Chamada da Meia-Noite - Ano 39 - Nº 2

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da Meia-Noite

Mateus 25.6

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FEVEREIRO DE 2008 • Ano 39 • Nº 2 • R$ 3,50



Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 35.00

Índice Prezados Amigos

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O Último Capítulo da Humanidade... ...Antes do Arrebatamento

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Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês.

Do Nosso Campo Visual

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• Os povos que invadirão Israel juntamente com a Rússia - 17 • Chamar Deus de “Alá”? Que blasfêmia! - 21

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.

Aconselhamento Bíblico • O divórcio é permitido?

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Lembro muito bem do orgulho com que meu pai mostrava a cada visitante que chegasse à nossa casa a bela paisagem do rio Reno que se descortinava diante da janela da nossa sala. O maior rio da Alemanha passava em frente à nossa casa e nós crianças ficávamos admirando a passagem dos grandes e carregados navios. Do outro lado do rio se estendia a Oberrheinische Tiefebene (planície). Aqui em Porto Alegre vemos o rio Guaíba mais ao longe, no horizonte. Qual o panorama diante de sua janela? Muitos só vêem um pátio, outros têm diante de si a vista de uma avenida movimentada enquanto muitos podem enxergar o que acontece no terraço ou na cozinha de seus vizinhos. Por isso, nas férias todos desejamos usufruir de uma paisagem diferente, gostamos de ficar admirando uma praia diante da imensidão do Oceano Atlântico, um adorável vale no meio das montanhas, com muito verde salpicado de casas coloridas e gado pastando no campo, ou então espaços recortados por rios ou riachos com margens floridas ou floresta fechada. Certamente gostamos de rememorar as cálidas noites de verão com seu céu estrelado, uma aurora singular ou um entardecer inesquecível. Hoje todas essas impressões de viagem podem ser capturadas pelas máquinas fotográficas e depois admiradas no computador. Podemos agradecer ao nosso Pai celestial pelas alegrias das férias, pois é Deus que “tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1 Tm 6.17). Nosso Senhor de fato nos presenteia ricamente, de forma especial no tempo de férias. Permitamos que nossos olhos sejam abertos para ver essa realidade, levandonos a uma nova admiração pelo Criador de toda a beleza que nos cerca: “Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há” (At 4.24). O universo que nos parece infinito e cujas distâncias são medidas em anos-luz, nosso globo com toda a sua variedade de estações do ano, com suas paisagens, seus vulcões, desertos, rios, florestas, seus pólos gelados, os oceanos inquietantes ricos em peixes, todas essas coisas elevam nosso olhar para Aquele que as fez. Em relação à ordem na criação, Johann Kepler, astrônomo e matemático (1571-1630), disse: “Pai, o que te move a levantar tanto uma pobre, pequena e débil criatura terrena, a erguê-la tão alto a ponto de brilhar, um rei dominando ao redor, quase como

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um Deus, uma vez que seus pensamentos seguem os Teus.” Mais tarde, quando eu e minha irmã já tínhamos nossas famílias e não morávamos mais próximos dos nossos pais, eles se mudaram. Meu pai tinha completado 65 anos, e eles fizeram a única coisa certa na época: compraram uma moradia bem perto da minha irmã, no Sul da Alemanha. Do seu terraço agora não se via mais o Reno, mas em compensação uma pequena porção da Floresta Negra. Quando fomos visitálos, o novo panorama nos foi apresentado com todas as honras. Agora meus pais viviam em uma cidade pequena, e estavam felizes e satisfeitos com a nova visão a partir de sua janela. Quando realmente nos permitimos ser guiados pelo Senhor, então sempre temos uma boa perspectiva diante dos olhos, não importa em que situação de vida nos encontremos. Repetidamente meu pai me escrevia com um de seus versículos preferidos, que era Hebreus 12.2: “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus”. Nosso Senhor manteve seu olhar voltado para o alvo e consumou nossa salvação na cruz. Qual será que foi o panorama diante dos olhos de Paulo e de Silas lá na prisão em Filipos? Eles receberam “tratamento especial” e não enxergavam nem uma nesga de céu azul, apenas escuridão, pois está escrito explicitamente: “Este (o carcereiro), recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco” (At 16.24). Mesmo nessa situação desconfortável, os dois cantavam louvores a Deus, pois seus olhares, como os de seu Mestre, estavam voltados “...para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (At 16.25; Fp 3.14). Essa maneira de olhar merece ser exercitada constantemente por cada um de nós. Unidos de coração,

Dieter Steiger


Quando a nossa sociedade se transforma a tal ponto que as declarações da Epístola de Judas podem ser aplicadas a ela, então sabemos a que ponto chegamos.

O pensamento que deve dirigir nossa análise da carta de Judas é: “Não para julgar os outros, mas para orientar a nós mesmos”. Judas escreve: “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito” (vv. 17-19). Tenho certeza de que não é à toa que nas traduções usuais da Bíblia a carta de Judas é a última epístola antes do Apocalipse. Penso que o Espírito Santo supervisionou inclusive a organização e a ordem em que os livros bíblicos foram colocados. Assim, essa carta pode ser considerada um apelo urgente de Deus a nós. Provavelmente ela reflete a situação espiritual de toda a Terra imediatamente antes do arrebatamento e do conseqüente Apocalipse. Trata-se do último capítulo antes do arrebatamento! Na carta de Judas encontramos citados nominalmente seis exemplos de rebelião contra Deus: o povo de Israel, os anjos, Sodoma e Gomorra, Caim, Balaão e Corá. O sétimo exemplo – positivo – é o arrebatamento de Enoque. Com a ajuda desses modelos, Deus nos permite uma comparação: quando a nossa sociedade se transforma a tal ponto que as declarações da carta de Judas podem ser aplicadas a ela, então sabemos a que ponto chegamos. Paulo também diz: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (1 Co 10.11). Em relação a isso, Siegfried Schlieter escreve: “Não há dúvida de que nunca antes em toda a História os sintomas anunciados para o abandono da fé estiveram tão difundidos em todo o mundo, e nunca antes escalaram de forma tão veemente quanto no começo deste nosso novo século”.1 Os seguintes seis exemplos anticristãos do passado nos indicam o que acontecerá no futuro:

1. O povo de Israel “Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez por todas, que o Senhor, tendo libertado um


Já naquela época, no deserto, alguns israelitas não queriam nada com Deus – mesmo pertencendo ao povo escolhido.

povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram” (Jd 5). Já naquela época alguns israelitas não queriam nada com Deus – mesmo pertencendo ao povo escolhido – e morreram por causa disso. Da mesma forma, nos últimos dias haverá muitos que, apesar de se dizerem cristãos, não serão espiritualmente renascidos. Esses cristãos nominais não terão nada em comum com Jesus Cristo e desprezarão todo e qualquer valor bíblico e cristão (cf. 2 Ts 2.3; 1 Tm 4.1). Considere também 1 Coríntios 10.1-6: “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. Todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto. Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não co-

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bicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. É simplesmente chocante o que Moisés diz sobre aqueles que saíram do Egito mas se afastaram de Deus no deserto: “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto. Procederam corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada” (Dt 32.4-5). Essas “manchas” também são mencionadas em Judas 12, referindo-se aos cristãos nominais dos últimos tempos. Se aplicado ao povo de Israel, isso significa: apesar de serem israelitas, não eram filhos de Deus. Só pertenciam ao Seu povo por causa do nome, mas não de coração. Eram salvos “na aparência”, mas não de fato. “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28-29). Aliás: quando Moisés chama o Deus de

Israel de Rocha, e Paulo deixa claro que essa Rocha é Jesus, então Jesus é Deus. A palavra “ateu” não se aplica apenas a quem não crê em Deus, mas de uma forma geral a todas as pessoas (cristãos) que não têm mais temor a Deus e renegam a Jesus. Com certeza há pessoas (inclusive muitas com formação teológica) que são cristãs só de nome, mas não no coração. É possível ter forma sem ter conteúdo. Mas cada um examine a si mesmo. Alguns exemplos: • Os filhos de Eli eram sacerdotes. Mas a respeito deles está escrito: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial (= inúteis) e não se importavam com o SENHOR” (1 Sm 2.12). E: “Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o SENHOR, porquanto eles desprezavam a oferta do SENHOR” (1 Sm 2.17). Quem nega o sacrifício completo de Jesus na cruz não conhece o Senhor e não tem parte no reino de Deus. • Jesus diz à igreja em Esmirna: “...a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás” (Ap 2.9). • Na parábola do semeador, Jesus diz: “A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam” (Lc 8.13). • Logo depois dessa parábola, o Senhor diz: “...Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam” (Lc 8.21; cf. Mt 7.21-23; 25.1-13). • A carta à igreja de Sardes também deixa claro que há “cristãos” que não possuem o espírito da vida (cf. Jd 19): “...Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3.1). Nossa época está marcada por um cristianismo nominal, que não


quer mais muita ligação com Cristo em si. Assim, apenas 14% da população suíça ainda acredita no relato bíblico sobre o além. (Esta pesquisa foi feita pelo Instituto LINK, de Lucerna, encomendada pela revista mensal reformada “Saemann” e dos “Kirchenboten” de Zurique, Basiléia, Aargau e Graubünden.)

2. Os anjos (época de Noé) “...a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Jd 6). Aqui se trata de anjos caídos, que se transformaram em demônios. Por volta da época de Noé eles deixaram sua morada e entraram em corpos humanos (possessão), por meio dos quais tiveram relações com as mulheres daquele tempo e praticaram o mal. Por princípio, os anjos não têm sexo. Mas os anjos caídos (demônios) desejam para si um corpo – certa vez eles entraram numa manada de

porcos (cf. Lc 8.32). Demonismo, ocultismo e satanismo sempre estão diretamente ligados à perversão da sexualidade. “Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram... Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade” (Gn 6.1-2,4). A transgressão desses anjos foi tão terrível que Deus os amarrou e desde então permanecem presos em segurança, aguardando o Dia do Juízo. O mesmo acontecerá nos últimos dias. Pessoas deixarão a seu “modo natural”, isto é, desprezarão a ordem da criação. Impelidos pelos demônios, viverão com a moral totalmente pervertida. Justamente no ano de 1968 (depois da retomada da parte oriental de Jerusalém, isto é, no começo do

Anjos caídos (demônios) desejam para si um corpo – certa vez eles entraram numa manada de porcos (cf. Lc 8.32).

“fim dos tempos – cf. Jl 3.1-2) chegou aos cinemas o filme “O Bebê de Rosemary”. Esse clássico dos filmes de terror – o primeiro do gênero – trata da união sexual entre Satanás e o ser humano. “O Exorcista”, que fez muito sucesso na década de 70 e entrementes já teve uma refilmagem, é louvado como o filme mais assustador de todos os tempos. Atualmente a indústria cinematográfica está repleta de produções que falam da unificação entre o mundo dos espíritos e a humanidade. De acordo com um estudo da Universidade de Harvard, hoje em dia Hollywood roda mais cenas de sexo e de violência que em qualquer outra época. E essas produções são liberadas para audiências cada vez mais jovens.2 E: “Nos EUA os distribuidores não têm mais permissão para cortar cenas de nudez, violência e linguagem obscena dos filmes a fim de vender versões censuradas. Essa decisão foi tomada por um tribunal federal em Denver. Na opinião do juiz responsável, a censura dos filmes viola o direito autoral. Um artista tem o direito de ter a forma de sua obra de arte protegida”.3 Na Europa e em outros países o quadro também não é melhor. Uma olhada para Israel nesse sentido nos desperta de uma forma especial: • O crime organizado está se espalhando. • Dezenas de milhares de israelitas participaram de uma parada gay em Tel Aviv. E uma festa homossexual é realizada até mesmo em frente aos portões de Jerusalém. • Chantagens, jogos de azar e tráfico de mulheres estão crescendo. • Todos os meses acontecem cerca de um milhão de visitas a bordéis. Os clientes vêm de todas as camadas sociais, incluindo até mesmo judeus ortodoxos.4

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da m um estudo je em dia De acordo co vard, ho ar H de e ad s de sexo e Universid da mais cena Hollywood ro que em qualquer do de violência outra época.

• O ocultismo, o esoterismo e as religiões orientais estão se difundindo em Israel.5 • “Aprenda a trair em poucas lições – e isso na Terra Santa: homens israelitas agora têm a oportunidade de participar de seminários onde aprendem todos os truques e refinamentos da traição. O workshop de quatro módulos pretende ensinar aos homens como evitar os sentimentos de culpa e o que é preciso fazer para não ser descoberto”.6 Naquela época a conseqüência dos pecados foi o dilúvio, mas Enoque foi arrebatado antes da catástrofe. Do mesmo modo, a situação dos tempos do fim provocará o juízo de Deus. Mas a Igreja de Jesus será guardada disso pelo arrebatamento. Jesus disse, a respeito da época de Noé: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37-39). O que as pessoas da época de Noé

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não perceberam? Os sinais dos tempos! E elas não prestaram atenção ao que Deus falava por meio de Noé: “...no qual (espírito) também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água” (1 Pe 3.19-20)! Quando Noé construiu a arca, não havia nem sinal da catástrofe anunciada. Mas no fim ela desabou sobre o mundo, repentina e inesperadamente. Hoje a situação é a mesma: pensamos que tudo continuará como está – mas o arrebatamento acontecerá de uma hora para outra e o juízo terá chegado (cf. Ap 1.1)! Vejamos o exemplo de Noé: “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” (Hb 11.7). Um comentário bíblico explica esse versículo da seguinte forma: “Noé recebeu uma revelação de Deus; sua fé foi provada pelo fato de que ele aceitou essa revelação sem duvidar nem questionar. Noé contava fir-

memente com o juízo de Deus, ele obedeceu a Deus e fez da construção da arca um sinal da sua fé”.7 E nós? Vemos os sinais dos tempos? Proclamamos em alto e bom som a volta de Jesus? Ou nos adaptamos aos que duvidam e descartam tudo como especulação, medrosamente empurrando a profecia bíblica para longe de si? Siegfried Schlieter pergunta: “Naturalmente surge uma questão: será que o cristianismo atual ainda tem a mínima expectativa de que Jesus de fato voltará como juiz mundial, o que a Bíblia descreve como o acontecimento mais revolucionário e espetacular da História? Ela ainda leva a palavra do seu Senhor suficientemente a sério para anunciá-la como advertência e esperança de nova vida para o mundo atual?”8

3. Sodoma e Gomorra “Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendose entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição” (Jd 7). “Havendo-se entregado (...) como aqueles” referese ao versículo 6; ali são descritos os anjos que perverteram a humanidade sexualmente. Portanto, a homossexualidade e a sodomia dos tempos de Sodoma (Gn 19) são demoníacas. Deus as coloca no mesmo nível que a transgressão dos anjos nos tempos de Noé em Gênesis 6. Homossexualidade é abandono do modo natural. Ela é antinatural e vai contra a ordem da criação de Deus. E é por isto que a luta a favor da homossexualidade é tão ferrenha. Se fosse algo natural – como a


heterossexualidade no casamento – não haveria tanta luta. Paulo diz a esse respeito: “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Rm 1.26-27). Não devemos julgar os homossexuais em si, mas a prática da homossexualidade. É possível que uma pessoa tenha tendência para a cleptomania (impulso para o furto). Em si isso não é pecado; mas assim que a pessoa rouba algo, ela se torna culpada. Mesmo quando alguém pensa em dirigir a 100 km/h por um povoado, isso não é passível de multa. Mas se ele coloca a idéia em prática, é preciso contar com uma penalidade. E não seria terrível se o Estado não apenas permitisse esse tipo de comportamento, mas também o salvaguardasse legalmente, condenando todos aqueles que se manifestassem de forma contrária? O que diríamos de alguém que mata outra pessoa, justificando seu ato com a desculpa de que sentiu esse impulso? “Prostituição”: a homossexualidade praticada e transformada em algo socialmente aceito foi a imoralidade extrema, o pecado do fim dos tempos dos sodomitas daquela época. Ela provocou o julgamento imediato de Deus (cf. Gn 15.16; 18.20-21; Jn 1.2). Se esses pecados morais voltarem a impregnar nossa sociedade, o juízo de Deus voltará à nossa porta! A Bíblia diz: “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e, como Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos” (Is 3.9).

Essa afirmação combina especialmente com o nosso tempo. Hoje estas coisas voltaram a ser praticadas abertamente e sem qualquer vergonha – como na época de Ló. Isso deve nos dar o que pensar. Em seguida, damos três exemplos de como a homossexualidade é apresentada hoje como algo “normal”: • “Há alguns meses o mundo ocidental está vendo uma ofensiva inédita da mídia em favor da homossexualidade. (...) Parece que nesse meio tempo o movimento homossexual conseguiu tomar o controle das telas de cinema e da televisão”.9 • “Daniel Craig [o atual intérprete de James Bond, N.A.] está pressionando os produtores a revolucionar a série, incluindo uma cena homossexual envolvendo o agente secreto no próximo filme”.10 • Em outubro de 2004 foi criada a primeira emissora de TV homossexual na França: “Pink TV”.11 Se um político faz declarações favoráveis ao homossexualismo ou

até mesmo reconhece ser homossexual, isso lhe garante a simpatia e os votos da população. Mas se ele se posicionar publicamente contra, ele é desqualificado – como o filósofo e democrata cristão italiano Rocco Buttiglione. Entre outras coisas, Buttiglione declarou em uma entrevista: “Atualmente as forças anticlericais e anticristãs estão mais fortes do que nunca. Nós – a Europa e o mundo – apenas teremos uma chance se redescobrirmos e defendermos nossos valores cristãos. Do contrário, não vejo nada de bom no nosso futuro”.12 O movimento homossexual havia se transformado em um verdadeiro lobby: “Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles. Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si e lhes dis-

“Há alguns meses o mundo ocidental está vendo uma ofensiva inédita da mídia em favor da homossexualidade. (...) Parece que nesse meio tempo o movimento homossexual conseguiu tomar o controle das telas de cinema e da televisão”. Na foto: manifestação pró-gay.

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se: Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal... Eles, porém, disseram: Retira-te daí. E acrescentaram: Só ele é estrangeiro, veio morar entre nós e pretende ser juiz em tudo? A ti, pois, faremos pior do que a eles. E arremessaram-se contra o homem, contra Ló, e se chegaram para arrombar a porta” (Gn 19.4-7,9). Três coisas aconteceram ali: 1. O argumento de Ló foi rudemente recusado. 2. O próprio Ló se transformou em acusado, em alguém que não combinava com aquela sociedade. 3. Eles se lançaram com força crescente contra a sua casa (cf. Jz 19.22ss.). Em seguida, foram atingidos pela cegueira (cf. Gn 19.11). E o que acontece hoje? O lobby dos homossexuais faz pressão sobre a sociedade, arrebentando as portas. Aqueles que se pronunciam contra são transformados em réus (“estrangeiro”). Quem é que se surpreende que a nossa sociedade esteja, espiritualmente, cada vez mais cega? Nas escolas o ensino não inclui apenas educação sexual, mas cada vez mais “educação homossexual” – e isso desde as classes iniciais! Veja três outros relatos que comprovam a contínua “homossexualização” da nossa sociedade: • “Recentemente a Marinha inglesa tem publicado anúncios na imprensa dirigida aos homossexuais, a fim de conseguir recrutas também dessa parcela da população. Até o ano 2000 os soldados homossexuais eram exonerados da Marinha Real. Agora a Marinha quer mostrar aos homossexuais que eles são bem-vindos. Para tanto a Marinha fez uma parceria com a associação homossexual Stonewall”.13 • “Duas semanas depois de numerosas demonstrações contrárias à parada gay planejada em Jerusalém, o Superior Tribunal de Justiça deci-

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diu, em novembro de 2006, que casais homossexuais que se casaram em outros países terão seu matrimônio reconhecido também em Israel. Críticas relacionadas a essa decisão vieram principalmente de membros ortodoxos do Knesset. Seis juízes pronunciaram-se a favor dessa decisão. Somente um juiz deu voto contrário. Foi o que relatou o diário ‘Jerusalem Post’. Depois do julgamento de um caso de precedência, é a primeira vez que casais do mesmo sexo são aceitos no cartório de registros”.14 • “De acordo com o entendimento do Conselho de Ética Animal dinamarquês, o sexo entre seres humanos e animais não precisa ser expressamente proibido no reino (Dinamarca)”.15 Em conseqüência da homossexualidade galopante na época de Ló, as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas (cf. Gn 19.24ss.). Jesus também fez referência a esse acontecimento: “Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos” (Lc 17.29). Mas Ló foi arrancado de Sodoma antes disso. Essa, por sua vez, é uma metáfora do arrebatamento futuro da Igreja de Jesus deste mundo.

Uma advertência interposta Depois desses três exemplos Judas faz uma afirmação a título de resumo: “Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! (cf. Zc 3.2) Estes, porém, quanto a tudo o que

não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem” (Jd 810). Penso que estas palavras nos advertem contra uma empolgação não-bíblica e nos exortam a não aceitar sonhos e visões. Pois, geralmente essas coisas estão ligadas a “exorcismos de demônios”. Em algumas comunidades fanáticas o diabo é muitas vezes interpelado de forma direta. Certa vez ouvi pessoalmente um pregador dizer mais ou menos o seguinte em um culto: “Hoje de manhã sonhei que Satanás entrava apoiando-se em muletas”. Isso o fez desencadear uma gigantesca sessão de “exorcismo”. Todos os presentes na igreja riam e aplaudiam. Moisés morreu no monte Nebo, no território de Moabe: “Assim, morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, segundo a palavra do SENHOR. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de BetePeor; e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura” (Dt 34.5-6). O próprio Senhor enterrou Seu servo Moisés. Mas, aparentemente, em seguida Satanás queria se aproveitar do corpo de Moisés para seus próprios objetivos. Será que ele queria transformá-lo em objeto de devoção? (Basta lembrar do “santo sudário”, de “santos” e outras relíquias adoradas até hoje. Freqüentemente os israelitas vão até os túmulos de rabinos famosos, a fim de buscar a sua bênção). Mas o Senhor enviou Seu arcanjo Miguel, que vigia de forma especial sobre Israel e luta por esse povo, a fim de impedir que isso acontecesse (cf. Dn 10.13,21; 12.1; Ap 12.7ss.). Por incumbência dada por Deus, Miguel lutou com o diabo pelo corpo de Moisés, que em seguida provavelmente foi levado ao céu (cf. Mt 17.3). Nesse duelo Miguel não


toda e qualquer autoridade instituída por Deus e zombam da realidade espiritual. E assim eles colhem o veredito de não entenderem nada e viverem como animais insensatos. No ano de 1968 o assim chamado niilismo tornouAs diretrizes divinas não contam mais, apenas as diretrizes se popular. humanísticas. Os homens sonham com um mundo ideal próprio e recusam a Deus. Eles menosprezam toda e Tratava-se qualquer autoridade instituída por Deus e zombam da de uma filorealidade espiritual. sofia que negava qualquer tipo de menosprezou a autoridade de Sata- norma e valor. Em seus romances, nás, que o próprio Deus lhe dera e Dostoievski tratou da ligação entre que permanecerá com ele até que o niilismo, o ateísmo, o crime e a seja definitivamente julgado (cf. Ap autodestruição. 20.10). Por isso, no momento ele Como cristãos recebemos uma ainda tem acesso ao céu (cf. Ap advertência: “Cuidado que ninguém 12.10). Mesmo o arcanjo Miguel vos venha a enredar com sua filosofia respeitou a posição hierárquica su- e vãs sutilezas, conforme a tradição perior de Satanás e não zombou de- dos homens, conforme os rudimentos le. Esse exemplo representa a irre- do mundo e não segundo Cristo” (Cl futável ordem da criação e os prin- 2.8). Aquilo que parece ser intelicípios morais implantados por gente ou sensato não necessariaDeus. mente o é. Os princípios deste O tempo do fim caracteriza-se mundo são influenciados pelo pecapelo fato de que todos esses princí- do e muitas vezes dirigidos pelo “pios são desprezados e derrubados. deus deste mundo”. Somente uma A palavra “não só... como também” vida “segundo Cristo” é uma vida é assustadora: apesar de todas as correta, e somente o Seu ensino é advertências, a Palavra de Deus é verdadeiro. ignorada. As diretrizes divinas não contam mais, apenas as diretrizes 4. Caim humanísticas. Os homens sonham “Ai deles! Porque prosseguiram pecom um mundo ideal próprio e recusam a Deus. Eles menosprezam lo caminho de Caim...” (Jd 11). Por

qual caminho Caim andou? A resposta está em Gênesis 4.16: “Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden” (cf. Hb 11.4). Node significa “(terra do) desterro”, e também “instável e volátil”. Isso também se aplica às pessoas de hoje. Caim desprezou a oferta de sangue, e em lugar dela trouxe uma oferta própria, falsa, e mais tarde matou seu próprio irmão (cf. 1 Jo 3.12). Ele representa uma humanidade que abandona a fé, afasta-se de Jesus e se distancia do Deus verdadeiro. Mas dessa forma contribui tragicamente para o cumprimento da profecia (cf. Jd 18-19; 2 Ts 2.3; 1 Tm 4.1; Lc 8.13; Dn 8.23). Só que essas pessoas estão em má companhia; afinal, elas são descritas como aqueles que “foram antecipadamente pronunciados para esta condenação” (Jd 4). O pastor Roland Reuter, presidente de uma entidade alemã de apoio para pastores, escreveu o seguinte em um texto intitulado “Quando o direito perde sua dignidade – mobbing (uso de pressão psicológica no local de trabalho para afastar colaboradores) na igreja transforma a igreja em perdedora”: “A Igreja da Reforma dispensa seus filhos: ‘doentes?’ Em 1996 foi publicado um ensaio sob o título ‘A Igreja da Reforma dispensa seus filhos’. Ele explica por que e como a igreja reformada esgota teólogos e colaboradores perfeitamente bons, rejeitando-os, tornando-os doentes, licenciando-os e dispensando-os”.16 Caim celebrou um culto falso, não espiritual, que não o aproximou de Deus, mas o levava para cada vez mais longe. Caim é o primeiro tipo de uma humanidade que despreza Jesus e O substitui por seus próprios conceitos religiosos. Por exemplo: “Os jogos de futebol do campeonato europeu de 2008

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deverão ser transmitidos ao vivo nas igrejas. Nem mesmo gritaria, bebedeira e xingamentos serão proibidos. A Aliança Evangélica Suíça (SEA) quer transmitir os jogos do campeonato de 2008 ao vivo em 500 casas de Deus. Diz Matthias Spiess, responsável pela juventude na SEA: ‘Jesus também bebia e festejava bastante’ (...). ‘Isto é um golpe baixo para atrair membros’, indigna-se Christian Waber, deputado da EDU. Ele diz que não tem nada contra a alegria do futebol, ‘mas o evangelho precisa vir em primeiro lugar”’.17 O que a Bíblia diz a respeito? “Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam...” (Jd 12). Assim como Caim saiu da presença de Deus, nossa sociedade se afasta cada vez mais de Deus em suas famílias, na política e na igreja. Por isso, a situa-

ção nessas áreas também está cada vez mais insegura, “instável e volátil”. Não há mais qualquer apoio para o próximo. Na Europa, as igrejas esvaziam-se, cada vez mais pessoas pedem desligamento, os templos são vendidos e as pessoas se distanciam da Bíblia. Jesus é empurrado para o lado e cada um imagina seu próprio Deus. Mas: quem proclama um Jesus diferente daquele descrito na Bíblia, ou quer nos convencer de que há outros caminhos para Deus além de Jesus, oferece um sacrifício falso (cf. Gl 1.89). Não raro são justamente essas pessoas que condenam os cristãos sinceros, ou os difamam como fundamentalistas. Esta religiosidade é “cainita”. Alguns exemplos confirmam essa tendência: • Nas escolas o ensino social substituiu o ensino religioso bíblico. • Na maioria das escolas a doutrina da criação não é nem mesmo mencionada paralelamente à teoria da evolução, como alternativa. Um pastor e professor de religião Estamos em meio a uma sociedade afastada de Deus. Permita-me perguntar: você tamexpressou-se da sebém está se afastando de Deus? Você ainda guinte forma: “Acrediprocura a face dEle em Jesus Cristo? Está sendo negligente na leitura da Bíblia? Está tar na plausibilidade fugindo? Você ficou relaxado e indiferente no da Bíblia não é fé, é discipulado? É possível refletir e voltar atrás, superstição”.18 arrepender-se e converter-se. O Senhor tem prazer em perdoar e concede renovação. • Um tribunal em Atenas autorizou a organização de uma associação que quer contribuir para que a Grécia retorne ao paganismo. No lugar de Jesus, as pessoas devem voltar a adorar Zeus e os doze deuses do Olimpo.19 • Michael Welker, professor de teologia em Heidelberg (Alemanha), disse: “Que perdão é esse, que me é dado pela culpa dos

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meus pecados, se apenas a morte vicária de alguém sem pecado me livra da ira do Deus que está perdoando, se Deus só pode me perdoar transformando em pecado alguém que não tem pecado? (...) O Deus Jesus, paternal e maternal, perdoa sem motivos e sem condições, sem sangue, sem expiação e sem violência. A teologia do sacrifício expiatório, porém, é a expressão de uma teologia de onipotência patriarcal e abstrata”.20 • O pastor alemão Jürgen Fliege, que tem um programa na TV, comentou durante uma convenção eclesiástica: “Tenho dificuldades com a religião do sacrifício e um homem sangrando numa cruz”.21 • Um quarto das crianças de famílias judaicas religiosas não pretende continuar a seguir o estilo de vida tradicional depois de terminar os estudos. E 18% não pretendem mais observar os preceitos religiosos depois de casarem”.22 Estamos em meio a uma sociedade cainita, isto é, afastada de Deus. Permita-me perguntar: você também está se afastando de Deus? Você ainda procura a face dEle em Jesus Cristo? Está sendo negligente na leitura da Bíblia? Está fugindo? Você ficou relaxado e indiferente no discipulado? É possível refletir e voltar atrás, arrepender-se e converter-se. O Senhor tem prazer em perdoar e concede renovação (cf. 1 Jo 1.9).

5. Balaão “...movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão...” (Jd 11). Balaão estava disposto a amaldiçoar Israel por dinheiro (cf. Js 24.9-10) – e hoje Israel está sendo traído mais uma vez por causa do dinheiro do petróleo. Balaão transformou-se em falso profeta por causa da ganância; ele providenciou


para que Israel fosse seduzido (cf. Nm 25.1-3; 31.16; Ap 2.14). Balaão foi o primeiro homem a obter lucro com seus dons. Mas Balaão não era só um falso profeta, mas também um vidente (cf. Js 13.22). Como são próximas a falsa profecia, a ganância, a sedução e a vidência! Paulo diz: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2 Co 2.17). Mesmo no setor evangelical há falsas profecias, prometendo bênção, cura (e não santificação), sucesso e prosperidade. Em alguns lugares, um certo “empreendedorismo cristão” se espalhou na Igreja de Jesus, que não se distingue mais em nada do mundo dos negócios: a única coisa que ainda importa é a multiplicação financeira, não mais o compromisso com os padrões da Palavra de Deus. Não importa mais que pessoas encontrem Jesus Cristo como seu Salvador e assim tenham seus pecados perdoados, mas que a igreja cresça e a quantidade de membros aumente. “Em uma aparição diante de milhares de pessoas em Copenhague (Dinamarca), Benny Hinn, o televangelista americano da ala carismática extrema, pediu doações para comprar um novo jato particular para si. (...) O avião tornaria mais fácil o seu trabalho de evangelismo mundial. ‘Vou escrever o nome de toda pessoa que doar 1.000 dólares na parede interna do avião”. (...) Prometeu que oraria por todas aquelas pessoas cada vez que lesse seus nomes durante uma viagem. Depois de recolher as ofertas, Hinn disse: ‘Pelo fato de hoje ter sido levantada uma oferta tão grande, a Escandinávia experimentará um avivamento (...)”’.23 Se antigos obreiros do reino de Deus, como Hudson Taylor ou George

Müller, que esperavam por tudo em oração e confiança em Deus, ouvissem isso, acho que ficariam com vontade de arrancar seus cabelos.

6. Corá “...e pereceram na revolta de Corá” (Jd 11). Corá queria instituir uma nova liturgia. Sobre isso, Erik Junker escreve: “Sempre que a vida de culto de uma igreja é permeada por falsa adoração, falsa profecia e um ‘sacerdócio universal’ mal-interpretado, essa igreja será destruída. Por isto é preciso tomar cuidado”.24 Corá seduziu 250 pessoas e levantou-se contra Moisés e Arão com as seguintes palavras: “Se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do SENHOR?” (Nm 16.3). Como profeta, Moisés representava a Palavra de Deus, e, como sacerdote, Arão representava o sacrifício válido. Vivemos em uma época em que não apenas não-crentes, mas tam-

bém pessoas das fileiras cristãs se levantam contra a Palavra de Deus e degradam o sacrifício de Jesus, o único que conta. E não são justamente estes que acusam os cristãos renascidos de serem exageradamente “fundamentalistas”, por exemplo, dizendo que Jesus é o único caminho para chegar a Deus? Muitos afirmam que há santos em todas as partes; todos os caminhos e religiões levam de alguma forma a Deus. Alá, Maomé, Buda, o Dalai Lama e o papa não podem ser simplesmente desconsiderados. Esse é o tipo de confusão que Corá tentou promover. Mas justamente essa é uma contradição em si, por exemplo, em vista de João 14.6: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. A humanidade dos últimos tempos será contraditória, pois colocará todas as religiões no mesmo nível, ao mesmo tempo em que elas tentarão se excluir mutuamente. Li em uma reportagem: “O reverendo Volker Lehnert (de Düsseldorf, Alemanha), palestrante da Igreja Evangélica da Renânia, ob-

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).

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mo nos círculos evangélicos.

Resumo Não podemos negar que estes seis exemplos negativos hoje alcançaram nossa geração e estão presentes em uma medida nunca antes vista. Por meio deles reconhecemos em que estágio do fim nos encontramos. Como as aves migratórias, os filhos de Deus percebem, por meio do Espírito Santo que habita neles, que a partida para o céu é iminente. • Nossa sociedade está marcada por um cristianismo nominal, que recusa grande parte da Bíblia e não deseA teologia moderna transformou-se em uma ja ter mais nenhuma liarmadilha. Como uma serpente sedutora, ela vai se gação com um discipuinsinuando até mesmo nos círculos evangélicos. lado de Jesus conseqüente. O povo de Israel no deserto serve de explicação serva: muitos pastores têm dificul- neste ponto. dades com doutrinas centrais da fé. • Nossa época é inundada por Um em cada quatro líderes espiri- uma onda demoníaca atrás da outuais não acredita na ressurreição. tra. As pessoas buscam o sobrenaApenas 52% dos teólogos estão tural, mas não Aquele que veio do convencidos da necessidade de uma céu para a terra para nos salvar. A salvação dos pecados, e somente época de Noé é um bom exemplo. 21% vêem Jesus como um exemplo • A iniciativa homossexual forimportante”.25 Nossa época produ- mou um lobby sólido, que marca e ziu uma série de teólogos que relati- domina nossa sociedade. É o modevizam ou até mesmo negam os fatos lo representado por Sodoma e Godo plano de salvação (por exemplo, morra. teólogos formados negam o nasci• Vivemos em um cristianismo mento virginal e a ressurreição de “para longe de Deus” (como Jesus, cf. Jd 4,19). A teologia mo- Caim). derna transformou-se em uma ar• Um “profetismo” sedutor, que madilha. Como uma serpente sedu- segue padrões empresariais e não tora, ela vai se insinuando até mes- bíblicos, penetra incessantemente

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nas igrejas, a exemplo do que vemos em Balaão. • Outras liturgias, que se colocam contra a Palavra de Deus e o unicamente válido sacrifício de Jesus e toleram confusão, estão ganhando espaço. As ações de Corá são citadas como exemplo. Juntos, esses exemplos representam um capítulo da humanidade que está às portas do juízo. Com certeza foi por isso que Enoque, que foi arrebatado por Deus, não é citado à toa como sétimo exemplo.

7. Enoque “Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades...” (Jd 14). Enoque é o “sétimo depois de Adão”. E ele também é o sétimo exemplo mencionado pela carta de Judas. O número 7 representa “perfeição” ou “conclusão”. Assim, Apocalipse 2 e 3 trazem sete cartas a igrejas, exemplificando as épocas da história da Igreja. Conforme 1 Coríntios 10.11, a Igreja é o “fim”, isto é, a “conclusão” das eras mundiais. E Israel enfrentou rebeldia durante todo o tempo necessário para que o “número” dos gentios fosse completado (cf. Rm 11.25). Hoje vivem em Israel cerca de 7000 judeus cristãos, que de certa forma são os arautos da vinda do Messias. A carta de Judas é a última epístola antes do Apocalipse, e de certa forma apresenta Enoque como uma conclusão. Podemos entender essa conclusão como uma figura para o futuro arrebatamento da Igreja de Jesus – e para o Apocalipse que se seguirá? Quando a Igreja estiver completa, ela será tirada da terra. E então o Senhor se voltará novamente para Israel (cf. Rm 11.25-26). Talvez seja por isso que o arcanjo Miguel, que defende os filhos de Is-


rael de forma especial, é mencionado em Judas 9 (cf. Dn 12.1; Ap 12.7). Enoque foi o primeiro ser humano a ser arrebatado, pois andava com Deus (cf. Gn 5.24), o que aconteceu ainda antes do dilúvio. Sem dúvida isso é uma figura para a verdadeira Igreja de Jesus, que segue ao Senhor e será arrebatada. Já Noé é um tipo para Israel, que é salvo do “dilúvio” da grande tribulação. E as “santas miríades” são os cristãos arrebatados, que voltarão de forma visível e em glória com o Senhor. Assim também está escrito em Colossenses 3.4: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória”. Apesar de não conhecermos o dia e a hora em que Jesus voltará, reconhecemos claramente: o último capítulo da humanidade antes do arrebatamento começou! E só quem estiver “em Cristo” será preservado: “Judas, servo de Jesus Cris-

to e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo, a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados” (Jd 12). Não há outro lugar onde seremos protegidos do futuro juízo de Deus que não em Jesus Cristo. Que contraste há entre as palavras acima e os seis exemplos anticristãos! Ainda hoje Deus chama as pessoas para junto de Seu Filho. Você também quer pertencer ao Senhor Jesus? Então expresse esse desejo em uma oração a Jesus. Sem dúvida, Deus o ouvirá e o levará para a redenção que Seu Filho Jesus completou por você!

7.Erklärungen zur Bibel (Elberfelder Übersetzung). 8.Siegfried Schlieter, Am Ende der Zeit, Schwengeler Verlag. 9.ideaSpektrum, 5/2006. 10.20 minuten, 30/11/2006. 11.Der Spiegel, 45/2004. 12.Die Weltwoche, 47/2004. 13.FOCUS, 9/2005. 14.www.israelnetz.de, 21/11/2006. 15.www.focus.de, 30/11/2006. 16.Erneuerung und Abwehr, 6/2006. 17.20 minuten, 30/11/2006. 18.www.idea.de, 2/10/2006. 19.ideaSpektrum, 19/2006. 20.Deutsches Pfarrerblatt, 3/1997, extraído de ideaSpektrum, 15/2006. 21.ideaSpektrum, 15/2006. 22.www.israelnetz.de, 28/2/2006. 23.TOPIC, 9/2006. 24.Bibel und Gemeinde, 4/2004. 25.Privat-Depesche, 29/2004.

Recomendamos: Notas: 1.Siegfried Schlieter, Am Ende der Zeit, Schwengeler Verlag. 2.TOPIC, 9/2004. 3.www.livenet.ch, 20/7/2006. 4.ideaSpektrum, 29/2004. 5.TOPIC, 7/2005. 6.20 minuten, 24/2/2006.

Apesar de não conhecermos o dia e a hora em que Jesus voltará, reconhecemos claramente: o último capítulo da humanidade antes do arrebatamento começou!

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Os povos que invadirão Israel juntamente com a Rússia “...persas e etíopes e Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do lado do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo” (Ezequiel 38.5-6). Os versículos 5 e 6 completam a lista dos aliados de Gogue que, liderados por este, atacarão Israel. A identidade do primeiro aliado parece ser muito clara, pois seu antigo nome é amplamente conhecido ao longo da história e, até mesmo, nos dias atuais. Os “persas” são uma referência ao povo persa que constitui a maior parcela da população do país que atualmente se denomina Irã. Entre os futuristas, a opinião unânime é a de que a Pérsia da história antiga corresponde ao Irã de nossos dias. Mark Hitchcock explica: “O nome Pérsia, escrito em todas as páginas da história antiga, foi mudado para Irã em março de 1935 por influência estrangeira”.[1]

O Irã e a Rússia Qualquer pessoa que tem acompanhado as manchetes dos noticiários nos últimos anos está ciente do estreito relacionamento entre a Rússia e o Irã. A Rússia tem sido a fornecedora de muitos dos elementos que o Irã precisa para desenvolver uma bomba nu-

É muito provável que o Irã venha a ser um dos aliados na invasão de Israel liderada pela Rússia no final dos tempos. Talvez o Irã se aproveite da postura novamente belicosa que o presidente russo Vladimir Putin reassumiu para com o Ocidente, principalmente em relação aos Estados Unidos. A despeito da maneira pela qual esses acontecimentos futuros se desdobrem, não há dúvida de que a Rússia e o Irã atualmente estão desenvolvendo o tipo de relação que pode facilmente levar a essa invasão de Israel, exatamente como o profeta Ezequiel predisse.[2]

clear. É evidente que o Irã ambiciona assumir o controle de todo o Oriente Médio, de modo que possa difundir a sua visão do Islã com a finalidade de unir todo o mundo muçulmano sob uma única autoridade governamental, um regime iraniano. Todos nós ouvimos aquilo que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad Etiópia declarou em várias ocasiões, a saber, que ele pretende fazer com Uma das traduções inglesas da que Israel desapareça do mapa. Bíblia, denominada The New Nos últimos quinze anos, todos os American Standard (da qual faço governos israelenses afirmaram uso) traduz a palavra hebraica repetidamente que o Irã é a maior Kush por Etiópia. Muitas traduameaça a Israel. Hoje em dia, ções inglesas transliteraram o termuitos querem saber se Israel será mo hebraico [N. do T.: Como impelido a agir antecipadamente, talvez com o apoio dos Todos nós ouvimos aquilo que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad declarou em várias ocasiões, a Estados Unidos, a saber, que ele pretende fazer com que Israel fim de eliminar o desapareça do mapa. Na foto: Vladimir Putin, potencial nuclear do presidente russo, com o presidente iraniano. Irã antes que esteja plenamente desenvolvido. Por certo conheceremos a resposta para tal indagação antes que o presidente George W. Bush termine seu mandato em janeiro de 2009, visto ser pouco provável que um novo presidente americano se atreva a uma façanha desse porte.

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Do Nosso Campo Visual ponde à região imediatamente ao sul e a leste do Egito que inclui a atual Núbia, o Sudão e a Etiópia dos escritores clássicos”.[5] Portanto, a Bíblia situa Cuxe exatamente ao sul do Egito, no território que atualmente corresponde à nação do Sudão. Hoje em dia, o Sudão é um dos países islâmicos mais beligerantes do mundo. Hitchcock men“Na invasão, esses países receberão a adesão das ciona “que a atual demais nações (cf. Ez 38.5) que representam as outras nação do Sudão é três direções da bússola: a Pérsia (atual Irã) que vem um dos três países do leste, Cuxe (atual norte do Sudão) que vem do sul, e Pute (atual Líbia) que vem do oeste”. muçulmanos em todo o mundo que possuem um governo islâmico belicoso”.[6] mento terrorista dentro do SuTambém fiquei dão.[7] O Sudão também foi o surpreso ao saber país que deu guarida a Osama Bin A Bíblia situa Cuxe exatamente ao sul do Egito, que o “Sudão é a Laden desde 1991 até que ele fosno território que atualmente corresponde à nação do Sudão. maior nação em se para o Afeganistão em 1996.[8] extensão territo- Com base no atual alinhamento rial do Continente de países, não seria surpresa neAfricano e possui nhuma conceber a idéia de que o uma população de Sudão seja um aliado do Sul que 26 milhões de ha- junto com a Rússia, Irã e outros, bitantes”. É inte- invadirá a terra de Israel nos últiSUDÃO ressante constatar mos dias. o fato de que, nos últimos vinte Pute anos, Irã e Sudão se tornaram os Pute é outra transliteração do mais achegados termo original hebraico e ocorre aliados. Esses paí- apenas sete vezes em todo o Antises firmaram acor- go Testamento.[9] A palavra é dos comerciais, usada por duas vezes numa geentraram em nealogia que registra Pute como alianças militares, um dos descendentes de Cam além do fato de (Gn 10.6; 1 Cr 1.8). Nas outras que o Irã opera cinco ocorrências, o termo é usabases de treina- do pelos Profetas para fazer men-

também ocorreu em algumas traduções da Bíblia em português: Cuxe na Almeida Revista e Atualizada; Cuse na Almeida Revista e Corrigida; e Cus na Tradução Brasileira]. O termo Cuxe ocorre 29 vezes na Bíblia Hebraica.[3] O texto de Gênesis 2.13 faz menção de uma terra antediluviana chama Cuxe. Na tabela das nações há três referências a Cuxe, o qual é um dos descendentes de Cam. A maioria dos outros usos ocorre nos livros de Isaías e de Ezequiel (por 13 vezes), referindo-se à mesma região mencionada em Ezequiel 28.5. Um léxico de hebraico afirma que Cuxe corresponde às “terras regadas pelo Nilo ao sul do Egito, numa referência à Núbia e ao norte do Sudão, país este banhado pela águas da região Sul do mar Vermelho”.[4] Outro léxico declara que Cuxe “corres-

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Do Nosso Campo Visual constante de terrorismo e aborrecimento tanto para o Ocidente quanto para Israel. A Líbia certamente não perderia a oportunidade de unir esforços com o Sudão, o Irã, a Turquia e as repúblicas muçulmanas da ex-União Soviética para aniquilar o Estado Judeu”.[13] A Líbia é uma nação islâmica radical dirigida por um ditador, o coronel Mu’ammar al-Kadhafi (na foto), que certamente não perderia a oportunidade de unir esforços para aniquilar o Estado Judeu.

ção a Pute como uma nação, geralmente num contexto militar, conforme se verifica em Ezequiel 38. Um léxico de hebraico diz: “é provável que não seja exatamente Pute, mas Líbia”.[10] “Uma antiga crônica babilônica parece indicar que Putu era uma terra ‘longínqua’, a oeste do Egito, que corresponderia à Líbia de nossos dias”.[11] Randall Price comenta: “Na invasão, esses países receberão a adesão das demais nações (cf. Ez 38.5) que representam as outras três direções da bússola: a Pérsia (atual Irã) que vem do leste, Cuxe (atual norte do Sudão) que vem do sul, e Pute (atual Líbia) que vem do oeste”.[12] Exatamente como o Irã e o Sudão, a Líbia é uma nação islâmica radical dirigida por um ditador, o coronel Mu’ammar al-Kadhafi. À semelhança do Irã, Kadhafi tentou desenvolver armas nucleares no passado, mas alega que desistiu de todas as tentativas de produzi-las. Hitchcock salienta: “Desde que o coronel Mu’ammar al-Kadhafi ascendeu ao poder em 1969, a Líbia tem sido uma fonte

Trajados para matar

guerra para sua invasão à terra de Israel. Price diz que o texto em questão retrata uma cena em que “Israel estará ‘cercado’ por todos os lados por seus inimigos, sem condição de se defender”.[17]

Gômer O nome Gômer, transliterado do termo original hebraico, ocorre cinco vezes no Antigo Testamento, sem contar aquelas vezes em que o nome se refere à pervertida esposa do profeta Oséias. Com exceção de uma ocorrência em Ezequiel, todos os outros usos desse nome ocorrem numa genealogia (Gn 10.2,3; 1 Cr 1.5,6). O registro da tabela das nações informa que Gômer era um dos filhos de Jafé (Gn 10.2; 1 Cr 1.5).

O versículo 5 termina com esta declaração: “...todos com escudo e capacete”. Constatamos no versículo 4 que a palavra hebraica traduzida por “escudo” (do hebraico., tsinnah) refere-se a “um escudo Todas as seis ocorrências do vocábulo grande que cobre o corhebraico koba’ no Antigo Testamento fazem alusão po inteiro”.[14] No vera um capacete metálico usado pelo soldado que se prepara para entrar num conflito militar. sículo 4 está escrito: “...grande multidão, com pavês e escudo”; contudo, o versículo 5 diz: “...com escudo e capacete”. O termo hebraico traduzido por capacete é koba’ que diz respeito a um “elmo”, em geral feito de bronze.[15] Todas as seis ocorrências[16] desse vocábulo hebraico no Antigo Testamento fazem alusão a um capacete metálico usado pelo soldado que se prepara para entrar num conflito militar. Portanto, essa passagem dá ênfase ao fato de que “todos” os invasores estarão bem equipados com trajes de

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Do Nosso Campo Visual

“Israel estará ‘cercado’ por todos os lados por seus inimigos, sem condição de se defender”.

A questão é a seguinte: Onde vivem atualmente os descendentes de Gômer? “Os descendentes dele são geralmente identificados como Cimérios, um povo que se deslocou da região situada ao norte do mar Negro no oitavo século a.C. e entrou no cenário histórico”.[18] Jon Ruthven elaborou um mapa no qual Gômer e seus descendentes estão situados naquele território ao norte dos mares Negro e Cáspio.[19] Entretanto, os descendentes de Gômer foram banidos daquela região para “o território da Capadócia, que hoje em dia corresponde à região central e centro-norte da Turquia. O historiador Josefo identificou o povo da Galácia com Gômer. Ele declara que o povo a quem os gregos denominaram Gálatas eram os Gomeritas.[20] Esses “Gomeritas” vivem atualmente na região centro-oeste da Turquia. Portanto, os descendentes de Gômer, junto com outros povos que ainda serão considerados, são um indício de que a Turquia fará par-

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te daquela aliança militar que invadirá a terra de Israel. O texto bíblico afirma: “...Gômer e todas as suas tropas” (Ez 38.6). Diante das declarações anteriores feitas nessa passagem profética, já está claro que muitas nações virão numa investida contra Israel e os descendentes de Gômer estarão junto com elas nesse ataque. Maranata! (Thomas Ice, Pre-Trib Perspectives) Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.

Notas: 1. Mark Hitchcock, After The Empire: Bible Prophecy in Light of the Fall of the Soviet Union, Wheaton, IL: Tyndale House Publishers, 1994, p. 72.

Recomendamos: Revista Notícias de Israel Faça JÁ sua assinatura: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br

2. Para ter acesso a dois livros mais recentes que enfoquem os acontecimentos atuais relacionados com a invasão de Israel empreendida por Gogue e Magogue, veja: Mark Hitchcock, Iran The Coming Crisis: Radical Islam, Oil, And The Nuclear Threat, Sisters, OR: Multnomah, 2006; e Joel C. Rosemberg, Epicenter: Why The Current Rumblings in The Middle East Will Change your Future, Carol Stream, IL: Tyndale House Publishers, 2006. 3. Baseado em pesquisa feita através do programa de computador denominado Accordance, versão 7.3. 4. Ludwig Koehler e Walter Baumgartner, The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, edição eletrônica, Leiden, Holanda: Koninklijke Brill, 2000. 5. R. Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr., e Bruce Waltke, organizadores, Theological Wordbook of the Old Testament, 2 vols., Chicago: Moody Press, 1980, vol. 1, p. 435. 6. Hitchcock, After The Empire, p. 79. Pelo menos essa era a situação no ano de 1994. 7. Hitchcock, After The Empire, p. 79-83. 8. Hitchcock, Iran The Coming Crisis, p. 185. 9. Baseado em pesquisa feita através do programa de computador denominado Accordance, versão 7.3. 10.Koehler e Baumgartner, The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, edição eletrônica. 11.Hitchcock, Iran The Coming Crisis, p. 185. 12.Randall Price, “Ezekiel”, publicado no The Popular Bible Prophecy Commentary: Understanding the Meaning of Every Prophetic Passage, organizado por Tim LaHaye e Ed Hindson, Eugene, OR: Harvest House Publishers, 2006, p. 191. 13.Hitchcock, After The Empire, p. 85-86. 14.Francis Brown, S. R. Driver, e C. A. Briggs, Hebrew and English Lexicon of the Old Testament, Londres: Oxford, 1907, edição eletrônica. 15.Brown, Driver, e Briggs, Hebrew and English Lexicon of the Old Testament, edição eletrônica. 16.Baseado em pesquisa feita através do programa de computador denominado Accordance, versão 7.3. 17.Price, “Ezekiel”, p. 191. 18.Baseado em pesquisa feita através do programa de computador denominado Accordance, versão 7.3. 19.Jon Mark Ruthven, The Prophecy That is Shaping History: New Research on Ezekiel’s Vision of the End, Fairfax, VA: Xulon Press, 2003, p. 81. 20. Hitchcock, After The Empire, p. 62.


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Chamar Deus de Alá? Que blasfêmia! outra coisa superior ao Seu próprio NOME para comparar Sua PALAVRA. Ao que parece, a concepção que esse bispo tem de Deus é tão herética e vulgar que o levou ao O tratamento que o islã dá às mulheres extremo de equipatem sido um exemplo histórico de depravação e é diametralmente oposto ao que ensina a Fé Cristã. rar o Deus Criador do Universo com o deus da religião assassina e demoníaca de Maomé. Ou ele não co- “Deus compassivo, clemente e nhece o Deus da Bíblia ou não longânimo” da Bíblia (cf. Êx conhece o Alá do Islã. Talvez ele 34.6-7) e o Alá pagão que Maonão conheça nenhum dos dois! O mé inventou com base no deuspapa e a Igreja Católica deveriam lua sobre o qual aprendera em estar tomados de indignação pa- sua infância. Jesus Cristo, que conhecia ralisante com tal declaração... Não há comparação entre o Deus melhor do que ninguém, afirmou que os Dez Mandamentos podem ser resumidos em dois: “Amarás o Senhor, teu Deus, Alá é uma divindade pagã de ódio, assassinato e falsa doutrina com uma de todo o teu coração, de toda história de 1.300 anos, marcada por atos de maldade contra o semelhante; a tua alma e de todo o teu enos seguidores de Alá já mataram e fizeram sofrer mais pessoas do que qualquer outra religião. tendimento” (Mt 22.37) e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). O texto de João 3.16 comprova o fato de que o Deus da Bíblia é um Deus de amor. Nesses dois mil anos, os seguidores de Jesus têm demonstrado que são as pessoas mais humanitárias deste mundo, pois construíram mais hospitais, orfanatos (entre outros ministérios de assistência), do que qualquer outra religião na história. Alá é uma divindade pagã de ódio, assassinato e falsa doutrina com uma história de 1.300 anos, marcada por atos de maldade contra o

A notícia procedente da Holanda[1] de que um bispo católico defendeu abertamente a idéia de chamar Deus pelo nome de Alá, para reduzir as tensões entre as religiões, não passa de pura blasfêmia. Diante das câmeras da Dutch TV, ele chegou ao ponto de acrescentar que “Deus não está nem aí para o nome pelo qual o chamam”. É evidente que o bispo não conhece a Deus, nem as Escrituras Sagradas que o próprio Deus ordenou que fossem escritas em Seu nome. Deus declarou que não devemos tomar o Seu nome em vão e afirmou que Ele engrandeceu Sua PALAVRA acima do Seu nome, como uma forma de autenticar a origem divina de Sua PALAVRA (Salmo 138.2), visto não ter Ele achado

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Do Nosso Campo Visual semelhante; os seguidores de Alá já mataram e fizeram sofrer mais pessoas do que qualquer outra religião. O tratamento que dão às mulheres tem sido um exemplo histórico de depravação e é diametralmente oposto ao que ensina a Fé Cristã. Equiparar essas duas fontes de ensino religioso chega a ser o cúmulo da blasfêmia e tal ato devia ser reprovado por qualquer pessoa que professe o nome de Cristo. Não devíamos ficar surpresos com tamanha blasfêmia, até mesmo da parte de um bispo mal informado e despreparado. O pró-

prio Senhor Jesus nos alertou que um dos sinais dos últimos dias seria este: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11). Se essa declaração tola não for rebatida por aqueles que Recomendamos: se encontram em posição de autoridade sobre quem a pronunciou, é provável que tal blasfêmia continue. (Tim LaHaye, PreTrib Perspectives)

Notas: 1.World Net Daily, edição de 15 de agosto de 2007, Bishop Urges Christians to Call God ‘Allah’, publicado em www.worldnetdaily.com.

Pedidos: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br

O divórcio é permitido? Pergunta: “O que se deve fazer no seguinte caso: um cônjuge era renascido, o outro não. Depois, o nãocrente se converteu e passou a freqüentar uma igreja que, além de ensinar coisas boas também defende falsas doutrinas. Será que o cônjuge que já era crente deve continuar vivendo com o recém-convertido ou seria melhor separar-se, de acordo com 2 Coríntios 6.11-18?”

Resposta: Basicamente, a Bíblia diz com relação ao divórcio: “Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis” (Malaquias 2.16). Em 1 Coríntios 7.10-16 lemos: “Ora, aos casados,

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ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher. Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz. Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?” (1 Coríntios 7.10-16).

Se um dos cônjuges sucumbe a um engano ou segue caminhos próprios, a Palavra de Deus mostra que isso ainda não é motivo para deixá-lo! Pelo contrário, a Escritura nos exorta: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6.2). Além disso, a Bíblia diz: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5.16). Infelizmente, em nossos dias muitos não estão mais dispostos a praticar esses princípios divinos e logo desistem. Que o Senhor lhe Recomendamos: dê muita perseverança em sua situação, para continuar intercedendo pelo seu cônjuge. (Samuel Rindlisbacher)


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