Jornal
ANO 14 • No 161 • JULHO DE 2016 WWW.FACEBOOK.COM/PASCOMSAOPEDRO
C DESP VERÔNICA FRANCO
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A solidariedade ameniza o frio Veja como a ação de pessoas e entidades ajuda moradores de rua a enfrentar a onda de frio em São Paulo que já matou alguns. As campanhas vão além do agasalho e da comida e resgatam cidadãos castigados também pelas drogas. Pág. 4
São Pedro
ARQUIVO FREDERICO OZANAN
Os fatos que marcaram o mês de festa e celebrações em homenagem ao nosso padroeiro Pág. 6
Homenagem
REPRODUÇÃO
Aos 91 anos, morre Pe. Ângelo Moroni, que dedicou a vida aos mais necessitados Pág. 3
Moradores de rua no Terminal Santana do Metrô
EDMILSON FERNANDES
Talento de nosso bairro Conheça o trabalho do pintor Cláudio Mesquita, que transmite sua arte a pessoas do Tremembé Pág. 8
ESPIRITUALIDADE
CARTA AO LEITOR
Missionários da misericórdia
Fraternidade aquecedora Eles são desempregados, usuários de droga e da bebida, de famílias desestruturadas; alguns têm esquizofrenia ou outros problemas mentais; são crianças, jovens, adultos e idosos. Por um motivo ou outro acabaram na rua. Nesta época do ano, o sofrimento deles aumenta com a intensidade do frio. Em 2016, segundo a Pastoral do Povo de Rua, sete pessoas morreram de frio em São Paulo. Desses, três morreram na região de Santana, bem perto de nós. Felizmente, há pessoas e grupos que tomam iniciativas para amenizar um pouco a situação de quem perdeu tudo. Nesta edição, mostramos o trabalho de um grupo da nossa paróquia, liderado pela jovem Letícia, e de duas instituições que funcionam no centro da cidade: a Casa de Oração do Povo da Rua e a Fraternidade O Caminho. Um homem que deixou uma lição de solidariedade e de misericórdia foi Pe. Ângelo Moroni, que morreu no mês passado, aos 91 anos, na Comunidade Recanto Nossa Senhora de Lourdes. Nesta edição, a Paróquia também aproveita para agradecer a todos os que trabalharam ou contribuíram para o sucesso da festa de São Pedro. Foram momentos de oração e de convivência que nos ajudam a aprofundar a fé e fortalecer o espírito comunitário. Boa leitura!
Equipe Pascom Paróquia de São Pedro
Por Dom Sergio de Deus Borges
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onta o Santo Evangelho de São Marcos que havia na região dos gerasenos um homem possuído por um espírito impuro que machucava a si mesmo e aos outros e ninguém conseguia dominá-lo. Este homem foi ao encontro de Jesus, que passava por aquela região, e foi libertado de todo o mal (Mc 5,1-20). O encontro com o Deus misericordioso mudou toda a sua vida. Em gratidão pela nova vida, recebida gratuitamente de Jesus, este homem O seguia. É a experiência de ser amado, de saborear a amizade do Senhor e o desejo de corresponder a tamanha ternura e bondade. Jesus compreendeu seu coração e suas intenções e lhe deu uma missão: “Vá para tua casa, para os seus, e lhes anuncie tudo o que o Senhor fez por você, e como teve misericórdia de você” (Mc 5,19). A possibilidade de encontrar a misericórdia não pode ficar escondida; a misericórdia precisa ser anunciada, conhecida. O Papa Francisco ensina que “a missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou um ornamento que posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha vida. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não me quero destruir. É preciso considerarmo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar” (EG 273). Assim, o homem, de endemoniado, no encontro com a misericórdia e livre, tornou-se missionário da misericórdia. É o princípio fundamental da Palavra na vida do batizado: imitador de Cristo (Ef 5,1), imitador da misericórdia. “Ele partiu
EXPEDIENTE - PASCOM Orientador: Pe. Edimilson da Silva Coordenação da Edição: Pastoral da Comunicação e-mail: pascomdesaopedro@gmail.com Editor: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SP Direção de Arte: Toy Box Ideas Revisão: Oswaldo de Camargo Impressão: Atlântica Gráfica Tiragem: 3.000 exemplares Colaboradores: Telma Feleto e Vânia De Blasiis PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DO TREMEMBÉ Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A | Tremembé | São Paulo | CEP: 02350-000 | Tel.: (11)2203-2159 e-mail: secretariasaopedro1@hotmail.com
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e começou a anunciar na Decápolis o quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam maravilhados” (Mc 5,20). Ele passou a imitar o Senhor anunciando a mais bela notícia: o Deus misericordioso existe. Com Jesus ele descobriu que era uma missão nesta terra e para isto foi liberto, para assumir sua mais pura realidade, o mais profundo do seu ser, o encontro consigo mesmo: imagem e semelhança de Deus. “O verdadeiro missionário, que não deixa jamais de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária” (EG 266). Os frutos da missão, em nome de Jesus, são relatados por São Marcos: “E todos ficavam maravilhados” (Mc 5,20). O anúncio corajoso da misericórdia enchia de alegria o coração daqueles que o ouviam e acalenta o nosso coração hoje, porque a misericórdia é uma das maiores necessidades de nosso tempo. Se lá o Senhor Jesus enviou o homem de Gerara - vá e anuncie que o Senhor teve misericórdia de ti –, hoje, nós somos enviados como missionários da misericórdia de Deus. O chamado dirige-se a nós, pessoalmente ou através da comunidade paroquial, nas pastorais, movimentos e serviços, para sermos a voz que anuncia e o sinal transbordante e interpelador da misericórdia de Deus e, assim, “possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós” (MV 5). Dom Sergio de Deus Borges é bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana
PARÓQUIA DE SÃO PEDRO Comunidade Santa Rosa de Lima R. Luiz Carlos Gentile de Laet, 1302, Tremembé Missas: sábados, às 16h | Domingos, às 9h e 19h | Primeira sexta-feira do mês, às 20h Comunidade São José (Itinerante) Missas: todos os dias 19 do mês, às 16h Momento de Oração e Estudo Bíblico: 3as feiras, às 20h Comunidade Nossa Senhora Aparecida Av. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, Tremembé Missas: dom., às 8h30 | Missa todos os dias 12 do mês, às 20h Comunidade Nossa Senhora da Providência R. Vilarinhos, 95, Tremembé. Missa: domingo, às 10h30 Comunidade São Marcos Comunidade itinerante com missa quinzenal às sextas-feiras, 20h, nas casas das famílias participantes
Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A Tel.: (11) 2203-2159 ATENDIMENTO DA SECRETARIA De 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 18h | Sábados: 8h às 12h MISSAS 2as e 4as feiras, às 19h30 | 3as, 5as e 6as feiras, às 7h30 | Sábados, às 17h | Domingos: às 8h, 10h e 18h30 DIREÇÃO ESPIRITUAL E CONFISSÃO 3a feira, das 15h às 18h | 6a feira, das 9h às 12h
Jornal Chave de São Pedro
DIÁLOGO COM A COMUNIDADE
Obras de misericórdia corporal Dar de comer a quem tem fome e dar de beber a quem tem sede. Qual a nossa responsabilidade? Por Pe. Edimilson da Silva
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m 1985, a Campanha da Fraternidade , com o lema Pão para quem tem Fome, alertava para a realidade da época em que existia 1 bilhão de famintos no mundo. Temos diariamente muitas oportunidades de pôr em prática os ensinamentos de Jesus; quando vemos a dor e a necessidade de nossos irmãos que passam fome não podemos ficar indiferentes. O próprio Jesus, ao ver a multidão faminta, enquanto os apóstolos queriam mandar todos embora, dá uma ordem aos discípulos: dai-lhes vos mesmos de comer (Cf. Lucas 9,13). As obras de misericórdia corporal: dar de comer a quem tem fome e dar de beber a quem tem sede
estão ligadas entre si. Quem faz a experiência do amor é chamado a ser instrumento de Deus a serviço da promoção dos pobres. Se olharmos a história, veremos que muitos homens e mulheres viveram na prática da solidariedade. Entre eles, Vicente de Paulo, Francisco de Assis, o jovem Frederico Ozanam, madre Tereza de Calcutá, em nosso país, irmã Dulce, e muitos outros anônimos que no dia a dia buscaram combater a pobreza. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, mas,
se olharmos com atenção, concluiremos que o que deveria ser direito garantido na Constituição Federal em seu artigo 6º não é posto em prática. É triste verificar que ainda há 32 milhões de pessoas passando fome no Brasil. A Igreja, que somos nós, tem a responsabilidade de exercer influência na sociedade, sempre com o objetivo de mostrar que é necessário e possível construirmos um mundo melhor. Cada um de nós pode e precisa participar da construção de um mundo mais justo e mais humano para todos. Padre Edimilson da Silva é jornalista e pároco da Paróquia de São Pedro do Tremembé
PADRE ÂNGELO MORONI
Uma vida dedicada a Deus e às pessoas mais necessitadas
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o dia 29 de junho morreu o Padre Ângelo Moroni, 91 anos, na Comunidade Recanto Nossa Senhora de Lourdes. Padre Ângelo era religioso da Congregação dos Servos da Caridade (guanellianos), fundada por São Luís Guanella. Padre Ângelo nasceu em 1924, em Paderno D’Adda, região da Lombardia, Itália. Aos 15 anos
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entrou no Seminário Menor de Milão e, depois, fez os estudos de filosofia no seminário maior da mesma arquidiocese. Foi ordenado sacerdote em 1951, já com vinda programada para o Brasil com a missão específica de dar formação religiosa aos primeiros adolescentes brasileiros que desejavam entrar na Congregação dos Guanellianos.
Em 12 de setembro de 2015, celebrou 70 anos de vida religiosa, 64 deles como sacerdote na Comunidade Recanto Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Rosa, onde residia.
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DESTAQUE
Gestos de solidariedade com quem vive na rua Conheça dois atos voltados a dar dignidade a necessitados: a campanha do agasalho iniciada pela jovem Letícia Neratika e o trabalho de religiosos na Cracolândia Por Edmilson Fernandes
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o ver numa reportagem que dois moradores de rua haviam morrido por causa do frio, a estudante Letícia Neratika, de 16 anos, da nossa paróquia, ficou abalada. Mas, em vez de ficar apenas lamentando a tragédia, resolveu agir. No mesmo dia, criou uma campanha do agasalho no Facebook. O retorno foi imediato. A campanha se espalhou pelo WhatsApp e pelo Instagram. Além das redes sociais, Letícia juntou os amigos e foi pedir doação nos colégios. “Na mesma semana, recebemos muita coisa. Recebemos doações do Supermercado Andorinha, do Colégio Salesiano, do Santa Maria, Colégio São Paulo da Cruz, Anchieta, Juju Aref, e de várias pessoas”, conta Letícia. Letícia é filha dos paroquianos Valdemar e Cidinha. O exemplo dela encantou os pais, a madrinha Arlinda, as primas Juliana e Isabella, as amigas Luma, Camila e Nathaly; o amigo Júnior e o namorado, Cauã, que sempre a incentivou. As doações foram entregues à noite para moradores de rua no Terminal Santana, Avenida Cruzeiro do Sul, na ponte em frente ao Shopping D, Terminal Rodoviário Tietê, Praça da Sé, Largo da Concórdia, Brás e Mooca. Ao contrário do que muita gente possa imaginar, Letícia diz que não teve medo em relação à segurança. “Eles são compreensivos e pensam no irmão. Pegam apenas uma troca de roupa e um cobertor, sem ganância e egoísmo”.
Eles precisam ser ouvidos ARQUIVO PESSOAL
Além de ajudar a reduzir o frio intenso destes meses do ano para quem não tem um teto, o grupo de Letícia também ouve a história dos moradores de rua. “É essencial conversar com cada um, mesmo que seja rápido. Dar pelo menos um ‘boa noite, fica com Deus, até logo!’ . Deles, o que mais me marcou foi a gratidão e a compaixão com os irmãos.” Letícia narrou a história de um dia de entrega de doações: “Hoje foi uma noite maravilhosa... ficamos emocionados, felizes e com um sorriso de orelha a orelha! Letícia Neratika Conhecemos o pequeno Isaac, que é a coie amiga durante sa mais linda que já vi! Ouvimos uma leituentrega de doações em Santana ra da Bíblia com o Isaías, rezamos com ele e o Fellipe (seu irmão de rua)... Vimos a Dona Heloísa, a Lucimara e o Diego novamente com aquela felicidade estampada no rosto em nos ver, sem falar da Dona Maria, que nos esperava para agradecer, e fizemos a noite do Wallace se tornar inesquecível...”
Resgatados da Cracolândia Toda sexta-feira à noite, cinco freis franciscanos, um padre e cinco missionários da Fraternidade O Caminho, na região central de São Paulo, fazem um trabalho pastoral num dos ambientes mais degradantes da cidade. Com coragem e sem preconceito, eles vão para o meio da Cracolândia tentar resgatar pessoas que perderam a dignidade e o amor próprio para o crack e outras drogas. Grande parte é formada por jovens que acabaram na rua e na prostituição. “Parecem zumbis”, relata o missionário Roberto, de 46 anos. Quem aceita, esteja na condi-
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ção em que estiver, eles levam para casa. Ali, o dependente químico toma banho, descansa uns três dias e depois é convidado a entrar na rotina da casa. Se precisar, é levado ao médico nos prontos-socorros públicos. “O tratamento aqui é à base de oração, disciplina e laborterapia (trabalho). Não temos empregado. Em sistema de rodízio, todo mundo tem que cozinhar, fazer a faxina e ajudar na manutenção da casa”. A casa da Fraternidade O Caminho é pequena, não tem nenhum luxo e é mantida com doações, mas abriga atualmente 16 “filhos”,
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O que precisa ser feito para mudar a situação? Para Letícia, uma das saídas para tirar o morador de rua da situação degradante em que vive é criar centros de capacitação. “Ali a pessoa pode participar de cursos para voltar ao mercado de trabalho e se restabelecer na vida”.
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Talvez você nem imagine, mas o dízimo que você entrega na igreja de São Pedro também ajuda no acolhimento aos moradores de rua. Com um percentual do dízimo das paróquias, a Arquidiocese de São Paulo mantém a Casa de Oração do Povo de Rua, na região da Luz, no centro de São Paulo. Todos os dias, dezenas de pessoas em situação de rua são acolhidas ali. A casa é coordenada pelo padre Júlio Lancelotti, que há anos dedica a vida à Pastoral das famílias que não têm onde morar. Foi construída com o dinheiro de um prêmio que o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns ganhou dos budistas em função da luta dele pela paz. Ali, os moradores de rua rezam, podem tomar banho, receber um cobertor ou uma roupa e participar de diversas atividades. Têm estudo bíblico, oficinas de arte, aulas de canto, trabalhos manuais. Aos sábados, vários grupos usam o espaço para cozinhar e embalar centenas de marmitex para distribuir nas ruas. “Usamos essas atividades para conhecer a pessoa, sua história de vida e para dar apoio para que possa sair da situação em que está”, conta Ana Maria da Silva Alexandre, agente pastoral que trabalha na Casa de Oração há mais de 15 anos. Segundo Ana Maria, o diferencial da Casa está no acolhimento. “Aqui ninguém grita com o morador de rua. Aqui ele vai ser ouvido. A pessoa se sente parte da casa.” Ela critica o tratamento que tem sido dado pela Prefeitura ao longo dos anos ao “povo da calçada”, como ela chama. Uma semana antes do início do frio mais intenso, a Prefeitura fechou um dos abrigos. A Pastoral do Povo de Rua diz que sete moradores morreram este ano por causa do frio. A Prefeitura alega que há vagas e que muita gente não aceita ir para os abrigos por causa das regras de convivência. O prefeito Fernando Haddad também foi criticado pela Pastoral ao permitir que a Guarda Civil Metropolitana recolhesse os pertences dos moradores de rua. O prefeito alegou que a medida era para evitar a “favelização da cidade”. Ana Maria classifica essa política de higienista, defende abrigos menores e repete uma frase do padre Júlio Lancelotti: “O povo de rua quer ser acolhido e não recolhido”. No alto, moradores de rua participam de curso bíblico. À esquerda, Ana Maria da Silva Alexandre, agente de pastoral
como os missionários tratam os dependentes químicos. Além de participar dos trabalhos da casa, todos os dependentes têm que participar dos momentos de oração, como a reza do “terço da Providência”. Antes e depois das refeições, todos rezam juntos. Depois de uns 20 dias, se o rapaz quiser, pode continuar a recuperação numa das três chácaras que a Fraternidade mantém em São Paulo, como em Guianazes. Os freis admitem que grande parte desiste do tratamento no meio do caminho, mas celebram a vitória dos 30% que
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se livram das drogas. Os próprios missionários, como Roberto, são ex-dependentes químicos. Roberto é mineiro, de Governador Valadares. Perdeu a família, os filhos jovens e uma empresa em que faturava 15 mil reais líquidos por mês para o álcool e as drogas. “Depois de tentar o suicídio uma vez, ficar preso mais de um ano por tentar assaltar uma pessoa num bar, conheci a Fraternidade e fui resgatado. Nunca mais saí.” Hoje ele é um dos responsáveis pelo trabalho da casa, que também serve almoço para cerca de 70 moradores de rua por dia.
Idosos abandonados Ana Maria conta que nos últimos tempos aumentou muito o número de idosos nas ruas de São Paulo. Alguns com problemas graves de saúde, como mal de Alzheimer. “Filhos largam o pai ou a mãe na Catedral da Sé e nunca mais voltam.” Abandonado, o idoso muitas vezes nem sabe dizer onde morava. No Belém, uma casa para idosos de rua está lotada. Ana Maria diz que as casas de acolhida do Povo da Rua precisam de doação de material para pessoas idosas, como fralda geriátrica. “ A maioria das pessoas dá cobertor. Mas isso, graças a Deus, já tem muito”.
NÚMEROS Segundo o último censo da Prefeitura, há 16 mil pessoas morando na rua em São Paulo. A Pastoral de Rua acredita que são pelo menos 22 mil. DIVULGAÇÃO
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“O povo da rua quer ser acolhido e não recolhido”
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CLIPPING
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oi um mês de festa em homenagem a São Pedro, nosso padroeiro. Cantores animaram as celebrações e noites da quermesse. Pregadores ajudaram a aprofundar a nossa fé em Jesus Cristo. Durante cinco finais de semana, as famílias puderam conviver na paz no Arraiá de São Pedro, graças ao trabalho de dezenas de voluntários da nossa comunidade. O trabalho em equipe mostra o quanto a comunidade é fruto da experiência do amor de Deus. A Paróquia de São Pedro agradece a todos os que contribuíram para que a festa fosse um sucesso.
FOTOS: VERÔNICA FRANCO, TELMA FELETO, VÂNIA DE BLASIIS
Uma festa da comunidade
Dom Sergio de Deus Borges
Cantor Nando Mendes
Pe. Sílvio Andrei com Pe. Edimilson da Silva
Missa do dia de São Pedro
Cantora Adriana Gil, de São José dos Campos Luiz Carvalho, da Comunidade Recado, de Goiânia
Procissão luminosa
Cantor Fred Pacheco, da Banda Dom Apresentação dos alunos de violão do prof. Paulo de Tarso Marques
Quadrilha no arraiá de São Pedro
Orientador familiar Ricardo Galhardi
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FOTOS: VERÔNICA FRANCO, TELMA FELETO, VÂNIA DE BLASIIS
A alegria em servir na quermesse de São Pedro
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TALENTO DO BAIRRO
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udo começou no caderno escolar. O pequeno Cláudio já se interessava por desenho desde muito cedo. Hoje, ele tem quadros espalhados pelo Brasil e já recebeu vários prêmios. “O processo não foi tão rápido. Fui atrás de cursos com artistas renomados. No começo, não dava para viver da arte; trabalhava como vendedor. Não foi fácil, mas o amor pela arte foi maior. Também contei com a força dos meus familiares, a quem devo muito.” Como qualquer pessoa que quer desenvolver seu talento, Cláudio Mesquita teve que estudar muito e fazer inúmeras visitas a museus e exposições de arte. Transformar o sonho em realidade Em 2008, Cláudio conseguiu realizar o sonho de abrir o próprio espaço. Ali ele começou a lecionar cursos de desenho e pintura em tela e também tinha uma pequena galeria com as obras expostas para venda. “Depois disso, comecei a fazer inúmeras exposições em locais como o Museu da Madeira, no Horto Florestal, e no Clube dos Oficiais da Policia Militar (AOPM), no Tremembé”. Cláudio também foi convidado a participar de grandes salões de Belas Artes em todo o Brasil. “Isso me rendeu medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa. Também demonstrei para os leitores de mais de trinta revistas o passo a passo de como fazer uma obra de arte. Algumas obras minhas foram vendidas até para fora do país.” Hoje ele tem um estúdio com uma variedade de cursos no Mandaqui.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Cláudio Mesquita: um artista premiado que mora no Tremembé há 15 anos
Cláudio Mesquita é de São Paulo e mora no Tremembé há 15 anos. Aquarelista e desenhista, ele diz que se inspirou em nomes como os brasileiros Alexandre Reider e Gilberto Geraldo; no uruguaio Alvaro Castagnet e em gênios como Monet e Van Gogh. Além dos cursos no próprio estúdio, o professor Cláudio Mesquita dá aulas de pintura na Papelaria Cryon, na Nova Cantareira. “As aulas são muito importantes
para um artista. Não só pela convivência, mas também pelo aperfeiçoamento que você tem a cada trabalho que você ajuda o aluno a terminar”, ensina. Aquilo que era apenas um hobby na juventude hoje é o trabalho de Cláudio. “Faço o que amo, que me dá prazer, e estou realizado.” Para Cláudio, a arte enriquece a cultura, estimula a mente, a criatividade e é uma terapia ocupacional para as pessoas.
“Universu Art Studio”
Cursos: Desenho Realista, Quadrinhos, Mangá, Caricatura, Aquarela, Ilustração Digital, Pintura em Tela, Concept Art para Games. www.universu.com.br Av. Zumkeller, 336, Mandaqui (11) 4105-6870
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