Nossas Notícias - Edição 194

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EDITORIAL

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ueridos irmãos e irmãs, leitores e leitoras do Nossas Notícias. Nesta oportunidade, saúdo a todos(as) no desejo de que este vos encontre bem, com saúde e paz. O Padre de Mazenod, preocupado com a realidade da época, convidou os seus companheiros “a viver juntos como irmãos” e “a imitar as virtudes e os exemplos do nosso Salvador, Jesus Cristo, sobretudo por meio da pregação da Palavra de Deus aos pobres”. Seu ideal era que juntos pudessem comprometer-se sem reservas com o trabalho das missões, vinculando-se por votos religiosos. Durante a noite de Quinta-feira Santa, antes da benção sacramental, o Padre Eugênio de Mazenod e o Padre Tempier reciprocamente fizeram votos de obediência, no desejo de viver em comunidade os conselhos evangélicos em vista da missão. Todos os anos, temos a graça de fazer a experiência quaresmal seguindo os passos do Cristo Jesus, que nos propicia a verdadeira alegria em participar da glória de Sua ressurreição. No Tempo Pascal, por meio dos textos litúrgicos, somos convidados a seguir o itinerário apresentado pelo próprio Ressuscitado. Momento importante na vida da Igreja, que recorda a bonita caminhada do povo de Deus que celebra a grande festa da luz que brilha para todos e permanece sempre no meio de nós. O povo exultante canta em alta voz: “Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória” (Ex. 15). Todos os anos, no dia 8 de março, fazemos memória do Dia Internacional da Mulher. Momento de recordar todas as vítimas de violência e nos prontificarmos a fazer algo de concreto para transformar essa triste realidade. Infelizmente, essa luta deve ser constante, uma vez que, ainda hoje, muitas mu-

lheres são escravizadas ou forçadas a realizar trabalhos que estão fora do seu limite físico e/ou mental. A Província do Brasil acolhe com muita alegria o jovem pós-noviço Walter, do Peru. Ele vem para estudar Teologia, sendo parte da comunidade do Escolasticado do Brasil. Desejamos que tenha êxito nos estudos acadêmicos e uma bonita experiência junto ao povo brasileiro no seu trabalho pastoral missionário. O projeto Social Tabor, mantido pela Província do Brasil, passa a atender em uma nova sede. Um espaço mais amplo oferecendo aos funcionários e assistidos uma melhor qualidade em suas atividades. Vocês poderão acompanhar a coluna fixa “Oblatologia”. Nesse espaço terão contato com a história do fundador e poderão conhecer um pouco mais do carisma de nossa congregação. No dia 17 de janeiro de 2021, na celebração eucarística, os oblatos entregaram a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Tiradentes, em Aparecida de Goiânia (GO). Foram anos de presença e dedicação pastoral missionária nessa área. Sem dúvida, vários oblatos que passaram por lá deram sua contribuição para a construção do Reino de Deus junto ao povo daquele bairro. Nossa gratidão aos leigos e leigas que caminharam conosco nestes anos de missão. Nosso fraterno agradecimento a Dom Washington Cruz, CP que nos últimos anos confiou aos oblatos aquela área missionária. Na Semana Santa, a Igreja celebra os mistérios da salvação levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias de sua vida, a começar pela sua entrada messiânica em Jerusalém. No contexto de pandemia somos obrigados a realizar as celebrações da Semana Santa de for-

ma bem diferente daquela de costume, precisamos usar da criatividade para não deixar que esse momento bonito na vida cristã passe sem uma digna atenção. No dia 30 de janeiro de 2021, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Sumaré (SP), tivemos a alegria de celebrar a ordenação diaconal de três irmãos de nossa congregação: Emmanuel, Gabriel e Jhordan. Nossa gratidão a Dom João Kot, OMI, bispo de Zé Doca, no Maranhão, que aceitou o convite para presidir essa celebração. Agradecemos também a todas as pessoas da Paróquia Nossa Senhora Aparecida que contribuíram na organização, proporcionando uma celebração orante e uma bonita confraternização. Pedimos ao Pai de Bondade que continue nos animando e indicando que caminhos devemos seguir para trilharmos com fidelidade os passos de Seu Filho, Jesus, “caminho, verdade e vida”. Pela intercessão de Santo Eugênio e a maternal proteção de Maria Imaculada, Deus vos abençoe hoje e sempre. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! E Maria Imaculada. Pe. Lindomar Felix da Silva, OMI. Provincial

EXPEDIENTE

OMI – NOSSAS NOTÍCIAS Tiragem: 1.000 exemplares | Edição: Agência Minha Paróquia | Supervisão: Conselho da Província do Brasil Banco de Imagens: Freepik e Unsplash | Contato: nossasnoticias@oblatos.com.br

O Jornal “OMI – Nossas Notícias” é uma publicação dos Oblatos de Maria Imaculada – Província Brasil, dirigida aos seus membros e leigos. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores e não representam necessariamente a opinião do jornal, de seus membros e da Congregação. É permitida a reprodução das matérias e artigos desde que previamente autorizada por escrito pela supervisão e com crédito em fonte.

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Rua Padre Marchetti, 596 – Ipiranga – CEP 04266-000 São Paulo, SP Tel.: +55 11 2063 3955

OBLATOS MISSIONÁRIOS OBLATOS PROVÍNCIA www.omi.org.br DE MARIA IMACULADA BRASIL


DESPEDIDA

OBLATOS DE MARIA IMACULADA SE DESPEDEM DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO OS MISSIONÁRIOS ESTAVAM HÁ OITO ANOS À FRENTE DA PARÓQUIA, LOCALIZADA NO BAIRRO TIRADENTES, EM APARECIDA DE GOIÂNIA (GO)

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o dia 17 de janeiro de 2021, a Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada (OMI) se despediu da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Tiradentes, em Aparecida de Goiânia (GO). A congregação estava há oito anos à frente da paróquia e tinha como pároco o Padre João Altino Barbosa. Agora, a paróquia passa a ser administrada pela Arquidiocese de Goiânia e terá como administrador paroquial o Padre Nelson Alves de Oliveira. A Missa de despedida foi presidida pelo provincial da Província Oblata do Brasil, Padre Lindomar Félix da Silva. Concelebraram o Padre João Altino e o Padre Jaime Gibbons, que também representou o arcebispo de Goiânia. Durante a homilia foi lida uma carta enviada por Dom Washington Cruz direcionada à comunidade e aos padres oblatos de Maria Imaculada. Na carta, o arcebispo agradece ao trabalho da congregação e manifesta o seu desejo de estar presente naquele momento. “Era meu desejo estar aí, para agradecer pessoalmente em meu nome e da arquidiocese o zelo pastoral com que cuidaram da maior parte de Aparecida de Goiânia. Não sendo possível, venho por meio desta breve mensagem renovar ao senhor [Padre Lindomar Félix da Silva], e aos seus confrades, nossa gratidão enquanto Igreja particular por tantas sementes do Reino aqui espalhadas, por muitos frutos que têm aqui colhido”. A carta feita pelo arcebispo lembrou ainda dos sacerdotes oblatos que já se encontram na presença de Deus Pai: “Que o Senhor lhes recompense e lhes dê o descanso eterno”. Ao fim da Missa, o pároco, Padre João Altino, agradeceu à comunidade pela parceria e pelo carinho que tiveram com ele e seus confrades ao longo de todos os anos que estiveram à frente da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Os paroquianos agradeceram pela dedicação dos padres e pontuaram: “O melhor presente que podemos oferecer a vocês é a nossa oração”. Dessa forma, todos os presentes rezaram um Pai-Nosso e uma Ave-Maria direcionadas aos oblatos ali presentes.

UMA HISTÓRIA DE DEDICAÇÃO À ARQUIDIOCESE DE GOIÂNIA

Para homenagear e agradecer o trabalho da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada em Aparecida de Goiânia, o jornal Encontro Semanal visitou a residência dos sacerdotes oblatos que fica localizada no Jardim Alto Paraíso, em Aparecida de Goiânia. Fomos www.omi.org.br

recebidos pelo Padre Jaime Gibbons, que nos contou um pouco da história da congregação em Goiás e de modo especial narrou o trabalho que os oblatos desenvolveram na Arquidiocese de Goiânia. Para começar a falar dos Oblatos de Maria Imaculada, temos de entender a sua história. A Congregação Missionária foi fundada na França, em 1816, por Santo Eugênio de Mazenod. No ano de 1945, quatro padres americanos chegaram ao Brasil, mais especificamente à cidade de São Paulo (SP), para iniciar o trabalho missionário dos oblatos no país. Já em Goiás, a missão dos oblatos começou no ano de 1962, quando um grupo de padres irlandeses iniciou o trabalho missionário na Diocese de Jataí. 3


Já à Arquidiocese de Goiânia os missionários chegaram no ano de 1984. Eles tinham o objetivo de começar uma casa de formação para sacerdotes e conhecer o primeiro arcebispo dessa arquidiocese, Dom Fernando Gomes dos Santos, que naquele momento tinha uma boa fama por todo o Estado de Goiás. Após uma conversa com os oblatos e tomando conhecimento dos planos dos missionários, Dom Fernando ofereceu uma paróquia a eles. A paróquia oferecida era localizada no Setor Universitário, região central da capital goiana, porém, os padres missionários revelaram ao arcebispo a vontade de realizar um trabalho na periferia da arquidiocese. Com a ajuda do Padre Alaor Rodrigues, os Oblatos de Maria Imaculada assumiram a Paróquia São João Batista, no Setor Garavelo,

que, na época, pertencia a Goiânia. De acordo com Padre Jaime Gibbons, a dedicação do Padre Alaor Rodrigues foi de grande ajuda para que os primeiros oblatos se estabelecessem na arquidiocese. Com o passar do tempo, e observando o trabalho dos oblatos, o arcebispo também designou missionários para o município de Aragoiânia. Segundo Padre Jaime Gibbons, a Paróquia São João Batista cresceu com a expansão do município de Aparecida de Goiânia: “Entre os anos de 1984 e 2011 chegamos a ter em torno de 48 comunidades na paróquia”. O padre que está em missão em Aparecida de Goiânia desde 2001 relata que, no ano de 2011, os oblatos tiveram uma reunião com Dom Washington na qual entregaram à arquidiocese em torno de 24 comunidades, que originaram diversas paróquias.

Hoje, os oblatos são responsáveis pela Paróquia Santo Eugênio de Mazenod, no Residencial Caraíbas, também em Aparecida de Goiânia. Possuem também uma casa de formação no Jardim Alto Paraíso que funciona para despertar a vocação nos corações daqueles que pensam em seguir a vida sacerdotal. Depois de passar por essa casa, os jovens que decidirem seguir a vocação são encaminhados para Recife (PE) para continuar seus estudos. Em seu tempo de missão na Arquidiocese de Goiânia, a congregação já conseguiu despertar diversas vocações. Ao fim da entrevista, o padre agradeceu ao arcebispo de Goiânia pelo carinho e pela parceria com os Missionários de Maria Imaculada. Suzany Marques (jornal Encontro Semanal, Arquidiocese de Goiânia)

LITURGIA

ESPIRITUALIDADE DO TEMPO PASCAL “MAIS QUE COMUM DOS DIAS, OLHEI O MAIS QUE PUDE OS ROSTOS DOS POBRES, GASTOS PELA FOME, ESMAGADOS PELAS HUMILHAÇÕES, E NELES DESCOBRI TEU TEU ROSTO, CRISTO RESSUSCITADO!”

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ara homenagear e agradecer o trabalho da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada em Aparecida de Goiânia, o jornal Encontro Semanal visitou a residência dos sacerdotes oblatos que fica localizada no Jardim Alto Paraíso, em Aparecida de Goiânia. Fomos recebidos pelo Padre Jaime Gibbons, que nos contou um pouco da história da congregação em Goiás e de modo especial narrou o trabalho que os oblatos desenvolveram na Arquidiocese de Goiânia. Todos nós batizados somos portadores da alegria da ressurreição, tendo agora a possibilidade por meio de Cristo de também ressuscitarmos para uma vida nova. Em Cristo tudo se faz novo, Ele não cansa de Se oferecer a cada um de nós e de vivificar nossa existência. O Cristo que Se fez pobre e obediente até à morte na cruz recebe do Pai poder e glória com Sua ressurreição e agora então, vencendo a morte, nos prova que também 4

podemos vencer toda dor humana, toda exclusão social e todas as dificuldades inerentes à condição humana. Contudo, já não estamos mais sozinhos e nem temos o que temer, pois o próprio Cristo é nossa maior esperança de ressurreição. O mesmo Senhor Ressuscitado que caminhou com os apóstolos, que presenciou o cotidiano dos seus seguidores, também está no meio de nós, caminha conosco e nos convida a sermos testemunhas da ressurreição em nosso cotidiano, promovendo a justiça social e encorajando a renovação da sociedade para uma vida mais justa e fraterna. Que o Cristo vencedor da morte renove nossas vidas, vocações e missões. Juntos, lutemos para superar os sinais de morte em nossa sociedade, que o Cordeiro Pascal nos traga esperança de dias melhores com as luzes de sua Sua ressurreição. Pré-noviço Adriano Júnior

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CELEBRAÇÃO

ESPECIAL

OBLAÇÃO PERPÉTUA DO IRMÃO JHORDAN DE SIMONE LIMA, OMI

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de janeiro é um dia muito especial para a Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, pois é a data em que a congregação foi fundada por Santo Eugênio de Mazenod (em 1816). Comemorando este dia de graça, hoje, 25 de janeiro de 2021, a Província do Brasil se alegra com a oblação perpétua do Irmão Jhordan de Simone Lima, OMI. Por isso os oblatos da Região Sudeste (São Paulo) se reuniram, às 19 horas, na Diocese de Campo Limpo, Paróquia Santo Eugênio de Mazenod, na comunidade Santo Antônio, onde foi celebrada uma Missa presidida pelo provincial do Brasil, Padre Lindomar Felix da Silva, OMI. Nessa Missa, na presença de seus irmãos oblatos, o Irmão Jhordan fez a profissão de seus votos perpétuos. Além da sua família religiosa, seus pais e outros membros da sua família biológica também estavam presentes. Outros que também testemunharam o acontecimento foram seus amigos e amigas, religiosos e religiosas, seminaristas e outros convidados. Unidos ao nosso Irmão Jhordan, pedimos a intercessão da nossa Mãe, a Virgem Maria, para que ele possa sempre permanecer com Jesus na doação da sua vida. Amém! Irmão Emmanuel Iorbee, OMI. Crédito das fotos: Pascom da Paróquia Santo Eugênio de Mazenod.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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Dia Internacional da Mulher não significa de forma alguma um dia no qual a mulher deve ser lembrada pela sua importância, pois importante somos todos e não necessitamos de um dia para que nos recordemos disso. O que lembramos nesse dia é a coragem das mulheres que saíram do seu anonimato e gritaram ao mundo dizendo “Eu existo e mesmo que com características próprias do meu ser feminino sou igual a você”, ou seja, elas despertaram o mundo para a sua existência e para sua essência. É da transformação interior de cada mulher, do fato de que a própria mulher começa a se enxergar de maneira diversa, que o mundo também é obrigado a despertar para ela. A perspectiva sobre a mulher, então, começa a mudar em alguns contextos. E mais uma vez o mundo é transformado pela força da mulher, assim como um dia foi transformado pela força interior de Maria. Sim, pela força, pois, olhar para dentro de si e perceber que por meio dela poderão se realizar grandes coisas é a manifestação de uma grande força. Convido cada mulher a lembrar desse dia como um dia a ser celebrado pela sua capacidade de mudar as coisas ao seu redor a partir de dentro. A voltar para si mesma com um olhar de amor, misericórdia, compaixão. A olhar para si como um ser maravilhoso no qual o próprio Deus pousa o Seu olhar. Ainda que em muitos contextos a mulher não seja devidamente reconhecida, é importante lembrar que só você, mulher, pode trazer ao mundo e ao ambiente em que vive a força, os traços e a graça que habitam em você e que poderá fazer em Cristo “novas todas as coisas”. Ir. Silvia Cristina Maia, CR.

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PROFISSÃO

CHEGADA DO IRMÃO WALTER QUISPE ANTONIO, OMI AO BRASIL, 2020

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epois de uma bela experiência no noviciado na Guatemala em 2019, com tudo o que aconteceu – a pandemia da covid-19–, nosso Irmão Walter Quispe Antonio, OMI concluiu com sucesso seu noviciado e professou seus votos. Logo, por não ter voos por conta da pandemia, ficou alguns meses na Guatemala, retornando ao Peru em outubro de 2020 e despachando a documentação correspondente para realizar seus estudos teológicos no escolasticado do Brasil. Aqui no Brasil foi recebido e acolhido pelo seu irmão de nacionalidade peruana, Irmão Luis Bustamante, OMI, que foi buscá-lo no aeroporto, junto com o Irmão Jordhan Lima, OMI, de nacionalidade brasileira, que providenciaram para guiá-lo em sua chegada no país irmão, o Brasil. Nosso Irmão Walter, chegando, no dia 12 de novembro de 2020, começou a se integrar à comunidade do pós-noviciado Santo Eugênio de Mazenod, com grande facilidade de convivência com outros irmãos da comunidade e de diversas nacionalidades. De fato, o pós-noviciado ficou muito grato por receber o novo irmão. Da mesma forma foram realizados os trâmites para os seus estudos de língua portuguesa, com o auxílio do reforço em casa do Irmão Rivaldo Carvalho, OMI. Agradeço à Província do Brasil, que está sempre pronta para receber outros irmãos e apoiar financeiramente estudos teológicos para outras delegações e províncias de oblatos.

É uma alegria ter outro irmão aqui no Brasil, onde pode continuar a desenvolver-se humana, espiritual e pastoralmente na vida consagrada e missionária. Despeço-me com um abraço fraterno em Cristo e Maria. Ir. Luis Bustamante, OMI.

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POLÍTICA

“A POLÍTICA CONSISTE EM ESCOLHER ENTRE O DESAGRADÁVEL E O DESASTROSO” (JOHN K. GALBRAITH) ELEIÇÕES E O CENTRÃO”. Ele sempre esteve no comando do Brasil. Quando Tancredo Neves morreu, em 1985, lá estava José Sarney para assumir o poder. Quando Collor sofreu o impeachment em 1992, lá estava Itamar Franco para assumir seu lugar. No Rio de Janeiro (RJ) o Centrão ganhou, como também em Belo Horizonte (MG). As forças que sempre dominaram a política brasileira estão novamente fortalecidas e recompostas e não irão a lugar nenhum. O Centrão é uma coalizão de interesses que só aprova alguma coisa à custa de transferência de renda para o seu Estado. Por exemplo, uma determinada estatal. O Centrão nunca perde e nunca ganha; ele sempre está lá, ao lado direito da cadeira presidencial. Nas últimas eleições, o bloco dos partidos considerados de esquerda, PT, PDT, PSB, PCdoB, Rede e Psol, perdeu posições em relação ao ciclo anterior. Em 2016, eles haviam conquistado 1.088 prefeituras; em 2020, foram 795. Seja qual for o resultado do segundo turno, pouca mudança haverá naqueles números. Das 95 cidades com mais de 200 mil eleitores (portanto, cidades grandes), 57 voltarão às urnas; a esquerda está em 28 dessas cidades. O PT é a legenda que disputa mais returnos.

MULHERES E A POLÍTICA. O MDB elegeu 107 prefeitas; o PSDB, 53; o PT, 23. Do total de prefeitos eleitos, apenas 12% são mulheres. Vencedora do Miss Brasil 2020, que ainda existe, a gaúcha Julia Gama fala alemão, espanhol, inglês e… mandarim! E ela ainda cursa Engenharia Química.

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VACINA OBRIGATÓRIA OU NÃO. “A cidade apresenta um aspecto tristíssimo, de verdadeira praça de guerra.” Assim noticiou O Estado de S. Paulo, em 15 de novembro de 1904, a situação no Rio de Janeiro (RJ), em meio à onda de protestos violentos que marcaram a Revolta da Vacina. O motim durou seis dias, levou à decretação de estado de sítio e resultou em 30 mortos, 110 feridos, 945 prisões e 461 pessoas deportadas. A revolta teve como estopim as exaltadas discussões sobre a lei que tornou obrigatória a vacinação contra a varíola. O coordenador do projeto era Osvaldo Cruz; o presidente, Rodrigues Alves, que veio a falecer por causas outras que a vacina; o prefeito, Pereira Passos, que “modernizou” o Rio de Janeiro à custa da expulsão de inúmeras famílias para a periferia (o bairro atual do Leblon resultou disso). Foi Pereira Passos quem abriu as modernas avenidas do Rio; para isso, arrasou morros e colinas, o que re-

sultou em áreas como a Cinelândia e o aeroporto Santos Dumont.

FAVELAS E O RIO DE JANEIRO. Foram 80 favelas removidas entre 1962 e 1974. 140 mil moradores foram levados da zona sul para bairros da periferia, principalmente o Leblon, que era na época um enorme descampado. Disso tudo resultou a chamada Cruzada São Sebastião, fundada por Dom Hélder Câmara. Ele dizia que era preciso acabar com a mania de varrer os operários para longe das casas dos patrões. Foram dez blocos de apartamentos no coração do Leblon para abrigar a população expulsa dos seus lugares. A rigor, a ocupação dos morros cariocas vinha desde o fim da Guerra do Paraguai (1868), quando os combatentes voltaram, a grande maioria negros e ex-escravos, deixados ao deus-dará, sem nenhum plano de ajuda e de alocação. Padre Miguel Pipolo

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PROJETO SOCIAL TABOR

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O PROJETO SOCIAL TABOR ESTÁ DE CASA NOVA

á uma década, o Projeto Social Tabor contribui para o protagonismo das famílias por meio de apoio social e promoção de oficinas. A entidade, qualificada em serviços da proteção social básica, é mantido pelos Oblatos de Maria Imaculada. Desenvolve ações de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários voltados para famílias em situação de risco e vulnerabilidade social, com o objetivo de viabilizar o acesso as políticas públicas.

BREVE HISTÓRICO DO PROJETO

O Projeto Social Tabor é uma associação civil sem fins econômicos, fundado há mais de dez anos, na cidade de São Paulo (SP), e é mantido pela Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, Província do Brasil. Ao longo desses anos vem desenvolvendo ações para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários por meio do trabalho social apoiado pelas oficinas língua portuguesa para imigrantes e refugiados, arte e artesanato, canto e violão, e rodas de conversas temática nas áreas da Saúde, Direito Civil, Psicologia, apoio familiar e outras sugeridos pelos grupos. Destinado a pessoas e grupos em situação de risco e vulnerabilidade social na área central da cidade de São Paulo, o Projeto atende famílias moradoras do bairro da Liberdade e do Cambuci. A equipe técnica é composta pelo coordenador do projeto social, na pessoa Padre Sérgio de Santana, OMI, duas assistentes sociais, uma copeira, oficineiros e alguns voluntários que juntos implementam condições para a supe8

ração de conflitos, possibilitando a inclusão social e o acesso aos direitos e às políticas públicas, bem como o protagonismo dos atendidos. O Projeto Social Tabor nos últimos anos transformou-se num equipamento de referência no território nacional, tendo como consequência um grande número de solicitações de atendimento social e também dos serviços oferecidos nas oficinas. Em decorrência do aumento da demanda foi necessário pensar em um espaço mais amplo para o acolhimento dos usuários e o desenvolvimento das atividades para 2020. Com esse olhar cuidadoso e pensando em promover o acesso aos usuários e também respeitando a política de assistência social deu-se início à pesquisa para a locação de um imóvel com espaço mais amplo, ambiente acessível e acolhedor como preconizado na mencionada política, podendo, dessa forma, prosseguir com o desenvolvimento das atividades e atender às inúmeras necessidades dos usuários de forma mais abrangente.

Nesse ano atípico, devido à instabilidade política severamente afetada pela pandemia de covid-19 não só em nosso país, mas no mundo inteiro, os serviços voltados para o atendimento às famílias em situação de risco e vulnerabilidade social tiveram que se reinventar para o atendimento da demanda, o que não foi diferente para a equipe do Projeto Social Tabor. Assim como diversos seguimentos de mercado de trabalhos e serviços, adotamos o conceito de trabalho home office. Passada a fase mais grave da pandemia, conforme o Plano São Paulo, devido a algumas especificidades da atuação social adotamos os dois métodos de trabalho, home office e presencial por meio de agendamento prévio. Com isso, a demanda de atendimento às famílias, que já era excedente no projeto, aumentou ainda mais devido aos caos instalado pela pandemia de covid-19, o que resultou em um total de 53 atendidos, resultando em 2.356 atendimentos no ano de 2020 , sendo as principais ações orientações, encaminhamenwww.omi.org.br


tos para inclusão em benefício financeiro concedido pelo governo federal com o objetivo de fornecer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do novo coronavírus, apoio ao atendido para acesso à plataforma de ensino a distância para acompanhamento da educação dos filhos, encaminhamento e acesso a benefício eventual socioassistencial. Para darmos continuidade ao trabalho de atendimento às famílias e à comunidade, temos a satisfação de informar que o Projeto Social Tabor iniciou o ano de 2021 em novo endereço, em uma região de fácil acesso, sendo essa um território de extrema vulnerabilidade social na região central da Sé. Suas ações são primordiais para o território. Estamos atendendo na Rua Benjamin Constant, 61, conj. 62, Praça da Sé, Centro, São Paulo (SP), CEP 01016- 040. Márcia Cristina Siqueira Assistente Social Rita de Cássia - Assistente Social

RADICAL É SER MISSIONÁRIO OMI www.omi.org.br

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ORDENAÇÃO

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TRÊS OBLATOS SÃO ORDENADOS DIÁCONOS

o dia 30 de janeiro de 2021 foi realizada na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Sumaré (SP), a ordenação diaconal dos irmãos Jhordan, Gabriel e Emannuel. A celebração foi presidida por Dom João Kot, bispo da Diocese de Zé Doca (MA). A celebração contou também com a presença do Padre Lindomar Félix, OMI, provincial da Província Oblata do Brasil, como também de vários outros oblatos. A celebração foi acompanhada por várias pessoas na Igreja respeitando todos os protocolos sanitários na prevenção à covid-19. A celebração foi assistida também por várias pessoas por meio dos meios de comunicação social. Logo após a Missa foi realizado no salão paroquial um jantar de confraternização. Rogamos a Deus que esses nossos irmãos, agora ordenados diáconos da Igreja, sejam zelosos anunciadores da Palavra e que sejam homens do serviço, para o bem da Igreja e de todo o povo de Deus. Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Imaculada. Irmão Herbesson Luiz, OMI.

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SIGNIFICADO

O SIGNIFICADO DA SEMANA SANTA NUM CONTEXTO PANDÊMICO

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ão é novidade que o ano de 2020 foi atípico para todos nós. Penso que, ao verem os primeiros relatos de covid-19 no mundo, muitos sequer podiam imaginar que tal situação tão logo ganharia proporções globais e causaria tanta dor e destruições por onde passasse. A covid-19 não fez distinções! Afetou a todos, inclusive a Igreja. Tampouco é novidade que para essa, bem como para outros setores da sociedade, foi um longo e árduo caminho até que os primeiros sinais de adaptação à nova realidade fossem observados. Em tempos em que os cultos sagrados centralizaram-se – de certa forma – nos templos, a Igreja teve a oportunidade de resgatar a Igreja doméstica, reforçando a importância da casa e da família enquanto lugares de vivência e manifestação do sagrado. Talvez um dos maiores desafios da Igreja em relação à sua vida litúrgica tenha sido a vivência da Semana Santa de 2020, já que estamos falando de um dos períodos mais intensos, quando o assunto são celebrações litúrgicas. No período em que a Igreja é convidada a fazer memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus, ela precisou, também, experimentar a situação de abandono, bem como Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, penso que quando falamos desse abandono é interessante lembrar aquilo que o Papa Francisco falou em sua homilia do Domingo de Ramos, quando nos lembrou que Jesus experimentou esse abandono para se fazer solidário com todos nós. Ele abraçou o projeto do Pai, independente das consequências, em vista de um bem maior: a vida e esta em plenitude. Naquele momento, Jesus nos amou, de maneira que agora também nós somos convidados a amar. Assim, penso que essa Semana Santa atípica nos ensinou que, às vezes, o não estar com o outro é também uma forma de cuidar dele e amá-lo. Convidou-nos a viver o abandono em Deus, confiando que Ele sempre está conosco. Fomos convidados a, como Jesus, trilhar esse caminho marcado pela dor, pelo abandono, mas, acima de tudo, fomos convidados a ver a vida que brota de todo esse sofrimento por meio da ressurreição. Que esta pandemia que nos aflige tão fortemente possa continuar nos mostrando quanto a vida é frágil e precisa ser cuidada e amada. Que possamos cuidar de todos aqueles que estão à nossa volta, ainda que para isso sejamos convidados a viver a solidão e o abandono que visam à vida. E que a ressurreição de Jesus nos ensine a confiar cada vez mais que não estamos sozinhos e que dias melhores ainda estão por vir. Irmão Jefferson Silva, OMI.

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OBLATOLOGIA

DE MAZENOD PRIMEIROS PASSOS

24 de outubro de 1802. Eugênio volta só para a França, 11 anos depois de sua fuga. Grandes decepções o aguardam: sua mãe não o recepciona no porto, não é mais de Mazenod, mas cidadão Mazenod, sua família está desunida e seu patrimônio em estado de ruínas. Ele se retira para a casa de campo de Saint Laurent de Verdon, onde vive mais um ano de exílio cheio de amargura.

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arlos José Eugênio de Mazenod nasce no primeiro dia de agosto de 1782 em Aix-en-Provence; seu pai, Charles Antoine de Mazenod, é presidente do Tribunal de Contas. Sendo de família nobre, a Revolução Francesa joga o pai e o filho Eugênio de 8o anos no caminho do exílio. Fogem para Nice por um tempo e depois para Turim, onde passam três anos. O adolescente Eugênio estuda no Colégio dos Nobres. Aos 12 anos, pai e filho se mudam para Veneza, onde o jovem Eugênio conhece o padre jesuíta Dom Bartolo Zinelli. “Minha vocação iniciou aí”, diria Eugênio mais tarde, pois o Padre Zinelli comentou que sua “vocação era tão clara quanto a luz do dia.” Os de Mazenod passam três anos e seis meses em Veneza e continuam até Nápoles, onde residem por um ano. Da miséria de Napoles, Eugênio passa para o grande luxo de Palermo. Acolhido como um filho na casa dos Cannizzaro, seus gostos de aristocracia se manifestam novamente. A duquesa, “sua segunda mãe”, mantém-no numa vida piedosa, nos estudos e em contato com os pobres.

Em 1807, acontece uma viravolta na sua vida. Ele se converte ao “caminho da cruz” e, contra a vontade de sua mãe, Marie-Rose Joannis, pensa em entrar no seminário. Confia sua atração pelo sacerdócio a seu tio-avô, vigário-geral da Diocese de Marselha. Eugênio é lembrado de que é o último herdeiro do nome da família. O jovem Eugênio responde: “Então, vai ser uma grande honra terminar a linhagem como um padre!”.

Padre Tony Rendon, OMI.

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PSICOLOGIA

COMO SUPERAR O MEDO DO ABANDONO ESTUDO DE CASO UM CASO ILUSTRATIVO DO ARTIGO ANTERIOR SOBRE A NEUROSE DE ABANDONO Entender o que foi lido a partir de um relato da vida de alguém; qualquer semelhança será mera coincidência.

RELATO SÍNTESE DO CASO Alberto, 59 anos, do sexo masculino, solteiro, reside em uma fraternidade de irmãos, sendo o filho do meio, nível de escolaridade superior, dependente dos pais, deísta, estatura e peso medianos, brasileiro.

SESSÕES INICIAIS O cliente fez seu primeiro contato por telefone para marcar a sessão. Chegou com 30 minutos de antecedência, foi chamado na hora combinada ao setting analítico. Foi indicado por um colega de convivência com o intuito de amenizar sua dor psíquica. No primeiro momento observou brevemente o setting, relatou que nunca tinha feito psicoterapia e que é uma pessoa ansiosa, tem sonhos angustiantes, pesadelos e o que mais o incomoda é que lhe falta muita paciência, “tudo é para ontem”. Apresentou a queixa que o levava à análise, a ansiedade, relatou um pouco da sua vida. Relatou também que gosta de ler, sendo leitor de vários gêneros; gosta de utilizar as redes sociais com frequência. O psicoterapeuta fez esclarecimentos sobre o método utilizado pela psicanálise e como funciona o procedimento terapêutico. O cliente teve um bom nível de compreensão em relação ao esclarecimento dado por parte do psicoterapeuta. Em suma, o desenrolar positivo no primeiro encontro se mostrou satisfatório, estabelecendo, assim um vínculo terapêutico entre analista e analisando já na primeira sessão.

PRINCIPAL QUEIXA O motivo que levou o senhor Alberto a buscar ajuda (psicoterapia) foi a ansiedade.

APRESENTAÇÃO DE SINTOMAS O cliente apresenta-se em uma suposta ansiedade, com necessidade de ficar trancado no quarto, falta de con14

centração nas atividades domésticas e na vida pessoal, tremores, medos e dores lombares. A partir daí faz-se uma anamnese do histórico da vida pregressa do cliente, o que será bem detalhado para que se possa compreender, por parte do analista (psicoterapeuta), a confirmação e a refutação do diagnóstico do cliente, ou seja, levantamentos dos conteúdos latentes são aqueles de que o cliente não tem consciência, eles são de uma linguagem inconsciente. Somente o psicoterapeuta, utilizando as técnicas (psicanalíticas), identificará a relação da queixa principal do cliente, que a apresentou na primeira entrevista (ou sessão), e os conteúdos latentes que o cliente ainda não terá a condição de identificar. Com o decorrer das sessões, ou seja, com o comprometimento por parte do cliente, o psicoterapeuta irá descobrindo por meio de associações se a queixa se tornou principal ou se tem outra causa velada, não dita, mas sentida pelo cliente. Assunto para o próximo artigo. Padre José Ronácio, OMI. www.omi.org.br


JUPIC

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO NÃO HÁ RACISMO NO PAÍS

M

eses atrás, um homem negro apanhou até morrer no estacionamento de um supermercado em Porto Alegre (RS). O massacre provocou protesto em várias partes do país. O presidente e seu vice execraram os protestos. No Brasil não existe racismo, pontificou o general. Já o capitão foi além, afirmando que o Brasil é um país miscigenado que conquistou a simpatia do mundo. Afirmou que há gente querendo destruir o país incentivando o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre raças. Nas escolas aprende-se que a escravidão dos indígenas foi meio dominante da produção agrícola e extração mineral na colônia, usado por colonizadores brancos desde o século XVIII, quando o marquês de Pombal o extinguiu. Os bandeirantes paulistas são tidos como criadores do país atual, quando na realidade invadiram território espanhol em busca de indígenas para escravizá-los nos campos da produção agrícola. Fernão Dias, Raposo Tavares e o crudelíssimo Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, conhecido pela crueldade na captura dos nativos, são cultuados em nomes de escolas. Ambos, capitão e general, deviam ser confinados a seus quartéis. Proibidos pela coroa portuguesa de escravizar indígenas, os brasileiros entraram num dos capítulos mais infames da história da humanidade: o tráfico de escravos importados da África. Em compensação, aqui existiu um dos movimentos políticos de maior nobreza: o abolicionismo. Negros, como José do Patrocínio, e brancos, como Joaquim Nabuco, edificaram o que de mais nobre o gênero humano produziu. Este último é o autor da obra prima literária Um estadista do império e conde-

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nou de forma implacável o modo irresponsável como a princesa Isabel aboliu a escravatura. Os negros forros saíram das senzalas humilhantes para o degredo do desemprego, da mendicância, da discriminação e da miséria. Mas há negros de indiscutível genialidade. Machado de Assis, parceiro de Nabuco na criação da Academia Brasileira de Letras, Lima Barreto, Cruz e Souza, entre tantos outros. Afrodescendentes são Pelé e o engenheiro André Rebouças, criador de obras aqui e na África. Jair Bolsonaro, descendentes de colonos italianos, não tem autoridade política nem pessoal para insultar, como fez, brasileiros sensíveis que sabem que o legado histórico da escravidão negra assombra a realidade brasileira ainda hoje. Senhor-escravo, casa grande-senzala são a realidade sociopolítica e econômica que construiu o país. Fizeram da escravidão masoquista o eixo principal e não o congraçamento de raças e culturas cantado em verso e prosa, como a realidade estruturante de um país que se acredita “cordial”, conceito de Sérgio Buarque de Holanda dominante até hoje no meio acadêmico. Intelectuais famosos, Raimundo Faoro, FernandoHenriqueCardoso,Roberto

da Mata e tantos outros rezam pela cartilha do “homem cordial”, interpretação dominante do Brasil moderno. A elite universitária, à esquerda e à direita, foi formada pela leitura incontestada de Sérgio Buarque. Ele construiu uma narrativa totalizadora do Brasil e de sua história. Criou a legitimação perfeita para uma dominação oligárquica e antipopular com a aparência de estar fazendo crítica social. Por isso ele é tão amado pela esquerda e pela direita. O dado fundamental da escravidão como semente da sociedade desigual, perversa e excludente do Brasil lhe escapou. Sérgio Buarque de Holanda é o filósofo do liberalismo conservador brasileiro ao construir o esquema de categorias teóricas nas quais ele pode ser pensado de modo pseudocrítico. Como poderia haver “cordialidade” num sistema alicerçado em escravos? A escravidão é realidade construída por brasileiros; em Portugal, não havia escravidão. Da África vieram 4 a 5 milhões de negros em condições lastimáveis. O país tem hoje a segunda maior população negra do mundo, varia de 55 a 56 milhões de pessoas. Padre Miguel Pipolo., OMI. 15


AGENDA OBLATA

PAI NOSSO

MARÇO

“NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DO MAL.”

04 Ir. José Diemeson de M. Gomes - Aniversário (1986) 04 Ir. Iorbee Emmanuel - Aniversário (1992) 08 Pe. Armando Ferreira Gomes - Aniversário (1957) 10 Pe. Luís de Melo - Aniversário (1952) 11 Ir. Jhordan de Simone Lima - Aniversario (1994) 12 Pe. Wesley Soares de Araujo - Aniversário (1979) 12 Higor - Aniversário 15 Pe. Cleto Cox - Falecimento (1967) 16 Pe. José Valter Ferreira da Luz - Aniversário (1959) 16 Pe. Thomas Delaney - Aniversário (1933) 18 Ir. João Vitor Ferreira Barbosa - Aniversário (1995) 22 Pe. Cleber William Lopes Pombal - Aniversário (1975)

ABRIL

03 Pe. Ricardo de Almeida - Aniversário (1980) 09 Ir. Geraldo Groenen - Aniversário (1956) 20 Pe. Eduardo Figueroa - Aniversario (1933) 24 Pe. George Schwenden - Falecimento (1981) 27 Pe. Carlos Francisco de Lucena - Aniversário (1971) 29 Pe. João Altino Barbosa - Aniversario (1949) DATAS OBLATAS 11 PRIMEIROS Votos de Santo Eugênio e Pe. Tempier (1816)

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O

s sexto e sétimo pedidos estão relacionados. Neles, pedimos a Deus a proteção para ficarmos mais firmes e fortes em momentos de tentação que podem tornar-se um mal se não os superarmos. Jesus diz: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mt 16,24). A tentação faz parte da cruz que devemos carregar ao seguir Jesus. Tanto ela pode propiciar nosso afastamento como nossa aproximação de Deus. Afastamento de Deus: a tentação é uma incitação ao pecado. Ela induz à transgressão da lei de Deus, levando-nos a fazer aquilo que é moralmente incorreto e contrário à vontade do Senhor. O pecado rompe nossa relação com Deus. O principal instigador dessa tentação é o diabo. Por isso, o apóstolo Pedro diz: “Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar” (1Pd 5,8-9). Aproximação de Deus: a tentação é uma instigação às provações. As provações verificam a qualidade de nossa fé. Deus nos põe à prova. Ele tenta nossa fé, como fez com Abraão quando lhe pediu para sacrificar seu filho Isaac. Como enfrentarmos as provações? Considerando-nos suficientemente fortes para vencê-las com nossas próprias forças? Na verdade, devemos ter profunda consciência de nossa fraqueza e nossa incapacidade de nos mantermos fortes nos momentos de tentação e de provações, por isso, é bastante compreensível que peçamos a Deus que nos socorra nesses instantes dizendo “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Pe. Vicent Isa, OMI.

ORAÇÃO, JEJUM E PENITÊNCIA

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