Teoria literária

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Como Hans Robert Jauss descreve o estado dos “estudos literários” (crítica literária), quanto à publicação do texto “A história da literatura como provocação à teoria literária” (1967)? CHARLENE SOARES

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Segundo Hans Robert Jauss, em seu texto “A história da literatura como provocação à teoria literária” de 1967, a literatura viveu seu apogeu no século XIX, com as contribuições de filósofos (escritores) importantes como: Gervinus e Scherer, de De Sanctis e Lanson. Nessa época, a literatura tinha como ideia principal, a busca da individualidade nacional a caminho de si mesma, através das histórias e das obras literárias. No entanto, nos últimos 150 anos, esse ideal entrou em decadência, a meta da produção e analise dos textos literários passou a ter outra visão. O viés da literatura tomou uma proporção a versa da arte. Robert ressalta que na Alemanha, nas Universidades, os “estudos literários” se tornaram uma matéria obrigatória, assim como nas escolas (ensino médio), servindo apenas para consultas nos exames; e os livros (as histórias literárias) eram encontrados em posse da burguesia, estabelecendo nesse ponto, um paradoxo com o que realmente é literatura e o ensino literário, com o poder aquisitivo social, a arte e a cultura. Tendo em vista a perspectiva formalista dos estudos literários, que se voltava para o estudo da forma lingüística dos textos e a visão analístistica marxista, que se preocupava com o historismo, o autor apresenta a “crítica literária” em pauta, que discuti o “ler, o estudar, o pensar literatura”, partindo do princípio de associação cronológica com relação ao autor, a obra e ao período histórico. Paralelamente a análise dos textos literários com relação à literatura como arte e a qualificação e classificação de uma obra literária. Robert, além disso, fala sobre a posição do leitor diante das obras com relação a “estética da recepção” ou “percepção”, que, por conseguinte tem a função de aproximar o leitor das vias literárias, como uma fusão de horizontes entre o contexto histórico das obras com a recepção do leitor. Contudo a intenção é de esclarecer a polarização em que o leitor fica ora análise formalista ora marxista, bem como as modalidades de leitores que se 1 Mentora da Leituras & Educação-Um passo para o futuro e Graduanda do curso de Letras da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Bolsista nos programas de pesquisa e extensão Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Programa institucional de bolsa de iniciação à docência (PIBID) e Programa Observatório da Educação (OBEDUC) – Projeto Ler & Educar. Fone: (48) 9636-7704, Charlene@unesc.net


estabelecem: o leitor crítico, que terá um olhar não apenas marxista e formalista e sim analítico e o leitor passivo, cuja visão não engloba toda a essência de um texto literário. Ambos os métodos, o formalista e o marxista não consideravam o papel primordial de receptor que todo leitor estabelece diante das obras literárias.


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