Edição de março/2014

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Jornal

Ano 11 • No 133 • Março de 2014 www.facebook.com/pascomsaopedro

Chave DESãoPedro Edmilson Fernandes

Paróquia de são pedro do Tremembé

TRÁFICO HUMANO

Desperte para esta realidade

Missão Paz Conheça o trabalho de uma igreja na Baixada do Glicério que acolhe e dá dignidade aos imigrantes Pág. 5

Telma Feleto

A pessoa não pode ser tratada como uma mercadoria. Págs. 4 e 5

Via Crucis

Renato Piovesana

Veja como participar das reflexões da ViaSacra, que “refaz” o trajeto seguido por Jesus a carregando a cruz Pág. 7

Telma Feleto

Summer Beats Como foi a participação dos integrantes do C.U.C.A. no evento que reuniu mais de nove mil jovens do Brasil inteiro Pág. 8


Espiritualidade

Carta ao leitor

Tempo de conversão

A verdadeira penitência quaresmal Vamos começar mais uma Campanha da Fraternidade. Depois de 50 anos, a Campanha da Fraternidade é hoje uma maneira especial de evangelizar no Brasil. Quando a comunidade se mobiliza e participa com empenho, a Campanha provoca, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz do projeto de Deus. O texto da CNBB lembra que a Campanha da Fraternidade é um grande instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão, renovação interior e ação comunitária, como a verdadeira penitência que Deus quer de nós em preparação à Páscoa. É momento de conversão, de práticas de gestos concretos de fraternidade. Cristo confirmou a pregação dos profetas segundo a qual a verdadeira penitência que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem fome, dar de vestir ao maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos. Nesta edição, veja o que a Paróquia São Pedro está fazendo para mobilizar a comunidade a fim de viver a Campanha da Fraternidade. Também tratamos da comunicação na Paróquia, da Liturgia Eucarística e das ações dos jovens para fortalecer o grupo. Leia, opine, curta e compartilhe o nosso jornal.

Equipe Pascom

Por Dom Sergio de Deus Borges

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eralmente, quando falamos de conversão pensamos logo na conversão pessoal e nas atitudes interiores que cada um deve ter para renovar-se em Jesus Cristo. A conversão pessoal desperta a capacidade de submeter nosso modo de agir, pensar, rezar ao serviço da instauração do Reino de Deus. Está correto pensar assim e a Quaresma é um tempo bonito para iniciar este percurso. Mas há uma dimensão da nossa vocação batismal que, geralmente, não faz parte do nosso exame de consciência e de nossos propósitos de renovação: a dimensão missionária do Batismo. O Papa Francisco disse que “em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus se tornou discípulo missionário. Cada um dos batizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo de evangelização [..]. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus..” (EG 120). As palavras do Papa so-

bre a dimensão missionária do nosso Batismo falam ao nosso coração e nos deixam alguns questionamentos: temos consciência de que somos discípulos missionários? Se temos consciência da missão, por que renunciamos ao compromisso evangelizador? Por que vemos tantas pessoas distantes da fé e não nos preocupamos? Por que experimentamos, com tanta alegria, o amor de Deus que nos salva e não partilhamos com os outros? Neste tempo de graça da Quaresma vamos refletir sobre esta dimensão do nosso Batismo e vamos escutar com atenção e discernir o que o Espírito está dizendo às igrejas e a cada um de nós, através dos sinais dos tempos em que se manifesta (Cf. DA 366). “Se não estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de alegria: encontramos o Messias (Jo 1,41). A samaritana, logo que terminou o seu diálogo com Jesus, tornou-se missionária, e muitos samaritanos acreditaram em Jesus devido às palavras da mulher” (Jo 4,39). (EG 120). Dom Sergio de Deus Borges é bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana

Expediente - Pascom Orientador: Pe. Edimilson da Silva Coordenação da Edição: Pastoral da Comunicação e-mail: pascomdesaopedro@gmail.com Editor: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SP Direção de Arte: Toy Box Ideas Revisão: Oswaldo de Camargo Impressão: Atlântica Gráfica Tiragem: 3.000 exemplares Colaboradores: Telma Feleto e Vânia De Blasiis

Casamentos/Batismos/ Intenções de Missas Secretaria: De 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 18h | Sábados: 8h às 12h | Domingo: não há expediente na secretaria paroquial. Missas: 2 e 4 feiras, às 19h30 / 3 , 5 e 6 feiras, às 7h30 / Sábados, às 17h / Domingos: às 8h, 10h e 18h30 as

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Direção Espiritual e Confissão: Atendimento: 3a feira, das 15h às 18h | 4a feira, das 20h às 22h | 6a feira, das 9h às 12h

PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DO TREMEMBÉ Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A | Tremembé | São Paulo | CEP: 02350-000 | Tel.: (11)2203-2159 e-mail: secretariasaopedro@hotmail.com

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Comunidade Santa Rosa de Lima R. Luiz Carlos Gentile de Laet, 1302, Tremembé Comunidade São José (Itinerante) Missas: todos os dias 19 do mês, às 16h Momento de Oração e Estudo Bíblico: 3as feiras, às 20h Comunidade Nossa Senhora Aparecida Av. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, Tremembé Missas: dom., às 8h30 / Missa todos os dias 12 do mês, às 20h Comunidade Nossa Senhora da Providência R. Vilarinhos, 95, Tremembé, Missa domingo, às 10h30 Comunidade São Marcos R. Luiz da Silva, 24, Tremembé Missas: sábados, às 17h. Estudo Bíblico: 5as feiras, às 20h

Jornal Chave de São Pedro


Diálogo com a comunidade

Liturgia Eucarística Por Pe. Edimilson da Silva

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a edição anterior da Chave, refletimos a primeira parte da missa: ritos iniciais e Liturgia da Palavra. Nesta edição, o texto que segue é uma breve explicação sobre a Liturgia Eucarística. As duas partes se complementam, pois estão ligadas entre si. Após a oração dos fiéis, é o momento da apresentação das oferendas. Sobre a mesa do Senhor é colocado o pão, o vinho e a água. Estes dons simbolizam tudo o que há na natureza. Também são o resultado do nosso trabalho. Este gesto significa a partilha de vida e dos bens que sustentam a vida. A oração sobre as oferendas recorda que a vida do cristão é uma oferta de si a Deus. O prefácio, o hino de louvor, é ação de graças que abre a oração eucarística. Aqui é lembrado o motivo da festa, as maravilhas que Deus realiza ao longo da história da salvação. Em cada celebração eucarística se faz memória

e acolhe o dom que o Pai fez de seu filho à humanidade. A intercessão nos coloca em comunhão com os presentes e ausentes. A intercessão pelo Papa, os bispos e os demais irmãos. Também os santos e os falecidos são lembrados com carinho e gratidão. Após o “por Cristo, com Cristo e em Cristo”, segue o Amém cheio de significado. É a atitude de quem ressuscitou em Cristo. Rito da comunhão O Rito da comunhão forma um conjunto de preces. Torna viva a dimensão Pascal da ceia do Senhor. Com Cristo proclamamos a glória do Pai, louvando-o e bendizendo-o. Um pedaço do pão eucarístico é colocado no cálice: os cristãos formam um único corpo. Vivem a mesma fé. Recebem o mesmo batismo. Têm um só Senhor, conforme diz São Paulo. No Evangelho, Jesus compara o Reino a uma festa de casamento. Comer e beber juntos na fes-

Fotos: Telma Feleto

“A Liturgia cristã não somente recorda os acontecimentos que nos salvaram, como também os atualiza, tornando-os presentes. O mistério pascal de Cristo é celebrado, não é repetido; o que se repete são as celebrações; em cada uma delas sobrevém a efusão do Espírito Santo que atualiza o único mistério” (Catecismo da igreja católica no1085)

ta eucarística significa acolhimento, oferta, serviço de Deus aos homens e dos homens a Deus. E todos são enviados em missão: ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Padre Edimilson da Silva é jornalista e pároco da Paróquia de São Pedro do Tremembé

Escola da Palavra

Como melhorar a comunicação na Paróquia Para a irmã paulina Helena Corazza, especialista em comunicação católica, a chave é ir ao encontro das pessoas onde elas estão

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o dia 04 de fevereiro, a Paróquia de São Pedro retomou os encontros da Escola da Palavra, onde os leigos aprofundam textos bíblicos e temas da atualidade. Na primeira reunião deste ano, discutiu-se a comunicação na Paróquia. A palestrante convidada foi a irmã paulina Helena Corazza, especialista em comunicação católica. Sob o tema “Paróquia, rede de comunicação”, a irmã destacou que é preciso repensar o trabalho missionário numa cultura tão modificada como a nossa. “Vivemos num mundo de múltiplas telas e de tarefas simultâneas. Precisamos compreender as novas gerações”, disse a religiosa. Alertou que os agentes pastorais, pais e educadores têm que se adaptar aos novos meios de comunicação proporcionados pela internet. Assinalou que é preciso usar as redes sociais para divulgar as atividades da Paróquia, mas ressaltou que os agentes pastorais precisam produzir conteúdo e não apenas replicar (compartilhar ou curtir) o que outras pessoas postam no Facebook, por exemplo. Durante todo o encontro, irmã Helena citou trechos da mensagem do Papa Francisco sobre o Dia Mundial das Comunicações. Na mensagem, o Papa aponta o bom samaritano como o ícone da comunicação. “Na realidade, quem

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comunica faz-se próximo. E o bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada”, explica o Papa Francisco. No final do encontro, os cerca de 30 participantes foram divididos em grupos para discutir como melhorar a comunicação na Paróquia. “A comunicação na Paróquia é quase inexistente”, apontou um dos grupos, que destacou a importância deste jornal como rede de informação. “Vamos visitar famílias nos bairros, acompanhar o padre, benzer as casas para aproximar a Igreja do povo”, propôs outro grupo.

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Destaque

A liberdade é um tesouro inegociável A Campanha da Fraternidade mostra que é preciso combater todo tipo de tráfico humano, porque é um crime que tira das pessoas o poder de escolha. Cristo nos libertou e não podemos aceitar a escravidão entre nós

Telma Feleto

Por Edmilson Fernandes

O salão paroquial ficou lotado para a palestra de frei Guilherme

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Campanha da Fraternidade começa no dia cinco, Quarta-Feira de Cinzas. Este ano, a CNBB nos convida a refletir sobre o tráfico humano, um crime que afeta milhões de pessoas no mundo. Aqui na Paróquia de São Pedro, os preparativos para a Quaresma começaram há cerca de um mês. Nos encontros da Escola da Palavra, a comunidade vem discutindo o tema para que a Campanha não se resuma à exposição do cartaz na igreja e às celebrações da Quaresma e da Semana Santa. No dia 4 de fevereiro, o Pe Edimilson da Silva fez um histórico desse já tradicional e marcante evento religioso que começou há 51 anos. “O objetivo permanente da Campanha é despertar o espírito comunitário do povo de Deus, comprometendo os cristãos na busca do bem comum por meio da justiça e do amor”, explicou o pároco. No dia 18, mais de 100 paroquianos participaram do encontro, que discutiu o tema proposto. O mediador foi o frei Guilherme, coordenador da Campanha da Fraternidade na região episcopal Santana. Para começar, frei Guilherme exibiu um vídeo que retrata os diferentes tipos de tráfico de pessoas, como trabalho escravo, exploração sexual, tráfico de órgãos e doações ilegais. Depois, em pequenos grupos, a comunidade refletiu o tema deste ano, tendo como base duas questões: que é liberdade? E o que a Igreja tem a ver com tráfico humano? Falando em nome de um grupo, dona Maria Tereza Ziober ponderou que liberdade “é o direito de escolha”. Ela mostrou que o problema do tráfico de pessoas pode estar na nossa rua. Relatou o caso de uma família vizinha dela que escravizava um parente boliviano e maltratava uma criança. Destacou a dificuldade para denunciar esse tipo de crime.

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A história do povo de Deus é de libertação Depois da palavra de vários representantes da comunidade, frei Guilherme destacou que o texto base da Campanha da Fraternidade promove uma reflexão sobre três pontos:o Antigo Testamento, o Novo Testamento e os Documentos da Igreja. “Toda a história da Revelação fala de libertação. O povo de Israel é traficado, oprimido e sempre clama por liberdade. No Egito, Deus estende a mão, o povo luta, liderado por Moisés, e segue para a Terra Prometida. No Novo Testamento, vemos na pessoa de Jesus cumpridas as promessas de libertação”. O religioso concluiu que os Documentos da Igreja, especialmente nas últimas décadas, tratam da igualdade entre as pessoas. Mostram que uns não podem ser escravizados por outros.

Tráfico humano O tráfico humano é o recrutamento, transporte, transferência e alojamento de pessoas, feito sob ameaça ou uso da força, coerção, fraude, engano, abuso de poder ou de vulnerabilidade ou pagamento ou benefícios em troca do controle da vida da vítima. O objetivo do tráfico humano é a exploração, que inclui prostituição, exploração sexual, trabalhos forçados, escravidão, remoção de órgãos e práticas semelhantes. Para a configuração do tráfico humano o consentimento da vítima é irrelevante. Caso se constatem os meios caracterizadores desse crime e situação de exploração de pessoas, o consentimento da vítima em questão deixa de ser importante para formação do delito de tráfico humano.

Jornal Chave de São Pedro


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Missão Paz:

Fotos: Edmilson Fernandes

Acolher e dar dignidade ao migrante

a Baixada do Glicério, centro de São Paulo, há um lugar que é um verdadeiro refúgio para milhares de imigrantes que chegam ao Brasil em busca de oportunidade ou de abrigo. A Missão Paz, que funciona junto à Igreja Nossa Senhora da Paz desde 1940, é uma obra dos missionários scalabrinianos. A atuação engloba assistência cultural, política, religiosa, de estudo, pesquisa, mediação para o trabalho, saúde, educação e regularização de documentação. A Missão Paz inclui o Centro do Migrante, que abriga 110 pessoas. Ali, eles têm espaço para dormir, direito à alimentação e assistência jurídica e psicológica enquanto não arranjam uma vaga no mercado de trabalho. “É um espaço onde o estrangeiro chega para se integrar. Não estabelecemos tempo limite, mas a média de permanência é de três meses”, relata o Pe. Antenor Dalla Vecchia, um dos coordenadores da Missão Paz. Atualmente, a maioria dos estrangeiros que buscam abrigo ou ajuda da instituição vem do Haiti ou de países da África, principalmente os que enfrentam alguma guerra civil. Mas há também bolivianos, paraguaios e colombianos. No ano passado, a Missão encaminhou ao mercado de trabalho formal mais de três mil e quinhentas pessoas. Mais de 600 empresas cadastradas buscam os imigrantes para atuar nas áreas de construção civil, jardinagem e serviços gerais, por um salário de mil reais, em média. “Não somos agência de emprego; prestamos serviço gratuito e, na medida do possível, visitamos a empresa para ver de perto como os trabalhadores estão sendo tratados”, explica o Pe. Antenor. Além de intermediar a contratação e ajudar na regularização da documentação de permanência no Brasil, a Missão Paz oferece cursos de língua portuguesa e tem parcerias com inúmeras instituições onde os imigrantes podem fazer cursos profissionalizantes. Essa obra de solidariedade é um exemplo de como a Igreja pode combater o tráfico de pessoas, tema da Campanha da Fraternidade. Para facilitar na integração, são celebradas missas em espanhol, para a comunidade latino-americana, e em francês, para os haitianos e outras nacionalidades. Os missionários scalabrinianos também tiveram o cuidado de incluir na igreja imagens de santos que fazem parte da tradição religiosa dos estrangeiros. “Quando você põe nela, para os bolivianos, a imagem da Virgem de Urcupinha ou a de Copacabana, eles se sentem valorizados. As paróquias deveriam ter olhar mais atento para os estrangeiros que vivem entre nós, principalmente os mais pobres”, destaca o Pe. Antenor.

VOCÊ PODE DENUNCIAR Anonimato e ligação gratuita. Suspeitas, denúncias e ajuda: Disque 100 – das 8h00 às 22h. Para informação www.disque100.gov.br Disque 181 Secretaria de Direitos Humanos: disquedenuncia@sdh.gov.br Disque 180 – Centro de Atendimento à Mulher. Polícia Federal – www.denuncia.pf.gov.br Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo Pátio do Colégio, 148, Centro, São Paulo – SP Núcleo de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo COETRAE

Março | 2014

Nas salas da Missão Paz, haitianos e africanos são recrutados para trabalhar na construção civil, jardinagem e serviços gerais

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Crônica

Velho ou apenas idoso?

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SXC.HU

Por Oswaldo de Camargo*

az algum tempo, quando cheguei a este declive (ou abismo?) chamado 70 anos, pus-me a pensar sobre a diferença, evidente, entre velho e idoso. Parece ideia não destinada a render muito, mas pode render, sim, se o interessado encontra tempo para observar, pensar e concluir. Segundo um poeta amigo “o tempo faz tinir um martelo de uma dobra a outra do mundo, ininterruptamente”. E aí está: o velho não está muito interessado nesse tinir que chama à vida, à alegria e à renovação, mas o idoso, sim, visto que idoso não é sinônimo de velho, apesar de muitas vezes os desatentos confundirem os dois. Imperdoável falta de atenção. Vejam: o idoso quer voar ainda, por mais estreito e circunscrito que possa ser o seu voo, seja pouco além

do seu quintal, seja até a alma do vizinho... O velho detém-se na planície, afagando lembranças, sobretudo as carregadas de perdas e desenganos. Já não tem força para convocar alegrias, porque o mundo de hoje -- acha ele -- virou um total desastre e pesa sobre ele. O idoso tem os olhos atentos a observar o mundo, para detectar a possível andança da ameaça, e apressa-se a descobrir onde pode ser útil, visto que teve tempo para conhecer todos os roteiros, dos gloriosos aos vergonhosos. Está apto a ser útil. Para o velho, novidades no cheiro do mundo, no rumo da vida podem ser sua ruína. E, de certo modo, se compraz com isso. Portanto, ser velho, para muita gente, é muito triste. E é mesmo triste ver a vida secar lentamente,

sem outro socorro que gestos gastos, mão gelada, a boca que não consegue mais apreciar sabores. Se é triste ser velho, escutando do futuro tão só o estalar dos dedos da morte, pode tornar-se uma glória ser idoso, aguardando na planície, ainda, a possibilidade de voos, divisando no ar a página branca em que se podem escrever projetos, sonhos, e desenhar nela a face da esperança. O idoso pode ser uma criança alegre, mesmo vergado na observação do chão. O velho não consegue isso, não. Por isso, o mundo precisa de muitos idosos, sobretudo para reanimar os velhos... Oswaldo de Camargo é jornalista e escritor. Escreveu os romances A Descoberta do Frio e Oboé.

CULTURA E LAZER CINEMA Philomena O filme narra a história de uma mulher que, que depois de 50 anos, tenta encontrar o filho arrancado de seus braços por uma instituição católica na Irlanda. Em 1952, ainda adolescente, Philomena Lee engravidou após uma aventura amorosa. Considerada uma “mulher indigna” por sua família na conservadora e católica Irlanda, Philomena foi mandada para o convento de Roscrea, onde deu à luz um menino, a quem deu o nome de Anthony. Aos quatro anos, Anthony foi separado de Philomena e entregue a um casal norte-americano. Philomena ficou calada durante 50 anos, até que um dia decidiu procurar o filho com a ajuda de Martin Sixsmith - interpretado por Steve Coogan - um jornalista da BBC que a acompanhou até os Estados Unidos. No filme, Philomena é vivida pela atriz Judi Dench. O drama, dirigido por Stephen Frears, estreou nos cinemas de São Paulo no dia 14 de fevereiro. Mulher que inspirou o filme “Philomena” é recebida pelo Papa Francisco

Inspiração para o filme “Philomena”, a irlandesa Philomena Lee se encontrou com o Papa Francisco, no Vaticano, no dia cinco de fevereiro. Philomena, de 80 anos, participou da audiência de Francisco na praça de São Pedro e, ao final, foi apresentada ao Papa. Ela estava acompanhada de Steve Coogan, o ator britânico e coprodutor do filme. “É uma honra ter encontrado o Papa Francisco”, afirmou. “Como se vê claramente no filme, sempre tive uma profunda fé na Igreja e em sua vontade de reparar os erros cometidos no passado”, disse Philomena. Atualmente, Philomena Lee está à frente de um projeto que ajuda outras mães a encontrar seus filhos e luta para que o governo irlandês promulgue uma lei que permita a consulta aos registros de crianças adotadas. “Espero e acredito que o Papa Francisco se unirá à minha luta para ajudar milhares de mães e de filhos a pôr um fim em sua dolorosa história”, disse Philomena.

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Filmes com a temática do tráfico humano DVD Tráfico Humano. Produzido pela CNBB para uso das comunidades. Duração: 38 min. Com cinco partes. Acompanha uma versão reduzida com 8 minutos. Anjos do Sol (Brasil, 2006). Duração: 92 min. Direção: Rudi Lagemann (exploração sexual de crianças e adolescentes e tráfico interno). Maria Cheia de Graça (Maria, Llena Eres de Gracia, EUA/ Colômbia, 2004). Duração: 101 min. Direção: Joshua Marston (mulheres utilizadas como mulas no tráfico de drogas). Para Sempre Lylia (Lilja 4-ever, Suécia, 2002). Duração: 109 min. Direção: Lukas Moodysson (tráfico de mulheres na Europa). Sem Perdão (The Lost Son, EUA, 1999). Duração: 90 min. Direção: Chris Menges (quadrilha que lucra com pedofilia). Terra Prometida (Promised Land, França/Israel, 2004). Duração: 88 min. Direção: Amos Gitai. Tráfico Humano (Human Trafficking, Canadá/EUA, 2005. Duração: 176 min. Direção: Christian Duguay (tráfico de mulheres). Estes filmes você pode ver na internet.

Jornal Chave de São Pedro


Agenda

5 de março Missa de Abertura da Quaresma Início da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e Tráfico Humano. É para a liberdade que Cristo nos libertou.

Participe da Via Sacra

MARÇO 2014 na Paróquia de São Pedro

Dia 14 de março, às 20h Comunidade São Paulo – Rua Pe. Fidelis Willi, 100

05/03 Quarta-feira

19h30 Cinzas

15/03 Sábado

10h Celebração de Batismo

29/03 Sábado

anos de ordenação do 17h 6 diácono Carlaile

Todas as terças-feiras

20h Escola da Palavra

TRÍDUO DE SÃO JOSÉ

Comunidade São José Rua Márcio Henrique Guinem, 107 - V. Marieta 16/03

20h30 São José, protetor da família

17/03

20h São José, o homem justo

18/03

20h São José, exemplo de caridade

MISSA SOLENE DE SÃO JOSÉ

Telma Feleto

A Paróquia de São Pedro convida você Dia 07 de março, às 20h Comunidade São José – Rua Matheus Garcia, 847

Dia 21 de março, às 20h Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Av. Nossa Senhora Aparecida, 12 Dia 28 de março, às 20h Comunidade São Marcos – Rua Luiz da Silva, 24 Dia 04 de abril, às 20h Paróquia São Pedro - Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222-A Dia 11 de abril, às 20h Comunidade Nossa Senhora da Divina Providência - Abrigo Frederico Ozanan – Rua Vilarinhos, 95

19/03 , às 20h

Brechó

Rua Luís da Silva, 24 (próximo ao cruzamento da Maria Amália com a Nova Cantareira)

SXC.HU

A Comunidade São Marcos vai realizar um brechó no dia 12 de março, das 10h às 16h. Adquirindo uma peça de roupa, você estará colaborando com a manutenção da capela São Marcos e com a Creche Pedro Apóstolo.

Matrículas abertas para 2014! Agende uma visita!

Março | 2014

Saúde

Vacinação contra o HPV

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partir de 10 de março, o Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a oferecer a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) para meninas de 11 a 13 anos, em postos de saúde e em escolas públicas e privadas de todo o País. De acordo com o Ministério da Saúde, a dose, que ajuda a proteger contra o câncer de colo do útero estará disponível nos 36 mil postos de saúde da rede pública durante

todo o ano. Em 2015, o público-alvo serão as meninas de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, a ação ficará restrita às meninas de 9 anos. Até 2016, o objetivo do Ministério é imunizar 80% do total de 5,2 milhões de meninas de 9 a 13 anos no País. A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

colaborando com o crescimento

Há 73 anos

do bairro de Tremembé

Santa Gema

Rua Antonio Pestana, 155 Tel.: (11) 2203-1544 www.passionista.com.br

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Jovens em ação

Por Bruna Negrão Maximiliano

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o dia 09 de fevereiro, 11 jovens do C.U.C.A. participaram do Summer Beats 2014, no parque temático Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo. O grupo do Tremembé se juntou a 35 jovens de outras sete paróquias da Zona Norte de São Paulo. O Summer Beats é um evento que se realiza todos os anos, voltado a unir a juventude católica e evangélica em locais grandes, normalmente em parques, para um dia de interação, diversão, louvor ao mesmo Deus e proclamação do Evangelho. Ao todo, mais de nove mil jovens do Brasil inteiro participaram do Summer Beats deste ano. Infelizmente, houve alguns imprevistos com a organização do parque no evento, que impediram que nós víssemos os shows, perdendo muito tempo em filas de entrada, brinquedos, etc. Mas, apesar desses contratempos, o dia foi bastante divertido e, como sempre, o grupo esteve unido, uns cuidando dos outros, como família que somos.

Renato Piovesana

Jovens participam do Summer Beats

Fotos: Telma Feleto

Bruna Negrão Maximiliano, 18 anos, é integrante do C.U.C.A.

Jovem investe no futuro

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Bazar em prol da Creche Pedro Apóstolo

Fátima Ferreira

enato Piovesana, que faz parte do grupo Jovem C.U.C.A., vai passar cinco meses no Chile, estudando. Na missa de domingo, dia 23 de fevereiro, ele recebeu a bênção para que faça uma boa viagem e aproveite bem o tempo em outro país. Na despedida, os colegas se emocionaram pela falta que Renato irá fazer ao grupo nesse período.

Dias 26 e 27 de março - Horário: das 8h às 12h e das 14h às 18h Local: Salão Paroquial – Avenida Maria Amália Lopes de Azevedo, 222-A Para concluir a reforma exigida pela Prefeitura, a Creche Pedro Apóstolo ainda precisa da sua doação. Você pode depositar qualquer valor na conta bancária da creche:

Banco Itaú / Agência 0384 / Conta Corrente: 44440-2

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Jornal Chave de São Pedro


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