BETH-SHALOM
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Dezembro de 2007 • Ano 29 • Nº 12 • R$ 3,50
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Prezados Amigos de Israel
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Natal: Promessa - Cumprimento - Consumação
Notícias de
ISRAEL É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça. Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fundador: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann
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A Salvação de Israel
Assinatura - anual ............................ 31,50 - semestral ....................... 19,00 Exemplar Avulso ................................. 3,50 Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00 Edições Internacionais A revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial
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HORIZONTE • O problema da imagem de Israel - 16
O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).
“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2). Muitas bíblias, inclusive a hebraica, apresentam Miquéias 5.1 no final do capítulo 4: “Agora, ajuntate em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á sítio contra nós; ferirão com a vara a face do juiz de Israel”. Esse versículo refere-se ao juiz de Israel, o que nos faz lembrar de Isaías 53, onde o povo confessa: “...nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Isaías 53.4). A seguir é explicada a razão: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5). O cumprimento é relatado em Mateus 26.67: “Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam”. Um comentário explica: “A palavra usada no original significa literalmente ‘ferir com vara’.” É claro que o “juiz de Israel” é o Senhor Jesus Cristo, que disse: “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento” (João 5.22). Devemos enfatizar também que esse versículo é dirigido à “filha de tropas”, não a poderosos homens de valor. Na verdade, ele descreve a condição de Israel durante o tempo do aparecimento do Messias. A respeito, devemos ler as palavras que Jesus dirigiu às filhas de Jerusalém: “Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram. Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobrinos!” (Lucas 23.28-30). A seguir vem a profecia sobre Belém-Efrata, o local do nascimento de Jesus. Novamente, não resta margem para dúvidas, pois há somente um “que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Isaías exclama: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). O profeta prossegue: “Portanto, o SENHOR os entregará até ao tempo em que a que está em dores tiver dado à luz; então, o restante de seus
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irmãos voltará aos filhos de Israel” (Miquéias 5.3). Entendo esse versículo como uma referência ao reajuntamento dos filhos de Israel – eles foram entregues, sem que lhes restasse qualquer esperança. Sendo perseguidos, eles escapavam de um lugar para o outro até retornarem a Israel – o lugar donde tinham sido expulsos. As intenções de Deus foram claramente reveladas aos profetas: Ele quer habitar em Sião. “Assim diz o SENHOR: Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém; Jerusalém chamar-se-á a cidade fiel, e o monte do SENHOR dos Exércitos, monte santo” (Zacarias 8.3). Para que Ele possa habitar em Sião, Seu povo, os judeus, precisa retornar: “Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do Oriente e da terra do Ocidente; eu os trarei, e habitarão em Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus, em verdade e em justiça” (Zacarias 8.7-8). O retorno do povo judeu levará ao retorno do Messias, que terá um efeito global: “Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra” (Miquéias 5.4). Essa profecia estende-se até nosso tempo, e mesmo até o Milênio, o reino milenar de paz. atualmente, Jesus Cristo não é aceito pela maioria, isto é, Ele não é “engrandecido” aos olhos dos habitantes da terra, mas isso mudará. Isaías proclama: “Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua” (Isaías 45.23). A seguir, lemos sobre o tempo do profeta Miquéias, cujo ministério se estendeu de 742 a 703 a.C.: “Este será a nossa paz. Quando a Assíria vier à nossa terra e quando passar sobre os nossos palácios, levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. Estes consumirão a terra da Assíria à espada e a terra de Ninrode, dentro de suas próprias portas. Assim, nos livrará da Assíria, quando esta vier à nossa terra e pisar os nossos limites” (Miquéias 5.5-6). Esse homem de paz, porém, não foi manifestado naquele tempo. Ele é o Verbo (a Palavra) desde o princípio – portanto, eles tinham a Palavra e a Palavra de Deus era a força de Judá. Por isso a terra de Ninrode, os assírios, não tiveram sucesso em sua tentativa de destruir Judá e de levá-lo cativo, como fizeram com as dez tribos de Israel.
terra e deitarei Depois, vem a dispersão do povo judeu entre todas abaixo todas as as nações do mundo: “O restante de Jacó estará tuas fortalezas; no meio de muitos povos, como orvalho do eliminarei as SENHOR, como chuvisco sobre a erva, que não feitiçarias das tuas espera pelo homem, nem depende dos filhos de mãos, e não terás homens” (Miquéias 5.7). Observe o aspecto adivinhadores; do meio de ti positivo – eles foram uma bênção, “como orvalho eliminarei as tuas imagens de escultura e as do SENHOR, como chuvisco sobre a erva”. A tuas colunas, e tu já não te inclinarás diante da contribuição do povo judeu à civilização moderna, nas obra das tuas mãos; eliminarei do meio de ti os ciências, nas artes, na medicina, na música e em outras teus postes-ídolos e destruirei as tuas cidades” áreas é fartamente documentada. Nenhuma nação (Miquéias 5.10-14). gentia tem apresentado o brilhantismo dos judeus. Após retornarem do cativeiro babilônico, os judeus Mas então lemos o outro lado: “O restante de foram curados da sua idolatria, eles deixaram suas Jacó estará entre as nações, no meio de muitos “imagens de escultura” e não mais se “inclinaram povos, como um leão entre os animais das diante da obra das suas mãos”. selvas, como um leãozinho entre os rebanhos Finalmente, esse juízo progressivo, cujo clímax será de ovelhas, o qual, se passar, as pisará e a Grande Tribulação, culminará na batalha de despedaçará, sem que haja quem as livre. A tua Armagedom, que afetará o mundo inteiro: “Com ira mão se exaltará sobre os teus adversários; e e furor, tomarei vingança sobre as nações que todos os teus inimigos serão eliminados” não me obedeceram” (Miquéias 5.15). (Miquéias 5.8-9). Pode ser que esse tipo de juízo não Que grande privilégio é vivermos numa época em seja facilmente reconhecido, mas, como está expresso que podemos observar num relance o cumprimento claramente nos Dez Mandamentos, ele procede de dessas profecias, que se estende por milênios, Israel. Todos os povos têm de obedecer a essas dez destacando a primeira vinda do Messias no Natal, e Sua leis fundamentais para manter uma sociedade em iminente volta em grande poder e glória. Tendo em funcionamento. Esse é um lado da questão. O outro vista o papel fundamental de Israel no desenrolar lado é encontrado quando observamos o papel de desses acontecimentos, oremos pelo povo judeu e certos judeus na história da humanidade. Basta manifestemos nosso apoio a ele sempre que tivermos lembrar, por exemplo, de Karl Marx, o pai do oportunidade! comunismo, um flagelo para a humanidade, ou de Shalom! Albert Einstein, cujos estudos permitiram o desenvolvimento da bomba atômica. Portanto, o juízo também vem dos judeus. Como comparação, vamos considerar o que diz Arno Froese Apocalipse 6. Catástrofes naturais abater-se-ão sobre a terra após a abertura do sexto selo. Como resultado, lemos:“Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro” (Apocalipse 6.15-16). Aqui vemos a outra face do Cordeiro de Deus: Sua ira. Os crentes O conhecem como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Outros, porém, experimentarão a “ira do Cordeiro”. Continuando, lemos a mensagem a Israel que finalizará sua existência política e militar, como também sua separação da idolatria: “E sucederá, naquele dia, diz o SENHOR, que eu eliminarei do meio de ti os teus >> 4 a 16 de maio de 2008 << cavalos e destruirei os teus carros de Informações: 0300 789.5152 guerra; destruirei as cidades da tua www.Chamada.com.br
Viagem a Israel
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tal lembramos do Nesta época de Na ho de Deus na nascimento do Fil nto m. Esse acontecime estrebaria em Belé , foi algo isolado maravilhoso não o cumprimento pois representou essas divinas. de inúmeras prom
■ A promessa “Subirá diante deles o que abre caminho; eles romperão, entrarão pela porta e sairão por ela; e o seu Rei irá adiante deles; sim, o SENHOR, à sua frente” (Mq 2.13). Encontramo-nos em meio ao tempo do Advento, que precede o Natal. Mas na História da Salvação já vivemos o segundo Advento: esperamos pelo Arrebatamento. Não sabemos quão próximo está esse acontecimento, mas, com certeza, ele virá. O profeta Miquéias também não sabia em que momento a sua profecia se cumpriria. Que risco correu ele ao divulgar uma visão como a que acabamos de citar! Não era uma ousadia, até mesmo uma irresponsabilidade, anunciar um acontecimento futuro de tal importância de forma tão detalhada? E se não acontecesse o que ele previa, e se não acontecesse dessa forma? Certamente Miquéias tinha cons-
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ciência de que nesse caso ele seria considerado charlatão e sedutor do povo, em quem, depois, ninguém mais acreditaria. Um triunfante rei que abriria o caminho seguiria à frente da nação – que afirmação audaciosa! Como ficariam assustados os poderosos religiosos e seculares quando chegasse a hora do cumprimento! O rei que estivesse no poder naquele momento não haveria de usar de todos os meios disponíveis para aniquilar logo qualquer possível rival? Foi exatamente o que o rei Herodes fez mais tarde, derramando rios de sangue ao mandar matar os meninos em Belém. Mais ousada ainda se torna a profecia de Miquéias ao indicar até mesmo o local de nascimento do Rei da paz: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...” (Mq 5.2).
Será que era possível acreditar no profeta Miquéias? Com certeza! Setecentos anos mais tarde, silenciosamente, aconteceu em Belém o fato que mudaria o mundo. Realmente, o Messias prometido abriu caminhos: Ele rompeu Sua glória e entrou neste mundo como ser humano. Ele rompeu a cruz e o túmulo. Nenhum poder das trevas e da morte conseguiu retê-lO. E, no fim dos tempos, diz a Palavra, os inimigos estarão aos pés dEle, o maior rompedor de cadeias de todos os tempos. De onde o profeta Miquéias tirou todo esse conhecimento, que também veio a se cumprir com tanta precisão? Só podia ser da única fonte de origem divina: Deus confiou essa mensagem ao Seu servo fiel por meio do Espírito Santo. O mesmo aconteceu com outros profetas, que anunciaram acontecimentos futuros, próximos ou distantes. O Salmo 25.14 diz: “A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança”. Isso também ocorreu com Abraão. “Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus” (Tg 2.23). Sobre Moisés é relatado: “Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo...” (Êx 33.11). E Moisés disse de forma visionária sobre Jesus: “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18.15). O rei Davi foi chamado por Deus de “homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (At 13.22). Houve somente poucos escolhidos com os quais Deus pôde ter esse tipo de relacionamento. Eram pessoas fiéis em sua obediência a Deus. – Quem dera isso possa ser dito também de nós! O que nos im-
tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares ■ “E de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...” (Mq 5.2). Na foto: Belém.
pede de segui-lO com fé e fidelidade? “Porque o SENHOR abomina o perverso, mas aos retos trata com intimidade”, diz Provérbios 3.32. Nosso Senhor Jesus igualmente mantinha um relacionamento de amizade com Seus discípulos e lhes confiava segredos. Em João 15.15 Ele disse: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer”. Jesus quer ter esse relacionamento íntimo também conosco. Como é a nossa postura em relação a Ele? O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). Levemos nosso coração duro de egoísmo e carnalidade Àquele que abre caminhos, para que Ele possa rompê-lo e mudá-lo! Muitas vezes, o povo teocrático de Israel hesitava em seguir a Deus em obediência e fidelidade. Por isso, em Seu amor misericordioso, Ele continuamente mandava mensageiros ao “povo que andava em trevas”. Na qualidade de porta-vozes
de Deus, eles anunciavam juízo e graça. Alguns tinham dificuldade com isso. Eles também ouviam coisas difíceis de entender, por exemplo: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto” (Is 9.6,7). – Mas, era impossível crer que o líder prometido fosse um menino?! Era bem mais fácil acreditar na afirmação de Isaías: “O juízo habitará no deserto, e a justiça morará no pomar. O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre. O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras e em lugares quietos e tranqüilos” (Is 32.16-18). Um líder extraordinariamente forte, para o qual se pudesse olhar com orgulho – assim Ele deveria ser. Ah!, que isso pudesse em breve se tornar realidade!
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vezes, o povo teocrático de Israel hesitava em seguir a Deus em ■ Muitas obediência e fidelidade. Por isso, em Seu amor misericordioso, Ele
continuamente mandava mensageiros ao “povo que andava em trevas”. Na foto: diante do Muro das Lamentações em Jerusalém.
Mas Isaías também profetizou sobre um servo: “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is 53.3). Mas, não era possível que o Messias fosse assim! Mesmo hoje ainda há cristãos que têm dificuldade em aceitar esse texto. No Advento atual, quem ainda crê na proximidade da volta de Jesus e se prepara intimamente para ela? Com certeza naquela época havia justos que esperavam pelo “consolo de Israel”. Talvez também fossem considerados exageradamente piedosos.
■ O cumprimento “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). – “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Os céus foram abertos! (veja Lc 2.13-14). Do mundo celestial veio a notícia: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Se-
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nhor” (Lc 2.10-11). Os anjos jubilosos levaram a mensagem de alegria aos pastores: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. O Natal mudou o mundo. Quem poderia ficar indiferente diante desse acontecimento maravilhoso em Belém? Ele toca os corações das crianças, inspira artistas a produzirem imagens e descrições cheias de fantasia. Poetas, pintores, escultores e músicos usaram essa temática e competiram em obras de arte que vão do
ingênuo ao precioso. Em todas as línguas ressoa o “Glória” de Lucas 2.14: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Que grandioso presente Deus nos deu com o nascimento de Seu Filho! O mundo celestial ficou dramaticamente mais pobre, mas a humanidade enriqueceu indizivelmente. Isso deveria suscitar júbilo e alegria indescritível por toda parte até hoje. Os corações dos homens não deveriam se abrir a Ele em amor e adoração? Afinal, não há presente maior do que o Salvador e Redentor Jesus! Mas então se seguiu uma constatação trágica: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). O Filho de Deus, que deixou o céu em obediência ao Seu Pai, não foi bem-vindo para os Seus. Ele cuidou de Seu povo assumindo forma humana. Por puro amor aos perdidos Ele veio como Salvador e Redentor para “o que era seu”, para Seus conterrâneos judeus – e foi rejeitado! Que dor indizível isso deve ter causado no Senhor Jesus! Ele lamentou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes
mundo celestial veio a notícia: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de ■ Do grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-11).
quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23.37). O prometido “rebento do tronco de Jessé” (Is 11.1), o Verbo (a Palavra) encarnado, tinha chegado! “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Essa glória não foi reconhecida e Jesus não foi aceito como Messias porque se apresentou de forma simples e despretensiosa, e não como um governador mundial. Assim Ele não encontrou o reconhecimento e a honra que Lhe eram devidos como Messias e Filho de Deus. Que tragédia para Israel! Ele serviu ao Seu povo, teve compaixão dos doentes, ajudou muita gente em sofrimento. Deu pão em abundância aos famintos, salvou pessoas das tempestades no mar, deu vista aos cegos e audição aos que eram surdos. Aos escravizados pelo pecado Ele ofereceu liberdade, possessos foram libertos e até mesmo mortos foram ressuscitados para a vida! Ele anunciou-lhes o Reino de Deus. Muitos do povo judeu O reconheceram como Messias e O adoraram. Mas então aconteceu algo incompreensível: Seu povo O desprezou e exigiu que fosse executado como criminoso. Isso foi obra do inimigo de todos os tempos, do príncipe deste mundo, Satanás, o opositor de Deus. Ele estava furioso porque Jesus não tinha cedido às suas tentadoras ofertas no deserto, não lhe concedendo reverência, mas opondo-se a ele e repreendendo-o com severidade. Estava em jogo o reconhecimento do reino da luz ou das trevas. Desde então Satanás tenta seduzir todas as pessoas, mas especialmente aqueles que estão ao lado de Jesus. Ele escolhe suas vítimas entre estes – e, infelizmente, também as
encontra. A tática de Satanás de apresentarse como anjo de luz é bem sucedida. Muitas pessoas crédulas e imprudentes caem nessa armadilha e são amarradas pelo pecado, de forma que ele passa a ter acesso fácil a elas. A luta entre o reino da luz e o reino das trevas continua acirrada. – Você também precisa constantemente decidir em seu coração a qual voz dará ouvidos! O nascimento de Jegrandioso presente Deus nos deu com ■ Que sus em Belém produziu o nascimento de Seu Filho! Isso deveria suscitar júbilo e alegria indescritível por toda parte até uma mudança complehoje. Afinal, não há presente maior do que o ta de rumo no mundo. Salvador e Redentor Jesus! Não foram somente a contagem e o cálculo do tempo que recomeçaram do zero. Jesus também deu Os judeus tiveram a oportunidainício a uma revolução espiritual. O de de saber e experimentar quem pensamento equivocado dos ju- era Jesus, mas mesmo assim O indeus, engessado e calcificado pela terrogaram a respeito de Sua identilei, obteve uma nova dimensão pe- dade e poder. Mas a resposta não lo ensino de Jesus, direcionando-se era aquela que eles tanto queriam agora para o reino dos céus, de on- ouvir. Em vez disso, Jesus explicou de Ele vinha. O novo pensamento que agia em nome do Seu Pai: “Pode Jesus enfrentou a liderança espi- rém eu já vos disse que, embora me teritual orgulhosa e cheia de justiça nhais visto, não credes. Todo aquele própria. É verdade que João Batis- que o Pai me dá, esse virá a mim; e o ta preparara os judeus para a vinda que vem a mim, de modo nenhum o do homem que ele chamava de lançarei fora. Porque eu desci do céu, “Cordeiro de Deus”. Afinal, João tes- não para fazer a minha própria vontemunhava que Jesus era muito tade, e sim a vontade daquele que me maior que ele mesmo e que ele (- enviou” (Jo 6.36-38). Eles não gosJoão) não era digno de lhe desatar tavam de ouvir esse tipo de coisa. as correias das sandália. Um Mes- Teriam preferido que Jesus se cursias com jeito de cordeiro? Esse vasse à autoridade deles e seguisse a conceito era totalmente estranho eles. Assim nasceu uma inimizade aos judeus. profunda contra o rei celestial Jesus Então nosso Senhor Jesus Cristo Cristo. E esse conflito terminou se apresentou ao Seu povo como com Satanás ajudando-os a levar homem maduro. O próprio Deus para a cruz Aquele que desejava ser autenticou-O dos céus com as pala- Salvador e Redentor deles. vras: “Este é o meu Filho amado, em O nascimento de Jesus, Seu sofriquem me comprazo” (Mt 3.17). mento e Sua morte imerecidos, Sua
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Batista preparara os judeus ■ João para a vinda do homem que ele chamava de “Cordeiro de Deus”.
ressurreição do túmulo e a triunfante subida aos céus revolucionaram o mundo e dividiram-no em dois partidos. Afinal, não é possível manterse neutro diante de Jesus. Há somente duas opções: aceitar Sua Palavra e a Ele mesmo de forma humilde e grata – ou então recusálO, em rebeldia. As duas opções têm conseqüências, sejam elas a alegria celestial ou a perdição eterna e cruel. Porém, que felicidade experimentam aqueles que aceitam o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador e Redentor! “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12). Jesus dá felicidade e abre um futuro paradisíaco aos Seus discípulos, a saber, a glória celestial. Mas, Ele deseja o domínio total sobre nossa vida e exige de Seus seguidores auto-renúncia e disposição para o sofrimento. Jesus diz aos Seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-laá” (Mt 16.24-25). O Filho de Deus não foi poupado do pior dos sofrimentos. Isso significava permitir “ser feito pecado” (veja 2 Co 5.21) e tomar sobre Si todos os pecados de todas as pessoas de todos os tempos, a fim de nos libertar do preço e do poder do
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pecado e da morte. O caminho de Jesus sobre a terra foi um caminho de dor, da manjedoura à cruz, de onde Ele proclamou, vitorioso: “Está consumado!” (Jo 19.30). Manjedoura e coroa, Natal e Gólgota andam juntos. Lembremos: a cruz é o coração do Evangelho! Por mais maravilhosa que seja a mensagem do Natal, a história não termina aqui. O Natal não poderia ser suficiente. A perdição abissal da humanidade precisava de algo mais. Por isso, bons e amáveis sentimentos natalinos não bastam. Todos os pecados de todas as pessoas exigiam um sacrifício maior do que qualquer sacrifício de animais do Antigo Testamento, onde rios de sangue corriam para a expiação dos pecados. O profeta Isaías já anunciara: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.5-6). Assim o Senhor Jesus, o “Cordeiro de Deus”, precisou sacrificar Seu corpo e Seu sangue para a expiação de nossa culpa, pois Hebreus 9.22 diz: “...sem derramamento de sangue, não há remissão”. Diante de Deus, Jesus é o único sacrifício aceitável, Seu sangue é suficiente. Por isso, precisamos tomar uma decisão concreta: basta-nos um Natal cheio de emoções, ou permitimos ser conduzidos até a cruz do Gólgota, aceitando a reconciliação de Jesus por meio de Seu sangue, para nossa redenção? A oferta é esta: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7). Nosso futuro eterno depende disto! Deus não to-
lera neutralidade nesse assunto, e não existe meio termo. Ou aceitamos o sacrifício vicário de Jesus para nossa salvação, ou o rejeitamos e nos dirigimos à perdição eterna no inferno. Por isso, a questão do reino de nosso grande Rei é tão séria e não aceita qualquer comprometimento com o pecado. Pois o preço que Jesus pagou por nós foi alto demais. Lemos em 1 Timóteo 2.4: Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. Portanto, escolha a luz da verdade e recuse terminantemente qualquer engano do pecado! Israel rejeitou o Rei de direito. Por causa dessa rejeição ao Filho de Deus, esse povo foi temporariamente posto de lado. Então, a salvação foi levada às nações. Israel desperta nossa compaixão, pois, por causa do desprezo ao seu Rei, o povo padece cegueira e desprezo entre as nações há dois mil anos – e continua sofrendo. Mas, enquanto isso, a mensagem do Reino do Rei celestial continua sendo proclamada, até que os últimos das nações entrem em Seu Reino. Por isso, o chamado de Jesus vale também para nós: “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará” (Jo 12.26). Porém, a afirmação de Jesus é irrevogável: “...porque a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22). O Redentor ainda trará salvação ao Seu próprio povo, a saber, quando este O vir e reconhecer a quem traspassou, como previsto por Zacarias 12.10: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito”. Isso será salvação e restabelecimento para Israel!
■ A consumação
Esses frutos não deixarão gosto amargo. Seu sabor ultrapassará qualquer ceia natalina terrena, e o júbilo de então será muito maior que a atual alegria do Natal. Isaías anunciou isso com as seguintes palavras: “Os resgatados do SENHOR voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido” (Is 35.10). A maravilhosa plenitude começará com a volta de Jesus para estabelecer Seu reino eterno. Hoje, a Noiva de Cristo, a Igreja, espera pelo Arrebatamento e se prepara para encontrar seu Salvador e Redentor. Ou será que você tem medo disso? Então aproveite a época do Advento e do Natal para dedicar sua vida de forma nova e completa ao Senhor! Como será jubiloso o dia em que virmos o cumprimento da promessa de Deus! Esta é a recompensa da fé: “...o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1 Pe 1.9). Nesse momento todos os sonhos e desejos de salvação própria dos homens vão estourar como bolhas de sabão. Deus executa Seu plano e dará o reinado ao Seu Filho, para que tudo seja levado à plenitude. Quando oramos “Venha o teu Reino” (Mt 6.10), queremos viver em obediência e humildade em direção “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, ao objetivo. Aos ■ mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de filhos de Deus, Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7). Jesus promete: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para “Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas. A destra do SENHOR se eleva, a destra do SENHOR faz proezas” (Sl 118.15-16). – “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus” (Ap 12.10). O objetivo de Deus é: amor, verdade e justiça globais sob o Seu reinado. Nem o Natal, nem a ascensão aos céus foram o objetivo final de Jesus. Por maior que seja a alegria do Natal hoje, os filhos de Deus esperam por coisas maiores pela fé, pois Jesus as prometeu. “Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pe 3.13). Os profetas já viam muito além de nossa época, contemplando a consumação. Só então será reconstruído aquilo que Satanás e o pecado estragaram. No novo paraíso, cuja magnificência e glória não conseguimos sequer imaginar, receberemos “presentes de Natal” celestiais. Comeremos da árvore da vida. Assim diz Apocalipse 2.7: “...dar-lheei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”.
mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.2-3). O seu lugar não pode ficar vazio nessa história! Neste momento já acontecem no mundo invisível terríveis lutas de poder, que mal podemos imaginar. Mas logo um combate global terá lugar no palco mundial, o reino de Satanás. O velho inimigo não quer entregar seu domínio sem luta. Não é de admirar que as pessoas caiam em desespero e insegurança e se perguntem: “O que acontecerá conosco amanhã?” As assustadoras catástrofes que vemos acontecendo hoje são um mero prelúdio. O mundo não ficará melhor, mas o que é excelente virá depois do juízo. O Senhor Jesus exaltado nos céus escolheu para si o fiel apóstolo João e permitiu que este tivesse vislumbres da eternidade e dos acontecimentos do fim durante sua estadia na ilha de Patmos: “...para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer”. – “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.1,8). Depois do último toque da trombeta, as vozes no céu rejubilarão: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). Então Jesus levará até Seu Pai a recompensa do Seu sofrimento: a colheita de todos os justos que se deixaram salvar. Você não pode faltar! Com certeza você também quer participar do louvor de todos os salvos que pertencem à Noiva do Cordeiro: “Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou” (Ap 19.6-7). Alegre-se pela festa do Natal que está próxima – e alegre-se ainda mais por, um dia, poder participar das bodas do Cordeiro!
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SERÁ
“Sentença pronunciada pelo SEOR, NHOR contra Israel. Fala o SENH o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele. Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém. Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra. Naquele dia, diz o SENHOR, ferirei de espanto a todos os cavalos e de loucura os que os montam; sobre a casa de Judá abrirei os olhos e ferirei de cegueira a todos os cavalos dos povos. Então, os chefes de Judá pensarão assim: Os habitantes de Jerusalém têm a força do SENHOR dos Exércitos, seu Deus. Naquele dia, porei os chefes de Judá como um braseiro ardente debaixo da lenha e como uma tocha entre a palha; eles devorarão, à direita e à esquerda, a todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar, em Jerusalém mesma. O SENHOR salvará primeiramente as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a
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glória dos habitantes de Jerusalém não sejam exaltadas acima de Judá. Naquele dia, o SEde NHOR protegerá os habitantes Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do SENHOR diante deles. Naquele dia, procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém. E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido. A terra pranteará, cada família à parte; a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família dos simeítas à parte, e suas mulheres à parte. Todas as mais famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte” (Zc 12.1-14).
que Israel sobreviverá ao ódio e à incessante perseguição que o afligem por séculos? Embora esteja diante de um caldeirão de conflitos, o povo de Israel conseguirá sobreviver às tentativas do mundo de aniquilá-lo. Os últimos três capítulos do livro de Zacarias se constituem numa única profecia acerca da luta que Israel enfrentaria para se manter vivo. Essa profecia descreve uma série de acontecimentos que culminarão na volta do Messias, na salvação da nação de Israel e no estabelecimento do reino de Cristo na Terra. A mensagem do profeta é apresentada como a “Sentença [i.e., oráculo] pronunciada pelo SENHOR contra [i.e., referente a] Israel” (Zc 12.1). A palavra “sentença” significa uma carga, um peso a ser levantado. No contexto em questão, o termo “sentença” se refere a uma pesada mensagem do Senhor a respeito dos seguintes acontecimentos: (1) o futuro cerco (i.e., sítio) que ainda será imposto contra a cidade de Jerusalém; e (2) a salvação final de Israel. Após descortinar a profecia no capítulo 12, Zacarias nos relembra que nenhuma força do universo pode deter ou mudar o propósito e o plano de Deus para Israel. Essa certeza procede da seguinte declaração: “Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele” (v. 1). Deus não criou o universo como se fosse um relógio ao qual Ele deu corda e que passou a funcionar por conta própria. Pelo contrário, a onisciência e onipotência de Deus continuam a sustentar todos os movimentos no universo, inclusive o de criar e guiar o espírito do homem no íntimo do seu ser. Desse modo, Deus está ativamente ocupado na concretização do propósito
de levar Jerusalém e o povo judeu ao destino que Ele planejou. A época do cumprimento dessa profecia pode ser verificada no texto pela frase “naquele dia” (v. 3), uma expressão que ocorre por 16 vezes nos últimos três capítulos desse livro. Ela se refere ao Dia do Senhor, um tempo de ira e benção de Deus que começa no início do período de sete anos da Tribulação vindoura e se estende até o fim do reino de mil anos ou Milênio.
Deus declara que as nações que invadirem Jerusalém beberão o cálice transbordante da Sua ira. Todo e qualquer exército invasor ficará desorientado, como uma pessoa embriagada que cambaleia sob o efeito do álcool. Estupefatos, os exércitos tropeçarão, cairão e ficarão imobilizados na batalha. Por semelhante modo, Jerusalém é comparada a “uma pedra pesada para [...] todos os que a erguerem”, e aqueles que tentarem erguê-la “se ferirão [i.e., se dilacerarão] gravemente” (v. 3). O Cerco de Em outras palavras, aqueles que Jerusalém atacarem Jerusalém se ferirão, queQualquer país que invadir Jerubrarão e dilacerarão. Apesar dessa salém durante o Dia do Senhor soadvertência detalhada e aterradora, frerá um juízo severo, conforme es“todas as nações da terra” marchatá escrito: rão contra Jerusalém no Dia do “Eis que eu farei de Jerusalém um Senhor (v. 3). cálice de tontear para todos os povos À medida que a batalha seguir em redor e também para Judá, duseu curso, o Senhor diz que fará o rante o sítio contra Jerusalém. Naseguinte: “...ferirei de espanto a toquele dia, farei de Jerusalém uma pedos os cavalos e de loucura os que os dra pesada para todos os povos; todos montam; sobre a casa de Judá abrirei os que a erguerem se ferirão graveos olhos e ferirei de cegueira a todos os mente; e, contra ela, se ajuntarão tocavalos dos povos” (v. 4). Assim, das as nações da terra” (Zc 12.2-3). Deus infligirá “espanto” [i.e., pânico] e “cegueira” aos cavalos, bem como “loucura” [i.e., choque consternaDeus não criou o universo como se fosse um relógio ao qual Ele deu corda e que passou a funcionar por conta dor] aos cavaleiros própria. Pelo contrário, a onisciência e onipotência de “que os montam”. Deus continuam a sustentar todos os movimentos no universo. Por causa do pecado de Israel, Deus fez vir a loucura, a cegueira e o espanto de coração à nação (Dt 28.28; cf. 28.1-68). De igual modo, Deus usará a mesma espécie de distúrbios e perplexidades para destruir os inimigos de Israel. Enquanto os exércitos forem destruídos, os
olhos do Senhor estarão sobre a casa de Judá a fim de garantir a proteção divina para a nação (veja Zc 3.9; 4.10; 9.8).
A Força de Judá No momento exato, os habitantes de Jerusalém e de Judá recorrerão ao Senhor suplicando força: “Então, os chefes de Judá pensarão assim: Os habitantes de Jerusalém têm a força do SENHOR dos Exércitos, seu Deus” (v. 5). Isso significa que os habitantes de Jerusalém reconhecerão que o “SENHOR dos Exércitos” é a força que os sustenta naquela batalha. Durante essa seqüência de eventos, tanto os líderes quanto os cidadãos serão capacitados e fortalecidos para resistir e vencer seus inimigos. Judá perceberá que a garantia de sua vitória veio única e exclusivamente de Deus. O profeta Zacarias utilizou-se de duas símiles para descrever a força concedida ao povo judeu. Eles serão como “um braseiro ardente debaixo da lenha e como uma tocha entre a palha; eles devorarão, à direita e à esquerda, a todos os povos em redor” (v. 6). Aqueles que atacarem Jerusalém serão prontamente consumidos, como gravetos que incendeiam no mesmo instante em que são lançados dentro de um braseiro aceso e como um feixe de palha que é rapidamente incinerado por uma tocha de fogo ardente. No decorrer da batalha, os habitantes de Jerusalém não fugirão; pelo contrário, permanecerão “no seu próprio lugar, em Jerusalém mesma” (v. 6b). Toda a população de Judá sobreviverá à batalha, como está escrito: “O SENHOR salvará primeiramente as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não sejam
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Deus declara que as nações que invadirem Jerusalém beberão o cálice transbordante da Sua ira. Todo e qualquer exército invasor ficará desorientado, como uma pessoa embriagada que cambaleia sob o efeito do álcool. Estupefatos, os exércitos tropeçarão, cairão e ficarão imobilizados na batalha.
exaltadas acima de Judá” (v. 7). Aqueles que viverem nas áreas rurais serão libertos primeiro, por causa de sua vulnerabilidade, porém todos os moradores de Judá participarão igualmente da gloriosa vitória. Os judeus receberão poder divino que lhes servirá de escudo e força durante o conflito, como dizem as Escrituras: “...e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi” (v. 8). Davi foi o poderoso guerreiro de Israel; ele era imbatível em combate. Além disso, “...a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do SENHOR diante deles” (v. 8b). Israel será dotado de grande poder “como o Anjo do SENHOR” (a manifestação de Cristo pré-encarnado), aquele que é o invencível “príncipe do Exército do SENHOR”, o mesmo que fortaleceu Israel para que fosse vitorioso sobre seus inimigos (cf. Êx 23.20; 32.34; 33.2; Js 5.13-15). Naquele dia, declara o Senhor, “...procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém” (v. 9). A palavra “procurarei” não põe em
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dúvida a capacidade que Deus tem de destruir os inimigos de Jerusalém, nem questiona o sucesso da intervenção divina. Pelo contrário, o termo “procurarei” indica que o Senhor dará total atenção à missão de perseguir e destruir qualquer nação que marche contra Jerusalém.
A Salvação de Jerusalém
Na ocasião da Segunda Vinda do Messias, Deus trará salvação a um remanescente judeu que se encontrará em Jerusalém: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (v. 10). O pronome pessoal eu, implícito no termo “derramarei”, refere-se ao Senhor, Aquele que faz tal pronunciamento. Ele é o Criador do universo, o mesmo que derrama o “espírito de graça” sobre Jerusalém por meio do Espírito Santo. Graça e súplicas resumem o ministério do Espírito Santo quando Ele trouxer a salvação para os habitantes de Jerusalém (cf. Ez 37.14; 39.29; Jl 2.28-29). É o Espírito Santo que outorga a graça de Deus a uma pessoa ou a uma nação. Naquele dia (i.e., no clímax daquele período de sete anos da Tribulação e do fim dos tempos), será removido o véu que, por séculos, encobriu os olhos do povo judeu, à
exceção do remanescente que creu em Jesus, o Cristo. Naquele momento, diz o Senhor, “olharão para mim, a quem traspassaram” (v. 10; na versão Almeida Revista e Corrigida). O pronome eles, implícito na palavra “olharão”, refere-se ao povo judeu, sobre quem o “espírito de graça e de súplicas” será derramado. O pronome mim se refere a Deus, Aquele que faz tal declaração. No contexto em questão, a Pessoa que dirige essas palavras é o próprio Messias de Deus. Os eruditos judeus ficaram perplexos acerca desse texto por várias razões. Em primeiro lugar, porque o texto diz: “olharão para mim, a quem traspassaram”. A palavra “traspassaram” (do hebraico: daqar) significa “ser perfurado”, normalmente por uma espada ou lança, o que, em geral, resultava numa morte violenta, vergonhosa e cruel. Já que é o próprio Deus que profere tais palavras, como poderia Ele ser traspassado e, conseqüentemente, morto? Em segundo lugar, se Deus foi “traspassado”, como o povo judeu poderia clamar por salvação a um Deus morto? A resposta a tais indagações se encontra em Jesus, o Messias. Ele não somente é divino, mas “se fez carne” e tornou-se um homem. Na condição de homem, Jesus voluntariamente sofreu a morte por crucificação a fim de redimir a humanidade pecadora; todavia, três dias mais tarde, Ele ressuscitou dos mortos. Esse texto se cumpriu parcialmente na ocasião em que Jesus foi crucificado. Os soldados romanos traspassaram as mãos e os pés de Jesus, quando Ele foi pregado no madeiro; além disso, Seu lado foi perfurado por uma lança. Esse fato histórico foi nitidamente registrado pelos quatro Evangelhos no Novo Testamento. O apóstolo João compreendeu que a crucificação de Je-
sus era um cumprimento desse texto (Jo 19.37). Embora uma multidão de judeus pedisse a crucificação de Jesus, os soldados romanos foram aqueles que, de fato, praticaram o ato. As Escrituras mostram claramente que toda a humanidade é responsável pela crucificação de Jesus Cristo (At 4.27-28). Quando o Espírito Santo for derramado sobre Jerusalém, os judeus “olharão” para o seu Messias com fé e esperança de salvação. Isso fará com que cada indivíduo chore e pranteie amargamente por seus pecados. Naquele momento, todos os judeus, homens e mulheres, reconhecerão que o pronome “mim” do versículo 10 diz respeito ao seu Senhor e Salvador Jesus, o Messias prometido que eles rejeitaram e traspassaram na Sua primeira vinda a este mundo. Todas as classes sociais de Israel chorarão de forma pública e privada, lamentando por seus pecados. Zacarias ilustra esse pranto de três maneiras. Primeiramente, as pessoas “...prantea-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (v. 10). A morte de um filho único ou de um primogênito gera profunda tristeza e provoca um dos prantos mais dolorosos numa família judaica. Tal pranto se tornou um provérbio de profunda tristeza em Israel, por ocasião de acontecimentos trágicos (veja Jr 6.26 e Am 8.10). Em segundo lugar, Zacarias comparou esse tempo de choro e lamento com aquele “...pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido” (v. 11). Embora a exata localização de Hadade-Rimom não seja identificada nas Escrituras, a maioria dos comentaristas bíblicos cogita a possibilidade de que seja a atual Runmaneh, um povoado nas
Quando o Espírito Santo for derramado sobre Jerusalém, os judeus “olharão” para o seu Messias com fé e esperança de salvação.
proximidades da antiga cidade de tencentes a “todas as mais famílias” Megido. Em Hadade-Rimom o rei (v. 14) que sobreviverem à Grande Josias, homem temente a Deus e Tribulação prantearão íntima e justo, foi mortalmente ferido; nesparticularmente por seu pecado. se mesmo lugar o povo de Judá Entretanto, seja judeu ou genpranteou profundamente pela tio, ninguém deve esperar para se morte desse rei (2 Cr 35.23-25). arrepender de seus pecados. A reZacarias comparou o pranto de Judenção e a reconciliação com Deus dá pelo rei Josias ao pranto amargo podem ser experimentadas neste que a nação de Israel chorará naexato momento. A pessoa que asquele momento em que contemsume esse compromisso de se arreplar o Messias na Sua Segunda pender e crer em Jesus Cristo enVinda, Aquele a quem eles rejeitacontrará paz e razão para viver, ram e traspassaram. bem como desfrutará de vida eterEm terceiro lugar, os demais na. (Israel My Glory) versículos desse capítulo revelam a amplitude e a singularidade do futuro arrependimento do povo judeu, quando, sem exceção, “cada família [judaica]” pranteará por seu pecado (v. 12). Quatro homens são mencionados na qualidaDavid M. Levy é o diretor dos ministérios internacionais de The Friends of Israel. de de representantes dos diversos grupos de pranteadores: Davi, Natã, Levi e Simei (vv. 12-13). Recomendamos: Davi representa a família real; Natã talvez represente a família real ou a linhagem profética; Levi e Simei representam a família sacerdotal. Pedidos: 0300 789.5152 Naquele dia, todos www.Chamada.com.br os indivíduos per-
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Mídia tendenciosa
O problema da imagem de Israel No dia 9 de junho de 2006, uma praia em Gaza foi atingida por uma explosão, que matou sete membros de uma família palestina. Pouco tempo depois, a televisão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) liberou um vídeo horroroso, mostrando uma menina de 10 anos gritando entre corpos mortos na praia, e os funcionários de um hospital e porta-vozes palestinos culpando furiosamente os disparos de artilharia das Forças de Defesa de Israel (FDI) pelas mortes – embora nenhuma investigação tivesse sido conduzida, e os acusadores palestinos não tivessem nenhum modo de saber o que de fato causou a explosão. Declarações exultantes de um massacre israelense foram noticiadas como fato, em jornais e transmissões de TV, ao redor do mundo; grupos de direitos
humanos se uniram às condenações; e mais uma vez Israel viu-se como objeto de indignação internacional com relação à questão de vítimas civis. Se essa história e suas origens se ajustam perfeitamente a um padrão previsível, a reação de Israel à crise também seguiu o esperado: as FDI cessaram imediatamente as atividades militares em Gaza, e as autoridades israelenses, em seus níveis mais altos, espontaneamente admitiram a culpabilidade das FDI e prometeram uma investigação do incidente. O último capítulo da história é igualmente familiar: ao final das investigações ficou comprovado que os palestinos na praia não foram mortos pelas FDI. Ao invés disso, o Hamas tinha minado a parte da praia onde a explosão aconteceu, esperando defender seu arsenal de foguetes Kassam contra missões de comandos israelenses. Depois da explosão que matou sete membros de uma família palestina numa praia em Gaza, homens do Hamas rastrearam Depois da explosão, o local, removendo estilhaços que poderiam ser usados como homens do Hamas prova. Na foto: militantes do Hamas. rastrearam a praia, removendo estilhaços que poderiam ser usados como prova. O vídeo sensacionalista, que capturou as simpatias de jornalistas crédulos, e provocou uma fogueira de afronta pública, mostrou-se, em avaliação objetiva, uma montagem mutilada
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de trechos de vídeo colados repletos de anacronismos não explicáveis. Em outras palavras, era um fraude. A própria explosão aconteceu uns dez minutos depois que a último cartucho de artilharia das FDI tinha sido disparado na área, e os estilhaços achados nos corpos das vítimas não eram de munições israelenses. É quase certo que o Hamas, em uma tentativa malfeita de defender Gaza, matou seus próprios cidadãos. No fim, nenhuma das evidências encontradas teve a menor importância: Israel já havia sido julgado e condenado no tribunal da opinião pública mundial nos primeiros dias do incidente. E, como tem acontecido, tão freqüentemente, tanto antes como depois, as autoridades israelenses tinham ajudado seus inimigos a defender a versão deles. Israel tem um problema de imagem. Começando com a Guerra do Líbano em 1982, e acelerando rapidamente depois do início da segunda intifada (rebelião palestina) em 2000, o Estado judeu passou a ser visto em muitos locais de opinião culta e ilustrada como uma presença sinistra no cenário mundial. Fundado sobre princípios de direitos humanos, o Estado de Israel é apresentado agora como o opressor de outros povos; antes considerada uma sociedade corajosamente aberta em uma região de tiranos, Israel hoje é retratado como uma nação ocupante com tropas violentas; antes louvado como um modelo de direitos civis e democracia, Israel é chamado agora de um Estado de apartheid. O próprio sionismo se tornou um importante alvo dessa violência retórica. Antes considerado como uma resposta heróica a pogroms (movimentos populares de violência contra os judeus) e genocídio, o sionismo agora é culpado por conceder absolvição ideológica
Horizonte para a perpetração desses mesmos crimes. Todas essas caricaturas têm por objetivo redefinir o caráter básico do sionismo e do Estado que ele ajudou a criar, debilitando insidiosamente, desse modo, tanto a legitimidade do Estado judeu em sua forma atual, quanto a base moral e ideológica para sua criação. E essa redefinição foi seguramente bem sucedida: em uma pesquisa de opinião feita em 2007, pela BBC World Service, foi pedido aos pesquisados, em dezenas de países, que classificassem 27 nações de acordo com sua influência positiva ou negativa no mundo. Israel foi classificado em último lugar absoluto – até abaixo do Irã – com apenas 17 por cento dos entrevistados dizendo que viam a nação como uma influência “principalmente positiva”. Entre países ocidentais, Israel se saiu apenas um pouco melhor: na Austrália, Itália, Reino Unido, França, e Grécia, Israel é visto como uma influência “principalmente negativa” por quase dois terços das pessoas, e na Alemanha por mais de três quartos das pessoas. Da mesma forma, uma pesquisa de opinião em 2003 concluiu que, entre europeus, Israel é considerado o país mais perigoso no mundo. Os operadores ligados a esse fenômeno são o que poderia ser chamado, se quisermos ser polêmicos, o lobby anti-Israel, ou, mais precisamente, uma cultura dominante de opinião, compartilhada por organizações de direitos humanos, ONGs, departamentos de Estudos do Oriente Médio e grupos em campus universitários, as Nações Unidas, organizações cristãs “progressistas”, e a maioria esmagadora da mídia e elite cultural britânicas e européias. Essas facções operam em um estado mais ou menos permanente de antagonismo a Israel, e em nenhuma época prévia da história do Estado judeu existiu tal eixo internacional profusamente consolidado, mutuamente reforçado, para questionar a
própria legitimidade da nação judaica. Hoje, em muitas partes da Europa e do Reino Unido, e em algumas partes da América, uma caricatura de Israel que antes só florescia nas facções ideológicas, foi popularizada: acredita-se que Israel é um opressor sádico, um assassino cruel de civis, um fomentador implacável de guerras no Oriente Médio, e o causador de uma responsabilidade estratégica ameaçadora para os Estados Unidos e o mundo ocidental. A popularidade desse modo de pensar não evoluiu de forma natural. Foi cultivada assiduamente durante várias décadas, com as muitas batalhas empreendidas contra Israel durante esse tempo, que serviram como oportunidades importantes para aqueles cuja meta é a deslegitimização e o isolamento do Estado judeu. A morte de Muhammad al-Dura, de doze anos, nas primeiras semanas da segunda intifada, foi uma primeira salva de tiros e a que definiu tudo. Al-Dura foi morto em um fogo cruzado em Gaza, entre soldados das FDI e palestinos que abriram fogo em suas posições. Um operador cinematográfico palestino, que trabalhava para o canal de notícias francês France 2, capturou o fogo cruzado em um filme, esse vídeo foi editado pelo canal France 2 e então liberado, sem custo, para outras organizações de mídia, acompanhado pela declaração de que as FDI não apenas tinham matado al-Dura, como o tinham feito intencionalmente. Como os repórteres do France 2 souberam disso? Eles não souberam. Suas alegações eram baseadas na declaração de um homem, o operador de câmera, que não poderia ter sabido de quem foram as balas que de fato atingiram Al-Dura, muito menos se ele foi mirado intencionalmente. Não surpreendentemente, Al-Dura foi enterrado antes que uma autópsia, remoção de balas, ou testes de balística pudessem ser realizados.
Também não foi surpreendente a maneira com que Israel lidou com a crise. As próprias FDI, tendo conduzido uma investigação apenas superficial, anunciaram que eram “provavelmente responsáveis” pela morte. A Anistia Internacional também culpou Israel, dando seu aval de objetividade às acusações palestinas e francesas. Em grande parte devido ao sensacionalismo cinematográfico do incidente, imagens de Al-Dura morto foram difundidas pelo mundo árabe e pelas mídias européias para usá-las como ícones da situação dos palestinos enquanto vítimas da crueldade israelense, como verdades destiladas que revelam todo o caráter do conflito árabe-israelense em um momento único, congelado. Governos por todo o Oriente Médio atiçaram a crise, emitindo selos postais, encomendando poemas e canções, e renomeando ruas em homenagem a Al-Dura. Até mesmo Osama Bin Laden reconheceu uma oportunidade para contribuir com o rebuliço, advertindo, um mês depois dos ataques de 11/9, que “Bush não deve esquecer-se da imagem de Muhammad Al-Dura”. Investigações subseqüentes mostraram que o vídeo cuidadosamente editado da France 2 era completamente inconclusivo, que AlDura não poderia ter sido atingido por disparos israelenses, e que, como tantos incidentes que se seguiriam, a história mobilizadora de sua morte era, na realidade, uma fabricação diabólica, planejada para ser mais um ataque com artilharia pesada na guerra maior para destruir a reputação moral de Israel e das FDI. Menos de dois anos depois, Israel encontrou-se mais uma vez objeto de um “Dois Minutos de Ódio Orweliano” (N.T.: período no qual os membros do partido assistiam a um filme, mostrando seus inimigos, e expressavam seu ódio contra eles, no livro 1984 de George Orwell), baseado em outra atrocidade inventada, dessa vez na ci-
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Horizonte dade de Jenin, em Samaria. Em plena intifada, durante a Operação Escudo Defensivo, tropas das FDI entraram em uma parte de Jenin para livrá-la de terroristas, que eram responsáveis por enviar um número desproporcional de homens-bomba suicidas para Israel. Seguiram-se intensas batalhas casa a casa. Mais de cinqüenta residências haviam sido equipadas com explosivos, e enquanto a tática óbvia teria sido seguir recentes exemplos usados por outros exércitos ocidentais, em operações na Somália, Bósnia, e Afeganistão, e usar artilharia ou ataques aéreos para neutralizar a ameaça, as FDI escolheram, ao invés disso, continuar com forças terrestres – às custas das vidas de vinte e três de seus soldados de infantaria – tudo para minimizar as vítimas civis palestinas. Foram mortos cinqüenta e dois palestinos, e quase todos eram combatentes armados. Mas, com relação ao resultado da batalha, nenhum desses fatos foi considerado minimamente relevante pela mídia ou pelas autoridades internacionais. A narrativa do que aconteceu em Jenin já havia sido decidida, e exigia histórias de matança em massa e crimes de guerra. A agência oficial de notícias palestina declarou que o “massacre do século XXI” tinha sido perpetrado. O enviado da ONU para o Oriente Médio, Terje Roed-Larsen, descreveu Jenin como “mais horripilante do que se poderia acreditar”, e concluiu que “Israel perdeu toda a base moral nesse conflito”. Derrick Pounder, um “perito forense” da Anistia Internacional, comentou, ao entrar em Jenin, que “as evidências diante de nós, no momento, não nos levam a crer que as alegações possam não ser verdadeiras e, portanto, há um grande número de civis mortos debaixo destas ruínas bombardeadas que nós vemos”. Nos EUA, a National Public Radio, a CNN, e o jornal The Los Angeles Times repetiram incansavelmente
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histórias de atrocidades, e no New York Times o ex-presidente Jimmy Carter acusou Israel de “destruir” Jenin “e outros povoados”. Na Inglaterra, a imprensa foi a mais gratuita. “O cheiro desagradável de corpos humanos apodrecidos está em todos os lugares, provando que é uma tumba humana”, despejou Phil Reeves no Independent. “As pessoas dizem que há centenas de cadáveres, sepultados sob o pó”. David Blair, do Daily Telegraph, informou que tropas das FDI executaram sumariamente nove homens, que foram despidos e ficaram apenas com suas roupas íntimas, “colocados contra um muro e executados com simples tiros na cabeça”. No final das contas, o único massacre que foi cometido foi conduzido pela ONU, pelas organizações de ajuda internacionais, e pela imprensa internacional – um massacre da verdade, que foi planejado, exatamente como o enviado da ONU declarou tão presunçosamente, para destruir a reputação moral de Israel em sua luta contra a ofensiva terrorista palestina. Mais recentemente, ocorreu o caso da Segunda Guerra do Líbano, cujos resultados inesperados concentraram a atenção israelense em falhas militares e políticas. Essa autocrítica ignorou em grande parte uma terceira falha, isto é, a facilidade com que Israel foi derrotado uma vez mais na mídia. Dentro dos primeiros dias do começo da guerra, e sem uma coordenação consciente, os inimigos de Israel começaram a debilitar a autodefesa israelense: Kofi Annan (o então secretáriogeral da ONU) anunciou, sem uma prova que fosse, que Israel tinha intencionalmente assassinado quatro membros da UNIFIL; grupos de direitos humanos como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch (HRW) produziram rapidamente montes de relatórios condenando o esforço de guerra de Israel, alegando crimes de guerra, e ignorando primariamente o Hezb’al-
lah (Partido de Alá). Kenneth Roth, o diretor executivo da HRW, acusou Israel de empreender “guerra indiscriminada” e acrescentou, sem qualquer comprovação confiável, que “em alguns casos, forças israelenses pareceram ter mirado deliberadamente em civis”. Os jornalistas inundaram a área com a cobertura das vítimas civis libanesas, produzindo falsos relatórios sobre os bombardeios de Qana, fotografias adulteradas, e histórias para os noticiários que foram organizadas e dirigidas pelo Hezb’allah. Em suas excursões no campo de batalha para repórteres, o Hezb’allah foi longe, chegando ao ponto de fabricar tiroteios em ambulâncias, já que aparentemente a compensação por usar esses veículos como acessórios de produção para a imprensa internacional era preferível a usá-los para ajudar feridos libaneses.
Dentro dos primeiros dias do começo da Segunda Guerra do Líbano, e sem uma coordenação consciente, os inimigos de Israel começaram a debilitar a autodefesa israelense: Kofi Annan (o então secretário-geral da ONU) anunciou, sem uma prova que fosse, que Israel tinha intencionalmente assassinado quatro membros da UNIFIL
Horizonte A resposta israelense para as calúnias, tão previsivelmente lançadas em sua direção, foi algumas vezes competente, mas com freqüência excessiva recorreu a táticas familiares e autodestrutivas: desculpas gratuitas e autocrítica, servilidade em face a jornalistas hostis, e uma incapacidade para fazer sua defesa básica de que as vítimas civis libanesas eram uma das metas centrais do Hezb’allah no conflito, precisamente por causa de seu valor de propaganda. Incrivelmente, depois do bombardeio em Qana, Israel prometeu suspender suas operações aéreas por 48 horas, um gesto que sinalizou, tanto para seus inimigos como para os aliados, uma profunda ambivalência quanto ao esforço de guerra existente nos níveis mais elevados do governo israelense. Lá pelo meio do conflito, a narrativa da guerra tinha sido distorcida, mudando de uma na qual Israel se defendia do ataque de uma organização terrorista apoiada pelo Irã para uma na qual Israel estava, mais uma vez, matando civis com selvageria. Uma pesquisa feita pelo Centro Shorenstein da Universidade de Harvard achou que das 117 histórias que a BBC publicou durante o conflito, 38 por cento identificaram Israel como o agressor, enquanto só 4 por cento identificaram o Hezb’allah como tal. Como Marvin Kalb de Harvard informou em um estudo recente, “nas primeiras páginas do New York Times e do Washington Post, Israel foi retratado como o agressor quase duas vezes mais freqüentemente nas manchetes e exatamente três vezes mais freqüentemente nas fotografias”. O padrão revelado por esses eventos mostra um registro perturbador do fracasso israelense, mas sugere também um curso de ação corretiva. Em qualquer crise, seja Al-Dura, Jenin, Líbano, ou a explosão na praia de Gaza, a resposta israelense se caracterizou pelos mesmos erros graves: uma
presunção espontânea de culpa; desculpas antecipadas, autocrítica desnecessária, promessas de investigação, e suspensão da ação militar; um tratamento irresoluto para exatamente o tipo de acusações incendiárias que requerem uma resposta enérgica e consistente; a afirmação de inocência somente depois que a tempestade da mídia tenha passado; e finalmente, a recusa em promover uma ofensiva, retoricamente ou de outro modo, contra os indivíduos e organizações que fizeram com que a calúnia contra Israel se tornasse um esporte tão vergonhosamente fácil. Várias reformas, conceituais e estruturais, são imperativas. A primeira é a respeito da Unidade do Porta-Voz das FDI, o pequeno grupo dentro do exército israelense que se encarrega das relações com a mídia. Em tempos de guerra, seus soldados-cidadãos são sobrecarregados pela pesada responsabilidade de explicar ações militares israelenses para o mundo. Mais do que qualquer outro, a Unidade do Porta-Voz tem uma necessidade desesperada de expansão e melhoria. Ela tem que se tornar uma das unidades de elite nas FDI, proativa, criativa, e agressiva – em outras palavras, estar à altura dos igualmente determinados inimigos de Israel. Um gabinete deveria ser criado em Jerusalém, onde um grande contingente de grupos da imprensa estrangeira fica situado, para estimular o cultivo das relações com jornalistas. Seu quadro de pessoal deveria ser reestruturado para se compor de profissionais que tenham vasta experiência em mídia, jornalismo, e relações públicas. Atualmente, a unidade é, em grande parte, composta de jovens recrutas e reservistas mais velhos que, para falar francamente, estão simplesmente fora de suas competências. A nova Unidade do Porta-Voz tem que incluir uma força-tarefa dedicada agressivamente – e muito publicamente – a ir desmascarando a co-
bertura de mídia falsa e parcial. Finalmente, deveria ser criado um gabinete de conexão, de modo a coordenar a estratégia de mídia e as mensagens entre as FDI e o governo, com o objetivo de construir uma estratégia de comunicações única para complementar toda operação militar importante. Para que essas mudanças deixem sua marca, o próprio governo israelense tem que adotar um processo de comunicações mais disciplinado. Hoje, Israel não tem nenhuma infra-estrutura de comunicações unificada; cada ministério e seção das FDI designa seus próprios porta-vozes à imprensa, e o resultado é uma anarquia de declarações e mensagens, que freqüentemente deixam Israel na defensiva e parecendo ser culpado diante de acusações irrefutáveis. No nível conceitual, os estrategistas israelenses e os porta-vozes têm que passar a entender a imensa influência do simbolismo, da encenação, e da repetição de historietas definidas na guerra moderna. Isso significa que os planejadores de guerra israelenses têm que considerar o papel desempenhado por essas ONGs e organizações de notícias empenhados em divulgar falsas informações deliberadamente. Esses agentes já não podem ser agrupados conceitualmente como terceiros ou observadores neutros durante os conflitos; eles estão profundamente implicados na própria guerra, e como partes de um conflito, sua presença deve ser tratada com a máxima seriedade. Por mais de um ano, as FDI conduziram ataques aéreos em Gaza, destinados a impedir o disparo de foguetes Kassam para Israel. Como o Hamas e os terroristas da Jihad Islâmica operam intencionalmente entre civis, esses ataques invariavelmente mataram passantes não envolvidos e criaram notícias prejudiciais. Seria extraordinariamente fácil para o primeiro-ministro, por exemplo, dar
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fraudulenta de para ativistas sem escrúpulos mascaraAl-Dura, Jenin, dos de repórteres. Líbano, e da No coração dos problemas de orexplosão na ganização e disciplina que são tão praia de Gaza prevalecentes no fracasso de Israel em é o fato de que focalizar seu problema de imagem, Israel não fez há, no final das contas, um fracasso nada para pu- conceitual: a incapacidade de reconir aqueles que nhecer as mudanças na natureza da tão avidamente guerra moderna. Em nossa era de coparticiparam na municação global e da influência desd i s s e m i n a ç ã o proporcional de fotografias e vídeos de propaganda facilmente manipuláveis, um novo teaenganosa. Os tro de guerra foi criado, um teatro no jornalistas que qual a batalha não é travada em um Se algo acontecer com estas crianças, quem você acha que será escreveram fa- território ou contra exércitos e terrorisacusado? Na foto: militantes palestinos preparando um artefato bricações sen- tas. A batalha ocorre em cima de imaexplosivo na Faixa de Gaza. sacionalistas de gens, narrativas, e convicções, e as táum massacre is- ticas e estratégias exigidas para lutáraelense em Je- la guardam pouca semelhança com a nin mantiveram guerra convencional. O que está em uma coletiva de imprensa em Sderot, suas credenciais de imprensa, e os es- jogo para Israel é de longe maior do na frente de uma escola destruída por critórios das agências de divulgação que as repercussões de uma crise pardisparos de foguetes palestinos, ex- de notícias para as quais eles traba- ticular; o que está pendente, em susplicando para as câmeras que, en- lhavam permaneceram abertos. Da penso, é a posição estratégica de Isquanto Israel atacou o Hamas para mesma forma, os ativistas de direitos rael entre nações democráticas; sua proteger as vidas das crianças israe- humanos e ONGs, que proporciona- capacidade de manter seu próprio lenses, o Hamas está enviando suas ram aos jornalistas e à ONU suas in- senso de clareza moral e confiança crianças em missões suicidas para decentes camuflagens de falsa objetivi- nacional contra seus inimigos; a perseoperar exatamente esses mesmos lan- dade, têm mantido seus vistos de tra- verança do sionismo como o ethos (caçadores de foguetes. Toda vez, de- balho. Ao se recusar responsabilizar ráter distinto de um povo) inspirador pois disso, que Israel atacar terroris- essa galeria de ofensores repetitivos do Estado judeu; e o cumprimento da tas em Gaza, o porta-voz israelense malévolos, Israel só consegue incenti- aspiração central de criar um país no poderia martelar nessa tecla, conde- var as ambições daqueles que fizeram qual os judeus não se sintam mais intinando o fato do Hamas usar crianças carreira trabalhando para destruir Is- midados pelos seus agressores. Israel em ataques terroristas. Repetindo es- rael, operando dentro de suas pró- não pode mudar seus inimigos, mas sas informações com freqüência e vi- prias fronteiras. Israel deveria expelir tem que mudar a forma como os comgor suficientes, os ocidentais comuns jornalistas simplesmente com base em bate. (Noah Pollak, Azure – extraído podem não estar muito inspirados a uma cobertura negativa? Absoluta- de www.deolhonamidia.org.br) gostar de Israel, mas pelo menos co- mente não; a liberdade meçarão a entender a natureza da para criticar permaneluta – e a realidade macabra da “re- ce a essência do debaRecomendamos: sistência” palestina. te democrático. Mas Finalmente, já passou muito da ho- há uma diferença funra para que Israel realize uma ofensi- damental entre crítica va contra o que existe de pior em ter- e difamação, e o gomos de jornalistas, ativistas, e funcio- verno israelense não nários de ONGs, que estabeleceram deveria pedir quaisno Estado judeu uma pequena indús- quer desculpas por se Pedidos: 0300 789.5152 tria que opera sob falsos pretextos. recusar a fazer de seu www.Chamada.com.br Mais perturbadora do que a cobertura país um porto seguro
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