Inside Chapel #29 Português

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Edição 29 - Agosto de 2024 / ISSN 2527-2160

MEMÓRIAS AFETIVAS

Por que o serviço de alimentação da Chapel é chancela de sabor e qualidade

IVY LEAGUE

Ex-alunos da Chapel, Cezario Caram e Mathias Reimer contam como a Chapel os preparou para ingressar em universidades de prestígio internacional

ISSO É AMOR?

Crônica de Maria Flávia Bastos

TOLERANDO FRUSTRAÇÕES

Para a psicanalista Marion Minerbo, permitir-se é apenas o início do caminho

Em entrevista exclusiva, o filósofo e professor Mario Sergio Cortella aborda o papel responsável da família na educação dos filhos

Engajar. Desafiar. Apoiar. Cuidar.

Preparar os alunos para a vida.

Pe. Lindomar Felix da Silva OMI, Provincial dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada da Província do Brasil

AMAR É SINÔNIMO DE VIVER

“Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.”

João 13:34–35

O amor, que pode ser expressado de diversas formas, é certamente o mais importante de todos os sentimentos humanos. Tudo o que fazemos é motivado por essa chama que a criação divina semeou dentro de todos nós – o amor à humanidade, ao próximo, à família, ao conhecimento, às belezas do mundo. Porém, cultivar o amor dentro de nós e praticá-lo de verdade no dia a dia não é um caminho simples. Todos que têm a missão de educar sabem muito bem disso. Um exemplo está na necessidade de saber dizer “não”, o que significa estabelecer limites, definir parâmetros, sinalizar referenciais éticos. Isso nem sempre é fácil, já que contrariar as expectativas imediatas de quem amamos é uma das circunstâncias mais difíceis com a qual nos confrontamos como pais ou professores.

Na entrevista exclusiva que concedeu a esta edição da Inside Chapel, o conhecido filósofo e professor Mario Sérgio Cortella lembra que classificar o amor pelos filhos de “incondicional” é uma armadilha em potencial. “O amor, quando incondicional, pode se aproximar da irresponsabilidade”, ele adverte.

Frustrações e percalços no processo de educação inevitavelmente existirão, já que a vida não é perfeita como em um conto de fadas, lembra-nos outra das nossas entrevistadas, a psicanalista Marion Minerbo. Numa carta escrita diretamente aos pais e às mães da nossa comunidade escolar, ela enfatiza que, muito mais importante do que dizer “eu te amo” repetidamente ou elogiar os filhos em tudo que fazem, é construir um vínculo em que a criança ou adolescente sinta que suas necessidades emocionais profundas estão sendo entendidas.

Se, em termos psíquicos, não existir para o outro é pior do que morrer, como define a psicanalista, nada pode representar melhor a celebração à vida do que o fortalecimento dos laços. E o amor é a cola, é a liga que consolida as relações. Só que o amor precisa de cuidado, precisa ser cultivado, como a planta delicada que é capaz de produzir lindas flores e frutos.

O amor é uma construção diária que em meio a um mundo de relações cada vez mais “líquidas” e “instantâneas”, reafirma-se como a grande âncora da existência humana. E isso inclui, acima de tudo, o amor-próprio, requisito obrigatório para amar aos outros. Só quem se ama pode distribuir amor.

Para mim, a grande mensagem que fica de todas essas leituras é que o amor continua sendo cada vez mais relevante e essencial. Não está fora de moda e nunca sequer correu esse risco, porque amar é sinônimo de viver. Uma vida sem amor é uma existência vazia e desperdiçada. Por isso, sigamos o ensinamento de Cristo que está destacado no início deste texto: “Amem-se uns aos outros”.

Desejo aos caros leitores e às caras leitoras da Inside Chapel um ano letivo cheio de amor e boas relações!

INSIDE CHAPEL É UMA PUBLICAÇÃO

SEMESTRAL DA CHAPEL SCHOOL

WWW.CHAPELSCHOOL.COM

CONSELHO EDITORIAL CHAPEL SCHOOL: Miguel Tavares Ferreira, Marcos Tavares Ferreira e Luciana Brandespim

EDITORA: Paula Veneroso MTB 23.596 (paulaveneroso@gmail.com)

ASSISTENTE EDITORIAL: Fernanda Caires (publications@chapelschool.com)

COLABORADORES

DESTA EDIÇÃO:

Adriana Calabró, Maria Flávia Bastos, Maurício Oliveira e Paula Veneroso

FOTOS:

Anne Karr, Arquivo Chapel, Arquivos Pessoais, Bruno Vatanabe, Chico Max, Jairo Goldflus, JR Duran, Leandro Melo, LES Fotografias, Paulo Vitale, Suzana Mendes e Vitor Garcia

DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: João Henrique Moço

TRADUÇÕES: Chapel School

IMPRESSÃO: Pancrom

Ms. Juliana Menezes, Diretora Escolar e do Elementary School

A29ª edição do Inside Chapel dá as boas-vindas ao ano letivo de 2024-2025! Vamos receber este novo começo de corações e mentes abertas, prontos para explorar novas ideias, construir relacionamentos duradouros e criar uma comunidade radiante e inclusiva. Esta edição explora a urgência por felicidade no mundo acelerado de hoje, em que buscamos a felicidade incessantemente. Como pais, queremos planejar, proporcionar e criar os momentos mais felizes para nossa família e para nós mesmos. Na busca pela felicidade, muitas vezes fazemos planos e, quando as coisas não acontecem como imaginamos, acabamos frustrados. Precisamos enxergar mais longe quando nos concentramos em criar felicidade em momentos planejados. Ela também pode ser encontrada diariamente nos pequenos gestos e atividades. As interações cotidianas que aquecem nossos corações e nutrem nossas almas devem ser valorizadas. Para reconhecer que estamos felizes, precisamos saber o que nos faz felizes. Uma mensagem inesperada durante o dia, a hora de buscar no colégio no final do dia, sentar em torno da mesa e fazer uma refeição juntos, um abraço caloroso, o pôr do sol ou um convite para sentar no sofá e curtir uma xícara de chá? Estar atento aos detalhes nos levará a perceber que a alegria geralmente chega inesperadamente e sem planejamento.

Criar filhos é um trabalho árduo e as conexões física, emocional e social, a devoção e o compromisso são afazeres de período integral que não passam despercebidos. Enfrentamos desafios todos os dias. Quando sentimos que estamos no auge com relação aos nossos filhos, rapidamente percebemos que não estamos, e continuamos a buscar estratégias para criá-los e orientá-los com amor, afeto e responsabilidade. As crianças mudam e se desenvolvem rapidamente; todo dia é um novo dia para a família, e os pais aprendem ao longo do caminho. É um processo contínuo de questionamento e evolução, que garante que as crianças cresçam e se tornem pessoas independentes e autônomas, de caráter e de valores sólidos.

À medida que nossos filhos crescem tornando-se pessoas fortes e, até mesmo, morem longe das nossas casas, esperamos que eles mantenham as lições éticas e morais que aprenderam conosco. Essas lições incluem entender a diferença fundamental entre a necessidade e o desejo, distinguir o certo do errado e reconhecer os limites entre a segurança e o risco. Torcemos para que continuem tendo compaixão e empatia, tratando os outros com respeito e dando valor à própria singularidade.

Criar filhos é uma jornada interminável, mas gratificante. Tanto na busca pela felicidade quanto na prática da parentalidade, descobrimos que as maiores alegrias da vida frequentemente vêm do acolhimento de momentos cotidianos e não planejados.

COLABORADORES

ADRIANA CALABRÓ

[Mais do que buscar pela felicidade, permitir que ela chegue, p. 09] é jornalista, escritora e roteirista. Foi premiada nas áreas de comunicação (Best of Bates International, Festival de NY, Clube de Criação) e literatura (Selo Puc/Unesco Melhores livros de 2017, ProAc – bolsa de literatura, Prêmio Off-Flip – finalista, Prêmio João de Barro – 1º lugar, Prêmio Livre Opinião –finalista e Prêmio Paulo Leminski – finalista). Idealizou e atua desde 2005 como facilitadora da Oficina de Escrita Criativa Palavra Criada (palavracriada.com.br).

MARIA FLÁVIA BASTOS

[Cecília, Miguel, p. 34] Graduada em Comunicação Social, é Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, Doutora em Administração, mas, fundamentalmente, professora por definição e alma. Seja na sala de aula ou nas palestras, sua busca pela essência humana e pela valorização das pessoas é constante entendendo que todo mundo pode aperfeiçoar e potencializar suas capacidades e, claro, empreender, surpreender, (trans)formar-se. Autora de 6 livros: Educação e Empreendedorismo

Social, Não Manual de Empreendedorismo; Quando me Reinventei, Ainda Não Temos Respostas, Só Restou a Poesia e, recentemente, seu primeiro romance: O Jeito Que Ela Carrega

MAURÍCIO OLIVEIRA

[Horizonte amplo, p. 28] já escreveu para os principais veículos da imprensa brasileira, como Veja, Exame, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e UOL. Com mestrado em História

Cultural e doutorado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tem mais de 30 livros publicados, como Amores Proibidos na História do Brasil, Garibaldi, Herói dos Dois Mundos e Pelé, O Rei Visto de Perto

PAULA VENEROSO

[O amor que sempre diz sim não educa, é submisso, p. 20, e Alimentação é comunhão, p. 15] é editora da Inside Chapel. Jornalista e mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), atuou como revisora, redatora e repórter nas revistas Veja, Veja São Paulo e no jornal Folha de S.Paulo. Por mais de 20 anos lecionou técnicas de redação jornalística em cursos de graduação. Atualmente, trabalha como preparadora e revisora de livros, e na produção e edição de reportagens para mídias impressas e digitais.

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A VIDA NÃO É PERFEITA

Segundo a psicanalista Marion Minerbo, aceitar essa condição e continuar amando a existência dói menos.

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“SIM, EDUCAR DÁ TRABALHO”

É o que reitera o filósofo e professor Mario Sergio Cortella, em entrevista exclusiva à Inside Chapel

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CRÔNICA

Maria Flávia Bastos conta os encontros e desencontros de um casal que percebeu que o amor nem sempre tem razão.

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TALENTOS & PAIXÕES

Conheça as habilidades, hobbies e paixões de dois professores e de sete alunos do colégio.

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ALIMENTAÇÃO INTEGRAL

Conheça o serviço de alimentação da Chapel que, assim como a educação, pratica uma nutrição personalizada e memorável.

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PRESTÍGIO INTERNACIONAL

A importância da Chapel na conquista dos ex-alunos Cezario Caram e Mathias Reimer que ingressaram, respectivamente, nas universidades Brown e Yale, nos EUA.

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SPOTLIGHT

Encontro Literário, Palestras no High School, Concerto Musical do 6º ano, Feiras de Ciências, e participação dos professores na AMISA e na Jornada de Estudos Brasileiros. O que foi notícia na Chapel.

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GALLERY

Registros de eventos na Chapel: Carnaval, Upper Active Family Morning, Festival Young Trojans, Festival Internacional, musical “A Família Addams” e as formaturas do Kindergarten, 6º ano e 12º ano.

Você está pronto para fazer a diferença?

Junte-se a nós, do Instituto Jô Clemente (IJC), no Estudo Coorte T21 São Paulo!

Estamos em busca de pessoas interessadas em participar do primeiro estudo dedicado à saúde dos recém-nascidos com síndrome de Down.

Avaliaremos 25 áreas cruciais da saúde e do desenvolvimento de mães e bebês por três anos, residentes na cidade de São Paulo, nascidos a partir de agosto de 2024.

Escaneie o QR-Code, inscreva-se agora e faça parte do bem-estar dessa e das futuras gerações!

Crédito da foto: Lia Costa

Por Adriana Calabró Fotos: Suzana Mendes

MAIS DO QUE BUSCAR PELA FELICIDADE, PERMITIR QUE ELA CHEGUE

FORMADA EM MEDICINA

PELA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO

PAULO E PELA SOCIEDADE

BRASILEIRA DE PSICANÁLISE, DOUTORA EM PSICANÁLISE PELA UNIFESP, COM VÁRIOS

LIVROS PUBLICADOS E DEZENAS DE ARTIGOS EM REVISTAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, MARION MINERBO DEDICA-

SE PRINCIPALMENTE À TRANSMISSÃO DA PSICANÁLISE PARA AS NOVAS GERAÇÕES.

Nascida em 1957, em São Paulo, ela conta que foi nesta cidade que a sua família de origem encontrou um ambiente acolhedor e generoso para recomeçar a vida do zero, uma vez que saíram do Egito um ano antes de seu nascimento, em 1956, na condição de refugiados. Já há algum tempo, Marion também construiu uma nova vida no exterior, mas ao contrário de seus pais, de forma deliberada: “Como posso trabalhar online, passo seis meses em Berlim e seis meses numa linda fazenda na África do Sul, perto de Stellenbosch. Desfruto da convivência de três filhos, netos e alguns bons amigos. Porque uma rede afetiva é indispensável”. Certamente um modo de vida que, como veremos a seguir, se alinha com suas próprias reflexões sobre o conceito de felicidade.

Diante da “modernidade líquida” e da sensação de instabilidade avançando sobre as estruturas familiares e sociais, é preciso refletir sobre como criar alicerces nas famílias e nos filhos em formação para lidar com os desafios de um mundo em transformação. É importante pensar em como podemos instalar nas pessoas uma espécie de “chip” que nos capacite a ler o mundo moderno e a dizer: o mundo é instável, mas tenho recursos em mim que me mantém estável e que me permitem lidar com essa instabilidade.

A capacidade de simbolizar

Para Marion Minerbo, tanto a família como a função que ela exerce no processo de subjetivação do indivíduo têm sido diretamente afetadas pelo contexto social, cultural, econômico e político, trazendo ameaças que ela considera graves.

simbólica, ou seja, a pobreza de elementos simbólicos necessários para dar sentido às experiências emocionais que cada um vive em seu dia a dia. Mal comparando, é como se sofrêssemos de uma ‘anemia psíquica’ que nos faz reagir com angústia às situações que não conseguimos metabolizar. Isso exige defesas, e quando elas falham, temos sintomas como violência, depressão, adições ou sensação de uma vida vazia e sem sentido.” Simbolizar, ou seja, a capacidade de identificar, representar ou expressar os sentimentos e emoções, o sentido das nossas experiências, é, para Marion, um dos alicerces no projeto de subjetivação do indivíduo. Ela compreende esse processo como a base psíquica que nos capacita com o “chip”, como já mencionado, permitindo que a felicidade chegue. Seria, por assim dizer, um caminho para uma psique fortalecida.

E qual seria o caminho para trilhar a direção oposta, revertendo o processo

dessa miséria simbólica, tanto no âmbito social quanto individual? Para a psicanalista, projetos culturais e esportivos são bons aliados na tarefa de resgatar pessoas e comunidades desse mal contemporâneo, tornandoas mais aptas a construírem uma vida com sentido, mesmo em condições bastante adversas. Já no âmbito individual há muitas maneiras de enfrentar a “anemia psíquica”, todas ligadas a uma “reposição” de elementos simbólicos disponibilizados pela cultura (livros, filmes, exposições, entrevistas etc.). Quando tudo o mais falha e o sofrimento psíquico paralisa o sujeito, a indicação de Marion é consoante com sua sólida formação e experiência profissional, tanto teórica quanto clínica: “Fazer análise é o processo por meio do qual o psiquismo amplia seu repertório simbólico e se torna mais apto a enfrentar as dificuldades da vida”, diz ela.

Ser e existir

Quanto à segunda ameaça para a jornada humana na atualidade, Marion traz à tona uma questão sensível, fundamentalmente conectada ao sistema econômico: “Basta olhar em volta para ver que as famílias e as pessoas em geral estão cada vez mais desesperadas com sua sobrevivência, angustiadas com a possibilidade de serem excluídas do sistema. De ficarem à margem e se tornarem desnecessárias e irrelevantes para os outros”. Marion diz que, em termos psíquicos, não existir para o outro é pior do que morrer. E que viver o dia a dia sob ameaça de ser excluído da comunidade pode ser enlouquecedor. Os movimentos que nos permitem enfrentar esses efeitos se direcionam ao fortalecimento de laços, de uma forma que cada indivíduo possa se sentir fisicamente amparado e emocionalmente acompanhado. “Seria uma garantia

mínima de continuarmos existindo uns para os outros”, afirma ela.

Trocar o ou pelo e Outra colocação interessante da autora e psicanalista é que a angústia contemporânea produz como defesa um tipo de funcionamento psíquico binário do tipo “ou eu, ou o outro” (o que ela chama de OU/OU), o que anula a possibilidade de sentir, pensar e agir segundo a lógica do “e eu, e o outro” (E/E). No avanço das redes sociais e da internet essa dinâmica fica ainda mais clara, impactando diretamente a formação do repertório e até mesmo dos valores de adultos, crianças e jovens. Para Marion, a internet, e particularmente as redes sociais, são como uma instituição. Juntamente com a família e a escola, elas são a comunidade e, até mais do que isso, são vividas como sendo a própria ‘sociedade’. “Nesse sentido, participam do processo de subjetivação de todos nós. Fornecem o que Castoriadis chamou de ‘significações operantes’, que se tornam o pano de fundo da nossa vida psíquica, tanto consciente

quanto inconsciente”. Ou seja, é por meio delas que damos sentido ao mundo e a nós mesmos.

A psicanalista observa ainda que pessoas cujo sofrimento psíquico decorre da miséria simbólica podem fazer um uso sintomático das redes sociais. Elas se agarram, defensivamente, às verdades e valores que ali circulam, numa tentativa de sustentar uma identidade imperfeita ou incompleta e de preencher o vazio existencial.

“Esses conteúdos se tornam referências identitárias inquestionáveis, na base do tudo ou nada, criando as várias formas de fanatismo e intolerância que vemos hoje em dia. Fica faltando o equipamento psíquico que nos tornaria capazes de enxergar nuances e complexidades”, completa.

Frustração sob controle

Outro fato determinante na construção desse universo simbólico entremeado pelo apelo do mundo conectado inclui as questões geracionais e, mais especificamente, a forma como

os pais lidam com a frustração dos filhos. No seu mais recente livro, Marion explica como a travessia do luto primário (isto é, como os bebês vivenciam a perda e o luto em suas primeiras interações com cuidadores e objetos em seu ambiente) é uma condição absolutamente necessária para que o sujeito aceda a uma posição subjetiva, em que seja possível tolerar frustrações.

“Antes do luto primário, eu me considero especial, o centro do mundo, o mundo me deve; além disso, acredito que existe algo ou alguém que poderia / deveria me gratificar totalmente. Quando não o faz, é porque não se importa comigo.” Este estado psíquico em que todos nos encontramos no início da vida, ocorre, e é bom que ocorra. Uma mãe, ou quem estiver encarregado da função materna, saudável psiquicamente, entra em um estado especial de sintonia com as necessidades físicas e afetivas do bebê. É como se o bebê sentisse que o mundo é mágico. Tem-se aí a base de uma

UMA SUCESSÃO DE PEQUENAS SITUAÇÕES COTIDIANAS DO TIPO ‘ESSES DAÍ ME ENTENDERAM’ É ESSENCIAL PARA A SAÚDE MENTAL DOS FILHOS. É UMA MANEIRA DE CONSTRUIR O REPERTÓRIO SIMBÓLICO NECESSÁRIO PARA ENFRENTAR A VIDA.

psique fortalecida e esperançosa. No entanto, logo vem o necessário trabalho psíquico do luto primário: “Depois do luto primário, descubro que 1) nem eu sou o centro do mundo, 2) nem o mundo está ali para me gratificar / me preencher. As coisas são como são. As frustrações não são ‘contra mim’. A vida simplesmente é assim: nada é perfeito, eu também não sou perfeita. E mesmo assim, vale a pena.”

Esse trabalho psíquico é individual, mas é possível que, pelas razões expostas por Marion, o ambiente não esteja ajudando. Pais e filhos ficam presos na lógica do Tudo ou Nada. “Ou sou um sucesso, ou sou um fracasso, ou este emprego é incrível, ou é uma porcaria. Ou essa viagem foi maravilhosa, ou uma chatice. Não há nuances. É por isso que as pessoas têm de lutar loucamente para ficar do lado do sucesso, do emprego incrível, da viagem maravilhosa”, aponta ela. É aí que reside o perigo.

Momentos de felicidade

Quanto à clássica pergunta – mas afinal, o que é a felicidade? -, Marion prefere não se pronunciar, pois na visão dela, versar sobre a categoria abstrata “felicidade” é da alçada dos filósofos. Como psicanalista, prefere falar sobre a experiência subjetiva de estar feliz, e sobre qual é o “equipamento psíquico” que a torna possível. Definitivamente, um dos pontos chave para que o “equipamento psíquico” esteja preparado para receber esses momentos de felicidade, tem a ver com a capacidade de se sentir feliz com um momento, mesmo que tudo não esteja absolutamente perfeito ou que algum aspecto fantasiado previamente tenha sido frustrado: “São aqueles momentos em que a pessoa pode dizer a si mesma: estou exatamente onde queria estar, fazendo exatamente o que gostaria, e isso me basta. São os momentos em que se tem a experiência subjetiva de estar bem na própria pele e de bem com o mundo, com a vida.” “Quais são os fatores que tornam esses momentos possíveis? Escrevi um livro inteiro, ‘Notas sobre a aptidão à felicidade’ (Blucher, 2023), para responder a essa questão. Recomendo a leitura (risos)”.

AS COISAS SÃO COMO SÃO. AS FRUSTRAÇÕES

NÃO SÃO ‘CONTRA MIM’. A VIDA SIMPLESMENTE

É ASSIM: NADA É PERFEITO, EU TAMBÉM NÃO SOU PERFEITA. E, MESMO ASSIM, VALE A PENA.

E por falar em bibliografia, a autora escreveu também “Diálogos sobre a clínica psicanalítica” (Blucher, 2016), livro em que traz a conversa imaginária entre uma analista experiente e um jovem colega. Uma forma interessante de tratar de elementos complexos, mas com a coloquialidade na medida certa para engajar o leitor. Inspirados por essa boa ideia de Marion, que inclusive rendeu outra publicação da mesma série “Novos diálogos sobre a clínica psicanalítica” (Blucher, 2019), resolvemos perguntar a ela como se dirigiria a um pai ou mãe contemporâneos, tão impactados pelos desafios de educar. Ela comprou a ideia

e deu a resposta aqui ao lado. Com conteúdo valioso para toda a família. Quanto à sua própria experiência de felicidade, Marion nos dá o seu testemunho: “Nessa altura da minha vida, fico feliz por perceber que, graças sobretudo aos meus livros (há mais três a caminho!), tenho feito parte do percurso e da formação de tantos jovens colegas. Me conforta saber que venho acrescentando um tijolinho a essa grande construção conjunta que é nosso mundo. Fora isso, o que me faz muito feliz é a luz do entardecer. Ela me faz amar a vida, que é o mais importante.”

QUERIDOS PAIS,

Pelo que tenho visto, é frequente vocês imaginarem que, para criar filhos suficientemente bem resolvidos emocionalmente, é preciso repetir “eu te amo” várias vezes por dia. Ou então, elogiar tudo o que fazem para que tenham autoestima. Ou ainda evitar frustrar as crianças. Sinto dizer que não é por aí. O mais importante, para o bem ou para o mal, será transmitido por vocês de maneira totalmente inconsciente. Não é algo que possam controlar. A boa notícia é que, exatamente por isso, não faz sentido ficar se culpando se algo der muito errado. Se vocês querem criar filhos com confiança em si mesmos e na vida, com “aptidão psíquica para a felicidade”, prestem atenção no que a psicanálise descobriu: Desde o minuto zero, o recém-nascido e quem estiver encarregado da função materna vão tentar “se entender”. Podem se entender razoavelmente bem, ou podem se desentender de forma dramática para todos. Quando digo “se entender” significa: decodificar razoavelmente bem as muitas mensagens (apelos) que o bebê envia e dar algum tipo de resposta que, sendo suficientemente adequada, indica ao bebê: “esses daí me entenderam”.

Uma sucessão de pequenas situações cotidianas do tipo “esses daí me entenderam” é essencial para a saúde mental dos filhos. É uma maneira de construir o repertório simbólico necessário para enfrentar a vida. E vice-versa: uma sucessão de “esses daí não estão me entendendo / não entenderam nada” é extremamente doloroso e frustrante para a criança. Ela será obrigada a “nascer psiquicamente” num ambiente de miséria simbólica. O chip para a comunicação emocional profunda, um potencial humano que veio de fábrica, se atrofia pela falta de uso.

Se vocês querem que seu filho/sua filha tenha um desenvolvimento mental satisfatório, condição para que possam ter seus momentos de felicidade na vida, será preciso construir, desde o início, um vínculo no qual ele/ela sinta que suas necessidades emocionais profundas estão sendo entendidas.

A comunicação bem-sucedida começa com uma “conversa” entre o corpo da mãe e da criança, e o primeiro “assunto” são os estados corporais da criança. O segundo, são seus estados emocionais. Mesmo que a criança ainda não saiba falar, vai entendendo que emite mensagens sobre suas necessidades físicas e emocionais, e que há um receptor que tenta entendê-las.

Ela vai se esforçar para “ser clara”, pois percebe que, para ser bem atendida, precisa antes ser bem entendida. O próprio conceito de “comunicação entre pessoas” (a linguagem, no sentido mais amplo do termo) vai sendo criado, junto com a percepção de que ela mesma é uma pessoa (e não um cachorrinho fofo). Outra forma de linguagem, igualmente fundamental, é a brincadeira. Não dá para brincar sem se comunicar. Mas atenção! Jogar é diferente de brincar. Em geral, os jogos já vêm codificados e exigem apenas habilidade. Já o brincar envolve a criatividade, a imaginação e a fantasia. Um bebê de menos de um mês brinca com um adulto que põe a língua para fora e para dentro. O pequeno entra na brincadeira e imita o que está vendo, pondo sua linguinha para fora e para dentro. São momentos de júbilo porque percebem que estão se entendendo! A comunicação prazerosa já está rolando! Outra brincadeira é Cadê? Achou! E assim por diante. O importante é a criança viver situações do tipo “esses daí estão me curtindo, estão me entendendo, e o melhor de tudo: estão curtindo me entender!” E mais uma vez: nem todos os pais são capazes disso, e, se não são capazes, não é porque não querem, mas porque não conseguem, e isso em função de seus próprios enroscos inconscientes. Pais deprimidos, angustiados ou ressentidos com a vida têm pouca disponibilidade psíquica para brincar com seus filhos e é assim que o meio de campo vai embolando. A primeira coisa que desaparece é o prazer da convivência. A criança começa a apresentar sintomas mais ou menos barulhentos. Todos sofrem. Quanto mais cedo procurarem ajuda profissional, melhor.

ALIMENTAÇÃO É COMUNHÃO

A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO ULTRAPASSA AS NECESSIDADES NUTRICIONAIS, VISTO QUE O ATO DE COMPARTILHAR UMA REFEIÇÃO É CAPAZ DE UNIR PESSOAS DAS MAIS DISTINTAS CULTURAS. ISSO É EVIDENCIADO DIARIAMENTE NO ALMOÇO DA CHAPEL, QUANDO A COMUNIDADE ESCOLAR SE REÚNE PARA DESFRUTAR

DAS DELICIOSAS RECEITAS PREPARADAS PELO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO.

Na memória afetiva da maioria dos estudantes que frequentaram o colégio, os sabores das refeições ocupam lugar especial. Basta perguntar sobre as lembranças que guardam para comprovar como a comida marcou os anos escolares de muitos deles. As comparações com outras escolas, no Brasil e no mundo, são inevitáveis, com a Chapel sempre se destacando.

O setor de alimentação e nutrição do colégio foi modernizado ao longo dos anos e hoje pode-se afirmar que a cozinha Chapel é uma das mais completas e modernas entre as escolas do país. À frente do setor, e completando trinta anos de dedicação à escola, está a nutricionista Marcia Berkowitz, que conta com a colaboração da colega de profissão e consultora da Chapel, Flora Spolidoro. Responsável pela criação e preparo dos cardápios, bem como das dietas especiais, Ms. Berkowitz está diariamente no colégio, supervisionando os preparos e observando a aceitação das receitas pela comunidade escolar. Ela também é a responsável pela compra dos produtos, afinal, “não se faz alimento de qualidade com matéria-prima ruim”, costuma afirmar.

Alimentação integral

A Chapel oferece diariamente três refeições, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde. A principal é o almoço, servido a todas as divisões, mas adaptado às particularidades de cada faixa etária. O cardápio, balanceado, é dividido em prato principal (com duas opções diárias, uma grelhada e outra à base de ovo), dois tipos de guarnição (onde estão incluídos os legumes, massas, suflês, tortas etc.),

Por Paula Veneroso Fotos: Anne Karr e Bruno Vatanabe

quatro tipos de saladas e duas frutas para sobremesa. Tanto o arroz e feijão carioca – ou outra leguminosa, como lentilha, feijão branco ou preto – são servidos diariamente, independentemente do cardápio, além de água e suco de polpa de fruta. “Na Chapel, não adicionamos açúcar em quase nenhum preparo; quanto aos sucos, a polpa já contém a frutose. A exceção é para os sucos de limão e de maracujá, que adoçamos um pouco, senão ficam muito azedos”, comenta Ms. Berkowitz. Na sobremesa, são oferecidas duas frutas, e apenas uma vez por semana a Chapel serve um doce. “No entanto, mesmo nesse dia oferecemos uma fruta, dessa forma a criança tem opção de comer frutas todos os dias”, explica a nutricionista. Na Educação Infantil, o almoço é levado até as salas de aula, onde os alunos fazem as refeições supervisionados pelos professores. Para isso, são utilizados carrinhos térmicos, que são acoplados à energia de cada

SEGURANÇA ALIMENTAR EM PRIMEIRO LUGAR

Responsável pelo preparo diário de mil refeições e de setecentos lanches, o serviço de alimentação da Chapel chega a manipular, num dia típico, em média, uma tonelada de alimentos. Em se tratando de segurança alimentar, o setor segue rígidos padrões higiênicos-sanitários, garantindo que nunca tenha havido um episódio sequer de toxinfecção alimentar no colégio.

Além da realização periódica de análises microbiológicas nos alimentos, a divisão da cozinha em setores é um meio eficaz para evitar toda sorte de transmissões, notadamente a chamada contaminação cruzada. Na Chapel, a cozinha principal é separada em: área de cocção, área de lanches e dietas especiais, área de saladas, área de sobremesas, área de café, açougue, área de lavagem de panelas e área de lavagem de bandejas e utensílios menores. Além da cozinha principal, o colégio possui mais duas copas de apoio: a que serve o restaurante dos professores e a responsável pela alimentação da Educação Infantil. Cada uma delas dispõe de seus próprios utensílios, que não se misturam, assim como de suas próprias máquinas de lavar e higienizar louças, situadas em seus respectivos espaços.

Todos os funcionários do setor passam periodicamente por exames médicos e, com mais frequência, porém em dias aleatórios, fazem o swab de mãos, método que analisa a higienização das mãos de manipuladores de alimentos. Uma empresa especializada em segurança alimentar é responsável

por auditorias constantes, a fim de verificar a higienização das mãos dos funcionários e dos utensílios. De acordo com Ms. Berkowitz, os testes costumam ser realizados nos dias em que os preparos exigem maior manipulação como, por exemplo, a montagem de lasanhas e tortas. Todos os profissionais da equipe de nutrição usam máscaras descartáveis, que são trocadas a cada duas horas, e um alarme, que soa a cada 30 minutos, avisa que todos devem parar o que estão fazendo para higienizar as mãos.

DIMENSÃO INDUSTRIAL COM SABORES ARTESANAIS

A cozinha da Chapel dispõe de modernos equipamentos de cocção que garantem preparações mais saudáveis ao mesmo tempo em que preservam os sabores e as texturas dos alimentos. Um grande destaque é o forno combinado, que utiliza ar quente seco e vapor para assar, fritar, grelhar e gratinar alimentos. Controlado por computadores, o forno se assemelha a um air fryer gigante e permite a seleção do ponto de cocção (mal passado, ao ponto ou bem passado) e do grau de cozimento (claro, médio ou escuro) por meio do ajuste de tempo, temperatura e umidade.

A preocupação com a excelência faz com que o setor de nutrição evite ao máximo servir produtos industrializados para a comunidade escolar. “Até mesmo o requeijão dos lanches é caseiro, feito na nossa cozinha”, afirma a nutricionista chefe Marcia Berkowitz.

A qualidade da matéria-prima é outro fator que garante o padrão da alimentação do colégio. Todos os fornecedores são homologados pelo departamento de nutrição, por meio de avaliações técnicas in loco e/ou ficha técnica e análise microbiológica das empresas, antes de serem considerados aptos ao fornecimento.

ASPECTOS CULTURAIS

E RELIGIOSOS

SÃO RESPEITADOS

PELO SETOR DE

ALIMENTAÇÃO, QUE

CONSIDERA AS MAIS

DIVERSAS CONDUTAS

ALIMENTARES.

andar. Nessa faixa etária, o momento da alimentação é considerado um espaço de aprendizagem, e o objetivo é que as crianças desenvolvam autonomia para se alimentarem sozinhas.

Do Pre I ao 1º ano, os alunos também recebem do colégio o lanche da manhã e o lanche da tarde, ambos preparados pelo setor de nutrição. Os lanches são compostos por uma fruta, um suco e um salgado – sanduíche ou salgados assados – ou uma fatia de bolo. “Tanto a fruta quanto o suco servidos nos lanches são diferentes dos que são servidos no almoço”, afirma Ms. Berkowitz, destacando a variedade da alimentação. A partir do 2º ano, os alunos trazem de casa o lanche da tarde, mas continuam recebendo o da manhã até o último ano do Elementary School.

Cuidado nutricional

Quando ingressam no High School, os estudantes passam a ser responsáveis pelos seus lanches, que podem ser adquiridos na cantina do colégio. “Evitamos ao máximo os produtos industrializados, procurando oferecer alimentos o mais saudável possível”, explica a nutricionista. Salgados assados como mini bauru, pão de batata e esfiha, folheados diversos e cookies figuram entre os preferidos pelos estudantes.

Os estudantes do 1º ao 12º ano almoçam no refeitório, em horários

MAIS DO QUE UMA COZINHA DE ESCOLA, UMA ESCOLA DE COZINHA

Três nutricionistas, uma técnica em nutrição e uma consultora da área coordenam o trabalho de outros trinta profissionais que compõem a equipe responsável pelo preparo de tudo que é servido na Chapel, sejam as refeições e lanches do dia a dia, sejam os alimentos servidos nos eventos, reuniões e ocasiões especiais, ou ainda a variedade de salgados e doces que abastecem a cantina. Entre os profissionais, muitos com bastante tempo de casa, há um chefe de cozinha, um cozinheiro líder e mais quatro cozinheiros, e também profissionais com funções mais específicas como açougueiro, confeiteiro, saladeiro e copeiro, além dos auxiliares, ajudantes e meio oficiais, que cuidam, por exemplo, das dietas especiais. Há quase duas décadas na Chapel, Cícero José da Silva é o chefe da cozinha, cargo que ocupa há cerca de uma década. Começou como ajudante, em seguida assumiu o cargo de meio oficial, depois, foi promovido a cozinheiro e, por último, passou a chefe. Ele atua como um maestro, atribuindo e coordenando as funções do dia aos profissionais de acordo com o cardápio. Mesmo depois de tantos anos na Chapel, ele se sente entusiasmado com seu trabalho. “Aqui é muito especial porque aprendemos muito, e, além disso, muitas cozinhas profissionais não chegam aos pés da nossa. Quando os alunos vêm me agradecer e elogiar a minha comida, eu fico ainda mais feliz. Me sinto realizado na Chapel!”, comemora o simpático e talentoso chefe.

DIETAS ESPECIAIS: ALIMENTAÇÃO PERSONALIZADA

Cerca de 10% dos alunos do colégio seguem alguma dieta especial, seja por conta de doenças crônicas como diabetes e doença celíaca, seja por alergia ou intolerâncias diversas, ou ainda por recomendação médica para baixar níveis de colesterol, por exemplo. Assim que a família informa e documenta por meio de atestado médico, uma equipe do setor de lanches e dietas passa a cuidar da alimentação desse aluno.

“Nós pensamos na dieta da semana inteira e, diariamente, uma nutricionista acompanha a montagem de cada uma delas. Quando ficam prontas, checamos tudo novamente”, explica Ms. Berkowitz. Cada aluno tem um potinho separado, identificado com seu nome, que lhe é entregue por uma nutricionista no momento das refeições.

Aspectos culturais e religiosos são respeitados pelo setor de alimentação, que considera as mais diversas condutas alimentares. Em relação à carne, por exemplo, tanto o colégio dispõe de opções diárias de pratos vegetarianos, como também oferece alternativas à carne de porco.

distintos, onde são acompanhados pelas nutricionistas, que tanto dão apoio nas dietas especiais quanto observam se as crianças do Elementary School, principalmente, estão se alimentando bem. “Nós estimulamos que os estudantes sigam uma dieta variada e que se alimentem nos horários estipulados, a fim de não

passarem muitas horas sem comer”, afirma a nutricionista.

O desperdício é outra preocupação do setor de nutrição. Tudo o que sobra no almoço é pesado, e os estudantes são constantemente conscientizados sobre o desperdício de alimentos, sendo orientados a evitarem colocar no prato mais do que conseguirão comer.

CHAPEL COOKBOOK REÚNE AS RECEITAS MAIS FAMOSAS DO COLÉGIO

Os pratos salgados e doces mais requisitados pela comunidade escolar, além de contribuições enviadas por professores, colaboradores e familiares, estão reunidos no Chapel Cookbook, o livro de receitas do colégio. As 125 receitas que compõem o livro – e que podem ser preparadas por crianças e adolescentes –são apresentadas em inglês e português, contendo lista de ingredientes básicos e informações nutricionais. Recentemente, foi lançada a segunda edição do Cookbook, ampliada com dicas culinárias preparadas pela nutricionista Flora Spolidoro, consultora permanente da Chapel.

O AMOR QUE SEMPRE DIZ SIM NÃO EDUCA, É SUBMISSO

Por Paula Veneroso

Fotos: Chico Max, Jairo Goldflus, JR Duran, Leandro Melo, Paulo Vitale e Vitor Garcia

O AMOR É UM DOS SENTIMENTOS

MAIS NOBRES DOS SERES

HUMANOS, POIS NOS TORNA MAIS SENSÍVEIS, MAIS COMPREENSIVOS

E MAIS TOLERANTES, ENFIM, O AMOR NOS TORNA MAIS HUMANOS. TALVEZ UM DOS EXEMPLOS MAIS GENUÍNOS DE AMOR

SEJA O AFETO DOS PAIS PELOS FILHOS. NÃO À TOA, TAL

SENTIMENTO É TIDO COMO

INCONDICIONAL, OU

SEJA, TRATA-SE DE UM AMOR ILIMITADO E ABSOLUTO. NO ENTANTO, ISSO NÃO É NECESSARIAMENTE SAUDÁVEL.

Quem afirma isso é Mario Sergio Cortella. Filósofo, professor e escritor, em março, ele completou 70 anos de idade e meio século de docência. Iniciou na carreira acadêmica quando cursava o segundo ano da graduação, e lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) durante 35 anos. Apesar de ter deixado as aulas convencionais, nunca parou de ensinar. Autor de 51 livros, percorre o Brasil ministrando palestras e pode ser visto na TV Cultura e na rádio CBN, onde atua como comentarista.

O professor Cortella, como é carinhosamente chamado, tem hoje 22 milhões de seguidores nas redes sociais, o que comprova a relevância e o alcance das suas ideias. Convidado a falar novamente para as famílias do colégio, o professor abriu sua agenda apertada e concedeu essa entrevista exclusiva à Inside Chapel

Podemos afirmar que o amor incondicional dos pais pelos filhos pode beirar o desamor?

Mario Sergio Cortella: Todas as vezes que se faz algo sem nenhuma condição estabelecida, ou seja, em que não haja requisito, há uma soltura da relação e um afrouxamento do cuidado que sempre se torna perigoso. Por isso, o amor que tudo aceita pode ser leviano. O amor que é verdadeiro tem requisitos. Quando você encontra em algumas religiões, entre elas o cristianismo, uma expressão trazida pelo apóstolo Paulo – “o amor aceita tudo” –, é claro que ele está dizendo no sentido de acolhimento e compaixão. Nesse sentido, um amor que diz sempre sim não educa. Ele se submete. Um amor que é incapaz de colocar limites, condições, regras, não forma, ele solta, afrouxa. Portanto, o amor verdadeiro é capaz de dizer não. É capaz de dizer sim, mas não diz só sim. O amor, quando incondicional, pode se aproximar da irresponsabilidade. E quando nós, adultos, temos, em relação a crianças e jovens, a necessidade de zelar por eles, a zeladoria tem que ser cuidadosa. E

o zelo é aquele que não só permite, mas que também impede, que não só admite, mas também afasta. Do contrário, ele é marcado pelo interesse.

Por que a expressão “o amor aceita tudo” pode ser considerada antiética e antipedagógica?

MSC: A formação de uma pessoa, de um adulto ou de uma criança, estabelece fronteiras e barreiras em relação à conduta. A ética é a prática da decência, que é situada dentro de determinadas circunstâncias em que algo pode ou não ser feito, deve ou não ser feito. O simples desejo de alguém não autoriza essa pessoa, em qualquer idade, a realizar aquilo que deseja. O desejo tem que ser submetido a condições, não só da comunidade de vida na qual se está, inicialmente na família, como também em relação à sua própria decência. Há coisas – e eu lembro isso com frequência – que eu quero, mas não posso. Coisas que posso, mas não devo. E coisas que devo, mas não quero. Portanto, uma personalidade saudável é aquela que equilibra o desejo, a capacidade e o dever. A amorosidade não pode

ser caracterizada pela incapacidade de recusa. Uma das maneiras de se aproximar – e isso eu fiz na vida, com os meus filhos e filha, e ainda faço com os meus netos e netas – é usar a frase: “é porque eu te amo que não desejo que você faça isso”. O amor que estabelece requisitos é um amor cuidadoso, e o cuidado é, sim, marcado por uma liberdade consciente.

Muitas vezes os pais não têm muita clareza da diferença entre ser uma autoridade para os filhos e ser autoritário com os filhos...

MSC: A autoridade é o exercício do mando a partir de objetivos que estão sob a tua responsabilidade. O autoritarismo é o exagero do mando. Eu digo com frequência que uma família é uma estrutura de participação coletiva, mas ela não pode e nem deve funcionar como uma democracia. Uma democracia é um conceito social ampliado em que direitos e deveres são correlatos. No contexto familiar, sem dúvida, as pessoas adultas precisam, sim, consultar, dialogar, mas quando se tem responsabilidade sobre outra

pessoa, em que existe também o ônus da consequência, é preciso que os adultos exercitem a autoridade. No entanto, essa autoridade não deve ser, claro, exacerbada. Não se trata de impor o mando a qualquer custo, mas sim de utilizá-lo em prol de um propósito.

E como os pais podem exercer essa autoridade?

MSC: O propósito de uma família é dar vida, sustentação, formação, abrigo e afeto a um grupo de pessoas de várias idades. Neste lugar, para que haja ordem e, ao mesmo tempo, harmonia e liberdade, a divergência é acolhida, mas submetida à autoridade de quem tem a responsabilidade. Volto ao ponto: uma família não é regida pelos mesmos princípios que uma democracia. Assim como em uma sala de aula, eu desejo uma atividade participativa, mas a função que tenho como docente não é idêntica à de quem é aluno ou aluna. Eu sou a autoridade, não posso ser autoritário, não devo ser autoritário, mas preciso assumir aquilo que é a minha tarefa. Por isso, o exercício do mando e da gestão só será, absolutamente, ilegítimo se transbordar para o autoritarismo, o qual será exercido no dia a dia como um sinal de temor. Desmond Tutu, o grande e especial homem que um dia, nascido na África do Sul, recebeu o Nobel da Paz, lembra algo que seu pai afirmava sempre para ele, e essa é uma lição que aprendi: “Não eleve a voz, melhore teus argumentos”. E, se o argumento não é entendido, quem tem a responsabilidade terá de dizer ‘não’ com o ônus que isso carrega. Portanto, a presença da ordem só é ilegítima se for autoritária.

O senhor acredita que os pais têm receio de assumir esse papel de autoridade?

MSC: Pais e mães que temem o exercício do poder são pais e mães inteligentes. Porque qualquer pessoa que teme não saber fazer algo direito, mas não se submete a esse temor e vai buscar aprender a fazê-lo, é porque quer se preparar. Por isso, não há problema em temer. O problema é se esse temor paralisa a ação e se torna submissão, complacência ou negligência.

Então, o senhor está dizendo que os pais estão continuamente aprendendo a ser pais?

MSC: Claro. Nenhum de nós nasce com a nossa formação completa. Eu,

PAIS E MÃES QUE TEMEM O EXERCÍCIO DO PODER SÃO PAIS E MÃES INTELIGENTES.

O AMOR, QUANDO INCONDICIONAL,

PODE SE APROXIMAR DA IRRESPONSABILIDADE.

NUMA FAMÍLIA, É PRECISO QUE OS ADULTOS EXERCITEM A AUTORIDADE. NÃO É O MANDO A QUALQUER CUSTO, É O MANDO QUE SIRVA A UM PROPÓSITO.

Cortella, não fui o mesmo pai para o André, que é meu filho de 46 anos, para a Ana Carolina, que é a minha filha de 44, ou para o Pedro, que tem 40. E isso porque não só eles não eram a mesma pessoa, pois cada pessoa é única, como eu também, na relação com eles, tinha mudado a minha forma de ser. Alguns princípios se mantinham e algumas lógicas se sustentavam no tempo, mas a relação e o aprendizado haviam se transformado. Por isso, qualquer pessoa adulta que vá auxiliar na formação, especialmente de crianças e jovens, tem de estar se qualificando de modo contínuo. Nós, pais, não nascemos sabendo e nem nascemos prontos.

É normal não saber o que fazer quando se é pai ou mãe?

MSC: Sim. Um pai ou uma mãe que diz “eu não sei o que fazer” está demonstrando inteligência, porque muitas vezes não sabemos mesmo.

É nessa hora que se recorre a quem pode nos auxiliar. Na relação da família com a escola, em várias situações, a escola tem, por conta até da própria natureza da instituição, uma capacidade maior de orientação. Nem sempre a escola sabe sozinha isso, ela também recorre a uma comunidade de cuidado chamada sociedade.

No sentido de que a família reúne pessoas e personalidades diversas, é claro que vai haver divergências e atritos. No entanto, em busca de uma família perfeita, vemos muitos pais associando conflitos a desestruturação familiar. Qual é a sua opinião sobre isso?

MSC: A verdadeira paz não é a paz dos cemitérios, na medida em que nem o cemitério é um lugar pacífico, ele é um lugar onde a vida está organizada de outro modo.

Não há paz no local em que haja convivência. Nós só desejamos a paz porque a convivência nos coloca isso como algo que é necessário, e ser pacífico é diferente de ser passivo. A passividade de um pai, de uma mãe ou de um adulto que ajuda a cuidar de uma criança ou de um jovem é muito perigosa. Afinal de contas, é impossível que nós convivamos com outras pessoas de qualquer idade e não haja atrito, ele é inerente, inclusive porque as vontades são diversas. Como cada pessoa é uma pessoa, é preciso harmonizar a convivência, mas essa harmonia da convivência não implica em ausência de conflito. O conflito vem quando decidimos, por exemplo, comer alguma coisa, assistir a alguma

coisa junto, ir ao cinema. Existe um conflito: eu quero ver tal coisa e, eventualmente, a outra pessoa quer outra, eu quero comer tal alimento e a outra quer outro. Ora, o que faz o afeto? Ele combina as diferenças para que haja, pelo menos, um pacto momentâneo, para que haja um consenso mesmo que provisório. “Ok”, se diz, “hoje, nós vamos fazer isso, e amanhã vamos buscar outro caminho”. Isso é um adiamento do confronto. E eu faço de propósito essa distinção entre conflito e confronto.

Explique-nos, por gentileza, a diferença entre conflito e confronto.

MSC: Um pai e uma mãe que temam o conflito não podem exercer a autoridade. Aliás, trabalho de parto, eu digo sempre, não é algo que se dá apenas na maternidade. Ser pai ou mãe, a paternidade, a maternidade, isso dá um trabalho grande. É necessário dedicar tempo, inclusive, para lidar com os conflitos de modo evitar que se transformem em confronto. No conflito, há uma divergência, enquanto no confronto, há uma colisão que demanda o uso da força para ser amainada. O uso da recusa ao confronto é sempre necessário.

CRIANÇA É AQUELA QUE ESTÁ

SENDO CRIADA. NÃO É ELA QUE TE CRIA. SIM, EDUCAR DÁ TRABALHO.

Quais os riscos de os pais sempre cederem à vontade dos filhos para não entrar em atrito?

MSC: Evidentemente que alguns pais podem dizer: “Mas se eu impedir, se eu disser não, meu filho vai ficar irritado”. Vai. E isso é inerente à própria existência. Desejos não são direitos. Um pai, ou uma mãe, que tenha temor do conflito, tem que rever a sua postura. Por outro lado, o temor do confronto é necessário. E a maneira de evitar o confronto é o exercício de uma autoridade competente, da qual se aprenda. E como é que você evita o confronto? Evitando. Dizendo “Não”, “não pode”. Eu também fico bravo ou irritado quando algumas coisas que desejo não acontecem. Portanto, formar uma pessoa é formá-la também em relação àquilo que, sendo desejo, não aconteceu. E, justamente por isso, há uma diferença entre levar em conta o que uma criança deseja e submeter-se ao desejo. Levar em conta é parte de uma atenção cuidadosa, submeter-se é irresponsável.

Como podemos fazer para que os conflitos não se transformem em confrontos?

MSC: Te dou um exemplo concreto. Eu vi na internet uma mãe que resolveu um conflito usual do cotidiano que pode degenerar em confronto, que é o uso do mundo digital de modo ilimitado pelos seus filhos. Ela chamou os filhos e disse: “A partir de agora, nós vamos ter uma senha inédita diariamente para o Wi-Fi. Todos os dias, colocarei uma nova senha e você terá acesso a ela todas as vezes que já tiver feito sua tarefa escolar ou arrumado as coisas que temos necessidade de fazer”. Ora, isso é um modo inteligente, é um caminho. Como adultos, nós temos de ter mais capacidade, pois vivemos num mundo diverso do que era, em que a convivência de crianças e adultos ficou

mais restrita no uso do tempo, em que nós, hoje, em função de deslocamentos mais demorados, de necessidade de aumentar a carga de trabalho e tarefas, vivemos uma restrição, uma rarefação dessa convivência intergeracional.

Sobre essa rarefação do convívio entre pais e filhos que o senhor mencionou. Percebemos que muitos pais, para compensar essa ausência, essa falta de tempo, acabam permitindo ou praticando um consumismo exagerado. O que o senhor poderia dizer sobre isso?

MSC: Quando a consumolatria, essa adoração do consumo como forma compensatória, ocupa a vida

QUALQUER PESSOA ADULTA QUE ATUE NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS TEM DE SE QUALIFICAR DE MODO CONTÍNUO. NÓS, PAIS, NÃO

NASCEMOS

SABENDO

E NEM

NASCEMOS PRONTOS.

das pessoas, ela transforma toda relação numa relação negocial, uma espécie de escambo. “Eu te dou isso e você acalma”. “Eu te permito isso e você me deixa em paz”. Ora, essa é uma das formas de abrir mão da responsabilidade que não pode se abrir. Evidentemente que alguns pais ou mães, ou até avôs ou avós, como é o meu caso que sou avô, criam uma lógica muito arriscada, isto é, sair de casa para passear ou ir a algum lugar é sinal de consumo. Se sai, sai para comprar alguma coisa. Não se sai para andar, para ver a formiga trabalhando, para ver o sol, para dar uma volta na rua. Se sai, é para comprar. Todas as vezes que um pai ou uma mãe estabelece essa conexão, sair é comprar, é claro que a criança retornará a essa intenção. E, portanto, ela entenderá que aquilo que se faz não é algo que não se deva fazer. Por outro lado, alguns pais ou mães utilizam um argumento estranho. Quando a criança pede algo, dizem: “Eu estou sem dinheiro”.

Explique-nos a estranheza de tal argumento.

MSC: Uma criança, dependendo da idade, tem dificuldade de lidar com essa informação, porque como ela se habitua a ver o uso de cartões, ou a quitação de algo com a aproximação do celular, ela entende esse argumento como sendo uma enganação. E de fato é. O que o pai ou a mãe deve dizer, nesse momento, é: “O dinheiro que eu tenho não é para isso. Tal como você, que ganhou o dinheiro da avó, da tia, do padrinho, o teu dinheiro não é para comprar pão, leite e pagar as contas da casa”. Bem, nessa hora é comum a criança ficar brava. E vai ficar. É por isso que somos adultos e ela, criança. Criança é aquela que está sendo criada. Não é ela que te cria. Nessa hora, sim, dá trabalho. Pois bem, esse é exatamente o ônus de quem forma outras pessoas.

NÃO ENTRAR NO MODO DESISTÊNCIA

“Temos de compreender que somos contemporâneos de crianças de idades variadas. Eu, aos 70, sou contemporâneo dos meus netos, de 5, 8 e 11 anos, e dos pais deles, pois nós estamos vivendo ao mesmo tempo. No entanto, viver ao mesmo tempo não significa que vivemos do mesmo modo. A maneira de enxergar a realidade, a vivência, é diversa. Portanto, é preciso prestar atenção e aprender com os outros modos de viver, de maneira a não entrar apenas no modo de queixa: ‘Ah, essas crianças; ah, esses tempos; não tem mais alternativa’. Esse modo desistente é muito arriscado. Criar um filho é diferente de regar uma planta, pois o cuidado é diário, mas não automático. Trata-se de uma criação cotidiana e, nessa hora, não desistir é um passo forte.”

OS TRÊS MAIORES DESAFIOS NA EDUCAÇÃO

DOS FILHOS, SEGUNDO CORTELLA

PREPARAR-SE PARA EDUCAR

“O segundo desafio é compreender que quem educa precisa se preparar. Não basta imaginar que porque gerei ou porque auxilio quem gerou, no caso de uma avó ou uma avó, eu já sei fazê-lo. O fato de eu ter criado, ajudado a criar três crianças, que hoje têm crianças, não significa que eu já sei fazêlo. Significa que eu sou capaz de fazer porque fui aprendente e continuo até hoje. Portanto, o desafio é ter humildade intelectual, isto é, colocarse de prontidão para aprender aquilo que não se sabe, principalmente nas parcerias com a escola e com outras estruturas.”

MANTER A ESPERANÇA ATIVA

“Além de sabermos que a qualificação é um contínuo, pois a vida é gerúndio, é preciso que tenhamos uma esperança ativa. Isto é, no lugar de aguardar, vamos buscar. Pode parecer óbvio, e é, mas para algumas coisas na vida, é melhor começar cedo antes que seja tarde. E uma delas é exatamente a necessidade de fazermos nossas parcerias com instituições educativas. Uma delas é a escola, que escolariza. Ou seja, uma parcela da tarefa educativa é feita na escola, a outra é com a família. A família, nesta hora, recorre a essa condição. Portanto, essa terceira bola é a esperança ativa, a capacidade de ir em busca, a capacidade de se mover nessa direção.”

ALUMNUS

HORIZONTE AMPLO

ALUNOS DA CHAPEL INGRESSAM EM UNIVERSIDADES AMERICANAS DE EXCELÊNCIA

Achamada Ivy League é o grupo composto por oito universidades privadas dos Estados Unidos que são sinônimo de qualidade e prestígio: Brown, Columbia, Cornell, Dartmouth, Harvard, Pensilvânia, Princeton e Yale. Ingressar em uma dessas instituições significa não apenas ter acesso a uma formação de altíssimo nível, mas também integrar uma rede de ex-alunos destacados nos mais diversos setores, da política às artes. Trata-se de uma verdadeira grife não apenas para os estudos, mas para a vida.

Dois egressos recentes da Chapel – Cezario Caram e Mathias Reimer, ambos com 19 anos – realizam desde o ano passado o sonho de integrar o seleto grupo de alunos da Ivy League. Mathias estuda em Yale, fundada em 1701 na cidade de New Haven, Connecticut, e Cezario na Brown, que iniciou as atividades em 1764, em Providence, Rhode Island. Eles relembram, a seguir, o caminho percorrido até essa grande conquista e compartilham como têm sido os primeiros tempos de uma experiência tão marcante.

Por Maurício Oliveira Fotos: Arquivo Pessoal

“Welcome to Brown”

O ingresso de Cezario Caram na Brown foi o desfecho perfeito para uma intensa trajetória na Chapel, onde ele começou aos quatro anos e permaneceu até se formar no High School. “Sempre tive a vontade de deixar uma marca associada à minha longa passagem pela escola, de ser lembrado como alguém que retribuiu tudo o que recebeu dessa comunidade”, conta ele.

O caminho passou pelo amor ao esporte. Desde pequeno, Cezario ficava encantado ao perceber como o colégio inteiro parava para torcer pelos seus representantes nos torneios esportivos. Assim que começou a praticar futebol de campo e futsal, conquistou um lugar de destaque nos times. Sua vocação para liderança o colocou

frequentemente no papel de capitão, mesmo quando havia colegas mais velhos no grupo.

O rapaz conseguiu conciliar bem as atividades físicas com a dedicação aos estudos, destacando-se pelas boas notas, sempre entre as melhores da turma. “Acredito que o esporte tenha me ajudado nisso, pois contribui em aspectos como disciplina, concentração e gestão do tempo.”

Com a chegada da pandemia de covid, em 2020, Cezario sentiu profundamente o afastamento forçado do ambiente escolar e a consequente suspensão das práticas e competições esportivas. Quando foi possível uma certa retomada, ainda que gradual, ele considerava-se responsável por

manter a tradição de muitos títulos da instituição nos campeonatos interescolares, já que era um dos veteranos e líderes do grupo. Só que tudo parecia conspirar contra, incluindo uma contusão no quadril que o deixou fora de combate por alguns meses e abalou sua autoconfiança.

A maré virou no ano de despedida da Chapel. Além de ser eleito para a presidência do StuCo, o grêmio estudantil, Cezario obteve uma conquista redentora no campo esportivo: o título do torneio Big 8 de futsal, disputado com outras sete escolas internacionais, com direito a uma reviravolta incrível na final – o time perdia por 3 a 1 e conseguiu vencer por 4 a 3.

Foi em meio aos dias de euforia por essa vitória marcante que chegou a notícia da aprovação pela Brown, conclusão de um detalhado processo de aplicação iniciado meses antes. Cezario já havia sido aprovado para Georgetown, em Washington DC, mas o sonho era mesmo Brown. “Desde pequeno, eu sentia uma familiaridade quase inexplicável com Brown. Acho que simpatizava muito com o fato de o mascote da universidade ser um urso.”

Ele se emociona até hoje ao lembrar da sensação que teve no dia 17 de maio de 2023 – data que

ficou marcada na memória – ao abrir um e-mail da instituição e ler “Welcome to Brown”. “Era como se tudo tivesse se encaixado naquele momento, como se todas as dificuldades que enfrentei de repente fizessem sentido. Meu mundo estava completo.”

A adaptação não tem sido simples, já que a mudança para os Estados Unidos envolve um nível inédito de autonomia. Cezario estava acostumado a ambientes seguros, onde permanecia rodeado de apoio – tanto na comunidade da Chapel quanto na grande família de cinco irmãos. “Esse período certamente tem me levado a um forte amadurecimento. A experiência de vida que estudar fora proporciona

é tão importante quanto a acadêmica”, avalia ele, que está compartilhando o dormitório com dois jovens americanos – um do Texas e outro da Carolina do Norte. Nos primeiros anos do curso, o currículo flexível adotado por Brown permite a escolha de disciplinas diversificadas, mas os planos são seguir o caminho da Engenharia –mesma profissão do pai, fundador de uma construtora. Enquanto se esforça para acompanhar os estudos com o melhor desempenho possível, Cezario tem eventualmente participado de partidas de futebol, sem o compromisso de integrar um time. “Sempre que jogo, vou muito bem. Sou brasileiro, né?”, ele brinca.

Por Maurício Oliveira

Fotos: Arquivo Pessoal

VENTO EM POPA

Mathias Reimer chegou à Chapel aos 15 anos. Depois de ter morado algum tempo nos Estados Unidos na infância, ele frequentou uma escola Waldorf nos primeiros anos após o retorno ao Brasil. “Como eu já tinha a vontade de fazer faculdade nos Estados Unidos, meus pais concordaram que seria melhor cursar o High School na Chapel”, lembra o rapaz.

Assim como ocorreu com Cezario, a experiência de Mathias na Chapel foi fortemente marcada pela pandemia. Como a situação só se normalizou de vez no último ano, ele desfrutou com intensidade do período de despedida. “Lamentei que a pandemia tenha tirado a gente da escola por tanto tempo, mas, quando voltou a ser possível, aproveitei cada minuto do convívio com os professores e os colegas.”

Mathias cursou o International Baccalaureate (IB), metodologia que prepara os estudantes para vivências globais. A conclusão do curso exige um ensaio com quatro mil palavras e ele escolheu, como tema,

“Submarinos na Primeira Guerra Mundial”. Foi uma forma de reunir três paixões: Engenharia, História e o mar – o rapaz pratica vela desde pequeno. “Logo que voltamos ao Brasil, quando eu tinha seis anos, meus pais queriam que eu e minhas irmãs tivéssemos uma atividade física e nos matriculou no Yacht Club Santo Amaro”, recorda. Dedicado e apaixonado pela vela, Mathias passou a participar de competições nacionais e internacionais. Ficou em 10º colocado no Mundial Júnior da classe laser, disputado na Itália, e conquistou o mundial júnior Lightning, nos Estados Unidos, como proeiro da equipe, composta por três velejadores. Decidido a seguir os estudos sem abandonar o esporte, pois cultiva o sonho de disputar os Jogos Olímpicos, ele definiu que um critério importante para a escolha da universidade seria ter uma boa equipe da modalidade. No verão de 2022, visitou algumas delas, como Brown,

Harvard e Yale, ocasiões em que conheceu a estrutura e os técnicos das equipes de vela. “Senti que Yale seria um ambiente que combinaria melhor comigo. Tornou-se a minha primeira opção.” Deu certo, para imenso orgulho do rapaz e de toda a família. “Certamente não fui recrutado especificamente por ser um atleta de vela, mas acredito que isso tenha contribuído positivamente na análise do meu perfil.”

Além dos treinos da equipe de vela da universidade, que exigem dedicação, há também frequentes campeonatos aos finais de semana. Para continuar conciliando os estudos com o esporte, é preciso dispensar várias oportunidades que Yale oferece, como palestras e a participação em clubes temáticos – sem falar nas festas. “Preciso pagar esse preço para fazer parte do time de vela, mas estou em paz com as minhas escolhas”, conta Mathias. Ele divide o quarto com

três colegas, todos americanos. O alojamento como um todo proporciona uma experiência bem mais multicultural, tanto que o colega mais próximo do brasileiro é um grego. Como havia cursado o IB na Chapel, Mathias conquistou o direito de “pular” algumas disciplinas básicas, como Cálculo I e Cálculo II, concentrando-se em matérias mais avançadas. “É nessas disciplinas que está o verdadeiro valor das aulas”, avalia o rapaz, que pretende se formar em Engenharia Mecânica, a mesma profissão do pai. Para isso, precisa fazer 20 dos 36 créditos voltados a essa formação – os demais podem ser cumpridos em Humanas, Escrita e Ciências Sociais. “Hoje tenho muita clareza sobre o quanto a passagem pela Chapel me preparou bem para o que estou vivendo”, conclui Mathias.

ALUMNUS

CRÔNICA

Por Maria Flávia Bastos

Fotos: Arquivo Pessoal

CECÍLIA, MIGUEL

Cresceram na mesma rua. Ela, numa casa feita por arquiteto, com piscina e jardim. Cecília vivia com os pais, professores universitários e trilíngues, constantes viagens ao exterior que eram parte da decoração da casa com objetos que se misturavam na grande estante de livros. Miguel morava na casa que foi dos avós e que agora era dele e do pai, um viúvo sistemático, mas amoroso, que tinha uma loja de instrumentos musicais onde Miguel aprendeu a tocar violão e ensinou à Cecília. Na rua eram apenas crianças, não os filhos de seus pais. Mais tarde, tornaram-se adolescentes que riam e criavam um mundo extraordinário onde amar era regra e não exceção. Aos 22 anos tiveram de se despedir. Cecília ia embora do Brasil com os pais. Ficaram muito tempo sem se ver. Na despedida, se olharam e sabiam que se amavam, mas é que o amor nem sempre tem razão.

Miguel sentou-se no meio da rua e começou a chorar. E ali, sozinho, com a roupa molhada da chuva que caiu há pouco, sentia a estranha mistura dos líquidos no corpo, que doía inteiro. Não sabia se era febre, angústia, raiva. Era uma espera de

meses. Uma expectativa que lembrava a do primeiro beijo adolescente. E nada. Nenhuma notícia, nenhuma mensagem e nenhum sinal.

Queria mesmo era ter acreditado no que disse uma senhora que também aguardava no saguão do aeroporto: O avião está atrasado há duas horas! Mas não era o mesmo voo. Ela não veio e só!

Com a pouca força que tinha, abriu a carteira, sacou uma Novalgina enquanto o Gil latejava na sua cabeça: “Drão, o amor da gente é como um

grão, tem que morrer pra germinar”. Poxa, Gil! Por que tem que morrer? Morrendo estava Miguel, sozinho, em uma calçada, com a fatura do cartão de crédito a ser paga, parcelas de 10 vezes do hotel à beira mar, de um final de semana em Itacaré que não vai existir. Como também não existirão sua percepção de como ela fazia chá, cuidava dos cachorros, chorava de rir em filmes ruins, deixava geleia na ponta das folhas dos livros que lia, tocava Drão ao violão pra ele dormir.

De ressaca, acordou com o fado pernambucano cantado pela Isadora Melo latejando na cabeça: “era eu que te deixava ou você que me perdia”? E pensou em como a vida fez essa volta e o levou de novo pra ela, tão diferente dele. E, embora com muito medo – de novo – queria ter a encontrado face a face e dizer a ela o que vinha sentindo. Mas, vai saber por que motivos, ela não veio e resolveu lhe escrever tudo aquilo que não pôde falar. Foi pro computador e começou a digitar:

Eu já tenho a natureza propícia a não esconder meus sentimentos. E sob pena do ridículo, geralmente me arrisco e me exponho. Mas, depois da morte de meu pai, entendi que a vida, mais que efêmera, é urgente! E um dos alívios que tenho em relação ao meu pai é que eu lhe disse tudo. Nós nos dissemos tudo. É a paz de amar e me sentir amado por ele que me faz ficar bem.

Então, não quero esperar mais um ano, algumas músicas, textos, mensagens, pra dizer o que estou sentindo. Novamente, sob a pena do ridículo, resolvi que quero fazer isso. Pois bem!

Quando te reencontrei depois de tantos anos, fiquei feliz em te ver bem e veio um misto do desejo de ser seu amigo de novo, com o desconcerto de se “rever o grande amor” como cantou o Chico. E acho que até rolou essa tentativa do retorno de amigos, mas, mesmo tentando achar que era loucura ou impressão minha, comecei a ficar feliz demais quando chegava mensagem sua. Tentei frear, mas um coração disparado não tem lá muito freio.

No ano seguinte ao primeiro reencontro, conseguimos marcar uma data. E eu dizia pra mim mesmo: “ela é só sua amiga! Para, Miguel”! E fomos. E tivemos aquela noite terapêutica e falamos horas e horas sobre nossos amores, dores, alegrias e eu queria que durasse uma semana, um mês, um ano, a nossa conversa. E pensava em mim, há anos atrás, esperando o telefone tocar. E ele tocava no mínimo três vezes por semana e, por uma hora ou mais, a gente falava sobre livros, música e, às vezes, você lia trechos de livros que gostava ou tocava violão pra mim. Nessa hora em que me vi voltando no tempo, sério, senti um frio na espinha com a hipótese de passar por tudo de novo e, meu medo foi tão grande que, na noite seguinte, naquele jantar com nossa turma de infância, tive a primeira crise de pânico de uma série que ainda viriam. E, creia, um tempo depois, já na análise, aprendi que pânico é supressão do desejo. Pensei: e agora, o que faço com isso? E veio mais um ano novo, uma nova possibilidade de te ver. Juro, tentei minimizar e não dar tanto valor, mas, a essa altura, cê já me mandava outras músicas pelo Deezer que eu escutava mil vezes, com o coração adolescente. Setembro veio e, quando você me disse que não podia me ver por causa de uma dor de garganta, senti um alívio como o de um Rivotril. Pensei: “Tô livre! Não tem risco! Não há chance pra isso crescer”! Mas você enfrentou a gripe e foi me ver. Eu tomei um whisky e desci. Naquela noite, o meu corpo tremeu. Sei lá se você notou, mas, eu estava frio e tive medo de gaguejar. Devia ser minha intuição. Aconteceu! Pronto! Depois de tantos anos a gente se beijou de novo, como adolescentes. E eu até podia ser alguém que achasse massa viver o rompante e pronto! Passou! A gente matou uma curiosidade adulta e ok, segue-se a vida. Seríamos, no máximo, amigos que se beijam uma vez ao ano. Mas não deu. Eu não sou tão moderno quanto gostaria de ser. Voltei pra casa e senti sua falta.

Queria conversar e te abraçar de novo. Queria te contar sobre minhas viagens, minhas músicas, o horóscopo ou o preço do pão.

Eu tentei fazer diferente, mas, de novo, tantos anos depois, me apaixonei por você. Me revoltei muito por isso! Senti medo, raiva e depois aceitei. E não é fácil, viu?! Lá atrás era difícil já que vivíamos em cidades diferentes, éramos novos, mas hoje, putz!!! Tem a distância, carreiras, casas, famílias. Chorei pra parar de sentir! Não parei...

Mas escrevi tudo isso porque decidi que preciso te contar, até porque, como na adolescência, sinto que vivo isso tudo sozinho. Eu estava lá esperando e você não veio. Novamente vou precisar te esquecer. Mas é isso! Eu consegui uma vez e vou conseguir de novo. Não quero ser só seu amigo. Não dá! Tenho muitas e grandes amigas, mas você não é uma delas. Então, fiquemos com o fado que, depois que escrevi tudo isso, entendi que estou te perdendo, porque você está me deixando.

Apertou o botão de enviar. Fechou o notebook . Ela respondeu no outro dia. Ele tinha dúvida se deveria ler já que ela escrevia bem,

podia convencê-lo num momento em que ele já tinha entendido que o amor não aceita tudo. Foi ao centro da cidade, ao banco, ao

mercado, almoçou mal, voltou à casa, ligou o rádio e a música deles estava tocando. Abriu o note e resolveu ler:

Eu perdi o voo, Miguel. Cê sabe como sou desatenta. Ainda mais que tô vindo de um trampo lá em Manaus e esse foi mais um dia de baldeações, de voo em voo até chegar! Não cheguei. Não sabia se queria chegar. Dormi entre uma escala e outra. Pensei sentada na poltrona do aeroporto, o copo com Coca Zero esquentando na mão sobre as gentes encantadoras e chatas com quem convivo, as reuniões, os tantos negócios e seus valores, mas, nada disso é difícil pra mim. Medo mesmo é falar das coisas simples, as que sinto no dia a dia.

Ainda bem que te ouvi e entrei pra análise, o que faz com que, nessas horas de espera nos aeroportos, entre um cochilo e a vontade de te ver, unida à pouca coragem, eu sinta que posso te escrever.

Naquela noite em que a gente se encontrou - e só agora me dei conta disso - eu devia e queria ter te dito coisas mais legais que as que te contei. Mas acho que, como a gente depois de adulto passou a se falar pouco, quando nos encontramos, rola uma catarse quase terapêutica onde a gente fala, fala, fala e eu sempre acho que faltou dizer mais. E eu fiquei tão surpreendida com tudo que só consegui sentir. Não consegui elaborar. Então, hoje, quero dizer o que não disse. Primeiro, que amei tudo! Dizer que adoro quando, de repente, você me devolve com música a música que te mandei no Deezer. E que eu as escuto várias vezes e penso em você.

Queria dizer que eu não imaginava que você lembrava do nosso romance – quase platônico adolescente de tantos anos atrás. Queria ter dito que foi lindo te beijar e te abraçar e que devia ter te encontrado no outro dia. Queria ter dito que a música da Clarice Falcão que cê tinha mandado um dia antes era perfeita pra tocar no seu fusca azul que amo tanto, naquela hora e, por fim, que não demore mais tantos anos pra que eu tenha coragem de te encontrar de novo.

Leram em seus notes as mensagens de cada um algumas vezes. Nunca tiveram coragem de dar uma tréplica. Deixaram passar. Ela viajou mais vezes. Passou pela cidade de Miguel, pensou em ligar e imaginou seu

sorriso ao ler no visor do aparelho nada tecnológico “Cecília”, mas não ligou. Ele conseguiu o telefone de uma nova terapeuta e o pânico passou de vez. Nem toma mais Rivotril. Vez ou outra olham pro note, esboçam uma

mensagem, escutam as músicas que sabem suas no Deezer, mas não saem disso. Entenderam, enfim, que se amavam, mas que o amor, esse sim, nem sempre tem razão. Nem sempre aceita tudo.

SPOTLIGHT

ENCONTRO LITERÁRIO HOMENAGEIA A “ESCREVIVÊNCIA” DE CONCEIÇÃO EVARISTO

In spirado pelo conceito africano Ubuntu – que significa acolhimento, partilha e comunidade –, geralmente expresso pela frase “Eu sou porque nós somos”, o VI Encontro Literário da Chapel teve como tema “Interdependência”. “Pensamos no tema da interdependência porque ele traz a ideia de convivência e comunidade e remete a tudo o que nos faz dependermos uns dos outros”, explica Livia Galeote, professora de Português do High School. Ela conta que a escolha de Conceição Evaristo como escritora homenageada se deu justamente por causa do tema: “A obra da escritora mineira tem esse caráter de olhar para o outro, para outras realidades e sua escrita, como contadora de histórias, remete à ideia da ‘escrevivência’”. A professora se refere à expressão criada pela escritora, que também é linguista e cunhou o termo ao aglutinar as palavras “escrever” e “vivência”. Segundo Conceição Evaristo, “escrevivência” vai além de uma mera junção de palavras: “A escrevivência não é a escrita de si, porque esta se esgota no próprio sujeito. Ela carrega a vivência da coletividade”.

A fim de inspirar os alunos a participarem do concurso literário, o tema foi trabalhado nas aulas de línguas. De acordo com a chefe do departamento de Línguas, Ana Inglesi, esse tipo de atividade cultural é extremamente importante para os estudantes, que assumem o papel de protagonistas ao produzirem textos em prosa e poesia. “O concurso Literário

pode abrir portas para muitos alunos, que começam a escrever, a criar e percebem que são bons escritores. É uma validação da voz do aluno”, afirma.

O protagonismo dos estudantes não se dá apenas com a participação no concurso, eles se envolvem na edição do livro que reúne todos os textos inscritos e que é distribuído aos participantes no dia da premiação. “Convidamos uma aluna do IB Arts para fazer a capa do livro, e outro senior de Língua Portuguesa foi responsável pelo prólogo da obra, apresentando a escritora homenageada”, conta Paulo Henrique Silva, professor de Português do Elementary School. Ele afirma que o evento é uma ótima forma de apresentar novos autores às crianças menores e conta que o dia da premiação é sempre marcante: “É muito emocionante ver a participação da comunidade escolar, e o brilho nos olhos quando são anunciados os vencedores”.

No dia do evento, 16 de abril, além das premiações, houve apresentações musicais de alunas do High School, e declamação de poemas por estudantes do

Elementary School, que se inspiraram em poemas da Conceição Evaristo para criar seus próprios. “É um evento muito interessante não só pela celebração da comunidade, mas também pela produção artística, além de ser um canal para compartilhar as produções com as pessoas. O Encontro Literário é um evento de muita relevância acadêmica e social”, afirma Ms. Galeote.

Para Eliana Cardia, coordenadora do Programa Brasileiro, “o concurso literário, que culmina numa tarde de celebração, vai além de uma premiação ou competição, ele constrói uma comunidade escolar vibrante e inclusiva, dá voz aos alunos e contribui para cultivar uma geração de escritores talentosos e criativos“.

PORTUGUÊS

PREMIADOS POR CATEGORIA

Infantil poesia

Lara Pedro Faggin

Infantil prosa

Laura Sanjar Pereira

Infantojuvenil poesia

Laiz Buzzinaro Ribeiro

Infantojuvenil prosa

Julia Buzanello Segui

Juvenil poesia

Alex R Baines

Juvenil prosa

Maria Carolina Melo

Adulto poesia

Vinicius Ferreira Britto Rego

Adulto prosa

João Paulo dos Santos Pacifico

INGLÊS

Infantil poesia

Rafaela Cristina Gomes

Infantil prosa

Audrey Patricia Hamilton

Infantojuvenil poesia

Isabela Gebenes Paraskevopoulos

Infantojuvenil prosa

Mariana Rombino Ávila

Juvenil poesia

Beatriz Nottingham

Juvenil prosa

Beatriz de Oliveira Abram

Adulto poesia

Kerstin Schönherr

ESPANHOL

Infantil poesia

Lucas Barua

Infantil prosa

Juan Fabios

Infantojuvenil poesia

Fernanda Talonia

Infantojuvenil prosa

Vibha Srinivas Komala

Juvenil poesia

João Pedro Fegyveres

Juvenil prosa

Jano Albert Kamilos Filho

Adulto prosa

Lina Bustamante

FRANCÊS

Juvenil poesia

Bruno Stille

Juvenil prosa

Maria José Zappia

PALESTRAS NO HIGH SCHOOL COLOCAM

EM PRÁTICA UNIDADES DE ENSINO

No último semestre os alunos do High School tiveram a oportunidade de assistir a palestras relacionadas a conteúdos programáticos e que contribuíram para a consolidação do conhecimento.

Direitos Humanos em pauta

As turmas do 7º ao 9º ano conheceram o inglês Dr. Stuart Lawrence, que teve o irmão, Stephen Lawrence, assassinado em Londres, na década de 1990. Assistindo à ineficácia policial, que não prendia os assassinos, sua família questionou os motivos pelos quais a polícia vinha falhando nas investigações e lutou por justiça. Em uma palestra envolvente, Dr. Lawrence conectou-se com os alunos e contou como é ser negro num país predominantemente branco, promovendo uma reflexão sobre a importância das pessoas não se acostumarem com o papel de vítimas e lutarem pelos seus direitos. Após esse caso, houve mudanças nas leis inglesas e o governo procedeu a uma ampla reforma na polícia do país.

Os estudantes ficaram empolgados e, de acordo com o professor Donald Campbell, chefe do departamento de Inglês, “é muito bom quando o currículo fica vivo. Por mais que os alunos leiam sobre o tema, ter uma pessoa dentro da sala de aula contando uma experiência é muito melhor”. A participação de Stuart Lawrence foi bastante positiva principalmente para os alunos do 8º ano, que haviam acabado de passar por uma unidade de estudo sobre equidade racial.

A fantástica realidade dos superheróis: análise com a fotógrafa

Os estudantes do 10º ano tiveram a oportunidade de praticar seus conhecimentos de análise de imagens numa interação com a fotógrafa Renata Mello, convidada pela professora de Português Tatiana Cavalari. A atividade de encerramento da unidade de estudo cujo tema é fotografia e análise fotográfica foi com a fotógrafa, que fez uma dinâmica com os alunos e também os apresentou ao seu trabalho autoral e à sua profissão. Renata Mello projetou imagens de seu livro “The fantastic reality” e os estudantes puderam analisá-las de acordo com o que haviam aprendido nas aulas teóricas. As imagens do livro engajaram os alunos ao mostrar imagens de super-heróis trazidos para situações do dia a dia em que não podem utilizar seus poderes e são confrontados com as frustrações e limites da realidade.

“Foi um momento único para os estudantes praticarem e interagirem com a Renata em um ambiente bem descontraído e divertido”, comenta a professora. Segundo ela, os alunos ficaram à vontade para contribuir e se engajaram na atividade, “analisando os componentes das imagens, verificando como os planos das fotografias dialogam entre si, e conseguindo explicar os conceitos que haviam aprendido há pouco”. A fotógrafa Renata Mello é mãe de uma aluna da turma, e doou exemplares do seu livro para a biblioteca da Chapel.

Mão na Massa: palestra organizada por alunos

Dois estudantes do 11º ano, Pedro Manuel Farias e João Pedro Marrar, foram responsáveis por convidar outro palestrante, o empreendedor Igor Morais, fundador da Kings Sneakers, marca brasileira de moda urbana que tem hoje mais de cem lojas e um e-commerce. A história de Igor Morais é inspiradora: ele montou a marca com um empréstimo de R$ 300, e, com muito foco e persistência, transformou-se num empreendedor de sucesso. Sua história é contada no livro “Nada vem fácil”, de sua autoria, e, na Chapel, falou para as turmas a partir do 10º ano. João Pedro conta que decidiu convidar o empreendedor para que os colegas tivessem oportunidade de ouvir uma história inspiradora, com a qual pudessem se identificar. Para tanto, ele e o amigo Pedro Manuel se dedicaram a preparar todo o evento, desde a escolha do palestrante, o convite, a divulgação para as turmas, e a organização do espaço e da apresentação. Ao final, todos ficaram satisfeitos: os alunos gostaram bastante porque aprenderam coisas novas, e ambos porque ganharam experiência na organização de eventos, sendo elogiados pelos colegas e professores.

CONCERTO

MUSICAL DOS 4º, 5º E 6° ANOS

TEM EDIÇÃO MEMORÁVEL

Aoitava edição do Upper Elementary Music Concert vai entrar para a história da Chapel como um dos eventos de música mais marcantes dos últimos tempos. A começar pelo tema, Timeless Tunes, que celebrou músicas que transcenderam sua época, e pelo desafio: percorrer nove décadas de músicas, de 1940 a 2020. “A ideia do recital é explorar repertórios ainda desconhecidos pelas crianças, e é muito importante que tanto os alunos quanto o público se conectem e se envolvam positivamente com as

músicas escolhidas para o programa”, explica a professora Roberta Braga, chefe do departamento de Música e organizadora do evento. Colocando em prática o papel que o programa de música tem, que é também o de dar oportunidade para o aluno subir no palco e se apresentar, o Concerto Musical torna-se um momento muito especial, que emociona todos os que participam e assistem.

Todas as turmas do 4º ao 6º ano participaram cantando uma música e tocando outra, no xilofone. Ms. Braga

lembra que as músicas escolhidas para o repertório sempre estão no nível de conhecimento das crianças, pois elas têm de conseguir ler as partituras para tocar o instrumento. O concerto, em formato de pocket show, foi apresentado para os pais, mas os últimos ensaios foram abertos, e outras turmas puderam assistir. Além das músicas, os alunos foram responsáveis também pela decoração do auditório, que foi produzida nas aulas de Artes sob orientação da professora Cris El Dib. Este ano, houve mais uma inovação: os alunos produziram um vídeo de entrevistas com artistas atuais representados por eles mesmos. “Os estudantes acabam se envolvendo com o tema do recital em diferentes matérias. Além da música, há a produção artística, o vídeo e o script do espetáculo”, comenta o professor Caio Oliveira, afirmando que “essa integração entre matérias é muito boa, pois proporciona uma conexão entre as áreas”. O professor Filip Stoops afirma que o recital é uma “excelente chance para o 6º ano se mostrar como exemplo não somente em termos de performance musical, mas também uma oportunidade de escrever o roteiro de todo o recital e ainda gravar um vídeo”. Ele ressalta que os alunos se envolveram verdadeiramente

com o projeto, demonstrando engajamento. O aluno Tony Choo concorda: “Participei da produção do vídeo como entrevistador, junto com a minha colega Valentina Boueiri, e foi uma experiência bem diferente. Nós elaboramos a pauta de perguntas e acho que isso, no futuro, pode me ajudar em outras coisas que farei”, comenta. A aluna Maria Masi, responsável por escrever o roteiro da apresentação, juntamente com outros sete colegas, e introduzir as apresentações musicais no dia do espetáculo, apreciou a atividade. “A experiência de escrever, ensaiar e ler no evento foi muito divertida! Aprendi coisas novas e tive oportunidade de fazer algumas delas pela primeira vez, coisas que vão me ajudar no futuro”, comenta. Para o professor Mehir Desai, o recital deste ano foi memorável: “Os entrevistadores, Tony Choo e Valentina Boueiri, fizeram um trabalho incrível organizando seus colegas, escrevendo prompts e fazendo disso uma produção liderada pelos estudantes. Gabriel Son foi magistral na edição do vídeo, uma tarefa que ele assumiu e que demandou muitas horas de trabalho. Os apresentadores pesquisaram sobre artistas, criaram e desenvolveram um roteiro que era divertido e informativo, e ainda apresentaram para um público de centenas de pessoas, o que não deixa de ser um grande desafio”.

FEIRAS DE CIÊNCIAS DIVULGAM

EXPERIMENTOS DOS ESTUDANTES

Atradicional Feira de Ciências do High School aconteceu em março deste ano e reuniu experimentos de química, física, biologia e psicologia dos alunos do 7º e do 8º ano. Distribuídos nessas quatro categorias, os trabalhos são julgados por uma equipe composta por professores da Chapel, professores convidados e alunos dos dois últimos anos do High School, e os mais destacados em cada categoria recebem prêmios, bem como o melhor experimento da feira, que recebe a premiação máxima. O professor Leonardo Silveira conta que a preparação para a feira começa um semestre antes, quando os alunos trazem para as aulas seus tópicos de interesse e, sob orientação, decidem o tema de pesquisa. Depois disso, complementa a professora Ingrid Vompean, “eles descrevem as variáveis do experimento, elaboram a lista de materiais, desenvolvem o método de pesquisa, escrevem os resultados e as conclusões e, por fim, elaboram o pôster de apresentação”. A aluna do 9º ano Ana Dall’Ovo é um exemplo disso. Segundo ela, “a Feira de Ciências foi um aprendizado incrível! Poder colaborar com minha parceira de projeto, compartilhando ideias e superando as dificuldades durante as etapas de desenvolvimento do nosso experimento tornou o processo desafiador e leve ao mesmo tempo”.

De acordo com o professor Marcio Kuroiwa, chefe do departamento de Ciências, “esse projeto é uma preparação

para o IB, além de ser uma ótima oportunidade para os pais verem o trabalho dos filhos”. Ms. Vompean chama atenção para o desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos: “Além disso, é interessante verificar como eles desenvolvem o poder de escolha, já que decidem a área e o tema do experimento. Essa proatividade é muito importante para o protagonismo dos estudantes”. Para Mariana Ávila, do 8º ano, uma das premiadas da feira, “o experimento da Feira de Ciências foi uma boa mudança em relação aos projetos habituais que realizamos em sala de aula. Na verdade, experimentar foi divertido. Foi bom fazer uma aula para pensar em tópicos, fazer perguntas e registrar os resultados. Achei a Feira de Ciências mais estressante do que a maioria dos projetos, talvez devido à quantidade de tempo que gastamos nela, mas ser premiada foi muito divertido e inesperado, e fez todo o processo valer a pena”.

Para Mr. Silveira, os alunos gostam de sair da zona de conforto, principalmente no dia da apresentação, quando mostram seu trabalho para os familiares e também para pessoas desconhecidas. Eles percebem o quanto o êxito depende do próprio empenho”. O aluno Enzo Ventura, também do 8º ano, confirma isso ao dizer que “participar da Feira de Ciências foi uma experiência de muito aprendizado do começo ao fim, desde a escolha do tema, passando pelo desenvolvimento do experimento, análise das informações e confecção do pôster. Ficarei muito feliz em participar deste projeto novamente no 9º ano”. O sucesso desse projeto é tanto que muitos alunos pediram por uma feira de ciências no 9º ano. E, segundo Ms. Vompean, serão atendidos: a partir do ano escolar 2024-2025 haverá mais uma série participando e a faixa de premiação também vai aumentar.

Mais uma prova de que o evento é um fenômeno foi a primeira edição da Feira de Ciências do 3º ano do Elementary School, que aconteceu em abril. De acordo com a professora Audrey Huang, o grupo de alunos é muito curioso: “Vimos que estavam muito interessados e propusemos uma feira de ciências para que eles pudessem fazer experimentos”. Os temas dos projetos foram escolhidos pelos próprios alunos a partir de curiosidades que eles levantaram. “Foi um projeto integrado, que envolveu várias matérias, já que eles precisaram ler, pesquisar, compreender as leituras para desenvolver seus projetos, nós apenas orientamos”, conta a professora Allison Bragaglia. Ela diz que, apesar do desafio, a jornada foi bastante divertida. Para auxiliá-los no desenvolvimento dos projetos, as turmas visitaram a Feira de Ciências do High School.

A habilidade dos alunos para trabalhar em duplas ou trios, pré-estabelecidos pelas professoras, foi outro aspecto positivo. “Fiquei bem impressionada com a capacidade que eles tiveram de colaborar entre si”, aprecia Ms. Huang. O aluno Tiago Ribas comenta que durante o processo ele e seus colegas investiram muito tempo planejando e que no fim o experimento que apresentaram – como fazer cristais – deu certo e foi um sucesso. A aluna Beatriz Amaro conta que escolheu o tema do seu experimento depois que aprendeu sobre osmose. “Nosso projeto foi como fazer o maior ursinho de gelatina usando diferentes tipos de água, salgada, doce e natural”, explica a jovem cientista, que conseguiu provar que o ursinho fica mesmo maior se for colocado em contato com a água açucarada.

CHAPEL NA 13ª JORNADA DE ESTUDOS BRASILEIROS

Em fevereiro, na Escola Americana de Recife (PE), acompanhados pela coordenadora do Programa Brasileiro, Eliana Cardia, os professores Aline Cuchiaro, Paulo Silva, Adriana Alves e Sávio Pereira apresentaram trabalhos na 13ª Jornada de Estudos Brasileiros, que reuniu mais de cem

especialistas de treze escolas americanas internacionais do Brasil. Sob o tema “Os desafios da educação na atualidade e a ressignificação do processo de ensino-aprendizagem”, o evento ofereceu três palestras e mais de trinta workshops interativos. Confira a participação dos professores da Chapel:

O Museu como Espaço de Sala de Aula e Pesquisa

Aline Cuchiaro e Paulo Silva

O museu, como uma fonte de pesquisa, tornou-se fundamental para o trabalho interdisciplinar (Português e Brazilian Social Studies) realizado com alunos do 4º ano sobre os biomas brasileiros. Os alunos tiveram a oportunidade de entender a importância do trabalho de um pesquisador e aprimorar as ferramentas necessárias, além de compreender a fauna e a flora do território brasileiro, suas características, o conceito de patrimônio e o impacto do homem na natureza. Após as discussões, houve a visita ao Museu de Zoologia da USP, onde os alunos puderam observar o que já tinham estudado previamente. Por fim, a apresentação mostrava os resultados do trabalho, a produção de infográficos e verbetes ligados à temática.

“FOI UMA OPORTUNIDADE MUITO ESPECIAL DE COMPARTILHAR AS PRÁTICAS COM OUTROS COLEGAS DE DIFERENTES ESTADOS, OUVIR OS COMENTÁRIOS E SUGESTÕES QUE ELES TINHAM E SABER DE EXPERIÊNCIAS SIMILARES. ESSAS SÃO SEMPRE OPORTUNIDADES DE AMPLIAR NOSSO REPERTÓRIO DE PRÁTICAS E TER NOVAS IDEIAS PARA APLICAR EM NOSSAS PRÓPRIAS AULAS.”

“'QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ FEZ

ALGO PELA PRIMEIRA VEZ?’, QUESTIONA-SE UM AUTOR DESCONHECIDO. ESSA PERGUNTA DEFINE O SIGNIFICADO DA EXPERIÊNCIA EM MINHA VIDA. MAIS DO QUE UM DESAFIO PESSOAL, FOI UMA VIVÊNCIA MUITO IMPORTANTE PROFISSIONALMENTE, POIS A ESCOLA E OUTROS PROFESSORES QUE ASSISTIRAM DEMONSTRARAM CONFIANÇA EM MEU TRABALHO. DESENVOLVER ESSE TRABALHO INTERDISCIPLINAR COM MEU COLEGA PAULO FOI UMA EXPERIÊNCIA MEMORÁVEL, QUE DESPERTOU A VONTADE DE REALIZARMOS NOVOS PROJETOS TÃO SIGNIFICATIVOS.”

Paulo Silva

O menino no espelho: de obra literária para o gênero HQ por meio da IA

Adriana Alves e Sávio Pereira

A intenção foi mostrar como a literatura, o gênero história em quadrinhos e a tecnologia (Inteligência Artificial) dialogam entre si e são capazes de produzir conhecimento. Nas aulas de Português, os alunos fizeram a leitura da obra literária “O menino no espelho”, de Fernando Sabino, estudaram o gênero HQ e produziram histórias em quadrinhos a partir dos episódios do livro, utilizando a plataforma Canva. Escreveram os textos (falas dos personagens) e, com o recurso da Inteligência Artificial, puderam gerar as ilustrações.

“PARTICIPAR DA JORNADA FOI INCRÍVEL, POIS PUDE CONHECER PROJETOS DE OUTRAS ESCOLAS, ALÉM DE COMPARTILHAR EXPERIÊNCIAS COM OUTROS DOCENTES. TER A OPORTUNIDADE DE PARTILHAR O TRABALHO FEITO EM SALA DE AULA COM OUTRAS PESSOAS FOI MUITO ENRIQUECEDOR!”

Sávio Pereira

“PARTICIPAR DA JORNADA DE ESTUDOS FOI UMA EXPERIÊNCIA ENRIQUECEDORA. APRENDEMOS MUITO, TROCAMOS AFETO E EXPERIÊNCIAS EM TODOS OS MOMENTOS DA JORNADA: NA FORMA CALOROSA COM QUE NOS RECEBERAM, NOS DEBATES, PALESTRAS, OFICINAS, NO SUPORTE QUE RECEBEMOS PARA A NOSSA APRESENTAÇÃO E NOS MUITOS ENCONTROS DE CONVERSA. A MELHOR FORMA DE ESPALHAR ESSE CONHECIMENTO SERÁ TORNÁ-LO ELEMENTO VIVO E REAL NA SALA DE AULA.”

Adriana Alves

CHAPEL NA AMISA 2024

Em março, foi a vez das educadoras Sylvia Almeida, Daniela Hayashida, Julia Ragusin, Amanda Manea e Gabriela Pezoa apresentarem trabalhos na AMISA 2024, que aconteceu na Escola Americana de Assunção, no Paraguai. Acompanhadas da coordenadora da Educação Infantil, Emanoelli do Valle e do High School principal, Sean Quinn, as professoras da

Chapel participaram de um dos mais importantes eventos de educação das Américas, que reuniu educadores de dezenove países, representando 24 escolas internacionais, para abordar o tema: “Crescendo e se Conectando: Melhor Juntos”. Confira os trabalhos apresentados pelas professoras da Chapel:

Aumentando a Conscientização sobre a Diversidade por meio da Arte

O workshop proporcionou diferentes estratégias de usar a arte para explorar culturas presentes na sala de aula, bem como outras presentes na escola. Afinal, mais conhecimento e consciência sobre as diversas culturas criam um ambiente de compreensão e o tão desejado sentimento de pertencimento.

“A EXPERIÊNCIA FOI INCRÍVEL E REVIGORANTE. FIQUEI FELIZ EM PARTICIPAR DE TANTOS WORKSHOPS, E AINDA TER UM BOM PÚBLICO PARA O MEU PRÓPRIO WORKSHOP, COM PARTICIPANTES QUE ME AGRADECERAM MUITAS VEZES E APRECIARAM O CONTEÚDO QUE FOI COMPARTILHADO. ALÉM DISSO, TIVE A SORTE DE FAZER PARTE DE UMA EQUIPE TÃO APOIADORA DE ADMINISTRADORES E PROFESSORES QUE DURANTE TODO O TEMPO SE MOSTRARAM DISPONÍVEIS E PRESTATIVOS DE TANTAS MANEIRAS!”

Sylvia Almeida

Afeta o fato afeto, afete! Como a afetividade pode conectar corpo, mente e coração na construção do indivíduo nexialista?

Daniela Hayashida e Julia Ragusin

A oficina “Afeta o fato afeto: afete!” explorou como a afetividade, entendida como o conjunto de emoções, sentimentos e atitudes que permeiam as relações humanas, pode ser uma ferramenta fundamental na construção da identidade nexialista. O nexialista é alguém que mescla competências, preocupando-se em desenvolver várias e utilizá-las em conjunto.

“O PÚBLICO PRESENTE DEMONSTROU INTERESSE E ENGAJAMENTO COM O TEMA, E HOUVE SIGNIFICATIVA TROCA DE IDEIAS E DE EXPERIÊNCIAS DURANTE A SESSÃO, DESTACANDO A RELEVÂNCIA DA AFETIVIDADE NA CONSTRUÇÃO DO INDIVÍDUO NEXIALISTA. O FEEDBACK

RECEBIDO FOI BASTANTE ENCORAJADOR, COM PARTICIPANTES EXPRESSANDO GRATIDÃO PELA ABORDAGEM INOVADORA E PELA REFLEXÃO PROFUNDA PROPORCIONADA PELA NOSSA APRESENTAÇÃO.”

Daniela Hayashida e Julia Ragusin

Transformando leitura em aventuras

Amanda Manea e Gabriela Pezoa

Como descobrir diferentes maneiras de ajudar os alunos a desenvolver o amor pela leitura? A partir da criação de experiências significativas e emocionantes por meio de desafios de leitura e projetos interdisciplinares, incentivando a criatividade e o envolvimento da comunidade para cultivar uma cultura de leitura vibrante.

“UMA DAS CONSTATAÇÕES

MAIS SIGNIFICATIVAS QUE TIREI DA CONFERÊNCIA FOI QUE SOU CAPAZ DE ME APRESENTAR PARA PÚBLICOS DESCONHECIDOS E TER CONFIANÇA NO QUE ESTOU DIZENDO E ACREDITAR NOS MEUS VALORES E NO MEU TRABALHO. A AMISA 2024 NÃO FOI APENAS UMA OPORTUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, MAS TAMBÉM UMA FONTE DE INSPIRAÇÃO E REAFIRMAÇÃO, AJUDANDOME A PRATICAR UMA EDUCAÇÃO MAIS INCLUSIVA.”

Amanda Manea e Gabriela Pezoa

conheça os benefícios do programa em mam.org.br/apoie

museu de arte moderna de são paulo ter a dom, 10h às 18h domingo gratuito Parque Ibirapuera

Portões 2 e 3 mam.org.br | @mamsaopaulo

TALENTOS &

PAIXÕES

Nesta edição, a seção Talentos & Paixões apresenta a jornada espiritual da professora de religião Ana Lucia Dias, que já leu a bíblia três vezes, e as aventuras musicais e literárias do professor de Teoria do Conhecimento, Jean Marcus Silva, que toca trompete em bandas de jazz e está escrevendo seu terceiro romance. Entre os alunos, a seção traz sete destaques, do 6º ao 12º ano: construção de robôs, teatro, patinação artística, literatura, jornalismo, serviço comunitário e voluntariado estão entre as atividades prediletas desses estudantes.

JORNADA ESPIRITUAL

PASSEI PELOS

CAMINHOS QUE

JESUS PERCORREU.

ISSO ME DEIXOU

MUITO ABERTA AO PRÓXIMO, E CONSIGO

VER NO OUTRO O PRÓPRIO DEUS.

A professora de religião da Educação Infantil e do Elementary School, Ana Lucia Dias, deu início à sua jornada espiritual quando começou a ler a Bíblia, a rezar com mais frequência e a viajar para vivenciar experiências da sua e de outras religiões, com especial interesse nas culturas e religiões árabe ortodoxa e judaica. “Sempre fui católica, mas o despertar para a minha espiritualidade, a partir de 1996, fez com que eu me abrisse muito para todas as religiões”, explica, complementando: “Nas minhas viagens, passei pelos caminhos que Jesus percorreu, e isso abriu minha mente, me abri para o próximo e passei a ver no outro o próprio Deus”.

Uma de suas viagens mais marcantes foi em 1998, quando passou seis meses orando em Israel. Nesse período, morou com uma família árabe cristã ortodoxa em Belém e viveu num kibutz (assentamento judaico) no norte do país, o que possibilitou vivenciar a cultura e religião judaica. Para ela, essas experiências estreitaram sua conexão com Deus e com o transcendente: “Estou muito mais próxima do meu Deus e posso passar isso para as crianças que eu ensino com muito mais força, sou modelo para elas e quero desenvolver nelas uma conexão com o Deus de cada uma”, afirma.

Formada em Psicologia e Pedagogia, a professora cursa no momento sua terceira graduação, em Teologia, para seu desenvolvimento pessoal. “Estudo a teologia confessional católica”, conta ela, que já leu a Bíblia três vezes, uma delas em modo Lectio Divina – que é uma leitura orante da Bíblia. Diariamente, Ms. Dias reza o terço e, além de leituras, pratica meditação e reflexões.

Além dos cuidados com a mente e com o espírito, a professora sempre arruma um tempo para cuidar do corpo. Costumava passar de duas a três horas na piscina e chegava a nadar 8 km por dia. Outra paixão de Ms. Dias são os animais: tutora de dois cachorros e quatro gatos, todos adotados, adora viajar com eles. “Procuro pousadas pet friendly e costumo ir ao interior de São Paulo ou sul de Minas Gerais. Numa das últimas viagens, para Socorro (SP), fizemos trilha em uma cachoeira”, conta a professora, que leciona na Chapel há cinco anos.

JEAN EDIÇÃO ARTESANAL

Há quatro anos na Chapel, Jean Marcus Silva, professor de religião do High School e de teoria do conhecimento do IB, tem uma história peculiar com a música. Ele tinha 7 anos quando sua mãe o matriculou numa escola de música em Angra dos Reis (RJ), onde nasceu e morou com a família até ingressar na universidade. Começou a aprender teoria musical e, logo em seguida, se interessou pelo trompete para tocar dobrados na procissão da cidade. “Tocava nas procissões e na Festa do Divino. Logo que pude, entrei numa banda marcial da cidade e comecei a tentar tocar outros tipos de música”, conta o professor.

Deu uma pausa na música quando ingressou na universidade – primeiro em Filosofia, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e depois em Artes Liberais, na SOKA University, na Califórnia, onde se formou. Apesar de nunca ter pensado em se profissionalizar, voltou a tocar em bandas quando se mudou para São Paulo, em 2016. “Toco em bandas pela diversão da música, não me considero um bom trompetista, sou apenas competente”, afirma, com modéstia, o instrumentista que integra uma Big Band brasileira, cujo repertório inclui metais e Tim Maia, e outra de jazz, na qual explora novos temas e técnicas.

Ao lado da música, Mr. Silva escreve romances. Quando terminou a faculdade se dedicou à carreira de escritor, tendo seu primeiro romance no final da graduação, quando estava em Taiwan cursando um intercâmbio no último ano de faculdade. “Quando voltei ao Brasil, não tinha contato com editoras e não tinha como publicar, então decidi publicar por conta própria, imprimi, aprendi a encadernar, criei técnica para fazer capa de tecido, e vendi cópias para amigos”, revela o autor e editor de uma verdadeira produção artesanal. Desde que começou a lecionar, sente dificuldade em conciliar o trabalho com a carreira de escritor, mas, mesmo assim, está terminando o terceiro romance. Dessa vez, porém, vai procurar uma editora. “Claro que se eu pudesse fazer outro livro nesse processo artesanal eu só faria assim, mas vou procurar algo mais profissional”, comenta.

Jean Marcus afirma que estar em sala de aula, conversando com os alunos, tem sido uma troca muito boa como escritor. “Gosto do momento em que estou, não sei se seria feliz sendo escritor em tempo integral. Não sei se produziria tão bem se não fosse a sala de aula”, finaliza.

NÃO PARARIA DE DAR AULA NEM SE FOSSE UM FAMOSO ESCRITOR. LECIONAR SE TORNOU PARTE DO MEU PROCESSO CRIATIVO.

LINGUANOTTO

PROJETOS DE ROBÓTICA

O QUE MAIS GOSTO É

FAZER OS PROJETOS

DE ROBÓTICA E DEPOIS VER PRONTO. É MUITO

SATISFATÓRIO VER O SEU TRABALHO DE ALGUMAS SEMANAS

FICAR PRONTO E FUNCIONAR.

Quando Guilherme Linguanotto começa a falar de tecnologia e robótica, nem parece que tem apenas 13 anos, tamanha é sua habilidade para explicar seus projetos. Aluno do 7º ano da Chapel, onde estuda desde o 1º ano do Elementary School, Guilherme conheceu a robótica mais a fundo depois que um amigo o convidou para fazer um curso de férias na MundoMaker, escola de inovação, tecnologia e criatividade, na qual as crianças aprendem noções de eletrônica e robótica. “Gostei muito e, então, além de fazer curso nas férias, também faço o curso normal, toda semana. Estou aprendendo robótica, e faço uns projetos de robôs”, conta ele. Seu primeiro projeto foi um cofre com uma senha que, quando descoberta, abria o cofre e acendia uma luz verde.

Na Chapel, o que Guilherme mais gosta é das aulas de Artes. Além disso, joga futebol no projeto Young Trojans. “Gosto de jogar futebol. Sou goleiro. Jogo no colégio e no meu prédio, com os meus amigos”, conta. O jovem também gosta de assistir a partidas de futebol pela televisão, em especial as da Champions League Nos gramados, seu time do coração é o São Paulo Futebol Clube.

Guilherme conta que pretende continuar o curso de robótica, e ainda se dedicar às aulas de tecnologia no colégio. Foi no Innovation Hub, na Chapel, que ele conheceu o Micro:bit, um microcontrolador projetado para crianças aprenderem conceitos básicos de computação e programação de computadores. “Gostei tanto que pedi um para os meus pais”, diz. No momento, Guilherme está construindo um robô-pesquisador: “É um jogo em que o robô faz uma pergunta e a pessoa tem que responder”, explica.

De todos os projetos que criou, o que mais gostou foi um animatrônico, baseado no jogo Five Nights at Freddy’s, que ele adora: “É um jogo de terror que tem robôs e me inspirei nele para começar a fazer um para mim, ele move o olho e a boca”, explica entusiasmado. Guilherme pretende se especializar nessa área: “O que mais gosto é fazer os projetos de robótica e depois ver pronto. É muito satisfatório ver o seu trabalho de algumas semanas ficar pronto e funcionar”.

SOPHIA FONSECA EXPRESSÃO TEATRAL

Apaixonada por viver novas experiências, Sophia Fonseca pediu aos pais, um ano e meio atrás, para ingressar numa escola de teatro para ter aulas de atuação, canto e dança. Poucas semanas depois de ingressar no curso de teatro musical da escola Allégresse, participou da seleção para atuar no musical “A Noviça Rebelde” e conseguiu o papel de uma das sete filhas do capitão Georg von Trapp. Foram sete meses de ensaio, e o esforço valeu a pena: “Me esforcei muito e dei o meu melhor, foi uma experiência muito boa que me permitiu focar ainda mais no curso”, conta a aluna do 8º ano.

Depois do musical, Sophia foi chamada para cantar em shows chamados de belters – belter é uma técnica de canto com voz mista, que se originou na escola dos teatros musicais americanos e ingleses. Sua primeira participação foi em um show no restaurante All of Jazz, em São Paulo. “Gosto mais de representar porque sempre gostei de ver atrizes atuando, mas quando comecei a estudar vi que é muito mais legal do que parece, você passa a estudar o personagem, e as dificuldades vamos superando com estudos”, afirma a jovem de 13 anos. Na época dessa entrevista, Sophia estava ensaiando o musical “Anastasia”, no qual interpretou o papel da condessa Lily.

Na Chapel desde o Pre I, Sophia aprecia o ambiente do colégio, onde todos se dão bem e os professores são acessíveis. Quando fez aula de teatro no colégio, sentia muita vergonha e não aproveitou muito. No entanto, quando começou a fazer as aulas fora, acabou superando: “Já fiquei envergonhada porque tinha que cantar sozinha, agora me acostumei e acho super normal me apresentar para os outros. Hoje gosto da experiência de me abrir para o público, me expressar e mostrar o que sou capaz de fazer”, comenta.

Sophia acredita que é somente fazendo que descobrimos o que gostamos de fazer, e por isso ela aproveita para experimentar tudo o que pode: “Além do teatro, faço patinação no gelo, toco piano e pratico tênis. Todos os dias tenho uma atividade fora do colégio”, revela sorrindo.

FAÇO TEATRO

PORQUE GOSTO DA EXPERIÊNCIA DE ME EXPRESSAR EM PÚBLICO, E MOSTRAR O QUE SOU CAPAZ DE FAZER.

RAFAELA TOSSUNIAN PATINAÇÃO ARTÍSTICA

QUANDO ME

PERGUNTAM POR

QUE NÃO FICO

NERVOSA ANTES

DAS COMPETIÇÕES, RESPONDO QUE

É PORQUE ESTOU

FAZENDO ALGO

QUE AMO.

Rafaela Tossunian descobriu a maior paixão da sua vida há pouco mais de três anos, assim que a pandemia da covid-19 deu trégua, e a vida social começou a voltar à normalidade. “Pedi aos meus pais e comecei a fazer aulas de patinação artística no gelo”, conta a jovem de 14 anos. Ela gostou tanto que, rapidamente, passou a treinar com uma técnica na Arena Ice Brasil, projeto da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo. Em julho de 2022 participou da sua primeira competição, e venceu. A partir daí, os campeonatos entraram na sua vida e as vitórias passaram a fazer parte da rotina: ela já participou de sete competições e conquistou o primeiro lugar na maioria delas. “Sozinha, quando estou patinando, me sinto muito livre, parece que me livro de correntes, vou muito rápido e isso é muito bom”, conta a aluna do 9º ano, que aprecia a companhia das amigas da patinação, com as quais passa muito tempo: Rafaela treina três vezes por semana, cerca de cinco horas por dia.

“Não é fácil conciliar os treinos com os estudos, mas eu me esforço”, conta. Na época dessa entrevista, ela estava treinando para participar do campeonato sul-americano. Mesmo não pensando em se profissionalizar, a jovem pretende continuar competindo: “Não quero trabalhar com isso, mas eu amo competir. Quando me perguntam por que não fico nervosa antes das competições, respondo que é porque estou fazendo algo que amo”. Ela lamenta apenas a falta de investimento no esporte aqui no Brasil.

Ao lado da dedicação ao esporte, Rafaela vem se empenhando em um projeto voluntário, que será realizado em um dos hospitais em que seu pai, cirurgião cardíaco pediátrico, trabalha: “A situação de quem está hospitalizado é muito triste, principalmente para as crianças, então eu comecei um projeto, que está sendo avaliado pelo diretoria do hospital, para entreter as crianças mais novas, em situação de pré ou pós-operatório, para distraí-las durantes esses momentos e entretê-las para melhorar a qualidade da hospitalização. Se for aprovado, vou chamar voluntários para atuarem comigo”, explica.

Na Chapel desde o 2º ano, o que mais aprecia é estar com as pessoas. “Adoro os professores, que são bons, e o lugar, que é muito bonito”, finaliza.

MARCEL MOURA

ESPORTE DA PAZ

Desde bem novo, Marcel Moura foi incentivado pelo pai na prática de esportes. “Fui pegando gosto e acabei experimentando vários esportes”, afirma o jovem de 15 anos. No colégio, onde estuda desde o Kindergarten, Marcel, atualmente no 10º ano, pratica vôlei e basquete, e há pouco tempo decidiu experimentar o softbol. Ele praticamente treina todos os dias após as aulas, e integra as equipes Varsity de todos eles, disputando campeonatos interescolares. “O que eu mais gosto é o basquete, que pretendo continuar jogando”, comenta.

Outra modalidade que ele também vai continuar praticando – e à qual foi apresentado há bastante tempo – é o tchoukball. Ainda pouco conhecido no Brasil, foi criado na Suíça, na década de 1960, e é considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como “esporte da paz” por conter zero violência. O tchoukball é um esporte sem contato físico que pode ser jogado em quadra, grama, areia ou piscina, já que o único equipamento que requer é o quadro de remissão, uma espécie de cama elástica aonde a bola é arremessada. “Treino tchoukball aos domingos, com meu pai, que me apresentou ao esporte quando eu era pequeno”, conta Marcel, integrante da equipe paulistana Tekokatu e da seleção brasileira na categoria M15 (misto até 15 anos de idade). Jogador de destaque, Marcel costuma pontuar bastante nos jogos, e ajudou a equipe a conquistar o segundo lugar no Pan-americano disputado na Argentina. Na Chapel, Marcel participa do Drama Club, que vem se sobressaindo pelas produções de qualidade. No musical “A Família Addams”, o jovem teve papel importante ao interpretar o mordomo Tropeço. O sucesso no palco se deu em razão de muito ensaio, numa jornada um tanto cansativa, mas bastante recompensadora: “Na noite da apresentação, quando vi tudo fluindo, certinho, achei bem legal, e o esforço valeu a pena”, conta.

TREINO TCHOUKBALL AOS DOMINGOS, COM MEU PAI, QUE ME APRESENTOU AO ESPORTE QUANDO EU ERA PEQUENO.

DANIEL AGAPITO JORNALISTA DE HEAVY METAL

ESCREVENDO PARA

REVISTAS E SITES, ASSISTO A SHOWS

QUE EU IRIA DE

QUALQUER JEITO, E ACABO CONHECENDO PESSOAS DIFERENTES.

Ele tem apenas 16 anos, mas já reúne portfólio de jornalista profissional. Apaixonado por heavy metal, estilo musical que conheceu com os pais, Daniel Agapito encontrou nos textos jornalísticos uma forma de unir o útil ao agradável. Tudo começou há pouco mais de um ano, quando uma banda de black metal do interior da Noruega esteve em São Paulo para um show. Daniel aproveitou, fez uma resenha sobre a banda e enviou seu texto para o site Whiplash.net, que disponibiliza em português resenhas feitas pelos usuários. Seu trabalho foi bem avaliado e ele passou a contribuir periodicamente. “Eu escrevo para sites da Inglaterra, Estados Unidos e Finlândia”, conta o jovem do 11º ano, dono de modéstia além da conta. Atuando como repórter em shows, produzindo resenhas de discos e cobrindo bandas menores, foi convidado, no início deste ano, para escrever para a maior revista latino-americana do gênero, a brasileira Roadie Crew, publicação impressa e digital especializada em heavy metal e rock clássico. Em abril, foi um dos jornalistas escalados para cobrir a edição brasileira do Summer Breeze, tradicional festival de rock alemão Summer Breeze Open Air, que reuniu 57 bandas em quatro palcos no Memorial da América Latina, em São Paulo. “Durante três dias, cobri quatorze shows e entreguei trinta laudas de texto”, conta Daniel, já acostumado com a rotina alucinante de trabalho, aliada aos estudos acadêmicos na Chapel, onde estuda desde o Pre I.

Com facilidade para escrever, seja em português, seja em inglês, Daniel conta ter mais facilidade nas matérias de humanas, fato facilmente comprovado: há dois anos, sua obra How to boil an egg, um e-book culinário, figurou na lista de best-sellers da Amazon. Apesar de contar essa história em meio a risadas, em se tratando de jornalismo, sua dedicação é autêntica: “Levo o jornalismo a sério, e pretendo, ao menos por enquanto, seguir com essa carreira”, conta o fã de heavy metal, que curte desde as bandas tradicionais, como Iron Maiden e Judas Priest, até as, segundo ele, “mais inaudíveis”. Os textos que o Daniel já publicou podem ser acessados pelo QR code ao lado.

DIEGO UNZUETA AÇÃO SOCIAL

PARA

O QUÊNIA

Na Chapel desde o Pre I, o espanhol Diego Unzueta ingressou no colégio por conta de referências que os pais tiveram de amigos quando a família se mudou para o Brasil. Hoje, cursando o último ano do High School, já tem em mente alguns projetos de vida para seu futuro. “Assim que terminar a Chapel, pretendo estudar Business nos Estados Unidos, com especialização em Ciências da Computação”, afirma objetivamente o jovem de 17 anos. Assertividade, aliás, é um dos adjetivos que o definem. Atual presidente do MUN (Model United Nations) da Chapel, o que Diego mais aprecia no clube é a oportunidade de discussão: “O que mais gosto é de debater com as pessoas e ter a oportunidade de falar, de me expressar”, explica o estudante, que também integra o TAC (Take Action Club), que organiza projetos sociais no colégio.

Uma das propostas que Diego trouxe para o TAC é uma iniciativa que conheceu em recente viagem ao Quênia, país africano onde uma amiga da família desenvolve projeto de educação com crianças da tribo massai, grupo étnico de seminômades, e onde participou da construção da Escuela Primaria Olchoro Lemayian. “Lá, o acesso a escolas é muito restrito, pois os massais residem em lugares isolados e, além disso, o dialeto os restringe de conhecer e explorar outras opções de vida e trabalho”, explica Diego. A sua ideia é contribuir para o projeto social que objetiva a construção de escolas, com alojamentos, para que as crianças e jovens tenham acesso ao idioma inglês, entre outros conhecimentos. “Tenho relação emocional com o projeto porque visitei a escola e as vilas, e, ao mesmo tempo que são as crianças mais felizes que conheci na vida, elas têm vontade de aprender, mas vivem numa situação muito difícil, com alimentação precária, em casas insalubres, andam quilômetros para buscar água, enfim, integram uma cultura que impõe perigos a crianças e mulheres”, conta. Uma das formas de mudar o futuro dessas crianças seria aprender outro idioma, ferramenta que possibilitaria a elas um futuro melhor. Assim que possível, Diego pretende fazer uma palestra e divulgar o projeto no Brasil, a a fim de conseguir arrecadações para finalizar a construção da escola. Para tanto, o jovem se comprometeu a desenvolver o website do projeto para que a causa seja conhecida internacionalmente.

O QUE MAIS GOSTO É DE DEBATER COM AS PESSOAS E TER A OPORTUNIDADE DE FALAR, DE ME EXPRESSAR.

SOPHIA HIRSCHFELD

DIREITOS HUMANOS

SEMPRE ME INTERESSEI

MUITO POR POLÍTICA, NOTADAMENTE PELA ÁREA DE DIREITOS

HUMANOS. GOSTO DE ME COLOCAR NO LUGAR DAS PESSOAS, E PODER CRIAR SOLUÇÕES

QUE SE ADEQUAM A CULTURAS E PAÍSES ESPECÍFICOS.

Recém-formada na Chapel e experimentando suas primeiras aulas na Universidade de Miami, onde está cursando Economia com foco em Política, Sophia Hirschfeld aproveitou com maestria seus anos de High School. Nos dois últimos do ciclo, integrou tanto o NHS (National Honor Society), o clube de honra da Chapel, quanto presidiu o MUN (Model United Nations), o clube das Nações Unidas, nos quais pode desenvolver habilidades imprescindíveis para o seu desenvolvimento humano e profissional. “Sempre me interessei muito por política, notadamente pela área de direitos humanos. Gosto de me colocar no lugar das pessoas, e poder criar soluções que se adequam a culturas e países específicos”, conta a jovem de 18 anos.

Para se desenvolver mais na área de direitos humanos, Sophia chegou a frequentar cursos de Julgamentos Simulados (Mock Trial), nos quais os alunos participam de julgamentos ensaiados para aprender sobre o sistema jurídico, simulando casos numa corte. “Sempre gostei de debates, e esse curso me possibilitou atuar como advogada diante de testemunhas, foi muito interessante”, afirma. Sua participação no NHS foi natural, dado que sua família sempre foi envolvida com serviços comunitários. Na igreja que a família frequenta, Sophia atuou na comunidade Mauro II, periferia de São Paulo, notadamente com crianças. Seu trabalho comunitário se dava no Lar das Crianças, programa de acolhimento de crianças de 2 a 18 anos, no contraturno, com suporte escolar. Antes de se mudar para os Estados Unidos, atuava duas vezes por semana, oferecendo suporte emocional a crianças mais novas.

Na época dessa entrevista, Sophia estava feliz e triste ao mesmo tempo: “Estou muito animada para começar uma nova fase e, ao mesmo tempo, triste por deixar o colégio. “Na Chapel, encontrei uma comunidade de amigos muito boa, aqui, por ser menor, temos um senso de inclusão, além disso é um ambiente muito saudável e seguro. Nesses três anos que passei aqui estive perto de pessoas que me fazem bem. Vou sentir saudades”, despede-se. A Chapel também sente um misto de tristeza e alegria: a comunidade escolar irá sentir a sua falta ao mesmo tempo em que se alegra com as suas conquistas.

A colorida e animada festa de Carnaval, as atividades da Upper Active Family Morning, os jogos do Festival Young Trojans, as delícias do Festival Internacional, a memorável apresentação do musical “A Família Addams” e a emoção das formaturas do Kindergarten, 6º ano e 12º ano foram alguns dos momentos especiais que marcaram o último semestre na Chapel. Confira, nas próximas páginas, os registros desses eventos culturais, esportivos e festivos que reuniram a comunidade escolar.

CARNAVAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - No Carnaval do ECEC, Vitor Tavares, Omar Zarif, Enzo Petroni e Theodora de Villi desfilaram pela Chapel. 01 - At the ECEC Carnaval, Vitor Tavares, Omar Zarif, Enzo Petroni, and Theodora de Villi paraded through Chapel.

02 - Julia Garcia, Maria Carolina Muzzi, Maria Eduarda Mantegazza, Emma Ferrari e Theo Bernardo compuseram o bloco “Pipoquinhas Coloridas”.

02 - Julia Garcia, Maria Carolina Muzzi, Maria Eduarda Mantegazza, Emma Ferrari, and Theo Bernardo formed the parade group “Pipoquinhas Coloridas” (Colorful Popcorn).

03 - Foi grande a animação de Thomas Toledo, Sophia Favero, Maria Eduarda Iberê e Dylan Campos.

03 - Thomas Toledo, Sophia Favero, Maria Eduarda Iberê, and Dylan Campos were very excited.

04 - Com Ms. Marianna Zambrini, Laura Ayres e Theodora de Villi, do Pre I, divertiram-se com os confetes no bailinho.

04 - Ms. Marianna Zambrini, Laura Ayres and Theodora de Villi, from Pre I, had fun with the confetti at the celebration.

05 - A serpentina encantou Martin Pereira, Luiz Felipe Pacheco e Nicolas Cruz.

05 - Martin Pereira, Luiz Felipe Pacheco, and Nicolas Cruz were captivated by the streamers.

06 - Stella de Renzis e Helena Bortolin divertiram-se na festa inspirada no Carnaval da Bahia.

06 - Stella de Renzis and Helena Bortolin had fun at the Carnaval in Bahia inspired-party.

07 - Bruna Mariano, Marina Benício e Stella Gurgel com seus abadás personalizados.

07 - Bruna Mariano, Marina Benício, and Stella Gurgel with their personalized “abadás”.

08 - Francisco Filomeno, Rafael Cruz, Jake Chen e Arthur Lima acompanharam animados o trio elétrico.

08 - Francisco Filomeno, Rafael Cruz, Jake Chen, and Arthur Lima followed the “trio elétrico” with enthusiasm.

09 - Com seus abadás coloridos, Giulia Lima, Samantha Tsai, Lucas Barua, Lucas Campaña e Gabriel Son divertiram-se na festa de rua.

09 - Giulia Lima, Samantha Tsai, Lucas Barua, Lucas Campaña, and Gabriel Son had fun at the street party in their colorful “abadás”.

10 - Berlin Bokermann, João Pedro Sanches, Nina Son, Helena Loures, Gabriel Nasreddine, Elisa Dário, Clarissa Wu, Enzo Terni e Maria Valentina Pacheco exibem seus abadás na tradicional festa brasileira.

10 - Berlin Bokermann, João Pedro Sanches, Nina Son, Helena Loures, Gabriel Nasreddine, Elisa Dário, Clarissa Wu, Enzo Terni, and Maria Valentina Pacheco show off their “abadás” at the traditional Brazilian party.

11 - Joaquim Santos, Agness Choi, Nina Daher, Guilhermina Zogbi, Marina Pereira e Pietra Almeida também participaram da diversão carnavalesca.

11 - Joaquim Santos, Agness Choi, Nina Daher, Guilhermina Zogbi, Marina Pereira, and Pietra Almeida also participated in the Carnaval fun.

YOUNG TROJANS FESTIVAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - No Young Trojans, Pietra Almeida atuou em partida contra a EAC.

01 - In the Young Trojans, Pietra Almeida played in a match against EAC.

02 - A torcida de Enrica Almeida, Rebecca Buffara, Lola Cerda e Marina Benicio incentivou as colegas em campo.

02 - Enrica Almeida, Rebecca Buffara, Lola Cerda, and Marina Benicio cheered on their teammates on the field.

03 - Representando o 2º ano da Chapel, Eric Oguro e Giorgio Ramaciotti (de costas) atuaram contra a BCB.

03 - Representing 2nd grade, Eric Oguro and Giorgio Ramaciotti (facing backwards) played against BCB.

04 - Filippo Lima, em partida do time de futebol do 3º ano contra a EAC.

04 - Filippo Lima during the 3rd grade soccer match against EAC.

05 - Enrico Arruda comemora com a mãe, Cristiane.

05 - Enrico Arruda celebrates with his mother, Cristiane.

04

06 - No basquete, Gabriel Andrade, Bernardo Cuoco, Thomas Neto e Ricardo Carrillo jogaram na equipe do 4º ano contra a EAC.

06 - In basketball, Gabriel Andrade, Bernardo Cuoco, Thomas Neto, and Ricardo Carrillo played on the 4th grade team against EAC.

07 - Parabenizados por Mr. João Sodré, Gustavo Oliveira, Noah Shea (de frente), Arthur Lima, Antonio Secali, Henrique Navarro, Ian Ferrari e Rafael Pollastrini (de costas), atuaram na equipe masculina de basquete.

07 - Mr. João Sodré congratulates Gustavo Oliveira, Noah Shea (facing forwards), Arthur Lima, Antonio Secali, Henrique Navarro, Ian Ferrari, and Rafael Pollastrini (facing backwards), who played on the boys’ basketball team.

08 - Federico Borda, do 2º ano, fazendo aquecimento antes do jogo de basquete.

08 - Federico Borda, from the 2nd grade, warming up before the basketball game.

09 - Arthur Lima atuando no time de basquete contra a EAC.

09 - Arthur Lima during a basketball game against EAC.

10 - Alana Hernandez integrou a equipe feminina de basquete da Chapel.

10 - Alana Hernandez played on Chapel’s girls’ basketball team.

11 - Divertindo-se na partida de basquete, Sofia Zanata, Alana Hernandez (ao fundo) e Amanda Segui.

11 - Sofia Zanata, Alana Hernandez (in the back), and Amanda Segui having fun during the basketball game.

UPPER ES ACTIVE

FAMILY MORNING

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Henrique Brandão participou da manhã de atividades com a mãe, Lídia.

01 - Henrique Brandão took part in a morning of activities with his mother, Lídia.

02 - Maria Fernanda Secali e a mãe, Andreia, curtiram a corrida de estafeta.

02 - Maria Fernanda Secali and her mother, Andreia, enjoyed the relay race.

03 - Noah Maingue e seu pai, Rodrigo, jogaram basquete juntos.

03 - Noah Maingue and his father, Rodrigo, played basketball together.

04 e 05 - Uma das atividades mais divertidas foi o voleibol dos alunos.

04 and 05 - One of the most fun activities was students’ volleyball.

06 - Na modalidade tchoukball, pais e filhos jogaram juntos.

06 - Parents and children played tchoukball together.

07, 08, 09 e 10 - As famílias também se divertiram jogando queimada.

07, 08, 09, and 10 - Families also had fun playing dodgeball.

11 - No final das atividades, pais e filhos se reuniram para foto memorável.

11 - At the end of the activities, parents and children got together for a memorable picture.

INTERNATIONAL FESTIVAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Em março, Ms. Juliana Menezes, Ms. Ana Paula Aragon, Ms. Emanoelli do Valle, Ms. Carla Vidal Fegyveres e Mr. Sean Quinn participaram da abertura do 37º Festival Internacional da Chapel.

01 - In March, Ms. Juliana Menezes, Ms. Ana Paula Aragon, Ms. Emanoelli do Valle, Ms. Carla Vidal Fegyveres, and Mr. Sean Quinn participated in the opening of Chapel’s 37th International Festival.

02 - Integrantes do Glee Club, Mr. Caio Oliveira, Lara Zwecker, Beatriz Abram, Mariana Avila, Marina Moura, Laura Santiago e Marta Castro se apresentaram na abertura do evento.

02 - Glee Club members Mr. Caio Oliveira, Lara Zwecker, Beatriz Abram, Mariana Avila, Marina Moura, Laura Santiago, and Marta Castro performed at the event’s opening.

03 - O Chile foi um dos dezoito países representados no Festival.

03 - Chile was one of the 18 countries represented at the Festival.

04 - A Itália é uma das barracas mais concorridas.

04 - Italy was one of the most popular stands.

05 - A equipe da França caprichou no visual e na deliciosa culinária.

05 - The French team went all out on visuals and delicious cuisine.

06 - A cultura colombiana foi muito bem representada na festa.

06 - Colombian culture was very well represented at the party.

07 - A barraca da Grécia revelou as belezas do país.

07 - The Greek stand showed off the country’s wonders.

08 - A barraca da Alemanha dava água na boca só de olhar.

08 - The Germany stand was mouth-watering.

09 - A Bélgica mostrou alguns de seus pratos típicos.

09 - Belgium showcased some of its typical dishes.

10 - Os quitutes da Venezuela encheram os olhos de todos.

10 - The Venezuelan delicacies caught everyone’s eye.

11 - O México foi destaque pelas cores e sabores.

11 - Mexico stood out for its colors and flavors.

12 - A culinária coreana agrada aos mais diversos paladares

12 - Korean cuisine appealed to the most diverse palates.

13 - As delícias de Portugal são aguardadas com ansiedade no Festival.

13 - The delights of Portugal were anxiously expected at the Festival.

14 - O Canadá esteve muito bem representado no evento deste ano.

14 - Canada was well-represented at the event this year.

15 - A barraca da Inglaterra apresentou vários aspectos culturais do país.

15 - England’s stand displayed several aspects of the country’s culture.

16 - Os representantes do Líbano capricharam na apresentação do país.

16 - Lebanon’s representatives did an excellent job presenting their country.

17 - A já tradicional e sempre aguardada feijoada foi destaque na barraca do Brasil.

17 - The traditional and always eagerly awaited feijoada was the highlight of the Brazil stand.

18 - Os Estados Unidos escolheram o cinema como temática para o Festival.

18 - The United States chose movies as its theme for the Festival.

19 - As belezas naturais do país vizinho foram exaltadas na barraca da Argentina.

19 - The Argentina stand paid tribute to the country’s natural beauty.

20 - A barraca do Japão sempre brilha no evento cultural.

20 - The Japan stand always shines at the cultural event.

21 - Beatriz Abram, João Pedro Fegyveres e Alma Castanares fizeram o lançamento e venda de seu livro “Teen’s handbook for refugees project: learnings from Mi Casa, Tu casa - Minha Casa, Sua Casa”, que narra suas experiências com o projeto que montou bibliotecas para crianças e jovens refugiados venezuelanos no Estado de Roraima, no Brasil.

21 - Beatriz Abram, João Pedro Fegyveres, and Alma Castanares launched and sold their book “Teen’s handbook for refugees project: learnings from Mi Casa, Tu Casa - Minha Casa, Sua Casa” which recounts their experiences in the project that set up libraries for Venezuelan children and young refugee in the state of Roraima in Brazil.

22 - Theo Lemos demonstrando sua paixão pelo futebol italiano e pelo time brasileiro que reúne parte da comunidade.

22 - Theo Lemos exhibits his passion for Italian soccer and for the Brazilian team that brings the community together.

23 - Amanda Segui e Mariana Romero provaram as delícias servidas no evento.

23 - Amanda Segui and Mariana Romero tried the delicacies offered at the event.

24 - João Pedro Marrar, Leonardo Kiyose e Karam Karam divertiram-se no Festival Internacional.

24 - João Pedro Marrar, Leonardo Kiyose, and Karam Karam had fun at the International Festival.

THE ADDAMS FAMILY

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Em abril, o Drama Club apresentou o musical “A Família Addams”, com Laura Santiago, Marcel Moura, Marta Castro, Marina Moura, Lara Zwecker e Lucas Inglesi.

01 - In April, the Drama Club presented “The Addams Family” musical starring Laura Santiago, Marcel Moura, Marta Castro, Marina Moura, Lara Zwecker, and Lucas Inglesi.

02 - Vibha Komala (Mal Beineke) e Mariana Avila (Alice Beineke).

02 - Vibha Komala (Mal Beineke) and Mariana Avila (Alice Beineke).

03 - Sophia Tsai, Laura Santiago, Marcel Moura, Marta Castro, Marina Moura, Lara Zwecker, Vibha Komala, Lucas Inglesi e Mariana Avila tiveram atuações brilhantes.

03 - Sophia Tsai, Laura Santiago, Marcel Moura, Marta Castro, Marina Moura, Lara Zwecker, Vibha Komala, Lucas Inglesi, and Mariana Avila gave brilliant performances.

04 - Cena de Laura Santiago (Wandinha) e Marta Castro (Gomez Addams).

04 - A scene with Laura Santiago (Wednesday) and Marta Castro (Gomez Addams).

05 - Sophia Tsai (Ancestor), Lara Zwecker (Feioso) e Laura Santiago (Wandinha).

05 - Sophia Tsai (Ancestor), Lara Zwecker (Pugsley), and Laura Santiago (Wednesday).

06 - Lucas Inglesi brilhou no papel de Vovó Addams.

06 - Lucas Inglesi shone in his role as Grandmama Addams.

07 - Marina Moura (Morticia Addams), Laura Santiago (Wandinha) e Marta Castro (Gomez Addams).

07 - Marina Moura (Morticia Addams), Laura Santiago (Wednesday), and Marta Castro (Gomez Addams).

08 - Marta Castro (Gomez Addams), Marina Moura (Morticia Addams), Vibha Komala (Mal Beineke) e Mariana Avila (Alice Beineke).

08 - Marta Castro (Gomez Addams), Marina Moura (Morticia Addams), Vibha Komala (Mal Beineke), and Mariana Avila (Alice Beineke).

09 - Elenco completo em cena: Sophia Tsai (Ancestor), Marcel Moura (Tropeço), Lucas Inglesi (Vovó Addams), Lara Zwecker (Feioso), Marina Moura (Morticia Addams), Marta Castro (Gomez Addams), Laura Santiago (Wandinha), Bernardo Freitas (Lucas Beineke), Vibha Komala (Mal Beineke) e Mariana Avila (Alice Beineke).

09 - The full cast on stage: Sophia Tsai (Ancestor), Marcel Moura (Lurch), Lucas Inglesi (Grandmama Addams), Lara Zwecker (Pugsley), Marina Moura (Morticia Addams), Marta Castro (Gomez Addams), Laura Santiago (Wednesday), Bernardo Freitas (Lucas Beineke), Vibha Komala (Mal Beineke), and Mariana Avila (Alice Beineke).

10 - Bernardo Freitas (Lucas Beineke) com Marta Castro (Gomez Addams) e Laura Santiago (Wandinha).

10 - Bernardo Freitas (Lucas Beineke) with Marta Castro (Gomez Addams), and Laura Santiago (Wednesday).

11 - Cena animada de Marta Castro (Gomez Addams) e Lara Zwecker (Feioso).

11 - A lively scene with Marta Castro (Gomez Addams) and Lara Zwecker (Pugsley).

12 - Elenco, direção e produção do musical: Ana Luiza Dall’Ovo, Sophia Tsai, Bianca Ludgero, Mariana Avila, Ms. Ana Inglesi, Vibha Komala, Lara Zwecker, Ms. Maxine Rendtorff, Laura Santiago, Marcel Moura, Mr. Caio Oliveira, Marina Moura, Marta Castro, Bernardo Freitas, Lucas Inglesi e Julia Segui.

12 - The musical’s cast, direction, and production: Ana Luiza Dall’Ovo, Sophia Tsai, Bianca Ludgero, Mariana Avila, Ms. Ana Inglesi, Vibha Komala, Lara Zwecker, Ms. Maxine Rendtorff, Laura Santiago, Marcel Moura, Mr. Caio Oliveira, Marina Moura, Marta Castro, Bernardo Freitas, Lucas Inglesi, and Julia Segui.

FORMATURA DO 12º ANO 12TH GRADE GRADUATION

Fotos / Photos: LES Fotografias

01 - Os eventos de formatura da turma de 2024 iniciaram-se no dia 22 de maio, quando houve missa, almoço e cerimônia de premiação.

01 - The graduation events for the Class of 2024 started on May 22nd with mass, lunch, and an awards ceremony.

02 e 03 - No fim do dia, os formandos receberam alguns presentes, dentre eles um quadro com as fotos de cada ano em que estudaram na Chapel, exibidos por Pedro Augusto Romão e Renata Papaléo .

02 and 03 - At the end of the day, graduates received gifts which included a framed picture with photos of them in each of their years at Chapel, as shown above by Pedro Augusto Romão and Renata Papaléo .

04 e 05 - Nicolas Razzotti e Bernardo Tocantins discursaram como Class Valedictorians na Cerimônia de Formatura em 25 de maio.

04 and 05 - Nicolas Razzotti and Bernardo Tocantins, the Class Valedictorians, gave speeches at the Graduation Ceremony on May 25th.

06 e 07 - Walter Celio Gallo Neto e Derick Galhardo discursaram como Class Salutatorians.

06 and 07 - Walter Celio Gallo Neto and Derick Galhardo, the Class Salutatorians, gave speeches.

08 e 09 - João Reszecki e Gabriela Figueiredo foram os oradores da turma.

08 and 09 - João Reszecki and Gabriela Figueiredo were class speakers.

10 - Marta Castro recebeu o diploma da School Director e Elementary School Principal, Ms. Juliana Menezes, e do High School Principal, Mr. Sean Quinn.

10 - Marta Castro received her diploma from the School Director and Elementary School Principal, Ms. Juliana Menezes, and from the High School Principal, Mr. Sean Quinn.

11 - Henry Joo recebeu o diploma da School Director e Elementary School Principal, Ms. Juliana Menezes, e do High School Principal, Mr. Sean Quinn.

11 - Henry Joo received his diploma from the School Director and Elementary School Principal, Ms. Juliana Menezes, and from High School Principal, Mr. Sean Quinn.

12 - 37 alunos da turma de 2024 colaram grau.

12 - 37 students of the Class of 2024 graduated.

FORMATURA DO

6º ANO

6TH END-OF-

YEAR PROMOTION

CEREMONY

Fotos / Photos: LES Fotografias

01 - Natalia Haftwurzel e Leticia Perrelli durante o discurso dos alunos.

01 - Natalia Haftwurzel and Leticia Perrelli during students’ speeches

02 - Joaquina Furlong, Laura Pontes e Manuela Salgado durante o discurso dos alunos.

02 - Joaquina Furlong, Laura Pontes, and Manuela Salgado during students’ speeches.

03 e 04 - Lucas Barúa e Juan Fabios discursaram para os presentes.

03 and 04 - Lucas Barúa and Juan Fabios gave speeches.

05 - Manuela Salgado entregou aos professores Mr. Filip Stops e Mr. Mehir Desai presentes de despedida feitos pelos estudantes.

05 - Manuela Salgado handed out going away gifts made by the students to teachers Mr. Filip Stops and Mr. Mehir Desai.

06 - A formanda Stella Amabile com a mãe, Fabiana.

06 - Graduate Stella Amabile with her mother, Fabiana.

07 - Ms. Juliana Menezes entregando o diploma a Pietra Abreu.

07 - Ms. Juliana Menezes handing out the diploma to Pietra Abreu.

08 - Ms. Juliana Menezes entregando o diploma a Gabriel Son.

08 - Ms. Juliana Menezes handing out the diploma to Gabriel Son.

09 - Lucas Ribas com seus pais.

09 - Lucas Ribas with his parents.

10 - Valentina Boueiri com seu irmão Raphael e sua irmã Giovanna.

10 - Valentina Boueiri, her brother Raphael and her sister Giovanna.

- Os formandos 2024 com seus professores. 12 - The 2024 graduates and their teachers.

MISSA DE FINAL

DE ANO DO KINDERGARTEN

KINDERGARTEN ENDOF-YEAR PRAYER SERVICE

Fotos / Photos: LES Fotografias

01 - Alunos do Kinder A participaram da missa de Final de Ano, que aconteceu no dia 12 de junho.

01 - The Kinder A students participated in the End-ofYear Prayer Service on June 12th.

02 - A turma do Kinder B também participou da missa.

02 - The Kinder B class also took part in the mass.

03 - A turma do Kinder C cantando “Seasons of Love”.

03 - The Kinder C class singing “Seasons of Love”.

04 - Pietro Billi recebeu o diploma da Ms. Emanuela Santo.

04 - Pietro Billi received his diploma from Ms. Emanuela Santo.

05 - Leticia El Khouri recebeu o diploma da Ms. Emanuela Santo.

05 - Leticia El Khouri received her diploma from Ms. Emanuela Santo.’

06 - Mariah Massih recebeu o diploma da Ms. Maria Hernandez.

06 - Mariah Massih received her diploma from Ms. Maria Hernandez.

07 - Flavia Pereira recebeu o diploma da Ms. Maria Hernandez.

07 - Flavia Pereira received her diploma from Ms. Maria Hernandez.

08 - Sophia Favero recebeu o diploma da Ms. Daniela Sperling.

08 - Sophia Favero received her diploma from Ms. Daniela Sperling.

09 - Frederico Reif recebeu o diploma da Ms. Daniela Sperling.

09 - Frederico Reif received his diploma from Ms. Daniela Sperling.

10 - Turma do Kinder A com Ms. Daniela Sperling e Ms. Vitória Mayumi de Paula.

10 - The Kinder A class with Ms. Daniela Sperling and Ms. Vitória Mayumi de Paula.

11 - Turma do Kinder B com Ms. Maria Hernandez, Ms. Julia Bassoli e Ms. Thamiris Generoso.

11 - The Kinder B class with Ms. Maria Hernandez, Ms.Julia Bassoli, and Ms.Thamiris Generoso.

12 - Turma do Kinder C com Ms. Emanuela Santo, Ms. Pollyanna Oliveira e Ms. Manuela Araújo.

12 - The Kinder C class with Ms. Emanuela Santo, Ms. Pollyanna Oliveira, and Ms. Manuela Araújo.

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