2 minute read
Um mês que virou 35 anos
Por Adelina Gebara Fotos: Fernanda Caires
UM MÊS QUE VIROU
35 ANOS
Avida é tão corrida que somente quando fui convidada a escrever algumas palavras sobre os meus anos na Chapel School é que parei para pensar um pouco sobre essa ligação tão importante para mim. São mais de 35 anos como professora na instituição – desde que fui consultada, em 1986, sobre a possibilidade de substituir um professor por um mês.
Eu já havia lecionado em escolas internacionais, mas estava em meio a uma pausa para cuidar dos meus quatro filhos. Aliás, desde cedo minha vida esteve envolvida em escolas internacionais, onde dei meus primeiros passos para a leitura e escrita. Minha origem familiar sempre foi ligada à Educação e meu amor por aprender é uma prioridade em minha vida. Pensei: “ok, por um mês a gente consegue se ajeitar”. Só que, ao final do primeiro mês, acabei ficando mais um, e depois outro... E cá estou eu, trabalhando diariamente na Chapel, feliz da vida por continuar ativa e aprendendo muito com as crianças! Já lecionei no Pre I, Kindergarten e Second Grade. Hoje, sou professora do Guided Reading para o Kindergarten e também ensino Rhymes and Chants para o Pre I e Phonemic Awareness para o Pre II.
Quando comecei a trabalhar na Chapel, Mr. Gerald Gates era o superintendente, posição que ocupou por muitos anos. O padre Brown, dos Oblatos, era muito amado por todos no colégio. Os diversos eventos realizados ao longo dos anos, tanto os culturais quanto os esportivos, certamente estão entre as minhas lembranças prediletas – especialmente o Art Show, com a presença dos artistas homenageados e a oportunidade dada aos alunos de compreender melhor a arte apresentada, além das Book Fairs e Festas Juninas.
Admiro muito a diversidade de culturas que a Chapel proporciona e incentiva, sintetizada no Festival Internacional, com a apresentação de danças e culinária típica de vários países. Outro motivo de grande satisfação ao longo da minha trajetória no colégio é o contato com colegas das mais diversas formações e origens, muitos deles vindos de diferentes partes dos Estados Unidos e do Canadá.
Aprendi com meus pais o valor da educação e da leitura, e é isso que procuro transmitir todos os dias às crianças. Meu pai era advogado e estava sempre mergulhado em livros. Minha mãe, professora, chegou a ter uma escola própria. Seguir a profissão dela se tornou algo natural para mim. Hoje, olhando para trás e lembrando de tudo o que vivi na Chapel, tudo o que sinto é alegria e orgulho pelo privilégio de contribuir com o meu trabalho na formação dos meus queridos alunos. É gratificante saber que aqueles pequeninos de outrora estão espalhados pelo mundo, exercendo as mais diversas atividades profissionais.