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Memórias de meus 30 anos de Chapel

Por John Morrison Fotos: Fernanda Caires

Passei os últimos trinta anos lecionando na Chapel School, e muita coisa mudou nesse período, começando pela minha própria aparência física.

Trinta anos atrás, comecei a trabalhar com um diretor chamado Gerry Gates. O Sr. Gates percebeu que, para a Chapel School ser uma instituição de ensino forte e respeitada, primeiro, precisava ser financeiramente estável.

Então, começou a remodelação, reconstrução e reinvenção de uma escola rústica. Este não foi um projeto pequeno. A Chapel modernizou suas salas de aula, criou laboratórios de informática, além de construir um refeitório sofisticado e uma biblioteca agradável. A lista não tinha fim – novos campos de futebol, prédios de ECEC e internet de alta velocidade. Em comparação aos dias atuais, que contam com diversas fontes online e impressas, quando comecei na Chapel, tínhamos um jornal semanal impresso, vindo dos Estados Unidos, que você podia ler na biblioteca – se você tivesse a sorte de conseguir o único exemplar com antecedência da bibliotecária Sra. Rogers.

A Chapel se transformou no belo campus que temos hoje e, durante esse tempo, trabalhei ao lado de muitos profissionais talentosos, pois trata-se de uma instituição que tem a capacidade de encontrar professores, assistentes, secretárias, técnicos e pessoal de manutenção eficazes e que se orgulham de seu trabalho. Mas esta história não acabou. Quando a pandemia chegou, nós, da Chapel, tivemos de enfrentar novos desafios. Nossa equipe administrativa trabalhou horas extras para nos apoiar e para que pudéssemos enfrentar esse desafio. A Chapel floresceu, como mostra nosso número de matrículas.

Em uma nota pessoal, fico bastante satisfeito com todos os alunos a quem ensinei e com quem compartilhei uma risada ao longo dos anos, e nada pode ser melhor do que reencontrar exalunos. Estou feliz por ser uma parte da história da Chapel School.

Desejo tudo de bom nos próximos 75 anos!

PROFESSORES DA CHAPEL DESTACAM-SE NA AMISA 2022

De 24 a 26 de março, quinze professores da Chapel apresentaram nove oficinas na conferência anual de educadores da AMISA (American International Schools in the Americas), entidade cuja missão é aprimorar constantemente a qualidade da educação em 63 escolas associadas. Sediada em São Paulo, a edição deste ano teve como tema “Ciência da Aprendizagem: Educando Corações e Mentes”, e contou com a participação de mais de 400 educadores, de 32 escolas internacionais, provenientes de doze países. Nos três dias de evento, as conferências foram ministradas por consultores convidados e por educadores em 115 oficinas de aprendizagem, tendo os professores da Chapel se destacado na apresentação de seus trabalhos.

Sob o título “Ficar sem ler? Deus me LIVRO!”, a apresentação da professora do 4º ano Daniela Hayashida tratou de como a Neurociência e as metodologias ativas favorecem as construções neurais durante a leitura, contribuindo para um desempenho cognitivo salutar. “Um dos objetivos foi pensar a leitura, em suas diferentes vertentes, como prática social de inserção no mundo com vistas à formação de leitores críticos, baseada na cognição corporificada, já que a emotividade reforça os caminhos neurais, facilitando o processo de aprendizagem”, explica a professora. Ela comenta que os resultados ultrapassaram suas expectativas: “A sala estava lotada e, durante o workshop, teve choro de emoção, risos, aplausos, compartilhamentos, trocas e muita leitura. Após a oficina, recebi muitos e-mails e outras mensagens; devolutivas positivas que me trouxeram a sensação de dever cumprido. Participar da AMISA comprovou que, quando nos permitimos aprender, coisas incríveis acontecem!”.

As colegas de Português do 3º ano Flavia Tacchini e Paula Busso mostraram como, em pouco tempo, conquistaram seus alunos no retorno às aulas presenciais por meio de um projeto de aprendizagem da letra cursiva. Na apresentação “Readaptação socioemocional por meio da aprendizagem da letra cursiva”, as professoras envolveram os participantes, que se identificaram com o tema e certamente o levarão para suas escolas. “Nossa apresentação foi muito divertida e natural. Havia pessoas de muitas escolas internacionais de todo o país, e todas elas estavam realmente engajadas nas atividades e compartilharam muito de suas experiências com a letra cursiva em suas escolas”, comenta

Ms. Busso. “Ao desenvolvermos esse projeto na Chapel, trouxemos os alunos de volta para o mundo do papel, do caderno e do lápis, e os despertamos para a escrita cursiva”, explica Ms. Tacchini, complementando: “No workshop, mostramos o quanto a letra cursiva está presente em nosso dia a dia. Definitivamente, ela não se resume apenas a um treino ortográfico; trata-se de uma prática que promove inúmeros benefícios ao cérebro”. As professoras encerraram a apresentação satisfeitas e felizes pela oportunidade de dividir seu trabalho com colegas de outras escolas.

Ao tratar do sensível campo da disciplina escolar, a apresentação “Community Building Approaches to Discipline” (Abordagem Restaurativa para Disciplina), das professoras do 3º ano do Elementary School Carolina Cimino e Melissa Kassner e do dean of students do High School, Colin Weaver, mostrou uma abordagem diferente para um problema comum. Nela, alunos do High School envolvidos em situações disciplinares, após orientação dos professores, passam a participar das aulas do Elementary School, auxiliando os estudantes mais novos durante o período de aprendizagem. “Tal abordagem está alinhada com nossa Disciplina Positiva e o objetivo é garantir que alunos com questões disciplinares sejam responsáveis e retribuam isso de forma positiva à comunidade. Essas práticas disciplinares também estão alinhadas com as práticas de Justiça Restaurativa”, explica Ms. Cimino.

De acordo com Ms. Kassner, quando os alunos do High School passam pelo processo de reparação, inserindo-se em atividades de construção da comunidade junto a crianças do Elementary, este é um cenário em que todos saem ganhando. “Trabalhando juntos, ambos os grupos melhoram em aprendizado, autoconfiança, e o impacto disso em nossa comunidade resulta altamente positivo”. Mr. Weaver também afirma, complementando: “Embora façamos o possível para trabalhar preventivamente a disciplina atitudinal, chega um momento em que outras medidas devem ocorrer. No entanto, podemos garantir que as consequências disciplinares, se bem pensadas, podem mudar a vida escolar”. O público presente ficou impressionado com os resultados positivos alcançados após poucos meses de implantação desse programa na Chapel.

Em “Cultivando a criatividade na sala de aula”, as professoras Karina Wenda (Educação Maker) e Sylvia Almeida (Artes) apresentaram estratégias em que o uso da criatividade é fundamental para aumentar o engajamento e o sucesso do aluno. “Os participantes vivenciaram o processo de criação de novas experiências de aprendizagem que poderiam ser aplicadas no ensino de disciplinas específicas ou em aulas transversais”, contam Ms. Almeida e Ms. Wenda. Segundo o World Economic Forum Report 2020, cerca de 65% dos estudantes que acabaram de entrar no ensino fundamental exercerão uma carreira futura que ainda não foi descoberta. “Pensando que eles se tornarão os líderes que nos levarão para a próxima era, os alunos de hoje precisam de um conjunto de habilidades transferíveis que possam ser aplicadas em quase todos os ambientes para serem bem-sucedidos. Muitos especialistas em educação definem as habilidades do século 21 como competências que devem ser dominadas para colaborar criativamente e resolver problemas em uma economia global”, complementam.

Durante o workshop, as professoras planejaram uma estrutura dinâmica com muitas atividades práticas, apoiadas pela teoria, para que os participantes pudessem usá-la imediatamente em suas salas de aula. O público também recebeu um QR code para acessar todo o conteúdo da apresentação, contemplando tanto as atividades quanto a teoria embasadora dos recursos. “Além do orgulho de representar a Chapel na conferência, tivemos a oportunidade de aprender com profissionais de destaque, além de estabelecer conexões significativas com diversos colegas que também buscam um modelo inovador de educação”, finalizam Ms. Almeida e Ms. Wenda.

A professora de inglês do High School Renata Meints participou da AMISA com a apresentação “Diversão na sala de aula - Animal Farm, Pink Floyd e Twitter”, em que discorreu sobre a abordagem multimodal aplicada aos alunos da Chapel para trabalhar o livro Animal Farm, de George Orwell. “Já utilizo esses recursos desde o ano passado, juntando conexões com o álbum Animals, do Pink Floyd, e a criação de possíveis interações dos personagens com políticos e figuras públicas no Twitter”, conta. Ela diz que, durante o evento, as interações com os colegas foram valiosas: “Nas conversas posteriores à apresentação, senti que havia feito uma diferença no jeito que as pessoas veem o ensino de literatura”. Ms. Meints vai guardar ótimas recordações da conferência. “Foi ótimo poder participar. Além das interações preciosas, tive a chance de estar presente em um minicurso sobre diversidade e inclusão que foi um divisor de águas na minha visão desses dois fatores tão importantes na vida em comunidade e na escola em geral”, complementa.

De acordo com o professor de História Bryan Sanders, “Estrangeiros, quando chegam a um novo país, às vezes lutam para se conectar com os corações e mentes das comunidades escolares locais”. Sua apresentação na AMISA: “Promovendo conexões

culturais significativas entre comunidades escolares e

professores do exterior”, foi baseada nessa premissa.

Segundo ele, “alguns professores se misturam, alguns se identificam como expatriados (e não se ramificam) e alguns assumem seu papel de estranhos em uma terra estranha, mas não precisa ser assim”. Em sua palestra, Mr. Sanders forneceu detalhes de como os novos professores estrangeiros podem se conectar com seus colegas e alunos – bem como é possível criar um espaço para administradores e funcionários aprenderem a como se conectar e a fazer com que esses recém-chegados se sintam incluídos e seguros. Os resultados

“UM DOS OBJETIVOS FOI PENSAR A LEITURA, EM SUAS DIFERENTES VERTENTES, COMO

PRÁTICA SOCIAL DE INSERÇÃO NO MUNDO COM VISTAS À FORMAÇÃO DE LEITORES

CRÍTICOS, BASEADA NA COGNIÇÃO CORPORIFICADA, JÁ QUE A EMOTIVIDADE

REFORÇA OS CAMINHOS NEURAIS, FACILITANDO O PROCESSO DE APRENDIZAGEM”

foram empolgantes. Minha participação validou muitas das ideias que eu tinha sobre o que é ensinar no exterior, bem como os sentimentos correspondentes em relação à diversidade e ao ser emocional dos alunos”, finaliza o californiano que iniciou carreira docente em Los Angeles, e está há doze anos lecionando no Brasil, depois de ter atuado em escola no Japão.

Na apresentação “Readerpreneur: construindo uma

comunidade de leitura e escrita centrada no aluno

em sua classe”, os professores Maxine Rendtorff e Francis Koolman compartilharam recursos, conhecimentos e experiências sobre como, em uma sala de aula, estruturar e implementar sistemas que fomentem o amor pela leitura e pela escrita de maneira significativa e autêntica, nutrindo uma comunidade de leitores e escreventes com o aluno como protagonista. De acordo com Ms. Rendtorff, os professores de outras escolas ficaram agradecidos, e todos puderam compartilhar boas práticas: “Eu me senti muito grata por fazer parte dessa experiência, enquanto prospero, aprendendo novos conceitos e práticas que estão sendo aplicados para que eu possa adaptá-los ao contexto da nossa comunidade Chapel. Também adoro aprender sobre as coisas incríveis que estão acontecendo nas salas de aula e nas escolas ao redor do mundo, a fim de que eu seja uma professora melhor e mais inspiradora para todos os meus alunos e comunidade”. Mr. Koolman concorda com a colega, acrescentando que o feedback da apresentação foi extremamente positivo, com o público fazendo um brainstorm: “Os professores presentes discutiram ideias para implementarem a mesma cultura de leitura em suas salas de aula. Foi uma maneira incrível de nos conectarmos com outros educadores e compartilhar ideias”.

“Cultivando uma mentalidade matemática por meio de

projetos, paixão, colegas e brincadeiras (enquanto ainda

abrange seus padrões/currículo)” foi o tema do workshop do professor Caio Gragnani, cuja apresentação reuniu um grande e diversificado grupo de professores, que se engajaram e compartilharam experiências práticas capazes de enriquecer a rotina do aprendizado da matemática. O trabalho de Mr. Gragnani tratou do envolvimento dos alunos com a matemática por meio de projetos, mantendo o desafio de atender às exigências de diferentes currículos (no caso da Chapel, os currículos brasileiro, internacional e IB) e a necessidade de o aluno praticar para desenvolver a fluência processual na disciplina. “Foi muito enriquecedor. Senti um forte espírito de colaboração e companheirismo entre os colegas, pois todos estavam lá para o mesmo propósito: avançar na educação e preparar melhor tanto nossos alunos como a nós mesmos. Pude sentir que todos compartilham nossa fé na educação”, avalia.

As professoras de Educação Física Caroline Boscariol e Carolina Hernandez apresentaram a palestra “Estratégias

para promover a solução independente de problemas

pelos alunos”, na qual discutiram técnicas utilizadas em sua área que podem ser aplicadas transversalmente no currículo, a fim de promover a autonomia dos alunos para que resolvam entre si problemas sem a necessidade da intervenção de um adulto. De acordo com Ms. Boscariol, a apresentação contou com grande audiência e a resposta dos participantes foi incrível: “Os professores nos deram um feedback muito positivo sobre as estratégias e disseram estar ansiosos para experimentá-las nas disciplinas que lecionam”. Para Ms. Hernandez, a participação na conferência foi muito significativa: “Foi muito bom e gratificante ter a oportunidade de compartilhar nosso conhecimento com outros educadores”.

Odia do aniversário da Chapel, em 8 de dezembro, encerrará um semestre festivo com, pelo menos, quatro grandes eventos que celebrarão os 75 anos do colégio. Em todos eles, os alunos serão contemplados com brindes e presentinhos, surpresas que estão guardadas a sete chaves pelos organizadores. Na prática, as comemorações tiveram início em maio, quando os formandos do 6º e do 12º ano receberam, respectivamente, as flâmulas de cetim e de feltro lançadas especialmente para marcar a data.

Em setembro, a tradicional Feira de Livros terá edição especial. De 14 a 17, acontecerá o evento tão aguardado pela comunidade escolar, com os estandes de vendas de livros importados oferecidos a preço de custo, estandes de livros nacionais e o já tradicional sebo promovido pelos alunos do grêmio estudantil (StuCo). Nos três primeiros dias, estudantes de todas as séries e divisões participarão de rodas de conversas com escritores, de oficinas criativas, além de assistirem a performances e apresentações relacionadas ao tema da feira: “Quem lê pensa fora da caixa”. Remetendo à criatividade, serão abordadas as mais diversas áreas do conhecimento, das artes às ciências, e os alunos serão estimulados a desenvolver a imaginação e a inventividade. No sábado, dia do encerramento, a feira será aberta para as famílias, que poderão participar de workshops de Learning Innovation, contação de histórias, show musical, e também prestigiar o lançamento da mais recente edição do Cookbook, livro de receitas da Chapel (ver box).

O Dia das Crianças será comemorado em 11 de outubro e também comporá o calendário de festividades dos 75 anos, com atividades especialmente programadas para os alunos guardarem ainda mais memórias felizes do colégio. No mês seguinte, o Thanksgiving, dia 24 de novembro, será comemorado com um almoço especial para os pais. No cardápio, haverá pratos tradicionais do dia de ação de graças e o momento contará com muitas surpresas.

O encerramento das festividades de aniversário será em 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora Imaculada e aniversário do colégio. Além de uma missa especial de celebração pelos 75 anos do colégio – que nasceu em uma capela e hoje congrega mais de 700 estudantes de dezenas de nacionalidades –, estão programadas várias atividades para celebrar a união de todos os membros que hoje compõem a família Chapel School.

EDIÇÃO AMPLIADA DO COOKBOOK É LANÇADA NA BOOKFAIR

Para alegria da comunidade escolar que aguardava ansiosamente o retorno do livro de receitas da Chapel, a boa notícia é que uma nova edição será lançada no dia do encerramento da Book Fair, em 17 de setembro. Ampliada com dicas culinárias imperdíveis, o livro reúne as receitas mais apreciadas pelas famílias, incluindo várias delícias que podem ser preparadas até mesmo pelas crianças.

Na ocasião, as autoras e nutricionistas Flora Spolidoro e Marcia Berkowitz estarão presentes, autografando os livros e oferecendo mimos ao público. “Estou muito feliz com o lançamento da nova edição do Chapel Cookbook, pois, quando temos prazer naquilo que fazemos, é com muita alegria que dividimos essas receitas com toda a comunidade. E agora, com as dicas culinárias, tenho certeza de que o livro vai estimular e ajudar muitas pessoas a se aventurarem cada vez mais na cozinha”, comemora Ms. Berkowitz.

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