Notícias de Israel - 11/2009

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novembro de 2009 | Ano 31 | Nº 11 | RS 3,50

A Aliança

Entre a Rússia e o Irã


Este livrete pretende contribuir para que as heresias, descritas no livro mencionado acima, fiquem evidenciadas e que, à luz da Palavra de Deus, sigamos os ensinamentos do verdadeiro Salvador e Senhor Jesus Cristo.

Pedidos:

Como já consta no volume 2 dessa série, a maior parte dos filmes transmite uma visão de mundo anti-bíblica, sutilmente embalada em histórias e cenários atraentes. Desta vez o autor alerta para a mensagem nociva, entre outros, do que foi considerado “o filme número um para a família, na América”.

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Freqüentemente surgem livros de ficção, como A Cabana, que são facilmente considerados livros de “novas doutrinas”, porém, encontram-se recheados de uma pedagogia anticristã e podem iludir até fiéis seguidores de Jesus Cristo.

volume 3

Satanás tem uma agenda secreta e a mantém muito bem guardada. Enquanto isso, ele desenvolve seu plano, minando as mentes das pessoas com atrativos místicos e aventuras fantasiosas, adulterando verdades e doutrinas até que estas sejam “normalmente aceitas”, inclusive pelos filhos de Deus. Neste livro o autor alerta para algumas dessas artimanhas do inimigo, para que não sejamos surpreendidos quando esta agenda for divulgada.

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2ª edição am

O Reino de Deus é o tema absolutamente central da Bíblia. No entanto, há diferentes compreensões a seu respeito. Teólogos católico-romanos dizem que o Reino de Deus se encontra em todos os lugares por onde a igreja católica se difundiu. As controvérsias acerca das doutrinas da fé carismática e pentecostal dependem da compreensão correta do que significa Reino de Deus na Bíblia.

O que tem valor na minha vida? Quais são as minhas prioridades? Vale a pena todo o meu empenho, ou chegarei à triste conclusão: Foi tudo inútil? A resposta você pode encontrar neste livrete. Leia-o. Vale a pena! Com base em um exemplo bíblico, o autor mostra os valores que realmente contam e para o que vale a pena viver.

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pliada

A nova vida em Cristo, que desponta como um recomeço triunfante, sem a árdua fundamentação do discipulado pode fazer de cristãos sinceros crentes medíocres. Em sua obra mais conhecida, cuja circulação supera a surpreendente marca de um milhão de exemplares, William MacDonald alerta para o risco de se perder o necessário zelo pelas coisas de Deus.


Índice Pr e z a d o s A m ig o s d e Israel

04 a a li a nç a e n tre a rú ssi a e o i rã

É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça. Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br

05 i sr a e l : a in da a me n in a d o s o lh o s d e d eu s - parte 2

07

Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fundador: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Roberto Reinke & Julia Wiesinger

Pal e s t i nia n is mo cris t ão

Assinatura - anual ............................... 31,50 - semestral ......................... 19,00 Exemplar Avulso ................................... 3,50

10

Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00 Edições Internacionais A revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

Ho r i z o nt e

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a d o u t ri n a d o mah d ism o

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a po lí t i ca messi ân i ca de ah mad i n ejad

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o rel atório do tribun al simul a do d e g o ld sto n e

INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).


p rez a d o s a m ig o s

de Israel O Relatório Goldstone sobre a ação militar israelense em Gaza levantou muita poeira. Israel rejeitou esse relatório desde o começo, porque seu conteúdo é parcial e preconceituoso. Afinal, ele contém uma mensagem preocupante: aos países que combatem o terrorismo, o Direito Internacional não oferece respaldo genuíno para solucionar esse problema. Há cinco anos os israelenses retiraram aproximadamente 8.000 colonos da Faixa de Gaza, e também encerraram sua presença militar ali. O mundo inteiro lhes disse que, com essa medida, a paz finalmente iria chegar. Na realidade, aconteceu exatamente o contrário. Gaza tornou-se uma incubadora do terrorismo. Os cerca de 8.000 foguetes e mísseis lançados nos últimos 8 anos de Gaza sobre Israel já alcançaram cidades israelenses como Ashkelon, Ashdod e Beersheva. Chegou-se ao ponto de meio milhão de israelenses não viverem mais uma vida normal porque eram obrigados a se manter constantemente nas proximidades de abrigos de proteção. Os terroristas do Hamas consideravam-se relativamente seguros com relação a medidas de retaliação da parte de Israel, porque se escondiam atrás da população civil. Uma decisão que envolve ações militares jamais deve ser tomada levianamente, mas a de agir contra um inimigo que usa mulheres e crianças como escudos foi imensuravelmente mais difícil. O fato de que, numa operação militar inevitavelmente há civis atingidos foi a principal razão da longa hesitação de Israel. Contrariamente aos terroristas do Hamas, que exultam com cada civil israelense morto, para Israel toda vítima civil entre os palestinos é uma tragédia. Por isso, a liderança do Exército de Israel sente-se na obrigação de examinar a fundo qualquer eventual comportamento falho de algum soldado seu. Quando, por exemplo, foi solicitada ao coronel inglês Richard Kemp uma avaliação da ação militar israelense em Gaza, ele declarou: “Creio que em toda a história militar jamais houve um caso em que um exército se empenhou tanto para evitar vítimas civis”. No Relatório Goldstone não há nenhuma menção ao direito de autodefesa de Israel e, em parte alguma, ele condena o contrabando de armas dos palestinos por meio de centenas de túneis cavados por eles [na fronteira de Gaza com o Egito]. Todo o relatório se baseia em declarações de testemunhas palestinas “preparadas”. Nenhuma delas foi questionada sobre os atos dos terroristas do Hamas ou acerca de seu uso abusivo de escolas, hospitais e mesquitas. No relatório, todas as acusações contra Israel foram apresentadas como confiáveis, mas busca-se em vão alguma atribuição direta de culpa aos líderes do Hamas. Pelo visto, a comissão de investigação não estava muito preocupada em buscar a verdade dos fatos, mas tentou atacar Israel por motivações políticas. Essa condenação não atinge apenas Israel, pois afeta qualquer outro país que tenha de se defender do terrorismo. Mesmo que o Relatório Goldstone pretensamente defenda os princípios do Direito Internacional, acaba transformando-o em farsa, por minar a confiança em sua credibilidade e suas condições de aplicação. Uma preocupação ainda maior é outra mensagem transmitida por esse relatório: pode-se chegar à conclusão de que, no final, uma ação tão cínica como a dos terroristas do Hamas, abusando da população civil, acaba valendo a pena. As palavras do Salmo 120.7 são atualíssimas nesse contexto: “Sou pela paz; quando, porém, eu falo, eles teimam pela guerra”. Confiando no Juiz incorruptível que trará à luz a justiça e a verdade, e unidos nEle, saúdo com um cordial Shalom! k ­ ler

Fre­di Win

P.S.: A respeito, recomendo os DVDs O Interminável Conflito no Oriente Médio e a Bíblia.

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ARTIGO 01

Patrick Neff

A Aliança

Entre a Rússia e o Irã

Q

uando a União Soviética desmoronou, em 1991, muitos disseram: “O urso está morto!” Mas o urso russo não morreu; ele simplesmente hibernou e hoje está acordando com grande fúria, uma vez que o primeiro-ministro Vladimir Putin tenta restaurar à nação moderna a glória anterior da Mãe Rússia. O “urso” russo tem estado ocupado fazendo novos amigos. Os mais significativos são os países islâmicoss dedicados à destruição de Israel, com os quais a Rússia está formando alianças. O mais notável de todos eles é a Pérsia, ou seja, o Irã dos dias modernos. Olhando milhares de anos à frente, através das lentes da história profética (a profecia é simplesmente a história antecipada), o profeta Ezequiel viu vários eventos surpreendentes (Ez 36-39), alguns dos

quais nos avisam para mantermos os olhos voltados para o urso. Primeiro, Ezequiel disse que o povo de Israel, espalhado por todo o mundo, retornaria à terra de Israel, sua antiga pátria, dada a ele por Deus. E os judeus já retornaram. Vieram da Europa, da Rússia, da Etiópia, da América, de nações da antiga União Soviética, e de um grande número de outros países para os quais haviam sido espalhados. E, segundo, em 14 de maio de 1948, aconteceu um milagre que tanto os eruditos quanto os céticos haviam dito que era impossível: Israel renasceu como nação.

A invasão vindoura

Entretanto, Ezequiel escreveu sobre uma ainda futura guerra na qual a Rússia

(chamada “Magogue”, Ez 38.1-4) e uma coalizão de nações (todas atualmente islâmicas) virão contra Israel em uma tentativa de destruí-lo: “a Pérsia, a Etiópia e a Líbia estão com eles, todos com escudo e capacete” (v.5). A primeira nação que as Escrituras mencionam na coalizão é a Pérsia, agora chamada de Irã. O estudioso da Bíblia David Jeremiah escreveu o seguinte: O próximo país que Ezequiel cita é a Pérsia, nome que aparece trinta e cinco vezes no Antigo Testamento. Para nós é fácil identificar a Pérsia, porque ela reteve o nome que tinha nos tempos da Antigüidade até o ano de 1935, quando se tornou a nação do Irã. Aproximadamente quatro décadas e meia mais tarde, o Irã trocou seu nome oficial para República Islâmica do Irã. Hoje, com sua população

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As muitas alianças de Vladimir Putin da Rússia. à esquerda: Putin aplaude enquanto o chefe da corporação nuclear estatal da Rússia troca documentos com o ministro do Exterior do Japão. à direita: Putin com o príncipeherdeiro dos Emirados Árabes Unidos, xeique Mohamed Bin Zayued al Nahyan.

A realidade do aquecimento das relações do urso russo com o Irã é evidente a partir das manchetes na mídia: • “A Rússia Planeja Mais Cinco Usinas Nucleares no Irã” – por Peter Baker, The Washington Post, 27 de julho de 2002. • “Em Israel, Putin Defende Negócios com a Síria e o Irã” – por Molly Moore, Washington Post Foreign Service, 29 de abril de 2005. • “O Kremlin Está Pronto Para Defender o Irã” – por Mikhail Zyar e Dmitri Sidorov, Mosnews.com, 13 de setembro de 2005. Os autores dizem que o Irã quer “aliados confiáveis como a Rússia e a China”. • “A Rússia Faz Acordo de um Bilhão de Dólares em Armas Com o Irã” – Associated Press, 2 de dezembro de 2005. Esse artigo, publicado pelo site da FOX News, chama a Rússia de “o aliado-chave do Irã”. Durante anos, a Rússia não ficou feliz por ter de sentar-se nos bancos de trás do ônibus, por assim dizer. No ano passado, depois dela ter invadido a Geórgia, Robert

Baer escreveu na revista Time que a Rússia quer um império: A invasão da Geórgia pela Rússia tem menos a ver com a Ossétia do Sul do que com uma Rússia que nunca se perdoou por perder um império – ou por ser tratada como uma potência de segunda categoria durante todos esses anos. O ressentimento da Rússia apenas cresceu à medida que os preços do petróleo aumentaram. (...) Ao invadir seu país vizinho, a Rússia cruzou o Rubicão. (...) A questão agora é: o que mais ela está tramando por causa daqueles 17 anos de humilhação? Uma coisa deveríamos aguardar com certeza: agora mesmo Moscou está lançando olhares para o Irã, a rota mais direta para a restauração de sua influência no Oriente Médio.[2]

de Israel e finalmente destroçará a coalizão (Ez 38.18-39.10). O resultado do resgate divino será a redenção de Israel: “Saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, quando virem que eu os fiz ir para o cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para voltarem à sua terra, e que lá não deixarei a nenhum deles. Já não esconderei deles o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus” (Ez 39.28-29). Deus não esquecerá as promessas de Sua aliança; Ele não abandonará o povo de Sua aliança. A Rússia e o Irã estão em marcha, e têm más intenções com relação a Israel. Mas o Deus que fez os judeus retornar será o Deus do resgate e da redenção de Israel. (Israel My Glory)

Resgate e redenção

Patrick Neff é o diretor dos ministérios eclesiásticos de The Friends of Israel.

Que chances o pequenino Israel teria contra o urso russo e seus muitos filhotes islâmicos? A resposta está em Ezequiel 38.18: “Naquele dia, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação será mui grande”. Deus ficará enfurecido, Se levantará em defesa

confira confira recomendamos

Notas: 1. David Jeremiah, What in the World is Going On? Nashville, TN: Thomas Nelson, 2008). 167. 2. Robert Baer, “The Russian Empire Strikes Back” [O Império Russo Revida], revista Time, 12 de agosto de 2008, www.time.com/time/world/article/ 0,8599,1831857,00.html.

livros

de 70 milhões de habitantes, o Irã tornouse o viveiro para o desenvolvimento rápido do islamismo militante e do ódio antisemita.[1]

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ARTIGO 02 Richard D. Emmons

Israel: Ainda a

Menina dos Olhos de Deus

M

uitas pessoas que se tornam cristãs enfrentam lutas em sua vida de fé e acham difícil confiar sinceramente em Deus. A humanidade em geral tem problemas para confiar em Deus. Israel não é diferente. E, embora tenha sempre havido um remanescente fiel, a rejeição a Deus pela grande maioria dos judeus, no decorrer de toda a história, tem custado muito à nação. Três exemplos principais ilustram o fracasso de Israel – e de toda a humanidade.

A Rebelião no Deserto

Seguindo Moisés pelo deserto, Israel murmurava o tempo todo. Quando parecia que os israelitas estavam encurralados entre o Mar Vermelho e o exército de Faraó

que se aproximava rapidamente, eles logo começaram a reclamar, embora a glória de Deus lhes estivesse servindo de escudo, protegendo-os contra os egípcios: “Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? (...) Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto” (Êx 14.11-12). Infelizmente, aquela atitude tem sido a história da vida deles. Acampados no deserto, eles adoraram a deuses estranhos. Enquanto Moisés estava no monte Sinai recebendo os Dez Mandamentos, Arão construiu um bezerro de ouro que a nação adorou (Êx 32). Os israelitas também adoraram Moloque e os deuses dos países vizinhos (At 7.43). Levítico 17.7 (texto em hebraico) diz que alguns israelitas adoraram demônios em forma de bodes mesmo quando o Tabernáculo estava no meio deles, com a nu-

Parte 2

vem de Deus visível durante o dia e Sua coluna de fogo durante a noite. Alguns adoraram deuses estranhos até mesmo quando coletavam o alimento na forma do maná, enviado por Yahweh (Javé). De muitas formas eles não eram diferentes de inúmeros cristãos de hoje. A cada dia experimentamos a bênção de Deus e vemos tudo o que Ele nos dá, mas, mesmo assim, vemos nosso coração pender para “deuses estranhos”. Estamos mais preocupados em comprar o mais moderno MP4 ou celular, ou em termos o modelo mais novo de carro, do que ocupados em buscar a Deus e em investir tempo na devoção pessoal. Estamos mais preocupados com coisas materiais do que em cultivar nosso relacionamento com Deus. Imagine como Deus deve ter Se sentido quando estava guiando Israel pelo deserto. E então veio Cades-Barnéia, o

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A fa lta d e f é e m Cades - Barnéi a f o i t ã o e x t raordin ári a que D e u s S e r e c uso u a continuar S ua o bra co m a q u ela g eraç ão. Farto, D e us a rejeitou; e e la vag u e o u p elo de serto d u r a n te o s p ró x imo s 38 an o s, até q u e to d o s mo rreram. E n t ã o, E l e l e vou o s filho s d e l es a e n t rarem n a T err a Pro met i da.

ponto mais baixo para aquela geração. De Cades-Barnéia Moisés enviou doze homens, um de cada tribo, até Canaã para espiar a terra que Deus lhes havia dado. Os espias voltaram com amostras dos frutos, dizendo que a terra “verdadeiramente, mana leite e mel” (Nm 13.27). Contudo, eles também desanimaram a congregação dizendo: “Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós” (Nm 13.31). Apenas os espias Calebe e Josué creram que Deus lhes daria vitória, mas a voz deles foi abafada: “Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: Tomara tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo neste deserto!” (Nm 14.2). A falta de fé em Cades-Barnéia foi tão extraordinária que Deus Se recusou a continuar Sua obra com aquela geração. Farto, Deus a rejeitou; e ela vagueou pelo deserto durante os próximos 38 anos, até que todos morreram. Então, Ele levou os filhos deles a entrarem na Terra Prometida.

A Idolatria de Salomão A Bíblia nos diz que Salomão, filho de Davi, começou bem em seu reinado sobre Israel. Davi havia conquistado a terra e

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alargado as fronteiras do país. Então, Salomão subiu ao trono como o governante escolhido por Deus (1 Cr 22.9-10). Ele era um homem de paz; é isso que seu nome significa [Pacífico]. Ele estendeu as fronteiras até o ponto mais longínquo daqueles tempos da história, e o fez buscando sabedoria de Deus. A grande sabedoria de Salomão é legendária. Foi ele quem construiu o primeiro Templo em Jerusalém, que se tornou uma das maravilhas do mundo antigo. Com a glória de Deus habitando no Templo e o povo de Deus governado por seu maior rei, Israel experimentou bênçãos tremendas do Senhor. Então, no ápice de sua vida, Salomão voltou as costas a Deus para adorar os deuses de suas esposas estrangeiras. Salomão fez o que Moisés havia proibido claramente em seus escritos. Finalmente, seu pecado alcançou-o e os últimos anos de sua vida são uma história triste de sua rebelião contra Deus. Esses fatos mostram o que aconteceu à nação inteira de Israel. Em 722 a.C., Deus dissolveu o Reino do Norte, permitindo que fosse para o cativeiro na Assíria. E de 605 a.C. a 586 a.C, o Reino do Sul foi para o cativeiro na Babilônia. A história da nação é virtualmente a história de Salomão, repetida vez após vez, através dos anos, à medida que Israel se afastava da glória da majestade e da revelação de Deus, que o havia atraído para Si.

A Hipocrisia dos Fariseus

A Bíblia nos diz que os fariseus, líderes religiosos judeus dos dias de Jesus, consideravam-se justos, e tinham a si mesmos em alta conta. Embora dessem o dízimo das especiarias, seus corações eram endurecidos. Jesus disse que eles jamais levantariam um dedo para ajudar alguém a se livrar dos pecados – em vez disso, eles estavam ansiosos por tornar a todos escravos da justiça própria, assim como eles (Mt 23.1-39). Os fariseus desprezavam o ministério de Jesus. Ele veio proclamando ser o Filho do Deus vivo, oferecendo-lhes o Reino que Deus havia prometido a Davi e a Salomão, e oferecendo a Si mesmo como o Salvador de Israel. Mas esses líderes religiosos O rejeitaram e buscavam maneiras de se livrarem dEle. Finalmente, Ele foi crucificado. Jesus lhes disse que a hipocrisia era a marca da vida deles. Em Mateus 23, Ele os repreendeu por sua pecaminosidade, rebelião e dureza de coração, dizendo vez após vez: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!”. Eles haviam se afastado de Deus, que lhes havia dado bênçãos tão maravilhosas. Não é aí que estamos hoje? A maioria dos ocidentais não rejeitou as coisas de Deus, ignorando todas as bênçãos que Ele proporcionou? Nos EUA, por exemplo, celebra-se o Dia de Ação de Graças e se diz: “Obrigado, Deus, por essa maravilhosa terra.


Obrigado por todas as bênçãos e liberdades religiosas que temos”. Mas, logo depois manifesta-se através das atitudes: “Obrigado nada, Deus. Eu não quero tua Palavra. Não quero teus caminhos. Não te quero em nossas escolas. Não te quero em nossas áreas públicas”. E, como aos fariseus, o dia virá em que os EUA serão julgados. No final de Mateus 23, lemos que Jesus saiu de Jerusalém. Quando olhou por sobre a cidade, Ele lamentou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos de-

baixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt 23.37-39). Assim, a rejeição de Jesus foi a última gota no que se refere ao que Deus queria fazer com a nação de Israel naquele momento da história. Hoje, muitos diriam que não há futuro para Israel. Eles crêem que não há nada de bom aguardando a nação de Israel porque ela falhou em receber Jesus como seu Messias. Mas as Escrituras nos ensinam algo bem diferente. Através dos anos, Israel já

DVD

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Richard D. Emmons é professor titular de Bíblia e Doutrina na Universidade Bíblica de Filadélfia e pastor-sênior da Bible Baptist Church, em Hamilton Township, Nova Jersey, EUA.

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pagou um preço elevadíssimo pelo seu fracasso em andar nos caminhos de Deus. Ele não abandonou Israel. De fato, Sua Palavra é incrivelmente clara a respeito da futura restauração e glória de Israel. (Israel My Glory) – continua na próxima edição.

Títulos das Palestras MENO KALISHER* • O Trio Santo - Quando o Egito e a Assíria Terão Paz Com Israel? (Is 19) • O Remanescente de Israel no Tempo da Volta de Cristo (Zc 12-14) • Deus Esqueceu de Israel? (Rm 9-10) Arno froese* • A Igreja Exclusiva • Porque Jerusalém é Judaica • Edifique o Templo de Deus Norbert Lieth* • Através de Dez Portas Para o Acelerado Cumprimento das Profecias • Cem Anos de Tel Aviv - Prova do Poder da Profecia Bíblica • Sinais Inegáveis do Cumprimento Acelerado das Profecias • Tempos Tempestuosos no Cumprimento das Profecias Bíblicas eros pasquini jr • A Igreja Que, se Não se Arrepender, Não Será Arrebatada

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ARTIGO 03 Thomas Ice

Palestinianismo CristĂŁo 10 | notĂ­cias de Israel, novembro de 2009


P

aul Wilkinson, um cristão sionista britânico, incluiu recentemente um capítulo em seu livro For Zion’s Sake (Por Amor a Sião)[1] sobre um movimento que é diametralmente oposto ao Sionismo Cristão. Ele denominou essa tendência de “Palestinianismo Cristão”. Wilkinson o define como “um movimento anti-sionista relativamente novo, amplamente intelectual, professamente cristão [que] surgiu juntamente [com o Sionismo Cristão]. Eu o classifiquei como Palestinianismo Cristão”.[2] “Basicamente, Naim Ateek fundou o Palestinianismo Cristão em 1994, quando lançou o Centro Ecumênico Palestino da Teologia da Libertação, conhecido como Sabeel”.[3] O Sabeel, em sua Quinta Conferência Internacional em Jerusalém em 2004, intitulada “Desafiando o Sionismo Cristão”, promoveu um programa esquerdista contra os cristãos que apóiam o moderno Estado de Israel. Entre os participantes e palestrantes que afirmam ser evangélicos estavam Stephen Sizer, Donald Wagner, Marc Ellis da Universidade Baylor, e Gary Burge da Faculdade Wheaton. Demonstrando sua aliança com o islamismo, para muitos o ponto alto da conferência foi o encontro do grupo inteiro com Yasser Arafat, em seu complexo residencial em Ramallah. A declaração final emitida na conferência incluiu o seguinte: “Advertimos que a teologia do Sionismo Cristão está levando à justificação moral do imperialismo, à colonização, ao apartheid, e à opressão”.[4]

O que eles crêem

O Palestinianismo Cristão é basicamente um sistema de pensamento que se opõe ao Sionismo Cristão. Philip Saa’d, um cristão palestino que mora em Haifa, Israel, diz: “Em anos recentes, um fenômeno de palestinização também tem ocorrido entre os árabes cristãos que vivem em Israel”. Saa’d descreve essa tendência recente da seguinte maneira: “Teologia da Libertação, Amilenismo, Teologia da Substituição e Teologia Aliancista da Graça”. Também inclui uma “forte rejeição ao dispensacionalismo e à interpretação literal da Bíblia”.[5] Ele observa que alguns cristãos palestinos “não usam o Antigo Testamento como fonte para sua teologia” e que “alguns escritores ainda citam o

Antigo Testamento, mas seletivamente”, embora ele diga que todos estão usando “uma hermenêutica espiritual”.[6] Bat Ye’or, uma erudita egípcia, dedica um capítulo inteiro de seu livro Eurabia à islamização do Cristianismo.[7] É de tirar o fôlego ler seu bem documentado texto, no qual ela diz: “O Marcionismo Palestino (Palestinianismo) lança as bases para a islamização da Igreja, uma vez que prepara as mentalidades para uma Teologia da Substituição islâmica”.[8] Como eles tentam alcançar esse objetivo? O Palestinianismo “pressiona para que os Evangelhos sejam removidos de sua matriz judaica e enxertados no palestinianismo árabe, trazendo-os assim para mais perto do islamismo”.[9] Após citar algumas das organizações que advogam tais coisas, ela observa: “O processo da islamização do Cristianismo está enraizado precisamente nesse esforço de separar o judeu Jesus do judaísmo e na Sua arabização e palestinização”.[10] “Muitos palestinos cristãos, como também os muçulmanos, não admitem nenhuma ligação histórica ou teológica entre o Israel bíblico, o povo judeu, e o Estado de Israel moderno”.[11] Melanie Phillips, uma judia britânica, escreveu um livro intitulado Londonistan [Londrestão],[12] admoestando a Inglaterra de que o islamismo está tomando posse de seu país e de sua cultura, principalmente porque a Igreja tem se tornado favorável ao islamismo e contrária ao cristianismo histórico. Ela observa a ascensão do palestinianismo cristão da seguinte forma: Portanto, quando os cristãos árabes reinterpretaram as Escrituras a fim de deslegitimarem as reivindicações dos judeus quanto à terra de Israel, isso deflagrou a Teologia da Substituição, que tomou conta da imaginação, dos sermões e do pensamento da Igreja Anglicana. Esse revisionismo afirmava que os árabes palestinos eram os donos originais da terra de Israel. O bispo anglicano de Jerusalém, Riah Abu El-Assal, declarou a respeito dos cristãos palestinos: “Nós somos o verdadeiro Israel”.[13] Essa nova espécie de Teologia da Substituição ou supersessionismo não apenas substitui Israel pela Igreja, mas está movendo a Igreja em direção à subjugação islâmica. Bat Ye’or declara que o movimento dos cristãos palestinos é culpado de “desbiblicizar a Bíblia”, expulsando “os judeus de suas próprias Escrituras”, e reinterpre-

O bispo anglica no d e Je rusa l é m , Riah Ab u E l-A ssa l, decl a ro u a re speito do s crist ã os pa l e stinos: “Nós somos o ve rdade iro Is ra e l”.

notícias de Israel, novembro de 2009 | 11


Na im Ate e k f un dou o Pa le stinia nis mo Cr i st ã o e m 1994, quando l an çou o C entro E cum ê n i c o Pal e stino da Te ol o gi a da L iberta ção, con h e c i d o com o Sa b e e l .

tando-a “a partir do ponto de vista do Alcorão”.[14] Donald Wagner tenta argumentar que cerca da metade da população de Israel na época de Cristo não era de judeus, para que possa dar amparo à sua pseudo-alegação de que os cristãos árabes são racialmente descendentes da igreja original de Atos 2 em Jerusalém.[15] Pode ter havido alguns prosélitos árabes ao judaísmo no início da Igreja, mas é clara a ênfase de que a igreja primitiva era inicialmente judaica. Na verdade, Eusébio (cerca de 263-339 d.C.) nos fala em sua famosa História Eclesiástica, “que, até o cerco dos judeus por Adriano [132-135 d.C.], os bispos que se sucederam foram em número de quinze. Ele disse que todos eram hebreus de origem... Pois toda a Igreja naquela época consistia de hebreus que haviam continuado cristãos desde o tempo dos Apóstolos até o cerco, época em que os judeus se rebelaram novamente contra os romanos”. A seguir, Eusébio lista seis nomes, começando com Tiago, o meioirmão de Jesus. Ele conclui seus comentários sobre esse assunto da seguinte maneira: “Tais foram os bispos da cidade de Jerusalém, desde os Apóstolos até o tempo mencionado, e eles todos eram judeus”. [16] A tentativa de Wagner de desestabelecer o papel de Israel e de exaltar os palestinos, pretendendo que eles tomem o lugar dos judeus, é típica do movimento [do palestinianismo cristão].

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Aqueles que estão envolvidos com o movimento dos cristãos palestinos costumam demonizar seus inimigos – os sionistas cristãos – como “racistas”,[17] [que seguem] “uma interpretação herética das Escrituras”, uma “heresia desviada”,[18] e são uma “seita herética”.[19]. Os palestinianistas cristãos crêem, geralmente, que os sionistas cristãos estão ansiosos pelo Armagedom[20] quando, na verdade, estamos aguardando ansiosamente por Cristo e pelo Seu retorno para nós no Arrebatamento.

Os evangélicos

Tal movimento seria um tanto mais fácil de entender se fosse composto apenas por liberais; todavia, muitos dentro do Movimento Cristão Palestino afirmam ser evangélicos em sua teologia. É surpreendente ver alguém como Gary DeMar, diretor da Americam Vision [Visão Americana], que normalmente adota uma teologia e valores conservadores, dar voz, repetidas vezes, ao Movimento Cristão Palestino. DeMar recebeu Stephen Sizer em seu programa de rádio para discutir os males do Sionismo Cristão e para recomendar seus livros. Ele também promove e vende os livros de Colin Chapman. Hank Hanegraaff, do Christian Research Institute (Instituto Cristão de Pesquisas), tem recebido em seu show de rádio

diário “The Bible Answer Man”, transmitido em rede nacional nos EUA, a maioria dos proeminentes porta-vozes do Movimento Cristão Palestino. Hanegraaff entrevistou em seu programa os ingleses Stephen Sizer e Colin Chapman, assim como Gary Burge e o Irmão André. Em seu livro de não-ficção sobre escatologia intitulado The Apocalipse Code [O Código do Apocalipse], quando Hanegraaff trata da questão do atual Estado de Israel, ele cita essencialmente os defensores do Palestinianismo Cristão para defender suas posições. É por causa de sua disposição mental palestinianista cristã que ele chama a Tim LaHaye e a mim de racistas, porque nós cremos que o moderno Estado de Israel foi trazido à existência por Deus.[21]

Reescrevendo a História Mais adiante, Hanegraaff demonstra sua mentalidade palestinianista cristã quando acusa Israel de “limpeza étnica de palestinos”.[22] Ele cita como autoridade o desacreditado historiador revisionista israelense Benny Morris, que afirma que Ben-Gurion disse: “Devemos expulsar os árabes e tomar seus lugares”.[23] Hanegraaff provavelmente não está consciente de que a afirmação de Morris sobre Ben-Gurion é uma farsa total; algo que foi fabricado. É difícil perceber esse


que praticamente não existe documento citado por Morris que não tenha sido reescrito de forma a distorcer completamente seu significado original”.[25] A Bíblia ensina o sionismo (Sl 132). Está se tornando claro que, quando alguém se rebela contra a Palavra de Deus nesse ponto, fica aberto não apenas para a Teologia da Substituição, mas é levado a aceitar cada vez mais os pontos de vista islâmicos. À medida que as questões vão sendo esclarecidas, não há lugar para a neutralidade em que alguém possa se esconder. Maranata! (Pre-Trib Perspectives). Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética. Notas: 1. Paul Richard Wilkinson, For Zion’s Sake: Christian Zionism and the Role of John Nelson Darby (Milton Keynes, England: Paternoster, 2007), xix, 308 páginas. 2. Wilkinson, For Zion’s Sake, p. 48. 3. Wilkinson, For Zion’s Sake, p. 49. 4. Informação sobre a conferência retirada de um relato não-publicado feito por Paul Wilkinson, que esteve presente à conferência. 5. Philip Saa’d, “How Shall We Interpret Scripture about the Land and Eschatology? Jewish and Arab Perspectives” in Wesley H. Brown and Peter F. Penner, editors, Christian Perspectives on the Israeli-Palestinian

confira confira recomendamos

Conflict (Pasadena, CA: William Carey International University Press, 2008), p. 114. 6. Saa’d, “How Shall We Interpret”, p. 115. 7. Bat Ye’or, Eurabia: The Euro-Arab Axis (Teaneck, NJ: Fairleigh Dickinson University Press, 2006), pp. 211– 24. 8. Ye’or, Eurabia, p. 213. 9. Ye’or, Eurabia, p. 214. 10. Ye’or, Eurabia, p. 214. 11. Ye’or, Eurabia, p. 214. 12. Melanie Phillips, Londonistan (New York: Encounter Books, 2006), xxv, 237 páginas. 13. Phillips, Londonistan, p. 152. 14. Ye’or, Eurabia, p. 215. 15. Donald E. Wagner, Dying in The Land of Promise: Palestine and Palestinian Christianity from Pentecost to 2000 (London: Melisende, 2003), pp. 41-50. 16. Eusébio, Ecclesiastical History, translated by Kirsopp Lake, Loeb Classical Library (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1926), vol. I, pp. 309–11. 17. Stephen Sizer, Christian Zionism: Road-map to Armageddon? (Leicester, England: Inter-Varsity Press, 2004), p. 205. 18. Sizer, Christian Zionism, pp. 22, 259. 19. Donald E. Wagner, Anxious for Armageddon: A Call to Partnership for Middle Eastern and Western Christians (Scottdale, PA: Herald Press, 1995), p. 111. 20. Wagner, Anxious for Armageddon, (título do livro). 21. Hank Hanegraaff, The Apocalypse Code (Nashville: Thomas Nelson, 2007), pp. xxii–xxiii. 22. Hanegraaff, Apocalypse Code, p. 166. 23. Benny Morris, The Birth of the Palestinian Refugee Problem, 1947–1949 (Cambridge: Cambridge University Press, 1987), p. 25, citado in Hanegraaff, Apocalypse Code, p. 167. 24. Efraim Karsh, Fabricating Israeli History: The ’New Historians’ (New York: Frank Cass, 2000), p. xvii. 25. Karsh, Fabricating Israeli History, p. xvii-xviii.

livros

tipo de informação quando se está cercado por militantes da causa palestinianista cristã. Não obstante, esse é o caso. Efraim Karsh, na introdução de seu livro Fabricating Israeli History [Fabricando a História de Israel], revela como suspeitou das maquinações de Morris: “O texto em questão foi um livro sobre o surgimento do problema dos refugiados palestinos, escrito pelo acadêmico israelense Benny Morris. (...) Enquanto folheava as páginas da versão do livro na língua inglesa, cheguei a uma citação de uma carta escrita por David Ben-Gurion a seu filho Amós em 1937, afirmando: ‘devemos expulsar os árabes e tomar o lugar deles’. Isso me fez relembrar de algo distante. Tendo lido há vários anos a citação da carta em um livro na língua hebraica, lembrei-me dela de forma bastante diferente. Na verdade, um exame do texto em hebraico confirmou minha lembrança. A carta diz: “Não desejamos e nem queremos expulsar os árabes e tomar seu lugar. (...) Toda a nossa aspiração está fundamentada no pressuposto (...) de que há lugar suficiente no país para nós e para os árabes”.[24] Karsh continuou a examinar todos os elementos da pesquisa de Morris e concluiu: “Para meu espanto, descobri

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A doutrina do mahdismo Muitos ocidentais gostam de pensar que a religião não tem nenhum papel na política moderna. Entretanto, a crença na figura messiânica do islamismo, denominada o Mahdi ou o Imã Oculto (ou Escondido), é que dirige as políticas do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Os xiitas crêem que o Mahdi voltará, governará sobre um sistema único na terra, e derramará o julgamento sobre todos os não-muçulmanos. Este artigo apresenta a doutrina do mahdismo e mostra como ela afeta o mundo. (extraído de Middle East Media Research Institute [Instituto de Pesquisa Sobre a Mídia do Oriente Médio] – www.MEMRI.org).

De acordo com a tradição xiita, os Doze Imãs, descendentes de Ali Ibn Abi Talib (Imã Ali), primo e genro do profeta Maomé, foram dotados de qualidades divinas que os capacitaram a conduzir os crentes xiitas e para operarem como emissários de Alá na terra. No entanto, quando o Décimo Segundo Imã, Muhammad AlMahdi,[1] desapareceu no ano 941 d.C., sua conexão com os crentes xiitas foi rompida. Desde então, foi or-

denado aos xiitas que aguardem pelo retorno dele a qualquer momento. Nesse ínterim, os clérigos xiitas mais destacados são considerados representantes dos Imãs. Assim, eles têm autoridade para tratar dos assuntos da comunidade xiita, principalmente nas esferas religiosa e jurídica, até que o Imã Oculto retorne, lidere a comunidade xiita e a liberte de seus sofrimentos. De acordo com a crença xiita, durante o período da ausência do Mahdi (período esse denominado ghaibat ou “ocultação”), ninguém, exceto Deus, sabe a hora do retorno do Mahdi, e nenhum homem pode pressupor ou prever quando essa hora chegará. Com o reaparecimento do Mahdi, todos os males serão reparados, a justiça divina será instaurada e a verdade do islamismo xiita será reconhecida pelo mundo inteiro (mahdismo).[2]

O mahdismo e o regime islâmico no Irã Desde o estabelecimento do regime islâmico, em 1979, até a ascensão ao poder de Mahmoud Ahmadi-

nejad, em agosto de 2005, o mahdismo vinha sendo uma doutrina religiosa e uma tradição que não possuía nenhuma manifestação política. O sistema político funcionava independentemente dessa crença messiânica e da expectativa do retorno do Mahdi. Foi apenas com a presidência de Ahmadinejad que essa doutrina religiosa tornou-se uma filosofia política e foi levad a um lugar central na política. Durante a era do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador do regime islâmico do Irã, o mahdismo permaneceu fora do âmbito político. Sem dúvida, porém, a era de Khomeini foi caracterizada pelo fervor messiânico. Os iranianos atribuíam qualidades messiânicas a ele e lhe conferiram o título de “Imã”, que até então havia sido reservado para os Doze Imãs. Na verdade, a chegada de Khomeini ao poder foi vista na época como a realização da profecia que dizia respeito ao retorno do Mahdi. A instauração do Governo do Jurisprudente (velayat-e faqih) por Khomeini no Irã motivou uma transformação no xiismo, substituindo sua tradicional passividade por uma

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perspectiva mais ativa. Como parte dessa mudança, Khomeini afirmou que os xiitas não deveriam apenas aguardar passivamente pelo retorno do Mahdi, mas deveriam ativamente preparar o terreno para seu retorno e para a libertação da comunidade xiita. Um componente dessa abordagem ativa foi a tomada do poder pelos clérigos. Entretanto, Khomeini manteve a doutrina do mahdismo na periferia da esfera política. Ele nem afirmou possuir uma conexão direta com Deus, nem presumiu prever a hora do retorno do Mahdi. Após a morte de Khomeini em 1989, o mahdismo teve um declínio no Irã. As administrações de Ali Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997) e de Mohammad Khatami (19972005) mantiveram uma estreita separação entre a política e o mahdismo

a i ato l á Ahm a d Jan n at i , c h e f e d o C o ns e l h o de G ua r di õe s .

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– uma política que mudaria com a presidência de Ahmadinejad.[3] Este documento analisa a politização do mahdismo pelo presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e por seu mentor espiritual, aiatolá Taqi Mesbah-e Yazdi.

O messianismo na política externa iraniana A doutrina messiânica do mahdismo também está manifestada na política externa iraniana, especialmente em sua atitude com relação às superpotências ocidentais e com respeito ao programa nuclear. O aiatolá Mesbah-e Yazdi, mentor de Ahmadinejad, expressou a seguinte abordagem em um discurso no dia 11 de outubro de 2006: “A maior obrigação daqueles que aguardam o aparecimento do Mahdi é lutar contra a heresia e a arrogância global [i.e., do Ocidente, principalmente dos Estados Unidos]”.[4] Os discursos de Ahmadinejad são caracteristicamente irônicos a respeito das “forças da arrogância”, i.e., do Ocidente, principalmente dos Estados Unidos, e ameaçadores com relação a quaisquer pessoas que não aceitem o messianismo xiita como uma alternativa à “perdição e destruição” que as está aguardando: “Aqueles que não responderem ao chamado para prosseguirem em direção à verdade – um bom destino não os aguarda. Ouvi dizer que o presidente de um desses países [i.e., o [então] presidente dos Estados Unidos, George Bush] (...) disse que o presidente do Irã o estava ameaçando. Eu disse a ele: ‘Não sou eu que o está ameaçando. É o mundo inteiro que o ameaça porque o mundo em sua totalidade é rápido contra a opressão e os opressores. Vocês [países ocidentais] não são nada comparados ao poder de Deus. Nós os convidamos a [tomarem] o caminho da retidão, o caminho dos Profetas, do monoteísmo e da justiça. Se pensam que podem se sentar em seus palácios de cristal e determinar o destino do mundo, vocês estão enganados. (...) Nosso chamado [a vocês] para

tomarem a direção da verdade [tem origem] na compaixão. Não queremos que se metam em problemas, uma vez que vocês sabem que o resultado da opressão e da injustiça é perdição e destruição”.[5] Essas características também são evidentes na política nuclear de Ahmadinejad. Em contraste com o governo de Khatami, que se empenhou por amenizar a posição do Ocidente com respeito à questão nuclear via constante diálogo, Ahmadinejad e seu círculo mais próximo não evitam confrontar o Ocidente, já que eles consideram que essa luta é uma das maneiras de preparar o terreno para o retorno do Mahdi. De acordo com o diário Rooz, “Alguns daqueles mais próximos de Ahmadinejad, que freqüentemente falam sobre [a necessidade de] preparar o terreno para o retorno do Mahdi, fazem explicitamente a ligação [do destino] do dossiê nuclear iraniano com essa necessidade. (...) De acordo com informações confiáveis, eles enfatizaram, em diversas reuniões privativas, que a oposição [iraniana] à pressão global [sobre o programa nuclear iraniano] e sua insistência no direito de utilizar a energia nuclear estão entre as maneiras de preparar o terreno para o retorno do Imã [Oculto]”.[6]

O mahdismo e a ideologia do aiatolá Mohammad Taqi Mesbah-e Yazdi Um discurso feito no Seminário Internacional sobre a Doutrina do Mahdismo pelo aiatolá Mohammad Taqi Mesbah-e Yazdi mostra que ele também considera a crença no Mahdi como um conceito que transcende o âmbito religioso ou teórico. O aiatolá Yazdi deu a essa crença uma tangível dimensão político-ideológica quando explicou que o retorno do Mahdi levaria ao estabelecimento de um governo único sobre todo o mundo e que a presente batalha contra os infiéis e contra “a arrogância global” está preparando o terreno e apressando a vinda do Mahdi:[7]


“Implementar as leis do islamismo, estabelecer a justiça e lutar contra a heresia e a opressão são os deveres mais importantes daqueles que aguardam o [retorno do] Imã Oculto e preparam o terreno para sua vinda. (...) Devemos intensificar a fé religiosa e [o poder] da religião no Irã e no mundo inteiro. (...) Com a finalidade de apressar a vinda do Imã Oculto, devemos disseminar a justiça e a lei religiosa para aumentarmos a consciência do público a respeito dessas coisas [por todo o mundo] para que a fé [xiita] seja aceita pela sociedade [em todos os lugares]. (...) Um dos aspectos ideológicos da doutrina mahdista é [sua] universalidade, uma vez que o Mahdi vem para estabelecer justiça e retidão no mundo inteiro. Um outro aspecto é a disseminação da justiça e da retidão [segundo a lei de] um único homem, um único centro, e um único sistema. Como o Imã Oculto é o responsável pela disseminação da justiça e da retidão, o mundo precisará ter um único centro e governo (...) para que possa sair de um estado de [divisão] e estabelecer um único governo [universal] dirigido pelo [Imã Oculto], e todo tipo de opressão e de exploração será [então] banido do mundo”. Em um discurso em 2006 que marcava o aniversário do Mahdi, o aiatolá Mesbah-e Yazdi enfatizou a importância de lutar contra a heresia que, em sua opinião, está retardando a vinda do Mahdi: “Nosso mais nobre dever é lutar para reduzir a opressão, ser mais [rigorosos] na execução da lei islâmica (...) e enfraquecer o controle dos regimes opressivos e tirânicos sobre os oprimidos. Essas [ações] podem [acelerar] o retorno do Imã Oculto. (...) Se quisermos acelerar a vinda do Mahdi, devemos remover quaisquer obstáculos [que estejam atrasando seu retorno]. Quais são os obstáculos que estão atrasando o aparecimento do Mahdi? [Eles são] a negação [herética] da bênção [conferida] sobre a sociedade pela presença do Imã, [assim como] a ingratidão, a insubordina-

ção e as objeções [à doutrina do mahdismo]. Se quisermos apressar a vinda do Mahdi, devemos eliminar esses obstáculos. Devemos lutar para instaurar maior justiça, assegurar uma implementação [mais rigorosa] da lei islâmica, [fazer com que] as pessoas tenham maior interesse na fé e suas diretivas, [estabelecer] as leis religiosas como [valores] dominantes da sociedade, [assegurar] que a fé religiosa seja tida como um consenso nas conferências, e limitar [o controle dos opressores, i.e., das potências ocidentais] sobre os oprimidos em todo o mundo – tanto muçulmano quanto nãomuçulmano. [É isso que devemos fazer] a fim de prepararmos o terreno para a vinda do Mahdi. Dessa forma, a maior obrigação daqueles que aguardam o aparecimento do Mahdi é lutar contra a heresia e a arrogância global”.[8] Fatemeh Rajabi, que é afiliado ao Ansar-e Hezb’allah e autor de um livro sobre Ahmadinejad intitulado The Miracle of the Third Millenium [O Milagre do Terceiro Milênio], disse que

o “governo de Ahmadinejad [foi estabelecido para facilitar] a vinda do Imã Oculto”. (A. Savyon e Y. Mansharof – extraído de www.memri.org – Israel My Glory) A. Savyon é diretor do Projeto de Mídia Iraniana. Y. Mansharof é pesquisador do MEMRI.

Notas: 1. O Décimo Segundo Imã, o messias xiita, também é chamado Muhammad Al-Muntazar (“O Esperado”), Imã Al-Zaman (“o Imã das Eras”) e “o Imã Oculto”. 2. Sobh-e Sadeq (Irã), 30 de abril de 2007. 3. Para detalhes sobre a ascensão de Ahmadinejad ao poder e sobre a “Segunda Revolução Islâmica”, ver MEMRI Inquiry and Analysis nº 253, “‘The Second Islamic Revolution’ em Iran: Power Struggle at the Top”, 17 de novembro de 2005, www.memri.org/ bin/articles.cgi?Page=archives&Area=ia&ID=IA253 05. 4. Parto-ye Sokhan (Irã), 11 de outubro de 2006. 5. ISNA (Irã), 6 de setembro de 2006, http://www.isna. ir/Main/NewsView.aspx?ID=News784304&Lang=P. 6. Rooz, 16 de outubro de 2006, citado pelo site Entekhab em 16 de outubro de 2006 www.entekhab. ir/display/ID=6760&Page=1. 7. Kayhan (Irã), 10 de setembro de 2006. 8. Parto-ye Sokhan (Irã), 11 de outubro de 2006.

aiatolá Ahmad Khatami, um amigo chegado de Ahmadinejad.

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A política messiânica de Ahmadinejad Imediatamente após assumir a presidência do Irã, Mahmoud Ahmadinejad começou a declarar sua crença no retorno iminente do Mahdi como base para suas atividades políticas. A despeito da crença tradicional de que ninguém pode prever a hora do retorno do Mahdi, Ahmadinejad freqüentemente afirmava que a vinda dele estava próxima, e até mesmo fez uma predição específica. Durante uma reunião com o ministro de Relações Exteriores de um país islâmico, ele disse que a crise no Irã “era um presságio da vinda do Imã Oculto (ou Escondido), que apareceria dentro dos próximos dois anos”.[1] Em um discurso feito em dezembro de 2006 em Kermanshah, Ahmdinejad desejou aos cristãos um Feliz Natal, e disse: “Eu, neste ato, anuncio que, com a ajuda de Deus, não está longe o dia em que Jesus voltará ao lado do Imã Oculto”.[2] Ahmadinejad não apenas desejava proclamar a iminente vinda do Mahdi e, desta forma, dar legitimidade a sua política e suas ações ao associá-las com o Imã Oculto, como também se apresentou como sendo aquele que está em conexão direta com Deus. Em um discurso sobre o programa nuclear do Irã, ele afirmou ter “uma conexão com Deus” e exortou os iranianos a serem crentes verdadeiros para que Deus os apoiasse em sua luta justa em favor da tecnologia nuclear. “Creiam[-me], falando legalmente, e aos olhos da opinião pública, nós fomos absolutamente bem sucedidos. Falo isso com conhecimento de causa. Certa pessoa me perguntou: ‘Você realmente possui uma conexão? Com

quem?’ Eu respondi: ‘Tenho uma conexão com Deus’, uma vez que Deus disse que os infiéis não terão como fazer mal aos crentes. Bem, [mas] apenas se formos crentes, porque Deus disse: Vocês [serão] os vitoriosos. Mas os mesmos amigos dizem que Ahmadinejad diz coisas estranhas. Se nós formos [verdadeiramente] crentes [islâmicos], Deus nos mostrará a vitória, e este milagre. Hoje é necessário que um camelo fêmea surja do coração da montanha[3] para que meus amigos aceitem o milagre? Não foi a Revolução [Islâmica] [suficientemente] miraculosa? O Imã [aiatolá Khomeini] não foi um milagre?”.[4]

Ahmadinejad também se apresentou como aquele que está inteirado das intenções e ações de Deus, o que se refletiu em sua afirmação de que “Deus designou o Imã Oculto para ser nosso sustentador”.[5] A reivindicação de ter um relacionamento direto com Deus também ficou evidenciada no discurso que ele fez quando de seu retorno ao Irã após ter se pronunciado na Assembléia Geral da O.N.U., em 2005. Ahmadinejad afirmou que, à medida que ele estava fazendo seu pronunciamento na O.N.U., sentiu-se “rodeado por um halo de luz” simbolizando a

A hmadine j ad tamb é m se apr e se ntou como aque l e que e stá intei rado das inte nçõe s e açõe s de De us, o que se r e f l e tiu e m sua af ir maçã o de q ue “De us de signou o Imã Oculto pa r a se r nosso suste ntador” .

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natureza messiânica de sua mensagem às nações do mundo.[6] Os discursos de Ahmadinejad têm sido caracterizados pelo uso de termos messiânicos e pela ênfase na necessidade de preparar o terreno para o retorno do Mahdi.[7] Por exemplo, em um discurso feito em maio de 2007 na província de Kerman, ele disse: “Temos uma missão – fazer do Irã o país do Imã Oculto”.[8] Como parte do compromisso dos ministros iranianos com essas preparações, e a partir da sugestão de Parviz Daoudi, assessor sênior de Ahmadinejad, eles assinaram um compromisso de fidelidade a Ahmadinejad.[9] De acordo com sua política messiânica, Ahmadinejad também endossou uma tradição folclórica iranianaxiita que afirma que o Imã Oculto dá importância especial à mesquita Jamkaran, em Qom – uma tradição que não tem sido apoiada pelas autoridades religiosas conservadoras.[10] Como parte dessa política, o ministro Iraniano da Cultura e da Orientação Educacional Islâmica, Mohammad Hossein Saffar Harandi, recebeu a ordem de jogar o compromisso de fidelidade dos ministros em um poço

no pátio da mesquita Jamkaran, onde os crentes jogam suas orações e pedidos pessoais. Ahmadinejad também alocou 10 milhões de dólares para a renovação da mesquita e de seus arredores em preparação para o retorno do Mahdi, e, em 2005, gastou em torno de 8 milhões de dólares em refrigerantes para os peregrinos durante a celebração do aniversário do Mahdi.[11] O encorajamento do regime ao mahdismo também fica evidente no conteúdo do site do serviço de notícias do governo do Irã. Por exemplo, o site apresenta informações sobre a série iraniana de televisão chamada “O Mundo em Direção à Iluminação”, que trata da chegada iminente do Mahdi.[12] Deve-se observar que as manifestações políticas das crenças messiânicas de Ahmadinejad eram evidentes mesmo antes de sua eleição à presidência do país. De acordo com relatos, durante seu mandato como prefeito de Teerã (2003-2005), a municipalidade imprimiu um mapa da cidade que mostrava, dentre outras coisas, o roteiro que será empreendido pelo Mahdi quando de seu retorno.[13]

No Seminário Internacional Sobre a Doutrina do Mahdismo, realizada no Irã nos dias 6 e 7 de setembro de 2006, durante as celebrações do aniversário do Mahdi, e tendo a participação de representantes de diversos países, Ahmadinejad enfatizou a natureza universal e ativa do mahdismo e convidou o Ocidente a aceitá-la: “Hoje, a humanidade está prosseguindo em direção à verdade. Hoje, a felicidade da humanidade depende de se prosseguir em direção à verdade. Hoje, nós convidamos a todos para prosseguirem em direção à verdade, uma vez que [a verdade] é o único caminho (...) Esta celebração [do aniversário do Mahdi] não é apenas para os muçulmanos, mas para todo o mundo. O Mahdi pertence a toda a humanidade (...). O Imã Oculto não possui uma presença tangível entre nós, mas ele está sempre [aqui], e devemos preparar o caminho para seu rápido aparecimento (...) Alguns afirmam que, durante sua ocultação, sua [nobreza] está suspensa, mas isso não é verdade (...) Pelo contrário, devemos nos apressar em direção a ele e acelerar o passo para preparar o caminho para seu aparecimento. [Ele não aparecerá] se nós ficarmos sentados preguiçosamente. A humanidade deve avançar com rapidez em direção ao Imã Oculto a fim de alcançá-lo. Uma pessoa que [apressa ativamente a vinda do Imã] é diferente daquela que não o faz (...) Hoje, a humanidade está prosseguindo rapidamente em direção à perfeição, à verdade, à justiça, ao amor, à paz e à compaixão, e isso é possível apenas debaixo do governo do homem perfeito[14] [i.e., o Imã Oculto]. (extraído de www.memri.org – Israel My Glory) Notas: 1. Aftab (Irã), 16 de novembro de 2005, citado em Rooz

De acordo com sua política messiânica, Ahmadinejad também endossou uma tradição folclórica iraniana-xiita que afirma que o Imã Oculto dá importância especial à mesquita Jamkaran, em Qom – uma tradição que não tem sido apoiada pelas autoridades religiosas conservadoras.

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(Irã), 12 de dezembro de 2005. 2. Emrooz (Irã), 20 de dezembro de 2006. 3. Isso se refere a um verso do Alcorão (7:73). 4. Iran News (Irã), 15 de outubro de 2006. Para as informações a respeito das afirmações de Ahmadinejad acerca de sua conexão com Deus, veja MEMRI Special Dispatch, nº 1328: “Ahmadinejad, o presidente do Irã: ‘Eu tenho uma conexão com Deus, uma vez que Deus disse que os infiéis não terão uma maneira de prejudicar os crentes’; ‘Falta apenas um passo para chegarmos ao cume da tecnologia nuclear’; ‘O Ocidente não vai ousar nos atacar’.”.


19 de outubro de 2006, http://memri.org/bin/articles.cgi? Page=aechives&Area=sd&ID=SP132806. 5. Fars (Irã), 1 de abril de 2006. 6. Rooz (Irã), 1 de outubro de 2006. 7. Para obter exemplos, ver Kayhan, 29 de setembro de 2005; agência de notícias Fars, 11 de outubro de 2005; Sharaq, 12 de novembro de 2005; agência de notícias ISNA, 16 de novembro de 2005; agência de notícias IRNA, 16 de abril de 2006; Kayhan, 23 de novembro de 2006; Emrooz, 20 de dezembro de 2006; Jomhouri-ye Eslami, 24 de dezembro de 2006. 8. Aftab (Irã), 10 de maio de 2007. 9. ILNA (Irã), 17 de outubro de 2005. 10. Estudiosos xiitas estão divididos no que se refere ao status dessa mesquita. O diário Jomhouri-ye Eslami, que é afiliado

dos seminários religiosos em Qom e que representa as visões dos importantes aiatolás dos seminários, declarou que a mesquita não é em nada diferente de qualquer outra (13 de setembro de 2006), enquanto que o semanário Parto-ye Sokhan, afiliado ao aiatolá Mohammad Taqi Mesbah-e Yazdi, citou a crença tradicional de que a mesquita havia sido construída baseada na ordem do Imã Oculto e que ela possui importância especial para ele (20 de setembro de 2006). 11. Os xiitas celebram o aniversário do Imã Oculto no 15º dia do mês islâmico de Sha’ban, que, em 2006, coincidiu com o mês de setembro. 12. Ver MEMRI Special Dispatch nº 1436, “Waiting for the Mahdi: Official Iranian Eschatology Outlined in Public Broadcasting Program in Iran” [Esperando pelo Mahdi:

Escatologia Oficial Iraniana Esboçada em Programa de Noticiário Público no Irã], 25 de janeiro de 2007. http:// memri.org/bin/articles.cgi?Page=archives&Area=sd&ID=S P143607. 13. Os relatos afirmaram que “a distribuição de um mapa deturpado (...) mostrando o roteiro [que será empreendido] pelo Mahdi [quando de seu retorno] foi interrompida [seguindo] reações [críticas] de círculos políticos e religiosos. O mapa foi distribuído pela prefeitura de Teerã (...) mas as cópias foram recolhidas seguindo [as orientações críticas] de oficiais seniores do regime”. (site Hatef – aparentemente o site Hatef News, associado a patrocinadores de Rafsanjani – 5 de dezembro de 2005, citado em Rooz, 5 de dezembro de 2005). 14. ISNA (Irã), 6 de setembro de 2006.

horizonte

O relatório do tribunal simulado de Goldstone Em uma breve e rápida revisão, o relatório de 575 páginas da missão Goldstone parece tão ruim quanto, ou pior do que se esperava – os críticos que chamaram a atenção sobre um “tribunal simulado”* criado para culpar Israel, vão afirmar que estavam certos. A entrevista coletiva dada por Goldstone em Nova York e as recomendações do relatório constituem um outro passo da estratégia de Durban, na qual a linguagem dos direitos humanos e da lei internacional é mal utilizada como arma na batalha política para isolar e demonizar Israel. O teor do documento, o “equilíbrio” entre acusações formais de crimes de guerra cometidos por Israel e pelo Hamas, e o esforço para envolver * Um tribunal simulado é caracterizado pela desonestidade ou pela incompetência, arquitetado em violação a processos legais estabelecidos. São ações fraudulentas, com aparente legalidade, montadas com a finalidade de darem a impressão de que são um processo jurídico legal.

o Conselho de Segurança da ONU e o Tribunal Criminal Internacional constituem um ataque frontal contra Israel. Como resultado disso, os prejuízos podem não parar com a publicação desse relatório, e o governo israelense deve enfrentar um desafio estratégico sério e difícil para demonstrar que o comitê e seus membros apresentavam falhas fundamentais desde o início. Mas, quando o relatório for examinado detalhadamente, uma série de erros básicos deve aparecer – talvez o suficiente para desmascarar todo o processo como sendo inválido e moralmente corrompido. As evidências, como afirmou Goldstone, foram baseadas quase que inteiramente em afirmações de palestinos, impossíveis de serem averiguadas, e em publicações de organizações não-governamentais politizadas pró-palestinos. Por exemplo, o relato cita a B’Tselem e o Centro Palestino de Direitos Humanos mais de 70 vezes cada, as alegações de AlHaq são mencionadas mais de 30

vezes, e há menções de muitos outros co-autores de ONGs. Há 33 referências à organização Human Rights Watch (HRW), inclusive ao relatório “The Rain of Fire” [A Chuva de Fogo], que tem a co-autoria de Marc Garlasco. Ele era o “expert militar sênior” da HRW (até que foi suspenso após a revelação de seu fetiche de colecionador de lembranças nazistas), mas suas análises são manchadas por falsas afirmações e especulações disfarçadas em opiniões técnicas. A longa associação de Goldstone com a HRW significa essencialmente que, nesse relatório, ele está citando sua própria organização, que é altamente problemática. De maneira mais generalizada, a metodologia usada nos 36 incidentes analisados pelo comitê dará aos críticos do relatório e à comissão uma base mais forte para recusar suas conclusões. Ao mesmo tempo, o relatório de Goldstone é cheio de afirmações de “fatos” que desafiam a confiança e

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de viol ar aque l as me smas l e is.

diretamente o Hamas de violar aquelas mesmas leis. Pior que isso, o relatório nunca admite sequer que o Hamas seja uma organização terrorista. Se esse fosse um processo legal verdadeiro, e não uma farsa baseada em um mandato político do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, inerentemente tendencioso, tanto Goldstone quanto a professora Christine Chinkin teriam sido desqualificados para participar. Como observou a UN Watch, em sua síntese legal de 28 páginas enviada à ONU, a tendência de Chinkin se refletiu em afirmações que “rejeitam categoricamente” o direito

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que aparecem sem nenhuma fonte de provas. Por exemplo, contrariamente a inúmeros relatórios contemporâneos em meios de comunicação como The New York Times, o relatório nega, sem citar nenhuma evidência, que os guerrilheiros do Hamas, vestidos com roupas civis, se escondiam nas dependências de hospitais e usavam ambulâncias para transportar combatentes e para outros propósitos militares. Ainda mais impressionante é que o relatório de Goldstone acusa repetidamente Israel de violar a lei internacional ao cometer atos de terror, enquanto que se abstém de acusar

O Prof. Gerald M. Steinberg lidera a NGO Monitor (Monitoramento de Organizações Não-Governamentais) e é docente de ciência política da Universidade Bar-Ilan.

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o r e l ató ri o d e G o l d s ton e ac usa r e p e t i da m e n t e Isr a e l de viol ar a l e i inte r nacional ao co m e te r ato s d e te r r or , e n q ua n to q ue s e a b s t é m de acusa r dir e tame nte o Ha mas

de Israel à autodefesa contra os ataques de foguetes de Gaza e acusam Israel de “agressão” e de “crimes de guerra que não necessitam de provas”. Mas, sem nenhum processo devido, a síntese da UN Watch foi simplesmente descartada. Paralelamente, a escolha de Goldstone foi vista como uma apólice de seguro contra acusações de anti-semitismo. De fato, quando a questão surgiu na entrevista coletiva em Nova York, Goldstone invocou como defesa seu histórico como judeu e seu envolvimento com Israel. Ele expressou tristeza por ter sido constatado (pelo menos por seu comitê e seus aliados) que Israel cometeu crimes de guerra. Perto do final de seu depoimento, Goldstone disse a seu público que ele deveria “se regozijar por estarmos vivendo hoje em um mundo em que há responsabilização por crimes de guerra”. É triste, mas o regozijo virá exatamente da parte daqueles grupos que temem a verdadeira responsabilização. A liderança do Hamas e aqueles que o apóiam, inclusive o regime iraniano, aceitaram alegremente os resultados, mas poucos israelenses ou indivíduos imparciais considerarão que essa missão, seu relatório e suas recomendações apresentaram responsabilização ou restauraram a moralidade das Nações Unidas. (Gerald Steinberg, The Jerusalem Post)

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