Edição outubro - 2014

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Jornal

Ano 11 • No 140 • Outubro de 2014 www.facebook.com/pascomsaopedro

Chave DESãoPedro Paróquia de são pedro do Tremembé

A mãe dos brasileiros Há quase 300 anos, Nossa Senhora Aparecida conquista o coração do povo brasileiro. A imagem em terracota que “apareceu” a três pescadores no Rio Paraíba do Sul desperta uma fé inabalável na intercessão de Maria, a mãe de Jesus. A padroeira do Brasil ocupa o segundo maior templo do mundo e os lares mais humildes das nossas comunidades Pág. 4

São Francisco Por que o padroeiro dos ecologistas é um dos santos mais populares Pág. 3

Mês Missionário A lição de São José de Anchieta na missão de anunciar o Evangelho Pág. 2

Educação digital Vânia De Blasiis

Devotos na igreja de São Pedro com imagens de Nossa Senhora Aparecida que têm em casa

Como os games podem transformar o estudo numa diversão Pág. 6


Espiritualidade

Carta ao leitor

A fé exige ação Quem se apega a Maria, a mãe de Jesus, não se perde jamais. Por intercessão da Virgem, recebemos as graças de Deus. Desde 1717, uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul vem confirmando o poder de Maria. Milagres e milagres reforçam a fé do povo brasileiro. Às vésperas da celebração de mais uma festa da padroeira do Brasil, o jornal Chave de São Pedro traz um pouco da história tão rica desse ícone sagrado. Mas o exemplo de Maria mostra que não devemos ficar parados à espera de um milagre. Ela foi uma mulher de ação, de atitude, de serviço. Aliás, nesta edição também destacamos a história de outro santo que se doou pelos outros: São Francisco. No texto ao lado, Dom Sergio de Deus também apresenta São José de Anchieta como exemplo de alguém que cumpriu a missão de anunciar o Evangelho. Esta é a missão de todos nós na comunidade do Tremembé, Vila Rosa, Marieta... onde quer que estejamos. Boa leitura!

Equipe Pascom Paróquia de São Pedro

A grande meta Por Dom Sergio de Deus Borges

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ão José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, realizou grande atividade missionária em nossa cidade e região, indo ao encontro de todos, porque a todos queria levar o Evangelho da Vida e da Salvação. Sua atividade missionária foi marcada por muitas dificuldades, como podemos ler em sua carta ao Superior Geral: “Quase sem cessar, andamos visitando várias povoações, assim de índios como de portugueses, sem fazer caso das calmarias, chuvas ou grandes enchentes de rios e, muitas vezes de noite, por bosques mui escuros a socorrer os enfermos, não sem grande trabalho e fadiga (....). Mas nada é árduo para os que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas, pelas quais não duvidarão dar a vida” (Carta ao Prepósito Geral, 1560). A missão teve grande êxito e São José de Anchieta recebeu do Papa João Paulo II o título de Apóstolo do Brasil. Qual o segredo de São José de Anchieta para realizar tão vultosa ação missionária? São João Paulo II nos revela o segredo de São José de Anchieta: “O segredo deste homem era a sua fé: José de Anchieta era um homem de Deus. Como São Paulo, podia dizer: ‘Scio cui credici’ (Sei em Quem acreditei... e estou seguro de que Ele tem o poder de guardar o meu depósito até aquele dia) (2Tm 1,12)” (Homilia em São Paulo, 03.07.1980). São José de Anchieta, homem de fé, se concentrou no essencial em sua missão: “Salvar as almas para a glória de Deus: este era o objetivo de sua vida. Isto explica a prodigiosa atividade de Anchieta, ao buscar novas formas de atuação

Expediente - Pascom Orientador: Pe. Edimilson da Silva Coordenação da Edição: Pastoral da Comunicação e-mail: pascomdesaopedro@gmail.com Editor: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SP Direção de Arte: Toy Box Ideas Revisão: Oswaldo de Camargo Impressão: Atlântica Gráfica Tiragem: 3.000 exemplares Colaboradores: Telma Feleto e Vânia De Blasiis PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DO TREMEMBÉ Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A | Tremembé | São Paulo | CEP: 02350-000 | Tel.: (11)2203-2159 e-mail: secretariasaopedro@hotmail.com

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apostólica, que o levavam finalmente a fazer-se tudo para todos, pelo Evangelho; a fazer-se servo de todos a fim de ganhar o maior número possível para Cristo (cf. 1Cor 9, 19-22)” (São João Paulo II. Homilia em São Paulo, 03.07.1980). São José de Anchieta é um belo testemunho para todos nós, discípulos missionários de hoje, colocados pelo Senhor Jesus em São Paulo para continuar a obra iniciada por ele e seus companheiros. É um testemunho de que podemos e devemos evangelizar, sem nos deixar deter pelos desafios inerentes à missão. Quando nos fixamos somente nas dificuldades, esquecemos da meta e do objetivo de nossa vida, perdemos a motivação e a vitalidade. É por isso que São José de Anchieta, após relatar as dificuldades na missão, recorda o objetivo central de sua vida: “nada é árduo para os que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas, pelas quais não duvidarão dar a vida”. O Mês Missionário, que ora celebramos, visa recordar a grande meta de nossa vida de discípulos missionários: anunciar Jesus Cristo, para difundir o Evangelho. Preparar bem e celebrar este mês segundo as orientações das Pontifícias Obras Missionárias fará a diferença na animação missionária de toda a comunidade paroquial, porque colocará toda a comunidade em estado permanente de missão. Discípulos missionários, olhem para a meta, para os grandes objetivos! Dom Sergio de Deus Borges é bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana

Paróquia de são Pedro Comunidade Santa Rosa de Lima R. Luiz Carlos Gentile de Laet, 1302, Tremembé Missas: sábados, às 16h | Domingos, às 9h e 19h | Primeira sexta-feira do mês, às 20h Comunidade São José (Itinerante) Missas: todos os dias 19 do mês, às 16h Momento de Oração e Estudo Bíblico: 3as feiras, às 20h Comunidade Nossa Senhora Aparecida Av. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, Tremembé Missas: dom., às 8h30 | Missa todos os dias 12 do mês, às 20h Comunidade Nossa Senhora da Providência R. Vilarinhos, 95, Tremembé. Missa: domingo, às 10h30 Comunidade São Marcos R. Luiz da Silva, 24, Tremembé Missas: sábados, às 17h. Estudo Bíblico: 5as feiras, às 20h

Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A Tel.: (11) 2203-2159 Atendimento da secretaria De 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 18h | Sábados: 8h às 12h Missas 2as e 4as feiras, às 19h30 | 3as, 5as e 6as feiras, às 7h30 | Sábados, às 17h | Domingos: às 8h, 10h e 18h30 Direção Espiritual e Confissão 3a feira, das 15h às 18h | 4a feira, das 20h às 22h | 6a feira, das 9h às 12h

Jornal Chave de São Pedro


Diálogo com a comunidade

Encontrar Jesus e testemunhar a força da Palavra A igreja é o local não apenas para receber um sacramento, mas também é espaço de aperfeiçoar a fé e as obras na convivência com os irmãos Por Pe. Edimilson da Silva

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ar com as atitudes de Herodes, que faz vítima o inocente. É não ter as artimanhas de Judas, que trai a si mesmo e suas convicções. Nem a autoridade de Pilatos, que se omite diante do sangue derramado. Em cada Ato Penitencial,

o só bater no peito dizendo “pequei por pensamentos e palavras, atos e omissões”, sem uma mudança concreta, não serve de antídoto para o veneno do pecado que está dentro de nós. Não posso dizer creio, se meu agir

Vânia De Blasiis

diálogo da edição anterior, sobre o documento 100 da CNBB, Paróquia Comunidades de Comunidades, nos leva a pensar sobre o quanto a conversão é urgente e necessária na vida de todo cristão. O grande problema é que sabemos e não pomos em prática a Palavra que ouvimos. Somos semelhantes ao homem sem juízo que construiu sua casa sobre a areia. O desfecho da história todos já sabem. Mas temos a possibilidade de fazer o contrário e seguir o exemplo do homem prudente e edificar a casa sobre a rocha, para que o final não seja trágico. Quem edifica a casa sobre a rocha sabe quem é Jesus. Procura evitar tudo o que é prejudicial a si e ao próximo. Penso ser impossível conhecer Jesus e na sociedade ser um contratestemunho no cargo que ocupa, na área em que atua. Ser cristão é não compactu-

é manchado de perversidades, crimes, roubos, sequestros, tráfico de drogas. Se apoio tudo o que nega a vida. Você já se encontrou com Jesus? Tem buscado conhecer a Palavra de Deus? Volto a insistir na importância da oração, da participação na comunidade. Procure fazer A Lectio Divina, que é um método de oração com o texto bíblico. Escolha um texto bíblico. Que diz o texto? Próximo passo é a Meditação. É necessário descobrir o que Deus me fala. Na sequência, depois de ter atualizado o texto para hoje, é o momento da Oração, o que o texto me faz dizer a Deus. Por fim, na Contemplação, basta o silêncio para saborear a alegria do encontro com Deus. Deus abençoe! Padre Edimilson da Silva é jornalista e pároco da Paróquia de São Pedro do Tremembé

Santidade

Francisco, padroeiro dos ecologistas Por Oswaldo de Camargo

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ão Francisco, nascido em Assis (Itália), provavelmente em 1181, e falecido em 1226, na Porciúncula, no mesmo país, é um dos santos que, tendo a permanência na Eternidade, mantém extraordinária lembrança de nome nesta terra. Continua sendo, no mundo, um dos santos mais populares e sua memória é continuadamente lembrada quando se menciona o nome do atual papa- Francisco -, revolucionário imitador do santo de Assis na simplicidade, humildade e notável desprendimento dos bens terrenos. Evidente que, por primeiro, se deve ver em Francisco de Assis um santo. Imprescindível se destacar nele a santi-

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dade, pois a ela se torna fácil contrapor-se o lirismo que cerca sua figura como poeta, autor do Cântico ao Sol, inspirador de arte, poemas, filmes, mas o que se sobrepõe, como observa o estudioso Donald Attwater, em seu Dicionário de Santos, é que “Francisco foi mais do que um individualista inspirado: foi um homem de grande introspecção espiritual , cujo consumidor amor por Cristo e pela redenção do homem encontrou expressão em tudo o que disse e fez”. São Francisco fundou a Ordem dos Frades Menores (franciscanos), cuja primeira sede foi na capela Porciúncula, perto de Assis.”Por toda a Itália os irmão conclamavam o povo, de classe baixa ou alta, à fé

e à penitência. Recusavam posses, conhecimentos humanos e mesmo promoção eclesiástica. (...) O próprio São Francisco nunca foi sacerdote.” (Attwatter, p.123). É este um dos santos mais visitados nas artes plásticas (lembramos os afrescos de Gioto) e na literatura mundial; no Brasil , entre as obras mais divulgadas de Portinari, acha-se um São Francisco, em que expressou, magistralmente, nos olhos do santo, sua mansidão e limpidez de alma. Em 1979, o Papa João Paulo II proclamou-o santo padroeiro dos ecologistas. Oswaldo de Camargo é jornalista e escritor. Escreveu, entre outros livros, Um homem tenta ser anjo (poemas) e Oboé (novela)

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Destaque

Aparecida: Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil Às vésperas da maior festa católica do País, um pouco da história da imagem encontrada por pescadores há quase 300 anos, que atrai milhões de pessoas do Brasil inteiro. A santinha enegrecida pela água do rio e pela fumaça das capelas, habita o segundo maior templo do mundo e os lares mais humildes da família brasileira Por Edmilson Fernandes

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Minha doutora “Ela é minha mãe, minha madrinha, minha doutora”, resume Maria das Dores, a dona Nena, 69 anos, que mora sozinha numa casa simples da Vila Rosa. Há dois anos, dona Nena foi diagnosticada com câncer de útero. Fez quimioterapia, mas acredita que foi curada pelas graças de Nossa Senhora Aparecida. Apesar de ter uma história de vida triste (há 15 anos, perdeu dois filhos jovens assassinados), ela mantém a fé e a alegria.

Edmilson Fernandes

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uando chega outubro, milhares de pessoas vão se juntando ao longo da rodovia Presidente Dutra. De ônibus, de carro, de moto, a cavalo..... peregrinos de todas as partes do Brasil vão pedir e principalmente agradecer um milagre. Até o Doze de Outubro, serão milhões a caminho de Aparecida. Há quase 300 anos, Maria, a Mãe de Jesus, ali representada por aquela imagem em terracota, barro cozido, com pouco mais de 30 cm de altura, tem feito inúmeros milagres. A imagem miúda, frágil e quebrada apareceu na rede de três pescadores em 1717. O primeiro milagre foi a pescaria. Só depois que a imagem foi encontrada é que as redes se encheram de peixes, como no milagre bíblico da pesca de Pedro. Sem nada do luxo de outras santas maiores, feitas de madeira nobre e pintadas a ouro, a pobrezinha Aparecida conquistou os corações do Brasil. São fiéis como a dona Marina Augusta, 64 anos, da Vila Rosa, que quando tinha 15 anos quase teve que amputar o pé por causa de uma ferida. Fez uma promessa a Nossa Senhora Aparecida e a ferida sarou. Percorreu de joelhos da porta da Basílica até a imagem. Marina conta que vai a quase todas as romarias. Outra paroquiana da São Pedro, dona Idalina, lamenta não poder visitar o Santuário Nacional de Aparecida por causa das dificuldades de locomoção. Mas ela tem um oratório em casa, com a imagem da Aparecida, onde reza o terço todas as tardes. “Ela é o sacrário vivo de Cristo”, diz dona Madalena Errico Gomes, outra devota da santa. A Imaculada Conceição representada na imagem de Aparecida é hoje padroeira de inúmeras comunidades no Brasil, incluindo a nossa Vila Rosa (veja programação da festa na pág. 7).

Aparição

A imagem “apareceu” a três pescadores, no Rio Paraíba do Sul, junto ao Porto de Itaguaçu, na atual cidade de Aparecida, interior de São Paulo, quando de uma pescaria, em 1717. Segundo os relatos, o fato se deu quando Dom Pedro de Almeida, Conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro (futura Minas Gerais), estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, durante uma viagem à Vila Rica. A Câmara Municipal convocou os mais experientes pescadores para lançar as redes no Paraíba do Sul e pegar uma boa quantidade de peixes para servir ao conde. Domingos Alves Garcia, seu filho João Alves e Felipe Pedroso, cunhado de Domingos e tio de João, entre outros, foram incumbidos da missão. Já estavam quase desistindo quando apareceu na rede de João Alves, primeiramente o corpo da pequena imagem de Nossa Senhora, e depois, mais abaixo, sua cabeça. Felipe Pedroso, por ser o mais velho, levou para casa a imagem diante da qual ele e a família começaram a rezar. Aos poucos o povo começou a afluir em grande quantidade à pequena casa do pescador, a fim de pedir graças e milagres à Virgem que "apareceu" nas águas do rio. Assim começou a devoção à Padroeira do Brasil. Devoção à Aparecida A imagem peregrinou durante bom tempo pelas casas dos pescadores, até se fixar em Itaguaçu, lugar do seu encontro, na residência de Atanásio Pedroso, que lhe construiu um oratório e um altar de madeira, onde, todos os sábados, grupos de famílias iam rezar o terço. Os milagres reforçaram enormemente a nova devoção popular, já com a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. As casas ficaram pequenas para os muitos devotos, e com o apoio decisivo do Padre José Alves Vilela, pároco da Paróquia de Santo Antônio, de Guaratinguetá, foi construída uma capelinha. Ficava no Itaguaçu, à beira da estrada, num importante entroncamento por onde passavam constantemente caravanas de viajantes. Isso favoreceu a divulgação dos prodígios, aumentando rapidamente o número de devotos. No século seguinte (XIX), Nossa Senhora Aparecida ganhou a sua primeira basílica e passou a viver num cofre de ouro e vidro a mais de dois metros do chão.

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Ainda um mistério acadêmico santista Benedito Calixto. A forma física da basílica é uma cruz grega com as quatro naves principais iguais (norte, sul, leste e oeste) e aberta para todo o universo. As capelas do Santíssimo, de São José e duas capelas de passagem formam a cruz de Santo André. Vista do alto, a basílica tem a forma de uma estrela polar ou estrela da manhã, aquela que guia e orienta o povo brasileiro. A Torre Brasília contém as salas da direção, da administração e do museu.

HVL/Wiki commons

Não se sabe por que a imagem quebrada estava no fundo do rio, a quem pertencia e quem a teria modelado. Mas a imagem possui as mesmas características de trabalhos realizados naquela época por dois artistas monges beneditinos: frei Agostinho de Jesus (português) e frei Agostinho da Piedade (carioca). Com os mesmos sinais encontram-se imagens desses monges nos mosteiros de São Bento do Rio de Janeiro; de Salvador, de São Bento de São Paulo e de Olinda, Pernambuco. A imagem era originalmente policromada, com pele branca no rosto e nas mãos, com manto azul-escuro e forro vermelho grená. Nos lábios, um leve sorriso. No queixo, uma covinha. Pelo fato de ficar por muitos anos submersa no lodo das águas do Rio Paraíba e depois exposta ao lume e à fumaça dos candeeiros, velas e tochas, quando ainda se encontrava em oratório particular dos pescadores, e na capelinha do Itaguaçu, a imagem de Nossa Senhora tornou-se enegrecida. Adquiriu cor castanho -brilhante. Hoje, essa imagem é patrimônio do povo brasileiro, sinal de unidade

nacional e manifestação de Deus. A coroa da Rainha A Princesa Isabel e o Conde D’Eu não conseguiam ter filhos. A Princesa fez então uma promessa à Senhora Aparecida: se conseguisse um herdeiro ao trono... Não teve apenas um, mas três filhos. A Princesa Isabel, então, doou a coroa em ouro português e deu à Virgem d’Aparecida o título de Rainha do Brasil.

Libertou o escravo No final do século XVIII, um escravo fugitivo, que estava sendo conduzido de volta à fazenda pelo patrão, ao passar diante da capela, pediu-lhe que permitisse subir até a igreja para fazer oração. Enquanto estava rezando diante da imagem, as correntes se soltaram de seu pescoço e de seus pulsos, caindo por terra. Comovido com o sucedido, o fazendeiro o resgatou, depositando no altar o preço do escravo,

e o conduziu para casa como um homem livre. A basílica atual Graças aos padres redentoristas alemães que vieram em missão cuidar do Santuário de Aparecida desde o final do século XIX, houve uma abertura para construir esse templo de imensas proporções e beleza que é a basílica. Para o audacioso projeto, foi escolhido o arquiteto Benedito Calixto de Jesus, neto do grande pintor

O barro Toda a basílica está construída com tijolos de barro e o seu interior é igualmente revestido de tijolos. O tijolo foi escolhido pela beleza da “terra vermelha” brasileira, por sua solução termo-acústica e porque a Senhora Aparecida é uma imagem de barro. “A origem do homem e da mulher; a origem da imagem da Nossa Senhora Aparecida e a origem da Basílica Nacional de Nossa Senhora de Aparecida se entrelaçam: todas essas obras são feitas de barro.”

O atentado e a restauração No dia 16 de maio de 1978, quando era celebrada a última missa do dia na Basílica Velha, a imagem da Aparecida sofreu um atentado. Depois de um blecaute de aproximadamente dois minutos, o jovem Rogério Marcos, de 19 anos, saltou a uma altura de dois metros e 20 centímetros e alcançou o cofre de ouro com a frente de vidro, que dava proteção à Aparecida. Depois de várias tentativas, quebrou as placas de vidro e arrancou Nossa Senhora do cofre. A cabeça da santa caiu ali mesmo. Em meio aos gritos de padres, freiras e fiéis, Rogério caminhou lentamente em direção à rua, com a mão direita sangrando e segurando o corpo da santa. O guarda João Batista alcançou o invasor e puxou-o pelo braço. O rapaz largou o corpo da imagem e saiu em disparada. Ela se transformou em mais de 200 pedaços. A única parte que ficou unida foram as mãozinhas postas. Os padres redentoristas pensaram em enviar os fragmentos ao museu do Vaticano, mas a Santa Sé sugeriu que a restauração fosse feita no Brasil. Coube a Maria Helena Chartuni a responsabilidade pelo trabalho. “Nossa Senhora Aparecida restaurou a minha vida. Restaurou a minha alma”, contou a restauradora numa entrevista à TV Aparecida. Quarenta e um dias depois do atentado, Maria Helena concluiu a restauração, devolvendo à imagem da Aparecida suas características originais.

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Aprendizagem

Jogar aprendendo e aprender jogando O sonho de grande parte dos alunos é jogar em vez de estudar. Em contrapartida, a matemática é o pesadelo deles. Que tal juntar os dois? Por Erika Campos

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prender é quase uma obrigação. Não há motivação, apenas um trabalho maçante. E, para piorar, vemos em sala de aula a dispersão causada pelos diversos gad-gets – dispositivos ou aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares, smartphones, tablets, mp3 players, etc. Professores precisam disputar a atenção dos alunos com redes sociais, Whatsapp, Messenger e jogos. A forma como ensinamos ainda é centrada na figura do professor, que transmite as informações. Os alunos só consomem a matéria sem se questionar. Ou, quando questionam, é para saber “onde vou usar isso”. O resultado é puro desinteresse. O pesquisador Marc Prensky chama a atenção para uma mudança na forma como os alunos lidam com o aprendizado. Segundo ele, hoje, desde os bebês até os recém-chegados à universidade, todos cresceram com computadores, videogames, tocadores de mp3 e outros gadgets, equipamentos dos quais as gerações anteriores não usufruíram. Ele nomeou essa geração de nativos digitais. Já aqueles que usam a tecnologia,

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apesar de não terem nascido com tais equipamentos, são chamados de imigrantes digitais, já que há necessidade de adaptação ao meio, como qualquer pessoa que se muda de um ambiente para outro. O conflito entre os nativos e os imigrantes se dá principalmente nas escolas, entre alunos e professores. Cada um possui sua própria “linguagem”, o que torna a comunicação mais complexa e cria um afastamento. Afinal, que significa “discar” um número? E mesmo as tecnologias que os imigrantes digitais consideram recentes, os nativos não entendem. “O que é aquele desenho no botão de salvar do Word?” Os disquetes – ícone desse botão – caíram em desuso quando muitos alunos ainda engatinhavam. A uniformidade do ensino também é outra questão que Prensky coloca em xeque. Hoje, esse ensino idêntico e simultâneo para toda turma de alunos não respeita a individualidade, a velocidade e o talento de cada um. A sugestão do pesquisador é que aprender através de jogos digitais aumenta o envolvimento com o conteúdo.

Diversas escolas no Brasil, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos têm colocado essa ideia em prática nas aulas de matemática. A disciplina, assustadora para a maioria dos alunos em qualquer parte do mundo, é exercitada em jogos específicos para cada idade – do ensino fundamental ao médio. Segundo o vice-presidente para escolas da Mangahigh Brasil, George Balbino, “todo o conteúdo lançado no País passou pela avaliação de matemáticos brasileiros quanto ao estilo, notação e pedagogia correta e de acordo com a forma de ensinar matemática no Brasil”. Já são 1,5 milhão de alunos no mundo em mais de

5 mil escolas, reforça. Os professores aplicam os exercícios e monitoram as atividades dos alunos por meio da ferramenta, liberando fases mais avançadas para aqueles com melhor desempenho e novos exercícios para quem precisa praticar mais. Os alunos concorrem entre si e entre escolas, com rankings mundiais, o que favorece o engajamento e uma disputa saudável; afinal, aprender jogando ainda não é para qualquer um. Erika Campos é jornalista, designer gráfica e pós-graduanda em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pelo Senac

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Agenda

Paróquia de São Pedro Comunidade Nossa Senhora Aparecida Tríduo 9/10 20h Quinta-feira

1o dia do tríduo Tema: Maria, defensora da dignidade humana Missa: Pe. Roberto Fernando Lacerda

10/10 Sexta-feira

20h

2o dia do tríduo Tema: Maria, modelo de fidelidade a Deus e ao Evangelho Noite de reflexão com a Banda Arautos do Evangelho.

11/10 Sábado

20h

3o dia do tríduo Tema: Maria, auxílio dos promotores da vida Apresentação teatral com a peça A Aparição de Nossa Senhora, com os jovens da Comunidade

12/10 Domingo

9h

Missa solene às 9h, presidida pelo Pe. Edimilson da Silva (pároco) Av. N. Senhora Aparecida da Cantareira, 22

Na Paróquia de São Pedro Dia 12 de outubro, missa às 8h, 10h e 18h30 Em todas as celebrações, homenagem a Nossa Senhora Aparecida

Resultado da rifa No mês passado, a Paróquia de São Pedro realizou uma rifa para arrecadar dinheiro em prol da creche Pedro Apóstolo. Atualmente, a creche é conveniada à Prefeitura, mas para que esse convênio fosse fechado, a Paróquia teve que arcar com a reforma. O dinheiro arrecadado com a rifa foi para pagar parte de um empréstimo contraído durante a reforma. O total arrecadado foi de R$ 7.700,00. Conforme foi informado, os ganhadores seriam contemplados de acordo com o sorteio da Loteria Federal realizado no dia 20 de setembro. Como não foram vendidos todos os talões da rifa, não houve ganhador. Os prêmios (uma moto 100 cc 0km; um televisor 42” e um tablet) serão guardados e sorteados novamente no Show de Prêmios da Festa de São Pedro, em junho de 2015. A Paróquia de São Pedro agradece a todos os que contribuíram com a creche, comprando um número da rifa.

Resultado da Loteria Federal extração 04903 - 20/09/2014 (sábado): 1º Prêmio - 6964 2º Prêmio – 4941 3º Prêmio - 3657

Escola da Palavra – o encontro com Jesus Discípulos missionários a partir do Evangelho de Mateus “Ide, fazei discípulo e ensinai” (Mt 28, 19-20)

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o dia 14 de outubro, a Paróquia de São Pedro retoma os encontros da Escola da Palavra, onde os leigos aprofundam textos bíblicos e temas da atualidade. Os encontros são sempre às terças-feiras, das 20h às 21h30. Anote na sua agenda e participe:

Novembro Dia 04 Tema: Como nós perdoamos a quem nos tem ofendido Dia 11 Tema: Uma espera salvadora/ o fim dos tempos Dia 18 Tema: Assumir o jeito de ser de Jesus Dia 25 Tema: Ide e fazei discípulos Local: Igreja de São Pedro Horário: 20h às 21h30

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arquivo pascom

Outubro Dia 14 Tema: Quem é o maior no reino dos céus Dia 21 Tema: O caminho da felicidade Dia 28 Tema: Viver em comunidade

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jovens em ação

Primeiro Festival Regional da Juventude Por Letícia Nerakita

Cerca de 200 jovens participaram do Festival Regional da Juventude

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Primeiro Festival Regional da Juventude aconteceu no dia 14 de setembro, no Colégio Salesiano. Esse encontro foi marcado pela presença de jovens da Região Santana. Nós, do Setor Tremembé, ficamos encarregados da animação, teatro e dança, o que ajudou a unir ainda mais a Nossa Paróquia com a Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Albertina, nos ensaios e apresentação. O Festival foi uma experiência maravilhosa para mim e para todos os CUCAs que participaram. Letícia Neratika, 15 anos, jovem do CUCA

Educação

Professor: semeador de sonhos possíveis! Por Edjane Maria Costa de Carvalho

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o mês em que se comemora o Dia do Professor, não podemos deixar de relatar a vulnerabilidade desta profissão no Brasil de hoje: as péssimas condições de trabalho, onde as salas de aula estão lotadas comprometendo a saúde do professor, a falta de reconhecimento profissional, salários injustos e a violência à qual os professores estão expostos são situações que comprometem o exercício desta profissão e têm sido alvo de discussões que colocam o professor em algumas vezes como vítima, mas na maioria das vezes como o único responsável pela baixa qualidade da educação no Brasil.

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Por que muitos professores “insistem” em continuar nessa profissão que é desrespeitada e desvalorizada por grande parte da sociedade? Professor, na essência da palavra, é aquele que se dedica, que se doa, que cultiva. Somente continua exercendo a profissão de professor aquele que, apesar de todos os desafios aos quais essa profissão está exposta, insiste e persevera em uma ação consciente e responsável na sala de aula, pois entende que o conhecimento que oferece aos seus alunos e alunas é um instrumento poderoso que poderá contribuir para luta pela possibilidade de mudança para

um outro mundo possível (Freire, Paulo.1997-Pedagogia dos Sonhos Possíveis) e mais justo, onde todos tenham o direito de exercer sua cidadania . Um professor assim é provido de encantamento, de magia e sonhos possíveis, um professor assim não desiste jamais do seu “oficio de mestre”. (Arroyo Miguel G, 200). Edjane Maria Costa de Carvalho - Prof.ª da Rede Municipal de São Paulo, pedagoga pós-graduada UNESP Marília e especialista em Educação Especial – Deficiência Intelectual

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