Caderno de resumos xii encontro inter 2015

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CADERNO DE RESUMOS


SUMÁRIO

A BAGACEIRA: ILUSTRAÇÕES E CONFLITO DE FAMÍLIA .............................

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A COMÉDIA E O ENSINO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA .............................. 07 A CONCEPÇÃO E O TRABALHO DOS PROFESSORES COM A LITERATURA INFANTIL NA COMUNIDADE DE VILA AMAZÔNIA EM PARINTINS .............................................................................................................. 08 A ELOCUÇÃO ERÓTICA DE TIBULO 1.1 E 2.3 ..................................................

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A INFÂNCIA NO CONTO MENINÃO DO CAIXOTE .......................................... 09 A INTERDISCIPLINARIDADE PRESENTE NA ARTE DE CLARICE LISPECTOR: ÁGUA VIVA E O DIÁLOGO COM OUTRAS ARTES .................... 09 A LEITURA LITERÁRIA NOS TEMPOS ATUAIS: SITUAÇÕES, BARREIRAS E REFLEXÕES .................................................................................. 10 A LITERATURA DE LÍNGUA INGLESA NA UNIVERSIDADE: UMA AVALIAÇÃO ............................................................................................................ 10 A LITERATURA INFANTIL NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL: REFLEXÕES ACERCA DAS OBRAS SEGREDO, SEGREDÍSSIMO,DE ODÍVIA BARROS, E ANTÔNIO, DE HUGO MONTEIRO FERREIRA ................................................................................................................ 11 A MORTE EM O PRESO DE MOREIRA CAMPOS E EM SOLIDÃO DE MIGUEL TORGA ..................................................................................................... 11 A NOÇÃO BAKHTINIANA DE CRONOTOPO NA OBRA “ATALIBA, O VAQUEIRO” ............................................................................................................. 12 A OBRA AUTOBIOGRÁFICA CANTO DOS MALDITOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO DE SABERES PSICOPATOLÓGICOS ....... 12 A ORALIDADE EM PRÁTICA ...............................................................................

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A PERCEPÇÃO DE GREGÓRIO DE MATOS ACERCA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA MATERIALIZADA EM SEUS POEMAS SATÍRICOS ................. 13 A POESIA DE FRANCISCO CARVALHO EM ROSA GEOMÉTRICA ................. 14 A PRESENÇA DA SÁTIRA SOCIAL E SUA IMPORTÂNCIA NA POESIA DE GREGÓRIO DE MATOS ......................................................................................... 14 A RE-ESCRITA DOS MITOS BÍBLICOS EM UM SARAMAGO PÓSMODERNO: A RE-HISTORIZAÇÃO DO SAGRADO A PARTIR DA FICÇÃO 15 .......................................................................................................................


A RELAÇÃO CONTRATUAL ENTRE CRIANÇAS E ADULTOS NA SÉRIE PARA GOSTAR DE LER ......................................................................................... 15 A REPRESENTAÇÃO D CANGAÇO EM FOGO MORTO DE JOSÉ LINS DO RÊGO ........................................................................................................................ 16 ANÁLISE MULTIMODAL DE PERSONAGENS EM MACBETH: THE GRAPHIC NOVEL DE SHAKESPEARE ................................................................. 16 APONTAMENTOS ACERCA DA PRÁTICA DE LEITURA LITERÁRIA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS ............................................................... 17 AS TRADUÇÕES DE AS AVENTURAS DE PINÓQUIO PARA O PORTUGUÊS: REFLEXÕES SOBRE A INVISIBILIDADE DO AUTOR E ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS DEFORMADORAS DE BERMAN ................................................ 17 AUTOBIOGRAFIA E AUTOCONTEMPLAÇÃO NA OBRA MEMÓRIAS DO CÁRCERE ................................................................................................................. 18 CASO DO VESTIDO E O VESTIDO: UMA ANÁLISE INTERTEXTUAL .......... 18 CONCUBINATO (PALLAKEÍA) EM ANDRÔMACA DE EURÍPIDES .................. 19 DIÁLOGOS POÉTICOS ENTRE MANOEL DE BARROS E PAULO LEMINSKI ................................................................................................................ 19 DO MUNDO DA LEITURA LITERÁRIA PARA A LEITURA DO MUNDO DA SECA ......................................................................................................................... 20 E-BOOK, E-NSINO, E-DUCAÇÃO ......................................................................... 20 ENSINO DE LITERATURA A PARTIR DA EPISTOLOGRAFIA DE VERÍSSIMO DE MELO ........................................................................................... 21 ENTRE FILOSOFIA E LITERATURA: UMA RELAÇÃO DIALÓGICA NA BUSCA PELO ENTENDIMENTO DO MUNDO .................................................... 21 ESCUTE LÁ / ISTO É UM POEMA: MATILDE CAMPILHO E A POESIA NA ERA DA TÉCNICA .................................................................................................. 22 ESTUDO TEÓRICO SOBRE O TRABALHO COM A LITERATURA DE CORDEL NAS AULAS DE LITERATURA ............................................................ 22 FOTOGRAFIA, HAIKU E O ROMANCE DE ROLAND BARTHES .................... 23 FRASEMÁRIO LITERÁRIO: COLETA, ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS NO ROMANCE DONA GUIDINHA DO POÇO 23 (1952), DE OLIVEIRA PAIVA ....................................................................... FRASEMÁRIO LITERÁRIO COMO RECURSO DIDÁTICO ............................... 24 JANE

AUSTEN

REESCRITA

NO

CINEMA:

UMA

HEROÍNA


ROMANTIZADA ...................................................................................................... 24 LEITURA E LITERATURA: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA ESCOLAR ..... 25 LEITURA EM SALA DE AULA: ENTRECRUZAMENTOS ENTRE O HISTÓRICO E O FICCIONAL NAS CRÔNICAS DE ANA MIRANDA .............. 25 LEITURAS DA INFÂNCIA EM MANOEL DE BARROS ..................................... 26 LITERATURA E SOCIEDADE: PODER E SABER EM ÉDIPO-REI DE SÓFOCLES ............................................................................................................... 26 LITERATURA INFANTIL: LER E ESCREVER NA SEMANA DO LIVRO INFANTIL ................................................................................................................. 27 LITERATURA NA PROVA DE MATEMÁTICA DO ENEM: DEVIRES ............

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LITERATURA, CRENÇAS E ENSINO: MUDANÇAS NO DESEMPENHO LEITOR ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE LEITURA LITERÁRIA ........................ 28 LUANDINO VIEIRA E MIA COUTO: A LINGUAGEM A FAVOR DA TRANSFORMAÇÃO ................................................................................................ 28 MACHADO DE ASSIS E OS RESÍDUOS DO DIABO MEDIEVAL NO CONTO A IGREJA DO DIABO ..................................................................................... 29 MANOEL DE BARROS E MARIO QUINTANA, OU QUANTO TEMPO DURA A INFÂNCIA? .............................................................................................. 29 MELANCOLIA E MODERNIDADE EM O CISNE DE BAUDELAIRE – COM UMA NOTA SOBRE A LITERATURA DE W.G. SEBALD ................................. 30 NARRADORES GUIADOS PELA TRADIÇÃO EM UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA, DE MIA COUTO ............................ 30 O DISCURSO INFANTIL NO LIMBO: A SOLIDÃO DA INFÂNCIA E A BUSCA PELA ALTERIDADE EM A VALSA Nº 6 E EM GERTRUDES PEDE UM CONSELHO ....................................................................................................... 31 O ENSINO DE LITERATURA NAS ESCOLAS NA PERSPECTIVA DAS NARRATIVAS INFANTO-JUVENIS DE TEMÁTICA HOMOAFETIVA ........... 31 O ENSINO E A HISTÓRIA NA LITERATURA: CONTRIBUIÇÕES DE JAUSS ........................................................................................................................ 32 O ÉTICO E O ESTÉTICO EM RELAÇÃO ÀS PERSONAGENS FEMININAS CORDULINA E CONCEIÇÃO ................................................................................ 32 O INCOMUM LEITOR PIERRE MENARD: A CONTRIBUIÇÃO DE BORGES PARA A HISTÓRIA DA LITERATURA ......................................................... 33 O OBSCENO EM CENA: CONFLUÊNCIAS ENTRE ARISTÓFANES E


HILDA HILST ........................................................................................................... 33 “O OVO E A GALINHA”: A SOLIDÃO ESSENCIAL DA ESCRITURA DE CLARICE LISPECTOR ............................................................................................ 34 O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ MARTINS RODRIGUES, QUIXADÁ-CE .......................................................................................................... 34 ‘O QUE VEMOS E O QUE NOS OLHA’: DOS CONFLITOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA PERSPECTIVA DA LEITURA LITERÁRIA NA ERA DAS PERFORMANCES ........................................................................... 35 O ROMANCE COMO LIVRO DE ARTISTA: O CASO DA OBRA DE VALÊNCIO XAVIER ............................................................................................... 36 O SARAU LITERÁRIO MUSICAL NAS TURMAS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DO IF SERTÃO PE - CAMPUS FLORESTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ......................................................................................................... 36 O TEXTO LITERÁRIO E SUA ADAPTAÇÃO FÍLMICA COMO RECURSOS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA ........................................................................................................ 37 OS FILÓSOFOS E A TRADUTOLOGIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DA FILOSOFIA DA TRADUÇÃO ................................................................................. 37 OS GATOS DE NEIL GAIMAN: UMA ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO DOS ANIMAIS NÃO-HUMANOS EM “O PREÇO” .............................................. 38 PARADIDÁTICO: SINÔNIMO DE INCENTIVO À LEITURA? ..........................

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POESIA CONTEMPORÂNEA E EDUCAÇÃO COMPREENSIVA – DISPOSIÇÕES PARA A EXPERIÊNCIA COM O POÉTICO ............................... 39 QUESTÕES ETNICO-RACIAIS NA ESCOLA: LOBATO NO BANCO DOS RÉUS ........................................................................................................................ 39 SCARLETT O’HARA: UM BREVE OLHAR LITERÁRIO-PSICOLÓGICO SOBRE UMA DAS ANTI-HEROÍNAS MAIS EMBLEMÁTICAS DA LITERATURA NORTE-AMERICANA DO SÉCULO XX .................................... 40 TECENDO AFRICANIDADES NO CURRÍCULO ESCOLAR A PARTIR DO FALAR CEARENSE ................................................................................................ 40 TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA NO ESTÉTICO FEMINO ENTRE A PINTURA MACK SENNETT DE RENÉ MAGRITTE E O POEMA THE APPLICANT DE SYLVIA PLATH ............................................................................ 41 TRADUÇÃO, CINEMA E LITERATURA: UMA ANÁLISE DO FILME O AUTO DA COMPADECIDA ................................................................................... 41


TRAGÉDIA DOS AFETOS: UMA ANÁLISE DA FAMÍLIA EM CIRANDA DE PEDRA E REUNIÃO DE FAMÍLIA .......................................................................... 42 UM LEITOR À JANELA: ALGUMAS CENAS DE PASSEIO AO FAROL ...........

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UMA ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO E DAS QUESTÕES FILOSÓFICAS DO SERTÃO MATO-GROSSENSE NO LIVRO INOCÊNCIA DE VISCONDE DE TAUNAY ................................................................................. 43 UMA RÁDIO TROVADORESCA: LITERATURA E ARTES TRAZENDO AS TIC PARA A SALA DE AULA – RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA ................ 43 VISÕES DA ESCOLA PUNITIVA NA LITERATURA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ............................................................................................................. 44


A BAGACEIRA: ILUSTRAÇÕES E CONFLITO DE FAMÍLIA Margarida Pontes TIMBÓ (autor) Fernanda Maria Abreu COUTINHO (orientador) Universidade Federal do Ceará Esta comunicação oferece uma reflexão sobre o romance A Bagaceira, de José Américo de Almeida, com base em três ilustrações, criadas pelo artista plástico Napoléon Potyguara Lazzarotto, para a 15ª edição Comemorativa do Jubileu de Ouro do romance, datada de 1978. O trabalho objetiva mostrar como as imagens visuais ajudam a ressignificar o texto do escritor paraibano, apontando para o conflito de família que envolve os personagens Dagoberto e Lúcio, isto é, pai e filho. A metodologia de caráter teórico-bibliográfica pautou-se na leitura do romance e na leitura das imagens visuais, por isso fundamentou-se nos estudos de Barthes (1984), (1990) acerca da polissemia da imagem; de Nikolajeva e Scott (2011), que tratam da ilustração do livro literário e na abordagem de Nunes (2015) sobre a obra de Poty Lazzarotto. Os resultados parciais deste trabalho indicam o modo como as imagens visuais expõem o embate que acontece na história dos protagonistas da obra literária. A oposição entre pai e filho mantém-se firme em todo o enredo e mais ainda quando a personagem Soledade participa da história. Então, podemos considerar que as imagens de Poty resgatam singularidades dos personagens e manifestam a decadência da família patriarcal. Portanto, imagem visual e palavra escrita evidenciam a abundância de sentidos da arte para os tempos atuais. Palavras-Chave: A Bagaceira. Ilustração. Família.

A COMÉDIA E O ENSINO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA Solange Maria Soares de ALMEIDA (autor) Ana Maria César POMPEU (orientador) Universidade Federal do Ceará Durante muito tempo, Homero foi o responsável pela educação de toda a Grécia, suas epopeias alimentavam os espíritos helênicos e ensinavam coisas práticas do dia a dia. Com o início das encenações dramáticas, por volta do século V a.C., coube ao poeta o papel de educar o povo. Enquanto a tragédia, ao apresentar questões universais, fazia o homem repensar a sua condição humana, a comédia era local e tencionava fazê-lo questionar seu papel como cidadão ou homem político. Atualmente, Aristófanes é o único representante da Comédia Antiga Grega, pois somente dele foram preservadas peças completas. O comediógrafo escreveu mais de quarenta peças e onze destas existem de forma íntegra. Desse total, duas foram selecionadas para este estudo: As Nuvens e As Aves. Na primeira peça, na qual o assunto principal é a educação, o poeta questiona a nova forma de educar vigente, que, na opinião dele, estava desvirtuando os jovens. Já na segunda, Aristófanes faz um alerta sobre os perigos da persuasão, artifício bastante utilizado pelos políticos e que viria a ser um forte motivo para a derrocada de Atenas, ocorrida logo após a encenação da peça As Aves. Portanto, a poesia cômica tinha um papel fundamental da educação do povo, e, ciente disto, Aristófanes, por meio do riso, tratava graves questões. Palavras-Chave: Teatro. Riso. Educação. 7


A CONCEPÇÃO E O TRABALHO DOS PROFESSORES COM A LITERATURA INFANTIL NA COMUNIDADE DE VILA AMAZÔNIA EM PARINTINS Karen GOMES Delma SICSÚ Universidade Estadual do Amazonas É de muita importância que o professor de ensino fundamental obtenha o conhecimento sobre textos de livros infanto-juvenis, ou seja, um domínio nesses processos de leitura junto ao conhecimento da Literatura Infantil. Levando em consideração que é preciso que a criança passe por um processo que inicia-se com leituras de imagem, e depois leitura de imagem precedidas de narrativas curtas e que ao longo do percurso vão se ampliando, pois é seguindo esses processos de leitura que o professor estará fazendo de forma apropriada o trabalho com os livros, resultando em uma apoio importante para formação de leitores críticos. Este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos professores sobre a literatura infantil e seus trabalhos com essas narrativas na Escola Tsukasa Uyetsuka em Parintins.. Os tópicos foram divididos em três partes: na primeira parte, abordasse a concepção de leitura de mundo e em seguida a Literatura Infantil, por conseguinte o papel do professor para relacionar essa leitura do texto com o contexto. A abordagem metodológica ocorreu em duas etapas: a primeira com a pesquisa bibliográfica com os principais teóricos: Camargo (1995), Faria (2013), Freire (2008), Martins (1992) entre outros. A segunda foi o momento da pesquisa descritiva sendo de cunho qualitativo, por uso de entrevista aplicada a 10 professores da instituição educacional Escola Municipal Tsukasa Uyetsuka da comunidade de Santa Marias de Vila Amazônia em Parintins, as observações feitas na Escola Municipal Tsukasa Uyetsuka foram de grande relevância para a pesquisa. Palavras-Chave: Leitura de Mundo. Literatura Infantil. Professor.

A ELOCUÇÃO ERÓTICA DE TIBULO 1.1 E 2.3 Maria Helena Aguiar MARTINS (autor) Francisco Edi Oliveira SOUSA (orientador) Universidade Federal do Ceará Nesse trabalho, analisamos os poemas 1.1 e 2.3 do elegíaco latino Albius Tibullus (c. 55-19 a.C.). Eles foram escolhidos por duas razões: desenvolvem uma temática erótica e constituem respectivamente os primeiros poemas dedicados as duas puellae, o 1.1 é o primeiro dedicado a Délia, o 2.3 é o primeiro dedicado a Nêmese. Serão estudados em separado e depois cotejados quanto ao tratamento da temática e da elocução, em particular quanto aos recursos de elocução usados para sublevar o caráter erótico. Para atingir tal objetivo, utilizamos como corpus teórico principalmente as obras Retórica a Herênio, de autor incerto, e Manual de Retórica Literária, de Lausberg, além dos comentários de Maltby e Putnam. Esse estudo é relevante porque, para as discussões de conteúdo na poesia latina, é necessária uma análise da elocução do texto a ser utilizado, afinal, a disposição das palavras nos versos e o uso de figuras de linguagem estão em consonância com o conteúdo do poema. Palavras-Chave: Tibulo 1.1 e 1.4. Elocução. Erótica.

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A INFÂNCIA NO CONTO MENINÃO DO CAIXOTE Maria José da SILVA Orientador: Manoel Freire RODRIGUES (Orientador) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte O presente trabalho tem como objetivo analisar o conto Meninão do Caixote de João Antônio Ferreira Filho, mostrando como a infância é trabalhada pelo Meninão do caixote, que vivencia a descoberta do mundo dos jogos de sinuca. Uma criança que sente a ausência da figura paterna e acaba sendo influenciada pelo Vitorino, um homem malandro que pela sua malícia deslumbra a criança e passa a ser o gerenciador dos jogos em que o menino participava. Discorreremos ainda sobre a vida de João Antônio Ferreira Filho e as concepções de Platão e Rousseau, confrontando essas duas visões diferenciadas sobre a infância. As nossas análises apontam que João Antônio Ferreira Filho retrata através de uma linguagem cotidiana as pessoas ditas “margilizadas”, constrói através da sua literatura uma valorização de aspectos da sociedade que durante muito tempo foi deixada a margem dos textos literários. Percebemos ainda, que é característico deste autor escandalizar questões sociais como a exploração infantil, a prostituição, a dependência química e a violência física. Neste conto Meninão do Caixote podemos constatar que acontece uma exploração infantil através de Vitorino que inicia o Meninão do Caixote no mundo das sinucas e passa a desfrutar das apostas realizadas. Assim o enredo é construído para mostrar a visão de uma criança sobre os jogos e ao mesmo tempo a sua iniciação adultizada no submundo dos marginalizados. Palavras-Chave: Infância. Marginalização. Meninão do Caixote. João Antônio.

A INTERDISCIPLINARIDADE PRESENTE NA ARTE DE CLARICE LISPECTOR: ÁGUA VIVA E O DIÁLOGO COM OUTRAS ARTES Edilson PEREIRA (UFC) Diógenes Werne da Costa LOPES (IFCE) Odalice de Castro SILVA (UFC) O objetivo deste trabalho é realizar uma leitura acerca do romance Água viva (1973), da escritora Clarice Lispector (1920 - 1977) e aproximá-la de outra manifestação artística: O cinema, mais precisamente a obra Hiroshima mon amour (1959) (br: Hiroshima, Meu Amor) dirigida pela cineasta Alain Resnais, com roteiro de Marguerite Duras. Apoiar-nos-emos nas obras A crise do século XX (1991) e Os sete saberes necessários à educação do futuro (2000) dos filósofos Gilberto de Melo Kujawski e Edgar Morin para justificarmos a ideia de modernidade e interdisciplinaridade entre as Artes. A Obra de Arte engrandece-nos e nos aperfeiçoa enquanto seres humanos pensantes, conduzindo-nos à desconstrução e reconstrução da nossa percepção intelectual. A elucidação proporcionada pelas manifestações artísticas nos atualiza acerca das problemáticas da vida que permeiam a existência humana, apresentando-nos de forma ímpar e descomunal, uma possível reflexão e interpretação da condição humana nas diversas faces da experiência existencial, histórica e em questão no século XX, uma vez que as obras de artes fizeram valer o conceito da intertextualidade. Destarte, procuraremos expor em nossa análise, tanto os recursos estilísticos, tais como sinestesias, metáforas, comparações, ironias, quanto outros recursos textuais que possibilitaram construir e discutir o hibridismo entre os gêneros e que nos conduzem aos recônditos de nós mesmos, proporcionando-nos o que Aristóteles concebeu como catarse, a respeito de temas, tais como a representação e a condição do ser humano no transcorrer dos tempos modernos. Palavras-chave: Representação. Narrativa. Condição humana. Modernidade. 9


A LEITURA LITERÁRIA NOS TEMPOS ATUAIS: SITUAÇÕES, BARREIRAS E REFLEXÕES Manuella Mirna ENÉAS de Nazaré Universidade Federal de Pernambuco Este trabalho visa refletir como se configuram o lugar e o papel da literatura e da leitura na contemporaneidade, tempo no qual algumas escolas já não incluem a disciplina de literatura nos seus currículos e em que a literatura aclamada pela atual crítica jornalística é aquela que emplaca os mais vendidos e se torna filme. Pretende-se também entrar na discussão das diferenças entre a leitura de alta literatura e de literatura de massa, porque ambos os níveis literários são produzidos no nosso tempo, o que se encadeia a panoramas socioculturais e não pode ser ignorado. Todorov, em seu Literatura em Perigo, opõe a alta literatura à cultura popular, e afirma que esta cumpre seu papel de ser acessível à juventude e interessa-la pela leitura; Lopes, em seu Crítica e Interpretação Literária, fala em amadurecimento do gosto literário, sendo a literatura de massa o início de um futuro leitor de alta literatura. Dialogaremos também com outros críticos, como Perrone-Moisés, Eliot e Candido, para refletir a situação da leitura literária atualmente e as barreiras para ela, pensando sempre o papel da literatura na sociedade. Acreditamos que tanto a alta literatura quanto a de massa são válidas e importantes por terem a realidade inserida nelas, mas em níveis de profundidade e literariedade diferentes, devido a possuírem estruturas literárias diferentes. Por isso, a linguagem, a concepção do belo, e, sobretudo, os níveis de verossimilhança são instâncias para as quais devemos voltar certa reflexão neste trabalho. Palavras-Chave: Literatura. Leitura. Contemporaneidade. Sociedade.

A LITERATURA DE LÍNGUA INGLESA NA UNIVERSIDADE: UMA AVALIAÇÃO Charles Albuquerque PONTE (UERN) Maria Bevenuta Sales de ANDRADE (UERN/FAPERN) O ensino de literaturas estrangeiras, em si, demorou a ser considerado uma prioridade nas universidades, devido à sua pouca aplicabilidade no mercado de trabalho nacional. Sendo assim, às literaturas ficou relegado o papel de texto autêntico onde a língua tomava formas inesperadas, ou, quando muito, de depositório cultural de um povo estrangeiro, funções que legaram consequências ao currículo universitário em termos de estruturação. Partindo de um local de fala empírico, norteado em mais de dez anos de experiência no Ensino Superior, o objetivo deste trabalho é avaliar, dos pontos de vista ideológico, pragmático e de implementação, as três abordagens mais comuns de ensino de Literaturas de Língua Inglesa na universidade brasileira: o histórico, o dividido por gêneros e o temático. Essas três abordagens serão escrutinadas quanto à dificuldade de implementação, à contribuição para a formação do estudante de Letras Estrangeiras, ambos para o mercado de trabalho e para a vida profissional como um todo, incluindo a continuação de estudos em pós-graduação. A conclusão deste estudo aponta para o fato de que vários fatores devem influenciar a escolha de abordagem para o ensino de Literaturas de Língua Inglesa (e, metonimicamente, de todas as línguas estrangeiras) na universidade, em especial a formação dos docentes, o orçamento universitário, o mercado de trabalho e a viabilidade de pós-graduação para os alunos, sem descuidar, é claro, do perfil dos egressos do curso em questão. Palavras-Chave: Literaturas de Língua Inglesa. Ensino Superior. Métodos de abordagem. Currículo universitário.

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A LITERATURA INFANTIL NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL: REFLEXÕES ACERCA DAS OBRAS SEGREDO, SEGREDÍSSIMO,DE ODÍVIA BARROS, E ANTÔNIO, DE HUGO MONTEIRO FERREIRA Lidiana BARROS Universidade Federal do Ceará- UFC A obra literária infantojuvenil vem exercendo, nas últimas décadas, um relevante papel no processo de formação dos seus jovens leitores. Através de narrativas inovadoras, de uma linguagem emancipadora, crianças e jovens são levados a refletirem o universo que os cercam. A notabilidade dada por trabalhos acadêmicos acerca da literatura reservada ao público infantil e juvenil é significativa. Com uma fortuna crítica alentada, as pesquisas abrangem uma diversidade de temas que abarcam essas obras. Levando em consideração a importância dessas obras pretendemos, através deste trabalho, observar a utilização da literatura infantil como ferramenta para o enfrentamento da violência sexual contra crianças. Neste sentido, na perspectiva de compreender como autores contemporâneos lidam com o assunto da violência e como essa literatura auxilia na prevenção e/ou superação do abuso sexual infantil, tomamos como base duas obras: Segredo, Segredíssimo (2011), de Odívia Barros, e Antônio (2012), de Hugo Monteiro Ferreira. A análise da temática apoia-se, especialmente, nos trabalhos de Antonio Candido e Jacqueline Held, levandonos, portanto, a perceber que as duas obras proporcionam ao público infantil uma leitura da realidade sem abrir mão da fantasia. Ambas estimulam o imaginário infantil através de uma linguagem simbólica, ressaltando a importância do texto fantástico para a criança em sua formação humana e leitora. Dessa forma, as narrativas estimulam o público infantil a ter coragem de denunciar abusos, ensinam a se proteger e até mesmo a superar vivências constrangedoras e dolorosas. Palavras-Chave: Literatura Infantil; Enfrentamento; Violência; Odívia Barros; Hugo Monteiro Ferreira.

A MORTE EM O PRESO DE MOREIRA CAMPOS E EM SOLIDÃO DE MIGUEL TORGA Adelannia Chaves DANTAS Dr. Manoel Freire RODRIGUES (orientador) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

O presente trabalho é resultado de um estudo comparativo sobre a abordagem da temática morte nos contos de Moreira Campos, brasileiro, e Miguel Torga, português, onde ambos abordam a morte como tema de seus contos em estudo, apresentando assim uma interação entre as obras literárias, na perspectiva da interculturalidade, onde as duas narrativas, sem pontos convergentes, têm muito em comum. Não só a temática é percebida, mas também o espaço, personagens e estética, pois os autores se colocam perante suas narrativas de forma semelhante, sendo instigante um estudo para que tal semelhança seja condensada dentro de uma reflexão literária comparativa, averiguando assim, a importante função do estudo comparativo na Literatura para que haja uma melhor percepção da intertextualidade e interculturalidade nas obras literárias. Foram tomados por base os fundamentos teóricos da Literatura Comparada propostos por Pageaux (2011) e da morte e sua perspectiva na Literatura por Morin (1970) e Callia (2005). Palavras-Chave: Literatura Comparada. Interculturalidade. Morte. Miguel Torga. Moreira Campos. 11


A NOÇÃO BAKHTINIANA DE CRONOTOPO NA OBRA “ATALIBA, O VAQUEIRO” Edilene Borges de CARVALHO (UESPI) Harlon Homem de LACERDA (UESPI) O seguinte trabalho visa analisar por meio da noção bakhtiniana de cronotopo a narrativa “Ataliba, O Vaqueiro” de Francisco Gil Castelo Branco, a qual traz fatos que representa a identidade cultural enquanto produto de reconhecimento das raízes, e ao mesmo tempo para estabelecer diferenças no meio social em função do espaço , do tempo e dos sentimentos dos indivíduos ,além de apresentar registros de descrição do sertão piauiense na região do Marvão, hoje atual cidade de Castelo do Piauí. A obra apresenta uma narrativa de fácil compreensão por se tratar do vocabulário regional, está relacionada aos impactos causados pela seca do ano de 1877. Essa situação dificultava a vida dos moradores do sertão, e mesmo assim a esperança e a fé moviam seus sentimentos conduzindoos a acreditar que a harmonia e o tempo seriam fatores essenciais na mudança espacial. Busca-se por meio deste trabalho apresentar a realidade que não se resume em apenas luta e sofrimento, mas também indivíduos que acreditam no amor, na pureza, viviam a inocência, a bravura de atos heróicos. Palavra-Chaves: Francisco Gil Castelo Branco. Cronotopo. Mikhail Bakhtin. Ataliba, o vaqueiro.

A OBRA AUTOBIOGRÁFICA CANTO DOS MALDITOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO DE SABERES PSICOPATOLÓGICOS Yzy Maria Rabelo CÂMARA Universidade Federal do Ceará Yls Rabelo CÂMARA Universidad de Santiago de Compostela Psicopatologia, disciplina de fundamental importância para o curso de Psicologia, lida com as vivências dolorosas advindas do transtorno mental. Devido ao repertório linguístico ser próprio do jargão médico, aliar a Literatura a este conhecimento possibilita maior apreensão dos conteúdos pelos acadêmicos. A autobiografia Canto dos Malditos, do ex-ativista da Luta Antimanicomial Austregésilo Carrano, é utilizada em sala de aula para que os discentes tenham suporte crítico em relação ao sistema manicomial nacional, presente até o fim da década de 80 do século passado. O livro é analisado juntamente com o filme nele inspirado: Bicho de 7 Cabeças. São levantadas categorias e debates que versam desde as vivências psicóticas até o processo de Reforma Psiquiátrica. Esta obra é referência válida a ser trabalhada em aulas de Psicopatologia por ser de natureza vivencial e verídica, onde o autor denunciou todos os abusos que sofreu durante três anos e meio passados em instituições psiquiátricas, lhe rendendo ação judicial por parte dos profissionais que foram por ele acusados e a cassação do livro em âmbito nacional em plena democracia. O mesmo é utilizado em doze universidades brasileiras e foi a base para um dos filmes mais premiados da cinematografia pátria: cinquenta e três prêmios nacionais e oito internacionais, onde tal repercussão contribuiu para a aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica no Brasil, em 2001. Percebemos a importância que a literatura autobiográfica tem ao retratar temáticas psicopatológicas que trazem um sentido mais ampliado da doença mental ao graduando de Psicologia. Palavras-Chave: Literatura. Psicopatologia. Reforma Psiquiátrica. Sofrimento Psíquico. Saúde Mental. 12


A ORALIDADE EM PRÁTICA Williany Larissa Gomes de Sá SOUZA (UPE - Nead) Talita de Souza MASSENA (UPE - Nead) A oralidade, como capacidade social, sempre foi considerada responsabilidade da família; no entanto, com o desenvolvimento dos estudos na área de linguística, concedeu-se o devido valor acerca do ensino da linguagem oral pela instituição escola. Executar o ensino da oralidade nem sempre é aceito ou valorizado, mas ressalto que possui o mesmo espaço e importância que a escrita. O presente trabalho foi desenvolvido nas turmas do 1º ano de ensino médio, dos cursos Técnicos em Agropecuária e em Informática, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano-Campus Floresta, com a finalidade de promover uma comunicação oral com proficiência e sendo significativa para o aluno e seus receptores, interagindo com os gêneros textuais: anedota e debate, e refletindo sobre a contribuição de atividades orais para o desenvolvimento da pronunciação correta dos arranjos linguísticos perante uma apresentação acadêmica e pessoal. As etapas do referido trabalho foram: coleta de dados, através de questionário pré e pós; projeção de slide contendo características do gênero textual “anedota", após pesquisa e socialização de anedotas pelos alunos; projeção de slide com estrutura e exemplificação do gênero textual “debate”, em seguida, organização de um debate com temas polêmicos relacionados à educação e sociedade, com posterior socialização dos debates pelos alunos, apontando seus pontos de vista com argumentações pessoais e demais referências bibliográficas. O projeto “A oralidade em prática”, demonstrou a importância das propostas lúdicas- interativas para o desenvolvimento da aprendizagem significativa, alcançando exitosamente as propostas que foram atribuídas, percebendo-se a melhoria da organização linguística discente. Palavras-Chave: Oralidade. Argumentação. Linguística. Texto.

A PERCEPÇÃO DE GREGÓRIO DE MATOS ACERCA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA MATERIALIZADA EM SEUS POEMAS SATÍRICOS Maciel Fernandes MAIA Francisca Carolina Lima da SILVA (orientador) Universidade Regional do Cariri – URCA O presente trabalho de caráter bibliográfico tem por objetivo fazer um breve panorama do estilo literário Barroco, desde sua origem até sua implantação no Brasil, e também um breve levantamento do comportamento do poeta Gregório de Matos, que devido as suas ferinas críticas a sociedade recebeu a alcunha de “Boca do Inferno”. Pretende-se ainda, por meio da análise minuciosa de alguns poemas satíricos de Gregório de Matos, como “Epílogos” e “descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia”, provar a existência de uma visão preconceituosa que o poeta possuía acerca da miscigenação da raça brasileira, que ocorria no país naquele dado momento. Tal miscigenação deu-se em função da mistura das raças europeias, africanas e indígenas. Almejamos ainda propor neste trabalho que esse estereótipo que o poeta tinha sobre a população do país dava-se através do comportamento racista que as pessoas tinham com relação à figura do negro na sociedade, no período em que o poeta viveu, tal comportamento da sociedade será abordado através de um levantamento bibliográfico/historiográfico, contextualizando o comportamento da população da época. Palavras-Chave: Preconceito. Comportamento. Sociedade. 13


A POESIA DE FRANCISCO CARVALHO EM ROSA GEOMÉTRICA Jessica Souza Ferreira MARQUES (autor) Odalice de Castro SILVA (orientador) Universidade Federal do Ceará Por meio da poesia, podemos compreender o interior do poeta e as metáforas que estão presentes no tempo e espaço do mundo de quem escreve, ao ultrapassar o tempo cronológico e conquistar leitores. O poeta nasceu em Russas, interior do Ceará, em 1927, e faleceu em Fortaleza, no ano de 2003. Foi ganhador de premiações literárias, membro da Academia Cearense de Letras e teve obras publicadas em países como Alemanha, Portugal, França e Bulgária. Francisco Carvalho teve vasta produção literária, tendo como primeira publicação o livro Cristal da Memória, de 1955, e a última Os mortos não jogam xadrez, de 2008. Apesar de toda sua produção e retribuições desta, por razões desconhecidas, poucos conhecem sua obra; sendo assim, um dos objetivos do presente trabalho é fazer a sociedade conhecer o poeta; outra finalidade é analisar o livro de 44 sonetos, Rosa Geométrica (1990), a fim de caracterizar o olhar poético que, de modo geral, mobiliza o leitor a fazer parte do mundo e das memórias que estão aos olhos do poeta. O estudo é realizado por meio da leitura de suas obras poéticas e análise dos poemas; chegando à conclusão que a atemporalidade está presente na poesia de Francisco Carvalho, ao revelar, em seus sonetos, traços de sua infância: de sua casa, de sua mãe, de sua terra natal. Palavras-Chave: Literatura. Poesia. Estilo.

A PRESENÇA DA SÁTIRA SOCIAL E SUA IMPORTÂNCIA NA POESIA DE GREGÓRIO DE MATOS Alexandre Antonio Cavalcante DE SOUZA Francisca Carolina Lima DA SILVA Universidade Regional do Cariri – URCA RESUMO: O trabalho em questão tem como principal objetivo realizar uma análise acerca dos poemas de Gregório de Matos bem como sua importância e influência na composição da obra do mesmo, ao passo em que enquadra os ditos poemas na escola literária Barroca da qual fazem parte. Para tanto serão usados os próprios poemas satíricos como Norte de estudo, mostraremos o enquadramento histórico das obras, observaremos a presença de características específicas que as incluem nessa escola literária e o porquê de serem consideradas Barrocas. Iremos de início entender em que contexto histórico o autor se encontra, seu estilo peculiar de poesia e seus supostos pensamentos em relação às suas criações, começando com uma breve explanação sobre os temas: Barrocos no Brasil e Barroco no mundo. Veremos as características principais dessa corrente de pensamento, como ela adentra no país e como influencia nosso autor. Por fim, com vistas no “Boca do inferno” e o motivo de tal expressão, entendermos a importância de seu legado à literatura brasileira.

Palavras-Chave: Barroco. Poesia. Conflitos. Ironia.

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A RE-ESCRITA DOS MITOS BÍBLICOS EM UM SARAMAGO PÓS-MODERNO: A REHISTORIZAÇÃO DO SAGRADO A PARTIR DA FICÇÃO Francisca Carolina Lima da SILVA (UFC) Ana Márcia Alves SIQUEIRA (UFC) José Saramago produziu obras marcadas pelo rompimento com o modelo e a temática clássica dos romances que trazem em seu centro a narração e o debate de fatos importantes da história, denominados como “romance histórico”, pois, algumas das histórias contadas pelo narrador saramaguiano, apesar de terem como base episódios históricos, míticos e religiosos, são construídas sob uma nova perspectiva, a dos párias, daqueles que permaneceram à margem do discurso da história tradicional. Para realizar essa empreitada, Saramago parte da própria história, fazendo uso do recurso intertextual, tecendo um intertexto entre a história oficial e a história esquecida, silenciada, segredada, e por vezes, até imaginada, considerando-se o teor fictício do gênero romance. Este trabalho pretende, então, realizar uma análise da composição d’O Evangelho segundo Jesus Cristo do referido autor, no sentido de desvendar o processo compósito de tal obra enquanto romance histórico, baseado naquilo que não foi dito, ou mesmo segredado, pela tradição teológica e histórica tradicional acerca vida de Jesus Cristo e da formação dogmática do cristianismo, enquanto sustentáculo da cultura ocidental. Pata tanto, faremos uso das teorias da nova história, assim como da alegoria moderna de Benjamin, do dialogismo de Mikail Bakhtin e do conceito de metaficção historiográfica de Linda Hutheon. Por fim, pretendemos sinalizar a obra como possível materialização da religiosidade moderna, sendo esta baseada no homem, através da figura emblemática de Jesus Cristo, e não mais no Deus onipotente do Antigo Testamento. Palavras-Chave: História. Ficção. Re-escrita.

A RELAÇÃO CONTRATUAL ENTRE CRIANÇAS E ADULTOS NA SÉRIE PARA GOSTAR DE LER Naiana FARIAS (UFC) Leite JÚNIOR (UFC) A imagem da infância é esboçada nas crônicas intituladas Para gostar de ler, histórica série infantojuvenil lançada pelo editor Jiro Takahashi em 1977. Já no primeiro volume, o prefácio propõe um pacto de cumplicidade entre narrador e narratário, este tratado pelo vocativo “Amigo estudante”. Além disso, desde a introdução, o livro deixava claro que o seu principal objetivo era incentivar a leitura dos estudantes e não ensinar gramática e redação. À luz dos Estudos Comparados, este trabalho faz um levantamento dos cinco primeiros volumes, que servem de corpus para a presente investigação, tomando-se como base a categoria analítica do contrato, segundo Greimas e Courtés (2008). Na comparação entre as crónicas dos autores da série (Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga e Paulo Mendes Campos), infere-se que há uma relação assimétrica de contato entre crianças e adultos, sejam unilaterais ou bilaterais, positivos (sedução e tentação) ou negativos (provocação ou ameaça), apresentada nas crônicas a partir das diferentes perspectivas dos escritores em questão, observando-se, desse modo, associações e dissociações no que concerne à puerícia, em função do próprio caráter plurifacetado da noção de infância, em que se verificam as diferentes formas encontradas pelos sujeitos de convencer o outro a atingir o seu objetivo pessoal. No entanto, o viés da série, francamente favorável aos atores infantis, subverte a pretensa assimetria imposta pela lógica do mundo adulto. Palavras-chave: Literatura comparada. Literatura infanto-juventil. Crônica brasileira. Infância. Contrato. 15


A REPRESENTAÇÃO D CANGAÇO EM FOGO MORTO DE JOSÉ LINS DO RÊGO Vanessa Kallieny NORONHA Débora Lorena LINS Manoel FREIRE (Orientador) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Este trabalho tem por objetivo identificar e analisar alguns aspectos da obra Fogo Morto de José Lins do Rêgo, em especial, a representação do cangaço na vida dos personagens que compõem esse romance. A história é divida em três partes independentes e que se relacionam entre si, sendo que em cada parte da obra se destaca um personagem que mostra uma visão individual e singular dos demais sujeitos e ações realizadas por esses no decorrer do enredo, principalmente acerca da intervenção do cangaço na construção de valores da sociedade daquela época. Existem diferentes visões sobre a ação cangaço na obra, pois, ela é vista ao mesmo tempo como um ato heroico, e também, como um ato criminoso, já que ao praticar a justiça com as próprias mãos o cangaceiro acaba consequentemente destruindo famílias. Portanto, percebe-se que no romance, o cangaço é representado por Antônio Silvino, personagem que aparece como um misto entre o bandido e o herói se tornando a esperança e ao mesmo tempo a opressão do povo nordestino, uma vez que era o defensor dos pobres e oprimidos e o perseguidor dos ricos que se colocavam contrariamente às suas atitudes. Palavras-Chave: Cangaço. Fogo Morto. Opressão. Esperança.

ANÁLISE MULTIMODAL DE PERSONAGENS EM MACBETH: THE GRAPHIC NOVEL DE SHAKESPEARE Raquel Ferreira RIBEIRO (autor) Universidade Estadual do Ceará A grandiosa tragédia de William Shakespeare, escrita no século XVII, já foi estudada, adaptada e encenada de diversas formas. Macbeth: The Graphic Novel (romance gráfico) utiliza o texto original do autor inglês, mas segue a tendência de adaptação de obras renomadas para quadrinhos a fim de engajar leitores ao combinar dois modos comunicativos, verbal e visual, sendo considerado, portanto, um texto multimodal (KRESS, et al. 2001, WALSH, 2004). Com a crescente importância do gênero graphic novel para estudos literários (TABACHNICK, 2010) e seu uso em salas de aula (KAULFUSS, 2012), o presente estudo objetiva analisar como as personagens desta obra são apresentadas pela junção dos já citados modos comunicativos. O foco é dado à análise descritiva de Macbeth e Lady Macbeth, considerando a construção dramática das personagens (BRADLEY, 1904; McMAHAN, 1989) e na combinação de palavra-imagem em narrativas gráficas (HERMAN, 2010). Os resultados parciais apontam para uma determinada formação de identidade das personagens situadas pelo conjunto verbal-visual. Palavras-Chave: Literatura. Graphic Novel. Multimodalidade. Macbeth.

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APONTAMENTOS ACERCA DA PRÁTICA DE LEITURA LITERÁRIA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS Enderson de Souza SAMPAIO Maria Luiza Germano de SOUZA(orientadora) Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Este estudo versa sobre a perspectiva do ensino de literatura que se tem nas escolas brasileiras. O foco da investigação será, sobretudo, a verificação de como se dá o ensino do texto literário nos livros didáticos. Assim, buscamos analisar qual o tratamento dado ao texto literário nesses suportes e de que maneira as metodologias aí utilizadas auxiliam na fruição da leitura literária, tendo em vista que tais práticas servem de subsídio às aulas de Literatura. Os resultados alcançados, a partir das análises preliminares feitas nos autores pesquisados, apontam para uma prática de ensino da literatura voltada para o ‘ensino de história da literatura’. Além disso, observou-se que muitos dos currículos e livros didáticos que circulam nas escolas brasileiras ainda cultivam tal metodologia que se configura como obsoleta. Diante desse contexto, torna-se premente enfatizar que o professor de português/literatura torna-se refém do livro didático e acaba por trabalhar com atividades de metaleitura ou então à luz da nomenclatura literária. Para o desenvolvimento dos pontos levantados, contamos com as contribuições das Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: conhecimentos de literatura - OCEM (2006), dos estudos de Márcia Abreu (2006), Rildo Cosson (2010) e de Luciano Amaral Oliveira (2010), entre outros autores que tratam de questões relativas ao ensino do texto literário nas escolas e, consequentemente, como são abordados os conteúdos relativos à literatura nos compêndios destinados à prática de ensino de Literatura. Palavras-Chave: Ensino de Literatura. Livros Didáticos. Formação de Leitores.

AS TRADUÇÕES DE AS AVENTURAS DE PINÓQUIO PARA O PORTUGUÊS: REFLEXÕES SOBRE A INVISIBILIDADE DO AUTOR E ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS DEFORMADORAS DE BERMAN Simone Lopes de Almeida NUNES Yuri BRUNELLO Universidade Federal do Ceará A arte de traduzir é uma atividade bastante questionada. Desde o início dessa atividade, as críticas sempre foram impiedosas com as escolhas feitas pelo tradutor. A nossa pesquisa trata de apresentar dois aspectos dessa atividade: o paratexto das traduções e as escolhas feitas por cada tradutor. No primeiro aspecto, ao analisarmos o paratexto de As aventuras de Pinóquio, passaremos a refletir sobre a invisibilidade do próprio autor do texto de partida, Carlo Collodi, que tem a sua obra-prima, mais especificamente o personagem Pinóquio, como um nome maior do que o seu, além de passar despercebido quando se faz menção à obra literária. Já no segundo aspecto, iremos analisar as escolhas feitas pelos tradutores, Marina Colasanti e Ivo Barroso, à luz da teoria das tendências deformadoras de Antoine Berman (2013). O desenvolvimento desta pesquisa permitiu confrontar duas traduções brasileiras recentes de Pinóquio, a de 2002, já na sua oitava edição, e a mais atual de 2012, desenvolvidas por escritores-tradutores, com reconhecidas traduções. Uma análise geral de cada tradução revela a linha escolhida por cada tradutor, a necessidade de se servir de adaptações, assim como o grau de preservação do caráter da língua, ora mais literário, escolha feita por Ivo Barroso, ora mais próximo da oralidade, linha seguida por Marina Colasanti. Ao fazer escolhas, o tradutor, necessariamente, ferirá o texto fonte em algum aspecto, Berman chama essa ferida de 17


tendências deformadoras, muito recorrentes em traduções de textos em prosa, classificando-as em treze. Dessas, procuramos destacar a ocorrência de quatro, mostrando, também, que nem sempre a deformação seja algo negativo, mas a única estrada permitida pela língua da obra traduzida. Palavras-Chave: Pinóquio. Tendências deformadoras. Tradução.

AUTOBIOGRAFIA E AUTOCONTEMPLAÇÃO NA OBRA MEMÓRIAS DO CÁRCERE Emerson de Sousa VIEIRA Harlon Homem de LACERDA Universidade Estadual do Piauí O trabalho “Autobiografia e Autocontemplação na obra Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos” vem com a visão de desmitificar o pensamento de que o Autor-Criador (a função estéticoformal engendradora da obra) no romance que vive em um mundo acabado seja o Autor-Pessoa (o escritor) Graciliano Ramos que vive em um mundo inacabado, com base nas teorias do pensador Russo Mikhail Bakhtin. Entendemos a partir do teórico Russo, no texto “Autor e o Herói na atividade estética”, na obra Estética da Criação Verbal, que o autor-pessoa Graciliano ao escrever Memorias do Cárcere teve que se posicionar axiologicamente frente a sua própria vida e utilizar o principio da exterioridade, que é um deslocamento da sua linguagem e valoração, ou seja, o escritor quando vai construir uma obra terá de desistir de sua linguagem, olhá-la pelo olho de outra linguagem e deslocá-la para outrem ao mesmo tempo em que se desloca para outra linguagem para conseguir transcender os limites do apenas vivido para que haja um ato criador. Palavras-chave: Graciliano Ramos. Autobiografia. Mikhail Bakhtin. Autor-criador.

CASO DO VESTIDO E O VESTIDO: UMA ANÁLISE INTERTEXTUAL. Gleice REIS Centro Universitário Claretiano Para se compreender os fundamentos da Literatura Comparada, faz-se necessário o conhecimento de alguns conceitos básicos como intertextualidade e polifonia. Todos os postulados citados neste trabalho são à luz das teorias de Bakhtin, principalmente sob a sua teoria do dialogismo, base que sustenta os conceitos elaborados por Julia Kristeva sobre intertextualidade. Como afirma Julia Kristeva, todo texto é um “mosaico de citações”, assim este trabalho estabelece uma comparação entre duas linguagens diferentes, buscando encontrar o que as aproxima e identificar como se dá a adaptação fílmica a partir da linguagem literária. O filme O vestido foi baseado livremente no poema O caso do vestido de Carlos Drummond de Andrade. Apesar das diferenças óbvias de linguagem entre os dois tipos de texto, o filme mantém um diálogo bem próximo com o poema, inclusive utilizando diversas falas exatamente como aparecem no texto de Drummond. Além das inserções claras de trechos do poema nas falas das personagens, também percebemos referências não tão óbvias de partes do texto de Drummond. Ademais, encontramos uma grande intertextualidade com outras obras da literatura, como a obra A odisseia, de Homero e a obra Otelo, de Shakespeare. Temas que são explicitados e fundamentados no trabalho proposto. Palavras-Chave: Intertextualidade. Literatura Comparada. Adaptação fílmica. 18


CONCUBINATO (PALLAKEÍA) EM ANDRÔMACA DE EURÍPIDES Luciano Heidrich BISOL (autor) Orlando Luís de ARAÚJO (orientador) Universidade Federal do Ceará Em Andrômaca (425 a.C.) de Eurípides (480-406 a.C.) é representada a relação de concubinato (pallakeía) entre a personagem título e seu senhor (déspota), Neoptólemo, marido (pósis) de Hermíone. Esta pretende matar a antiga esposa de Heitor junto com seu filho. O presente trabalho investiga as possibilidades de composição do óikos grego e, especificamente, as consequências do casamento duplo na sociedade ateniense a partir do drama de Eurípides. A peça, provavelmente única tragédia representada originalmente fora de Atenas, aponta características da organização familiar grega, como a divisão de tarefas domésticas entre as duas mulheres (v. 164-7). O drama apresenta um desdobramento em três enredos distintos, que preocupou a crítica em busca de uma unidade aristotélica. Em nossa análise, o tema do casamento unifica os núcleos de personagens do Terceiro (v. 496-767) e Quarto (v. 802-1007) Episódios e Êxodo (v. 1050-1288). Este trabalho busca reconhecer os discursos e as ações das personagens que indicam a constituição de um caráter (éthos) feminino. No Primeiro Episódio (v. 151-275) do drama temos o confronto entre as duas mulheres que revela a ligação da virtude (aretê) feminina com sua sexualidade. As duas personagens opõem, no âmbito da sexualidade, juventude e idade madura, suntuosidade e pobreza. Este primeiro embate da peça traz consigo indicativos da vida privada na Antiguidade, além de apresentar enunciados que funcionam como dispositivos de controle entre as personagens. A presente pesquisa verifica, por fim, as diferentes representações da relação de concubinato entre a poesia épica homérica e a tragédia euripideana. Palavras-Chave: Eurípides. Andrômaca. Concubinato. DIÁLOGOS POÉTICOS ENTRE MANOEL DE BARROS E PAULO LEMINSKI Ana Cláudia Veras SANTOS Universidade Federal do Ceará Em tempos cuja palavra apresenta-se a serviço do discurso, seja político, econômico, social ou logocêntrico, temos na contramaré, poetas como Manoel de Barros e Paulo Leminski, questionadores da ordem, priorizam a linguagem em sua essência. O primeiro atribuindo-lhe valores que fogem ao ajuste semântico e sintático, o segundo dando-lhe rigor formal associado à liberdade. Manoel desconfigura a ordem das coisas, pelo prazer de poetizar o que a maioria estabelecida considera apoético, atribui à criança, ao andarilho e aos passarinhos o teor de suas “inutilidades”. Leminski diz que a razão de ser da sua poesia é ela fazer parte das coisas inúteis da vida que não se justificam. Pretendemos demonstrar a realização literária de ambos poetas, cuja primazia é dada ao “nada” da poesia, a partir do pensamento de teóricos como Compagnon (1996). O material escolhido da obra manoelina tem concentração em Matéria de poesia (1970), enquanto de Leminski, destacamos seu último trabalho publicado em vida, Distraídos venceremos, 1987, e o póstumo La vie en close, 1991. Pensamos demonstrar um olhar acerca desses fazeres poéticos e a partir daí tentarmos acompanhar a construção literária/artística desses poetas, ornadas de transgressão e compostas por “estranhos devires”. Salientamos que o a obra de Manoel é alimentada por imagens. Já em Leminski, percebemos uma autorreflexão poética constante. Em ambos, encontramos um fazer metapoético, com os poetas debatendo a própria criação artística e a inquietação que dela provém. A palavra na obra desses autores parece perder a função de representação para criar outras concepções de realidade. Palavras-chave: Manoel de Barros. Paulo Leminski. Diálogos poéticos. Literatura inútil. 19


DO MUNDO DA LEITURA LITERÁRIA PARA A LEITURA DO MUNDO DA SECA Iolaudo Bezerra de CASTRO Alisson Ribeiro dos SANTOS Viviane Vieira SOBRINHO Claudicélio Rodrigues da SILVA (orientador) Universidade Federal do Ceará O Ceará, no quarto ano de seca consecutiva, é palco de duas efemérides: 100 anos da “seca do 15” e 85 anos de O quinze, de Rachel de Queiroz. Portanto, um momento oportuno para a (re)leitura dessa obra. Nesse eclipse perfeito: texto e cotidiano, por que não dá ao leitor sinais para esse caminho? Assim, pretendemos com este trabalho relatar a experiência de leitura de O quinze (minicurso em andamento: EEM Adauto Bezerra), mensurando a validade da aproximação literatura/outras artes e linguagens, as práticas docentes que colocam os professores como docentes-discentespesquisadores (lendo e conhecendo, inclusive, os livros indicados) e respeitadores dos saberes discentes, bem como, aquelas mais inovadoras, as que colocam o ensino da literatura com ênfase no leitor, buscando ver na produção de seus textos uma apropriação criadora das obras lidas. Metodologicamente confrontaremos a experienciação do minicurso, planejado à luz referencialbibliográfica: (ANTUNES,2015); (CADEMARTORI, 2009); (CORTEZ,2009); (FREIRE,2011), (LAJOLO,1997); (PERRONE-MOISÉS; 1996); (VINHAIS,2009), com a exequibilidade dessas práticas. Os resultados são parciais, pois a peça final: produção textual (Fanzine) não se efetivou ainda. Percebe-se, entretanto, que os alunos constroem sentidos e atualizam expectativas ao aproximar o horizonte de produção da obra do horizonte atual de leitura. Esse trabalho e o minicurso têm sido extremamente satisfatórios, pois nos fazem repensar o papel do novo professor e a nova construção dos jovens alunos, potenciais leitores. Palavras-chave: ensino, leitor, leitura, literatura.

E-BOOK, E-NSINO, E-DUCAÇÃO Priscila CARVALHO Saulo BRANDÃO Universidade Federal do Piauí A globalização tem afetado o modo de estruturar a educação escolar e de desenvolver o trabalho docente. Este artigo aborda o papel das tecnologias da comunicação e da informação no ensino de literatura como um recurso dinâmico para sala de aula. Para tanto questionamos o que têm se compreendido na área, assim como examinamos os parâmetros curriculares nacionais (PCN’s) para o ensino de literatura aplicado para professores do ensino básico. Com Lévy (1993, 1999) fundamentamos a informática como tecnologia intelectual que engendra novo modo de pensar o mundo, de entender a aprendizagem e as relações com esse mundo. No cenário atual definimos o que é a cibereducação e de que forma a escola se torna híbrida, integrando homem e tecnologia. Assim capaz de contribuir para que o uso dos recursos tecnológicos facilite o ensino de literatura e se coloque a favor de um projeto de emancipação. Consideramos dessa forma que uma educação de qualidade demanda, entre outros elementos, tanto uma visão crítica dos processos escolares quanto usos apropriados e criteriosos das novas tecnologias. Palavras-Chave: Educação. Ensino. Tecnologia. 20


ENSINO DE LITERATURA A PARTIR DA EPISTOLOGRAFIA DE VERÍSSIMO DE MELO Michelle PAULISTA UFRN Este trabalho objetiva relacionar a escritura de cartas à questão da cultura e da literatura, visto que as cartas carregam em si a exposição de toda uma tradição social e cultural missivas trocadas entre escritores, poetas e intelectuais da cena literária potiguar. A proposta envolve uma turma de 1ª série do Ensino Médio de uma escola pública do RN, por meio de uma sequência didática que, começando nas cartas, culmine na leitura de outros textos literários, relacionados às missivas. Pretendemos, com isso, oportunizar aos alunos acesso à produção literária potiguar por intermédio da epistolografia de Veríssimo. A metodologia envolve a leitura das cartas, o contexto histórico e de produção, bem como a promoção da leitura de outros textos literários. Paralelamente, serão feitas discussões em sala de aula, culminando com o registro da leitura crítica dos alunos. Veríssimo de Melo era ex-professor da UFRN, pesquisador das coisas relativas ao Folclore, contemporâneo e amigo pessoal de Câmara Cascudo. Como aportes teóricos, nos valeremos do conceito de resíduo cultural (Williams, 1979), de rastro (Benjamin, 1994) e a concepção de tradição sob a ótica de Bornheim (1987). No momento, o trabalho está na leitura das missivas por parte dos alunos (com a nossa mediação) e no levantamento das questões literárias e culturais contidas nos textos. Palavras-Chave: Ensino. Literatura. Cartas. Leitura. Veríssimo de Melo.

ENTRE FILOSOFIA E LITERATURA: UMA RELAÇÃO DIALÓGICA NA BUSCA PELO ENTENDIMENTO DO MUNDO Tiago Italo FERREIRA DA SILVA Universidade Federal do Ceará Pensar a filosofia isolada do mundo é uma proposta demasiada impossível, visto que a filosofia é sempre dialógica e por isso encontra-se mediada nas interlocuções, nas intertextualidades e, sobretudo, nas diversas manifestações humanas no que concerne às práticas estéticas, políticas e sociais. Assim, a filosofia não pode ser concebida de modo que ela mesma se torne independente de outras áreas do conhecimento, por exemplo, as diversas ciências; por isso nada difere em relação à literatura com seus textos, não de filosofia, mas filosóficos, que se abrem num horizonte incomensurável à compreensão do mundo enquanto forma de se afirmar filosoficamente, revisitando conceitos, suscitando a curiosidade a partir de elementos indispensáveis para a prática do filosofar. Embora alguns teóricos rechaçassem a ideia de que é possível uma filosofia baseada em literatura, que a compreensão daquela possa ser imbricada na apresentação desta, isto é, que a literatura tem uma abrangência específica no que tange ao seu objeto, e de outra forma, a filosofia se enquadra numa perspectiva que se limita apenas ao racional, e, pois não se pode conceber uma relação metodológica e intertextual entre elas. Portanto, a relação que passa a ser estabelecida neste trabalho é certamente uma possibilidade de articulação entre estas duas modalidades do pensar enquanto poético e racional, tendo como intuito mostrar de que maneira esta relação se estabelece no âmbito da racionalidade, como queiram os filósofos, ou mesmo no que diz respeito ao mundo fantástico em que a realidade é apenas aparência, como fazem os poetas e literatos. Palavras-Chave: Filosofia. Literatura. Mundo. 21


ESCUTE LÁ / ISTO É UM POEMA: MATILDE CAMPILHO E A POESIA NA ERA DA TÉCNICA Otávio Campos Vasconcelos FAJARDO (autor) Prisca AGUSTONI (orientador) Universidade Federal de Juiz de Fora Com o avanço do processo de globalização vimos surgir um aumento de fluxos de capital, pessoas e informações, e também dos aparatos tecnológicos. Além de nos permitirem uma constante troca e inter-relação entre diferentes partes do mundo, cujos impactos são largamente discutido por autores como Stuart Hall e Zygmunt Bauman, as novas tecnologias modificam também a produção e difusão artística atual. Propomos, com isso, uma nova leitura do texto poético, respeitando as outras dimensões agora possíveis de serem ocupadas, assim como um estudo acerca dos reflexos no campo artístico dessas novas trocas, que configuram o aparecimento de sujeitos nômades, abertos à influência de várias linguagens a todo o tempo. Através dos videopoemas da portuguesa Matilde Campilho buscamos analisar de que maneira parte da cena poética contemporânea utiliza tais recursos, operando uma retomada do corpo e, consequentemente, da oralidade na poesia, o que tende a inverter a suposta crise que persegue o gênero há anos. Palavras-Chave: Matilde Campilho. Poesia. Novas Tecnologias. Globalização.

ESTUDO TEÓRICO SOBRE O TRABALHO COM A LITERATURA DE CORDEL NAS AULAS DE LITERATURA Francisca Rayane Fernandes da SILVA Prof. Dr Stânia Nágila Vasconcelos CARNEIRO (Orientadora) Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC Universidade Estadual do Ceará - UECE A Literatura de Cordel desempenhou e continua desempenhando um importantíssimo papel na alfabetização de muitas pessoas e a partir disso transformou-se em um instrumento auxiliar na educação e em um objeto de estudo essencial para o ensino de literatura nas escolas. Abordaremos como objeto de estudo a Literatura de Cordel visando um processo de ensino-aprendizagem contextualizado e construtivo nas aulas de literatura. Objetivamos apresentar um estudo teórico acerca do cordel/Folheto a partir de sua funcionalidade informativa e didática, bem como sua relevância literária, artística, histórica e cultural. E ainda abordar concepções e ideias acerca do trabalho com essa poesia popular no âmbito escolar, especificamente nas aulas de literatura. Utilizaremos como metodologia revisão de literatura acerca de livros e artigos de relevância científica tendo em vista a fundamentação de nossas ideias e o aperfeiçoamento de nossas concepções com isso dialogamos com Ria Lemaire (2010)) Paul Zumthor (1997), Arievaldo Viana (2009), Irandé Antunes(2003),Vicente Jouve(2012) e Hélder Pinheiro(2012). Compreendemos que a Literatura de Cordel assim como qualquer outro gênero literário deve ser não apenas um instrumento auxiliar nas aulas, mas um objeto de estudo permeado por posturas críticas e reflexivas tendo em vista a formação de leitores assíduos e proficientes acerca de toda e qualquer modalidade literária, inclusive a popular. Concluímos que promover o estudo do Cordel/Folheto nas aulas faz com que os estudantes possam conhecer, valorizar e disseminar tal produção no sentido de implementar um ensino diferenciado e uma aprendizagem que prime pela formação sócio educativa dos estudantes. Palavras-Chave: Literatura de Cordel, Ensino de literatura , Estudo teórico. 22


FOTOGRAFIA, HAIKU E O ROMANCE DE ROLAND BARTHES Priscila Pesce Lopes de OLIVEIRA Mestre pela Universidade de São Paulo Em seus anos finais, Roland Barthes acalentou um projeto de escrita literária. Ele dedicou ao tema um curso no Collège de France, A preparação do romance, em que debruçou-se sobre o gênero haiku. No mesmo período, redigia seu último livro, A Câmara Clara: nota sobre a fotografia. Esta comunicação abordará as relações entre haiku, fotografia e a prática literária almejada por Barthes, por meio de uma revisão bibliográfica. Barthes identifica como noema comum ao haiku e à fotografia a certeza fulgurante no leitor de que “isto aconteceu” (ça a été), de que o retratado fez parte da experiência do fotógrafo/escritor. Sendo sistemas de significação distintos, cada qual obteria esse “efeito de real” diversamente e com modulações particulares; em Câmara, Barthes pondera que “o infortúnio (mas, talvez, a volúpia)” da linguagem seria uma constitutiva desconformidade em relação ao acontecimento, diferença cuja pretensa elisão requereria técnica, enquanto a fotografia seria a própria captura do grão da experiência, excedendo a intencionalidade autoral. Interrogamos a visada barthesiana dessas modalidades discursivas em função do projeto de um romance que pudesse “dizer aqueles que amo”, delineando potencialidades da linguagem e do sujeito para tocar na escrita uma verdade, se não factual, afetiva. Palavras-Chave: Roland Barthes. Haiku. Fotografia. A Preparação do Romance. A Câmara Clara.

FRASEMÁRIO LITERÁRIO: COLETA, ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS NO ROMANCE DONA GUIDINHA DO POÇO (1952), DE OLIVEIRA PAIVA Gislaine Costa CERQUEIRA (autor) Vicente de Paula Silva MARTINS (orientador) Universidade Estadual Vale do Acaraú A vida em sociedade está intimamente ligada ao processo de comunicação e ao aprimoramento das capacidades cognitivas, portanto o estudo das palavras e de suas significações é de grande importância à educação leitora dos falantes da Língua Portuguesa. Deste modo, esta pesquisa tem como objetivo analisar o léxico da obra Dona Guidinha do Poço (1952) de Oliveira Paiva (18611892). A pesquisa, em andamento, concentra-se em um levantamento de expressões idiomáticas e outras combinações polilexicais, bem como revisão da literatura que trata da referida obra, analisando de seus conteúdos e linhas de pesquisa. Nesta fase da pesquisa, verifica-se que há uma grande concentração de publicações que apresentam discussões acerca do tempo e espaço em que a obra se passa, assim como análise psicológica da construção de personagens direcionada para a ruptura de padrões de gêneros e estudos quanto a representação da literatura aliada ao contexto histórico no que se refere principalmente às dificuldades climáticas. Por outro lado, a pesquisa mostra um déficit em trabalhos que abordem, do um ponto de vista linguístico, o dialetismo vocabular e o dialetismo semântico presentes no léxico regional, nomeadamente as expressões idiomáticas e outras combinações polilexicais de cunho popular ou regional. Até aqui, consideramos que as variantes linguísticas são a marca da cultura regional, dado que revela a necessidade de trabalhos que visem o estudo destas variantes e a construção de dicionários de termos regionais com a devida versão no português contemporâneo e que possam subsidiar o ensino da Língua Portuguesa e Literatura nas escolas de Educação Básica. Palavras-Chave: Fraseologia. Linguística. Literatura. 23


FRASEMÁRIO LITERÁRIO COMO RECURSO DIDÁTICO Vicente de Paula da Silva MARTINS Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA, Sobral) As obras literárias são uma importante fonte de registro das expressões idiomáticas uma vez que revelam muito da cultura de um povo, de seu comportamento social e do regionalismo lingüístico; enfim, a literatura é reveladora ímpar dos traços da fala popular que nos chegam através da linguagem escrita. O Projeto Frasemário Literário (doravante, FL) situa-se no âmbito dos estudos linguísticos e literários com fundamento teórico na Lexicografia e Fraseodidática e objetiva a elaboração de um glossário de expressões idiomáticas e outras combinações lexicais a partir da leitura literária. Atualmente, o FL desenvolve estudos do léxico contido nos romances LuziaHomem (1903), de Domingos Olímpio e Dona Guidinha do Poço (1952), de Oliveira Paiva. Após estudos fraseológicos e (re)leitura das obras, iniciamos o trabalho de elaboração de um corpus escrito de frasemas regionais, separado por capítulo, que contou com a elaboração manual de fichas lexicográficas contendo as seguintes informações: classificação, definição, abonação e eventuais comentários para o consulente ou leitor sobre o uso e a gramática dos verbetes selecionados. Os dados linguísticos levantados até o momento têm revelado um rico frasemário com entradas bem diversificadas de expressões idiomáticas, na sua maioria, de cunho regional. No final da pesquisa, espera-se a reedição dos dois romances com inserção de um Glossário Regional, de modo a oferecer condições didáticas objetivas para aplicação imediata às escolas de educação básica, especialmente no ensino da Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas. Palavras-Chave: Fraseologia. Linguística. Regionalismo. Literatura. Glossário

JANE AUSTEN REESCRITA NO CINEMA: UMA HEROÍNA ROMANTIZADA Ricelly Jáder Bezerra da SILVA. Universidade Estadual do Ceará Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central UECE/FECLESC Jane Austen é uma das mais conhecidas escritoras inglesas, tendo sua obra traduzida para diversos países e mídias. No entanto, seu romance mais conhecido é Pride and Prejudice, publicado primeiramente em 1813, mas sendo objeto de adaptações fílmicas desde a década de 1940 do século XX. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é analisar a reescritura da personagem Elizabeth Bennet, heroína do romance supracitado, para a personagem Jane Austen, do filme Becoming Jane (2007), dirigido por Julian Jarrold. A narrativa fílmica apresenta uma biografia ficcional de Austen, onde a personagem lida situações similares às da heroína do romance, Elizabeth Bennet. Contudo, partimos da hipótese de que a personagem fílmica corrobora uma versão idealizada da autora, apresentando uma imagem romântica e tradicional de Austen e de sua obra, e minimizando uma crítica a valores socioculturais presentes na narrativa literária. Assim, para a realização deste trabalho recorremos aos estudos de Lefevere (2007), que apresenta o conceito de tradução como Reescritura e Cattrysse (1995), que concebe a adaptação fílmica como tradução. Quanto aos estudos de cinema e literatura, utilizamos Martin (2005) e McFarlane (2010); e no que diz respeito a questões literárias, recorremos a Candido (2011), Bakhtin (2011), Parrill (2002), Cartmell (2010), Troost e Greenfield (2001). Os resultados indicam que a personagem fílmica foi estruturada de 24


maneira a identificar-se com o público contemporâneo, mas mantendo características que ressaltam romantismo e comédia e, ainda que ocorre simplificação do teor crítico encontrado no romance de Austen, constituindo, dessa forma, uma nova obra. Palavras-chave: Reescritura.Personagem.Literatura.Cinema.

LEITURA E LITERATURA: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA ESCOLAR Dalva Patricia de ALENCAR Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC) Ser capaz de recriar outras vidas e outros universos, construir um sentido para nossa existência a partir das leituras que fazemos de si, do outro e do mundo, ser e saber se impor como cidadão diante de uma sociedade que marginaliza e exclui. É assim, diante de tantas possibilidades que se constrói o leitor. Desde a primeira infância ao ouvir e pronunciar as primeiras palavras, a criança aprende a se comunicar com o mundo. E faz-se papel da escola criar estímulos que possibilitem a aproximação, a interação e a vivência do aluno com a infinidade de leituras que se apresentam a ele durante a sua vida estudantil, despertando na criança e no adolescente o prazer de ler e compreender o que lê. Partindo destes pressupostos, este artigo objetiva ampliar as discussões sobre leitura, literatura e escola, buscando refletir a respeito da importância da escola na formação do leitor, e como esta pode contribuir para estreitar as relações entre o leitor e o texto literário. Palavras-chave: Leitura, Literatura, Escola

LEITURA EM SALA DE AULA: ENTRECRUZAMENTOS ENTRE O HISTÓRICO E O FICCIONAL NAS CRÔNICAS DE ANA MIRANDA Ms. Wesclei Ribeiro da CUNHA Profª Drª Odalice de Castro SILVA Universidade Federal do Ceará (UFC) A presente comunicação tem como objetivo apresentar e refletir sobre a importância do ato de ler, sob a concepção de Paulo Freire, concomitante ao processo de escrita integrado a um projeto interdisciplinar, realizado com alunos do 9º ano de uma escola da rede pública de Fortaleza. Por meio da leitura literária na sala de aula, construímos uma experiência interdisciplinar que ganhou proporções além das nossas expectativas iniciais, uma vez que iniciamos com o intuito de participar da 3ª edição do Programa da Olimpíada de Língua Portuguesa: “Escrevendo o futuro”. Além da produção de textos, crônicas literárias e memórias literárias, cujo foco de discussão girou em torno do lugar em que estão inseridos os estudantes, construímos um projeto para o qual convergiriam, principalmente, Literatura e História do Ceará, proporcionado uma reflexão sobre o entrecruzamento entre ficção e história, na perspectiva de Paul Ricoeur, em Tempo e narrativa, para leitura e interpretação de crônicas da escritora Ana Miranda, publicadas no Jornal O Povo, as quais podem ser encontradas na versão on-line do jornal. Este trabalho integra a pesquisa “Histórias de 25


Leitura: Bibliotecas Pessoais”, sob a Coordenação da Profª. Drª. Odalice de Castro Silva, do Programa de Pós-Graduação em Letras – Literatura Brasileira, da Universidade Federal do Ceará. Palavras-Chave: Crônica. Memórias literárias. Leitura.

LEITURAS DA INFÂNCIA EM MANOEL DE BARROS Marlúcia Nogueira do NASCIMENTO Universidade Federal do Ceará Neste trabalho discutimos a presença da infância na poesia de Manoel de Barros como um tema em diálogo com questões fundamentais da contemporaneidade, debatidas em diversos campos intelectuais e artísticos, a saber, a automatização dos indivíduos e sua exposição constante a mecanismos de normatização e racionalização do comportamento social. Nesse sentido, a produção do poeta mato-grossense, iniciada em 1937, tem sido alvo de estudos acadêmicos e de adaptações recentes para outras linguagens artísticas, como a música, o cinema e o teatro. Por meio de uma abordagem comparativa, buscamos compreender as razões que têm levado artistas de diversas áreas a buscarem o texto poético de Manoel e que leituras/representações fazem dos elementos de sua poesia, sobretudo aqueles relacionados à infância. A análise é feita a partir de excertos da obra completa do poeta, do texto da peça Ruas de Barros (2009), de Frederico Foroni, e do disco Crianceiras (2012), de Márcio de Camillo. Numa leitura inicial, percebemos que, sendo a infância um elemento estruturador e temático essencial na obra de Barros, ela (a infância) age como uma ponte entre o leitor/adaptador e a criação poética manoelina; também entre o adulto racional e o espaço libertário simbolizado pela infância. Dessa leitura, podemos concluir que a poesia de Manoel de Barros, ao abordar o mundo pela ótica da infância, pode oferecer respostas a questões humanas centrais que interessam ao indivíduo contemporâneo. Palavras-Chave: Manoel de Barros. Infância. Contemporaneidade.

LITERATURA E SOCIEDADE: PODER E SABER EM ÉDIPO-REI DE SÓFOCLES Joelma Mendes Soares BARBOSA Heraldo de Cristo MIRANDA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará A relação entre literatura e sociedade pode ser produzida na seguinte fronteira: de um lado, o valor estético de uma obra não podendo ser explicado à base apenas de fatores sociais, do outro, a obra não se fazendo demasiadamente hermética a ponto de não respirar qualquer resíduo de realidade social. Fronteiras, tensão, limites. Esse talvez o pano de fundo por excelência dos textos trágicos. A tragédia, entendida como um gênero dramático específico que floresceu especialmente na Grécia, capaz de representar por meio de seus personagens as tensões entre a linguagem e a sociedade. Objetiva-se com este trabalho desenvolver uma analise acerca dos temas Poder e Saber presentes na tragédia Édipo Rei de Sófocles. O saber de Édipo é aquele representado pelo herói trágico que busca conhecer o responsável por colocar Tebas no caminho da destruição, sendo que este algoz é ele mesmo. A condição do saber e do poder passa necessariamente por um conhecer a si mesmo. Trata-se, portanto, de um saber trágico, cuja característica é o fato de a salvação tornar-se aniquilamento ou a vereda do esclarecimento ter inicio senão pelas trevas. Destarte, a figura de 26


Édipo possibilita-nos uma experiência de reflexão acerca do saber e do poder ontem e hoje. A estratégia metodológica adotada foi uma pesquisa bibliográfica, por meio de leituras e debates. Visando interpretar a realidade social a partir de figuras literárias, pois pode haver nelas a chave para a compreensão das coisas do mundo. Palavras-Chave: Édipo. Saber. Poder. Trágico. Sófocles.

LITERATURA INFANTIL: LER E ESCREVER NA SEMANA DO LIVRO INFANTIL Maria Selta PEREIRA (EM Francisca de Abreu Lima) O presente artigo: Ler e Escrever na Semana do Livro Infantil surgiu a partir dos momentos vivenciados na Literatura Infantil. Tendo como objetivos promover o incentivo às crianças a leitura e escrita, e conhecer autores que fizeram de sua trajetória uma caminho para chegar até as crianças tais como: Monteiro Lobato, Ruth Rocha, Eva Furnari, Ziraldo e outros. Como referencial teórico, utilizamos Cunha (1974), Cavalcanti (2002) que expressa valores infante juvenil através da Literatura e desenvolve conceitos. De acordo com Machado (2001), as crianças não gostam de ler e fazem por obrigação. Mas afinal, por que isso acontece? Talvez seja pela falta de exemplo dos pais ou dos professores, talvez não. Coelho (2001), afirma “é um fenômeno de linguagem resultante de uma experiência existencial, social e cultural.” A abordagem metodológica utilizada foi a observação participante, pesquisa de campo e o Diário Itinerante e foram desenvolvida no ambiente da Escola Municipal Francisca de Abreu Lima. Os resultados evidenciam o processo de desenvolvimento das crianças no ato da leitura e escrita, e quanto à importância da Literatura Infantil para ação prática no cotidiano escolar, social e familiar. Palavras-Chave: Leitura. Escrita. Literatura.

LITERATURA NA PROVA DE MATEMÁTICA DO ENEM: DEVIRES Marcos Roberto dos Santos AMARAL (SEDUC-CE) Os ensinos de literatura e matemática avizinham-se no eixo cognitivo comum III: enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. Questões Enem de matemática exigem competência (2) utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela; (3 e 4) construir noções de grandezas e sua variação e medidas para compreensão da realidade e solução de problemas cotidianas. Estas apresentam situações problemas devendo resolver-se através de raciocínios matemáticos que recorrem a estratégias pragmático-discursivas, concretizando a situação e simulando sua intervenção. Estudar elementos narrativos propõe simulacros da realidade sob a perspectiva de narradores/personagens/enredos cuja estruturação orienta-se pela superação de situações-problema. Justamente na representação discursiva como enredo narrativo de situação-problema proposta em questões Enem de matemática que literatura e matemática dialogam para proporcionar as referidas habilidades e competências necessárias para a resolução desse tipo de questão. A análise das questões 180/2013 e 163/2014 sobre projeção ortogonal instauram este diálogo. No caso, o aluno poderia concretizar o raciocínio matemático pela representação da situação sob uma perspectiva de narrador personagem que intervém no enredo/situação-problema para resolvê-lo. Oportunizar-se-ia, 27


enfim, que o aluno utilizasse competências da literatura no estudo dos elementos da narrativa (narrador observador-personagem protagonista-enredo/problema) para resolver situações-problemas da matemática (abstração e concretização – geometria, grandezas e mediadas – da realidade para agir sobre ela solucionando problemas do cotidiano). Portanto, com o devir literatura/matemática, contribuir-se-ia para a necessidade de contextualização e interdisciplinaridade dos processos de ensino e aprendizagem. Palavras-Chave: Literatura. Elementos da narrativa. Matemática. Situações-problema. ENEM. Devir.

LITERATURA, CRENÇAS E ENSINO: MUDANÇAS NO DESEMPENHO LEITOR ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE LEITURA LITERÁRIA Fátima Carla Furtado Silva MARQUES Dra. Cleudene de Oliveira ARAGÃO (PosLA/UECE) Sabemos que em sociedades como a nossa, cujos traços característicos são a exclusão e o autoritarismo, as oportunidades culturais não chegam de forma igual a todas as camadas sociais. Percebemos, particularmente, esse tipo exclusão cultural quando analisamos o acesso à literatura, por se tratar de uma arte escrita e que, portanto, necessita de conhecimentos linguísticos ainda não acessíveis a todos. É necessário, portanto, refletirmos a respeito das orientações de letramento que são modeladas nas escolas de educação básica - muitas vezes a única agenciadora de leitura literária - de forma a compreender o letramento literário como uma forma de prática social, alertando os educadores quanto ao cuidado com o texto literário para que ele não se perca em uma “escolarização” que o desvincula da sociedade, limitando seu poder humanizador e libertário. Em nossa pesquisa, baseada em conceitos de letramentos sociais de Street (2015) e letramento literário, de Cosson (2006, 2014) realizaremos sequências didáticas de leitura literária a fim de observar melhora no desempenho leitor de alunos do 6º ano, bem como investigar as mudanças nas “crenças autoexcludentes” (Barcelos, 2011) desses alunos. Barcelos (2011) nos apresenta uma reflexão bastante pertinente quanto à relação que existe entre crenças, aprendizagem de línguas e inclusão. Trata-se, portanto, de uma pesquisa-ação, na qual buscamos traçar apontamentos e reflexões com o objetivo de orientar a construção de alguns pressupostos para uma didática de letramento literário que proporcione inclusão social dos jovens estudantes de comunidades periféricas, e estimule a capacidade reflexiva de raciocínio e julgamento desses jovens. Palavras-Chave: Leitura. Crenças autoexcludentes. Letramento literário.

LUANDINO VIEIRA E MIA COUTO: A LINGUAGEM A FAVOR DA TRANSFORMAÇÃO Maria da Glória Ferreira de SOUSA Universidade Federal do Ceará É sabido que, para além da história e da língua, há muitas outras semelhanças que encerram em um mesmo rumo as literaturas de Angola e Moçambique. Se ambas se colocaram ou mesmo surgiram a serviço das afirmações políticas de seus respectivos países, essa posição não se sustentou somente nas suas temáticas, mas – e talvez principalmente – também nas escolhas estilísticas de alguns de 28


seus autores mais consagrados, tal é o caso do angolano Luandino Vieira e do moçambicano Mia Couto. São desses autores os dois contos a serem analisados aqui, “Estória do ladrão e do papagaio”, de Luandino, e o “O apocalipse privado do tio Geguê”, de Mia Couto, considerados pela riqueza na linguagem adotada. Apoiados em alguns pressupostos dos estudos em Literatura Comparada, a intenção é verificar em que ponto se aproximam e se distanciam tais obras, sempre tendo em vista a situação política, histórica e social em que foram forjadas, assim como sua importância para a formação e consolidação da identidade de um povo. Espera-se, destarte, contribuir para a discussão e até mesmo para o ensino da própria Literatura Comparada, tomando esta como área extremante produtiva dos estudos literários e em crescente expansão. Palavras-Chave: Luandino Vieira, Mia Couto, Linguagem, Identidade.

MACHADO DE ASSIS E OS RESÍDUOS DO DIABO MEDIEVAL NO CONTO A IGREJA DO DIABO Francisco Wellington Rodrigues LIMA Profa. Dra. Elizabeth Dias MARTINS Universidade Federal do Ceará – UFC Figura emblemática presente no imaginário popular europeu, devido à ascensão do Cristianismo como religião dominante, o Diabo recebeu diversas definições e transformações que o moldaram através dos séculos. Na literatura brasileira, em especial, na obra realista de Machado de Assis, temos de maneira bem significativa a representação residual de tais representações do Diabo, seguindo os moldes do imaginário cristão medieval, adaptando-se, segundo as necessidades do autor em questão, à mentalidade do povo cristão brasileiro, conforme se encontra no conto A Igreja do Diabo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é demonstrar os aspectos residuais da representação do Diabo medieval na literatura realista brasileira do referido autor, tendo como método de pesquisa, a Teoria da Residualidade Cultural e Literária, sistematizada por Roberto Pontes e o método comparativo. Como resultado, defenderemos a hipótese de que a representação do Diabo medieval está residualmente presente na literatura realista brasileira de Machado de Assis, bem como as questões relativas à mentalidade, o imaginário cristão medieval, a representatividade e os resíduos literários de uma época para outra. Palavras-chave: Diabo, Medievo, Literatura, Machado de Assis, Residualidade.

MANOEL DE BARROS E MARIO QUINTANA, OU QUANTO TEMPO DURA A INFÂNCIA? Tatiana Vieira de LIMA Marlúcia Nogueira do NASCIMENTO Universidade Federal do Ceará Neste trabalho apresentamos uma leitura da produção dos poetas Manoel de Barros e Mario Quintana, considerando nessa produção a recorrência da infância – enquanto tempo que perdura – como temática e como procedimento poético. Objetivamos discutir a perspectiva da infância em diálogo com questões da contemporaneidade, não somente no âmbito da arte literária, mas também do lugar da literatura em espaços e atividades sociais diversas. O estudo tem como referência as próprias obras completas dos dois poetas a partir de uma abordagem comparativa e qualitativa. Como evidências da análise, observamos que a criação poética de Manoel de Barros e Mario 29


Quintana priorizam a infância e a poesia como estados salutares ao homem contemporâneo, cada vez mais envolto em afazeres racionais e contaminado pelas normas sociais da civilização. Assim, a poesia de ambos está repleta de ludicidade, seja pela musicalidade da palavra poética, seja pela eleição de temas pueris que muito revelam sobre o mundo do adulto e do poeta. Palavras-Chave: Manoel de Barros. Mario Quintana. Infância.

MELANCOLIA E MODERNIDADE EM O CISNE DE BAUDELAIRE – COM UMA NOTA SOBRE A LITERATURA DE W.G. SEBALD Pedro FREITAS NETO (UFPI) José Pereira de ANDRADE FILHO (UFPI) Em O Cisne, poema que compõe os Quadros Parisienses de As Flores do Mal, o eu-lírico de Baudelaire está às voltas com a transitoriedade da paisagem urbana e com cenas de um passado recente involuntariamente recordado; evoca, ainda, figuras da antiguidade clássica. Essa voz poética enuncia um modo particular de figuração da realidade. Perguntamo-nos se a conjugação desses elementos não se daria através da transformação do fenômeno social da flânerie em procedimento poético, e se não estaria nessa conjugação a condição a partir da qual o poeta logra inserir, dentro do rigor formal do verso alexandrino, e mantendo o tom elevado da experiência do sublime, objetos literários prosaicos. Como tentativa de resposta a essa pergunta, esboçamos uma análise do poema levando em conta: 1) a experiência melancólica do eu-lírico, do poeta sentimental – segundo a classificação schilleriana –, debatendo-se entre a sensibilidade e o intelecto; 2) a concepção baudelairiana de modernidade em O pintor da vida moderna. Para tanto, conjugamos as contribuições das leituras de Walter Benjamin, Eric Auerbach, Jean Starobinski e Dolf Oehler. Peça fundamental não apenas para a lírica do século XX, os ecos de Baudelaire, e de O Cisne mais especificamente, podem ser encontrados, por exemplo, nas narrativas marcadas pelo exílio e pelo luto de W.G. Sebald, a respeito das quais faremos um breve comentário. Palavras-Chave: Modernidade. Flânerie. Melancolia.

NARRADORES GUIADOS PELA TRADIÇÃO EM UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA, DE MIA COUTO Verônica Regina de AGUIAR (URCA) Francisca Carolina Lima da SILVA (URCA) O presente trabalho pretende expor uma análise dos narradores que se baseiam na tradição para contar suas histórias, através dos perfis desenvolvidos por Walter Benjamim e Silviano Santiago. Além de meditar acerca desses conceitos de narradores, pretendemos ainda, exemplificar sua materialização através do estudo da obra Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), de Mia Couto. Para tanto, embasamos nosso estudo em uma elaborada pesquisa bibliográfica, como também refletiremos sobre a relação entre os narradores encontrados na obra mencionada, sendo o primeiro que narra por meio da experiência daquilo que viveu, e o outro que narra a partir da experiência adquirida diante do que observa. Além do que, nossa finalidade consiste em demonstrar que embora a modernidade sobrevenha diante do novo tempo, o viés principal adotado na narrativa 30


em questão é o da tradição, que persiste em estar presente como símbolo cultural e representação local do continente africano e, sobretudo, Moçambicano. Através da análise da obra nos foi possível verificar que, efetivamente há a existência desses dois narradores na obra supracitada. O primeiro representado pelo Avô Mariano, que funciona como co-narrador da obra, responsável por levar ao conhecimento do narrador principal, representado pelo personagem de seu neto-filho, Marianinho, todas as informações que permeiam as tradições e histórias locais. O segundo narrador, o principal, realiza a fusão da tradição e da modernidade, a partir daquilo que observa, do contexto da obra e das informações dadas pelo avô/pai. Palavras-Chave: Narrador. Tradição. Moçambicanidade.

O DISCURSO INFANTIL NO LIMBO: A SOLIDÃO DA INFÂNCIA E A BUSCA PELA ALTERIDADE EM A VALSA Nº 6 E EM GERTRUDES PEDE UM CONSELHO Herbenia Freitas RIBEIRO Universidade Estadual do Ceará O artigo trata da relação estabelecida pelas personagens Sônia, da peça “A Valsa nº 6”; e Gertrudes, do conto, “Gertrudes pede um conselho” com os adultos, responsáveis sociais pela condução da criança, apresentando uma proposta de leitura das obras, tendo por base os conceitos de identidade, cultura, história e alteridade. A partir desses conceitos, uma metodologia de fundo comparatista incide sobre o objeto, cuja meta analítica é mostrar como o discurso das personagens promove um processo contínuo e fértil de subjetivação, ao lutarem solitariamente pela atenção do adulto, alheio aos conflitos das personagens, procurando refletir sobre essa prática articulatória obsessiva, realizada por elas, ao construírem discursivamente uma identidade individual, deslindar as estratégias linguísticas das personagens em sua autoconstrução identitária, analisando o alheamento adulto perante o discurso infantil, o grau de comprometimento do adulto enunciador com seus dizeres, bem como as avaliações que a criança faz de sua própria prática e daquilo que representa em seu discurso, levando em consideração que isso colabora para a construção de sua imagem. Pretende-se ainda Identificar e discutir o papel da linguagem nas formas de subjetivação da criança, refletindo sobre as possíveis implicações éticas decorrentes de uma construção discursivoidentitária solitária. Para ampliar nosso estudo, lançaremos mão de referencial de orientação filosófico-linguístico de Michael Foucault, dos estudos sobre identidade e cultura de Stuart Hall e de David Harvey para o desenvolvimento desta pesquisa por constituir-se como uma relevante abordagem de análise textual. Palavras-Chave: Infância. Identidade. Solidão. Alteridade. Alheamento.

O ENSINO DE LITERATURA NAS ESCOLAS NA PERSPECTIVA DAS NARRATIVAS INFANTO-JUVENIS DE TEMÁTICA HOMOAFETIVA Benedito Teixeira de SOUSA Universidade Federal do Ceará Tendo em vista que a temática da homoafetividade vem cada vez mais ganhando espaço na literatura infanto-juvenil brasileira, nossa proposta de trabalho consiste em verificar a importância da abordagem do referido assunto no ensino de literatura nas escolas. O objetivo principal é verificar de que forma narrativas voltadas para o leitor infantil-juvenil abordam o tema da 31


homoafetividade, especialmente com foco nas personagens crianças e/ou adolescentes, na perspectiva dos direitos humanos e da defesa da diversidade sexual. Como a literatura pode ser utilizada pela escola para a conscientização dos seus estudantes quanto o respeito às diferenças e a importância de uma educação humanizadora? A referida análise se mostra ainda de grande pertinência num contexto histórico atual brasileiro dividido entre os que defendem posturas liberais e de respeito às diversidades e aqueles com condutas conservadoras e repressoras em relação a práticas consideradas “anormais”. Como corpus, utilizaremos narrativas da literatura infanto-juvenil contemporânea que trazem a temática da homoafetividade, reforçadas por textos teóricos sobre literatura-infanto-juvenil, ensino de literatura e homossexualidade/direitos humanos. Palavras-Chave literatura infanto-juvenil; ensino de literatura; homoafetividade; direitos humanos.

O ENSINO E A HISTÓRIA NA LITERATURA: CONTRIBUIÇÕES DE JAUSS Fúlvio de Oliveira SARAIVA (autor) Alyni Ferreira COSTA (coautor) Fernanda Maria Abreu Coutinho (orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC) Nosso trabalho procurará enfocar a relação entre o ensino de literatura e as reflexões advindas com a Estética da Recepção e a revisão epistemológica empreendida no cenário das ciências humanas da década de 1960. Na obra exponencial de Hans Robert Jauss, de 1967, A história da literatura como provocação à teoria literária, sobre a qual nossas reflexões tentam lançar bases, o autor traz a questão da necessidade do reposicionamento da história como disciplina fundamental para os estudos literários e tenta reabilitá-la na condição de elemento imprescindível para a compreensão da literatura como uma atividade humana, que, como tal, deve ser compreendida, também, em sua dimensão extra-literária. Jauss justifica-se pela insuficiência das metodologias utilizadas na história da literatura em voga na época, de bases positivistas e revestidas um didatismo extremo e restritivo, visando apenas pôr em ordem cronológica o surgimento de obras e autores dentro de uma mesma literatura nacional. Como se da coadunação de vida e obra de autores segundo a cronologia resultasse a História da Literatura, e não somente uma história da literatura, parcial e limitada. Dessa forma, justificamos nosso trabalho pelo intuito de reavivar essa discussão em torno do ensino de literatura em sala de aula e seu vínculo com a história. Palavras-Chaves: Literatura; Leitura; Historiografia literária; Estética da recepção.

O ÉTICO E O ESTÉTICO EM RELAÇÃO ÀS PERSONAGENS FEMININAS CORDULINA E CONCEIÇÃO Renata Marques SOARES Harlon Homem de Piauí LACERDA Universidade Estadual do Piauí O presente trabalho ”O ético e o estético em relação às personagens femininas Cordulina e Conceição no romance O Quinze de Raquel de Queiroz, tem como base as teorias do filósofo russo Mikhail Bakhtin. Em “Para uma filosofia do ato”, Bakhtin tem a concepção de que a dissociação produz uma cisão entre o agir concreto dos sujeitos (ético) e o pensar sobre o agir dos sujeitos 32


(estéticos) e diante de uma análise da forma arquitetônica da obra e sobre o comportamento das personagens femininas Cordulina ( esposa do Chico Bento, mãe de três filhos, mulher simples, interiorana); e Conceição( solteira, independente, professora), relacionando o comportamento estético das personagens com o comportamento ético realizar-se-á uma análise de cada uma das personagens e a partir do resultado obtido apresentaremos semelhanças e diferenças da vivência da ambas. Considerando o contexto histórico da década de trinta na qual o romance foi escrito e atualmente quando lemos esta narrativa buscar refletir sobre a condição da mulher no mundo. Palavras-Chaves: Raquel de Queiroz; Ética; Estética; Mikhail Bakhtin; O Quinze.

O INCOMUM LEITOR PIERRE MENARD: A CONTRIBUIÇÃO DE BORGES PARA A HISTÓRIA DA LITERATURA Charles Ribeiro PINHEIRO Prof.ª Dr.ª Odalice de CASTRO SILVA (Orientadora) Universidade Federal do Ceará O pesquisador José Luís Jobim, ao dissertar sobre História da Literatura, analisa o conto de Jorge Luís Borges, “Pierre Menard: autor do Quixote”, para tratar da problemática da estética da recepção. Nessa perspectiva, a leitura é um elemento importante para se estudar a História da literatura. O famoso conto, incluído no livro Ficções (1944), para o crítico Emir Monegal, é uma das chaves poéticas para o entendimento da ficção do escritor argentino, pois inaugura uma “poética da leitura”. O nosso interesse é aprofundar a discussão sobre o horizonte de expectativas, a partir da perspectiva da ‘poética da leitura’(Monegal), tendo como ponto de partida o conto de Borges. Afora o capítulo “História da literatura”, da obra Palavras da Crítica (1991), organizada por José Luís Jobim, consultamos René Wellek, em Teoria da Literatura (1991). Para o embasamento teórico, de Hans Robert Jauss, utilizamos o conceito de horizonte de expectativas (1994) e de Emir R. Monegal, Borges: uma poética da Leitura (1980). A ideia do conto é que o escritor fictício queria escrever algo novo, mas elaborando (o que se tornou impossível) é um texto idêntico ao Quixote na forma. Entendemos Pierre Menard como uma criativa representação de horizonte de expectativas. A sagacidade de Borges foi o de inverter os termos habituais do debate literário: em vez de apoiar-se na produção original da obra, remete à produção posterior e sempre renovada pelo leitor. Então, todo texto é original, porque o ato de produção do sentido não está na escrita, mas na leitura. Palavras-chave: Pierre Menard; História da Literatura; horizonte de expectativas; leitura.

O OBSCENO EM CENA: CONFLUÊNCIAS ENTRE ARISTÓFANES E HILDA HILST Amanda Jéssica Ferreira MOURA (UFC) Embora haja profundas diferenças - seja em termos sociais, referentes à cultura e sociedade grega; seja em termos estruturais, referentes aos recursos cênicos - entre as comédias produzidas na Grécia do século V a.C e os textos produzidos atualmente, as peças gregas continuam suscitando interesse e influenciando autores de nosso tempo. Dessa forma, é possível promover uma discussão que investigue pontos de confluência entre as produções literárias desses períodos tão distintos. Talvez o que possibilite esse diálogo seja a utilização de elementos recorrentes nas produções de ambos os momentos. Cabe, aqui, retomar a obscenidade, artifício essencial para o teatro de Aristófanes, 33


comediógrafo grego do século V a.C, e para a literatura de Hilda Hilst, escritora brasileira falecida no ano de 2004. Considerando a existência da obscenidade e as possibilidades de confluências quanto ao modo de utilização deste elemento em ambos os autores, propomos um trabalho no qual o caráter obsceno é ponto de partida para a apreciação e o diálogo entre as peças aristofânicas Assembleia de Mulheres e Lisístrata e a obra hilstiana Contos d’escárnio: textos grotescos. Observamos que o obsceno, nestes casos, produz, pelo menos, três efeitos: o riso, o questionamento acerca das mazelas sociais e a reflexão sobre a articulação da linguagem artística. Para fundamentarmos teoricamente nossas reflexões, recorremos a alguns pesquisadores da comédia grega, e, mais especificamente, do teatro de Aristófanes, como Ana Maria César Pompeu (1997), e da obra hilstiana, como Vera Queiroz (2000) e Alcir Pécora (2010). Palavras-chave: Obsceno. Aristófanes. Hilda Hilst. “O OVO E A GALINHA”: A SOLIDÃO ESSENCIAL DA ESCRITURA DE CLARICE LISPECTOR Francisca Geane Souza OLIVEIRA Francisca Liciany Rodrigues de SOUSA (Professora Orientadora) Universidade Estadual Vale do Acaraú Neste trabalho, nos deteremos no estudo do conto “O ovo e a galinha”, presente no livro Legião Estrangeira (1999), de Clarice Lispector. O ovo como a condição essencial para que a escritura comece a se fazer e a galinha como a única possibilidade de captura do olhar da narradora sobre a escritura. O nosso texto base foi A solidão essencial, de Maurice Blanchot (2011), no qual ele desenvolve a metáfora da mão sadia e da mão doente do escritor. Na leitura de ambos, surgiu a necessidade de sabermos como essa solidão tornou-se condição primordial para que a escritura nasça, mais especificamente no encontro da narradora com o ovo essencial. Em uma tentativa de apreender esse encontro, a escritora vale-se da linguagem, que é representada pela galinha, colocando-se em meio ao paradoxo ovo/galinha e que resultará em um texto de caráter essencialmente fragmentário. Para tanto, essa pesquisa se constitui como bibliográfica. Além do referido texto de Blanchot (2011), valer-nos-emos com os teóricos Barthes (2004), que retira do centro da narrativa o autor e no seu lugar põe a linguagem, e Pontieri (2001) que discute o ovo como uma experiência com a língua-ideia e a galinha como garantia de atualização da Literatura. Ao considerarmos esse trabalho como finalizado, afirmamos que o escritor não pode ter o ovo essencial em mãos, porém, possui a galinha, a linguagem para que possa descrever sua experiência dentro da noite essencial. Palavras-chave: Escritura. Narração. Experiência. Clarice Lispector.

O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ MARTINS RODRIGUES, QUIXADÁ-CE. Nathalia Bezerra Da Silva FERREIRA Antônio Hamilton Fernandes QUEIROZ Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN Muito se discute no espaço acadêmico sobre a importância na escola como local de formação de leitores. Uma vez que, no caso da escola pública, muitas vezes esse é o único local em que esse 34


estudante possui acesso à educação formal, à literatura. Assim, percebe-se que, embora muito se discuta, faltam ações práticas que realmente possam contribuir para tornar a leitura mais atrativa para jovens do ensino médio. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo apresentar uma experiência realizada na Escola Estadual José Martins Rodrigues, na cidade de Quixadá-CE. Na proposta desenvolvida, foi realizado um trabalho de incentivo a leitura a partir da obra A hora da Estrela, de Clarice Lispector. Nesse contexto, desenvolveu-se uma atividade interdisciplinar em que o Cinema foi também incorporado. Além de ler a obra e assistir ao filme nele baseado, os próprios alunos puderam representar as principais personagens da história, por meio de curta-metragem que, posteriormente, foi apresentado à comunidade escolar. Para tanto, as discussões de Cândido (2011), Chartier (1996) e Cosson (2006) sobre a formação de leitores dão-nos o embasamento teórico. Palavras-Chave: Literatura. Formação de Leitores. Curta-metragem.

‘O QUE VEMOS E O QUE NOS OLHA’: DOS CONFLITOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA PERSPECTIVA DA LEITURA LITERÁRIA NA ERA DAS PERFORMANCES Auricélio Ferreira de SOUZA Doutorando no Progr. de Pós-Grad. em Lit. e Interculturalidade – PPGLI/UEPB Tiago Nascimento SILVA Professor na Secretaria Estadual da Educação Básica – SEDUC-CE

Introdução: Esta proposta pretende correlacionar campos da arte que, a partir da metade do século XX, passaram a convergir de modo intenso e frequente derrubando a ideia de limites estanques e fortalecendo cada vez mais o fazer artístico como um polissistema, ou seja, uma prática que como um vórtice, põe em interação diferentes saberes, ideologias, ethos, estéticas e crenças. Nesta proposta, elencaremos exemplos nos quais se torna perceptível esse estado convulsivo das artes na superfície da literatura. Assim, o percurso pretendido parte do advento das chamadas vanguardas europeias (em particular Dadaísmo, Cubismo, Futurismo e Surrealismo) passando pela explosão das teses políticas sobre o espaço social e a reabertura para o mundo novo, chegando à cena das artes marginais, tanto no sentido estrito quanto simbólico. Objetivos: Mostrar que, na cena contemporânea global, o ato de ler se transversaliza, deixando o fluxo linear, estritamente “textual” e, cada vez mais, exigindo dos sujeitos um alargamento de suas visões de mundo e capacidade de projeção das subjetivações, num processo de autonomia frente aos sentidos convencionados e os em vias permanentes de construção. Metodologia: A partir da exposição de painel crítico-teórico, realizar recorte em obras artísticas que possibilitem mediar uma discussão acerca da transversalização do processo de leitura, abrindo espaço para a troca de subjetivações a respeito dos modos contemporâneos de recepção da obra. Conclusão: Espera-se que a amostragem e discussão dos trechos de obras dentro de estéticas, épocas e movimentos, ilustrem o rompimento com os modos lineares de leitura ainda largamente em voga, pondo em xeque não apenas texto, enredo e sentido, como o próprio ato de ler enquanto processo de empoderamento do sujeito em face do ser/estar no mundo. Palavras-chave: Literatura. Artes. Vanguarda. Leitura. Recepção.

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O ROMANCE COMO LIVRO DE ARTISTA: O CASO DA OBRA DE VALÊNCIO XAVIER Edma Cristina de GÓIS Universidade Regional do Cariri O ready-made, para Marcel Duchamp, refere-se a um objeto usual promovido a objeto de arte pela simples escolha do artista. O conceito, trabalhado pelo artista em texto de 1961, espera, mais que descrever um objeto, sugerir ao espectador uma experiência cerebral diante do artefato artístico. Em Minha mãe morrendo e o menino mentido (2001) vários signos de diferentes campos (tais como literatura, artes visuais, publicidade e jornalismo) circulam e são articulados a partir de um princípio de montagem, o que favorece a leitura da obra como um livro de artista, categoria em disputa a partir do século XX. A ideia de ready-made em consonância com a negação das formas puras pela modernidade e os limites entre as linguagens convergem na análise do livro de Valêncio Xavier (1933-2009). Esta comunicação analisa as aproximações e os distanciamentos entre imagem e texto, considerando a obra como um livro de artista. A discussão teórica é articulada a partir de Dias (2014), Gandier (2013), Garramuño (2014) e Silveira (2008), que ajudam a pensar na publicação como uma obra que mobiliza diversos campos artísticos, para além do literário. O reconhecimento de que a arte atual é afetada pela condição pós-colonial, um dos fatores que aproxima diferentes linguagens, faz com que este trabalho dialogue diretamente com os estudos de transmidiação e interartes. Palavras-Chave: Valêncio Xavier, livro de artista, ready-made, romance.

O SARAU LITERÁRIO MUSICAL NAS TURMAS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DO IF SERTÃO PE - CAMPUS FLORESTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Matheus Henrique da Fonsêca BARROS Talita de Souza MASSENA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano - IF Sertão PE Universidade Federal de Pernambuco - UFPE A interdisciplinaridade é um conceito bastante discutido na educação contemporânea, porém difuso dando origem a inúmeros questionamentos (LIMA, 2007). A aprovação da lei 11.769/2008, que propõe a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de ensino básico, intensificou discussões em torno de procedimentos metodológicos que possibilitassem o diálogo com as outras disciplinas já estabelecidas. A Música Popular Brasileira (MPB) vem sendo cada vez mais utilizada em sala de aula em diversas disciplinas, representando uma consciência cada vez mais crescente da grande importância da produção literomusical na construção da identidade brasileira (COSTA, 2003). Para Green (2012) a música popular pode ser educacionalmente valorizada, por si só ou por seu potencial de conduzir os alunos a uma esfera mais ampla de apreciação musical. Compreendendo as questões apresentadas e propondo novas formas de entendimento do aspecto interdisciplinar, o presente trabalho apresenta um relato de experiência na realização do “Sarau Literário Musical”, evento organizado pelos autores envolvendo as áreas de Literatura e Música, como eixo produtor, mas dialogando com a História e a Sociologia. Realizado com os alunos do 1º ano do Ensino Médio do IF Sertão - PE, Campus Floresta, o Sarau passeia pelos períodos da MPB no Século XX, estruturando-se com apresentações musicais, teatrais e didáticas, procurando observar 36


características estético-musicais e todo um contexto de produção das obras. Como resultado, tem-se o desenvolvimento do pensamento crítico em relação à produção do cancioneiro brasileiro, o aprofundamento do conhecimento sócio-histórico de tais obras, além do desenvolvimento artístico dos alunos participantes. Palavras-chave: Literatura. Educação Musical. MPB.

O TEXTO LITERÁRIO E SUA ADAPTAÇÃO FÍLMICA COMO RECURSOS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA Larissa Pinheiro XAVIER Instituto Federal da Paraíba (IFPB) Mendoza Fillola (2007) afirma que o texto literário (TL) é, muitas vezes, esquecido no contexto de ensino de línguas por ser considerado complexo e bastante elaborado, linguisticamente falando. Logo, a não utilização ou a subutilização desse recurso em sala de aula de língua estrangeira (LE) deve-se a essas e outras crenças, sobretudo por parte dos professores, os quais ainda duvidam da concreta funcionalidade desses materiais e da possibilidade de inúmeros tratamentos didáticos a partir deles. Com isso, acreditamos que o uso da adaptação fílmica do TL, vinculada à leitura deste, é uma excelente ferramenta para o ensino-aprendizagem de LE (aqui, especificamente, a língua espanhola). Os filmes trazem, tanto para o professor como para o aluno, meios reais e criativos de se trabalhar diversas temáticas, tais como política, sociedade, relacionamentos, cultura, saúde, dentre outras. Assim, não reduzimos o TL a abordagens meramente gramaticais nem o filme a simples entretenimento. Deste modo, com o propósito de mostrar a aplicação desses recursos, apresentaremos um exemplo prático do uso do TL e de sua adaptação fílmica como meio de enriquecer as aulas de Espanhol/ Língua Estrangeira (E/LE) e revelar a diversidade temática e as possibilidades de trabalho com esses materiais em sala de aula. Palavras-Chave: Adaptação fílmica. Literatura. Espanhol/Língua estrangeira. Ensino.

OS FILÓSOFOS E A TRADUTOLOGIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DA FILOSOFIA DA TRADUÇÃO Antonia DE JESUS SALES Luana FERREIRA DE FREITAS (orientador) UFC O presente artigo apresenta um breve panorama das teorias que fundamentam os Estudos da Tradução em seus primórdios pelo viés filosófico implicado nas primeiras reflexões no âmbito da tradução, visto que boa parte de filósofos se dedicaram à tarefa de tradução e, por conseguinte, a reflexão da práxis desta em diferentes contextos históricos. Grandes filósofos, como Humboldt, Schleiermacher, Shopenhauer, Walter Benjamim, discutiram a natureza metalinguística do processo de tradução. Tais ensaios e obras iniciais das teorias da tradução são importantes para a formação do tradutor, visto que o pensamento constituído filosoficamente embasa as teorias hodiernas da tradução. Estes textos filosóficos e de cunho metalinguístico geralmente vinham como paratextos (prólogos, prefácios, epígrafes, etc.), textos de apoio em obras literárias. Relacionando a tradução 37


pela filosofia da tradução por meio da historiografia da tradução se desenvolvem profícuas reflexões acerca desta e tais reflexões são necessárias para a formação do tradutor no ensino superior. Palavras-Chave: Filosofia da Tradução. Teoria da Tradução. Metalinguagem.

OS GATOS DE NEIL GAIMAN: UMA ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO DOS ANIMAIS NÃO-HUMANOS EM “O PREÇO” Sarah Maria BORGES CARNEIRO (autor) Fernanda COUTINHO Universidade Federal do Ceará O presente trabalho tem como objetivo analisar como são construídas as representações dos personagens não-humanos no conto “O preço”, que integra a novela gráfica Criaturas da Noite (2006), escrita por Neil Gaiman e ilustrada por Michael Zulli. A literatura, tradicionalmente entendida como uma arte verbal, acompanha o dinamismo da cultura em que se insere e acaba tendo reverberações fora dos livros, passando a envolver não apenas o texto escrito, mas também imagens. Dentre os novos veículos literários que atraem a atenção do leitor moderno destacam-se as narrativas gráficas. Na produção literária, os animais não-humanos estiveram presentes desde as fábulas, nas quais representavam vícios ou virtudes humanos, até a atualidade, sendo geralmente associados à literatura direcionada para o público infantil. A presença dos gatos, protagonistas do conto em questão, assim como de outros animais na escrita de Gaiman merece destaque não apenas por se tratar de uma novela gráfica para o público adulto, mas também por levantar uma reflexão sobre o sistema antropocêntrico que durante séculos vem legitimando a tirania humana sobre os animais, ignorando suas necessidades. Mesmo permeada por acontecimentos sobrenaturais, a escrita de Gaiman não antropomorfiza os animais não-humanos, mas busca representar seus saberes, que se diferem dos nossos, estabelecendo um diálogo entre realismo e fantástico na construção desses personagens. Pretendemos investigar de que forma a narrativa gráfica em questão contribui para uma visão mais complexa acerca dos animais não-humanos, despertando no leitor empatia para com eles. Palavras-Chave: Ecocrítica. Novela gráfica. Literatura.

PARADIDÁTICO: SINÔNIMO DE INCENTIVO À LEITURA? Anne Pauliny Braga ALMEIDA Ana Vladia Mourão de OLIVEIRA Universidade Estadual do Ceará A máxima de Monteiro Lobato de que “um país se faz com homens e livros” ainda é bastante atual, embora cada vez mais se leia menos. A escola tem um eminente papel na mudança desse quadro ao adotar o livro paradidático. Este trabalho busca discutir o objetivo desse material e sua importância na formação do público leitor, analisando a plenitude de sua finalidade e da contribuição para despertar nos alunos o prazer na leitura. Para tanto, nortearemos o nosso trabalho em uma pesquisa bibliográfica, visitando estudos sobre o assunto, como Laguna (2001) e na literatura própria da área, 38


como Compagnon (1950) e Antunes (2003). A pesquisa realizada nos levou a crer que, de modo geral, o paradidático vem sendo utilizado de maneira mecânica, pouco prazerosa, sem alcançar a sua finalidade primeira: incentivar a prática da leitura; dessa forma, discutir o papel que o paradidático possui na escola é altamente pertinente para que esse instrumento seja eficaz na construção de uma sociedade leitora. Palavras-Chave: Paradidático. Incentivo à leitura. Público leitor.

POESIA CONTEMPORÂNEA E EDUCAÇÃO COMPREENSIVA – DISPOSIÇÕES PARA A EXPERIÊNCIA COM O POÉTICO Antonio Aílton Santos SILVA Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Ante os impasses, injunções e contradições, as complexidades apontadas pela contemporaneidade, quais os caminhos da produção poética contemporânea e como se constitui essa nova lírica? Que ressonâncias vibram nela para uma reconfiguração do mundo e suas aberturas? Como lidar, no contexto da escola e da educação, com as novas configurações e leituras da poesia contemporânea, de modo a possibilitar experiências de crescimento, sentido e (res)significação do mundo, mesmo ante o discurso do alheamento, da formalização e do vazio como substratos estéticos/éticos para os nossos dias? Essas são questões e discussões levantadas por este trabalho, o qual objetiva discutir as dinamizações do trabalho com a poesia, a experiência da liricidade e sua performance no contexto da escola e da educação contemporânea, dentro de uma hermenêutica de compreensividade (Ricoeur). Tais preocupações inserem-se em minha pesquisa para tese em andamento no Doutorado em Teoria Literária da UFPE. A discussão se fundamenta numa abordagem compreensiva da linguagem, do sensível, do simbólico e da representação imaginativa (Ricoeur, Gadamer, Zumthor); das relações e constituições de sentido proporcionadas pela linguagem sensível às práticas educacionais e culturais de um sujeito constituído de cisões, desejos, reminiscências e temporalidades, no que diz respeito ao trabalho com a poesia, às possibilidades de ver-ler-ouvirfalar-criar-cuidar e às vivências e performances do poético. Palavras-Chave: Poesia contemporânea. Educação. Compreensão. Performance.

QUESTÕES ETNICO-RACIAIS NA ESCOLA: LOBATO NO BANCO DOS RÉUS Rafael Lima de OLIVEIRA Claudicélio Rodrigues da SILVA Universidade Federal do Ceará Tendo em vista as recentes polêmicas iniciadas em 2010 sobre o possível conteúdo racista na obra do escritor Monteiro Lobato, este trabalho expõe uma reflexão sobre a controvérsia que inseriu o mais importante autor da literatura infantil brasileira em meio a uma “inquisição” no Supremo Tribunal Federal, e procura investigar de que forma a leitura de Lobato pode ser importante para o ensino de questões, primeiramente, históricas, e, principalmente, étnicas da construção da sociedade brasileira. Desse modo, compreenderemos o desenvolvimento da polêmica ocorrida, buscando considerar as opiniões polêmicas a partir da análise de trechos da obra infantil Caçadas de Pedrinho, publicado em 1933, e do conto Negrinha, do livro homônimo, publicado em 1920, 39


discutiremos e proporemos uma possibilidade de plano de leitura que amplie o senso crítico e reflexivo do aluno da educação básica para que se perceba a contradição, não do autor, mas da realidade brasileira da primeira metade do século XX. Palavras-Chave: Monteiro Lobato. Racismo. Ensino.

SCARLETT O’HARA: UM BREVE OLHAR LITERÁRIO-PSICOLÓGICO SOBRE UMA DAS ANTI-HEROÍNAS MAIS EMBLEMÁTICAS DA LITERATURA NORTEAMERICANA DO SÉCULO XX Yls Rabelo CÂMARA Universidad de Santiago de Compostela Yzy Maria Rabelo CÂMARA Universidade Federal do Ceará A décima segunda edição do Encontro Interdisciplinar de Estudos Literários da Universidade Federal do Ceará aborda o tema “Literatura e Ensino” e, dentre seus sete eixos temáticos propostos, “Literatura e as Artes”. Acreditamos que vincular a Literatura e a sua representação cênica com o campo da Psicologia pode ser um liame enriquecedor, na medida em que se analisam personagens no mais das vezes subestimados devido a seus problemas psíquicos, que impactam em seu desempenho no decorrer da trama e afetam outras personagens que lhe estão no entorno. No inconsciente coletivo de leitores e expectadores, a figura de Scarlett O’Hara está visceralmente relacionada com o desencontro amoroso e o romance conturbado com Rhett Butler, plasmado nas páginas da obra-prima de Margaret Mitchell e interpretados por Vivien Leigh e Clark Gable nas telas de cinema, sob a produção de David O. Selznick. Detrás da jovem rica, atraente e bem-criada, nascida no sul dos Estados Unidos pré-Guerra Civil, está a figura imponente da mulher manipuladora, egoísta, ambiciosa e culturalmente superficial. De ser assim, estudamos a personagem Scarlett O’Hara sob dois enfoques específicos e complementares: o literário e o psicológico. O levantamento bibliográfico que levamos a cabo e os resultados aos quais chegamos apontam para o caráter self-centred de Scarlett e a enquadram no diagnóstico fechado de transtorno de personalidade narcisista, justificando este trabalho como um instrumento a mais para se avaliar esta que é uma das personagens mais emblemáticas e, ao mesmo tempo, mais controvertidas da Literatura Norte-Americana do passado século. Palavras-Chave: Literatura Norte-Americana. Transtorno de Personalidade. Psicopatologia.

TECENDO AFRICANIDADES NO CURRÍCULO ESCOLAR A PARTIR DO FALAR CEARENSE Patricia Pereira de MATOS Maria Kellynia Farias ALVES Núcleo de Africanidades Cearenses. NACE/UFC A principio era o verbo e o verbo se fez carne a habitou entre nós, ampliando a oralidade para o registro escrito, garantindo a perpetuação dos itãns, das histórias através das gerações sem negar a tradição da oralidade. A literatura é uma das principais artes para envolver, sensibilizar e levar para 40


pessoas de todas as idades os saberes construídos e acumulados ao longo da história da humanidade de forma lúdica, sensível e envolvente. A perspectiva desse trabalho de literatura infantojuvenil é desvelar histórias que não nos foram reveladas ao longo de trezentos anos, contribuindo para a efetivação da Lei 10.639 do ano de 2003 que nos possibilita conhecer e reconhecer toda a contribuição dos povos africanos em nosso cotidiano nas formas de falar, dançar, vestir, sorrir, acolher o outro vivenciando a ancestralidade africana e afrobrasileira através da corporeidade, musicalidade. Este trabalho nos oportuniza perceber o encontro dos vários falares das nações africanas: banto, fon, yorubá que estão presentes no falar lusobrasileiro, possibilitando que seus leitores percebam que há mais de África em nós do que ousamos imaginar de forma poética trazendo a contribuição histórica e cultural do continente africano nos saberes, sabores e falares cearenses. Palavras-Chave: Oralidade. Identidade. Currículo.

TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA NO ESTÉTICO FEMINO ENTRE A PINTURA MACK SENNETT DE RENÉ MAGRITTE E O POEMA THE APPLICANT DE SYLVIA PLATH Autor: Diane Xavier de SOUSA Coautores: Antônio Fernandes de Lima SOBRINHO Luana Paula dos Santos SILVA Prof. Me. Fernanda Cardoso NUNES Universidade Estadual do Ceará – UECE- FAFIDAM O artigo pretende analisar os aspectos sociais femininos e sua estética do século XX encontradas nas obras de René Magritte e Sylvia Plath. Observaremos os reais objetivos alcançados pelo pintor e a recriação poética de Plath, aproximando-os através de suas concepções e criticas consolidadas na época. Traçaremos também um breve relato histórico-social do período no qual esses artistas viveram, e o que a influência deste meio proporcionou para a criação e recriação dessas obras. Faremos uma pesquisa bibliográfica em torno dos conceitos intersemiótico de tradução teorizados por Júlio Plaza, entre artes plásticas e poesia. Consideramos também pertinente essa análise intersemiótica de tradução entre pintura e poesia, já que ambos são capazes de traçar um paralelo em suas criações através do contexto histórico-social e de lugar e tempo. Consolidando a ideia de que a poesia é capaz de dar o pensamento escrito de uma arte, e a pintura a criar as formas idealizadas pela poesia. Palavras-Chave: Artes, Poesia, Mulher, Submissão, Estereótipos.

TRADUÇÃO, CINEMA E LITERATURA: UMA ANÁLISE DO FILME O AUTO DA COMPADECIDA Autor: Luana Paula dos Santos SILVA Co-autores: Diane Xavier de SOUSA Prof. Me. Fernanda Cardoso Nunes Universidade Estadual do Ceará- FAFIDAM Este trabalho tem como objetivo mostrar as divergências entre legendas e diálogos no cinema Brasileiro, traduzido para a Língua Inglesa buscando traçar as prováveis causas desses desencontros, a abordagem desse estudo incluirá comparações entre a tradução na língua Inglesa 41


com os diálogos apresentados por um filme Brasileiro. Observamos no filme O auto da Compadecida, dirigido por Guel Arraes, lançado em 2000. Que existem determinadas cenas em que há termos regionais que não condizem com a tradução em Inglês. Segundo Octavio (1971) todo texto é único e é, ao mesmo tempo, a tradução de outro texto. Nenhum texto é completamente original porque a própria língua, em sua essência, já é uma tradução: em primeiro lugar, do mundo não-verbal e, em segundo, porque todo signo e de outra frase. O filme tem como temática trabalhar o racismo, desigualdade social, preconceito social e racial, pobreza, adultério, solidão, corrupção, ambição e morte, o filme de caráter regionalista, com narrativas nordestinas e de contexto religioso. O estudo acerca do filme levou a perceber que não tem como haver uma tradução totalmente ao pé da letra, devido haver termos que não existem na língua Inglesa. Os resultados levaram a aspectos importantes para a compreensão no estudo da língua Inglesa através de filmes e a percepção de que há termos que não existem na língua Inglesa e então é preciso adaptar. Palavras-chave: Legendas; Diálogos; Filme.

TRAGÉDIA DOS AFETOS: UMA ANÁLISE DA FAMÍLIA EM CIRANDA DE PEDRA E REUNIÃO DE FAMÍLIA Diego Nascimento ARAÚJO (autor) José Leite de OLIVEIRA JUNIOR (orientador) UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Vista como célula mater da sociedade, a família se apresenta em todas as instâncias e saberes humanos: psicologia, sociologia e constitui vasto tema na literatura. Contudo, de que família se está falando? No plano imagético, a família assume diversas carapaças pelo seu caráter simbólico. Considerando o viés literário dessa problemática, esta investigação se propõe analisar como a família é representada nos romances Ciranda de Pedra (1954), de Lygia Fagundes Telles, e Reunião de Família (1982), de Lya Luft, em cujos enredos constata-se a inadequação dos laços idealizados da “família feliz”. Nesses textos, os temas dissolução da família e liquidez dos afetos estão no cerne da narrativa. Para corroborar esta pesquisa, foram utilizadas as categorias de amor líquido de Bauman (2004) e o problema do declínio do patriarcado de Xavier (1998), ambos os conceitos diretamente relacionados com o tema da família. Os resultados ora obtidos mostram como as mudanças na sociedade podem ser sentidas no âmbito da literatura, em especial no que tange aos temas familiares, pondo-se em dúvida a noção de família como entidade social simbolicamente estável singular. Palavras-Chave: Família; Afeto; Liquidez.

UM LEITOR À JANELA: ALGUMAS CENAS DE PASSEIO AO FAROL Rafaela de Abreu GOMES (autor) Odalice de Castro SILVA (orientador) Universidade Federal do Ceará Por acreditarmos que o discurso literário se abre a várias perspectivas e objetivos, é que ora nos propomos a escrever sobre a visualidade no capítulo I da primeira parte do romance Passeio ao Farol (1927), de Virginia Woolf, a partir daquilo a que James Wood chamou “estilo indireto livre” (2014, p. 23). Nos lançamos à leitura da primeira parte do capítulo I do livro de Virginia como 42


leitores que desejam participar do texto, enxergando todas as suas relações com o real e com a condição humana, mesmo que elas sejam possíveis à nossa percepção apenas através de reflexos e sombras, já que nosso olhar é incapaz de apreender o real em todos os seus detalhes. Constatamos que um texto nos mostra imagens de um objeto, não ele em si e, conscientes dessas imagens que refletem o real, nos propomos a ler uma cena de Passeio ao Farol (1927) e, a partir dela, entender de que modo um escritor é capaz de elar a visão do leitor ao espaço textual. Nos detivemos apenas em duas, dentre as 219 páginas de Passeio ao Farol (1927), romance repleto de motes para estudos literários, historiográficos, estruturais e de ensinamentos para a vida, mas constatamos que participamos (um pouco) da narrativa, olhando através de uma janela, imaginária, porém muito convincente, em companhia de um narrador capaz de calar e dar voz às personagens, de modo que pudéssemos construir nossas considerações sobre que vimos dessa janela, oferecida pelo romance de Virginia Woolf. Palavras-Chave: Imagem. Leitura. Discurso literário.

UMA ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO E DAS QUESTÕES FILOSÓFICAS DO SERTÃO MATO-GROSSENSE NO LIVRO INOCÊNCIA DE VISCONDE DE TAUNAY Leonardo Silva SIDNEY (UECE) Moisés de OLIVEIRA (UFC) Cristiane Maria MARINHO (UECE) Este trabalho propõe uma analise do livro Inocência, um romance escrito em 1872 por Visconde de Taunay. Em tal proposta, abordaremos o desenvolvimento do Romantismo brasileiro do final do século XIX, através de uma ótica filosófica e geográfica inserida no processo de formação do povo brasileiro visto na concepção regional mato-grossense, indagando-se sempre sobre os aspectos morfoclimáticos e fitogeográficos que configuram o cenário descrito, e como estes influenciaram de forma significativa para as construções metafísicas referentes aos costumes éticos e morais do povo sertanejo. Em uma analise da leitura espacial analisaremos elementos geográficos que caracterizam o cenário ilustrado pelo autor tais como a presença de animais, vegetação predominante, existência de relevos e os caracteres climatológicos do local, buscando sempre compreender os dramas vivenciados pelos personagens do romance e como estes fatores naturais influenciaram na cultura do povo sertanista contribuindo como fator determinante para a o processo de formação da identidade brasileira. Palavras-Chave: Moral. Espaço. Regionalismo.

UMA RÁDIO TROVADORESCA: LITERATURA E ARTES TRAZENDO AS TIC PARA A SALA DE AULA – RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Talita de Souza MASSENA Matheus Henrique da Fonsêca BARROS Jacira Maria Nogueira de SOUZA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano O cenário atual impõe uma prática educacional dinâmica direcionada à múltipla aprendizagem que instrumentalize o aluno a lidar com os mais variados recursos da vida social, apoiados pelas 43


multimídias que permeiam todos os setores da vida cotidiana, especialmente a escolar. É o que Moran (1995) enfatiza quando afirma que a multimídia “é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a sua força”. Pensando assim, planejou-se trabalhar o Trovadorismo nas turmas de 1º Ensino Médio do IF Sertão PE – Campus Floresta, de forma interdisciplinar, junto com as Artes, produzindo-se um programa de rádio, gravado pelas equipes e socializando-se o áudio em sala, para estudar e representar a temática e a filosofia do Trovadorismo. Os alunos, após aulas expositivas sobre o conteúdo literário, dividiram-se em equipes, produziram o programa com variadas seções, gravaram-no e o trouxeram para a sala de aula. Utilizando o léxico contemporâneo, mas com todas as nuances, dores e visões trovadorescas, as equipes trouxeram para nossos dias os ares daquela escola. Nos programas, os grupos veicularam exemplos de músicas contemporâneas que representassem todos os tipos de cantigas trovadorescas, mais a prosa doutrinária e a novela de cavalaria, numa programação que continha participação do ouvinte, astrologia, utilidade pública e programação cultural – da época sociohistórica trovadoresca. Assim, a aprendizagem se deu de forma prazerosa, lúdica e completa, levando a multimídia e as TIC para a sala de aula, complementando a aprendizagem integral discente, corroborando com o que prenunciam os PCN. Palavras-chave: Literatura; Artes; TIC; Trovadorismo; Aprendizagem.

VISÕES DA ESCOLA PUNITIVA NA LITERATURA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR Ana Luiza de França SÁ Maria Eneida Matos da ROSA IFB-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília O presente artigo faz parte do projeto intitulado “Formação de professores: interface literatura e subjetividade na educação”, que está sendo desenvolvido no IFB-Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília. O trabalho visa compreender a condição de sujeito da aprendizagem de professores em início de formação, na tentativa de entender a aprendizagem como produção subjetiva (GONZÁLEZ REY, 2012) e seus impactos na produção de estratégias de ensino para além da eleição de técnicas utilizadas na sala de aula. Para uma melhor observação do processo educativo no Brasil, ocorpus de análise serão obras literárias que tratem do tema da escola na literatura, revelando em seu bojo problemas como o livro desde o início da escolarização da criança assumir uma postura tão somente pedagógica, e se destacar ainda um cenário de uma escola punitiva que parece perdurar até hoje. A metodologia utilizada se refere à Epistemologia Qualitativa de González Rey (2005), que permite a aproximação do objeto do conhecimento com a interpretação das pesquisadoras a partir de seu momento histórico cultural, bem como a Estética da Recepção de Hans Robert Jauss (s.d).Enfim, tencionamos vislumbrar formas de entender a aprendizagem discente por meio da literaturae a constituição da identidade docente a partir dos processos de subjetivação e que promova rupturas na educação atual. Palavras-chave: Literatura. Subjetividade. Formação de professores.

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