Chamada da Meia-Noite - Ano 38 - Nº 11

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da Meia-Noite

Mateus 25.6

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NOVEMBRO DE 2007 • Ano 38 • Nº 11 • R$ 3,50



Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Índice Prezados Amigos

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O Que Quer Dizer “Primeiro Amor”?

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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 35.00

Afinal, o Que é Yoga?

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Do Nosso Campo Visual

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Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

• E a Bíblia tinha razão - 19 • O que devo fazer? - 20

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.

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Aconselhamento Bíblico • Qual Lei?

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No Dia de Finados os sepulcros são visitados, limpos e decorados pelos familiares dos falecidos. Esse é, sem dúvida, um bom costume, mas eu não posso visitar os túmulos de meus pais, porque eles estão enterrados muito longe daqui, na Alemanha. Mas cada sepulcro nos lembra que houve uma sepultura, fora dos muros de Jerusalém, que se abriu ao terceiro dia, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Aquele sepulcro foi obrigado a devolver seu despojo rapidamente. Nesse fato está alicerçada nossa esperança cristã: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos... assim todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.20,22). Além dos doze apóstolos, o Senhor ressurreto foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez (1 Co 15.5-6). Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta vinte e cinco anos mais tarde, um grande número de testemunhas da ressurreição de Jesus ainda vivia. Nosso coração se emociona quando lemos e meditamos acerca dessa realidade maravilhosa de que Jesus de fato ressuscitou. Não vimos o Senhor com nossos olhos físicos, mas igualmente somos pessoas de esperança e testemunhas do Ressurreto. O apóstolo Pedro escreveu: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos...” (1 Pe 1.3). O novo nascimento significa nossa ressurreição espiritual, pois nosso espírito morto foi vivificado diante de Deus pelo perdão dos pecados e pela distribuição do Espírito Santo. Esse mistério maravilhoso era inimaginável no Antigo Testamento, porque ainda não havia sido revelado. O Pai e o Filho fazem morada no coração de cada um que crê, não como hóspedes, mas para sempre (Jo 14.23)! O apóstolo Paulo escreveu igualmente a Tito acerca da esperança: “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13). E o apóstolo João complementa: “...ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1 Jo 3.2). Ainda não se manifestou o que haveremos de ser... Isso às vezes nos incomoda, pois gostaríamos de ver e

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usufruir dessa nova realidade aqui e agora. Esse desejo é um dos motivos que têm levado a cristandade, no decorrer da história, a buscar a amizade do mundo, abandonando sua viva e abençoada esperança. Hoje o inimigo igualmente usa de todos os meios (a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida) para nos fazer amigos deste mundo. A Igreja de Jesus se encontra em grande perigo, correndo o risco de se amoldar ao mundo, e essa adaptação se dá mediante uma falsa concepção do que é a liberdade cristã. Mas como podemos preservar a bendita e viva esperança em nossos corações? Certamente não fugindo do mundo ou vivendo um cristianismo pessoal e particular. Ao invés disso, a graça deve se manifestar, como lemos em Tito 2.11-12,14b: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente... um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”. Unidos nAquele que é a ressurreição e a vida, saúdo cordialmente,

Dieter Steiger


O Senhor Jesus disse à igreja de Éfeso: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.4-5). Infelizmente, essa ameaça de Jesus logo tornou-se realidade. A igreja de Éfeso, que se encontrava onde hoje é a Turquia, desapareceu e não há praticamente mais nada que a lembre. No lugar onde antes brilhava a luz do Evangelho por meio da igreja local de Éfeso hoje se proclama o islamismo. Onde antes havia o “candeeiro” da Palavra de Deus, hoje estão os minaretes das mesquitas islâmicas. A igreja tinha abandonado o primeiro amor, não voltou a ele e isso teve conseqüências desastrosas.

Mas, afinal, o que é esse primeiro amor?

O que o “primeiro amor” não é Ele não é necessariamente o amor que tínhamos no começo de nossa vida cristã (do ponto de vista puramente temporal), quando encontramos a Jesus. O verdadeiro amor é mutável, mas não no sentido de diminuir repentinamente. Vamos ver o exemplo do casamento. Há uma fase inicial de “paixão”, e uma fase posterior de “amor”. Na hora da “paixão”, os sentimentos têm um papel muito forte. Mais tarde essa agitação emocional diminui, mesmo que o amor não tenha diminuído; ele apenas ficou mais constante, afeiçoado e fiel. No começo, o coração bate forte quando

abrimos uma carta da pessoa por quem nos apaixonamos. Depois de vinte anos de casamento, provavelmente não sentimos mais tanta emoção quando recebemos um cartão ou uma carta do cônjuge, mesmo que o amor seja muito grande. Isso significa que o amor verdadeiro é mais do que um simples sentimento, que tem papel tão importante quando alguém se apaixona. Depois que a relação se consolida e alguns anos de casamento se passam, o amor de um pelo outro não depende mais só dos sentimentos, mas fica mais constante e profundo. Podemos comparar a “paixão” a um motor que é ligado: ele precisa da ignição antes de funcionar. Depois, porém, ele continua funcionando de forma constante, sem que a igni-

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> > A igreja de Éfeso, que se encontrava onde hoje é a Turquia, desapareceu e não há praticamente mais nada que a lembre.

ção tenha de ser constantemente acionada. O carro está andando, e nós ficamos satisfeitos em seguir adiante, em direção ao objetivo desejado. Isso ilustra o amor permanente. Na verdade, é perfeitamente normal que depois de alguns anos seguindo a Jesus, um filho de Deus não tenha mais o mesmo sentimento ou a mesma emoção do início de sua vida cristã. Mas isso não significa necessariamente que agora amemos menos a Jesus do que logo depois da conversão. Podemos estar no primeiro amor mesmo sem essas emoções que nos assaltam.

O que é o “primeiro amor” Em minha opinião, a expressão “primeiro amor” não se refere tanto à característica temporal, e, sim, muito mais à característica qualitativa, à importância. O essencial é que o

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perseverança, nem evitando maus pensamentos e ações. Revelar o mal, trabalhar e sofrer para o Senhor também não resolve. Isso tudo é bom e necessário, afinal, o próprio Senhor reconhece que são atitudes elogiáveis (Ap 2.2-3); mas elas também podem partir de um hábito puramente mecânico, e ficar engessadas em formalismo e tradicionalismo. Por ocasião de seu jubileu de ouro no serviço militar, Paul von Hindenburg (1847-1934) [que mais tarde foi presidente da Alemanha], recebeu altas honrarias. Sua resposta foi modesta: “À guerra, o espírito – ao rei, o coração – à pátria, o sangue – a Deus, a honra!” Mas Deus quer nosso amor inteiro e completo, sem dividi-lo com ninguém (Mt 22.37). Nosso espírito, nosso coração e nosso sangue pertencem somente a Ele. O Senhor não quer somente a honra, mas toda a devoção dos que que se voltam para Ele em amor. Em muitas igrejas tudo corre conforme os padrões bíblicos, e não há nada que se possa dizer contra elas. Ainda assim, falta o primeiro amor ao Senhor, pois a vida estruturada da igreja assumiu o lugar de Jesus Cristo. O Senhor Jesus sem-

amor a Jesus ocupe o primeiro lugar em minha vida, isto é, que ocupe a posição de principal e melhor amor; importa que as prioridades estejam na ordem correta. Quando um marido passa a colocar os esportes, a televisão ou seu hobby à frente de sua esposa com o passar dos anos (mesmo que lhe seja fiel, que ainda goste muito dela, que não consiga mais imaginar sua vida sem ela e que ela continue cuidando dele o tempo to> > Quando um marido passa a colocar os esportes, a do), então ele abantelevisão ou seu hobby à frente de sua esposa, donou o seu primeientão ele abandonou o seu primeiro amor em relação a ela. ro amor em relação a ela. Quando a paixão e a devoção a Jesus diminuem, o primeiro amor por Ele já foi abandonado. Esse principal e melhor amor não pode ser substituído por perfeccionismo, nem por esforços e


Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitavase de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordenalhe, pois, que venha ajudarme. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. Marta empenhou tudo para que Jesus fosse recebido dignamente com a melhor comida e bebida, e com certeza não fez isso > > O amor verdadeiro é mais do que um simples sem amor. Mesmo assim, sentimento, que tem um papel tão importante na paixão. o Senhor precisou adverti-la; mas sua irmã Maria foi elogiada por Ele. Devemos fazer uma coisa pre deve estar em primeiro lugar. sem deixar a outra de lado – mas as Esse primeiro amor a Ele é que de- prioridades devem estar na ordem ve impulsionar o que fazemos por certa. Esse acontecimento mostra Ele, e não o contrário. Penso que que Maria escolheu a atitude meera isso que Jesus estava querendo lhor, o que nos dá um exemplo do dizer aos cristãos da igreja em Éfe- “primeiro amor” a Jesus. Importa so: para eles, agir em nome do Se- primeiro sentar aos Seus pés, ouvir nhor vinha antes, e o amor profun- a Sua palavra e reconhecer a do a Jesus estava só em segundo lu- Sua vontade. Esse primeiro gar; a rotina descompromissada amor ao Filho de Deus não tinha passado acima da vida espiri- existe sem que a Sua vontade tual. seja feita. Mais tarde, a mesma Maria derramou o ungüento precioso sobre os pés de Jesus. Um exemplo de João 12.3 nos relata essa ação:

“Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo”. Maria “escolheu a boa parte”, a melhor, a superior, “e esta não lhe será tirada”. Que contraste com as palavras de Jesus: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”. O primeiro amor havia sumido e por isso a igreja de Éfeso corria perigo de perder sua luminosidade. No exemplo acima, quem brilha mais? Marta ou Maria?

“Primeiro Jesus!” A visita de Jesus à casa de Maria e Marta e o ato de amor de Maria mostram claramente a importância que o Senhor dá à dedicação completa de todo o nosso amor a Ele, ao nosso viver com Ele e a partir dEle e ao serviço devotado que brota dessa ligação vital. O princípio é este: primeiro amor profundo a Jesus e só então serviço em Seu favor. É muito importante ouvi-lO e adorá-lO por meio do estudo da Bíblia, da oração, do silêncio em Sua presença. Infelizmente é possível esgotar-se pelo Senhor mesmo que tenhamos nos tornado indiferentes em relação à comunhão com Ele.

primeiro amor por Jesus

Lemos em Lucas 10.38-42: “Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do

> > É muito importante ouvi-lO e adorá-lO por meio do estudo da Bíblia, da oração, do silêncio em Sua presença.

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importância qualitativa. Assim, o “primeiro” amor é o “melhor” amor. Podemos derivar disso também expressões como “lugar de honra”, “líder”, “ser o primeiro” ou “assumir o lugar principal”. No tabernáculo, o lugar santo antes do Santo dos Santos também era chamado de “primeira tenda” ou “tenda anterior”. Ali os sacerdotes atuavam na presença direta do Senhor; não havia mais nada entre eles. Também isso revela a vontade do Senhor: que vivamos tão diretamente com Ele e na Sua presença, que Ele tenha o primeiro lugar em nos> > O Senhor quer que vivamos tão diretamente sas vidas! com Ele e na Sua presença, que Ele tenha A mesma palavra greo primeiro lugar em nossas vidas! ga “protos” também é usada na parábola do filho pródigo, que voltou Devemos fazer o primeiro sem des- para o pai totalmente empobreciprezar o segundo – ou teremos do e com as roupas rasgadas. Esabandonado o primeiro amor. te mandou lhe trazer a primeira, O principal amor deve ser devo- isto é, a melhor roupa: “Trazei detado ao Senhor Jesus, que amou pressa a melhor roupa, vesti-o...” (Lc primeiro os Seus – por meio de Seu 15.22). Não se tratava de uma rousofrimento e da Sua morte vicária pa de festa que o filho talvez já tina cruz, assim como através de Sua vesse usado em ocasiões passadas, ressurreição e ascenção aos céus. mas, sim, da principal roupa de Em outras palavras: Ele precisa ser festa. o primeiro em nossas vidas. O SeO Senhor encontrou muitas coinhor Jesus expressou dessa forma sas boas entre os cristãos da igreja radical a seriedade absoluta com em Éfeso (cf. Ap 2.2-3), mas Ele que encara esse primeiro amor a em si não era mais o Melhor e PriEle: “Quem ama seu pai ou sua mãe meiro entre eles. Alguém disse, mais do que a mim não é digno de com muita propriedade: “O bom é mim; quem ama seu filho ou sua filha inimigo do excelente”. Mais uma mais do que a mim não é digno de vez: o melhor – o primeiro amor a mim” (Mt 10.37). Jesus – deve vir antes de qualquer A palavra grega para “primeiro” outra coisa. Quando permitimos é “protos”, que refere-se menos à que algo venha antes do “primeiro importância cronológica e mais à amor”, então este passa a ser o se-

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gundo ou até mesmo o terceiro amor. O seu amor pertence primeiro ao Senhor Jesus? Ele tem prioridade absoluta em sua vida? Você realmente coloca todo o resto depois dEle em sua vida? Você se esforça para prestar atenção ao que Ele diz quando procura lhe falar por meio de Sua Palavra na Bíblia, a fim de ter comunhão verdadeira com Ele? Você continua a amar o Senhor Jesus sobre todas as coisas quando perde tudo aquilo que lhe é caro, quando, por algum motivo, não pode mais trabalhar ou se movimentar? Você aprendeu a amá-lO sobre todas as coisas? Você escutou e aplicou a tempo em sua vida a advertência de Jesus para os cristãos de Éfeso? O Senhor descreveu o significado do verdadeiro discipulado com estas palavras extremamente sérias: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33). Certa vez Charles Haddon Spurgeon contou esta emocionante história, que combina muito bem com o tema do “primeiro amor”: “Nós amamos nossas famílias, mas em comparação a Ele podemos odiar pai, mãe, irmãos e irmãs por amor do Seu nome. Quando certo mártir estava para ser queimado, trouxeram-lhe sua esposa e seus onze filhos para tentar convencê-lo a renegar sua fé. Ordenaram aos seus familiares que um a um se ajoelhassem à frente dele, pedindolhe que negasse sua fé e vivesse por amor à família. Mas, beijando um após o outro e demorando-se junto à mulher amada, ele disse: ‘Por amor de vocês, meus queridos, gostaria de fazer algo que me permitisse continuar vivendo com minha família; mas como se trata de Cristo, meu Senhor, preciso me afastar de vocês”’.


O iogue Bhajan morreu em 6 de outubro de 2004. Em 5 e 6 de abril de 2005, a Câmara e o Senado dos EUA, respectivamente, aprovaram por unanimidade uma moção conjunta homenageando o falecido líder sique por seus “ensinamentos [...] sobre o Siquismo e a yoga [...]”. A yoga está no cerne do Hinduísmo, e o Siquismo é como uma “denominação” dentro do Hinduísmo. Em 11 de maio de 2005, o Capitólio ofereceu uma recepção especial para comemorar a resolução do Congresso. Entre os presentes estavam senadores e deputados dos EUA, funcionários do Departamento de Estado, representantes do governo da Índia, dignitários, autori-

dades e seguidores da doutrina sique [...]”. O comunicado à imprensa declarava que o iogue Bhajan havia melhorado a vida de milhares de pessoas “através de seus ensinamentos sobre a yoga e o Darma sique”.[1] Fundador da organização 3HO – Happy, Healthy, Holy (“Feliz, Saudável, Santo”) – ele ensinava que essas três qualidades da vida podiam ser alcançadas através da prática da yoga (A verdade sórdida é bem diferente disso, como mostraremos através de documentos no livro “A Yoga e os Cristãos”). A base da técnica de yoga de Bhajan era o mantra “Sa-Ta-NaMa”, repetido de forma precisa durante a prática diária da yoga: “projetado mentalmente da parte supe-

rior traseira da cabeça, para baixo, e depois diretamente para fora através do terceiro olho [...] entre as sobrancelhas e a base do nariz [...]. Segundo o iogue Bhajan, “aplicando essa técnica, você pode conhecer o Desconhecido e ver o Invisível. Se você passar duas horas por dia em meditação, Deus meditará em você o resto do dia”.[2] É claro que só temos a palavra dele de que isso é verdade. Ao contrário do que diz a publicidade atual sobre yoga no Ocidente, a declaração de Bhajan não menciona nada sobre benefícios físicos – a yoga não foi criada para isso. O seu objetivo é fazer contato com “Deus”. De fato, seu propósito é alcançar a percepção de que

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O iogue Bhajan.

cada indivíduo praticante de yoga é deus. E adivinhem que autoridade governamental dá o seu aval entusiástico ao iogue Bhajan por fazer a iniciação de milhares de pessoas numa suposta divindade, através dessa corrente de yoga? O Congresso americano!

Por que o preconceito em relação ao Cristianismo? Mas e a “separação entre a igreja e o estado”, que o Congresso e a Suprema Corte se empenham tanto em fazer cumprir? Logo se descobre que, nos Estados Unidos, essa restrição parece se aplicar só à Bíblia e ao Cristianismo. Antigamente, os EUA eram conhecidos como uma nação cristã. Mas hoje poderíamos muito bem dizer que este país é uma nação anticristã. Símbolos cristãos como a Cruz e os Dez Mandamentos não podem mais ser exibidos em lugares públicos. Entretanto, o Congresso Americano apóia e reverencia abertamente o Siquismo – para não falar do Islamismo, que os líderes políticos e re-

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ligiosos vivem enaltecendo como uma “religião de paz” em compromissos oficiais (Para conhecer a verdade sobre o Islamismo, leia meu livro O Dia do Juízo!). Aparentemente, o fato de Jesus Cristo ter ressuscitado fisicamente (com confirmação de muitas testemunhas oculares), deixado para trás um túmulo vazio, e prometido retornar à terra corporalmente no futuro não é suficiente para que Ele receba exaltação pública por parte do governo americano. Mas, porque o iogue Bhajan declarou: “Quando eu me for fisicamente, busquem-me espiritualmente. Vocês terão que se juntar para fazer isso”[3], ele de algum modo se qualifica para receber a honraria que é negada a Jesus. Talvez a diferença crucial seja que o iogue Bhajan (assim como o aclamado líder espiritual tibetano, o Dalai Lama) praticava e promovia a yoga, e Jesus não. Porém, como veremos mais adiante, um número cada vez maior de pessoas que se dizem cristãs vem afirmando que Jesus de fato ensinava e praticava yoga. Talvez eles pensem que, se Cristo puder ser aceito como iogue juntamente com os homens-deuses da Índia e do Tibete, não seja mais proibido comemorar o Natal nas escolas públicas nem exibir cruzes e presépios em lugares públicos. Budismo, Hinduísmo, Islamismo, paganismo indígena americano, xamanismo – qualquer coisa e qualquer um, exceto o Cristianismo e Jesus Cristo, são reverenciados e podem ser promovidos nas escolas públicas. O Correio dos EUA emitiu um selo especial para comemorar o Eid, a festa que encerra o Ramadã. Presidentes americanos, inclusive George W. Bush, oferecem jantares na Casa Branca em homenagem ao “mês sagrado e à grande fé do Islã [...]”.[4] E a ACLU

(União Pelas Liberdades Civis Americanas) não faz objeção. Mas ela seria capaz de ir até à Suprema Corte para impedir que a mesma honra fosse dada a Jesus Cristo! Esse é o clima que permitiu que a prática da yoga crescesse com tanta rapidez.

Yoga pode ser só um exercício físico? O fato de os não-cristãos praticarem yoga não causa nenhuma surpresa. Afinal, ela tem sido promovida no Ocidente como se fosse simplesmente uma série de exercícios de alongamento e respiração inteiramente físicos e benéficos para a saúde – servindo até mesmo para a cura do câncer, com testemunhos que supostamente comprovam sua eficácia. Entretanto, é inacreditável que cristãos que se dizem seguidores de Cristo e de Sua Palavra também se deixem levar pela onda do misticismo oriental. A yoga foi criada com o objetivo de proporcionar ao praticante um meio de escapar deste mundo “irreal” do tempo e dos sentidos, e permitir que ele alcance o moksha, o céu hindu – ou que volte ao “Vazio” do Budismo. A propaganda da yoga no Ocidente diz que seus exercícios respiratórios e de flexibilidade melhoram a saúde e ajudam a viver melhor – mas no Extremo Oriente, onde se originou, ela é considerada uma forma de morrer. Os iogues afirmam ter a capacidade de sobreviver quase sem oxigênio e de permanecerem imóveis por horas, livres da “ilusão” desta vida. Porém, os aspectos físicos da yoga, que atraem muitos ocidentais, foram de fato desenvolvidos e praticados com propósitos espirituais. Embora seja bastante divulgado que a yoga vem de práticas ocultistas da China, Índia e Tibete, e que


o físico e o espiritual de uma forma extraordinariamente completa.[6]

O que Jung afirmou é dito de forma não menos explícita pelos sábios iogues do Oriente, onde esse sistema teve origem. EntretanA propaganda da yoga no Ocidente diz que seus to, a maioria dos instrutores exercícios respiratórios e de flexibilidade melhoram a saúde e ajudam a viver melhor – de yoga do Ocidente contimas no Extremo Oriente, onde se originou, nua negando esse fato. Porela é considerada uma forma de morrer. tanto, a popularidade e a prática dessa técnica ocultista oriental, criada para não foi criada para melhorar a saú- unir o espírito do homem com o de, mas sim para alcançar a nature- Espírito Universal (o deus principal za divina, as pessoas ainda acham do Hinduísmo, Brahma), continua que é possível praticá-la estritamen- a explodir no mundo ocidental. E te por razões de saúde, sem qual- essa expansão ocorre sob o disfarce quer envolvimento religioso ou es- de ser uma forma de exercício purapiritual. John Patrick Sullivan, que mente físico, apesar da esmagadora foi jogador de futebol americano e quantidade de evidências em conhoje é instrutor de yoga em Santa trário. Bárbara, na Califórnia, diz: “Yoga O trecho a seguir foi tirado de não tem religião. Ela não está ligada um popular site sobre yoga, que ao Hinduísmo ou Budismo procura explicar o que ela realmen[...]”.[5] Mas essa opinião é des- te é. Observe a contradição entre “o mentida pelos praticantes nativos ensinamento científico [...] baseado da yoga e por todos os especialistas no assunto. O psiquiatra suíço C. G. Jung, que era profundamente envolvido com o ocultismo e não era absolu- O psiquiatra suíço C. G. Jung, que era profundamente envolvido com o ocultistamente cristão, foi um dos pionei- mo e não era absolutamente cristão, foi ros na introdução da yoga no Oci- um dos pioneiros na introdução da yoga no Ocidente, há 85 anos, dedicando-se dente, há 85 anos, dedicando-se à à sua prática por toda a vida. sua prática por toda a vida. Ele declarou de forma peremptória e enfática que o aspecto espiritual não pode ser tirado da yoga: Os numerosos procedimentos puramente físicos da yoga [unem] as partes do corpo [...] formando um todo com mente e espírito, como [...] nos exercícios de pranayama, onde prana é tanto a respiração quanto a dinâmica universal do cosmos [...] a exaltação do corpo se une à exaltação do espírito [...]. A prática da yoga é impensável, e seria também ineficaz, sem as idéias em que se baseia. Ela entrelaça

na filosofia hindu”, a espiritualidade sem religião, e o ecumenismo do Hinduísmo, que tem um “espírito universal” supostamente compatível com todas as religiões: O que é yoga? Yoga significa, literalmente, união. É um ensinamento prático e científico que inclui um sistema de exercícios que visam a controlar o físico e a mente, além de proporcionar bem-estar, com o objetivo de realizar a união do espírito humano com o Espírito Universal. Yoga é uma religião? Não. Embora a yoga seja uma tradição indiana mais ou menos baseada na filosofia hindu, ela não pertence a nenhuma região ou religião em particular. Sua prática e técnicas científicas funcionam com a mesma eficácia independentemente da crença individual.[7]

Práticas não-religiosas Essas contradições irritantes não são consideradas importantes quando se trata de qualquer religião ou filosofia, exceto o Cristianismo. O verdadeiro Cristianismo bíblico é atacado de todos os lados, mas qualquer outra “fé” (inclusive qualquer “Cristianismo” falso e ecumênico) é aceita, não importam quão absurdas e contraditórias sejam suas doutrinas e práticas. Veja o seguinte: “O coração de um verdadeiro hindu se comove com o Homem na cruz, que exclamou naquela hora: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Um verdadeiro hindu tem toda a admiração pelo Profeta da Arábia [Maomé], que literalmente transformou um povo bárbaro numa sociedade de sólida moral. Mas ele não pode aceitar jamais os fanáticos intolerantes que tentam achincalhar a religião dos outros”.[8] Por mais irracional que seja, é compreensível que todas as religiões

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sejam aceitas pelo Hinduísmo e consideradas compatíveis umas com as outras e com a yoga, ainda que se contradigam mutuamente nos pontos mais fundamentais. O Hinduísmo tem 300 milhões de deuses; o Islamismo afirma que Alá é “o único deus”; e o Budismo é basicamente ateu – contudo, todos são aceitos pelo iogue. Todas as grandes religiões dizem honrar o “Cristo”, mas todas negam as afirmações que Ele fez a respeito de si mesmo. Os cristãos evangélicos são considerados “fanáticos intolerantes” porque crêem na declaração de Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). Em seu extremo cuidado de “exaltar” Jesus da mesma forma que qualquer outro “profeta”, os “verdadeiros hindus” rejeitam o que Ele realmente declarou na forma mais direta possível. Isso não é racional nem honesto! Esse discurso ecumênico dissimulado chega a declarar que Jesus ensinava e praticava yoga. Não existe o menor traço de evidência histórica ou bíblica que corrobore essa

afirmação absurda – mas isso não parece perturbar nem um pouco os entusiastas da yoga. O treinador de basquete Phil Jackson recebeu calorosos elogios por transformar a sede do ChicaO treinador de basquete Phil Jackson recebeu calorosos elogios por transformar a sede do Chicago Bulls num go Bulls num reposirepositório sagrado de fetiches e totens, e por iniciar tório sagrado de fetiseu time inteiro no misticismo oriental. ches e totens, e por iniciar seu time inteiro no misticismo oriental. A revista Newsweek se refe- dido pela sociedade, e os cristãos que riu a Jackson com simpatia, como o procuram seguir a Cristo e se manter homem “que usou os princípios fiéis a seus ensinamentos são chamaZen para dar três campeonatos con- dos de ignorantes ou coisa pior. secutivos ao Chicago Bulls”. O artiNa América “cristã”, as leis quago elogiava Jackson por seu sucesso se baniram completamente o Cris“num dos mais assustadores desa- tianismo dos debates públicos. fios da história das religiões”.[9] Mas, ao mesmo tempo, todas as A história teria sido outra se ele ti- outras religiões são aceitas. Essa ativesse doutrinado seu time com o tude quase universal não é só irraCristianismo. Se isso tivesse aconte- cional, mas revela um profundo cido, a mídia e a NBA reprovariam preconceito contra o Cristianismo, sua atitude severamente. Entretanto, que exige uma explicação. A frase essa discriminação em relação ao de Shakespeare: “Penso que protesCristianismo, esse flagrante precon- tas demais”, certamente se aplica ceito contra o Cristo bíblico, é aplau- neste caso. Esse protesto universal – que às vezes se torna odioso, cruel e violento, e que ao longo dos séculos não só levou à crucificação de CrisOs cristãos evangélicos são considerados “fanáticos intolerantes” porque crêem na to como também gerou literalmente declaração de Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). milhões de mártires cristãos – não pode ser considerado de forma alguma uma reação casual. Tem que haver um propósito e algum poder por detrás dele!

Uma campanha missionária maciça No final da década de 1950 e início da década de 1960, os gurus hindus do Oriente, como o iogue Maharishi Mahesh, Baba Muktananda, Yogananda, iogue Bhajan, Vivekananda e muitos outros, ficaram muito felizes de saber que, através da po-

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pularização do uso das drogas psicodélicas, milhões de ocidentais estavam descobrindo uma realidade não-física cuja existência a ciência ocidental vinha negando por muito tempo. Eles perceberam rapidamente que estava se abrindo no Ocidente um amplo mercado para suas doutrinas. Nascia o movimento da Nova Era. A yoga, antes praticada no Oriente somente por “homens santos”, tornou-se acessível às massas no Ocidente e logo se espalhou por toda parte, até mesmo dentro das igrejas e entre os evangélicos. Campanha missionária? A maioria dos ocidentais não consegue pensar nesses iogues, swamis e lamas sorridentes, atenciosos e cheios de mesuras como missionários determinados a espalhar seu evangelho místico. É surpreendente que a maior organização missionária do mundo seja hindu e não cristã – Vishva Hindu Parishad (VHP), da Índia. É claro que a mídia e o mundo aceitam isso muito bem – só os missionários cristãos são desprezados e difamados. Sim, os hindus lançaram a maior campanha missionária da história. Há quase trinta anos, em janeiro de 1979, no Segundo Congresso Mun-

dial de Hinduísmo, patrocinado pela VHP em Allahabad, na Índia, um palestrante declarou aos quase 60.000 participantes vindos do mundo inteiro: “Nossa missão no Ocidente foi coroada de estrondoso sucesso. O Hinduísmo está se tornando a religião dominante no mundo, e o fim do Cristianismo se aproxima”.[10] Por lei, não é permitida nenhuma atividade missionária cristã entre os hindus na Índia, mas os missionários hindus pregam sua doutrina agressivamente no Ocidente – e com grande sucesso. Entre os principais objetivos listados na constituição da VHP estão os seguintes: Estabelecer uma ordem de missionários, tanto leigos quanto iniciados, com o propósito de propagar o Hinduísmo dinâmico, representando [...] várias crenças e denominações, incluindo budistas, jainistas, siques, lingayats, etc., e abrir, gerenciar ou dar assistência a seminários ou centros propagadores dos princípios espirituais e práticas do Hinduísmo [...] em todas as partes do mundo.[11] Os principais “centros propagadores dos princípios espirituais e práticas do Hinduísmo” no Ocidente são os cada vez mais numerosos locais que ensinam yoga. O interessante é que a Conferência Mundial Hindu de A maioria dos ocidentais não consegue pensar 1979 foi presidida nesses iogues, swamis e lamas sorridentes, pelo Dalai Lama, atenciosos e cheios de mesuras como missionários determinados a espalhar seu evangelho místico. que pública e desonestamente proclama a tolerância a todas as religiões. O Hinduísmo e o Budismo, que defendem práticas de yoga semelhantes, se infiltram na nossa sociedade, no governo e até nas es-

colas públicas como ciência, enquanto o Cristianismo é banido como religião. Mas será que o Dalai Lama pratica e difunde a yoga? Claro que sim! A VHP tem sucursais no mundo inteiro. A organização guarda-chuva nos Estados Unidos chama-se Vishwa Hindu Parishad of America, Inc. Ela tem seu próprio site na Internet e desenvolve suas atividades missionárias em cooperação com vários gurus. Essa organização realiza, por exemplo, um Acampamento Familiar Anual Vivekananda, onde um dia típico começa “com yoga e meditação às 7 da manhã”. Em 1992, a VHP da América lançou a “Visão Mundial 2000” para disseminar pelos Estados Unidos a mensagem do swami Vivekananda, baseada na Vedanta.[12]

O “Homem-Deus” aclamado pelo mundo De todos os gurus que vieram para o Ocidente, nenhum fez mais em prol da consolidação da credibilidade do misticismo oriental do que Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, líder espiritual da Gelugpa do Tibete, ou seita Amarela, do ramo Mahayana do Budismo, que vive no exílio. Ele alega ser a décima quarta reencarnação do primeiro Dalai Lama, um deus na terra com poder de introduzir outros em sua própria divindade. Aqui temos de novo o recorrente tema ocultista da deificação humana, repetindo a mentira da serpente no Jardim do Éden (“como Deus, sereis” – Gênesis 3.5) – e essa meta é o cerne da yoga, apesar de todas as alegações de que ela é uma prática não-religiosa. O Dalai Lama viaja pelo mundo apresentando a “Yoga da Divindade Tântrica Tibetana” a mul-

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Em agosto de 1996, as elites de Hollywood, como o ator Richard Gere e o presidente da MGM, Mike Marcus, homenagearam o Dalai Lama num jantar em benefício da American Himalayan Foundation. Os milhares O Dalai Lama promete aos iniciados que eles se tornarão Bodhisatvas (pequenos budas), percebendo sua divindade intrínseca e de convidapodendo criar sua própria realidade. dos contribuíram com cerca de tidões de admiradores crédulos, in- 650.000 dólares. Harrison Ford fez clusive dezenas de milhares de oci- a apresentação do deus autoprocladentais. Ele promete aos iniciados mado. É claro que Shirley MacLaique eles se tornarão Bodhisatvas ne estava lá (destoando um pouco), (pequenos budas), percebendo sua assim como Leonard Nimoy e muidivindade intrínseca e podendo tas outras celebridades. criar sua própria realidade. Por iniHollywood fez vários filmes reciar multidões em seu ramo de yo- lacionados com a fuga do Dalai ga (através do “ritual Kalachakra Lama do Tibete e com seu trabapara a paz mundial”, acompanha- lho ao redor do mundo. No Fesdo da tradicional “Mandala de tival do Filme de Hollywood, em Areia” tibetana), ele recebeu o Prê- 2004, o prêmio de Melhor Documio Nobel da Paz em 1989. Dez mentário foi concedido a What Reanos antes, em sua primeira visita mains of Us (O Que Resta de Nós), aos Estados Unidos, “Sua Santida- filmado clandestinamente dentro de” foi recepcionada na Catedral do Tibete. O filme conta a históde São Patrício, em Nova York, ria de uma refugiada tibetana que onde sua declaração de que “todas contrabandeou para o seu povo no as religiões do mundo são basica- Tibete uma mensagem do Dalai mente a mesma” foi aplaudida de Lama gravada em vídeo, e mostra pé por uma enorme multidão de a excitação dos tibetanos assistinpessoas ingênuas e crédulas (em do ao vídeo em segredo. É intesua maioria, católicos roma- ressante que Hollywood procura nos).[13] O Dalai Lama também contar a “verdadeira história” da foi bem recebido por um público vida do Dalai Lama ou de Maonão menos atento e simpático ao mé, mas não tem a mesma cortediscursar no púlpito da catedral de sia com Jesus Cristo. Ele é retraGenebra, na Suíça, onde João Cal- tado das formas mais afrontosavino pregava no passado. mente falsas e degradantes. Esse

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profundo preconceito não pode ser negado, e exige uma explicação.

Um engodo de proporções mundiais Como parte do mais maciço esforço missionário da história – com o propósito direto de destruir o Cristianismo – cada guru que veio para o Ocidente (Maharishi Mahesh, Bhagwan Shri Rajneesh, Baba Muktananda, etc.) foi enviado por seu próprio guru especificamente para converter pessoas a uma fé panteísta hindu/budista. Yogananda, por exemplo, veio para disseminar os ensinamentos de seu guru espiritual, Sri Babaji. Maharishi foi enviado ao Ocidente por seu guru, Dev, e iniciou milhões de adeptos em sua forma de yoga, a Meditação Transcendental. No entanto, os missionários do Oriente sempre alegam que estão ensinando a ciência da yoga, princípios de saúde e estados de consciência mais elevados, não uma religião – e as pessoas acreditam nessa frase e os cobrem de homenagens. Ninguém pode criticar legitimamente os que procuram convencer outras pessoas a aceitarem idéias que eles sinceramente acreditam serem verdadeiras. Porém, eles não podem mentir sobre a natureza e o propósito daquilo que apresentam, e é exatamente isso que os gurus orientais têm feito. A dimensão dessa fraude é tão gigantesca quanto seria se o Papa não se apresentasse como o chefe de uma igreja, e sim como o representante de um grupo de cientistas seculares. A Índia expulsou os missionários estrangeiros pouco depois de obter sua independência. Porém, ao mesmo tempo, envia pelo mundo inteiro missionários que convertem mi-


lhões ao Hinduísmo e ao Budismo, mas afirmam tolerar todas as religiões e negam a natureza religiosa de sua missão. O empenho da mídia em promover esse tipo de mentira fraudulenta deveria incomodar qualquer pessoa que procure ver as coisas de forma equilibrada. As pessoas deveriam ficar ainda mais perturbadas ao descobrirem os fatos ocultos que vamos apresentar nas próximas páginas. Porém, raramente se vê alguém esboçar qualquer reação de espanto ou surpresa, porque poucos conhecem os fatos ou se importam com eles. Muitas críticas têm sido feitas, algumas com razão, aos missionários ocidentais que foram para a África, China, Índia e outros lugares levando o Evangelho de Jesus Cristo e tentaram ocidentalizar outras culturas. A ocidentalização de qualquer cultura não se justifica, e não tem nada a ver com o Cristianismo, visto que seu surgimento (de Abraão ao Apóstolo Paulo) ocorreu no Oriente Médio. Mas, por uma questão de justiça, temos que perguntar por que os missionários budistas, hindus e muçulmanos, que têm introduzido agressivamente sua religião e seu estilo de vida num mundo ocidental que se deixa enganar, recebem pouca ou nenhuma crítica?

E quanto à Hatha Yoga? A maioria dos ocidentais imagina que a Hatha Yoga (muitas vezes chamada de “yoga do corpo”) não tem nada a ver com Hinduísmo ou espiritualidade. Será que pelo menos esta forma de yoga não é puramente física? Se este é o caso, so-

mos levados a perguntar, por exemSe a Hatha Yoga é puramente plo, por que o centro de instrução física, por que ela foi passada de Hatha Yoga em Chicago está lo- adiante por “mestres espirituais” calizado no Templo de Kriya Yo- conhecidos como iogues? Por que ga*, que há décadas “ocupa a lide- a autêntica Hatha Yoga é sempre rança na ministração de treinamen- associada com meditação espiritual to detalhado e de qualidade para os com objetivo de “auto-realização” que desejam ensinar yoga”. Os ins- (isto é, “alcançar a unidade com trutores são treinados sob a direção ‘Deus’, como ensina o Hinduísde “Sri Goswami Kriyanandaji, que mo”)? Se existem centros no Ocicarrega a Chama da Linhagem de dente que dizem oferecer uma HaSri Babaji, trazido para este país tha Yoga puramente física, somenpor Paramahansa Yogananda”.[14] te para benefício da saúde, por que Paramahansa Yogananda de- eles ensinam os mesmos exercícios monstrou fartamente que o Ociden- respiratórios e posições que Parate estava pronto a adotar a espiritua- mahansa Yogananda trouxe da Ínlidade iogue sob o disfarce de práti- dia para o Ocidente, e que lhe foca saudável. Esse missionário ram ensinados por seu guru espipioneiro do Hinduísmo fundou a ritual, Sri Babaji? Todas essas Sociedade de Auto-Realização, com técnicas foram desenvolvidas com sede no Sul da Califórnia. Sem con- precisão durante séculos para intar as multidões iniciadas por seus duzir mudanças sutis nos estados seguidores, cerca de 100.000 pes- de consciência, levando à auto-reasoas foram iniciadas na prática de lização. Elas não foram desenvolKriya Yoga (também conhecida co- vidas para obter principalmente bemo Hatha Yoga) pelo próprio Yoga- nefícios físicos. nanda, com o propósito explícito de “auto-realização”. Hoje existem milhões de Se a Hatha Yoga é puramente física, por que ela foi passada adiante por “mestres espirituais” americanos que praticonhecidos como iogues? cam Hatha Yoga com a ilusão de que ela é puramente física e não tem nada a ver com espiritualidade ou religião. Essa idéia, que foi deliberadamente promovida entre ocidentais desavisados, é bastante popular e está profundamente entranhada na cabeça das pessoas, apesar de ser completamente errada.

* Kri = ação, ya = alma; Kriya Yoga = corpo e alma unidos numa ação.

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A Yoga e os Cristãos – Exercícios físicos ou ocultismo?.

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que a pessoa queira aceitar como o “deus interior e exterior”. A yoga foi introduzida por Krishna no Bhagavad Gita como sendo o caminho certo para o céu hindu; e Shiva (uma das mais temidas divindades hindus, conhecido como “O Destruidor”) é chamado de Yogeshwara, Senhor da Yoga. Um dos mais respeitados textos de Hatha Yoga, o Hathayoga-Pradipika, esSobre a Hatha Yoga, o conhecido mestre de yoga swami Sicrito no século venanda Radha declarou: “As asanas (posturas e exercícios físicos) são uma prática devocional [...] cada asana cria um quinze por Svatmadeterminado estado mental [...] para conduzir o praticante rama, cita o Senhor a um contato mais profundo com o Eu Superior”. Shiva como o primeiro mestre de Hatha Yoga. Os insQuando os instrutores de Hatha trutores de yoga comuns nunca Yoga são honestos, até mesmo no mencionam (e podem até nem saOcidente, eles admitem que ela não ber) que existem muitas advertêné puramente física. Richard Hittle- cias nos textos antigos de que a man, um dos pioneiros na introdu- “Hatha Yoga é um instrumento peção desta assim chamada yoga “físi- rigoso. A pessoa pode ser possuída ca” nos Estados Unidos, afirmou por uma divindade hindu (i.e., deque “à medida que os estudantes de mônio) através do estado de consyoga fossem praticando as posições ciência alterado induzido por essa físicas, eles chegariam ao ponto em prática”. que estariam aptos a investigar o Se a disciplina que os mestres de componente espiritual, que é a ‘es- yoga do Ocidente ensinam envolve sência completa da disciplina”’.[15] somente exercícios de alongamento Isso é consenso entre os especialis- e respiração, como eles insistem em tas. Sobre a Hatha Yoga, o conheci- dizer, por que então eles não fazem do mestre de yoga swami Sivenanda sua divulgação como apenas isso? Radha declarou: “As asanas (postu- Por que eles insistem em chamá-la ras e exercícios físicos) são uma de “yoga”, se negam qualquer coprática devocional [...] cada asana nexão com o que a yoga realmente cria um determinado estado mental é? Por que esse disfarce? [...] para conduzir o praticante a Estamos correndo um grande um contato mais profundo com o perigo ao ignorarmos a verdade soEu Superior”.[16] É claro que a ex- bre a yoga, revelada pelos que a copressão “eu superior” é usada por nhecem melhor – uma verdade que eles para significar qualquer coisa pretendemos mostrar no novo livro

Dave Hunt é autor e conferencista mundialmente conhecido. Ele escreveu mais de 25 livros com tiragem total acima de 4.000.000 de exemplares. Dave Hunt faz muitas palestras nos EUA e em outros países, sendo também freqüentemente entrevistado no rádio e na televisão por causa das suas profundas pesquisas em áreas como misticismo oriental, fenômenos psíquicos, seitas e ocultismo.

Notas: 1. http://www.sikhnet.com/s/CongressHonor. 2. Sri Singh Sahb Bhai Sahib Harbhajan Singh Khalsa Yogiji, The Teachings of Yogi Bhajan (Nova York: Hawthorn Books, 1977), 4. 3. http://www.kundaliniyoga.com/clients/ikyta/webshell.nsf/WebParentNavLookup/62DB48EF3856D82287256A090079D C7A?OpenDocument. 4. h t t p : / / w h i t e h o u s e . g o v / n e w s / r e l e a ses/2004/11/20041110-9.html. 5. Santa Barbara News Press, 15 de Janeiro de 2006. 6. C. G. Jung, trad. Dom Mateus Ramalho Rocha, Psicologia e Religião Oriental (Petrópolis: Vozes, 2005). 7. http://psychology.about.com/library/weekly/aa041503a.htm. 8. http://www.hindubooks.org/wehwk/chapter18/page1.htm. 9. Jerry Adler, “800,000 Hands Clapping”, em Newsweek, 13 de Junho, 46. 10. h t t p : / / w w w . h i n d u n e t . o r g / v i v e k a n a n da/gk–gv2000. 11. Dave Hunt e T. A. McMahon, The Sorceror’s New Apprentice (Eugene,OR: Harvest House Publishers, 1988), 281. 12. h t t p : / / w w w . h i n d u n e t . o r g / v i v e k a n a n da/gk–gv2000. 13. Time, 17 de Setembro de 1979, 96. 14. http://www.yogakriya.org/about.htm. 15. Yoga Journal, Maio/Junho 1993, 68. 16. http://cana.userworld.com/cana–yoga.html.


E a Bíblia tinha razão “Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes” (1 Ts 2.13). Recentemente li uma notícia sobre a confiabilidade dos relatos bíblicos: Cientistas que pesquisavam espécies de mariposas em Israel para a Universidade Hebraica de Jerusalém e para o Museu Estadual de Zoologia de Munique descobriram com que precisão a Bíblia descreve até mesmo detalhes da natureza. Há quatro anos o Dr. Günter C. Müller e o Prof. Yosef Schlein descobri-

ram na região mediterrânea uma espécie de lagarta até então desconhecida da comunidade científica. Eles a examinaram longamente e apresentaram um relatório conclusivo a respeito dela. Essa lagarta pode destruir um arbusto de mamona (rícino) em pouquíssimo tempo. Em experiências de laboratório, os cientistas observaram que aparentemente a lagarta só consegue sobreviver na mamona (que é extremamente venenosa), que ela é arredia à luz e que só se alimenta à noite. Müller diz que “até agora não se conhecia nenhum animal que comesse essa planta”. Por esse motivo, os biólogos não levavam a sério o relato bíblico a respeito do “verme” que teria feito um arbusto secar da noite para o dia, conforme diz o livro de Jonas, no Antigo Testamento... Müller afirma: “Fiquei surpreso ao perceber como a Bíblia é precisa ao

“Mas Deus, no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual feriu a planta, e esta se secou” (Jn 4.7). Na foto: a lagarta Olepa schleini sobre um ramo de rícino.

descrever essa lagarta”. Isso também vale para outros insetos. Muitos autores bíblicos descrevem fatos naturais com precisão.[1]

O relato bíblico diz: “Então fez o Senhor Deus nascer uma planta*, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre sua cabeça, a fim de o livrar do seu desconforto. Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da planta. Mas Deus, no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual feriu a planta, e esta se secou. Em nascendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental; o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira que desfalecia, pelo que pediu para si a morte, dizendo: Melhor me é morrer do que viver!” (Jn 4.6-8). Novas descobertas genéticas também descartam a teoria de que o homem descende do macaco. É o que escreve o famoso bioquímico Fazale Rana, do instituto de pesquisas “Reasons to Believe” (Razões Para Crer), em Glendora (Califórnia). Em seu livro Who Was Adam? (Quem Foi Adão?), ele se refere a pesquisas sérias com material genético humano e de fósseis, explicando que especialistas em DNA chegaram à conclusão de que não há ligações biológicas entre o homem e supostos antepassados hominídeos. Ao invés disso, acumulam-se as evidências de que a humanidade existe há menos de 100.000 anos.

* Talvez um rícino ou mamoneira... (A Bíblia Anotada, p. 1129).

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Do Nosso Campo Visual Ela também teria se formado a partir de um único homem e uma única mulher. Igualmente espantosa seria a descoberta de que os primeiros seres humanos viviam na região onde hoje fica o Iraque. Os teólogos localizam o Jardim do Éden nessa região. “Hoje, a probabilidade de que a história da cria-

ção, conforme relatada na Bíblia, deve ser tomada de forma literal e de que Adão e Eva foram pessoas históricas, é maior do que nos séculos passados”, diz Rana. A teoria da evolução não se sustenta à luz da ciência moderna.[2] “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem

O que devo fazer? “O que devo fazer? Não agüento mais!” Há algum tempo, a representante da fundação suíça Pro Juventude disse em um programa de rádio que essa questão é uma das que mais preocupa os jovens. A pergunta “O que devo fazer?” é tão antiga quanto o próprio pensamento. O famoso filósofo Immanuel Kant já apresentava questionamentos semelhantes por volta de 1770: “O que posso saber? O que devo fazer? O que posso esperar? O que é o homem?”[1] O homem pode procurar em muitos lugares, mas não termina-

“O que devo fazer? Não agüento mais!” s Essa questão é uma da pa ocu que mais pre os jovens.

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rá sua busca enquanto não recorrer à Bíblia. Só ela pode nos dar uma resposta conclusiva sobre o que devemos fazer e para quê existimos. Certa vez perguntou-se ao Senhor Jesus: “Que faremos para realizar as obras de Deus?” (Jo 6.28), ao que Ele respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (v.29). A maior desgraça do ser humano é não crer em Jesus. Não há negligência maior! Em comparação, todas as outras experiências negativas são meros grãozinhos de areia. Quem está caído num buraco escuro estará disposto a fazer qualquer coisa para sair dele. Mesmo ao enfrentar males menores nos dispomos a enfrentar riscos maiores apenas para melhorar nossa reputação. Mas a so-

de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). (Norbert Lieth)

Notas: 1. Topic, maio de 2006. 2. P.-D., nº 13; 29/3/2006 Informações sobre a lagarta citada (Olepa schleini): http://www.zsm.mwn.de/lep/e/israel.htm

lução do problema original de nossa vida é a fé em Jesus Cristo. No dia de Pentecostes os judeus perceberam que não estavam realmente bem, apesar de seguirem todos os preceitos da lei. Devido à pregação cristocêntrica de Pedro aconteceu o seguinte: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2.37). A resposta de Pedro foi a única correta: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (v.38). O resultado não deixou de aparecer: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (v.41). Saulo de Tarso era um homem que odiava Jesus e Sua Igreja de todo o seu coração. Transtornado pela ira, ele fazia de tudo para destruir a Igreja dos cristãos. Mas um dia o Senhor o encontrou. Vencido por esse acontecimento sobrenatural, Saulo fez a pergunta decisiva: “Senhor, que queres que faça?” (At 9.6, RC). O Senhor perdoou os pecados de Saulo e escolheu-o como apóstolo das


Do Nosso Campo Visual nações. Além disso, ele recebeu um novo nome: Paulo. O carcereiro de Filipos tinha a tarefa de vigiar dois prisioneiros com especial cuidado: o apóstolo Paulo e seu companheiro Silas. Esse guarda durão estava acostumado a muitas coisas. Ele cumpria sua tarefa seguindo regras rígidas, mas isso não lhe trazia satisfação. Ele teve tempo para observar Paulo e Silas. Assim, percebeu que eles não se queixavam da sua desgraça, mas começaram a cantar, sim, a louvar a Deus. De repente um terremoto abalou a prisão, de forma que as portas se abriram e as cadeias de todos os prisioneiros se romperam (At 16.26). O carcereiro acordou do seu sono, percebeu sua situação comprometedora e quis matar-se com sua espada (v.27). Talvez ele já estivesse questionando sua vida há muito tempo, sentindo-se frustrado por aquilo que havia dentro e em volta dele. Paulo percebeu isso e consolou-o. Depois disso o homem fez a pergunta decisiva: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At 16.30). Paulo respondeu sem hesitar: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (v.31). A fé nessa mensagem revolucionou a vida do carcereiro – ele tornou-se um novo homem no mais verdadeiro sentido da palavra: “Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavoulhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (v. 33-34). Vamos analisar com mais atenção as perguntas do filósofo Im-

manuel Kant, mencionadas no início: > O que posso saber? Você pode saber que Jesus é a esperança para a vida de todos. Para Ele não há casos perdidos. Você também pode saber que Ele tem poder para perdoar os pecados e dar não somente vida nova, mas vida eterna. Você pode saber que Jesus oferece um tipo de segurança que não acaba amanhã nem depois de amanhã. A vida espiritual do apóstolo Paulo começou com a pergunta: “Quem és tu, Senhor?... Senhor, que queres que faça?” (At 9.5-6). Pouco antes de sua morte, já idoso, ele pôde testemunhar: “...porque sei em quem tenho crido...” (2 Tm 1.12). > O que devo fazer? Os exemplos citados anteriormente mostram que é preciso decidir-se por Jesus, pois “a obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo 6.29). As pessoas que tinham escutado a pregação de Pedro no Pentecostes aceitaram a Palavra de Deus de boa vontade. O carcereiro de Filipos ficou feliz por ter se tornado crente junto com toda a sua casa – esse foi um ato de decisão consciente. Ele se colocou à disposição do Senhor. O que você deve fazer? Aceite o convite de Deus feito por meio do Seu profeta: “Buscai-me e vivei” (Am 5.4). > O que posso esperar? Quem realmente procura Deus vai encontrá-lO, obterá perdão dos pecados e viverá! Tal pessoa pode ter a esperança de que o Senhor nunca mais a abandonará e a conduzirá até a eternidade. Em

Jesus, os fardos são aliviados, a esperança nasce, orações são atendidas e as dificuldades existentes são transpostas. Não dependemos mais de nós mesmos: Jesus está conosco! > O que é o homem? Sem Jesus ele é uma vítima indefesa de Satanás e do pecado. Mas com e por meio de Jesus o homem ganha uma nova posição: ele se torna filho de Deus, co-herdeiro de Jesus e, assim, herdeiro do Pai celeste. Então vale o seguinte: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). (Norbert Lieth)

Nota: 1. GEO nº 3/2006, p. 148.

Esta mensagem está disponível como folheto. Distribua-o para muitas pessoas. Oferecemos preços reduzidos para quantidades: Pedidos: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br

devo O que r? faze eO o g ntque devo Nªo a is! fazer? ma Nªo ag ento mais!

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Qual lei? Pergunta: “Eu gostaria de saber a qual lei Paulo se refere quando escreve em 1 Coríntios 14.34: “conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a Lei o determina”.”

Resposta: O homem e a mulher têm valor equivalente diante de Deus: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Portanto, não existe diferença: ambos foram criados à imagem de Deus. Em Gênesis 3.16 (como também em outras passagens) o Senhor já estabeleceu qual deveria ser o relacionamento entre os sexos: “E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio a dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará”. A Lei, o Antigo Testamento, diz que a mulher têm uma tarefa diferente da atribuída ao homem.

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Analisando cuidadosamente o amai vossa mulher, como também texto de 1 Coríntios 14.34, perce- Cristo amou a igreja e a si mesmo se bemos que a “Lei” é citada no que entregou por ela”. Isso significa, na se refere à submissão. A Edição Re- prática: vista e Corrigida diz: “As mulheres 1. Amar intensamente a esposa, estejam caladas nas igrejas; porque estar disposto a servir e a perdoar, lhes não é permitido falar; mas estejam dar o primeiro passo. Por favor, leia sujeitas, como também ordena a lei”. atentamente João 13 e Filipenses 2. Ou, vejamos a passagem paralela Jesus fez tudo isso, apesar de saber em 1 Timóteo 2.12: “E não permito que tipo de pessoas eram Seus disque a mulher ensine, nem exerça auto- cípulos! ridade de homem; esteja, porém, em si2. Assumir responsabilidade colêncio”. mo homem, liderar, suportar carPortanto, com base na Lei (An- gas, etc. (Samuel Rindlisbacher) tigo Testamento), é dito à mulher que se submeta de acordo com sua posiA Lei, o Antigo Testamento, diz que a mulher têm uma tarefa diferente da atribuída ao homem. ção, tanto na igreja quanto no matrimônio: não em obediência servil, mas na consciência das diferentes funções atribuídas por Deus. Isso implica, por outro lado, que o homem deve assumir a sua parte. Efésios 5.25 mostra o sentido e o espírito em que isso deve ocorrer no casamento: “Maridos,



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