. Profissionais empenhados, motivados, polivalentes e competentes na resposta aos cidadãos. Soubemos ser criativos para sobreviver e trabalhar em equipa para superar os desafios. Encontrámos sabedoria para responder com competência a todas as pessoas com quem cuidámos. Cuidámos com dignidade no processo de tratamento e de reabilitação! Soubemos estar presentes no fim de vida.

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Peter Drucker, refere “você não pode prever o futuro, mas pode criá-lo”, acredito que este foi o momento de Gerir, aceitando a imprevisibilidade no nosso quotidiano para nos mantermos competitivos e PERSPETIVAR O FUTURO.

Hospital de campanha: um desafio superado MONIQUE CABRITA NOTA BIOGRÁFICA 41 anos de idade, Licenciada em Enfermagem em 2003; Pós Graduada em Gestão e Administração em Saúde em 2006; Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na vertente do doente crítico, em 2011; tendo integrado a equipa da VMER de Portimão em 2008. Desde 2013, exerce funções no serviço de Internamento Especialidades Médicas. RESUMO O Hospital de Campanha – Covid Arena em Portimão foi ativado após a implementação da Fase 4 do Plano de Contingência, uma vez que a afluência crescente de doentes com COVID-19 ao CHUA, aliado ao aumento da procura de cuidados hospitalares no inverno, colocou uma pressão máxima na capacidade de resposta. Recebeu o primeiro doente no dia 10.01.2020 e foi dada alta ao último doente no dia 15.02.2020. Foram admitidos um total 170 doentes, foram dadas 118 altas para o exterior, constataram-se 22 óbitos e 30 doentes foram transferidos internamente. Funcionou como unidade de retaguarda, após avaliação dos doentes nas unidades hospitalares e após contacto, preenchimento da ficha de admissão e validação pelos coordenadores do mesmo. Os critérios de exclusão incluiam a idade inferior a 18 anos, gravidez, necessidade de suporte invasivo de substituição de órgãos; PaO2/ FiO2 < ou = a 200 mmHg; agitação psicomotora a necessitar de contenção física ou química; dependência ativa de substâncias ilícitas; e integridade cutânea não mantida. A equipa assistencial foi composta pelos Coordenadores Médicos: Dr.ª Ana Castro, Dr. José Almeida e Dr.ª Inês Simões e Coordenadores de Enfermagem: Enf.º Fernando Aleixo e Enf.ª Monique Cabrita. Por cada 20 doentes admitidos, a equipa multidisciplinar era constituída por 3 Enfermeiros, 3 Assistentes Operacionais, 1 Assistente Técnico, 1 Fisioterapeuta, 1 Médico Sénior e 1 Médico Interno. Foi implementado o projeto de Visitas Virtuais que funcionava de 2ª a 6ª Feira às 14:00 horas e Sábado e Domingo às 16:00 horas.

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13 MAIO

9h00: Unidades COVID-19: do planeamento à realidade MODERADORA: SARA MOURÃO NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde de Beja em 2005, Pós-licenciada em Enfermagem de Reabilitação pela Escola Superior de Enfermagem de São João de Deus, em 2012; Mestre em Enfermagem - Área de Especialização em Enfermagem de Reabilitação, em 2020; Pós-Graduada em Gestão em Saúde e Enfermagem, em 2021. Exerce funções no CHUA desde 2005. Atualmente, desempenha funções de Gestão no serviço de Ginecologia. Integra o projeto de melhoria contínua da qualidade na área da incontinência urinária.

Experiência na Unidade Hospitalar de Portimão LILIANA BEATO NOTA BIOGRÁFICA Bacharelato em Enfermagem em 1999; Licenciada em 2006, a exercer funções no serviço de Especialidades Médicas desde 2019. Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica em 2008; responsável pelo serviço de Cirurgia 2 A desde 2009. Pós Graduada em Gestão de Unidades de Sáude em 2011; integrou o Grupo da Consulta de Estomaterapia do CHUA, Unidade Hospitalar de Portimão, de 2016 até 2020. Desempenhou funções como Enfermeira Gestora da Unidade COVID A de 13/03/2020 a 19/03/2021. Atualmente no Serviço de Especialidades Médicas RESUMO Pretende-se efetuar uma breve apresentação do serviço COVID A, desde a sua projeção até ao encerramento temporário, no período compreendido entre 13 de março de 2020 e 19 de março de 2021; descrever a alteração da dinâmica de funcionamento enquanto serviço de Especialidades Médicas e a sua adaptação às necessidades dos doentes COVID; reforçar a importância do trabalho de equipa na organização em prol da excelência dos cuidados de enfermagem.

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Experiência na Unidade Hospitalar de Faro VASCO FERNANDES NOTA BIOGRÁFICA Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação. Enfermeiro em Funções de Gestão no serviço de Internamento COVID-19 da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA. RESUMO Num tempo em que assistimos a mudanças constantes no mundo, a pandemia tem alterado a dinâmica enquanto sociedade; tivemos que nos adaptar a esta nova realidade de forma a controlar e combater este vírus. Nos serviços de saúde essa realidade tem sido particularmente evidente e, desde o primeiro momento, que as palavras “mudança” e “adaptação” têm feito parte do nosso dia-a-dia. Nesta breve apresentação irei abordar o ponto de partida da nossa unidade, de onde viemos, o que foi preciso fazer para nos adaptarmos a esta nova realidade e o caminho de mudanças necessárias ao longo deste ano de pandemia; demonstrar os desafios que a equipa de enfermagem enfrentou para que ultrapassar os obstáculos que foram surgindo. E não menos importante, agradecer a todos os elementos que por aqui passaram e deram uma grande ajuda e que, de forma determinante, conseguiram que chegássemos a este ponto de cabeça erguida, confiantes que, perante este enorme desafio, conseguimos sempre dar resposta e prestar os melhores cuidados possíveis aos utentes independentemente das circunstâncias.

Para além do plano de contingência: os 4 r’s de um serviço de Medicina PAULA GOMES NOTA BIOGRÁFICA Licenciatura em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde de Faro da UAlg; Pós Licenciatura de Especialização em Saúde Comunitária pelo Instituto Politécnico de Portalegre; Pós Graduada em Gestão de Unidades de Saúde pela UAlg. Iniciou funções como enfermeira em 1994 na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA no serviço de Cardiologia e na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários. Em 2017 foi coordenadora do serviço de Neurologia e, desde 2018, é enfermeira com funções de Gestão no serviço de Medicina 1. RESUMO A pandemia por COVID-19 é uma situação nova, desconhecida para todos os profissionais de saúde, é um momento e uma realidade única, um desafio constante, obrigando o CHUA, os serviços e os seus

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profissionais, a responderem rapidamente às necessidades das pessoas. Assim, foi essencial agir de forma célere, reinventando-nos, pois os serviços tiveram de se reorganizar e de se readaptar a uma nova realidade. Os enfermeiros mostraram a sua capacidade de resiliência perante esta situação de forma a dar uma resposta eficaz e eficiente. Nesta perspetiva, os 4 R de um serviço de Medicina são transversais a todos os serviços do hospital. Esta pandemia, que é um inimigo invisível, trouxe um grande desafio a todos os profissionais e veio impor formas de organização de trabalho a todas as pessoas.

Continuar a cuidar “na” e “para além” da pandemia(vídeo) JOANA FONTES NOTA BIOGRÁFICA Joana Fontes (1985), é natural de Coimbra, cresceu em Esmoriz e há 11 anos que vive em Faro. Licenciatura em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde de Beja; Pós-Graduação em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Economia da UALG; Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica e Mestrado em Enfermagem Nefrológica em 2020, pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.Exerce funções no Serviço de Nefrologia desde abril de 2010, assumindo a função de enfermeira responsável pela formação em serviço desde maio de 2019. RESUMO Este vídeo convida todos os participantes a “viver” genuinamente o dia-a-dia dos enfermeiros de três serviços: Nefrologia, Gastroenterologia e Pneumologia. O mundo “parou”, mas nós não parámos, dedicámo-nos continuamente a cuidar “na” e “para além” da pandemia, tendo toda esta mudança proporcionado aprendizagens transformadoras, intrínsecas aos diferentes contextos onde são prestados os cuidados de Enfermagem, sejam eles nas unidades de tratamento dialítico, nas unidades de técnicas endoscópicas, em contexto de hospital de dia, consulta, ou numa enfermaria. Ser enfermeiro pressupõe avaliação, adaptação e uma busca contínua pela excelência do exercício profissional… No entanto, nenhum Enfermeiro pensou que um dia enfrentaria este desafio: às equipas foi exigido que se reinventassem, adaptassem a contextos completamente diferentes e adversos, alterando a forma, mas não a essência do Cuidar. Resilientes, e com a cinética envolvente do trabalho em equipa, os profissionais transformaram-se e superaram-se, mantendo e promovendo elevados níveis de cuidados.

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11h00 - A realidade numa unidade de cuidados intensivos MODERADOR: ÁLVARO JOSÉ SILVA NOTA BIOGRÁFICA Natural de Faro. Licenciado em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde da UAlg em 2007. Pós-licenciado em Enfermagem de Reabilitação pela Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa em 2018. Pós-graduado em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Economia da UAlg. Desempenha funções como Enfermeiro Responsável na UCISU 2/UIDA, integrada no Serviço de Medicina Intensiva 2 da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA, desde janeiro de 2021.

Integrar e capacitar enfermeiros na UCI COVID durante a fase de pandemia RITA MARTINS, INÊS SANTOS NOTAS BIOGRÁFICAS ANA RITA CABRAL GONÇALVES MARTINS Enfermeira na UCIP da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA. Licenciada pela Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo. Pós-graduada em Enfermagem do Doente Crítico. Atualmente, mestranda na área de especialidade Médico-Cirúrgica: a Pessoa em Situação Crítica. INÊS ALEXANDRA SANTANA DOS SANTOS 30 anos de idade. Desde julho de 2013 até abril de 2021, enfermeira no internamento de Ortopedia 2 do CHUA. De março a abril 2020, e de novembro de 2020 a março de 2021 foi transferida para a UCI , tendo integrado a equipa de enfermagem para a prestação de cuidados ao doente crítico, diagnosticado com infeção por SARS-CoV-2. Findados estes meses, começa a desempenhar funções na Unidade de Internamento de Doentes Agudos até à presente data. RESUMO Em janeiro de 2021, Portugal atravessou a mediática “terceira vaga” da pandemia COVID-19. O crescente número de doentes infetados a necessitar de cuidados diferenciados fez aumentar a afluência aos hospitais em todo o território nacional, desafiando a capacidade de resposta do SNS. Este pico epidemiológico fez-se também sentir na Unidade Hospitalar de Portimão, pertencente ao CHUA, que se deparou com a necessidade de reestruturar os seus serviços, de

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forma a dar uma resposta eficaz e em tempo útil às necessidades crescentes da população. Neste período, a sobrelotação da UCI com doentes COVID-19 motivou a transformação da Unidade de Cirurgia de Ambulatório (UCA) num espaço destinado ao internamento de doentes críticos não-COVID, emergindo, portanto, a necessidade de capacitar os enfermeiros deste serviço para a prestação de cuidados ao doente crítico. Enfermeiros com experiência na área foram, então, mobilizados para integrar equipas na UCA, possibilitando uma rápida integração dos profissionais e assegurando, simultaneamente, a segurança dos utentes e a qualidade dos cuidados prestados. Os doentes críticos são doentes altamente complexos, por conseguinte, a integração numa UCI é sempre uma tarefa desafiante. Enquanto elemento interveniente, reconheço que este processo foi acompanhado por sentimentos de medo, desorientação, insegurança, ansiedade e stress, experienciados por ambas as partes envolvidas. A criação de um ambiente favorável à aprendizagem foi facilitada pelo apoio mútuo, empatia e qualidade da comunicação estabelecida, envolvendo um elevado nível de compromisso pessoal e profissional. Acredito que, apesar de desgastante, a experiência contribuiu para o desenvolvimento de todos os intervenientes neste processo, através da partilha de conhecimentos e competências. Os enfermeiros desta instituição demonstraram elevados níveis de resiliência e capacidade de resposta perante uma situação de crise e de exceção, comprovando serem peças estruturantes, fundamentais e insubstituíveis nos serviços de saúde.

Humanização em UCI: utopia ou realidade ANA FAUSTINO NOTA BIOGRÁFICA Ana Paula Barbosa Faustino, 42 anos, natural de Olhão. Terminou o Curso de Bacharelato em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca em 2000; a Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Saúde da UAlg em 2018; a Pós Graduação em Enfermagem de Cuidados Intensivos pela Escola Superior de Saúde Atlântica em 2019. Desde 2002 exerce funções no CHUA, tendo integrado em 2008 a equipa da UCIP. Co-autora do Programa de Melhoria Contínua em Humanização da UCI Faro (2019). RESUMO Falar de humanização em saúde implica sempre considerarmos a dignidade intrínseca a cada ser humano. Num novo paradigma mundial o centro do sistema deixa de ser a doença e cada vez mais se procura colocar o foco de atenção na pessoa e nas relações entre as pessoas. Esta mudança implica olhar a todos os intervenientes no sistema de saúde - utente, família e profissionais de saúde - considerar os seus problemas, as suas necessidades e compreender que o equilíbrio pretendido depende do bem estar de todos eles. O SNS assume esta necessidade de mudança de paradigma e a humanização

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está cada vez mais presente nas políticas, estratégias de gestão e nos resultados esperados em termos de qualidade em saúde. Em termos institucionais, o CHUA assumiu também este compromisso através da divulgação oficial da sua polÍtica de humanização. Nos últimos anos têm sido publicados muitos estudos que procuram compreender como se pode melhorar a experiência de doença crítica e internamento em UCI para o utente, família e profissionais de saúde. No ambiente altamente tecnológico das UCI há profissionais cada vez mais envolvidos na questão da humanização dos cuidados. O cuidar humanizado não só vai de encontro ao que são as necessidades do utente e família como parece surgir para os profissionais de saúde como um fator protetor no desenvolvimento do desgaste profissional. A implementação de boas práticas em humanização nas UCI é potenciado pelo que a equipa de enfermagem define como sendo o seu objetivo de excelência. É necessária coragem e resiliência na forma como cada enfermeiro se entrega a este desafio de crescimento pessoal e profissional. É urgente este exercício de autonomia.

Amor entrelinhas: a partilha de uma experiência NATÁLIA MENDONÇA NOTA BIOGRÁFICA 27 Anos, natural de Faro. Terminou o curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Saúde da UALg em 2014 e a Pós-Graduação em Emergência e Doente Crítico da REANIMA em 2018. Desde 2015, trabalha na UCIP do CHUA, em Faro. Participa no programa de Humanização da UCIP Faro, mais concretamente na Norma da Comunicação Aumentativa/Adaptativa. RESUMO Perante a situação pandémica, associada à COVID-19, vivencia-se uma verdadeira crise social, profissional e humana. O trabalho a nível das instituições hospitalares foi intensificado e os profissionais de saúde confrontaram-se com novos desafios relativamente à humanização dos cuidados de saúde. De forma a contribuir para a prevenção da contaminação em meio hospitalar, foi implementada uma estratégia a nível nacional, que consistiu na interdição de visitas aos pacientes internados. Embora necessária face ao panorama, esta medida impediu a comunicação entre pacientes internados e os seus familiares, cujas vantagens são amplamente reconhecidas. Em resposta a esta interdição de visitas e, de forma a atenuar os impactos negativos da mesma, alguns elementos da equipa da UCIP da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA criaram o projeto “Amor Entrelinhas”. Este projeto teve como objetivo promover o contacto entre o paciente internado, a sua família e os profissionais de saúde. Após a apresentação e a adesão ao projeto, as famílias eram convidadas a enviar cartas diárias para o paciente, através de um

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email, com o intuito de serem lidas pelo próprio ou pela equipa de enfermagem. Estas cartas poderiam incluir conteúdo expresso por vários elementos da família, assim como fotografias e registo de áudio/vídeo. Por sua vez, a equipa do Amor Entrelinhas procedia ao envio de alguma informação geral sobre a situação do paciente na forma de diário e/ou informação que quisesse transmitir à família/pessoas significativas. De março a setembro de 2020 foram integrados 24 pacientes, criados 238 diários e recebidas 159 cartas. O feedback das famílias/pessoas significativas dos pacientes incluídos no projeto foi muito positivo, tendo sido reforçado por e-mails de agradecimento e reconhecimento. Os profissionais envolvidos identificaram no projeto uma forma de realização profissional e um forte fator de envolvimento na melhoria de cuidados, mesmo durante circunstâncias tão difíceis.

Luto em tempos de pandemia: o que muda na hora do adeus? ANA CARRANCHA NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica – vertente Oncologia; Pós-Graduação em Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Curso Pós-Graduado de Aperfeiçoamento Luto em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Doutoranda em Cuidados Paliativos na Faculdade Medicina da Universidade de Porto. Exerce funções na Equipa Intra Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos e Unidade de Dor da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA. RESUMO Num tempo de perdas concretas e simbólicas transversais a todas as pessoas, a vivência relacionada com a perda de alguém significativo tem sido em geral condicionada não só pelas restrições impostas e supressão de rituais de despedida, como também pelo acumular de perdas e isolamento; por outro lado, o próprio trajeto de doença caracterizada pela rápida progressão, não permite a preparação para a morte, o que pode assumir contornos mais traumáticos. Ao não ser permitido à família/cuidador o acompanhamento do doente, o poder tocar-lhe e, posteriormente, visualizar o corpo, leva a que este afastamento que tinha a intenção de ser protetor, se torne angustiante, que dificulte a aceitação da realidade e consequente integração da perda, podendo gerar sofrimento não partilhado. Em algumas situações, a família enlutada é confrontada com a doença em mais do que um dos membros, resultando numa ampliação de fatores que podem condicionar a elaboração e expressão das emoções, a funcionalidade e a rede de suporte familiar. A predominância da vertente tecnicista nos Cuidados Intensivos em alguns mundos imaginados também foi abalada quando percebemos que as equipas estão inundadas, no mesmo plano da competência técnica, de empatia e que colocam a humanização como orientadora da sua prática. Assim, formas de comunicação e conexão alternativas, intervenções que deram resposta

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a necessidades relacionais e espirituais emergiram a par do controlo sintomático, permitindo de alguma forma minimizar o impacto da perda. Perante a ameaça de um vírus desconhecido nada ficará igual, a forma como respondemos a estes desafios determinará o futuro da nossa sociedade. O futuro aponta para a necessidade de uma maior intervenção em grupos distintos da sociedade numa abordagem, mais do que nunca, verdadeiramente centrada na narrativa pessoal rompendo paradigmas da era pré pandémica.

14h00 - As unidades de contingência como recurso MODERADOR: FERNANDO GREGÓRIO NOTA BIOGRÁFICA Curso de Enfermagem em 1985 pela Escola de Enfermagem da Guarda. Exerce funções na Unidade Hospitalar de Faro desde 1989. Curso de Estudos Superiores Especializados em 1995 pela Escola Superior Maria Fernanda Resende em Lisboa. Pós-graduação em Gestão e Economia da Saúde em 1998 pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Enfermeiro Chefe desde 2001 e Enfermeiro Gestor no serviço de Cardiologia desde 2007. Mestrado em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Ciências Socais e Humanas da UAlg em janeiro de 2008. Coopera com a Escola Superior de Saúde da UAlg desde 2000.

Unidade no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul JOÃO LOPES. NOTA BIOGRÁFICA João Lopes nasceu em Faro no ano de 1982. Licenciou-se em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde da UAlg em 2006 e de imediato iniciou a sua atividade profissional no Centro de Saúde de Loulé. Transfere-se para o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMFRSul) em 2007 e, com o objetivo de aumentar os seus conhecimentos na área da reabilitação, inscreve-se no Curso de Pós-Licenciatura em Enfermagem de Reabilitação, que concluiu em 2010. No ano de 2013 termina a Especialização em Gestão de Unidades de Saúde e em 2018 é nomeado em funções de chefia, esse desafio impele-o a inscrever-se no Mestrado em Gestão de Recursos Humanos que frequenta atualmente. Na área da sua especialidade clínica colabora com a Ordem dos Enfermeiros na elaboração de um Guia Orientador sobre Produtos de Apoio.

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RESUMO A implementação do Plano de Contingência do CHUA levou a que fossem ativadas camas de retaguarda do serviço de Medicina (Unidade Hospitalar de Faro) do CMFR Sul, 2º piso. Esta medida colocou grande pressão sobre as nossas infraestruturas, circuitos, processos e colaboradores, pois o perfil assistencial necessário para receber essa tipologia de doentes é totalmente diferente do perfil assistencial definido e existente no CMFRSul. No entanto, este desafio colocou à prova toda a nossa capacidade de adaptação e superação. Os obstáculos que surgiram foram oportunidades de aprendizagem, de desenvolvimento e de nos apercebermos do enorme potencial que temos dentro de nós.

Unidade no Hospital de Santa Maria JOANA PEREIRA NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem em 2013 pela Escola Superior de Saúde da UAlg, Mestre em Gestão de Unidades de Saúde desde 2017 pela Faculdade de Economia da UAlg, Especialista em Enfermagem de Reabilitação desde 2019 pela Universidade Atlântica. Iniciou a sua atividade profissional em 2013 no CMFR Sul. Em 2014 começou a exercer funções na Unidade Hospitalar de Faro do CHUA, no serviço de Medicina 2. Desde 2019 que integra a equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária do referido Centro Hospitalar. Áreas de interesse: Capacitação da pessoa doente e cuidador; Burnout nos profissionais de saúde; Gestão dos serviços de Enfermagem. RESUMO Dado o contexto de pandemia, houve necessidade de criação de novos serviços de contingência por forma a dar resposta à continuidade de cuidados aos doentes não-COVID, mais concretamente no contexto de medicina interna. Surgiu assim, por decisão do Conselho de Administração, a indicação de abertura de um serviço de Medicina Interna de contingência no Hospital de Santa Maria, com capacidade para 28 doentes (mais duas camas suplementares em caso de necessidade). A abertura de um serviço de contingência é, por si só, um grande desafio; tratou-se de uma corrida contra o tempo na tentativa de proporcionar todas as condições necessárias aos doentes e profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados, sendo que o facto de o serviço ser fora do recinto do CHUA tornava imperativo que existisse um planeamento muito rigoroso dos recursos necessários.

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Este processo foi bastante complexo, requereu uma grande capacidade de adaptação, flexibilidade e cooperação, contudo, a entreajuda, espírito de equipa e sentido de missão por parte de todos os profissionais da equipa multidisciplinar foram extraordinários, possibilitando que, com sucesso, conseguíssemos dar resposta em tempo record às necessidades da população num momento de crise nunca antes experienciado.

Unidade no Hospital de São Gonçalo VERA CALADO NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação, iniciou o seu percurso profissional em 1996 no Hospital de Faro. De 1997 a 2009 integrou a equipa de Urgência do Hospital de Portimão, atual CHUA. De 2009 a 2021 exerceu funções no serviço de Cirurgia 2A, assumiu funções de substituição do enfermeiro coordenador, foi elo de ligação entre o GCL-PPCIRA e a Equipa de Gestão de Altas (EGA), foi responsável pela formação em serviço e auditora da Gestão do erro medicamentoso, funções que ainda desempenha. Atualmente é coordenadora da Medicina de São Gonçalo. RESUMO A situação de pandemia por COVID-19 no início do ano e as suas consequências no Algarve obrigaram a alterações na organização da nidade Hospitalar. O objetivo foi dar respostas mais efetivas às necessidades atuais dos utentes “COVID-19” e “não COVID-19”. Assim, como resposta alternativa, surgiu a expansão da área de internamento médico do CHUA às instalações do Hospital Particular de São Gonçalo com o propósito de receber doentes “não COVID-19”, de forma a ganhar maior margem para reorganizar os serviços. A unidade de internamento Medicina S. Gonçalo é uma estrutura com capacidade até 24 camas que funciona como unidade de recurso à pandemia. Esta abrange utentes dos 16 concelhos do Algarve, com patologia médica “não COVID-19”. É uma unidade dotada de recursos humanos, materiais, técnicos e logísticos adequados ao desempenho da sua missão. Os recursos humanos que fizerem parte da equipa multidisciplinar tiveram foram mobilizados dos diversos serviços do CHUA. Existiram também algumas contratações de profissionais a fim de complementar a equipa, nomeadamente assistentes operacionais e fisioterapeuta.

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O que Nightingale demonstrou há dois séculos ainda prevalece: uma enfermagem promotora de mudanças, que atua ativamente na linha de frente e, mesmo com as dificuldades e os riscos aos quais se expõe, exerce e representa sua função: CUIDAR (GEREMIA et al., 2020a). A equipa de enfermagem adaptou-se à mudança, superou os obstáculos que se atravessaram no seu caminho, e teve a capacidade de lidar com os problemas diários. A equipa tornou-se mais forte, quer emocionalmente, quer na capacidade de resposta às exigências impostas no seu dia a dia. Os elementos desta equipa são elos fundamentais da qualidade e segurança dos cuidados de saúde, da prevenção de infeção associada aos mesmos, e elementos ativos na promoção e garantia de boas práticas dos cuidados.

15h15 - Foco na proximidade: realidades domiciliárias na pandemia MODERADORA: ALEXANDRA FERREIRA NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira Especialista e Mestre em Enfermagem de Reabilitação no CHUA, Enfermeira nomeada em funções de gestão no Serviço de Hospitalização Domiciliária de Portimão. Também desempenhou funções da Unidade de Lagos do CHUA. Concluiu o Curso de Hospitalização Domiciliária, VMER e Pós-Graduação em Ventilação. É Professora Assistente no Instituto Piaget de Silves, a concluir a PósGraduação em Gestão e Administração de Serviços de Saúde e o Doutoramento em Ciências de Saúde na Universidade de Sevilha.

Hospitalização domiciliária ANA NASCIMENTO NOTA BIOGRÁFICA Licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde da UAlg. Mestre em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Economia da UAlg. Especialista em Enfermagem de Reabilitação pela Universidade Atlântica. Enfermeira no CHUA desde 2004. Enfermeira Coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária de Faro desde maio de 2019.

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RESUMO A hospitalização domiciliária é uma alternativa ao internamento convencional, que proporciona assistência clínica de modo contínuo e coordenado àqueles doentes que, requerendo admissão hospitalar, cumprem também uma série de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem o internamento no domicílio sob a vigilância da hospitalização domiciliária sempre de acordo com a vontade do doente e da sua família. A experiência internacional tem demonstrado que são várias as vantagens da hospitalização domiciliária, em particular, reduz do risco de complicações, nomeadamente de quedas, úlceras por pressão, desorientação ou confusão; diminui os reinternamentos hospitalares e reduz a taxa de infeção hospitalar. A hospitalização domiciliária tem potencial para melhorar o acesso aos cuidados de saúde hospitalares e melhorar a gestão das camas disponíveis para o tratamento de doentes agudos no SNS. Favorece a humanização dos cuidados e estimula a participação ativa das famílias e de outros cuidadores, capacitando-os através do ensino personalizado em função das necessidades e dos recursos individuais, no contexto de vida de cada pessoa. A unidade de hospitalização domiciliária define e concretiza em relação a cada doente, um plano individual de cuidados em articulação com a equipa clínica hospitalar que acompanhou o doente até ao momento da hospitalização domiciliária; garante o atendimento disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano; fornece e gere a terapêutica aguda e crónica do doente, e outros materiais de consumo clínico necessários ao plano de cuidados. O contexto da pandemia afigurou-se como uma oportunidade de crescimento para a Unidade de Hospitalização Domiciliária; em março de 2019 houve um aumento da procura do internamento em hospitalização domiciliária, constatando-se um incremento da sua lotação.

COVID casa ACÁCIO RODRIGUES. NOTA BIOGRÁFICA Natural de Castro Marim, 53 anos de idade. Concluiu o Curso de Bacharelato em Enfermagem em 1993 na Escola Superior de Enfermagem de Faro. Iniciou funções, enquanto enfermeiro, em abril de 1993 no Serviço de Pneumologia no denominado, à época, Hospital Distrital de Faro. Desempenhou as funções inerentes à categoria de enfermeiro no Hospital Distrital Faro, em serviços como Ortopedia Nascente, Serviço de Urgência Polivalente, Serviço de Cirurgia Poente e UCIP. Em 1999 concluiu, na Escola Superior de Enfermagem de Beja, o Curso de Estudos Superiores Especializados em Enfermagem na Comuni-

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dade (Gerontologia-Geriatria), que lhe conferiu o Grau de Licenciado em Enfermagem na Comunidade (Gerontologia- Geriatria). Em 2008, concluiu na Universidade Técnica de Lisboa- ISEG- a Pós Graduação em Gestão da Qualidade na Saúde. Em julho de 2009, foi nomeado enfermeiro em funções de chefia, na Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Urgência e Unidade de AVC (UAVC). Desempenhou funções de chefia também por nomeação no Serviço de Doenças Infeciosas (8 anos). Atualmente, e, por nomeação, desempenha funções de enfermeiro gestor no Serviço de Ortopedia 1 desde janeiro de 2020. Concluiu, em 2019, o primeiro ano do Mestrado em Gestão de Unidades de Saude na Faculdade de Economia da UAlg. RESUMO A COVID-19 foi declarada pela OMS como pandemia mundial a 11 de março de 2020. Considerando o alargamento progressivo da expansão geográfica da pandemia COVID-19 em Portugal, urgiu planear medidas que possibilitassem uma resposta adequada, atempada e articulada de todo o sistema de saúde. Neste contexto, de crescente pressão sobre as necessidades de reorganização dos recursos humanos e materiais afetos à prestação de cuidados de saúde no SNS, a Unidade Hospitalar de Faro do CHUA, entre outras medidas de reorganização implementadas no combate à propagação da doença, cria, a 18 de março de 2020, na Consulta Externa, a Unidade COVID Casa – Visitação Domiciliária. A palestra assenta nos seguintes pontos: objetivos da existência da Unidade Covid Casa; descrição funcional da COVID Casa; intervenções realizadas na Covid Casa; apresentação de resultados de satisfação dos doentes cuidados.

14 MAIO

9h00 - Quando o utente é o profissional: o serviço de saúde ocupacional MODERADOR: RICARDO MESTRE NOTA BIOGRÁFICA Licenciado em Enfermagem na Escola Superior de Saúde da UAlg em 2004; Especialista em Enfermagem Comunitária no Instituto Politécnico de Beja em 2012; Mestre em Psicologia da Saúde e Gestão de Unidades de Saúde pela UAlg. Trabalhou no CMFR Sul durante 11 anos; atualmente, desde setembro de 2018 desempenha funções de Gestão no serviço de Cirurgia Nascente/Urologia, na Unidade Hospitalar de Faro.

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Os rastreios e a vigilância: intervenção de enfermagem MARCELINO CORREIA NOTA BIOGRÁFICA Terminou o Bacharelato em Enfermagem em 1993 na Escola Superior de Enfermagem de Portalegre. Iniciou funções no Hospital de Faro nesse mesmo ano no serviço de Medicina 1, tendo trabalhado também numa Clínica de Hemodiálise em Faro. Participou no programa de apoio à toxicodependência no Centro Prisional de Faro e exerceu funções na UCI da Unidade Hospitalar de Faro. Concluiu a Especialidade de Enfermagem de Saúde Comunitária/Saúde no Trabalho no ano 2000 na Escola Superior de Enfermagem de Portalegre. Enquanto enfermeiro especialista, exerceu funções na Consulta Externa de Faro, serviço onde, posteriormente, foi coordenador. Ainda enquanto coordenador, trabalhou na UAVC e no Serviço de Saúde Ocupacional da Unidade Hospitalar de Faro. Atualmente, enfermeiro em funções de gestão na UAVC. RESUMO No dia 17 de novembro de 2019 identificou-se o primeiro caso de infeção por SARS-CoV-2 e a sua evolução leva a que, quatro meses depois, a OMS decrete a situação de pandemia, à data com mais de 118 mil infetados confirmados em 114 países e 4291 mortes em todo o mundo. Em Portugal, o primeiro estado de emergência é anunciado a 18 de março de 2020. A DGS apresentou um plano nacional para combater o novo coronavírus, com vista a prevenir a doença, conter a pandemia, salvar vidas e orientar os planos regionais, locais e institucionais. O CHUA reorganizou-se e preparou-se para dar resposta ao que lhe era exigido. O Serviço de Saúde Ocupacional (SSO), em articulação com a Autoridade de Saúde, GCL-PPCIRA e serviços, criou procedimentos para orientação e vigilância dos seus trabalhadores com base nas normas definidas pela DGS. Consequentemente, as principais atividades de atuação do SSO COVID incidiram na identificação de casos; no rastreio de contactos (inquéritos epidemiológicos, testes RT PCR); na articulação com Delegado de Saúde, GCL-PPCIRA e serviços; na monitorização dos profissionais de saúde em isolamento até ao regresso ao trabalho; na articulação dos casos com o planeamento e vacinação contra a COVID-19; no exame de saúde ocasional de doença, no âmbito da consulta de medicina do trabalho pós COVID; na apresentação de dados estatísticos de março de 2020 a março de 2021 (Testes RT PCR aos profissionais de saúde; vigilâncias passivas; isolamentos profiláticos e trabalhadores infetados por SARS Cov2 em isolamento).

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Em suma, o SSO COVID veio reforçar a necessidade da existência de equipas motivadas para poderem dar resposta às exigências dos trabalhadores do CHUA no combate e controlo da doença, durante o período pandémico.

Vacinação: contributo diferenciador do enfermeiro MANUELA SIMÃO NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira que exerce funções no Hospital de Dia de Medicina Consulta Externa da Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA desde 2009 . Colabora com a Vacinação dos Profissionais de Saúde desta Unidade do CHUA e com o Centro de Vacinação de Portimão. RESUMO Nas últimas décadas, as vacinas têm contribuído para melhorar a Saúde Pública em todo o mundo, tendo sucesso na redução da morbilidade e da mortalidade das doenças-alvo. Em tempos de pandemia por SARS-Cov-2, a vacinação é a principal ferramenta no combate ao vírus; é uma das principais atividades da responsabilidade dos Enfermeiros, e, a estes, compete, divulgar o programa, motivar e aproveitar todas as oportunidades de vacinar. A intervenção do enfermeiro assume um contributo diferenciador com particular destaque no esclarecimento de dúvidas e desmistificação dos medos, assegurando que todo processo de vacinação decorra de forma célere, apesar de todos os constrangimentos vivenciados no decorrer do processo. Objetivos: Descrever a experiência dos Enfermeiros na campanha de vacinação contra a COVID-19 aos profissionais de saúde no CHUA, durante o período de dezembro de 2020 a abril de 2021. Métodos: Relato de experiência; prática baseada na evidência. Resultados e Conclusão: A vacinação no CHUA iniciou-se em dezembro de modo criterioso para os profissionais de saúde. Foram inicialmente vacinados os profissionais associados às áreas de maior risco de exposição ao vírus. Apesar dos constrangimentos transversais a muitos serviços, como a diminuição de enfermeiros e a contínua reformulação dos cuidados prestados, podemos concluir que a maior parte dos profissionais de saúde da área clínica do CHUA encontram-se vacinados. Este evento só foi possível pela contribuição de todos, destacamos o esforço dos profissionais envolvidos neste processo (Farmacêuticos, Assistentes Técnicos, Assistentes Operacionais, Seguranças). O processo de Vacinação contra a COVID-19, por parte dos Enfermeiros, permitiu o reconhecimento dos seus limites e potenciais, pois sem o seu contributo, dedicação e esforço,

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isso não seria possível. No decurso do processo de vacinação, mantivemos em foco que o objetivo, neste contexto de pandemia, é a imunidade de grupo contra o vírus SARS Cov-2.

Regressar ao serviço depois de ter contraído a doença COVID-19 TERESA GARCIA NOTA BIOGRÁFICA Enfermeira desde 2006; Especialista em Enfermagem de Reabilitação desde 2012; Mestranda em Riscos e Proteção Civil no ISEC de Lisboa. Trabalhou no Serviço de Medicina 1, UAVC, Serviço de Urgência Polivalente, Unidade de Cuidados Intermédios do Serviçod e Urgência e UCIP do CHUA. Em 2010 integrou a equipa da VMER de Faro/ Albufeira e em 2014 a de Portimão, assim como a equipa de Helitransporte do Algarve. De momento exerce funções no Serviço de Neurocirurgia /Ortopedia Poente. RESUMO No início, nós, profissionais de saúde, não sabíamos o quão grave era a situação. A informação científica sobre como lidar com a doença que estava a atingir o mundo inteiro surgia em catadupa. Éramos bombardeados com informação sobre como nos deveríamos proteger em relação à doença, como nos deveríamos fardar, e as medidas de proteção a adotar com os utentes. A pandemia tomou as nossas vidas de rompante, exigiu mudanças, empenho e suscitou muitos medos. Com o primeiro caso de COVID-19 no Algarve, tornou-se certa a decisão de fazer parte da solução no combate a este vírus, sendo assim, decidi em família salvaguardar os filhos, colocando-os na casa dos avós a 800km de distância. Decisão difícil, mas, sei hoje, a mais acertada. Após isso respondi aos apelos da Ordem dos Enfermeiros e outras entidades. Fiz formação para colaborar no Drive-through e com a linha Saúde 24. No entanto, ainda em março, sou infetada com COVID-19. Os sintomas experienciados foram praticamente todos os descritos e ao décimo dia constatei cansaço respiratório, tendo-me valido o oxímetro que possuía. As insónias também fizeram parte dos meus dias, pois as incertezas e medos eram mais que muitos e o número de recuperados, na altura cerca de cem, não aumentava. Sem dúvida uma ajuda valiosa foi a equipa COVID CASA e a equipa do INEM pois nunca me abandonaram, todos os dias recebia chamadas destes profissionais que foram os meus “anjos” da guarda.

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No início de maio, finalmente, chega o primeiro teste negativo e passados três dias o segundo. A vontade de correr para os braços dos meus era muita, mas o receio era maior. Nos primeiros dois dias após teste negativo para SARS-CoV-2, não consegui passar os portões de casa. O Regresso ao trabalho acontece só no final de maio. Nessa altura, a primeira vaga já tinha terminado e a “normalidade” já estava restabelecida, existiam maiores cuidados no combate ao vírus bem como mais EPI. Não minto que, apesar das mudanças, o receio de uma nova infeção estava presente, mas com o passar do tempo, e olhando as estatísticas, foi-se dissipando. Após alguns meses começaram as palpitações e os lapsos de memória. Segundo o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) Long COVID, é um termo para descrever os efeitos da Covid-19 que continuam por semanas ou meses após a doença inicial. Os sintomas mais comuns relatados, além dos respiratórios são os cardíacos, entre eles palpitações, e também a diminuição da memória a curto prazo. Praticamente um ano passado após a infeção por SARS-CoV-2 faço uma análise em retrospetiva e consigo destacar ganhos como o crescimento profissional, estando hoje mais atenta e preocupada com os problemas vividos pelos utentes, particularmente no que reporta à situação de “isolamento” familiar.

O serviço de saúde ocupacional está preparado para o futuro? CLÁUDIA BRANCO NOTA BIOGRÁFICA É Enfermeira Gestora, Especialista em Saúde Comunitária; Técnica Superior de Higiene e Segurança no Trabalho, com competências acrescidas em Enfermagem do Trabalho solicitada à Ordem dos Enfermeiros e a aguardar decisão. É Enfermeira no Hospital de Faro desde 1994. RESUMO Partindo do conceito, a Saúde Ocupacional é definida como o conjunto de intervenções prestadas por profissionais especializados em vários domínios científicos, que convergem e se complementam, tanto em conhecimento como nas competências profissionais, tendo por objetivo a prevenção dos riscos profissionais, a proteção e promoção da saúde dos trabalhadores, a salvaguarda da segurança, bem-estar, conforto e integridade dos trabalhadores e o fomento de ambientes de trabalho saudáveis.

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Tendo por base o “Plano Nacional de Saúde Ocupacional: Extensão 2018/2020” da DGS, apresenta-se um breve enquadramento do SSO da Unidade Hospitalar de Faro do CHUA, com referência à visão, aos objetivos, aos princípios estratégicos, às ações e ao processo de implementação, comunicação, monitorização e sua avaliação. Posto isto, definem-se cinco objetivos específicos para o SSO: 1. Promover a vigilância da saúde dos trabalhadores; 2. Fomentar a organização e qualidade dos SSO; 3. Reforçar o desempenho dos profissionais de Saúde Ocupacional; 4. Impulsionar a promoção da saúde no local de trabalho; 5. Robustecer a gestão do conhecimento em Saúde Ocupacional. Considerando os objetivos elencados, todas as estratégias foram definidas com vista a promover: •

Mais ganhos em saúde na população trabalhadora e, consequentemente, na comunidade.

Maior reconhecimento do valor da saúde do trabalhador enquanto fator prioritário para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Melhoria da organização e da qualidade dos serviços prestados em matéria de saúde ocupacional na Unidade Hospitalar de Faro e, consequentemente, um capital humano com maior disponibilidade e maior motivação para a prossecução dos objetivos da nossa organização.

O Serviço de Saúde Ocupacional da Unidade Hospitalar do CHUA tem à sua responsabilidade cerca de 4000 trabalhadores de vários setores e atividades. Este capital humano é a essência da nossa existência, é por ele que, todos os dias, a equipa do SSO do Hospital de Faro dá o melhor de si, em prol da saúde no trabalho, por e para todos nós.

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11h00 - Cuidar em saúde mental: desafios face a uma pandemia (in)visível MODERADORA: PAULA FRANCO NOTA BIOGRÁFICA Desempenhou funções na Unidade de Urgência Médica do Hospital de S. José, onde permaneceu de 1984 até 2001; neste mesmo ano, integrou a equipa da UCI do Hospital de Portimão, na qualidade de Enfermeira especialista em Enfermagem Médico cirúrgica. Foi Responsável pelo serviço de Pneumologia, Enfª Chefe do serviço de Medicina 1 e Enfermeira Diretora do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio de 2012 a 2014, altura em que se dá a fusão com a Unidade Hospitalar de Faro.

O papel do enfermeiro na equipa de saúde mental comunitária: novos desafios CRISTINA AMORIM NOTA BIOGRÁFICA Mestrado em Enfermagem, com Especialização em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. Pós-Graduação em Gestão e Administração dos Serviços de Saúde, da UAlg. Atividade Profissional. Enfermeira em Funções de Gestão do Serviço de Psiquiatria 2 desde 2013. Membro da Equipa Coordenadora Local do Barlavento Algarvio, da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental desde 2019. Primeira Suplente da Mesa do Colégio de Saúde Mental e Psiquiátrica da Ordem dos Enfermeiros no atual mandato. RESUMO Com esta apresentação pretendemos promover a reflexão sobre a importância da saúde mental a nível pessoal e social, assim como a preponderância de adequar os cuidados às necessidades das pessoas. Será efetuada uma abordagem das políticas de saúde que nos desafiam a ultrapassar o paradigma consulta-internamento. A criação de Equipas Comunitárias de Saúde Mental constitui uma nova oferta de cuidados, concretizando o modelo de organização de cuidados preconizado pela OMS e pelo Plano Nacional de Saúde Mental da DGS. Esta nova realidade constitui um verdadeiro desafio para os serviços, na medida em exige um repensar/reconfigurar de estruturas e recursos humanos com o objetivo de aproximar os serviços

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de saúde mental das pessoas e assegurar respostas focadas na prevenção, na reabilitação e reinserção, permitindo uma resposta mais efetiva nos problemas de saúde mental. Palavras chave: Equipas Comunitárias de Saúde Mental; Promoção da Saúde; Prevenção da Doença Mental.

Estratégias de Promoção Da Saúde Mental em Tempos de Pandemia IRIA GONZALEZ NOTA BIOGRÁFICA Desde 2009 exerce funções na área da Saúde Mental e Psiquiatria, atualmente enfermeira no serviço de Internamento de Psiquiatria da Unidade Hospitalar de Faro. Mestranda em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica. RESUMO O surgir de uma pandemia inesperada fez emergir na população inúmeros sentimentos e emoções com conotação negativa, tais como o medo, a angústia, o stress, a culpa, a ansiedade, a tristeza, entre outros. Neste enquadramento tornou-se fundamental a criação de inúmeras fontes de apoio a nível internacional e nacional que promovessem a saúde mental das populações. Mantendo-nos ainda a vivenciar os efeitos da COVID-19, emerge a necessidade imperiosa de dotar a população em geral, os profissionais de saúde e as crianças, de estratégias promotoras da saúde mental, catalisadoras de processos de maior resiliência e adaptabilidade aos tempos que correm. Das principais estratégias de coping redutoras dos níveis de stress, ansiedade e depressão destacam-se: alimentação saudável, atividade física, manutenção dos contactos sociais, verbalização de sentimentos e emoções, e passar menos tempo à procura de informação sobre a COVID-19.

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A experiência na primeira pessoa SAMUEL MARTINS. NOTA BIOGRÁFICA É natural de Portimão desde 1985 e tem residido no mesmo local desde então. Em 2008 licenciou-se em Enfermagem pelo Instituto Jean Piaget de Silves. Desde 2009 que exerce funções na Unidade Hospitalar de Portimão do CHUA. Depois de 3 anos no Serviço de Medicina Interna, foi transferido para o Serviço de Psiquiatria onde se mantém ainda em funções. Em Novembro de 2020, esteve na Unidade Covid B até ao seu términus. RESUMO A gestão de emoções deve ser entendida como a capacidade que cada um de nós tem de nos entendermos e avaliarmos os nossos próprios sentimentos para que consigamos ter uma forma de agir o mais correta possível. Só dessa forma é que conseguimos relações quer pessoais, quer profissionais, mais saudáveis e consequentemente mais sólidas e/ou confiantes. Foi dentro deste contexto que procurei desenvolver a minha prática no serviço Covid B, como forma de minimizar o impacto significativo que a COVID-19 tem acarretado na saúde mental quer da população em geral, quer dos próprios profissionais de saúde. A gestão emocional é deveras importante pois permite vivências bastante positivas em várias vertentes, tais como liderança, trabalho em equipa, a própria prestação de cuidados e até as próprias vivências pessoais; pelo que tentar-se-á dar um cunho mais pessoal no relato desta experiência na primeira pessoa.

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