da Meia-Noite
Mateus 25.6
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JULHO DE 2007 • Ano 38 • Nº 7 • R$ 3,50
Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil
Índice Prezados Amigos
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Na Corda Bamba?
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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00 Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake
A Psicologia e os Ensinos de Demônios
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Do Nosso Campo Visual
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Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.
• O desafio do Iraque - 15 • O mistério da morte - 17
“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.
Aconselhamento Bíblico www.Chamada.com.br
• Arrebatamento - antes ou durante a Tribulação?
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Podemos extrair lições espirituais preciosas da vida de Davi na época em que ele se preparava para subir ao trono real. Para ele, esse foi um tempo de espera. Nós, discípulos de Jesus, também estamos esperando e sendo preparados para, um dia, reinar com Ele. Davi aguardou com paciência até chegar a hora marcada por Deus. Ele não tocou em Saul nem tentou cumprir a promessa pelas suas próprias mãos. Mesmo quando Saul já havia caído na luta contra os filisteus e depois da tribo de Judá ter instituído Davi como rei, ele esperou por mais sete anos até que todo o Israel o ungisse. Essa capacidade de esperar com perseverança é uma virtude decisiva na nossa caminhada cristã, especialmente agora, nos tempos finais, pois, como Davi, nós igualmente somos desafiados, provados e testados em nossa espera pelo Senhor. A respeito, recentemente alguém nos escreveu, perguntando: “Como ser sempre perseverante na Palavra?”. Por diversas vezes, pessoas que cercavam Davi tornaram-se fonte de tentação ao lhe dizer: “Hoje é o dia... que te entrego nas mãos o teu inimigo” (1 Sm 24.4). Como Davi conseguiu resistir à tentação de agir imediatamente, optando por continuar a esperar? A chave para essa atitude abençoada de Davi é encontrada em sua postura diante do Deus de Israel. Davi sempre se considerou servo de Deus – ele confiava na intervenção divina – e dava toda a glória ao Senhor! Por três vezes Davi reafirma sua posição de servo de Deus em 1 Samuel 23.10-11: “Ó Senhor, Deus de Israel, teu servo... como o teu servo ouviu? ...faze-o saber ao teu servo”. No livro dos Atos dos Apóstolos encontramos a confirmação, pois Deus declara acerca de Davi: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade. ...na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus...” (At 13.22,36). Quando pensamos no segredo da espera paciente de Davi, que era sua postura de servo diante do Senhor, logo nos vem à mente o exemplo do próprio Senhor Jesus. Não foi Ele o mais perfeito servo de Deus? Comparado a Ele, Davi é um exemplo fraco. Jesus, o Filho de Deus, foi o cumprimento de todas as promessas referentes ao Servo do Senhor encontradas no Antigo Testamento. Assim como Davi soube esperar, “Jesus... assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés” (Hb 10.12,13). E assim como Davi experimentou concretamente a libertação de todos os seus inimigos e a paz que Deus lhe
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concedeu, da mesma forma essas profecias referentes a Jesus ainda se cumprirão de forma literal e maravilhosa. O “Dia do Senhor”, com as diversas séries de juízos, talvez tenha início muito em breve. O relato da espera paciente de Davi e da demora em se tornar rei de todo o Israel pode ser aplicado à nossa vida espiritual de mais uma forma. Vejamos: naquela época, ainda demorou sete anos até que as dez tribos finalmente ungiram a Davi como seu rei. Os israelitas demoraram em fazê-lo, apesar de saberem que o próprio Deus o designara rei: “Outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu que fazias entradas e saídas militares com Israel; também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e serás chefe sobre Israel” (2 Sm 5.2). Mesmo tendo conhecimento das vitórias de Davi sobre seus inimigos, a indolência do povo retardou a entronização do legítimo rei. Por um certo tempo os israelitas ainda mantiveram-se sob a liderança de Isbosete, filho de Saul, cujo nome significa “homem da desonra”. Somente quando estavam fartos da opressão dos filisteus é que tomaram a decisão, tanto tempo adiada, de entronizar o rei legítimo, escolhido por Deus. Talvez alguém que esteja lendo estas linhas também se sinta farto de presenciar o domínio do inimigo em sua vida, de ver o mundo ímpio ao seu redor e de tomar conhecimento do pecado que tenazmente o assedia. Você está extenuado e farto de lutar contra maus costumes, vícios opressores ou paixões escusas? Então, a vitória já está garantida. Como? Pela vitória de Jesus Cristo na cruz do Calvário. Há muito tempo Ele já pagou o preço da sua e da minha libertação. E, pela Palavra Profética, sabemos da vitória futura de Jesus sobre o inimigo, que então será uma vitória visível a todos. Mas será que já entregamos, de fato, o trono de nossa vida a Ele? Jesus já tomou posse de sua vida? Ele já é seu Rei? Ou será que ainda hesitamos e preferimos continuar sob o domínio do inimigo? Unidos em Jesus, o Servo do Senhor, no desejo de sermos servos verdadeiros e de esperar pela Sua vinda com paciência e perseverança, saúdo cordialmente,
Dieter Steiger
A vida e os passos de um cristão renascido se assemelham à caminhada sobre uma corda bamba. Um filho de Deus não deve pender nem para a direita nem para a esquerda, mas cuidar para manter sempre o equilíbrio. O autor tem grande urgência em falar com você sobre este equilíbrio tão importante para a sua vida de fé.
Há algum tempo li a seguinte notícia: Falha tentativa de quebra de recorde mundial na Suíça. No sábado à noite, depois de caminhar cerca de 600 metros sobre os cabos de sustentação do teleférico da montanha Säntis, o equilibrista Freddy Nock, de 40 anos, teve de desistir de sua tentativa de quebra de recorde. Por motivos até agora desconhecidos, a vara de equilíbrio escorregou das suas mãos, de forma que ele não pôde continuar. Nock conseguiu segurarse no cabo e descer imediatamente para o bondinho do teleférico que o acompanhava. O equilibrista Freddy Nock, originário da cidade de Müllheim, no cantão de Thurgau, pretendia subir pelos cabos do teleférico até a estação da montanha. Mas ele só conseguiu percorrer 600 metros. A sua vida como cristão também não se parece muitas vezes
com a caminhada sobre uma corda bamba? O desfiladeiro sem fim se abre debaixo de você, e adiante está apenas um caminho muito inseguro. Como o equilibrista, você sobe a montanha, em direção ao Senhor. Mas você só consegue dar um passo por vez, timidamente, num esforço extremo para não perder o equilíbrio. Também para os cristãos é muito importante encontrar o equilíbrio entre direita (legalismo) e esquerda (mundanismo). Nem um, nem outro lado é correto. Só quando você encontrar o equilíbrio é que a glória de Jesus pode ser refletida em sua vida: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18). Também 2 Coríntios
2.15 fala algo a respeito: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem”. Só que essa glória não pode ser obtida por meio de legalismo ou amizade pecaminosa com o mundo, mas apenas se você levar isto em conta: “Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame” (Sl 34.5). Você brilha assim por Jesus? No momento em que você se sobrecarregar com atitudes legalistas ou brincar com o pecado, a glória sairá de sua vida! O equilibrista teve de desistir de sua tentativa de quebrar um recorde mundial porque tinha perdido a vara de equilíbrio. Você também não conseguirá avançar espiritualmente se perder o equilíbrio entre o legalismo e o mundanismo.
Legalismo O legalismo, isto é, a idéia de que é preciso contribuir de alguma forma para a própria salvação, está
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O equilibrista teve de desistir de sua tentativa de quebrar um recorde mundial porque tinha perdido a vara de equilíbrio. Você também não conseguirá avançar espiritualmente se perder o equilíbrio entre o legalismo e o mundanismo.
profundamente arraigado no coração do homem. Isso pode ser visto até mesmo na época dos Atos dos Apóstolos (no tempo da igreja primitiva). Quando o carcereiro de Filipos se abriu para o Evangelho, sua primeira pergunta foi: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At 16.30). A iniciativa de agir é totalmente humana e permeia todas as religiões. O budismo, por exemplo, exige: “Anule-se para penetrar no eterno nada”. O islamismo ensina: “Cumpra os mandamentos do profeta e Alá terá misericórdia de você”. E a igreja católica diz: “Receba os sacramentos e faça o bem, para ganhar o céu”.
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Para nós, seres humanos, é difícil aceitar algo de graça ou não retribuir um presente. Um missionário alemão teve uma experiência dessas: a fim de chamar a atenção para o Evangelho, certo dia ele se sentou no chão no meio de um movimentado calçadão de pedestres. Na sua frente, ele tinha um pote com moedas e uma plaquinha que dizia: “Recebi muitos presentes, por favor, aceite um pouco”. As pessoas passavam e sacudiam a cabeça. Era muito raro alguém criar coragem e tirar alguma coisa do pote. Provavelmente pensavam: “Como assim, simplesmente pegar dinheiro, sem precisar fazer nada por isso? Com certeza aí tem alguma pegadinha. Acho que ele está só querendo se divertir às nossas custas”. E o céu? Ele pode ser obtido de forma gratuita! Alguém pagou o ingresso na cruz do Gólgota. Você não precisa fazer nada. Não é preciso jejuar nem praticar exercícios de meditação para satisfazer a Deus. Basta aceitar a oferta! Mas, infelizmente, muitas pessoas se esforçam; elaboram regras e tentam alcançar a maior perfeição possível. Isso nem mesmo é uma atitude nova. Até na igreja primitiva havia quem defendesse esse conceito: “Alguns indivíduos
que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos” (At 15.1). Naquela época, a Igreja de Jesus tinha só alguns anos de idade. Mesmo assim, o fantasma do legalismo já havia conseguido espaço. Mas Paulo se opôs terminantemente a esse processo: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. (...) Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados. (...) Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Cl 2.8,16,20-23). Ainda mais claro é o seguinte texto: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gl 3.10). O legalismo desvia, pois acaba com a liberdade em Cristo. Até mesmo a glória de Jesus perde o brilho; a graça cede ao mérito próprio. A vida eterna não é mais um pre-
A iniciativa de agir é totalmente humana e permeia todas as religiões. O budismo, por exemplo, exige: “Anule-se para penetrar no eterno nada”.
sente de Deus, mas uma recompensa pelos próprios esforços.
Mundanismo A advertência é inequívoca: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). Sendo cristão, brincar com o pecado é perigoso! A corda bamba da fé não permite testes deste tipo: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.1-3). Por favor, não se engane: Deus é santo! Ele não vai e não quer
Árvore plantada junto a corrente de águas, assim é aquele que não brinca com o pecado!
aceitar um estilo de vida pecaminoso, mesmo que este seja socialmente aceito e cultivado por certos cristãos. É impossível cruzar a corda bamba da fé nessa falsa liberdade: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
Princípios Em todo o Antigo Testamento valia a lei que Deus tinha dado a Moisés: “O homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela” (Rm 10.5). “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo” (Dt 27.26). A Antiga Aliança é exigente. Ela diz: “Você deve!” Já os cristãos são chamados para a liberdade: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17). “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).
Liberdade Para a igreja de Jesus vale o seguinte princípio: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Os crentes da Nova Aliança não estão mais debaixo da lei, mas desfrutam da liberdade em Cristo: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). Liberdade é a grande manchete do Novo Testamento: livres da lei, livres da escravidão do pecado, livres para servir a Deus da forma certa! Mas a Bíblia adverte contra a tentação de levar uma vida pecaminosa com a desculpa de viver em liberdade: “Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus” (1 Pe 2.16).
Liberdade é a grande manchete do Novo Testamento: livres da lei, livres da escravidão do pecado, livres para servir a Deus da forma certa!
Paulo enquadra a liberdade em Cristo com uma moldura que não deve ser quebrada. Essa moldura se chama amor: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.13-14). O próprio Senhor Jesus também disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Esse amor determina os limites. Entretanto, a palavra “amor” não significa o hoje tão banalizado sentimento “eros”, mas: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a ver-
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dade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13.4-7). Um cristão renascido, que respeita essa moldura, sabe exatamente onde estão os limites. Isso vale em todos os sentidos: nos pensamentos, nos relacionamentos, no trato com o cônjuge e os filhos, no lazer, etc. A Bíblia diz a respeito: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Assim, a sua pergunta não deve ser o que pode ou não pode ser feito, mas: “Estou permitindo que o Espírito de Deus me guie?” O Espírito de Deus nunca ultrapassa a moldura do amor (como descrita acima).
Quando você aprender a viver dentro da moldura da liberdade em Cristo, o Salmo 34.6 se tornará realidade na sua vida: “Contemplai-o e sereis iluminados”.
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Ele também não dá conselhos contrários à Palavra de Deus. Quando você aprender a viver dentro da moldura da liberdade em Cristo, o Salmo 34.6 se tornará realidade na sua vida: “Contemplai-o e sereis iluminados”. Moisés ocultou seu rosto depois de ter recebido a lei. Ele fez isso como símbolo do fato de que o brilho da lei desvanece (cf. 2 Co 3.9-13). A lei escraviza as pessoas. Ela precisa dar lugar a algo melhor, isto é, ao Evangelho, que leva à liberdade: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.14-16).
Liberdade divina A liberdade só funciona se o direito do próximo for respeitado. Do contrário haverá violência e anarquia. Paulo explica como você pode praticar a liberdade em Cristo no seu dia-a-dia: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27). O seu relacionamento com Jesus deve ser como o relacionamento de duas pessoas que casam por amor: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).
Pessoas apaixonadas têm muita dificuldade de se desgrudar uma da outra. Você também é tão ligado a Jesus?
As regras da liberdade 1. Deixar Duas pessoas que se amam do fundo do coração só têm um desejo: deixar a casa dos pais o mais rapidamente possível. Querem estar com o parceiro que lhes significa tudo. O amor move montanhas. Você também não deixaria seu lar por amor a alguém? O amor já fez pessoas abdicarem de tronos e heranças. E o amor nunca é forçado. Quando alguém realmente ama, “deixar” não é uma obrigação, mas o mais profundo desejo do coração. Como cristão, você deveria se perguntar regularmente: “Eu também amo Jesus desse jeito?” Se você fizer isso, abandonar os hábitos, amigos e locais pecaminosos
não será mais problemático. Quando o amor ardente por Jesus encher seu coração, esse abandono será um fato. Jesus ocupa o primeiro lugar em sua vida?
que se doa sempre pressupõe liberdade de decisão. O amor verdadeiro só prospera onde não há pressão. O amor não pode ser forçado; no máximo pode haver esperança, mas nunca exigência. Quando houver amor, você experimentará o seguinte: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.7). Você realmente ama a Jesus e está disposto a abandonar tudo, unir-se a Ele e tornar-se um com Ele? Dê você mesmo a resposta a seu Senhor.
2. Unir-se Pessoas apaixonadas têm muita dificuldade de se desgrudar uma da outra. Minha esposa e eu muitas vezes fazemos caminhadas no fim da tarde. Recentemente vimos um casalzinho jovem durante um desses passeios. Os dois estavam tão enamorados que não viam mais nada ao seu redor. Abraçavam-se sem querer se largar. Você também é tão ligado a Jesus? Namorados trocam constantemente torpedos pelo celular, acenam à distância mesmo quando quase não se enxergam mais e conversam horas ao telefone. Você também é tão ligado a Jesus? Quando fiquei noivo de minha esposa, ela me escrevia muitas cartas. Algumas tinham até doze páginas. Você também é tão ligado a Jesus? Há pouco tempo, quando visitávamos amigos, o filho do casal se despediu com as seguintes palavras: “Vou dar uma volta com minha namorada”. Depois de uma hora e meia eles ainda não tinham voltado. Você também é tão ligado a Jesus? Quem está ligado a Jesus não pode estar ao mesmo tempo ligado ao mundo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24).
3. Tornar-se uma só carne O objetivo de qualquer relacionamento é tornar-se um com o outro pela entrega mútua. Você também se entrega assim a Jesus? Quando duas pessoas se entregam uma à outra, isso pode gerar frutos físicos. O mesmo vale para
“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.7).
Quem está ligado a Jesus não pode estar ao mesmo tempo ligado ao mundo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24).
seu relacionamento com Jesus: quando você Lhe dá seu amor e é um com Ele, deve haver fruto espiritual! Paulo escreve a respeito desse fruto: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, Recomendamos: fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23). Amor e liberdade são como gêmeos siameses; são insepaPedidos: 0300 789.5152 ráveis. Esta é uma lei www.Chamada.com.br divina básica: o amor
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pírito “Ora, o Es ressaafirma exp nos mente que, mpos, últimos te statarão alguns apo da fé, por a obedecerem espíritos s e a enganadore ensinos de demônios” 4.1). (1 Timóteo
Nos meus dois artigos anteriores, abordei a influência destrutiva que o aconselhamento psicológico vem exercendo sobre a igreja evangélica. Em poucas palavras, a igreja trocou a Palavra de Deus pelas falidas teorias humanas, na tentativa de resolver problemas mentais, emocionais e comportamentais. A maior parte da igreja não acredita mais no que a Escritura proclama: que Deus, em Sua Palavra, nos deu “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2 Pedro 1.3). Infelizmente, o resultado não poderia ser outro: no que se refere a aspectos como número de divórcios, confiança nas teorias e métodos de aconselhamento psicológico, coabitação fora do casamento, nascimento de filhos ilegítimos, pornografia, agressões se-
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xuais e físicas, e assim por diante, há pouca diferença, em termos estatísticos, entre as pessoas que se declaram cristãs e as outras. Embora essas conseqüências sejam bastante chocantes, não deveriam surpreender ninguém que creia realmente na Bíblia. O Livro de Provérbios nos diz duas vezes: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Provérbios 14.12;16.25). Em toda a Bíblia, morte implica em separação, seja da alma e do espírito em relação ao corpo na morte física, ou, num outro
“Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Provérbios 14.12;16.25).
sentido, a separação entre a luz e as trevas e entre a verdade e o erro; e, finalmente, a separação eterna de Deus. Assim como o corpo sem a vida se corrompe, as opções que uma pessoa faz na vida também geram corrupção quando separadas da verdade de Deus. A psicologia, juntamente com seu aconselhamento psicoterápico, teve maior aceitação entre os evan-
gélicos do que qualquer outro princípio antibíblico que tenha entrado na igreja no último meio século. Os “psicólogos cristãos” são geralmente mais populares e influentes que os pregadores e mestres da Palavra. Qual o evangélico que não conhece o Dr. James Dobson? A Associação Americana de Conselheiros Cristãos, de tendência psicológica, se orgulha de seus 50.000 membros. A igreja evangélica é um dos serviços que mais encaminha pessoas para conselheiros seculares (sejam eles cristãos ou não!). Assim como ocorre com os estudantes seculares, a segunda carreira mais procurada entre os alunos de faculdades cristãs é a Psicologia. O que torna essa informação ainda mais chocante é o fato de que as raízes, conceitos e muitas das práticas de aconselhamento psicológico se devem “a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”. Em 1 Timóteo 4.1 temos um versículo profético. Ele prevê que, “nos últimos tempos”, isto é, perto da volta do nosso Senhor, “alguns apostatarão da fé”. Isso tem apoio em outros versículos, como Lucas 18.8, onde Jesus pergunta: “quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”. A resposta que se deduz é “não”. Em 2 Tessalonicenses 2.3, Paulo declara, sob a inspiração do Espírito Santo, que “a apostasia” caracterizaria os Últimos Dias. Mas, não é verdade que desde o tempo dos apóstolos muitos cristãos professos apostataram da fé? Sim, é verdade. Mas o restante do versículo indica uma condição específica da época atual. Os que se declaram cristãos darão ouvidos “a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”. As doutrinas de demônios são elaboradas com o objetivo de minar o que é ensinado nas Escrituras. Elas refletem a estratégia que Sata-
nás inaugurou no Jardim do Éden, quando induziu Eva a desobedecer a Deus. O chefe dos espíritos enganadores começou sua comunicação O chefe dos espíritos enganadores começou sua comunicação didireta com reta com Eva suscitando dúvidas em sua mente quanto ao que Eva suscitanDeus havia ordenado: “É assim que Deus disse?” (Gênesis 3.1). do dúvidas em sua mente quanto ao que Deus havia ordenado: “É assim seus próprios interesses. As tentaque Deus disse?” (Gênesis 3.1). O ções, que incluíam imortalidade, esdiálogo entre Eva e a serpente levou clarecimento, divindade e conhecia mulher a crer que Deus havia mento (Gênesis 3.5), eram tão mentido para ela: “Então, a serpente atraentes para a carne, que Eva disse à mulher: É certo que não morre- aceitou a mentira avidamente. Num reis” (v. 4). Embora Deus tenha di- momento trágico da história da huto a Adão e Eva que, se eles deso- manidade, o ego tornou-se um bedecessem à Sua ordem comendo deus, um rebelde autônomo inclio fruto de uma certa árvore do Jar- nado a fazer sua própria vontade. O dim, o castigo seria a morte (Gêne- que Satanás ofereceu a Eva foi a sis 2.17), Satanás distorceu Suas mesma coisa que ele apresentou a palavras, e desse modo não só O todos os seus descendentes, com colocou como mentiroso como sucesso semelhante. Suas tentações também insinuou que Ele os estaria fatais – imortalidade, esclarecimento, impedindo de realizar seu auto- divindade e conhecimento – constiaperfeiçoamento e de atingir um su- tuem os fundamentos dos “ensinos posto potencial mais elevado. de demônios”. Gênesis 3.1-5 contém a estratéMesmo numa análise superficial gia básica de Satanás para a sedu- dos conceitos da psicoterapia, as ção e destruição da humanidade. principais mentiras de Satanás salSeu engodo começou com o questio- tam aos olhos. Ensinos (isto é, dounamento da Palavra de Deus e a trinas) como os que se seguem são oferta de alternativas tentadoras. A reação de Eva foi acreditar em Satanás, rejeitando a Palavra de Deus e buscando
Mesmo numa análise superficial dos conceitos da psicoterapia, as principais mentiras de Satanás saltam aos olhos.
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termos sido oprimidos por dando a “religião” da psicanálise. dogmas religiosos. Nenhuma das teorias de Freud – Divindade: A solução para seja o determinismo psíquico, o deos problemas da humanidade senvolvimento psico-sexual ou a encontra-se dentro de cada crença no inconsciente – tem qualum, no ego. O ego é direta ou quer validade científica; além disso, indiretamente divinizado. Por elas são crenças religiosas antagôniexemplo, a “auto-realização” cas às doutrinas bíblicas. Freud era da psicologia é um processo o primeiro nome que o psiquiatra e que leva à autodivinização, pesquisador Thomas Szasz tinha que, em última análise, substi- em mente quando disse que “[...] a tui qualquer necessidade de psicoterapia moderna [...] não é salvação fora da própria hu- meramente uma religião que se faz manidade. passar por ciência; ela é uma reliConhecimento: o processo gião falsa que procura destruir a de divinização da humanidade verdadeira religião”.1 Dado que a psicanálise e seus envolve métodos de sondagem das profundezas do incons- conceitos associados são tão diameciente, que é apresentado co- tralmente opostos ao Cristianismo Alguns sistemas ensinam que os problemas mo o suposto reservatório que bíblico, não há dúvida de que a “falque enfrentamos na vida são determinados por traumas relacionados ao nosso passado contém todos os mistérios da sa religião” de Freud é produto de (inclusive a supostas vidas passadas), ao “ensinos de demônios”. Além do vida. modo como nossos pais nos criaram, ao ambiente em que vivemos ou ao fato de Infelizmente, hoje esses en- mais, temos condições de argumentermos sido oprimidos por dogmas religiosos. sinos de demônios permeiam a tar com muita propriedade que as “psicologia cristã”. Poucos teorias de Freud vieram direta e inevangélicos percebem que es- diretamente de “espíritos enganadoencontrados em quase todas as teo- ses ensinamentos demoníacos fo- res”, através dos métodos que ele rias psicoterápicas: ram apresentados aos “fundadores empregava para analisar seus pacienImortalidade: não existe morte do aconselhamento psicológico” li- tes. Ele os colocava em estados de num sentido em que deva ser temi- teralmente por “espíritos enganado- consciência alterados usando a hipda. Os psicoterapeutas materialistas res”. nose e a técnica altamente sugestiva ensinam uma mortalidade sem julFoi Sigmund Freud que decla- da “livre associação”. Logo no inígamento; os conselheiros da verten- rou que “a relite espiritualista afirmam que nós gião é a neurose evoluímos para um estado de cons- obsessiva univerciência superior ou reencarnamos sal da humanidaMais uma teoria psicoterápica apresentada é o processo de divinização da humanidade, que envolve métodos de sondapara aperfeiçoar nosso próximo es- de”. Além disso, gem das profundezas do inconsciente, apresentado como o tado temporal como seres vivos. existem provas suposto reservatório que contém todos os mistérios da vida. Esclarecimento: o conhecimento de que Freud sobre o nosso próprio ser – quem odiava o Cristiasomos, por que agimos como agi- nismo, que ele mos, e como mudamos – abre a considerava erroporta crítica para que desfrutemos neamente como de bem-estar mental. Alguns siste- anti-semita. Enmas ensinam que os problemas que tão, como esse enfrentamos na vida são determina- ateu que rejeitava dos por traumas relacionados ao toda religião ornosso passado (inclusive a supostas ganizada poderia vidas passadas), ao modo como propagar doutrinossos pais nos criaram, ao ambien- nas de demôte em que vivemos ou ao fato de nios? Ora, fun-
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científico das técnicas usadas pelos curandeiros [xamãs e pajés]”.5 O xamanismo é a prática de estabelecer contato com entidades espirituais para obter ajuda, sabedoria, discernimento e assim por diante. Um ex-xamã ianomami, residente na parte venezuelana da floresta amazônica, me disse claramente numa entrevista, que seus guias espirituais sempre Freu recebeu influência dos seres espirituais, tanto mentiram para ele e o indiretamente, através de seus pacientes, quanto enganaram, desde seu diretamente, através das drogas, das estatuetas antigas que ele usava para ajudá-lo a escrever primeiro contato com e de outras técnicas que empregava para explorar eles, inclusive durante o o inconsciente. período em que ingeriu drogas alucinógenas, até que finalmente o deixacio, enquanto estava formulando al- ram quando ele aceitou a Cristo. gumas de suas teorias, Freud consu- Eles mentiam dizendo exatamente mia regularmente cocaína, uma dro- aquilo que ele queria ouvir. O mesga que altera a mente, para superar mo parece ter acontecido com suas crises de depressão.2 Chaman- Freud, cujos conceitos não eram redo-a de sua droga mágica, “ele insis- sultado de conhecimento científico, tia em que seus colegas também a mas dos seus esforços para se livrar usassem, tanto em si mesmos quan- da sua própria culpa e satisfazer sua to em seus pacientes”.3 carne. As teorias de Freud baseaThe Discovery of the Unconscious vam-se principalmente em seus pró(O Descobrimento do Inconscien- prios problemas pessoais, a maioria te), a obra clássica do psiquiatra e dos quais eram perversões sexuais. historiador Henri F. Ellenberger, No pensamento freudiano, o “inrevela: “Historicamente, a psicote- consciente” é um espaço que substirapia dinâmica moderna deriva da tui Deus e onde não há leis nem juímedicina primitiva, e faz parte de zos; a moralidade é uma estrutura uma cadeia de continuidade inin- opressiva geradora de neuroses e terrupta [...] através de exorcistas, imposta pela sociedade e pela relimagnetizadores e hipnotizadores, gião organizada; a liberdade sexual que levou à utilização da psiquiatria (incluindo adultério, homossexualisdinâmica nos sistemas de Janet, mo, incesto, etc.) é primordial para Freud, Adler e Jung”.4 A psicotera- a saúde mental; os sonhos são menpia é uma forma moderna de xama- sagens simbólicas do inconsciente, e nismo, o que explica este comentá- podem ser cientificamente interprerio preciso do psiquiatra E. Fuller tados através da psicanálise. Essas Torrey: “As técnicas usadas pelos crenças representam ensinos de depsiquiatras ocidentais, com algumas mônios. Embora fosse um materiaexceções, estão no mesmo plano lista, Freud reconhecia a existência
de seres espirituais. Ele recebeu influência dessa fonte, tanto indiretamente, através de seus pacientes, quanto diretamente, através das drogas, das estatuetas antigas que ele usava para ajudá-lo a escrever6 e de outras técnicas que empregava para explorar o inconsciente. A vida e as obras do psiquiatra Carl Gustav Jung revelam claramente que suas teorias psicológicas vieram diretamente dos “espíritos enganadores” sobre os quais Paulo nos alerta em 1 Timóteo 4.1. Jung é muito mais popular hoje em dia entre os cristãos declarados do que Freud (o ateu) por causa de sua perceptível simpatia pela religião e pelas coisas espirituais. Entretanto, embora seu pai tenha sido um pastor protestante (que duvidava seriamente da fé que professava!), Jung era antibíblico e ressentido com o cristianismo desde a juventude. Suas primeiras visões simbólicas mostravam Jesus como um Senhor das Trevas e Deus defecando sobre uma catedral. Seu lado materno da família era profundamente envolvido com espiritismo. Para se comunicar com sua primeira esposa falecida, seu avô, o pastor Samuel Preiswerk, conduzia sessões espíritas contínuas da qual participavam sua segunda esposa e sua filha (mãe de Jung). Esta última, sujeita a surtos de insanidade, reservava duas camas na casa de Jung para fantasmas visitantes. A tese de doutorado de Jung (publicada em 1902) foi baseada em sessões espíritas conduzidas por sua prima de treze anos de idade, que ele colocou em transe hipnótico para entrar em contato com seus ancestrais falecidos. Em 1916, a casa de Jung foi atacada por seres demoníacos que afirmavam ser cruzados cristãos de Jerusalém. Eles estavam buscando orientação a respeito da redenção e estavam muito desapontados com
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Livro
níacas são prontamente dissemina- inspiração demoníaca, as imagens orientadas, a meditação, e o trabadas e aceitas entre os crentes. O livro de Rick Warren, Uma lho com espíritos-guias são fundaVida com Propósitos, que já vendeu mentais para os interesses da Igreja mais de 30 milhões de cópias, con- Emergente em relação à juventude tém conceitos junguianos, como os evangélica e para o movimento con“tipos” psicológicos, por exemplo. templativo apoiado por Richard O programa “Celebrando a Recu- Foster, Eugene Peterson e uma peração” da Igreja de Saddleback, multidão de outros. O surpreendente crescimento que foi exportado para 4.500 Igrejas com Propósitos e ministérios desses ensinos na igreja evangélica é com presidiários, baseia-se nos um sintoma claro do abandono da princípios dos 12 Passos dos Alcoó- Palavra de Deus. O resultado será o licos Anônimos. O co-fundador dos avanço da igreja “cristã” apóstata. O A.A., Bill Wilson, recebeu os 12 antídoto para isso encontra-se em Passos durante o período em que Isaías 8.20: “À lei e ao testemunho! Se esteve em contato com entidades eles não falarem desta maneira, jamais espirituais. Posteriormente, ele es- verão a alva”. (The Berean Call) creveu uma carta a Carl Jung, agra- T.A. McMahon é diretor-executivo do ministério The Berean Call. Ele é co-autor (com Dave Hunt) decendo-lhe por sua influência: [a organização A.A.], na verdade, do bestseller A Sedução do Cristianismo. surgiu há muito tempo, em seu consultório, e foi diretamente fundada sobre sua própria humildade e profunda Notas: percepção [...]. O senhor achará inte- 1. Thomas Szasz, The Myth of Psychotherapy (Doubleday, 1978), 27-28. ressante o fato de que, além da “expe2. Martin Gross, The Psychological Society riência espiritual”, muitos membros (Random House, 1978), 234-236. dos A.A. relatam uma grande varie- 3. Ernest Jones, The Life and Work of Sigmund Freud, Volume I (1856-1900) (New dade de fenômenos psíquicos, cujo peYork: Basic Books, 1953), 51. so cumulativo é bastante considerável. 4. Henri F. Ellenberger, The Discovery of the Unconscious (Basic Books, 1970), 48. Outros membros – após a recupera5. E. Fuller Torrey, The Mind Games: Witchdocção nos A.A. – foram muito ajudados tors and Psychiatrists (Emerson Hall, 1972), 8. por analistas junguianos. Alguns pou- 6. Schirley Nicholson, Shamanism (The Theosophical Publishing House), 58. Citado em cos ficaram intrigados com o “I-Ching” Martin e Deidre Bobgan, The End of “Christian Psychology”, (East Gate Publishers, e com a notável introdução que o se1997), 105. nhor escreveu para aquela obra. 7. C. C. Jung, Memories, Dreams, Reflections (Pantheon Books, 1963), 190-1902; 182-183. Warren não é o único que, inRichard Noll, O culto de Jung. Origens de tencionalmente ou não, dissemina 8. um movimento carismático, Série Temas entre os evangélicos o que Jung volume 50, São Paulo, Editora Ática, 1996. aprendeu com os demônios. Ele é só o mais conhecido e o Recomendamos: de maior sucesso. Entre os outros estão psicólogos cristãos, praticantes de cura interior e pastores. As metodologias ocultistas de Jung, principalPedidos: 0300 789.5152 mente suas técnicas www.Chamada.com.br de visualização de Livro
seu cristianismo, que os havia deixado numa situação desesperada. Eles não saíram da casa de Jung até que ele começou a escrever orientações para eles, recebidas de um de seus muitos espíritos-guias – seu mentor Filemon, o “ancião com chifres de touro”.7 Richard Noll, professor de história da Ciência na Universidade de Harvard e psicólogo clínico (que afirma não ser “um cristão de espécie alguma”), faz algumas observações estarrecedoras em seu livro sobre Jung, O Culto de Jung.8 Ele argumenta que “as teorias psicológicas [de Jung] sobre o inconsciente coletivo e os arquétipos são essencialmente disfarces, uma capa pseudocientífica para esconder as práticas que configuravam, na verdade, um novo movimento religioso no qual Jung ensinava as pessoas a terem visões em transe e a fazerem contato direto com os deuses”.8 As idéias de Jung são ensinos de demônios recolhidos diretamente de espíritos enganadores: o inconsciente e o inconsciente coletivo representam uma forma impessoal de Deus; os arquétipos são vistos como racionalizações psicológicas dos demônios; anima e animus são termos para as entidades feminina e masculina que existem dentro de cada pessoa; os “tipos” psicológicos são características predeterminadas inerentes à nossa constituição. Jung promoveu todo tipo de ocultismo, inclusive astrologia, alquimia, IChing, misticismo, necromancia, visualização, interpretação de sonhos, imaginação ativa, ioga, meditação, etc. Mas, por incrível que pareça, suas teorias e práticas recomendadas são endossadas nos ensinos de algumas das pessoas mais influentes do cristianismo evangélico. Em muitos casos, o principal motivo para isso é a ignorância; contudo, as mentiras demo-
O desafio do Iraque Principalmente nos EUA levantam-se cada vez mais vozes que exigem a retirada dos soldados americanos do Iraque. As eleições legislativas em novembro de 2006 confirmaram que a imagem de George W. Bush foi prejudicada principalmente pela sua ação no Iraque. Os europeus, por outro lado, querem aproveitar a chance para serem mais ativos com relação à região, conforme mostra a seguinte notícia: O presidente alemão, Horst Köhler, exigiu maior engajamento dos europeus no Iraque. A guerra no Iraque teria conduzido a um desaste, disse Köhler... mas as conseqüências não seriam apenas um problema dos americanos. O presidente exortou os europeus a buscarem o diálogo com os EUA a respeito do reavivamento da aliança transatlântica. Ele afirmou que “trata-se da nossa responsabilidade conjunta – e da consciência de que responsabilidade tem custos”. Segundo Köhler, com relação aos custos, os europeus “têm, freqüentemente, escapado de assumí-los”. Na opinião do presidente alemão, teria acabado o tempo da “coalizão dos voluntários”, liderada pelos EUA. Seria necessário o estabelecimento de uma “coalizão dos sensatos”. Mesmo nos EUA, segundo ele, estaria crescendo o número dos que admitem que os americanos “não podem fazer tudo certo sozinhos”. Sem a Rússia e a China, não seria mais possível encontrar a estabilidade global, pois agora existiriam “novas coordenadas na política mundial”. Com respeito ao Iraque, teria chegado o momento de todos os envolvidos examinarem suas posições. Estaria na hora dos europeus se defi-
nirem. Por interesse próprio, eles não poderiam permitir “que a região afunde no caos”. Não seria possível prosseguir sem um programa maciço de Aos invés dos aliados se retirarem dessa região em crise, abandonando o Iraque à sua própria sorte, reconstrução econôhá o claro desafio para que as nações se engajem mica e social do Iramais decididamente na área. que. Isso representaria riscos políticos e custaria dinheiro, Em minha opinião, essa tenmas “esconder-se ou apenas participar sem comprometimento” seria a dência aponta para o poder da profecia bíblica, que fala de uma “alternativa pior”. Outros políticos alemães também Babilônia do final dos tempos. Bacontam com maiores ofertas de coope- bel se localizava na região do atual ração por parte dos americanos, para Iraque, e voltará a ser estabelecida que os europeus participem da solu- ali. Involuntariamente, as nações ção de conflitos internacionais. Entre- são atraídas pela Babilônia e são tanto, o líder da comissão de relações induzidas invisivelmente a edificar exteriores do parlamento alemão con- algo que servirá para o cumpridicionou os investimentos para a re- mento dos acontecimentos dos construção do Iraque a uma melhora tempos finais. Essa cidade exercedas condições de segurança” (Frank- rá o domínio “...sobre os reis da terra” (Apocalipse 17.18) – e é furter Rundschau)
Aos invés dos aliados se retirarem dessa região em crise, abandonando o Iraque à sua própria sorte, há o claro desafio para que as nações se engajem mais decididamente na área. O Iraque está se transformando cada vez em um projeto internacional, que envolverá, além dos americanos, também os europeus, russo e chineses. Deverão ser estabelecidas “novas coordenadas na política mundial”, concentradas sobre o Iraque, pois a reconstrução dessa região é um importante objetivo global.
bem possível que o governante anticristão final se assentará numa Babilônia reconstruída. Ali serão
O presidente alemão, Horst Köhler.
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A torre de Babel (Gn 11) foi construída como protótipo da primeira globalização, da unificação das nações (vide a ONU), como da rebelião contra Deus.
reunidas a religião, a política e a economia mundiais, para governar o mundo através de um reino anticristão. Em Apocalipse 18, a cidade de Babilônia é citada seis vezes, e o nome “Babilônia” aparece três vezes. Isso indica que se trata de uma região literal. Nesse capítulo também lemos que os líderes da política mundial (vv. 9-10) e os capitães da economia (v. 11) lamentarão a queda de Babilônia, porque ela significará, ao mesmo tempo, o fim da fonte do seu poder. A Babilônia final encontra-se em um cenário onde: • Satanás seduziu o primeiro casal humano e o levou a pecar. • Apareceu Ninrode, o primeiro tirano, como protótipo do governante mundial anticristão final (cf. Gn 10.9-10).
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• Foi construída a torre de Babel (Gn 11) – como protótipo da primeira globalização, da unificação das nações (vide a ONU), como da rebelião contra Deus. • Surgiu o império mundial babilônico, que destruiu o templo judeu. As referências a essa região se estendem por toda a Bíblia e sempre representaram a luta de Satanás contra Deus. Conforme meu entendimento, essa área voltará a ter seu papel na luta do Diabo contra o Senhor Jesus Cristo durante o fim dos tempos. Portanto, é possível que neste momento esteja sendo montado o palco desse último cenário antes da volta de Jesus. A Escritura diz a respeito da conquista da antiga Babilônia de Nabucodonosor pelos persas: “Eis agora vem uma tropa de homens, cavaleiros de dois a dois. Então, ergueu ele a voz e disse: Caiu, caiu Babilônia; e todas as imagens de escultura dos seus deuses jazem
despedaçadas por terra” (Isaías 21.9). Sobre a queda final de Babilônia lemos: “Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável” (Apocalipse 18.2). Essa comparação mostra que a queda definitiva de Babilônia ainda está por acontecer e que ela ocorrerá nos tempos finais, pouco antes do retorno de Jesus. Do mesmo modo como existia antigamente uma Babilônia literal, ela ressurgirá na época do fim. O poderio demoníaco total se revelará na Babilônia dos tempos finais e dominará um mundo que se desligou de Deus. Mas, após a queda da Babilônia anticristã lemos: “Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus” (Apocalipse 19.1). (Norbert Lieth)
A área do Iraque voltará a ter seu papel na luta do Diabo contra o Senhor Jesus Cristo durante o fim dos tempos.
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O mistério da morte Desde sempre o ser humano se pergunta: “Por que envelhecemos e morremos?” Há explicações científicas a respeito? Sem a Bíblia, as dúvidas continuarão e não se encontrará respostas definitivas. Recentemente li um artigo esclarecedor: Imagine que seu corpo se encontra em um processo de constante renovação, no decorrer do qual todas as células são regeneradas. É exatamente o que está acontecendo neste momento. Tomando por base a idade média das suas células, você teria apenas em torno de dez anos. A essa conclusão chegaram cientistas que estudam as células-tronco no Instituto Karolinska na Suécia. Eles desenvolveram um método pelo qual se pode acompanhar o ciclo de vida de cada célula no organismo humano. Isso nos ajudará a responder perguntas elementares sobre os processos de funcionamento do nosso corpo. Por exemplo: quando surgiu uma célula, quão rapidamente ela envelhece, se e quando ela é substituída... Há muito tempo os pesquisadores são de opinião de que, em sua maior parte, as células com as quais nascemos não são as mesmas com que termina nossa vida. Entretanto, até agora era difícil saber em que períodos são substituídas as células nos diversos órgãos. A solução surgiu quando os pesquisadores suécos descobriram que no DNA de cada célula existe uma “cápsula do tempo”. Após sua decodificação, ela permite saber, com uma diferença de menos ou mais dois anos, quando a célula se formou... A possibilidade de determinar a data de nascimento das células certamente contribuirá para descobrir os mistérios da degeneração, os efeitos de enfermidades e ferimentos, como também do envelhecimento...
Se nossas células realmente se encontram nesse processo contínuo de auto-renovação, por que ele termina? Por que envelhecemos e morremos? Talvez, também as células-tronco envelhecem e perdem sua capacidade de produzir renovação. Ou, talvez, simplesmente gastamos nossas reservas. Uma coisa é certa: até descobrirmos isso, você já poderia ser um homem inteiramente novo”. (Das Beste)
comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.16-17). Depois que o homem deixou-se induzir por Satanás a descumprir esse mandamento, penetrou no ser o humano o germe da morte e ouviu o seguinte veredito: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3.19). Portanto, o pecado contra Deus é a razão porque o homem tem de morrer. Desde a queda, foi determinado um tempo limitado para ele, no qual as células se renovam até um certo ponto e depois começam a morrer. Por isso, poderíamos chamar a “cápsula do tempo” de “aguilhão da morte”, que está cravado em nossas células e impede que elas se renovem
Apesar de todos os progressos nas pesquisas sobre células-tronco, as perguntas mais elementares permanecem sem resposta. Por exemplo: “Se nossas células realmente se encontram nesse constante processo de auto-renovação, por que ele termina?” Por quê, afinal, o corpo degenera? Por que o corpo é vulnerável e sujeito ao processo de envelhecimento inevitável? Donde vem a “cápsula do tempo” contida Por quê, afinal, o corpo degenera? Por que o corpo é vulnerável e sujeito ao processo de no DNA de toda célula? Paenvelhecimento inevitável? Donde vem rece que nosso corpo foi proa “cápsula do tempo” contida no DNA de toda célula? jetado para viver eternamente, mas que alguma coisa limitou essa função, de modo que, após certo tempo, as células não se renovam mais e acabam morrendo. Sobre esse tema, a Bíblia nos dá uma resposta conclusiva: Originalmente, Deus tinha criado o homem para viver em comunhão viva e permanente com Ele. O Senhor colocou tudo à disposição dele, com uma exceção, que Ele associou a uma séria advertência: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não
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Do Nosso Campo Visual suscitou dentre os mortos, pois Ele mesmo nunca pecou. O Evangelho de Jesus Cristo é a passagem para a vida eterna, o medicamento que vence o aguilhão da morte: “Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio Logo que um ser humano crê em Jesus Cristo e Lhe pede para entrar em sua vida, também entra nele a graça sobre a vida eterna através do Espírito Santo. todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (Romanos 5.15-19). indefinidamente. Sobre isso lemos: “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (1 Coríntios 15.56). Através do pecado dos primeiros seres humanos entrou no mundo a morte, que desde então passou a todos os homens. Todos nós, sem exceção, nascemos no pecado e pecamos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5.12). Como Deus, porém, não quer a morte do pecador, Ele nos preparou o perdão em Jesus Cristo, dando a todo ser humano a possibilidade de alcançar a vida eterna. Jesus é a verdadeira vida (veja Jo 11.25; Jo 14.16) e Ele a dá a todos que nEle crêem e, assim, obtêm, o perdão do pecado. A Bíblia revela em palavras triunfantes o que a obra de Jesus Cristo trouxe em Sua primeira vinda. Jesus morreu em nosso lugar, mas res-
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Logo que um ser humano crê em Jesus Cristo e Lhe pede para entrar em sua vida, também entra nele a vida eterna através do Espírito Santo. Como, porém, todos nós ainda vivemos num corpo pecaminoso, continuamos sujeitos a enfermidades, à degeneração, ao processo de envelhecimento e à morte física. Mas Jesus promete a ressurreição dentre os mortos e que todo que nEle crê passou diretamente da morte para a vida: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (João 5.24-26). Na ressurreição dos mortos, todos que crêem em Jesus receberão um novo corpo, que não estará mais sujeito à morte por toda a eternidade. Então se cumprirão as palavras: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15.55). (Norbert Lieth)
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Arrebatamento - antes ou durante a Tribulação? Pergunta: “Depois que o apóstolo Paulo nos apresenta a mensagem do Arrebatamento em 1 Tessalonicenses 4.1318, ele se refere, em 2 Tessalonicenses 2.1-8, ao tempo em que este ocorrerá. Lemos nos versículos 3-4: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2.3-4)”. Parece-me que está claro, conforme essas palavras de Paulo, que primeiro deve ser revelado o Anticristo, e que este perseguirá os crentes que confessarem a Jesus, como Ele mesmo predisse para Seus discípulos em Mateus 24. Aqueles que, atualmente, declaram-se discípulos de Jesus entrarão nessa tribulação, porque já nos encontramos na apostasia... Lemos em 1 Tessalonicenses 1.10: “e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura”. Passaremos pelos juízos que virão sobre este mundo, mas Ele prometeu guardar-nos e livrar-nos em meio a essa ira.
Resposta: Muitos têm dificuldades com 2 Tessalonicenses 2.1-8 porque não distinguem entre – o “Dia do Senhor” e – o “Dia de Cristo”.
Enquanto o “Dia de Cristo” descreve o Arrebatamento, ou seja, o retorno de Cristo para Sua Igreja, o “Dia do Senhor” representa o tempo da Grande Tribulação, seguida da volta de Jesus em glória. O “Dia do Senhor” é citado no Antigo Testamento e refere-se a Israel e às nações (veja Jl 3.1-2,1214). Em contraste, o “Dia de Cristo” refere-se à Igreja (Fp 1.6,10). O “Dia do Senhor” ocorrerá depois do “Dia de Cristo”, ou seja, a Tribulação e o aparecimento do Anticristo acontecerão somente após o Arrebatamento da Igreja. Lemos em 2 Tessalonicenses 2.2: “...a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor”. Nesse contexto, o apóstolo Paulo quer dizer que o “Dia do Senhor” – isto é, a volta de Jesus em glória – não virá antes que tenha ocorrido a grande apostasia, cujos princípios já são visíveis atualmente, mas que se tornará uma realidade completa apenas depois do aparecimento do Anticristo – portanto, após o Arrebatamento: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição” (2 Tessalonicenses 2.3). E o que detém a chegada desse futuro “Dia do Senhor” e o aparecimento do Anticristo? Lemos em 2 Tessalonicenses 2.6-7: “E, agora,
sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém”. Conforme meu entendimento, não se pode tratar de algum poder ou governo humano, pois estes são sempre maus em si mesmos e controlados por Satanás (veja Ef 2.2; Ef 6.12; 2 Co 4.4). Em 2 Tessalonicenses 2.6-7 fala-se de “o que o detém” e de “aquele que agora o detém”. “O que” refere-se à Igreja e “aquele” refere-se à pessoa do Espírito Santo, que habita na Igreja. Desse modo, essas duas afirmações estão em perfeita harmonia. O Arrebatamento será praticamente o inverso do Pentecoste. Naquele dia surgiu a Igreja de Jesus através da vinda do Espírito Santo. Com esse acontecimento foi concluído o tempo do
Por ocasião do Arrebatamento, o Espírito Santo retornará ao céu e levará a Igreja consigo.
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tamento de Elias, os discípulos dos profetas disseram a Eliseu: “Eis que entre os teus servos há cinqüenta homens valentes; ora, deixa-os ir em procura do teu senhor; pode ser que o Espírito do No contexto de 2 Tessalonicenses 2.2, o apóstolo Paulo quer diSENHOR o tezer que o “Dia do Senhor” – isto é, a volta de Jesus em glória – nha levado e não virá antes que tenha ocorrido a grande apostasia, cujos princípios já são visíveis atualmente. lançado nalgum dos montes ou nalgum dos vales. PoAntigo Testamento e começou a rém ele respondeu: Não os envieis” (2 época do Novo Testamento. Por Reis 2.16). Portanto, realmente é o ocasião do Arrebatamento, o Espí- Espírito Santo que arrebata, como rito Santo retornará ao céu e levará mostram claramente essas passaa Igreja consigo. Assim estará con- gens. cluída a era da graça da Igreja. Por No Novo Testamento também isso também percebemos no Apo- encontramos confirmações. Quancalipse uma época de condições se- do João foi levado ao céu, lemos: melhantes às do Antigo Testamen- “Imediatamente, eu me achei em esto. Por exemplo: a vingança em pírito, e eis armado no céu um trono, Apocalipse 6.10, a retomada da e, no trono, alguém sentado” (Apocaação com Israel em Apocalipse 7, o lipse 4.2). Portanto, João foi levado aparecimento das duas testemunhas ao céu pelo Espírito. Em 2 Corín(que lembram Moisés e Elias) em tios 5.4-5 é indicado o mesmo: “Apocalipse 11 e muitas coisas mais. Que a referência em 2 TessaloRecomendamos: nicenses 2 é ao Espírito Santo, fica claro também através de passagens paralelas. Por exemplo, o servo de Deus Obadias disse a Elias: “Poderá ser que, apartando-me eu de ti, o Espírito do SENHOR te leve não sei para onde, e, vindo eu a dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me matará; eu, contudo, teu servo, temo ao SENHOR desde a minha mocidade” (1 Reis 18.12). E, depois do arreba-
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Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito”. No que se refere à ira de Deus, que será derramada sobre nosso mundo na Grande Tribulação, ela não atingirá a Igreja, mas “os filhos da desobediência”: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas” (Colossenses 3.5-7). A Igreja, entretanto, é guardada justamente dessa ira: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Apocalipse 3.10). Muitas passagens paralelas confirmam que realmente se trata da e não na hora da provação (a Tribulação). Por favor, leia 1 Tessalonicenses 1.10; 1 Tessalonicenses 5.9 e Romanos 5.9. (Norbert Lieth)
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